manual de direito constitucional novelino - 2013

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  • O GEN | Grupo Editorial Nacional rene as editoras Guanabara Koogan, Santos, Roca, AC Farmacutica,Forense, Mtodo, LTC, E.P.U. e Forense Universitria, que publicam nas reas cientfica, tcnica eprofissional.Essas empresas, respeitadas no mercado editorial, construram catlogos inigualveis, com obras que tm sidodecisivas na formao acadmica e no aperfeioamento de vrias geraes de profissionais e de estudantes deAdministrao, Direito, Enfermagem, Engenharia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia, Educao Fsica emuitas outras cincias, tendo se tornado sinnimo de seriedade e respeito.Nossa misso prover o melhor contedo cientfico e distribu-lo de maneira flexvel e conveniente, a preosjustos, gerando benefcios e servindo a autores, docentes, livreiros, funcionrios, colaboradores e acionistas.Nosso comportamento tico incondicional e nossa responsabilidade social e ambiental so reforados pelanatureza educacional de nossa atividade, sem comprometer o crescimento contnuo e a rentabilidade do grupo.

  • A EDITORA MTODO se responsabiliza pelos vcios do produto no que concerne sua edio (impresso eapresentao a fim de possibilitar ao consumidor bem manuse-lo e l-lo). Os vcios relacionados atualizao da obra,aos conceitos doutrinrios, s concepes ideolgicas e referncias indevidas so de responsabilidade do autor e/ouatualizador.Todos os direitos reservados. Nos termos da Lei que resguarda os direitos autorais, proibida a reproduo total ouparcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrnico ou mecnico, inclusive atravs de processos xerogrficos,fotocpia e gravao, sem permisso por escrito do autor e do editor.

    Direitos exclusivos para o Brasil na lngua portuguesaCopyright 2013 byEDITORA MTODO LTDA.Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial NacionalRua Dona Brgida, 701, Vila Mariana 04111-081 So Paulo SPTel.: (11) 5080-0770 / (21) 3543-0770 Fax: (11) [email protected] | www.editorametodo.com.br

    O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poder requerer aapreenso dos exemplares reproduzidos ou a suspenso da divulgao, sem prejuzo da indenizao cabvel (art. 102 daLei n. 9.610, de 19.02.1998).Quem vender, expuser venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depsito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidoscom fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem,ser solidariamente responsvel com o contrafator, nos termos dos artigos precedentes, respondendo como contrafatoreso importador e o distribuidor em caso de reproduo no exterior (art. 104 da Lei n. 9.610/98).

    Capa: Rafael Molotievschi

    Produo: TypoDigital

    At a 7. edio esta obra foi publicada sob o ttulo Direito Constitucional.

    mailto:[email protected]://www.editorametodo.com.br/
  • 06-1628.

    CIP Brasil. Catalogao-na-fonte.Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

    C179d

    Novelino, Marcelo 1972

    Manual de direito constitucional / Marcelo Novelino. 8. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; So Paulo:MTODO, 2013.

    Inclui bibliografia

    ISBN 978-85-309-4615-9

    1. Direito Constitucional Brasil. 2. Servio pblico Brasil. I. Ttulo.

    CDU 342(81)

  • Agradeo aos acadmicos Felipe Romero, Flvio Costa, Luiz Rutis (UERJ) e Rafael Alvim (UNIRIO)pela valiosa contribuio na reviso desta obra.

  • NOTA 8. EDIO

    Depois de sete edies, esta obra atinge uma nova etapa, passando a integrar a srie Volumenico, da qual fazem parte os j consagrados Manual de Direito Civil, de Flvio Tartuce, e Manual deDireito Processual Civil, de Daniel Amorim Assumpo Neves.

    O Manual de Direito Constitucional (Volume nico 8. edio) continua tendo como focoprincipal a preparao para concursos pblicos, na mesma linha de propsito das edies anteriores,qual seja, uma abordagem que busca conciliar objetividade e profundidade no tratamento dos temasmais relevantes.

    Com o intuito de atender aos objetivos a que se prope, alm da reviso e ampliao do contedoabordado, a obra passou, ainda, por uma rigorosa atualizao doutrinria e jurisprudencial.

    Esperamos que o presente livro cumpra sua finalidade de orientar, informar e, por que no,contribuir para despertar o raciocnio crtico sobre o Direito Constitucional.

    Rio de Janeiro, vero de 2013

    O Autor

  • PREFCIO

    Tenho a honra de prefaciar esta obra, fruto da atividade docente do Professor Marcelo Novelino, oqual, muito jovem, comeou a compartilhar slidos conhecimentos com seus alunos. Inicialmentecom alunos de Juiz de Fora, depois de Belo Horizonte (no renomado Curso A. Carvalho) e, agora, nosistema de ensino telepresencial LFG Rede de Ensino Luiz Flvio Gomes, o 1.o da Amrica Latina.

    Marcelo Novelino Mestre pela Universidade Gama Filho (RJ) e Procurador Federal (AGU)desde o ano 2000. Ensina no s a teoria, como tambm a prtica. Em suas aulas telepresenciais,ministradas para mais de 200 unidades em todo o pas, alm de revelar profundo conhecimento doDireito Constitucional, demonstrou-se um comunicador seguro, conciso e objetivo. Conquistou, dessemodo, rapidamente, uma legio enorme de admiradores em todo o Brasil.

    Assisti a grande parte da sua primeira aula no nosso sistema e logo conclu, juntamente comvrios alunos, que estvamos diante de um emrito professor, de didtica impecvel, raciocnio claro eque transmitia conceitos de modo objetivo e concatenado. tudo o que o aluno mais deseja de umMestre. Marcelo consegue reunir em sua pessoa todos esses atributos e, ademais, no se distancia doaluno, nem no relacionamento nem na forma de expor a matria.

    No af de se aproximar ainda mais do seu pblico ouvinte, acaba de escrever um verdadeiro ecompleto Manual de Direito Constitucional, dirigido especialmente para quem est prestando Examede Ordem ou concurso pblico. Todo professor de excelente didtica, quando escreve,automaticamente transfere para o papel a clareza das suas exposies orais.

    O objetivo perseguido pelo autor (de elaborar uma obra concisa, acessvel e de fcilcompreenso) j foi alcanado. S resta agora o reconhecimento do seu pblico leitor, mas isso notardar muito, seja pela clareza da exposio, seja pelo seu contedo, que tem, dentre outras, a virtudede ressaltar a principiologia constitucional, partindo-se, claro, do princpio sntese do EstadoConstitucional e Democrtico de Direito, que o da dignidade humana.

    Tanto a primeira parte da obra (Teoria Geral da Constituio) como a segunda (DireitoConstitucional Positivo) constituem, nos dias atuais, matria absolutamente indispensvel paraingressar no domnio de qualquer aluno ou estudioso do assunto. Ambos os textos, de outro lado,contam com forte aderncia jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal. Isso revela no s apreocupao de transmitir um denso e aprofundado pensamento jurdico, seno sobretudo a atualidadedos temas abordados.

    E h mais: vrias questes de concursos so encontradas no final de cada ttulo. Isso conduz oestimado leitor a se exercitar: learning doing (aprender e exercitar). Este o mtodo mais adequadopara a aprendizagem segura e profcua de qualquer aluno.

  • Que este livro de Marcelo Novelino tenha o merecido acolhimento de todos. Contedo no lhefalta, mesmo porque no nasceu, obviamente, da noite para o dia. Ao contrrio, algo maduro,ponderado, consequncia de muitas aulas de Direito Constitucional, que sempre foram (e so)ministradas com todo o cuidado e zelo. A mesma didtica e objetividade das aulas foi trasladada paraesta obra. No ter o aluno, por conseguinte, qualquer dificuldade de compreenso. Conceitossintticos mais precisos, com desenvolvimento suave e concatenado de cada tema: tudo o que seencontra neste trabalho, que vai conquistar, com certeza, o estimado leitor.

    Riviera, dezembro de 2005

    Luiz Flvio GomesDoutor em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madri. Mestre em

    Direito Penal pela USP. Secretrio-Geral do IPAN (Instituto Panamericano de Poltica Criminal).Consultor e Parecerista. Fundador e Presidente da LFG Rede de Ensino Luiz Flvio Gomes (1.

    Rede de Ensino Telepresencial do Brasil e da Amrica Latina Lder Mundial em Cursos PreparatriosTelepresenciais www.lfg.com.br).

  • ABREVIATURAS E SIGLAS USADAS

    A.N. Ato NormativoAC Ao Cautelar

    ADC Ao Declaratria de ConstitucionalidadeADI Ao Direta de Inconstitucionalidade

    ADPF Arguio de Descumprimento de Preceito FundamentalAgI Agravo de Instrumento

    AgR Agravo RegimentalAL Assembleia LegislativaAO Ao Originria

    ApC Apelao CvelCC Cdigo Civil

    CCvel Cmara CvelCD Cmara dos Deputados

    CDP Cmara de Direito PrivadoCF Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988

    CFA Comandantes das Foras Armadas (Marinha, Exrcito e Aeronutica)CL Cmara Legislativa

    CLT Consolidao das Leis TrabalhistasCN Congresso Nacional

    CNJ Conselho Nacional de JustiaCNMP Conselho Nacional do Ministrio Pblico

    CP Cdigo PenalCPC Cdigo de Processo CivilCPI Comisso Parlamentar de Inqurito

    CPP Cdigo de Processo Penal

  • CS Confederao SindicalCTN Cdigo Tributrio Nacional

    CV Cmara de VereadoresDes. Desembargador

    DF Distrito FederalDJ Dirio da Justia

    DJU Dirio da Justia da UnioDL Decreto-LeiDO Dirio Oficiale.g. exempli gratia (por exemplo)EC Emenda ConstituioER Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional

    Extr. ExtradioLINDB Lei de Introduo s normas do Direito Brasileiro

    MA Maioria AbsolutaMC Medida Cautelar

    Min. MinistroMP Medida Provisria

    MPE Ministrio Pblico EstadualMPU Ministrio Pblico da Unio

    MR Maioria RelativaOp. cit. Opus citatum (Obra citada)

    Pet PetioPG Procurador-Geral dos Estados e Distrito Federal

    PGJ Procurador-Geral de JustiaPGR Procurador-Geral da Repblica

    PR Presidente da RepblicaQO Questo de OrdemRcl. ReclamaoRE Recurso Extraordinrio

    Rel. RelatorREsp Recurso EspecialRHD Recurso em Habeas Corpus

    RI Regimento InternoRISTF Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal

  • ROMS Recurso Ordinrio em Mandado de Segurana

    RTJ Revista Trimestral de JurisprudnciaSE Sentena EstrangeiraSF Senado Federal

    STF Supremo Tribunal FederalSTJ Superior Tribunal de Justia

    T. TurmaTC Tribunal de Contas

    TCE Tribunal de Contas do EstadoTCM Tribunal de Contas do MunicpioTCU Tribunal de Contas da Unio

    TIDH Tratados Internacionais deDireitos HumanosTJ Tribunal de Justia

    TPI Tribunal Penal InternacionalTRE Tribunal Regional EleitoralTRF Tribunal Regional FederalTRT Tribunal Regional do Trabalho

    TS Tribunais SuperioresTSE Tribunal Superior EleitoralTST Tribunal Superior do Trabalhov.u. votao unnime

  • Nota da Editora: o Acordo Ortogrfico foi aplicado integralmente nesta obra.

  • SUMRIO

    TTULO ITEORIA DA CONSTITUIO

    1. DIREITO CONSTITUCIONAL1.1. Natureza1.2. Definio1.3. Objeto1.4. Fontes de juridicidade1.4.1. Fontes do direito constitucional1.4.1.1. Os costumes constitucionais1.4.2. A criao judicial do direito1.4.2.1. Interpretao1.4.2.2. Integrao1.4.3. A doutrina como fonte de produo indireta do direito

    2. CONSTITUCIONALISMO2.1. Introduo2.2. Evoluo histrica do constitucionalismo2.2.1. Constitucionalismo antigo2.2.1.1. Estado hebreu2.2.1.2. Grcia2.2.1.3. Roma2.2.1.4. Inglaterra2.2.2. Constitucionalismo moderno2.2.2.1. Constitucionalismo clssico2.2.2.2. Constitucionalismo social2.2.3. Constitucionalismo contemporneo2.2.3.1. Ciclos constitucionais2.2.4. Constitucionalismo do futuro2.3. As transformaes do Estado de direito: do Estado liberal ao Estado constitucional democrtico2.3.1. Estado de direito (Estado liberal)2.3.1.1. The Rule of Law2.3.1.2. Rechtsstaat2.3.1.3. Ltat lgal e Ltat du Droit2.3.1.4. Always under Law2.3.2. Estado social2.3.3. Estado democrtico de direito (Estado constitucional democrtico)

  • 2.4. Quadro: evoluo histrica do constitucionalismo e do estado de direito

    3. PODER CONSTITUINTE3.1. Poder constituinte originrio3.1.1. Espcies3.1.2. O fenmeno constituinte3.1.3. Natureza3.1.4. Titularidade e exerccio3.1.5. Caractersticas essenciais3.1.6. Limitaes materiais3.1.7. Legitimidade3.1.8. Quadro: Poder Constituinte Originrio (PCO)3.2. Poder constituinte decorrente3.2.1. Natureza3.2.2. Caractersticas3.2.3. Existe Poder Constituinte Decorrente fora dos Estados-membros?3.2.4. Limitaes impostas auto-organizao dos Estados3.2.5. Quadro: Poder Constituinte Decorrente (PCD)3.3. Poder constituinte derivado3.3.1. Limitaes impostas ao Poder Derivado Reformador3.3.1.1. Limitaes temporais3.3.1.2. Limitaes circunstanciais3.3.1.3. Limitaes formais (processuais ou procedimentais)3.3.1.4. Limitaes materiais (ou substanciais)3.3.2. Limitaes impostas ao poder derivado revisor3.3.3. Quadro comparativo3.4. Poder constituinte supranacional

    4. A CONSTITUIO4.1. Conceito4.2. Objeto4.3. Elementos4.4. O fundamento da constituio4.4.1. Concepo sociolgica4.4.2. Concepo poltica4.4.3. Concepo jurdica4.4.4. Concepo normativa4.4.5. Concepo culturalista4.5. A constituio e o seu papel4.5.1. Constituio-lei4.5.2. Constituio-fundamento (Constituio-total)4.5.3. Constituio-moldura4.5.4. Constituio dctil (Constituio suave)4.6. Classificaes das constituies4.6.1. Quanto forma4.6.2. Quanto sistemtica4.6.3. Quanto origem4.6.4. Quanto ao modo de elaborao4.6.5. Quanto identificao das normas constitucionais (ou quanto ao contedo)4.6.6. Quanto estabilidade4.6.7. Quanto extenso4.6.8. Quanto funo (ou estrutura)

  • 4.6.9. Quanto dogmtica4.6.10. Quanto origem da decretao4.6.11. Quanto ao contedo ideolgico4.6.12. Quanto finalidade4.6.13. Quanto legitimidade do contedo constitucional4.6.14. Classificao ontolgica4.7. Classificao da Constituio de 19884.8. Quadro: Classificao das Constituies

    5. CLASSIFICAES DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS5.1. Esclarecimentos preliminares5.2. Classificaes quanto eficcia5.2.1. Classificao proposta por Jos Afonso da Silva5.2.1.1. Normas constitucionais de eficcia plena5.2.1.2. Normas constitucionais de eficcia contida5.2.1.3. Normas constitucionais de eficcia limitada5.2.2. Classificao proposta por Maria Helena Diniz5.2.3. Classificao proposta por Celso Bastos e Carlos Ayres Brito5.2.4. Classificao proposta por Thomas Cooley5.2.5. Classificao proposta por Pontes de Miranda5.2.6. Classificao proposta por Caetano Azzariti5.2.7. Normas constitucionais de eficcia exaurida5.3. Classificao quanto ao contedo5.3.1. Normas materialmente constitucionais5.3.2. Normas formalmente constitucionais5.4. Classificaes dos princpios5.4.1. Princpios sistmicos e extrassistmicos5.4.2. Princpios instrumentais e materiais

    6. CONFLITO ENTRE NORMAS CONSTITUCIONAIS6.1. Princpios e regras como espcies de normas6.2. Critrios de distino entre princpios e regras6.2.1. Abstratividade (ou generalidade)6.2.2. Grau de determinao6.2.3. Proposta conceitual feita por Humberto vila6.2.4. Distino lgica6.2.5. Distino estrutural6.3. Mandamentos definitivos e mandamentos prima facie6.4. A aplicao de princpios e regras6.4.1. A primazia ( prima facie ) das regras sobre os princpios6.4.2. A superao de regras (derrotabilidade, superabilidade, defeasibility)6.5. Formas de soluo de conflitos6.5.1. Antinomia jurdica prpria6.5.1.1. Conflito entre regras6.5.1.2. Conflito entre princpios6.5.1.3. Conflito entre princpios e regras6.5.2. Antinomia jurdica imprpria6.5.2.1. Ponderao

    7. NORMAS CONSTITUCIONAIS NO TEMPO7.1. Introduo7.2. Revogao

  • 7.3. Teoria da desconstitucionalizao7.4. Recepo7.5. Repristinao7.6. Mutao constitucional7.7. Constitucionalidade superveniente

    8. HERMENUTICA CONSTITUCIONAL8.1. Evoluo histrica da interpretao da Constituio8.2. Mtodos de interpretao constitucional8.2.1. Mtodo hermenutico clssico (ou mtodo jurdico)8.2.1.1. Os cnones de Savigny aplicados interpretao constitucional8.2.2. Mtodo cientfico-espiritual8.2.3. Mtodo tpico-problemtico8.2.4. Mtodo hermenutico-concretizador8.2.5. Mtodo normativo-estruturante8.2.6. Breves reflexes sobre a utilizao dos mtodos8.3. Os sujeitos da interpretao constitucional: a sociedade aberta de intrpretes (mtodo concretista da Constituio

    aberta)8.4. A interpretao constitucional no debate norte-americano8.4.1. Interpretativismo8.4.2. No interpretativismo8.4.3. Teoria do reforo da democracia (John Hart Ely)8.4.4. Minimalismo e maximalismo8.4.5. Pragmatismo8.4.6. A leitura moral da Constituio8.4.6.1. Limites impostos leitura moral8.5. Metanormas (ou princpios instrumentais ou princpios hermenuticos ou postulados normativos)8.5.1. Princpios instrumentais de interpretao das leis8.5.1.1. Princpio da supremacia8.5.1.2. Princpio de presuno de constitucionalidade das leis8.5.1.3. Princpio da interpretao conforme a Constituio8.5.2. Princpios instrumentais de interpretao da Constituio8.5.2.1. Princpio da unidade da Constituio8.5.2.2. Princpio do efeito integrador8.5.2.3. Princpio da concordncia prtica (ou harmonizao)8.5.2.4. Princpio da convivncia das liberdades pblicas (ou relatividade)8.5.2.5. Princpio da fora normativa8.5.2.6. Princpio da mxima efetividade8.5.2.7. Princpio da conformidade funcional (exatido funcional, correo funcional ou justeza)8.6. Prembulo8.7. Integrao da constituio

    9. PS-POSITIVISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO9.1. Ps-positivismo9.1.1. O ps-positivismo como mtodo para o estudo do direito9.1.2. O ps-positivismo tico9.1.3. O ps-positivismo terico9.2. Neoconstitucionalismo9.2.1. O neoconstitucionalismo e suas diferentes acepes9.2.1.1. O neoconstitucionalismo como modelo constitucional9.2.1.2. Neoconstitucionalismo terico9.2.1.3. Neoconstitucionalismo ideolgico

  • 9.2.1.4. Neoconstitucionalismo metodolgico9.3. Neoconstitucionalismo e ps-positivismo: realidades idnticas ou distintas?9.3.1. As diferentes pretenses: teoria particular x teoria universal9.3.2. A relao entre direito e moral9.4. Sntese conclusiva

    QUESTES TTULO I TEORIA DA CONSTITUIO

    GABARITO

    TTULO IICONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

    10. A HIERARQUIA DE NORMAS NO ORDENAMENTO JURDICO BRASILEIRO10.1. Critrios propostos10.2. Hierarquia de normas no mbito federal10.3. Hierarquia de normas no mbito estadual10.4. Hierarquia de normas no mbito municipal10.5. Hierarquia de normas no mbito do Distrito Federal10.6. Conflito entre leis complementares e leis ordinrias10.7. Conflito entre leis federais, estaduais e municipais10.8. Conflito entre normas gerais e normas especficas10.8.1. Leis complementares que veiculam normas gerais

    11. TEORIA GERAL DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE11.1. A supremacia da Constituio11.2. Bloco de constitucionalidade11.3. Natureza da lei inconstitucional11.3.1. Ato inexistente11.3.2. Ato nulo11.3.3. Ato anulvel11.4. Formas de inconstitucionalidade11.4.1. Quanto ao tipo de conduta11.4.1.1. Inconstitucionalidade por ao11.4.1.2. Inconstitucionalidade por omisso11.4.2. Quanto norma constitucional ofendida11.4.2.1. Inconstitucionalidade formal11.4.2.2. Inconstitucionalidade material11.4.3. Quanto extenso11.4.3.1. Inconstitucionalidade total11.4.3.2. Inconstitucionalidade parcial11.4.4. Quanto ao momento11.4.4.1. Inconstitucionalidade originria11.4.4.2. Inconstitucionalidade superveniente11.4.5. Quanto ao prisma de apurao11.4.5.1. Inconstitucionalidade direta (imediata ou antecedente)11.4.5.2. Inconstitucionalidade indireta (mediata)11.4.6. Quadro: Formas de inconstitucionalidade11.5. Formas de controle de constitucionalidade11.5.1. Quanto ao momento11.5.1.1. Controle preventivo11.5.1.2. Controle repressivo (ou tpico)

  • 11.5.2. Quanto natureza do rgo11.5.2.1. Sistema poltico11.5.2.2. Sistema jurisdicional11.5.2.3. Sistema misto11.5.3. Quanto finalidade do controle11.5.3.1. Controle concreto (incidental ou por via de defesa ou por via de exceo)11.5.3.2. Controle abstrato (principal ou por via de ao ou por via direta)11.5.4. Quanto ao tipo de pretenso deduzida em juzo11.5.4.1. Processo constitucional objetivo11.5.4.2. Processo constitucional subjetivo11.5.5. Quanto competncia11.5.5.1. Controle difuso (sistema norte-americano)11.5.5.2. Controle concentrado (sistema austraco ou europeu)11.5.6. Quadro: formas de controle de constitucionalidade

    12. CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE12.1. O exerccio do controle jurisdicional difuso12.1.1. Efeitos da deciso12.1.1.1. Quanto ao aspecto subjetivo12.1.1.2. Quanto ao aspecto objetivo12.1.1.3. Quanto ao aspecto temporal12.2. A tendncia de abstrativizao do controle concreto12.2.1. mbito constitucional12.2.2. mbito legislativo12.2.3. mbito jurisprudencial12.2.3.1. Reflexes sobre o controle difuso adotado no Brasil12.3. Incidente de inconstitucionalidade no mbito dos tribunais12.3.1. Clusula da reserva de plenrio12.3.1.1. Smula Vinculante 1012.4. Suspenso da execuo da lei pelo Senado12.5. A ao civil pblica como instrumento de controle de constitucionalidade

    13. AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE13.1. Aspectos introdutrios13.2. Legitimidade ativa13.3. Parmetro (ou norma de referncia)13.4. Objeto13.4.1. Natureza: lei ou ato normativo13.4.1.1. Medidas provisrias13.4.2. Limitao temporal13.4.3. Limitao espacial13.4.3.1. Atos no admitidos como objeto de ADI e ADC13.4.3.2. Normas de regimento interno e atos interna corporis13.5. Procedimento13.5.1. Requisitos da petio inicial13.5.2. Interveno de terceiros e amicus curiae13.5.3. Advogado-Geral da Unio13.5.4. Procurador-Geral da Repblica13.6. Tutela de urgncia13.6.1. Efeitos13.7. Deciso13.7.1. Quorum

  • 13.7.2. Efeitos da deciso13.7.2.1. Quanto ao aspecto subjetivo13.7.2.2. Quanto ao aspecto objetivo13.7.2.3. Quanto ao aspecto temporal13.7.2.4. Quanto extenso13.7.2.5. Recorribilidade13.8. Classificaes das sentenas de inconstitucionalidade

    14. AO DECLARATRIA DE CONSTITUCIONALIDADE14.1. Consideraes iniciais14.2. Legitimidade ativa14.3. Parmetro14.4. Objeto14.5. Procedimento14.5.1. Requisito formal especfico: existncia de controvrsia judicial relevante14.6. Tutela de urgncia14.7. Deciso

    15. ARGUIO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL15.1. Introduo15.1.1. Carter subsidirio15.1.2. Princpio da fungibilidade15.2. Legitimidade ativa e amicus curiae15.3. Parmetro15.4. Hipteses de cabimento15.4.1. Arguio autnoma15.4.2. Arguio incidental15.5. Objeto15.6. Tutela de urgncia15.7. Deciso15.8. Quadro: controle concentrado (ADI, ADC e ADPF)

    16. AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSO16.1. Introduo16.2. Parmetro (ou norma de referncia)16.3. Objeto16.4. Legitimidade ativa16.5. Legitimidade passiva16.6. Competncia16.7. Procedimento16.8. Liminar16.9. Efeitos da deciso

    17. CONTROLE CONCENTRADO-ABSTRATO NO MBITO ESTADUAL17.1. A representao de inconstitucionalidade (ao direta de inconstitucionalidade)17.1.1. Competncia17.1.2. Legitimidade ativa17.1.3. Parmetro17.1.4. Objeto17.1.5. Efeitos da deciso17.1.6. Criao de outras aes de controle concentrado-abstrato no mbito estadual17.1.7. Quadro: controle concentrado-abstrato nos Estados-membros

  • 18. REPRESENTAO INTERVENTIVA18.1. Aspectos introdutrios18.2. Representao interventiva federal18.2.1. Quadro: representao interventiva federal18.3. Representao interventiva estadual18.3.1. Quadro: representao interventiva estadual

    QUESTES TTULO II CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

    GABARITO

    TTULO IIIPRINCPIOS FUNDAMENTAIS

    19. DOS PRINCPIOS ESTRUTURANTES19.1. Introduo19.2. Princpios estruturantes19.2.1. Princpio republicano19.2.2. Princpio federativo19.2.2.1. Princpio da indissolubilidade do pacto federativo19.3. Estado Democrtico de Direito (Estado Constitucional Democrtico)19.4. Princpio da separao dos poderes

    20. PRINCPIOS FUNDAMENTAIS20.1. Fundamentos20.1.1. Soberania20.1.2. Cidadania20.1.3. Dignidade da pessoa humana20.1.3.1. A dignidade como algo absoluto20.1.3.2. Contedo normativo20.1.3.3. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais20.1.4. Valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa20.1.5. Pluralismo poltico20.2. Objetivos fundamentais20.3. Princpios que regem o Brasil em suas relaes internacionais20.4. Quadro comparativo

    QUESTES TTULO III PRINCPIOS FUNDAMENTAIS

    GABARITO

    TTULO IVDIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

    21. TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS21.1. Esclarecimentos preliminares21.2. Natureza21.3. Classificao doutrinria dos direitos fundamentais21.3.1. A teoria dos status (Georg Jellinek)21.3.1.1. Status passivo (ou status subjectionis)21.3.1.2. Status negativo (ou status libertatis)21.3.1.3. Status positivo (ou status civitatis)

  • 21.3.1.4. Status ativo (ou status da cidadania ativa)21.3.2. Classificao trialista21.3.2.1. Direitos de defesa (ou direitos de resistncia)21.3.2.2. Direitos a prestaes (ou direitos prestacionais)21.3.2.3. Direitos de participao21.4. Caracteres21.5. Os direitos fundamentais e suas dimenses (geraes)21.5.1. Direitos fundamentais de primeira dimenso21.5.2. Direitos fundamentais de segunda dimenso21.5.3. Direitos fundamentais de terceira dimenso21.5.4. Direitos fundamentais de quarta dimenso21.5.5. Direitos fundamentais de quinta dimenso21.6. Direitos e garantias dos direitos21.7. Dos deveres fundamentais21.8. A eficcia horizontal dos direitos fundamentais21.8.1. Teoria da ineficcia horizontal (doutrina da state action)21.8.2. Teoria da eficcia horizontal indireta21.8.3. Teoria da eficcia horizontal direta21.9. Dimenso subjetiva e dimenso objetiva21.9.1. Dimenso subjetiva21.9.2. Dimenso objetiva21.9.3. Fundamentao objetiva e subjetiva21.10. Contedo essencial21.10.1. Quanto ao objeto da proteo: enfoques objetivo e subjetivo21.10.1.1. Teoria objetiva21.10.1.2. Teoria subjetiva21.10.2. Quanto natureza da proteo: contedo essencial absoluto e relativo21.10.2.1. Teoria absoluta21.10.2.2. Teoria relativa21.10.2.3. A teoria combinada de Peter Hberle21.11. Suporte ftico dos direitos fundamentais21.11.1. Elementos do suporte ftico21.11.1.1. mbito de proteo (ou bem protegido)21.11.1.2. Interveno21.11.1.3. Suporte ftico: Quadro21.11.2. Teorias sobre o suporte ftico21.11.2.1. Suporte ftico restrito21.11.2.2. Suporte ftico amplo21.12. Restries (ou limites) a direitos fundamentais21.12.1. Teoria interna21.12.1.1. Limites imanentes21.12.2. Teoria externa21.13. Classificao das restries21.13.1. O conceito de restrio21.13.2. Espcies de restries21.13.2.1. Restries diretamente constitucionais21.13.2.2. Restries indiretamente constitucionais21.13.2.3. Quadro: Classificao das restries aos direitos fundamentais21.14. Os limites dos limites21.14.1. Requisito formal21.14.2. Requisitos materiais21.15. Concorrncia e coliso

  • 21.16. O postulado da proporcionalidade21.16.1. O contedo do postulado da proporcionalidade21.16.1.1. Adequao21.16.1.2. Necessidade21.16.1.3. Proporcionalidade em sentido estrito21.16.2. Margem de ao epistmica21.16.3. Proibio de proteo insuficiente (proibio de insuficincia ou proibio por defeito)21.16.4. Distino entre proporcionalidade e razoabilidade21.17. A estrutura das normas de direitos fundamentais21.17.1. O carter duplo das disposies de direitos fundamentais21.17.2. O nvel dos princpios21.17.3. O nvel das regras21.17.4. O carter duplo das normas de direitos fundamentais21.17.4.1. As normas de carter duplo e a introduo de clusulas restritivas

    22. DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS22.1. Classificao constitucional22.2. Direitos individuais22.3. Direitos coletivos22.4. Destinatrios dos direitos individuais22.5. Destinatrios dos deveres: eficcia vertical e horizontal22.6. A aplicacao imediata das normas de direitos fundamentais22.7. Tratados internacionais de direitos humanos22.7.1. Os tratados internacionais de direitos humanos e as clusulas ptreas22.7.2. Quadro: Posio hierrquica dos tratados internacionais22.8. Tribunal penal internacional22.8.1. Princpios22.8.2. Aspectos polmicos22.8.2.1. Entrega de nacionais22.8.2.2. Pena de carter perptuo22.8.2.3. Imprescritibilidade

    23. DOS DIREITOS INDIVIDUAIS EM ESPCIE23.1. Dos direitos individuais23.2. Direito vida23.2.1. mbito de proteo23.2.2. Restries (intervenes restritivas)23.2.2.1. Aborto23.2.2.2. Eutansia e conceitos afins23.2.3. Quadro: direito vida23.3. Direitos de igualdade23.3.1. Esclarecimentos preliminares23.3.2. Igualdade perante a lei e igualdade na lei23.3.3. Princpio amplo da igualdade23.3.3.1. Princpio da igualdade jurdica formal23.3.3.2. Princpio da igualdade jurdica material23.3.3.3. Princpio da igualdade ftica23.3.4. Controle de violao da igualdade23.4. Direito privacidade23.4.1. Direito intimidade, vida privada, honra e imagem23.4.1.1. mbito de proteo23.4.1.2. Restries (intervenes restritivas)

  • 23.4.1.3. Quadro: Direito intimidade, vida privada, honra e imagem23.4.2. Inviolabilidade do domiclio23.4.2.1. mbito de proteo23.4.2.2. Restries (intervenes restritivas)23.4.2.3. Quadro: Inviolabilidade do domiclio23.5. Direitos de liberdade23.5.1. Liberdade de manifestao do pensamento23.5.1.1. mbito de proteo23.5.1.2. Restries (intervenes restritivas)23.5.1.3. Quadro: Liberdade de manifestao do pensamento23.5.2. Liberdade de conscincia, de crena e de culto23.5.2.1. mbito de proteo23.5.2.2. Restries (intervenes restritivas)23.5.3. Liberdade de comunicao pessoal23.5.3.1. mbito de proteo23.5.3.2. Restries (intervenes restritivas)23.5.3.3. Quadro: Liberdade de comunicao pessoal23.5.4. Liberdade de exerccio profissional23.5.4.1. mbito de proteo23.5.4.2. Restries (intervenes restritivas)23.5.4.3. Quadro: Liberdade de exerccio profissional23.5.5. Liberdade de informao23.5.5.1. mbito de proteo23.5.5.2. Restries (intervenes restritivas)23.5.5.3. Quadro: Liberdade de informao23.5.6. Liberdade de locomoo23.5.6.1. mbito de proteo23.5.6.2. Restries (intervenes restritivas)23.5.6.3. Quadro: Liberdade de locomoo23.5.7. Liberdade de reunio23.5.7.1. mbito de proteo23.5.7.2. Restries (intervenes restritivas)23.5.7.3. Quadro: Liberdade de reunio23.5.8. Liberdade de associao23.5.8.1. mbito de proteo23.5.8.2. Restries (intervenes restritivas)23.5.8.3. Quadro: Liberdade de associao23.6. Direito de propriedade23.6.1. mbito de proteo23.6.2. Restries (intervenes restritivas)23.6.2.1. Princpio da funo social da propriedade23.6.2.2. Desapropriao23.6.2.3. Requisio civil e militar23.6.2.4. Usucapio constitucional23.6.2.5. Confisco23.6.3. Quadro: Direito de propriedade

    24. GARANTIAS INDIVIDUAIS24.1. Definio de garantia24.2. Princpio da legalidade24.2.1. Princpio da reserva legal24.3. Princpio da no retroatividade das leis

  • 24.3.1. Direito adquirido24.3.2. Ato jurdico perfeito24.3.3. Coisa julgada24.3.3.1. Coisa julgada inconstitucional24.4. Presuno de no culpabilidade24.5. Garantias constitucionais relativas priso24.5.1. Espcies de priso24.5.1.1. Priso extrapenal24.5.1.2. Priso cautelar24.6. Direito ao silncio

    25. PRINCPIOS PROCESSUAIS25.1. Princpio do devido processo legal25.1.1. Devido processo legal em sentido formal (procedural due process)25.1.2. Devido processo legal substantivo (substantive due process)25.2. Princpios do contraditrio e da ampla defesa25.3. Princpio do juiz natural25.4. Princpio da inafastabilidade da apreciao jurisdicional25.5. Princpio da razovel durao do processo25.6. Inadmissibilidade de provas ilcitas

    26. AES CONSTITUCIONAIS26.1. Introduo26.2. Habeas corpus26.2.1. Modalidades26.2.2. Legitimidade26.2.3. Objeto e objetivo26.2.4. Consideraes finais26.3. Habeas data26.3.1. Legitimidade ativa26.3.2. Legitimidade passiva26.3.3. Objeto e objetivo26.3.4. Hipteses de cabimento26.3.4.1. Conhecimento de informaes pessoais26.3.4.2. Retificao de dados26.3.4.3. Complementao de informaes pessoais26.3.5. Interesse de agir26.3.6. Tutela de urgncia e deciso de mrito26.4. Mandado de segurana26.4.1. Modalidades26.4.2. Mandado de segurana individual26.4.2.1. Legitimidade ativa26.4.2.2. Legitimidade passiva26.4.2.3. Objeto e objetivo26.4.2.4. Cabimento residual e vedaes especficas26.4.2.5. Prazo para impetrao26.4.2.6. Tutela de urgncia26.4.2.7. Deciso de mrito26.4.3. Mandado de segurana coletivo26.4.3.1. Legitimidade ativa26.4.3.2. Tutela de urgncia e deciso de mrito26.5. Mandado de injuno

  • 26.5.1. Legitimidade ativa26.5.1.1. Mandado de injuno coletivo26.5.2. Legitimidade passiva26.5.3. Objeto e objetivo26.5.4. Parmetro de controle26.5.5. Competncia26.5.6. Procedimento26.5.7. Tutela de urgncia e deciso de mrito26.5.8. Quadro comparativo: mandado de injuno e ADO26.6. Ao popular26.6.1. Legitimidade ativa26.6.2. Legitimidade passiva26.6.3. Objeto: atos impugnveis26.6.4. Objetivo26.6.5. Tutela preventiva e reparatria26.6.6. Requisitos especficos: binmio ilegalidade-lesividade26.6.7. Competncia26.6.8. Tutela de urgncia26.6.9. Deciso de mrito26.7. Quadro: Aes constitucionais

    27. DOS DIREITOS SOCIAIS27.1. Introduo27.2. A efetividade dos direitos sociais27.2.1. A adjudicao de direitos sociais27.2.1.1. Crticas judicializao27.2.1.2. Argumentos favorveis judicializao27.2.2. Princpio da mxima efetividade27.3. Reserva do possvel27.4. Mnimo existencial27.5. A vedao de retrocesso social (efeito cliquet, proibio de contrarrevoluo social ou proibio de evoluo

    reacionria)27.6. Direitos sociais em espcie27.6.1. Direito moradia27.6.2. Direitos individuais dos trabalhadores27.6.2.1. Direito ao trabalho e garantia do emprego27.6.2.2. Direitos sobre as condies de trabalho27.6.2.3. Direitos relativos ao salrio27.6.2.4. Direitos relativos ao repouso e inatividade do trabalhador27.6.2.5. Direitos de proteo dos trabalhadores27.6.2.6. Direitos relativos aos dependentes do trabalhador27.6.2.7. Direito de participao dos trabalhadores27.6.3. Direitos coletivos dos trabalhadores27.6.3.1. Liberdade de associao profissional e sindical27.6.3.2. Direito de greve27.6.3.3. Participao em colegiados de rgos pblicos

    28. DOS DIREITOS DE NACIONALIDADE28.1. Conceito28.2. Espcies de nacionalidade28.2.1. Nacionalidade originria (primria ou atribuda)28.2.1.1. Critrio territorial

  • 28.2.1.2. Critrio sanguneo28.2.2. Nacionalidade adquirida (secundria, derivada, ou de eleio)28.2.2.1. Naturalizao tcita ( grande naturalizao ou naturalizao coletiva)28.2.2.2. Naturalizao expressa28.2.3. Quadro: espcies de nacionalidade28.3. Quase nacionalidade28.4. Diferenas de tratamento entre brasileiro nato e naturalizado28.4.1. Cargos privativos28.4.2. Assentos no Conselho da Repblica28.4.3. Propriedade de empresa jornalstica e de radiodifuso28.4.4. Extradio28.4.4.1. Crimes polticos e de opinio28.4.4.2. Sistema da contenciosidade limitada28.4.4.3. Princpio da especialidade28.4.4.4. Princpio da dupla punibilidade28.4.4.5. Direitos humanos e comutao da pena28.4.4.6. Retroatividade dos tratados de extradio28.4.5. Quadro: diferenas de tratamento28.5. Perda do direito de nacionalidade

    29. DOS DIREITOS POLTICOS29.1. Introduo29.2. Espcies29.2.1. Direitos polticos positivos29.2.1.1. Direito de sufrgio29.2.1.2. Alistabilidade (capacidade eleitoral ativa)29.2.1.3. Elegibilidade (capacidade eleitoral passiva)29.2.2. Direitos polticos negativos29.2.2.1. Inelegibilidades29.2.2.2. Perda ou suspenso dos direitos polticos29.2.3. Quadro: espcies de direitos polticos29.3. Princpio da anterioridade eleitoral29.4. Dos partidos polticos29.4.1. Verticalizao29.4.2. Fidelidade partidria29.5. Sistemas eleitorais29.5.1. Sistema majoritrio29.5.2. Sistema proporcional29.5.3. Sistema misto29.5.4. O modelo distrital29.5.5. Quadro comparativo

    QUESTES TTULO IV DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

    GABARITO

    TTULO VORGANIZAO DO ESTADO BRASILEIRO

    30. A FEDERAO BRASILEIRA30.1. Aspectos gerais30.1.1. Elementos constitutivos do Estado

  • 30.1.2. Formas de Estado30.1.2.1. Estado unitrio (ou simples)30.1.2.2. Estado composto30.1.2.3. Unio incorporada30.2. Centralizao e descentralizao30.3. Caractersticas essenciais30.3.1. Quadro: Estado Federal30.4. Autonomia dos entes federativos30.5. Tipos de federalismo30.5.1. Quanto ao surgimento ou quanto origem: federalismo por agregao e federalismo por desagregao (por

    segregao)30.5.2. Quanto repartio de competncias: federalismo dual (dualista), federalismo de integrao e federalismo de

    cooperao30.5.3. Quanto concentrao do poder: federalismo centrpeto (centralizador), federalismo centrfugo (descentralizador) e

    federalismo de equilbrio30.5.4. Quanto homogeneidade na distribuio de competncias: federalismo simtrico (homogneo) e federalismo

    assimtrico (heterogneo)30.5.5. Quanto s caractersticas dominantes: federalismo simtrico e federalismo assimtrico30.5.6. Quanto s esferas de competncia: federalismo tpico (bidimensional, bipartite ou de 2. grau) e federalismo atpico

    (tridimensional, tripartite ou de 3. grau)30.5.7. Quadro: tipos de federalismo30.6. Anlise histrica30.6.1. O surgimento da federao norte-americana30.6.2. Evoluo histrica da federao brasileira30.7. Repartio de competncias30.7.1. Critrios utilizados na repartio de competncias30.7.1.1. Campos especficos de competncia legislativa e administrativa30.7.1.2. Possibilidade de delegao30.7.1.3. Competncias administrativas (ou materiais) comuns30.7.1.4. Competncias legislativas concorrentes30.7.1.5. Quadro: repartio de competncias30.7.2. Competncias privativas e exclusivas30.8. Organizao poltico-administrativa30.8.1. Capital Federal30.8.2. Incorporao, subdiviso e desmembramento de Estados30.8.3. Criao, incorporao, fuso e desmembramento de Municpios30.9. Da interveno30.9.1. Interveno federal30.9.1.1. Introduo30.9.1.2. Pressupostos materiais30.9.1.3. Pressupostos formais30.9.1.4. Controle poltico e jurisdicional da interveno30.9.2. Interveno estadual30.9.2.1. Introduo30.9.2.2. Pressupostos materiais30.9.2.3. Pressupostos formais30.9.2.4. Controle poltico30.9.3. Quadro: Espcies de interveno

    31. DA UNIO31.1. Posio da unio na federao brasileira31.2. Competncias31.2.1. Competncias legislativas exclusivas

  • 31.2.2. Competncias legislativas privativas31.2.3. Competncias legislativas concorrentes31.2.4. Competncia legislativa para estabelecer diretrizes gerais31.2.5. Competncias administrativas ou materiais31.2.6. Competncia tributria da Unio31.3. Leis nacionais e leis federais31.4. Bens da unio

    32. DOS ESTADOS FEDERADOS32.1. Autonomia dos estados federados32.1.1. Auto-organizao32.1.1.1. Princpios limitativos da auto-organizao dos Estados32.1.2. Autolegislao32.1.3. Autogoverno32.1.3.1. Do Poder Legislativo Estadual32.1.3.2. Do Poder Executivo Estadual32.1.4. Autoadministrao32.2. Regies metropolitanas32.3. Dos bens dos estados32.4. Iniciativa popular no mbito estadual

    33. DOS MUNICPIOS33.1. O municpio como ente federativo33.2. Auto-organizao33.2.1. Quadros:* hierarquia de normas no mbito municipal33.2.2. Composio das Cmaras Municipais33.2.3. Estatuto dos Vereadores33.2.4. Responsabilizao dos Prefeitos33.3. Autolegislao33.4. Autogoverno33.5. Autoadministrao33.6. Fiscalizao oramentria e financeira

    34. DO DISTRITO FEDERAL E TERRITRIOS34.1. Distrito federal34.1.1. Natureza jurdica34.1.2. Competncias34.1.3. Auto-organizao34.1.3.1. Quadro: Hierarquia de normas no mbito do Distrito Federal34.1.4. Autolegislao34.1.5. Autogoverno34.1.6. Autoadministrao34.1.7. Competncias tributrias34.2. Territrios34.3. Quadro: Autonomias atribudas aos entes federativos

    QUESTES TTULO V ORGANIZAO DO ESTADO BRASILEIRO

    GABARITO

    TTULO VIORGANIZAO DOS PODERES

  • 35. DO PODER LEGISLATIVO35.1. Estrutura35.2. Funes35.2.1. Quadro comparativo de competncias35.3. Deputados e senadores35.4. Atribuies do Congresso Nacional35.5. Sesses legislativas35.6. Mesas diretoras35.7. Comisses parlamentares35.7.1. Classificaes35.7.2. Comisso representativa do Congresso Nacional35.7.3. Comisso Parlamentar de Inqurito35.7.3.1. Requisitos para a criao da CPI35.7.3.2. Poderes da CPI no mbito federal35.7.3.3. Limites aos poderes da CPI35.7.3.4. Competncia para exercer o controle jurisdicional35.7.3.5. Quadro CPI35.7.4. CPI no mbito estadual35.7.5. CPI no mbito municipal35.8. estatuto dos parlamentares federais35.8.1. Imunidade material (inviolabilidade)35.8.2. Imunidade formal35.8.3. Prerrogativa de foro35.8.4. Incompatibilidades35.8.5. Perda do mandato: hipteses de cassao e extino35.9. estatuto dos parlamentares estaduais e distritais35.10. estatuto dos parlamentares municipais35.11. Quadro: competncias

    36. DO PROCESSO LEGISLATIVO36.1. Introduo36.2. Espcies de processo legislativo36.3. Processo legislativo ordinrio36.3.1. Fase introdutria36.3.1.1. Iniciativa36.3.1.2. Vcio de iniciativa e sano36.3.2. Fase constitutiva36.3.2.1. Discusso36.3.2.2. Votao36.3.2.3. Aprovao36.3.2.4. Sano36.3.2.5. Veto36.3.3. Fase complementar36.3.3.1. Promulgao36.3.3.2. Publicao36.3.4. Quadro: processo legislativo ordinrio36.4. Processo legislativo sumrio36.5. processos legislativos especiais36.5.1. Emendas Constituio36.5.2. Leis complementares36.5.3. Medidas provisrias36.5.3.1. Prazo de vigncia

  • 36.5.3.2. Regime de urgncia36.5.3.3. Trmite36.5.3.4. Converso em lei36.5.3.5. Rejeio36.5.3.6. Revogao36.5.3.7. Limitaes materiais36.5.3.8. Medida provisria nos Estados e Municpios36.5.3.9. Controle de constitucionalidade das medidas provisrias36.5.4. Leis delegadas36.5.4.1. Processo legislativo36.5.4.2. Sustao36.5.4.3. Limitaes materiais36.5.5. Decreto legislativo36.5.6. Resolues36.5.7. Quadro comparativo: processo legislativo

    37. DO TRIBUNAL DE CONTAS37.1. Introduo37.2. Composio do Tribunal de Contas da Unio37.3. Ministrio pblico junto ao Tribunal de Contas da Unio37.4. Tribunais de Contas dos Estados, Distrito Federal e Municpios37.5. Funo e competncias37.5.1. Competncia fiscalizadora37.5.2. Competncia judicante37.5.3. Competncia sancionatria37.5.4. Competncia consultiva37.5.5. Competncia informativa37.5.6. Competncia corretiva

    38. DO PODER EXECUTIVO38.1. Sistemas de governo38.1.1. Parlamentarismo38.1.2. Presidencialismo38.1.3. Semipresidencialismo (ou semiparlamentarismo)38.2. Competncias do Presidente da Repblica38.3. Substituio e sucesso do Presidente da Repblica38.4. Decretos e regulamentos38.5. Dos Ministros de Estado38.6. Funcionrios pblicos38.7. Da responsabilidade do Presidente da Repblica38.7.1. Crimes de responsabilidade38.7.2. Crimes comuns38.7.3. Imunidade priso cautelar38.7.4. Irresponsabilidade penal relativa38.8. Da responsabilidade dos Governadores dos Estados e do Distrito Federal38.8.1. Crimes comuns38.8.2. Crimes de responsabilidade38.8.3. Quadro: competncias para julgamento dos Governadores38.9. Da responsabilidade dos Prefeitos38.10. Quadro: competncias38.11. A responsabilizao poltico-administrativa dos agentes polticos

  • 39. DO PODER JUDICIRIO39.1. Aspectos introdutrios39.1.1. Funes tpicas e atpicas39.1.2. Estrutura organizacional39.2. Disposies gerais39.2.1. Garantias institucionais39.2.2. Garantias dos magistrados39.2.2.1. Vedaes39.2.3. Tempo de atividade jurdica para ingresso na magistratura39.2.4. rgo especial39.2.5. Quinto constitucional39.2.6. Clusula da reserva de plenrio (regra do full bench)39.2.7. Juizados especiais39.2.8. Justia de paz39.2.9. Precatrio39.2.9.1. Prazo para pagamento39.2.9.2. Regime dos precatrios39.2.9.3. Dispensa de precatrio39.2.9.4. Honorrios advocatcios39.2.9.5. Sequestro da quantia devida39.2.9.6. Interveno federal e estadual39.2.9.7. Possibilidade de compensao39.2.9.8. Leilo39.3. Conselho Nacional de Justia39.3.1. Composio39.3.2. Competncias39.4. Supremo Tribunal Federal39.4.1. Competncias39.4.1.1. Proteo constitucional39.4.1.2. Crimes comuns e de responsabilidade39.4.1.3. Tutela das liberdades constitucionais39.4.1.4. Litgios e conflitos39.4.1.5. Outras competncias39.4.2. Recurso extraordinrio39.4.2.1. Pressupostos de admissibilidade39.4.2.2. Hipteses de cabimento39.4.2.3. Repercusso geral39.4.3. Smula vinculante39.4.3.1. Natureza39.4.3.2. Pressupostos constitucionais39.4.3.3. Requisitos constitucionais39.4.3.4. Extenso dos efeitos39.4.3.5. Quadro: smula vinculante39.4.4. Reclamao constitucional39.5. Superior Tribunal de Justia39.5.1. Competncias39.5.1.1. Proteo do ordenamento jurdico federal39.5.1.2. Crimes comuns e de responsabilidade39.5.1.3. Tutela das liberdades constitucionais39.5.1.4. Litgios e conflitos39.5.1.5. Outras competncias39.6. Tribunais regionais federais e juzes federais

  • 39.6.1. Composio39.6.2. Competncia39.6.2.1. Litgios e conflitos39.6.2.2. Competncia criminal39.6.2.3. Tutela das liberdades constitucionais e direitos humanos39.6.2.4. Outras competncias39.6.3. Foro das causas de interesse da Unio39.7. Tribunais e juzes do trabalho39.7.1. Composio39.7.2. Competncia39.7.2.1. Competncia dos Tribunais do Trabalho39.8. Tribunais e juzes eleitorais39.8.1. Estrutura e composio39.8.2. Competncia39.9. Tribunais e juzes militares39.9.1. Estrutura e composio39.9.2. Justia Militar da Unio39.10. Tribunais de justia e juzes estaduais39.10.1. Justia Militar Estadual

    QUESTES TTULO VI ORGANIZAO DOS PODERES

    GABARITO

    TTULO VIIFUNES ESSENCIAIS JUSTIA

    40. DO MINISTRIO PBLICO40.1. Definio constitucional40.2. Natureza jurdica40.3. Princpios institucionais40.3.1. Princpio da unidade40.3.2. Princpio da indivisibilidade40.3.3. Princpio da independncia funcional40.3.4. Princpio do promotor natural40.4. Estrutura orgnica40.4.1. Ministrio Pblico junto ao Tribunal de Contas40.4.2. Conselho Nacional do Ministrio Pblico40.5. Procurador-Geral da Repblica40.6. Procurador-Geral de Justia40.7. Funes institucionais40.7.1. Ao penal pblica40.7.1.1. Poder de investigao criminal40.7.2. Inqurito civil e ao civil pblica40.7.3. Controle de constitucionalidade40.7.4. Controle externo da atividade policial40.7.5. Outras funes40.8. Ingresso na carreira40.9. Garantias40.9.1. Vitaliciedade40.9.2. Inamovibilidade40.9.3. Irredutibilidade de subsdio

  • 40.10. Vedaes

    41. DA ADVOCACIA PBLICA41.1. Introduo41.2. Regime funcional41.3. Da Advocacia-Geral da Unio41.4. Do Advogado-Geral da Unio41.5. Procuradores dos Estados e do Distrito Federal41.5.1. Regime Jurdico

    42. DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PBLICA42.1. Da advocacia42.1.1. Princpio da indispensabilidade do advogado42.1.2. Princpio da inviolabilidade do advogado42.1.3. Priso cautelar42.1.4. Estatuto da advocacia42.2. Da defensoria pblica42.2.1. Normas gerais de organizao das Defensorias Pblicas42.2.2. Vedao do exerccio da advocacia privada

    QUESTES TTULO VII FUNES ESSENCIAIS JUSTIA

    GABARITO

    TTULO VIIIA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIES DEMOCRTICAS

    43. DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE STIO43.1. Introduo43.2. Estado de defesa43.2.1. Pressupostos43.2.2. Controles43.2.3. Medidas coercitivas43.3. Estado de stio43.3.1. Pressupostos43.3.2. Controles43.3.3. Medidas coercitivas43.3.4. Prazo de durao

    44. DAS FORAS ARMADAS44.1. Definio constitucional44.2. Punies disciplinares44.3. Regime jurdico44.4. Servio militar obrigatrio

    45. DA SEGURANA PBLICA45.1. Finalidade45.2. Polcia ostensiva45.3. Polcia judiciria

    QUESTES TTULO VIII DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIES DEMOCRTICAS

  • GABARITO

    TTULO IXDA ORDEM SOCIAL

    46. DA SEGURIDADE SOCIAL46.1. Disposies gerais46.2. Objetivos46.3. Financiamento46.4. Da sade46.4.1. Critrios para a adjudicao de medicamentos46.4.2. Custeio do Sistema nico de Sade46.4.3. Diretrizes do Sistema nico de Sade46.4.4. Assistncia sade e iniciativa privada46.4.5. Competncias do SUS46.5. Da previdncia social46.5.1. Organizao46.5.2. Benefcios46.5.3. Valor dos benefcios: clculo, limites e reajuste46.6. Da assistncia social

    47. DA EDUCAO, DA CULTURA E DO DESPORTO47.1. Da educao47.1.1. Princpios informadores47.1.2. Competncias dos entes federativos47.2. Da cultura47.3. Do desporto

    48. DA FAMLIA, DA CRIANA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO48.1. Da famlia48.1.1. Proteo estatal da entidade familiar48.1.2. Divrcio48.2. Da criana, do adolescente e do jovem48.3. Do idoso

    49. TEMTICA ESPECFICA49.1. Da cincia e tecnologia49.2. Da comunicao social49.2.1. Propriedade de empresa jornalstica e de radiodifuso49.3. Do meio ambiente49.3.1. Destinatrios do direito ao meio ambiente e do dever de proteo49.3.2. Princpios informadores do direito ambiental49.3.3. Efetividade do direito ao meio ambiente49.3.4. Responsabilizao ambiental49.4. Dos ndios49.4.1. Princpios informadores49.4.2. Terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios

    QUESTES TTULO IX DA ORDEM SOCIAL

    GABARITO

  • BIBLIOGRAFIA

    NDICE ALFABTICO-REMISSIVO

  • TTULO I

    TEORIA DA CONSTITUIO

  • DIREITO CONSTITUCIONAL

    Sumrio: 1.1. Natureza 1.2. Definio 1.3. Objeto 1.4. Fontes de juridicidade: 1.4.1.Fontes do direito constitucional; 1.4.2. A criao judicial do direito; 1.4.3. A doutrina como fontede produo indireta do direito.

    1.1. NATUREZAConhecer a essncia do direito constitucional e suas singularidades contribui para uma adequada

    compreenso e soluo dos problemas constitucionais.A partir da maior e mais tradicional diviso do direito positivo (pblico e privado), o direito

    constitucional costuma ser classificado como um ramo interno do direito pblico. No obstante, porser a Constituio o fundamento de validade de todas as normas do ordenamento jurdico, seria maisexato afirmar que o direito constitucional, mais do que um simples ramo, o tronco do qual derivamtodos os demais ramos do direito.

    Konrad HESSE o diferencia dos demais ramos no apenas em funo de seu objeto e de suastarefas, mas tambm em razo de suas peculiaridades, tais como o grau hierrquico, a classe de suasnormas, as condies de sua validade e a capacidade para se impor perante a realidade social.1

    A supremacia do direito constitucional um pressuposto da funo desempenhada pelaConstituio como ordem jurdica fundamental da comunidade. Todos os poderes pblicos, inclusiveo Legislativo, encontram-se subordinados Constituio, razo pela qual a validade de seus atosdepender da compatibilidade com ela.

    Como decorrncia dessa superioridade hierrquica, surge o carter vinculante da Constituio. Naqualidade de Lei Maior, esta impe que os atos estatais guardem correlao com os seus dispositivos,sob pena de serem invalidados.

    O carter aberto da Constituio permite a sua comunicao com outros sistemas.2 Nessesentido, HESSE afirma que a constituio no um sistema fechado e onicompreensivo, mas umconjunto de princpios concretos e elementos bsicos do ordenamento jurdico da comunidade, para oqual oferece uma diretriz (norma marco). A abertura do sistema constitucional, no entanto, no ilimitada; apresenta-se na medida suficiente para garantir a margem de ao necessria para umprocesso poltico livre, permitindo a persecuo de diferentes concepes e objetivos polticos, deacordo com as mudanas tcnicas, econmicas e sociais. A adaptao evoluo histrica indispensvel para assegurar a prpria existncia e eficcia da Constituio.

  • Por fim, outro aspecto distintivo o fato de no haver uma instncia superior capaz de impor ocumprimento da constituio. O direito constitucional tem que se garantir por si mesmo (garantiaimanente), o que pressupe a existncia de uma configurao que, mediante a independncia eharmonia entre os poderes, seja apta a assegurar que a observncia do Direito Constitucional pelospoderes constitudos ocorra de forma espontnea e natural.3

    1.2. DEFINIODefinir um objeto consiste em delimitar os seus aspectos gerais e especficos com o intuito de

    diferenci-lo dos demais.4

    Meirelles TEIXEIRA define o direito constitucional de duas formas distintas. Sinteticamente,como o estudo da teoria das Constituies e da Constituio do Estado brasileiro, em particular; e,d e forma analtica, como o conjunto de princpios e normas que regulam a prpria existncia doEstado moderno, na sua estrutura e no seu funcionamento, o modo de exerccio e os limites de suasoberania, seus fins e interesses fundamentais, e do Estado brasileiro, em particular.5

    Na viso de Jos Afonso da SILVA, o direito constitucional, enquanto cincia positiva dasconstituies, pode ser definido como o ramo do Direito Pblico que expe, interpreta e sistematizaos princpios e normas fundamentais do Estado.6

    Considerando os pressupostos da lgica formal, o direito constitucional pode ser definido como oramo interno do direito pblico (gnero prximo) que tem por objeto o estudo sistematizado dasnormas supremas, originrias e estruturantes do Estado (diferena especfica).

    1.3. OBJETOO direito constitucional tem por objeto o estudo das normas fundamentais de organizao do

    Estado que tratam, entre outros, dos seguintes temas: estrutura de seus rgos; distribuio decompetncias; aquisio, exerccio e transmisso da autoridade; e direitos e garantias fundamentais.

    De acordo com seu objeto de estudo, o direito constitucional dividido por Manuel GARCA-PELAYO em trs disciplinas:7

    I ) direito constitucional positivo (particular ou especial): tem por objeto a interpretao, sistematizao e crtica dasnormas constitucionais vigentes em um determinado Estado, e.g., o direito constitucional brasileiro;

    II) direito constitucional comparado: tem por finalidade o estudo comparativo e crtico das normas constitucionaispositivas, vigentes ou no, de diversos Estados. Este estudo terico feito com o intuito de destacar singularidades econtrastes entre as diversas ordens jurdico-constitucionais; e

    III) direito constitucional geral: compreende a sistematizao e classificao de conceitos, princpios e instituies dediversos ordenamentos jurdicos visando identificao dos pontos comuns, isto , das caractersticas essenciaissemelhantes de um determinado grupo de constituies. Por meio desta disciplina, procura-se estabelecer uma teoriageral do direito constitucional.

    1.4. FONTES DE JURIDICIDADEO problema das fontes est relacionado ao modo de constituio e manifestao do direito

    positivo vigente em uma determinada sociedade.8 A palavra fonte (do latim fons ou fontis) significa

  • nascente de gua, sendo utilizada metaforicamente pela cincia do direito, sobretudo a partir do sculoXVI, para designar de onde ele provm.

    Tradicionalmente, as fontes do direito so definidas como os fatos ou atos dos quais oordenamento jurdico faz depender a produo de normas jurdicas.

    A s fontes de juridicidade do direito so responsveis pela constituio de sua normatividadejurdica ou, segundo Castanheira NEVES, so os modos especficos graas aos quais uma certanormatividade se constituiria como normatividade do direito.9

    Com fulcro na experincia jurdica, trs tipos de base constitutiva do direito podem sermencionados: a legislao, a tradio e a jurisdio. Via de regra, uma delas se sobressai como polode organizao do conjunto e convoca os outros momentos, de forma que todos acabam por participardo processo global de constituio do direito.10 No sistema constitucional de qualquer pas h normasadvindas da lei, dos costumes e da jurisprudncia, apesar da variao de grau e articulao entre elas.

    Atualmente, quase todos os pases adotam constituies escritas. Entre as excees encontra-se aInglaterra que, apesar de no adotar uma Constituio escrita, possui vrios documentos de valorconstitucional (Magna Charta Libertatum, de 1215; Petition of Rights, de 1628; Habeas Corpus Act,de 1679; Bill of Rights, de 1689; Act of Settlement, de 1701). A Nova Zelndia possui umaConstituio semelhante inglesa, formada por um conjunto de estatutos, tratados internacionais,precedentes judiciais e convenes constitucionais no escritas. No Oriente Mdio, o Estado de Israel regido por um conjunto de leis bsicas aprovadas pelo Parlamento (Knesset).

    No h nenhuma Constituio surgida da prtica judicial, apesar de algumas apenas seremcompreensveis em razo do trabalho desenvolvido pelos rgos jurisdicionais, como o caso daConstituio norte-americana.11

    A relao entre as fontes do direito pode variar no tempo conforme a concepo dominante dodireito. FERRAJOLI lembra que o direito pr-moderno tinha uma formao jurisprudencial edoutrinria, cuja validade dependia da racionalidade ou justia de seu contedo (veritas, nonauctoritas facit legem). Caracterizava-se pela pluralidade de fontes e ordenamentos procedentes deinstituies diferentes e concorrentes (o imprio, a igreja, os prncipes, as corporaes), sendo quenenhuma delas tinha o monoplio da produo jurdica.12

    Com o advento do Estado de direito surge uma concepo estatizante e legalista das fontes, sendoconsagrada a supremacia da lei. O direito visto como essencialmente composto por preceitos legais.Com o monoplio da produo jurdica atribudo ao Poder Legislativo, a jurisdio deixa de ser fontede produo do direito e passa a se submeter lei e ao princpio da legalidade. O ttulo de legitimaodeixa de ser a autoridade dos doutores para se basear na autoridade da fonte de produo: no averdade, mas a legalidade, no a substncia, dizer, a justia intrnseca, mas a forma dos atosnormativos (Auctoritas, non veritas facit legem).13 A cincia jurdica deixa de ser consideradaimediatamente normativa para se converter em uma disciplina tendencialmente cognoscitiva.14 Outracaracterstica marcante da viso juspositivista predominante no perodo consiste na ordenaohierrquica e normativa das fontes na tentativa de regular todo o espao possvel.15

    Aps a Segunda Grande Guerra Mundial, surge um movimento antipositivista no sentido deabandono da concepo estritamente legalista e do reconhecimento definitivo da fora normativa daconstituio. Apesar de j defendida no plano terico desde o final do sculo XVIII,16 a normatividadedas constituies nunca foi reconhecida, ao menos na Europa, com a mesma amplitude de hoje. Oreconhecimento de sua superioridade, em regra, limitava-se ao aspecto formal. Diversamente da

  • concepo norte-americana, na grande maioria dos pases europeus o Parlamento no era consideradoum potencial inimigo dos direitos, razo pela qual as declaraes de direitos fundamentais no eramvinculantes para o Poder Legislativo.17

    Dentro da concepo ps-positivista, a constituio impe amplos limites materiais aoParlamento, especialmente no que se refere aos direitos fundamentais, retirados da esfera dedisposio da poltica ordinria.18 O deslocamento da prevalncia da lei para a centralidade daconstituio foi sintetizada por Paulo Bonavides na clebre frase: Ontem os cdigos; hoje asconstituies. O papel central desempenhado pela constituio ao irradiar seus efeitos sobre todo oordenamento jurdico impe a necessidade de uma reestruturao da teoria das fontes denormatividade que a torne capaz de refletir adequadamente essa nova configurao. Em relao aosrgos de produo do direito, observa-se um retorno pluralidade das fontes e uma ampliao dacriao judicial do direito.19

    1.4.1. Fontes do direito constitucional

    As classificaes das fontes do direito so bastante diversificadas, no havendo consenso nemmesmo acerca do sentido no qual devem ser trabalhadas.20 Utilizando como paradigma a classificaoadotada por Norberto BOBBIO,21 as fontes de juridicidade do direito constitucional podem serdivididas em originrias e derivadas.

    No sistema da civil law, a constituio escrita a fonte originria do direito constitucional.Na qualidade de fonte principal e suprema, a Constituio pode delegar competncias a outros

    poderes ou reconhecer, ainda que implicitamente, normatividade a outras fontes (fontes derivadas).Podem ser classificadas como fontes delegadas as resultantes de competncias atribudas pelo

    legislador constituinte a rgos inferiores para a produo de normas jurdicas regulamentadoras dedispositivos constitucionais, como no caso das leis ordinrias e complementares, decretos eregulamentos que servem de apoio Constituio. A jurisprudncia criada a partir da interpretao ouintegrao da Constituio feita pelos Tribunais tambm pode ser considerada como fonte do direitoconstitucional, ainda que o Poder Judicirio deva atuar dentro da moldura constitucionalmenteestabelecida.22

    Como fontes reconhecidas pela Constituio podem ser mencionadas as normas jurdicas que,produzidas antes ou durante a sua vigncia, so acolhidas por ela. o caso, por exemplo, das leisrecepcionadas e dos costumes constitucionais.

  • 1.4.1.1. Os costumes constitucionais

    A formao de um costume decorre da prtica reiterada de certos atos com capacidade de criar aconvico de sua obrigatoriedade. Para o surgimento de um costume de valor jurgeno, soimprescindveis: I) aspecto objetivo: consistente na prtica comum e permanente de determinadosatos; e II) aspecto subjetivo: caracterizado pela crena de que tais atos so necessrios ouindispensveis coletividade.

    O costume constitucional se diferencia dos demais no pela forma de surgimento, mas por seucontedo referente aos direitos fundamentais, estrutura do Estado ou organizao dos poderes.

    Os que so contrrios aceitao dos costumes como fonte do direito constitucional alegam que amanifestao da vontade do povo deve ocorrer exclusivamente por meio da Assembleia Constituinteou de um rgo equivalente responsvel pela elaborao da Constituio (princpio da soberanianacional) e que a existncia de normas criadas margem da Constituio vulnera sua supremacia(conceito de Constituio formal).23

    Em que pesem tais argumentos, a existncia de costumes constitucionais deve ser admitida emrazo das lacunas que a Constituio formal pode apresentar, sobretudo por sua formulao aberta,feita com o intuito de possibilitar o complemento e desenvolvimento posterior. Todavia, para serconsiderada como direito constitucional no escrito, necessria a confirmao da norma por umTribunal Constitucional, responsvel pela guarda da Constituio.24

    Os costumes constitucionais podem ser divididos em trs espcies: secundum constitutionem,praeter constitutionem e contra constitutionem.

    O costume secundum constitutionem aquele que est em consonncia com uma norma daConstituio, contribuindo para sua maior efetividade. Pode ser considerado apenas como fontesubsidiria, pois, existindo norma constitucional escrita, esta que dever ser aplicada.

    O costume praeter constitutionem (alm da Constituio) pode ser utilizado na interpretaodas normas constitucionais ou na integrao de eventuais lacunas existentes, devendo ser reconhecidocomo fonte autnoma do direito constitucional.

    O costume contra constitutionem surge em sentido oposto ao de uma norma da Constituioformal e, apesar da possibilidade de sua formao e existncia, no deve ser aceito como fonte. Tantoo costume positivo (criador de novas normas) quanto o negativo (desuso), por serem fontes acessrias,no podem ser admitidos quando incompatveis com um dispositivo constitucional escrito (fonteprincipal).

    1.4.2. A criao judicial do direito

    No recente a discusso envolvendo a admissibilidade da jurisprudncia como fonte criadora denormas jurdicas, principalmente no tocante extenso e legitimidade desta criao. A jurisdio temassumido, gradativamente, um lugar de destaque no mbito das fontes, sobretudo em razo do papeldesempenhado pelas cortes constitucionais na realizao da Constituio. Apesar de este fato no seruma novidade no direito norte-americano, trata-se de um fenmeno relativamente recente na AmricaLatina e na Europa, onde as decises dos tribunais constitucionais passaram a considerar-se como umnovo modo de praticar o direito constitucional.25

    A doutrina mais tradicional sustenta, com fundamento no princpio da separao dos poderes,que os juzes tm legitimidade democrtica apenas para a aplicao, e no para a produo de normas.

  • A criao judicial do direito, no entanto, possui adeptos de grande respeitabilidade em todos osquadrantes do mundo jurdico. Inocncio Mrtires COELHO observa que a sobrevivncia do princpioda separao dos poderes depende de sua adequao s mudanas impostas pela prxis constitucional,sendo imprescindvel sua reinterpretao de forma a adapt-lo s exigncias do moderno Estado deDireito, que, sem deixar de ser liberal, tornou-se igualmente social e democrtico, no apenas pelaao legislativa dos Parlamentos ou pelo intervencionismo igualitarista do Poder Executivo, mastambm pela atuao poltica do Judicirio, sobretudo das Cortes Constitucionais, mais e maiscomprometidas com o alargamento da cidadania e a realizao dos direitos fundamentais.26

    Na viso de CANOTILHO, a controvrsia deve girar apenas em torno da extenso da criaojudicial do direito, sendo sua legitimidade e imprescindibilidade indiscutveis. A seu ver, ainvestigao e obteno do direito criadoramente feita pelos juzes ao construrem normas de decisopara a soluo de casos concretos constitui um dos momentos mais significativos da pluralizao dasfontes de direito.27

    Por certo, h casos nos quais no se pode negar a existncia de uma atividade criadora exercidapelos rgos jurisdicionais, conforme analisado a seguir.

    1.4.2.1. Interpretao

    Com o advento das profundas mudanas operadas no constitucionalismo do segundo ps-guerra, aatividade interpretativa desenvolvida no mbito do Poder Judicirio assumiu uma importncia aindamaior. A margem de discricionariedade na aplicao do direito vem sendo gradativamente alargada,tanto pela ponderao na aplicao dos princpios, quanto pela necessidade de identificao edelimitao de seu contedo normativo, cuja densificao cabe ao intrprete.

    A participao do judicirio na criao e desenvolvimento do direito pode ser constatada noapenas na interpretao dos textos normativos28 e na concretizao dos princpios,29 mas tambm nasdecises com eficcia aditiva proferidas pelo Tribunal Constitucional nos casos de omissesinconstitucionais30 e de interpretao conforme a Constituio.31 O precedente desempenha um papelfundamental nas hipteses de coliso. Como resultado de todo sopesamento formulada uma regra qual o caso pode ser subsumido. Esta regra decorrente da ponderao pode ser generalizada e aplicadaa futuros casos envolvendo as mesmas questes essenciais. A formulao judicial desta regrageneralizvel, alm de transformar casos originariamente difceis em fceis, permite ao destinatrioda norma saber com antecedncia a conduta a ser adotada evitando a supresso do carter orientadordo direito.32 Vale dizer, a norma generalizvel extrada de uma deciso judicial proferida no casoconcreto poder servir como critrio para orientar e pautar a conduta dos jurisdicionados.

    No plano jurdico-constitucional, o direito judicial com fora de lei ou com fora de atonormativo revela-se nas decises proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no controle abstrato deconstitucionalidade (CF, art. 102, 2.) e na aprovao de enunciados de smula com efeito vinculante(CF, art. 103-A). Em tais hipteses, o poder normativo atribudo ao Tribunal Constitucional inquestionvel, ainda que sua conduta seja pautada pelos parmetros estabelecidos pela Constituio eque os efeitos no sejam diretamente direcionados s relaes intersubjetivas.

    Na declarao abstrata de inconstitucionalidade, a principal funo do Tribunal Constitucionalconsiste na aplicao da Constituio. Nada obstante, quando a jurisdio constitucional desempenhaa atividade de legislador negativo, fica tambm evidenciada, ainda que em pequena medida, umacriao do direito.33 Segundo Hans KELSEN, anular uma lei estabelecer uma norma geral, porque aanulao de uma lei tem o mesmo carter de generalidade que sua elaborao, nada mais sendo, por

  • assim dizer, que a elaborao com sinal negativo e, portanto, ela prpria uma funo legislativa.34

    Em valioso artigo sobre o tema, Emerson GARCIA pondera que, mesmo no sendo permitido aostribunais criar paradigmas de controle no contemplados no texto constitucional, nem substituir asopes polticas adotadas pelo legislador por suas prprias opes, h uma indiscutvel influncia dasdecises judiciais no delineamento do padro de conduta a ser seguido pela coletividade.35

    Noutro giro, h quem considere que, em certos casos, o Tribunal Constitucional atua tambmcomo um legislador positivo.36 Igncio de Otto sustenta a ocorrncia desta hiptese nas sentenas emque afastada uma interpretao considerada inconstitucional, na medida em que o tribunal estariacontribuindo para a concretizao do contedo do preceito legal examinado (por excluso).37

    Em relao smula vinculante, ainda que no ocorra propriamente a criao de uma nova normajurdica, ao fixar a interpretao de padres normativos preexistentes em matria constitucional, oTribunal est contribuindo para a definio do contedo da disposio normativa geral posta pelolegislador, o que demonstra a importncia e a fora de seu papel em referncia s fontes do direitoconstitucional.38

    1.4.2.2. Integrao

    No campo das lacunas, a criao judicial pode ser suscitada na utilizao da analogia como meiode integrao. A analogia consiste na aplicao da norma reguladora de um determinado caso a outrosemelhante, mas que no possua regulamentao legal. Nas palavras de Francesco FERRARA,analogia a harmnica igualdade, proporo e paralelismo (paragone) entre relaes semelhantes, eesta essncia do mtodo analgico faz com que a ele se possa recorrer independentemente deautorizao do legislador.39

    A semelhana entre os casos deve ser relevante, isto , deve ser a razo suficiente para aquelaregulamentao legal (ratio legis), podendo ser compreendida por meio da seguinte frmula: ondehouver o mesmo motivo, h tambm a mesma disposio de direito (Ubi eadem ratio, ibi eadem iurisdispositio). A analogia propriamente dita conhecida por analogia legis.

    Na analogia iuris a norma no retirada de um caso singular, mas abstrada de todo o sistema oude parte dele. Neste caso, observa Norberto BOBBIO, em verdade, no h o emprego de um raciocniopor analogia, mas sim de um recurso semelhante ao utilizado quando se recorre aos princpios geraisde direito.40

    Na deciso de um caso no regulamentado, no ocorre propriamente a criao de uma novanorma, mas a sua descoberta dentro do ordenamento jurdico. Francesco FERRARA observa que,quando o juiz aplica normas por analogia, no forja com livre atividade regras jurdicas, masdesenvolve normas latentes que se encontram j no sistema. E conclui: o direito no s o contedoimediato das disposies expressas; tambm o contedo virtual de disposies no expressas, masnsitas todavia no sistema onde o juiz as vai descobrir.41 Portanto, apesar de haver referncias analogia como fonte do direito, a rigor, ela consiste em um procedimento de autointegrao por meiodo qual os operadores do direito encontram, dentro do prprio sistema, a soluo para o caso noregulamentado. O reconhecimento definitivo da normatividade dos princpios e de sua importnciacomo critrio de deciso, sobretudo na soluo de casos difceis, reduziu consideravelmente ashipteses de utilizao da analogia.

    Por fim, deve ser mencionada a atuao do Poder Judicirio nas hipteses de omissoinconstitucional. No ordenamento jurdico brasileiro h dois instrumentos de controle de

  • constitucionalidade por omisso: o mandado de injuno, sempre que a falta de normaregulamentadora torne invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e dasprerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania (CF, art. 5., LXXI); e a ao diretade inconstitucionalidade por omisso, quando no for tomada a medida necessria para tornar efetivanorma constitucional (CF, art. 103, 2. e Lei 9.868/1999, arts. 12-A a 12-H). Ainda que nesta noseja admitida a supresso da omisso pelo Judicirio, cabendo-lhe apenas dar cincia ao Podercompetente para a adoo das providncias necessrias, o Supremo Tribunal Federal adotou, emalgumas decises proferidas no mandado de injuno, a corrente concretista geral.42 Ao suprir aomisso, elaborando uma nova norma geral e abstrata, o Tribunal atuou como um autnticolegislador positivo.

    Na experincia judicial brasileira, a crise de legitimidade vivida pelo Poder Legislativo aliada somisses inconstitucionais tm fomentado a postura ativista43 adotada pelo Supremo TribunalFederal em determinadas matrias.

    1.4.3. A doutrina como fonte de produo indireta do direito

    A ampliao de casos difceis nas sociedades complexas e democrticas tem conferido doutrinaum papel fundamental na formulao de critrios e parmetros decisrios capazes de contribuir para asofisticao do debate e para a reduo do nus argumentativo e da complexidade decisria. Dentro daproposta ps-positivista, em especial nos casos difceis pondera Antonio MAIA , o trabalhodoutrinrio procura lanar pontes entre a teoria e a prtica, municiando os operadores do direito cominstrumentos capazes de conduzi-los a respostas pertinentes para os problemas jurdicos, bemfundadas e ao mesmo tempo verificveis e, na medida do possvel, objetivamente controlveis.44 Aequao simples: considerando as limitaes de tempo e espao no processo judicial e a ampliaoda complexidade dos critrios de deciso, cada vez mais se torna necessrio o recurso a critrios dedeciso previamente formulados no mbito doutrinrio.

    A partir da antecipao de conflitos constitucionais feita com o auxlio de situaes hipotticas, adoutrina pode fornecer um conjunto de solues ponderativas pr-fabricadas capazes de servir comoparmetros para a soluo de um caso concreto.45

    Por certo, a doutrina no pode ser considerada uma fonte primria de produo do direito, todavia inegvel o carter persuasivo de critrios metodolgicos em torno dos quais h certo consensodoutrinrio (constrangimento metodolgico).

    1 Constitucin y derecho constitucional, p. 6-7.2 A noo de sistema aberto, apesar de utilizada originariamente na filosofia, foi inspirada na Teoria geral dos sistemas , de Karl

    Ludwig von BERTALANFFY, desenvolvida no mbito da biologia. Em apertada sntese, a teoria de sistemas postula que todoorganismo vivo um sistema aberto que sofre interaes com o ambiente no qual est inserido. No campo jurdico, esta ideia utilizada como uma tentativa de superar a compreenso do direito como um sistema hipottico-dedutivo, lgico e fechado.

    3 HESSE, Konrad. Constitucin y derecho constitucional, p. 6-7.4 Conforme a lio de Paulo NADER, para se atender aos pressupostos da lgica formal, a definio dever apontar o gnero

    prximo e a diferena especfica. [...] O gnero prximo de uma definio deve apresentar as notas que so comuns sdiversas espcies que compem um gnero, enquanto que a diferena especfica deve fornecer o trao peculiar, exclusivo,que vai distinguir o objeto definido das demais espcies (Introduo ao estudo do direito, p. 93-94).

    5 Curso de direito constitucional, p. 3.

  • 6 Curso de direito constitucional positivo, p. 38.7 Derecho constitucional comparado, p. 20-22.8 NEVES, A. Castanheira. Textos de introduo ao estudo do direito, p. 1.9 Em sua concepo, somente este sentido justifica a autonomizao do problema especfico das fontes do direito (Textos de

    introduo ao estudo do direito, p. 6).10 NEVES, A. Castanheira. Textos de introduo ao estudo do direito, p. 16-18.11 MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional, p. 113.12 Pasado y futuro del Estado de derecho, p. 15-17: No se compreenderia bem o predomnio milenar do jusnaturalismo

    como corrente de pensamento segundo a qual uma lei, por ser lei, deve ser conforme a justia, se no se tivesse em contao dado de que no direito pr-moderno, na ausncia de um sistema exclusivo e exaustivo de fontes positivas, eraprecisamente o direito natural o que valia, como sistema de normas s quais se supunha intrinsecamente verdadeiras oujustas, como direito comum, dizer, como parmetro de legitimao tanto das teses da doutrina como da prtica judicial.

    13 Esta frmula aparece na traduo latina de 1670 do Leviat, de Thomas Hobbes (FERRAJOLI, Luigi. Pasado y futuro delEstado de derecho, p. 16-17).

    14 FERRAJOLI, Luigi. Pasado y futuro del Estado de derecho, p. 17.15 No ordenamento jurdico brasileiro, apesar de a Constituio de 1988 no fazer qualquer meno sobre o tema, no so

    raros os dispositivos legais que estabelecem que o juiz, ao decidir o caso, dever aplicar a lei e, quando esta for omissa,decidi-lo de acordo com a analogia, os costumes e os princpios gerais do direito. O caso mais citado de hierarquizao dasfontes o previsto no art. 4. da Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro, outrora considerada por muitos como umanorma supralegal. Outros exemplos so o Cdigo de Processo Civil (art. 126), o Cdigo Tributrio Nacional (art. 108) e aConsolidao das Leis Trabalhistas (art. 8.). Sobre o tema, interessante notar a redao adotada no Substitutivo ao Projetode Lei do Novo Cdigo de Processo Civil, aprovado no Senado: art. 119. O juiz no se exime de decidir alegando lacuna ouobscuridade da lei, cabendo-lhe, no julgamento da lide, aplicar os princpios constitucionais, as regras legais e os princpiosgerais de direito, e se for o caso, valer-se da analogia e dos costumes.

    16 Dimitri DIMOULIS menciona que em 1793 Sieys j afirmara que uma constituio um corpo de leis obrigatrias ou no nada (Uma viso crtica do neoconstitucionalismo, p. 45). Vale notar, todavia, que na prpria Frana o controle deconstitucionalidade das leis surge apenas aps a Constituio de 1958, sendo exercido pela primeira vez em 1971 e, aindasim, na modalidade preventiva. O controle repressivo, introduzido pela reforma constitucional feita em 17 de julho de 2008, sveio a ser efetivamente exercido, pela primeira vez, em maro de 2010.

    17 O controle concentrado austraco, por exemplo, era essencialmente voltado ao processo de elaborao das normas. Kelsenconsiderava inapropriado inserir declaraes de direitos formuladas em normas de textura aberta na constituio, admitindo,apenas excepcionalmente, a anlise da constitucionalidade material. O trecho colacionado a seguir representativo dessaviso do autor: claro que a Constituio no entendeu, empregando uma palavra to imprecisa e equvoca quanto a dejustia, ou qualquer outra semelhante, fazer que a sorte de qualquer lei votada pelo Parlamento dependesse da boa vontadede um colgio composto de uma maneira mais ou menos arbitrria do ponto de vista poltico, como o tribunal constitucional.Para evitar tal deslocamento de poder que ela com certeza no deseja e que totalmente contraindicado do ponto de vistapoltico do Parlamento para uma instncia a ele estranha, e que pode se tornar representante de foras polticas diferentesdas que se exprimem no Parlamento, a Constituio deve, sobretudo se criar um tribunal constitucional, abster-se dessegnero de fraseologia, e se quiser estabelecer princpios relativos ao contedo das leis, formul-los da forma mais precisapossvel (KELSEN, Hans. Jurisdio constitucional, 2007, p. 169-170).

    18 No Brasil, em razo da grande influncia do direito norte-americano, o reconhecimento da normatividade da constituio no exatamente uma novidade, ainda que no tivesse ocorrido com a mesma extenso dos ltimos anos. No recente a liode Rui Barbosa no sentido de que no h, numa constituio, clusulas a que se deva atribuir meramente o valor moral deconselhos, avisos ou lies. Todas tm a fora imperativa de regras, ditadas pela soberania nacional ou popular aos seusrgos (Comentrios Constituio Federal brasileira, p. 489).

    19 FERRAJOLI, Luigi. Pasado y futuro del Estado de derecho, p. 20: A crise [dos modelos de Estado de Direito] se manifestana regresso a um direito jurisprudencial de tipo pr-moderno: por um lado, o colapso da capacidade reguladora da lei e oretorno e ao papel criativo da jurisdio, por outro, a perda da unidade e coerncia das fontes e a convivncia e superposiode diversos ordenamentos concorrentes.

    20 Toda classificao doutrinria subjetiva e, de certa forma, arbitrria. Uma classificao deve ser considerada til se, apartir da utilizao de um critrio, facilita a compreenso de uma determinada realidade.

    21 Teoria do ordenamento jurdico, p. 37-41.22 O termo jurisprudncia, em sentido amplo, refere-se a qualquer deciso proferida por juzes e tribunais; em sentido estrito,

    apenas s decises uniformes e reiteradas prolatadas por rgos do Poder Judicirio.23 MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional, p. 116.24 STERN, Klaus. Derecho del Estado de la Republica Federal Alemana, p. 263-265. Como exemplo de costume constitucional

  • na Alemanha, o autor menciona a clusula rebus sic stantibus, definida pelo Tribunal Constitucional Federal como umcomponente no escrito do direito constitucional federal.

    25 CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituio, p. 26. O constitucionalista portugus recorda aclebre frase utilizada pelos norte-americanos para sintetizar esta ideia: we are under a Constitution but the Constitution iswhat the judges say it is (ns estamos submetidos Constituio, mas a Constituio aquilo que os juzes dizem que ).

    26 A criao judicial do direito em face do cnone hermenutico da autonomia do objeto e do princpio constitucional daseparao dos poderes, p. 104-106: a interpretao criadora uma atividade legtima, que o juiz desempenha naturalmenteno curso do processo de aplicao do direito, e no um procedimento esprio, que deva ser coibido porque supostamentesituado margem da lei.

    27 Direito constitucional e teoria da Constituio, p. 684.28 A atividade do intrprete no se resume descrio de um significado normativo preexistente, mas a sua produo. Nas

    palavras de Eros Roberto GRAU, a interpretao do direito constitutiva, e no simplesmente declaratria (Ensaio ediscurso sobre a interpretao/aplicao do direito, p. 26-27). Interpretar construir o sentido da norma (= produto dainterpretao) a partir do texto normativo, ponto de partida e limite para a interpretao. Por isso, observa Humberto VILA,se diz que o intrprete no apenas constri, mas reconstri o sentido (Teoria dos princpios : da definio aplicao dosprincpios jurdicos, p. 25). O resultado da interpretao do texto normativo so as normas dele extradas (interpretam-setextos, aplicam-se normas).

    29 A aplicao do princpio consiste em us-lo como argumento para construir uma regra implcita suscetvel de ser aplicada aocaso concreto, ou seja, aplicar um princpio significa concretiz-lo, sendo que desta concretizao pode resultar um nmeroindeterminado de regras particulares (GUASTINI, Riccardo. Le fonti del diritto: Fondamenti teorici, p. 213).

    30 Nesse sentido, por exemplo, as decises proferidas nos Mandados de Injuno 670/ES, 708/DF e 712/PA, tornando vivel oexerccio do direito fundamental greve no servio pblico mediante a aplicao, por analogia, do disposto na Lei7.783/1989.

    31 Um exemplo emblemtico foi a deciso proferida na ao popular ajuizada por um Senador da Repblica contra a Unio, naqual se impugnava o modelo contnuo de demarcao da Terra Indgena Raposa/Serra do Sol, situada no Estado deRoraima. Apesar de o Tribunal ter declarado, por maioria, a constitucionalidade da demarcao contnua, determinou quefossem observadas nada menos que 19 condies (STF Pet 3.388/RR, rel. Min. Carlos Britto, 18 e 19.3.2009).

    32 SANCHS, Luis Prieto. Neoconstitucionalismo y ponderacin judicial, p. 145-146: a ponderao se configura, pois, comoum passo intermedirio entre a declarao de relevncia de dois princpios em conflito para regular prima facie um certo casoe a construo de uma regra para regular esse caso em definitivo; regra que, por certo, graas ao precedente, pode sergeneralizada e terminar por fazer desnecessria a ponderao nos casos centrais ou reiterados.

    33 KELSEN, Hans. Jurisdio constitucional, p. 153. Nas palavras do mestre de Viena, a livre criao que caracteriza alegislao est quase completamente ausente na anulao de uma lei: enquanto o legislador s est preso pela Constituiono que concerne ao seu procedimento e, de forma totalmente excepcional, no que concerne ao contedo das leis que deveeditar, e mesmo assim, apenas por princpios ou diretivas gerais , a atividade do legislador negativo, da jurisdioconstitucional, absolutamente determinada pela Constituio.

    34 Jurisdio constitucional, p. 152.35 Direito judicial e teoria da Constituio, p. 118 e 128.36 Nesse sentido, oportuno trazer colao as palavras do Min. Gilmar Mendes proferidas quando do julgamento da ADI

    3.510: Em outros vrios casos antigos [ADI 3.324, ADI 3.046, ADI 2.652, ADI 1.946, ADI 2.209, ADI 2.596, ADI 2.332] possvel verificar que o Tribunal, a pretexto de dar interpretao conforme a Constituio a determinados dispositivos,acabou proferindo o que a doutrina constitucional, amparada na prtica da Corte Constitucional italiana, tem denominado dedecises manipulativas de efeitos aditivos. Tais sentenas de perfil aditivo foram proferidas por esta Corte nos recentesjulgamentos dos MS [MS 26.602, 26.603, 26.604], em que afirmamos o valor da fidelidade partidria; assim como nojulgamento sobre o direito de greve dos servidores [MI 708, 712, 607]; na frmula encontrada para solver a questo dainconstitucionalidade da denominada clusula da reserva de barreira instituda pelo art. 13 da Lei 9.096 [ADI 1.351; 1.354]. [...]Portanto, possvel antever que o Supremo Tribunal Federal acabe por se livrar do vetusto dogma do legislador negativo ese alie mais progressiva linha jurisprudencial das decises interpretativas com eficcia aditiva, j adotadas pelas principaisCortes Constitucionais europeias.

    37 Apud GARCIA, Emerson. Direito judicial e teoria da Constituio, p. 119.38 GARCIA, Emerson. Direito judicial e teoria da Constituio, p. 143.39 Interpretao e aplicao das leis, p. 158.40 Teoria do ordenamento jurdico, p. 154-155.41 Interpretao e aplicao das leis, p. 163-164.42 Nesse sentido, as decises proferidas nos Mandados de Injuno 670, 708 e 712.43 No magistrio de Luis Roberto BARROSO, temos que a ideia de ativismo judicial encontra-se associada a uma participao

  • mais ampla e intensa do Judicirio na concretizao dos valores e fins constitucionais, com maior interferncia no espao deatuao dos outros dois Poderes. O aludido doutrinador prossegue fornecendo, ainda, alguns caracteres da postura ativista,quais sejam: (i) a aplicao direta da Constituio a situaes no expressamente contempladas em seu texto eindependentemente de manifestao do legislador ordinrio; (ii) a declarao de inconstitucionalidade de atos normativosemanados do legislador, com base em critrios menos rgidos que os de patente e ostensiva violao da Constituio; (iii) aimposio de condutas ou de abstenes ao Poder Pblico, notadamente em matria de polticas pblicas. Judicializao,ativismo judicial e legitimidade democrtica, p. 6.

    44 Nos vinte anos da Carta Cidad: do ps-positivismo ao neoconstitucionalismo, p. 125.45 BARCELLOS, Ana Paula de. Ponderao, racionalidade e atividade jurisdicional, p. 150-151: Uma vez que as

    circunstncias fticas imaginadas pela doutrina se reproduzam no caso real, ou se repitam hipteses j verificadasanteriormente, o juiz ter a sua disposio modelos de soluo pr-prontos. Na verdade, os subsdios oferecidos aoaplicador pela ponderao em abstrato acabam por transformar muitos conflitos normativos, que seriam casos difceis, emfceis, simplesmente porque j h um modelo de soluo que lhes aplicvel.

  • CONSTITUCIONALISMO

    Sumrio: 2.1. Introduo 2.2. Evoluo histrica do constitucionalismo: 2.2.1.Constitucionalismo antigo; 2.2.2. Constitucionalismo moderno; 2.2.3. Constitucionalismocontemporneo; 2.2.4. Constitucionalismo do futuro 2.3. As transformaes do Estado dedireito: do Estado liberal ao Estado constitucional democrtico: 2.3.1. Estado de direito (Estadoliberal); 2.3.2. Estado social; 2.3.3. Estado democrtico de direito (Estado constitucionaldemocrtico) 2.4. Quadro: evoluo histrica do constitucionalismo e do Estado de direito.

    2.1. INTRODUOConstitucionalismo, apesar de ser um termo recente, est ligado a uma ideia bastante antiga: a

    existncia de uma Constituio nos Estados, independentemente do momento histrico ou do regimepoltico adotado. Ainda que a Constituio em sentido moderno tenha surgido apenas a partir dasGuerras Religiosas dos sculos XVI e XVII, pode-se dizer que todos os Estados mesmo osabsolutistas ou totalitrios sempre possuram uma norma bsica, expressa ou tcita, responsvel porlegitimar o poder soberano.1 Nesse sentido mais amplo, o constitucionalismo se confunde com aprpria histria da Constituio.

    Tradicionalmente, no entanto, o constitucionalismo costuma ser identificado com o princpio daseparao dos poderes, nas verses desenvolvidas por Kant e Montesquieu. Contrape-se, assim, ideia de concentrao do exerccio do poder a fim de impedir o seu uso arbitrrio (constitucionalismox absolutismo).2 Nesse sentido, Karl LOEWENSTEIN afirma que a histria do constitucionalismono seno a busca pelo homem poltico das limitaes do poder absoluto exercido pelos detentoresdo poder, assim como o esforo de estabelecer uma justificao espiritual, moral ou tica daautoridade, em vez da submisso cega facilidade da autoridade existente.3 Por sua vez, o norte-americano Charles Howard McILWAIN, considerado o maior historiador e terico doconstitucionalismo europeu, aponta a limitao do governo pelo direito como a mais antiga eautntica caracterstica do constitucionalismo.4

    O fim ltimo do constitucionalismo o ideal das liberdades dos cidados, ainda que osmecanismos utilizados para alcan-lo sejam variveis de acordo com a poca e as tradies de cadaEstado. No por outra razo que o constitucionalismo costuma ser designado como a tcnica daliberdade, isto , como a tcnica jurdica por meio da qual os direitos fundamentais so garantidos emface do Estado.5

    Portanto, no sentido mais restrito em que o termo geralmente empregado, o constitucionalismocompreende duas noes identificadoras bsicas: o princpio da separao dos poderes e a garantia

  • de direitos como instrumentos de limitao do exerccio do poder estatal consagrados nasConstituies com o objetivo de proteger as liberdades fundamentais.

    O desenvolvimento contnuo dessas ideias nucleares ao longo da histria constitucional permitediferenciar, para fins didticos, algumas fases marca