manual de sobrevivência policial

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Aos policiais mortos em defesa da sociedade, o reconhecimento e a saudadede todos os companheiros de profissão.Que o exemplo desses heróis sensibilize todos os cidadãos para que passem a valorizar os únicos profissionais que arriscam suas vidas para preservaroutras.

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Page 1: Manual de Sobrevivência Policial
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Deputado Estadual Capitão Tadeu

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Sumário

1. Homenagem Especial

2

2. Para Reflexão de Todos

3

3. Introdução

4

4. Causas da Violência contra o Policial e Propostas de

Prevenção

5

5. Outras Propostas Para a Segurança do Policial

18

6. Recomendações úteis para a Segurança do Policial

20

7. A Violência do Preconceito Contra a Classe Policial

22

8. Posicionamentos do Capitão Tadeu Acerca do Preconceito Contra os Policiais

23 9. Conclusão

29

Observação:

� O papel do Juiz de Direito, no Poder Judiciário, é julgar os conflitos;

� O papel do Deputado, no Poder Legislativo, é apresentar propostas e

elaborar Leis;

� O papel do Governo, no Poder Executivo, é executar, administrar os

recursos públicos.

Os Poderes são independentes e harmônicos entre si.

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Manual de Sobrevivência Policial

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1. Homenagem Especial

Aos policiais mortos em defesa da sociedade, o reconhecimento e a saudade

de todos os companheiros de profissão.

Que o exemplo desses heróis sensibilize todos os cidadãos para que passem

a valorizar os únicos profissionais que arriscam suas vidas para preservar

outras.

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Deputado Estadual Capitão Tadeu

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2. Para Reflexão de Todos

A segurança dos policiais é de responsabilidade:

•••• Do governo;

Que deve investir em salários, treinamento, aumento de efetivo e aquisição de

equipamentos de proteção individual.

•••• Da Secretaria de Segurança Pública;

Que deve ter ações mais efetivas na prevenção e no combate às ações

criminosas. A violência contra o policial é fruto, também, do crescimento da

violência em geral.

•••• Dos comandantes, chefes e superiores;

Que devem se preocupar com a segurança de seus subordinados, instruindo-

os e apoiando-os, enfim, zelando pela vida dos seus policiais.

Os comandantes, chefes e superiores não podem dar ordens que exponham

a vida dos seus comandados, como por exemplo, escalar policiais isolados

em módulos, postos, delegacias e viaturas. Em caso de morte de policiais,

nessas circunstâncias, os chefes também são culpados, pois a desculpa de

falta de efetivo não justifica o sacrifício da vida desses profissionais.

•••• Dos próprios policiais;

Que devem ser cautelosos e precavidos durante as diligências, de modo a

evitar falhas fatais durante o serviço.

Concluindo: este estudo propositivo é destinado à reflexão de todos aqueles

que têm responsabilidade pela segurança dos profissionais que zelam pela

segurança da sociedade.

Esperamos, com este trabalho, que todos possam refletir e mudar os

comportamentos que têm sidos nocivos à segurança dos policiais.

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Manual de Sobrevivência Policial

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3. Introdução

A violência é um fenômeno social que cresce vertiginosamente, em todos os

cantos do Brasil. Na Bahia, não é diferente. Todos os cidadãos sentem-se

inseguros, até mesmo os policiais civis e militares.

As estatísticas de violência contra os policiais também têm crescido. Pode-se

dizer que o risco dos policiais é inerente à função. O risco é previsível,

realmente, mas esse “risco próprio da profissão” não deve ser potencializado

pela falta de investimentos na estrutura do aparato policial. Em outras

palavras: o risco da função policial não pode ser aumentado pelo próprio

Estado.

Após inúmeros debates e discussões pela internet e em Audiência Pública, na

Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembléia

Legislativa, elaboramos as propostas a seguir, como contribuição do Poder

Legislativo para a resolução de parte desse grave problema, que é a violência

contra o policial.

Sabemos também que é grave a violência contra os demais cidadãos e por

isso nos preocupamos, apresentando propostas de políticas públicas para a

Segurança Pública, mas a questão da violência contra os policiais tem um

significado simbólico diferenciado, visto que, sem segurança própria, os

policiais não podem oferecer segurança à sociedade.

Por dever de justiça e merecimento, todas as questões estudadas e propostas

aqui apresentadas devem ser estendidas aos policiais técnicos, agentes

penitenciários, agentes de trânsito, policiais rodoviários, policiais federais e

guardas municipais, que sofrem com os mesmos problemas, sendo que cada

categoria possui suas peculiaridades próprias.

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Deputado Estadual Capitão Tadeu

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4. Causas da Violência contra o Policial e Propostas de Prevenção

Causa 1: Baixos Salários

O baixo salário dos policiais obriga-os ao

exercício de atividades extras (“bicos”), o

que os torna vulneráveis. As estatísticas

demonstram que é no “bico” onde ocorre a

maior causa de violência contra o policial.

Outro aspecto é que após o “serviço extra”,

o policial recomeça sua jornada de trabalho

na polícia já cansado, com sono e sem

reflexo, expondo-o a um erro fatal.

Uma grave violência contra os

policiais é o desrespeito aos seus

direitos. É perigoso desrespeitar os

direitos de quem tem o dever de

garantir o direito dos outros.

Sabemos que, foram os governos

passados que desrespeitaram os

direitos dos policiais, mas o

governo atual deve resgatá-los de forma negociada.

São direitos ainda não respeitados dos policiais da ativa, reserva e reforma e

pensionistas:

•••• GAP IV e V;

•••• Diferença da GAP II para a GAP III;

•••• GAP para os inativos e pensionistas;

•••• Gratificação de Habilitação;

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Manual de Sobrevivência Policial

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•••• Periculosidade e Insalubridade;

•••• URV;

•••• Horas Extras;

•••• Subsídio e etc.

Propostas:

• Aumento salarial para que os policiais não precisem de “bico”;

• Pagamento da Gratificação de Periculosidade e Insalubridade;

Apesar do perigo que é a atividade policial, não se paga a gratificação de

periculosidade e insalubridade, o que é um grave equívoco, já que é um

direito previsto em lei.

• Pagamento de horas extras, como forma de aumentar o efetivo à

disposição da segurança da população e de afastar os policiais do

famigerado “bico”.

Causa 2: Despreparo Técnico

Muitos policiais morrem em combate com meliantes por falta de

condicionamento técnico de abordagem, perseguição, uso de armamento etc.

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Propostas:

• Melhoria dos cursos de formação;

• Implantação de cursos técnicos para aprimoramento e qualificação dos

policiais já formados;

A grande maioria dos policiais baianos passa praticamente toda sua vida

profissional sem um único curso de atualização.

• Treinamento de Defesa Pessoal.

A utilização de técnicas de defesa pessoal por parte dos policiais, além de

evitar a violência contra estes, evitará, também, a utilização de armas letais

desnecessariamente.

Causa 3: Roubo a Transporte Coletivo

São muitos os casos de policiais

mortos durante roubos a

transporte coletivo. A fácil

identificação de policiais no

interior dos ônibus, seja pela

farda, pelo corte de cabelo, pela

postura e jeito, os torna alvos

fáceis e indefesos.

Propostas:

• Programa de facilitação na aquisição de veículos automotores para os

policiais;

Como forma de evitar o deslocamento de policiais em ônibus, é importante

que o Governo facilite a compra de veículos por parte dos policiais.

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Manual de Sobrevivência Policial

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• Pagamento de Auxílio Transporte Urbano para o deslocamento do

policial entre sua residência e o local de trabalho;

A falta de auxílio transporte, que é um direito, obriga os policiais, em muitas

cidades, a transitarem fardados nos ônibus, o que aumenta o risco.

• Pagamento de Auxílio Transporte Intermunicipal para o deslocamento

do policial entre sua cidade/residência e sua cidade/trabalho;

Muitos policiais trabalham em uma cidade e residem em outra. O

deslocamento fardado, ou identificado com a carteira funcional, também

aumenta as chances de violência contra o policial.

• Oferecer a opção de o policial trabalhar o mais próximo possível de sua

residência, para diminuir as distâncias de deslocamento e,

conseqüentemente, o uso de ônibus;

• Oferecer transporte a todos os policiais que largarem o serviço após as

22h até a sua residência.

É um absurdo deixar que os policiais saiam do serviço após as 22h e fiquem

expostos nos pontos ou mesmo no interior de ônibus, onde são facilmente

identificados como policiais.

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Deputado Estadual Capitão Tadeu

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Causa 4: Efetivo Reduzido

O reduzido efetivo de policiais tem gerado um grave problema de segurança,

também, para os policiais.

Por esse motivo, temos delegacias/DPM's/postos/módulos com apenas um

policial. Cidades do interior com apenas um policial de plantão. Delegacias

com poucos policiais, custodiando presos perigosos.

Não podemos aceitar que a falta de investimentos em aumento de efetivo seja

suprida com a exposição da vida dos policiais.

Propostas:

• Aumento de efetivo por concurso público, por pagamento de horas extras,

etc.;

• Proibição de se escalar um único policial em

DPM/posto/módulo/delegacia/viatura. O ideal é de no mínimo três

profissionais;

Que se feche o posto/módulo/delegacia, mas não se permita o serviço com

apenas um policial;

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• Proibição de se escalar apenas um policial em qualquer serviço;

• Junção de Destacamento Policial Militar - DPM com Delegacias de Polícia

Civil, como forma de reforço recíproco em cidades pequenas.

A falta de efetivo não é justificativa para expor a vida dos policiais.

Causa 5: Equipamentos de Proteção Individual Vencidos e Insuficientes

Todo trabalhador tem direito a equipamentos de

proteção individual – EPI. Ninguém observa na

construção civil operários sem capacetes, botas

e luvas. A legislação trabalhista protege o

trabalhador e pune o empregador que se

descuidar dos equipamentos dos seus

trabalhadores.

Por que nas polícias é diferente? Por que

policiais são empregados em serviço sem

coletes balísticos, ou até mesmo com estes

equipamentos vencidos?

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Propostas:

• Aquisição de coletes balísticos para todos os policiais, como carga

pessoal;

• Aquisição de coletes reflexivos, para uso em situações necessárias à

melhor visualização do policial;

• Aquisição de protetores auriculares para a proteção auditiva dos

policiais em locais com grande barulho;

• Aquisição de luvas descartáveis para a proteção dos policiais nos casos

de prestação de socorro;

• Aquisição de armas de fogo para porte individual e permanente de

todos os policiais;

É inconcebível que um policial tenha que devolver a arma após o serviço e

retornar para casa desarmado. É inaceitável que os policiais só possam

adquirir e ter o porte de arma após três anos de serviço. Qual a diferença, em

termos de segurança, entre um policial recém formado e outro com três anos

de serviço? O risco não é o mesmo? Os policiais recém formados também

devem ter o direito ao porte de arma, pois correm os mesmos riscos que os

veteranos.

• Melhoria do sistema de comunicação;

A falha no serviço de comunicação tem

deixado vulneráveis muitos policiais.

• Aquisição de viaturas em número

suficiente.

A falta de viaturas é outro problema que

afeta a segurança dos policiais. Existem

situações em que prefeituras municipais e

empresas alugam veículos e emprestam à

PM para o serviço de policiamento ostensivo.

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Manual de Sobrevivência Policial

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Esse fato é grave porque esses veículos não são ostensivamente

caracterizados e expõem a vida dos profissionais durante as abordagens.

Imagine ocupantes de um automóvel comum se aproximando de outro

automóvel com sinais para que parem?

Causa 6: Vizinhança Hostil

É grave a questão da moradia dos policiais que, muitas vezes, são obrigados

a morar na vizinhança de pessoas ligadas ao crime.

Como sair para o trabalho, sabendo que seus filhos e esposas estão

expostos? Como voltar para sua residência, sabendo que tem vizinhos hostis?

Proposta:

• Financiamento subsidiado de imóveis, preferencialmente, em conjuntos

residenciais específicos.

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Causa 7: Vulnerabilidade dos Módulos / Postos / Delegacias / Quartéis

Os Módulos/Postos/Delegacias devem ser construídos de forma a garantir

mais proteção aos policiais.

É fácil observamos módulos policiais e delegacias com fachada de vidro,

como verdadeiras vitrines, onde a exposição dos policiais é perigosa.

Propostas:

• Reformar os Módulos/Postos/Delegacias que estejam expondo

demasiadamente a segurança dos policiais;

• Implantar armários individuais nos postos / módulos / delegacias /

quartéis para acondicionamento de fardas, de modo a evitar que os

policiais transitem fardados ou com a farda em mochilas.

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Causa 8: Carga Horária de Trabalho Exaustiva

Existem escalas de serviço nas polícias que, além de ilegais, exaurem a

capacidade física dos policiais, o que os deixa cansados, sem reflexos e,

portanto, vulneráveis.

Proposta:

• Realizar estudos para rever as escalas de serviço, de modo que não

seja um item a agravar a segurança dos policiais.

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Causa 9: Falta de Diálogo entre os Escalões de CMDº e de Execução

As operações e ações policiais são planejadas sem a participação dos

policiais que têm experiência de execução. Não raro são tomadas decisões e

emanadas ordens que colocam a vida de policiais em risco.

Propostas:

• Participação maior de policiais no planejamento das polícias, de modo

que se alargue o horizonte de visualização das alternativas e

possibilidades de ocorrências que possam expor a vida dos policiais;

• Implantação de Ouvidoria Interna Independente, para possibilitar que os

policiais possam expressar melhor suas opiniões e sugestões;

• Implantação de Comissões de Respeito aos Direitos Humanos nas

polícias.

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Manual de Sobrevivência Policial

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Causa 10: Violência Judicial contra os Policiais

Parte do Poder Judiciário e do Ministério

Público tem tido um comportamento

preconceituoso, ilegal e inconstitucional em

relação dos policiais. Vários são os

policiais que estão presos por ordem

judicial, por vários anos, sem uma

sentença condenatória, alguns até sem ao

menos terem sido ouvidos pela justiça.

Os criminosos têm direito à ampla defesa e

ao respeito ao Princípio Jurídico da

Presunção da Inocência, os policiais não!

Antes de uma condenação, corta-se cerca de 80% do salário dos policiais.

Isso é injusto!

Antes de uma condenação, suspende-se a promoção de policiais. Isso é

inconstitucional.

Propostas:

• Aplicação da Lei por parte dos Juízes e Promotores de Justiça, para

garantir aos policiais os Princípios da Ampla Defesa e da Presunção de

Inocência;

• Garantia aos policiais presos da progressão do regime e demais direitos

previstos na Lei de Execução Penal;

• Garantia de pagamento da GAP aos policiais presos;

• Garantia de promoção por antiguidade aos policiais processados, antes

de ser julgado.

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Deputado Estadual Capitão Tadeu

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Causa 11: Violência à Saúde dos Policiais

A atividade policial exige o contato físico de policiais com pessoas

desconhecidas. Muitos adquirem doenças em virtude desse contato.

Proposta:

• Estabelecer um programa de vacinação a todos os policiais, de modo a

evitar a contaminação desses profissionais;

• Melhoria do serviço oferecido pelo PLANSERV tanto na capital quanto

no interior do Estado;

• Reabertura do hospital da Polícia Militar para melhor atender os

policiais;

• Aquisição de ambulâncias para as unidades operacionais para o

transporte de policiais feridos e doentes;

• Kit de primeiros socorros com luvas descartáveis nas

viaturas/postos/módulos/delegacias;

• Melhoria do serviço odontológico, inclusive no interior do Estado.

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5. Outras Propostas Para a Segurança do Policial

• Implantação de Delegacia Especializada no combate à violência contra

policiais;

Existe Delegacia do Idoso, da Mulher, do Consumidor, porque não criarmos

uma especializada em investigar a violência contra os policiais?

• Criação de uma força tarefa permanente para, dentro da lei, reprimir a

violência contra os policiais;

A falta de resposta do Poder Público diante de um assassinato de policial

serve de estímulo para ações mais ousadas dos meliantes.

• Alteração do Código Penal para acrescentar como causa agravante, a

violência contra policial;

É agravante a violência contra idosos e menores. Por que não ser com

relação à violência contra o policial?

• Implantação de dispositivo que avise ao policial autor de prisão, quando

o preso for posto em liberdade;

Muitos policiais são assassinados por vingança. Justo, pois, essa medida de

precaução.

• Implementação de um Fundo de Recompensa para quem fornecer

informações que identifique autores de violência contra policiais;

• Redução de ICMS na aquisição, por parte dos policiais, de arma,

munição e colete balístico, como forma de facilitar a segurança dos

mesmos;

• Não divulgar a estatística de assassinatos de policiais, para não servir

de estímulo a outros delinqüentes;

• Investimento governamental nos clubes sociais dos policiais, como

estímulo ao lazer em família, fora de locais de risco para os mesmos;

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• Aquisição de viaturas mais espaçosas internamente;

Viaturas tipo Parati, entre outras do gênero, por possuírem espaços internos

pequenos, dificultam o desembarque rápido dos policiais em caso de

necessidade, o que é um risco a mais.

• Rodízio maior entre os pontos base das viaturas;

O tempo muito prolongado de permanência da viatura em uma mesma base,

cansa a mente dos policiais, tornando-os desatentos, o que é um risco

desnecessário.

• Cerimônia de enterro de policial morto em serviço com uso de veículo

do Corpo de Bombeiros.

Essa é uma justa homenagem aos policiais mortos em defesa da sociedade,

visto que artistas, atletas e políticos têm essa homenagem, às vezes, sem

merecer.

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Manual de Sobrevivência Policial

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6. Recomendações Úteis para a Segurança do Policial

1. Em casa, deixe sua arma em local de difícil acesso, em prol da

segurança dos seus familiares. Evite ostentá-las para não criar na

cabeça dos seus filhos a idéia de que as armas são brinquedos.

2. Evite freqüentar lugares potencialmente perigosos para policiais, como

bares com fregueses suspeitos;

3. Sente-se em bares e restaurantes sempre de frente para a entrada e de

costas para paredes;

4. Não queira ser o “xerife” de sua rua. Quando solicitado por um vizinho,

acione seus colegas de serviço;

5. Não falte ou chegue atrasado ao serviço, pois isso expõe seu colega,

que fica sozinho diante de sua falta ou atraso;

6. Não seja violento, pois violência gera violência. A vingança é sempre

traiçoeira. Lembre-se: os “valentões” são sempre assassinados por

fracos covardes;

7. Não deixe sua farda exposta aos vizinhos após a lavagem. Não faça

“propaganda” de sua condição policial. Não exiba sua arma

desnecessariamente;

8. Não deixe no interior do seu veículo nenhum indício que o identifique

como policial. Guarde sempre sua cédula de identidade funcional em

local de difícil visualização;

9. Não reaja a assaltos. Não tente impedir assaltos a ônibus ou outros

estabelecimentos, salvo se você estiver em serviço. Lembre-se: em todo

assalto, sempre tem o “segurança” ou o “olheiro” do assaltante;

10. Busque aprimorar seus conhecimentos técnicos. Aprimore suas técnicas

de abordagem e tiro de defesa;

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11. Denuncie à Comissão de Direitos Humanos a falta de arma, munição e

colete balístico e o uso de coletes vencidos. Hoje, a Comissão de

Direitos Humanos da Assembléia Legislativa adotou o lema: “Direitos

Humanos para Todos”;

12. Cobre a correta manutenção de sua arma. Ela é seu instrumento de

trabalho e por isso não pode falhar;

13. Cobre treinamento de tiro e abordagem, pois são fundamentais para a

sua segurança;

14. Seja cauteloso nas diligências. Nunca subestime os suspeitos, mesmo

que tenha superioridade numérica de policiais e de armamento. Se

precisar, solicite reforço;

15. Não efetue diligência sozinho, por mais segura que possa parecer. Deixe

a central sempre avisada das suas diligências, pois em caso de

necessidade ela saberá para onde mandar reforços;

16. Convença seu comandante/chefe imediato a não lhe escalar sozinho em

módulo, posto, delegacia, viatura ou qualquer serviço. Se ele insistir,

denuncie à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa da

Bahia. É a sua vida que está em risco. Tenha certeza que a Comissão de

Direitos Humanos levará a sua denúncia até o Governador.

O policial jurou

defender a sociedade

com risco da própria

vida. Isso não quer

dizer, porém, que ele

tenha que se

submeter a situações

de grande risco.

Page 23: Manual de Sobrevivência Policial

Manual de Sobrevivência Policial

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7. A Violência do Preconceito Contra a Classe Policial

Qualquer forma de discriminação é inaceitável. É abominável o preconceito

contra pobres, negros, homossexuais e etc. Todavia, existe um forte

preconceito contra os policiais que é desconhecido da sociedade.

Assim como repudiamos o preconceito contra as minorias, não podemos

aceitá-lo contra os policiais. É verdade que existem maus policiais, como

também existem maus advogados, médicos, jornalistas, políticos e etc. Por

isso, a generalização é preocupante e se agrava quando parte de pessoas

que deveriam ser esclarecidas.

Temos observado professora universitária, vereadora de Salvador e

jornalistas com acusações levianas contra toda uma classe de profissionais

da segurança pública. Isso é perigoso por que ao se generalizar a

discriminação, desvaloriza-se uma profissão e, no caso da polícia, a

sociedade perde com o desânimo desses profissionais.

Proposta:

• Campanhas de esclarecimento e de conscientização da população

acerca do papel dos policiais e das ações positivas desses

profissionais, de forma a tornar do conhecimento público o valor dos

policiais.

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Deputado Estadual Capitão Tadeu

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8. Posicionamentos do Capitão Tadeu Acerca do Preconceito Contra os Policiais

Protestando Contra as Agressões Perpetradas Pela Vereadora Olívia Santana Contra os Policiais em 21/02/08

O Sr. CAPITÃO TADEU:- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srªs Deputadas,

funcionários, povo baiano, no jornal A Tarde de hoje há uma declaração da

vereadora Olívia Santana, atribuindo algumas mortes de pessoas na Cidade

do Salvador a policiais que estão boicotando o governador Jaques Wagner.

Senhores, está escrito no jornal A Tarde que a vereadora Olívia Santana está

dizendo que policiais estão matando pessoas inocentes para boicotar o

governador Jaques Wagner.

Esta Casa não pode silenciar perante essa grave acusação, principalmente

porque se a vereadora Olívia Santana fez uma declaração dessa deve ter

provas de que a motivação das mortes em Salvador é política. E o governador

Jaques Wagner tem que tomar uma providência drástica com relação a isso.

Se policiais estão matando por motivação política, o governo está sem

controle. O governador tem que determinar à Secretaria da Segurança

Pública que convoque a vereadora Olívia Santana para mostrar as provas da

motivação política dessas mortes. A vereadora Olívia Santana é da base do

governador, por isso deve colaborar com as investigações, mostrando as

provas de que os assassinatos têm motivação política.

Caso a vereadora Olívia Santana tenha razão, estaríamos tendo, deputado

Gildásio Penedo, um retrocesso imenso no nível de civilidade da nossa

sociedade. A vereadora disse que policiais estão matando pessoas inocentes

por motivações políticas. (...) Não podemos imaginar que em um governo

democrático, e nosso, isso tenha voltado a acontecer: pessoas inocentes

mortas por motivação política, por boicote ao governador Jaques Wagner.

O governo do Estado deve convocar essa vereadora para apresentar as

provas, porque se a vereadora Olívia Santana não mostrar qualquer prova

estará demonstrando que é irresponsável, que não é digna de exercer o cargo

Page 25: Manual de Sobrevivência Policial

Manual de Sobrevivência Policial

24

público de vereadora de Salvador, muito menos pretender ser prefeita da

capital baiana. Quem faz uma declaração dessa ou prova o que está falando,

e dá uma grande contribuição à democracia, a nossa sociedade ou tem que

ser banido da vida pública por irresponsabilidade.

Dizer que policiais estão matando por motivo político, em plena era

democrática, é uma acusação grave contra o governo Jaques Wagner...

O Sr. Heraldo Rocha:- (fora do microfone) Está no jornal A Tarde?

O Sr. CAPITÃO TADEU:- Está em A Tarde, de hoje, na coluna Tempo

Presente. Já mandei uma correspondência ao referido jornal pedindo que a

vereadora apresente as provas do que afirmou. Vou requerer ao governador

uma apuração sobre esse fato para que ela prove, porque a acusação é muito

grave. (...) O governador tem que apurar isso, pois precisa dar uma resposta à

sociedade. Pelo que disse e pelo grau de responsabilidade do cargo que

exerce, a vereadora Olívia Santana tem que ser responsabilizada, no mínimo

provando o que disse, para que não se crie um pânico em nossa sociedade e

essa não pense que em nosso governo está havendo um retrocesso. A

imagem dos policiais da Bahia precisa ser ou preservada pela

irresponsabilidade da vereadora ou responsabilizada, caso seja verdadeira.

O Sr. Paulo Rangel:- V. Exª me permite um aparte?

O Sr. CAPITÃO TADEU:- Pois não, deputado.

O Sr. Paulo Rangel:- Deputado Capitão Tadeu, neste momento, quero

lamentar o fato de nossa companheira de luta Olívia Santana dar uma

declaração infeliz como essa. Acredito até que tenha sido um equívoco, e ela

deve pedir desculpas à tropa.

Quero me solidarizar com os policias militares da Bahia, tendo a convicção de

que não existe nenhum tipo de prática que não esteja contida dentro daquilo

que se prevê no comportamento da polícia ocasionada por discordâncias

políticas relacionadas com o governo Wagner.

Quero parabenizá-lo pelo discurso, pela coerência, até porque sei que, por ser

representante desse segmento, V. Exª sente no fundo do coração essa

injustiça cometida.

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Deputado Estadual Capitão Tadeu

25

Era isso que tinha a dizer, deputado Capitão Tadeu, e agradeço o aparte que

me foi concedido por V. Exª..

O Sr. CAPITÃO TADEU:- Incorporo o aparte de V.Exª.

Para concluir, quero dizer que, na polícia baiana, existem erros, equívocos,

tudo isso pela falta de investimento em treinamento, equipamento, estrutura

policial. Mas não admito, não aceito e repudio veementemente que um ser

humano, policial ou civil, seja capaz de matar uma pessoa inocente somente

para provocar o governador. Não posso conceber que o ser humano chegue a

esse ponto.

Acima de tudo, saio em defesa do ser humano, do cidadão, do servidor

público, dos policiais baianos. Repudio veementemente essa declaração, na

medida em que ela é, se não provada, leviana, irresponsável e indigna para

uma autoridade do município de Salvador.

Quero conclamar a Bancada do PCdoB nesta Casa, que é composta por

deputados dignos, corretos e sensatos, a se manifestar. O governo Jaques

Wagner está patrocinando, por motivações políticas, atrocidades contra o

cidadão?

Fica essa pergunta para a Bancada do PCdoB responder. E que Deus nos

proteja para não termos em Salvador uma prefeita irresponsável.

Muito obrigado. (Não foi revisto pelo orador.)

Posicionamento do Capitão Tadeu em Resposta à Agressão Praticada por uma Professora Universitária Contra os Policiais em 27/08/08

Caros Companheiros,

Enojado com as declarações da "Professora" Dulce Aquino, "Diretora" da

Faculdade de Dança da UFBA, que chamou os policiais militares de "animais",

registrei o meu eterno repúdio à referida "diretora", em pronunciamento na

Assembléia Legislativa, em 27/08/2008.

A seguir, o meu pronunciamento:

Page 27: Manual de Sobrevivência Policial

Manual de Sobrevivência Policial

26

Pronunciamento

O Sr. CAPITÃO TADEU:- Sr. Presidente, Srs. Deputados e Deputadas,

estudantes aqui presentes nesta Assembléia Legislativa, sejam bem vindos

nesta visita ao Poder Legislativo. Tenho certeza que a presença de vocês é

importante para conhecer o processo do Poder Legislativo, como funciona a

política aqui na Bahia. Parabéns e voltem sempre. Aos professores, parabéns

pela iniciativa.

..., senhores, gostaria também de aproveitar este momento para fazer um

registro negativo com relação a nossa Universidade Federal da Bahia: a

questão da violência dentro dos limites da Universidade Federal da Bahia tem

sido motivo de debates nos últimos dias na Bahia inteira e a Assembléia

Legislativa não poderia deixar de comentar isso.

Primeiro, gostaria de dizer que acho estranho os estudantes não quererem a

presença da Polícia Militar dentro dos limites da Universidade Federal para

fazer a segurança. Os estudantes preferem o estupro, o assalto, a morte à

presença de policiais militares.

É estranho porque percebemos a sociedade inteira clamando e solicitando a

presença da Polícia Militar nas ruas e em todos os cantos. Há uma briga em

cada município, em cada bairro, em cada rua pela presença de policias

militares e o governo com dificuldades para atender todos os pedidos; o

comando com dificuldades para atender todos os pedidos. E, exatamente

dentro da Universidade Federal, o único local, única instituição onde os seus

integrantes não querem a presença da Polícia Militar.

É estranho! E se eles pudessem dar uma resposta, mas uma resposta

educada, uma resposta civilizada, não uma resposta como a que foi dada pela

diretora da Faculdade de Dança da Universidade Federal, a senhora Dulce

Aquino, que disse não querer a presença dos policiais militares porque eles

agem como animais. A esta altura eu fico em dúvida de saber quem é animal

nessa história. Uma professora universitária, que fez concurso público, que

trabalha com artes, com cultura, se referir a 30 mil profissionais como

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Deputado Estadual Capitão Tadeu

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animais?! Fico na dúvida se essa professora Dulce Aquino realmente passou

em um concurso público e se tem sensibilidade artística, tendo em vista que

qualificou 30 mil policiais como animais.

A resposta dessa professora foi animalesca, ela não tem o mínimo senso de

responsabilidade, de compromisso com os direitos humanos. Será que todos

os 30 mil policiais são despreparados? Será que todos eles são animais?

Acho que a Universidade Federal deveria repensar os critérios de seleção dos

seus professores, porque a professora Dulce Aquino, ao se referir

publicamente a 30 mil policiais como animais, está tendo uma posição

animalesca. Ela não pode formar nossa juventude universitária com um

pensamento desse. Se existem maus policiais, que eles sejam denunciados.

Mas ela generalizou e agrediu toda uma instituição, todo o conjunto de 30 mil

policiais, quando a sociedade inteira clama pela presença deles.

Hoje em dia, diante da gravidade da violência, o profissional mais escasso e

mais solicitado pelo povo é o policial militar. E vem essa professora Dulce

Aquino, numa atitude animalesca, e diz que não quer a presença dos policiais

na UFBA porque existem 30 mil animais na PM.

Fica aqui o meu eterno repúdio a essa professora Dulce Aquino, porque ela

não pode ter um comportamento desse; ela, com esse pensamento, não é

digna para educar os nossos jovens, para formar profissionais. Parece que ela

não tem a menor sensibilidade, ao menos artística, para ser diretora dessa

faculdade.

Ela prefere a morte e o estupro de jovens à presença da Polícia Militar! E isso

quando toda a sociedade baiana pede a presença de policiais militares nas

ruas da cidade. Essa professora deve ter algum trauma, algum problema,

deve estar querendo se esconder dos policiais militares. Só pode ser isso. Ela

deve ter alguma coisa a esconder para ter esse medo dos policiais. Então,

professora Dulce Aquino, venha a público responder qual o medo que a

senhora tem dos PMs. Por acaso algum policial já a agrediu? Os 30 mil

policiais já agrediram a senhora?

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Manual de Sobrevivência Policial

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Isso deve ser investigado. Essa professora Dulce Aquino, diretora da

Faculdade de Dança, deve estar escondendo algo muito grave da Justiça

baiana. Por que ela quer ficar distante dos policiais? É o que podemos

considerar diante desse pensamento animalesco de uma diretora de escola.

Ela não tem o mínimo de respeito e de sensibilidade em relação aos

profissionais da Segurança Pública, aos cidadãos policiais, que são pais de

família, avós, maridos, esposos, esposas, enfim, pessoas que fazem parte da

sociedade. Muitos desses policiais militares que foram agredidos por essa

diretora também são universitários; alguns ensinam na Universidade.

Essa professora Dulce Aquino, que não tem a mínima sensibilidade nem

nenhuma condição de ser professora universitária, não pode formar os nossos

universitários. Fico com pena, hoje, dos alunos da Faculdade de Dança da

Universidade Federal por estarem tendo sua formação com uma professora

tão retrógrada, com um pensamento tão animalesco.

Desculpem-me, senhores, mas é lamentável vermos o dinheiro público ser

usado para pagar o salário de uma professora que tem um comportamento

dessa natureza.

Muito obrigado a todos. Espero que a Polícia investigue as verdadeiras razões

que levaram essa professora a querer essa distância. Ela teme possivelmente

porque deve muito à Justiça para querer manter os policiais distantes dela.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Capitão Tadeu Fernandes

Deputado Membro Titular da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública

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Deputado Estadual Capitão Tadeu

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9. Conclusão

A prevenção e o combate à violência contra os policiais são questões de

honra para o Estado, que não pode se omitir, sob pena de enfraquecer o

poder oficial e fortalecer o poder marginal.

Ao Poder Legislativo, através dos seus deputados, cabe o papel de propor

políticas públicas para a resolução dos problemas. A Comissão de Direitos

Humanos da Assembléia Legislativa, nesta gestão, tem demonstrado o seu

verdadeiro papel, o de buscar o respeito aos Direitos Humanos de todos os

cidadãos, inclusive, dos policiais e de familiares de vítimas da violência.

Adotamos o lema: Direitos Humanos para todos!

Este estudo propositivo é fruto de um intenso debate envolvendo os policiais e

as Associações de Oficiais e de Praças, portanto, possui a legitimidade

necessária para respaldar as ações dos Poderes Constituídos e das

Autoridades Públicas. Cabe a mim, agora, enquanto parlamentar, apresentar

as propostas e cobrar soluções.

Salvador/BA, 24 de setembro de 2008.

Capitão Tadeu Fernandes

Deputado Estadual - PSB

Membro Titular da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública

Agradecimentos Especiais

� Aos Deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa;

� Às Associações de Oficiais e Praças da Polícia Militar da Bahia, que participaram

dos debates, com críticas, sugestões e propostas;

� Aos policiais, que contribuíram com sugestões, críticas e propostas;

� Ao Sargento Hamilton, pelo talento esboçado nas ilustrações deste trabalho.

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