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EB70-MC-10.234 MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES Manual de Campanha DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR NAS OPERAÇÕES 1ª Edição 2017

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EB70-MC-10.234

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Manual de Campanha

DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

NAS OPERAÇÕES

1ª Edição 2017

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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Manual de Campanha

DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR NAS

OPERAÇÕES

1ª Edição 2017

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PORTARIA Nº 114-COTER, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017

Aprova o Manual de Campanha EB70-MC-10.234 Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear nas Operações, 1ª Edição, 2017, e dá outras providências.

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 11 do Regulamento do Comando de Operações Terrestres (EB10-R-06.001), aprovado pela Portaria do Comandante do Exército nº 691, de 14 de julho de 2014, e de acordo com o que estabelece o inciso II do art. 16 das INSTRUÇÕES GERAIS PARA O SISTEMA DE DOUTRINA MILITAR TERRESTRE – SIDOMT (EB10-IG-01.005), 5ª Edição, aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército nº 1.550, de 8 de novembro de 2017, resolve:

Art. 1º Aprovar o Manual de Campanha EB70-MC-10.234 Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear nas Operações, 1ª Edição, 2017, que com esta baixa.

Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogar o Manual de Campanha C 3-5 Operações Químicas, Biológicas e Nucleares, aprovado pela Portaria nº 050 - 3ª SCh/EME, de 9 de outubro de 1987.

Gen Ex PAULO HUMBERTO CESAR DE OLIVEIRA Comandante de Operações Terrestres

(Publicado no Boletim do Exército nº 52, de 29 de dezembro de 2017)

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As sugestões para o aperfeiçoamento desta publicação, relacionadas aos conceitos e/ou à forma, devem ser remetidas para o e-mail

[email protected] ou registradas no site do Centro de Doutrina do Exército http://www.cdoutex.eb.mil.br/index.php/fale-conosco

A tabela a seguir apresenta uma forma de relatar as sugestões dos leitores.

Manual Item Redação Atual

Redação Sugerida

Observação/Comentário

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FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO DE ORDEM

ATO DE APROVAÇÃO

PÁGINAS AFETADAS DATA

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ÍNDICE DE ASSUNTOS Pag

CAPÍTULO l – INTRODUÇÃO

1.1 Finalidade......................................................................................... 1-11.2 Considerações Iniciais...................................................................... 1-11.3 Definições......................................................................................... 1-2

CAPÍTULO II – CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE QUÍMICO, BIOLÓGICO, RADIOLÓGICO E NUCLEAR

2.1 Considerações Gerais...................................................................... 2-12.2 Ameaça Química.............................................................................. 2-12.3 Ameaça Biológica............................................................................. 2-42.4 Ameaça Radiológica......................................................................... 2-52.5 Ameaça Nuclear............................................................................... 2-62.6 Ameaça dos Materiais Industriais Tóxicos (MIT).............................. 2-7

CAPÍTULO III – PREPARO EM DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

3.1 Considerações Gerais...................................................................... 3-13.2 Níveis de Preparo em Defesa Química, Biológica, Radiológica e

Nuclear............................................................................................. 3-1

CAPÍTULO IV – ORGANIZAÇÃO DA DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

4.1 Considerações Gerais...................................................................... 4-14.2 Organização do Emprego da Defesa Química, Biológica, Radiológica

e Nuclear...................................................................................................... 4-14.3 Elementos de Emprego de Defesa Química, Biológica, Radiológica e

Nuclear.............................................................................................. 4-5

4.4 Escalões de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear.... 4-64.5 Missões Táticas de Defesa Química, Biológica, Radiológica e

Nuclear e Situação de Comando..................................................... 4-13

CAPÍTULO V – PLANEJAMENTO DA DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR 5.1 Considerações Gerais...................................................................... 5-15.2 Responsabilidades do Estado-Maior................................................ 5-2

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5.3 Planejamento.................................................................................... 5-35.4 Análise da Missão............................................................................ 5-65.5 Situação e sua Compreensão.......................................................... 5-65.6 Possibilidades do Inimigo, Linhas de Ação e Confronto.................. 5-85.7 Comparação das Linhas de Ação.................................................... 5-105.8 Decisão............................................................................................. 5-105.9 Emissão de Planos e Ordens........................................................... 5-11

CAPÍTULO VI – REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR 6.1 Considerações Gerais...................................................................... 6-16.2 Processo de Redução da Vulnerabilidade Química, Biológica,

Radiológica e Nuclear................................................................................. 6-16.3 Medidas para a Redução da Vulnerabilidade Química, Biológica,

Radiológica e Nuclear................................................................................. 6-3

CAPÍTULO VII – A DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR EM SITUAÇÃO DE GUERRA 7.1 Considerações Gerais...................................................................... 7-17.2 Realizar Inteligência, Reconhecimento, Vigilância e Aquisição de

Alvos Química, Biológica, Radiológica e Nuclear............................ 7-17.3 Prover a Proteção Química, Biológica, Radiológica e Nuclear.............. 7-27.4 Realizar o Alerta e Reporte Químico, Biológico, Radiológico e

Nuclear......................................................................................................... 7-37.5 Realizar o Reconhecimento e a Vigilância Química, Biológica,

Radiológica e Nuclear................................................................................. 7-47.6 Descontaminar................................................................................. 7-67.7 Prosseguir na Operação................................................................... 7-7

CAPÍTULO VIII – A DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR NAS OPERAÇÕES EM SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

8.1 Considerações Gerais...................................................................... 8-18.2 Integrar Esforços Interagências........................................................ 8-18.3 Manter a Prontidão da Defesa Química, Biológica, Radiológica e

Nuclear......................................................................................................... 8-28.4 Realizar o Alerta e o Reporte Químico, Biológico, Radiológico

e Nuclear..................................................................................................... 8-2

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8.5 Gerenciar o Evento Químico, Biológico, Radiológico e Nuclear............ 8-38.6 Estabilizar o Evento Químico, Biológico, Radiológico e Nuclear........... 8-4

CAPÍTULO IX – APOIO LOGÍSTICO PARA A DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

9.1 Considerações Gerais...................................................................... 9-19.2 Funções Logísticas........................................................................... 9-1

CAPÍTULO X – DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR DE INSTALAÇÕES 10.1 Considerações Gerais..................................................................... 10-110.2 Responsabilidades.......................................................................... 10-110.3 Coordenação................................................................................... 10-110.4 Plano de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear das Instalações.............................................................................................................. 10-3

ANEXO A – EXEMPLO DE MATRIZ DE AMEAÇA E DE REDUÇÃO DE VULNERABILIDADE QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR ANEXO B – ANEXO DE DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR AO PLANO/ORDEM DE OPERAÇÕES ANEXO C - EXEMPLO DE ANEXO DE DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR AO PLANO/ORDEM DE OPERAÇÕES ANEXO D - EXEMPLO DE DIRETRIZ DE EXPOSIÇÃO OPERATIVA GLOSSÁRIO REFERÊNCIAS

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CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE

1.1.1 Este manual de campanha (MC) tem por finalidade apresentar os conceitos básicos da defesa química, biológica, radiológica e nuclear (DQBRN), abordando a sua missão, a sua organização e o emprego dos seus diversos escalões nas operações em situação de guerra e de não guerra.

1.1.2 Destina-se, ainda, a orientar os militares cujas funções estão relacionadas com a DQBRN.

1.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1.2.1 A DQBRN compreende tarefas relacionadas ao reconhecimento, à detecção e à identificação de agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares, além da descontaminação de pessoal e material expostos.

1.2.2 As atividades de DQBRN possuem grande abrangência e devem ser executadas conforme o nível de capacitação dos elementos da Força Terrestre (F Ter). Compreendem desde ações básicas de proteção realizadas por todo o efetivo das organizações militares (OM) operativas (uso de equipamentos de proteção individual, por exemplo) até aquelas que exijam o emprego de OM especializadas (identificação de agentes QBRN, por exemplo).

1.2.3 Esta publicação doutrinária apresenta a missão, a organização e o emprego dos escalões da DQBRN nas ações de apoio às operações militares terrestres passíveis de serem desencadeadas por elementos de emprego da Força Terrestre.

1.2.4 A elaboração deste manual tomou como referência publicações do Ministério da Defesa (MD) e do Exército Brasileiro. Buscou-se assegurar a harmonia e o alinhamento dos procedimentos a serem adotados na DQBRN no âmbito da F Ter com os praticados nas operações conjuntas.

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1.2.5 As definições e os conceitos presentes neste manual e aqueles necessários para seu entendimento estão contidos nas publicações Glossário das Forças Armadas e Glossário do Exército Brasileiro.

1.3 DEFINIÇÕES

1.3.1 ARMA DE DESTRUIÇÃO EM MASSA (ADM): arma dotada de um elevado potencial de destruição e que pode ser empregada contra um grande número de pessoas, infraestruturas ou recursos de qualquer espécie.

1.3.2 ARMA QBRN: é o artefato projetado e construído com o propósito de causar a liberação de agente químico, biológico, material radioativo ou de gerar uma detonação nuclear sobre determinado alvo. Devido à magnitude de seus efeitos, é considerada uma ADM.

1.3.3 AMEAÇA QBRN: é a intenção de proliferar ou de empregar ADM (Armas QBRN) convencionais ou dispositivos improvisados que disseminem o perigo QBRN.

1.3.4 PERIGO QBRN: é toda gama de agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares que produzem efeitos nocivos à saúde e à integridade de materiais. É gerado pelo ataque com ADM (Arma QBRN) ou pela disseminação acidental ou deliberada de materiais industriais tóxicos.

1.3.5 MATERIAIS INDUSTRIAIS TÓXICOS(MIT): são as substâncias tóxicas ou radioativas na forma sólida, líquida, aerossol ou gasosa que podem ser utilizadas ou armazenadas para uso industrial, comercial, médico, militar ou doméstico. Os MIT podem ser químicos, biológicos ou radiológicos e, por isso, são classificados como compostos químicos industriais tóxicos (QIT), biológicos industriais tóxicos (BIT) ou radiológicos industriais tóxicos (RIT).

1.3.6 MENSAGEM QBRN: meio utilizado para realizar a difusão de informações de interesse sobre o perigo QBRN. São escalonadas de 1 a 6, conforme o seu conteúdo (Tab 1-1).

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MENSAGEM QBRN DESCRIÇÃO

1 Reporte do observador que fornece dados iniciais, básicos e não especializados sobre o emprego de ADM por força oponente e/ou o perigo QBRN.

2 Reporte que esclarece, compara e consolida os dados fornecidos pelas mensagens QBRN 1.

3 Alerta imediato sobre a predição da contaminação QBRN e áreas de perigo.

4

Reporte de dados da detecção de perigos QBRN, fornecidos pelos meios especializados do sensoriamento QBRN. São de dois tipos: (1) caso o ataque não seja observado, a mensagem QBRN 4 será o primeiroindicador do perigo QBRN; e(2) durante a realização do reconhecimento ou da vigilância QBRN, amensagem QBRN 4 fornece dados sobre a contaminação detectada.

5 Alerta de confirmação de áreas contaminadas.

6 Reporte detalhado e informações adicionais sobre o incidente QBRN.

As mensagens QBRN possuem especificidades que são determinadas conforme cada tipo de perigo QBRN.

Tab 1-1 – Mensagens QBRN

1.3.7 As atividades da DQBRN são: o sensoriamento, a segurança e a descontaminação QBRN (Fig 1-1).

1.3.7.1 Sensoriamento QBRN (detecção de agentes): consiste na atividade de determinar a presença ou não de agente QBRN em determinado local ou área para contribuir com o objetivo de evitar a contaminação. Os níveis de detecção e identificação QBRN são apresentados a seguir. a) Presuntiva: neste nível se realiza a detecção da presença ou não do perigoQBRN e/ou sua identificação inicial. Apresenta nível de precisão baixo.b) Confirmação de campo: confirmação da presença e identificação do tipo deperigo QBRN. É realizada com meios orgânicos da organização militar (OM)DQBRN. Utiliza no mínimo 02 (dois) tipos de detectores e identificadores comtecnologias distintas entre si. Apresenta nível de precisão moderado e orientaatividades da DQBRN a serem realizadas.c) Validação: valida a detecção e/ou identificação do tipo e a mensuração doperigo QBRN. É realizada com meios adicionais aos da OM DQBRN. Utilizalaboratórios móveis com equipamentos de sensoriamento de alta tecnologiapara análise de amostras coletadas.d) Definitiva: realiza a certificação final da detecção e/ou identificação do tipo eda mensuração do perigo QBRN. Utiliza laboratórios fixos com equipamentosde sensoriamento de alto desempenho.

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1.3.7.2Segurança QBRN (proteção): é uma das formas de evitar a contaminação e deve ser adotada quando da iminência ou da presença confirmada de substâncias QBRN. Pode ser de ordem individual, coletiva ou tática.

1.3.7.3 Descontaminação QBRN: compreende todos os trabalhos realizados com a finalidade de tornar inofensivos, dentro do possível, os agentes QBRN que se tenham acumulado sobre o pessoal, material, equipamentos, viaturas e até mesmo áreas reduzidas. As tarefas de descontaminação são descritas a seguir. a) Imediata: (individual) realizada pela tropa, nos locais onde o perigo QBRN seja detectado no nível presuntivo. Impede que a contaminação penetre na pele nos primeiros minutos, preservando a vida. b) Operativa: realizada com os próprios meios da OM, nos locais livres de contaminação verificada pela detecção de nível de confirmação de campo. Tem por objetivo permitir o prosseguimento das operações. c) Completa: realizada com os meios orgânicos da OM DQBRN, nos locais considerados livres de contaminação verificada pela detecção de nível de confirmação de campo ou de validação. Tem por objetivo impedir que o perigo QBRN se espalhe para fora da zona de combate. d) Liberação: realizada por meios adicionais à OM DQBRN, nos locais considerados livres de contaminação verificada pela detecção de nível validação. Tem por objetivo impedir que o perigo QBRN se espalhe para fora do teatro de operações (TO).

1.3.8 O sistema QBRN tem por objetivo integrar as atividades QBRN (sensoriamento, segurança e descontaminação).

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Fig 1-1 – Atividades da DQBRN

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CAPÍTULO II

CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE QUÍMICO, BIOLÓGICO, RADIOLÓGICO E NUCLEAR

2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

2.1.1 A existência de arma de destruição em massa é uma ameaça potencial em diferentes áreas do mundo. Seu emprego está condicionado à capacidade de proteção, dos meios de disseminação dos agentes QBRN e às intenções de uso por parte do detentor.

2.1.2 A proliferação de ADM possui obstáculos técnicos de diferentes graus. A proliferação de armas nucleares está condicionada à existência de grande infraestrutura tecnológica, mas que não impede a obtenção indireta por grupos aquém destas capacidades técnicas. A fabricação de agentes químicos é possível por meio de infraestrutura industrial pouco desenvolvida. O perigo biológico aumenta com os avanços da biotecnologia e pode ser facilmente desenvolvido em centros industriais, de pesquisas ou mesmo em pequenos laboratórios.

2.1.3 O lançamento e a dispersão de agentes QBRN podem ser realizados por diversos meios, tais como: mísseis, foguetes, aeronaves, artilharia de campanha e aerossóis de difícil detecção.

2.1.4 Adicionalmente, existe o perigo potencial de acidentes, ações militares ou atentados terroristas sobre instalações industriais que usem materiais industriais tóxicos. Tais instalações normalmente se localizam em grandes centros urbanos, potencializando o risco sobre a população civil.

2.2 AMEAÇA QUÍMICA

2.2.1 Os agentes químicos se classificam em: a) agentes letais: possuem a capacidade de produzir mortes; e b) agentes incapacitantes: produzem incapacidade transitória.

2.2.2 Estes agentes podem afetar o moral da tropa, devido à fadiga provocada pelo uso de equipamento de proteção individual (EPI) e pelo efeito psicológico que produzem (Fig 2-1).

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2.2.3 AGENTES QUÍMICOS LETAIS

2.2.3.1 Os agentes químicos letais são classificados de acordo com os efeitos fisiológicos causados sobre o pessoal, a saber (Tab 2-1): a) neurotóxico: altamente tóxicos, estando relacionados quimicamente com compostos organofosforados. Podem ser absorvidos em qualquer superfície corporal (pele, olhos e vias respiratórias) quando na forma de vapor ou aerossol; b) hemotóxico: produzem seus efeitos ao interferir na oxigenação das células. A via normal de entrada no organismo é pelas vias áreas e a morte se dá por falência respiratória; c) sufocantes: atacam o tecido dos pulmões causando edema pulmonar; e d) vesicantes: causam profundas queimaduras e infecções subsequentes.

Fig 2-1 – Fração utilizando EPI

2.2.4 AGENTES QUÍMICOS INCAPACITANTES

2.2.4.1 Os agentes químicos incapacitantes são classificados conforme os efeitos (Tab 2-1): a) incapacitantes físicos: são os agentes químicos letais empregados em doses insuficientes para produzir a morte; b) incapacitantes psíquicos: produzem perturbação transitória no comportamento dos indivíduos (reações irracionais e ilógicas, além de alucinações), podendo perdurar por dias; e c) neutralizantes: produzem incapacidade imediata e seus efeitos duram até que o indivíduo deixe de estar exposto ao agente.

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2.2.5 EFEITOS DOS AGENTES QUÍMICOS NAS OPERAÇÕES

2.2.5.1 O principal efeito dos agentes químicos sobre elementos de emprego adestrados ao ambiente QBRN será a diminuição do ritmo das operações. Contra forças poucos adestradas em DQBRN, os agentes podem causar baixas significativas e alterar o planejamento da operação, bem como limitar o emprego de materiais devido à contaminação.

2.2.5.2 A existência de zonas contaminadas por agentes químicos pode reduzir a velocidade da manobra, a coesão e a liberdade de movimento da tropa.

2.2.5.3 Os agentes químicos são classificados quanto à sua persistência no terreno (Tab 2-1). A pressão de vapor dessas substâncias a determinada temperatura determina quanto tempo persistirá a contaminação.

2.2.5.4 Quanto maior a pressão de vapor, maior sua volatilidade e menor sua persistência. Quanto menor a pressão de vapor, maior a tendência de permanecer no estado sólido ou líquido, aumentando a persistência.

2.2.5.5 Agentes Químicos Persistentes

2.2.5.5.1 São os agentes pouco voláteis, dispersados de forma sólida ou líquida e que contaminam o terreno de forma mais duradoura, permanecendo eficientes por horas, dias ou semanas. São exemplos de agentes químicos persistentes o neurotóxico e o vesicante.

2.2.5.5.2 Os agentes persistentes são empregados para contaminar partes do terreno, contaminar os objetivos estabelecidos pelos planejadores da operação militar e para produzir baixas, podendo ser empregados tanto em ações ofensivas quanto defensivas. São capazes de canalizar o movimento do inimigo, negar objetivos críticos e proteger os flancos das forças amigas.

2.2.5.6 Agentes Químicos Não Persistentes

2.2.5.6.1 São os agentes que passam rapidamente ao estado gasoso, como consequência de sua grande volatilidade, e perdem seu efeito de contaminação logo após sua disseminação. Tais agentes são eficientes apenas por alguns minutos ou, em casos excepcionais, por horas. São exemplos de agentes químicos não persistentes o neurotóxico, o hemotóxico e o sufocante.

2.2.5.6.2 Os agentes não persistentes são empregados primordialmente em obstáculos para o movimento e a manobra, permitindo que os objetivos sejam posteriormente ocupados pela tropa sem a necessidade de proteção contra contaminação. Esses agentes são vocacionados para ações ofensivas.

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LETALIDADE PERSISTÊNCIA

Letais • Neurotóxico • Hemotóxico • Sufocante • Vesicante

Persistentes • Neurotóxico • Vesicante

Incapacitantes • Incapacitantes físicos • Incapacitantes

psíquicos • Neutralizantes

Não Persistentes • Neurotóxico • Hemotóxico • Sufocante

Tab 2-1 – Classificação dos agentes químicos

2.3 AMEAÇA BIOLÓGICA

2.3.1 O emprego mais eficiente de agentes biológicos ocorre pela via aérea, por meio da disseminação de aerossóis (partículas sólidas ou líquidas). Outras formas de emprego dão-se por meio da contaminação de alimentos e água para consumo ou por vetores de doenças.

2.3.2 Os agentes biológicos têm melhor rendimento do que os químicos e radiológicos, pois cobrem maiores áreas e seus efeitos são mais persistentes.

2.3.3 Do ponto de vista da DQBRN, o emprego de agentes biológicos é especialmente complexo, pois sua pronta detecção é difícil, inviabilizando a adoção de medidas de proteção física ou medidas de apoio de saúde em tempo oportuno.

2.3.4 As toxinas estão no rol de armas biológicas, por se tratarem de substâncias tóxicas originalmente produzidas por micro-organismos. São mais tóxicas que os agentes químicos e atuam mais rapidamente que os micro-organismos causadores de doenças. Seus efeitos permanecem no campo de batalha, no entanto, sem causar infecções.

2.3.5 Os agentes biológicos podem causar danos fisiológicos e psicológicos. Sua disseminação pode ser por meio de armas biológicas e dispositivos de dispersão.

2.3.6 EFEITOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS SOBRE O PESSOAL

2.3.6.1 Os agentes biológicos são empregados para provocar doenças no homem, nos animais e nas plantas, bem como afetar as características dos materiais e equipamentos.

2.3.6.2 Os efeitos sobre o pessoal dependem das características dos agentes empregados. Tais características se referem a sua taxa de mortalidade (quando

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provocam mais de 10% de mortes na população afetada e sem tratamento), taxa de incapacidade e capacidade de transmissão e contágio. As medidas de proteção física e apoio de saúde são capazes de reduzir os efeitos dos agentes biológicos.

2.3.7 EFEITOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS NAS OPERAÇÕES

2.3.7.1 O possível emprego de agentes biológicos na área de operações levará à adoção de medidas previamente planejadas que deverão ser implementadas assim que houver a suspeita de seu uso. Essas medidas se traduzem na necessidade adicional de apoio sanitário e no controle do movimento de possíveis organizações operativas e populações afetadas, com o intuito de prevenir epidemias.

2.3.7.2 O uso antecipado de agentes biológicos sobre as forças amigas pode afetar a mobilização, o transporte e o desdobramento das tropas na área de operações.

2.3.7.3 O sistema de vigilância epidemiológica deve ser priorizado na área de operações, com o objetivo de monitorar surtos de doenças endêmicas da região e possíveis ataques com armas biológicas.

2.3.7.4 O impacto dos agentes biológicos será maior quando houver dificuldade de sua detecção. O tempo decorrido desde o ataque até a sua identificação impacta no apoio de saúde adequado aos afetados.

2.3.7.5 Um grande número de baixas por agentes biológicos pode reduzir o poder de combate, deslocar grande quantidade de meios de apoio de saúde e sobrecarregar a logística, afetando o ritmo das operações.

2.4 AMEAÇA RADIOLÓGICA

2.4.1 A ameaça radiológica está associada à dispersão (dispositivo de dispersão radiológica – DDR) ou à exposição (dispositivo de exposição radiológica – DER) a material emissor de radiação alfa, beta, gama ou nêutrons.

2.4.2 Os DDR e DER têm por objetivo causar baixas, contaminação e destruição. No entanto, o inimigo pode utilizar tais armas com o intuito de atingir objetivos psicológicos devido a seus efeitos sobre a opinião pública, mais do que sua capacidade destrutiva e efeitos imediatos.

2.4.3 Os materiais radioativos empregados nestes dispositivos podem ser obtidos em instalações nucleares que fabricam combustível nuclear ou em instalações civis que empregam materiais radioativos para fins médicos ou industriais.

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2.4.3.1 A disseminação de material radioativo pode ser realizada com o emprego de explosivos por dispositivos mecânicos ou com o abandono de fontes radioativas.

2.4.4 EFEITOS DOS AGENTES RADIOLÓGICOS SOBRE O PESSOAL

2.4.4.1 Os materiais radioativos causam danos nas células do corpo humano pela ação ionizante da radiação. Esses danos podem ser cumulativos de acordo com a intensidade e com o tempo da exposição.

2.4.4.2 A contaminação por materiais radioativos pode ser externa ou interna. Nos casos de contaminação externa, os danos ao organismo cessam assim que a contaminação for removida. Quando a contaminação é interna, procedimentos mais complexos devem ser realizados, o que prolonga o tempo de exposição e aumenta o dano.

2.4.5 EFEITOS DOS AGENTES RADIOLÓGICOS NAS OPERAÇÕES

2.4.5.1 O emprego de agentes radiológicos pode abalar o moral dos elementos de emprego, negar o acesso a pontos de interesse para as operações e desorganizar as tropas. Por ter um efeito localizado, seu impacto nas operações, como um todo, tende a ser reduzido.

2.4.5.2 Deve ser expedida uma diretriz de exposição operativa (DEO) que estabeleça níveis admissíveis de dose absorvida de radiação para os elementos de emprego de acordo com a importância das tarefas realizadas por esses elementos no contexto das operações. Deve ser seguido o princípio de que a exposição deve ser tão baixa quanto possível.

2.5 AMEAÇA NUCLEAR

2.5.1 A detonação de um armamento nuclear causa efeitos devastadores em todos os níveis. A possibilidade de seu uso, bem como a simples posse de tais ADM e a intenção de empregá-las, confere a países, facções ou grupos uma grande capacidade de dissuasão em todos os cenários.

2.5.2 EFEITOS DA DETONAÇÃO NUCLEAR SOBRE O PESSOAL

2.5.2.1 O clarão da explosão nuclear pode causar cegueira temporária ou permanente. Este efeito será maior durante a noite.

2.5.2.2 A radiação térmica inicial pode causar graves queimaduras na pele que não estiver protegida e incendiar materiais inflamáveis próximos.

2.5.2.3 A onda de choque pode causar baixas e destruição de estruturas.

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2.5.2.4 As radiações ionizantes iniciais e residuais podem produzir diversos efeitos sobre o pessoal, de acordo com o tipo e a quantidade de radiação liberada e do tempo de exposição. Esses efeitos podem variar desde a morte imediata até danos à saúde em longo prazo.

2.5.3 EFEITOS DA DETONAÇÃO NUCLEAR SOBRE A ÁREA DE OPERAÇÕES

2.5.3.1 O efeito mais duradouro sobre a área de operações é a contaminação causada pela precipitação radioativa. Parte da radiação residual se precipita no terreno, produzindo uma área contaminada de longa duração a favor do vento que decresce de intensidade com o passar do tempo.

2.5.3.2 A contaminação decorrente da precipitação radioativa demandará a realização de reconhecimentos especializados para levantar e demarcar a área contaminada. Será necessário realizar o acompanhamento das doses absorvidas de radiação dos elementos de emprego e conduzir trabalhos de descontaminação.

2.5.3.3 Os equipamentos podem sofrer danos com a radiação térmica. O pulso eletromagnético e a radiação transiente podem afetar gravemente equipamentos de comando e controle e eletrônicos. A onda de choque pode destruir equipamentos, posições defensivas, depósitos, infraestruturas e maquinário pesado.

2.6 AMEAÇA DOS MATERIAIS INDUSTRIAIS TÓXICOS (MIT)

2.6.1 Os MIT constituem um perigo potencial nas áreas onde se encontram. Cabe salientar que os processos de fabricação, armazenamento e transporte de MIT não representam risco elevado. No entanto, a liberação intencional ou acidental desses materiais pode afetar as operações.

2.6.2 Os MIT incluem os compostos químicos industriais tóxicos (QIT), compostos biológicos industriais tóxicos (BIT) e os materiais radiológicos industriais tóxicos (RIT). Eles possuem ampla aplicação industrial, comercial, médica, doméstica e científica.

2.6.3 EFEITOS DOS MIT SOBRE O PESSOAL

2.6.3.1 Muitas substâncias químicas são corrosivas, inflamáveis ou explosivas. A maioria dos QIT podem ser liberados na forma de vapor ou líquidos voláteis que podem ter efeitos tóxicos de curto, médio ou longo prazo.

2.6.3.2 A emissão de BIT pode ser resultado de acidente ou ataque em uma instalação que manipule tal material. Os efeitos sobre o pessoal serão semelhantes aos de um surto epidemiológico localizado.

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2.6.3.3 Os efeitos da radiação ionizante dos RIT se relacionam ao tipo de material e a intensidade da exposição. Um acidente em uma instalação nuclear pode resultar na produção de precipitação radioativa semelhante ao de uma explosão nuclear. A disseminação de fontes radioativas ou resíduos nucleares cria áreas contaminadas localizadas.

2.6.4 EFEITOS DOS MIT NAS OPERAÇÕES

2.6.4.1 As áreas próximas das instalações com MIT devem ser evitadas, sempre que possível, durante as operações.

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3-1

CAPÍTULO III

PREPARO EM DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

3.1.1 O preparo da F Ter em DQBRN permite o seu emprego no ambiente operacional onde existam perigos QBRN e abrange aspectos da doutrina, da organização, do adestramento, do material, da educação, do pessoal e da infraestrutura (DOAMEPI).

3.1.2 As organizações militares devem realizar sua preparação de modo a atingir diferentes níveis de capacidades de DQBRN, conforme sua atribuição no contexto das operações.

3.2 NÍVEIS DE PREPARO EM DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

3.2.1 Os níveis de preparo em DQBRN são classificados em: a) básico;b) intermediário; ec) avançado.

3.2.2 NÍVEL BÁSICO

3.2.2.1 Tem por objetivo garantir a sobrevivência do pessoal diante de perigos QBRN, além de permitir que os elementos de emprego prossigam na realização de suas atividades e tarefas sem perda significativa do poder de combate (Fig 3-1).

3.2.2.2 Este nível de preparo é realizado pelas tropas não especializadas em DQBRN.

3.2.2.3 Para sobreviver em ambiente contaminado, o militar deve ser capaz de: a) perceber o perigo QBRN por meio da detecção presuntiva ou por meiosexpeditos;b) distinguir e empregar sinais de alerta para o perigo QBRN;c) utilizar cobertas e abrigos, naturais ou artificiais, para autoproteção contraataques QBRN;d) realizar ações preparatórias para o enfrentamento do perigo QBRN;

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e) utilizar os EPI (máscara, luvas, roupas, entre outros);f ) utilizar equipamentos complementares e realizar a descontaminaçãoindividual;g) realizar primeiros socorros contra os efeitos do perigo QBRN;h) realizar procedimentos de descontaminação imediata;i ) combater em ambiente contaminado utilizando o EPI (progredir, comunicar-se, atirar, conduzir viaturas);j)realizar ações e procedimentos básicos utilizando o EPI (comer, beber, trocaro uniforme, realizar necessidades fisiológicas);k)utilizar equipamentos de proteção coletiva com o objetivo de permitir aredução do uso de itens do EPI;l ) conhecer os procedimentos de descontaminação operativa a fim de serdescontaminado por frações de capacitação intermediária ou avançada;m) reportar o indício de perigo QBRN (mensagem QBRN 1 – vide Tab 1-1); en ) continuar com as operações em ambiente onde sejam baixos os efeitos deperigos QBRN.

Fig 3-1 – Nível básico do preparo DQBRN

3.2.3 NÍVEL INTERMEDIÁRIO

3.2.3.1 Tem por objetivo fornecer conhecimentos para as frações não especializadas que poderão contribuir com a realização das atividades e tarefas de DQBRN (Fig 3-2).

3.2.3.2 Permite a estruturação de forças modulares com limitada capacidade orgânica em DQBRN, incrementando a proteção oferecida pelo nível básico.

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3.2.3.3 A capacitação intermediária em DQBRN de elementos de emprego orgânicos da fração possibilita maior flexibilidade e adaptabilidade, levando-se em consideração as limitações impostas pelas capacidades disponíveis.

3.2.3.4 A capacitação do nível intermediário em DQBRN permite à fração: a) executar e complementar as tarefas do nível básico; b) conduzir o reconhecimento e a vigilância não especializados para estabelecer as zonas de controle; c) realizar de forma limitada a demarcação de áreas contaminadas; d)realizar reconhecimento e vigilância para detecção de perigos QBRN no nível presuntivo; e)controlar a degradação da performance de pessoal e material e limites de exposição operativa; f ) informar locais com suspeita de contaminação (mensagens QBRN 1 – vide Tab 1-1); g) interpretar mensagens QBRN 3 (predição de contaminação) e QBRN 5 (área com contaminação confirmada); h)realizar a predição simplificada de áreas contaminadas e a triagem e evacuação de contaminados; i ) realizar a descontaminação operativa; e j ) realizar o suporte básico à vida durante a descontaminação.

Fig 3-2 – Nível intermediário do preparo DQBRN

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3.2.4 NÍVEL AVANÇADO

3.2.4.1 Tem por objetivo proporcionar à F Ter o maior grau disponível de proteção contra perigos QBRN na realização das atividades de segurança, sensoriamento e descontaminação (Fig 3-3).

3.2.4.2 Este nível de preparo é desenvolvido pelas tropas especializadas em DQBRN.

3.2.4.3 A capacitação avançada em DQBRN possibilita o emprego de frações vocacionadas a atuar no ambiente QBRN, devido à existência de elementos de emprego especializados que suplementam as capacidades orgânicas dos níveis anteriores.

3.2.4.4 As frações especializadas em DQBRN proporcionam elasticidade e sustentabilidade à proteção contra os perigos QBRN, potencializando as capacidades orgânicas já existentes.

3.2.4.5 As tarefas dessas frações são relacionadas às atividades QBRN e ao sistema como um todo, de acordo com o apresentado a seguir: a) sensoriamento QBRN: - realizar reconhecimento e vigilância especializados para detecção e/ou identificação de perigos QBRN em todos os níveis (presuntivo, confirmação de campo, validação e definitivo); - detectar, localizar, identificar e quantificar perigos QBRN e MIT; - delimitar e demarcar áreas contaminadas na área de operações (A Op); - coletar e remeter amostras para detecção e/ou identificação de perigos QBRN nos níveis validação e definitivo; e - levantar os locais de contaminação (mensagem QBRN 4 – vide Tab 1-1). b) segurança QBRN: - acompanhar a execução de medidas de redução de vulnerabilidade QBRN; - prover e ressuprir EPI para frações, mediante ordem; - controlar a degradação do desempenho de pessoal e material; - monitorar os limites de exposição operativa; - registar a exposição operativa das frações em contato com os perigos QBRN; e - operar sistemas de proteção coletiva. c) descontaminação QBRN: - realizar descontaminação operativa, completa e de liberação em pessoal, material, instalações e áreas; - gerenciar os rejeitos da descontaminação; - acompanhar a execução de medidas para controle da contaminação; e - iniciar o tratamento de saúde QBRN. d) sistema QBRN: - operar o centro de operações DQBRN; - analisar, propor e atualizar periodicamente os níveis das medidas operacionais de proteção preventiva (MOPP);

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- consolidar as informações de suspeita de contaminação (mensagem QBRN 2); - realizar a predição detalhada e aperfeiçoada (mensagem QBRN 3); - informar a área contaminada (mensagem QBRN 5); e - transmitir informações adicionais sobre o perigo QBRN (mensagem QBRN 6).

Fig 3-3 – Nível avançado do preparo DQBRN 3.2.4.6 Oficial de DQBRN

3.2.4.6.1 O oficial de DQBRN deve possuir nível de preparo avançado, além de preparação específica para essa função, para realizar o assessoramento, a supervisão e a condução das atividades de segurança, sensoriamento e descontaminação, integradas pelo sistema, na função de combate proteção (Fig 3-4).

3.2.4.6.2 Durante o planejamento e preparação das operações,o oficial DQBRN do estado-maior assessora o comando nos seguintes assuntos que constam do anexo DQBRN ao plano/ordem de operações: a) nível da ameaça QBRN; b) organização das capacidades DQBRN; c) limites de exposição operativa QBRN; e d) capacitação DQBRN das frações.

3.2.4.6.3 O oficial de defesa química, biológica, radiológica e nuclear é o responsável pelo emprego dos meios de DQBRN alocados ao seu escalão e poderá contar com o apoio dos integrantes dos centros de operações de DQBRN (C Op DQBRN) da companhia ou do batalhão DQBRN. Suas atribuições são: a) propor linhas de ação para minimizar a vulnerabilidade das tropas amigas e da população civil e avaliar a probabilidade e o efeito de baixas relacionadas a agentes QBRN;

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b) coordenar, com os demais integrantes do estado-maior (EM), a realização da avaliação dos efeitos de ataques QBRN inimigos e a avaliação dos riscos QBRN às operações correntes e futuras; c) coordenar com o oficial de logística as necessidades de apoio de saúde associado com os riscos e ameaças QBRN da operação; d) coordenar com outros elementos do EM o emprego dos meios de DQBRN; e) planejar, supervisionar e coordenar as operações de descontaminação QBRN, exceto a descontaminação de pacientes; f) avaliar os dados disponíveis sobre terreno e condições meteorológicas para determinar os efeitos do ambiente sobre potenciais riscos e ameaças QBRN; g) supervisionar a construção de abrigos QBRN, se for o caso; h) participar da célula funcional de proteção; i ) produzir o Anexo DQBRN ao plano/ordem de operações; e j ) assessorar o comandante sobre riscos e medidas de defesa passiva.

Fig 3-4 – Oficial de DQBRN

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4-1

CAPÍTULO IV

ORGANIZAÇÃO DA DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

4.1.1 A DQBRN está condicionada ao grau de ameaça existente no ambiente operacional, influenciando no planejamento para o emprego das frações.

4.1.2 Organizar a DQBRN consiste em empregar, de maneira conveniente, os meios de que se dispõe, tendo o objetivo de assegurar o apoio adequado a um determinado escalão. Para isso, tal apoio deve ser definido em cada escalão.

4.1.3 Em certos casos devem ser definidos, também, o valor do apoio, a sua duração e os trabalhos a serem realizados pela DQBRN que presta o apoio.

4.2 ORGANIZAÇÃO DO EMPREGO DA DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

4.2.1 A DQBRN está organizada em níveis de preparo (vide capítulo III) que proporcionam capacidades distintas à tropa para emprego. Estas capacidades são complementares entre si e estão escalonadas da seguinte forma: a) básica;b) intermediária; ec) avançada.

4.2.2 O grau de ameaça QBRN existente no ambiente operacional orienta o nível de preparo necessário e determina a capacidade de emprego. A Tabela 4-1 apresenta esta relação.

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Grau da Ameaça Probabilidade de Ataque Nível de Preparo Capacidade de emprego desejável

Branco Negligenciável Básico Básica

Verde Baixa

Amarelo Média Intermediário Intermediária

Vermelho Alta Avançado Avançada

Preto Ataque Ocorrido

Tab 4-1 – Relação entre ameaça QBRN e capacidade DQBRN

4.2.3 Cada grau de ameaça se relaciona com as ações de redução de vulnerabilidade. As medidas mínimas de proteção são apresentadas no ANEXO A – EXEMPLO DE MATRIZ DE AMEAÇA E DE REDUÇÃO DE VULNERABILIDADE QBRN.

4.2.4 CAPACIDADE BÁSICA EM DQBRN

4.2.4.1 É a capacidade que todos os elementos de emprego da F Ter devem ter para sobreviver em ambiente QBRN e realizar atividades necessárias ao cumprimento de suas missões, durante período limitado de tempo.

4.2.4.2 O emprego de forças com capacidade básica ocorre diante de um grau de ameaça branco ou verde, ocasiões quando a probabilidade de ataque com perigos QBRN ou MIT é negligenciável ou baixa, respectivamente.

4.2.4.3 O foco é a proteção do indivíduo. São utilizados os seguintes materiais: a) EPI (respiratório e cutâneo); b) material de detecção QBRN (dosímetro radiológico individual e papel detector químico); c) kit de descontaminação imediata; e d) kit de primeiros socorros QBRN.

4.2.5 CAPACIDADE INTERMEDIÁRIA EM DQBRN

4.2.5.1 Permite o emprego de tropas em ambiente QBRN, com relativo grau de adaptabilidade e flexibilidade diante de perigos QBRN, durante período limitado de tempo.

4.2.5.2 O emprego de tropas com capacidade intermediária ocorre diante de um grau de ameaça amarelo, ocasião em que a probabilidade de ataque com perigos QBRN ou MIT é média.

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4.2.5.3 A fração deve possuir elementos de emprego orgânicos com capacidade intermediária, aptos a realizar atividades de segurança, de sensoriamento e de descontaminação QBRN. Para tanto, eles devem empregar materiais especializados, como os listados a seguir: a) EPI sobressalente para os elementos de emprego em áreas contaminadas; b) EPI para descontaminação; c) equipamentos de detecção QBRN portáteis (Fig 4-1); d) material para predição simplificada de áreas contaminadas; e e)equipamento de descontaminação QBRN portátil.

Fig 4-1 – Fração utilizando equipamentos de detecção portáteis

4.2.5.4 A capacidade intermediária da FTC complementa a básica. Ela pode ser atingida durante a fase de preparação da operação por meio do recebimento de módulos já constituídos com capacidade intermediária.

4.2.6 CAPACIDADE AVANÇADA EM DQBRN

4.2.6.1 A capacidade avançada em DQBRN proporciona maior grau de proteção às frações e se estrutura quando requisitada pelo comandante da operação.

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4.2.6.2 A atuação dos elementos com capacidade avançada ocorre diante de um grau de ameaça vermelho ou preto, ocasiões em que a probabilidade de ataque com perigos QBRN ou MIT é alta ou o ataque já ocorreu, respectivamente.

4.2.6.3 A tropa com capacidade avançada fornece, às frações, equipes especializadas na realização das atividades de segurança, sensoriamento, descontaminação e sistema QBRN. Os materiais DQBRN complementam os equipamentos dos níveis anteriores e são os seguintes: a) EPI de máxima proteção (respiratória e cutânea); b) antídoto contra perigos QBRN; c) maca com proteção QBRN; d) abrigo de proteção coletiva; e) equipamentos de detecção e identificação QBRN portáteis e transportáveis (sensoriamento direto, remoto e afastado); f) veículo de reconhecimento e vigilância QBRN; g) material de coleta de amostras; h) laboratório móvel para identificação química/biológica e radiológica/nuclear; i ) sistema predição detalhada e aperfeiçoada integrado aos procedimentos de inteligência, reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos (IRVA) QBRN; j ) sistema de descontaminação QBRN multitarefas transportável e sobre rodas; e k) equipamentos para mobiliar o posto de descontaminação (Fig 4-2).

Fig 4-2 – Posto de descontaminação

4.2.6.4 Os equipamentos da capacidade avançada devem estar sempre disponíveis para complementar as capacidades básica e intermediária, como mostra a Fig 4-3.

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4.2.6.5 O elemento de emprego com capacidade avançada conduz os trabalhos da célula DQBRN na função de combate proteção do Estado-Maior da FTC, além de compor o centro de comando e controle DQBRN da A Op.

Fig 4-3 – Capacidades de emprego DQBRN

4.3 ELEMENTOS DE EMPREGO DE DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

4.3.1 As capacidades intermediária e avançada estão baseadas no emprego de módulos voltados para a realização das tarefas de DQBRN.

4.3.2 O elemento de emprego DQBRN é formado pela organização conjunta dos módulos, conforme mostra a Fig 4-4.

4.3.3 A organização do elemento de emprego DQBRN é constituída com pelo menos 01 (uma) fração de cada atividade para a obtenção da capacidade intermediária. A organização com tipos diferentes e maior quantidade de frações irá configurar a capacidade avançada.

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Fig 4-4 – Organização do elemento de emprego DQBRN

4.4 ESCALÕES DE DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

4.4.1 Os escalões de DQBRN se classificam, conforme as atividades que realizam, da seguinte maneira: a) Grupos de DQBRN; b) Companhia de DQBRN (Cia DQBRN); c) Batalhão de DQBRN (Btl DQBRN); e d) Comando de DQBRN (Cmdo DQBRN).

4.4.2 GRUPOS DE DQBRN

4.4.2.1 Constituem o menor escalão de emprego, sendo classificados em: a) Grupo de comando e controle QBRN; b) Grupos do Sensoriamento QBRN; c) Grupos da Segurança QBRN; e d) Grupos da Descontaminação QBRN.

4.4.2.2 Grupo de Comando e Controle QBRN

4.4.2.2.1 O grupo de comando e controle QBRN (C2 QBRN) coordena a execução das atividades de sensoriamento, de segurança e de descontaminação DQBRN (Fig 4-5). O C2 QBRN realiza as seguintes tarefas: a) apoiar as ações de comando e controle de DQBRN; b) conduzir os procedimentos de inteligência, reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos (IRVA) QBRN; c) operar o sistema de alerta e reporte QBRN; d) realizar predição detalhada e aperfeiçoada;

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e) definir a área contaminada;f ) controlar a diretriz de exposição operativa (DEO); eg) coordenar as ações de proteção, reconhecimento, vigilância edescontaminação QBRN em proveito da força modular.

Fig 4-5 – Comando e controle QBRN

4.4.2.3 Grupos do Sensoriamento QBRN

4.4.2.3.1 Grupo de reconhecimento e vigilância QBRN (Rec Vig QBRN): realiza o reconhecimento e a vigilância QBRN (Fig 4-6). O módulo executa as tarefas a seguir: a) localizar o perigo QBRN;b) detectar e identificar o perigo QBRN nos níveis presuntivo e confirmação decampo;c) levantar e demarcar a área contaminada;d) coletar amostras QBRN ao módulo de identificação QBRN;e) reportar a contaminação ao C2 DQBRN;f ) realizar a triagem QBRN de contaminados; eg) observar e monitorar região de interesse para a inteligência (RIPI) quanto àcontaminação.

Fig 4-6 – Reconhecimento e vigilância QBRN

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4.4.2.3.2 Grupo de identificação QBRN (Idt QBRN): provê informações necessárias à tomada de decisão, realizando a análise laboratorial de campo de amostras QBRN (Fig 4-7). Tem como tarefas: a) gerenciar a amostra QBRN obtida;b) identificar os perigos QBRN no nível de validação; ec) apoiar a identificação no nível definitivo.

Fig 4-7 – Identificação QBRN (laboratório móvel)

4.4.2.3.3 Grupo de triagem QBRN (Trg QBRN):realiza a triagem de vítimas QBRN estabelecendo a prioridade para a descontaminação de pessoal (Fig 4-8). É classificada em 4 (quatro) níveis de gravidade: verde, amarelo, vermelho e preto (vítima falecida).

Fig 4-8 – Triagem QBRN

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4.4.2.4 Grupos da Segurança QBRN

4.4.2.4.1 Grupo de proteção individual (Ptç Indv QBRN) (Fig 4-9): executar as tarefas de: a) orientar as medidas operacionais de proteção preventiva (MOPP); b) prover proteção individual adicional; c) controlar a degradação da performance do pessoal e equipamentos; e d) operar o posto de distribuição de material DQBRN.

Fig 4-9 – Proteção individual QBRN

4.4.2.4.2 Grupo de proteção coletiva (Ptç Ctv QBRN) (Fig 4-10): executar as tarefas de: a) prover segurança QBRN às estruturas de C2; e b) operar abrigos de proteção coletiva fixos e transportáveis.

Fig 4-10 – Proteção coletiva QBRN (abrigo coletivo)

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4.4.2.5 Grupos da Descontaminação QBRN

4.4.2.5.1 Grupo de descontaminação de pessoal (Descon Pes): recupera as condições de combate individual do pessoal contaminado (Fig 4-11), executando as seguintes tarefas: a) realizar a descontaminação de pessoal no nível operativo e completo; b) operar o posto de descontaminação de pessoal (ambulatorial e não ambulatorial); e c) controlar o descarte de rejeitos contaminados.

Fig 4-11 – Descontaminação de pessoal

4.4.2.5.2 Grupo de descontaminação física (Descon Fis): recupera as condições de emprego de materiais e áreas contaminadas (Fig 4-13), devendo: a) realizar a descontaminação de materiais e instalações no nível operativo e completo; b) operar o posto de descontaminação física de viaturas e equipamentos; c)realizar a descontaminação da tripulação de viaturas e de locais confinados; e d)controlar o descarte de rejeitos contaminados.

Fig 4-12 – Descontaminação física

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4.4.2.5.3 Grupo de descontaminação técnica (Descon Tec): recupera as condições de combate das frações contaminadas (Fig 4-12), executando as seguintes tarefas: a) realizar a descontaminação das equipes DQBRN e equipes diretamente apoiadas no nível operativo; b)operar o posto de descontaminação técnica de pessoal e material especializado; e c)controlar o descarte de rejeitos contaminados.

Fig 4-13 – Descontaminação técnica

4.4.2.5.4 Grupo de saúde QBRN (Sau QBRN): apoia a descontaminação de pessoal e a descontaminação técnica (Fig 4-14), por meio das seguintes tarefas: a) realizar ou apoiar a triagem de saúde de contaminados; b) realizar suporte básico à vida durante a descontaminação; e c) realizar evacuação de contaminados.

4.4.2.5.5 Um posto de descontaminação total deve incluir a descontaminação de pessoal, a física e a técnica, contando com integrantes dos três grupos correspondentes, podendo ser apoiados pelo grupo de saúde.

Fig 4-14 – Saúde QBRN

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4.4.3 COMPANHIA DQBRN 4.4.3.1 A Cia DQBRN (Fig 4-15) tem por tarefas: a)assessorar e apoiar uma tropa valor brigada (Bda); b) estabelecer um centro de operações DQBRN (C Op DQBRN) para coordenar as suas frações desdobradas e encaminhar ao oficial de DQBRN, do escalão apoiado, as informações sobre as condições e a evolução da situação de DQBRN; c) capacitar frações no nível intermediário; d) realizar o reconhecimento em toda a área de responsabilidade da Bda; e) realizar a vigilância em toda a área de responsabilidade da Bda; f ) detectar, localizar, identificar e quantificar perigos em toda a área de responsabilidade da Bda; g) realizar a proteção individual QBRN, fornecendo material de emprego militar (MEM), instalando e operando postos de descontaminação total em apoio à Bda; h) realizar a proteção coletiva, permitindo o funcionamento de postos de comando (PC) em área contaminada; i)estabelecer o controle das medidas operacionais de proteção preventiva (MOPP); j ) realizar o suporte básico à vida durante a triagem, a descontaminação e a evacuação de feridos QBRN; k)realizar ações de inteligência, reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos (IRVA); l ) realizar a predição; e m)reforçar as ações de outra OM DQBRN.

Fig 4-15 – Símbolo da Cia DQBRN

4.4.4 BATALHÃO DQBRN

4.4.4.1 O Btl DQBRN (Fig 4-16) tem por tarefas: a) assessorar e apoiar uma tropa valor divisão de exército (DE); b) estabelecer um centro de operações DQBRN (C Op DQBRN) para coordenar as suas frações desdobradas e encaminhar ao oficial de DQBRN do escalão apoiado as informações sobre as condições e a evolução da situação de DQBRN; c) capacitar frações no nível intermediário; d) realizar o reconhecimento em toda a área de responsabilidade da DE; e) realizar a vigilância em toda a área de responsabilidade da DE;

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f )detectar, localizar, identificar e quantificar perigos em toda a área de responsabilidade da DE; g) operar, simultaneamente, as seguintes estruturas de identificação no nível validação: laboratório móvel químico e biológico (QB) e laboratório móvel radiológico e nuclear (RN); h) realizar a proteção individual QBRN, fornecendo MEM; i ) instalar e operar postos de descontaminação total em apoio à DE; j ) realizar a proteção coletiva QBRN, permitindo o funcionamento de PC em área contaminada; k) estabelecer o controle das medidas operacionais de proteção preventiva (MOPP); l ) realizar o suporte básico à vida durante a triagem, a descontaminação e a evacuação de feridos QBRN; m) realizar ações de IRVA; n) realizar a predição; e o) reforçar as ações de outra OM DQBRN.

Fig 4-16 – Símbolo do Btl DQBRN

4.4.5 COMANDO DQBRN

4.4.5.1 O Comando DQBRN, quando ativado, tem por tarefas: a)coordenar o planejamento e o emprego das frações de DQBRN nas situações de guerra e de não guerra, proteção de estruturas estratégicas terrestres e da sociedade; b) assessorar o comando enquadrante quanto à priorização e distribuição dos meios de DQBRN disponíveis; c)coordenar ações conjuntas de DQBRN no nível operativo; e d)estabelecer ações complementares com outras agências.

4.5 MISSÕES TÁTICAS DE DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR E SITUAÇÃO DE COMANDO

4.5.1 As missões táticas orientam as tarefas de DQBRN nas operações, definindo o emprego das tropas com capacitação intermediária e avançada, segundo os seguintes fatores: a) capacidades necessárias;

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b) destinação do emprego; c) ligações a serem estabelecidas; d) prioridades de demanda; e) definição das zonas de ação; f ) necessidade de instalação de centro de C2 DQBRN; e g) responsabilidade do planejamento.

4.5.2 As missões táticas são (Tab 4-2): a) apoio ao conjunto (Ap Cj); b) apoio suplementar (Ap Spl); c) apoio direto (Ap Dto); e d) apoio geral (Ap G).

4.5.2.1 Apoio ao Conjunto

4.5.2.1.1 O elemento de emprego DQBRN com a missão tática de apoio ao conjunto (Ap Cj) realiza a proteção da FTC à qual é subordinado ou do maior escalão em presença (quando a FTC não estiver ativada).

4.5.2.1.2 Apoio ao conjunto é a missão tática adequada à tropa DQBRN que possui capacitação avançada.

4.5.2.2 Apoio Suplementar

4.5.2.2.1 O elemento de emprego DQBRN com a missão tática de Ap Spl fornece proteção adicional à fração que já possui capacitação intermediária ou avançada. Somente pode ser realizada por tropas com capacitação avançada.

4.5.2.2.2 O Ap Spl compreende as seguintes modalidades: apoio suplementar por área, apoio suplementar específico e a combinação dessas duas modalidades. a)Apoio suplementar por área (Ap Spl A) – consiste no apoio em parte da zona de ação da tropa apoiada. O Cmt apoiado apresenta suas necessidades, prioridades e especificações, cabendo a este a fiscalização dos trabalhos. O Cmt apoiador, conforme sua possibilidade, recebe as missões que pode cumprir fixando efetivo, área e período que apoiará. O apoio será prestado em função do espaço geográfico. b)Apoio suplementar específico (Ap Spl Epcf) – consiste no apoio na zona de ação da tropa apoiada para cumprir uma tarefa específica. O comandante (Cmt) apoiado apresenta suas necessidades, prioridades e especificações da missão a ser cumprida, cabendo a este a fiscalização dos trabalhos. Nesse caso, o apoio será realizado em função de uma ou mais tarefas de reconhecimento, vigilância, proteção ou descontaminação.

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c)Combinação das duas modalidades – embora seja desejável a seleção de uma das modalidades apresentadas anteriormente, é possível que se limite o apoio suplementar, simultaneamente, tanto em relação ao espaço geográfico quanto em relação à missão a ser realizada.

4.5.2.3 Apoio Direto

4.5.2.3.1 A missão tática de apoio direto é atribuída à tropa de DQBRN com capacitação avançada que realiza a proteção cerrada e continuada (sem delimitação de tempo ou de espaço) do elemento apoiado. Uma fração em apoio direto não passa ao comando da tropa apoiada.

4.5.2.4 Apoio Geral

4.5.2.4.1 A fração DQBRN com a missão tática de apoio geral realiza a proteção DQBRN da fração da qual é orgânica. É a missão tática atribuída apenas à tropa não especializada com capacitação DQBRN intermediária para atuar em proveito de seu próprio comando enquadrante.

4.5.3 SITUAÇÃO DE COMANDO DA DQBRN

4.5.3.1 Reforço

4.5.3.1.1 O reforço (Ref) é uma situação de comando em que o elemento de emprego DQBRN fica subordinado ao comandante da fração para o qual realiza a proteção.

4.5.3.1.2 A situação de reforço permite ao comando enquadrante atribuir missões táticas DQBRN.

4.5.3.1.3 Os enlaces logísticos são estabelecidos entre o elemento de emprego DQBRN e o comando que é reforçado.

4.5.3.1.4 O reforço pode ser atribuído à fração DQBRN que passa a compor uma estrutura com capacitação básica, intermediária ou avançada.

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5-1

CAPÍTULO V

PLANEJAMENTO DA DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

5.1.1 O comandante da fração de DQBRN em apoio é o responsável pelo assessoramento no planejamento, na coordenação e no apoio de DQBRN. O planejamento tem por objetivo proporcionar à tropa condições de se antecipar à ameaça e adotar a postura defensiva necessária para prosseguimento no combate em ambiente contaminado, além de otimizar a aplicação das medidas recuperativas necessárias.

5.1.2 O conhecimento das possibilidades do inimigo no que se refere ao emprego de agentes irá nortear todo o planejamento da DQBRN. Os oficiais de DQBRN dos estados-maiores devem realizar um levantamento detalhado desta possibilidade, uma vez que serão estabelecidas uma série de medidas decorrentes, visando preservar a integridade física da tropa. Este levantamento deve se basear, principalmente, na busca pela resposta a quatro questões chave: a) QUAL (IS) agente(s) pode(m) ser empregado(s); b) a partir de QUANDO poderá(ão) ser empregado(s); c) os locais mais prováveis ONDE poderão ocorrer ataques QBRN; e d) COMO serão utilizados os agentes pela força oponente (tipo de disseminação: por meio de granadas explosivas, espargimento, contaminação de terreno, rios etc).

5.1.3 A resposta aos quesitos acima irá determinar, basicamente, a forma de emprego, o método de controle, o grau de MOPP inicial e o grau máximo para a operação, o tipo de substância e equipamentos necessários para a descontaminação e o tipo de tratamento médico que deve ser dimensionado para atender aos combatentes contaminados.

5.1.4 As fases do processo de planejamento das operações orientam como o oficial DQBRN, chefe do centro de operações DQBRN, auxilia o comandante a estabelecer o equilíbrio entre a ameaça QBRN e a capacidade DQBRN, protegendo a tropa com o mínimo de impacto no ritmo das operações.

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5-2

5.2 RESPONSABILIDADES DO ESTADO-MAIOR

5.2.1 Oficial de pessoal – A principal responsabilidade éfornecer as disponibilidades em recursos humanos para recompletamento do elemento de apoio em DQBRN.

5.2.2 Oficial de inteligência – As principais responsabilidades são: a) difundir os elementos essenciais de inteligência (EEI) para fins de determinação das medidas preventivas; b) difundir dados de interesse para a DQBRN, oriundos de outras fontes; c) assessorar o oficial de operações na preparação de documentos de DQBRN; d) levantar os métodos e a capacidade de obtenção de conhecimentos do inimigo; e) levantar as vulnerabilidades do oponente às operações de dissimulação, bem como avaliar as possibilidades de êxito dessas ações pelo apoio com fumígenos; e f) assessorar o Cmt a respeito dos riscos e benefícios da adoção do mais elevado nível das MOPP em determinadas situações.

5.2.3 Oficial de operações – As principais responsabilidades são: a) planejar e coordenar o apoio de DQBRN; b) propor o estabelecimento das medidas e níveis de proteção para as forças amigas; c) preparar o Anexo de DQBRN ou as instruções de DQBRN no parágrafo 3o para o plano ou ordem de operações; e d) coordenar as atividades de instrução de DQBRN como parte integrante do programa de instrução da força, de modo a manter a tropa adestrada e o EM capacitado para planejar e integrar o apoio de DQBRN dentro da manobra concebida.

5.2.4 Oficial de logística – As principais responsabilidades são: a) planejar e coordenar a distribuição dos equipamentos e suprimentos necessários à condução das ações de DQBRN; e b) planejar e coordenar todo o apoio logístico necessário às operações de descontaminação no que diz respeito ao recompletamento, ressuprimento e tratamento médico da tropa descontaminada, com ênfase nas peculiaridades de cada função logística.

5.2.5 Oficial de DQBRN – é o comandante da fração de DQBRN. O oficial de DQBRN é o assessor do comandante e do EM geral e coordenador direto para o emprego da DQBRN. As principais responsabilidades são: a) avaliar a situação, identificar as necessidades de apoio, à luz das prioridades táticas, e identificar as vulnerabilidades da tropa e as possibilidades de DQBRN das forças amigas; b) assessorar o E2, o E3 e outros elementos do EM quanto às possibilidades e limitações dos recursos de DQBRN e a melhor maneira de utilizá-los;

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5-3

c) assessorar o E3 no planejamento e na condução dos programas de treinamento da DQBRN da força; d) realizar o estudo da situação; e) propor o apoio a ser inserido no plano ou ordem de operações; f ) avaliar qualquer ameaça QBRN do oponente que possa afetar o comando e o controle das forças amigas; g) elaborar dados necessários ao plano ou ordem de operações do comando, tais como: - seleção de necessidades; - quadro horário e ações; - área do esforço principal para a concentração de meios de DQBRN, principalmente os de descontaminação; - interação com outros sistemas operacionais; e - restrições e limitações da utilização dos meios. h) receber e avaliar os relatórios das missões realizadas; e i ) sugerir a atualização da documentação.

5.2.6 Oficial de ligação (O Lig) de DQBRN – assessora o comando da grande unidade (GU)/grande comando (G Cmdo) apoiado quando este não possui elemento de DQBRN orgânico, conforme segue: a) o GU/G Cmdo apoiado possui um O Lig DQBRN, pertencente a um elemento de DQBRN orgânico de outro GU/G Cmdo. Esse elemento de ligação é o assessor do comandante da força apoiada para atividades de DQBRN e trabalha em coordenação com o estado-maior; e b) os O Lig DQBRN servem como elo entre o comando da força apoiada e os elementos de DQBRN em apoio.

5.2.6.1 O O Lig DQBRN tem como responsabilidades: a) assessorar o E2, o E3 e os demais elementos do EM quanto às possibilidades, limitações e necessidades dos recursos de DQBRN; b) alertar ao comando da GU/G Cmdo apoiado com relação às prováveis ameaças em sua zona de ação e as medidas de proteção a serem adotadas; c) manter o comando da GU/G Cmdo apoiado informado a respeito do andamento das missões de DQBRN; e d) propor atualização da documentação.

5.3 PLANEJAMENTO

5.3.1 GENERALIDADES

5.3.1.1. O planejamento para o emprego da DQBRN segue um processo contínuo e, ao mesmo tempo em que são conduzidas operações em curso, também são realizados os planejamentos visando às ações futuras.

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5.3.1.2 O planejamento da DQBRN segue o processo normal de planejamento de EM, começando com a missão e a diretriz do comandante, que levam ao desenvolvimento do estudo de situação e demais documentos e está dividido nas seguintes fases: a) análise da missão e considerações preliminares; b) a situação e a sua compreensão; c) possibilidades do inimigo, linhas de ação e confronto; d) comparação das linhas de ação; e) decisão; e f) plano/ordem de operações.

5.3.1.3 Para o planejamento da DQBRN, deve-se levar em consideração: a) a missão do escalão apoiado; b) as possibilidades do oponente, particularmente referente à DQBRN; c) as condições meteorológicas; d) o nível de adestramento do pessoal; e) os equipamentos de proteção, detecção e descontaminação disponíveis; e f ) a mobilização da estrutura para a execução de medidas recuperativas.

5.3.2 CONDICIONANTES DO PLANEJAMENTO

5.3.2.1 Consideram-se as condicionantes básicas descritas a seguir. a) Missão – a missão do escalão considerado orienta as diretrizes de planejamento. Ao ser analisada, deve ser compreendida perfeitamente e observar as missões deduzidas. b) Inimigo – com relação ao inimigo, são relevantes as informações estratégicas e táticas existentes em um banco de dados de referência desde o tempo de paz, bem como as que abordem as atividades recentes e as suas possibilidades de emprego de determinados agentes QBRN. c) Terreno – deve ser estudado de forma a permitir: - que sejam levantadas regiões que propiciem a condução de operações de descontaminação; - a previsão do impacto das condições meteorológicas nos agentes QBRN; e - a influência no emprego de fumígenos. d) Condições meteorológicas – os fatores meteorológicos exercem influência direta no uso de agentes QBRN, potencializando ou reduzindo seus efeitos de acordo com a condição a se apresentar. e)Tropas e meios disponíveis – manter atualizadas informações sobre as necessidades e disponibilidades dos meios de DQBRN, tanto em pessoal como em material e o grau de adestramento das tropas. f ) Tempo – a estimativa de tempo disponível para planejamento, início e término das ações de DQBRN deve ser conhecida pelo planejador. g) Considerações sobre civis – a análise das consequências que possam advir para civis deve ser levada em consideração, sobretudo no que se refere ao emprego de descontaminantes pelo fogo (ou mesmo daqueles de baixo

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impacto ambiental), à contaminação por transferência e à condução das operações de descontaminação propriamente ditas.

5.3.2.2 Após a verificação de cada condicionante e o confronto de suas informações deduzidas, os seguintes aspectos devem ser observados: a) temperatura; b) carga de trabalho da missão; c) fadiga pelo calor; d) necessidades fisiológicas básicas; e) consideração entre baixas pelo calor e baixas pelos efeitos dos agentes QBRN para determinação do nível de proteção adequado; e f) gradação do nível de EPI utilizado (modificação do nível das MOPP de acordo com as possibilidades oferecidas pela carga de trabalho da missão, da temperatura, das necessidades pessoais etc).

5.3.2.3 Cabe lembrar que o emprego das MOPP é limitado pelos seguintes fatores: a) fadiga – esforço respiratório pelo uso da máscara contra gases, desgaste psicológico e aumento da temperatura corporal pelo uso da roupa protetora; b) exaustão térmica – causada pelo uso prolongado do EPI em trabalhos moderados e intensos; c) redução da sensibilidade tátil, auditiva e visual; e d) necessidades fisiológicas.

5.3.2.4 No tocante à logística, durante o planejamento, deve ser realizada uma estimativa da necessidade de material para a DQBRN durante a operação. Dentre os aspectos logísticos que devem ser considerados, está o dimensionamento do ressuprimento dos seguintes itens: a) itens individuais da MOPP (roupas, sobrebotas, luvas etc), com especial atenção aos sobressalentes de filtros para máscara contra gases; b) soluções para descontaminação; c) material de detecção (papéis e tubos detectores); e d) itens para o funcionamento do posto de descontaminação.

5.3.2.5 As baixas fatais ocasionadas por agentes QBRN representam um perigo adicional por ocasião do recolhimento destes mortos (evacuação), devido à possibilidade de contaminação decorrente.

5.3.2.5.1 Todos os restos mortais encontrados em uma área contaminada são tratados, em princípio, como contaminados. Esses restos mortais não devem ser transportados para o posto de coleta de mortos sem que haja uma verificação quanto à contaminação.

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5.3.2.5.2 Em relação à descontaminação de restos mortais, deve-se lavá-los com água morna limpa e sabão (misturas contendo hipoclorito de cálcio ou sódio também podem ser utilizadas, em caso de contaminação biológica), sempre com a orientação de pessoal especializado da área de saúde, a fim de garantir a não proliferação da contaminação ou doença.

5.4 ANÁLISE DA MISSÃO

5.4.1 A análise da missão é a fase mais importante do planejamento. Seu objetivo é fornecer a consciência situacional relativa à operação, incluindo as particularidades oriundas do ambiente operacional QBRN.

5.4.2 O oficial DQBRN está inserido na célula de proteção do estado-maior da força. A análise da missão é realizada em coordenação com as demais funções de combate, sempre levando-se em consideração as especificidades dos perigos QBRN.

5.4.3 Durante o estudo da missão, o oficial DQBRN busca o completo entendimento da intenção do comandante. Para isso, esclarece e coordena com o escalão superior os seguintes tópicos: a) missão tática imposta dos elementos de emprego DQBRN; b) procedimento para o acionamento e o tempo estimado para o recebimento da capacidade DQBRN adicional (se for o caso); e c) ligações e C2 com os elementos de emprego DQBRN.

5.4.4 A busca dos conhecimentos e elementos essenciais de informação (EEI) do escalão superior acerca dos perigos QBRN presentes na A Op é de fundamental importância para definir o ambiente operacional.

5.4.5 O levantamento do nível de capacidade orgânica e a disponibilidade da capacidade adicional orientam os trabalhos a serem executados nas fases seguintes.

5.4.6 Nesta fase, o oficial DQBRN fornece subsídios ao comandante da operação para definir sua diretriz e intenção inicial, informa a necessidade de EEI e assessora na definição do conceito da operação DQBRN.

5.5 SITUAÇÃO E SUA COMPREENSÃO

5.5.1 Esta fase permite estabelecer a consciência situacional do ambiente operacional, particularmente sobre os efeitos dos perigos QBRN nas A Op/T Op e de área de interesse, por meio do atendimento aos EEI.

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5.5.2 ETAPAS DA FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA SITUACIONAL

5.5.2.1 A formação da consciência situacional do ambiente operacional QBRN está dividida em 3 (três) etapas: a) definição do ambiente operacional; b) descrição dos efeitos dos perigos QBRN no ambiente operacional; e c) avaliação ameaça QBRN do inimigo.

5.5.2.2 Definição do Ambiente Operacional a) capacidade QBRN do inimigo: - quais os tipos e agentes QBRN que o inimigo possui; e - onde se localizam as armas QBRN, os meios de lançamento e os elementos de emprego DQBRN do inimigo; e - quando essas armas podem afetar as forças amigas. b) população: - quais são as áreas densamente povoadas. c) fatores políticos: - verificar se o inimigo possui aliados que possam fornecer meios QBRN ou parceiros comerciais que possam vender armas QBRN; e - verificar se o inimigo possui histórico de emprego de armas QBRN. d) infraestrutura: - verificar a existência de indústrias químicas ou plantas nucleares que possam ser atacadas pelo inimigo; - qual a capacidade local de resposta (hospitais, evacuação) diante de um evento QBRN; e - verificar a existência de meios disponíveis para serem utilizados na descontaminação. e) fatores psicossociais: - verificar se o inimigo é signatário de acordos que proíbam o uso de armas de destruição em massa; e - verificar a existência de restrições morais ou religiosas quanto ao uso de armas QBRN.

5.5.2.3 Descrição dos Efeitos dos Perigos QBRN no Ambiente Operacional a) determinar os efeitos dos agentes QBRN: - como os agentes QBRN afetam as operações. b) realizar a análise do terreno: - qual a influência do terreno sobre as armas QBRN; - em que locais o emprego de armas QBRN causam maior impacto nas operações; - quais os efeitos dos agentes QBRN nos ambientes da A Op/T Op; - verificar se o inimigo pode empregar agentes QBRN sobre a população para impedir o movimento de tropas ou para aumentar a necessidade de proteção das forças amigas; - quais laboratórios e indústrias estão localizadas em áreas populosas;

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- onde se localizam os acidentes críticos do terreno; - qual a proteção proporcionada pelo terreno; e - onde se localizam as fontes de água e áreas adequadas para a descontaminação. c) realizar a análise das condições meteorológicas: - qual a influência das condições meteorológicas (temperatura, direção e velocidade do vento) têm sobre agentes QBRN e MIT; e - verificar se as condições meteorológicas são favoráveis ou desfavoráveis ao emprego de agentes QBRN nas próximas 72 horas.

5.5.2.4 Avaliação da Ameaça QBRN do Inimigo a) Analisar os meios QBRN: - tipos de armas QBRN e meios de lançamento que o inimigo possui; e - quais os alcances mínimos e máximos dos meios de lançamento. b) Localizar locais críticos: - localização dos MIT e como o inimigo pode empregá-los; e - localização das tropas com meios de ataque QBRN. c) Analisar as táticas, as técnicas e os procedimentos: - tipos de equipamentos de proteção e detecção que o inimigo possui; - verificar se o emprego de armas QBRN faz parte da doutrina inimiga; - quais são as informações sobre o uso recente de armas QBRN pelo inimigo; - verificar se existem indicadores sobre o provável emprego de armas QBRN; e - qual a intenção do inimigo.

5.5.3 Com as respostas obtidas, é possível identificar se o nível da ameaça é baixo, médio ou alto para emprego de perigos químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares.

5.5.4 A compreensão do ambiente operacional QBRN permite ao comandante atualizar sua diretriz inicial de acordo com a ameaça, adotar ações de proteção mínima, levantar novas necessidades de EEI para ratificar ou retificar as possibilidades do inimigo (Psb I) e iniciar a composição dos meios.

5.6 POSSIBILIDADES DO INIMIGO, LINHAS DE AÇÃO E CONFRONTO

5.6.1 POSSIBILIDADES DO INIMIGO

5.6.1.1 Durante esta fase, o oficial DQBRN deve identificar os prováveis objetivos e o estado final desejado do inimigo. Para tanto, deve se valer das informações obtidas pelas atividades IRVA produzidas nas fases anteriores.

5.6.1.2 O oficial DQBRN produz uma carta de situação para cada Psb I onde se localizam os prováveis alvos relacionados aos perigos. Estes alvos são os seguintes: a) locais onde o inimigo possa empregar agentes químicos;

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b) linhas de controle ou pontos de decisão que indiquem a possibilidade deemprego de agentes químicos;c) alvos de alto valor para armas nucleares ou biológicas;d) áreas altamente povoadas que possam ser atingidas por perigos QBRN;e) instalações de pesquisa biológica, fábricas de pesticidas e de insumosagrícolas que possam ser atingidas pelo inimigo; ef) instalações nucleares ou outros locais que abriguem fontes radioativas quepossam ser atingidas pelo inimigo.

5.6.1.3 Da comparação das cartas de situação para cada Psb I, é possível extrair os locais de interesse para a DQBRN. Informações adicionais sobre esses locais devem se tornar novos EEI. Atividades de IRVA QBRN devem monitorar os locais de interesse para a operação.

5.6.2 LINHAS DE AÇÃO

5.6.2.1 O oficial DQBRN participa do estudo de situação do comandante, acompanhando o desenvolvimento das linhas de ação (L Aç). Seu papel é assessorar o comando quanto às implicações da ameaça QBRN inserida nas Psb I e orientar a DQBRN nas L Aç propostas.

5.6.2.2 As tarefas realizadas pelo oficial DQBRN durante a elaboração das L Aç são: a) propor a organização dos elementos de emprego DQBRN para cada L Aç;b) iniciar o planejamento do emprego dos meios de DQBRN, conforme oesquema de manobra de cada L Aç, integrando as atividades de DQBRN;c) estabelecer critérios para evitar a contaminação durante o movimento datropa, descrevendo as mudanças no esquema de manobra, caso hajacontaminação nas vias de acesso;d) refinar a avaliação da ameaça por meio da atualização da carta de situação,da confecção da matriz de sincronização, da execução do plano dereconhecimento e vigilância QBRN e da análise dos EEI;e) definir os critérios para a análise da vulnerabilidade QBRN da força;f) levantar os locais para descontaminação operativa e completa que apoiem oesquema de manobra para cada L Aç;g) iniciar o planejamento da segurança QBRN, prevendo o emprego das turmasde proteção individual e coletiva em proveito da vanguarda;h) propor critérios para o aumento da MOPP, conforme a diretriz docomandante, equilibrando o nível de ameaça com a postura de proteção; ei) planejar o gerenciamento das baixas QBRN.

5.6.3 CONFRONTO DAS LINHAS DE AÇÃO OPOSTAS

5.6.3.1 O oficial DQBRN participa do confronto das linhas de ação opostas (jogo da guerra), assessorando quanto às possíveis ações e reações do inimigo.

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5.6.3.2 O oficial DQBRN fica em condições de fornecer as seguintes informações: a) possibilidades QBRN do inimigo para cada L Aç;b) meios de DQBRN disponíveis e como podem ser empregadas em cada L Aç; ec) vulnerabilidade QBRN dos elementos de emprego na A Op.

5.6.3.3 Do resultado do jogo da guerra, se define o emprego da DQBRN para as L Aç e esquemas de manobra levantados. Com o conceito geral da operação definido, o oficial DQBRN sugere a composição dos meios DQBRN por meio das missões táticas de apoio ao conjunto, apoio suplementar, apoio geral e apoio direto.

5.6.3.4 Em complemento às missões táticas, o oficial DQBRN pode propor tarefas e recomendações aos elementos de emprego, a saber: a) designar frações com capacitação intermediária ou avançada de sensoriamentopara realizar:- o reconhecimento de locais suspeitos de relação com perigos QBRN (fábricas,armazéns, engenhos falhados) na A Op;- a vigilância sobre locais de interesse levantados no jogo da guerra;- a vigilância sobre instalações industriais cujo dano pode liberar MIT na A Op; e- o reconhecimento de fontes de água e locais para instalação de postos dedescontaminação na A Op.b) designar frações para realizarem o planejamento de operações dedescontaminação nas áreas de maior risco de ataque QBRN ou liberação de MIT; ec) recomendar o nível da MOPP e definir a DEO e o local de desdobramento doselementos de emprego.

5.6.3.5 A diretriz do comandante deve ser atualizada levando em consideração a análise da vulnerabilidade da força. Tal diretriz deve direcionar quais medidas de redução de vulnerabilidade podem ser adotadas.

5.7 COMPARAÇÃO DAS LINHAS DE AÇÃO

5.7.1 Nesta fase, o oficial DQBRN interpreta a diretriz do comandante para analisar as L Aç apresentadas.

5.7.2 O oficial DQBRN compara as L Aç de acordo com os critérios apresentados pelo comandante. Alguns critérios adicionais relativos à DQBRN podem ser sugeridos para melhor assessorar o comandante durante a utilização da matriz de decisão.

5.8 DECISÃO

5.8.1 A decisão detalha como o comandante quer cumprir a missão e permite que o oficial DQBRN desenvolva um plano geral sobre o emprego DQBRN.

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5.8.2 Devem constar da decisão os elementos que definem o cumprimento das tarefas DQBRN: “que”, “quem”, “quando”, “como”, “onde” e “para que”. Estas informações orientam a emissão de planos e ordens da fase seguinte.

5.9 EMISSÃO DE PLANOS E ORDENS

5.9.1 Após a decisão do comandante, o oficial DQBRN elabora o anexo DQBRN às ordens ou planos.

5.9.2 O anexo “B” apresenta o que deve conter o ANEXO DQBRN ao plano ou ordem de operações. Nele se encontram informações sobre as missões táticas dos elementos de emprego DQBRN, as tarefas a serem realizadas, as diretrizes sobre a redução da vulnerabilidade na fase de preparação, dentre outras informações cujo conhecimento é de interesse de toda a força. O ANEXO C – EXEMPLO DE ANEXO DQBRN AO PLANO/ORDEM DE OPERAÇÕES apresenta um exemplo do documento a ser produzido pelo oficial DQBRN do estado-maior.

5.9.3 A sequência do trabalho de assessoramento durante cada fase do planejamento é apresentada na Tab 5-1.

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CAPÍTULO VI

REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

6.1.1 A preparação da fração tem por objetivo adequar a possibilidade de proteção de seus elementos de emprego às missões atribuídas pelo comando e à ameaça QBRN do inimigo.

6.1.2 Durante a preparação, se comparam as ameaças e os meios de DQBRN existentes e são levantadas as possíveis vulnerabilidades. Estas devem ser reduzidas durante a preparação, com o intuito de minimizar os possíveis riscos à condução da operação ou para a população.

6.2 PROCESSO DE REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

6.2.1 Esse processo possui 02 (duas) fases e tem início no planejamento, sendo concluído na preparação da operação, de acordo com o seguinte: a) 1a fase: análise da vulnerabilidade QBRN; e b) 2a fase: redução da vulnerabilidade QBRN.

6.2.2 A análise e redução da vulnerabilidade QBRN compõem um trabalho contínuo de avaliação que orienta a prontidão da força ante a ameaça QBRN.

6.2.3 ANÁLISE DA VULNERABILIDADE QBRN

6.2.3.1 A análise da vulnerabilidade considera o impacto potencial oriundo de um ataque e as deficiências da DQBRN de uma instalação.

6.2.3.2 Esse estudo é realizado durante o planejamento da operação militar, utilizando as informações oriundas da análise da ameaça.

6.2.3.3 Os aspectos a serem considerados na análise da vulnerabilidade estão relacionados com as possibilidades de proteção da força, como existência de meios de sensoriamento, MOPP, capacidade de imunização, existência de meios de descontaminação, condições de higiene, dentre outros.

6.2.3.4 O confronto entre as deficiências e os pontos fortes, ambos relativos à proteção da força, determina se a vulnerabilidade da tropa é baixa, média ou

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alta. Cabe ao comandante estabelecer diretrizes para que seja reduzida essa vulnerabilidade a níveis adequados à ameaça QBRN.

6.2.3.5 Cada tipo de perigo QBRN apresenta características próprias que impactam a DQBRN de formas distintas. A análise da vulnerabilidade deve levar em consideração essas diferenças.

6.2.4 DIFERENÇAS NA VULNERABILIDADE QBRN

6.2.4.1 Vulnerabilidade Química

6.2.4.1.1 A vulnerabilidade a um ataque químico depende da proteção respiratória e cutânea adotada pela tropa e a quantidade de agentes empregada.

6.2.4.1.2 Para agentes químicos não persistentes (sufocantes, hemotóxicos e neurotóxicos da série G), o risco de baixas para a tropa em MOPP 4 é nulo. O mesmo ocorre para agentes persistentes (vesicantes, neurotóxicos da série V e soman), caso medidas apropriadas e imediatas de descontaminação forem tomadas.

6.2.4.1.3 Uma vez que a MOPP 4 é eficiente contra agentes químicos, deve-se buscar a proteção do militar, levando em consideração a degradação da performance do combatente e o possível estresse de calor decorrente de longos períodos utilizando o EPI.

6.2.4.2 Vulnerabilidade Biológica

6.2.4.2.1 A vulnerabilidade a um ataque biológico se relaciona diretamente à extensão da área atingida, podendo alcançar centenas de Km2.

6.2.4.2.2 Um ataque biológico não será detectado de imediato. Provavelmente, a vigilância de saúde da força será a primeira a dar o alerta de ataque, ao se observar a incidência de surtos epidemiológicos na A Op.

6.2.4.2.3 Diferentemente da detecção química e radiológica/nuclear, a detecção presuntiva de agentes biológicos é uma tarefa bastante complexa, devido a limitações técnicas.

6.2.4.2.4 A vulnerabilidade biológica está associada principalmente ao nível de imunização da força a agentes potencialmente perigosos, à mobilidade da tropa, às condições sanitárias, ao terreno e às condições meteorológicas.

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6.2.4.3 Vulnerabilidade Radiológica e Nuclear

6.2.4.3.1 A vulnerabilidade da força aos efeitos associados aos perigos radiológico e nuclear varia de acordo com a potência do artefato e ao tipo de explosão.

6.2.4.3.2 O adestramento, a prontidão e a execução de medidas preventivas que reduzam os efeitos da explosão nuclear diminuem a vulnerabilidade da força.

6.2.5 REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE QBRN

6.2.5.1 Ao comparar as deficiências e os pontos fortes na DQBRN da força, um conjunto de sugestões é apresentado ao comandante, que determina a adoção de medidas de redução de vulnerabilidades constantes do anexo DQBRN à ordem de operações.

6.2.5.2 As medidas de redução da vulnerabilidade se dividem em 02 (dois) tipos de ações, a saber: a) realização de adestramentos nas unidades; e b) execução de medidas mitigadoras específicas (determinadas pelo comandante).

6.2.5.3 Os adestramentos devem ser realizados dentro dos respectivos níveis de capacitação exigidos na ordem de operações. Esse adestramento permite empregar a tropa de forma adequada ao perigo presente em seu setor na A Op e à missão tática DQBRN atribuída.

6.2.5.4 A execução das medidas específicas de redução da vulnerabilidade QBRN segue a diretriz do comandante da força. Tais medidas constam no anexo DQBRN à ordem/plano de operações.

6.2.5.5 As medidas de redução da vulnerabilidade podem ser comuns a todo o espectro da ameaça QBRN ou podem ser divididas de acordo com o tipo de ameaça (química, biológica, radiológica/nuclear e MIT) e o momento da operação (antes, durante e após o ataque).

6.3 MEDIDAS PARA A REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

6.3.1 MEDIDAS PARA A REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE QBRN COMUNS A TODAS AS AMEAÇAS a) Realizar o adestramento DQBRN da unidade. b) Levantar possíveis locais para descontaminação. c) Atualizar a situação da ameaça QBRN. d) Implementar planos de DQBRN de instalações.

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e) Preparar o atendimento de saúde QBRN.f) Definir e implementar as MOPP, mantendo a disciplina de sua utilização.g) Reduzir a exposição da pele.h) Continuar as boas práticas de higiene.i) Posicionar e ativar os detectores QBRN.j) Realizar operações de coleta QBRN em locais de interesse na A Op.k) Preparar abrigos adequados à ameaça QBRN.l) Dispersar os meios para evitar a localização pelo inimigo.m) Limitar a exposição ao perigo QBRN, conforme a DEO (ver ANEXO D –EXEMPLO DE DIRETRIZ DE EXPOSIÇÃO OPERATIVA).n) Minimizar o espalhamento da contaminação.o) Manter a mobilidade das unidades.p) Observar os indicadores de ataque QBRN.q) Cobrir e camuflar os MEM essenciais às operações e suprimentos.r) Realizar o monitoramento meteorológico.s) Integrar o sistema de alarme e reporte QBRN.t) Assegurar a disponibilidade de medicamentos de pré-tratamento, antídotosquímicos, vacinas, repelentes insetos e unguentos protetores.u) Utilizar a proteção coletiva QBRN.v) Ficar em condição de empregar equipes de emergência (combate a incêndio,desativação de artefato explosivo).w) Estabelecer e integrar a vigilância de saúde QBRN.x) Avaliar o risco à saúde da população civil na A Op e coordenar as atividades deDQBRN e de saúde.y) Estabelecer critérios para o acompanhamento, diminuição e aumento das MOPP.z) Ficar em condições de realizar a defesa ativa QBRN.

6.3.2 MEDIDAS PARA A REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE QUÍMICA

6.3.2.1 Antes do Ataque a) Atualizar a ameaça química.b) Implementar o plano de defesa química da instalação.c) Preparar para realizar os primeiros socorros.d) Definir e implementar as MOPP adequadas à ameaça.e) Reduzir a exposição da pele.f) Continuar as boas práticas de higiene.g) Posicionar e ativar os detectores QBRN.h) Preparar abrigos com capacidade de purificação do ar.i) Observar os indicadores de ataque QBRN.j) Cobrir e camuflar MEM essenciais às operações.k) Realizar treinamentos individuais e coletivos com equipamentos de proteção.l) Evacuar a área de risco de ataque se a missão permitir.m) Realizar, quando determinado, o pré-tratamento contra a contaminaçãoquímica.

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6.3.2.2 Durante o Ataque a) Responder prontamente ao sinal de ataque. b) Tomar abrigo. c) Realizar as táticas, técnicas e procedimentos (TTP) de proteção contra ataque químico. d) Utilizar a MOPP 4, permanecendo com esse nível de proteção até que o comandante ordene sua redução, via cadeia de comando. e) Ressuprir o material contaminado e de proteção. f ) Deixar o EPI em condições de emprego antes do próximo ataque.

6.3.2.3 Após o Ataque a) Caso o inimigo esteja empregando munições com arrebentamento aéreo ou espargimento por aeronaves e se a situação tática permitir, evitar atividades em área aberta por aproximadamente 01 (uma) hora. b) Evitar áreas e superfícies potencialmente contaminadas. c) Obter e informar observações ou evidências do ataque. d) Realizar a descontaminação imediata e os primeiros socorros individuais ou assistidos. e) Ajustar as MOPP ao menor nível possível conforme ordem do comandante, que reavalia o nível de ameaça corrente. f) Registar a exposição da fração atingida pelo ataque. g) Levantar, monitorar e coletar amostras da área contaminada, assim que a situação tática permitir. h) Realizar a descontaminação operativa e o controle de contaminação. i) Realizar a troca de filtros das máscaras contra gases, quando necessário. j) Manter o escalão superior atualizado. k) Atualizar imediatamente o oficial de DQBRN e os C Op DQBRN sobre a situação.

6.3.3 MEDIDAS PARA A REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE BIOLÓGICA

6.3.3.1 Antes do Ataque a) Manter a imunização da tropa em dia. b) Realizar pré-tratamento contra os principais agentes biológicos, se for o caso. c) Continuar as boas práticas de higiene. d) Manter a limpeza das instalações. e) Manter alta a higidez da tropa. f)Controlar a proliferação de vetores artrópodes e utilizar repelentes e mosquiteiros. g) Realizar treinamentos individuais e coletivos com equipamentos de proteção. h) Realizar a vigilância de saúde QBRN.

6.3.3.2 Durante o Ataque a) Devido à grande dificuldade de detectar um ataque biológico, a inteligência

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de combate deve orientar a adoção de medidas de proteção. b) Utilizar a MOPP 4 em caso de ataque com toxinas ou com a aproximação denuvens suspeitas de conterem agentes biológicos, permanecendo com essenível de proteção até que o comandante ordene a sua redução, via cadeia decomando.

6.3.3.3 Após o Ataque a) Realizar a descontaminação imediata após a suspeita ou a confirmação deataque.b) Levantar surtos epidemiológicos (ocorrência de sintomas semelhantes egeneralizados) durante a vigilância de saúde QBRN.c) Realizar o tratamento dos doentes sintomáticos.d) Monitorar o pessoal assintomático em contato com os doentes.e) Realizar a coleta de amostras biológicas e identificar o patógeno para orientar otratamento.f) Difundir com presteza a informação sobre o ataque e o tratamento a ser realizado.

6.3.4 MEDIDAS PARA A REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE RADIOLÓGICA E NUCLEAR

6.3.4.1 Antes do Ataque a) Construir ou fortificar abrigos e posições defensivas, protegendo indivíduos comparedes grossas de material denso ou pesado (concreto, ferro, chumbo) contraradiação gama e com camadas de material leve (compostos hidrogenados –parafina, água, óleo) contra nêutrons. Os abrigos devem ser enterrados ou cobertoscom aberturas mínimas e com revestimento reflexivo ao calor.b) Ficar em condições de combater incêndios provocados pela radiação térmica.c) Cobrir as partes expostas do corpo contra a radiação térmica e os olhos contra oclarão da explosão nuclear.d) Proteger MEM críticos para a missão da contaminação radioativa e do pulsoeletromagnético.e) Ficar em condições de utilizar veículos blindados como proteção.f) Estabelecer procedimentos para os trabalhos sem eletricidade.g) Em campo aberto, buscar abrigos naturais nas reentrâncias do terreno, reduzindoa superfície do corpo em exposição direta ao sopro e à radiação térmica.h) Estabelecer sistema de alarme.i) Treinar as TTP de sobrevivência em caso de explosão nuclear.

6.3.4.2 Durante o Ataque a) Realizar imediatamente as medidas de proteção previamente treinadas,devido ao curto tempo de resposta após a explosão nuclear.b) Permanecer calmo, checar condições de saúde e do equipamento.c) Preparar para realizar deslocamentos para áreas fora da previsão deprecipitação radioativa.

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6.3.4.3 Após o Ataque a) Monitorar os níveis de radiação local.b) Proteger as vias aéreas utilizando a máscara contra gases, contra contaminaçãoradiológica interna.c) Realizar procedimentos de descontaminação imediata e descartar asvestimentas possivelmente contaminadas com detritos da precipitação radioativa.d) Realizar primeiros socorros, cobrindo feridas expostas a contaminação.e) Informar imediatamente a dose de radiação absorvida pela fração atingida peloataque nuclear.f) Realizar deslocamento, determinado pelo comando, para áreas com níveisseguros de radiação conforme a DEO da unidade.

6.3.5 MEDIDAS PARA A REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE CONTRA MIT

6.3.5.1 Antes do Evento a) Identificar todas as plantas industriais, depósitos, dutos de transporte na A Op.b) Identificar quais são os MIT produzidos na A Op.c) Avaliar os efeitos de MIT liberados na A Op decorrentes de ataques ouacidentes.d) Avaliar a viabilidade de ataques deliberados com MIT.e) Identificar os responsáveis pelo contingenciamento local da liberação de MIT.f) Conhecer os rótulos e códigos de identificação de MIT e perigos associados.g) Avaliar a eficiência do sensoriamento disponível para a detecção de MIT.h) Avaliar a eficiência da proteção disponível contra MIT.i) Levantar necessidades especiais para MIT (roupas impermeáveis, detectoresadequados, filtros especiais).j) Conhecer os procedimentos de evacuação previstos nos planos locais decontingência.

6.3.5.2 Durante o Evento a) Difundir alerta para o escalão superior e para a unidade nas áreas adjacentes aemissão de MIT.b) Iniciar o sensoriamento da emissão de MIT com os meios disponíveis.c) Adotar a MOPP 4 e deslocar-se para uma distância segura já prevista no plano decontingência.d) Estabelecer uma zona de segurança de acordo com a predição da contaminação.e) Realizar a descontaminação imediata e operativa.f ) Realizar os primeiros socorros.g) Para eventos com material industrial radiológico ou nuclear, informar ao centroDQBRN o aumento, a diminuição e os picos da taxa de dose radioativa.

6.3.5.3 Após o Evento a) Prevenir o agravamento do evento com MIT.b) Realizar o tratamento das vítimas.c) Conter o espalhamento da contaminação.

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d) Realizar a identificação presuntiva ou de confirmação de campo do materialindustrial tóxico liberado no ambiente.e) Coletar amostras ambientais.f) Executar os planos de contingência existentes.g) Coordenar esforços com outros atores para gerenciar as consequências doevento.

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CAPÍTULO VII

A DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR NAS OPERAÇÕES EM SITUAÇÃO DE GUERRA

7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

7.1.1 Nesta situação, a DQBRN proporciona a proteção necessária ao cumprimento das missões de combate da F Ter diante da possibilidade de emprego de agentes por uma força oponente.

7.1.2 Os principais objetivos da DQBRN são a manutenção e a restauração do poder de combate dos elementos de emprego que atuam em ambiente QBRN.

7.1.3 O emprego da DQBRN em situação de guerra pressupõe a realização, por parte de todos os elementos da A Op, de diversas tarefas de maneira sincronizada e coordenada, obedecendo aos níveis de capacitação DQBRN a eles atribuídos. Essas tarefas são apresentadas a seguir, conforme a sequência de sua realização: a) realizar o IRVA;b) prover a proteção;c) realizar o alerta e reporte;d) realizar o Rec Vig; ee) descontaminar.

7.2 REALIZAR O IRVA QBRN

7.2.1 As ações de IRVA permitem a formação da consciência situacional sobre

o ambiente operacional QBRN. Sensores especializados e não especializadosna detecção de perigos realizam essa tarefa de forma coordenada, atendendoàs demandas do comando e do Oficial de DQBRN do Estado-Maior.

7.2.2 Durante o desenvolvimento das operações, sempre se busca evitar a contaminação por perigos QBRN. A fração de DQBRN deve possuir, no mínimo, o nível de capacitação intermediário de reconhecimento, como mostra a Fig 7-1.

7.2.3 Dentro da A Op, de acordo com as informações coletadas e as L Aç adotadas, existem setores onde o risco QBRN pode causar impactos significativos ao cumprimento da missão. Essas RIPI devem constar dos planos de reconhecimento, contando com frações de Rec Vig QBRN que realizam seu monitoramento durante a operação.

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7.2.4 Caso ocorra a detecção presuntiva de contaminação em setores onde ela não possa ser evitada, como em pontos decisivos ao cumprimento da missão, o comandante deve decidir sobre o prosseguimento da execução de sua linhade ação inicial. Ratificada sua decisão, deve-se adotar proteção contra osperigos e atentar para os limites de exposição.

Fig 7-1 – Reconhecimento e vigilância QBRN em apoio às operações

7.3 PROVER A PROTEÇÃO QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

7.3.1 A DQBRN, por meio das MOPP, é empregada para a manutenção do seu poder de combate para prosseguir no cumprimento da missão estabelecida em áreas contaminadas.

7.3.2 Todos os elementos de emprego com nível de capacitação básico são aptos a adotarem a postura de proteção adequada ao risco QBRN da operação, mediante a observação de indícios de ataque.

7.3.3 Devido à utilização da MOPP, ocorre a degradação do desempenho do combatente, a redução do ritmo operativo e a limitação do alcance operativo da força. Esta condicionante pode obrigar alterações no planejamento inicial, visto que ocorrerá o aumento do tempo efetivo de realização da missão na razão direta do fator de degradação da performance (FDP), como mostra a Tab 7-1.

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Tab 7-1 – Níveis de MOPP e os FDP

7.3.4 Cabe salientar que devido à utilização de EPI, faz-se necessária a realização de ciclos de trabalho/descanso/hidratação para evitar o estresse por calor. Esse ciclo de trabalho também interfere no ritmo e no alcance operativo da força.

7.3.5 Em casos especiais, a proteção deve ser complementada por outras ações específicas, a serem conduzidas pelas frações de Ptç Indv e de Ptç Ctv: a) em eventos com perigos radiológicos e nucleares: realizar o controle dolimite da exposição radiológica, conforme estabelecido na DEO;b) em espaços confinados: controle dos níveis de O2, de explosividade, deconcentração de CO e CO2 e adequação da proteção respiratória; ec) contaminação por MIT: identificação do agente e adequação da proteçãoindividual.

7.4 REALIZAR O ALERTA O REPORTE QUÍMICO, BIOLÓGICO, RADIOLÓGICO E NUCLEAR

7.4.1 A informação sobre a contaminação QBRN na A Op deve ser difundida com a maior presteza possível. Ela permitirá o assessoramento à tomada de decisão sobre as ações a serem realizadas pelos elementos de emprego no terreno.

7.4.2 Todas as tropas atingidas por contaminação devem de imediato informar a fração de C² QBRN no centro de operações de DQBRN da força. Para isso, se utilizam da mensagem QBRN 1 (nível de capacitação DQBRN básico). Nela constam dados sobre o ataque (localização, grupo data-hora e características) que são fundamentais para confirmação da ameaça QBRN e início das ações de sensoriamento, segurança e descontaminação QBRN. Informações adicionais sobre a mensagem QBRN 1 estão previstas no treinamento especifico realizado durante a fase de preparação.

7.4.3 De posse de diversos reportes sobre o ataque QBRN, o oficial DQBRN consolida tais informações na mensagem QBRN 2 e emite um alerta para os elementos de emprego da FTC na A Op por meio da mensagem QBRN 3.

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7.4.4 A mensagem QBRN 3 é uma predição sobre a contaminação de acordo com as características do agente e as condições meteorológicas. Nesse preditor, constam as zonas de isolamento inicial e de perigo imediato às tropas no terreno (Fig 7-2).

Fig 7-2 – Zonas de perigo QBRN

7.4.5 De posse da predição QBRN, os comandantes das tropas desdobradas na A Op devem adotar as seguintes condutas: a) tropas desdobradas na zona de isolamento inicial: realizar procedimentos dedescontaminação imediata e adotar MOPP 4;b) tropas desdobradas na zona de perigo imediato: elevar o nível de MOPP,ficando em condições de assumir MOPP 4 se a missão exigir a permanênciana área ou realizar deslocamentos para o exterior da área de perigo se amissão permitir; ec) tropas desdobradas fora das zonas de isolamento inicial e perigo imediato:prosseguir na missão.

7.5 REALIZAR O RECONHECIMENTO E A VIGILÂNCIA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

7.5.1 Duas tarefas prioritárias são realizadas pelas frações de Rec e Vig das tropas com nível de capacitação avançado, que executam a detecção e identificação presuntiva e de confirmação de campo na A Op: a) confirmar o tipo de perigo QBRN; eb) levantar a extensão da contaminação.

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7.5.2 A confirmação do tipo de contaminação é executada por meio de procedimentos especializados de detecção, identificação e quantificação, podendo ser realizada coleta de amostras para validação dos resultados pela fração de identificação.

7.5.3 Após obter informações precisas sobre o perigo, o oficial DQBRN assessora quanto ao tratamento de saúde adequado, tipo de proteção necessária e tempo limite de permanência na área contaminada.

7.5.4 O levantamento da extensão da área contaminada é realizado por meio de reconhecimentos nas zonas de isolamento inicial e de perigo imediato. A detecção de perigos é reportada ao oficial DQBRN por intermédio da mensagem QBRN 4. Concomitantemente, a área contaminada é demarcada com sinalização de perigo e passa a ser monitorada.

7.5.5 O oficial DQBRN compila todas as mensagens QBRN 4 recebidas obtendo a percepção real da contaminação no terreno. Com isso, é possível restringir a extensão das zonas de isolamento inicial e de perigo imediato, definindo a área comprovadamente contaminada (Fig 7-3).

7.5.6 Essa informação é difundida aos elementos de emprego na A Op por meio da mensagem QBRN 5, atualizando a consciência situacional dos comandantes e permitindo ações como a adequação da MOPP e a retomada do ritmo e do alcance operativo.

Fig 7-3 – Levantamento da área contaminada

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7.6 DESCONTAMINAR

7.6.1 A recuperação do poder de combate da tropa contaminada por perigos QBRN é prioritária para as operações. Para que isso ocorra, as tropas com nível de capacitação intermediário e avançado realizam ações de descontaminação dos elementos de emprego e iniciam o tratamento de saúde dos atingidos (Fig 7-4).

Fig 7-4 – Descontaminação de viatura blindada

7.6.2 A descontaminação deve ser realizada com a maior rapidez e o mais próximo possível do local do ataque, a fim de atenuar os efeitos dos perigos, facilitando o tratamento e evitando a disseminação.

7.6.3 A descontaminação QBRN se realiza por meio de trabalhos sucessivos e complementares de descontaminação. A tropa com nível de capacitação básico deve realizar a descontaminação imediata. Na sequência, a descontaminação operativa é realizada prioritariamente pela tropa com nível de capacitação intermediário mais próxima dos elementos de emprego atingidos.

7.6.4 A descontaminação operativa é realizada pelas tropas com níveis de capacitação intermediário e avançado. Essa tarefa é dividida entre os diferentes grupos de descontaminação.

7.6.5 O local de desdobramento e o período de operação das frações de descontaminação com nível de capacitação avançado são transmitidos pelo Oficial DQBRN por intermédio da mensagem QBRN 6. Este reporte traz ainda informações adicionais sobre o perigo QBRN e procedimentos para limitar a exposição e realizar primeiros socorros. A Fig 7-5 representa a execução da descontaminação em operações.

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Fig 7-5 – Descontaminação em operações

7.7 PROSSEGUIR NA OPERAÇÃO

7.7.1 Após a realização dos trabalhos de descontaminação dos elementos de emprego e a demarcação das áreas contaminadas, é possível reduzir o nível de proteção adotado pela força. Com isso, o comandante pode retomar o ritmo operativo anterior ao ataque QBRN, recuperando a liberdade das ações para o cumprimento da missão.

7.7.2 Mesmo com a realização bem-sucedida da DQBRN, o risco QBRN permanece na A Op após o ataque. As seguintes ações devem ser realizadas pela força durante todo o prosseguimento da operação: a) atualizar a ameaça QBRN; b) realizar o IRVA QBRN (monitoramento de áreas contaminadas, reconhecimentos de RIPI e coleta de amostras QBRN para identificação de validação e identificação definitiva); c) evitar o movimento de tropas nas áreas contaminadas na A Op; d) planejar o trânsito em áreas contaminadas, caso esse deslocamento seja imprescindível para a missão; e) controlar o movimento dos egressos da área contaminada para realizarem a descontaminação; f) atualizar o controle de exposição das unidades, reposicionando as tropas de acordo com limites de exposição preestabelecidos;

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g) ressuprir as unidades com EPI, se for o caso; h) gerenciar os rejeitos da descontaminação; i) gerenciar as áreas destinadas à descontaminação pela ação do ambiente; j) prestar o apoio de saúde QBRN (evacuação, tratamento, vigilância de saúde e assuntos mortuários); k) recuperação da área; e l) apoio à população civil e prisioneiros de guerra (SFC).

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CAPÍTULO VIII

A DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR NAS OPERAÇÕES EM SITUAÇÃO DE NÃO GUERRA

8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

8.1.2 A DQBRN nas operações em situação de não guerra têm por objetivo proporcionar a proteção necessária ao cumprimento das missões da F Ter neste contexto, que ocorrerão normalmente em ambiente interagências.

8.1.3 São exemplos de eventos que podem ocasionar ações de DQBRN em situação de não guerra: a) prevenção e combate ao terrorismo; b) desastres com MIT; e c) cooperação com organismos internacionais na área de DQBRN.

8.1.4 Neste contexto, a DQBRN é conduzida por meio do gerenciamento de consequências QBRN (Grc Conseq QBRN), que se divide nas fases de resposta (quando se busca proteger pessoas e controlar a contaminação) e de recuperação (momento que se procura reestabelecer as condições anteriores ao incidente QBRN).

8.1.5 O Grc Conseq QBRN é realizado em ambiente interagências por equipes que trabalham de forma complementar e escalonada. Os elementos de emprego atuam em três níveis: prontidão, operativo e especializado. A atuação integrada e coordenada dessas equipes, nas operações em situação de não guerra, permite executar, principalmente, o seguinte: a) integrar esforços interagências; b) manter prontidão da DQBRN; c) realizar o alerta e reporte QBRN; d) gerenciar o evento QBRN; e e) estabilizar o evento QBRN.

8.2 INTEGRAR ESFORÇOS INTERAGÊNCIAS

8.2.1 A organização de uma estrutura interagências com meios de DQBRN (pessoal e material) ocorre nas fases de planejamento e preparação da operação ou na formulação de planos de contingências.

8.2.2 A estrutura de DQBRN depende do tipo e da gravidade do evento QBRN esperado ou já ocorrido. As agências envolvidas devem se integrar de forma

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eficiente, otimizando as capacidades e reduzindo as limitações de cada componente.

8.2.3 Para a organização da DQBRN no ambiente interagências, deve ser observada a existência dos seguintes aspectos: a) comando e controle; b) sensoriamento QBRN (Rec Vig); c) proteção contra perigos QBRN; d) descontaminação de vítimas; e) segurança (desativação de artefatos explosivos, contraterrorismo, segurança de instalações, de comboios e do local do incidente); f) saúde (triagem, tratamento especializado, evacuação e acompanhamento dos pacientes); g) busca e salvamento em ambiente com contaminação QBRN; h) logística; e i) assessoria técnica e científica.

8.3 MANTER A PRONTIDÃO DA DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

8.3.1 As ações de IRVA e a manutenção da consciência situacional são fundamentais para a definição de potenciais ameaças e a execução de ações proativas que minimizem seus eventuais efeitos.

8.3.2 Os meios de sensoriamento (especializados e não especializados) devem ser capazes de detectar o evento QBRN. Normalmente, a detecção dos perigos ocorre no nível prontidão do Grc Conseq QBRN, por meio da capacidade de sensoriamento das agências locais ou dos elementos de emprego da F Ter com nível de capacitação básico.

8.3.3 Em alguns casos, elementos de emprego da F Ter com nível de capacitação intermediário ou avançado podem realizar a detecção e identificação de perigos.

8.4 REALIZAR O ALERTA E REPORTE QUÍMICO, BIOLÓGICO, RADIOLÓGICO E NUCLEAR

8.4.1 A informação sobre o evento QBRN é reportada ao centro de comando e controle local que integra a estrutura nacional de resposta em operações. De acordo com a gravidade do evento, capacidades DQBRN são mobilizadas e deslocadas para atender a demanda exigida.

8.4.2 De posse das informações iniciais sobre o evento, o grupo de C² DQBRN realiza a predição da contaminação, definindo as zonas de isolamento inicial e de perigo imediato, como mostra a Fig 8-1.

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8.4.3 As zonas de isolamento inicial e de perigo imediato orientam quais ações devem ser executadas pelas agências durante a operação, como a evacuação de não atingidos em área de perigo ou o controle e o atendimento aos contaminados.

8.4.4 As informações obtidas da predição são transcritas como alerta QBRN à população civil. Esse alerta deve ser amplo, imediato e direcionado aos atingidos com linguagem clara, incluindo informações sobre os procedimentos a serem realizados por ocasião da contingência. Operações de apoio à informação podem otimizar a eficiência do alerta QBRN.

Fig 8-1 – Zonas de isolamento inicial e de perigo imediato

8.5 GERENCIAR O EVENTO QUÍMICO, BIOLÓGICO, RADIOLÓGICO E NUCLEAR

8.5.1 O estabelecimento das zonas de perigo (zona fria, morna e quente) e as ações subsequentes definem a resposta. Estas zonas se situam dentro das zonas de isolamento inicial e de perigo imediato e se dividem em três áreas distintas, como mostra a Fig 8-2: a)zona quente: área onde existe a confirmação da existência de perigo; b) zona morna: onde se realizam os trabalhos de recuperação (descontaminação,apoio de saúde e controle da contaminação); ec) zona fria: livre de contaminação, onde se localizam os demais meios envolvidosna operação.

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Fig 8-2 – Zonas de perigo QBRN

8.5.2 As frações de Rec Vig QBRN realizam os trabalhos de detecção e identificação de agentes nos níveis presuntivo e de confirmação de campo. Essas tarefas são executadas nas zonas de isolamento inicial e de perigo imediato, com o objetivo de levantar e demarcar a zona quente. Após isso, essas equipes passam a realizar o monitoramento e o controle de contaminação nos limites entre as zonas de perigo QBRN.

8.5.3 As frações de descontaminação de pessoal, descontaminação técnica e descontaminaçãofísica atuam na zona morna montando um corredor de descontaminação. O emprego destas frações permite o trânsito das equipes de busca e salvamento, de saúde e de Rec Vig QBRN. Neste corredor, as vítimas são descontaminadas e recebem os primeiros socorros, ficando em condições de serem evacuadas.

8.5.4 Localizadas na zona fria, as frações de Ptç Indv e Ptç Ctv realizam o controle da degradação da performance, dos níveis de MOPP e dos limites de exposição definidos na DEO ou legislação laboral específica. A fração de C² DQBRN fica justaposta ao posto de comando do incidente e auxilia na condução do Grc Conseq QBRN.

8.6 ESTABILIZAR O EVENTOQUÍMICO, BIOLÓGICO, RADIOLÓGICO E NUCLEAR

8.6.1 A recuperação da área se inicia com a estabilização da resposta. Ela ocorre quando as ações de sensoriamento, segurança e descontaminação deixam de ser a prioridade da operação e os trabalhos de apoio de saúde, reconstrução e logística ganham maior importância.

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8.6.2 Nesse momento, a ameaça pode ser reavaliada e as capacidades DQBRN redistribuídas.

8.6.3 Normalmente, a estabilização do evento QBRN perdura enquanto a contaminação permanecer no ambiente, ensejando a continuidade da realização da descontaminação física, do controle de contaminação e da proteção individual.

8.6.4 A DQBRN termina quando os efeitos do evento QBRN tenham sido minimizados e o apoio especializado não seja mais necessário, ocorrendo a transição das responsabilidades operacionais às autoridades locais competentes.

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CAPÍTULO IX

APOIO LOGÍSTICO PARA A DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

9.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

9.1.1 Neste capítulo, serão abordados os aspectos de interesse do apoio logístico para a DQBRN. As atividades e tarefas decorrentes do emprego da DQBRN demandam a necessidade de planejamentos logísticos mais detalhados no que se refere ao apoio às tropas que venham a ser afetadas por agentes QBRN.

9.1.2 Para a realização do apoio logístico, destacam-se, entre outras, as seguintes características: a)planejamento centralizado e execução descentralizada; b) adoção de processos especiais de suprimento, capazes de assegurar presteza eeficácia no apoio; ec)estreito contato com as estruturas logísticas de DQBRN das outras forçassingulares buscando a interoperabilidade logística.

9.1.3 A logística na DQBRN possui aspectos específicos, em função da mobilidade, dos procedimentos técnicos dos equipamentos e da recuperação do poder de combate pela tropa apoiada. Para tanto, destacam-se os preceitos logísticos da antecipação, integração, resiliência, responsividade e visibilidade.

9.2 FUNÇÕES LOGÍSTICAS

9.2.1 SUPRIMENTO

9.2.1.1 Classe I

9.2.1.1.1 O planejamento do suprimento (Sup) de Classe I deve considerar, entre outros, a dificuldade de armazenamento e transporte dos gêneros alimentícios num ambiente suscetível à presença de agentes QBRN, ou seja, com a cautela necessária para não os contaminar diretamente ou por transferência.

9.2.1.1.2 O Sup Classe I deverá sofrer inspeções do serviço de saúde, assessorado por especialistas em DQBRN, no sentido de validar o suprimento para consumo.

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9.2.1.1.3 Suprimento de água (Fig 9-1): a captação e o transporte de água constituem apoio fundamental para a execução da descontaminação e devem ser realizados pelo batalhão logístico. A engenharia, assessorada pela fração de DQBRN e com a aprovação do serviço de saúde, terá a responsabilidade pelo tratamento dos resíduos da descontaminação presentes na água.

Fig 9-1 – Reabastecimento de água para o posto de descontaminação

9.2.1.2 Classe II

9.2.1.2.1 Os artigos de Classe II específicos para o elemento de apoio de DQBRN deverão ser fornecidos por fabricantes com certificação de segurança correspondente para utilização em ambientes contaminados.

9.2.1.2.2 No caso da ativação de um posto de descontaminação para pessoal, deverá haver a previsão de distribuição do fardamento e equipamento para a tropa que for descontaminada. Tal procedimento produzirá reflexos na atividade de suprimento de itens desta classe.

9.2.1.3 Classe III

9.2.1.3.1 Além dos combustíveis, óleos e lubrificantes necessários aos equipamentos destinados às ações de descontaminação, quantidades adicionais desses artigos devem ser consideradas pela unidade responsável pelo reabastecimento e manutenção das viaturas, aeronaves e demais equipamentos recém descontaminados.

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9.2.1.4 Classe IV

9.2.1.4.1 A DQBRN poderá trazer demandas de suprimento Classe IV, tais como: a) utilização de materiais de construção e ferramentas adequadas para fazer face às necessidades de construção; e b) reparação e conservação de instalações que possam ser adaptadas para facilitar as ações de descontaminação total e proteção coletiva da tropa e de órgãos de comando, armazenagem de suprimentos, entre outros.

9.2.1.5 Classe V (Armamento e Munição)

9.2.1.5.1 Alguns armamentos específicos, como o lança-chamas (Fig 9-2) devem ser previstos para eventuais descontaminações de terreno e instalações inservíveis. Desta forma, o Sup Classe V (armamento), bem como o combustível pertinente para o seu emprego, deve ser previsto na cadeia de suprimento do escalão apoiador.

9.2.1.5.2 No caso da ativação de um posto de descontaminação para equipamentos, deverá haver a previsão de distribuição de armamento e munição, na quantidade suficiente, para a tropa que for descontaminada. Tal procedimento produzirá reflexos na atividade de suprimento de itens desta classe.

Fig 9-2 – Emprego do lança-chamas

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9.2.1.6 Classe VI

9.2.1.6.1 A fração de apoio de DQBRN deverá ser dotada dos meios capazes de lhe proporcionar autossuficiência nesta área.

9.2.1.6.2 A quantidade, a potência e a diversidade de geradores de energia elétrica necessários devem considerar as necessidades das ações de DQBRN, sobretudo no caso de descontaminação total.

9.2.1.7 Classe VII

9.2.1.7.1 A fração de DQBRN deverá ser dotada de todos os meios de comunicações que lhe garantam autonomia para as ligações internas e com o escalão superior.

9.2.1.7.2 Em uma operação com outras agências deve-se considerar a compatibilidade com o sistema de comunicações das diversas instituições envolvidas.

9.2.1.8 Classe VIII

9.2.1.8.1 Os níveis de Sup Cl VIII deverão ser constituídos considerando-se, não só as dotações em vigor para as situações de campanha, mas também as necessidades que resultem das particularidades da área de operações em que possam ocorrer incidentes que envolvam agentes QBRN.

9.2.1.8.2 Devem ser previstos os antídotos contra os principais agentes QBRN e demais medicamentos para tratamento de seus efeitos secundários. Cada militar deverá possuir seu próprio estojo para primeiros socorros e descontaminação de urgência.

9.2.1.8.3 Os materiais para revestimento dos meios de evacuação (Fig 9-3) e macas autônomas encapsuladas devem ser previstos a fim de não haver contaminação do pessoal de saúde e das viaturas ou aeronaves.

9.2.1.8.4 Os escalões de evacuação de saúde deverão possuir meios para tratamento de contaminação interna a fim de proporcionarem condições para o início da recuperação hospitalar.

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Fig 9-3 – Preparação de ambulância para transporte de contaminado

9.2.1.9 Classe IX

9.2.1.9.1 De acordo com a mobilidade que determinados tipos de operação requerem e a natureza do emprego da DQBRN, normalmente haverá a necessidade do emprego de aeronaves em apoio às atividades e tarefas correspondentes.

9.2.1.10 Classe X

9.2.1.10.1 Com relação a outros itens de suprimento, o planejamento do apoio logístico ocorrerá conforme as necessidades que forem observadas durante o emprego da DQBRN.

9.2.2 SAÚDE

9.2.2.1 O apoio de saúde deverá estar capacitado a: a) planejar e executar as medidas para a profilaxia e controle das doenças;b) proporcionar atendimento adequado em todos os escalões de saúde;c) potencializar o apoio laboratorial;d) preparar os doentes, feridos e contaminados adequadamente para a evacuação,a fim de não permitir a contaminação por transferência; ee) priorizar o tratamento do ferimento ou da contaminação, baseado nas variáveis:classificação da triagem, condições médicas do paciente e necessidade dedescontaminação imediata.

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9-6

9.2.2.2 Na fase do preparo da tropa, é fundamental desencadear um programa abrangente de vacinação.

9.2.2.3 Os escalões de saúde compreendem: a) 1o escalão: pelotão de saúde (Pel Sau) (nível unidade); b) 2o escalão: posto de atendimento avançado (PAA) do batalhão de saúde do escalão apoiador; c) 3o escalão: hospital de campanha (H Cmp) e/ou organizações militares de saúde (OMS); e d) 4o escalão: hospitais militares e/ou organizações civis de saúde.

9.2.2.4 O fluxo para evacuação de feridos contaminados ocorrerá conforme a Tab 9-1.

FASE ONDE OCORRE AÇÃO DE DQBRN NECESSÁRIA Fração DQBRN

1a Pelotão → AT SU Descon imediata Pessoal DQBRN da OM 2a AT SU → AT U Descon operativa Pessoal DQBRN da OM 3a AT U → PAA Descon operativa Cia DQBRN 4a PAA → H Cmp Descon completa Btl DQBRN

5a H Cmp → H Mil → Hospital de referência Descon de liberação Btl DQBRN

Tab 9-1 – Fluxo de evacuação de feridos contaminados

9.2.3 MANUTENÇÃO

9.2.3.1 Nas ações de descontaminação total, as estações destinadas à descontaminação de material devem realizar a lavagem, a aplicação de produtos químicos descontaminantes e, até mesmo, a vaporização para a descontaminação por meio do calor, caso seja necessário.

9.2.3.2 Assim sendo, o apoio desta função logística deve estar preparado com pessoal e meios que lhe capacitem a realização integral de todas as operações de manutenção, inclusive para todo o material que possa vir a ser descontaminado.

9.2.4 TRANSPORTE

9.2.4.1 Pela natureza do apoio de DQBRN, a mobilidade deve ser levada em consideração e requer apoio de meios não dotados pelo elemento de DQBRN.

9.2.4.2 Além dos meios de transporte para pessoal, as frações de DQBRN deverão contar com apoio para transportar seus níveis de suprimento e para proceder às operações de ressuprimento.

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9-7

9.2.4.3 Ressalta-se, ainda, a preparação dos meios de transporte destinados à evacuação de contaminados no que se refere à proteção dos equipamentos existentes, da tripulação e dos próprios profissionais de saúde.

9.2.5 ENGENHARIA

9.2.5.1 O apoio logístico desta função deverá ser capaz de executar obras e serviços de engenharia tais como: a) adaptação, reparação, restauração, conservação e manutenção de recursosfísicos existentes;b) construção de obstáculos e abrigos destinados à proteção coletiva deinstalações críticas essenciais à Força, no que tange à DQBRN; ec) construção de fossos e captação d’água em apoio às ações dedescontaminação.

9.2.6 RECURSOS HUMANOS

9.2.6.1 Baixas oriundas da ação dos agentes QBRN devem ter tratamento específico para evitar a propagação de uma possível contaminação. A cremação das vítimas fatais QBRN é uma forma de gerenciamento e deve ser considerada por ocasião do sepultamento, embora exija um esforço logístico considerável.

9.2.6.2 Após o levantamento estatístico das baixas, devem ser realizadas as ações para recompletamento de efetivos.

9.2.7 SALVAMENTO

9.2.7.1 A padronização de procedimentos relativos à prevenção e combate a incêndios constitui, entre outros, oportunidade de otimização de procedimentos dessa função logística.

9.2.7.2 O controle dos danos e avarias causados por agentes QBRN é de responsabilidade da fração de DQBRN apoiadora no que se refere ao assessoramento destinado ao início das medidas recuperativas.

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10-1

CAPÍTULO X

DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR DE INSTALAÇÕES

10.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

10.1.1 A DQBRN de instalações é o conjunto de medidas realizadas com o intuito de antecipar, reconhecer, alertar, avaliar, controlar, responder e recuperar-se de um incidente QBRN.

10.1.2 A DQBRN de uma instalação depende de diversos fatores, como os que seguem: a) possuir meios orgânicos de detecção presuntiva; b) integrar-se à rede de alerta e reporte QBRN; e c) possuir meios de apoio de saúde contra o perigo QBRN.

10.1.3 As instalações civis e militares normalmente não possuem meios voltados exclusivamente para a preparação, resposta e recuperação de um incidente QBRN. Por este motivo, a DQBRN deve constar do Plano de Segurança Orgânica da instalação.

10.2 RESPONSABILIDADES

10.2.1 O responsável pela instalação é o gerente do Plano de DQBRN. Por meio do assessoramento e apoiado por especialista em DQBRN, o responsável conduz o processo de avaliação da ameaça QBRN e de análise da vulnerabilidade QBRN da instalação.

10.2.2 O Plano de DQBRN permite a implementação de medidas que reduzem a ameaça e preparam a execução da resposta e da recuperação do incidente QBRN. Com o intuito de melhor esclarecer o assunto, a Tab 10-1 apresenta as responsabilidades na condução da DQBRN de suas instalações.

10.3 COORDENAÇÃO

10.3.1 A resposta a um incidente QBRN em uma instalação pode exigir meios que extrapolam as capacidades orgânicas.

10.3.2 Devido à complexidade da operação, o responsável pela instalação pode necessitar de apoio adicional das agências locais, regionais ou federais,

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10-2

para executar a resposta e a recuperação adequada à extensão do perigo QBRN, prevista no plano de DQBRN da instalação.

10.3.3 O estabelecimento de ligações prévias com os possíveis apoios de outras agências é essencial para o sucesso da missão. Essas ligações se consolidam com o estabelecimento de protocolos de atuação e com a devida previsão orçamentária. Tais acordos se tornam efetivos após a sua previsão nos planos de contingência regionais dos órgãos de defesa civil da localidade.

Atribuições do Responsável pela Instalação

Desenvolver o Plano de DQBRN da instalação.

Treinar, ensaiar e exercitar o Plano de DQBRN da instalação.

Destinar recursos e pessoal para apoiar a implementação do Plano de DQBRN da instalação.

Avaliar e aperfeiçoar continuamente o Plano de DQBRN da instalação.

Inspecionar e avaliar a preparação e a prontidão da DQBRN da instalação.

Confeccionar diretrizes, memorandos e protocolos de coordenação que permitam o apoio mútuo na execução das atividades previstas no Plano de DQBRN da instalação.

Atribuições dos Assessores do Responsável pela Instalação (com Apoio do Especialista em DQBRN)

Desenvolver, implementar e supervisionar a execução do programa de adestramento em DQBRN.

Coordenar, com o órgão de inteligência, o levantamento contínuo da ameaça QBRN.

Realizar periodicamente a análise da vulnerabilidade QBRN.

Propor e acompanhar a implementação de medidas para mitigação da vulnerabilidade QBRN.

Desenvolver, coordenar e avaliar a execução do treinamento da DQBRN da instalação.

Integrar o plano de DQBRN com o plano de segurança orgânica da instalação e com os planos de contingência locais, otimizando o emprego de meios e recursos orgânicos com os das agências locais, durante o atendimento à emergência QBRN.

Difundir o plano de DQBRN e destinar tarefas aos ocupantes da instalação.

Garantir que meios de sensoriamento e sistema QBRN forneçam dados que permitam a formação da consciência situacional atualizada.

Coordenar a coleta e o envio de amostras, estabelecendo canal técnico com os laboratórios regionais de detecção/identificação QBRN no nível de validação.

Tab 10-1 – Responsabilidades na DQBRN de instalações

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10-3

10.4 PLANO DE DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR DAS INSTALAÇÕES

10.4.1 É o documento que consolida todas as atividades de prevenção, proteção, resposta e recuperação do perigo QBRN.

10.4.2 A confecção do plano deve estar alinhada aos protocolos locais de contingência, visto que a atuação interagências é imprescindível para a execução das ações de resposta e recuperação.

10.4.3 A DQBRN será empregada em apoio às ações de resposta aos incidentes. Esse apoio se realiza por meio da execução das atividades de sensoriamento, segurança, descontaminação e são coordenadas pelo sistema QBRN.

10.4.4 Com o objetivo de otimizar o seu emprego, os meios DQBRN são reunidos em subsistemas. A Tab 10-2 apresenta alguns desses subsistemas e orienta a estruturação das capacidades de DQBRN, prevista no plano de DQBRN das instalações.

Subsistema de Vigilância QBRN (Sensoriamento QBRN)

- Detectores químicos fixos. - Coletores fixos de partículas biológicas. - Portais de monitoramento de radiação.

Subsistema de Reconhecimento e Coleta de Amostras QBRN (Sensoriamento QBRN) - Equipamentos de detecção presuntiva e de confirmação de campo para radioisótopos e vapores químicos. - Papéis-detectores químicos e kits de detecção química descartáveis. - Dosímetros pessoais e equipamento de monitoramento radiológico. - Kits de coleta de amostra e equipamentos de detecção presuntiva e de confirmação de campo para perigo biológico. - Equipamentos de coleta de amostra e detecção presuntiva e de confirmação de campo para MIT.

Subsistema de Proteção QBRN Individual e Coletiva (Segurança QBRN) - Equipamentos de proteção respiratória, roupa protetora permeável de combate (RPPC) e roupas de proteção de nível A, B e C. - Equipamentos de evacuação de emergência. - Equipamentos de proteção coletiva (de acordo com a ameaça e o plano de DQBRN).

Subsistema de Descontaminação (Descontaminação QBRN) - Kits de descontaminação imediata. - Equipamentos de descontaminação de pessoal. - Equipamentos de descontaminação técnica. - Kits de contenção de derramamento de produtos perigosos.

Subsistema de Saúde (Descontaminação QBRN) - Estrutura de triagem, tratamento de suporte básico à vida e evacuação de vítimas. - Vigilância de saúde. - Medicamentos para tratamento emergencial de exposição a perigos QBRN. - Apoio de Saúde QBRN orgânico (para pessoal com tarefas críticas no Grc Conseq QBRN).

Subsistema de Comando e Controle (Sistema QBRN) - Recursos de apoio à tomada de decisão. - Material de referência técnica sobre perigos QBRN. - Recursos para a integração do reconhecimento e vigilância QBRN. - Alarme e reporte de mensagens QBRN integrado a outros sistemas externos.

Tab 10-2– Sugestão de subsistemas de DQBRN do plano de DQBRN das instalações

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10-4

10.4.5 O plano deve assegurar o prosseguimento das atividades previstas e a condução do Grc Conseq QBRN.

10.4.6 As ações iniciais de resposta e recuperação planejadas no plano de DQBRN das instalações têm por objetivo principal a estabilização dos efeitos do perigo.

10.4.7 Os esforços de mitigação do incidente QBRN são de curto prazo e são obrigatoriamente sucedidos por ações de médio e longo prazo realizadas por meio de apoios externos à instalação. Somente a atuação destes últimos possibilitará que a instalação retorne a normalidade.

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A-1

ANEXO A

EXEMPLO DE MATRIZ DE AMEAÇA E DE REDUÇÃO DE VULNERABILIDADEQUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR

Grau da Ameaça

Probabilidade de Ataque

Indicadores Iniciais Medidas Mínimas de Redução da Vulnerabilidade QBRN Inimigo Ambiente

Operacional

Branco Negligenciável - Não existe capacidade ofensiva QBRN na A Op.

- Não são conhecidos MIT ou reatores nucleares na A Op.

- Checar MEM DQBRN. - Realizar manutenção do MEM DQBRN.

Verde Possível

- Capacidade ofensiva QBRN. - Não existem indicadores de emprego nas próximas 24 horas.

- Confirmada a presença de MIT ou reatores nucleares na A Op.

- Realizar todas as medidas anteriores. - Realizar adestramento DQBRN. - Realizar manutenção preventiva (troca de filtros e calibração) dos MEM. - Ativar o plano de DQBRN da instalação ou da unidade (abrigos e proteção do MEM). - Revisar as MOPP.

Amarelo Provável

- Deslocamento, dispersão ou pré-posicionamento de munições QBRN junto a seus meios de lançamento. - Utilização de EPI ou posicionamento de meios de descontaminação. - Aumento da segurança dos meios de lançamento.

- Práticas perigosas com MIT reportadas. - Segurança deficiente em instalações de armazenamento de MIT. - Operações de combate sendo realizadas próximo a locais com presença confirmada de MIT.

- Realizar todas as medidas anteriores. - Posicionar alarmes. - Revisar as MOPP. - Cobrir equipamentos e suprimentos. - Testar o sistema de alarme QBRN. - Elementos de emprego DQBRN ECD realizar proteção da força. - Testar a vedação da proteção respiratória e cutânea. - Preparar os locais de descontaminação orgânica e completa. - Instalar abrigos coletivos. - Preparar o atendimento de saúde QBRN. - Realizar reconhecimento e vigilância QBRN na A Op.

Vermelho Iminente

- Inimigo pronto para empregar armas QBRN. - Armas QBRN empregadas na A Op (sem contaminação local presente).

- Acidente ou vazamento de MIT confirmado. - Estabelecimento de áreas de perigo ou evacuação da população civil.

- Realizar todas as medidas anteriores; - Implementar as MOPP de acordo com a diretriz do comandante. - Monitorar continuamente. - Utilizarveículos/abrigos/EPI com pressão positiva sempre que possível. - Realizar reconhecimento e vigilância QBRN nas RIPI.

Preto Ataque ocorrido - Contaminação QBRN presente na A Op. - Patógenos ou toxinas detectados na A Op.

- Acidente ou incidente com MIT de proporções consideráveis.

- Realizar todas as medidas anteriores. - Realizar reconhecimento e vigilância QBRN para localizar áreas contaminadas. - Levantar e demarcar áreas contaminadas. - Localizar brechas nas áreas contaminadas. - Ressuprir MEM DQBRN.

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B-1

ANEXO B

ANEXO DE DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR AO PLANO/ORDEM DE OPERAÇÕES

(Classificação Sigilosa)

C Op DQBRN: __________

Local: _________________

Data: _________________

Hora: _________________

ANEXO DQBRN AO PLANO/ORDEM DE OPERAÇÕES Nr _____

1. SITUAÇÃO1.1 INIMIGO 1.1.1 AMEAÇA QBRN (incluir os perigos oriundos de MIT)

1.2 FORÇAS AMIGAS 1.2.1 CAPACIDADE DQBRN DA FORÇA DQBRN (discriminar cada elemento de emprego)

1.3 AMBIENTE OPERACIONAL 1.3.1 TERRENO

1.3.2 CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

1.3.3 CONSIDERAÇÕES CIVIS

1.4 ORGANIZAÇÃO DA DQBRN (incluir capacidades adicionais)

2. MISSÃO- Apresentar o conceito da DQBRN na função de combate proteção da fração.

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B-2

3. PREPARAÇÃO3.1 REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE DQBRN

3.1.1 AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE

3.1.2 MEDIDAS DE REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE

3.2 ADESTRAMENTO DAS CAPACIDADES DQBRN DOS ELEMENTOS DE EMPREGO

3.2.1 TTP DQBRN (antes, durante e após o ataque) 3.2.1.1 Básica 3.2.1.2 Intermediária 3.2.1.3 Avançada

4. EXECUÇÃO4.1 EMPREGO DA CAPACIDADE DQBRN

4.1.1 BÁSICA

4.1.2 INTERMEDIÁRIA

4.1.2.1 Missão tática 4.1.2.2 Tarefas

4.1.2.2.1 Sensoriamento (prioridades de Rec Vig QBRN) 4.1.2.2.2 Segurança (prioridades de proteção QBRN)

4.1.2.2.3 Descontaminação (prioridades de descontaminação QBRN)

4.1.2.2.4 Sistema (coordenação de IRVA QBRN)

4.1.3 AVANÇADA 4.1.2.1 Missão tática

4.1.2.2 Tarefas 4.1.2.2.1 Sensoriamento (prioridades de Rec Vig QBRN)

4.1.2.2.2 Segurança (prioridades de proteção QBRN)

4.1.2.2.3 Descontaminação (prioridades de descontaminação QBRN)

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B-3

4.1.2.2.4 Sistema (coordenação de IRVA QBRN)

4.2 COORDENAÇÃO (carta de situação e matriz de sincronização da DQBRN)

4.3 PROCEDIMENTOS

4.3.1 MOPP (critérios para aumento/redução da proteção)

4.3.2 DEO (limites e diretriz de exposição operativa)

4.3.3 SEGURANÇA DO MATERIAL (impulso eletromagnético, contaminação)

4.3.4 DESCONTAMINAÇÃO

4.3.4.1Operativa (critérios e ligações)

4.3.4.2 Completa (critérios e ligações)

4.3.5 COLETA QBRN (cadeia de custódia de amostras para validação)

4.3.6 MIT (segurança das instalações com MIT)

4.3.7 APOIO A POPULAÇÃO CIVIL

5. LOGÍSTICA

5.1 SUPRIMENTO DE MEM DQBRN

5.1.1 DETECTORES E IDENTIFICADORES

5.1.2 PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA

5.1.3 DESCONTAMINANTES

5.1.4 SAÚDE QBRN (antídotos)

5.2 APOIO DE SAÚDE DQBRN

5.2.1 LIGAÇÕES

5.2.2 TRIAGEM, TRATAMENTO E EVACUAÇÃO DE BAIXAS

5.2.3 ASSUNTOS MORTUÁRIOS

5.3 MANUTENÇÃO DE MEM DQBRN

5.4 TRATAMENTO DE REJEITOS QBRN

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B-4

6. COMANDO E CONTROLE

6.1 CENTROS DE OPERAÇÕES DE DQBRN (localização e ligações)

6.2 SISTEMA DE ALERTA E REPORTE QBRN (responsabilidades e ligações)

Apêndices: (quando for o caso)

Distribuição: (quando for o caso)

Autenticação: (quando for o caso)

(Classificação Sigilosa)

(a) _______________________________________ Chefe do Centro de Operações DQBRN

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C-1

ANEXO C

EXEMPLO DE ANEXO DE DEFESA QUÍMICA, BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA E NUCLEAR AO PLANO/ORDEM DE OPERAÇÕES

(Classificação Sigilosa)

Centro Op DQBRN do 1o Btl DQBRN Local: Campos Elíseos Data: 08 SET 2017 Hora: 0600Z

ANEXO DQBRN AO PLANO/ORDEM DE OPERAÇÕES Nr 009

1. SITUAÇÃO1.1 INIMIGO

1.1.1 AMEAÇA QBRN

ANÁLISE DA AMEAÇA Química AMARELO Biológica VERDE

Radiológica BRANCO Nuclear BRANCO

MIT AMARELO Legenda:

Branco Negligenciável Verde Possível

Amarelo Provável Vermelho Iminente

Preto Ataque já ocorrido

1.2 FORÇAS AMIGAS 1.2.1 CAPACIDADE DQBRN Sensoriamento: avançada Descontaminação: avançada Segurança: intermediária Sistema: avançada

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C-2

1.3 AMBIENTE OPERACIONAL

1.3.1 TERRENO A existência de vegetação cerrada em partes da Z Aç é desfavorável ao emprego de agentes QBRN.

1.3.2 CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS A velocidade média dos ventos na A Op, abaixo de 5 Km/h, é favorável ao emprego de perigos QBRN. O gradiente térmico de inversão é favorável ao emprego de perigos QBRN. A temperatura média na A Op, acima de 21º C é favorável ao emprego de perigos QBRN. A umidade relativa média do ar na A Op, acima de 70%, é desfavorável ao uso de armas químicas. A grande incidência de chuvas na A Op é desfavorável ao emprego de perigos QBRN.

1.3.3 CONSIDERAÇÕES CIVIS A população local já foi atingida por acidente com MIT, sendo conhecedora dos efeitos dos perigos QBRN. Tende a colaborar com as ações DQBRN.

1.4 ORGANIZAÇÃO DA DQBRN Capacidade Avançada:

- 01 Btl DQBRN;- 01 Cia DQBRN.Capacidade Intermediária:

- 01 SU por Bda.Capacidade Básica:

- Todos as frações em 1o escalão

2. MISSÃO- Realizar a DQBRN da FTC, priorizando os elementos de emprego em 1o

escalão.

3. PREPARAÇÃO3.1 REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE DQBRN DA FORÇA MODULAR

3.1.1 AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE Setor A1: vulnerabilidade média. Setor A2: vulnerabilidade baixa. Setor A3: vulnerabilidade alta. Setor B1: vulnerabilidade baixa.

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C-3

3.1.2 MEDIDAS DE REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE Setor A1: realizar vigilância QBRN contínua em sua Z Aç. Setor A2: manter o programa de profilaxia contra agentes neurotóxicos. Setor A3: realizar vigilância QBRN contínua em sua Z Aç e adotar MOPP 2 nos períodos noturnos. Setor B1: manter o programa de profilaxia contra agentes neurotóxicos.

3.2 ADESTRAMENTO DAS CAPACIDADES DQBRN DOS ELEMENTOS DE EMPREGO

3.2.1 TTP DQBRN (antes, durante e após o ataque)

3.2.1.1 Básica Intensificar o treinamento da realização de primeiros socorros contra agentes neurotóxicos.

3.2.1.2 Intermediária Realizar o treinamento da operação do posto de descontaminação operativa. Intensificar o treinamento do suporte básico à vida para feridos químicos.

3.2.1.3 Avançada Realizar os treinamento da vigilância afastada com detectores químicos em plataformas móveis. Testar o funcionamento dos detectores remotos na execução de reconhecimentos.

4. EXECUÇÃO

4.1 EMPREGO DA CAPACIDADE DQBRN DOS ELEMENTOS DE EMPREGO

4.1.1 BÁSICA

- Todos as frações em 1o escalão devem estar ECD realizar osprocedimentos de proteção contra o perigo químico e de MIT.

4.1.2 INTERMEDIÁRIA

4.1.2.1 Missão tática 01 SU por Bda: Apoio Geral (Ap G) à Bda.

4.1.2.2 Tarefas

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C-4

4.1.2.2.1 Sensoriamento Prioridade de Rec e Vig QBRN nos setores A3.

4.1.2.2.2 Segurança Prioridade de proteção coletiva para o PC tático da Bda.

4.1.2.2.3 Descontaminação Prioridade de descontaminação para pessoal nos setores A1 e A3.

4.1.2.2.4 Sistema Realizar predição simplificada para indícios de ataque químico.

4.1.3 AVANÇADA

4.1.3.1 Missão tática - 1o Btl DQBRN: Ap Cj, com 01 SU em Ap Dto à Bda noSetor A3.- Cia DQBRN: Ap Spl A ao 1o Btl DQBRN no Setor A3.

4.1.3.2 Tarefas

4.1.3.2.1 Sensoriamento Conforme o Apêndice 01 – Plano de Reconhecimento QBRN Prioridades de Rec e Vig QBRN: Vigilância afastada da indústria de pesticidas Q (10 34). Reconhecimento e coleta de amostras do Setor A3 em D-1. A partir de D, realizar o Reconhecimento do Eixo de Progressão Dragão.

4.1.3.2.2 Segurança Prioridades de proteção QBRN ao PC Principal e PC Tático da FTC. Informar a cada hora a exposição operativa das tropas no Setor A3.

4.1.3.2.3 Descontaminação Prioridades de descontaminação QBRN para as frações submetidas a descontaminação operativa e feridos químicos. Ficar ECD realizar descontaminação de civis, Mdt O.

4.1.3.2.4 Sistema Integrar o máximo de detectores ao sistema automatizado de predição e mensagens QBRN. Estabelecer ligações com o comando das

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C-5

frações em 1o escalão. Propor cenários de contaminação química no Setor A3.

4.2 COORDENAÇÃO Conforme o Apêndice 02 – Carta de Situação e o Apêndice 03 – Matriz de Sincronização da DQBRN.

4.3 PROCEDIMENTOS

4.3.1 MOPP MOPP 0 para as frações em primeiro escalão até D-1. MOPP 1 para as frações em primeiro escalão a partir de D. MOPP 2 para frações no Setor A3 nos períodos noturnos a partir de D. MOPP 4 em caso de suspeita de ataque. A redução dos níveis de MOPP será realizada Mdt O.

4.3.2 DEO Conforme o Apêndice 04 – Diretriz de Exposição operativa.

4.3.3 SEGURANÇA DO MATERIAL As tropas em Z Reu devem desligar equipamentos eletrônicos sempre que possível. Estabelecer planos de contingência para falta de energia. Cobrir gêneros e selar reservatórios de água.

4.3.4 DESCONTAMINAÇÃO

4.3.4.1Operativa Prioridade para descontaminação de pessoal, o mais a frente possível. Coordenar o fluxo de tropas com o elemento apoiado.

4.3.4.2 Completa Prioridade para descontaminação de pessoal ferido, Art e CC. As ligações com a tropa apoiada devem ser realizadas pelo Centro de Operações DQBRN mediante mensagem QBRN 6.

4.3.5 COLETA QBRN A remessa de amostras aos laboratórios móveis na ZA deve ser realizada em coordenação com o Centro de Operações DQBRN.

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C-6

4.3.6 MIT Difundir o plano de contingência para as frações nas imediações da indústria de pesticidas Q (10 34).

4.3.7 APOIO A POPULAÇÃO CIVIL Somente deve ser realizado Mdt O.

5. LOGÍSTICA5.1 SUPRIMENTO DE MEM DQBRN

5.1.1 DETECTORES E IDENTIFICADORES A troca de filtros e baterias deve ser realizada após cada atividade de reconhecimento e/ou após 10 horas de vigilância de locais de interesse.

5.1.2 PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA O EPI deve ser reposto após o contato com contaminação detectada no nível de confirmação de campo, nos postos de distribuição de MEM DQBRN das Z Ac das Bda em 1o escalão, conforme informado por mensagem QBRN 6. O estoque mínimo de EPI se encontra na A Ap Log.

5.1.3 DESCONTAMINANTES Ressuprimento a ser realizado pela fração orgânica de suprimento de água

5.1.4 SAÚDE QBRN Todos os militares na A Op devem portar antídotos químicos. O ressuprimento ocorrerá apenas na A Ap Log.

5.2 APOIO DE SAÚDE DQBRN 5.2.1 LIGAÇÕES As ligações serão coordenadas pelo Centro de Operações DQBRN.

5.2.2 TRIAGEM, TRATAMENTO E EVACUAÇÃO DE BAIXAS Triagem e primeiros socorros a cargo das frações com capacitação intermediária A evacuação será realizada após a descontaminação completa Tratamento especializado será realizado na A Ap Log.

5.2.3 ASSUNTOS MORTUÁRIOS A remoção e descontaminação de restos mortais será realizada pelos grupos de descontaminação física.

5.3 MANUTENÇÃO DE MEM DQBRN O 2o escalão da manutenção corretiva será realizada na A Ap Log de acordo com a demanda.

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C-7

5.4 TRATAMENTO DE REJEITOS QBRN O rejeito QBRN é responsabilidade dos grupos de descontaminação física.

6. COMANDO E CONTROLE

6.1 CENTROS DE DQBRN O Centro de Operações DQBRN permanecerá sobre rodas e justaposto ao PC tático da FTC.

6.2 SISTEMA DE ALERTA E REPORTE QBRN A abertura da rede de alerta e reporte QBRN é responsabilidade do Centro de Operações DQBRN da OM e será realizada às 0600Z de D-5.

___________________________________ Chefe do C Op DQBRN

Apêndices: Apêndice 01 – Plano de Reconhecimento QBRN Apêndice 02 – Carta de Situação Apêndice 03 – Matriz de Sincronização da DQBRN Apêndice 04 – Diretriz de Exposição operativa Distribuição: Conforme Ordem de Operações da FTC

(Classificação Sigilosa)

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D-1

ANEXO D

EXEMPLO DE DIRETRIZ DE EXPOSIÇÃO OPERATIVA

D.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

D.1.1 A diretriz de exposição operativa (DEO) tem por objetivo complementar as medidas operacionais de proteção preventiva (MOPP), definindo os limites de exposição aceitáveis para a realização de operações militares em ambiente QBRN.

D.1.2 É fundamental a participação de militar especializado em DQBRN na confecção da DEO e no assessoramento ao comando para a utilização de suas informações.

D.1.3 A DEO fornece informações sobre os limites de exposição para pessoal em MOPP 0, 1, 2, 3 e 4 referentes ao perigo químico e os limites de exposição ao perigo radiológico e nuclear.

D.1.4 Em situação de guerra, o comandante estabelece, no anexo DQBRN à ordem/plano de operações, a DEO para os elementos de emprego. Essa diretriz deve ponderar o risco à saúde da exposição / do cumprimento da missão no contexto da geral da operação.

D.1.5 Durante a situação de não guerra, a DEO deve seguir os parâmetros definidos pelas normativas locais que regem o emprego dos participantes da operação de cooperação e coordenação com interagências.

D.2 EXPOSIÇÃO OPERATIVA QUÍMICA

D.2.1 O perigo químico exige a pronta execução dos procedimentos de proteção individual, devido a rapidez dos efeitos produzidos no organismo. A tropa deve adotar imediatamente a MOPP 4 quando ocorrer indícios de ataque químico ou com a detecção presuntiva de contaminação.

D.2.2 A verificação da concentração aérea do perigo químico é realizada após a adoção das MOPP. Esse trabalho é realizado apenas por tropas com nível de capacitação avançada DQBRN, capazes de quantificar a contaminação em mg/m3 ou ppm (partes por milhão) para agentes na forma gasosa nas condições normais de temperatura e pressão.

D.2.3 A taxa de concentração do agente químico é informação necessária ao assessoramento do comandante para a reavaliação do nível das MOPP. Esse

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D-2

estudo é baseado nos limites de exposição operativa química apresentados a seguir.

D.2.4 LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA PESSOAL EM MOPP 0,1 OU 2

D.2.4.1 Guia de Exposição Militar (GEM)

D.2.4.1.1 São os limites de exposição utilizados em operações militares quando altos níveis de contaminação são esperados e a proteção adotada é a MOPP 0, 1 ou 2 (sem equipamento de proteção respiratória).

D.2.4.1.2 A GEM define valores-limite de concentração de perigos químicos abaixo dos quais não é esperado qualquer efeito nocivo à saúde e acima dos mesmos pode ocorrer ou não efeitos nocivos à saúde.

D.2.4.1.3 Os limites da GEM se classificam de acordo com o tempo de exposição e a severidade dos efeitos esperados.

D.2.4.1.4 O tempo de exposição da GEM é divido em intervalos de 10 minutos, 01 hora, 08 horas e 24 horas.

D.2.4.1.5 Caso o evento químico ocorra próximo a áreas povoadas, a tropa pode receber a missão de apoiar as autoridades locais no atendimento ao público civil. Nesse caso, os limites de exposição a serem adotados para os civis devem ser os determinados pela normativa local.

D.2.4.1.6 O limite Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde (IPVS) é o valor máximo da concentração aérea do agente químico que permite a fuga sem efeitos irreversíveis à saúde no período limite de 30 minutos. O limite IPVS deve orientar a pronta execução de medidas de proteção ou evacuação da área contaminada.

D.2.4.1.7 A tabela D-1 apresenta exemplos delimites da GEM dos principais perigos químicos em situação de guerra.

D.2.4.1.8 A tabela D-2 apresenta exemplo de limite IPVS para os principais MIT.

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EB70

-MC

-10.

234

D-3

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EB70

-MC

-10.

234

D-4

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D-5

AGENTE QUÍMICO

IPVS (mg/m3) ppm

GA (Tabun) 0,1 -

GB (Sarin) 0,1 -

GD (Soman) 0,05 -

GF (Ciclosarin) 0,05 -

VX 0,003 -

HD (Mostarda Destilada) 0,7 -

AC (Ácido cianídrico) 55,0 50,0

SA (Arsina) 3,0 -

CG (Fosgênio) 8,1 2,0

BZ (bencilato de 3-quinuclidinilo) 0,2 0,5

Cloro 29,0 10,0

QL (2-diisopropil-etil-metilamino fosfato) 0,9 -

PS (cloropicrina) 13,4 2,0

Tab D-2 – Exemplo de limites IPVS para neurotóxicos, vesicantes e MIT

D.2.5 LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA PESSOAL EM MOPP 3 E 4

D.2.5.1 A adoção das MOPP 3 e 4 pressupõe a utilização de equipamentos de proteção respiratória contra gases e vapores oriundos de perigos químicos ou MIT.

D.2.5.2 A proteção é fornecida pela utilização de equipamentos de proteção respiratória com circuito aberto, onde existe a filtragem do ar do ambiente local, e circuito fechado, onde o ar respirado não é proveniente do ambiente local.

D.2.5.3 O equipamento de proteção respiratória de circuito aberto (EPRCA) consiste em uma máscara facial com entrada rosqueável de 40 mm para elementos filtrantes contra perigos QBRN de 02 (dois) tipos, a saber: a) filtro com proteção CAP 1; e b) filtro de traqueia com pressão positiva (P Pos).

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D-6

D.2.5.4 O equipamento de proteção respiratória de circuito fechado (EPRCF) consiste em uma máscara facial com entrada para ar respirável comprimido proveniente de reservatório de fibra de carbono com capacidade de 300 bar de pressão.

D.2.5.5 O EPRCF possui a maior proteção respiratória podendo ser empregado em áreas com contaminação desconhecida ou com insuficiência de oxigênio. O EPRCA – P Pos proporciona o segundo maior nível de proteção enquanto que o EPRCA – CAP 1 proporciona o menor nível de proteção.

D.2.5.6 O nível de proteção dos referidos EPI utilizados nas MOPP 3 e 4 estão diretamente relacionados com a concentração do agente no ambiente. Quanto maior o nível de proteção do EPI, maior a concentração por ele suportada.

D.2.5.7 A Tabela D-3 apresenta um exemplo de Limites para pessoal com proteção respiratória durante a realização de trabalhos em ambiente contaminado por até 8 (oito) horas diárias/40 (quarenta) horas semanais.

AGENTE QUÍMICO

NÍVEL DE PROTEÇÃO

12 horas

(mg/m3)

08 horas

(mg/m3)

04 horas

(mg/m3)

02 horas

(mg/m3)

15 minutos

(mg/m3)

GA (Tabun), GB (Sarin) EPRCA – CAP 1 EPRCA – P Pos EPRCF

0,001 0,02 0,2

0,0015 0,03 0,3

0,003 0,06 0,6

0,003 0,06 0,6

0,005 0,1 1

GD (Soman), GF (Ciclosarin) EPRCA – CAP 1 EPRCA – P Pos EPRCF

0,0015 0,03 0,3

0,0015 0,03 0,3

0,0015 0,03 0,3

0,0015 0,03 0,3

0,0015 0,03 0,3

VX EPRCA – CAP 1 EPRCA – P Pos EPRCF

0,00003 0,0006 0,006

0,00005 0,001 0,01

0,0001 0,002 0,02

0,0002 0,004 0,04

0,0005 0,01 0,1

HD (Mostarda Destilada) EPRCA – P Pos EPRCF

L (Lewisita) EPRCA – P Pos EPRCF

3 30

3 30

3 30

3 30

3 30

HN-1, HN-3 EPRCA – P Pos EPRCF

3 30

3 30

3 30

3 30

3 30

Tab D-3 – Exemplo de limites para pessoal com proteção respiratória

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D-7

D.2.5.8 Os limites de concentração apresentados permitem verificar a degradação do EPI, permitindo planejar com segurança o tempo de permanência dos militares em MOPP 3 ou 4 em áreas contaminadas.

D.3 EXPOSIÇÃO OPERATIVA RADIOLÓGICA

D.3.1 A proteção contra o perigo radiológico exige a adoção de medidas que vão além da utilização de EPI nas MOPP.

D.3.2 O uso do EPI é eficiente para impedir uma contaminação, no entanto os danos oriundos da exposição radiológica somente serão impedidos com a adoção dos princípios da radioproteção: a) aumentar a distância da fonte emissora; b) limitar o tempo de exposição; e c) utilizar blindagem.

D.3.3 Os comandantes devem adotar as seguintes diretrizes: a) evitar o perigo radiológico durante o cumprimento das missões; b) quando não for possível evitar o perigo radiológico devido a demandas operacionais especiais, a exposição deve ser tão baixa quanto razoavelmente possível; c) a exposição ou a suspeita de exposição radiológica deve ser registrada a fim de facilitar o planejamento do futuro emprego (rodízio) de tropa; d) retardar ao máximo o momento da entrada em áreas com perigo radiológico irá reduzir a exposição do pessoal; e e) ações pós-ataque devem ser pré-definidas, buscando reduzir o tempo de exposição ao perigo radiológico.

D.3.4 SITUAÇÃO DE EXPOSIÇÃO RADIOLÓGICA (SER)

D.3.4.1 A exposição radiológica da tropa deve ser registrada dentro das frações. Esse registro é realizado pela utilização de dosímetros. Esses equipamentos devem ser utilizados na razão de ao menos por 02 (dois) militares por esquadra de um pelotão de fuzileiros.

D.3.4.2 As informações coletadas pelos dosímetros são utilizadas para calcular a dose equivalente da fração (DEF). Ela é a média aritmética das doses equivalentes dos militares da fração expostos à radiação beta e gama (WR = 1), consideradas as mais comuns em operações.

D.3.4.3 Na DEO, a DEF é classificada dentro de uma faixa de dose equivalente recebida, a chamada situação de exposição radiológica (SER) da tropa. A SER é dividida em 04 (quatro) categorias distintas, como mostra o exemplo da Tabela D-4. Ela permite o planejamento seguro do emprego e o rodízio adequado da tropa que atua em áreas com perigo radiológico.

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D-8

SER DEF

(WR = 1) Efeitos de longo prazo

à saúde SER

0 < 0,5 mSv Risco normal

1

A 0,5 mSv até 5 mSv Até 0,04% de aumento do risco de câncer fatal durante a vida

B 5 mSv até 50 mSv De 0,04 até 0,4% de aumento do risco de câncer fatal durante a vida

C 50 mSv até 100 mSv De 0,4 até 0,8% de aumento do risco de câncer fatal durante a vida

D 100 mSv até 250 mSv

De 0,8 até 2% de aumento do risco de câncer fatal durante a vida Potencial aumento de doenças relacionadas ou outras enfermidades

E 250 mSv ate 700 mSv

De 2 até 5,6% de aumento do risco de câncer fatal durante a vida Aumento de doenças relacionadas ou outras enfermidades Até 1% de incidência de IL

2 750 mSv até 1,25 Sv Até 5% de incidência de IL 3 > 1,25 Sv Mais do que 5% de incidência de IL

Observações:

Ineficiência latente está associada à menor dose radiológica recebida no intervalo de 03 horas que resulta na degradação fisiológica da performance (de 25 a 75%) que pode levar a morte ou a recuperação com possível ineficiência para o combate durante as próximas 06 semanas.

Tab D-4 – Exemplo de situação de exposição radiológica D.3.4.4 Existem 03 (três) níveis de risco radiológico na execução das operações, que levam em consideração o possível dano fisiológico aos combatentes e a importância da realização de tarefas específicas para o cumprimento da missão. Um exemplo de níveis de risco radiológico é apresentado na Tabela D-5, da seguinte forma: a) risco negligenciável (1% da IL): é aceitável quando a missão exige que tropas operem em ambiente contaminado. A DEF de 750 mSv não deve ser excedida, ao menos que se obtenha uma vantagem significativa no combate; b) risco moderado (2,5% da IL): é normalmente aceito em tarefas de apoio cerrado às operações em ambiente contaminado. A DEF de 1 Sv não deve ser excedida caso seja necessário que a tropa seja empregada com total eficiência de combate; e c) risco de emergência (5% da IL): apenas é aceitável em situações excepcionais e raras (calamidades ou desastres de grandes proporções), quando a DEF máxima é de 1,25 Sv.

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EB70-MC-10.234

D-9

Categoria SER da Tropa (A) Possível DEF (WR = 1) para emprego em 01

missão (B)

SER – 0 (não há exposição anterior)

Negligenciável: ≤ 750 mSv Moderado: ≤ 1Sv Emergência: ≤ 1,25 Sv

SER – 1 (exposição anterior de 0 até 750 mSv)

Negligenciável: A + B ≤ 750 mSv Moderado: A + B ≤ 1Sv Emergência: A + B ≤ 1,25 Sv

SER – 2 (exposição anterior de 750 m Sv até 1,25 Sv)

Qualquer exposição irá exceder o risco negligenciável e pode exceder o nível moderado. Negligenciável: 0 > mSv Moderado: A + B ≤ 1Sv Emergência: A + B ≤ 1,25 Sv

SER – 3 (exposição anterior superior a 1,25 Sv) Qualquer exposição irá exceder o risco de emergência.

Tab D-5 – Exemplo de risco radiológico das operações

D.3.4.5 O risco das operações se relaciona com a exposição dos indivíduos à radiação ionizante que causa danos fisiológicos agudos ou cumulativos, medidos pela DEF. Os efeitos esperados à saúde da dose equivalente recebida pela tropa são apresentados na Tabela D-6.

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EB70

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234

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EB70

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234

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D-12

D.4 EXPOSIÇÃO OPERATIVA NUCLEAR

D.4.1 A detonação nuclear causa efeitos avassaladores na A Op. Algumas medidas podem ser adotadas para reduzir seus impactos nas operações.

D.4.2 O efeito térmico e o efeito mecânico da onda de choque da explosão nuclear são menores quanto maior for a distância da tropa em relação ao ponto zero (PZ) da detonação. A Tabela D-7 traz estimativas dos efeitos nos combatentes de uma explosão nuclear.

EFEITOS FISIOLÓGICOS POTÊNCIA DA BOMBA

1 kiloton 10 kiloton 100 kiloton 1

megaton DISTÂNCIA DO PZ (em Km)

LETALIDADE Limite seguro: 30-50 psi 0,18 0,38 0,81 1,8 50%: 50-75 psi 0,14 0,30 0,65 1,4 100%: 75-115 psi 0,12 0,25 0,55 1,2 DANO PULMONAR Limite seguro: 08-15 psi 0,34 0,74 1,6 3,4 Grave: 20-30 psi 0,21 0,46 0,98 2,1 RUPTURA DE TÍMPANO Limite seguro: 5 psi 0,44 0,96 2,1 4,4 50%: 14 psi 0,25 0,54 1,1 2,5 QUEIMADURAS 50% de queimaduras de 1º grau 1,2 3,4 8,3 17

50% de queimaduras de 2º grau 0,86 2,5 6,5 14

50% de queimaduras de 3º grau 0,71 2,1 5,6, 12

Cegueira pelo clarão 3,7 9 18 31 Queima de retina 33 49 66 84 RADIAÇÃO IONIZANTE

0,5 Sv (limite para efeitos agudos)

1,1 1,6 2,2 3,1

1 Sv < 5% de mortes em anos

1 1,5 2 3

4,5 Sv 50% de mortes em semanas

0,77 1,2 1,7 2,6

10 Sv 100% de mortes em dias

0,65 1 1,6 2,4

100 Sv 100% de mortes em < 1 dia

0,36 0,66 1,1 1,9

Tab D-7 – Exemplo de estimativa de efeitos fisiológicos oriundos da detonação nuclear

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D-13

D.4.3 A precipitação radioativa após a explosão nuclear se deposita no terreno, criando uma área de contaminação que influencia no cálculo da DEF e da definição da SER. Essa contaminação radioativa tem sua intensidade progressivamente reduzida devido ao decaimento dos radionuclídeos ao longo do tempo. A projeção do decaimento normal na razão 1,2 da taxa de dose equivalente após a deposição da precipitação radioativa no solo é apresentada na Tabela D-8.

01 hora 05 horas 25 horas 50 horas 100 horas 300 horas 10 Sv/h 1 Sv/h 0,21 Sv/h 0,09 Sv/h 0,04 Sv/h 0,01 Sv/h 5 Sv/h 0,75 Sv/h 0,11 Sv/h 0,05 Sv/h 0,02 Sv/h <0,01 Sv/h

2,5 Sv/h 0,35 Sv/h 0,06 Sv/h 0,05 Sv/h 0,01 Sv/h <0,01 Sv/h 1 Sv/h 0,15 Sv/h 0,02 Sv/h 0,01 Sv/h <0,01 Sv/h <0,01 Sv/h

0,5 Sv/h 0,08 Sv/h 0,01 Sv/h <0,01 Sv/h <0,01 Sv/h <0,01 Sv/h 0,1 Sv/h 0,02 Sv/h <0,01 Sv/h <0,01 Sv/h <0,01 Sv/h <0,01 Sv/h

Tab D-8 – Exemplo de projeção do decaimento da dose equivalente (WR = 1) na razão 1,2 de uma explosão nuclear

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GLOSSÁRIO

PARTE I – ABREVIATURAS E SIGLAS

A

Abreviaturas/Siglas Significado ADM Armas de Destruição em Massa A Op Área de Operações Ap Cj Apoio ao Conjunto Ap Dto Apoio Direto Ap G Apoio Geral Ap Spl Apoio Suplementar Ap Spl A Apoio Suplementar por Área Ap Spl Epcf Apoio Suplementar Específico B

Abreviaturas/Siglas Significado Bda Brigada BIT Compostos Biológicos Tóxicos Industriais Btl Batalhão C

Abreviaturas/Siglas Significado Cia Companhia Cia Log Sau Companhia Logística de Saúde Cmdo Comando Cmt Comandante C Op Centro de Operações Ctv Coletiva C2 Comando e Controle D

Abreviaturas/Siglas Significado DDR Dispositivo de Dispersão Radiológica DE Divisão de Exército DEO Diretriz de Exposição Radiológica Descon Descontaminação DER Dispositivo de Exposição Radiológica

DOAMEPI Doutrina, Organização, Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura

DQBRN Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

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E

Abreviaturas/Siglas Significado EEI Elementos Essenciais de Inteligência EM Estado-Maior EPI Equipamento de Proteção Individual F

Abreviaturas/Siglas Significado FDP Fator de Degradação da Performance Fis Física FTC Força Terrestre Componente F Ter Força Terrestre G

Abreviaturas/Siglas Significado G Cmdo Grande Comando

G Con QBRN Gerenciamento de Consequências Químicas, Biológicas, Radiológicas e Nucleares

GU Grande Unidade H

Abreviaturas/Siglas Significado H Cmp Hospital de Campanha

I

Abreviaturas/Siglas Significado Idt Identificação Indv Individual

IRVA Inteligência, Reconhecimento, Vigilância e Aquisição de Alvos

M

Abreviaturas/Siglas Significado MC Manual de Campanha MD Ministério da Defesa MEM Material de Emprego Militar MIT Material Industrial Tóxico MOPP Medidas Operacionais de Proteção Preventiva

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O

Abreviaturas/Siglas Significado O Lig Oficial de Ligação OM Organização Militar OMS Organizações Militares de Saúde Op Aet Operações Aeroterrestres P

Abreviaturas/Siglas Significado PAA Posto de Atendimento Avançado PC Posto de Comando Pel Sau Pelotão de Saúde Pes Pessoal Psb I Possibilidades do Inimigo Ptç Proteção Q

Abreviaturas/Siglas Significado QB Químico ou Biológico QBRN Químico, Biológico, Radiológico e Nuclear QIT Compostos Químicos Industriais Tóxicos R

Abreviaturas/Siglas Significado Rec Reconhecimento Ref Reforço RIPI Região de Interesse para a Inteligência RIT Compostos Radiológicos Industriais Tóxicos RN Radiológico ou Nuclear RPPC Roupa Protetora Permeável de Combate

S

Abreviaturas/Siglas Significado Sau Saúde Sup Suprimento

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T

Abreviaturas/Siglas Significado TN Território Nacional TO Teatro de Operações Trg Triagem TTP Técnicas, Táticas e Procedimentos V

Abreviaturas/Siglas Significado Vig Vigilância

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PARTE II – TERMOS E DEFINIÇÕES

Ameaça QBRN – intenção de proliferar ou empregar ADM (armas QBRN) convencionais ou dispositivos improvisados que disseminem o perigo QBRN.

Armas de Destruição em Massa – armas capazes de causar alto grau de destruição e baixas em grande número de pessoas (excluem-se seus meios de entrega, caso estes configurem uma parte separável ou divisível das armas.

Arma QBRN – artefato projetado e construído com o propósito de causar a liberação de agente químico, biológico, material radioativo ou de gerar uma detonação nuclear sobre determinado alvo. É considerada uma ADM devido à magnitude de seus efeitos.

Atividades da DQBRN – conjunto de tarefas realizadas conforme as possibilidades das unidades e das imposições do ambiente operacional. Permite à F Ter materializar a capacidade de DQBRN. As atividades da DQBRN são o sensoriamento QBRN, a segurança QBRN, a descontaminação QBRN e o sistema QBRN.

Capacidade Operativa de DQBRN – reunião das atividades que permitem à F Ter realizar ações de não proliferação de ADM, contraproliferação de ADM e G Con QBRN.

Contraproliferação de ADM – capacidade de realizar ações que inviabilizem a aquisição ou desenvolvimento de ADM.

Controle das MOPP – conjunto de tarefas que tem por objetivo analisar, determinar e atualizar as MOPP em uma área. Acompanha a performance e os limites de execução de suas atividades. O controle das MOPP orienta os trabalhos de proteção individual e coletiva, executado conforme a DEO.

Controle de Contaminação – tem o objetivo de conter o espalhamento da contaminação por meio da formação de corredores de descontaminação, do acompanhamento de locais contaminados e do gerenciamento de rejeitos oriundos das tarefas de descontaminação de pessoal, física e técnica.

Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear – compreende ações de defesa que visam ao preparo do material e ao adestramento de pessoal.

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Abrange ações de dispersão tática, afastamento das áreas contaminadas, descontaminação e medidas para evitar a contaminação.

Descontaminação de Pessoal – conjunto de ações voltadas para descontaminar pessoas, com o objetivo de salvar vidas, reduzir baixas e limitar o espalhamento da contaminação.

Descontaminação Física – conjunto de ações voltadas para descontaminar equipamentos, objetos pessoais, veículos, instalações e áreas, com o objetivo de evitar o espalhamento do perigo QBRN e recuperar a funcionalidade encontrada no estado anterior à contaminação.

Descontaminação Técnica – conjunto de ações voltadas para descontaminar as equipes das OM DQBRN e demais especialistas.

Fator de Degradação da Performance (FDP) – coeficiente numérico que define o acréscimo de tempo na execução de tarefas de acordo com o tipo de trabalho realizado, a MOPP utilizada e as condições climáticas presentes.

Gerenciamento de Consequências QBRN – atividade que tem por objetivo mitigar os efeitos do perigo QBRN e gerenciar suas consequências.

Incidente QBRN – qualquer ocorrência que envolva uma situação de emergência oriunda do perigo QBRN.

Inteligência, Reconhecimento, Vigilância e Aquisição de Alvos QBRN – ações que sincronizam, integram e processam as informações oriundas de sensores tecnológicos ou humanos.

Materiais Industriais Tóxicos - substâncias tóxicas ou radioativas na forma sólida, líquida, aerossol ou gasosa que podem ser utilizadas ou armazenadas para uso industrial, comercial, médico, militar ou doméstico. Os MIT podem ser químicos, biológicos ou radiológicos e, por isso, são classificados como compostos químicos industriais tóxicos (QIT), biológicos industriais tóxicos (BIT) ou radiológicos industriais tóxicos (RIT).

Medidas Operacionais de Proteção Preventiva – definem o nível de proteção a ser adotado em ambiente QBRN.

Não Proliferação de ADM – capacidade de realizar a prevenção da proliferação de ADM.

Operações de Combate às Armas de Destruição em Massa –operações realizadas com o objetivo de combater a proliferação e o emprego das ADM, bem como os efeitos do perigo QBRN no TO.

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Perigo Biológico – qualquer organismo ou substância tóxica derivada de um organismo, que configure uma ameaça à saúde humana ou animal. Como exemplos têm-se os rejeitos médicos ou amostras de um micro-organismo, vírus ou toxina (de uma fonte biológica) que podem afetar a saúde humana. São classificados em armas biológicas, agentes biológicos e compostos biológicos industriais tóxicos (BIT).

Perigo Nuclear – conjunto de efeitos nocivos à saúde de pessoas e de animais, instalações e equipamentos eletrônicos, que resultam da detonação de uma arma nuclear. O perigo nuclear pode causar danos imediatos e/ou prolongados, de acordo com a natureza e as características da detonação nuclear.

Perigo QBRN – toda gama de agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares que produzem efeitos nocivos à saúde e à integridade de materiais. É gerado pelo ataque com ADM (Arma QBRN) ou pela disseminação acidental ou deliberada de MIT.

Perigo Químico – qualquer agente químico (manufaturado, usado, transportado ou armazenado) que pode causar morte ou dano por meio de sua propriedade tóxica. Ele é classificado em armas químicas, agentes químicos e compostos químicos industriais.

Perigo Radiológico – qualquer partícula radioativa ou onda eletromagnética que produza íons que causem danos, ferimentos ou destruições. Os compostos radiológicos causam dano fisiológico pelos efeitos ionizantes de nêutrons, partículas alfa, partículas beta e radiação gama. Esses tipos de radiação são denominados: radiação ionizante.

Ponto Zero – local onde ocorre a detonação de uma arma nuclear.

Predição QBRN – ações que informam sobre a extensão dos perigos QBRN, delimitando áreas contaminadas e áreas de perigo, empregando processos manuais e automáticos.

Proteção Coletiva – procedimento que permite a realização de tarefas sem as restrições impostas pelo EPI.

Proteção Individual – procedimentos realizados individualmente com o objetivo de evitar a contaminação e a exposição oriundas do Perigo QBRN.

Segurança QBRN – atividade que reúne as medidas de proteção apropriadas para garantir a proteção adequada diante do Perigo QBRN.

Sensoriamento QBRN – atividade que reúne dados e informações destinados a evitar o perigo QBRN. O sensoriamento QBRN reduz a necessidade de descontaminaçãoevitando a contaminação das unidades no TO.

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Sistema de Alerta e Reporte QBRN – fluxo sistematizado de informações que tem por objetivo alertar quanto ao perigo QBRN.

Sistema de Comando do Incidente – seu principal encargo é organizar a resposta inicial e as ações emergenciais do G Con QBRN. O SCI estabelece as zonas de controle de perigo QBRN e as tarefas essenciais a serem executadas em cada uma dessas zonas.

Sistema QBRN – conjunto de atividades que tem por objetivo integrar as atividades QBRN (sensoriamento, segurança e descontaminação QBRN).

Descontaminação QBRN – atividade caracterizada pelas ações de descontaminação realizadas por meio de processos de absorção, destruição, neutralização, abrandamento ou remoção de agentes QB e remoção de materiais radiológicos.

Reconhecimento QBRN – realizado para obter informações sobre as ameaças e perigos QBRN, configurados ou em potencial. Utiliza meios com tecnologia de detecção em detrimento da observação humana.

Vigilância QBRN – consiste na observação: dos espaços aéreo, de superfície e subterrâneo; de locais de interesse; de pessoas; e de objetos. Utiliza meios visuais, fotográficos, eletrônicos e outros com o objetivo de confirmar a presença do perigo QBRN.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Ministério da Defesa. Manual de abreviaturas, siglas, símbolos e convenções cartográficas das Forças Armadas.MD33-M-02.3. ed. Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2008.

BRASIL. Ministério da Defesa. Glossário das Forças Armadas.MD35-G-01. 4. ed. Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2007.

BRASIL. Exército. Instruções Gerais para as publicações padronizadas do Exército.EB10-IG-01.002. Brasília, DF: Comando do Exército, 2011.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. A Força Terrestre Componente nas Operações. EB20-MC-10-301. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Catálogo de Capacidades do Exército. EB20-C-07.001. 2. ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2015.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Comando e Controle.EB20-MF-10.205. 1.ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2015.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Doutrina Militar Terrestre. EB20-MF-10.102. 1.ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Força Terrestre Componente. EB20-MC-10.202. 1.ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Inteligência.EB20-MC-10.207. 1.ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2015.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Logística.EB20-MF-10.204. 3.ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. O Exército Brasileiro. EB20-MF-10.101. 1.ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

BRASIL. Exército. Estado-Maior. Processo de Planejamento e Condução das Operações Terrestres. EB20-MC-10.211. 1.ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

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BRASIL. Exército. Estado-Maior. Proteção.EB20-MF-10.208.1.ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2015.

BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear. EB20-MC-10.233. 1.ed. Brasília, DF: Comando de Operações Terrestres, 2016.

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COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES CENTRO DE DOUTRINA DO EXÉRCITO Brasília, DF, 29 de dezembro de 2017

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