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MANUAL DE BIOSSEGURANÇA Código: MB-01 Revisão: 00 Título: MANUAL DE BIOSSEGURANÇA DA FIOCRUZ RONDÔNIA Classificação SIGDA: 013.1 ELABORAÇÃOl Alice Sabatino REVISÃO Felipe Stegun APROVAÇÃO Jansen Medeiros DATA APROV. 01/08/2016 PÁGINA 1 | 79 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 4 2. OBJETIVOS............................................................................................................................................ 5 2.1. Objetivos Específicos ............................................................................................................................... 5 3. CAMPO DE APLICAÇÃO..................................................................................................................... 6 4. DEFINIÇÕES.......................................................................................................................................... 6 5. SIGLAS.................................................................................................................................................... 9 6. GESTÃO DA BIOSSEGURANÇA ..................................................................................................... 10 6.1.Biossegurança no Brasil ........................................................................................................................... 10 Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) ..................................................................................10 Comissão Interna de Biossegurança (CIBio) ...........................................................................................................11 Certificado de Qualidade de Biossegurança (CQB) ..............................................................................................11 6.2. Biossegurança na FIOCRUZ ..................................................................................................................... 12 Gestão da Biossegurança na Fiocruz Rondônia .....................................................................................................12 CIBio Fiocruz Rondônia ....................................................................................................................................................12 7. RISCOS ................................................................................................................................................ 13 7.1 Risco de Acidente ........................................................................................................................................ 13 7.2. Risco Ergonômico....................................................................................................................................... 13 7.3. Risco Físico ................................................................................................................................................... 14 7.4. Risco Químico .............................................................................................................................................. 14 7.5.Risco Biológico ............................................................................................................................................. 15 8. CLASSES DE RISCO BIOLÓGICO ................................................................................................... 15 8.1. Classe de Risco 1 ......................................................................................................................................... 16 8.2. Classe de risco 2 .......................................................................................................................................... 16 8.3. Classe de risco 3 .......................................................................................................................................... 16 8.4. Classe de risco 4 .......................................................................................................................................... 17 8.5. Classe de risco especial ............................................................................................................................ 17 9. NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA ........................................................................................................ 17 9.1.Nível de Biossegurança 1 (NB1) ............................................................................................................. 18 9.2. Nível de Biossegurança 2 (NB2) ............................................................................................................ 18 9.3. Nível de Biossegurança 3 (NB3) ............................................................................................................ 19 9.4. Nível de Biossegurança 4 (NB4) ............................................................................................................ 19 10. RISCO QUÍMICO ............................................................................................................................. 19 10.1. Princípios de Segurança ........................................................................................................................ 20 10.2.Produtos Químicos Perigosos ............................................................................................................ 21 10.3.Manipulação de Produtos Químicos .................................................................................................. 21 Produtos Formadores de Peróxidos (PFP) ..............................................................................................................22

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MANUAL DE BIOSSEGURANÇA

Código: MB-01

Revisão: 00

Título: MANUAL DE BIOSSEGURANÇA DA FIOCRUZ RONDÔNIA

Classificação SIGDA: 013.1

ELABORAÇÃOl Alice Sabatino

REVISÃO Felipe Stegun

APROVAÇÃO Jansen Medeiros

DATA APROV. 01/08/2016

P Á G I N A 1 | 79

SUMÁRIO

1.   INTRODUÇÃO  ......................................................................................................................................  4  2.   OBJETIVOS  ............................................................................................................................................  5  2.1.   Objetivos  Específicos  ...............................................................................................................................  5  

3.   CAMPO  DE  APLICAÇÃO  .....................................................................................................................  6  4.   DEFINIÇÕES  ..........................................................................................................................................  6  

5.   SIGLAS  ....................................................................................................................................................  9  6.   GESTÃO  DA  BIOSSEGURANÇA  .....................................................................................................  10  6.1.Biossegurança  no  Brasil  ...........................................................................................................................  10  Comissão  Técnica  Nacional  de  Biossegurança  (CTNBio)  ..................................................................................  10  Comissão  Interna  de  Biossegurança  (CIBio)  ...........................................................................................................  11  Certificado  de  Qualidade  de  Biossegurança  (CQB)  ..............................................................................................  11  

6.2.  Biossegurança  na  FIOCRUZ  .....................................................................................................................  12  Gestão  da  Biossegurança  na  Fiocruz  Rondônia  .....................................................................................................  12  CIBio  Fiocruz  Rondônia  ....................................................................................................................................................  12  

7.   RISCOS  ................................................................................................................................................  13  7.1  Risco  de  Acidente  ........................................................................................................................................  13  7.2.  Risco  Ergonômico  .......................................................................................................................................  13  7.3.  Risco  Físico  ...................................................................................................................................................  14  7.4.  Risco  Químico  ..............................................................................................................................................  14  7.5.Risco  Biológico  .............................................................................................................................................  15  

8.   CLASSES  DE  RISCO  BIOLÓGICO  ...................................................................................................  15  8.1.  Classe  de  Risco  1  .........................................................................................................................................  16  8.2.  Classe  de  risco  2  ..........................................................................................................................................  16  8.3.  Classe  de  risco  3  ..........................................................................................................................................  16  8.4.  Classe  de  risco  4  ..........................................................................................................................................  17  8.5.  Classe  de  risco  especial  ............................................................................................................................  17  

9.   NÍVEIS  DE  BIOSSEGURANÇA  ........................................................................................................  17  9.1.Nível  de  Biossegurança  1  (NB1)  .............................................................................................................  18  9.2.  Nível  de  Biossegurança  2  (NB2)  ............................................................................................................  18  9.3.  Nível  de  Biossegurança  3  (NB3)  ............................................................................................................  19  9.4.  Nível  de  Biossegurança  4  (NB4)  ............................................................................................................  19  

10.   RISCO  QUÍMICO  .............................................................................................................................  19  10.1.  Princípios  de  Segurança  ........................................................................................................................  20  10.2.Produtos  Químicos  Perigosos      ............................................................................................................  21  10.3.Manipulação  de  Produtos  Químicos  ..................................................................................................  21  Produtos  Formadores  de  Peróxidos  (PFP)  ..............................................................................................................  22  

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Solventes  .................................................................................................................................................................................  22  AIdeídos  ..................................................................................................................................................................................  23  Hidrácidos  ..............................................................................................................................................................................  24  Oxiácidos  .................................................................................................................................................................................  24  Bases  .........................................................................................................................................................................................  26  Sais  Higroscópicos  ..............................................................................................................................................................  26  Substâncias  de  Baixa  Estabilidade  ...............................................................................................................................  26  Cuidados  na  manipulação  de  substâncias  sólidas  inflamáveis  .......................................................................  26  Utilização  de  Luvas  na  Manipulação  de  Produtos  Químicos  ............................................................................  27  Armazenamento  de  Produtos  Químicos  no  Laboratório  e  em  Almoxarifados  Químicos  ....................  27  Derramamento  de  produtos  químicos  .......................................................................................................................  28  Derramamento  de  substâncias  inflamáveis  ............................................................................................................  29  Derramamento  de  Ácidos  e  Compostos  Químicos  Corrosivos  ........................................................................  30  Procedimentos  para  a  limpeza  ......................................................................................................................................  30  Derramamento  de  produtos  tóxicos,  inflamáveis  ou  corrosivos  sobre  o  trabalhador  .........................  30  

11.   NORMAS  BÁSICAS  DE  BIOSSEGURANÇA  ................................................................................  31  11.1.Higiene  Pessoal  .........................................................................................................................................  31  11.2.Cuidados  Gerais  .........................................................................................................................................  31  11.3.Proibições  na  área  analítica  ..................................................................................................................  32  11.4.Limpeza  da  área  analítica  ......................................................................................................................  33  

12.   EQUIPAMENTOS  ............................................................................................................................  33  12.1.  Equipamentos  de  Proteção  Individual  –  EPI  ..................................................................................  33  12.2.Equipamentos  de  Proteção  Coletiva  -­‐  EPC  .......................................................................................  37  Capela  de  segurança  química  .........................................................................................................................................  37  Cabines  de  fluxo  laminar  .................................................................................................................................................  37  Cabines  de  segurança  biológica  –  CSB    ......................................................................................................................  38  Chuveiro  de  emergência  ..................................................................................................................................................  40  Lava-­‐olhos  ..............................................................................................................................................................................  41  Extintores  ...............................................................................................................................................................................  41  Autoclaves  ..............................................................................................................................................................................  42  

12.3.  SEGURANÇA  NO  USO  DE  EQUIPAMENTOS  .......................................................................................  42  12.4.  OPERAÇÃO  DE  EQUIPAMENTOS  ..........................................................................................................  42  Cabines  de  Segurança  Biológica  ...................................................................................................................................  42  Centrifugas  .............................................................................................................................................................................  44  Homogeneizadores,  misturadores  e  ultrassons  ....................................................................................................  45  

13.   PRÁTICAS  SEGURAS  DE  LABORATÓRIO  ................................................................................  46  13.1.  Manipulação  de  amostras  biológicas  ................................................................................................  46  13.2.  Manipulação  de  Sangue  e  Soro  ............................................................................................................  47  13.3.  Manipulação  de  produtos  químicos  ..................................................................................................  48  13.4.   Lavagem  e  higienização  das  mãos  ..................................................................................................  49  13.5.  Transporte  de  amostras  biológicas  e  materiais  infecciosos  .....................................................  49  Transporte  intralaboratorial    ........................................................................................................................................  49  

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Transporte  interlaboratorial    ........................................................................................................................................  49  14.   Descontaminação  e  Esterilização  ...........................................................................................  56  

Limpeza  ...................................................................................................................................................................................  56  Desinfecção  ..........................................................................................................................................................  57  Formaldeído    .........................................................................................................................................................................  57  Álcoois    .....................................................................................................................................................................................  58  Hipoclorito  de  sódio    .........................................................................................................................................................  59  

Esterilização  .........................................................................................................................................................  61  Esterilização  por  calor  úmido  ........................................................................................................................................  61  

15.   SINALIZAÇÃO  DE  SEGURANÇA  .................................................................................................  63  

16.   REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS  ..............................................................................................  65  

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1. INTRODUÇÃO

Define-se biossegurança como, ‘o conjunto de saberes direcionados para ações de prevenção,

minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,

desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, as quais possam comprometer a saúde do

homem, dos animais, das plantas e do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos’

(FIOCRUZ, 2005).

Nas atividades de serviços de saúde, desde a área da pesquisa básica até a assistência em saúde, é

imprescindível a manipulação de microorganismos, amostras biológicas, produtos químicos e

equipamentos com potencial risco à saúde do trabalhador. O conceito de Biossegurança e sua

respectiva aplicação tem como objetivo principal dotar os profissionais e as instituições de

ferramentas que visem desenvolver suas atividades com um grau de segurança adequado, seja para

o profissional da saúde, para o meio ambiente ou para a comunidade. (Diretrizes do MS, 2010).

A avaliação dos riscos inerentes a cada atividade é o principal componente no estabelecimento de

normas para cada rotina laboratorial, condição para o efetivo controle de contaminações e se torna

um meio de prevenção de acidentes. Dentre as normas estabelecidas pela Biossegurança incluem-se

procedimentos de esterilização, de proteção individual, normas para prevenção de acidentes e

procedimentos em caso de acidentes químicos, físicos e biológicos. Todas as medidas de

biossegurança devem ser direcionadas não só para quem trabalha com exposição a riscos, mas

também para o meio ambiente e a comunidade. Quando conseguimos conter riscos, estamos

praticando biossegurança.

Legislação brasileira

No Brasil o conceito de Biossegurança está intimamente relacionado a aplicação e uso de

organismos geneticamente modificados (OGMs). Em 2005 a Nova Lei da Biossegurança (Lei

11.105/05) é decretada e estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de

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atividades que envolvam OGMs e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança

(CNBS), reestrutura a CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança (PNB) além de

outras providências. (Curso de Biossegurança, 2014)

Com a nova Lei da Biossegurança, o país buscou reordenar as normas e os mecanismos de

fiscalização sobre as condutas que envolvem OGMs, sendo estas, a condução, o cultivo, a produção,

a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a

pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte, conforme

preconiza o art. 1°, de forma a proteger a vida e a saúde humana, dos animais e das plantas, bem

como o meio ambiente (Vieira, 2005).

A aplicação da Lei de Biossegurança é realizada em consonância com a Lei de Política Nacional do

Meio Ambiente (Lei. nº 6.938/81), em que é objetivado o compatível desenvolvimento sócio-

econômico com a preservação e a restauração do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, assim

como o desenvolvimento de pesquisas voltadas para o uso racional dos recursos ambientais, a

conscientização pública acerca da necessidade de preservação e cria sanções legais ao poluidor e ao

predador, inclusive com fins econômico.

2. OBJETIVOS

Este Manual tem por objetivos fornecer orientações e conceitos básicos de biossegurança que

auxiliem na orientação dos profissionais da Fiocruz Rondônia a prevenir e minimizar a exposição

aos riscos ocupacionais, contribuindo para disseminar a cultura da biossegurança na Instituição.

2.1. Objetivos Específicos

Divulgar normas sobre assuntos específicos à Biossegurança no âmbito da instituição, sempre em

consonância com as normas da CIBio e da CTNBio;

Manter informados os trabalhadores e demais membros da coletividade, sujeitos a situações de risco

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decorrentes das atividades, meios de proteção e prevenção aos riscos, bem como procedimentos em

caso de acidentes;

Garantir a observância dos riscos inerentes aos laboratórios e seus respectivos níveis de

biossegurança.

3. CAMPO DE APLICAÇÃO Este manual aplica-se aos ambientes, condições, processos e práticas de trabalho laboratorial que

possam colocar em risco a segurança e a saúde dos seus profissionais, a saúde coletiva, a

preservação do meio ambiente e a qualidade dos trabalhos desenvolvidos na Fiocruz Rondônia.

4. DEFINIÇÕES

Para efeito deste manual, são adotadas as seguintes definições:

Risco ocupacional - São os riscos para a saúde ou para a vida dos trabalhadores decorrentes de suas

atividades no trabalho.

Níveis de Biossegurança - O nível de contenção necessário para permitir as atividades de forma

segura e com risco mínimo para o operador e o meio ambiente. O Nível de Biossegurança é

determinado de acordo com a classe de risco do material biológico.

Material Biológico - Todo material que contenha informação genética e seja capaz de auto-

reprodução ou de ser reproduzido em um sistema biológico. Inclui os organismos cultiváveis e

agentes (entre eles bactérias, fungos filamentosos, leveduras e protozoários); as células humanas,

animais e vegetais, as partes replicáveis destes organismos e células (bibliotecas genômicas,

plasmídeos, vírus e fragmentos de DNA clonado), príons e os organismos ainda não cultivados.

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Patogenicidade - Capacidade de um agente biológico causar doença em um hospedeiro suscetível.

Profissional Responsável - Profissional com conhecimento, experiência, formação e treinamento

específico para a área de atuação e que exerce a função de supervisão do trabalho.

Organismo - Toda entidade biológica capaz de reproduzir ou transferir material genético, inclusive

vírus e outras classes que venham a ser conhecidas;

Moléculas de ADN/ARN recombinante: - As moléculas manipuladas fora das células vivas

mediante a modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético e que possam multiplicar-

se em uma célula viva, ou ainda as moléculas de ADN/ARN resultantes dessa multiplicação;

consideram-se também os segmentos de ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de ADN/ARN

natural;

Organismo geneticamente modificado – OGM - Organismo cujo material genético (ADN/ARN)

tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética;

Ácido desoxirribonucléico - ADN, ácido ribonucléico – ARN - Material genético que contém

informações determinantes dos caracteres hereditários transmissíveis à descendência;

Antimicrobiano – Agente que mata microrganismos ou impede o seu desenvolvimento e

multiplicação.

Anti-séptico – Substância que inibe o crescimento e desenvolvimento de microrganismos sem

necessariamente os matar. Anti-sépticos são normalmente aplicados sobre superfícies do corpo.

Biocida – Termo geral para qualquer agente que mata organismos.

Biossegurança - “É o conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização ou eliminação de

riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e

prestação de serviços, as quais possam comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas,

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do ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos" (Fundação Oswaldo Cruz, 2006).

Classe de Risco - Grau de risco associado ao material biológico manipulado.

Clonagem - Processo de reprodução assexuada, produzida artificialmente, baseada em um único

patrimônio genético, com ou sem utilização de técnicas de engenharia genética;

Contenção - O termo contenção é usado para descrever os métodos de segurança utilizados na

manipulação de materiais infecciosos em um meio laboratorial onde estão sendo manejados ou

mantidos.

Derivado de OGM - Produto obtido de OGM e que não possua capacidade autônoma de replicação

ou que não contenha forma viável de OGM;

Disposição Final - Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-

los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental.

Engenharia genética - Atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN

recombinante;

Filtro HEPA - Filtro de alta eficiência, feito de tecido e fibra de vidro com 60µ de espessura. As

fibras do filtro são feitas de uma trama tridimensional a qual remove as partículas de ar que passam

por ele por inércia, intercessão e difusão. O filtro HEPA tem capacidade para filtrar partículas com

eficiência igual ou maior que 99,99%.

Germicida químico – Substância química ou mistura de substâncias químicas utilizadas para matar

microrganismos.

Descontaminação – Qualquer processo de remoção e/ou eliminação de microrganismos. O mesmo

termo é também utilizado para remoção ou neutralização de produtos químicos perigosos e

materiais radioactivos.

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Desinfectante – Substância química ou mistura de substâncias químicas utilizadas para matar

microrganismos, mas não necessariamente esporos. Desinfectantes são normalmente aplicados em

superfícies ou objectos inanimados.

Desinfecção – Meio físico ou químico de matar microrganismos, mas não necessariamente esporos.

Esporocida – Substância química ou mistura de substâncias químicas utilizadas para matar

microrganismos e esporos.

Esterilização – Processo que mata e/ou remove todas as classes de microrganismos e esporos.

Microbicida – Substância química ou mistura de substâncias químicas que matam microrganismos.

O termo é muitas vezes utilizado em vez de «biocida», «germicida químico» ou «antimicrobiano»

5. SIGLAS

ADN: Ácido desoxirribonucléico

ARN: Ácido ribonucléico

ANGM: Animal Geneticamente Modificado

CIBIO: Comissão Interna de Biossegurança

CQB: Certificado de Qualidade em Biossegurança

CTNBIO: Conselho Técnico Nacional de Biossegurança

CSB: Cabine de Segurança Biológica

DNA: Deoxyribonucleic acid (sigla em inglês para ADN)

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EPC: Equipamento de Proteção Coletiva

EPI: Equipamentos de Proteção Individual

FIOCRUZ: Fundação Oswaldo Cruz

FISPQ: Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos

HEPA: High Efficiency Particulate Air filter (Filtro de ar de alta eficiência para partículas)

IPVS: Imediatamente Perigoso a Vida e a Saúde;

NB: Nível de Biossegurança

NR: Norma Regulamentadora

OGM: Organismo Geneticamente Modificado

OSHA: Occupational Safety and Health Administration – USA

PNB: Politica Nacional de Biossegurança

RNA: Ribonucleic acid (sigla em inglês para ARN)

6. GESTÃO DA BIOSSEGURANÇA

6.1.Biossegurança no Brasil

Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)

CTNBio, integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia, é instância colegiada multidisciplinar de

caráter consultivo e deliberativo, para prestar apoio técnico e de assessoramento ao Governo

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Federal na formulação, atualização e implementação da PNB de OGM e seus derivados, bem como

no estabelecimento de normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes à

autorização para atividades que envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados, com

base na avaliação de seu risco zoofitossanitário, à saúde humana e ao meio ambiente.(Lei 11.105)

Comissão Interna de Biossegurança (CIBio)

A Comissão Interna de Biossegurança tem como atribuições:

• Acompanhar a implantação das ações de Biossegurança, com foco nas atividades que utilizam

Organismos Geneticamente Modificados (OGMs);

• Avaliar e revisar todas as propostas de atividades com OGM e seus derivados conduzidas na

unidade operativa, bem como identificar todos os fatores e situações de risco à saúde humana e

ao meio ambiente e fazer recomendações a todos os envolvidos sobre esses riscos e como

manejá-los;

• Assegurar que as recomendações da CTNBio sejam observadas na Instituição.

A composição da Comissão Interna de Biossegurança é indicada pelo Diretor da Unidade e

homologada pela CTNBio.

Certificado de Qualidade de Biossegurança (CQB)

As instituições que pretendem realizar pesquisa em laboratório, regime de contenção ou campo,

como parte do processo de obtenção de OGM ou de avaliação da biossegurança de OGM, o que

engloba, no âmbito experimental, a construção, o cultivo, a manipulação, o transporte, a

transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a liberação no meio ambiente e o

descarte de OGM, deverá requerer, junto à CTNBio, a emissão do CQB.

O CQB será emitido pela CTNBio mediante requerimento da CIBio da instituição interessada.

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6.2. Biossegurança na FIOCRUZ

Atualmente, o trato das questões relativas à Biossegurança na FIOCRUZ está sob a

responsabilidade da Comissão Técnica de Biossegurança da Fiocruz (CTBio - Fiocruz), vinculada à

Vice-Presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência (VPPLR)

Gestão da Biossegurança na Fiocruz Rondônia

É o setor responsável pela condução do Programa de Biossegurança da Fiocruz Rondônia. Entre as

atribuições do setor estão:

• Promover, orientar e avaliar o desenvolvimento e a implantação do programa de Biossegurança

da Fiocruz Rondônia integrado ao Sistema de Gestão da Qualidade;

• Desenvolver e implantar o treinamento de Biossegurança para Fiocruz Rondônia

• Orientar na elaboração, implementação e manutenção dos Procedimentos Operacionais Padrão

(POPs) relativos à Biossegurança;

CIBio Fiocruz Rondônia

Firmada através de portaria da Direção da Fiocruz Rondônia a Comissão Interna de Biossegurança

(CIBio) é responsável por avaliar, revisar e aprovar todas as propostas de atividades com OGM

NB1 e seus derivados, bem como identificar todos os fatores e situações de risco à saúde humana e

ao meio ambiente e fazer recomendações a todos os envolvidos sobre esses riscos e como manejá-

los.

Os documentos atualizados pertinentes à trabalhos com OGM e derivados, constituição e

composição da CIBio, informações sobre solicitação de uso do CQB Fiocruz Rondônia e as áreas

cadastradas encontram-se no site da Fiocruz Rondônia.

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7. RISCOS

De acordo com as Norma Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, o ambiente de trabalho

pode apresentar grupos de risco, que em função de sua natureza, concentração ou intensidade e

tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. São eles os riscos físicos,

químicos, de acidentes, ergonômicos e biológicos.

7.1 Risco de Acidente

É o risco de ocorrência de um evento negativo e indesejado do qual resulta uma lesão pessoal ou

dano material. Em laboratórios os acidentes mais comuns são as queimaduras, cortes e perfurações.

São considerados como agentes de riscos geradores de acidentes:

•Arranjo físico deficiente

•Máquinas e equipamentos sem proteção

•Armazenamento inadequado

•Animais peçonhentos

•Trabalho com animais

7.2. Risco Ergonômico

Considera-se risco ergonômico qualquer fator que possa interferir nas características

psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. Pode-se citar como

exemplos o levantamento e transporte manual de peso, os movimentos repetitivos, a postura

inadequada de trabalho, que podem resultar em LER – Lesões por Esforços Repetitivos, ou DORT

– Doenças Ósteo-musculares Relacionadas ao Trabalho.

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O ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, longos períodos de atenção sustentada, ambiente não

compatível com a necessidade de concentração, pausas insuficientes para descanso intra e inter-

jornadas, assim como problemas de relações interpessoais no trabalho também apresentam riscos

psicofisiológicos para o trabalhador.

7.3. Risco Físico

Está relacionado às diversas formas de energia, como pressões anormais, temperaturas extremas,

ruído, vibrações, radiações ionizantes (Raio X, Iodo 125, Carbono 14), ultra-som, radiações não

ionizantes (luz Infra-vermelha, luz Ultravioleta, laser, microondas), a que podem estar expostos os

trabalhadores.

7.4. Risco Químico

Refere-se à exposição a agentes ou substâncias químicas na forma líquida, gasosa ou como

partículas e poeiras minerais e vegetais, presentes nos ambientes ou processos de trabalho, que

possam penetrar no organismo pela via respiratória, ou possam ter contato ou ser absorvidos pelo

organismo através da pele ou por ingestão, como solventes, medicamentos, produtos químicos

utilizados para limpeza e desinfecção, corantes, entre outros.

A ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ) fornece informações sobre

vários aspectos de produtos químicos (substâncias ou misturas) quanto à proteção, à segurança, à

saúde e ao meio ambiente. A FISPQ fornece, para esses aspectos, conhecimentos básicos sobre os

produtos químicos, recomendações sobre medidas de proteção e ações em situação de emergência.

Em alguns países, essa ficha é chamada material safety data sheet (MSDS).

A FISPQ é um meio de o fornecedor transferir informações essenciais sobre os perigos de um

produto químico (incluindo informações sobre o transporte, manuseio, armazenagem e ações de

emergência) ao usuário deste, possibilitando a ele tomar as medidas necessárias relativas à

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segurança, saúde e meio ambiente. A FISPQ também pode ser usada para transferir essas

informações para trabalhadores, empregadores, profissionais da saúde e segurança, pessoal de

emergência, agências governamentais, assim como membros da comunidade, instituições, serviços

e outras partes envolvidas com o produto químico.

7.5.Risco Biológico

Está associado ao manuseio ou contato com materiais biológicos e/ou animais infectados com

agentes biológicos que possuam a capacidade de produzir efeitos nocivos sobre os seres humanos,

animais e meio ambiente. Em relação à biossegurança, os agentes biológicos são classificados de

acordo com o risco que eles apresentam.

8. CLASSES DE RISCO BIOLÓGICO

A importância da avaliação dos agentes biológicos está, não somente na estimativa do risco, mas

também no dimensionamento da estrutura de contenção e a tomada de decisão para o gerenciamento

dos riscos. Para isso, consideram-se alguns critérios, entre os quais destacamos:

a. Virulência

b. Modo de transmissão

c. Estabilidade

d. Concentração e volume

e. Origem do agente biológico

f. Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes

g. Disponibilidade de tratamento eficaz

h. Dose infectante

i. Manipulação de agente patogênico

j. Eliminação do agente

k. Fatores referentes ao profissiona

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De acordo com o Ministério da Saúde (Brasil, 2010), os agentes biológicos que afetam o homem, os

animais e as plantas, são distribuídos em classes de risco assim definidas:

8.1. Classe de Risco 1

São agentes biológicos que representam baixo risco individual e para a coletividade.

São os agentes não incluídos nas classes de risco 2, 3 e 4 e que comprovadamente não causam

doença ao homem ou aos animais. A não classificação do agente nas classes de risco 2, 3 e 4 não

implica na sua inclusão automática na classe de risco 1. Para isso deverá ser feita uma avaliação de

risco baseada nas propriedades conhecidas e/ou potenciais desses agentes e de outros representantes

do mesmo gênero ou família.

Exemplo: Lactobacillus spp.

8.2. Classe de risco 2

São agentes biológicos que apresentam risco moderado para o individuo e risco baixo para a

comunidade.

Inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de

propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem

medidas terapêuticas e profiláticas eficazes.

Exemplo: Schistosoma mansoni; Plasmodium falciparum; Trypanosoma cruzi; Leishmania chagasi

8.3. Classe de risco 3

São agentes biológicos que apresentam risco individual elevado e risco comunitário limitado. O

patógeno pode provocar infecções graves no homem e nos animais, podendo se propagar de

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indivíduo para indivíduo, porém existem medidas terapêuticas e de profilaxia.

Exemplos: Vírus da Encefalite Equina Venezuelana e Mycobacterium tuberculosis

8.4. Classe de risco 4

São agentes biológicos que apresentam elevado risco individual e comunitário. São microrganismos

que representam sério risco para o homem e para os animais, sendo altamente patogênicos, de fácil

propagação, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas.

Exemplos: Vírus Marburg e Vírus Ebola.

8.5. Classe de risco especial

Alto risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente. Embora não sejam

obrigatoriamente patógenos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas

e/ou na produção de alimentos.

9. NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA

Para tornar as atividades laboratoriais mais seguras os Níveis de Biossegurança (NB) são

classificados em quatro níveis: NB1, NB2, NB3 e NB4. Estes consistem na combinação de práticas

e técnicas laboratoriais com equipamentos de proteção e estrutura física adequada, sendo designado

com base no potencial de risco biológico do patógeno envolvido na atividade.

Cada classe de risco exige um nível de biossegurança correspondente e, por consequência, a adoção

de um conjunto de procedimentos–padrão, equipamentos de proteção e barreiras físicas adequadas

ao tipo de trabalho a ser desenvolvido, bem como capacitação de recursos humanos.

À concepção e instalações de um laboratório em que são realizadas determinado número de

actividades, deve prestar-se uma atenção especial às condições susceptíveis de provocar problemas

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de segurança. Devem ser observadas:

1. Formação de aerossóis

2. Atividades com grandes volumes e/ou altas concentrações de microrganismos

3. Sobrelotação de pessoal e equipamento

4. Infestação de roedores e artrópodes

5. Entradas não autorizadas

6. Fluxo de trabalho: utilização de amostras e reagentes específicos.

9.1.Nível de Biossegurança 1 (NB1)

Representa o nível básico de contenção e compreende a aplicação de Boas Práticas Laboratoriais e

bom planejamento espacial. Não há exigências de equipamentos de proteção ou características

específicas para a planta baixa do laboratório. É indicado para trabalhos com agentes biológicos de

classe de risco 1.

9.2. Nível de Biossegurança 2 (NB2)

Este nível é exigido para trabalhos com agentes biológicos de classe de risco 2, onde os

profissionais deverão possuir treinamento adequado ao trabalho, sendo necessário, além da adoção

das especificações do NB1, o uso de barreiras físicas primárias (equipamentos de proteção coletiva

e equipamentos de proteção individual) e secundárias (desenho e organização do laboratório). Toda

atividade que possa formar partículas ou aerossóis de agentes biológicos deverá ser realizado dentro

de cabines de segurança biológicas.

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9.3. Nível de Biossegurança 3 (NB3)

O NB3 é aplicável aos laboratórios com atividades com agentes biológicos de risco 3, que podem

causar doenças em humanos e/ou animais. Além das práticas adotadas nos NB1 e NB2 este

laboratório requer equipamentos de segurança e instalações mais eficazes na contenção dos

patógenos.

Este nível de contenção exige desenho e construção laboratoriais especiais, controle rígido quanto a

operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos e o pessoal técnico deve receber

treinamento específico para o microrganismo manipulado. Os laboratórios pertencentes a esse nível

devem ser registrados junto a autoridades sanitárias nacionais.

9.4. Nível de Biossegurança 4 (NB4)

O NB4 é indicado para trabalho laboratorial com agentes biológicos classe de risco 4 ou que

possuam relação antigênica próxima sem definição de nível, até que se consiga dados suficientes

para classificá-lo.

Esses laboratórios requerem, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2

e 3, barreiras de contenção (instalações, desenho equipamentos de proteção) e procedimentos

especiais de segurança que garantam isolamento total do ambiente externo e do trabalhador. Devem

apresentar uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas,

preferencialmente isolada.

10. RISCO QUÍMICO O trabalho com produtos químicos é intrinsecamente perigoso, e medidas de segurança devem ser

tomadas. Portanto, o estudo e o conhecimento dos riscos químicos são muito importantes, bem

como o envolvimento responsável e consciente de todos aqueles que de alguma forma trabalham

com produtos químicos. A organização do trabalho é um aspecto fundamental para a segurança do

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pesquisador ou analista. Nenhum trabalho é tão importante e tão urgente, que não possa ser

planejado e executado com segurança.

10.1. Princípios de Segurança

Conhecer riscos associados aos produtos químicos a serem usados, observar e providenciar os

cuidados apropriados antes de começar a trabalhar.

- Usar somente produtos químicos perigosos com propósitos específicos.

- Ficar atento às condições de falta de segurança e, se for o caso, implementar ações corretivas.

- Manter solventes inflamáveis em recipientes adequados e longe de fontes de calor.

- Utilizar a capela de exaustão sempre que efetuar uma reação ou manipular reagentes que liberem

vapores.

- Conhecer as propriedades tóxicas das substâncias químicas antes de empregá- las pela primeira

vez no laboratório.

- Inspecionar, periodicamente, os equipamentos de segurança, vidrarias e instalações, em busca de

vazamentos, rachaduras, furos, etc, antes de trabalhar com produtos químicos.

- Considerar o risco de reações entre substâncias químicas e usar equipamentos de segurança

adequados, para se proteger de exposição a gases, vapores a aerossóis.

- Não levar as mãos à boca ou aos olhos, quando estiver manuseando produtos químicos.

- Verificar se o sistema de exaustão funciona perfeitamente.

- Familiarizar-se com os sintomas da exposição aos produtos químicos com os quais trabalha e

observar as normas de segurança necessárias ao manuseá-los;

- Manter desobstruída a câmara de exaustão.

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- Não colocar recipientes contendo líquidos inflamáveis a um nível superior ao da cabeça, em

locais de difícil acesso e em locais sem ventilação.

- Realizar a manipulação e evaporação de solventes em capelas.

- Assegurar que as substâncias químicas não sejam manipuladas por pessoas não autorizadas.

- Manter uma boa ventilação e iluminação.

- Limpar, imediatamente, quaisquer derramamentos acidentais de produtos químicos, seguindo as

orientações do chefe do laboratório.

Limpar previamente, com água, ao esvaziar um frasco de reagente, antes de colocá-lo para lavar

ou descartá-lo, observando sempre as propriedades dos produtos químicos.

- Rotular imediatamente qualquer reagente, solução preparada e as amostras coletadas.

- Fechar hermeticamente as embalagens de produtos químicos após a utilização;

- Manter na bancada a quantidade mínima necessária de produtos químicos. No caso de mistura de

produtos, lembrar que a mesma possui o nível de risco do componente mais perigoso.

10.2.Produtos Químicos Perigosos

É definido pelo OSHA (Occupational Safety and Health Administration – USA) como quaisquer

compostos químicos ou misturas de compostos, que oferecem perigo para a integridade física e/ou

saúde. Os produtos químicos perigosos que se enquadram nessa categoria encontram-se no Anexo

A.

10.3.Manipulação de Produtos Químicos

Considera-se manipulação de produtos químicos desde a abertura de sua embalagem, até o descarte

da mesma, após todo o produto ter sido utilizado.

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Infome-se, antecipadamente, se o produto sofre decomposicão, peroxidação ou polimerização, pela

ação da luz, do calor ou de ambos, se é instável ou reativo frente à água e ar; e adote as regras de

manipulação recomendadas pelas normas de segurança do laboratório, visando a segurança pessoal

e coletiva.

Produtos Formadores de Peróxidos (PFP) Peróxidos: pertencem a uma classe especial de compostos químicos, que apresentam problemas

especiais de estabilidade e periculosidade potencial. São classificados entre os compostos mais

perigosos normalmente utilizados em laboratório. Alguns peróxidos manipulados em laboratório

são mais sensíveis do que o TNT (trinitrotolueno). Outras classes de produtos químicos como os

cloratos, percloratos e nitratos, também apresentam periculosidade devido à sua sensibilidade ao

impacto, à luz e a centelha.

Devido a alta periculosidade, caso precise realizer ensaios com peróxidos consulte antes a Gerência

de qualidade e Biossegurança para formação e treinamento específicos.

Solventes São os produtos mais frequentemente encontrados nos laboratórios e, por serem inflamáveis e

tóxicos, precisam ser manipulados com cuidado. Solventes comuns como benzeno, tetracloreto de

carbono, clorofórmio, éter etílico, acetona, hexano e pentano devem ser mantidos longe de fontes de

ignição e de substâncias oxidantes. Dentre os solventes que oferecern maiores riscos, destacam-se:

Benzeno - é considerado carcinogênico de Categoria I pela OSHA. Sempre que possível, substitua-

o pelo tolueno, que oferece menor risco.

- Evite o contato com a pele e a inalação de seus vapores.

- Use a capela ao manipulá-lo, protegido por luvas, óculos e máscara de proteção. Tetracloreto de

carbono - é um solvente perigoso. Sempre que possível, substitua-o por diclorometano, que oferece

menor risco. Reduza, ao mínimo, a exposição a seus vapores, pois em altas concentrações no ar ele

pode levar a morte por falha respiratória.

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- Exposição menos severa pode causar danos aos rins e fígado.

- Manipule-o na capela, usando os equipamentos de proteção adequados.

Clorofórmio - é um solvente similar ao tetracloreto de carbono e apresenta os mesmos efeitos

adversos. Em animais de laboratório, mostrou propriedades carcinogênicas e mutagênicas. Pode ser

substituído, com vantagens para a segurança, pelo diclorometano. A manipulação é idêntica ao

tetracloreto de carbono.

Éter etílico - é um solvente extremamente inflamável, usado para fazer extrações. Seus vapores são

mais pesados do que o ar e podem se propagar pela bancada e atingir fontes de ignição. O produto

anidro tende a formar peróxidos. Pode afetar o sistema nervoso central, causando inconsciência ou

mesmo a morte, se a exposição for severa.

- Manipule-o sempre na capela.

Metanol – é um líquido inflamável, que reage explosivamente com brometos, ácido nítrico,

clorofórmio, hipoclorito de sódio, zinco dietílico, soluções de alquil- aluminatos, trióxido de

fósforo, peróxido de hidrogênio, tert-butóxido de potássio e perclorato de chumbo.

Etanol - é um líquido inflamável e seus vapores podem formar misturas explosivas com o ar em

temperatura ambiente. O etanol reage vigorosamente com vários agentes oxidantes e com outras

substâncias químicas, como nitrato de prata, ácido nítrico, perclorato de potássio, peróxido de

hidrogênio, permanganato de potássio, entre outros.

OBSERVAÇÃO: Sempre que houver a substituição de produto químico mais perigoso por produto

químico mais seguro, avalie o impacto sobre os resultados das análises.

AIdeídos Formaldeído (formalina) é usado como preservativo de tecido biológico, na forma de solução

aquosa 37 %. Esta solução contém cerca de 11 % de metanol. A exposição aos seus vapores pode

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causar câncer nos pulmões e no condutor nasofaríngeo. Pode também causar irritação na pele, nos

olhos, no trato respiratório e edemas. Deve ser manipulado em capela, usando-se os equipamentos

de proteção adequados.

Hidrácidos Os hidrácidos ou haletos de hidrogênio (ácido clorídrico, ácido fluorídrico) são ácidos não

oxigenados, irritantes ao aparelho respiratório. Devem ser manipulados em capela, para quaisquer

propósitos, e com o operador usando luvas, máscara contra gases e capa.

Ácido Fluorídrico: tanto na forma gasosa, quanto em solução, é capaz de penetrar profundamente

nos tecidos, através da pele. Em caso de contato com a pele, aplique rapidamente no local, uma

solução de gluconato de cálcio, e procure atendimento médico de urgência. Após o uso, verificar se

o produto escorreu pela embalagem; se for o caso, neutralize com gluconato de cálcio, lave com

água corrente e enxugue com papel toalha.

Ácido Clorídrico: possui uma alta ação corrosiva sobre a pele e mucosas podendo produzir

queimaduras cuja gravidade dependerá da concentração da solução. O contato do ácido com os

olhos pode provocar redução ou perda total da visão, se o ácido não for removido imediatamente,

através da irrigação com água. O ácido clorídrico em si, não é um produto inflamável, mas em

contato com certos metais libera hidrogênio, formando uma mistura inflamável com o ar.

Oxiácidos São ácidos que contém oxigênio, e possuem propriedades que variam de acordo com a composição.

Aqui, cabe destacar aqueles que são os mais utilizados:

Ácido Sulfúrico: é um poderoso agente desidratante. Na forma concentrada, reage explosivamente

com potássio e sódio metálicos, permanganatos, cloratos, álcool benzílico, além do risco de

provocar queimaduras severas na pele e olhos, mesmo em soluções diluídas. Deve ser manipulado

em capela, usando-se equipamento de proteção.

Ácido Nítrico: é um agente oxidante forte, capaz de destruir estruturas protéicas. O recipiente que o

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contém deve ser aberto com cuidado, porque se a parte inerte interna da tampa se romper, a parte

plástica é atacada, criando pressão positiva no interior, projetando o ácido no ato da abertura. Reage

de forma descontrolada com anidrido acético, de forma explosiva com flúor e acetonitrila. A

amônia se inflama na presença de seus vapores. Quanto à manipulação, oferece riscos iguais

aqueles do ácido sulfúrico; portanto, deve ser tratado de modo idêntico.

Ácido Perclórico é um poderoso agente oxidante, incolor, capaz de reagir explosivamente com

compostos e materiais orgânicos. Forma percloratos explosivos em dutos metálicos do sistema de

exaustão de capelas, exigindo, portanto, capela especial para sua manipulação. Devido ao risco de

queimaduras severas na pele e olhos, usar óculos de proteção e luvas para a manipulação deste

ácido, e no caso de transferência para outro recipiente, fazê-lo sobre a pia para coletar os respingos,

neutralizá-los e lavá-los com água corrente. Na forma anidro (concentração acima de 85 %), DEVE

SER MANIPULADO SOMENTE POR TÉCNICO EXPERIENTE. Se o produto anidro apresentar

coloração, descarte-o imediatamente de acordo com as normas de segurança.

Ácido Acético Glacial: é um solvente excelente para diversos compostos orgânicos, fósforo e

enxofre. Seus vapores são extremamente irritantes aos olhos, sistema respiratório, e pode atacar o

esmalte dos dentes se a exposição for de longa duração. O contato com a pele provoca severas

queimaduras. Deve ser manipulado em capela, exigindo o uso de equipamento de proteção. Os

frascos de ácido acético devem ser estocados longe de materiais oxidantes e de preferência entre 20

e 30 oC (quando estocado em temperaturas inferiores pode solidificar provocando ruptura do

frasco).

Perácidos (Ácido Perbenzóico, Ácido Peracético): são compostos explosivos e devem ser

manipulados conforme as orientações do fabricante e/ou fornecedor.

Os demais ácidos devem ser manipulados em capela comum, usando-se luvas, máscara contra

gases. No preparo de soluções diluídas destes ácidos, MISTURAR AOS POUCOS O ÁCIDO NA

ÁGUA, NUNCA AO CONTRÁRIO,, pois poderá ocorrer ebulição localizada e projeção da

solução.

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Ácido Pícrico: é extremamente explosivo e deve ser adquirido somente quando extremamente

necessário. É manipulado sob rígida orientação de especialista em segurança de laboratório.

Bases As bases mais comumente encontradas nos laboratórios são o hidróxido de metais alcalinos e

alcalinos terrosos e solução aquosa de amônia. As soluções de hidróxidos de metais alcalinos (sódio

e potássio) são corrosivas e provocam danos na pele e tecidos dos olhos. Alem disso, são

extremamente exotérmicas, ou seja, liberam calor durante a preparação. Ao preparar tais soluções,

deve-se usar luvas, óculos de proteção e avental. Quanto a solução de hidróxido de amônia, seus

vapores são extremamente irritantes ao sistema respiratório e aos olhos, exigem sempre o uso de

capela, luvas e máscara contra gases durante a manipulação.

Sais Higroscópicos Deve-se manter as embalagens dos sais higroscópicos sempre bem fechadas, observando se não há

rachaduras na tampa. Pequenas quantidades desses produtos, em recipiente apropriado, podem ser

mantidas em dessecador, para preservar-Ihes a qualidade.

Substâncias de Baixa Estabilidade São substâncias pouco estáveis, de modo geral, devem ser mantidas na embalagern fornecida pelo

fabricante e manipuladas segundo as recomendações do mesmo.

Cuidados na manipulação de substâncias sólidas inflamáveis Na fricção: Fósforo branco, vermelho, amarelo, perssulfato de fósforo.

Na exposição ao ar: Boro, carvão vegetal, ferro pirofosfórico, fósforo branco, vermelho e amarelo,

hidratos, sódio metálico, nitrito de cálcio, pó de zinco.

Na absorção de umidade: Cálcio, carbonato de alumínio, hidratos, magnésio finamente dividido,

óxido de cálcio, peróxido de bário, pó de alumínio, pó de zinco, potássio, selênio, sódio, sulfeto de

ferro.

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Na absorção de pequena quantidade de calor: Carvão vegetal, dinitrobenzol, nitrato de celulose,

piroxilina, pó de zircônio.

Encontra-se no ANEXO B a Classificação de Agentes Químicos Segundo Graus de Risco.

Utilização de Luvas na Manipulação de Produtos Químicos Muitos ácidos, solventes e outros líquidos utilizados em laboratórios são capazes de danificar a

pele, causando dermatites e levando a doenças ocupacionais. Existem luvas próprias para proteger a

mão contra a maioria das exposições.

NOTA: Em caso de dúvidas quanto a um determinado uso de luvas, consultar o fabricante.

Armazenamento de Produtos Químicos no Laboratório e em Almoxarifados Químicos - As áreas de armazenamento devem ter boa ventilação, com exaustão de ar para fora do prédio

(sem sistema de recirculação);

- Bicos de gás, fumaças e unidades de aquecimento não são permitidos nas áreas de

armazenamento;

- Os corredores das áreas de armazenamento devem estar livres de obstruções;

- Quando necessário, áreas de armazenamento devem ter ar condicionado e/ou sistema de

desumidificação para promover uma atmosfera de ar frio e seco;

- Não armazenar produtos químicos em prateleiras elevadas; frascos grandes devem ser colocadas

no máximo a 60 cm do piso;

- Produtos químicos não devem ser expostos ao calor e a luz solar direta;

- Prateleiras devem ter suportes firmes e espaço suficiente para prevenir deslocamento acidental,

bem como, amontoamento de frascos;

- Frascos de reagentes não devem ficar salientes para fora das prateleiras;

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- Adquirir, sempre, a quantidade mínima necessária as atividades do laboratório.

- Selar as tampas dos recipientes de produtos voláteis em uso com filme inerte, para evitar odores

ou a deterioração do mesmo, se estes forem sensíveis ao ar e/ou umidade;

- Não armazenar produtos químicos dentro da Capela de Exaustão Química, nem no chão do

laboratório;

- Se for utilizado armário fechado para armazenamento, que este tenha aberturas laterais ou na

parte superior, para ventilação, evitando-se acúmulo de vapores;

- As prateleiras ou armários de armazenamento devem ser rotulados de acordo com a classe do

produto que contém;

Considerar risco elevado os produtos químicos desconhecidos;

- As áreas devem ser limpas e livres de contaminação química;

- Observar a incompatibilidade dos produtos (Anexo C) e separar:

1. Inflamáveis, oxidantes, ácidos e bases;

2. Família de orgânicos e inorgânicos

3. Família em grupos compatíveis

4. E então, guardar em ordem alfabética.

Derramamento de produtos químicos A maioria das empresas produtoras de compostos químicos para uso laboratorial costuma distribuir

quadros que descrevem a maneira de lidar com os respingos e derramamentos dos diversos produtos

químicos. Estes quadros devem ser afixados em local apropriado.

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Alguns equipamentos, como os relacionados a seguir, devem estar disponíveis para serem utilizados

nos casos de acidente:

a) equipamentos de proteção, tais como respiradores, luvas de borracha grossa, guarda- pós e botas

de borracha;

b) pás para o recolhimento do resíduo;

c) pinça para recolher os estilhaços de vidro;

d) panos tipo esfregão e papel-toalha para o chão;

e) baldes;

f) mantas absorventes;

g) areia de gato;

h) detergente não inflamável.

Consultar a ficha de informação de segurança do produto químico - FISPQ e providenciar o

equipamento e materiais necessários para limpar os locais contaminados pelo produto.

Derramamento de substâncias inflamáveis Absorver imediatamente o líquido derramado com substâncias absorventes, como mantas

específicas ou areia. Recolher e descartar tudo em recipiente destinado a material inflamável.

Em caso de derramamento de produtos tóxicos (mais de 100 ml), inflamáveis (mais de 1 litro) ou

corrosivos (mais de 1 litro) tomar as seguintes providências:

a) interromper o trabalho;

b) evitando inalar o vapor do produto derramado, remover fontes de ignição e desligar os

equipamentos e o gás;

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c) abrir as janelas e ligar o exaustor, se disponível, desde que não haja perigo em fazê-lo;

d) evacuar o laboratório;

e) isolar a área e fechar as portas do ambiente;

f) chamar a equipe de segurança;

g) atender as pessoas que podem ter se contaminado;

h) advertir as pessoas próximas sobre o ocorrido;

i) informar a chefia e/ou gerência do laboratório.

Derramamento de Ácidos e Compostos Químicos Corrosivos Absorver imediatamente o líquido derramado com substâncias absorventes, tais como mantas

específicas ou areia de gato.

Procedimentos para a limpeza Qualquer derramamento de produto ou reagente deve ser limpo imediatamente, usando- se para isso

os EPIs e outros materiais necessários. Em caso de dúvida quanto à toxicidade ou cuidados

especiais em relação ao produto derramado, não efetuar qualquer operação de remoção sem

orientação adequada. Consultar a FISPQ.

Derramamento de produtos tóxicos, inflamáveis ou corrosivos sobre o trabalhador Remover as roupas atingidas sob o chuveiro, lavando a área do corpo afetada com água fria por 15

minutos ou enquanto persistir dor ou ardência;

Se os olhos forem atingidos por produtos químicos, enxágua-se por 15 minutos com água fria,

encaminhando a vítima ao atendimento médico de emergência. Informar ao médico o produto

químico envolvido no acidente.

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11. NORMAS BÁSICAS DE BIOSSEGURANÇA Estas normas consistem num conjunto de regras e procedimentos de segurança que visam eliminar

ou minimizar os acidentes e agravos de saúde relacionados ao trabalho em laboratórios.

11.1.Higiene Pessoal

a) cabelos: Cabelos longos são mantidos presos durante os trabalhos;

b) unhas: As unhas são mantidas limpas e curtas, não ultrapassando a ponta dos dedos;

c) calçados: Usa-se exclusivamente sapatos fechados no laboratório;

d) lentes de contato: O ideal é não usar lentes de contato no laboratório. Se for necessário usá-las,

não podem ser manuseadas durante o trabalho e necessitam ser protegidas com o uso de óculos de

segurança. Evita-se manipular produtos químicos usando lentes de contato, uma vez que o material

das lentes pode ser atacado por vapores ou reter substâncias que possam provocar irritações ou

lesões nos olhos;

e) cosméticos: Não é permitido aplicar cosméticos na área laboratorial;

f) jóias e adereços: Usa-se o mínimo possível. Não são usados anéis que contenham reentrâncias,

incrustações de pedras, assim como não se usa pulseiras e colares que possam tocar as superfícies

de trabalho, vidrarias ou pacientes; Quando são usados crachás presos com cordão em volta do

pescoço, estes devem estar sob o jaleco dentro da área analítica.

11.2.Cuidados Gerais

a) utilizar escada para acessar prateleiras mais altas;

b) colocar os objetos mais pesados em prateleiras mais baixas;

c) não sobrecarregar fichários e não deixar gavetas abertas em área de circulação;

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d) não trabalhar sozinho no laboratório;

e) não dirigir a abertura de frascos na sua direção ou na de outros;

f) verificar, ao encerrar as atividades, se não foram esquecidos aparelhos ligados (bombas,

motores, mantas, chapas, gases, etc.) e reagentes ou resíduos em condições de risco;

g) zelar pela limpeza e manutenção de seu laboratório, cumprindo o programa de limpeza e

manutenção estabelecido para cada área, equipamento e superfície;

h) Não circular nas áreas comuns paramentado com EPI sem necessidade.

11.3.Proibições na área analítica

a) pipetar com a boca;

b) comer, beber ou fumar;

c) armazenar alimentos;

d) utilizar equipamentos da área analítica para aquecer alimentos;

e) manter objetos pessoais, bolsas ou roupas;

f) utilizar celulares e outros dispositivos eletrônicos de uso pessoal;

g) usar ventiladores;

h) presença de pessoas estranhas, sem autorização, ao serviço;

i) presença de animais e plantas que não estejam relacionados com os trabalhos;

j) mover equipamentos do lugar de origem sem autorização do responsável;

k) retirar insumos dos laboratórios sem autorização do responsável.

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11.4.Limpeza da área analítica

a) Os equipamentos devem estar dispostos de modo a permitir fácil limpeza e descontaminação;

b) Os espaços entre bancadas, cabines e equipamentos deve ser suficiente para permitir limpeza;

c) As superfícies de trabalho devem ser limpas sempre após o uso e descontaminadas ao menos

uma vez ao dia ou sempre que ocorrer contaminação;

d) Todo resíduo líquido ou sólido contaminado deve ser descontaminado antes do descarte assim

como todo material ou equipamento que entrar em contato com o OGM;

e) Realizar a lavagem das mãos antes de entrar, após a manipulação com o agente biológico e

antes de sair das áreas laboratoriais;

f) Os resíduos só podem ser retirados das instalações em recipientes rígidos e à prova de

vazamento;

g) Deve ser providenciado um programa rotineiro adequado de controle de pragas (insetos,

roedores).

12. EQUIPAMENTOS Os equipamentos de proteção individuais e coletivos são considerados elementos de contenção

primária ou barreiras primárias. Estes equipamentos podem reduzir ou eliminar a exposição da

equipe do laboratório, de outras pessoas e do meio ambiente aos agentes potencialmente perigosos.

12.1. Equipamentos de Proteção Individual – EPI

São elementos de contenção de uso individual utilizados para proteger o profissional do contato

com agentes infecciosos, químicos, calor ou frio excessivo, fogo, entre outros riscos, no ambiente

de trabalho. Servem também para evitar a contaminação do material em experimento ou em

produção.

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É necessário que o funcionário receba treinamento para usar os EPIs corretamente.

É proibido o uso de EPI em copas, refeitórios, toaletes, veículos (institucionais e particulares) e

outros locais públicos. Este permanece no ambiente técnico, em cabides ou vestiários específicos.

Só deve ser usado em áreas comuns para o transporte de materiais biológicos, químicos, estéreis ou

resíduos.

12.1.1 Jaleco: É usado dentro da área técnica, mesmo quando não se esteja executando algum

trabalho, e em todos os trabalhos que envolvam os riscos descritos acima, pois protegem tanto a

pele como as roupas do técnico. Na Fiocruz Rondônia foi adotado o uso de jalecos descartáveis de

manga longa, em não-tecido. É usado permanentemente fechado.

12.1.2 Óculos de segurança e/ou escudo facial: São usados em todas as atividades que possam

produzir salpicos, respingos e aerossóis, projeção de estilhaços pela quebra de materiais que

envolvam risco químico ou biológico (por ex. criotubos conservados em nitrogênio liquido), ou

quando há exposição a radiações perigosas (por ex. luz ultra-violeta), dando proteção ao rosto e,

especialmente, aos olhos.

Lavar após o uso com água e sabão ou, no trabalho com agentes biológicos, com solução

desinfetante - hipoclorito a 0,1% (o álcool prejudica o material com que são fabricados os óculos) e

guardá-los adequadamente.

12.1.3 Máscaras: São usadas as do tipo cirúrgico, sem sistema de filtro, para proteção do aparelho

respiratório no manuseio de material biológico, dependendo da sua classe de risco, assim como para

proteção do produto que está sendo manuseado.

Existem tipos de máscaras com maior ou menor capacidade de retenção de partículas. A seleção é

feita considerando o agente biológico com o qual se vai trabalhar.

A máscara cirúrgica é uma barreira de uso individual que cobre o nariz e a boca. É indicada para:

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• proteger o Trabalhador de Saúde de infecções por inalação de gotículas transmitidas à curta

distância e pela projeção de sangue ou outros fluidos corpóreos que possam atingir suas vias

respiratórias;

• minimizar a contaminação do ambiente com secreções respiratórias geradas pelo próprio

Trabalhador de Saúde.

É importante destacar que a máscara cirúrgica:

• NÃO protege adequadamente o usuário de patologias transmitidas por aerossóis, pois,

independentemente de sua capacidade de filtração, a vedação no rosto é precária neste tipo de

máscara;

12.1.4 Respiradores: São dispositivos com sistemas de filtro para serem usados em áreas de alta

contaminação com aerossóis de material biológico e na manipulação de substâncias químicas com

alto teor de evaporação, dando proteção ao aparelho respiratório.

O uso do respirador não dispensa o uso de Capela de Segurança Química ou da Cabine de

Segurança Biológica.

Alguns respiradores faciais foram melhor concebidos para proteção do operador considerando a

concentração Imediatamente Perigosa à Vida e Saúde (IPVS) de vapores e gases no ambiente.

a) Respirador Semifacial

É um equipamento de proteção individual (EPI) que cobre a boca e o nariz, proporciona uma

vedação adequada sobre a face do usuário e possui filtro eficiente para retenção dos

contaminantes atmosféricos presentes no ambiente de trabalho na forma de aerossóis (Figura

1). Em ambiente hospitalar, para proteção contra aerossóis contendo agentes biológicos, a

Peça Semifacial Filtrante – PFF - deve ter uma aprovação mínima como PFF2. A PFF

também retém gotículas. Algumas PFF são resistentes ainda à projeção de fluídos corpóreos.

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b) Respirador Semifacial para vapores e névoas

Indicado para proteção de vias respiratórias até 10 vezes o limite de tolerância contra poeiras

tóxicas, fumos de solda, vapores orgânicos, gases ácidos, amônia e formaldeído.

12.1.5 Botas de Borracha: São usadas para proteção dos pés durante atividades em áreas molhadas,

para transporte de material e resíduos e para a limpeza de locais contaminados, entre outras

atividades.

12.1.6 Gorro descartável: É usado para proteger os cabelos de aerossóis e salpicos e o produto ou

experimento de contaminações.

12.1.7 Pro-pé ou sapatilha: Recomendado para a proteção dos calçados/pés, em áreas contaminadas

ou para trabalhar em áreas estéreis.

12.1.8 Luvas: Utilizadas para proteger as mãos. São de uso obrigatório na manipulação de qualquer

material biológico ou produto químico. São fabricadas em diferentes materiais para atender as

diversas atividades laboratoriais.

PRINCIPAIS TIPOS DE LUVAS

Figura 1

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TIPO USO

Luva de Látex Natural Resistência à tração, alongamento,

produtos químicos (Classe B) e barreira

biológica.

Luvas de Látex Nitrílico Aplicadas em diversos tipos de atividades

onde seja necessário excelente resistência

química, flexibilidade e bom tato.

Luvas em PVC Para serviços gerais de limpeza, processos

de limpeza de instrumentos e

descontaminação

Tabela 1: Principais tipos de luvas

12.2.Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC

São equipamentos de contenção que possibilitam a proteção do trabalhador, do meio ambiente e do

produto ou pesquisa desenvolvida. Podem ser utilizados por um ou mais trabalhadores.

Capela de segurança química É uma cabine de exaustão que protege o profissional da inalação de vapores e gases liberados por

reagentes químicos e evita a contaminação do ambiente laboratorial.

As cabines de exaustão não devem ser utilizadas para conter materiais biológicos, pois o ar

contaminado é exaurido diretamente para a atmosfera (sem filtro HEPA).

Cabines de fluxo laminar São equipamentos construídos para proteger o que está sendo manipulado, ou seja, protegem o

produto, não o operador. Possuem velocidade média do ar de 0,45 m/s e podem ser de fluxo

horizontal ou vertical. Nas cabines de fluxo laminar não há recirculação do ar: todo ar que entra,

passando por pré-filtro, passa por um filtro absoluto e pelo produto e sai do equipamento.

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Cabines de segurança biológica – CSB São utilizados para proteger o profissional e o ambiente laboratorial dos aerossóis potencialmente

infectantes que podem se espalhar durante a manipulação dos materiais biológicos. Alguns tipos de

cabine protegem também o produto que está sendo manipulado do contato com o meio externo,

evitando a sua contaminação.

Possuem filtros de ar particulado de alta eficiência (HEPA) capaz de reter 99,97% das partículas de

0,3µm de diâmetro e 99,99% das partículas maiores.

a) Classe I – A primeira CSB reconhecida e, devido sua concepção simples, continua sendo

amplamente utilizada, fornece proteção ao trabalhador e ao ambiente, contudo, por aspirar o

ar da sala para a superfície de trabalho não garante esterilidade ou proteção para o produto.

b) Classe II – Foi concebida para fornecer proteção pessoal, do ambiente e também para

proteger os materiais na superfície de trabalho de contaminações externas. Difere da Classe I

por só permitir circulação interna de ar estéril. Sua utilização é comum para manipulação de

culturas celulares e culturas de parasitos. Existem subdivisões dos tipos de cabines de Classe

II, como tipo A1, A2, B1 e B2. A categoria mais utilizada na Fiocruz Rondônia são as

Figura 2: Diagrama esquemático de uma CSB de Classe I: A. Abertura frontal B. Painel de observação C. Filtro exaustor HEPA D. Conduta do exaustor

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Cabines Classe II Tipo A1.

Figura 3: Diagrama esquemático de uma CSB de Classe IIA1: A. Abertura frontal B. Painel de observação C. Filtro exaustor HEPA D. Conduta traseira E. Filtro HEPA de abastecimento F. Ventoinha

c) Classe III – Fornece o nível mais elevado de proteção ao trabalhador e é utilizada para

trabalhos com agentes de grupo de risco 4. Todos os acessos são selados e à prova de gás. O

ar fornecido é filtrado por filtro HEPA e o ar expelido é filtrado por dois filtros HEPA. O

acesso de trabalho requer luvas de borracha de grande resistência, dispostas na entrada da

câmara. Na Fiocruz Rondônia não há cabines Classe III.

Fluxo Laminar Classe I

Classe II – Tipo A1

Proteção Ao produto;

Ao profissional

Ao ambiente (quando

usadas em conjunto

com as boas práticas

microbiológicas)

- Ao profissional

- Ao ambiente

- Ao produto

Exaustão Não há recirculação

do ar: todo ar que

entra, passando por

pré-filtro, passa por

um filtro absoluto e

pelo produto e sai do

equipamento;

Oferecem 100% de

exaustão através de

filtro HEPA.

70% de recirculação do

ar no interior da cabine;

30% de exaustão

através de filtro HEPA;

O ar que sai do filtro

HEPA de exaustão

pode retornar para o

laboratório.

Desvanta

gem Não oferecem proteção

ao produto

Tabela 2: Diferenças de proteção, exaustão e desvantagens dos tipos de cabines

Chuveiro de emergência

É um chuveiro para banhos em caso de acidentes com produtos químicos e fogo. Este chuveiro é

colocado em local de fácil acesso e é acionado por alavancas de mãos, cotovelos ou joelhos.

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Lava-olhos É utilizado para lavação dos olhos em casos de respingos ou salpicos acidentais. Pode fazer parte do

chuveiro (Figura 3) ou ser do tipo frasco lava olhos (Figura 4).

Figura 4 Figura 5

Extintores

É preciso controlar as chamas com o extintor de incêndio adequado, Na Fiocruz Rondônia os

extintores estão distribuídos de acordo com a tabela abaixo e suas respectivas utilizações.

Tabela 3 – Tipos de extintores de incêndio e sua utilização

Tipos de extintores Utilizar em Não utilizar em

Extintor de dióxido de

carbono

Líquidos inflamáveis e

Metais e incêndios em

equipamentos elétricos.

Metais alcalinos

Extintor de água

pressurizada Fogo em papel e madeira.

Equipamentos elétricos,

inflamáveis e metais em

combustão.

Extintor de pó químico

Líquidos e gases

inflamáveis, metais

alcalinos e incêndio em

Pode ser utilizado, mas só apaga

fogo de superfície

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equipamento elétrico.

Autoclaves

É um equipamento de laboratório utilizado para esterilizar objetos através de calor úmido (vapor)

combinado com pressão. Dessa forma, a esterilização a vapor é realizada em autoclaves, cujo

processo possui fases de penetração do vapor, remoção do ar e secagem. Ao utilizar a autoclave é,

importante assegurar que o vapor deslocou todo o ar antes que a pressão se eleve. Nesse sentido, o

vapor saturado, isento de ar, na pressão de 1 atmosfera, tem uma temperatura de 121ºC.,

12.3. SEGURANÇA NO USO DE EQUIPAMENTOS

- A utilização do equipamento deve seguir as instruções do fabricante;

- A voltagem dos equipamentos deve ser identificada para evitar danos;

- Somente utilizar equipamentos próprios para laboratório;

- Não utilizar adaptadores, extensões e/ou ligar mais de um equipamento na mesma tomada;

- A utilização de nobreaks e/ou estabilizadores é imprescindível para seu bom funcionamento.

12.4. OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS

Cabines de Segurança Biológica a) durante o uso da CSB as portas do laboratório são mantidas fechadas, evitando a circulação de

pessoas;

b) fazer a descontaminação da superfície interna da cabine com gaze embebida em álcool etílico ou

isopropílico a 70%, sempre de cima para baixo e de trás para frente;

c) as CSB são ligadas pelo menos 5 minutos antes do início das atividades e permanecem ligadas

por pelo menos 5 minutos após o término do seu uso, a fim de que o ar contaminado seja filtrado de

dentro da cabine.

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d) Se forem utilizadas lâmpadas ultravioleta nas cabines, estas devem ser limpas toda a semana,

para retirar o pó e sujidades que podem diminuir a eficácia germicida da radiação. Liga-se a

lâmpada ultravioleta cerca de 20 minutos antes de usar a cabine, depois da desinfecção.

e) recomenda-se registrar o tempo de utilização da lâmpada em formulário próprio para não utilizá-

la quando esta já não mais tiver eficácia. A vida útil (poder germicida) deve ser verificada

consultando-se as especificações técnicas do produto junto ao fabricante;

f) a luz UV deve ser desligada quando a cabine estiver em uso no intuito de proteger olhos e pele e

evitar prejuízos à saúde;

g) a introdução e retirada dos braços na CSB é feita de forma cuidadosa, para que os movimentos

não interfiram no fluxo de ar proveniente da abertura frontal;

h) o manuseio dos materiais dentro da cabine só deve começar 1 minuto após a introdução dos

braços do operador, para que o fluxo de ar no interior se estabilize. Os movimentos de entrada e

saída da cabine devem ser minimizados, introduzindo-se previamente todos os materiais necessários

antes de iniciar o trabalho;

i) às vezes é necessário o uso de uma mesa auxiliar ao lado da cabine, pelo volume de trabalho a ser

executado. Neste caso, os movimentos de introduzir e retirar os braços da cabine são lentos e

cuidadosos;

j) o material a ser colocado dentro da cabine é desinfetado com álcool a 70%;

k) todos os procedimentos são realizados na superfície de trabalho a uma distância de pelo menos

10 cm da grelha frontal;

l) a grelha frontal na entrada das CSB Classe II não pode estar bloqueada com papel, equipamento

ou outros materiais;

m) todo o material a ser utilizado é colocado no fundo da cabine, perto da borda traseira da

superfície de trabalho, sem bloquear a grelha traseira;

n) os materiais são organizados de modo que os itens limpos e os contaminados não se misturem;

o) não é recomendado que os recipientes para descarte de resíduos sejam colocados fora da cabine,

uma vez que a freqüência de movimentos “para dentro e para fora” interfere na integridade da

barreira de ar da cabine e pode comprometer a proteção do operador e do produto manipulado.

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Como alternativa, utilizar recipientes intermediários como a reutilização de latas limpas, que após

fechadas podem ser autoclavadas ou colocadas nos sacos para resíduos infectantes.

p) as atividades são realizadas ao longo da superfície de trabalho, sempre no sentido da área limpa

para a área contaminada;

q) não se recomenda o uso de bicos de Bunsen dentro das CSB, uma vez que a chama perturba o

fluxo de ar e pode ser perigosa quando se utilizam substâncias voláteis.

r) ao término do trabalho a cabine é limpa com gaze embebida em álcool etílico ou isopropílico a

70%, e mantida ligada ainda por no mínimo 5 minutos;

s) todas estas atividades são realizadas com o operador devidamente protegido com jaleco, luvas e,

se necessário, máscaras e óculos de proteção. As luvas devem cobrir os punhos do jaleco e não

devem ficar debaixo das mangas.

Centrifugas - As centrífugas devem ser utilizadas de acordo com as instruções do fabricante;

- Devem ser dispostas de maneira que os usuários possam ver o interior da cuba;

- Deve-se verificar a capacidade de rotação dos tubos ou frascos a serem utilizados nas centrífugas.

Por exemplo, tubos de poliestireno são mais frágeis que os de polipropileno e não se rompem em

altas velocidades;

- Os tubos devem ser corretamente fechados para evitar contaminação do equipamento e não podem

estar totalmente cheios para evitar vazamentos,. O espaço que deve ser deixado entre o nível do

fluido e a borda do tubo de centrifugação deve estar assinalado nas instruções do fabricante;

- Os tubos devem estar distribuídos uniformemente. Devem ser postos aos pares segundo o peso e,

uma vez os tubos no lugar, corretamente equilibrados;

- Para equilibrar os copos vazios deve utilizar-se água destilada ou álcool a 70%. Não se devem

utilizar soluções salinas nem hipocloretos pois corroem os metais.

- Ao utilizar rotores angulares, é preciso assegurar-se que os tubos não estejam demasiado cheios

pois podem verter.

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Acidente com material biológico em centrifugação

Em caso de quebra de tubos contendo material potencialmente infeccioso dentro de centrífugas,

parar o motor (caso ainda esteja em funcionamento) e deixar a máquina fechada durante 30 minutos

para permitir o depósito do material. Se a quebra for descoberta no momento da abertura da tampa,

voltar a fechar a tampa imediatamente e esperar cerca de 30 minutos. O responsável da

biossegurança deve ser acionado.

Para todas as operações seguintes devem utilizar-se luvas resistentes (por exemplo, de borracha

espessa), cobertas, se necessário, com luvas descartáveis. Para retirar restos de vidro, devem

utilizar-se pinças guarnecidas ou não de algodão.

Todos os tubos partidos, fragmentos de vidro, recipientes e o rotor devem ser colocados num

desinfectante não-corrosivo cuja eficácia contra o organismo implicado é conhecida. Os tubos

intactos e arrolhados podem ser colocados em desinfectante num recipiente separado e depois

recuperados.

A cuba da centrifugadora deve ser esfregada com o mesmo desinfectante numa diluição apropriada

e esfregada de novo, lavada com água e seca. Todos os materiais utilizados na limpeza devem ser

considerados como resíduos infecciosos.

Homogeneizadores, misturadores e ultrassons - Os componentes devem estar em boas condições para evitar acidentes;

- As tampas devem vedar bem os equipamentos e os frascos devem estar tampados para evitar

aerossóis;

- No final da utilização desses equipamentos com material infectante, o recipiente deve ser aberto

dentro de uma CSB;

- Deve-se usar proteção auditiva para manipular os geradores de ultrassom.

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13. PRÁTICAS SEGURAS DE LABORATÓRIO A maioria dos acidentes no ambiente de trabalho estão relacionados a falta de atenção, técnicas

ruins e má utilização de equipamentos, que aumentam os riscos inerentes à rotina do laboratório.

O bom planejamento da rotina combinado com algumas técnicas seguras pode reduzir o número de

acidentes. Para isso é essencial conhecer o tipo e o risco de cada amostra a ser manipulada, seja

biológica, química ou um equipamento.

13.1. Manipulação de amostras biológicas

A coleta, transporte, manipulação e descarte de amostras em laboratório não corretamente efetuadas

representam risco de infecção para o pessoal envolvido e está diretamente relacionado à sua classe

de risco. A seguir algumas medidas para prevenção de acidentes:

- Os recipientes devem ser de plástico ou vidro resistente e, sempre que possível, hermeticamente

fechados;

- Todos os recipientes devem possuir identificação correta de seu conteúdo;

- Para evitar derrame ou escoamento acidental todo o transporte devem utilizar um recipiente

secundário resistente à desinfecção química ou física;

- O laboratório que manipula grande número ou volume de amostras devem possuir uma sala ou

área para tal;

- O pessoal que recebe e manipula os recipientes com amostras deve conhecer os riscos potenciais

para a saúde e receber treinamento;

- Depois de utilizadas, as pipetas descartáveis ou de vidro devem ser completamente submergidas

num desinfetante apropriado. Devem ficar no desinfetante durante o tempo que for indicado antes

de serem eliminadas ou lavadas e esterilizadas para nova utilização;

- Os recipientes devem ser abertos numa câmara de segurança biológica;

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- Para evitar a dispersão de material infeccioso a área de trabalho deve ser coberta com material

absorvente que depois será eliminado como resíduo infectante;

- As zonas de trabalhos devem ser descontaminadas no fim de cada período de trabalho;

- A utilização e limitações das CSB devem ser explicadas a todos os usuários, e vale ressaltar que as

CSB não protegem contra derrame, quebra ou técnica deficiente;

- O painel de vidro das CSB não deve ser aberto durante o funcionamento;

- Não bloquear o fluxo de ar interno ou as grelhas das CSB;

- A circulação interna de ar deve funcionar pelo menos 5 minutos antes e depois do trabalho

terminado;

- Durante procedimentos que possam resultar em projeções de material potencialmente infeccioso,

deve proteger-se a face, olhos e boca.

- Redobrar os cuidados com a manipulação de materiais perfuro-cortantes;

- Nunca reencapar agulhas;

- Os materiais perfuro-cortantes devem ser descartados em recipientes especiais imperfuráveis e

com tampa;

13.2. Manipulação de Sangue e Soro

- Este trabalho só deve ser realizado por pessoal devidamente formado;

- Devem utilizar-se luvas e proteção para os olhos e as membranas mucosas;

- Projeções e aerossóis só podem ser evitados ou minimizados com boas técnicas de laboratório.

- O sangue e o soro devem ser pipetados cuidadosamente e não vazados de um recipiente para

outro;

- Pipetar com a boca deve ser proibido;

- Depois de utilizadas, as pipetas descartáveis ou de vidro devem ser completamente submergidas

num desinfetante apropriado. Devem ficar no desinfetante durante o tempo que for indicado antes

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de serem eliminadas ou lavadas e esterilizadas para nova utilização;

- Tubos de amostras contendo coágulos de sangue, etc. destinados a ser eliminados devem ser

tapados com as suas tampas e colocados em recipientes estanques apropriados para esterilização em

autoclave e/ou incineração.

- Desinfetantes adequados devem estar disponíveis para limpar salpicos e derrames.

13.3. Manipulação de produtos químicos

- No laboratório só devem ser armazenadas as quantidades de produtos químicos necessárias para

uso diário.

- Os produtos químicos não devem ser armazenados em ordem alfabética para evitar

incompatibilidade químicas

-Para evitar incêndios e/ou explosões, as substâncias mencionadas na coluna da esquerda do Tabela

4 devem ser armazenadas e manipuladas de maneira a não entrarem em contato com as substâncias

da coluna da direita.

Tabela 4 - Regras gerais sobre incompatibilidades químicas

CATEGORIA DA SUBSTÂNCIA SUBSTÂNCIAS INCOMPATÍVEIS

Metais alcalinos como sódio, potássio, césio e

lítio

Dióxido de carbono, hidrocarbonetos, clorados e

água

Halogéneos Amoníaco, acetileno, hidrocarbonetos

Ácido acético, sulfito de hidrogénio, anilina,

hidrocarbonetos, ácido sulfúrico

Agentes oxidantes como ácido crómico, ácido

nítrico, peroxidos, permanganatos

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13.4. Lavagem e higienização das mãos

A higienização das mãos é reconhecida, mundialmente, como uma medida primária, mas muito

importante no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Por este motivo, tem sido

considerada como um dos pilares da prevenção e controle de infecções dentro dos serviços de

saúde, incluindo aquelas decorrentes da transmissão cruzada de microrganismos multirresistentes.

13.5. Transporte de amostras biológicas e materiais infecciosos

Transporte intralaboratorial O transporte das amostras entre unidades operacionais necessita de cuidados especiais para evitar

que ocorram acidentes:

a) para o transporte destes materiais, são usadas caixas resistentes à ação de desinfetantes químicos.

Estas caixas devem permitir que o material a ser transportado fique em posição que evite

derramamentos e são desinfetadas diariamente;

b) no transporte entre unidades, o técnico usa jaleco e luvas como proteção;

Transporte interlaboratorial Substâncias infecciosas e amostras para diagnóstico são classificadas como produtos perigosos,

sendo expressamente proibida a remessa não identificada desses materiais, de acordo com as

regulamentações nacionais e internacionais para o transporte seguro de materiais infecciosos por

qualquer via de transporte.

É necessário que os remetentes de substâncias infecciosas e amostras para diagnóstico conheçam

suas responsabilidades em relação às regulamentações pertinentes.

Os princípios do transporte seguro por via terrestre são os mesmos que para o aéreo ou

internacional. O material não deve vazar da embalagem em condições normais de transporte.

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Exigências  em  Relação  à  Embalagem    As amostras (substâncias infecciosas e materiais biológicos para fins de diagnóstico) são

acondicionadas para transporte num sistema de embalagem tripla, como pode ser observado nas

ilustrações a seguir. A embalagem apropriada serve para assegurar a integridade dos materiais

enviados e minimizar o risco potencial de danos durante o seu transporte.

O sistema triplo básico para embalagem consiste de três recipientes:

Recipiente primário:

a) é um recipiente à prova de vazamento, etiquetado, que contém a amostra, como um tubo de

cultura, um frasco de vidro ou outros recipientes similares;

b) o recipiente primário é envolvido em material absorvente suficiente para absorver todo o fluido

em caso de ruptura;

c) usa-se um sistema de selagem a prova de vazamentos;

d) as tampas de rosca são reforçadas com fita adesiva ou filme plástico.

Recipiente secundário:

a) é um segundo recipiente à prova de vazamentos, que encerra e protege o(s) recipiente(s)

primário(s);

b) podem ser colocados vários recipientes primários num recipiente secundário;

c) quando forem colocados vários recipientes primários dentro de um secundário, os primários são

envoltos de forma individual;

d) é usado material absorvente suficiente para proteger todos os recipientes primários e evitar

choques entre eles.

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Embalagem externa

a) destinada a proteger o recipiente secundário e o seu conteúdo de fatores externos, tais como o

impacto físico e a água, durante o transporte;

b) entre o recipiente secundário e a embalagem externa vão os formulários com dados da amostra,

cartas e outras informações que identifiquem ou descrevam a amostra e também que identifiquem o

remetente e o destinatário;

c) substâncias infecciosas são classificadas como mercadorias perigosas. As embalagens contendo

estes materiais precisam ter rótulo que defina o conteúdo como substância infecciosa:

• na classificação de risco das Nações Unidas (NU ou UN) a Classe 6 se refere às Substâncias

Tóxicas e Infecciosas;

Figura 6

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• a divisão 6.2 inclui substâncias que são infecciosas para os seres humanos e/ou para os animais,

organismos e microrganismos modificados geneticamente, produtos biológicos, amostras

para diagnóstico e resíduos clínicos e médicos;

• as remessas contendo substâncias infecciosas para os seres humanos e/ou animais (categoria A)

apresentam no rótulo o símbolo de risco biológico e ainda outro rótulo com os dizeres Substâncias

Infecciosas que afetam seres humanos e/ou animais, o nome do agente biológico e as letras UN

seguidas do número 2814 , conforme mostra a figura ilustrativa a seguir.

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• para amostras para diagnóstico (categoria B) basta o rótulo contendo os dizeres UN3373, como

mostram as ilustrações acima e a seguir..

Figura 7

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Remessas  com  Gelo  ou  Gelo  Seco  (dióxido  de  carbono  sólido)    Quando for usado gelo comum ou gelo seco numa remessa, este material deve ser colocado por fora

do recipiente secundário. No caso do gelo comum, este deve ser colocado num recipiente

impermeável e o pacote externo de envio também deve ser impermeável.

O recipiente secundário deve ser colocado dentro do pacote exterior de envio com um suporte

interno para assegurar que este recipiente permaneça na posição original e prevenir que sofra algum

dano se o gelo seco derreter ou evaporar.

O gelo seco NÃO deve ser colocado dentro do recipiente primário ou secundário, pois existe risco

de explosão.

Se for usado gelo seco o pacote externo de envio deve permitir o escape do dióxido de carbono.

É importante que o expedidor coordene a remessa com a operadora e o destinatário quando esta

contém gelo seco como refrigerante, já que a remessa deve ser recebida pelo destinatário antes que

o gelo seco tenha se dissipado.

O uso de gelo seco é sinalizado com o símbolo ao lado, que deve estar afixado na embalagem

externa, juntamente com a informação da sua quantidade em peso. Seu número UN é 1845.

Figura 8

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Remessa  da  Amostra    Para ser eficiente, o transporte das substâncias infecciosas depende da perfeita coordenação entre

remetente, transportadora e laboratório de destino.

a) responsabilidades do remetente:

• estabelecer um entendimento prévio com a empresa de transporte e o destinatário, a fim de

garantir que as amostras sejam recebidas, evitando sua chegada num final de semana ou dia

não-útil, e a remessa seja feita pela rota mais direta;

• preparar a documentação necessária para o envio;

• informar o destinatário em tempo hábil sobre todos os dados relativos ao transporte.

b) responsabilidades do destinatário:

• obter junto às autoridades nacionais a autorização necessária para a importação (se for o

caso);

• fazer os acertos para receber a remessa da forma mais eficiente e oportuna logo que esta

chegue ao seu destino;

• avisar o laboratório remetente imediatamente sobre o recebimento da amostra.

Figura 9

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14. Descontaminação e Esterilização Os materiais utilizados em laboratórios de saúde e os locais onde são executados os procedimentos

de laboratório podem veicular agentes infecciosos se não forem descontaminados após cada uso.

Assim, a limpeza, desinfecção ou esterilização dos materiais e a limpeza dos ambientes são ações

preventivas de biossegurança.

Os procedimentos para descontaminação e esterilização dependerão do agente infeccioso

manipulado. O tempo de exposição ao desinfetante é especifico para cada material e fabricante e

recomendado em procedimento específico para os laboratórios da Fiocruz Rondônia.

É importante a conscientização sobre o risco de transmissão de infecções e dos limites de cada

método de descontaminação na escolha do processo mais adequado.

Essa conscientização se inicia pelo conhecimento dos conceitos de cada processo, de modo a torná-

los compreensíveis e utilizáveis na prática.

A descontaminação consiste na utilização de processos que eliminam total ou parcialmente

microrganismos. O mesmo termo é utilizado para remoção ou neutralização de produtos químicos

perigosos e materiais radioativos. O objetivo da descontaminação é tornar qualquer material seguro

para o descarte final ou para a reutilização.

Os processos seguintes são utilizados de acordo com o nível de descontaminação que se pretende

alcançar:

• Limpeza

• Desinfecção

• Esterilização

Limpeza É o conjunto de ações que visa à remoção de sujeiras e detritos, com a finalidade de manter em

estado de asseio objetos e superfícies.

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É o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização, constituindo o núcleo

de todas as ações referentes aos cuidados de higiene de objetos e superfícies.

Recomendações

As operações de limpeza compreendem a lavação com água e sabão, escovação, fricção ou

esfregação e o uso de pano úmido.

A varredura e espanação secas são proibidas, pois estas práticas espalham no ar e nas superfícies

limpas poeiras, matérias estranhas e microrganismos.

Desinfecção

É o processo de destruição de agentes infecciosos em forma vegetativa existentes em superfícies

inertes, como pisos cerâmicos, fórmica, granito, aço inox e outros, através de procedimentos físicos

ou químicos.

Os meios químicos compreendem os germicidas (desinfetantes), que podem ser líquidos ou

gasosos, e os meios físicos, o calor.

Desinfecção por meio químico liquido:

Há muitos tipos de germicidas químicos (desinfetantes). A escolha destes produtos deve ser feita

cuidadosamente de acordo com as necessidades específicas. Muitos desinfetantes são nocivos para a

saúde e também para o meio ambiente. Por isso, ao serem manuseados ou preparados deve-se

utilizar equipamentos de proteção, tais como luvas, jalecos e óculos de proteção. São utilizados e

descartados com cuidado, de acordo com as instruções do fabricante.

A seguir são apresentados os produtos mais comumente utilizados e o seu procedimento e a

indicação de uso:

Formaldeído Apresenta atividade para bactérias gram-positivas e gram-negativas na forma vegetativa, incluindo

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as micobactérias, fungos, vírus lipofílicos, hidrofílicos e esporos bacterianos.

É utilizado para descontaminação através de fumigação das cabines de segurança biológica. Em

função da sua alta toxicidade e caráter irritante para os olhos e aparelho respiratório não é

recomendado para desinfecção rotineira de superfícies, equipamentos e vidrarias.

É recomendado para fumigação de Cabines de Segurança Biológica. Esse procedimento desse ser

acompanhado pela Gerência da Qualidade da Fiocruz Rondônia.

Álcoois Os álcoois mais empregados em desinfecção são o etanol ou álcool etílico e o isopropanol ou álcool

isopropílico. Apresentam atividade rápida sobre bactérias, mas não possuem atividade sobre

esporos bacterianos e vírus hidrofílicos.

O álcool etílico tem maior atividade germicida, menor custo e menor toxicidade que o isopropílico.

O mecanismo de ação dos álcoois ainda não foi totalmente elucidado, sendo a desnaturação de

proteínas a explicação mais plausível. Na ausência de água as proteínas não são desnaturadas tão

rapidamente quanto na presença desta, razão pela qual o etanol absoluto é menos ativo do que as

suas soluções aquosas.

Em relação à concentração, estudos demonstraram que a atuação do etanol sobre os microrganismos

em meio aquoso se faz entre 60 e 80%, enquanto o álcool sem diluir não inativa os microrganismos.

a) indicações de uso: O álcool a 70%(v/v) é um dos desinfetantes mais empregados no laboratório,

sendo muito utilizado para anti-sepsia da pele, desinfecção e descontaminação de bancadas, cabines

de segurança biológica, estufas, banhos-maria, geladeiras, congeladores e centrífugas. Após a

limpeza com água e sabão deve-se esfregar um pano ou algodão embebido com álcool a 70%.

b) procedimento:

• imergir o produto no álcool ou friccioná-lo na superfície;

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• deixar secar sozinho e repetir por 3 vezes (a rápida evaporação limita o tempo de contato);

• é contra-indicado o uso em acrílico. Enrijece borrachas e tubos plásticos.

c) como preparar Álcool etílico a 70%:

• como o peso de 70g de álcool etílico PA ou álcool etílico comercial (96o) corresponde a

aproximadamente 77 ml na prática, para preparar uma solução de álcool etílico a 70%, admite-se a

utilização de 77 ml de álcool etílico PA ou comercial 96o mais 23 ml de água destilada. Devem ser

medidos em provetas separadas pois o álcool sofre contração e o volume final será diferente

utilizando a mesma proveta.

Hipoclorito de sódio Composto inorgânico liberador de cloro ativo. É o mais utilizado e é muito ativo para bactérias na

forma vegetativa, gram-positivas e negativas, micobactérias, esporos bacterianos, fungos, vírus

lipofílicos e hidrofílicos.

a) indicações de uso:

• no laboratório são apropriados para desinfecção em geral de objetos e superfícies inanimadas,

inclusive as contaminadas com sangue e outros materiais orgânicos e para recipientes de descarte de

materiais, como ponteiras, swabs e outros objetos que contenham pouca matéria orgânica;

• o tempo de exposição para desinfecção de superfícies de laboratório e qualquer superfície

contaminada é de 10 minutos, com 1% de cloro ativo (10.000 ppm);

• na desinfecção de cozinhas, depósitos de água e bebedouros deixar agir por 60 minutos, em 0,02%

de cloro ativo (200ppm).

b) recomendações de uso:

• o hipoclorito de sódio tem capacidade corrosiva e descolorante e não é utilizado em metais e

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mármore devido a estas características;

• seu efeito é limitado na presença de muita matéria orgânica;

• os materiais submetidos até a concentração de 0,02% não necessitam de enxágüe;

• as soluções devem ser estocadas em lugares fechados, frescos e em frascos escuros.

c) efeitos adversos:

• é tóxico, causando irritação da pele e olhos. Quando ingerido provoca irritação e corrosão das

membranas mucosas;

• a inalação do ácido hipocloroso provoca tosse e choque, podendo causar irritação severa do trato

respiratório.

d) formulações:

• para preparar uma solução percentual de hipoclorito deve-se levar em conta a concentração

de cloro ativo indicada no rótulo do hipoclorito que se tem disponível.

Notas:

1. O hipoclorito é preparado diariamente no volume necessário para o trabalho.

2. Cuidados a serem tomados na desinfecção por meio químico líquido:

• utilizar os EPI;

• garantir farta ventilação do local;

• imergir os materiais na solução, evitando a formação de bolhas de ar;

• observar o tempo correto de exposição ao produto;

• manter os recipientes tampados;

• enxaguar os materiais submetidos a estes produtos várias vezes para eliminar os resíduos do

produto utilizado. Evitar recipientes de múltiplo uso;

• secar e acondicionar o material em recipiente ou invólucro adequado.

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Esterilização

É o processo de destruição ou eliminação total de todos os microrganismos na forma vegetativa e

esporulada através de agentes físicos ou químicos.

Os meios químicos compreendem os germicidas que podem ser líquidos ou gasosos. Na Fiocruz

Rondônia utilizam-se os meior físicos de esterilização.

Os meios físicos são o calor, em suas formas seca e úmida, como o método mais tradicional de

esterilização. Na Fiocruz Rondônia utiliza-se apenas a esterilização por calor úmido.

Esterilização por calor úmido Autoclavação:

É um processo rápido. A esterilização é efetuada de 10 a 30 minutos, dependendo do material, a

uma temperatura de 121°C a 134°C, sob pressão.

As autoclaves são equipamentos que realizam o processo de esterilização utilizando vapor saturado,

sob pressão. São indicadas para a esterilização de materiais termorresistentes.

a) recomendações:

• os invólucros para esterilização são permeáveis ao vapor. Na Fiocruz Rondônia utiliza-se papel

madeira, mas pode ser utilizado o papel crepado, inclusive sendo este ultimo o mais recomendado.

• materiais contaminados são autoclavados por 30 minutos em temperatura de 121°C;

• materiais limpos são autoclavados por 10 a 20 minutos (dependendo da autoclave) em

temperatura de 121°C;

• antes da autoclavação do material limpo, é colocada em cada pacote uma fita adesiva

termossensível, que indica se este foi realmente exposto a altas temperaturas. Esta fita muda de cor

quando exposta à autoclavação, mas indica unicamente se a temperatura foi atingida e não o tempo

durante o qual ela foi mantida.

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b) como colocar o material dentro da autoclave para esterilização:

• os materiais são colocados folgadamente dentro da câmara para que o vapor circule livremente;

todos os materiais precisam estar acondicionados em recipientes pequenos e rasos, com aberturas

para facilitar a retirada do ar e permitir a boa penetração do calor;

• os sacos de autoclave precisam estar ligeiramente abertos para que o vapor possa penetrar no seu

conteúdo;

• o carregamento de materiais na autoclave não deve ultrapassar 2/3 da capacidade da câmara e a

distribuição destes é feita de forma a garantir a circulação do vapor. Com a câmara muito carregada

a penetração do calor será inadequada e parte da carga deixará de ser esterilizada, ou seja, a

autoclavação perde a eficiência se o vapor não atingir todos os materiais.

c) monitoramento:

• são realizados testes biológicos com Geobacillus ao término de todas as manutenções realizadas,

sejam elas preventivas ou corretivas;

• é feita a identificação visual dos pacotes com fita termossensível, para assegurar que o material

passou pelo calor;

d) outros cuidados a serem observados no uso das autoclaves:

• a câmara e as vedações da porta precisam ser inspecionadas regularmente por um técnico

qualificado;

• é indispensável manter a principal válvula de vapor fechada e esperar que a temperatura da câmara

caia abaixo de 80°C, antes de abrir a porta, a não ser que a autoclave possua um dispositivo de

segurança que impeça a abertura da porta enquanto a câmara estiver sob pressão;

• antes de abrir e descarregar a autoclave convém abrir a porta apenas alguns milímetros, deixando-

a nesta posição durante cerca de 5 minutos;

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• a pessoa que abre a autoclave precisa usar luvas e máscaras com visor para proteção de braços,

mãos, face e pescoço, mesmo que a temperatura do conteúdo da autoclave já tenha caído para 80°C;

• a responsabilidade pelo manuseio da autoclave e pelos cuidados de rotina com a mesma é confiada

a funcionários capacitados e qualificados;

• deve-se ter o cuidado de verificar se as válvulas de escape da autoclave tipo panela de pressão não

estão obstruídas por papel ou outros materiais que se encontram no meio da carga.

15. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA Uma das formas mais imediatas de identificar um risco é através da simbologia. Os colaboradores

devem estar familiarizados com a simbologia. A seguir são mostrados alguns exemplos de símbolos

associados à riscos.

O uso da sinalização de segurança visa:

- instruir e informar normas de procedimentos;

- advertir contra riscos;

- identificar as canalizações para a condução de líquidos e gases;

- identificar os equipamentos de segurança;

- delimitar áreas.

Os laboratórios devem ser devidamente sinalizados com instruções claras e objetivas, indicando as

áreas de risco, rotas de evacuação em caso de emergência, telefones de interesse, locais de

extintores de incêndio, etc. Os símbolos devem ser colocados somente nos locais onde existe o

risco. Quando a fonte desse risco for removida o símbolo deve ser retirado. Todos os trabalhadores

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devem ser instruídos sobre esses símbolos e sobre as devidas precauções que devem ser tomadas.

A NR-26 define as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes,

identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações

empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases e advertindo contra riscos.

Principais cores de sinalização empregadas nos laboratórios e seus significados. As placas podem

ou não vir acompanhadas de frase de significado:

Tipo de

Sinalização

Formato Exemplo Significado

Sinalização de

Emergência

Forma retangular,

fundo verde e

pictograma branco

Chuveiro de

emergência

Sinalização de

Aviso

Forma triangular,

fundo amarelo,

contorno e pictograma

pretos

Atenção: risco de

choque

Sinalização de

Obrigação

Forma circular, fundo

azul e pictograma

branco

Obrigatório lavar as

mãos

Sinalização de

Proibição

Forma circular, fundo

branco, contorno

vermelho e

Proibido comer e

beber

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pictograma preto

16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7500:2009 -

Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos.

Rio de Janeiro, 2009. 59 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7501:2011 - Transporte

terrestre de produtos perigosos – Terminologia. Rio de Janeiro, 2011. 17 p.

BRASIL, 2004. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução da Diretoria

Colegiada – RDC No 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o

gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diário Oficial da União; Poder Executivo. Brasília,

10 dez. 2004.

BRASIL, Lei No 11.105, de 24 de março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art.

225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de

atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o

Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de

Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei

no 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória no 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os

arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e 16 da Lei no 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras

providências. Agosto de 2012 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-

2006/2005/lei/l11105.htm

BRASIL, 2006. Ministério da Ciência e Tecnologia. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança

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– CTNBio. Resolução Normativa No 01, de 01 de junho de 2006. Dispõe sobre a instalação e o

funcionamento das Comissões Internas de Biossegurança (CIBios) e sobre os critérios e

procedimentos para requerimento, emissão, revisão, extensão, suspensão e cancelamento do

Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB).

BRASIL, 2006. Ministério da Ciência e Tecnologia. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança

– CTNBio. Resolução Normativa No 02, de 27 de novembro de 2006. Dispõe sobre a classificação

de riscos de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e os níveis de biossegurança a serem

aplicados nas atividades e projetos com OGM e seus derivados em contenção. Agosto de 2012.

BRASIL, 2005. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente –

CONAMA. Resolução no 358, de 29 de Abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição

final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder

Executivo. Brasília, 04 mai. 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.

Departamento de Ciência e Tecnologia. Classificação de risco dos agentes biológicos. Brasília:

Editora do Ministério da Saúde, 2010. 44 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.

Departamento de Ciência e Tecnologia. Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com agentes

biológicos – 2. ed. - Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. 52 p.

BRASIL, 2010. Ministério da Saúde. Portaria 3204 de 20 de outuubro de 2010. Aprova Norma

Técnica de Biossegurança para Laboratórios de Saúde Pública. Diário Oficial da União, Brasília, 20

de out. de 2010.

BRASIL, 1978. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria 3.214 de 08 de junho de 1978. Aprova

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as Normas Regulamentadoras – NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do

Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, Brasília, 06 jul.

1978.

BRASIL, 2011. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 26 – Sinalização de Segurança. Portaria

SIT n.o 229, de 24 de maio de 2011. Diário Oficial da União, Poder Executivo. Brasília, 27 de maio

de 2011.

BRASIL, 2005. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria N.° 485, de 11 de novembro de 2005

Norma regulamentadora n.o 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde).

Diário Oficial da União, Brasília, 16 nov. 2005 – Seção I.

COSTA, M. A. F. Qualidade em biossegurança, Rio de Janeiro, Qualitymark, 2000. Fundação

Oswaldo Cruz. Comissão Técnica de Biossegurança (Documento interno), 2003.

GOLDIM, J.R. Conferência de Asilomar, 1997. Agosto de 2012

<http://www.ufrgs.br/HCPA/gppg/asilomar.htm

CARVALHO, P. R. de. Boas práticas químicas em biossegurança, Rio de Janeiro: Interciência,

1999.

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, Comissão Técnica de Biossegurança. Procedimentos para a

Manipulação de Microorganismos Patogênicos e/ou Recombinantes na FIOCRUZ, Rio de Janeiro:

Editora Fiocruz, 2006

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, Vice Presidência de Serviços de Referência e Ambiente. Núcleo

de Biossegurança – NUBIO. Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo

Cruz, 2003.

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BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância

Epidemiológica. Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia – 3. ed. Brasília:

Editora do Ministério da Saúde, 2006. 290 p.

CARVALHO, P. R. de. Boas práticas químicas em biossegurança, Rio de Janeiro: Interciência,

1999.

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ANEXO A

Classificação e definição das classes de produtos perigosos

Classe 1 – EXPLOSIVOS

Classe 2 – GASES, com as seguintes subclasses:

Subclasse 2.1 – Gases inflamáveis

Subclasse 2.2 – Gases não-inflamáveis, não-tóxicos

Subclasse 2.3 – Gases tóxicos

Classe 3 – LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

Classe 4 – Esta classe se subdivide em:

Subclasse 4.1 – Sólidos inflamáveis

Subclasse 4.2 – Substâncias sujeitas a combustão espontânea

Subclasse 4.3 – Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis

Classe 5 - Esta classe se subdivide em:

Subclasse 5.1 – Substâncias oxidantes

Subclasse 5.2 – Peróxidos orgânicos

Classe 6 - Esta classe se subdivide em:

Subclasse 6.1 – Substâncias tóxicas (venenosas)

Subclasse 6.2 – Substâncias infectantes

Classe 7 – MATERIAIS RADIOATIVOS

Classe 8 – CORROSIVOS

Classe 9 – SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS

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Classificação SIGDA: 013.1

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ANEXO B

Classificação dos agentes químicos segundo seus graus de risco

Ao manusear produtos químicos, a primeira providência é ler as instruções do rótulo, no recipiente

ou na embalagem, observando a classificação quanto ao risco à saúde (R)* que ele oferece e à

medidas de segurança para o trabalho (S)**. O significado dos códigos referentes às colunas -

RISCO- e - MEDIDAS DE SEGURANÇA - estão no final da relação.

Riscos (R) * Cuidados (S) **

GRAU DE RISCO: 1

Ácido Cítrico 36 25 - 26

Ácido Crômico 8 - 35 28

EDTA 37 22

Ácido Fosfomolíbdico 8 - 35 22 - 28

Sulfato de cobre II 22 20

Nitrato de prata 34 24 – 25 - 26

Cromato de Potássio 36 – 37 - 38 22 - 28

GRAU DE RISCO: 2

Ácido Nítrico Fumegante 8 - 35 23 – 26 - 36

Ácido Sulfamílico 20 – 21- 22 25 - 28

Amoníaco 25% 36 – 37 - 38 26

Anídrico Acético 10 - 34 26

Anidrico Carbônico 2 3 – 4 – 7- 34

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Classificação SIGDA: 013.1

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Sulfato de Cádmio 23 – 25 – 33 - 40 13 – 22 - 44

Cianeto 26 – 27 – 28 - 32 1 – 7 – 28 – 29 - 45

Formalina 23 – 24 – 25 - 43 28

Nitrogênio – gás 2 3 – 4- 7- 34

O-toluidina 20 - 21 24 - 25

Oxigênio – gás 2 – 8 - 9 3 – 4- 7 – 18 - 34

Timerosal 26 – 27 – 28 - 33 13 – 28 – 36 - 45

GRAU DE RISCO: 3

Acetato de Etila 11 16 – 23 – 29 - 33

Acetato de Butila 11 9 – 16 – 23 - 33

Acetato 11 9 – 16 – 23 - 33

Ácido Clorídrico 34 26

Ácido Fórmico 31 - 37 23 - 26

Ácido Láctico 34 26 - 28

Ácido Perclórico 5 – 8 - 35 23 – 26 - 36

Ácido Sulfúrico 35 26 - 30

Ácido Tricloroacético 35 24 – 25 - 26

Acrilamida 23 – 24 – 25 - 33 27 - 44

Álcool Etílico 11 7 - 9 – 16 – 23 - 33

Álcool Isobutílico 10 - 20 16

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Álcool Metílico 11 – 23 - 25 7 – 16 - 24

Amoníaco 10 - 23 7 – 9 – 16 - 38

Anilina 23 – 24 – 25 - 33 28 – 36 – 37 - 44

Benzeno 11 – 23 -24 -29 9 – 16 - 29

Tetracloreto de Carbono 26 – 27 – 40 38 – 45

Clorofórmio 20 24 – 25

Fenol 24 – 25 – 34 28 – 44

Nitrobenzeno 26 – 27 – 28 – 33 28 – 36 – 37 – 45

Ozônio 9 - 23 17 – 23 – 24

Dicromato de Potássio 36 – 37 – 38 – 43 22 – 28

Hidróxido de Potássio 35 26 – 37 – 39

Permangato de Potássio 8 – 20 -21 -22 23 - 42

Tolueno 11 – 20 16 – 29 – 33

Xileno 10 - 20 24 - 25

GRAU DE RISCO: 4

Acetileno 5 – 6 -12 9 – 16- 33

Ácido acético 10 - 35 23 - 26

Ácido Fluorídrico 26 – 27 – 28 - 35 7 – 9 – 26 – 36 - 37

Ácido Pícrico 2 – 4 – 23 – 24 - 25 28 – 35 – 37 - 44

Ácido Sulfídrico 13 - 26 7 – 9 – 25 - 45

Azida Sódica 28 - 32 28

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* Códigos de risco - normas "R" 01 – Risco de explosão em estado seco. 02 – Risco de explosão por choque, ficção ou outras fontes de ignição. 03 – Grave risco de explosão por choque, ficção ou outras fontes ignição. 04 – Formar compostos metálicos explosivos 05 – Perigo de explosão pela ação do calor. 06 – Perigo de explosão com ou sem contato com o ar. 07 – Pode provocar incêndios. 08 – Perigo de fogo em contato com substâncias combustíveis. 09 – perigo de explosão em contato com subst6ancias combustíveis. 10 – Inflamável. 11 – Muito inflamável. 12 – Extremamente inflamável. 13 – Gás extremamente inflamável. 14 – Reage violentamente com a água. 15 – Reage com a água produzindo gases muito inflamáveis. 16 – Risco de explosão em misturas com substâncias oxidantes. 17 – Inflama-se espontaneamente ao ar. 18 – Pode formar misturas vaporar explosivas. 19 – Pode formar peróxidos explosivos. 20 – Nocivo por inalação. 21 – Nocivo em contato com a pele. 22 – Nocivo por ingestão. 23 – Tóxico por inalação. 24 – Tóxico em contato com a pele. 25 – Tóxico por ingestão. 26 – Muito tóxico por inalação. 27 – Muito tóxico em contato com a pele. 28 – Muito tóxico por ingestão. 29 – Libera gases tóxicos em contato com a água. 30 – Pode inflamar-se durante o uso. 31 – Libera gases tóxicos em contato com ácidos. 32 – Libera gases muito tóxicos em contato com ácidos. 33 – Perigo de efeitos cumulativos. 34 – Provoca queimaduras.

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Classificação SIGDA: 013.1

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35 – Provoca graves queimaduras. 36 – Irrita os olhos. 37 – Irrita o sistema respiratório. 38 – Irrita a pele. 39 – Risco de efeitos irreversíveis. 40 – Probabilidade de efeitos irreversíveis. 41 – Risco de grave lesão aos olhos. 42 – Probabilidade de sensibilização por inalação. 43 – Probabilidade de sensibilização por contato com a pele. 44 – Risco de explosão por aquecimento em ambiente fechado. 45 – Pode provocar câncer. 46 – Pode provocar dano genético hereditário. 47 – Pode provocar efeitos teratogênicos. 48 – Risco de sério dano à saúde pôr exposição prolongada. ** Códigos de medidas de segurança - normas "S" 01 – Manter fechado. 02 – Manter fora do alcance das crianças e pessoas leigas 03 – Manter em local fresco. 04 – Guardar fora de locais habitados. 05 – Manter em... (líquido inerte especificado pelo fabricante) 06 – Manter em... (gás inerte especificado pelo fabricante) 07 – Manter o recipiente bem fechado. 08 – Manter o recipiente em local seco. 09 – Manter o recipiente em local ventilado. 10 – Manter o produto em estado úmido. 11 – Evitar contato com o ar. 12 – Não fechar hermeticamente o recipiente. 13 – Manter afastado de alimentos. 14 – Manter afastado de... (substâncias incompatíveis) 15 – Manter afastado do calor. 16 – Manter afastado de fontes de ignição. 17 – Manter afastado de materiais combustíveis. 18 – Manipular o recipiente com cuidado. 19 – Não comer nem beber durante a manipulação. 20 – Evitar contato com alimentos. 21 – Não fumar durante a manipulação.

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22 – Evitar respirar o pó. 23 – Evitar respirar os vapores. 24 – Evitar contato com a pele. 25 – Evitar contato com os olhos. 26 – Evitar contato com os olhos, lavar com bastante água. 27 – Tirar imediatamente a roupa contaminada. 28 – Em caso de contato com a pele, lavar com... (especificado pelo fabricante) 29 – Não descartar resíduos na pia. 30 – Nunca verter água sobre o produto. 31 – Manter afastado de materiais explosivos. 32 – Manter afastado de ácidos e Não descartar na pia. 33 – Evitar a acumulação de cargas eletrostáticas. 34 – Evitar choque e fricção. 35 – Tomar cuidados para o descarte. 36 – Usar roupas de proteção durante a manipulação. 37 – Usar luvas de proteção apropriadas. 38 – Usar equipamento de respiração adequado. 39 – Proteger os olhos e rosto. 40 – Limpar corretamente os pisos e objetos contaminados. 41 – Em caso de incêndio ou explosão, não respirar os fumos. 42 – Usar equipamento de respiração adequado (fumigações). 43 – Usar o extintor correto em caso de incêndio. 44 – Em caso de mal-estar, procurar um médico. 45 – Em caso de acidente, procurar um médico. 46 – Em caso de ingestão, procurar imediatamente um médico, levando consigo o rótulo do frasco ou a descrição do conteúdo. 47 – Não ultrapassar a temperatura especificada. 48 – Manter úmido com o produto especificado pelo fabricante. 49 – Não passar para outro frasco. 50 – Não misturar com... (especificado pelo fabricante). 51 – Usar em áreas ventiladas. 52 – Não recomendável para uso interior em áreas de grande superfície.

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ANEXO C LISTA DE SUBSTÂNCIAS INCOMPATÍVEIS

SUBSTÂNCIA INCOMPATÍVEL COM : (Não devem ser armazenadas ou misturadas com)

Acetona Ácido nítrico (concentrado); Ácido sulfúrico (concentrado); Peróxido de hidrogênio

Acetonitrila Oxidantes, ácidos Ácido Acético Ácido crômico; Ácido nítrico; Ácido perclórico; Peróxido de

hidrogênio; Permanganatos

Ácido clorídrico Metais mais comuns; Aminas; Óxidos metálicos; Anidrido acético; Acetato de vinila; Sulfato de mercúrio; Fosfato de cálcio; Formaldeído; Carbonatos; Bases fortes; Ácido sulfúrico; Ácido clorossulfônico

Ácido clorossulfônico Materiais orgânicos; Água; Metais na forma de pó

Ácido crômico Ácido acético; Naftaleno; Cânfora; Glicerina; Alcoóis ; Papel

Ácido fluorídrico (anidro) Amônia (anidra ou aquosa); Ácido nítrico (concentrado)

Ácido acético; Acetona; Alcoóis; Anilina; Ácido crômico;

Ácido oxálico Prata e seus sais; Mercúrio e seus sais; Peróxidos orgânicos;

Ácido perclórico Anidrido acético; Alcoóis; Papel; Madeira; Ácido sulfúrico Cloratos; Percloratos; Permanganatos; Peróxidos orgânicos;

Metais alcalinos e alcalino- terrosos (como o sódio, potássio, lítio, magnésio, cálcio)

Dióxido de carbono; Tetracloreto de carbono e outros hidrocarbonetos clorados; Quaisquer ácidos livres; Quaisquer halogênios; Aldeídos; Cetonas; NÃO USAR ÁGUA, ESPUMA, NEM EXTINTORES DE PÓ QUÍMICO EM INCÊNDIO QUE ENVOLVAM ESTES METAIS. USAR AREIA SECA.

Álcool amílico, etílico e metílico

Ácido clorídrico; Ácido fluorídrico; Ácido fosfórico;

Álquil alumínio Hidrocarbonetos halogenados; Água; Amideto de sódio Ar; Água;

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Amônia anidra Mercúrio; Cloro; Hipoclorito de cálcio; odo,Bromo,Ácido fluorídrico, Prata;

Anidrido acético Ácido crômico; Ácido nítrico; Ácido perclórico; Compostos hidroxilados; Etileno glicol; Peróxidos; Permanganatos; Soda cáustica; Potassa cáustica; Aminas;

Anidrido maleico Hidróxido de sódio; Piridina e outras aminas terciárias;

Anilina Ácido nítrico; Peróxido de hidrogênio; Azidas Ácidos; Benzeno Ácido clorídrico; Ácido fluorídrico; Ácido fosfórico; Ácido nítrico

concentrado; Peróxidos; Bromo Amoníaco; Acetileno; Butadieno; Butano; Metano; Propano;

Outros gases derivados do petróleo; Carbonato de sódio; Benzeno; Metais na forma de pó; Hidrogênio;

Carvão ativo Hipoclorito de cálcio; Todos os agentes oxidantes;

Cianetos Ácidos; Cloratos Sais de amônio; Ácidos; Metais na forma de pó; Enxofre;

Materiais orgânicos combustíveis finamente -divididos; Cloreto de mercúrio Ácidos fortes; Amoníaco; Carbonatos; Sais metálicos; Álcalis

fosfatados; Sulfitos; Sulfatos; Bromo; Antimônio;

Cloro Amoníaco; Acetileno; Butadieno; Butano; Propano; Metano; Outros gases derivados do petróleo; Hidrogênio; Carbonato de sódio; Benzeno; Metais na forma de pó;

Clorofórmio Bases fortes; Metais alcalinos; Alumínio; Magnésio; Agentes oxidantes fortes;

Cobre metálico Acetileno; Peróxido de hidrogênio; Azidas Éter etílico Acido clorídrico; Ácido fluorídrico; Ácido sulfúrico; Ácido

fosfórico;

Fenol Hidróxido de sódio; Hidróxido de potássio; Compostos halogenados; Aldeídos;

Ferrocianeto de potássio Ácidos fortes; Flúor Isolar de tudo; Formaldeído Ácidos inorgânicos; Fósforo (branco) Ar; Álcalis; Agentes redutores; Oxigênio;

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Hidrazina Peróxido de hidrogênio; Ácido nítrico; Qualquer outro oxidante;

Hidretos Água; Ar; Dióxido de carbono; Hidrocarbonetos clorados;

Hidrocarbonetos (como o benzeno, butano, propano, gasolina, etc.)

Flúor; Cloro; Bromo; Ácido crômico; Peróxidos;

Hidróxido de amônio Ácidos fortes; Metais alcalinos; Agentes oxidantes fortes; Bromo; Cloro; Alumínio; Cobre; Bronze; Latão; Mercúrio;

Hidroxilamina Óxido de bário; Dióxido de chumbo; Pentacloreto e tricloreto de fósforo; Zinco; Dicromato de potássio;

Hipocloritos Ácidos; Carvão ativado Hipoclorito de sódio Fenol; Glicerina; Nitrometano; Óxido de ferro; Amoníaco; Carvão

ativado Iodo Acetileno; Hidrogênio; Líquidos Inflamáveis Nitrato de amônio; Ácido crômico; Peróxido de hidrogênio; Ácido

nítrico; Peróxido de sódio; Halogênios;

Mercúrio Acetileno; Ácido fulmínico (produzido em misturas etanol--ácido nítrico); Amônia; Ácido oxálico;

Nitratos Ácidos; Metais na forma de pó: Líquidos inflamáveis; Cloratos; Enxofre; Materiais orgânicos ou combustíveis finamente divididos; Ácido sulfúrico;

Oxalato de amônio Ácidos fortes; Óxido de etileno Ácidos; Bases; Cobre; Perclorato de magnésio; Óxido de sódio Água; Qualquer ácido livre; Pentóxido de fósforo Alcoóis; Bases fortes; Água; Percloratos Ácidos; Perclorato de potássio Ácidos; Ver também em ácido perclórico e cloratos;

Permanganato de potássio Glicerina; Etileno glicol; Benzaldeído; Qualquer ácido livre; Ácido sulfúrico;

Peróxidos (orgânicos) Ácidos (orgânicos ou minerais); Evitar fricção; Armazenar a baixa temperatura;

Peróxido de benzoíla Clorofórmio; Materiais orgânicos; Peróxido de hidrogênio Cobre; Crômio; Ferro; Maioria dos metais e seus sais; Materiais

combustíveis; Materiais orgânicos; Qualquer líquido inflamável; Anilina; Nitrometano; Alcoóis; Acetona;

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Classificação SIGDA: 013.1

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Peróxido de sódio Qualquer substância oxidável, como etanol, metanol, ácido acético glaciar, anidrido acético, benzaldeído, dissulfito de carbono, glicerina, etileno glicol, acetato de etíla, acetato de metila, furfural, álcool etílico, álcool metílico;

Potássio Tetracloreto de carbono; Dióxido de carbono; Água;

Prata e seus sais Acetileno; Ácido oxálico; Ácido tartárico; Ácido fulmínico; Compostos de amônio;

Sódio Tetracloreto de carbono; Dióxido de carbono; Água; Ver também em metais alcalinos;

Sulfetos Ácidos; Sulfeto de hidrogênio Ácido nítrico fumegante; Gases oxidantes; Teluretos Agentes redutores; Tetracloreto de carbono Sódio; Zinco Enxofre; Zircônio Água; Tetracloreto de carbono; Não usar espuma ou extintor de pó

químico em fogos que envolvam este elemento;