manual de invent a rio edixo 2007

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Ministrio de Minas e EnergiaSecretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico

Manual de Inventrio Hidroeltrico de Bacias Hidrogrficasedio 2007

Ministrio de Minas e EnergiaSecretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico

Manual de Inventrio Hidroeltrico de Bacias Hidrogrcasedio 2007

Ministrio de Minas e Energia MME

Centro de Pesquisas de Energia Eltrica CEPEL

Ministro Nelson Jos Hubner Moreira (interino) Secretrio de Planejamento e Desenvolvimento Energtico Mrcio Pereira Zimmermann Diretor do Departamento de Planejamento Energtico Iran de Oliveira PintoMinistrio de Minas e Energia Esplanada dos Ministrios Bloco U 5 andar 70065-900 Braslia DF Tel (55 61) 3319-5299 Fax (55 61) 3319-5067 www.mme.gov.br

Diretor Geral Joo Lizardo Rodrigues Hermes de Arajo Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento Albert Cordeiro Geber de Melo Diretor de Gesto e Infra-estrutura Jorge Nunes de Oliveira Chefe do Departamento de Otimizao Energtica e Meio Ambiente Maria Elvira Pieiro MaceiraCentro de Pesquisas de Energia Eltrica CEPEL Av Horcio Macedo, 354 Cidade Universitria CEP21941-598 Rio de Janeiro RJ Tel (55 21)2598-6000 Fax (55 21) 2260-1340 www.cepel.br

Estal Energy Sector Technical Assistance Loan Gerente do projeto ESTAL Jos Carlos Gomes Costa Gerente de Cooperao Estevo Nunes da Cunha

APRESENTAOA publicao deste Manual de Inventrio Hidreltrico de Bacias Hidrogrcas se insere no contexto da retomada da atividade de planejamento, como funo de governo, pelo Ministrio de Minas e EnergiaMME, enquanto responsvel pela concepo e implementao de polticas para o Setor Energtico, em consonncia com as diretrizes do Conselho Nacional de Polticas Energticas (CNPE). Este manual representa uma reviso e uma atualizao do manual anterior, publicado em 1997, pela ELETROBRS. Na sua elaborao, foram consideradas a experincia nacional no campo dos inventrios hidreltricos de bacias hidrogrcas e as mudanas ocorridas, nestes ltimos dez anos, no Setor Eltrico brasileiro, particularmente nas reas da legislao, do meio ambiente, dos recursos hdricos e dos aspectos institucionais. O MME iniciou o processo de reviso do Manual em 2004, culminando com a contratao do Centro de Pesquisas de Energia Eltrica (CEPEL) para a sua coordenao e consolidao, sob superviso deste Ministrio, e contou ainda com o apoio do Banco Mundial, por meio do Projeto ESTAL Energy Sector Technical Assistance Loan. Para a realizao das atividades foi constitudo um Grupo de Trabalho, com a participao de tcnicos de diversas empresas com experincia em realizao de inventrios e de representantes de Associaes de Classe. Um aspecto relevante incorporado no Manual foi a Avaliao Ambiental Integrada dentro do conceito do desenvolvimento sustentvel. Outro aspecto importante foi a considerao dos usos mltiplos da gua conforme o Plano Nacional de Recursos Hdricos (PNRH). Assim, com satisfao que o MME coloca disposio dos agentes do setor de energia eltrica o novo Manual de Inventrio Hidreltrico de Bacias Hidrogrcas, um instrumento atualizado, que incorpora avanos conceituais, metodolgicos e tcnicos ocorridos no Brasil e no mbito internacional, no campo da avaliao dos recursos hidreltricos. Este Manual ser de grande utilidade para os estudos do aproveitamento do potencial hidreltrico nacional, fonte primria de grande importncia para o atendimento dos requisitos de energia eltrica do pas nos horizontes de mdio e longo prazos, conforme preconizado pelo Plano Nacional de Energia 2030. Finalizando, o MME agradece publicamente a colaborao recebida de todas as instituies que participaram deste processo e que no mediram esforos ao colocar a servio deste trabalho os melhores tcnicos, representativos da reconhecida competncia brasileira em estudos e projetos de aproveitamentos hidreltricos. Braslia, dezembro de 2007 Nelson Jos Hubner Moreira Ministro de Estado, Interino, de Minas e Energia

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Coordenao Executiva Ministrio de Minas e Energia MME Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico SPE Coordenao Geral Mrcio Pereira Zimmermann Coordenao Executiva Iran de Oliveira Pinto Equipe Tcnica Altino Ventura Filho (consultor) Andra Figueiredo Artur Costa Steiner Eduardo de F. Madeira Iran de Oliveira Pinto John Denys Cadman (consultor) Luiz Antonio Medeiros da Silva Willian Rimet Muniz

Secretaria Executiva Centro de Pesquisas de Energia Eltrica CEPEL Coordenao Geral Albert Cordeiro Geber de Melo Coordenao Tcnica Fernanda da Serra Costa Equipe Tcnica Alexandre Mollica Medeiros Denise Ferreira de Matos Fernanda da Serra Costa Fernando Campelo Cavalcanti (consultor) Igor Pinheiro Raupp Jorge Machado Damzio Ktia Cristina Garcia Luciana Rocha Leal da Paz Maria Elvira Pieiro Maceira Paulo Cesar Pires Menezes Roberto Pereira D Arajo (consultor) Silvia Helena Menezes Pires

CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

Brasil. Ministrio de Minas e Energia Manual de Inventrio Hidroeltrico de Bacias Hidrogrcas / Ministrio de Minas e Energia, CEPEL. Rio de Janeiro : E-papers, 2007. 684p. : il. Apndices Anexos Inclui bibliograa ISBN 978-85-7650-137-4 1. Hidroeletricidade. 2. Energia eltrica. 3. Bacias hidrogrcas. I. Centro de Pesquisas de Energia Eltrica (Brasil). II. Ttulo. 07-4372. CDD 621.3 CDU 621.3

MANUAL DE INVENTRIO HIDROELTRICO DE BACIAS HIDROGRFICAS

GRUPO DE TRABALHOEste Manual fruto de uma reviso que se iniciou em 2005 com a contratao do Centro de Pesquisas de Energia Eltrica CEPEL pelo Ministrio de Minas e Energia atravs do projeto ESTAL (Projeto de Assistncia Tcnica ao Setor Eltrico) do Banco Mundial. Esta reviso teve com base o Manual Inventrio de 1997 (ELETROBRS). Para apoiar a reviso foi constitudo um Grupo de Trabalho, formado por um Grupo Ncleo, um Executivo e um Consultivo. Fizeram parte do Grupo Ncleo o Ministrio de Minas e Energia MME (Coordenador), o Centro de Pesquisas de Energia Eltrica CEPEL (Secretaria Executiva), a Centrais Eltricas Brasileiras S.A. Eletrobrs e a Empresa de Pesquisa Energtica EPE. O objetivo deste grupo foi auxiliar o Ministrio nas tomadas de deciso. Para a anlise do Manual de 1997 e proposio de aprimoramentos foi constitudo o Grupo Executivo, subdividido em cinco subgrupos temticos: Institucional, Estudos de Engenharia, Estudos Energticos, Estudos de Recursos Hdricos e Estudos Socioambientais. Participaram destes subgrupos tcnicos de diversas empresas do Setor Eltricos com experincia em estudos de Inventrio, da Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL, do Ministrio do Meio Ambiente MMA, da Agncia Nacional de guas ANA e de outros rgos relacionados ao meio ambiente e recursos hdricos. O Grupo Consultivo foi constitudo com o objetivo de obter contribuies das associaes de classe, universidades e consultores especializados em Estudos de Inventrio.

Lista de Participantes do Grupo de TrabalhoCoordenao Geral

Mrcio Pereira Zimmermann SPE/MMEGrupo Ncleo Ministrio de Minas e Energia MME (Coordenao Executiva)

Iran de Oliveira PintoCentro de Pesquisas de Energia Eltrica CEPEL (Secretaria Executiva)

Albert Cordeiro Geber de Melo Maria Elvira Pieiro Maceira Fernanda da Serra Costa (Coordenao Tcnica)Centrais Eltricas Brasileira S.A. Eletrobrs

Renata Leite Falco Rogrio N. MundimEmpresa de Pesquisa Energtica EPE

Jos Carlos Miranda Ricardo Furtado

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MANUAL DE INVENTRIO HIDROELTRICO DE BACIAS HIDROGRFICAS

Grupo Executivo

MME Altino Ventura Filho* MME Eduardo de F. Madeira MME Estevo Nunes da Cunha MME Iran de Oliveira Pinto MME John Denys Cadman* CEPEL Fernanda da Serra Costa CEPEL Fernando Campelo Cavalcanti* CEPEL Jorge Machado Damzio CEPEL Maria Elvira P. Maceira CEPEL Roberto Pereira D' Arajo* CEPEL Silvia Helena M. Pires Eletrobrs Arlete Rodarte Neves Eletrobrs Jos Antonio Rosso Eletrobrs Maria Luiza Milazzo Eletrobrs Renata Leite Falco EPE Ricardo C. Furtado ANA Bolvar A. Matos ANEEL Rafael Jos T. Machado CEMIG Humberto Ribeiro Mendes Neto CESP Jean C. Negri CHESF Fabrcio A. Pinheiro COPEL Denise Arajo Vieira Krger COPEL Emilio Homann Gomes Junior ELETRONORTE Paulo Csar M. Domingues ELETROSUL Daniel Vieira de Almeida EMAE Teresa Mara A. Lana FURNAS Letcia Costa Manna MMA Maria Ceicilene Rgo (SQA) MMA Raquel Scalia Alves Ferreira (SRH)

ANEEL Carlos Martins Borges ANEEL Rafael Jos T. Machado ANEEL Mateus Machado Neves CEMIG Guilherme Comiti CEMIG Antnio Geraldo Carvalho CHESF Alberto Medeiros C. Lopes CHESF Jorge C.T.Cavalcanti CHESF -Ricardo Jos Barbosa de Souza COPEL Arnaldo Tomoki Kido COPEL Hlio Mitsui Sugai COPEL Roberto Seara ELETRONORTE Habib Sallum ELETRONORTE Hlio Costa Franco ELETRONORTE Nestor A. Mendes Pereira ELETROSUL Francisco Carlos Santos ELETROSUL Aniceto C. K. Pelka FURNAS Ademar de Brito Filho FURNAS Carlos Henrique O. da Rocha FURNAS Letcia Costa Manna FURNAS Vitor Manuel Marques dos Santos

Subgrupo de Estudos de Recursos Hdricos

Coordenador Arlete Rodarte (Eletrobrs) Participantes MME Eduardo de F. Madeira CEPEL Fernanda da Serra Costa CEPEL Fernando Campelo Cavalcanti* CEPEL Igor Pinheiro Raupp Eletrobrs Carlo Alberto B. Ferreira Eletrobrs Marcelo Jaques Martins EPE ngela Livino de Carvalho ANA Bolvar Antunes CEMIG Marcelo de Deus Melo CEMIG Valria Almeida Lopes de Faria CESP Regina Romanini CESP Sergio Zuculin CHESF Arquimedes Parente Paiva COPEL Homero Buba COPEL Marta Sugai COPEL Mauro C. Azevedo ELETRONORTE Luis Carlos Danilow ELETROSUL Diego Luis Tedesco Dandolini FURNAS Luiza Cristina Krau de Oliveira MMA Raquel Scalia

Subgrupo de Estudos de Engenharia

Coordenador Aurlio Vasconcelos (CHESF) Participantes MME John D. Cadman* CEPEL Igor Pinheiro Raupp CEPEL Paulo Cesar Pires Menezes Eletrobrs Cinconegui G. Fernandes Eletrobrs Jos Antonio Rosso Eletrobrs Rubens F. Borim Filho EPE Jos Oscar da Silva Moreira EPE Maria Regina Toledo EPE Marisa Moreira Marques EPE Paulo Roberto Amaro* Consultor

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MANUAL DE INVENTRIO HIDROELTRICO DE BACIAS HIDROGRFICAS

Subgrupo de Estudos Energticos

Coordenador Fernanda da Serra Costa (CEPEL) Participantes MME Altino Ventura Filho* MME Artur Costa Steiner CEPEL Ana Lucia Pimentel CEPEL Fernando Campelo Cavalcanti CEPEL Igor Pinheiro Raupp CEPEL Jorge Machado Damzio CEPEL Maria Elvira Pieiro Maceira CEPEL Roberto DAraujo* Eletrobrs Marcio Gomes Catharino Eletrobrs Renato Santos de Almeida EPE ngela Livino de Carvalho EPE Talita de Oliveira Porto ANA Alan Vaz Lopes ANEEL Rafael Jos T. Machado ANEEL Mateus Machado Neves CEMIG Aelton Marques de Faria CEMIG Osvaldo Costa Ramos CHESF- Fabrcio Arajo Pinheiro COPEL Leonardo Guilherme Hardt COPEL Wilson T. Pizzato ELETRONORTE Admir Martins Conti ELETRONORTE Mariana Sampaio Gontijo Vaz ELETRONORTE Paulo Cesar Magalhes Domingues ELETROSUL Ediu Campos ELETROSUL Julio Guido Signoretti Jr FURNAS Dimitri Guimares Aviles FURNAS Gilney Vilarim

EPE Flvia Pompeu Serran EPE Paulo Nascimento Teixeira EPE Ronaldo Cmara Cavalcanti ANA Marcelo Pires da Costa CEMIG Humberto R. Mendes Neto CEMIG Srgio Pacheco CHESF Ronaldo Juc CHESF Sheila de B. Moreira Melo COPEL Arilde Sutil G. Camargo COPEL Levy Aldo Brock ELETRONORTE Bruno L. Payolla ELETROSUL Breno Vielitz Neto FURNAS Mrcia Andrea de O. Mocelin IBAMA Alexandre Pollastrini MMA/SBF Joo Paulo Viana MMA/SECEX Lcia Regina Moreira Oliveira MMA/SQA Maria Ceicilene Rgo MMA/SQA Moema de S MMA/SQF Dilma Lcia Resende Carvalho

Subgrupo Institucional

Coordenador Altino Ventura Filho* (MME) Participantes MME Andra Figueiredo MME Willian Rimet Muniz CEPEL Fernanda da Serra Costa CEPEL Jorge Machado Damzio CEPEL Maria Elvira Pieiro Maceira CEPEL Roberto DArajo* Eletrobrs Maria Luiza Milazzo Eletrobrs Rogrio Neves Mundim EPE Mirian Regini Nuti EPE Ronaldo Cmara Cavalcanti ANEEL Rafael Jos T. Machado CEMIG Humberto Ribeiro Mendes Neto CESP Jean C. Negri COPEL -Carlos Fernando Bley Carneiro COPEL Denise Arajo Vieira Krger COPEL- Marta Sugai Eletronorte Hlio Costa de Barros Franco ELETROSUL Renato Cndido Quadros FURNAS Ktia Gisele Soares Matosinho FURNAS Elisa Diniz R. Vieira

Subgrupo de Estudos Socioambientais

Coordenador Ricardo Cavalcanti Furtado (EPE) Participantes MME Andra Figueiredo MME Luiz Antonio Medeiros da Silva CEPEL Alexandre Mollica Medeiros CEPEL Denise Ferreira de Matos CEPEL Jorge Machado Damzio CEPEL Ktia Cristina Garcia CEPEL Luciana Rocha Leal da Paz CEPEL Paulo Cesar Pires Menezes CEPEL Silvia Helena M. Pires Eletrobrs Daniella Feteira Soares Eletrobrs Mrcia Feitosa Garcia

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Grupo Consultivo

ABCE Pedro Jensen ABEMA Alexandrina S. de Moura ABEMA Isaura Fraga ABRAGE Joo Alberto Bernardes do Vale ABRH Afonso Henriques ABRH Jos Nilson Campos APINE Luiz Fernando Leone Vianna COPEL Mauro Cesar Azevedo COPEL Sergio Montenegro Kraemer CPFL Gerao de Energia S/A Alex de A. Germer CPFL Gerao de Energia S/A Reginaldo Almeida Medeiros CPFL Gerao de Energia S/A Robson H. Tanaka ELETRONORTE Isabela dos Reis Costalonga LIGHT Joo Vieira de Arajo Tractebel Energia S.A Jos Vicente Miranda Regina

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MANUAL DE INVENTRIO HIDROELTRICO DE BACIAS HIDROGRFICAS

SIGLASAgncia Nacional de guas Agncia Nacional de Energia Eltrica Associao Brasileira de Normas Tcnicas Avaliao Ambiental Distribuda Avaliao Ambiental Integrada Comisso de Cartograa/Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais Companhia Paranaense de Energia Confederao Nacional da Indstria Conselho Nacional de Cartograa Conselho Nacional de Recursos Hdricos Conselho Nacional do Meio Ambiente Custo Unitrio de Referncia Departamento de Estradas de Rodagem (estaduais) Departamento Nacional da Produo Mineral Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte Diretoria de Hidrograa e Navegao da Marinha do Brasil/Ministrio da Defesa Diretoria de Servio Geogrco do Exrcito Brasileiro/Ministrio da Defesa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Empresa de Pesquisa Energtica Energia Armazenada Residual Fundao Cultural Palmares (Ministrio da Cultura) Fundao Getlio Vargas Fundao Instituto Brasileiro de Geograa e Estatstica Fundao Nacional do ndio Imposto sobre Servios ndice de Desenvolvimento Humano ndice de Impacto Socioambiental Negativo da Alternativa sobre cada Componente-Sntese na rea de Estudo ndice de Impacto Socioambiental Negativo da Alternativa sobre o Sistema Ambiental ndice de Impacto Socioambiental Positivo de cada Alternativa de Diviso de Queda Relativo a cada Elemento ndice de Impactos Socioambiental Positivo da Alternativa sobre o Sistema Ambiental Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada Instituto de Pesquisas Antropolgicas do Rio de Janeiro Instituto do Patrimnio Histrico e Arqueolgico Nacional Instituto Internacional de Pesquisa e Responsabilidade Socioambiental Chico Mendes Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria Instituto Nacional de Meteorologia Instituto Nacional de Pesquisa Espacial Instituto Socioambiental ANA ANEEL ABNT AAD AAI COCAR CPRM COPEL CNI CONCAR CNRH CONAMA CUR DERs DNPM DNIT DHN DSG EMBRAPA EPE EAR FCP FGV IBGE FUNAI ISS IDH IAC IA IAE IAp IBAMA IPEA IPARJ IPHAN/ INPRA INCRA INMET INPE ISA

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MANUAL DE INVENTRIO HIDROELTRICO DE BACIAS HIDROGRFICAS

Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento Ministrio das Cidades Ministrio das Minas e Energia Ministrio de Meio Ambiente Ministrio do Desenvolvimento Agrrio Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior Ministrio do Interior Ministrio do Turismo Ministrio dos Transportes Nveis de gua Operador Nacional do Sistema Eltrico Oramento Padro da Eletrobrs Organizao Mundial de Sade Organizaes Tcnicas de Ensino e Pesquisa rgos Estaduais de Meio Ambiente Padro de Exatido Cartogrca Plano Bsico Ambiental (parte do processo de obteno da Licena de Instalao) Plano de Controle Ambiental (parte do processo de obteno da Licena de Operao) Plano de Recursos Hdricos Plano Nacional de Recursos Hdricos Plano Plurianual Populao Economicamente Ativa Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento Relao Anual de Informaes Sociais Secretaria de Patrimnio Histrico e Arqueolgico Nacional Secretaria de Recursos Hdricos Secretaria Especial de Aqicultura e Pesca Secretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade Racial Secretarias Estaduais de Meio Ambiente Secretarias Estaduais de Recursos Hdricos Sistema de Informaes de Unidades de Conservao/IBAMA Sistema de Informaes Geogrcas Sistema de Proteo da Amaznia Sistema Interligado Nacional Sociedade Brasileira de Espeleologia Tarifa Atualizada de Referncia Usina Hidroeltrica

MAPA MCidades MME MMA MDA MDS MDIC MI MTur MT NA ONS OPE OMS OTEP OEMAs PEC PBA PCA PRH PNRH PPA PEA PNUD RAIS SPHAN SRHU/ SEAP SEPPIR SEMA SERH SIUC SIG SIPAM SIN SBE TAR UHE

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MANUAL DE INVENTRIO HIDROELTRICO DE BACIAS HIDROGRFICAS

SUMARIOAPRESENTAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 GRUPO DE TRABALHO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 SIGLAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

CAPTULO 1

INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 HIDROELETRICIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 PLANOS DE EXPANSO DO SISTEMA ELTRICO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 ETAPAS DE ESTUDOS E PROJETOS PARA A IMPLANTAO DE UM APROVEITAMENTO HIDROELTRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 FASES DOS ESTUDOS DE INVENTRIO HIDROELTRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 PROCEDIMENTOS PARA ELABORAO E APROVAO DOS ESTUDOS DE INVENTRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 APLICAO DESTE MANUAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 ESTRUTURA DO MANUAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

CAPTULO 2

CRITRIOS BSICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 332.1 CRITRIOS ENERGTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.1 Sistema de Referncia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.2 Perodo Crtico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.3 Benefcios Energticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.4 Dimensionamento Energtico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 37 37 37 38

2.2 2.3

CRITRIOS DE USOS MLTIPLOS DA GUA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 2.2.1 Diagnstico e Cenrio dos Usos Mltiplos da gua na Bacia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 CRITRIOS SOCIOAMBIENTAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.1 rea de Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.2 Sistema Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.3 Componentes-sntese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.4 Subreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.5 Sensibilidade, Fragilidade e Potencialidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.6 Avaliao dos Impactos Socioambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.7 Avaliao Ambiental Integrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 42 42 42 43 43 44 46

2.4 2.5 2.6 2.7

CRITRIOS PARA ESCOLHA DE LOCAIS BARRVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 CRITRIOS DE ARRANJOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 PARMETROS ECONMICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 CRITRIOS PARA DIMENSIONAMENTO E CUSTO DE APROVEITAMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.7.1 Dimensionamento de Estruturas e Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.7.2 Estimativa de Custos de Engenharia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.7.3 Custos Socioambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 55 55 56

2.8

CRITRIOS PARA SELEO DE ALTERNATIVAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 2.8.1 Estudos Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 2.8.2 Estudos Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 DIVULGAO E PARTICIPAO PBLICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

2.9 2.10

MME | Ministrio de Minas e Energia

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MANUAL DE INVENTRIO HIDROELTRICO DE BACIAS HIDROGRFICAS

CAPTULO 3

PLANEJAMENTO DOS ESTUDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 613.1 COLETA E ANLISE DE DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1.1 Cartograa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1.2 Hidrometeorologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1.3 Usos Mltiplos da gua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1.4 Geologia e Geotecnia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1.5 Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 65 66 67 69 71

3.2 3.3 3.4 3.5.

IDENTIFICAO DE LOCAIS BARRVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 RECONHECIMENTO DE CAMPO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 ALTERNATIVAS DE DIVISO DE QUEDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 RELATRIO DE PLANEJAMENTO DOS ESTUDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 3.5.1 Aspectos Socioambientais e de Recursos Hdricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 3.5.2 Programa de Trabalho a Executar e Estimativa de Custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

3.6

CAPTULO 4

ESTUDOS PRELIMINARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 794.1 LEVANTAMENTO DE DADOS E ESTUDOS DIVERSOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.1.1 Cartograa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.1.2 Hidrometeorologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.1.3 Geologia e Geotecnia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.1.4 Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 83 85 89 90

4.2

USOS MLTIPLOS DA GUA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 4.2.1 Diagnstico dos Usos Mltiplos da gua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 4.2.2 Cenrio de Usos Mltiplos da gua na Bacia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 DIAGNSTICO SOCIOAMBIENTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 4.3.1 Processos e Atributos Fsicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 4.3.2 Componente-sntese: Ecossistemas Aquticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 4.3.3 Componente-sntese: Ecossistemas Terrestres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 4.3.4 Componente-sntese: Modos de Vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 4.3.5 Componente-sntese: Organizao Territorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 4.3.6 Componente-sntese: Base Econmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 4.3.7 Componente-sntese: Populaes Indgenas/Populaes Tradicionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 FORMULAO DAS ALTERNATIVAS DE DIVISO DE QUEDAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 FICHA TCNICA DOS APROVEITAMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 ESTUDOS ENERGTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.6.1 Energia Firme de um Aproveitamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.6.2 Energia Firme de uma Alternativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.6.3 Ganho de Energia Firme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.6.4 Otimizao de Volumes teis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.6.5 Potncia Instalada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.6.6 Tempo de Reenchimento dos Reservatrios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130 130 132 132 133 133 133

4.3

4.4 4.5 4.6

4.7 4.8

CONCEPO E ARRANJO DOS APROVEITAMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 AVALIAO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NEGATIVOS POR APROVEITAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.8.1 Identicao dos Processos Impactantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.8.2 Avaliao do Impacto Socioambiental Negativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.8.3 Ecossistemas Aquticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.8.4 Ecossistemas Terrestres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.8.5 Modos de Vida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.8.6 Organizao Territorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.8.7 Base Econmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.8.8 Populaes Indgenas/Populaes Tradicionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 136 137 139 142 143 145 149 151

4.9

ORAMENTO PADRO ELETROBRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154

12

MME | Ministrio de Minas e Energia

MANUAL DE INVENTRIO HIDROELTRICO DE BACIAS HIDROGRFICAS

4.9.1 4.9.2 4.10

Conceituao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154 Oramento em Nvel Preliminar de Inventrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154 155 155 157 158 159 161 163 170 172 173 173 174 174 174 174 175 175 177 181

DIMENSIONAMENTO E ESTIMATIVAS DE CUSTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.1 Terrenos, Servides, Relocaes e outras Aes Ambientais (Conta .10) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.2 Estruturas e outras Benfeitorias (Conta .11) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.3 Desvio do Rio (Conta 12.16) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.4 Barragens (Conta .12.17) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.5 Vertedouros (Conta .12.18) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.6 Tomada de gua e Adutoras (Conta .12.19) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.7 Turbinas e Geradores (Conta .13) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.8 Equipamento Eltrico Acessrio (Conta .14) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.9 Diversos Equipamentos da Usina (Conta .15) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.10 Estradas e Pontes (Conta .16) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.11 Custo Direto Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.12 Custos Indiretos (Conta .17) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.13 Custo Total sem Juros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.10.14 Juros Durante a Construo (Conta .18) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . COMPARAO E SELEO DE ALTERNATIVAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.11.1 ndice Custo/Benefcio Energtico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.11.2 ndice Socioambiental Negativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.11.3 Seleo das Alternativas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4.11

4.12

BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184

CAPTULO 5

ESTUDOS FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1875.1 CONSOLIDAO DOS DADOS E INVESTIGAES COMPLEMENTARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 5.1.1 Cartograa e Topograa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 5.1.2 Hidrometeorologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192 5.1.3 Consolidao do Cenrio para o Uso Mltiplo da gua na Bacia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .193 5.1.4 Geologia e Geotecnia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193 5.1.5 Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193 CONSOLIDAO DO DIAGNSTICO SOCIOAMBIENTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195 ESTUDOS ENERGTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.3.1 Simulao da Operao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.3.2 Determinao dos Volumes teis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.3.3 Efetivo Potencial Instalado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.3.4 Tempo de Reenchimento dos Reservatrios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196 196 197 197 198

5.2 5.3

5.4

AVALIAO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DAS ALTERNATIVAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199 5.4.1 Avaliao dos Impactos Socioambientais Negativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199 5.4.2 Avaliao dos Impactos Socioambientais Positivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203 CONCEPO DOS ARRANJOS FINAIS DOS APROVEITAMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.5.1 Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.5.2 Circuito Hidrulico de Gerao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.5.3 Desvio do Rio (Conta .12.16) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.5.4 Barragens e Diques . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.5.5 Vertedouros (Conta .12.18) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.5.6 Estradas de Rodagem, de Ferro e Pontes (Conta .16). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.5.7 Custos Indiretos (Conta .17) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.5.8 Juros Durante a Construo (Conta .18) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219 219 220 236 248 257 269 270 270

5.5

5.6 5.7

ORAMENTO PADRO ELETROBRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272 DIMENSIONAMENTO E ESTIMATIVAS DE CUSTO DOS APROVEITAMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.7.1 Terrenos, Servides e Outras Aes Socioambientais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.7.2 Casa de Fora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.7.3 Desvio do Rio (conta .12.16). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.7.4 Barragens e Diques (Conta .12.17) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.7.5 Vertedouros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.7.6 Tomada de gua e Adutoras (.12.19) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 278 278 278 351 406 444 509

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13

MANUAL DE INVENTRIO HIDROELTRICO DE BACIAS HIDROGRFICAS

5.7.7 5.7.8 5.7.9 5.8

Estradas de Rodagem, de Ferro e Pontes (Conta .16). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 583 Custos Indiretos (Conta .17) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 583 Juros Durante a Construo (Conta .18) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 584 586 586 586 588 589

COMPARAO E SELEO DE ALTERNATIVAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.8.1 ndice Custo/Benefcio Energtico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.8.2 ndice de Impacto Socioambiental Negativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.8.3 ndice de Impactos Socioambientais Positivos (IAp) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.8.4 Denio da Alternativa Escolhida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5.9

ORDENAO DOS APROVEITAMENTOS DA ALTERNATIVA SELECIONADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 591 5.9.1 Custo Incremental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 591 5.9.2 Ordem Econmica de Construo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 591 BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 592

5.10

CAPTULO 6

AVALIAO AMBIENTAL INTEGRADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5956.1 6.2 6.3 6.4 OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 598 ETAPAS DA AAI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 599 INTEGRAO DOS ESTUDOS SOCIOAMBIENTAIS DO INVENTRIO E DA AAI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 600 ORGANIZAO DAS INFORMAES CONTIDAS NOS ESTUDOS ANTERIORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.4.1 Diagnstico Ambiental e Potenciais Conitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.4.2 Principais Caractersticas da Alternativa de Diviso de Queda Selecionada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.4.3 Avaliao Ambiental Distribuda (AAD) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ATIVIDADES COMPLEMENTARES DA AAI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.5.1 reas de Fragilidades e Potencialidades no Cenrio Atual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.5.2 Elaborao do Cenrio de Referncia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.5.3 Avaliao Ambiental Integrada dos Efeitos da Implantao de todos os Empreendimentos da Alternativa de Diviso de Queda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.5.4 Construo dos Indicadores de Sustentabilidade Socioambiental para a Regio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.5.5 Diretrizes e Recomendaes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.5.6 Divulgao Final dos Estudos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 602 602 602 602 603 603 603 604 605 605 606

6.5

CAPTULO 7

RELATRIO FINAL DOS ESTUDOS DE INVENTRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6077.1 7.2 ORGANIZAO DO RELATRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 610 RELATRIO GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.2.1 Consideraes Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.2.2 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.2.3 Planejamento dos Estudos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.2.4 Estudos Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.2.5 Estudos Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.2.6 Caracterizao da Alternativa Selecionada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.2.7 Avaliao Ambiental Integrada da Alternativa Selecionada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.2.8 Concluses e Recomendaes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.2.9 Complementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.2.10 Base de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . APNDICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.3.1 Apndice A Estudos Topogrcos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.3.2 Apndice B Estudos Geolgicos e Geotcnicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.3.3 Apndice C Estudos Hidrometeorolgicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.3.4 Apndice D Estudos Socioambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.3.5 Apndice E Estudos de Usos Mltiplos da gua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.3.6 Apndice F Estudos de Alternativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.3.7 Apndice G Relatrio da Avaliao Ambiental Integrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.3.8 Apndice H Organizao e Histrico dos Trabalhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 611 611 611 612 612 612 614 615 615 615 615 616 616 616 616 617 617 617 617 618

7.3

14

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MANUAL DE INVENTRIO HIDROELTRICO DE BACIAS HIDROGRFICAS

CAPTULO 1

APNDICE I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6191 2 3 4 5 6 Apresentao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Hidroeletricidade no Mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Hidroeletricidade no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Os Empreendimentos Hidroeltricos no Contexto do Modelo Institucional do Setor Eltrico . . . . . . . . . . . . . . Organizao Institucional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Legislao referente ao Aproveitamento de Potenciais Hidroeltricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 621 621 631 639 641 644

ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 659ANEXO A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 661 Grcos e Quadros dos Estudos Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 661 ANEXO B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 663 Grcos e Quadros dos Estudos Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 663 ANEXO C. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 665 Planilhas de Dimensionamento e Quanticao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 665 ANEXO D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 666 SINV Verso 6.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 666 ANEXO E. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 667 Ficha Tcnica dos Aproveitamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 667 ANEXO F . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 672 Avaliao Ambiental Integrada: Exemplo de Procedimentos Metodolgicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 672 ANEXO G . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 683 Formato do Arquivo de Vazes Mensais dos Aproveitamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 683

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captulo 1

Introduo

CAPTULO 11.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 HIDROELETRICIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 PLANOS DE EXPANSO DO SISTEMA ELTRICO BRASILEIRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 ETAPAS DE ESTUDOS E PROJETOS PARA A IMPLANTAO DE UM APROVEITAMENTO HIDROELTRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 FASES DOS ESTUDOS DE INVENTRIO HIDROELTRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 PROCEDIMENTOS PARA ELABORAO E APROVAO DOS ESTUDOS DE INVENTRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 APLICAO DESTE MANUAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 ESTRUTURA DO MANUAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

CAPTULO 1 | INTRODUO

1.1 HIDROELETRICIDADEO Brasil vem aproveitando seu potencial hidroeltrico de maneira a tornar o pas auto-suciente em energia eltrica, com base em uma fonte renovvel, de baixo custo e com tecnologia nacional. Por ser um dos usurios da gua, o setor de energia eltrica tem a responsabilidade e o dever de planejar a utilizao deste recurso como insumo para a produo de eletricidade de forma racional, otimizada e colocando-se no contexto dos demais usurios do mesmo. Este fator remete, atualmente, a um arcabouo legal e institucional que abrange diferentes rgos governamentais e permite a participao de diversos agentes. No Apndice I, apresentado um panorama da situao internacional e nacional quanto aos problemas e potencialidades da hidroeletricidade, bem como o contexto institucional em que se insere a elaborao dos estudos de inventrio hidroeltrico no Brasil. Quando pertinente, apresenta-se tambm os aspectos de inter-relacionamento entre as instituies e os processos e procedimentos legais necessrios consecuo do objetivo de gerao da hidroeletricidade nessa etapa de planejamento. O Apndice I foi organizado de acordo com os seguintes tpicos: Hidroeletricidade no Mundo Este tpico tem como nalidade apresentar uma avaliao das questes da hidroeletricidade no mundo atualmente. Aborda as consideraes feitas por instituies tais como a International Hydropower Association, Comisso Mundial de Barragens, World Research Institute e a International Rivers Network, fornecendo um quadro geral das questes favorveis e contrrias construo de barragens. apresentado um resumo sobre as questes das barragens no mundo, ilustrado por um quadro geral quantitativo e qualitativo sobre as existentes hoje, procurando evidenciar que a questo no se limita apenas produo de energia. No sentido de preparar os responsveis por futuros inventrios hidroeltricos sobre os possveis conitos, so apresentadas as principais crticas construo de hidroeltricas em nvel internacional. apresentada, ainda, uma discusso sobre o impacto de grandes barragens, procurando mostrar que a questo no pode ser reduzida apenas escala do projeto. So indicados alguns dados internacionais sobre a hidroeletricidade, visando mostrar seu papel na matriz energtica mundial. Apresentam-se dados sobre os maiores pases produtores de eletricidade e aqueles lderes na produo de hidroeletricidade. Chama-se a ateno sobre as diferenas existentes entre os sistemas eltricos no mundo mostrando que o caso brasileiro excepcional. Acrescenta-se uma avaliao internacional sobre os pases com potencialidades de desenvolvimento da hidroeletricidade. So mostradas ainda algumas especicidades das hidroeltricas no observadas em outras fontes, e que, se corretamente desenvolvidas, tornam as usinas hidroeltricas ainda mais competitivas. A Hidroeletricidade no Brasil O potencial hidroeltrico nacional e a viabilidade de seu aproveitamento so ilustrados com um quadro geral dos projetos hidroeltricos classicados quanto ao estgio de desenvolvimento, localizao, tamanho, bacia hidrogrca e rea ocupada, elaborado com base nos dados do Sistema de Informaes do Potencial Hidroeltrico Brasileiro (SIPOT).1 apresentado um histrico do aproveitamento do recurso hidroeltrico no Pas, com aspectos da implantao do sistema, da criao das empresas e do desenvolvimento geral do setor de energia eltrica. Tambm apresentado o sistema hidroeltrico atual, as perspectivas de seu desenvolvimento e o papel do sistema de transmisso de interligao entre bacias hidrogrcas brasileiras, que foi desenvolvido de forma a possibilitar uma grande diversidade de conguraes de despacho que otimiza o recurso

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SIPOT Sistema de Informaes do Potencial Hidroeltrico Brasileiro, Eletrobrs. [email protected].

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CAPTULO 1 | INTRODUO

hdrico de forma integrada. Tal aspecto mais relevante para viabilizar aproveitamentos hidroeltricos na regio norte. realizado, ainda, um exame sucinto sobre a evoluo dos aspectos socioambientais na gerao hidroeltrica brasileira a partir do Plano Diretor de Meio Ambiente (II PDMA) e a partir das diversas alteraes da legislao pertinente. Os Empreendimentos Hidroeltricos no Contexto do Modelo Institucional do Setor Eltrico Mostra a evoluo da legislao prpria do setor eltrico a partir das reformas iniciadas em 1995 com a edio das Leis nos 9.074 e 8.987 sobre o regime de concesses. Organizao Institucional So indicadas as entidades, os agentes e suas respectivas atribuies. A Legislao referente ao Aproveitamento de Potenciais Hidroeltricos No ano de 1995, a Lei no 8.987 promoveu signicativa modicao no regime de concesso e permisso da prestao de servios pblicos. Ela regulamenta o artigo 175 da Constituio Federal de 1988, cuja nova disciplina determina que as concesses de servios e obras pblicas e as permisses de servios pblicos sejam objetos de licitao. Esse item discute as diversas implicaes dessa mudana de enfoque, abordando os seguintes aspectos:

Concesses para empreendimentos do setor eltrico. Resolues referentes aos Estudos de Inventrio Hidroeltrico. Compensao nanceira. Poltica Nacional de Recursos Hdricos. Poltica Nacional de Meio Ambiente.

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CAPTULO 1 | INTRODUO

1.2 OBJETIVOEste Manual de Inventrio Hidroeltrico de Bacias Hidrogrcas tem por objetivo apresentar um conjunto de critrios, procedimentos e instrues para a realizao do inventrio do potencial hidroeltrico de bacias hidrogrcas. O potencial hidroeltrico de uma bacia hidrogrca, referido neste Manual, corresponde ao potencial que pode ser tcnico, econmico ou socioambientalmente aproveitado, levando-se em conta um cenrio de utilizao mltipla da gua na bacia em estudo. As tcnicas e metodologias correspondentes a este tema vm sendo utilizadas e aprimoradas, no Brasil, desde o incio da dcada de 1960. A metodologia desenvolvida, descrita neste Manual, representa o resultado da experincia nacional adquirida em projetos de aproveitamentos hidroeltricos. Esta nova edio do Manual de Inventrio Hidroeltrico de Bacias Hidrogrcas teve como base o Manual de 19972 e incorporou os seguintes itens: Metodologia e critrios dos Estudos Socioambientais compatibilizados com a Avaliao Ambiental Integrada (AAI). Captulo para anlises especcas relacionadas a AAI da alternativa escolhida nos Estudos Finais. Metodologia e critrios para considerao, nos Estudos Finais, dos potenciais impactos socioambientais positivos, provenientes da implantao dos aproveitamentos hidroeltricos. Atualizao da metodologia e critrios para a construo do cenrio de usos mltiplos da gua a luz do Plano Nacional de Recursos Hdricos (PNRH). Atualizao dos procedimentos para dimensionamento, quanticao e obteno de custos. Atualizao dos preos unitrios. Alterao da metodologia multiobjetivo na seleo de alternativas de diviso de queda nos Estudos Finais de forma a incorporar os impactos socioambientais positivos. Atualizao do programa SINV3 Sistema para Estudos de Inventrios Hidroeltricos que realiza os estudos energticos e socioambientais de acordo com os procedimentos do Manual.

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Manual de Inventrio Hidroeltrico de Bacias Hidrogrcas, Eletrobrs, 1997. SINV Sistema para estudos socioambientais, energticos e de seleo de alternativas em Inventrios Hidroeltricos de Bacias Hidrogrcas, CEPEL, 2007.

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CAPTULO 1 | INTRODUO

1.3 PLANOS DE EXPANSO DO SISTEMA ELTRICO BRASILEIROO planejamento do Setor Energtico Nacional entendido como uma atividade voltada para denir a expanso do sistema produtor/gerador, do sistema de transporte e de armazenamento de energia (nas hidroeltricas e nos estoques de combustveis). Nesse processo, ajusta-se a oferta demanda prevista ao longo do horizonte temporal analisado, considerando-se as opes das fontes energticas nacionais e a importao/exportao de energia e de energticos. Esta atividade, em geral, contempla diversos tipos de estudos, com objetivos e horizontes temporais distintos, conforme o enfoque a ser priorizado. Considerando as caractersticas do sistema de energia eltrica nacional e os demais setores energticos, o planejamento da sua expanso desenvolvido em trs etapas distintas de estudos, conforme a seguir: Estudos de Longo Prazo, com horizontes de at 30 anos, onde se procura analisar as estratgias de desenvolvimento dos diversos sistemas energticos do Pas e a composio futura da oferta de energia. Estabelecem-se, tambm, as prioridades para o desenvolvimento tecnolgico e industrial do Pas e um programa de estudos de engenharia voltados para denir a viabilidade tcnica, econmica e socioambiental dos diversos empreendimentos energticos. Desse estudo resultam a indicao das bacias prioritrias para elaborao de Estudos de Inventrio Hidroeltrico, as diretrizes para os estudos de curto prazo, assim como as indicaes dos custos marginais de expanso de longo prazo. Os principais condicionantes destes estudos so: a evoluo da economia nacional e dos respectivos requisitos do mercado de energia; a disponibilidade das fontes energticas primrias e as opes de importao de energia e de energticos; as tendncias de evoluo tecnolgica, particularmente das fontes energticas renovveis; os impactos ambientais dos projetos; e os programas de conservao e de ecincia no uso e na produo de energia. Sua periodicidade , em mdia, de 4 a 5 anos, tendo como resultados as estratgias e as polticas para a energia, consolidadas nos estudos da Matriz Energtica Nacional e do Plano Nacional de Energia. Estudos de Mdio Prazo, com horizontes de 15 anos, para o setor de energia eltrica, onde so analisadas alternativas de expanso da gerao e da transmisso, ajustadas aos requisitos do mercado de energia eltrica. Estes estudos so desenvolvidos para casos especcos do planejamento, como por exemplo, os estudos e dimensionamentos das interligaes eltricas entre regies do Pas, a insero da hidroeletricidade da Amaznia no sistema interligado nacional e denio de custos marginais para dimensionamento de hidroeltricas. A sua realizao atende s necessidades especcas de estudos da expanso do sistema eltrico nacional. Os principais condicionantes destes estudos so os mesmos dos estudos de curto prazo, a seguir apresentados. Estudos de Curto Prazo, com horizontes de no mnimo 10 anos, onde so apresentadas as decises relativas expanso fsica da oferta de energia, denindo os empreendimentos e sua alocao temporal, sendo elaboradas as anlises das condies de suprimento ao mercado. As metas fsicas e os programas de expanso so estabelecidos de modo a subsidiar, no caso da energia eltrica, a realizao dos futuros leiles de compra de energia de novos empreendimentos de gerao e dos futuros leiles de novas instalaes de transmisso. So apontados os estudos de viabilidade tcnica, econmica e socioambiental de novos empreendimentos de gerao a serem realizados. Os demais energticos tambm so analisados, considerando a prioridade atual de desenvolver o Plano com um enfoque energtico integrado, em particular para o petrleo e derivados, os combustveis lquidos, o gs natural, as fontes alternativas renovveis e o carvo mineral.

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CAPTULO 1 | INTRODUO

Os principais condicionantes destes estudos so: os requisitos do mercado de energia; os critrios de garantia de suprimento e de minimizao dos custos de investimento; os prazos de implantao dos empreendimentos, com a considerao dos estudos de engenharia e de meio ambiente. Sua periodicidade anual e resulta no Plano Decenal de Expanso. Assim, o planejamento da expanso do sistema de energia nacional consolida os seus estudos em dois planos distintos, o Plano Decenal de Expanso e o Plano Nacional de Energia. Este ltimo, estratgico, com suas diretrizes e polticas para a energia, fundamental para a adequada elaborao do Plano Decenal. Neste processo de planejamento, os Estudos de Inventrio desempenham papel fundamental. A boa qualidade de planos de expanso depende da execuo de Estudos de Inventrio coerentes e homogneos, compatveis entre si, mesmo que elaborados por equipes tcnicas diferentes.

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1.4 ETAPAS DE ESTUDOS E PROJETOS PARA A IMPLANTAO DE UM APROVEITAMENTO HIDROELTRICOO ciclo de implantao de uma usina hidroeltrica compreende cinco etapas (ver Figura 1.4.01). Pode-se dizer que os Estudos para implantao de um aproveitamento hidroeltrico se iniciam com a Estimativa do Potencial Hidroeltrico. nesta etapa que se procede anlise preliminar das caractersticas da bacia hidrogrca, especialmente quanto aos aspectos topogrcos, hidrolgicos, geolgicos e ambientais, no sentido de vericar sua vocao para gerao de energia eltrica. Essa anlise, exclusivamente pautada nos dados disponveis, feita em escritrio e permite a primeira avaliao do potencial e estimativa de custo do aproveitamento da bacia hidrogrca e a denio de prioridade para a etapa seguinte. A fase seguinte, o Inventrio Hidroeltrico, se caracteriza pela concepo e anlise de vrias alternativas de diviso de queda para a bacia hidrogrca, formadas por um conjunto de projetos, que so comparadas entre si, visando selecionar aquela que apresente melhor equilbrio entre os custos de implantao, benefcios energticos e impactos socioambientais. Essa anlise efetuada com base em dados secundrios, complementados com informaes de campo, e pautado em estudos bsicos cartogrcos, hidrometeorolgicos, energticos, geolgicos e geotcnicos, socioambientais e de usos mltiplos de gua. Dessa anlise resultar um conjunto de aproveitamentos, suas principais caractersticas, ndices custo/benefcio e ndices socioambientais. Faz parte dos Estudos de Inventrio submeter os aproveitamentos da alternativa selecionada a um estudo de Avaliao Ambiental Integrada visando subsidiar os processos de licenciamento. Estes aproveitamentos passam ento a ser includos no elenco de aproveitamentos inventariados do Pas, passveis de compor os planos de expanso anteriormente descritos. Em seguida, ocorre a etapa de Viabilidade, na qual so efetuados estudos mais detalhados, para a anlise da viabilidade tcnica, energtica, econmica e socioambiental que leva denio do aproveitamento timo que ir ao leilo de energia. Os estudos contemplam investigaes de campo no local e compreendem o dimensionamento do aproveitamento, do reservatrio e da sua rea de inuncia e das obras de infra-estrutura locais e regionais necessrias para sua implantao. Incorporam anlises dos usos mltiplos da gua e das interferncias socioambientais. Com base nesses estudos, so preparados o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatrio de Impacto Ambiental (RIMA) de um empreendimento especco, tendo em vista a obteno da Licena Prvia (LP), junto aos rgos ambientais. Na seqncia de desenvolvimento do projeto, aps a licitao passa-se elaborao do Projeto Bsico. O aproveitamento concebido nos estudos de viabilidade detalhado, de modo a denir, com maior preciso, as caractersticas tcnicas do projeto, as especicaes tcnicas das obras civis e equipamentos eletromecnicos, bem como os programas socioambientais. Deve ser elaborado o Projeto Bsico Ambiental com a nalidade de detalhar as recomendaes includas no EIA, visando a obteno da Licena de Instalao (LI), para a contratao das obras. Na etapa seguinte, desenvolve-se o Projeto Executivo, que contempla a elaborao dos desenhos dos detalhamentos das obras civis e dos equipamentos eletromecnicos, necessrios execuo da obra e montagem dos equipamentos. Nesta etapa so tomadas todas as medidas pertinentes implantao do reservatrio, incluindo a implementao dos programas socioambientais, para prevenir, minorar ou compensar os danos socioambientais, devendo ser requerida a Licena de Operao (LO). Finalizada a construo, tm-se a fase de enchimento do reservatrio e o incio da operao, em que a gerao de energia acompanhada por aes que visam ao monitoramento e, eventualmente, corre-

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o das medidas tomadas nas etapas anteriores. A operao s poder ser iniciada aps a obteno da Licena de Operao (LO).

Figura 1.4.01 Etapas de implantao de aproveitamentos hidroeltricos.

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CAPTULO 1 | INTRODUO

1.5 FASES DOS ESTU DOS DE INVENTRIO HIDROELTRICOOs Estudos de Inventrio Hidroeltrico de uma bacia hidrogrca so realizados em quatro fases: Planejamento do Estudo a fase inicial, onde se planejam e se organizam as atividades do Estudo de Inventrio, discriminando os levantamentos e estudos necessrios e estimando a sua durao e o seu custo. O produto nal um relatrio gerencial contendo o programa de trabalho a executar. O uxograma da Figura 1.5.01 apresenta as atividades desta etapa. Estudos Preliminares Nesta fase propem-se alternativas de diviso de queda para o aproveitamento do potencial hidroeltrico, avalia-se preliminarmente esse potencial e estimam-se os custos e impactos socioambientais negativos associados sua utilizao com base em dados secundrios. Os Estudos Preliminares visam selecionar as alternativas mais atraentes sob os pontos de vista socioambiental, energtico e econmico, para que sejam examinadas em maior detalhe na fase subseqente. O uxograma da Figura 1.5.02 apresenta as atividades desta etapa. Estudos Finais Nos Estudos Finais de Inventrio determina-se um conjunto de obras e instalaes que corresponda ao desenvolvimento integral do potencial hidroeltrico socioambiental e economicamente aproveitvel da bacia. Esta fase caracterizada pelo aprofundamento dos estudos, incorporando-se na anlise as avaliaes dos impactos socioambientais positivos e pela realizao de levantamentos complementares de campo para os aproveitamentos constantes das alternativas de diviso de queda selecionadas na fase anterior. O uxograma da Figura 1.5.03 apresenta as atividades desta etapa. Avaliao Ambiental Integrada da Alternativa Selecionada Esta etapa tem como nalidade complementar e consolidar os estudos socioambientais da alternativa selecionada nos Estudos Finais, de modo a destacar os efeitos cumulativos e sinrgicos resultantes dos impactos negativos e positivos ocasionados pelo conjunto de aproveitamentos que a compem. nesta etapa que so estabelecidas diretrizes socioambientais para a continuidade dos estudos de concepo dos projetos e para futuros estudos socioambientais na bacia, bem como para subsidiar o processo de licenciamento ambiental dos futuros empreendimentos. O uxograma da Figura 1.5.04 apresenta as atividades desta etapa.

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CAPTULO 1 | INTRODUO

PLANEJAMENTO DOS ESTUDOS

COLETA E ANLISE DE DADOS DISPONVEIS

CARTOGRAFIA

HIDROMETEOROLOGIA SEDIMENTOLOGIA

USOS MLTIPLOS DA GUA

GEOLOGIA GEOTECNIA

MEIO AMBIENTE

IDENTIFICAO DE LOCAIS BARRVEIS

RECONHECIMENTO DE CAMPO

IDENTIFICAO PRELIMINAR DE ALTERNATIVAS E ESTIMATIVA DO POTENCIAL ENERGTICO

PROGRAMA DE TRABALHOS A EXECUTAR

RELATRIO GERENCIAL

Figura 1.5.01 Fluxograma da Etapa de Planejamento dos Estudos.

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ESTUDOS PRELIMINARES

LEVANTAMENTO DE DADOS E ESTUDOS DIVERSOS

CARTOGRAFIA

HIDROMETEOROLOGIA SEDIMENTOLOGIA

OUTROS USOS DA GUA

GEOLOGIA GEOTECNIA

MEIO AMBIENTE

DIAGNSTICO E CENRIOS DE USOS MLTIPLOS DA GUA

DIAGNSTICO SOCIOAMBIENTAL

FORMULAO DE ALTERNATIVAS DE DIVISO

FICHA TCNICA DOS APROVEITAMENTOS

ESTUDOS ENERGTICOS

CONCEPO DOS ARRANJOS

AVALIAO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NEGATIVOS DOS APROVEITAMENTOS

DIMENSIONAMENTO E ESTIMATIVA DE CUSTOS

COMPARAO E SELEO DE ALTERNATIVAS

NDICE CUSTO-BENEFCIO ENERGTICO

NDICE SOCIOAMBIENTAL NEGATIVO

SELEO DAS ALTERNATIVAS

Figura 1.5.02 Fluxograma da Etapa de Estudos Preliminares.

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CAPTULO 1 | INTRODUO

ESTUDOS FINAIS

INVESTIGAES COMPLEMENTARES E CONSOLIDAO DOS DADOS

CONSOLIDAO DO CENRIO DE USO MLTIPLO DA GUA

CONSOLIDAO DO DIAGNSTICO AMBIENTAL

ESTUDOS ENERGTICOS

DETERMINAO DOS VOLUMES TEIS

SIMULAO DA OPERAO

EFETIVO POTENCIAL INSTALADO

AVALIAO DOS IMPACTOS NEGATIVOS E POSITIVOS DAS ALTERNATIVAS

CONCEPO DOS ARRANJOS

DIMENSIONAMENTO E ESTIMATIVA DE CUSTOS

COMPARAO E SELEO DE ALTERNATIVAS

NDICE CUSTO-BENEFCIO ENERGTICO

NDICES SOCIOAMBIENTAIS NEGATIVOS E POSITIVOS

COMPARAO E DEFINIO DA ALTERNATIVA SELECIONADA

ORDENAO DOS APROVEITAMENTOS

Figura 1.5.03 Fluxograma da Etapa de Estudos Finais.

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CAPTULO 1 | INTRODUO

AAI DA ALTERNATIVA SELECIONADA

CONSOLIDAO DOS ESTUDOS REALIZADOS NAS ETAPAS ANTERIORES

DIAGNSTICO SOCIOAMBIENTAL

AVALIAO AMBIENTAL DISTRIBUDA

COMPLEMENTAO DA AAI

REAS DE FRAGILIDADE E POTENCIALIDADE NO CENRIO ATUAL

CENRIO FUTURO DE REFERNCIA

CENRIO FUTURO COM ALTERNATIVA IMPLANTADA

ANLISE AMBIENTAL INTEGRADA DA ALTERNATIVA

DIRETRIZES E RECOMENDAES

RELATRIO FINAL

Figura 1.5.04 Fluxograma da AAI da Alternativa Selecionada.

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CAPTULO 1 | INTRODUO

1.6 PROCEDIMENTOS PARA ELABORAO E APROVAO DOS ESTUDOS DE INVENTRIOO Quadro 1.6.01 apresenta os procedimentos institucionais e legais para a elaborao do Estudo de Inventrio.Quadro 1.6.01 Procedimentos institucionais/legais para elaborao do Estudo de Inventrio. Atividades Requerer registro dos Estudos de Inventrio Hidroeltrico junto a ANEEL Registrar Estudos de Inventrio Informar ao MME o incio dos Estudos Informar aos demais Ministrios o incio dos Estudos de Inventrio da Bacia Registrar ART junto ao CREA Comunicar eventual desistncia a ANEEL Responsvel Interessado ANEEL Interessado MME Resp. Tcnico Interessado ANEEL/FUNAI/ INPRA/Marinha do Brasil/Secretarias Estaduais e outros Lei 9.433/97 e Res. ANEEL 393/98 art. 13o Res. CONFEA 425/98 Res. ANEEL 393/98 art. 11o Ato Normativo Res. ANEEL 393/98 arts. 6o e 9o Res. ANEEL 393/98 art. 6o Obrigatrio Sim Sim Sim Sim Sim Sim

1 2 3 4 4 5

6

Autorizar realizao de levantamento de campo

Sim

9

Comunicar incio dos estudos aos Comits de Bacias, ANA ou rgos gestores estaduais de Interessado Recursos Hdricos (conforme o caso) e ambientais Realizao dos estudos seguindo o Manual de Inventrio e utilizao do sistema SINV para os estudos energticos, socioambientais e para seleo das alternativas Planejamento Estabelecer procedimento para acompanhamento dos estudos pela EPE MME / EPE Interessado

Sim

10

Sim

10.1

Lei 10.847/2004 art. 4o

Recomendvel

10.2

Estudos Preliminares Apresentar relatrio de andamento ao MME/EPE Interessado e a ANEEL Reunio de carter tcnico, convocada pelo MME, para apresentao dos resultados desta etapa MME Lei 10.847/2004 art. 4o e Res. ANEEL 393/98 art. 10o Sim Sim

10.3

Estudos Finais Encaminhar ao rgo de recursos hdricos (ANA ou estadual) as sries de usos consuntivos e de vazes de cada local de aproveitamento. Encaminhar as sries de vazo dos locais de aproveitamento da alternativa selecionada em formato descrito no Anexo G. Seminrio pblico, convocado pelo MME, para apresentao dos resultados da diviso de queda selecionada e os estudos da AAI, suas diretrizes e recomendaes Interessado Recomendvel Sim

ANEEL/EPE

MME

Sim

11 12 14

Entregar estudos ANEEL Dar o aceite aos estudos Aprovar estudos

Interessado ANEEL ANEEL Res. ANEEL 393/98 art. 14o

Sim Sim Sim

Res. ANEEL 393/98 art. 14o

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CAPTULO 1 | INTRODUO

1.7 APLICAO DESTE MANUALEste Manual pretende orientar os estudos necessrios para o Inventrio Hidroeltrico de uma bacia hidrogrca, em qualquer regio do Pas. Em cada situao real, dever-se- analisar as caractersticas da bacia considerada, adaptando-se a metodologia preconizada ao caso em estudo, da forma mais eciente e pragmtica, considerando-se as especicidades de cada caso e mediante consulta ao rgo responsvel pela aprovao dos Estudos de Inventrio. Recomenda-se o estudo integrado da bacia hidrogrca, identicando a possvel regularizao hidrolgica plurianual, de modo a garantir a maximizao da sua ecincia econmico-energtica. De uma maneira geral, este Manual s aplicvel a bacias com aproveitamentos de porte superior ao de Pequenas Centrais Hidroeltricas (maior que 30 MW). Ressalta-se que nas bacias que contemplem aproveitamentos com porte superior a 30 MW e alguns de menor porte, estes tambm devem ser includos no Estudo de Inventrio. Para a reviso/atualizao de Estudos de Inventrio, devero ser aproveitadas todas as informaes disponveis, dando-se especial ateno atualizao dos estudos socioambientais e dos custos das obras previstas, segundo a metodologia preconizada pelo Manual.

1.8 ESTRUTURA DO MANUALEste Manual constitudo de sete captulos, um apndice e sete anexos. Em cada captulo as referncias citadas encontram-se em nota de rodap. No ltimo item de cada captulo esto includas todas as referncias, sendo ainda adicionadas bibliograa sugerida. O Captulo 1 consiste nesta introduo, sendo complementado pelo Apndice I. No Captulo 2 so apresentados os Critrios Bsicos. O Planejamento do Estudo encontra-se no Captulo 3. O Captulo 4 apresenta os procedimentos dos Estudos Preliminares e o Captulo 5 aqueles para os Estudos Finais. O Captulo 6 consiste nos Procedimentos Complementares para AAI. Finalmente, o Captulo 7 apresenta a proposta para elaborao do Relatrio Final do Estudo. Nos Anexos A, B, C, E e G esto listadas as planilhas e grcos que so disponibilizados em meio digital. O Anexo D apresenta as caractersticas do sistema SINV verso 6.0. No Anexo F apresentado, a ttulo de exemplo, um resumo de metodologia de AAI aplicada em trs dos estudos j realizados.

1.9 BIBLIOGRAFIAELETROBRS, Manual de Inventrio Hidroeltrico de Bacias Hidrogrcas, 1997. MINISTRIO DE MEIO AMBIENTE, Plano Nacional de Recursos Hdricos, 2006. Disponvel em http://www.mma.gov.br/port/srh/pnrh.

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captulo 2

Critrios Bsicos

CAPTULO 22.1 CRITRIOS ENERGTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.1 Sistema de Referncia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.2 Perodo Crtico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.3 Benefcios Energticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.4 Dimensionamento Energtico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 37 37 37 38

2.2 2.3

CRITRIOS DE USOS MLTIPLOS DA GUA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 2.2.1 Diagnstico e Cenrio dos Usos Mltiplos da gua na Bacia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 CRITRIOS SOCIOAMBIENTAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.1 rea de Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.2 Sistema Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.3 Componentes-sntese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.4 Subreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.5 Sensibilidade, Fragilidade e Potencialidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.6 Avaliao dos Impactos Socioambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.7 Avaliao Ambiental Integrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 42 42 42 43 43 44 46

2.4 2.5 2.6 2.7

CRITRIOS PARA ESCOLHA DE LOCAIS BARRVEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 CRITRIOS DE ARRANJOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 PARMETROS ECONMICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 CRITRIOS PARA DIMENSIONAMENTO E CUSTO DE APROVEITAMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.7.1 Dimensionamento de Estruturas e Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.7.2 Estimativa de Custos de Engenharia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.7.3 Custos Socioambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 55 55 56

2.8

CRITRIOS PARA SELEO DE ALTERNATIVAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 2.8.1 Estudos Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 2.8.2 Estudos Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 DIVULGAO E PARTICIPAO PBLICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

2.9 2.10

CAPTULO 2 | CRITRIOS BSICOS

s Estudos de Inventrio tm como critrio bsico a maximizao da ecincia econmicoenergtica, em conjunto com a minimizao dos impactos socioambientais negativos, considerando-se adicionalmente os impactos socioambientais positivos oriundos da implantao dos aproveitamentos hidroeltricos na bacia. Conseqentemente, para sua realizao, devem ser estabelecidos critrios energticos, econmicos, de usos mltiplos da gua, socioambientais e tcnicos de engenharia. Os critrios de natureza energtica e econmica referem-se otimizao do aproveitamento do potencial hidroeltrico da bacia estudada, respeitadas as parcelas de queda e de vazo comprometidas com os outros usos da gua. Esses critrios esto relacionados com o objetivo de maximizao da ecincia econmico-energtica, que traduzida na comparao das alternativas pela composio do ndice custo/benefcio energtico (R$/MWh). Os critrios de usos mltiplos da gua referem-se considerao de outros usos dos recursos hdricos da bacia, buscando minimizar conitos e racionalizar a sua utilizao por meio da estimativa das parcelas de queda e de vazo disponveis para a gerao de energia eltrica. Para tal, um diagnstico dever ser elaborado nos Estudos Preliminares de forma a subsidiar a construo de um cenrio futuro de uso mltiplo para a bacia, a ser aplicado nos Estudos Finais. Os critrios de natureza tcnica de engenharia referem-se utilizao de solues consagradas na concepo dos arranjos dos aproveitamentos, procurando transmitir ao usurio do Manual um conjunto de informaes e procedimentos que, ao nal, resultaro no dimensionamento e estimativa de custos e quantidades de forma simples e rpida. Os custos de obras civis e equipamentos apresentados representam a mdia dos preos unitrios recentemente praticados pela engenharia nacional. Os equipamentos incorporam, em termos tecnolgicos, o recente desenvolvimento no campo da eletromecnica. Os critrios de natureza socioambiental referem-se anlise dos impactos socioambientais negativos e positivos das alternativas de diviso de queda sobre a rea de estudo. A anlise dos impactos socioambientais negativos est relacionada ao objetivo de minimizao destes para subsidiar a escolha da melhor alternativa de diviso de queda. A anlise dos impactos socioambientais positivos est relacionada com a considerao destes na deciso nal sobre a alternativa a ser selecionada. Os critrios socioambientais devem condicionar a formulao das alternativas e a concepo dos aproveitamentos, possibilitando a comparao e a seleo de alternativas atravs da composio de dois ndices que traduzam a intensidade dos impactos negativos e positivos separadamente sobre a rea de estudo. Sendo um estudo de planejamento setorial, o principal benefcio contemplado a gerao de energia eltrica, obtida por meio da maximizao da ecincia econmico-energtica da bacia. Entretanto, a anlise dos potenciais impactos positivos incorporada com o objetivo de explicitar as oportunidades para o desenvolvimento socioeconmico local e regional decorrentes da implantao dos aproveitamentos hidroeltricos. Essa anlise visa subsidiar as fases posteriores do ciclo de planejamento destes aproveitamentos (estudos de viabilidade, projeto bsico etc.) e sinalizar as articulaes institucionais necessrias para a concretizao dessas potencialidades. Os impactos socioambientais positivos somente sero incorporados anlise para a seleo da alternativa nos Estudos Finais. Nos Estudos Preliminares, a escolha das alternativas que passaro para os Estudos Finais dever continuar a ser orientada pela maximizao da ecincia econmico-energtica e pela minimizao dos impactos socioambientais negativos, visando eliminar aquelas que no so competitivas no atendimento de cada um desses dois critrios ou de ambos os critrios. Deve-se ressaltar que, para a necessria compatibilizao desses quatro grupos de critrios, aqueles aspectos que estiverem incorporados nos ndices custo/benefcio sob a forma de custos incorridos para a implantao (custos de controle e de compensao), no devero ser contabilizados na composio do ndice de impacto socioambiental negativo. Assim, este ndice dever traduzir apenas as externalidades

O

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CAPTULO 2 | CRITRIOS BSICOS

provocadas pelos processos impactantes negativos deagrados na rea de estudo, como por exemplo, as mudanas no modo de vida da populao atingida ou a perda de habitats naturais, entre outros. Destaca-se ainda que para as avaliaes relativas aos aspectos socioambientais e aos usos mltiplos da gua devem ser consideradas as tendncias evolutivas do desenvolvimento socioeconmico da regio, conforme indicado a seguir: Para as avaliaes relativas aos usos mltiplos da gua na bacia hidrogrca, as projees devero ser elaboradas considerando um horizonte compatvel com o Plano Nacional de Recursos Hdricos (PNRH). O cenrio futuro dever ser construdo conforme indicado no item 2.2. Para as avaliaes socioambientais a serem realizadas nos Estudos Preliminares e nos Estudos Finais devero ser consideradas a situao socioambiental atual da regio de estudo e suas tendncias evolutivas, denidas no diagnstico socioambiental, levando em conta as polticas, os planos e programas de desenvolvimento regional, sejam eles da competncia federal, estadual ou municipal, os planos de recursos hdricos e, ainda, planos e programas dos diversos setores de atividades. Para a Avaliao Ambiental Integrada (AAI) a ser realizada para a alternativa selecionada nos Estudos Finais devero ser elaborados cenrios de desenvolvimento futuro da regio de estudo, segundo as orientaes apresentadas no Captulo 6 e compatveis com as recomendaes apresentadas neste Captulo 2.

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MME | Ministrio de Minas e Energia

CAPTULO 2 | CRITRIOS BSICOS

2.1 CRITRIOS ENERGTICOSA avaliao energtica das alternativas em estudo deve considerar os critrios bsicos a seguir:

2.1.1 Sistema de RefernciaDene-se por sistema de referncia o conjunto de usinas geradoras de energia eltrica em relao ao qual os benefcios energticos das alternativas de diviso de queda em exame devem ser quanticados. O sistema de referncia deve ser caracterizado como o sistema eletroenergtico ao qual os aproveitamentos inventariados podero vir a ser interligados e dever ser denido pelo poder concedente.

2.1.2 Perodo CrticoO perodo crtico de um sistema de referncia denido como aquele perodo do histrico hidrolgico em que os reservatrios desse sistema so plenamente utilizados, sem a ocorrncia de dcits, considerando-se que, no incio do perodo esto cheios e, ao nal do mesmo totalmente deplecionados, sem reenchimentos totais intermedirios. O perodo crtico a ser adotado nos Estudos de Inventrio ser denido pelo poder concedente. Em 2007, poca da edio deste manual, o perodo crtico adotado para o Sistema Interligado Nacional correspon