manual de identificacao de plantas daninhas

Upload: augustinho

Post on 01-Nov-2015

22 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

manual identificação plantas daninhas da soja no Brasil

TRANSCRIPT

  • DocumentosISSN 2176-2937

    Abril, 2015

    2 edio

    Manual de identificaode plantas daninhas da cultura da soja

    274

  • Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEmbrapa SojaMinistrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Embrapa SojaLondrina, PR2015

    DocumentosManual de identificao de plantas daninhas da cultura da soja2 edio

    Dionsio Luiz Pisa Gazziero, Romulo Pisa Lollato, Alexandre Magno Brighenti, Robinson Antonio Pitelli, Elemar VollAutores

    274

    ISSN 2176-2937Abril, 2015

  • Embrapa 2015

    1 edio 1 impresso (2006): 5.000 exemplares2a edioVerso on-line(2015)

    Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:Embrapa SojaRodovia Carlos Joo Strass, s/n - Acesso Orlando AmaralCaixa Postal 231, Distrito de WartaCEP 86001-970, Londrina, PRFone: (43) 3371 6000 - Fax: 3371 6100www.embrapa.br/sojawww.embrapa.br/fale-conosco/sac/

    Comit de Publicaes

    Presidente: Ricardo Villela AbdelnoorSecretria executiva: Regina Maria Villas Bas de Campos LeiteMembros: Alvadi Antonio Balbinot Junior, Claudine Dinali Santos Seixas, Fernando Augusto Henning, Eliseu Binneck, Liliane Mrcia Mertz-Henning, Maria Cristina Neves de Oliveira, Norman Neumaier e Vera de Toledo Benassi.

    Supervisora editorial: Vanessa Fuzinatto DallAgnolNormatizao bibliogrfica: Ademir Benedito Alves de LimaEditorao eletrnica: Marisa Yuri Horikawa

    Todos os direitos reservados.

    A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, consitui violao dos direitos autorais (Lei n 9.610).

    Dados Internacionais na Publicao (CIP) Embrapa Soja

    A Embrapa uma empresa que respeita os Direitos Autorais. Em algumas fotos utilizadas nesta obra, no foi possvel, porm, identificar

    o autor. Se voc autor de alguma foto utilizada nesta obra, por favor, procure a Embrapa Soja no endereo citado ao lado.

    Manual de identificao de plantas daninhas da cultura da soja / Dionsio Luiz Pisa Gazziero... [et al. ]. 2.ed. Londrina: Embrapa Soja, 2015.

    126 p. :il color.; 18cm. - - (Documentos / Embrapa Soja, ISSN 2176-2937; n. 274).

    1.Erva daninha. 2. Soja-Erva daninha-Identificao. I.Gazziero, D.L.P. II.Lollato, R.P. III.Brighenti, A.M. IV.Pitelli, R.A. V.Voll, E. VI.Ttulo. VII.Srie.

    CDD: 632.5 (21.ed).

  • Dionisio Luiz Pisa GazzieroEngenheiro Agrnomo, Dr.Pesquisador, Embrapa Soja, Londrina/[email protected]

    Rmulo Pisa LollatoEngenheiro Agrnomo, Dr. Professor da Kansas State UniversityManhattan, Kansas, Estados [email protected]

    Alexandre Magno BrighentiEngenheiro Agrnomo, Dr.Pesquisador, Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora/[email protected]

    AutoresRobinson Antonio PitelliEngenheiro Agrnomo, Dr.UNESP - Jaboticabal/[email protected]

    Elemar VollEngenheiro Agrnomo, Dr.Pesquidador, Embrapa Soja, Londrina, [email protected]

  • ColaboradoresEdson de OliveiraTcnico em Agropecuria da Embrapa Soja, Londrina/[email protected]

    Reinaldo Teruhiko MoriyamaTcnico em Agropecuria da Embrapa Soja, Londrina/[email protected]

  • Apresentao

    A infestao com plantas daninhas pode ser responsvel por perdas significativas na produo de soja. Para que o controle dessas espcies seja bem feito preciso conhecer suas caractersticas, o que se inicia pela correta identificao de cada uma delas.

    Ainda que a comunidade das plantas infestantes seja muito diversificada em um pas tropical como o Brasil, sabe-se que algumas espcies aparecem com maior frequncia nas lavouras comerciais de soja.

    O presente documento resultado do esforo da Equipe de Plantas Daninhas da Embrapa Soja. Tem por objetivo, contribuir com informaes que ajudem na identificao das principais plantas infestantes da soja e servir como uma publicao de apoio tcnico a estudantes, agricultores e profissionais que desenvolvem atividades nessa rea.

    Nesta segunda edio, foram adicionadas novas plantas daninhas de ocorrncia recente.

    Jos Renato Bouas Farias

    Chefe-Geral Embrapa Soja

  • SumrioIntroduo ................................................................................................................................................................................................. 11

    Famlia Amaranthaceae ........................................................................................................................................................................... 13 Alternanthera tenella ............................................................................................................................................................................ 15 Amaranthus deflexus ........................................................................................................................................................................... 16 Amaranthus hybridus ........................................................................................................................................................................... 17 Amaranthus spinosus ........................................................................................................................................................................... 18 Amaranthus viridis ................................................................................................................................................................................ 19

    Famlia Asteraceae (Compositae) ........................................................................................................................................................... 21 Acanthospermum hispidum .................................................................................................................................................................. 23 Acanthospermum australe ................................................................................................................................................................... 24 Ageratum conyzoides ........................................................................................................................................................................... 26 Emilia sonchifolia ................................................................................................................................................................................. 27 Conyza spp. ......................................................................................................................................................................................... 28 Bidens spp. .......................................................................................................................................................................................... 30 Galinsoga parviflora ............................................................................................................................................................................. 32 Melampodium perfoliatum .................................................................................................................................................................... 33 Parthenium hysterophorus ................................................................................................................................................................... 34 Porophyllum ruderale ........................................................................................................................................................................... 35 Senecio brasiliensis ............................................................................................................................................................................. 36 Siegesbeckia orientalis ........................................................................................................................................................................ 37

  • Sonchus oleraceus ............................................................................................................................................................................... 38 Tridax procumbens ............................................................................................................................................................................... 39

    Famlia Brassicaceae ............................................................................................................................................................................... 41 Coronopus didymus ............................................................................................................................................................................. 43 Raphanus raphanistrum ....................................................................................................................................................................... 44

    Famlia Commelinaceae ........................................................................................................................................................................... 45 Commelina benghalensis ..................................................................................................................................................................... 47 Murdannia nudiflora ............................................................................................................................................................................. 48

    Famlia Convolvulaceae ........................................................................................................................................................................... 51 Ipomoea grandifolia .............................................................................................................................................................................. 53 Ipomoea nil ........................................................................................................................................................................................... 54 Ipomoea purpurea ................................................................................................................................................................................ 55

    Famlia Euphorbiaceae ............................................................................................................................................................................ 57 Chamaesyce hirta ................................................................................................................................................................................ 59 Chamaesyce hyssopifolia .................................................................................................................................................................... 60 Croton glandulosus .............................................................................................................................................................................. 61 Euphorbia heterophylla ........................................................................................................................................................................ 62 Phyllanthus tenellus ............................................................................................................................................................................. 63

    Famlia Fabaceae ...................................................................................................................................................................................... 65 Desmodium tortuosum ......................................................................................................................................................................... 67 Senna obtusifolia .................................................................................................................................................................................. 68

    Famlia Lamiaceae .................................................................................................................................................................................... 69 Hyptys suaveolens ............................................................................................................................................................................... 71

  • Leonotis nepetifolia .............................................................................................................................................................................. 72 Leonurus sibiricus ................................................................................................................................................................................ 73

    Famlia Malvaceae .................................................................................................................................................................................... 75 Sida rhombifolia ................................................................................................................................................................................... 77

    Famlia Poaceae........................................................................................................................................................................................ 79 Avena fatua .......................................................................................................................................................................................... 81 Brachiaria brizantha ............................................................................................................................................................................. 82 Brachiaria decumbens ......................................................................................................................................................................... 83 Brachiaria plantaginea ......................................................................................................................................................................... 84 Cenchrus echinatus ............................................................................................................................................................................. 85 Chloris spp. .......................................................................................................................................................................................... 86 Digitaria insularis .................................................................................................................................................................................. 87 Digitaria spp. ........................................................................................................................................................................................ 88 Echinochloa colonum ........................................................................................................................................................................... 90 Eleusine indica ..................................................................................................................................................................................... 91 Lolium multiflorum ............................................................................................................................................................................... 92 Panicum maximum ............................................................................................................................................................................... 93 Pennisetum setosum ............................................................................................................................................................................ 94 Rhynchelytrum repens ......................................................................................................................................................................... 95 Setaria geniculata ................................................................................................................................................................................ 96 Sorghum halepense ............................................................................................................................................................................. 97

  • Famlia Portulacaceae .............................................................................................................................................................................. 99 Portulaca oleracea ............................................................................................................................................................................. 101 Talinum paniculatum .......................................................................................................................................................................... 102

    Famlia Rubiaceae .................................................................................................................................................................................. 103 Richardia brasiliensis ......................................................................................................................................................................... 105 Spermacoce latifolia ........................................................................................................................................................................... 106 Spermacoce vertticilata ...................................................................................................................................................................... 107

    Famlia Sapindaceae .............................................................................................................................................................................. 109 Cardiospermum halicacabum .............................................................................................................................................................111

    Famlia Solanaceae .................................................................................................................................................................................113 Nicandra physaloides ..........................................................................................................................................................................115 Solanum americanum .........................................................................................................................................................................116

    Plantas Daninhas resistentes a herbicidas...........................................................................................................................................118Espcies resistentes a herbicidas de diferentes mecanismos de ao, relatadas no Brasil ..........................................................119Glossrio de termos botnicos ............................................................................................................................................................. 120Referncias ............................................................................................................................................................................................. 124

  • IntroduoDesde que a soja foi introduzida comerc ia lmente no Bras i l , o controle das plantas infestantes tem se caracterizado como uma das operaes mais complexas e caras do sistema de produo. As plantas daninhas vivem em comunidades, compostas por indivduos, cada um com caractersticas prprias. fundamental conhecer a biologia de cada individuo e detalhes das espe-cificaes dos produtos disponveis para seu controle. Tanto para a soja convencional como para a soja geneticamente modificada (soja RR) para tolerncia ao glifosato, imprescindvel considerar os

    conceitos bsicos do manejo de plantas daninhas, para que seja possvel a manuteno das reas de cultivo livres dessas espcies. Para isso, preciso utilizar rotao de culturas e rotao do mecanismo de ao dos herbicidas, controlar as espcies infestantes durante o ano todo no permitindo o aumento no banco de sementes, realizar o manejo adequado na pr-semeadura para a eliminao total das plantas daninhas antes do incio da safra e programar aplicaes nicas ou seqenciais, levando-se em conta os efeitos da mato-competio.

    Este documento apresenta as plantas daninhas mais facilmente encontradas nas lavouras de soja, as quais foram agrupadas por famlias e descritas com informaes para ajudar na sua identificao, uma vez que esse o passo inicial para que o manejo das plantas infestantes seja feito com sucesso.

  • Famlia Amaranthaceae

  • 14

    A famlia Amaranthaceae tem dois gneros que so bastante importantes na cultura da soja, Alternanthera e Amaranthus. Normalmente, so plantas com elevada produo de sementes pequenas que se dispersam com facilidade. Algumas espcies, como o Amaranthus retroflexus, apresentam metabolismo fotossinttico C4, o que lhes confere alta capacidade competitiva em perodos de boa insolao e restrio de chuvas. Algumas espcies so importantes no s pela reduo na produtividade de soja, como tambm pela interferncia na colheita mecnica e por serem hospedeira intermediria de nematides. A importncia relativa das amarantceas tende a aumentar com a elevao do pH e da fertilidade do solo. As principais espcies que ocorrem na cultura da soja so citadas a seguir.

  • 15

    Alternanthera tenella

    Nome comum: Apaga-fogo

    Planta anual ou perene, dependendo das condies que habita, com reproduo por semente. Adapta-se bem em solos de textura mdia e argilosos. Planta herbcea, muito ramif icada, com tendncia de crescimento lateral, quando isolada e de crescimento ereto, quando sob competio. O caule lenhoso na base e bastante ramificado. Os ramos so cilndricos, com entrens variando em mdia de 1 a 7 cm de comprimento, lisos nas pores mais velhas e pilosos nas pores mais novas. A raiz principal pivotante, com razes adventcias a partir de ns

    que permanecem em contato com o solo mido. As folhas so simples, ssseis e opostas. Nas plantas novas, as folhas so maiores; medida que a planta envelhece, emite folhas de menor tamanho. As flores tm colorao creme ou esbranquiada na maturao. A semente tem formato ovalado, superfcie lisa e brilhante de colorao castanho-amarelada a castanho-avermelhada, sendo mais escura na regio do hilo. Suas populaes apresentam elevada taxa de absoro de nutrientes do solo.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 16

    Amaranthus deflexus

    Nome comum: Caruru-rasteiro

    Planta anual que se reproduz por semente. Desenvolve-se bem em solos frteis, preferindo locais sombreados e midos. Planta herbcea, intensamente ramificada, com caules cilndricos, carnosos e lisos. Tem aspecto geralmente prostrado, apenas com a parte superior ereta. As folhas so simples e alternadas, com pecolo longo e nervuras bem acentuadas. Formam-se espigas relativamente compactas com colorao verde plida, na parte terminal do caule, devido juno das inflorescncias. A flores possuem nervura mediana verde escura e a

    semente lisa e brilhante e tm forma de ovo. Entre as plantas do gnero Amaranthus, esta espcie mais frequente em reas de cultivo intensivo.

    Foto

    : K

    .G.

    Kis

    sman

    n

    Foto

    : Ed

    son

    de O

    livei

    ra

  • 17

    Amaranthus hybridus

    Nome comum: Caruru-gigante

    Planta anual, herbcea com caule ereto, cilndrico, liso ou ligeiramente piloso, sulcado longitudinalmente, com grande va r i ab i l i dade de cores, existindo desde o verde (variedade patulus) at o vermelho-prpura (variedade panicatulus). Possui folhas simples, alternadas, abundantes na parte super ior da planta, em forma ovalada ou lanceolada, de margens regulares ou levemente onduladas e o caule apresenta de cores variadas. As inflorescncias formam espigas cilndricas e densas, na parte terminal do caule nas axilas das folhas, com a

    cor predominante variando do verde avermelhada ou prpura. Os frutos se abrem por uma linha transversal, expondo a semente com superfcie

    lisa e brilhante. A disperso feita atravs da semente, pela abertura espontnea dos frutos.

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira

  • 18

    Amaranthus spinosus

    Nome comum: Caruru-de-espinho

    Planta ereta anual, com reproduo por semente, muito ramificada e com espinhos. O caule robusto, formando lenho na base, onde muito ramificado, rolio, liso ou com poucos plos, de cor verde-avermelhada ou vermelho escura. No local da juno das folhas ao ramo, ocorre um par de espinhos rgidos. As folhas tm forma de ponta de lana, com margens levemente onduladas, colorao verde escura ou avermelhada, saindo uma para cada lado, mas de pontos diferentes. A inflorescncia apresenta flores em

    forma de espiga muito densa, saindo da parte terminal dos ramos ou da juno da folha ao caule. As flores so de cor amarelo-esverdeada, rosada ou castanha. O fruto liso, envolto por cinco folhas em forma de ponta de lana, com uma espcie de tampa que se abre mostrando uma urna. A semente oval, brilhante, de colorao castanho-aver-melhado e superfcie sem plos. A disperso feita por frutos e sementes.

    Foto

    : Rei

    nald

    o T.

    Mor

    iyam

    a

  • 19

    Amaranthus viridis

    Nome comum: Caruru-de-mancha

    Planta anual que se reproduz por semente, sendo comum ocorrer aglomeraes densas pela sua dificuldade de disperso a partir das infrutescncias. mais comum em solos trabalhados, e menos comum em solos muito midos. planta herbcea, ereta, de caule cilndrico, estriado longitudinalmente, liso ou com escassa pilosidade e de pouca ramificao quando ereto. Apresenta folhas simples, alternas, ovaladas, com margens regulares ou levemente onduladas, de colorao verde intensa, podendo ocorrer manchas acinzentadas ou castanho-

    avermelhadas na parte mediana. As inflorescncias formam espigas densas de cor verde plida, com possib i l idade de p igmentao vermelha, na parte terminal dos ramos. Sobre o eixo das espigas esto as flores. Os frutos tm a superfcie muito rugosa com colorao variando de castanho claro a castanho escuro. No apresentam deiscncia espontnea e so responsveis pela disperso da espcie. A semente tem a superfcie lisa e brilhante.

    Foto

    : Ed

    son

    de O

    livei

    ra

  • Famlia Asteraceae (Compositae)

  • 22

    A famlia Asteraceae possui diversas espcies que so caraterizadas como infestantes importantes na cultura da soja. As representantes dessa famlia apresentam grande variabilidade de formas de crescimento, desde plantas prostadas e de pouca biomassa, como o carrapicho-rasteiro, at plantas eretas com grande porte, como a buva e a maria-mole, as quais qual criam problemas para operacionalizao da colheita mecnica. Abriga algumas espcies com grande possibilidade de manifestao de resistncia aos herbicidas, como o picopreto, outras com destacada capacidade de produo e disperso de dissemnulos, como a erva-de-touro, e algumas com condies de crescimento em solos pouco frteis, como o carrapicho-de-carneiro. As principais espcies que ocorrem na soja so:

  • 23

    Nome comum: Carrapicho-de-carneiro

    Planta anual que se reproduz por semente. Cresce bem, tanto em solos argilosos quanto arenosos, sendo de difcil controle devido germinao irregular. Planta sempre verde, ereta, com folhas e ramos desde a base. O caule rolio, de cor verde-clara com muitos plos transparentes. As folhas so ovais, pilosas, com margens irregulares e de cor verde, dispostas duas por n, diametralmente opostas. As flores tm pilosidade e o formato de estrela, de colorao verde-amarelada na parte externa e amarela na parte interna. Os frutos tm superfcie

    dura, spera, de colorao castanho-amarelada a castanho-escura, com cerdas e espinhos recurvados, e aspecto parecido com a cabea de ovinos ou caprinos adultos, da o nome popular. A disperso pelos

    Acanthospermum hispidum

    frutos, que se prendem facilmente sacaria ao pelo de animais, s roupas de trabalhadores rurais e outras superfcies. A produo dos frutos muito grande, chegando a milhes por hectare.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 24

    Acanthospermum australe

    Nome comum: Carrapicho-rasteiro

    Planta anual, prostrada, que se reproduz exc lus ivamente por semente. Cresce bem com alta luminosidade, no necessitando de muita umidade para o seu desenvo lv imento. Vegeta em solos cidos e fracos. O caule rolio, bastante ramificado na parte inferior, com plos acinzentados de cor verde ou vermelha. As folhas tm forma oval e margens levemente recortadas, com pelos curtos, podendo emitir pequenos ramos com folhas do caule, que liberam uma substncia pegajosa. As flores so de colorao amarela por fora

    e esbranquiada por dentro, com forma de tubo e invlucro verde. O fruto tem forma oval envolto por invlucro rgido, com vrias cerdas duras. A disperso feita pelo fruto, que se prende facilmente sacaria, ao plo de animais e s roupas de trabalhadores rurais, o que constitui o principal meio de disperso dessa planta daninha a longas distncias. Em solos com pH corrigido, sua importncia na comunidade infestante reduzida, devido intensa resposta calagem.

    Foto

    : D

    ion

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 25

    Foto

    s: R

    eina

    ldo

    T.

    Mor

    iyam

    a

  • 26

    Ageratum conyzoides

    Nome comum: Mentrasto

    Planta anual, que se reproduz por semente. Adapta-se bem em solos argilosos e locais midos, mas tolera ambientes relativamente secos. Planta herbcea, caule ereto, cilndrico, com plos esbranquiados e entrens longos. As folhas so simples, pecioladas, revestidas de curtos plos alvos, em ambas as faces, e margens com recortes em semicrculos. Exalam odor quando amassadas. As flores se originam de vrios pontos e alcanam a mesma altura, podendo ser de cor violeta ou branco-azulada. A disperso se d atravs dos frutos e feita pelo vento

    ou pela gua, devido esparsos plos brancos que se projetam do aqunio. Pode produzir at trs geraes por ano. Embora no tolere geadas, desenvolve-se bem no inverno.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 27

    Emilia sonchifolia

    Nome comum: Falsa-serralha

    Planta anual que se reproduz por semente. Vegeta melhor em solos ricos, embora infeste tambm solos de baixa fertilidade. Requer boa luminosidade e temperatura relativamente alta para se desenvolver, no crescendo bem em reas sombreadas ou frias. Planta ereta, de caule rolio, com colorao verde e superfcie com poucos plos. As folhas tm aspecto variado, sendo as inferiores em formato oval, quase circular. As folhas medianas no tm pecolos e as superiores tm forma de ponta de lana, com base larga envolvendo o caule no ponto de insero.

    As folhas apresentam pilosidade, tm as margens recortadas, colorao verde clara em plantas novas e verde intenso nas adultas. As flores tm forma de tufos rolios verdes com ptalas vermelhas, saindo na extremidade. O fruto tem colorao cinza-amarelado, com plos pequenos em sua superfcie e brancos, sedosos e compridos na extremidade, o que facilita sua disperso pelo vento. uma das primeiras plantas daninhas a colonizar reas de expanso agrcola e, com os anos de agricultura, vai diminuindo sua importncia relativa pela chegada de outras espcies mais competitivas.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 28

    Conyza spp.

    Nome comum: Buva

    O gnero Conyza contempla um grande nmero de espcies. Trs delas esto registradas como de importncia para a agricultura brasileira: Conyza bonariensis, Conyza canandensis e Conyza sumatrensis. So plantas anuais, eretas, que produzem grande quantidade de sementes chegando, a 200 mil ou mais por planta. So fotoblasticas positivas ou seja de luz para germinar, por isso sua presena mais restrita nas reas ocupadas por culturas com boa formao de palhada, como trigo, aveia e braquiria ruziziensis. Nas reas de pousio as sementes de

    buva encontram condies ideais para germinao e desenvolvimento. As sementes so pequenas, pesando cerca de 2000 vezes menos que o peso de um gro de soja, no so dormentes e se disseminam com facilidade pelo vento. Estas espcies germinam bem no perodo de entressafra, momento ideal para o controle, pois plantas acima de 5 a 10 cm costumam rebrotar e recuperar o desenvolvimento. Foram identificadas no Brasil bitipos das trs espcies resistentes ao glifosato, inibidor da EPSPs (glifosato), e de C. sumatrensis tambm ao clorimuron, inibidor da ALS. A identificao a

    campo no fcil de ser realizada, sendo preciso considerar inmeras caractersticas em detalhes, mas cabe destacar algumas facilmente visveis. A Conyza bonariensis possui folhas com margens lisas, podendo em certas variedades apresentar finos dentes. Os ramos da parte central da planta so maiores e ultrapassam o topo do caule. A Conyza canadenses possui folhas com margens dentadas e os ramos laterais no excedem ao topo, deixando a planta em forma piramidal. A Conyza sumatrensis tambm apresenta forma piramidal, porm a haste principal apresenta maior pilosidade do que a C. canadenses.

  • 29

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 30

    Bidens spp.

    Nome comum: Pico-preto

    O gnero Bidens apresenta duas espcies comumente encontradas no Brasil, Bidens pilosa e Bidens subalternans, plantas anuais que se reproduzem por semente. Suas populaes tm grande diversidade gentica, o que confere plasticidade fenotpica, tanto no indivduo, principalmente com relao s pocas de florescimento e frutificao, como na populao, com o desenvolvimento de sub-populaes resistentes aos herbicidas inibidores da enzima ALS (Acetolactato sintase). Com isso, o pico-preto planta invasora desde ambientes de olericultura at

    pastagens mal manejadas. Essa plasticidade a torna uma das plantas daninhas com maiores densidades populacionais, em culturas agrcolas no Brasil. Bidens pilosa tem caule ereto, liso ou levemente piloso, de cor verde, podendo apresentar manchas vermelhas. As folhas tm margens serrilhadas e pilosidade varivel. A flor tem ptalas brancas. Os frutos so aqunios de colorao negra fosca com pequenas protubern-cias de onde se originam plos; numa das extremidades, h aristas duras, bem abertas, pontiagudas, geralmente em nmero de trs, essenciais para a disperso da espcie. Bidens

    subalternans tem caractersticas bastante semelhantes Bidens pilosa, diferenciando-se principalmente pelas seguintes caractersticas: nmero de aristas nos aqunios (frutos), predominantemente quatro, sem protuberncias e com plos somente no pice; flores com lgulas de cor amarela ou creme; base sem ramificaes; ramos alternados a partir de certo ponto na haste principal. Uma terceira espcie, Bidens alba tambm pode ser encontrada, especialmente na regio litornea. Diferencia-se por possuir frutos com predominncia de duas aristas e grandes lgulas brancas.

  • 31

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 32

    Galinsoga parviflora

    Nome comum: P ico-branco, fazendeiro

    Planta anual, com altura variando de 10 cm a 80 cm dependendo das condies em que se desenvolve. Pode, em sistema aberto, ter amplo crescimento lateral e atingir pequena altura, mas quando submetida a forte competio com outras plantas, tem crescimento mais ereto. O caule cilndrico, de colorao verde clara, liso na parte inferior e com plos curtos na parte superior. A raiz principal pivotante, ocorrendo inmeras razes secundrias que crescem paralelamente superfcie do solo. Possui folhas simples e

    opostas, sendo as inferiores com pecolo e as superiores ssseis. O perodo de florescimento bastante longo e quase sempre se encontram plantas com flores de cor amarelada. Suas sementes so dispersas facilmente pelo vento. planta de ciclo curto e mais comum em ambientes de agricultura intensiva, com reas s o b p i v central.

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira

  • 33

    Melampodium perfoliatum

    Nome comum: Estrelinha

    Planta anual que se reproduz por semente. Possui caule ereto, rolio nas partes mais velhas e um pouco achatado com estrias nas partes novas, ramos de colorao vermelho-amarronzada e superfcie spera. As folhas tm forma varivel, normalmente tipo ovo, com a parte inferior estreita, envolvendo o caule/ramos, colorao verde na folha e vermelha nas nervuras. As folhas opostas se dispem duas a duas. A flor tem haste comprida que a liga ao caule, saindo dos pontos de insero do ramo ao caule e dos pontos de fixao da folha aos ramos. Ao redor

    da flor, h cinco folhas de tamanho relativamente grande e colorao verde, contrastando com o amarelo da flor. Os frutos tm superfcie brilhante, sem plos e levemente rugosa. Devido ao peso, os frutos

    no so dispersos pelo vento, mas se destacam facilmente, caindo perto da planta me. Por isso, novas infestaes destas plantas tm distribuio agregada.

    Foto

    s: R

    eina

    ldo

    T.

    Mor

    iyam

    a

  • 34

    Parthenium hysterophorus

    Nome comum: Losna-branca

    Planta anual que se reproduz por semente. Cresce bem em solos revolvidos, argilosos e ricos em matria orgnica, ocorrendo o ano todo, em regies tropicais e subtropicais. A planta sempre verde e ereta. O caule se desenvolve lentamente. Inicialmente, h s uma roseta e, mais tardiamente, aparece o caule que pouco ramificado na base, mas com muitos ramos na parte superior. O caule tem consistncia carnosa, mas de difcil rompimento; colorao verde com sulcos verde escuro e plos brancos ao longo. Apresenta maior densidade de folhas na parte basal,

    as quais so alternas opostas, com margem intensamente recortada e nervuras salientes, na parte de trs. As folhas apresentam cor verde com plos curtos e fortes que podem causar efeito alrgico nas pessoas. As flores so brancas ou amarelas e ocorrem na parte terminal da planta, na ponta dos ramos. O fruto, cujo formato lembra pinhes, tem superfcie enrugada, sem plos, sendo quase todo envolto pela flor. A disperso se d pelos frutos, que se prendem a partes das flores que servem como alas que so carregadas pelo vento. Esta espcie tem histrico no Brasil de bitipo resistente aos herbicidas inibidores da enzima ALS.

    Ftoo

    s: D

    ion

    sio

    L.P.

    Gaz

    zier

    o

  • 35

    Porophyllum ruderale

    Nome comum: Couve-cravinho

    Planta anual, herbcea, ereta, caule ramificado e liso na parte superior com 60 a 120 cm de altura, que se reproduz por semente. Todas as partes expostas da planta tm a superfcie recoberta por fina camada de cera. A colorao verde clara, frequentemente com pigmentao violcea. A raiz principal pivotante, folhas simples, pecioladas, alternas ou quase opostas. Os aqunios (sementes) so lineares, retos ou arqueados com aproximadamente 8 mm de comprimento e 0,4 mm de largura. A semente com papilho facilmente dispersa pelo vento.

    Sua ocorrncia vem crescendo com a adoo do sistema de semeadura direta.

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira

  • 36

    Senecio brasiliensis

    Nome comum: Maria-mole

    Planta perene, que se reproduz por semente. Vegeta em solos cidos, aumentando sua agressividade em solo com pH corrigido e adubado. Caule cilndrico e muito ramificado. Possui ramos lisos na base, com estrias na parte terminal. Nas partes novas, apresenta colorao verde-clara e leve pigmentao vermelha e, medida que crescem vo se tornando acinzentadas. Por volta do segundo ano, o caule se apresenta lenhoso. As folhas surgem ao longo do caule e dos ramos, e as da base do caule vo caindo e deixando cicatrizes. As folhas tm a margem

    profundamente recortada e so de colorao verde escura. As flores se concentram na parte terminal da planta, so de colorao amarela, saindo de alturas variadas dos ramos. Os frutos tm colorao castanha, com curtos plos grossos e brancos, envoltos por um anel de plos sedosos, que auxiliam na disperso da espcie atravs do vento. Esta espcie era de ocorrncia quase que exclusiva em pastagens e era pouco importante na cultura da soja at que o sistema de semeadura direta fosse implantado de forma generalizada. Tem grande interferncia na colheita mecanizada.

    Foto

    s: D

    ion

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 37

    Siegesbeckia orientalisNome comum: Boto-de-ouro

    Planta anual que se reproduz por semente. Vegeta melhor em locais midos, tolerando pouca iluminao. Planta ereta e ramificada, com caule rolio, de cor verde ou vermelho-acastanhado. Apresenta entre-ns curtos na base e no ponto de onde nasce uma folha, se desenvolve um ramo. Folhas saindo de quatro em quatro de um mesmo ponto, uma para cada lado, com forma oval ou lanceolada, com margens irregularmente recortadas, superfcie verde e com poucos plos brancos. As flores saem do ponto de juno das folhas superiores ao caule. Tm

    folhas grossas, com plos ao seu redor, que formam de quatro a seis pontas agudas. Tambm tem folhas mais finas envolvendo a parte interna que de colorao amarela. Os frutos tm colorao escura, superfcie brilhante, spera, ocorrendo dentro de uma folha rudimentar com plos.

    Foto

    s: R

    eina

    ldo

    T.

    Mor

    iyam

    a

  • 38

    Sonchus oleraceus

    Nome comum: Serralha

    Planta anual que se reproduz por sementes que so fac i lmente carregados pelo vento. O caule levemente carnoso, com superfcie lisa, ramificado na parte superior. Na parte inferior da planta, as folhas tm longa haste alada que as ligam ao caule, geralmente com trs pontas agudas, enquanto as superiores tm apenas uma. As margens tm vrios dentes agudos e moles, superfcie lisa e lustrosa, de cor verde escura. As hastes das flores saem a partir do topo do caule e so protegidas por uma folha de colorao verde. Enquanto a flor no abre, s visvel

    a folha que a envolve e, medida que as flores se abrem, a parte amarela vai a p a r e c e n d o . O s frutos so plumosos, r e l a t i v a m e n t e c o m p r i d o s , c o m colorao castanho clara ou avermelhada, superfcie fosca, com as laterais divididas por um sulco.

    Foto

    s: D

    ion

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 39

    Tridax procumbensNome comum: Erva-de-touro

    Planta anual, ou bianual, herbcea, com en ra i zamento nos ns , se reproduz por semente que facilmente carregada pelo vento. Os caules so pubescentes, em grande parte prostrados. Possui folhas simples, opostas. As flores apresentam colorao amarelo clara ou creme. planta que passou a se tornar invasora com a ocupao dos Cerrados brasileiros. Atualmente, pode ser encontrada nas diferentes regies produtoras de soja do Brasil. frequente em reas no agricultur-veis, beiras de estradas, de caladas, terrenos baldios e mesmo em pomares

    e pastagens. Produz vrias geraes por ano, vegetando com vigor inclusive no perodo de entressafra. Tem grande capacidade de produo de semente e considerada como uma das espcies tolerantes ao herbicida glyphosate.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • Famlia Brassicaceae

  • 42

    A famlia Brassicaceae, tambm conhecida como Cruciferae apresenta um grande nmero de gneros (320) e um nmero ainda maior de espcies (3200), muitas delas de grande importncia para a alimentao humana como o repolho, a couve, o nabo e a mostarda entre outras. Duas espcies so consideradas importantes plantas daninhas na cultura da soja, e sero citadas a seguir.

  • 43

    Coronopus didymus

    Nome comum: Mastruo

    Planta anual, herbcea com odor desagradvel, muito ramificada, com caules rasteiros, com reproduo por semente. Vegeta bem em solos de textura mdia. Possui raiz principal pivotante, relativamente delgada de cor branca. As flores so pequenas, em forma de rim e colorao castanho-amarelada. Trata-se de espcie exigente em condies de fertilidade de solo, sendo muito frequente em reas adubadas e com irrigao, como lavouras sob piv central. Tambm pode ser caracterizada como planta daninha de fim de ciclo, com incidncia maior no inverno.

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira

  • 44

    Raphanus raphanistrum

    Nome comum: Nabia

    Planta anual, ereta, herbcea, aromtica, variando de 50 a 100 cm de altura, caule ramificado e reproduo por semente. Quando ocorre no inverno, em solo frtil ou levemente cido, desenvolve porte maior e compete bastante com os cereais, podendo estar ainda verde na maturao da cultura invadida. No entanto, plantas que se desenvolvem na primavera ou no vero, tendem a apresentar ciclo mais curto e porte menor. Possui raiz principal com grande quantidade de substncias de reserva. As folhas inferiores so fortemente lobadas e as superiores

    geralmente menos lobadas, quase sem pecolo. As flores podem ter colorao amarela, rosada e branca, No passado, a nabia encontrava-se restrita s reas do sul do Brasil, mas com a ocupao agrcola dos Cerrados e as tentativas de cultivo de trigo, foi introduzida no Brasil central como contaminante de sementes de gramneas. Sofreu processo de aclimatao e, hoje, ocorre com relativa importncia naquela regio. Possui b it ipos res istentes a herbicidas inibidores da enzima ALS.

    Foto

    s: D

    ion

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • Famlia Commelinaceae

  • 46

    A famlia Commelinaceae tem muitas espcies morfologicamente similares conhecidas simplesmente como trapoerabas. A mais importante, Commelinna benghalensis, ser descrita nesta publicao, assim como a Murdannia nudiflora, inicialmente classificada como Commelina nudiflora. Outras espcies como Commelina difusa, Commelina erecta e Commelina villosa, tambm ocorrem no Brasil e tem sido motivo de preocupao em lavouras comerciais de soja e milho nas regies Centro e Sul do Paran. Embora ocorram em menor freqncia, deve-se tomar todos os cuidados para evitar a disseminao dessas espcies, pois so todas consideradas de difcil controle qumico, especialmente a C. villosa, por suportar doses elevadas do herbicida glifosato.

  • 47

    Murdannia nudiflora

    N o m e c o m u m : M u r d a n i a , Trapoerabinha

    Planta anual, de hbito rasteiro, se reproduz principalmente por sementes, que possuem dormncia, podendo tambm se estabelecer a partir de fragmentos de estoles e ramos cortados, herbcea, ramificada e com enraizamento nos ns inferiores. Suas flores apresentam cor lils. Ocorre na regio Centro-Oeste do Brasil. Possui elevado potencial competitivo em reas de arroz e considerada de difcil controle. Tem sido relatada como um problema crescente na cultura da soja. Adapta-se bem aos solos frteis e midos e em reas sombreadas.

    Foto

    : M

    aurc

    io C

    . M

    eyer

  • 48

    Commelina benghalensis

    Nome comum: Trapoeraba

    Planta perene, que se reproduz por semente area e subterrnea. A disperso tambm feita por pedaos de ramo, quando espalhados. Desenvolve-se bem em solos leves, frteis e midos. Vegeta de modo vigoroso em ambientes de boa luminosidade, sendo de lento desenvolvimento em locais sombreados. Planta herbcea, tenra e suculenta, cobre intensamente a superfcie do solo. O caule liso, cilndrico e carnoso ou levemente piloso, dividido por ns, de onde saem ramificaes, que se distribuem pelo solo. Possui caule subterrneo,

    onde se formam flores modificadas, dando origem a frutos sem ter havido fecundao (partenognses), formando sementes subterrneas (maiores do que as areas) de grande poder germinativo. A bainha das folhas envolve parte do ramo e tem longos plos de cor ferrugem. As folhas tm

    formato irregular, lisas ou levemente pilosas. As flores nascem de trs em trs na parte terminal dos ramos e duram apenas um dia. Apresentam colorao bastante variada mas com predominncia de tonalidade azul. Esta planta tende a aumentar mais ainda a sua importncia na cultura da soja transgnica, em decorrncia da relativa tolerncia ao glifosato. No campo, encontram-se plantas que, embora classificadas botanicamente como C. benghalensis, apresentam algumas caractersticas que as diferenciam, especialmente quanto ao tamanho da folha.Fo

    to: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 49

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • Famlia Convolvulaceae

  • 52

    Nesta famlia, se inserem algumas das plantas daninhas mais problemticas para a cultura da soja, devido ao hbito trepador e grande interferncia na colheita mecanizada. Os gneros mais comuns so Ipomoea e Merremia e sua importncia tende a crescer com a adoo do sistema de semeadura direta e o cultivo da soja geneticamente modificada para tolerncia ao glifosato. Atualmente, as principais espcies presentes na cultura da soja so as descritas a seguir.

  • 53

    Ipomoea grandifolia

    Nome comum: Corda-de-viola

    Planta anual, com reproduo por semente. Vegeta melhor em solos revolvidos e com boa umidade. Planta trepadeira, se emaranha sobre as plantas vizinhas. Caule rolio, com sulcos ao longo do comprimento, ramificado e com plos brancos. As folhas tm forma de corao, podendo ser alongadas como ponta de lana, com plos curtos sobre as ner-vuras, geralmente lisas. Possui hastes curtas que se ligam ao caule e se distribuem uma para cada lado, emitidas de pontos diferentes do caule/ramos. As flores emergem do ponto onde as folhas se ligam ao caule/ramos,

    tm colorao branca, na base do tubo, e rosa, na parte superior, com centro vermelho. O fruto tem forma de cpsula e contm em mdia quatro sementes. No passado, muitas populaes desta planta

    foram identificadas como Ipomoea aristolochiaefolia e assim constam em trabalhos cientficos.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 54

    Ipomoea nil

    Nome comum: Corda-de-viola

    Planta anual, vegeta bem em solos trabalhados, tanto bem iluminados quanto com pouca iluminao. Espcie trepadeira, com longos ramos inconstantes, sem posio definida. Caule rolio, muito ramificado, com ramos compridos e sem direo definida, que se enrola nas plantas mais prximas. As folhas tm a superfcie com poucos plos, geralmente com trs pices agudos e a base em forma de corao. As flores aparecem ao longo do caule e dos ramos e so de colorao roxa na parte superior e branca na base. Possuem forma de funil, com

    base estreita e comprida, alargando repentinamente na parte superior. Os frutos tm colorao castanha, superfcie lisa, envolta pela flor, que lhes d proteo. A semente tem superfcie fosca com um profundo

    sulco no centro. A disperso da espcie feita pela semente. No passado, muitas populaes dessa planta foram identificadas como Ipomoea acuminata e assim constam em publicaes.

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira

  • 55

    Ipomoea purpurea

    Nome comum: Corda-de-viola

    Planta anual, trepadeira muito ramificada, vegeta melhor em solos frteis, trabalhados e com boa umidade. O caule rolio, com leves estrias, com ramos muito compridos e sem disposio definida. As partes novas so verdes e pilosas na superfcie. As folhas so lisas, com curtos plos e formato de corao; a haste que as liga ao caule (pecolo) comprida e se distribui em espaos regulares ao longo do caule e dos ramos. Saindo do ponto de unio da folha ao caule/ramos, pode haver de uma a cinco flores com cores variadas, branca, azul, roxa, rosa e

    vermelha; existir mais de uma cor na mesma planta, todas com longa haste que as ligam ao caule. Os frutos tm colorao castanho-clara e forma de cpsula, as sementes

    so speras, foscas, revestidas por pelcula preta e plos alvos, e tm cor negro-acinzentada. A disperso pela semente. Esta espcie tem maior freqncia na Regio Sul do Brasil.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • Famlia Euphorbiaceae

  • 58

    A famlia Euphorbiaceae abriga algumas das mais importante plantas daninhas da cultura da soja, especialmente o amendoim-bravo. Os gneros Euphorbia e Chamaesyce tm sido os mais importantes. Este tem se destacado em reas de semeadura direta, enquanto no gnero Euphorbia encontra-se uma das mais preocupantes plantas daninhas da cultura da soja (E. heterophylla). As principais espcies que ocorrem em lavouras da soja esto aqui descritas.

  • 59

    Chamaesyce hirta

    Nome comum: Erva-de-santa-luzia

    Planta anual herbcea, leitosa, com caule geralmente marrom-avermelhado, com reproduo por semente, pouco ramificada, normalmente medindo de 10 a 40 cm de comprimento. A raiz principal pivotante. As folhas so simples, ocorrendo sempre em pares, opostas e com curtos pecolos. A semente tem forma de cubos (tetragonal). Trata-se de espcie com elevada capacidade de produo de dissemnulos. A disperso se d pela semente que expulsa de forma explosiva na maturao do fruto. Esta planta daninha, junto com C. hyssopifolia,

    tornou-se importante a partir da dcada de 1990, com a introduo de herbicidas inibidores da ALS, na semeadura direta. Aparentemente, em reas de cultivo convencional, esse efeito no foi to evidente.

    A erva-de-santa-luzia citada como uma espcie tolerante ao glyphosate e sua disseminao tem sido motivo de preocupao devido sua alta capacidade de proliferao e adoo da soja RR.

    Foto

    s: R

    eina

    ldo

    T.

    Mor

    iyam

    a

  • 60

    Chamaesyce hyssopifolia

    Nome comum: Erva-andorinha

    Planta anual, herbcea bastante ramificada e leitosa. Sua altura pode variar entre 30 a 80 cm. pouco exigente em relao ao solo, porm alcana porte maior em solos frteis. Os caules e ramos so cilndricos e finos, lisos e de colorao vermelho-violcea ou vermelho-amarronzado. Possui raiz principal pivotante, folhas simples, sempre opostas, ocorrendo aos pares, a intervalos de alguns centmetros. A disperso pela semente.

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira

  • 61

    Croton glandulosus

    Nome comum: Gervo-branco

    Planta anual ereta, muito ramificada, com reproduo por semente, atinge altura que varia de 10 a 120 cm. Vegeta bem em solos pobres e arenosos e se adapta bem s condies dos Cerrados. Possui caule cilndrico, raiz principal pivotante, com razes laterais engrossadas e nodosas. As folhas so simples, com pecolos curtos. A disperso ocorre atravs da semente.

    Foto

    s: R

    eina

    ldo

    T.

    Mor

    iyam

    a

  • 62

    Euphorbia heterophylla

    Nome comum: Amendoim-bravo, leiteiro

    Planta anual herbcea, ereta, com altura variando de 0,2 a 2 m de altura, caule cilndrico simples ou ramificado podendo ser liso ou coberto por plos brancos finos e curtos, colorao verde ou vermelho-violcea. A raiz principal pivotante, a partir da qual se formam razes secundrias filamentosas. O formato das folhas muito varivel, conforme indicado pelo significado da palavra heterophylla, ou seja, hetero (diferentes) e phylla (folhas). Trata-se de uma das piores infestantes das culturas de soja, de trigo e de milho. Produz vrias

    geraes em um nico ano e germina esca-lonadamente por longo perodo, desde o incio do desenvolvimento da cultura. No passado, esta planta foi selecionada pelas opes de controle qumico existentes para a seqncia soja-milho nos estados do sul do Brasil. Com o aparecimento de herbicidas altamente eficazes, as infestaes foram temporariamente controladas em todo o Pas, mas aps cinco a sete anos de uso ininterrupto do mesmo mecanismo de ao, ocorreu rpido desenvolvimento de populaes resistentes, em reas de cultivo de soja. Apresenta ampla variao morfolgica e bitipos

    resistentes aos inibidores das enzimas ALS e PROTOX como por exemplo imazethapyr e lactofen, respectivamente.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 6363

    Phyllanthus tenellus

    Nome comum: Quebra-pedra

    Planta anual ereta herbcea, pouco ramificada, com 20 a 50 cm de altura. O caule cilndrico e forte, no apresentando folhas, substitudas por minsculas escamas. Em condies de iluminao difusa, o crescimento lento. Raiz principal pivotante, razoavelmente profunda, razes secundrias finas e ramificadas. As folhas ocorrem uniformemente ao longo dos ramos, em dois lados opostos e num mesmo plano, alternadamente. As flores so pouco perceptveis pelo pequeno tamanho. A unidade de disperso a semente muito pequena cuja disseminao

    alcana, proporcionalmente, grandes distncias, em relao planta me. Tem germinao tardia na cultura da soja. Raramente ocorre em altas densidades ou apresenta intensidade de crescimento suficiente para promover reduo do crescimento ou da produtividade da soja.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • Famlia Fabaceae

  • 66

    A famlia Fabaceae tem representantes entre as mais importantes plantas daninhas da cultura da soja. Destaca-se pela proximidade taxonmica com soja e, da, a similaridade de resposta s prticas agrcolas, inclusive aplicao de herbicidas. Vrias espcies foram selecionadas pelo uso continuado de alguns herbicidas, como o fedegoso e o desmdio. Alm de causar danos pela convivncia com a cultura, estas espcies tambm tm forte interferncia na colheita mecnica, e so descritas a seguir.

  • 67

    Desmodium tortuosum

    Nome comum: Desmdio

    Planta anual, que se reproduz por semente. Rstica, adapta-se a vrios tipos de solo e fixa nitrognio do ar. arbustiva, com caule em forma de varas eretas e cilndricas, com ramificaes nas partes inferior e superior, com colorao acinzentada. Em cada n h um eixo que suporta trs fololos com pecolo piloso. Cada fololo de cor verde, com curtos plos acinzen-tados, superfcie veludosa e forma oval, sendo as folhas da base maiores que as da parte superior. As flores, cujas ptalas tm cor viol-cea, so dispostas em inflo-rescncia grande, cujos ramos tm

    colorao vermelho-amarronzada. Os frutos so compridos, tortuosos, achatados, de cor castanho-escura, quando desidratados, tendem a se espiralar. Esta espcie compete vigorosamente com a soja e causa srias dificuldades na colheita. Foi intensamente disseminada para vrias regies produtoras atravs das colhedoras. Uma vez introduzida na rea de produo, espalha-se com rapidez por possuir grande capacidade de produo de semente que possuem germinao tardia, em relao ao ciclo da soja.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 68

    Senna obtusifoliaNome comum: Fedegoso

    Planta anual, subarbustiva, lenhosa, ereta, podendo chegar a 2 m de altura. Tolera muito bem solo cido. No entanto, apresenta destacada resposta positiva em relao adubao fosfatada. As razes so vigorosas e aprofundam-se bastante no solo. As folhas compostas, com 2 a 3 pares de fololos sem pecolo. As flores tm colorao amarela e a semente irregularmente trapezoidal, no sendo transportada pelo vento devido ao seu peso e por no dispor de estruturas de sustentao no ar. Por isso, essa disseminao pouco eficiente e as infestaes iniciais

    ocorrem de modo bastante agregado. Uma das caractersticas importantes do fedegoso sua capacidade de germinao em reas com potencial hdrico negativo e, frequentemente, emerge antes que a soja inicie seu

    processo germinativo. Na Regio Sul do Brasil, o ciclo vegetativo normalmente maior que o da cultura da soja, o que dificulta sua disseminao nas lavouras.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • Famlia Lamiaceae

  • 70

    A famlia Lamiaceae apresenta trs espcies que se destacam como importantes plantas daninhas em reas de produo de soja. Duas delas vegetam, principalmente no perodo de entressafra da soja e outra assume importncia como infestante da cultura.

  • 71

    Hyptys suaveolens

    Nome comum: Cheirosa

    Planta anual, ereta, fortemente aromtica, ramificada, subarbustiva, de caule quadrangulado e piloso, com altura variando de 50 a 190 cm. Possui raiz principal pivotante. As folhas so opostas, ocorrendo em pares cruzados. As flores tm colorao azulada. A unidade de disperso a semente. Esta planta ocorre de forma tardia em lavouras de soja e sua importncia tende a ser maior em reas de semeadura direta, principalmente na regio dos Cerrados do Brasil Central.

    Foto

    s: K

    .G.

    Kis

    sman

    n

  • 72

    Leonotis nepetifolia

    Nome comum: Cordo-de-frade

    Planta anual, com reproduo por sementes, ereta, herbcea ou subarbustiva, pouco ramificada, aromtica, de caule quadrangulado, com 80-160 cm de altura. Desenvolve-se tanto em solos arenosos como pesados, mas alcana porte mximo em solos de alta fertilidade. Raiz principal pivotante, bem desenvolvida, folhas maiores na parte inferior e menores na parte superior. As flores apresentam um colorido intenso, geralmente ala-ranjado, mas podendo ser averme-lhado ou violceo. Trata-se de uma planta daninha que vegeta principalmente no perodo de

    entressafra, mas nos ltimos anos tem sido encontrada infestando lavouras de soja no perodo de vero, o que indica estar aumentando a adaptao a essa nova condio.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 73

    Leonurus sibiricus

    Nome comum: Rubim

    Planta anual ou bianual, ereta, aromtica, ramificada, herbcea ou subarbustiva, com 40 a 120 cm de altura. Desenvolve bem em solos de boa fertilidade e tolera iluminao difusa. As folhas apresentam formas variadas durante o ciclo da planta. As flores so de colorao rsea, avermelhada ou lils e exalam um cheiro que lembra o de bacalhau. A semente a unidade de disperso da espcie. Trata-se de planta daninha que aparece com maior freqncia na entressafra, ao final do perodo do inverno e primavera.

    Foto

    s: R

    eina

    ldo

    T.

    Mor

    iyam

    a

    73

  • Famlia Malvaceae

  • 76

    A famlia Malvaceae tem inmeras espcies que ocorrem como planta daninha da cultura da soja, mas com distribuio bastante regionalizada como Wissadula subpeltata, Sida glaziovii, Sida acuta e outras. Apenas Sida rhombifolia que tem distribuio mais generalizada ser citada neste manual.

  • 77

    Nome comum: Guanxuma, guaxuma, vassourinha

    Planta anual ou perene, subarbustiva, ereta, com 30 a 80 cm de altura. O caule cilndrico, fibroso, tornando-se fibro-lenhoso em partes velhas. O caule e os ramos novos so de colorao verde e recobertos de fina pilosidade. As partes mais velhas tornam-se amarronzadas e perdem os plos. A raiz principal pivotante, as folhas so simples e alternas, com pecolos de at 6 mm de comprimento. As flores apresentam colorao amarelada. As unidades de disperso so os frutos e as sementes, que

    Sida rhombifolia

    apresentam colorao castanho-clara a castanho-escura.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • Famlia Poaceae

  • 80

    A famlia Poaceae tem inmeros representantes na cultura da soja e grande variabilidade de formas de interferncia e dificuldades de controle. O capim-marmelada e o capim-colcho tm distribuio mais generalizada no Brasil, mas sua importncia cresce nas lavouras das regies sudeste e sul. O capim-carrapicho mais importante na Regio Centro-Oeste. Algumas espcies tm distribuio bastante agregada devido disseminao predominantemente vegetativa, como o capim-massambar, em contraste com as espcies de semente pequena, como a capim-p-de-galinha e o capim-colcho. Outras, so importantes apenas pela interferncia competitiva enquanto algumas plantas de maior porte podem interferir decisivamente na colheita mecanizada, como o caso dos capins colonio e massambar. Certas espcies desta famlia tm populaes resistentes aos herbicidas, como a aveia selvagem e os capins-colcho e marmelada, com bitipos registrados como resistentes aos inibidores da ACCase (Acetil co-enzima A carboxilase), ou o capim-amargoso, resistente ao glifosato (EPSPs). As principais espcies que ocorrem nas lavouras de soja so descritas a seguir.

  • 81

    Avena fatua

    Nome comum: Aveia selvagem

    Planta anual, ereta, perfilhada, com reproduo por sementes as quais possuem germinao desuniforme e viabilidade por longo perodos. uma planta de auto-fecundao, embora possa ocorrer pequena taxa de polinizao cruzada. As folhas possuem pilosidades nas margens. Apresenta semelhana com outras espcies cultivadas comercialmente. uma forrageira de baixo rendimento, comum na regio Sul do Brasil, devido sua adaptao ao clima ameno. Infesta reas de produo do sistema soja trigo milho, sendo encontrada mais facilmente em reas comerciais

    de cereais de inverno (especialmente o trigo), oleaginosas, pastagens e reas de pousio. Trata-se de uma planta daninha de difcil controle qumico, cuja importncia aumentou aps a identificao de bitipos resistentes aos inibidores da ACCase. Como existem poucas alternativas de herbicidas seletivos que controlam a aveia selvagem, e com a confirmao de casos de resistncia, as prticas de preveno, monitoramento e manejo das reas tornam-se ainda mais fundamentais para a conteno do problema.

    Foto

    : R.

    Kle

    inm

    an

  • 82

    Brachiaria brizantha

    Nome comum: Brizanto

    Planta perene que se reproduz por semente. Cresce melhor em locais midos e quentes. Trata-se de planta cultivada como forrageira. Caule formado por ns e entrens bem definidos, sem plos, com estrias verdes com ns mais claros, tendendo a se inclinar para o solo, no muito ramificado. As folhas so pilosas, em forma de ponta de lana, de colorao verde intensa, com haste que as ligam ao caule, envolvendo-o. A inflorescncia localizada na parte terminal da planta, de colorao verde ou vermelha, orientando seus cachos alterna-damente um para cada lado.

    Aps a formao completa, os frutos tm formato oval.

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira

  • 83

    Brachiaria decumbens

    Nome comum: Capim-braquiria

    Planta perene, entoucerada, que se reproduz vegetativamente e por semente, rizomatosa, podendo emitir razes nos ns inferiores. tida como forrageira de qualidade, devido sua capacidade de produo de biomassa. As folhas possuem pilosidade e rigidez variada, dependendo da origem do material introduzido. Apresenta ampla disperso e capacidade de produo de semente, que pode permanecer vivel por um longo perodo,embora sua germinao inicial seja irregular devido dormncia. Comum na Regio Centro-Oeste, exige um intervalo de pelo menos 30 dias

    entre a dessecao dessa espcie e a semeadura de culturas anuais no sistema de integrao lavoura-pecuria, pois esta espcie pode se tornar importante planta daninha em sistemas de produo de soja.

    Foto

    s: R

    eina

    ldo

    T.

    Mor

    iyam

    a

  • 84

    Brachiaria plantaginea

    Nome comum: Capim-marmelada, papu

    Planta anual que se reproduz por semente, que pode se manter vivel por vrios anos no solo. dependente de solo mido, apresenta maior fluxo de germinao no perodo do vero, desenvolvendo pouco no inverno. Planta semi-ereta, com grande perfilhamento formando touceiras. Os colmos so cilndricos, compridos, lisos (sem plos), ascendentes ou decum-bentes, de colorao verde clara. As folhas tm nervuras paralelas, com margens levemente serreadas ou onduladas, de colorao verde intensa, brilhante, e superfcie

    lisa. Inflorescncias com vrias espi-guetas inseridas de forma alternada, cada uma ovalada, sem plos, de cor verde-amarelada. Esta planta considerada a principal gram-nea invasora da soja. Nas dcadas de 1970 e 1980 foi intensamente selecionada pelas opes de controle existentes e atingiu o status atual. Infestaes no controladas podem inviabilizar a colheita da soja. A adoo do sistema de semeadura direta pode ser considerada como uma das ferramentas que contribuem para a reduo de sua infestao. Na dcada de 1990, surgiram timas opes para seu controle, mas a espcie

    apresentou bitipos que manifestaram resistncia aos herbicidas inibido-res da ACCase.

    Foto

    s: K

    .G.

    Kis

    sman

    n

  • 85

    Cenchrus echinatus

    Nome comum: Capim-carrapicho

    Planta anual que se reproduz por semente. Cresce em todos os tipos de solo, alastrando-se por enraizamento dos colmos. Os colmos so cilndricos e tm as pores inferiores achatadas, cor verde-amarelada e ramificam-se desde a base. Apresenta folhas abundantes, com bainha comprida e lisa ou pouco pilosa, de margens cortantes. A inflorescncia de cor verde-amarelada na forma de cacho, onde se encontram invlucros esverdeados, que encerram as espiguetas. Em cada invlucro, h cerdas rgidas e speras, dando aspecto de coroa inflorescncia.

    Os frutos tm formato de ponta de lana, com pigmentao violcea. A disperso feita pelo invlucro, que se prende facilmente sacaria, ao plo de animais, s roupas de operrios rurais e outras superfcies.

    Trata-se de uma das espcies de plantas daninhas mais importantes na Regio Centro-Oeste do Brasil e sua importncia relativa tende a crescer em solos de baixa fertilidade ou cidos.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 86

    Nome comum: capim-de-rhodes, capim-branco

    Diversas espc ies de Chlor is oco r r em no B ras i l , a l gumas nativas do continente americano e outras de origem africana. So consideradas plantas perenes, embora eventualmente possam apresentar comportamento de planta anual, quando em condies de estiagem prolongada. Algumas como C. gayana, so consideradas forrageiras de boa qualidade. So infestantes encontradas mais comumente em beira de estradas, terrenos baldios e pomares. Porm, j ocupa reas no Brasil Central destinadas produo de soja e milho. Tem chamado

    Chloris spp.ateno por se tratar de plantas de difcil controle por glyphosate, o que poder aumentar sua importncia nas lavouras de soja transgnica. Um bitipo de de Chloris polydactyla (sinonmia Chloris elata) foi registrada como resistente ao glifosato (EPSPs) no Brasil.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 87

    Digitaria insularisNome comum: Capim-amargoso

    P l a n t a p e r e n e , h e r b c e a , entouceirada, ereta, rizomatosa, de colmos estriados. O sistema radicular composto de curtos rizomas ramificados e fibrosos. As folhas possuem bainhas alongadas e so lisas ou com plos esparsos. Inflorescncia em panculas, densamente coberta por plos sedosos de colorao prateada. As unidades de disperso so as sementes pilosas, as quais so facilmente carregadas pelo vento. Tem ocorrncia frequente em pastagens e era pouco importante na cultura da soja at a implantao do sistema de semeadura direta de

    forma generalizada. Apresenta grande tolerncia dessecao e rebrota intensa se o controle qumico no for bem feito. Biotipos resistentes ao glifosato esto se disseminando r a p i d amen t e n a s reas de soja. Em pouco tempo, mudou o status de planta daninha marginal para uma das principais plantas daninhas em reas de semeadura direta.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 88

    Digitaria spp.

    Nome comum: Capim-colcho

    O gnero Digitaria apresenta um grupo de espcies morfologi-camente muito parecidas que se diferenciam por pequenos detalhes o que torna difcil a identificao das espcies. A D. horizontalis apresenta como caracterstica prpria, nos racemos, junto a base de cada espiqueta, um longo pelo branco. A D. ciliaris apresenta lmina foliar glabra, exceto na base, e espigueta densamente agrupada, mais comprida (4X) que longa. Algumas espiguetas apresentam clios marginais. A D. sanguinalis possui espigueta no ciliada e a relao comprimento (3X)/

    largura inferior a D. ciliaris. As trs espcies so anuais e se reproduzem por sementes. A D. ciliaris apresenta bitipo resistente aos inibidores de ACCase.

    Foto

    : K

    .G.

    Kis

    sman

    n

    Foto

    : H

    . Lo

    renz

    i

    D. sanguinalis

    D. horizontalis

  • 89

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira D. ciliaris D. ciliaris

  • 90

    Echinochloa colonum

    Nome comum:Capim-arroz

    Planta anual, geralmente ereta. Logo aps o preparo do solo, uma das primeiras espcies a emergir e se desenvolver, formando touceiras compactas . Apresenta cau le fino formado por ns e entrens (geralmente seis) bem definidos e relativamente compridos, com interior preenchido por tecido esponjoso. As folhas tm forma de ponta de lana, com alguns plos, com margem lisa e haste que a liga ao caule, aberta na parte superior. A inflorescncia ocorre na parte terminal da planta, formando cachos de colorao es-verdeada ou avermelhada. As semente

    amarelada, brilhante, lisa, com mancha em forma de ponto escuro na base. Se desenvolve junto com o fruto, e a ele unida, sendo assim que a disperso se d pelo conjunto

    semente/fruto. Planta comum em locais onde h fornecimento regular de umidade e boa fertilidade do solo, como em reas irrigadas.

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira

  • 91

    Eleusine indica

    Nome comum: Capim-p-de-galinha

    Planta ereta e entouceirada. pouco exigente em relao ao solo, desenvolvendo-se tambm em uma ampla faixa de pH. competitiva em solos pobres e leva vantagem sobre muitas outras espcies. Possui colmos achatados, principalmente na parte inferior, colorao verde-clara com tonalidades castanho-escuras na regio dos ns. H predominncia de folhas basais e menor quantidade ao longo dos colmos. As razes so finas e fibrosas, abundantes, o que dificulta arrancar as plantas. Possuem razes adventcias que se formam a partir dos ns em contato

    com o solo. A sementes a unidade de disperso que tm colorao de violceo-escura a negra.

    Foto

    s: R

    eina

    ldo

    T.

    Mor

    iyam

    a

  • 92

    Foto

    : Ed

    son

    de O

    livei

    ra

    Lolium multiflorum

    Nome Comum: Azevm

    Planta anual ou bianual que se reproduz por sementes, com alto valor forrageiro, resistente ao pastejo e a excessos de umidade, suportando altas lotaes. Tambm apresenta alta palatabilidade pelos animais, com elevados teores de protena, digestibilidade, equilibrada composio minera l , rust ica, entouceirada, com boa capacidade de perfilhamento e competitiva. Esses fatores contriburam para que se torna-se uma das principais forrageiras anuais de inverno na regio Sul do Brasil. Tambm se serve como alternativa cobertura de solo, com alta

    capacidade de produo de massa. Possui folhas com bainhas abertas e sobrepostas, levemente achatadas, lgula com projees denticuladas.As espigas so lanceoladas dispostas de forma alternada, com espiguetas que tambm se inserem de forma alternada. Apresenta efeito aleloptico sobre algumas espcies. Tem se caracterizado como uma importante planta daninha em lavouras anuais e pomares. O grande risco dessa infestante que, alm dos bitipos resistentes ao glifosato (EPSPs), aos inibidores da ALS e da ACCase, j apresenta resistncia mltipla de EPSPs com ALS e de EPSPs com ACCase.

  • 93

    Panicum maximum

    Nome comum: Capim-colonio

    Planta perene, cuja florao e frutificao ocorrem durante longo perodo no ano. A espcie adapta-se a uma grande variedade de solos, tolera sombreamento, porm no tolera geada. Apresenta porte elevado e grande massa foliar. O sistema radicular composto por rizomas curtos e robustos, dos quais se originam novos colmos. A lmina foliar tem forma de lana e colorao verde clara. A unidade de disperso a semente (cariopse) envolta por glumas, que so facilmente levadas pelo vento, o que permite uma disperso intensiva. utilizada como

    forrageira em solos frteis e, por isso, importante em reas em que a cultura da soja substituiu uma pastagem. Sua importncia como espcie infestante decresce com os anos de cultivo.

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira

  • 94

    Pennisetum setosum

    Nome comum: Capim-oferecido, Capim-custdio

    Planta perene, ereta, entouceirada, herbcea, colmos lisos e levemente pigmentados com 80 a 180 cm de altura. Os colmos so cilndricos com colorao verde ou levemente amarelada, superfcie lisa, podendo ocorrer uma certa pilosidade na parte basal. O sistema radicular composto por curtos rizomas, com razes fasciculadas e fibrosas. A inflorescncia tem colorao arro-xeada ou castanho-avermelhada. As unidades de disperso so as espiguetas, acompanhadas de cerdas ou plos. uma planta tardia em

    relao ao ciclo da soja. Em reas prximas a rodovias, se constitui em importante fator de propagao de incndios, por manter-se seca e ereta ao final do ciclo. Por essa caracterstica, no interfere decisivamente na colheita.

    Foto

    s: K

    .G.

    Kis

    sman

    n

  • 95

    Rhynchelytrum repens

    Nome comum: Capim-favorito

    Planta anual ereta ou ascendente, perfilhada, herbcea, com 30 a 60 cm de altura, colmos cilndricos, muito finos, intenso perfilhamento na base das plantas, com ramificaes a partir dos ns. As razes so filamentosas e duras, lembrando arame. As folhas so verde claras ou com pigmentao vermelho-violcea. A inflorescncia composta por panculas plumosas que apresentam intensa colorao rosada ou vermelho-violcea que, na matu-rao, passa a prateada. As unidades de disperso so as espiguetas que, com sua pilosidade, so facilmente transportadas pelo vento.

    Foto

    s: R

    eina

    ldo

    T.

    Mor

    iyam

    a

  • 96

    Setaria geniculata

    Nome comum: Capim-rabo-de-raposa

    Planta ereta ou semi-prostrada e entouceirada, com altura variando entre 30-120 cm de altura, reproduz-se por semente. Ocorre em solos pobres a medianos, suportando bem a deficincia hdrica, embora tenha melhor desenvolvimento em locais midos. As folhas tm bainha verde-clara, glabra, s vezes spera e margens com alguma pilosi-dade. A inflorescncia formada por racemos cilndricos. O sistema radicular de rizomas curtos, nodulosos e ramificados. As razes so fasciculadas. O aumento da importncia desta planta nas lavouras

    de soja recente e acredita-se que esteja associado ao aumento das reas de semeadura direta.

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira

  • 97

    Sorghum halepense

    Nome comum: Capim-massambar

    P lan ta pe rene en touce i r ada , fortemente rizomatosa, ereta, com variao de 1 a 2 m de altura e reproduo por semente e a partir de rizomas. Prefere solos mdios, frteis com pH acima de 6,0, mas suporta solos leves e pobres. Possui colmo ereto, cilndrico, verde e glabro, oco nas partes mais baixas. A inflorescncia pancula, que aparece de modo vistoso na parte terminal dos colmos. Sua colorao varia, de vermelho-vinho a amarelo-palha. O sistema radicular fasciculado, a partir da coroa da planta e dos ns, nos rizomas. As unidades de

    disperso so as sementes (cariopses) que podem se apresentar nuas, bem como permanecer envoltas pelas glumas. O capim-massambar uma das espcies mais importantes entre as plantas daninhas de soja na Argentina e no Paraguai. No Brasil, embora ocorra em vrios locais, suas populaes so agregadas e no tm se dispersado com facilidade. Acredita-se que os gentipos introduzidos no Brasil no so muitos agressivos ou que a espcie est em fase de aclimatao, para depois se tornar uma invasora de maior importncia. Ainda assim, trata-se de uma espcie que inspira cuidados e deve ser alvo

    de avaliao ao se considerar novos produtos ou tcnicas de controle.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • Famlia Portulacaceae

  • 100

    As duas espcies importantes da famlia Portulacaceae na cultura da soja, tm origem distintas. Acredita-se que a Portulaca oleracea seja proveniente da sia, embora alguns botnicos acreditem ser Africana. Por outro lado, Talinum paniculatum que tambm ocorre na frica, tem sua origem na Amrica. Ambas so exigentes em fertilidade do solo e tem maior ocorrncia em reas midas ou irrigadas.

  • 101

    Portulaca oleracea

    Nome comum: Beldroega

    Planta anual, herbcea, carnosa e suculenta, lisa, rasteira, prefere solos leves e ricos, mas vegeta em so l os pob res , onde t em desenvolvimento menor. A partir da base da planta, saem diversos ramos, orientados em todos os sentidos, que se ramificam novamente, se houver condies ideais. O conjunto desses ramos pode formar reboleiras com at 1 m de dimetro. Os ramos so cilndricos, de colorao verde ou avermelhada, raiz principal pivotante, folhas simples sem pecolo e ocorrendo de forma alternada. As flores so esbranquiadas e

    a semente tem a forma de rim, cor catanho-avermelhado-escura a preta, levemente brilhante e lisa.

    As unidades de disperso so as sementes, produzidas em grandes quantidades por planta.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 102

    Talinum paniculatumNome comum: Maria-gorda

    Planta anual ou perene, herbcea, lisa, medindo at 75 cm de altura. Sobrevive em reas com algum sombreamento. Nessas condies, as folhas ficam mais vistosas. Caule simples e pouco ramificado, ereto e cilndrico. A raiz principal pivotante, engrossada, simples ou ramificada, apresentando gemas que permitem rebrotamento quando a planta cortada. As folhas so grossas, simples com pecolo curto ou ausente e ocorrem de modo concentrado na parte baixa da planta. As flores coloridas abrem com iluminao direta. A unidade

    de disperso a semente que pode alcanar a quantidade de 500 a 3500 por planta.

    Foto

    s: E

    dson

    de

    Oliv

    eira

  • Famlia Rubiaceae

  • 104

    A famlia Rubiaceae possui trs espcies consideradas importantes plantas daninhas da soja. Sempre foram consideradas de difcil controle em lavouras comerciais de soja convencional; na soja transgnica resistente ao glyphosate, essas espcies tm sido indicadas como tolerantes a essa molcula.

  • 105

    Richardia brasiliensis

    Nome comum: Poaia-branca

    Planta anual, herbcea, rasteira, com caule densamente piloso. Prefere solos medianos a leves, com boa umidade, mas no encharca-dos. Na regio do colo, forma-se, um caule principal, que se desenvolve de forma prostrada e, a seguir, formam-se sucessivamente ramos opostos e cruzados, podendo medir de 20 a 50 cm. Possui raiz principal pivotante, folhas simples e opostas, ocorrendo um par em cada n do caule e dos ramos. Apresenta flores de colorao branca e as unidades de disperso so os frutos e as sementes. A poaia-branca outra planta daninha

    de grande importncia em reas de semeadura direta e tende a ser selecionada por alguns herbicidas indicados para soja.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • 106

    Spermacoce latifolia

    Nome comum: Erva-quente

    Planta anual herbcea, geralmente pouco tenra. Vegeta bem em solos pobres e cidos. Tolera algum grau de sombreamento e por isso compete com as culturas durante todo o ciclo. A partir da base da planta, formam-se diversos caules que se ramificam de modo irregular e atingem cerca de 40 a 50 cm de altura. A raiz principal pivotante, relativamente curta, geralmente um pouco avermelhada. Podem ocorrer razes adventcias a partir dos ns e mesmo de entre-ns em contato com o solo, mas isso no comum. As folhas so opostas, em pares, que se cruzam

    alternadamente. A semente a unidade de disperso e tem formato ovalado. Sempre foi considerada espcie de difcil controle na soja convencional e aparece na lista das espcies consideradas tolerantes ao glyphosate.

    Foto

    : K

    .G.

    Kis

    sman

    n

    Foto

    : Rei

    nald

    o T.

    Mor

    iyam

    a

  • 107

    Possui raiz pivotante profunda e boa adaptao em solos de baixa fertilidade. Pode ser facilmente confundida com outras plantas do gnero Spermacoce, como S. capitata cujo diferencial pode ser feito pelo caule arroxeado que esta apresenta ou com Spermacoce suaveolens que por sua vez apresentas semelhanas com Spermacoce latiflia, cujo caule tetragonal com nos abruptamente engrossados. A S. vert ici l lata apresenta folhas mais estreitas que a S. suaveolens.

    Nome comum: Vassourinha-de-boto, falsa-poaia

    Planta perene, rstica, que se reproduz por sementes, caule cilndrico na base, ampla ramificao com ramos tetrgonais, porte ereto e pubescncia esparsa. Iinflorecncia axilar que circunda o caule, constituda por flores de cor branca. Encontra-se na literatura diversas referencias relativas a sua ao medicinal com propriedades emtica, expectorante, antimicrobiana e antibactriana. Amplamente distribuda no Brasil, tem sido relatada como um problema crescente em reas de so ja , principalmente no Piau e na Bahia.

    Foto

    : M

    auric

    io C

    . M

    eyer

    Spermacoce vertticilata

    Foto: Luiz Kasuya

  • Famlia Sapindaceae

  • 110

    A famlia Sapindaceae apresenta uma espcie de importncia para a cultura da soja, a qual sofreu processo de seleo pelos herbicidas utilizados no sistema de produo de soja ganhando importncia nos estados da Regio Sul do Brasil e no sul do Mato Grosso do Sul.

  • 111

    Cardiospermum halicacabum

    Nome comum: Saco-de-padre

    Planta anual, vegeta melhor em solos leves, cidos, com boa umidade. Desde o nvel do solo, se formam vrios ramos, que se dividem em novos ramos, compridos, finos, rolios, de disposio varivel, muito firmes, com superfcie lisa ou aveludada e de colorao verde. As folhas ocorrem em espaos regulares, dispostas de trs em trs, sendo a do meio maior que as demais; um trio para cada lado nos ramos. Todas tm colorao verde-escura, margens irregulares e superfcie com alguns plos longos. As flores so pequenas, com ptalas

    internas brancas. O fruto uma cpsula inflada de forma redonda, cor verde-escura, com uma parte nitidamente amarelo-palha. Abre quando maduro, expondo trs sementes duras e redondas presas na parte interna, de colorao preta e branca. A disperso feita pela abertura dos frutos, deixando as sementes cair prximas planta-me, pois so pesadas para serem levadas pelo vento. Ao serem colhidas junto a gros de soja, tambm so dispersas pelo homem. Essa planta daninha tornou-se importante pela seleo de flora que ocorreu aps as opes de controle

    qumico da dcada de 1990 e tem grande interferncia na colheita mecnica da soja.

    Foto

    s: D

    ioni

    sio

    L. P

    . G

    azzi

    ero

  • Famlia Solanaceae

  • 114

    Nesta famlia destacam-se duas espcies como importantes plantas infestantes da cultura da soja, embora outras possam ser listadas eventualmente, a exemplo do jo-bravo (Solanum sisymbrifolium), no sul do Pas.

  • 115

    Nome comum: Jo-de-capote

    Planta anual, que se reproduz por semente, encapsulada e de grande viabilidade. Herbcea e ramificada, possui hbito ereto com o caule apresentando sulcos destacados e tamanho variando de 0,5 a 2 m. Frequente no sul do Brasil, ganhou importncia tambm na regio central, ao interferir diretamente no desenvolvimento e na produo da soja e causar inmeros problemas na operao de colheita da soja, especialmente nos estados de Gois