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CAMPO DE VERÃO – XXX ANIVERSÁRIO DA AGEEP 2009 Capítulo 1 – Da Animação em Geral O que é “Animação”? Animação – do latim animatio. É o acto de animar. Animar vem do latim animare, que significa dar vida. Fazer animação, animar, é mesmo isso: dar vida, dar movimento, vivacidade, dar alma a qualquer coisa, a qualquer situação, a alguém. O que faz o “animador”? Animador – do latim animator. É aquele que anima, o que dá a vida. É o indivíduo responsável pela organização/coordenação/dinamização de determinada actividade cultural, espectáculo ou programa. Capítulo 2 – Da Animação Escutista em particular Qual o papel do Animador? A alegria deve estar sempre presente no trabalho da Unidade e da Patrulha. O Animador não é o “palhaço”. Cabe-lhe sim manter o ambiente adequado a cada situação. Mais concretamente, ele deve estar preparado para conseguir dinamizar, organizar e preparar uma Velada. É também o animador que tem a tarefa de possuir um caderno com jogos por ele recolhidos ou até mesmo criados, sendo que também deve ter capacidade criativa para conceber um jogo no momento. Quanto às músicas, o animador tem que ter um cancioneiro, para além da imaginação para inventar uma música a qualquer altura. O estojo do animador Cancioneiro Caderno de Animação (este mesmo, sim!) Caderno pessoal dos Jogos e Peças recolhidas e inventadas Bloco de apontamentos Esferográficas, marcadores, lápis de cor, pincéis, tintas Tesoura, cola em bisnaga e cola em baton, fita-cola, pioneses Agulha, linha, alfinetes de dama Caderno de Animação Página 1

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CAMPO DE VERÃO – XXX ANIVERSÁRIO DA AGEEP 2009

Capítulo 1 – Da Animação em GeralO que é “Animação”?Animação – do latim animatio. É o acto de animar. Animar vem do latim animare, que significa dar vida. Fazer animação, animar, é mesmo isso: dar vida, dar movimento, vivacidade, dar alma a qualquer coisa, a qualquer situação, a alguém.

O que faz o “animador”?Animador – do latim animator. É aquele que anima, o que dá a vida. É o indivíduo responsável pela organização/coordenação/dinamização de determinada actividade cultural, espectáculo ou programa.

Capítulo 2 – Da Animação Escutista em particularQual o papel do Animador?A alegria deve estar sempre presente no trabalho da Unidade e da Patrulha. O Animador não é o “palhaço”. Cabe-lhe sim manter o ambiente adequado a cada situação. Mais concretamente, ele deve estar preparado para conseguir dinamizar, organizar e preparar uma Velada. É também o animador que tem a tarefa de possuir um caderno com jogos por ele recolhidos ou até mesmo criados, sendo que também deve ter capacidade criativa para conceber um jogo no momento.Quanto às músicas, o animador tem que ter um cancioneiro, para além da imaginação para inventar uma música a qualquer altura.

O estojo do animador Cancioneiro Caderno de Animação (este mesmo, sim!) Caderno pessoal dos Jogos e Peças recolhidas e inventadas Bloco de apontamentos Esferográficas, marcadores, lápis de cor, pincéis, tintas Tesoura, cola em bisnaga e cola em baton, fita-cola, pioneses Agulha, linha, alfinetes de dama Pinturas faciais

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CAMPO DE VERÃO – XXX ANIVERSÁRIO DA AGEEP 2009

Quais as provas para a obtenção das Especialidades associadas à Animação?

Ramo AmareloEspecialidade – Animador de Velada

Vestir-se e mimar uma personagem ou um animal da Selva; Criar um espírito de alegria na Alcateia/Clareira, sobretudo nos momentos

difíceis; À escolha, inventar uma cena de mímica a partir de

elementos dados, ou ser capaz de contar uma história; Conheces, pelo menos, 5 danças da Selva; Consegues animar uma velada juntamente com um

Velho Lobo, usando diferentes técnicas de expressão dramática: mímica, sombras chinesas, fantoches e marionetas.

Ramo VerdeEspecialidade – AnimaçãoProvas Comuns:

Possuir um caderno de cânticos e de histórias. Produzir e dirigir cânticos Produzir e dirigir sketches Conhecer alguns jogos que desenvolvam a eloquência, a presença de espírito e

o auto-domínio

Brevet de Animador Organizar um fogo-de-conselho em patrulha, de meia hora. Preparar e dirigir numa velada um número à escolha (pequena peça de teatro,

mímica, fantoches, marionetas ou sombras chinesas) depois de ter fabricado o material necessário

Escolher o plano de uma velada em função do estilo pretendido. Saber montar uma fogueira, ateá-la e extingui-la Ser responsável pela fogueira no decurso de várias Veladas, dosear a

luminosidade segundo as necessidades e velar pela segurança

Brevet de Orador Fazer uma exposição com nexo em presença de, pelo menos, um chefe, com

uma duração nunca inferior a 5 minutos, sob um assunto proposto, sem a ajuda de notas

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Ter dirigido um debate com imparcialidade e de maneira satisfatória para as partes interessadas

Ser campeão no jogo “Combate de Oratória” – Será proposto um tema e os dois concorrentes digladiar-se-ão mutuamente com argumentos. O vencedor será aquele que apresentar maior presença de espírito, maior segurança em si mesmo, maior lógica na sua argumentação e maior eloquência

Especialidade – Arte DramáticaProvas Comuns:

Não menosprezar qualquer técnica

Brevet de Actor Trabalhar regularmente para adquirir um melhor domínio sobre o seu corpo,

através da ginástica, dança, mímica ou expressão corporal, e da sua voz, treinando a dicção e o canto

Apresentar uma mímica de 5 minutos sobre um tema dado na altura Criar o personagem de um jogo dramático, fabricando os acessórios necessários

a esse papel (guarda-roupa, máscaras, etc.) Caracterizar um rosto para um determinado papel Ter desempenhado, com sucesso, um papel numa peça de teatro durante uma

festa de Grupo.

Brevet de Encenador Tomar a responsabilidade de encenar um jogo dramático ou uma peça de teatro.

Para tal, terá que: Decompor o jogo/peça em sequências

Distribuir os papéis Organizar os ensaios Ajudar os actores a melhor encarnar o personagem Dirigir as posições de cena, entradas, saídas, mudanças de cenário e de

acessórios. Prever os ruídos e os sons, orquestração e iluminação Fazer representar a peça em palco ou gravá-la em vídeo.

Brevet de Marionetista Improvisar três marionetas a partir dos materiais mais diversos (cartão, réguas,

legumes, frutos, flores, etc.) e fazer com elas uma pequena cena de alguns minutos

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Fabricar uma marioneta ou um fantoche segundo uma técnica escolhida previamente e manipulá-la

Inventar um cenário simples ou adaptar um conto ou uma fábula, procedendo à decomposição em quadros. Apresentar a peça a um público de crianças ou a uma unidade do ramo amarelo (duração de 5 a 8 minutos)

Participar activamente na preparação e apresentação de um espectáculo de qualidade (10 a 20 minutos)

Marioneta ou fantoche Montagem de palco simples Cenários e iluminação Ajuda de um pessoa competente

Especialidade – Decoração/PinturaBrevet de Decorador

Decorar uma assoalhada (casa ou sede) através de pinturas ou de tapeçarias (tecidos presos ou agrafados)

Realizar à escolha: uma tapeçaria com lã ou feltro, um vitral ou um mosaico

Realizar um painel com a ajuda de papéis recortados Realizar um conjunto harmonioso de fotografias ou uma

montagem sobre contraplacado (poster, fotografia de grandes dimensões ou reprodução de um quadro)

Ser capaz de ensinar uma das seguintes técnicas à patrulha: mosaico, pintura envelhecida, vitral ou tapeçaria

Brevet de Pintor/Desenhador Executar desenhos de personagens, paisagens, animais ou de figuras de moda Realizar com carvão, pena de escrever, guache ou óleo um retrato, paisagem ou

algo imaginado De acordo com a sua escolha (pena, linogravura ou cartogravura), ilustrar um

poema, um livro ou o Livro de Honra da patrulha ou da unidade Conceber um programa de festas do grupo, um lenço de grupo, menus para uma

festa de grupo, convites para uma festa de grupo ou os cenários para uma peça de teatro

Especialidade – DançaBrevet de Dançarino

Saber dançar nos estilos passo doble, polca e valsa assim como saber o significado dos termos técnicos seguintes: moulinet, quadrilha, chaîne anglaise/chaîne des dames

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Saber dançar 5 danças regionais, sendo que uma deve ser obrigatoriamente da sua região, e ser capaz de as ensinar à patrulha

Coreografar uma dança simples sobre uma música ou uma canção popular Possuir um repertório de danças folclóricas e enriquecê-lo no decurso dos

Campos e das viagens

Especialidade – Expressão LíricaBrevet de Cantor

Ensinar um cântico à sua patrulha ou à sua unidade, sabendo dar o ritmo e dirigir o coro

Possuir um cancioneiro de repertório variado que permita animar as diversas circunstâncias da vida escutista

Ler e solfejar um cântico simples ou de um cânon para o ensinar à unidade

Cantar sozinho, de memória, 15 canções de géneros variados, utilizáveis pela patrulha (letra completa)

Fazer cantar na sua patrulha 3 cânticos conhecidos, insistindo na exactidão e nuances da interpretação

Brevet de Músico Saber tocar satisfatoriamente um instrumento que tenha praticado Executar um trecho musical Acompanhar um cântico ou uma dança Por as suas capacidades musicais ao serviço da unidade Improvisar um acompanhamento ao acaso com objectos tais como garrafas,

vidros, pentes, serrote, talheres, tábuas, bacias, panelas, etc.

Brevet de Literato Construir uma biblioteca literária e expor as razões da sua escolha Satisfazer, pelo menos, duas das seguintes condições:

Conhecer as grandes linhas de evolução da literatura portuguesa e evocar as suas principais etapas

Ser capaz de precisar a extensão europeia de um género ou de um modo literário à escolha

Estabelecer um paralelo entre figuras históricas e lendas Mostrar a influência que dois ou três autores contemporâneos têm entre si Descobrir e apresentar um escritor da região

Redigir correctamente um artigo de jornal, um conto, um poema, uma oração, uma novela, uma letra para uma música ou um cenário para um jogo dramático

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Sobre a vida e obra de um escritor, declamar um texto no decurso de uma Velada, realizar uma montagem audiovisual ou montar uma exposição de painéis.

O que é um fogo-de-conselho?Sabes aquelas “veladas” que fazes à noite, no Campo, com a tua patrulha ou com a tua Unidade? Pois…o seu nome “técnico” é fogo-de-conselho. É uma “velada” mais “informal”.É o momento do dia em que se faz uma reflexão do que se passou até aí, passando tudo para a representação. Vemos os erros que cada um cometeu, mas num clima de fraternidade, corrigindo-os.

O que é uma velada?Uma velada é uma cerimónia mais solene, como uma cerimónia de abertura de uma grande actividade, onde há uma equipa que organiza e vários convidados que apenas vêm assistir.

Quando, neste caderno, te surgir a palavra Velada (sim, com letra maiúscula), falamos quer de veladas e de fogos-de-conselhos, indiferentemente. No entanto, é bom que conheças esta distinção, pois, devido às línguas diferentes, os vários países da União utilizam vocábulos diferentes, com sentidos distintos…ou não.

Capítulo 3 – Das utilidadesAs fogueirasUma Velada é diferente quando se desenrola à volta de uma fogueira…existe todo um outro espírito, uma outra mística…Mas o fogo pode ser muito perigoso, disso todos temos noção. E é preciso, é claro, tomar precauções, para que o Campo não fique irremediavelmente estragado…

É claro que é melhor falar primeiro com o proprietário do terreno onde se desenrolará a Velada, para aferir da sua permissão para fazer fogo na sua propriedade. O Decreto-Lei 17/2009, de 14 de Janeiro, no seu artigo 28º, nº5, autoriza os Escuteiros a realizar fogo para a confecção de alimentos e para recreio ou lazer.

Condições meteorológicasPara se fazer fogo é aconselhável que o vento não esteja forte, pois o fogo pode ser arrastado e incendiar locais mais longínquos. Também não deve estar a chover, sob pena de não se conseguir acender a fogueira, ou se tal acontecer, sob pena desta se apagar.Caderno de Animação Página 6

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Condições do localO local para acender uma fogueira deve ser uma clareira, bastante larga, de modo a que as labaredas e fagulhas subam rapidamente e se extingam ainda no ar, sem chegarem às árvores ou à vegetação. Para além disto, o local a escolher deverá ser bastante arejado, deverá estar longe das tendas e da zona arborizada e/ou com vegetação.

Preparação do local/cuidados e prevençãoApós a escolha correcta do local, este deve ser bem limpo de toda e qualquer vegetação que esteja no solo, num raio de 3 a 4 metros, e o local onde a fogueira vai ser construída deverá ter num pequeno desnível, por ti cavado, ou deverá estar rodeado por pedras. Todos estes cuidados no isolamento da fogueira servem para prevenir a propagação descontrolada do fogo, evitando, assim, um incêndio.

Como fazer uma fogueiraCaso o solo esteja molhado, deverás construir uma plataforma com madeira ou com pedras achatadas, antes de começares e empilhar a madeira.Onde será o centro da fogueira começa-se por colocar uma mecha, ou seja, material vegetal que seja pequeno e facilmente inflamável, como por exemplo, folhas secas, galhos pequenos, finos e secos, pinhas abertas, caruma seca. Papel e palha não devem ser usados para tal, porque se elevam no ar com facilidade e demoram tempo a apagar-se. A circulação do ar é fundamental para haver fogo, pelo que a mecha não deverá ser muito densa.Por cima colocam-se ramos ou galhos secos que não sejam maiores de 50 cm nem muito grossos, pois convém que o fogo enquanto está ateado na mexa consiga incendiar estes galhos, de forma a adquirir mais força para o passo seguinte. Atenção mais uma vez, não abafar o fogo, senão já sabes… … ele extingue-se. Tendo terminado de montar esta estrutura, deverás incendiar a mecha chegando-lhe um fósforo ou um isqueiro aceso.Quando o fogo da etapa anterior estiver firme podes começar por colocar ramos e cavacos de maiores dimensões e mais grossos, assim, terás fogo durante mais tempo sem teres que lá colocar constantemente madeira. Já sabes, não coloques madeira molhada, mas se ela estiver húmida sempre é melhor que madeira verde!No entanto, ao longo de todo o fogo de conselho ou velada, o fogo consumirá a madeira, pelo que terá que ser alimentado. Para tal é essencial ter um monte de madeira seca pronta para ser retirada e colocada no fogo para que este não se extinga, assim, antes de acender o fogo é necessário providenciar bastante lenha que servirá para alimentar o fogo no decorrer de todas apresentações. Tão essencial como este monte de madeira, que deverá estar colocado nas proximidades, mas não Caderno de Animação Página 7

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demasiadamente próximo da fogueira, é a designação dos ajudantes do animador que terão a responsabilidade de alimentar o fogo sempre que necessário, o que deverá ser feito no intervalo das apresentações para que estas não sejam perturbadas.Como deu para perceberes, para além de conhecimentos teóricos e práticos uma fogueira exige preparação. Imagina o que seria a fogueira estar-se a extinguir a meio de uma Velada e tu não teres tempo de encontrares madeira para que ela se mantenha acesa!? Seria um desastre!

Apagar uma fogueiraTão importante quanto acender uma fogueira é saber apagá-la e limpá-la. O melhor para isso é abafá-la com areia e/ou terra. Deves-te certificar de que nela não se encontra material inflamável. A água parecer-te-á uma boa solução para apagar a fogueira, mas porque ela leva à formação de carvão, que não se decompõem facilmente, não é, de todo, a melhor solução.Depois de arrefecida espalha a cinza pela mata ou enterra-a e coloca os restos maiores do carvão num saco do lixo.À lista do material necessário para fazer uma fogueira acrescenta agora areia e/ou terra limpa (sem material inflamável) suficiente para apagares a fogueira e pás para fazeres este trabalho, que é, também ele, de extrema importância.

Tipo de fogueiras para VeladasTipo Vantagens Desvantagens

Canadiana

- A forma como é construída (com uma “muralha”) propicia um melhor aquecimento

- Não pode ser o centro da Velada, pois “a muralha” impede que o calor se propague para trás, além de que pode prejudicar a visibilidade

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Estrela

- Grande duração - Pouco calor- Pouca luz

Cone

Vista de lado

Vista de cima

- Dá bastante calor- As chamas sobem como um fio dando muita iluminação

- Como os troncos são consumidos rapidamente, necessita de maior manutenção

Pirâmide

Vista de lado

Vista de cima

- Não necessita de grande manutenção- Fornece bastante luz e bastante calor

Madeiras e suas característicasEspécie Calor Fumo Consumaçã

oUtilização Brasas

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Amieiro M P R I MBétula MM M R I BCastanheiro

A M M C M

Carvalho MM P ML C MBFreixo M M L C MBFaia M P L C BOliveira MM P L C MBUlmeiro M P L C BChoupo P P R I FPinheiro A MM R I FPlátano A P M I MSalgueiro P P MR I FEucalipto M M L I M

LEGENDACalor P - Pouco A - Algum M - Médio MM – Mais que muitoFumo P - Pouco M - Médio MM – Mais que muitoConsumação

ML – Muito Lenta

L - Lenta M – Média R – Rápida

MR – Muito Rápida

Utilização I – Iluminação C – CozinharBrasas F - Fracas M –

Médias B - Boas MB – Muito Boas

O temaO tema da velada está subordinado ou é o próprio tema do Campo. Pode haver um tema de Campo e, para cada dia, um subtema. Esse será o tema da velada. O tema da velada influencia todas as apresentações, construções, a decoração, a escolha das músicas, etc. Pode acontecer, é claro, que uma data especial que ocorre num dia do Campo concorra para ser o tema da velada desse dia (feriado nacional, feriado religioso, nascimento de uma personalidade importante, etc.). O Civismo impele-nos a que não nos esqueçamos destas datas!

As técnicas e materiais associadosPodemos dividir as técnicas de expressão em três grandes grupos: o da Expressão Vocal, o da Expressão Física e o da Expressão Manual. Como é fácil de perceber, no primeiro grupo incluímos o Canto, a Leitura e a Declamação. Já no segundo, aí damos largas à expressão pelo corpo, através do simples movimento ou de algo mais

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elaborado, como a Dança ou a Ginástica. Quanto à Expressão Manual, ela está intimamente ligada, como o próprio nome indica, aos Trabalhos Manuais, mas também ao Desenho. Para fazermos uma Velada, podemos mobilizar, é claro, apenas um dos grupos e, a partir dele, fazer todas as apresentações. Mas algo mais composto comporta combinações das várias técnicas, dos vários grupos. É claro que pode apenas ser uma a técnica mobilizada para construir toda a Velada.As várias técnicas podem ser treinadas durante as actividades das Unidades, num momento morto, recorrendo-se a um concurso de improvisação, por exemplo. No entanto, existem técnicas que mais se prestam a esses momentos, por exigirem poucos ou nenhuns acessórios. E essa deve ser a opção a seguir quando os elementos não estão ainda familiarizados com alguma das técnicas. É claro que também é possível aprender “sentado”, sem que se recorra a um subterfúgio para ensinar a técnica em causa. Para além disso, todas as ocasiões, TODAS, são boas para explorar uma técnica menos conseguida, desde um Conselho de Chefes a um Concurso Gastronómico.Independentemente do Grupo em questão e da técnica mobilizada, qualquer apresentação deve ser:

Clara – Não devemos ir por caminhos obscuros, não devemos complicar, pois até o gesto mais simples pode ser interpretado pelo público com um sentido distinto daquele que quisemos imprimir na representação. Dessa forma, clareza é o que se busca! Simplicidade…

Bonita – Toda a apresentação deve ser harmoniosa, deve ser ritmada, deve ser equilibrada, e não feita de sobressaltos, de altos e baixos…deve estar de acordo com a parte da Estrutura em que se enquadra, de acordo com as informações que o Animador te transmitiu.

Alegre – As apresentações devem ser delicadas, devem ser frescas, devem ser escutistas. Não devem ser abrutalhadas, mundanas ou imorais…mas pensamos que isso nem será posto em causa!

Segue abaixo um elenco de técnicas que cremos ser útil mas que deve apenas ser o ponto de partida. Ele não é exaustivo e podem sempre completá-lo com a vossa experiência:

MímicaPor definição a mímica é a expressão do pensamento e/ou sentimentos através de gestos. É tão correcto dizer mimar ou mimicar.Nesta arte o gesto é o movimento corporal que comunica o pensamento e/ou o sentimento, sem recurso à fala e os adereços utilizados são muito poucos ou nenhuns. Deste modo, a expressão física, na qual se incluem as expressões corporal e facial, são de extrema importância devendo-se, por isso, fazer movimentos amplos e visíveis

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Espelho

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para que seja claro o “desenho no ar” dos adereços, dos pensamentos e/ou sentimentos e das acções que se pretendem representar. De notar que a expressão facial é muito importante pelo que, se necessário for, ela deve ser exagerada para melhor transmitir o pensamento e o sentimento que se pretende exprimir. Quando a experiência nesta técnica não é muita e nos é pedida alguma apresentação com recurso a ela, devemos optar por elaborar quadros/cenas simples.

VantagensNuma fraternidade europeia como a nossa, esta técnica é perfeita para Veladas em estamos perante uma plateia de estrangeiros, onde a comunicação oral está dificultada.Esta técnica é, no geral, bastante simples. Dessa forma, pode até ser mobilizada por um único actor, pois com uma correcta expressão facial e corporal, facilmente distinguimos as várias personagens que ele pode estar a representar.

DesvantagensEsta técnica não deve ser a opção quando o texto a transmitir é complexo e de sentidos ambíguos. A apresentação sob recurso a esta técnica deve, por isso, ser sempre antecedida de uma introdução que, pelo menos, desperte o público para o que se vai passar.

UtilidadesLuvas brancas podem ser usadas pelos actores para dar mais ênfase aos gestos com as mãos.Pode-se, mas já desvirtuando um pouco a natureza desta técnica, recorrer a maquilhagem e a pinturas faciais, assim como a máscaras e a figurinos. Aqui estamos perante um tipo muito específico de Mímica, a Pantomima.Existem algumas formas interessantes de explorar esta técnica:

Espelho – Dispostos frente a frente (aos pares ou em círculo) procura imitar os gestos que o teu oponente faz.

Marioneta – Esta apresentação é um claro exemplo de como é possível conjugar as várias técnicas e os vários Grupos, criando Veladas mais ricas. Esta em concreto podes fazê-la numa Velada cuja técnica principal a explorar seja a dos Fantoches ou das Marionetas. Bastam duas pessoas e uma finge ser uma Marioneta e a outra o Marionetista.

Percurso – O Animador apresenta o percurso fictício que os participantes devem seguir, mimando-o. Depois, cada participante irá, na sua vez, realizar o percurso. Este apenas pode ser um meio de chegar

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ao local da Velada mas também pode ser uma pequena apresentação, pois pode o Animador escolher alguém, vendá-lo e fazê-lo seguir o um percurso que ele tenha que mimar, sendo que lhe são dadas indicações como: “Cuidado com o buraco! Tens que saltar.”, “Segue rente à parede”, etc.

Fantoches e MarionetasAs Marionetas são bonecos animados pelos actores através das mãos. Há-os mais simples e mais complexos, quer no concerne à sua manufactura quer no que consiste ao trabalho com eles. Quando falamos em Fantoches, referimo-nos aquela espécie de marionetas que não são controladas através de fios ou de varas, mas sim por meio da mão, que entra no próprio corpo do Fantoche. Também os chamamos, por isso, Marionetas de Luva.Já as Marionetas, em sentido estrito, são os bonecos manobrados através de fios ou através de varas.

VantagensQuando bem elaboradas e manobradas, as Marionetas cativam um público amplo, principalmente as crianças. Além disso, fazê-las com os elementos pode ser uma actividade muito interessante, sem bem que aconselhamos os fantoches para o Ramo Amarelo e as marionetas para o Ramo Verde, por serem estas de uma maior complexidade. Quanto ao local de actuação, o “palco”, este pode ser apenas um lençol que tapa os actores, como pode ser algo bem mais elaborado. Desta forma, ele será tão prático de transportar quanto aquilo que os intervenientes quiserem.Além de serem, na sua grande maioria, de fácil execução, podem ser feitas a partir de materiais bastante baratos, que, por vezes, já não nos servem para nada.

DesvantagensConvém não esquecer que, apesar de recorremos a bonecos, esta técnica também se quer clara, alegre, bonita…sem sobressaltos, sem atribulações. Por vezes é difícil controlar os nossos elementos, quando é para levar a cena um teatro…Tentem então pôr-lhes bonecos nas mãos...

UtilidadesApresentamos agora alguns exemplos de Fantoches, de Marionetas.

Com uma meia velha, usando o polegar com “maxilar” inferior e os restantes 4 dedos como o outro “maxilar”, podes fazer um fantoche do mais básico que existe. Para os olhos, usa cartolina, bolas de pingue-pongue, ou outro material que te aprouver! Cola umas orelhas que fizeste em cartolina e, voilà, ai tens um

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fantoche que representa…algo muito esquisito…Mas pronto, como dissemos, este é o tipo mais básico. Cabe-te modificá-lo com cabelo (lã, por exemplo), bigode, óculos (arame…) e muitos outros acessórios (como roupa, por exemplo…).

Também te é possível realizar uma simples marioneta, apenas com dois paus (por exemplo, um cabo de vassoura e um outro pau mais curto). Chamemos a este género de marioneta o espantalho. Como é facilmente constatável através da figura que te apresentamos, bastam-te os dois paus, unidos por uma simples amarração (botão em cruz, por exemplo). Depois, basta vesti-lo. Quanto aos braços, sisal desde os ombros, e para as mãos, bolas de papel, vestidas de luvas, assim como para a cabeça. Uma outra ideia, para a cabeça, é fazer uma bola de papel e colocá-la dentro de um collant velho. Fecha com um elástico, que também serve para prender à estrutura-corpo.

Algo mais complexo…fazer as cabeças dos fantoches a partir de pasta de papel. Para fazeres pasta de papel:

Cortam-se pedacinhos de papel e cartão (de embalagens fininhas) para dentro de um alguidar.

Junta-se água e deixa-se de molho até o papel se desfazer. Se a água for quente, óptimo…

Com a mão, retira-se o papel amolecido para dentro de um pano. Aperta-se bem o pano para que toda a água saia.

Côa-se a água do alguidar com um passador, aproveitando-se assim todos os pedacinhos de papel.

Coloca-se a pasta de papel num recipiente e junta-se um pouco de cola de madeira (branca). Amassa-se bem e utiliza-se de imediato. É aconselhável usar luvas…por razões de…higiene e limpeza. Uma dica: depois de moldada, mas ainda húmida, cobre a pasta de papel com um pouco de pó de gesso. Desta forma, a superfície ficará mais macia e obterá um acabamento mais perfeito.

Molda então a cabeça do teu fantoche, conforme queiras um ser humano ou um animal…Depois, coloca-a no topo de uma garrafa e começa a colocar-lhe por cima tiras de pasta de papel, de forma a criares o “pescoço”.

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Depois de secar, podes pinta-la, mesmo ainda no suporte. De seguida, retira-la da garrafa. Provavelmente um dia será necessário para que fique bem seco, dois no máximo. Como vês, estes fantoches, pelo seu tempo de execução, devem ser treinados várias vezes, para ganhares algum calo. Experimentar pela 1ª vez apenas no Campo, 5 minutos antes da Velada, pode não ser boa ideia. Enquanto isso, é tempo de preparar um vestuário para o boneco. Terás que fazer um molde, que pode ser bastante simples, como uma camisola…podes usar a tua mão como medida, mas deixa-o um pouco folgado, para que não fique difícil trabalhar com o fantoche. Usa o molde para desenhar sobre o tecido que será usado para

fazer a vestimenta. Podes usar, é claro, outro material, como papel-crepe. Antes de cozeres tudo, deves enfiar a pescoço do fantoche pela “gola”, colar e depois sim, dar os últimos pontos. Podes fazer umas mãos, usando tubinhos de cartolina, que colarás na fatiota. Cola uma das extremidades e corta sob a forma de uma mão. Vê as figuras e sê perspicaz!

Lembras-te daqueles fantoches básicos, com a meia? Agora observa estes mais complexos, mas

também muito simples. Como sempre, tem em atenção os tempos de execução, principalmente os de secagem dos materiais.

Fantoche 1Material:

Esponja com 1cm de espessura; Cartão; Cola de contacto; 1 meia colorida (ou uma manga de uma camisola velha); Tinta em spray (esmalte acrílico); 1 bola de ping-pong cortada ao meio (para os olhos); Feltro colorido; Lã ou tiras de tecido para o cabelo.

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Estes são os moldes para a cabeça do teu Fantoche 1. É claro que os fazes com o tamanho que quiseres… (Figura 1)De seguida, dobra a “boca” ao meio e espalha cola de contacto nos rebordos do molde. (Figura 2)Após isso, espalha cola de contacto nos moldes de esponja, mas atenção! A cola deve ser espalhada na parte lateral, para que, depois, coles os moldes de esponja ao de cartão como indicam as Figuras 3 e 4.

Figura 1 Figura 2

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Figura 3 Figura 4

Figura 5 Figura 6

Atenta de seguida na Figura 5. Deverás ter ficado com algo semelhante a ela. Conseguiste? Então agora corta a costura da meia, espalha cola a toda a volta da abertura para os dedos e, antes da cola secar, une a meia à cabeça do boneco (Figura 6). Agora é preciso usar a imaginação para fazer as orelhas, dentes ou nariz, recortando as peças em esponja ou noutro material, e colar, usando o mesmo método.Depois disso é preciso pintar o boneco com o esmalte acrílico, deixar secar e, depois, com feltro preto, forrar o interior da boca. Por fim, recorta uma língua em feltro vermelho e cola, assim como os olhos e os cabelos.

Fantoche 2Material:

Esponja com 1cm de espessura; Cartão;

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Cola de contacto; 1 meia colorida (ou uma manga de uma camisola velha); Tinta em spray (esmalte acrílico); 1 bola de ping-pong cortada ao meio (para os olhos); Lã ou tiras de tecido para o cabelo.

Estes são os moldes para a cabeça do teu Fantoche 2. Fá-los, como é óbvio, com o tamanho que entenderes. De seguida, corta, marca o tracejado que mostra a Figura 7 e cola tudo, seguindo atentamente as Figuras 8 a 13, passando a cola em todos os rebordos excepto os do tal tracejado. Como vês, este fantoche é um pouco mais complicado. Mas, com calma, tudo conseguirás fazer.

Figura 7 Figura 8

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Figura 9 Figura 10

Figura 11 Figura 12

Após todas estas colagens “complicadas”, vamos montar a boca do nosso fantoche, através do cartão que há pouco cortámos, assim como vamos fazer umas pequenas pegas, usando mais um pouco de cartão. Observa as figuras 14 a 16 para perceberes como deves montar a boca. Podes usar agrafos para fixar as pegas aos “maxilares.

Figura 13 Figura 14

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Figura 15 Figura 16

Estamos quase no fim, não desesperes! É tempo agora de fixar estas terríveis mandíbulas à cabeça de espuma, com cola de contacto, tal como mostram as Figuras 17 e 18. Para manobrá-lo, procede como mostra a Figura 19. Depois, falta fazeres a decoração, com o esmalte, os olhos, o feltro na boca, o cabelo…Como há pouco, no Fantoche 1, usa uma meia ou uma manga de uma camisola velha e faz o “corpo” do teu boneco. E pronto!

Figura 17 Figura 18

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Figura 19 Figura 20

Fantoche 3Material

Esponja com 1cm de espessura; Cartão; Cola de contacto; 1 meia colorida (ou uma manga de uma camisola velha); Tinta em spray (esmalte acrílico); 1 bola de ping-pong cortada ao meio (para os olhos); Lã ou tiras de tecido para o cabelo.

Este último fantoche é bastante semelhante, no seu modo de execução, ao Fantoche 1. Acontece que aqui o Fantoche terá um bico e não uma boca arredondada. Observa então os moldes e como deves cortar e colar tudo, para no fim, teres um fantoche tipo ave (Figuras 21 a 30).

Figura 21 Figura 22

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Figura 29 Figura 30

Lembraste das marionetas, manobradas por fios ou varas? Aprende a fazer uma simples.

No que diz respeito à cabeça da marioneta, fá-la em pasta de papel ou então pela tal técnica, acima referida, do enchimento de um collant com papel ou outro material. Quanto ao corpo do boneco, ele terá uma estrutura muito semelhante à tua já conhecida espantalho. Acontece que, para os braços, agora podes usar uns tubos de cartão ou cartolina, colocando sisal a passar no interior dos tubos, e prendendo-o nos “ombros” do boneco. Ou até podes fazer uns braços em tecido e enchê-los com algodão ou assim. Caso optes pelo tecido, faz uma costura na zona do “cotovelo”, para fazer a articulação.Para dares ao teu boneco um aspecto mais composto, enche-lhe os “ombros” com algodão ou relva, por exemplo. Depois, é tempo de lhe fazeres umas roupas. Observa como fizemos acima ou espreita a técnica Teatro (só tens que rever os tamanhos…).Faz as mãos do teu boneco como fizemos atrás (com tubinhos de cartolina) ou faz umas bolas de tecido ou de collant, cheias com papel, algodão, relva…tu escolhes!A essas mãos, ligarás então as varas, que te permitirão manobrar os braços da marioneta. Podes construir, na parte de trás do “palco, pequenos orifícios que te permitam pousar o boneco e manobrá-lo com as duas mãos quando ele não tiver necessidade de se deslocar na cena. Com todo este discurso e com a ajuda da Figura 31, achamos que te vais sair bem!

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Figura 31

Ainda te podemos dar umas dicas no que concerne ao “palco”. Ele pode ser bastante simples, não passando de um pano/lençol/saco-cama preso entre árvores, a uma árvore e a um pau, entre dois pau, tal como mostra a Figura 32, assim como pode ser algo mais complexo, construído por ti em Campo, ou levado para Campo, após ter sido construído nas reuniões. O esquema para este segundo modelo é, também ele, muito simples.

Pega num caixote de cartão. Ele tem, se for um paralelepípedo, 6 faces. Abre-o da seguinte forma:

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Figura 32

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Face 1

Face 6

Face 2 Face 3 Face 5

Face 1

Face 6

Face 2 Face 3 Face 4 Face 5

Figura 33

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Agora tens várias formas de proceder. Depois de alguma prática, inova à vontade. Por enquanto, nós propomos-te fazer da seguinte forma:

Faz um corte nas Faces 3 e 4, tal como mostra a Figura 33. Tu decides as margens…Essa abertura será a “boca de cena”. Aí se desenrolará o espectáculo.

De seguida, vais-te socorrer das Faces 1 e 2 para fazer pequenos suportes para o teu teatro. Provavelmente estas Faces, que são o Fundo e o Topo da Caixa, não terão esta aparência uniforme que te apresentamos, mas antes serão, já elas, 4 peças. Deves então, para suportar o Teatro, construir, com as Faces referidas, pelo menos 4 suportes. E eles são muito básicos. Precisas,

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para cada um, de 3 bocados de cartão, tal como mostra a Figura 34. Cola os dois maiores, com cola de contacto, e depois o mais pequeno, como mostra a Figura 35. Depois cola o suporte ao teu Teatro, como mostra a Figura 36.

Figura 34 Figura 35 Figura 36

Cabe-te escolher os locais estratégicos onde colocar os suportes. Faz aqueles que conseguires e achares necessários, Coloca-os tanto da parte da frente como da parte de trás. Ficarás então com uma estrutura semelhante à Figura 37.

Figura 37

Caso te seja possível, faz um Teatro onde possas trabalhar de pé, pois fazer uma apresentação agachado ou de joelhos por mais de 2 minutos é um pouco incómodo. Podes também apenas fazer um teatro com as Faces 3 e 4, mesmo sem usar suportes, prendendo a “janela”, com a ajuda de sisal, a árvores…ficas como que com um “palco suspenso”. O tipo de Teatro tal como mostra a Figura 37 funciona bastante bem se for colocado sobre uma mesa.

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Quanto à decoração, podes pintar a caixa, colar enfeites de papel, adicionar umas cortinas, etc. Tu é que mandas!

Para pores umas cortinas, podes socorrer-te apenas de papel-crepe e sisal. Faz uns pequenos furos por cima da janela do teu Teatro. Depois, passa sisal, pela parte de dentro, de um buraco ao outro, com um nó em cada ponta (podes disfarçar este nós com uns enfeites de papel, por exemplo). Aí está o varão das tuas cortinas.

Seguidamente, para colocares as cortinas, tens que ter a cortina em si e alguns bocados menores de papel, que serão as argolas da tua cortina, que a prenderão ao varão. Cola então as “argolas” a um dos lados da cortina, fá-las passar por cima do “varão” de sisal e depois cola-as no outro lado do papel. E pronto, aí tens as tuas cortinas! Também as podes fazer de tecido, sendo que o procedimento é idêntico.

Pode fazer uma segunda cortina, que pode até funcionar como cenário, e assim podes recolher as primeiras cortinas e trabalhar sem que te vejam.

Podemos ainda deixar-te com umas luzes de como podes fazer uma marioneta controlada por fios. Vais precisar de um boneco, dos fios e da cruzeta. Vamos por passos:

Constrói a cruzeta usando dois paus iguais, que unirás por meio de um botão em cruz. Sê primoroso. É claro que a cruzeta não será vista pelo público, mas não pegues em dois paus quaisquer, nem ates com o sisal mais ranhoso que encontrares! Se perderes algum tempo à procura de materiais decentes, encontrá-los-ás. Podes fazer, por exemplo, com cana ou bambu…

Para o boneco em si, podes fazê-lo de várias formas. Nós aconselhamos a fazê-lo de tecido, com enchimento de algodão. Observa a Figura 38. Ela mostra-te um corpo básico. Para a perna e para o braço, pode fazer um

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A

B

C

D

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único tubo de tecido, mas faz-lhe uma costura, no “joelho” e/ou no “cotovelo”, para criares a articulação. Para a cabeça, podes antes usar a técnica da garrafa e da pasta de papel, do collant com enchimento, ou até a que usaste para fazer o corpo. Mas caso optes pela pasta de papel, precisarás, depois, de cola de contacto, para a unires ao corpo.

Quanto aos fios, uma das pontas (A) da cruzeta servirá para os braços. A diametralmente oposta servirá para a cabeça (B). As restantes, uma para cada perna (C e D) (Figura 39). Usa fio de nylon.

Figura 38 Figura 39

Tens que vestir o teu boneco…e decorá-lo como entenderes. E pronto, a tua marioneta está feita.

Sombras ChinesasAs Sombras Chinesas (ou Teatro de Sombras, ou ainda Marionetas de Sombras) são uma técnica muito antiga, originária da China, onde, como o próprio nome indica, são as sombras que são as verdadeiras actrizes. Usando uma luz e um pano o mais poroso possível (não é necessário ser branco), criamos assim o meio para mostrar a nossa apresentação. Depois, podemos usar as nossas mãos ou construir figuras em cartão ou até usar a nossa própria silhueta para realizar o espectáculo.

VantagensEsta técnica quase que obriga à construção de objectos para que a apresentação fique mais rica. Por vezes, descuidamos esse aspecto didáctico de realização do Sentido do Concreto. Aproveitemos então as Sombras Chinesas e o trabalho a que elas obrigam para desenvolvermos a nossa aptidão para os Trabalhos Manuais. O facto de ser usado um pano protege aqueles actores mais tímidos, que assim apenas tem que trabalhar com as figuras, ou apenas tem que dar a sua silhueta à contraluz.

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DesvantagensNem sempre é possível montar todo o material de que esta técnica carece para ser bem executada. Além disso, esta técnica é bastante restritiva quanto à expressão corporal, na medida em que só as silhuetas, só os contornos, são passados ao espectador. Tudo o que se prenda com o conteúdo não será visível.

UtilidadesJá to dissemos…preocupa-te apenas com os contornos, fazendo-os em cartão. Depois, cola-lhes umas varetas, para os manobrares (Figura 40). Usa tachas para criar articulações (Figura 41).

Figura 40 Figura 41

Podes sempre utilizar papel celofane para preencher as tuas figuras, dando-lhes assim alguma cor. Observa alguns exemplos.

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Podes ainda usar elementos naturais para construir o teu cenário, como ramos, por exemplo.

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Musical e BailadoO Teatro Musical combina canções, dança, música e diálogos. Por tudo isto, um Musical distingue-se do Teatro “normal” na medida em que as falas são intercaladas por músicas, sendo que também estas vão contando a história. Os movimentos do teatro dão lugar à dança e as coreografias, quando os diálogos dão lugar às canções. Atenção que este género teatral não se confunde com a Ópera, onde não há lugar para os diálogos não-musicais, sendo tudo cantado.

VantagensAo se optar por esta técnica, opta-se pelo invulgar, opta-se por algo novo, diferente dos teatros que sempre fazemos em Campo. Obrigamos assim os nossos elementos a serem criativos.

DesvantagensAqui os mais tímidos podem ainda ficar…mais tímidos. Se, por vezes, já é difícil convencer alguns dos nossos elementos a apresentarem-se apenas falando. Fazê-los cantar e dançar será…uma grande vitória!

UtilidadesPara que o público vá acompanhado, podem ser distribuídos os cânticos que surgirão na peça. Além disso, observa as Utilidades associadas ao Teatro para perceberes como fazer mais alguns objectos que podem ser interessantes utilizar neste género de apresentações.

DeclamaçãoDeclamar é a arte de pronunciar um discurso. Anda de mãos dadas com o teatro, que é o espaço de declamação interpretativa de um texto literário do modo dramático. No teatro clássico, a declamação é inseparável do estilo e da versificação. Declamar é quase sinónimo de cantar.Na caso da poesia, a declamação de um texto exige que o recitador se distancie da dicção da linguagem quotidiana e encontre o tom adequado à natureza do texto que está a declamar, porque uma coisa é recitar um soneto clássico e outra bem diferente é recitar um poema de Álvaro de Campos. Alguns aspectos formais podem também influir na declamação poética: a rima, as pausas, a colocação dos acentos rítmicos, o vocabulário, etc. A intensidade da leitura recitativa está também intimamente ligada ao timbre de voz do locutor e à sua capacidade de interpretação da expressividade do poema.

Vantagens

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Pelo simples facto de pouco recorremos a ela, esta técnica é um desafio por si só! Arrisca-te nela, é diferente! Enriquece assim a tua Velada.

DesvantagensO excesso de afectação na leitura pode redundar numa recitação artificial ou totalmente inadequada ao texto.

UtilidadesÉ claro que podes socorrer-te de artifícios e acessórios para levares a cabo a tua declamação. Mas se conseguires passar a tua mensagem apenas pelo modo como dizes as coisas, sem qualquer utensílio…ÓPTIMO! Para uma boa declamação de poemas, deixamos-te aqui alguns conselhos úteis:

Escolhe um poema significativo e pequeno, para começar. Escreve os versos em folhas separadas, para facilitar o manuseio. Dá um número a cada verso e a cada folha, para reforço da memória visual. Procura no dicionário o significado de cada palavra desconhecida. Procura entender a mensagem global do autor. Começa com os primeiros versos com o uso da “ladainha”, ou repetição. A cada verso, associa imagens mentais correspondentes, como se estivesses a

construir o cenário. Começa a declamar os versos de maneira repetitiva e em voz alta, dando

emoção aos versos. Mantém contigo sempre a folha com os versos que estão a ser trabalhados,

usando qualquer momento livre para aproveitar para memorizar. Ao actuar, ajusta o volume da tua voz à quantidade de público que tens a

assistir. Dá a interpretação pela voz…não pela postura. Fica de pé ou senta-te, mas não

faças gestos inusitados, desnecessários… Atenção à dicção: abre bem a boca e pronuncia todas as palavras até ao fim. Tu

sabes o que leste e decoraste, mas os outros não sabem.

TeatroO Teatro…que há a dizer? Tantas e tantas vezes recorres a ele para apresentar algo numa Velada. És já doutorado nesta área…no entanto, por vezes, pelo conforto de tantas vezes o fazermos, por já estarmos calejados, digamos assim, descuramos o rigor e a seriedade que tudo aquilo que fazemos deve conter, pois tudo o que fazemos, fazemo-lo para Deus. É importante que não o esqueçamos. A diversão também é conciliável com esta vertente.Já na Grécia Antiga, o Teatro era uma diversão, mas que servia também para educar e para louvar os deuses do Olimpo. Há várias considerações subjectivas sobre o que é o Caderno de Animação Página 32

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Teatro, nomeadamente por existirem inúmeros autores (os dramaturgos) e vários pensadores da área. No entanto, é quase consensual que fazer Teatro é representar, é dar vida a um texto escrito para tal, um texto dramático, escrito propositadamente para ser representado. É, de facto, tal como na raiz da palavra, animar (relembra: dar vida).

VantagensAparentemente, é o mais fácil. Pela sua trivialidade, os elementos tendem a aderir bem a esta técnica, pois é tão comum fazê-lo que parece fácil…no entanto, há que não descurar o rigor e dar sempre do nosso melhor, como já o dissemos.Tal como nas outras técnicas, mas especialmente nesta, é permitido que todos participem, mesmo os mais tímidos, pois há um vasto trabalho a ser desenvolvido, desde o escrever o texto, o dirigir os actores, o representar, o fazer dos figurinos e dos cenários, etc.

DesvantagensTende-se a cair no erro de improvisar. O improviso não é mau de todo…mas se redundar em algo pouco harmonioso, sem nexo e até pouco claro, o espectáculo fica irremediavelmente perdido, assim como a patrulha/unidade demonstra falta de organização e pouca preparação. Como já dissemos, o constante recurso a esta técnica leva a uma certa segurança, que pode conduzir a um desleixo.Normalmente, a Comédia é o género preferido. No entanto, é o mais difícil. Aquilo a que nós enquanto autores, encenadores e actores achamos graça não é, necessariamente aquilo a que todo e qualquer público irá achar graça.

UtilidadesExistem algumas normas básicas para a representação:

A não ser que se disponha de umas costas extremamente expressivas, o actor deve adoptar uma posição de ¾ ou de frente, ou até mesmo de perfil.

O palco pode ser dividido em 3 zonas, que possibilitam a deslocação em cena e acentuam a intensidade de alguns momentos:

Zona anterior: ocupa ¼ do palco. Aqui ficam os cenários e a comunicação com os bastidores.Zona intermédia: ocupa metade do palco. Aqui devem ocorrer as cenas onde existem bastantes actores em cena. Aproveita-se este espaço também para por aqui deambular, quando queremos dar a ideia de que vamos caminhando para um outro espaço, mais longínquo. Zona posterior: ocupa ¼ do palco. Aqui devem decorrer as cenas de monólogo ou quando existem

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poucos actores em cena. O importante é que não se tratem cenas muito confusas e movimentadas

Público Todos os gestos devem ser amplos e lentos. Os gestos rápidos e precipitados

são, por vezes, incompreensíveis e, normalmente, despropositados e reveladores de falta de preparação.

Quando existe um monólogo, para evitar a monotonia, o discurso deve ser acompanhado também por pequenas pausas, gestos simples e naturais e ligeiras deslocações.

As acções secundárias devem ser discretas e numa zona mais anterior. Para as cenas em que aparecem grupos de actores, pode-se actuar em fases

sucessivas/sequências, colocando os vários grupos em espaços diferentes do palco. Quando um grupo entra em acção, os restantes imobilizam-se e assim sucessivamente.

Por norma, tenham em conta que o mais simples é sempre o melhor. Simples não significa pobre, menos elaborado, trabalhado, ensaiado ou rigoroso. Significa que se devem eliminar todos os aspectos que não sejam indispensáveis para a compreensão do acto: gestos muito pessoais, decorações muito pesadas, monólogos e diálogos intermináveis, movimentações confusas, etc.

Esta é uma técnica que se presta muito a uma transformação pessoal por parte do actor. Não deves descurar a maquilhagem. Eis alguns truques:

Cara: existem duas cores fundamentais que servem para modificar o aspecto geral do rosto: vermelho e azul. O vermelho proporciona relevo. Na face, deve ser menos intenso, quanto maior for a idade da pessoa a representar. Já o azul, proporciona profundidade nas zonas em que é aplicado. Escurece o rosto (doentes, por exemplo) e pode ser utilizado para salientar uma barba.

Olhos: pode-se modificar a sua forma com a ajuda de um lápis de olhos, bastando “redesenhar” a pálpebra superior. Não a alongues muito pois pode provocar um efeito esquisito.

Rugas: para encontrar o seu lugar, é necessário gesticular o rosto de forma a encontrarmos as nossas. É a última tarefa a fazer no que diz respeito à maquilhagem. Acentuam-se com vermelho escuro ou azul. Nunca a preto.

Cabelo: para branquear o cabelo, utiliza pó-de-talco.Mostramos-te agora umas maquilhagens faciais, especialmente direccionadas para o Ramo Amarelo. No entanto, pela diversidade de temas que podem surgir numa Velada do Ramo Verde, também as seguintes lhes dirão alguma coisa.

Maquilhagem de LoboMaterial:

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Sombra branca, Sombra castanha ou cinzenta Sombra amarela clara Lápis preto ou sombra preta

Execução Espalha uma camada de sombra

amarela por baixo dos olhos e desde a zona do bigode até ao queixo, como que fazendo um Y, tal como mostra a figura

Delimita o focinho do lobo, cobrindo a ponta do nariz com sombra preta ou lápis preto, e fazendo descer uma linha desde a ponta do nariz até aos lábios, fazendo como que um Y invertido, tal como mostra a figura.

Sobre os olhos, com a sombra branca, traça tal como mostra a figura

Marca as sobrancelhas com o lápis preto, com linhas oblíquas. Faz um traço também sobre as pálpebras, prolongando um pouco no fim, e um outro sob, mas apenas na oblíqua.

O resto do rosto é coberto com sombra cinzenta ou castanha. Espalharás melhor se tiveres um pincel próprio.

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Para dar mais realismo, podes agora construir umas orelhas em cartolina, e pintá-las com os mesmos tons que usaste para as pinturas. Utiliza um cartão resistente. Depois corta e cola-lhe um elástico, para usares como uma máscara.

O resultado final pode, à primeira vez, não ser o pretendido. Mas não desanimes. Com o tempo, vais te aperfeiçoando.

Uma dica: se quiseres, podes fazer a separação do amarelo do focinho com o castanho/cinzento do pêlo através de uma fina linha preta, feita com o lápis.

Maquilhagem de PanteraMaterial:

Sombra branca, Sombra cinzenta escura Sombra cinzenta clara Lápis preto ou sombra preta

Execução Espalha, por baixo dos olhos e

desde a linha do bigode até ao queixo, sombra cinzenta clara

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Espalha, no resto do rosto, sombra cinzenta escura. Talvez com um pincel próprio seja mais fácil. Espalha também no pescoço.

Delimita o focinho, cobrindo a ponta do nariz com sombra preta ou lápis preto, e fazendo descer uma linha desde a ponta do nariz até aos lábios, fazendo como que um Y invertido, tal como mostra a figura

Faz dois V’s com o lápis preto, sobre as sobrancelhas

Contorna os olhos com sombra preta, tal como mostra a figura

Termina fazendo uns bigodes a branco

Se não tiveres o cabelo curto e preto, usa um gorro. Usa roupa preta, de preferência com gola alta.

No que diz respeito ao vestuário, tu, com um simples tecido, sabes perfeitamente realizar uma túnica, uma capa, etc. Sê imaginativo. Não te fiques pelo que aqui te sugerimos. Inova.

Túnica simples

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Esta túnica é a mais fácil de fazer. Não precisas de fazer qualquer costura. Apenas terás que fazer um corte para a gola.

Depois será necessário arranjar um cinto. Procura com calma! Lá por ser fácil e rápido, não significa que vás escolher o primeiro bocado de cordel que encontrares.

De seguida, a túnica é a tua tela! Podes transforma-la no que entenderes! Nós demos-lhe mais uma graça e colamos-lhe fita cola colorida no fim. Tens o papel de criar! Torna-a numa armadura de Templários ou no fato de um rei, adicionando-lhe uns collants, por exemplo. Esta túnica pode também ser a parte de baixo das vestimentas que te propomos a seguir (Saree e Toga)

Turbante

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Saree

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Toga

O público

Sua disposição e acomodação

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Dispor o público como mostra a figura acima é uma forma bastante inteligente. O vento encarregar-se-á de levar o fumo da fogueira para longe…mas não podes esperar que permaneça assim eternamente. No entanto, como já sabes, conforme depressa o vento mudou e te passou a bafejar com o agradável fumo, que te faz lacrimejar, também depressa irá mudar novamente. Por isso, não atrapalhes a Velada e não mudes de lugar, ou, se fores o Animador de serviço, não faças todos mudarem de lugar porque alguém está a ser incomodado com o fumo. A todos calhará essa experiência. O público não deve incomodar as entradas e saídas de “palco”. Enquanto Animador, tenta que ninguém permaneça de pé ou deambule pelo espaço, mesmo que seja para tirar fotografias…essa pessoa estará a distrair o restante público. E se tudo estiver bem feito, haverá alguém encarregado de tirar fotos por exemplo, o fotógrafo da patrulha, ou um chefe para tal escalado. Assim, ninguém se distraí e todos aproveitam a Velada.Pode ser interessante que, se a Velada se não realizar num espaço que tenha bancos, pedires ao público, previamente, que traga os seus colchonetes e as suas esteiras, para que não tenha que se sentar no chão. Convenhamos que não é fácil e confortável permanecer algum tempo sentado sobre a gravilha…

Sua participaçãoÉ claro que o público veio participar…tu sabes isso muto bem! Veio com as suas peças, as suas músicas, etc. Cada patrulha, cada unidade preparou as suas Caderno de Animação Página 41

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apresentações! Que novidade pode haver para ti, animador experiente, no que diz respeito à participação do público? Bem…acontece que o público não é apenas um conjunto de artistas que aguarda a sua vez. O público veio, está ali e é um corpo coeso, que deve ser tido em linha de conta. Com ele, realizas as danças, cantas, jogas, tudo isso. Para além disso, o público pode ser convidado a vir trajado a rigor, de acordo com o tema da Velada…enriquece a Velada!

O espaçoPodes realizar a tua Velada numa simples clareira, é claro…mas não te custa nada embelezar um pouco o espaço, tornando-o mais particular…se construímos oratórios para rezar e cozinhas para preparar as refeições, por que razão não havemos de construir, ou pelo menos decorar, o espaço onde vão ter lugar as Veladas?Construir bancos para a assistência ou, pelo menos, colocar uns troncos no chão que façam esse efeitos já é uma opção. Socorre-te, sempre que possível, de árvores que, eventualmente, circundem a clareira. Através delas, com simples amarrações e uns quantos troncos, facilmente constróis uns assentos que acomodarão, mais confortavelmente, a tua assistência. Um estrado para o palco não era má ideia. No entanto, se delimitares o espaço de actuação com pedras, paus, pinhas, etc., já cumpres o efeito pretendido. Mais uma vez, socorre-te de árvores para pendurares umas cortinas, por exemplo.Já no que diz respeito à decoração do espaço, deixamos-te aqui duas sugestões bastante fáceis de executar. Com elas, darás imediatamente um toque mais original às tuas Veladas.

Lanterna 1Material:

Lata de fruta de conserva, previamente vazia e lavada Prego Sisal ou fio de nylon Alicate de corte ou tesoura resistente Lima Vela

Execução: Marca a tua lata

como mostra a figura ao lado

Com um prego, tal como mostra a figura, faz uns furos, onde mais tarde

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passará o nylon ou o sisal.

Corta a tua lata tal como mostra a figura ao lado.

Passa com uma lima pelas superfícies cortantes

Faz passar o sisal/nylon pelos buracos.

Prende a tua lanterna numa árvore, colocando a vela no sitio respectivo.

Podes, eventualmente, pintar a lanterna, ou decorá-la, como bem entenderes.

Lanterna 2Material:

Frasco de vidro (de compota, por exemplo), vazio e previamente lavado Tinta de vidro e/ou papel celofane Cola, tesoura e material de escrita/desenho Vela

Execução:

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No teu frasco, podes optar por desenhar sobre ele, com tinta de vidro ou com um marcador permanente que escreva na superfície.

Podes também optar por, com celofane, fazer um padrão e depois colá-lo no teu frasco.

O importante é que tires partido da possibilidade de criar vários tons e efeitos de luz.

A tua lanterna está pronta e pode ser utilizada assim mesmo, colocada no chão, até para delimitar o espaço de actuação

Como mostra a figura do lado, podes sempre colocar-lhe um arame e depois prendê-la a uma árvore, por exemplo.

A estrutura

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Como animador, deves organizar a tua Velada para que ela siga uma curva, como te apresentamos acima. A Velada começa calma e, como te mostra a curva, vai-se tornando mais agitada, atingindo um pico. Depois, daí até terminar, deve ir abrandando. Atenção que não deves fazer cortes bruscos no ritmo mas sim ir descendo suavemente, com harmonia.Deves ter um manancial de músicas, jogos e danças rápidas que te permitam preencher depressa um espaço morto, deixado por uma patrulha que ainda está a sair de cena, ou por uma que tarda a entrar.Não podes descuidar a duração das apresentações, nomeadamente se quando está em causa um concurso, pois deve haver igualdade de circunstâncias para os participantes. Mesmo que não se trate de um concurso, mas apenas de uma Velada onde há a mostra de apresentações, estas não devem ser excessivamente longas, pois pode-se dar o caso do público dispersar.Não é de todo descabido que, após cada actuação, informes a unidade/patrulha que se segue no guião de que serão os próximos a apresentar. Não o faças para toda a assistência. Enquanto animador, pertences a uma patrulha ou unidade. Delega essa tarefa a alguém e faz com que tudo corra sem stress e atrapalhações. Ajam com discrição e sobriedade.

As músicas, as danças, os jogos e os sketchesA Velada não deve ser apenas abrilhantada pelas apresentações das unidades e das patrulhas. Cabe-te, como animador, incorporar elementos de ligação entre as várias actuações.As músicas são um bom elemento de ligação, pois facilmente encontras canções adequadas a cada momento da curva da Velada, mais ou menos lentas, mais ou menos “divertidas”. Além disso, as músicas permitem, a par das danças, que a grande maioria do público participe na Velada, o que é positivo.Como referimos, as danças, por permitirem, por vezes, a participação de um público alargado, não devem ser por ti negligenciadas. São uma forma de fugir à rotina, tornando a Velada mais animada. Já os jogos, na sua generalidade, acabam por ser mais restritos no que diz respeito à participação. No entanto, podes sempre criar jogos que permitam a participação de, pelo menos, um elemento de cada patrulha/unidade presente. Estas podem sempre ser chamadas a realizar a claque de apoio.No que diz respeito aos sketches…o que são sketches? Indiferentemente, por vezes, chamamos sketches às pequenas peças de teatro apresentadas pelas unidades/patrulhas. Aqui denominamos sketches aqueles números, chamemos-lhes assim, onde alguém é posto em foco, havendo uma piada/um segredo, de que todos tomam conhecimento previamente excepto o visado. Depois de algum “sofrimento”, lá acabamos por desvendar a piada/lógica/segredo ao “alvo”, para que também ele Caderno de Animação Página 45

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possa rir connosco. No entanto, há que ter muito cuidado com estes números, pois não se deve ridicularizar ninguém: devemo-nos rir com a pessoa e não da pessoa, logo o tempo que dura o sketch deve ser bem medido. Por vezes, socorremo-nos dos sketches para nos vingarmos daquele elemento que foi perturbador do Campo, mais irrequieto ou insubordinado. Contudo, tudo isto deve ser bem medido e não deve haver lugar a abusos.De referir ainda que deves escolher os elementos de ligação em função do tema da Velada e do momento da curva em que se inscreverão, obviamente.

Notas soltas E se chove?

Ora...das duas, uma: ou começa a chover enquanto a Velada já se iniciou ou começou a chover antes de darmos início à cerimónia. Em cada situação…o que fazer?Caso comece a chover durante a tua Velada, se decoraste o espaço de modo a que por cima da zona de Velada exista uma coberta, e descobres que de facto não chove…então parabéns! Aliada a um bom sentido de decoração surgiu a funcionalidade! És um designer nato! Deixando-nos de brincadeiras: mesmo em pleno Verão, podes sempre usar uma lona para cobrir a tua zona de Velada, ou pelo menos a zona do público, o que serve de decoração mas também te protegerá da eventual chuva. Pode também começar a chover não haver qualquer protecção…então aí, podes optar por convidar a assistência a vestir os seus impermeáveis e a colocar as suas boinas, caso não seja uma chove muito forte. Se tiverem o azar de vos cair em cima uma tempestade…bem, talvez o melhor seja mesmo rumar às tendas…se ainda estiverem de pé.Caso chova de tal forma que nem consegues sair da tenda quanto mais ir fazer a Velada…que raio de Escuteiro és tu?! Vai mas é por o oleado para fazeres uma Velada toda bonita!

Os Santos Padroeiros das ArtesJá agora…sabes qual é o Santo do teu Grupo, o da tua patrulha, se pertences ao Ramo Verde, conheces S. Francisco de Assis de perto, se és Lobito, pedes sempre a intercessão da Senhora da Lapa e dos Padroeiros da Europa…mas sabes tu que Santos são os patronos das Artes? Deixamos-te aqui os seus nomes. Procura saber mais acerca deles e porque se lhes atribui determinado patronato.

Santo Patronato Festa LitúrgicaSanta Cecília Música e Músicos 22 de

NovembroSão Genésio de Roma Teatro e Actores 3 de SetembroSão Vito Dança e 15 de Junho

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BailarinosSanta Brígida da Irlanda Poesia e Poetas 1 de FevereiroSanta Catarina de Bolonha Artes e Artistas 9 de Março

A ofertaImagina que a tua Velada será sobre a S. Pedro, por exemplo…podes, no fim da Velada, se pertinente com a oração final, distribuir umas chaves de cartão a cada um dos participantes, que contenham o tema da Velada, a data e o local, por exemplo. Ou podes também, no princípio da Velada, distribuir o programa, para que o público vá acompanhado. Ou ainda, como já te dissemos, podes redigir as músicas que vão ser cantadas e dar uma cópia a cada membro do público. Tudo estes exemplos são isso mesmo…apenas ideias que podes usar, caso a tua Velada se preste a isso. Para cada Velada, deves sempre procurar ter algo, como que uma lembrança, que deixará uma boa impressão ao teu convidado, mostrando-lhe que te preocupaste com ele.

Participação na VeladaNo princípio, destrinçamos fogo-de-conselho de velada…e dissemos ser esta uma cerimónia mais formal, na qual o público apenas é convidado a assistir ao que foi para ele preparado. No entanto, isso não significa que não possam existir momentos em que todos são chamados a dançar ou a cantar, por exemplo. É claro que esses momentos devem existir, mesmo numa velada. O que te queremos dizer agora é que, mesmo num fogo-de-conselho, isto é, numa Velada em sentido amplo, nem todos os presentes, nem todas as unidades, nem todas as patrulhas tem que participar. Pode acontecer que estejas numa actividade europeia, um Eurojam, por exemplo. Ora, havendo centenas de patrulhas, não é exequível que todos apresentem algo na Velada. Assim, habitua-te a ser também espectador, pois esse é também um papel importante.

Esquemas para organizar a VeladaPodes organizar a tua Velada, se fores o animador responsável, através da ficha que te propomos:

Velada ou Fogo-de-Conselho

Tema: _________________

__ /__ /____ Técnica: __________________

Local: _______________

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Quem faz o quê?Apresentação Responsável Material Duraçã

o

Se apenas fores realizar uma apresentação, como uma peça, podes preparar-te da seguinte forma, tal como mostramos no exemplo:

Texto Acção Música MaterialSilêncio Chega o rei, o pajem e

a donzela. O rei senta-se o os restantes colocam-se um de cada lado do rei.

Desde o principio da gravação até ao terminarem os clarins.

Coroa, Capa, Túnica, Vestido, Trono

“Beatriz, pensas que (…)” até “(…) jamais farei tal coisa.”

Diálogo entre a donzela e o rei. O pajem permanece imóvel.

Silêncio-----

“O conde (…)” até “(…) o dia da minha morte.”

Aparece em cena o mestre de cerimónias, anunciado a chegada do conde, que entra logo de seguida. Fala com o rei. Saem todos de cena

Começa suave, de onde parou, e vamos subindo o volume à medida que as

Túnica, Bastão, Capa, Chapéu

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personagens vão saindo

As grelhas anteriores, nomeadamente a última, serão de grande utilidade durante os ensaios, mas melhor será que cada um possua uma cópia, seguindo por ela a representação enquanto estiver nos bastidores. Evita-se assim que os nervos anteriores à actuação se multipliquem.

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Banco de recursosPara fazer este caderno, a Equipa de Animação Escutista e Eucarística, pertencente à Equipa de Preparação do Campo de Verão Nacional da AGEEP, comemorativo do 30º aniversário do Escutismo Europeu em Portugal, socorreu-se, quer para informações quer para imagens, dos seguintes endereços electrónicos e dos seguintes livros. Os direitos pertencem aos seus originais detentores e este caderno é apenas um instrumento lúdico, que não se destina à comercialização.

http://www.scouts-europe.org/ http://www.scoutorama.org/-Forum-Scoutorama-.html http://tilz.tearfund.org/Portugues/Passo+a+Passo+21-30/Passo+a+Passo+23/

Fantoches+Como+Fazer+e+Usar. http://moldeum.blogspot.com/ http://www.catraios.pt/profs/salarecursos/matpp/sombras_chinesas.pdf http://inkwebane.cne-escutismo.pt/ http://www.wikipedia.org/ http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/D/declamacao.htm http://recantodasletras.uol.com.br/tutoriais/757809 http://www.onthec.com/blog/2006/08/17/the-sari-2/ http://family.go.com/entertainment/pkg-halloween-costumes/craft-ff-26539-

greek-statue-costume-t/ roosevelt.monet.k12.ca.us/classes/Roman%20clothing.doc www.kangausa.com/tie,backtwistturban.htm

Mowgli Tiens ta place

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