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9º ano Á G U A P A R A A V I D A, Á G U A P A R A T O D O S Orientação para Dinâmicas e Atividades

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SENSIBILIZAO | gua vida

O nosso desafio

To importante quanto saber que a gua dos rios est no estado lquido, se evapora, se condensa e cai na forma de chuva perceber o grande ciclo de dependncia da vida com o da existncia da gua. Nosso desafio integrar o ciclo da gua com o ciclo da vida, para demonstrar que, mesmo existindo muita gua no Planeta, no significa que ela seja acessvel, suficiente e boa para o consumo.

Do que precisaremos

1 garrafa plstica de 2 litros cheia de gua, com tampa, 1 copo de 200 ml, 1 copo de 50 ml, cartolinas, jornais, revistas, tesoura, cola, e, se possvel, uma ilustrao do ciclo da gua.

Por onde comear

Montar um painel com cartolinas ou papel e fixar a ilustrao do ciclo da gua. Dispor os materiais da atividade conforme a sequncia do desenho, num local de fcil visualizao.

Como proceder

Convidaremos os participantes para interagir na construo do conhecimento sobre a disponibilidade da gua no Planeta. Supor que conseguimos, de um jeito mgico, colocar toda a gua da Terra (oceanos, mares, rios, lagos, geleiras, lenis subterrneos...) numa garrafa de 2 litros. Ento, hora de interagirmos com o pblico: Vamos imaginar que esta garrafa contm toda a gua do Planeta. Que tipo de gua esta? Salgada? Doce? Quais so os locais onde existe gua?

A partir da descoberta, questionar:

Ser que temos toda esta gua para consumir? Algum j experimentou beber gua salgada? Como foi?

importante destacar que a maior concentrao de gua no Planeta salgada. Ento, o prximo passo ser separar visualmente toda a gua salgada de toda gua doce. Fazer a demonstrao:

Neste copo (200 ml) temos toda a gua doce do planeta. Quais os lugares onde encontramos a gua doce?

Ao lembrarmos os lugares (geleiras, lenis subterrneos, lagos, pntanos, rios, represas, gua em forma de vapor), identificaremos suas localizaes e a facilidade para obter a gua doce.

fcil tirar gua doce das geleiras ou do subsolo? Alm de no ser fcil, pode ser muito caro. Logo, nosso prximo passo ser separar visualmente a gua doce dos locais disponveis (rios, represas, lagos) da gua doce de difcil acesso (geleiras, lenis freticos, pntanos, atmosfera). A gua doce disponvel ser representada tirando uma parte da gua do copo de 200 ml e passando para o copo de 50 ml.

Deixar claro que gua doce no significa gua potvel, pois as guas dos rios, lagos e represas podem estar contaminadas ou poludas.

Toda a gua doce disponvel boa para beber? Vocs beberiam gua diretamente do rio que passa no meio da sua cidade? Separar visualmente na tampinha somente a gua doce que no est contaminada ou poluda e que pode servir para o consumo dos seres vivos e para todas as suas atividades.

Convidaremos o grupo a refletir:

Observando a garrafa e a tampinha, veremos que, de toda a gua do planeta, somente uma pequena parte doce e adequada para consumo humano e suas atividades: beber, escovar os dentes, tomar banho, lavar a roupa, a loua, cozinhar, regar a horta, matar a sede dos animais, lavar o carro e o quintal, regar as plantas... Ela pode estar mal distribuda e sendo desperdiada.

Iniciaremos um processo de sensibilizao para a importncia da conservao da qualidade da gua e o seu uso racional, evitando o desperdcio e a sua degradao.

Gerando um produto

A partir da identificao dos usos da gua no Planeta (abastecimento humano, higiene, alimentao, lazer, gerao de energia, transporte, agricultura, indstria, manuteno dos ecossistemas aquticos...) trabalharemos as formas de degradao da qualidade da gua e como interferem na qualidade de vida das pessoas. O que pode acontecer gua, quando ocorre o desmatamento, a ocupao desordenada do solo, a deposio de lixo, as queimadas, a destruio das matas ciliares, a agricultura no planejada e o uso de agrotxicos?Ilustraremos com recortes de jornais, revistas, desenhos, figuras e grficos da internet. Podemos criar um painel: de um lado, o ciclo da gua com os diversos usos, sobrevivncia dos seres vivos, atividades domsticas e industriais e, de outro, as formas de degradao da gua pela interferncia humana. Por exemplo: a gua, em forma de chuva, serve para molhar as plantas, umedecer o solo e abastecer os rios. Quando cai em grande quantidade num solo desmatado, provoca a eroso, indo para bueiros entupidos e provocando as enchentes.

Para ir mais alm

Podemos criar uma histria em quadrinhos ou uma pea de teatro para ser apresentada em diferentes locais (escolas, praas, clubes e associaes de moradores). Organizar uma lista dos verbos relacionados gua. A gua lava, transforma, dilui, sobe, desce, ferve, gela... Percorrer todo o ciclo da gua apenas por meio de verbos, passear por todo o planeta, analisando os diferentes modos como a gua vista pelas populaes e as dezenas de profisses ligadas a ela. A partir da leitura e pesquisa, tambm possvel promover um debate sobre o contedo do painel e a Crise da gua, suas causas e consequncias. Refletir sobre nosso comportamento no dia-a-dia, em relao ao uso da gua, e atitudes para contribuir com a conservao dos recursos hdricos.

PESQUISA | Do rio ao copo

O nosso desafio

Para matar a sede, cozinhar, tomar banho, escovar os dentes, basta abrirmos a torneira e l est ela: gua chegando fcil. No imaginamos o longo caminho que cada pingo dgua teve que percorrer para chegar at a nossa casa e por quantos lugares passou para garantir que a gua seja de boa qualidade. Depois de usada, a gua vai embora e fica a pergunta: veremos nosso pingo de novo? Pagamos pela sua captao, tratamento na ETA Estao de Tratamento de gua e distribuio, mas s isso no garante a sua existncia, sua qualidade, nossa sade e bem-estar.Do que precisaremos

Pranchetas, papis, lpis, mquina fotogrfica, filme, caderneta de anotaes.

Por onde comear

Podemos preparar cada etapa com apoio dos textos do Livro das guas, visitas monitoradas a nascentes, a estaes de tratamento de gua e de efluentes, contatos com a rede de abastecimento de gua da regio, entre outras atividades complementares.

Como proceder

1a. Etapa: De onde vem a gua (pesquisa)Podemos propor uma pesquisa para identificar de onde vem a gua que abastece a localidade. Procurar saber se a regio de captao de gua est preservada, protegida de atividades humanas e poluentes que possam comprometer sua qualidade, como: assentamentos humanos, fbricas, granjas, matadouros, hortas, currais, lixes, barrancos erodidos, desmatamentos, entre outras. A Companhia de Abastecimento de gua da regio pode ajudar na obteno das informaes. Podemos tambm resgatar a histria de criao desta empresa para conhecer maiores detalhes sobre o abastecimento de gua em outras pocas.

2a. Etapa: Como eu recebo a gua (visita)A segunda parte da pesquisa consiste em conhecer o caminho que a gua faz, at que possamos utiliz-la. Construiremos um esquema incluindo todas as fases de tratamento da gua: a gua bruta captada do manancial e levada at uma estao de tratamento, onde passa por vrias etapas para que se torne potvel. Depois, a gua sendo distribuda para os reservatrios da cidade e levada aos domiclios atravs das redes de distribuio.Podemos promover uma visita do grupo a uma estao de tratamento da gua ou receber um tcnico especializado no assunto para uma palestra. Ou a exibio de um vdeo sobre o tema.

3a. Etapa: A gua e a nossa sadePodemos listar as consequncias da falta de acesso gua e da falta de gua tratada para a sade e o conforto da populao. Pesquisar as principais doenas relacionadas degradao ambiental como a m qualidade da gua, a falta de saneamento bsico e de tratamento de esgoto, a disposio inadequada do lixo, a presena de vetores (mosquitos, baratas, ratos, entre outros), de gua parada. A pesquisa deve incluir dados sobre o sistema de sade da cidade, seus principais hospitais e postos de sade.

4a. Etapa: A sade da minha comunidadeQue tal elaborar, juntamente com os grupos, um roteiro de perguntas sobre a sade e o meio ambiente da escola e da comunidade? Pode-se entrevistar pblicos diferentes, tais como:a) O responsvel pelo posto de sade ou hospital, com os funcionrios, mdicos e/ou enfermeiras;b) Usurios do servio de sade: doentes, familiares e acompanhantes;c) Moradores mais antigos do bairro, curandeiros, parteiras e outros terapeutas;d) Responsvel pelo atendimento no ambulatrio da escola;e) Pais das crianas;f) Responsveis pelo preparo da merenda escolar.

Sugestes de questes:

De onde vem a gua que as pessoas bebem? As crianas andam descalas? Brincam no meio do lixo? Brincam nos crregos? As crianas tm o hbito de lavar as mos antes das refeies e aps atividades esportivas? Como se alimentam? Como eram as condies de sade do bairro no passado? Como so as condies de sade atualmente? Quais as influncias do meio ambiente na sade das pessoas? Qual o ndice de mortalidade infantil do municpio? Qual a principal causa de morte das crianas? Quais as doenas mais comuns do municpio? Quais esto ligadas aos problemas do meio ambiente que o grupo pesquisou? Existem programas de preveno para esses tipos de doenas? Como feito o tratamento desse tipo de doena no hospital e em casa? Os moradores usam algum tipo de conhecimento tradicional para a cura destas doenas, como, por exemplo, o uso de plantas medicinais? Quais as condies do atendimento nos servios de sade? As pessoas esto satisfeitas com os servios? Seguem o tratamento adequadamente? Quais as queixas mais comuns das crianas que frequentam o ambulatrio da escola? Como a higiene no preparo dos alimentos na escola?

Vale anotar e usar a mquina fotogrfica para registrar as condies ambientais da escola, da comunidade ou do bairro (lixo, gua poluda, falta de esgoto e de higiene, entre outros aspectos), as condies de vida da populao local (trabalho, estudo, lazer, nveis de pobreza) e as condies dos servios de sade. Propor ainda a reconstruo da histria de vida dos entrevistados e do ambiente pesquisado, resgatando fotos antigas, jornais e outros materiais.

5a. Etapa: E quem no tem gua potvel?At agora reconhecemos a importncia de ter acesso gua e a necessidade de sua qualidade para nossa sade e nossas atividades. Como a vida das pessoas que no tm acesso gua potvel? Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE, no incio do sculo XXI, cerca de 8,8 milhes de famlias no Brasil esto nesta situao. Podemos pesquisar sobre o assunto, propondo aos grupos a identificao das condies de vida destas comunidades, em especial, encontrando representantes na regio que vivem essa realidade para entrevistas e relatos. Buscar algum que no tinha gua e passou a ter, verificando o que mudou em sua vida. Refletir sobre o perfil econmico das pessoas que mais carecem de gua.

6a. Etapa: Organizando o materialFeito o levantamento hora de sistematizar as entrevistas, as fotografias e as impresses sobre o trabalho. Podemos ainda promover um debate utilizando as referncias do tempo passado e do presente, comparando as condies de vida e de sade da populao. A apresentao pode ser feita com painis, desenhos, exposies, grficos das entrevistas e palestras divulgadas em vrios locais.

Para ir mais alm

Podemos comparar duas realidades: o fcil acesso gua com o difcil acesso gua e procurar saber por que pessoas de nossa escola e comunidade ainda carecem de gua potvel ou de saneamento bsico. A partir da anlise dos problemas e suas causas, podemos estimular os grupos a buscarem alternativas para melhorar a situao de vida dessas pessoas.

CRIAO | Fices da vida real

O nosso desafio

Uma das propriedades de nossa mente criar situaes imaginrias. Chamadas de fico, estas invenes fabulosas muitas vezes so baseadas em fatos da vida real. Simular uma situao pode ser uma maneira de preparar-nos para enfrent-la, com mais tempo para examinar os fatos antes de tomar uma deciso. uma tima oportunidade para refletir sobre as diversas possibilidades de um final para a nossa histria. Se analisarmos somente pelo nosso lado, talvez algum saia prejudicado. Se analisarmos pelo lado do outro, ns sairemos descontentes. preciso haver um consenso, baseado na viso de que no h o certo ou o errado, mas de que maneira a proposta se apresenta no enredo. O principal personagem de nossa histria ser a gua.

Do que precisaremos

Folhas de papel, lpis, artigos de jornais, revistas, Internet, entre outras fontes de pesquisa, fantasias e adornos para caracterizar os personagens da histria.

Por onde comear

Realizar uma pesquisa em jornais, revistas, Internet e entrevistas para levantar situaes reais sobre o tema gua. Vale selecionar, especialmente, aquelas que indicam comportamentos especficos em relao ao uso da gua e que provocam discusses polmicas, como a histria da gua da Santa, no final da atividade.A partir dos fatos, criaremos uma situao imaginria, mudando os nomes do local e das pessoas, mas mantendo pontos importantes do foco da discusso. Um texto descrevendo a situao criada deve ser elaborado, alm da apresentao de algumas caractersticas dos personagens de nossa histria. Separar tambm algumas fotos ou ilustraes, que podem ser usadas nas prximas etapas.

Como proceder

Dividiremos os participantes em 4 grupos. Para cada grupo, entregaremos uma cpia do texto elaborado e a descrio das funes a serem exercidas. Cada grupo tem uma funo, conforme a sugesto apresentada a seguir:

Moderador: os participantes escolhem um representante, que tenha bom senso e perfil para conduzir a atividade, mediando e respeitando as opinies; sua funo a de coordenar e orientar as aes dos demais grupos, com a nossa ajuda. Grupo da Dramatizao: representa o caso escolhido, usando tcnicas de teatro e dramatizao, caracterizando o comportamento dos personagens na histria. Grupo da Situao: ressalta os pontos favorveis, tentando convencer o pblico de que a melhor deciso ficar como est; um representante do grupo o coordenador do trabalho. Grupo da Oposio: apresenta os pontos desfavorveis encontrados na situao, justificando por que ela no pode ficar como est; o grupo tenta convencer o pblico de que algo necessita ser mudado, relatando as propostas de mudanas; um representante do grupo o coordenador dos trabalhos. Grupo do Pblico: ouve atentamente todas as colocaes e elabora questionamentos aos dois grupos, estimulando um debate; a maior responsabilidade do grupo decidir o final da histria.

Durante um perodo combinado, cada grupo deve se reunir e analisar a situao descrita na folha de papel. Como tarefa, ter que elaborar a apresentao, decidindo como ser a sua participao nas discusses. Combinar, com os participantes, a data de realizao da simulao. Neste dia, importante preparar o cenrio da histria, reservando espaos demarcados, para cada grupo. Como pano de fundo, deixar um espao, tipo painel, para a colagem das ilustraes e para as anotaes surgidas no decorrer da atividade.

A estreia

Sugerimos uma sequncia para facilitar os trabalhos:

Apresentao: o moderador se apresenta e orienta sobre o funcionamento da atividade, deixando claro o que se espera de todos no final; Dramatizao: nesta etapa, no pode haver nenhuma interferncia de outro participante; Defesa da situao: o grupo da situao defende a sua posio; Defesa da oposio: o grupo da oposio ressalta todos os pontos desfavorveis da situao sugerindo as mudanas; Debate: o grupo da situao defende suas ideias, a oposio procura convencer o pblico das alteraes necessrias; Pblico questiona: o pblico formula suas perguntas, uma por vez, em voz alta, para a situao e para a oposio; Moderador: controla o tempo para cada resposta. O grupo tem o direito de contestar, com autorizao do moderador; Pblico decide o final: o pblico se rene e decide qual ser o final da histria, apresentando em voz alta para todos; O final da histria: o grupo da dramatizao faz a apresentao do final da histria. Um relator, escolhido entre os participantes, registra o final decidido; Os fatos da vida real: o moderador faz seus comentrios, comparando a situao imaginria com fatos da vida real. recomendvel ressaltar a importncia de haver dilogo diante do radicalismo, respeito pelas ideias e opinies, analisando as situaes a partir de vrios contextos. Depende de onde, quando e como agir para tomar a melhor deciso. Outra questo o respeito pelas diferenas culturais e diversidade de opinies, a necessidade de cooperao e o compromisso na busca de solues. Ser mais produtivo se, nos conflitos, a turma do contra puder se unir turma do a favor para buscar alternativas. Abrir espao para um debate, abordando, o que o grupo aproveitou com a dinmica, como se sentiu nos papis desempenhados, o que mais lhe agradou, o que pode ser melhorado, entre outras sensaes.

Para ir mais alm

Ao trabalhar uma atividade como essa, estimulamos as pessoas a participarem de debates e negociaes, desenvolvendo o senso crtico e a busca de solues. Pode ser o primeiro passo para mobiliz-las a comparecerem a audincias pblicas, reunies escolares ou comunitrias e outros espaos de tomadas de deciso. Participando dessas oportunidades, podemos trazer o assunto para ser debatido numa simulao e, depois, encaminhar a proposta final para os responsveis pelo evento. Para maiores informaes sobre debates, jris simulados e processos de discusso, consultar sites da webgrafia do Livro das guas.

A gua da Santa*

A f tem levado moradores de Rio Verde a consumir gua de uma mina que est contaminada com coliformes fecais. A Secretaria de Sade declarou que a gua imprpria para o consumo e colocou uma placa no local, alertando as pessoas.A mina fica dentro de uma rea de Proteo Ambiental, na periferia da cidade. H um ano, dona Lourdes, doceira, teve uma viso de uma Santa ao lado da mina de gua. Ela confirma ter se curado de uma grave doena dos rins ao beber a gua milagrosa.Desde ento, vrios fiis tm se reunido diariamente para orar e tomar o lquido da cura. Mdicos j alertaram a populao que ela pode adoecer e ter fortes diarreias. D. Bizantina, uma italiana imigrante, declara: Como pode a gua de uma santa fazer mal?Seu Manoel concorda, afirmando: Querem fechar a mina porque os fabricantes de gua mineral esto perdendo suas vendas. De qualquer forma, a Prefeitura de Rio Verde diz que ir tomar providncias e estuda uma forma de tratar a gua contaminada da mina.A igreja local ainda no se manifestou sobre a questo. Resta saber: at que a situao se resolva, a mina deve ficar fechada ou no?

* Esta histria uma fico baseada em fatos reais extrados do jornal: A Folha de Campinas, edio 2002.

MOBILIZAO | Caia na rede

O nosso desafio

Vamos imaginar um mapa com a formao dos rios, inseridos em suas bacias hidrogrficas. Muitas vezes, elas se assemelham ao sistema de circulao de nosso sangue, a uma rede ferroviria, rodoviria ou eltrica. H um fluxo contnuo de sangue, de trens, de carros e de energia, numa troca permanente para manter o sistema funcionando. Estruturas assim so chamadas de redes fsicas. Mas redes tambm podem ser formadas, reunindo pessoas e organizaes, com o objetivo de ampliar aes e ideias a um universo sempre maior de parceiros. Para manter este tipo de sistema funcionando, preciso pensar em meios adequados para os fluxos de informao, gerenciamento e organizao da rede e de formas de comunicao. O maior desafio de uma rede social, formada por pessoas com interesses. Objetivos comuns, manter ativos alguns princpios bsicos:

fazer com que as informaes sejam compartilhadas entre as pessoas; estabelecer focos especficos de atuao da rede; criar vnculos com o pblico e sua comunidade, reconhecendo capacidades, competncias e disponibilidades; animar e envolver as pessoas de forma participativa, compartilhando aes e atividades de conservao para a cidadania; adequar-se realidade local, aos interesses e cooperao do pblico envolvido; monitorar e avaliar a rede para aprimor-la com resultados e experincias que agilizem o seu funcionamento.

Do que precisaremos

Rolo de barbante, lista de contatos (e-mails, telefones e endereos) de pessoas e instituies que tenham objetivos comuns, como a conservao da gua.

Por onde comear

O primeiro passo reunir as pessoas, de forma presencial ou por algum canal de comunicao como a internet. Caso as pessoas estejam presentes, formar um crculo, uma participante segura uma ponta do barbante, com a outra mo, joga o rolo para outro participante e fala o que lhe vem cabea quando pensa em rede ou em gua. Sucessivamente, o rolo jogado de um participante para outro, repetindo o processo at que se forme uma teia. Com a teia formada, solicitaremos que observem como sua forma espacial. Podemos brincar de alterar a sua estrutura, balanando, puxando algum participante para ver com quem ele est conectado ou cortando alguma ponta. Colocar as palavras e depoimentos das pessoas num mural.

Para formar uma rede de fato, o grupo tem que estabelecer como ser seu funcionamento, ou seja, sua misso e as regras de convivncia entre os participantes. Questes para refletir:

O que podemos fazer juntos que de forma isolada no seria possvel? Qual a misso da rede? Como ser a participao de cada um? Como garantir que as decises sejam compartilhadas para que no exista um chefe que decida o que fazer? Quais as tarefas da rede? Que canais de comunicao sero usados e como acontecer a distribuio das informaes e conhecimentos gerados pela rede? Quem sero os responsveis pelo gerenciamento e animao da rede? Como organizar e articular os vrios nveis da rede para que a costura no se desfaa? Como manter a rede sempre com uma cara nova, estimulando novas adeses e ideias?

Promover as articulaes por meio de campanhas, fruns, eventos, reunies, encontros, mutires e debates virtuais.

Como proceder

Animando a rede

Uma rede precisa ser animada para existir, ou seja, h necessidade de estimular e motivar seus participantes constantemente a promover aes e atividades. Lembrar que estamos unindo dois elementos importantes e que se assemelham na forma de ser: a gua e uma rede.

Vejamos algumas sugestes:

Formao de Grupos de Trabalho temticos ou de execuo de tarefas. Exemplos: GT Bacias Hidrogrficas, GT Integrao e Participao, GT Mobilizao, GT Captao de Recursos, GT Uso Racional da gua, GT Comunicao e Campanhas, GT Educao Ambiental, entre outros. Fruns presenciais e fruns virtuais que busquem compartilhar as experincias e solues dos problemas. Encontros e reunies.

Cuidando e Avaliando a Rede

Ao longo do tempo, uma rede ganha expresso e reconhecimento na medida em que motiva seus integrantes e os novos membros a realizarem aes e atividades. Assim, o seu processo de desenvolvimento tambm precisa ser monitorado e avaliado. Algumas pistas podem ajudar a identificar se a rede est funcionando bem:

Como est a participao? O ambiente da rede est sendo estabelecido a partir das interaes, da colaborao e do compromisso dos participantes? A rede est cumprindo sua misso? Como est sendo a gerao e a troca de contedo? H produo de informaes em quantidade e qualidade? Elas circulam na rede? So teis para os participantes? Como est a interatividade e a conectividade? A costura da rede permite que as informaes caminhem para todos os lados e que suas ramificaes estejam de acordo com a inteno da rede e dos interesses dos integrantes? Como est a adeso rede? A rede est se ampliando e se renovando com novos participantes: pessoas e instituies?

Para ir mais alm

A rede pode conectar-se s demais atividades deste Guia, criando um sistema de interatividade. Trocar informaes sobre como diferentes grupos adaptaram as atividades deste material para sua realidade local pode ser um timo comeo. Alm disso, que tal conhecer a experincia e os resultados obtidos em cada escola ou comunidade que est desenvolvendo a Misso gua para a Vida, gua para Todos? Costurar este mar de gente cuidando da gua pelo Brasil e pelo mundo pode ser um novo desafio.

Alguns sites podem nos informar e nos animar a cair na rede:

Livro Redes - Uma introduo s dinmicas da conectividade e da auto-organizao, publicado pelo WWF-Brasil e disponvel em arquivo eletrnico - www.wwf.org.br na seo biblioteca Rede Jovem - www.redejovem.org.br Rede das guas - www.rededasaguas.org.br Portal do Protagonismo Juvenil - www.protagonismojuvenil.org.br Rede Brasileira de Educao Ambiental - www.rebea.org.br Frum Social das guas www.forumsocialdasaguas.com.br