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Manual de implantação de Paraciclos Diretoria de Trânsito e Transportes Em conformidade com a Politica Nacional de Mobilidade Urbana a Prefeitura Municipal de Bauru objetiva a criação de espaços adequados ao estacionamento de bicicletas, de modo a favorecer o transporte individual não motorizado. É sabido que o transporte não motorizado, entre seus infindáveis benefícios, é catalizador de importantes mudanças no meio urbano, proporcionando mais humanidade, saúde e qualidade de vida a cidade. Para o ITDP – Institute for Transportation and Development Policy, investir no transporte não motorizado permite: - A redução dos congestionamentos, vez que quanto mais pessoas utilizarem as bicicletas, menos carros estarão em circulação; - Melhoram a qualidade do ar que todos respiram; - Melhoram a acessibilidade geral, vez que as bicicletas permitem aos usuários maior acesso a locais que estavam fora de seu alcance, enquanto pedestres; - Melhoram a saúde dos moradores, pois pedalar é um transporte mais ativo, que traz benefícios tanto à saúde física quanto mental. Há estudos que mostram que pedalar por apenas vinte minutos por dia tem um impacto positivo significativo sobre a saúde mental (Obis 2011, p. 41); - Melhoram a imagem e identificação da marca de uma cidade, pois pedalar é uma opção transporte de baixo impacto ambiental e uma cidade que implementa um sistema de bicicletas compartilhadas pode consolidar sua imagem de cidade moderna e sustentável. - Melhoram o comércio local e a visibilidade das marcas, uma vez que ciclistas tendem a prestar mais atenção ao comércio local, a segurança da via, ocupam menos espaço do que os automóveis; Estabelece a Lei 5.631 de 22 de Agosto de 2008, que Institui o Plano Diretor Participativo do Município de Bauru: “ Art.174- Com objetivo de garantir o direito de locomoção urbana e reduzir o tempo de viagem necessário à realização das diversas atividades, proporcionando opção de escolha no modo de transporte aos usuários, ficam estabelecidas as seguintes diretrizes: XVII criar transporte intermodais proporcionando facilidades na mudança do tipo de transporte, bicicletários, estacionamentos entre outros; Art.178- São objetivos e diretrizes do planejamento e da execução da rede viária urbana do Município: (...) X - desenvolver um programa cicloviário principal que permita a utilização segura da bicicleta como meio de transporte e de lazer, através de implantação de ciclovias/ciclofaixas, criação de normas e campanhas educativas para a sua correta utilização;

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ManualdeimplantaçãodeParaciclosDiretoriadeTrânsitoeTransportes

Em conformidade com a Politica Nacional de Mobilidade Urbana a Prefeitura Municipal de Bauru objetiva a criação de espaços adequados ao estacionamento de bicicletas, de modo a favorecer o transporte individual não motorizado.

É sabido que o transporte não motorizado, entre seus infindáveis benefícios, é catalizador de importantes mudanças no meio urbano, proporcionando mais humanidade, saúde e qualidade de vida a cidade.

Para o ITDP – Institute for Transportation and Development Policy, investir no transporte não motorizado permite:

- A redução dos congestionamentos, vez que quanto mais pessoas utilizarem as bicicletas, menos carros estarão em circulação;

- Melhoram a qualidade do ar que todos respiram; - Melhoram a acessibilidade geral, vez que as bicicletas

permitem aos usuários maior acesso a locais que estavam fora de seu alcance, enquanto pedestres;

- Melhoram a saúde dos moradores, pois pedalar é um transporte mais ativo, que traz benefícios tanto à saúde física quanto mental. Há estudos que mostram que pedalar por apenas vinte minutos por dia tem um impacto positivo significativo sobre a saúde mental (Obis 2011, p. 41);

- Melhoram a imagem e identificação da marca de uma cidade, pois pedalar é uma opção transporte de baixo impacto ambiental e uma cidade que implementa um sistema de bicicletas compartilhadas pode consolidar sua imagem de cidade moderna e sustentável.

- Melhoram o comércio local e a visibilidade das marcas, uma vez que ciclistas tendem a prestar mais atenção ao comércio local, a segurança da via, ocupam menos espaço do que os automóveis;

Estabelece a Lei 5.631 de 22 de Agosto de 2008, que Institui o Plano Diretor Participativo do Município de Bauru:

“ Art.174- Com objetivo de garantir o direito de locomoção urbana e reduzir o tempo de viagem necessário à realização das diversas atividades, proporcionando opção de escolha no modo de transporte aos usuários, ficam estabelecidas as seguintes diretrizes:

XVII – criar transporte intermodais proporcionando facilidades na mudança do tipo de transporte, bicicletários, estacionamentos entre outros;

Art.178- São objetivos e diretrizes do planejamento e da execução da rede viária urbana do Município:

(...)

X - desenvolver um programa cicloviário principal que permita a utilização segura da bicicleta como meio de transporte e de lazer, através de implantação de ciclovias/ciclofaixas, criação de normas e campanhas educativas para a sua correta utilização;

ManualdeimplantaçãodeParaciclosDiretoriadeTrânsitoeTransportes

Definição:

Mobiliário urbano é o conjunto de elementos que podem ocupar o espaço público, implantados, direta ou indiretamente pelo Poder Público, com as seguintes funções urbanísticas:

a) circulação e transportes;

b) ornamentação da paisagem e ambientação urbana;

c) descanso e lazer;

d) serviços de utilidade pública;

e) comunicação e publicidade;

f) atividade comercial;

g) acessórios à infra-estrutura;

Paraciclo é o dispositivo físico utilizado para a fixação de

bicicletas, em local publico ou privado;

Bicicletário é o local destinado a guarda de bicicletas, dotado de paraciclos, e fisicamente delimitado;

Localização:

Todas as instalações devem estar em consonância com a Lei 5.285/2009, que disciplina o uso do passeio e logradouros públicos e dá outras disposições, com a NBR 9050:2004 e para com o Código de Trânsito Brasileiro;

Para sua instalação, os paraciclos e sua área de abrangência deverão seguir os seguintes critérios:

• Ocupar preferencialmente o passeio público, em área com calçamento;

• Não obstruir a circulação de pedestres ou configurar perigo ou impedimento à locomoção de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida;

• Não obstruir o acesso a faixas de travessias de pedestres, escadas, rampas ou entradas e saídas de público, sobretudo as de emergência;

• Não estar localizado em refúgios de travessia de pedestre;

• Não estar defronte à guia rebaixada de entrada e saída de veículos, mesmo que esta seja de grande extensão;

• Não estar localizado nas proximidades dos poços de visita, caixas de passagem e similares, devendo ser observado também as passagens das redes subterrâneas dessas infraestruturas;

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• Não estar localizado onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto de embarque e desembarque de passageiros de transporte coletivo ou, na inexistência desta sinalização, no intervalo compreendido entre dez metros antes e depois do marco do ponto;

• Não estar localizado junto à área de embarque e desembarque de escolares;

• Não estar localizado defronte as duas primeiras vagas dos pontos de táxi;

• Nos passeios públicos deverá necessariamente observar uma faixa de circulação nunca inferior a 1,20 m da área de abrangência do paraciclo;

• Recomenda-se sempre avaliar as condições de realização de carga e descarga, evitando-se colocar paraciclos em pontos de concentração desse tipo de operação;

Área de abrangência:

A área de abrangência de um paraciclo é o espaço de ocupação destinado ao estacionamento das bicicletas ao redor do equipamento, considerando as dimensões variáveis do paraciclo, conforme Anexo 1, Figuras 1 e 2. São divididos conforme seu uso, sendo de apoio duplo ou único.

A área de abrangência de um paraciclo será configurada como:

Apoio DUPLO (Figura 1):

A partir das extremidades, 0,70 m para as laterais no sentido do mesmo;

A partir do eixo, 0,55 m para as laterais perpendiculares ao mesmo;

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Figura 1. Área de abrangência para paraciclos de apoio Duplo.

Apoio ÚNICO (Figura 2):

A partir das extremidades, 0,70 m para as laterais no sentido do mesmo;

A partir do eixo, 0,55 m para a lateral útil, e 0,1 para a lateral inutilizada, perpendiculares ao mesmo;

Figura 2. Área de abrangência para paraciclos de apoio Único.

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Distâncias mínimas:

No caso de paraciclo paralelo a via com apoio duplo, deverá ser instalado sobre a calçada ou canteiro divisor de pista, deverá ser garantida uma distância mínima de 0,55m da divisão da guia e calçada e o equipamento. Se colocado em série deve ser preservada também uma distância linear de 2,10 m entre os equipamentos, conforme Figura 3.

Figura 3. Paraciclos paralelos a via, de apoio duplo, em série.

No caso de paraciclo paralelo a via com apoio único deve estar a 0,25m da divisão da guia e calçada, ou outro limitador em paralelo, como floreiras, muros, muretas, e similares. Se colocado em série deve ser preservada também uma distância linear de 2,10m entre os equipamentos.

No caso de paraciclo perpendicular a via de apoio duplo, sobre a calçada, canteiro divisor de pista, ou sobre a própria via deverá ser garantida uma distância de 0,70 m do meio fio. Quando colocado em série deverá ser preservada uma distância de 1,80 m entre dispositivos, conforme Figura 4.

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Figura 4. Paraciclos perpendiculares a via, de apoio duplo, em série.

No caso de paraciclo inclinado em relação ao meio fio, sobre a calçada, canteiro divisor de pista, ou sobre a própria via, deverá manter distância vertical do meio fio de 0,70 m, e distância lateral de 0,55 m de quaisquer outros elementos, podendo ser em série, com apoio duplo ou único, conforme Figura 5.

Figura 5. Paraciclos em ângulo com a via, de apoio duplo, em série.

As distâncias laterais mínimas de outros elementos a serem observadas, a partir da área de abrangência do paraciclo serão:

De faixa de pedestre ou linha de retenção: 1,00 metro, conforme Figura 6.

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Figura 6. Distância lateral da área de abrangência a Faixa de Pedestres e linha de retenção.

De esquinas sem faixa de pedestre: 5,00 metros do alinhamento do bordo transversal, conforme Figura 7.

Figura 7. Distância lateral da área de abrangência ao alinhamento do bordo da via transversal.

De sinalização de embarque e desembarque de transporte coletivo ou escolar: a 1 metro da restrição de solo, conforme Anexo 1, Figura 8. Se não houver sinalização de solo, no mínimo a 10,0 metros antes e depois do ponto ou abrigo, conforme Figura 9.

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Figura 9. Distância lateral da área de abrangência a sinalização vertical de ponto ou abrigo de ônibus.

De guias rebaixadas: no mínimo 0,5 metros de guias rebaixadas para acesso a garagem ou pedestres, conforme Figura 10.

Figura 10. Distância lateral da área de abrangência a guia rebaixada.

Em todos os casos, deverá ser respeitada faixa de circulação de no mínimo 1,2 metros entre a área de influência e a área destinada a circulação de pedestres de forma contínua, conforme Figura 11.

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Figura 11. Faixa de circulação contínua de no mínimo 1,2 metros, a partir do término da área de abrangência do paraciclo.

Para instalação junto ao leito viário, deverá ser feito somente em área com acesso direto pelo passeio, ou com travessia sinalizada, ocupando o equivalente a uma ou mais vagas comum de automóvel, em local que não obstrua a faixa de rolamento, e não ofereça risco a manobras, conforme Figura 12.

Figura 12. Paraciclo sobre a via.

Quando instalado junto ao leito viário, a EMDURB providenciará a sinalização correspondente ao entorno no paraciclo, resguardando a segurança do mesmo.

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Modelo de paraciclo:

Os paraciclos instalados conforme esta Lei são padronizados conforme Figura 13.

• Altura: 0,70m a 0,80m do nível do pavimento;

• Suporte de fixação: mínimo de 0,25 m de engaste no chão, ou fixação parafusada;

• Largura: 0,70m a 1,00 metros;

• Cantos com raio de curvatura;

• Tubo circular com diâmetro mínimo de 500 mm e máximo de 700 mm e espessura mínima de 2,0mm;

• Cor: Amarelo-segurança 2586, código 5Y8/12 - norma ABNT NBR 7195/1995

Figura 13. Modelo de Paraciclo

É proibida a fixação de qualquer material como propagandas,

banners, ou material que contenha mensagem.

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Poderá ser realizada sinalização de solo delimitando a área de abrangência, ou instalação de piso podotátil de alerta, a partir do bordo externo da área de abrangência, conforme Figura 14.

Figura 14. Sinalização de solo ou podotátil na área de abrangência.

Para pintura deverá seguir:

• Cor: Amarelo-segurança 2586, código 5Y8/12 - norma ABNT NBR 7195/1995;

• Largura da faixa 0,10 cm;

• Sob nenhuma hipótese o munícipe poderá sinalizar sobre a guia ou meio fio.

Como solicitar a autorização para instalação:

A instalação do paraciclo em passeio publico por iniciativa do particular deverá ocorrer somente na área de responsabilidade do titular do imóvel, ou em comum acordo com o titular.

O munícipe deverá solicitar a implantação do paraciclo diretamente a EMDURB, em posto de atendimento próprio, apresentando:

1) Croqui simples do local, com os detalhes do entorno, barreiras físicas e distâncias das mesmas para com o(s) equipamentos a serem instalados, se necessário ilustrado com fotos;

2) Em se tratando de passeio público defronte a lote particular, apresentar o Comprovante de titularidade do imóvel ou anuência termo de concordância do mesmo;

3) Documento pessoal do responsável; 4) Termo de compromisso de instalação do equipamento;

A EMDURB garantirá o envio aos demais órgãos competentes, que

terão até 10 dias úteis para manifestação, de modo a conferir o encaminhamento da solicitação em até 30 dias corridos da abertura do processo.

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Da Remoção e manutenção:

Em caso de retirada do paraciclo, a manutenção e adequação do pavimento deve ser realizada pelo responsável pela instalação.

É proibido o uso para exposição de bicicletas ou similares com fins comerciais, ou de serviços privados, como manutenção, pintura, ou aluguel das mesmas, ou de qualquer forma que caracterize o uso privado do bem.

Dúvidas:

Em caso de dúvidas, basta enviar e-mail para: [email protected], ou pelo telefone (14) 3233 9000