manual custos de obras públicas - 8ª ed. 2012

51

Upload: kleberson-ramos

Post on 01-Dec-2015

48 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

ii

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE JOINVILLE - IPPUJ (Org.).

Manual de Custos para Obras Públicas Abril/2012

Volume I Metodologia e Conceitos

Joinville: Prefeitura Municipal, 2012 - 49 p.

1. Obras públicas – Construções – Estimativas e custo.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

iii

PREFEITURA MUNICIPAL DE JOINVILLE

CARLITO MERSS Prefeito Municipal

INGO BUTZKE Vice-Prefeito

IPPUJ - FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE JOINVILLE

VLADIMIR TAVARES CONSTANTE

Diretor Presidente

GILBERTO LESSA DOS SANTOS Diretor Executivo

REALIZAÇÃO UNIDADE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO

CENTRAL DE CUSTOS DE OBRAS PÚBLICAS – CCOP

CRISTIANA SOARES CARVALHO Engenheira Civil - Gerente Unidade de Pesquisa e Documentação

MARIA CLARA DOS SANTOS BITERCOURT

Engenheira Civil - Coordenadora CCOP

JAMERSON FERNANDO CORDEIRO Técnico em Edificações - Pesquisa

ISRAEL WELTER

Técnico em Edificações - Pesquisa

SIDNEY STAMMERJOHANN BERNARDES Técnico em Edificações - Pesquisa

SÉRGIO FERREIRA GUIMARÃES DINIZ

Engenheiro Florestal, M.Sc.

SÉRGIO MESSIAS GALINDO SOUZA DE PAULA Estagiário

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

iv

Agradecimentos

A Fundação IPPUJ agradece a todas as pessoas, órgãos públicos, empresas e

entidades que, de uma forma ou de outra, colaboraram com a execução deste

trabalho nos enviando informações que foram de suma importância para a

construção e publicação desta obra.

Sem esta parceria não seria possível a realização do Manual de Custos

Para Obras Públicas 2012.

É um privilégio tê-los ao nosso lado.

Obrigado!

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

v

Apresentação

Este documento tem como objetivo mostrar as técnicas e metodologias aplicadas nas ações da

Central de Custos de Obras Públicas, nele estão incorporados todos os estudos desenvolvidos e suas referências bibliográficas, bem como os critérios adotados para o cálculo dos custos unitários dos insumos e serviços necessários a execução das construções públicas, e também as rotinas e procedimentos empregado pelo sistema informatizado que gera os custos unitários de referência.

Este manual foi elaborado em 2005 e utilizou como referência os manuais do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT, os textos foram adaptados e transcritos de forma a repassarem os conceitos e metodologias da Central de Custos. Como as construções públicas possuem obras diversificadas como edificações, drenagem, infra-estrutura urbana, transportes entre outros, torna-se amplo os parâmetros a serem definidos, buscamos então simplificar o conteúdo deste manual direcionando aos leitores a referências seguras as quais representam exatamente nossos conceitos.

Para fins de apresentação os volumes que complementam este Manual são:

Volume 1 Manual de Custos de Obras Públicas - Metodologia e Conceitos

Volume 2 Catálogo de Referência de Serviços e Custos – Construções de Obras Públicas

Classe 05 Serviços Técnicos

Classe 10 Construções de Edificações

Classe 15 Reformas em Geral

Classe 16 Instalações Hidráulicas, Sanitárias, Pluviais, e Equipamentos Hidráulicos

Classe 20 Demolições em Geral

Classe 21 Instalações Elétricas, Comunicação, Informática, Som Ambiente e Anti-furto

Classe 25 Serviços Empreitados

Classe 30 Serviços Extraordinários

Classe 35 Serviços Gerais Urbanos

Volume 3 Composições de Custos Unitários de Referência – Construções de Obras Públicas

Volume 4 Manual do Sistema e Usuário

Anexo 1 Pesquisa de Preços de Insumos – Materiais / Equipamentos / Mão-de-obra

Anexo 2 Caderno de Índices e Custos

Anexo 3 Caderno Como Construir

Permitido o uso das informações desde que citada a Fonte.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

vi

ÍNDICE

Agradecimentos ............................................................................................................................................... iv Apresentação .................................................................................................................................................... v INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 1

1.1 - OBJETIVO ............................................................................................................................................ 1 1.2 - METODOLOGIA ................................................................................................................................... 1

1.2.1 - SISTEMA DE PESQUISA DE PREÇOS ....................................................................................... 1 1.2.2 - CÁLCULO DOS CUSTOS DE MÃO-DE-OBRA ............................................................................ 2 1.2.3 - CUSTOS HORÁRIOS DE EQUIPAMENTOS ............................................................................... 3 1.2.4 - COMPOSIÇÃO DE CUSTOS UNITÁRIOS DIRETOS .................................................................. 3 1.2.5 - PLANILHA DE ORÇAMENTO ....................................................................................................... 4 1.2.6 - ESTIMATIVAS DE CUSTO PARA OBRAS PÚBLICAS ................................................................ 5

2 - PREÇO DE OBRAS PÚBLICAS ................................................................................................................. 7 2.1 - APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 7 2.2 - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 7 2.3 - DENOMINAÇÃO ................................................................................................................................... 7 2.4 - CONSTITUIÇÃO DO CUSTO INDIRETO ............................................................................................. 8

2.4.1 - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL ....................................................................................................... 8 2.4.2 - TRIBUTOS ..................................................................................................................................... 8 2.4.3 - DESPESAS FINANCEIRAS .......................................................................................................... 9 2.4.4 - BENEFÍCIO/LUCRO ...................................................................................................................... 9 2.4.5 - RISCO OU EVENTUAIS .............................................................................................................. 10 2.4.6 - GARANTIA .................................................................................................................................. 10

2.5 - CÁLCULO DO BDI .............................................................................................................................. 10 2.5.1 - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL (AC) ............................................................................................ 11 2.5.2 - TRIBUTOS (i) .............................................................................................................................. 11 2.5.3 - DESPESAS FINANCEIRAS (DF) ................................................................................................ 11 2.5.4 - BENEFÍCIO/LUCRO (L) .............................................................................................................. 11 2.5.5 - RISCOS/EVENTUAIS (MI) .......................................................................................................... 11 2.5.6 - TABELA DAS TAXAS ADOTADAS PARA O CÁLCULO DO BDI............................................... 11

3 - SISTEMA DE LEVANTAMENTO DE PREÇOS DOS INSUMOS E SERVIÇOS EMPREITADOS ........... 13 3.1 - O SISTEMA DE COLETA DE PREÇOS ............................................................................................. 13

3.1.1 - CARACTERÍSTICAS DAS PESQUISAS ..................................................................................... 13 3.1.2 - COBERTURA DA PESQUISA ..................................................................................................... 13 3.1.3 - CICLO DE ATUALIZAÇÃO .......................................................................................................... 13

3.2 - PROCESSAMENTO DA PESQUISA .................................................................................................. 14 3.2.1 - PREPARAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS .................................................................................... 14 3.2.2 - PESQUISA DE PREÇOS ............................................................................................................ 14 3.2.3 - TRANSCRIÇÃO E CRÍTICA DOS VALORES ............................................................................. 15 3.2.4 - SELEÇÃO DO PREÇO DE REFERÊNCIA ................................................................................. 15

3.3 - INFORMATIZAÇÃO DO SISTEMA ..................................................................................................... 15 3.3.1 - AMBIENTE DE PROCESSAMENTO .......................................................................................... 15 3.3.2 - DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES .................................................................................................... 15

4 - CUSTOS UNITÁRIOS DOS INSUMOS ..................................................................................................... 16 4.1- CUSTO DA MÃO-DE-OBRA ................................................................................................................ 16

4.1.1 - SALÁRIO ..................................................................................................................................... 16 4.1.2 - ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS ................................................................................. 16

4.1.2.1 - ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS QUANTO A FORMA DE REMUNERAÇÃO .... 16 4.1.2.2 - TABELA DE ENCARGOS SOCIAIS E RISCOS DO TRABALHO EM SENTIDO ESTRITO 17 4.1.2.3 - MEMÓRIA DE CÁLCULO (HORISTA) ................................................................................. 17

4.1.2.3.1 - CONCEITO DE ANO PRODUTIVO (HORISTA) .......................................................... 17 4.1.2.3.2 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO A ...................... 18 4.1.2.3.3 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO B ...................... 18 4.1.2.3.4 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO C ..................... 19 4.1.2.3.5 - TAXAS DE REINCIDÊNCIA REFERENTE AO GRUPO D ......................................... 20

4.1.2.4 - MEMÓRIA DE CÁLCULO (MENSALISTA) .......................................................................... 20 4.1.2.4.1 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO A ...................... 20 4.1.2.4.2 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO B ...................... 21 4.1.2.4.3 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO C ..................... 21

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

vii

4.1.2.4.4 - TAXAS DE REINCIDÊNCIA REFERENTE AO GRUPO D ......................................... 22 4.1.2.5 - ENCARGOS SOCIAIS E RISCOS DO TRABALHO EM SENTIDO AMPLO ....................... 22

4.1.3 - ADICIONAIS LEGAIS .................................................................................................................. 22 4.1.3.1 - TRABALHO NOTURNO ....................................................................................................... 23 4.1.3.2 - INSALUBRIDADE ................................................................................................................ 23 4.1.3.3 - PERICULOSIDADE .............................................................................................................. 23

4.2 - EQUIPAMENTOS ............................................................................................................................... 23 4.2.1 - CUSTO HORÁRIO ...................................................................................................................... 24

4.2.1.1 - CRITÉRIOS DE CÁLCULO DO CUSTO HORÁRIO ............................................................ 26 4.2.1.1.1 - CUSTOS DE PROPRIEDADE ...................................................................................... 26 4.2.1.1.2 - CUSTOS DE MANUTENÇÃO ...................................................................................... 33 4.2.1.1.3 - CUSTOS DE OPERAÇÃO ............................................................................................ 35

4.3 - MATERIAIS ......................................................................................................................................... 37 4.3.1 - PREÇOS LOCAIS E REGIONAIS ............................................................................................... 37 4.3.2 - CUSTOS DOS MATERIAIS POSTOS NAS OBRAS .................................................................. 37

5 - TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO ........................................................................................................... 38 5.1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 38 5.2 - CLASSES DE SERVIÇOS .................................................................................................................. 38 5.3 - COMPOSIÇÕES ANALITÍCA DE CUSTOS DE SERVIÇOS ............................................................. 39

5.3.1 - DESENVOLVIMENTO E MONTAGEM DA COMPOSIÇÃO ANALÍTICA ................................... 39 5.3.2 - PRINCIPIOS QUE REGEM A MONTAGEM DAS COMPOSIÇÕES ANALÍTICAS .................... 40

5.4 - INSUMOS ........................................................................................................................................... 40 6 - TABELA DE PREÇOS DO SISTEMA ....................................................................................................... 41 7 - ELABORAÇÃO DAS ESTIMATIVAS DE CUSTO (ORÇAMENTO) ......................................................... 42

7.1 - ESTUDOS E CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES ........................................................................... 42 7.2 - ITEMIZAÇÃO DO ORÇAMENTO ....................................................................................................... 42 7.3 -SELEÇÃO DE COMPOSIÇÕES DE SERVIÇO .................................................................................. 42 7.4 - PREÇOS UNITÁRIOS DOS SERVIÇOS ............................................................................................ 42 7.5 - QUANTITATIVOS DE SERVIÇOS ..................................................................................................... 42 7.6 - PREÇO TOTAL DA OBRA ................................................................................................................. 42 7.7 - PLANILHA EXTRATORA DE DADOS DO VOLARE .......................................................................... 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................... 43

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

1

1 - INTRODUÇÃO 1.1 - OBJETIVO Nosso objetivo é fornecer referencias de custos atualizadas para obras públicas, propiciando a todos os técnicos e usuários o livre acesso ás informações. Estamos agora disponibilizando o “Manual de Custos de Obras Públicas”, que contém os parâmetros aplicados em todos os nossos trabalhos. As tarefas envolvidas no processo de estimar custos são trabalhosas e consumidoras de tempo, portanto onerosas. Por outro lado, torna-se necessário que a abrangência e extensão do sistema de custos cinjam-se á brevidade, a fim de conservar sua utilidade. Assim as circunstâncias fizeram com que adotássemos um sistema de cálculo de custos unitários com emissão de planilhas de preços referenciais para serviços e insumos. Os custos de obras em geral são muito sensíveis à sua localização geográfica, a condições naturais, sociais, econômicas e logísticas. Estas condições não dificultam nossos trabalhos, pois nossas obras são todas de âmbito local. Contudo é preciso entender que o fornecimento de serviços e a disponibilidade de insumos são ás vezes insuficientes em nossa região, necessitando assim pesquisas em outras localidades. Atualmente utilizamos os recursos da informática para abreviar as tarefas que no passado eram penosas, principalmente no que diz respeito a custos. Por outro lado á informática tem se caracterizado também, como ferramenta facilitadora no controle e fiscalização de obras, propiciando assim ao Tribunal de Contas de Santa Catarina desenvolver o “Sistema de Fiscalização Integrada de Gestão”, que tem por objetivo acompanhar e fiscalizar as ações públicas. Com este sistema todas as ações da administração municipal estarão sendo acompanhadas, permitindo um controle atualizado das informações. Por este motivo estamos revisando todo nosso sistema, buscando uma adaptação ás regras do tribunal. Esperamos que todos aqueles que consultarem este manual, apontem suas sugestões, críticas e dúvidas, permitindo assim que este trabalho torne-se ainda mais confiável. 1.2 - METODOLOGIA Foram definidas algumas diretrizes metodológicas referenciadas em literaturas técnicas, de modo a orientar os trabalhos a serem desenvolvidos. Entendemos que o setor de custo da administração pública não deve adentrar em profundas pesquisas, pois seu papel é determinar a estimativa de custo e não realmente elaborar o orçamento, que é papel do mercado. A revista construção e mercado em entrevista ao Sr. Paulo Roberto Vilela Dias, mestre em engenharia civil, presidente do Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos e professor do Mestrado em Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense publicou na seção expertise o seguinte texto “Ao administrador público consciente cabe organizar o mercado, garantindo que o preço de referência da licitação seja o mais preciso e justo possível, dentro das limitações que lhe são impostas pela metodologia de estimativa utilizada, e que apresente no edital projetos e especificações técnicas adequados à elaboração do orçamento da construção por parte dos prestadores de serviços”. Entendemos que este pensamento deixa claro o nosso papel, possibilitando definir as metas a serem alcançadas pelo setor de custos da administração pública. E a seguir apresentaremos as diretrizes que foram utilizadas em nossos trabalhos. 1.2.1 - SISTEMA DE PESQUISA DE PREÇOS

a) Coleta da Amostra de Preços de Materiais e Equipamentos Realizamos no mínimo três coletas de preços para cada item, refazendo as pesquisas se um mesmo item cotado apresentar grande diferença entre os fornecedores. Portanto se houver impossibilidade de obtermos preços da praça, utilizaremos os colhidos por outras entidades reconhecidamente idôneas e aceitas pelo mercado. Os preços colhidos são todos locais ou regionais, só fugindo a regra quando o fornecimento de serviços e a disponibilidade de insumos forem insuficientes em nossa região.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

2

b) Coleta da Amostra de Preços para Serviços Empreitados As empreitadas caracterizam-se por serviços completos, o que faz que nossas coletas de preços sejam mais apuradas. A minuta de contrato e ou especificação de serviço são as diretrizes para os fornecedores apresentarem suas propostas e garantirem seus preços. Assim adotamos a mesma metodologia de coleta dos materiais e equipamentos, contudo adicionamos maiores detalhes ao formulário de pesquisa encaminhado aos empreiteiros. Os preços colhidos são preferencialmente locais ou regionais, apenas mudando de regra se o fornecimento dos serviços forem insuficientes em nossa região. c) Pesquisa de Custos de Mão-de-Obra A oferta de mão-de-obra para serviços de construção é muito grande, isto faz com que a concorrência de mercado torne-se um fator predominante na definição dos preços dos serviços. Contudo entendemos que a melhor forma de representar o custo mais adequado seria adotarmos como referencia a média da Convenção Coletiva de Trabalho (Sinduscon/SC), pesquisa realizada pelo Sinduscon/Joinville e Sinapi da região de Santa Catarina (Caixa Econômica Federal). A cada ano celebra-se o dissídio das categorias, quando então ajustamos o piso salarial das categorias. d) Regiões de Preços Pesquisados Nossas pesquisas limitam-se ao município de Joinville, mas como os serviços e insumos muitas vezes são insuficientes em nossa região, realizamos pesquisas em outras localidades. Contudo adotamos certos critérios, em primeiro lugar realizamos pesquisas municipais e em segundo as regionais, estaduais e nacionais. A determinação de preços obedecerá ao seguinte critério: Mão-de-Obra: média da convenção coletiva de trabalho (Sinduscon/SC), pesquisa

Sinduscon/Joinville e Sinapi; Materiais e equipamentos: média dos valores pesquisados, rejeitando-se as ofertas. e) Pesquisa e Cadastramento de Novos Materiais e Equipamentos A capacitação profissional esta sempre presente em nossos trabalhos, isto inclui o conhecimento de novas tecnologias e também de novos materiais aplicados na construção. As pesquisas e cadastramentos de novos materiais e equipamentos desencadeiam constantes ajustes em nosso banco de dados, propiciando novas edições do Catalogo de Referência de Serviços e Custos. É claro que as atualizações de preços também exigem novas publicações, mas é a união dos fatores que as justificam.

1.2.2 - CÁLCULO DOS CUSTOS DE MÃO-DE-OBRA

a) Custo da Mão-de-Obra em Horas O custo da mão de obra são todos calculados em horas normais, pois são satisfatórios para obtenção de preços de referência. Contudo não foram incluídos nos cálculos as horas extraordinárias e as noturnas. Dados históricos mostram que a administração pública municipal pouco utilizou dessas horas em suas obras, ficando ao encargo das empresas contratadas o dimensionamento de suas equipes e inclusão das mesmas em suas propostas. Entendemos que é a condição de cada empresa que propicia a execução das obras nos prazos exigidos, permitindo assim que muitas delas abram mão destas horas. b) Encargos Sociais Sobre os salários incidem os encargos sociais, que são determinados e regulamentados por lei, entretanto, no que se referem aos direitos dos empregados, temos incidências variáveis de acordo com a freqüência com que são exercidos. Adotamos os cálculos para encargos sociais praticados setor de construção, que perfazem quatro grupos:

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

3

GRUPO A: neste grupo estão as obrigações que incidem diretamente na folha de pagamento; GRUPO B: neste grupo estão contemplados os dias em que não há prestação de serviço, mas

que o funcionário tem direito de receber; GRUPO C: neste grupo estão os encargos pagos diretamente aos empregados; GRUPO D: neste grupo estão os encargos referentes a incidência sobre outros encargos. Posteriormente apresentaremos neste manual a memória de cálculo dos grupos, bem como a taxa aplicada para os encargos sociais na administração pública municipal.

1.2.3 - CUSTOS HORÁRIOS DE EQUIPAMENTOS

Entendemos que estes custos necessitam de pesquisas extremamente trabalhosas e consumidoras de tempo. Assim adotamos para o referido assunto os estudos do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT, que colocou a disposição na Internet o manual de custos rodoviários, que apresenta o resultado dos estudos desenvolvidos na sua revisão, atualização e complementação, editado em 1972 e 1980. Nele foram incorporados estudos após a realização de seminários na sede do órgão em Brasília com as demais equipes do Departamento e a comunidade rodoviária em geral. Este manual foi elaborado em 1998, e sua metodologia implantada pelo DNER no ano de 2000 com o seu lançamento em 2003. Em seus cálculos de custos, levou-se em consideração novas tecnologias e também os atuais métodos construtivos rodoviários. O DNIT cita que sua atualização será periódica, pois acompanha o contínuo desenvolvimento da tecnologia e da economia do país. Assim cabe-nos esclarecer que, a adoção deste manual e suas metodologias foram de grande valia para nossos técnicos, pois além de ampliarem nossos conhecimentos nos propiciaram ótimos resultados. 1.2.4 - COMPOSIÇÃO DE CUSTOS UNITÁRIOS DIRETOS

a) Modelos de Referência para Montagem das Composições Utilizamos cinco referências na organização das informações do Catálogo de Referência de Serviços e Custos, que são, a Tabela de Composições de Preços para Orçamentos – TCPO da Editora PINI Ltda, o Catálogo de Referência – Sistema de Custos Unitários da EMOP – Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro e o Sistema de Custos Rodoviários - SICRO do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte – DNIT, Sistema de Acompanhamento de Obras – SCO-RIO e Sistema de Orçamento de Obras de Sergipe - ORSE. Apesar de analisarmos a forma de apresentação destes três modelos, acabamos por imprimir características próprias ao conteúdo do nosso Catálogo. Criamos oito divisões - Serviços Técnicos, Construção de Edificações, Reforma em Geral, Demolição em Geral, Serviços Empreitados, Serviços Extraordinários, Serviços Gerais Urbanos e Serviços Rodoviários, compostos por cinco níveis - Classe, Subclasse, Título, Subtítulo e Descrição. Esta forma de apresentação mostrou-se apropriada á administração pública, pois permitiu uma melhor organização dos serviços, bem como agilidade nas buscas. E como a grupos de serviços que possuem características próprias, nada mais apropriado que colocá-los em uma mesma família. Este sistema trouxe-nos algumas vantagens, entre elas a organização do mercado, pois imprime um modelo padrão de referência a ser utilizado pelas empresas nas licitações públicas, bem como facilidade nas análises das propostas. Contudo, temos ainda que realizar alguns ajustes, pois temos que atender as exigências do Tribunal de Contas do Estado que desenvolveu o “Sistema de Fiscalização Integrada de Gestão” para acompanhamento de Obras Públicas. Já nossas composições, propriamente ditas, seguem os modelos usados pelo mercado, como mostraremos posteriormente nos próximos capítulos. b) Metodologia para Adequação de Coeficientes com vistas a Determinação de Produtividade de Mão- de- Obra e Equipamentos e da Quantidade dos Materiais Cada serviço contém características próprias, isto faz com que as pesquisas tornem-se extremamente trabalhosas e consumidoras de tempo, e, portanto onerosas. Assim no campo das pesquisas, como dito anteriormente, adotaremos as referências disponibilizadas no mercado. Pois

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

4

cabe a administração pública organizar o mercado garantindo que o preço de referência da licitação seja o mais preciso e justo possível, dentro das limitações que lhe são impostas pela metodologia de estimativa utilizada. Desta forma procuramos além das referências citadas anteriormente, utilizar as concorrências públicas para o ajuste das nossas composições. c) Incidências do BDI e das Leis Sociais Estas taxas são calculadas incidindo sobre o custo dos serviços, e são aplicadas nos materiais, equipamentos, serviços empreitados e mão de obra. Assim por definição as Leis Sociais incidirão na mão de obra, e o BDI nos materiais, equipamentos, serviços empreitados, mão de obra e inclusive nas Leis Sociais. Dependo da característica de cada serviço, as taxas de BDI e Leis Sociais poderão variar. Contudo, achamos conveniente adotar uma única taxa para ambos. Pois é justo compreender que as estimativas de custo da administração pública, muitas vezes estejam abaixo ou acima do preço real, necessitando de certa forma de algumas compensações. Pois está bem caracterizado pelo PMI (Project Mangement Institute) em sua norma PMBOK Guide, aprovada pela ANSI que, toda obra tem caráter único e, portanto possam apresentar certo grau de incerteza. Obs: Apresentaremos mais á frente nossos estudos para definição das taxas do BDI (Benefício e Despesas Indiretas) e de Leis Sociais (Encargos Sociais).

1.2.5 - PLANILHA DE ORÇAMENTO

a) Percentual de BDI (Benefício e Despesas Indiretas) Os critérios adotados para cálculo do percentual de BDI em nossas estimativas de custos, foram definidos pela Central de Custos de Obras Públicas. Este estudo obteve êxito, após longos períodos de pesquisa, pois é um assunto polêmico que varia de acordo com as condições dos serviços e também pelas características de cada obra. Assim concluímos que, a melhor técnica a ser adotada seria, basear-se em referências de nível nacional, bem como realizar a capacitação técnica de nossos profissionais, através de palestras, cursos e seminários. Isto fez com que novos conceitos fossem agregados aos nossos estudos. Compreendemos que é certo definir o percentual de BDI por faixa de valores, ou seja, obra a obra. Contudo entendemos que para administração pública basta fixar um único percentual que seja justo e calçado em referências de mercado. Conforme Lei 8666/93, Artigo 40, inciso XIII, que diz: “que deverá ser indicado pelo contratante, obrigatoriamente, limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefa”, entendemos que este texto ficou bem caracterizado pelo DNIT no que diz respeito a serviço cuja, a remuneração é incluída no BDI, que tem seu retorno distribuído por todo o prazo de realização da obra e são diferentes dos serviços que geram custos diretos, os quais são pagos na época em que são realizados. Portanto essa situação poderá configurar um financiamento por parte do executor, o que obriga a estimativa e incorporação de ônus financeiro ao preço de venda ou por conseqüência, o ajuste nos preços dos itens da planilha. Então a redução desses tipos de incertezas e, conseqüentemente, dos contingenciamentos com que o executor se resguarda dos riscos que delas decorrem, só poderá ocorrer se os contratantes das obras buscarem retirar do BDI, e passarem a encarar como itens de custo direto, todos os serviços passíveis desse tratamento, e de formular normas para seu pagamento que sejam compatíveis com suas respectivas estruturas de custos. Conclui-se, portanto que, por ocasião da elaboração do orçamento da obra e, posteriormente, do preparo das planilhas de preço há serem incluídas nos editais de licitação, todos os itens passíveis de serem considerados como custos diretos, sejam classificados como tais, cabendo naturalmente, a administração pública estabelecer esse enquadramento em suas normas de medições e pagamentos, em função de sua experiência, conveniência, capacidade de fiscalização, características da obra e das condições de sua realização.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

5

É o caso presente que fez, que retirássemos do BDI, os itens de mobilização e instalação preconizada pela Lei nº 8666/93 em seu Artigo 40, inciso XIII. Reforçada pelo o ACÓRDÃO 325/2007- TCU que diz que deverá ser retirado do cálculo do BDI a Administração Local, Mobilização e Desmobilização, Instalação de Canteiro, devendo constar na planilha de orçamento, visando dar maior transparência.

a) Instalação de Canteiro e Acampamento e Mobilização e Desmobilização. Conjunto de providências e operações que o contratado tem que efetivar para levantar recursos para a preparação da infra–estrutura operacional da obra e de sua retirada no final da mesma. Compreende os seguintes serviços: Transporte e aluguel horário de equipamentos especiais para carga e descarga de materiais ou

equipamentos pesados que compõe a instalação. Hospedagem, transporte, alimentações com o pessoal próprio ou contratado. Montagem e desmontagem de equipamentos fixos da obra. Deslocamento, carga e descarga de materiais para montagem do canteiro de obra. A quantidade de equipamentos será conhecida a partir da relação de equipamentos elaborada

na fase de análise do edital ou projeto e do cronograma de utilização de equipamentos. Para compor a planilha de orçamento essa despesa, poderá ser calculada analiticamente. b) Administração Local. Este custo depende da estrutura que o contratado irá montar para a execução da obra. Sendo que dentre os principais custos podemos destacar: Despesas administrativas: aluguel de equipamentos administrativos, mobiliário do escritório,

telefones fixos e celulares, computadores, aparelhos de ar condicionado, ventiladores, geladeiras e fogão para copa, extintores de incêndio, relógio ponto, etc;

Aluguel de veículos leves a sua manutenção para locomoção na obra e serviços administrativos; Consumos: materiais de escritório, materiais de limpeza, água e café, despesas com contas de

água, energia e telefone, combustível para abastecimento de veículos, etc. Gastos relativos a pessoal: salários de engenheiro responsável, engenheiros setoriais, mestres

de obras e encarregados, técnicos de produção, planejamento e segurança do trabalho, enfermeiro, apontador, almoxarife, vigias, segurança patrimonial e demais funcionários administrativos, exceto pessoal diretamente envolvido na produção que faz parte dos custos diretos.

Especificaremos como administração local essas despesas que farão parte da Planilha de Orçamento em itens independentes da composição de custos unitários, podendo-se adotar as seguintes alternativas: Preços compostos analiticamente, custo mensal ou horário de mão-de-obra, custo mensal reembolsável, custo mensal ou total de manutenção do canteiro de obra. 1.2.6 - ESTIMATIVAS DE CUSTO PARA OBRAS PÚBLICAS

O sistema “Volare” permite que se desenvolvam planilhas (orçamentos) para vários tipos de obras. Porém, entendemos que, todo sistema disponibilizado ou adquirido no mercado deva sofrer adequações que atendam as diferentes necessidades. Portanto, a escolha deste sistema justifica-se pelo que oferece, pois, contém um banco de dados atualizado mensalmente e também preços pesquisados em varias regiões do Brasil, inclusive em Santa Catarina, fornecendo suporte técnico e atualização on-line de novas versões. A PINI empresa que desenvolveu este sistema, atende ao mercado de obras há vários anos, publicando vasto material técnico e didático sobre Construção Civil, sendo uma ótima referência aos profissionais envolvidas neste ramo.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

6

Portanto este sistema permitiu em primeiro nível, criar um banco de dados exclusivo para Central de Custos. Propiciando a formulação de uma estrutura de 05 níveis, que estão caracterizadas pela sua Classe, Subclasse, Titulo, Subtítulo e Descrição. Esta estrutura possibilitou uma melhor organização dos serviços e também sua adequação em virtude de certas condições locais, sociais, econômicas, logísticas e também de materiais. Para a elaboração das estimativas de custo de uma obra com utilização do sistema “Volare”, o executor do orçamento deverá estar atento ás condições impostas no Catálogo de Referência de Serviços e Custos, bem como observar as informações de referências para aplicação das taxas de BDI e de Leis Sociais, e também os Critérios de Orientação e Determinação de Quantitativos Orçamentários. O Catálogo de Referência é um caderno que tem como finalidade padronizar os custos de obras públicas da administração pública, fornecendo referencias e permitindo a organização do mercado local. Também disponibilizando a seus usuários, todos os subsídios necessários para o bom desenvolvimento das estimativas de custo e estudos em questão. Para os interessados este Catálogo encontra-se disponível nos sites: www.joinville.sc.gov.br, www.ippuj.sc.gov.br e ccop.joinville.sc.gov.br.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

7

2 - PREÇO DE OBRAS PÚBLICAS 2.1 - APRESENTAÇÃO Em quatro de junho de dois mil e dois, a Prefeitura Municipal de Joinville assinou o termo de adesão ao PBQP-H, e em vinte de novembro de dois mil e três realizou o primeiro seminário de Qualidade em Obras Públicas, onde foram criados cinco grupos de trabalhos para desenvolverem estudos referentes à implantação do PBQP-H, desenvolvimento e descrição técnica dos parâmetros para Obras Públicas e métodos de cobrança desses parâmetros, implementação de gestão de resíduos da construção civil e SIG projetos. Os trabalhos efetuados pelos grupos deverão resultar em um documento que conterá o diagnóstico detalhado do setor construtivo, e apontará os fatores críticos a serem solucionados, buscando a otimização da qualidade dos materiais, componentes, sistemas construtivos, projetos e obras nos empreendimentos públicos. Dentre tais fatores, está a adoção consensual de taxa referente a “Benefício e Despesas Indiretas” (BDI) para obras e serviços de engenharia, sendo este tema em específico que será apresentado neste documento. 2.2 - INTRODUÇÃO Para a organização das informações deste documento, a coordenação da CCOP (Central de Custos de Obras Públicas) utilizou-se de estudos técnicos realizados ao longo de anos e contou com a participação de vários setores da Prefeitura de Joinville que através de ampla discussão contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. 2.3 - DENOMINAÇÃO Custo direto é aquele obtido pela soma de todos os custos unitários dos serviços necessários para construção, os insumos que compõe os custos diretos unitários são mão-de-obra, materiais e equipamentos. isto é escavação, concreto, fôrmas, armação, instalações (elétricas, hidro-sanitárias) e etc, através dos consumos dos itens de custo facilmente mensuráveis na unidade de medição e pagamento de cada um destes custos unitários. Enquanto que o custo indireto é representado pelos itens de custo que não são facilmente mensuráveis nas unidades de medição dos serviços e outros que normalmente são considerados por mês ou aqueles calculados sobre o custo total ou sobre o preço final (faturamento), ou seja, administrações centrais, impostos (ISS, COFINS, PIS) ou juros sobre o capital investido. BDI (Benefício e Despesas Indiretas) é a parcela do custo do serviço independente, do que se denomina custo direto, ou seja, o que fica incorporado ao produto. Desta maneira o BDI é afetado entre outros, pelos impostos gerais sobre o faturamento, exceto leis sociais sobre a mão-de-obra aplicada no custo direto, e ainda deve constar desta parcela o resultado ou lucro esperado pelo construtor. Assim, o BDI é composto de duas parcelas distintas, o Benefício que corresponde ao resultado estimado do contrato e as Despesas Indiretas, que corresponde aos custos considerados indiretos. Logo o BDI nada mais é do que o percentual relativo às despesas Indiretas que incidirá sobre os custos diretos, uma vez que, de maneira geral, é exigido que os preços unitários de venda incorporem todos os encargos que oneram os serviços a serem executados. Qualquer empreendimento de engenharia apresenta custo indireto, o valor encontrado é que dependemos da localização, exigências do edital e do porte da obra. Por princípio cada empresa deve encontrar um custo diferente das demais em função da sua estrutura administrativa e do planejamento do empreendimento.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

8

2.4 - CONSTITUIÇÃO DO CUSTO INDIRETO Os custos indiretos são decorrentes da estrutura da obra e da empresa e que não podem ser atribuídos diretamente à execução de um dado serviço. Os custos indiretos variam muito, principalmente, em função do local de execução dos serviços, do tipo de obra, impostos incidentes e ainda com as exigências do edital ou contrato. Devem ser distribuídos pelos custos unitários diretos totais dos serviços na forma de percentual destes. Os custos indiretos que mais afetam a construção estão a seguir identificados, entretanto cada caso deve ser analisado. 2.4.1 - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL É toda a estrutura necessária para execução de atividades especificas de direção geral da empresa como um todo. Seus custos são os mais complexos entre os indiretos, sendo eles relacionados com manutenção da sede para dar suportes técnicos, administrativos e financeiro a todas as obras que esteja executando. Cada empresa deve estipular qual o valor percentual deste custo para preparar as licitações, que representa a razão entre o custo da sede e o custo do faturamento mensal. Constitui-se dos custos referentes à diretoria, departamentos (pessoal, contábil, licitações, orçamento, compras jurídico, financeiro e etc), aluguel de imóveis, veículos, água, esgoto e telefone entre outros. É comum considerar-se incluídos neste tópico os custos referentes às taxas diversas, entre outras podemos citar o IPTU, o alvará, seguros (garantia de obra, pessoal, caução e etc), finanças, anuidade do CREA, entre outros. Na tabela sugerida pela Caixa Econômica Federal em seus convênios a taxa de administração central varia de 0,11% a 8,03% . 2.4.2 - TRIBUTOS Tributos obrigatórios que incidiram sobre o faturamento ou lucro das empresas, neste estudo os impostos que serão considerados incidentes sobre o faturamento das pessoas jurídicas são: ISS – Imposto Sobre Serviço; COFINS – Contribuição Financeira e Social; PIS – Programa de Integração social.

Segundo recomendação do TCU (Tribunal de Contas da União) o IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) não devem ser incluídos nos orçamentos de obras, já que estão relacionados com o desempenho financeiro da empresa e não com a execução do serviço de construção civil que está sendo orçado. O ISS é um imposto municipal cobrado sobre a parte de mão-de-obra dos serviços executados. No Município de Joinville a alíquota é de 2% para a execução por administração, empreitada ou subempreitada, de construção civil, de obras hidráulicas e outras obras semelhantes e respectiva engenharia consultiva, inclusive serviços auxiliares ou complementares (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). O COFINS é um imposto federal de Contribuição para o Fundo de Investimento Social e incide sobre a Receita Operacional (faturamento e demais receitas operacionais financeiras e etc). Para o Lucro Presumido a taxa atual de COFINS é de 3,0% sobre a totalidade do faturamento e incide em cascata sobre todos os faturamentos parciais das subempreiteiras. COFINS (Lucro Presumido) = 3,0% COFINS (Lucro Real) = 7,6%

Obs.: Por determinação da lei 11.434, de 28 de dezembro de 2006, as taxas do COFINS para execução de obras por administração, empreitada ou subempreitada de construção civil serão de 3,0% , no sistema cumulativo, independente se a empresa é ou não optante pelo lucro real.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

9

O PIS, Programa de Integração Social é um imposto federal. A atual taxa de contribuição devida ao PIS é de 0,65% sobre a receita operacional bruta, ou sobre o valor do faturamento. Assim, essa taxa incide sobre qualquer faturamento, inclusive sobre os faturamentos dos serviços subempreitados. PIS (Lucro Presumido) = 0,65% PIS (Lucro Real) = 1,65%

Obs.: Por determinação da lei 11.434, de 28 de dezembro de 2006, as taxas do PIS para execução de obras por administração, empreitada ou subempreitada de construção civil serão de 0,65%, no sistema cumulativo, independente se a empresa é ou não optante pelo lucro real. Na tabela sugerida pela Caixa Econômica Federal em seus convênios a taxa de tributos varia de 6,03% a 9,03%. O percentual do ISS da Prefeitura Municipal de Joinville é de 2%. 2.4.3 - DESPESAS FINANCEIRAS CÁLCULO DAS DESPESAS FINANCEIRAS f={[(1+l)n/30 (1+J)n/30]} –1 f = taxa de custo financeiro; i = taxa de correção monetária do mês devido a inflação; j = taxa de juros mensais considerados; n = número de dias entre a média ponderada do período de medição (desembolso) até o dia de pagamento da fatura. A despesa financeira é gasta relacionada à perda monetária do Capital de Giro, para financiar uma obra devido à defasagem entre a data do efetivo desembolso e a data da receita correspondente. No caso de obras públicas, o contratado precisa utilizar recursos próprios para executar etapas que serão pagas quando concluídas, que gera despesas de investimento de capital. Para a estipulação do valor a ser cobrado como despesa financeira, deve-se analisar qual o custo de oportunidade do capital, ou seja, deve-se apurar qual seria o rendimento se o capital de giro tivesse sido aplicado no mercado financeiro naquele período. O Critério mais apropriado para estipular valores de despesas financeiras é adotar os rendimentos do Certificado de Depósito Bancário (CDB) no período em análise. Considerando um prazo médio entre desembolso e o recebimento de 30 dias e levando-se em consideração a atual conjuntura econômica. A taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é uma taxa básica utilizada como referência podendo servir como parâmetro para remuneração deste encargo. Para facilitar o cálculo das despesas financeiras, usaremos os valores da tabela sugerida pela Caixa Econômica Federal em seus convênios, cujo percentual máximo é de 1,20%. 2.4.4 - BENEFÍCIO/LUCRO O lucro ou margem é a parcela destinada a remunerar o investimento e o percentual do lucro de cada empresa é definido em função do interesse da empresa no contrato, da análise de risco na proposta, na formação profissional de seu pessoal, da regularidade e exatidão do pagamento e das condições do mercado. Estudos feitos anteriormente a partir da média aritméticas das relações Lucro/Vendas em 309 maiores empresas de construção civil, estudos publicados pela ASBRACO consideram uma margem de lucro de 7,2% e o DNER-SICRO considera um lucro de 8,49%. Na tabela sugerida pela Caixa Econômica Federal em seus convênios o percentual do lucro varia de 3,83% a 9,96%.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

10

2.4.5 - RISCO OU EVENTUAIS O cálculo do orçamento de uma obra qualquer é feito considerando-se as condições normais para a sua execução, bem como situações previsíveis dos fatores de produção e da economia. As situações previsíveis podem ser: época das chuvas, evolução das taxas inflacionárias, evolução dos juros do mercado, história de atrasos no pagamento por parte da contratante, baixa produtividade de mão-de-obra em determinadas regiões, etc. No regime de empreitada por preços unitários, os parâmetros que podem variar são os seus quantitativos, mas os preços unitários são predeterminados, a não ser as variações definidas pelos índices de reajustes previstos no contrato. Portanto, qualquer variação nos preços decorrentes de fatores previsíveis ou erros involuntários na elaboração do orçamento é de responsabilidade da contratada. No regime de empreitada por preço global, a contratada assume inclusive os riscos de um eventual erro nos quantitativos, tenham ou não sido levantados pela contratante, cuja aferição é também de responsabilidade da contratada, e, portanto, assume riscos maiores. Esses riscos devem ser avaliados e suas taxas ser estipuladas em função do tipo de contrato, empreitada por preços unitários ou preço global, e em função da maior ou menor complexidade das obras e a experiência do construtor no ramo. Sendo a taxa de risco uma margem de reserva não pode ser muito significativa. Podem ser consideradas para efeito de definição da taxa de riscos as seguintes circunstâncias:

a) Na implantação: divergências na topografia original, discrepâncias nos dados do subsolo para efeito de fundação, necessidades de contenções e estabilizações não previstas;

b) No projeto: falta de definição de alguns parâmetros e detalhes mal especificados; c) Dificuldade no recrutamento de mão-de-obra local: grande rotatividade de mão-de-obra; d) Rendimento abaixo dos índices previsto, rejeição de materiais fora da especificação, desperdício, etc; e) Equipamentos: quebra de equipamentos, equipamento inadequado ou desempenho insatisfatório. f) Furtos, paralisações por acidentes ou greves de operários, atrasos injustificados, multas, etc.

2.4.6 - GARANTIA

E uma despesa estimada quando há necessidade de apresentação da garantia contratual, se exigida na licitação, seu valor representa 5% do valor do contrato. Em obras civis sua cobrança não é usual.

Na tabela sugerida pela Caixa Econômica Federal em seus convênios o percentual de risco é 0,97% a 2,05% e o percentual de garantia é 0,21% a 0,42%. Em nosso cálculo utilizaremos a soma do percentual máximo do risco e da garantia. Margem de Incerteza - MI de 1,18% a 2,47%. 2.5 - CÁLCULO DO BDI Segundo os dados fornecidos acima, será estimado o cálculo da taxa de BDI a ser utilizado nas obras contratadas pela Prefeitura Municipal de Joinville. Porém será levado em consideração que por se tratar de um órgão público e ser o órgão contratante, sendo assim não executando diretamente as obras. Torna-se difícil à mensuração dos custos indiretos, pois estes dependem de uma gama de variáveis da qual podemos destacar algumas importantes:

a) Porte da empresa contratada; b) Gerenciamento dos custos administrativos da empresa; c) Tipo de Obra; d) Valor do contrato; e) Prazo de execução; f) Volume de faturamento da empresa;

A Prefeitura Municipal de Joinville, para realização de suas obras utiliza-se na maioria das vezes dos recursos financeiros de convênios com a União e com a Caixa Econômica Federal. No cálculo para a estimativa da taxa de BDI seguiremos as orientações técnicas, referências e fórmulas do Acórdão 325/2007-TCU e a tabela da Caixa Econômica Federal.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

11

Tabela sugerida pela Caixa Econômica Federal Item componente do BDI Mínimo Médio Máximo

Garantia 0 0,21 0,42 Risco 0 0,97 2,05

Despesas Financeiras 0 0,59 1,20 Administração Central 0,11 4,07 8,03

Lucro 3,83 6,90 9,96 *Tributos 6,03 7,65 9,03

*ISS 2%(2,00+3,00+0,65=5,65%) 2.5.1 - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL (AC)

Descrição Taxa Administração Central 8,03%

2.5.2 - TRIBUTOS (i)

Descrição Taxa Incidência ISS 2,00% Faturamento Mão-de-obra COFINS 3,00% Faturamento Total do serviço PIS 0,65% Faturamento Total do serviço Tributos 5,65%

2.5.3 - DESPESAS FINANCEIRAS (DF)

Descrição Taxa Despesas Financeiras 1,20%

2.5.4 - BENEFÍCIO/LUCRO (L)

Descrição Taxa Benefício/Lucro 9,50%

2.5.5 - RISCOS/EVENTUAIS (MI)

Descrição Taxa Riscos ou eventuais 2,47%

2.5.6 - TABELA DAS TAXAS ADOTADAS PARA O CÁLCULO DO BDI Itens Taxas adotadas Abrev. % Aplicação

1 Administração Central AC 8,03 Custo direto

2 Tributos i 5,65 Faturamento

2.1 *ISS (2%) 2,00 2.2 COFINS 3,00 2.3 PIS 0,65 3 Despesas Financeiras DF 1,20 Custo direto

4 Benefício L 9,50 Faturamento

5 Riscos ou Eventuais MI* 2,47 Custo direto *MI= Risco+ garantia

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

12

BDI = {[(1 + AC) (1+ DF) (1+ MI) (1+ L) / (1-i)] –1}*100 BDI = {[(1+0,0803)x(1+0,012)x(1+0,0247)x(1+0,095)]} - 1] *100 (1- 0,0565) BDI = {[(1,0803)x(1,012)x(1,0247)x(1,095)]} - 1] *100 0,9435 BDI = {[1,226692596]} - 1] *100 0,9435 BDI = [1,300151135 –1]*100 BDI = 0,300151135*100 = 30,0151135 BDI= 30%

Obs:. Na planilha orçamentária não incidir o BDI sobre a Administração Local.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

13

3 - SISTEMA DE LEVANTAMENTO DE PREÇOS DOS INSUMOS E SERVIÇOS EMPREITADOS 3.1 - O SISTEMA DE COLETA DE PREÇOS O SPP - Sistema de Pesquisa de Preços é responsável pela coleta e manutenção dos preços dos materiais, equipamentos e mão de obra, utilizados no cálculo das composições de serviço de Obras Públicas. Este sistema mantém o cadastro dos estabelecimentos, onde são pesquisados periodicamente os preços praticados pela venda a vista dos materiais e equipamentos, contidos no Sistema de Cadastramento de Dados. Para cada estabelecimento participante da pesquisa, são identificados os itens por eles comercializados, e a cada ciclo de pesquisa de preços, a SPP emite questionários com solicitação de informações aos estabelecimentos. Os custos de mão de obra são levantados através das convenções coletivas, junto a sindicatos e órgãos locais envolvidos em obras, e de acordo com os perfis profissionais previamente definidos no Sistema de Cadastramento de Dados. Os serviços empreitados são caracterizados pelos componentes fornecidos. Isto é, seus preços já incluem os materiais e a mão de obra com seus encargos, e deverão ser pesquisados como serviços instalados e ou montados. Neste caso a SPP encaminha o questionário de solicitação de informações, bem como seus anexos, que são, as especificações de serviços, os desenhos e projetos, garantindo assim, que os fornecedores tenham clareza dos serviços que pretendemos contratar. 3.1.1 - CARACTERÍSTICAS DAS PESQUISAS As pesquisas de preço para o Sistema de Cadastramento de Dados são executadas obedecendo á critérios pré-definidos. Em primeiro lugar realizamos pesquisas a nível municipal, mas como, nem sempre é possível encontramos no município todos os insumos necessários, e nem número suficiente de fornecedores para realização de três coletas de preços, realizamos também pesquisas regionais e estaduais. Esta forma de pesquisa permite que tenhamos prioritariamente preços municipais e em seguida os regionais e estaduais. Portanto, serão atendidas as regras, quando houver condições de fornecimento pelo mercado de todos os insumos necessários para complementação do banco de dados do sistema. Cada preço pesquisado pela SPP é comparado com os respectivos valores informados anteriormente pelos estabelecimentos. Caso a variação no valor, não esteja situado no intervalo definido para aceitação, o valor coletado sofrerá nova verificação. O preço unitário dos materiais e equipamentos são, definidos pela seleção do melhor preço pesquisado no município e ou região e estado. 3.1.2 - COBERTURA DA PESQUISA A SPP coleta informações de preço para cada material, em pelo menos três estabelecimentos. São considerados como informantes os estabelecimentos comerciais credenciados, preferencialmente atuando no comércio atacadista, que comercializem regularmente os materiais pesquisados e que sejam expressivos para o comércio local. Para a pesquisa de preço de equipamentos, são considerados, preferencialmente, os representantes autorizados e, quando possível, são pesquisados preços, em pelo menos, três fornecedores. Caso não exista representação local, são considerados os preços cobrados pelos fabricantes, ou seus distribuidores nacionais, acrescido do respectivo custo de frete até o município. 3.1.3 - CICLO DE ATUALIZAÇÃO Os ciclos de pesquisa de preços são semestrais, sendo que, os preços estimados são todos coletados e lançados no sistema. Certos insumos e serviços empreitados são reajustados por índices de referência de mercado (INCC, CUB, IROR entre outros). Contudo, torna-se necessário a realização de pesquisas anualmente para verificação dos índices aplicados, isto é, se os índices estiverem apresentando variações de preços muito altas ou baixas com relação ao mercado, poderemos a cada seis meses ajustar seus preços.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

14

3.2 - PROCESSAMENTO DA PESQUISA O processamento do SPP será executado em quatro fases distintas:

a) Preparação dos questionários: onde são identificados os itens comercializados, pelos estabelecimentos cadastrados no SPP e emitidos os questionários para coleta de informações;

b) Pesquisa de preços: realizada semestralmente;

c) Transcrição e crítica das informações: realizada pela equipe técnica da Central de Custos de Obras

Públicas – CCOP, visando transcrever para meio legível, por processamento eletrônico de dados as informações, que ao mesmo tempo deverão ser submetidas a testes que comprovem os preços fornecidos;

d) Seleção de preço de referência: seleção do melhor preço informado, entre os preços pesquisados, ou

determinação de seu valor, quando necessário. 3.2.1 - PREPARAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS O SPP mantém um cadastro dos estabelecimentos, onde serão identificados: a forma de acesso ás informações, como telefone, fax ou e-mail e itens comercializados pelos estabelecimentos cadastrados. O cadastro é mantido em nível municipal e se necessário regional e estadual pela SPP. Com base neste cadastro, são elaborados os questionários para coleta de informações, através da identificação dos itens comercializados pelos estabelecimentos. Periodicamente de acordo com o ciclo de pesquisa de preços adotado, o SPP emitirá os questionários de pesquisa de preços, personalizados por estabelecimento. 3.2.2 - PESQUISA DE PREÇOS Os questionários preparados pelo SPP são submetidos aos estabelecimentos participantes da pesquisa para prestarem informação direta ou assistida. Conforme a disponibilidade de pessoal na SPP os questionários podem ser levados em mãos, até os estabelecimentos, e serão preenchidos através de entrevista local ou enviados por telefone, correio, e-mail ou fax, para serem preenchidos pelo próprio informante e posteriormente encaminhado a SPP. A SPP zela pelos prazos da pesquisa de preços, mantendo contato permanente com os estabelecimentos. Abaixo apresentaremos como realizamos as pesquisas de preços para cada tipo de insumo:

a) Mão-de-obra - Efetuada junto aos sindicatos regionais que representam as categorias profissionais. Serão acompanhados os dissídios profissionais definidos nas convenções coletivas que poderão vir a alterar o padrão de remuneração da mão-de-obra. Os dados de mão de obra serão registrados, tomando como referência os salários acordados a nível municipal e se necessário regional ou estadual, registrando o padrão de remuneração em salários mínimos e a taxa de encargos trabalhistas aplicáveis a cada categoria profissional. O valor da remuneração é o da jornada de trabalho normal, sem a inclusão de qualquer adicional, encargos ou vantagens.

b) Equipamentos - A pesquisa de preço é efetuada junto aos fabricantes e ou concessionárias, para

equipamentos novos. São pesquisados equipamentos descritos no Sistema de Cadastramento de Dados, elaborada com informações obtidas em manuais e folheto dos fabricantes. Os acessórios ou parte componentes dos equipamentos não serão pesquisados porque estão computados nos coeficientes de manutenção utilizados nos cálculos de horas produtivas e improdutivas. O SPP deverá considerar como preço do equipamento o seu valor unitário para venda a vista, acrescido dos impostos (ICM E IPI) e frete. Serviços extras como, supervisão de montagem, garantia, assistência técnica, peças de reposição, entre outros, não deverão ser incluídos no preço dos equipamentos. Eventuais bonificações praticadas pelo fabricante ou revendedor autorizado, não deverão ser utilizadas em nossas pesquisas, pois não temos garantias de que estarão permanentemente disponibilizadas.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

15

c) Materiais – A pesquisa de preços é efetuada junto aos estabelecimentos que comercializem regularmente os materiais pesquisados e que sejam expressivos para o comércio local, e quando necessário, junto aos fabricantes, revendedores, distribuidores e comércio atacadista. Deve ser considerado como preço do material seu valor unitário para venda á vista e sem ofertas, acrescido dos impostos (ICM e IPI) e frete.

3.2.3 - TRANSCRIÇÃO E CRÍTICA DOS VALORES Os questionários preenchidos são conferidos, para verificar se os preços informados correspondem aos itens pesquisados. Para cada insumo, em média três pesquisas são realizadas, contudo se houver dúvidas quanto aos preços informados, realizaremos novas pesquisas e ou consulta aos fornecedores, até que obtenhamos três valores aproximados para um mesmo insumo. Nesta fase, são efetivados descontos ou acréscimos no preço, sendo que a transcrição do mesmo é efetuada no SPP pela equipe técnica da CCOP, após a aceitação dos questionários. 3.2.4 - SELEÇÃO DO PREÇO DE REFERÊNCIA A seleção de preços é baseada no melhor valor informado. Caso este não exista, a SPP deverá repetir os valores anteriormente pesquisados com aplicação de índices percentuais de reajuste (INCC, CUB, IROR e etc) ou fazer uso das publicações que apresentem preços de referência regional para insumos e serviços da construção civil, e se for o caso criar preços através de estudos apropriados. 3.3 - INFORMATIZAÇÃO DO SISTEMA 3.3.1 - AMBIENTE DE PROCESSAMENTO O software “Volare” funciona em ambiente Microsoft Windows, com Sistema Gerenciador de Banco de Dados “Microsoft SQL Server”, pois a necessidade de um Sistema de Gerenciamento que absorva grande quantidade de informações com segurança e agilidade, é primordial. Assim o “Volare” está integrado á rede , permitindo aos usuários de forma seletiva, o acesso ao banco de dados do sistema. Desta forma todas as solicitações de criação, substituição, adequação, inclusão e revisão poderão ser disponibilizadas em tempo real, via on-line. Todos a série histórica de informações estará disponibilizada no sistema, permitindo a consulta dos usuários. O “Volare” reconhece duas classes de usuários, as quais serão atribuídos privilégios diferenciados: usuário do sistema e gestor do sistema. O usuário do sistema poderá fazer consultas restritas ao banco de dados, sendo que e o gestor terá acesso ilimitado ao sistema, podendo utilizar todos os tipos de consulta e de transações para atualização dos dados. Apesar das limitações impostas aos usuários do sistema, no que se referir a criação das planilhas orçamentárias, terão total autonomia, permitindo-se alterar componentes e preços das composições e incluir novos serviços. É importante entender que, qualquer alteração não proveniente do gestor será de total responsabilidade do usuário, que responderá em qualquer instância os resultados apresentados. 3.3.2 - DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES O “Volare” está dividido em cinco módulos: base de dados, orçamento ,planejamento, licitação / concorrência e memorial. O sistema de banco de dados é o responsável pela manutenção dos dados básicos, quais sejam: catálogo de materiais, mão de obra, equipamentos e parâmetros do sistema (cadastramento de dados e pesquisa de preços). O sistema de orçamento é responsável pela seleção e extração dos serviços do banco de dados, permitindo o carregamento dos mesmos em planilha de cálculo de custos de obras públicas. O Catálogo de Referência de Serviços e Custos, que é o resultado dos trabalhos desenvolvidos por este sistema, é montado através do carregamento em planilha de cálculo “Microsoft Excel”, que permite a montagem e formatação do catálogo, para definitiva publicação em meios de comunicação usuais e digitais.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

16

4 - CUSTOS UNITÁRIOS DOS INSUMOS 4.1- CUSTO DA MÃO-DE-OBRA A coleta dos custos da mão de obra será feita, em todo o município ou região, através do piso salarial acordado nas Convenções Coletivas de Trabalho celebradas entre, o Sindicato dos Trabalhadores e Patronais, da Construção Civil e Construção Pesada. E na ausência de referências será realizada pesquisa dos valores médios praticados no mercado, obtidos em outras fontes. 4.1.1 - SALÁRIO Os custos referentes á mão de obra receberão o seguinte tratamento para serem inseridos nos custos dos serviços de obras públicas:

Para as categorias de servente e operários qualificados, que têm o piso básico determinado nas convenções coletivas de trabalho serão, adotados o maior valor encontrado no município e ou região que o compõem. Portanto para estás categorias o piso básico utilizado para mão-de-obra pela CCOP é o da Convenção Coletiva do Trabalho do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Joinville (Sinduscon).

Para as demais categorias serão calculados pela fórmula: Salário horário = padrão salarial x salário normativo

220 4.1.2 - ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS Durante a orçamentação de um serviço, cabe ao construtor atribuir à hora de cada insumo de mão-de-obra o custo que ele realmente representa para empresa. O custo de um operário para o para o empregador não se confunde com seu salário-base. É um valor superior. Porque não é só o salário que constitui o ônus do empregador, este arca com diversos encargos sociais e trabalhistas impostos pela legislação e pelas convenções do trabalho, que se somam ao salário-base ao qual o funcionário faz Os encargos sociais geralmente são apresentados sob duas óticas:

Encargos em sentido estrito São os encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios previstos em lei e os quais o empregador está obrigado. É esta modalidade a mãos usada entro os orçamentistas;

Encargos em sentido amplo São os encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios somam-se outras despesas que posem ser referenciadas ao homem-hora, tais como alimentação, transporte, EPI, seguro em grupo até horas extras habituais. A rigor, esta ampliação do conceito de encargo existe por conveniência de quem orça. 4.1.2.1 - ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS QUANTO A FORMA DE REMUNERAÇÃO Os encargos sociais e trabalhistas estão separados de acordo com a forma de remuneração dos trabalhadores

Horistas São os operários remunerados com base na quantidade de horas trabalhadas. São aqueles operários que têm suas horas apropriadas por apontadores em cartões de ponto e que, para fins de orçamento integram a mão-de-obra que figura nas composições de custos unitários dos serviços diretos. São horistas: servente, carpinteiro, pedreiro, armador, encanador, etc.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

17

Mensalistas São os funcionários remunerados numa base mensal. São aquelas pessoas que pactuam seus salários com empregador e cuja cifra mensal é o referencial de remuneração. Normalmente são os integrantes das equipes técnica, administrativa e do suporte da obra, figurando prioritariamente no custo indireto da obra. São mensalistas: engenheiro, mestre, encarregado, almoxarife, apontador, topógrafo, secretária, vigia, etc. 4.1.2.2 - TABELA DE ENCARGOS SOCIAIS E RISCOS DO TRABALHO EM SENTIDO ESTRITO Taxas de Leis Sociais e Riscos do Trabalho Horistas Mensalistas A1 Previdência Social 20,00 20,00A2 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 8,00 8,00A3 Salário Educação 2,50 2,50A4 Serviço social da Indústria (SESI) 1,50 1,50A5 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) 1,00 1,00A6 Serviço de Apoio a Pequena e Média Empresa (SEBRAE) 0,60 0,60A7 Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) 0,20 0,20A8 Seguro contra acidentes de trabalho 3,00 3,00A9 Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário (SECONCI) 1,00 1,00A Total dos Encargos Sociais Básicos 37,80 37,80B1 Repouso semanal e feriados 22,90 B2 Auxílio-enfermidade (*) 0,79 B3 Licença-paternidade (*) 0,34 B4 13º Salário 10,57 8,22B5 Dias de chuva / faltas justificadas na obra / outras dificuldades / acidentes de

trabalho / greves / falta ou atraso na entrega de materiais ou serviços (*) 4,57

B Total dosEncargos Sociais que recebem as incidências de A 39,17 8,22C1 Depósito por despedida Injusta 50% sobre [A2 + (A2 x B)] 5,57 4,33C2 Férias (Indenizadas) 14,06 10,93C3 Aviso-prévio (indenizado) (*) 13,12 10,20C Total dos Encargos Sociais que não recebem as incidências globais de A 32,74 25,46D1 Reincidência de A sobre B 14,81 3,11D2 Reincidência de A2. Sobre C3. 1,05 0,82D Total das taxas das reincidências 15,86 3,92 Percentagem Total 125,58 75,40

4.1.2.3 - MEMÓRIA DE CÁLCULO (HORISTA) 4.1.2.3.1 - CONCEITO DE ANO PRODUTIVO (HORISTA) Jornada mensal de trabalho 220 horas/mês Jornada diária de trabalho 220 horas/30 dias 7,3333 h 1ano 365 dias x 7,3333 h 2.676,65 h Descanso Semanal Remunerado 52 domingos x 7,3333 h 381,33 h Feriados 13 dias x 7,3333 h 95,33 h Auxílio-enfermidade 15 dias x 7,3333 h x 15%(*) 2,25 dias = 16,50 h Licença-paternidade 5 dias x 7,3333h x 19,40% (*) 0,97 dias = 7,11 h Dias de chuva /faltas justificadas/acidentes de trabalho/greves/falta ou atrasos na entrega dos materiais ou serviços na obra/outras dificuldades

12,96 dias x 7,3333 h 95,04 h

Deduzindo-se do total de horas anuais (2.676,65) as não trabalhadas, teremos horas produtivas igual a 2081,34 h, equivalente a 283,82 dias úteis por ano (2081,34 horas/ano/7,3333 horas/dia).

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

18

4.1.2.3.2 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO A A1 – INSS – 20% Contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social incide sobre a remuneração paga no decorrer do mês de referência. Percentual fixado em lei. A2 – FGTS – 8% Contribuição para o Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço. Percentual fixado em lei. A3 – Salário Educação – 2,50% Recolhimento feito sobre o salário do empregador, independentemente da idade, do estado civil e do número de filhos. Destina-se a custear a educação pública. Percentual fixado em lei. A4 – SESI – 1,50% Contribuição para o Serviço Social da Indústria. Percentual fixado em lei. A5 – SENAI – 1,00% Contribuição para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Percentual fixado em lei. A6 – SEBRAE – 0,60% Contribuição para o Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa. Percentual fixado em lei. A7 – INCRA – 0,20% Contribuição para o Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária. Percentual fixado em lei. A8 – Seguro contra acidente de trabalho – 3,00% O acidente de trabalho na construção civil foi enquadrado no grau de risco 3 (grave) pela legislação. Percentual fixado em lei. A9 – SECONCI – 1,00% Contribuição para Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário (aplicável a todas as empresas do III grupo da CLT – art. 577). TOTAL DOS ENCARGOS DO GRUPO A – 37,80%

4.1.2.3.3 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO B B1 – Repouso Semanal e Feriados – 22,90% Sobre as 2081,34 horas de produção durante um ano, há que se considerar as horas correspondentes aos 52 domingos e 13 feriados, ou seja, 476,66 horas (65 x 7,33333 h) pagas pelos empregadores, em que: 476,66 x 100 / 2081,34 = 22,90% B2 – Auxílio-enfermidade – 0,79% O empregador arca com o pagamento dos primeiros 15 dias de ausência do trabalhador. A partir daí, o funcionário recebe do governo. 15 x 7,3333 x 100 / 2081,34 = 5,29% Porém, segundo dados estatísticos constantes do Anuário Estatístico do Brasil de 1990 (IBGE), somente 15% dos beneficiários do INSS recorrem a esse auxílio. 5,29 x 0,15 = 0,79 % B3 – Auxílio-paternidade – 0,34% São cinco dias de afastamento do empregado, pagos ao trabalhador. (A licença-maternidade não entra no cômputo porque o empregador não arca com ela, e sim o governo):

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

19

Considera-se incidência de indivíduos do sexo masculino no setor da construção civil da ordem de 97% e que somente 20% desse pessoal obterá o benefício de licença-paternidade, temos, para os 5 dias de afastamento. 7,3333 x 5 x 0,97 x 0,20 x 100 / 2081,34 = 0,34% B4 – 13º Salário – 10,57% Tecnicamente batizado gratificação natalina, é uma bonificação anual equivalente a um salário e paga em dezembro, sendo que a metade pode ser paga por ocasião das férias ou até final de novembro: 30 x 7,3333 x 100 / 2081,34 = 10,57% B5 – Dias de chuva/faltas justificadas na obra/outras dificuldades/acidentes de trabalho/greves/falta ou atraso na entrega de materiais ou serviços (*) – 4,57% Os dias de chuva são dias não-trabalhados, mas pagos. Portanto, passam a ser incluídos nos Encargos Sociais que recebem as incidências dos encargos do grupo A. Conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia, nos últimos 10 anos tem chovido, em média, 128 dias no ano. Se no ano temos 283,82 dias úteis, para calcularmos proporcionalmente quantos dias chuvosos são dias úteis: 283,82 x 128 / 365 = 99,53 dias = 729,89 horas Dessas 729,89 horas, considerando que 20% das atividades ocorrem durante o dia ou têm duração considerável, temos: 729,89 x 0,20 = 145,98 horas. Como em uma obra apenas 20% das atividades necessitam de bom tempo: 145,98 x 0,20 = 29,20 horas ou 3,98 dias. É permitido ao empregado conforme a CLT, se ausentar do trabalho sem perda de remuneração nos casos de morte do cônjuge, casamento, doação de sangue, serviço militar e alistamento eleitoral totalizando 8 dias/ano. Consideraremos a incidência de 3 faltas nessas circunstâncias, mais 6 dias de afastamento por motivo de acidentes de trabalho, greves, falta ou atraso na entrega de materiais ou serviços na obra e outras dificuldades (estimativa), ou seja, 9 dias, que somados aos 3,98 dias de chuva totalizam 12,98 dias por ano: 12,98 x 7,3333 x 100 / 2081,34 = 4,57 % TOTAL DOS ENCARGOS DO GRUPO B – 39,17% 4.1.2.3.4 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO C C1 – Depósito por despedida injusta: 50% sobre A2 + (A2 x B) – 5,57% A referida taxa destina-se a prover o depósito de 40% sobre o valor do Fundo de Garantia, a que estão obrigados os empregadores quando dispensam empregados sem justa causa. Na indústria da construção civil mais do que em qualquer outra, tal fato ocorre com maior freqüência, eis que ao término de um dado volume de obras, e sobretudo na eventual falta de outras, os empresários recorrem à rescisão contratual, para não sobrecarregar inutilmente as suas folhas de pagamento. Terão agora, no ato da dispensa sem culpa do empregado, de depositar 40% sobre o que estiver na conta do FGTS em nome desse empregado. Sabendo-se que a taxa de 8% do FGTS recai também sobre os encargos que capitulamos no item “B” , será necessário completar os 8% com mais essa reincidência. Neste caso, os 40% do depósito obrigatório a que aludimos deverá incidir sobre 8% + (8% x 39,17%) A lei complementar nº 110, 29.06.2001, institui uma contribuição adicional de dez por cento sobre o total dos depósitos do FGTS quando a empresa demite o trabalhador sem justa causa, com vigência a partir de 01/10/2001. Essa contribuição refere-se à reposição dos expurgos ocorridos nos Planos Verão (fevereiro de 1989) e Collor 1 (março de 1990) sobre os depósitos do FGTs. Assim, a multa passa de 40% para 50% para as dispensas injustificadas. Como a lei não define prazo de vigência, é possível que as empresas venham pagar os 10% até que o patrimônio do FGTS seja reconstituído. Teremos: 0,50 x [0,08 + (0,08 x 0,3917)] x 100 = 5,57%

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

20

C2 – Férias – 14,06% Dada a taxa de rotatividade na construção civil, as férias anuais serão necessariamente indenizadas. Dessa forma, obtém-se: 30 x 7,3333 x 100 / 2081,34 O pagamento das férias e acrescido de 1/3 (abono): 10,57 x 1,33 = 14,06% C3 – Aviso Prévio – 13,12% Constitui-se na obrigação que o empregador tem de avisar ao trabalhador, com antecedência mínima de 30 dias, que irá rescindir seu salário unilateralmente. O aviso prévio comporta duas situações: O aviso prévio indenizado, o trabalhador se desliga da empresa e recebe um salário adicional (ou proporcional ao período, se inferior a um ano) e o aviso prévio trabalhado, onde o trabalhador continua trabalhando durante o período referente ao aviso, com direito a ter sua jornada diária reduzida de 2 horas. Nesta análise, adota-se que as construtoras praticam o aviso prévio indenizado em 100% dos casos. Considerando-se que o tempo médio de permanência na obra de um funcionário é de 9,67 meses (*), conforme dados obtidos de boletim do CEBAT Ministério do Trabalho, temos; 30 x 7,3333 x 100 / (2081,34/12 x 9,67) = 13,12% TOTAL DOS ENCARGOS DO GRUPO C – 32,74% 4.1.2.3.5 - TAXAS DE REINCIDÊNCIA REFERENTE AO GRUPO D D1 – Reincidência de A. sobre B. – 14,81% Calculando a incidência dos 37,80% do agrupamento representado pelos encargos sociais, básicos, sobre os 39,17% dos que recebem a sua reincidência 0,3780 x 0,3917 x 100 = 14,81% D2 – Reincidência de A2. sobre C3. – 1,05% Consiste na consideração da influência do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço sobre o aviso prévio indenizado. 0,08 x 0,1312 x 100 = 1,05% TOTAL DOS ENCARGOS DO GRUPO D – 15,86% 4.1.2.4 - MEMÓRIA DE CÁLCULO (MENSALISTA)

220 horas/nêsJornada diária de trabalho 220 horas/30 dias 7,3333 h1ano 365 dias x 7,3333 h 2.676,65 hDescanso Semanal Remunerado 52 domingos x 7,3333 h 381,33 h

Jornada mensal de trabalho

4.1.2.4.1 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO A A1 – INSS – 20% Contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social incide sobre a remuneração paga no decorrer do mês de referência. Percentual fixado em lei. A2 – FGTS – 8% Contribuição para o Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço. Percentual fixado em lei.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

21

A3 – Salário Educação – 2,50% Recolhimento feito sobre o salário do empregador, independentemente da idade, do estado civil e do número de filhos. Destina-se a custear a educação pública. Percentual fixado em lei. A4 – SESI – 1,50% Contribuição para o Serviço Social da Indústria. Percentual fixado em lei. A5 – SENAI – 1,00% Contribuição para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Percentual fixado em lei. A6 – SEBRAE – 0,60% Contribuição para o Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa. Percentual fixado em lei. A7 – INCRA – 0,20% Contribuição para o Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária. Percentual fixado em lei. A8 – Seguro contra acidente de trabalho – 3,00% O acidente de trabalho na construção civil foi enquadrado no grau de risco 3 (grave) pela legislação. Percentual fixado em lei. A9 – SECONCI – 1,00% Contribuição para Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário (aplicável a todas as empresas do III grupo da CLT – art. 577). TOTAL DOS ENCARGOS DO GRUPO A – 37,80% 4.1.2.4.2 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO B B1 - 13 Salário – 8,22% Tecnicamente batizado gratificação natalina, é uma bonificação anual equivalente a um salário e paga em dezembro, sendo que a metade pode ser paga por ocasião das férias ou até final de novembro: 30 x 7,3333 x 100 / 2676,65 = 8,22% TOTAL DOS ENCARGOS DO GRUPO B – 8,22% 4.1.2.4.3 - CÁLCULO DOS ENCARGOS SOCIAIS REFERENTES AO GRUPO C C1 – Depósito por despedida injusta: 50% sobre A2 + (A2 x B) – 4,33% A referida taxa destina-se a prover o depósito de 40% sobre o valor do Fundo de Garantia, a que estão obrigados os empregadores quando dispensam empregados sem justa causa. Na indústria da construção civil mais do que em qualquer outra, tal fato ocorre com maior freqüência, eis que ao término de um dado volume de obras, e sobretudo na eventual falta de outras, os empresários recorrem à rescisão contratual, para não sobrecarregar inutilmente as suas folhas de pagamento. Terão agora, no ato da dispensa sem culpa do empregado, de depositar 40% sobre o que estiver na conta do FGTS em nome desse empregado. Sabendo-se que a taxa de 8% do FGTS recai também sobre os encargos que capitulamos no item “B” , será necessário completar os 8% com mais essa reincidência. Neste caso, os 40% do depósito obrigatório a que aludimos deverá incidir sobre 8% + (8% x 8,22%) A lei complementar nº 110, 29.06.2001, institui uma contribuição adicional de dez por cento sobre o total dos depósitos do FGTS quando a empresa demite o trabalhador sem justa causa, com vigência a partir de 01/10/2001. Essa contribuição refere-se à reposição dos expurgos ocorridos nos Planos Verão (fevereiro de 1989) e Collor 1 (março de 1990) sobre os depósitos do FGTS. Assim, a multa passa de 40% para 50% para as dispensas injustificadas. Como a lei não define prazo de vigência, é possível que as empresas venham pagar os 10% até que o patrimônio do FGTS seja reconstituído. Teremos: 0,50 x [0,08 + (0,08 x 0,0822)] x 100 = 4,33%

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

22

C2 – Férias – 10,93% Dada a taxa de rotatividade na construção civil, as férias anuais serão necessariamente indenizadas. Dessa forma, obtém-se: 30 x 7,3333 x 100 / 2676,65 = 8,22% O pagamento das férias e acrescido de 1/3 (abono): 8,22% x 1,33 = 10,93% C3 – Aviso Prévio – 10,20% Constitui-se na obrigação que o empregador tem de avisar ao trabalhador, com antecedência mínima de 30 dias, que irá rescindir seu salário unilateralmente. O aviso prévio comporta duas situações: O aviso prévio indenizado, o trabalhador se desliga da empresa e recebe um salário adicional (ou proporcional ao período, se inferior a um ano) e o aviso prévio trabalhado, onde o trabalhador continua trabalhando durante o período referente ao aviso, com direito a ter sua jornada diária reduzida de 2 horas. Nesta análise, adota-se que as construtoras praticam o aviso prévio indenizado em 100% dos casos. Considerando-se que o tempo médio de permanência na obra de um funcionário é de 9,67 meses (*), conforme dados obtidos de boletim do CEBAT Ministério do Trabalho, temos; 30 x 7,3333 x 100 / (2676,65/12 x 9,67) = 10,20% TOTAL DOS ENCARGOS DO GRUPO C – 25,46% 4.1.2.4.4 - TAXAS DE REINCIDÊNCIA REFERENTE AO GRUPO D D1 – Reincidência de A. sobre B. – 3,15% Calculando a incidência dos 37,80% do agrupamento representado pelos encargos sociais, básicos, sobre os 8,22% dos que recebem a sua reincidência 0,3780 x 0,0822 x 100 = 3,15% D2 – Reincidência de A2. sobre C3. – 0,82% 0,08 x 0,1020 x 100 = 0,82% TOTAL DOS ENCARGOS DO GRUPO D – 3,92% 4.1.2.5 - ENCARGOS SOCIAIS E RISCOS DO TRABALHO EM SENTIDO AMPLO Os encargos sociais em sentido amplo representam uma extensão do conceito tradicional dos encargos sociais e trabalhistas. A ampliação consiste em incluir no rol dos encargos todos os demais custos que possam ser referenciados à hora do trabalhador, tais como: Vale transporte; Refeição Mínima (café da manhã); Refeições; Seguro de e acidentes em grupo; EPI (Equipamento de Proteção Individual).

Os itens apresentados acima devem ser calculados segundo o critério de cada empresa. Sendo que para o cálculo destes devem ser observadas as legislações pertinentes e as Convenções Coletivas de Trabalho. 4.1.3 - ADICIONAIS LEGAIS Com o objetivo de tutelar o trabalhador, a legislação trabalhista criou alguns adicionais ao salário, destinados a indenizar condições desfavoráveis de prestação do trabalho:

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

23

Trabalho noturno; Insalubridade; Periculosidade.

Os referidos adicionais não possuem natureza de encargos. Logo, se eles estiverem presentes numa obra não devem integrar a tabela de encargos vista anteriormente. O tratamento deve ser diferenciado pois os adicionais são aplicados sobre o salário (ou sobre a hora-base) e em cima desse total computam-se os encargos sociais e trabalhistas Homen-hora = (R$ 2,95 + 0,59) x 1,30 x 2,2558 = R$ 10,38 4.1.3.1 - TRABALHO NOTURNO A legislação assume que o trabalho à noite é mais desgastante do que o diurno, além de privar o trabalhador do horário convencional de repouso. O adicional noturno representa uma majoração de 20% sobre a remuneração da hora diurna. O adicional noturno tem vigência durante o horário noturno, que é definido pela lei como sendo o período de 22 horas de um dia e as 05 horas do dia seguinte. Essa jornada de 7 (sete) horas equipara-se à jornada diurna de 8 horas. A diferença se deve ao fato de que a lei considera a hora noturna como tendo duração de 52,5 minutos. 4.1.3.2 - INSALUBRIDADE O adicional de insalubridade é devido quando ocorre exercício de trabalho em condições insalubres, ou seja, em “atividades ou operações que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade dos agentes e do tempo máximo de exposição aos seu efeitos (Consolidação das Leis do Trabalho, art 189). A versatilidade de escala da insalubridade forçou sua classificação em graus de intensidade máxima, média e mínima. A Norma Regulamentadora NR-15 traz um quadro que classifica cada fonte de insalubridade conforme o grau. O adicional de insalubridade tem como base de cálculo o salário mínimo e varia conforme o grau:

Adicional Insalubridade Mínimo 10% Médio 20% Máximo 40%

4.1.3.3 - PERICULOSIDADE O adicional de periculosidade é devido quando ocorre exercício de trabalho em atividades ou operações perigosas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado (CLT, art. 193). A periculosidade é uniforme e dispensa graduação indenizatória, ou seja seu, seu percentual é único: 30% sobre o salário do empregado, não sobre o salário mínimo, como é na insalubridade. 4.2 - EQUIPAMENTOS Apresentaremos abaixo uma síntese de dois documentos: “Manual de Custos Rodoviários – Metodologia e Conceitos” do DNIT, e “Engenharia de Custos – Uma Metodologia de Orçamentação para Obras Civis” de Paulo Roberto Vilela Dias, que foram utilizados como referência pela Central de Custos de Obras Públicas no cálculo dos custos horários de equipamentos.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

24

4.2.1 - CUSTO HORÁRIO O cálculo dos custos destes serviços requer o conhecimento dos custos horários de operação dos equipamentos empregados em sua execução. Deste modo, será preciso estabelecer critérios que definam a forma como serão levados em conta os diferentes componentes desse custo. As despesas que são consideradas para o cálculo dos custos horários de um equipamento são os custos de propriedade (depreciação, seguros, impostos e etc), os custos de manutenção (reparos, pneus, partes de desgaste e etc), e os custos de operação (combustível, filtros, lubrificantes, mão de obra operação e etc). Sendo que o custo horário de um equipamento é a soma dos custos de propriedade, de manutenção e de operação, referidos à unidade de tempo (hora), sendo utilizado para o cálculo dos custos unitários dos serviços que o equipamento produz, obtido através da relação: Custo unitário do serviço produzido = Custo horário do equipamento Produção horária do equipamento Há obras que exigem grande variação de desgaste aos equipamentos, em função das condições de trabalho que lhes são impostas, é por isso que os fabricantes sugerem vincular sua vida útil ás condições que operam. Essa vinculação pode ser feita, de forma simplificada, estabelecendo-se para estes equipamentos três níveis de condições de operação: leve, média e pesada. Sendo que são dois os fatores que influem sobre a maior ou menor vida útil desses equipamentos: tipo de solo com que o equipamento está operando e condições de superfície de rolamento sobre a qual ele trabalha. Os tipos de solo nas obras podem variar, em termos de facilidade de operação, desde argila levemente arenosa e de fácil rompimento até rocha fragmentada ou explodida. São os solos usualmente definidos como de 1ª, 2a e 3ª categorias. Acrescenta-se, ainda, a categoria dos materiais úmidos, turfosos e etc, cujas dificuldades de manuseio são notórias. As características de cada um desses tipos de solos fazem com que os equipamentos tenham maior ou menor desgaste, em termos de motor, transmissão, chassis, desgaste do material rodante, bordas cortantes, dentes de caçamba, etc. As superfícies em que os equipamentos operam variam, de firmes e lisas até irregulares, com matacões ou rocha explodida. Suas características influenciam o maior ou menor desgaste da estrutura e das peças componentes do equipamento, em função dos impactos e resistência ao rolamento. A combinação destes fatores, ou sua ação independente determina o maior ou menor desgaste dos equipamentos, e conseqüentemente, influirão sobre a vida útil dos mesmos. A variação do desgaste e da vida útil diferencia-se, não apenas pelas condições de sua utilização, como também pelo tipo da máquina. Há também nas construções equipamentos que trabalham em condições razoavelmente uniformes, não sendo necessário para o cálculo do custo horário estabelecer diferenciação das condições em que são utilizados, como é o caso dos equipamentos de compactação, britagem, usina de solos, usina de asfalto e etc. Conforme considerações acima, apresentaremos a seguir as características que definem as condições de trabalho que os equipamentos normalmente trabalham. Condições Leves Para escavação e carga:

Camada de solo superficial; Materiais de baixa densidade; Argila com baixo teor de umidade; Material retirado de pilhas; Operação de lâmina em aterro solto; Reboque de “scrapers” (trator de esteira); Espalhamento e nivelamento de materiais; Vala em solo leve até 2m de profundidade (retro-escavadeira).

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

25

Para transporte:

Superfícies com apoio total as sapatas e com baixo teor de areia; Superfícies firmes, sem material solto; Superfícies conservadas por motoniveladoras; Estradas de curvas moderadas; Resistência ao rolamento menor que 4% (*).

(*) Rr - Resistência ao rolamento Rr = Kg de força necessário peso do veículo

Condições Médias Para escavação e carga:

Argila arenosa; Argila com alguma umidade; Mistura de solos diferentes como areia e cascalho fino; Produção de aterros (trator de esteiras); Carregamento em rocha bem fragmentada; Vala em solo médio a pesado até 3,00m de profundidade; Escavação em barranco de material facilmente penetrável; Material escarificado; Desmatamentos; Unidades carregando em terreno nivelado (“scrapers”).

Para transporte:

Distâncias irregulares (grandes e pequenas); Aclives e declives constantes; Resistência ao rolamento entre 4% a 7%; Pouca patinagem do material rodante.

Condições Pesadas Para escavação e carga:

Pedras freqüentes ou afloramento de rochas; Cascalho grosso (sem finos); Escarificação pesada em rocha; Trabalho em pedreiras; Carregamento contínuo em solos compactados como xisto argiloso, cascalho consolidado, etc; Vala em profundidades superiores a 3m; Carregamento em rocha escarificada (para “scrapers”); Restrições constantes no comprimento ou largura de operação.

Para transporte:

Deslocamento contínuo em terreno rochoso; Piso úmido ou irregular; Freqüentes aclives; Piso de areia frouxa e seca sem aglutinante; Resistência ao rolamento maior que 7%; Piso em pedras soltas e lamelares.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

26

4.2.1.1 - CRITÉRIOS DE CÁLCULO DO CUSTO HORÁRIO 4.2.1.1.1 - CUSTOS DE PROPRIEDADE

a) Depreciação

Em termos genéricos, a depreciação é considerada como a parcela do custo operacional correspondente ao desgaste e à obsolescência do equipamento que ocorrem ao longo de sua vida útil. Assim sendo, seu valor total corresponde à diferença entre o preço do equipamento novo e o valor residual que ele ainda possui ao final de sua vida útil. A inclusão da depreciação como parcela de custo tem, a função de gerar um fundo, de tal forma que, ao final da vida útil, o valor do fundo adicionado ao valor residual seja suficiente para a aquisição de um novo equipamento, igual ao que estaria sendo retirado na linha de produção. Esta conceituação é importante no sentido de desvincular a depreciação pelo uso (ou seja, relacionada ao número de horas em que o equipamento presta serviços efetivos) de outros dois conceitos que não se aplicam no caso do cálculo de seu custo horário: a idade cronológica do equipamento e a depreciação para fins contábeis, regulamentada por legislação específica. O cálculo da depreciação para efeito de custeio depende, portanto, de alguns parâmetros, tais como: período de vida útil, valor de aquisição de equipamento novo e valor residual e, ainda, da definição da forma como imputar este ônus ao custo operacional horário.

b) Parâmetros de Depreciação Valor de Aquisição Os valores de aquisição dos equipamentos, a serem utilizados nos cálculos do seu custo horário, serão sempre aqueles objeto de coleta pela CCOP, no município ou região, correspondentes às cotações de fabricantes ou grandes revendedores, relativas a equipamentos novos para venda à vista, compreendendo em seu valor a carga tributária que sobre eles incide (ICMS e IPI). Valor Residual Ao se pretender atribuir ao valor residual dos equipamentos um percentual de seu Valor de Aquisição, verifica-se que o mercado de máquinas usadas distingue tipos de equipamentos e marcas. Existem algumas de maior aceitação e procura, outras menos procuradas e, mesmo, as de interesse imediato nulo. Há, também, variação de valor, conforme a região em que se deseja negociar. Certos equipamentos, principalmente de pequeno porte, ao final de sua vida útil, têm apenas valor de sucata. A existência de mercado consumidor ativo melhora o valor residual do equipamento, aqueles que tiverem procura nesse mercado, terão cotação mais elevada. Esses fatores são dinâmicos e variam ao longo do tempo. Com apoio na pesquisa a seguir, e através da tabela do SICRO2 do DNIT, adotamos os seguintes percentuais do valor de Aquisição dos Equipamentos para a estimativa de seu Valor Residual: TABELA - PERCENTUAIS DE VALORES DE AQUISIÇÃO ADOTADOS PELO SICRO2 PARA REPRESENTAR O VALOR RESIDUAL DOS EQUIPAMENTOS.

TIPO DE EQUIPAMENTO VALOR

RESIDUAL (%)TIPO DE EQUIPAMENTO

VALOR RESIDUAL (%)

Acabadora de concreto com formadeslizante

10,0 Martelete rompedor 28 a 33kg 5,0

Aplicador de mat. termoplástico porextrusão

15,0 Martelo perfurador rompedor 5,0

Aquecedor de fluido térmico 10,0 Microtrator com roçadeira 20,0

Aquecedor de material termoplástico 15,0 Moto-serra 5,0

Bate estacas de gravidade 15,0 Motoniveladora 20,0

Betoneira 10,0 Motoscraper 15,0

Caldeira de asfalto rebocável 10,0 Perfuratriz de esteira “Crawler-drill” 5,0

Caminhão basculante 20,0 Perfuratriz manual 5,0

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

27

Caminhão basculante para rocha 20,0 Placa vibratória com motor diesel 5,0

Caminhão betoneira 20,0 Prensa excêntrica 15,0

Caminhão carroceria de madeira 20,0 Régua vibratória 5,0

Caminhão tanque 20,0 Retroescavadeira 20,0

Campânula de ar comprimido 10,0 Roçadeira em trator de pneus 20,0

Carregadeira de pneus 20,0 Roçadeira mecânica 5,0

Carrinho de mão 5,0 Rolo autopropulsor vibratório 10,0

Cavalo-mecânico com reboque 20,0 Rolo compactador de pneusautopropulsor

15,0

Central de concreto 10,0 Rolo compactador estático 15,0

Chata 25m³ c/ rebocador 15,0 Rolo compactador pé-de-carneiro“tamping”

15,0

Compressor de ar 15,0 Rolo compactador pé-de-carneirovibratório

10,0

Compressor de ar para pintura comfiltro

15,0 Rolo estático de pneusautopropulsor

15,0

Conjunto de britagem 10,0 Rolo Tandem estático 15,0

Conjunto moto bomba 5,0 Rolo Tandem vibratório 10,0

Distribuidor de agregados 10,0 Seladora de juntas 10,0

Distribuidor de asfalto em caminhão 20,0 Serra circular 5,0

Distribuidor de lama asfáltica montado em caminhão

20,0 Serra de juntas 10,0

Equipamento distribuidor de LARC (Microflex)

20,0 Serra de disco diamantada para junta

10,0

Draga de sucção para extração de areia

15,0 Soquete vibratório 5,0

Equipamento para hidrosemeadura 20,0 Talha de guincho manual 5,0

Escavadeira hidráulica 20,0 Tanque de estocagem de asfalto 10,0

Esmerilhadeira de disco 5,0 Texturizadora e lançadora c/estação Meteorológica

10,0

Espalhadora de concreto 10,0 Transformador de solda 5,0

Estabilizadora e recicladora a frio 20,0 Trator “uniloader” com vassoura 20,0

Fábrica de pré-moldados - guarda-corpo

10,0 Trator agrícola (de pneus) 20,0

Fábrica de pré-moldados – mourão 10,0 Tratores de esteira acima de 200 kW

15,0

Fábrica de pré-moldados para pavimentação

10,0 Máquina p/pintura de faixa a quente

15,0

Fábrica de tubos de concreto 10,0 Tratores de esteira até 200 kW 20,0

Fábrica de pré-moldados – balizador 10,0 Tripé / Sonda com motor 10,0

Fresadora a frio 20,0 Usina de asfalto a quente 10,0

Fresadora de solos 20,0 Usina misturadora de solos 10,0

Furadeira elétrica de impacto 5,0 Usina de pré-misturado a frio 10,0

Fusor 15,0 Vassoura mecânica para varredura com aspirador

20,0

Gerica 5,0 Vassoura mecânica rebocável 10,0

Grade de disco 5,0 Veículo leve “Pick-up” (caminhonete)

25,0

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

28

Grupo gerador 15,0 Veículos leves - automóvel até 100hp

25,0

Guilhotina 15,0 Vibrador de imersão para concreto 5,0

Jateadora de areia Lixadeira 5,0 Vibro-acabadora de asfalto 10,0

Lixadeira 5,0 Vibro-acabadora de concreto de cimento

10,0

Máquina p/pintura demarcação de faixas autopropelida.

15,0

Máquina universal para corte de chapa

15,0

Período de Vida Útil do Equipamento Os valores de depreciação vão diminuindo com o número de anos em que o equipamento é utilizado, enquanto o custo dos reparos para mantê-los em condições de utilização, vai aumentando com o passar dos anos. Existe um momento, em que as economias de custo de manutenção, que se pode obter pela utilização de um equipamento novo, são suficientes para cobrir a diferença para mais no custo de depreciação. Este seria o ponto ideal de troca, pois, embora nesse preciso instante, os custos totais das duas opções sejam os mesmos, o equipamento antigo entrará, daí por diante, em regime de custos crescentes e o novo em regime de custos decrescentes. A vida útil de um equipamento é influenciada por dois fatores preponderantes: os cuidados com sua manutenção e as condições de trabalho sob as quais opera. Quanto à manutenção, admitiu-se 44 que a mesma obedeça às recomendações do fabricante, visto que os orçamentos devem ser neutros em relação ao maior ou menor zelo que os possíveis executantes venham a ter com o seu equipamento. No que respeita às condições de trabalho, o assunto foi enfocado no item 4.2.2 do Manual. Como vemos, a determinação da vida útil do equipamento é complexa, pois envolve vários fatores. Os fabricantes de equipamentos sugerem valores, a partir dos quais fazem estimativas de custos de depreciação e dos reparos. Considerando as condições médias de aplicação e operação dos equipamentos, optou-se por considerar a vida útil sugerida pelos fabricantes, conforme Tabela apresentada a seguir. TABELA - VIDA ÚTIL DOS EQUIPAMENTOS Cond.

de trab.

Descrição Pot. (kW)

Tipo de

comb.

VU (anos)

HTA (h/a)

L Trator de esteira c/ lâmina 82 D 6,00 2.000M Trator de esteira c/ lâmina 82 D 5,00 2.000P Trator de esteira c/ lâmina 82 D 4,00 2.000 L Trator de esteira c/ lâmina 104 D 6,00 2.000M Trator de esteira c/ lâmina 104 D 5,00 2.000P Trator de esteira c/ lâmina 104 D 4,00 2.000 L Trator de esteira c/ lâmina 228 D 11,00 2.000M Trator de esteira c/ lâmina 228 D 9,00 2.000P Trator de esteira c/ lâmina 228 D 7,50 2.000 L Motoscraper 246 D 11,00 2.000M Motoscraper 246 D 8,50 2.000P Motoscraper 246 D 6,00 2.000 L Motoniveladora (105 a 130hp) 104 D 10,00 2.000M Motoniveladora (105 a 130hp) 104 D 7,50 2.000P Motoniveladora (105 a 130hp) 104 D 6,00 2.000 Trator agrícola de pneus 77 D 8,00 1.250

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

29

L Carregadeira de pneus 1,72m3 78 D 6,00 2.000M Carregadeira de pneus 1,72m3 78 D 5,00 2.000P Carregadeira de pneus 1,72m3 78 D 4,00 2.000 L Carregadeira de pneus 3,1m3 127 D 6,00 2.000M Carregadeira de pneus 3,1m3 127 D 5,00 2.000P Carregadeira de pneus 3,1m3 127 D 4,00 2.000 L Retroescavadeira 57 D 6,00 2.000M Retroescavadeira 57 D 5,00 2.000P Retroescavadeira 57 D 4,00 2.000 Rolo Pé-de-carneiro autopropulsor 11,25t (vibratório) 85 D 6,00 1.750 L Trator de esteira c/ escarificador 228 D 11,00 2.000M Trator de esteira c/ escarificador 228 D 9,00 2.000P Trator de esteira c/ escarificador 228 D 7,50 2.000 L Motoniveladora (150 a 180hp) 138 D 10,00 2.000M Motoniveladora (150 a 180hp) 138 D 7,50 2.000P Motoniveladora (150 a 180hp) 138 D 6,00 2.000 L Carregadeira de pneus 1,33m3 79 D 6,00 2.000M Carregadeira de pneus 1,33m3 79 D 5,00 2.000P Carregadeira de pneus 1,33m3 79 D 4,00 2.000 Rolo compactador pé-de-carneiro vibratório 80 D 6,00 1.750

Cond. de

trab. Descrição

Pot. (kW)

Tipo de

comb.

VU (anos)

HTA (h/a)

Rolo compactador pé-de-carneiro "tamping" 156 D 6,80 1.750 L Escavadeira hidráulica deesteiras 166 D 7,00 2.000M Escavadeira hidráulica de esteiras 166 D 5,00 2.000P Escavadeira hidráulica de esteiras 166 D 4,00 2.000 Escavadeira hidráulica, esteira, cap 600l p/ longo alcance 96 D 5,00 2.000 Draga de sucção para extração de areia 100 D 5,00 2.000 Chata para 25m3 com rebocador 100 D 5,00 2.000 Grade de disco 24X24 - 10,00 1.000 Rolo compactador Tanden, vibratório autopropulsor de 10,9t 112 D 6,00 1.750 Rolo compactador liso vibratório, autopropulsor 11,6t 108 D 6,00 1.750 Rolo compactador liso vibratório autopropulsor. 7,2 57 D 6,00 1.750 Tanden Rolo compactador. de pneus autopropulsor 21t 97 D 6,80 1.750 Usina misturadora solo 350 / 600t/h 99 E 8,00 1.750 Vassoura mecânica rebocável 10,00 1.000 Distribuidor de agregados rebocável 10,00 1.250 Distribuidor de agregados autopropulsor 40 D 8,00 1.750 Tanque estocagem de asfalto de 20 000l 8,00 2.500 Distribuidor de asfalto em caminhão 150 D 10,00 1.250 Aquecedor de fluido térmico 8 E 8,00 2.500 Usina de asfalto a quente 40 / 60t/ h 128 E 8,00 1.750 Vibro-acabadora de asfalto sôbre pneus 20 D 8,00 1.750 Usina pré-misturadora a frio 60 / 100t/ h 43 E 8,00 1.750 Usina pré - misturadora a frio 30 / 60t/ h 20 E 8,00 1.750 Rolo estático Tanden autopropulsor a 9t 43 D 6,80 1.750 Rolo Tanden vibratório 1,6t 10 D 6,00 1.750

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

30

Rolo compactador de pneus estático autopropelido. de 23t 83 D 6,80 1.750 Rolo compactador liso vibratório 6,6t 59 D 6,00 1.750 Distribuidor de lama asfáltica montado em caminhão 170 D 5,30 2.000 Caldeira de asfalto rebocável 600l 1 E 10,00 1.250 Usina de asfalto a quente 100/140t/h 260 E 8,00 1.750 Fresadora a frio 105 D 5,00 1.200 Fresadora a frio 297 D 5,00 1.200 Estabilizadora e recicladora a frio 250 D 8,00 1.250 Rolo compactador liso autopropulsor vibratório 85 D 6,00 1.750 Rolo compactador de pneus 74 D 6,80 1.750 Usina de asfalto 90/120 t/h com filtro de manga 188 E 8,00 1.750 Vibro-acabadora para asfalto sôbre esteiras 74 D 8,00 1.750 Rolo compactador estático 70 D 6,80 1.750 Carregadeira compacta (de pneus) 45 D 5,00 2.000 Fressadora e distribuidora de solos p/ regular subleito 243 D 5,00 2.000 Equipamento distribuidor de LARC (Microflex) com cavalo

mecânico 274 D 12,00 1.000

Compressor de ar 250pcm 59 D 7,00 1.750 Compressor de ar 350pcm 83 D 7,00 1.750 Compressor de ar 764pcm 200 D 7,00 1.750 Perfuratriz manual 6,00 1.750 Perfuratriz sobre esteira “Crawler-Drill" 6,00 1.750 Conjunto de britagem 30 m3/h 74 E 8,00 1.750 Conjunto de britagem 9 / 20 m3/h 23 E 8,00 1.750 Compressor de ar 180pcm 59 D 7,00 1.750 Martelete rompedor de 28kg 6,00 1.750 Martelete rompedor de 33kg 6,00 1.750 Compressor de ar p/ pintura com filtro 2 E 6,00 1.750 Compressor de ar portátil 375pcm 87 D 7,00 1.750

Cond. de

trab. Descrição

Pot. (kW)

Tipo de

comb.

VU (anos)

HTA (h/a)

Conjunto de britagem 80m3/h 292 E 8,00 1.750 Conjunto de britagem para produção de rachão 73 E 8,00 1.750 Betoneira de 320l - diesel 7 D 6,00 1.750 Betoneira de 320l - elétrica 4 E 6,00 1.750 Betoneira de 750l - elétrica 9 E 6,00 1.750 Carrinho de mão 80l 1,00 1.000 Gerica A-15 1,00 1.000 Vibrador de imersão para concreto 2 E 7,00 1.000 Fábrica de tubos de concreto D=20cm 2 E 5,00 1.200 Fábrica de tubos de concreto D=30cm 2 E 5,00 1.200 Fábrica de tubos de concreto D=40cm 2 E 5,00 1.200 Fábrica de tubos de concreto D=60cm 2 E 5,00 1.200 Fábrica de tubos de concreto D=80cm 2 E 5,00 1.200 Fábrica de tubos de concreto D=100cm 2 E 5,00 1.200 Fábrica de tubos de concreto D=120cm 2 E 5,00 1.200 Fábrica de tubos de concreto D=150cm 2 E 5,00 1.200 Instalação completa p/ fabricação de mourão 2 E 5,00 1.200 Instalação completa p/ fabricação de balizador 2 E 5,00 1.200 Instalação completa p/ fabricação de guarda-corpo 2 E 5,00 1.200 Central de concreto 30m3/h c/ silo p/ cimento (dosadora) 25 E 10,00 1.500 Espalhadora de concreto 172 D 8,00 1.250 Acabadora de concreto com forma deslizante 172 D 8,00 1.250 Texturizadora e lançadora c/ estação meteorológica 57 D 8,00 1.250 Serra de disco diamantado para junta 47 G 8,00 1.250 Seladora de juntas 6 G 8,00 1.250 Central de concreto de 270m3 /h 149 E 10,00 1.500 Régua vibratória de 4,25m 1 E 8,00 1.250

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

31

Máquina p/serrar juntas 6 E 5,00 2.000 Instalação fábrica de pré-moldados para pavimentação 2 E 10,00 1.200 Jateadora de areia 5,00 1.200 Betoneira 580 l 10 G 6,00 1.750 L Caminhão basculante 5m3 (8,8t)- 125 D 6,00 2.000M Caminhão basculante 5 m3 (8,8t)- 125 D 5,30 2.000P Caminhão basculante 5 m3 (8,8t)- 125 D 4,00 2.000 L Caminhão carroceria de madeira 15t 170 D 6,50 2.000M Caminhão carroceria de madeira 15t 170 D 5,80 2.000P Caminhão carroceria de madeira 15t 170 D 5,00 2.000 L Caminhão basculante 6 m3 (10,5t) 150 D 6,00 2.000M Caminhão basculante 6 m3 (10,5t) 150 D 5,30 2.000P Caminhão basculante 6 m3 (10,5t) 150 D 4,00 2.000 L Caminhão basculante 10m3 (15t) 170 D 6,00 2.000M Caminhão basculante 10m3(15t) 170 D 5,30 2.000P Caminhão basculante 10m3 (15t) 170 D 4,00 2.000 L Caminhão basculante p/ rocha 8m3 (13 t) 170 D 6,00 2.000M Caminhão basculante p/ rocha 8m3 (13 t) 170 D 5,30 2.000P Caminhão basculante p/ rocha 8m3 (13 t) 170 D 4,00 2.000 L Caminhão tanque 6.000l 150 D 6,50 2.000M Caminhão tanque 6.000l 150 D 5,80 2.000P Caminhão tanque 6.000l 150 D 5,00 2.000 L Caminhão tanque 10.000l 170 D 6,50 2.000

Cond. de

trab. Descrição

Pot. (kW)

Tipo de

comb.

VU (anos)

HTA (h/a)

M Caminhão tanque 10.000l 170 D 5,30 2.000P Caminhão tanque 10.000l 170 D 5,00 2.000 L Caminhão carroceria fixa 4t 80 D 6,50 2.000M Caminhão carroceria fixa 4t 80 D 5,80 2.000P Caminhão carroceria fixa 4t 80 D 5,00 2.000 L Caminhão carroceria fixa 9t 150 D 6,50 2.000M Caminhão carroceria fixa 9t 150 D 5,80 2.000P Caminhão carroceria fixa 9t 150 D 5,00 2.000 L Caminhão basculante 4m3 (7,1t) 112 D 6,00 2.000M Caminhão basculante 4m3 (7,1t) 112 D 5,30 2.000P Caminhão basculante 4m3 (7,1t) 112 D 4,00 2.000 Cavalo mecânico c/ reboque 29,5t 265 D 12,00 1.000 Veículo leve automóvel até 100hp 38 G 5,00 1.500 Veículo leve Pick up 97 D 5,00 2.000 L Caminhão tanque 13.000l 170 D 6,00 2.000M Caminhão tanque 13.000l 170 D 5,30 2.000P Caminhão tanque 13.000l 170 D 4,00 2.000 L Caminhão tanque 8.000l 150 D 6,50 2.000M Caminhão tanque 8.000l 150 D 5,80 2.000

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

32

P Caminhão tanque 8.000l 150 D 5,00 2.000 L Caminhão betoneira 5m3 (11,5t) 160 D 6,00 2.000M Caminhão betoneira 5m3 (11,5t) 160 D 5,30 2.000P Caminhão betoneira 5m3 (11,5t) 160 D 4,00 2.000 L Caminhão basculante 14m3 (20t) 279 D 6,00 2.000M Caminhão basculante 14m3 (20t) 279 D 5,30 2.000P Caminhão basculante 14m3 (20t) 279 D 4,00 2.000 L Caminhão basculante p/ rocha 12m3 (18t) 279 D 6,00 2.000M Caminhão basculante p/ rocha 12m3 (18t) 279 D 5,30 2.000P Caminhão basculante p/ rocha 12m3 (18t) 279 D 4,00 2.000 L Caminhão carroceria c/ equipamento guindauto 6x1, cap 7t 150 D 6,50 2.000M Caminhão carroceria c/ equipamento guindauto 6x1, cap 7t 150 D 5,80 2.000P Caminhão carroceria c/ equipamento guindauto 6x1, cap 7t 150 D 5,00 2.000 Grupo gerador 40KVA 32 D 7,00 2.000 Grupo gerador 140KVA 120 D 7,00 2.000 Grupo gerador 180KVA 144 D 7,00 2.000 Grupo gerador 292KVA 212 D 7,00 2.000 Grupo gerador 9/10KVA 10 D 7,00 2.000 Grupo gerador 80KVA 88 D 7,00 2.000 Grupo gerador 2,5 a 3KVA 3 D 7,00 2.000 Grupo gerador 25KVA 15 D 7,00 2.000 Trator de pneus c / roçadeira 77 D 8,00 1.250 Micro trator com roçadeira 10 D 6,00 1.000 Roçadeira mecânica 2 D 3,00 400 Campânula de ar comprimido (3m3) - 11,00 1.250

Cond. de

trab. Descrição

Pot. (kW)

Tipo de

comb.

VU (anos)

HTA (h/a)

Bate estaca de gravidade 500kg 17 D 10,00 1.500 Bate estaca de gravidade 3000kg 160 D 10,00 1.500 Serra circular de 8" 4 E 8,00 2.000 Talha guincho manual para 4t 11,00 1.250 Soquete vibratório 2 G 9,00 1.000 Conjunto Moto-Bomba 11 G 8,00 1.250 Máquina Demarcadora de faixas autopropelida 44 D 10,00 1.250 Equipamento p/ hidrossemeadura (5.500l) 125 D 5,30 2.000 Esmerilhadeira de disco 2 E 8,00 1.250 Tripé/sonda c/ motor 22 D 5,00 2.000 Furadeira elétrica de impacto 1 E 8,00 1.250 Placa vibratória c/ motor a diesel 3 D 10,00 1.000 Equipamento p/ varred. e aspiração (montado em caminhão) 150 D 5,80 2.000 Moto serra 4 G 3,00 400 Máquina para corte de chapa 4 E 7,00 2.000 Prensa excêntrica 1 E 7,00 2.000 Guilhotina 8t 3 E 7,00 2.000 Máquina p/pintura de faixa a quente 22 D 10,00 1.250 Máquina para pintura (fusor) 10 D 5,00 1.500 Martelo perfurador/ rompedor 1 E 8,00 1.250 Lixadeira 2 E 8,00 1.250 Transformador de solda 8 E 7,00 2.000 Aplicador de material termoplástico por extrusão 4 D 10,00 1.250

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

33

Critério de Depreciação Adotamos o método aplicado pelo DNIT, que é o da “linha reta”, em que o valor horário da depreciação é dado pela fórmula linear:

dh = VA – R n . HTA

dh = Depreciação horária VA = Valor de aquisição R = Valor residual n = Vida útil HTA = Quantidade de horas trabalhadas por ano

c) Custo de Oportunidade do Capital Dentre os diferentes itens tradicionais que compõem a estrutura de custos de construção encontram se os juros sobre o capital imobilizado para o desenvolvimento da atividade. Eles representam o custo, incorrido pelo empresário, pelo fato de aplicar, num negócio específico, seu capital próprio ou o capital captado de terceiros. No que diz respeito aos juros relativos ao capital aplicado em equipamentos, tradicionalmente, eles são imputados diretamente no cálculo do custo horário do equipamento. Cabe lembrar que, considerar os custos do capital aplicado, como remuneração deste fator de produção, não significa que se deva computá-los aos níveis de juros de mercado na ponta da captação. O critério justo seria de remunerá-lo pelo seu custo de oportunidade, ou seja, pelo nível médio de rendimento que este capital poderia obter, em condições semelhantes de risco. Como, entretanto, seria extremamente difícil definir o que poderia ser considerada uma condição semelhante de risco, pode-se tomar como referência as opções de baixo risco apresentadas pelo mercado, que compensam taxas mais baixas com a segurança da aplicação. Encontram-se neste caso as aplicações em Cadernetas de Poupança, cujo rendimento se dá à taxa nominal de TR+ 6% ao ano; em que a TR entra como componente inflacionária e os 6% como rendimento real. Assim sendo a aplicação simples da taxa de i = 6 % a.a. sobre base permanentemente reajustada estaria, na realidade, promovendo a remuneração mencionada. A taxa de juros assinalada deve incidir sobre o valor médio do investimento em equipamento, durante sua vida útil, que é fornecido pela expressão Im = [(n+1) x VA] / 2n; obtendo-se a valor horário dos juros pela fórmula abaixo, em que todos os símbolos já foram identificados:

Jh = I m . i ; HTA

4.2.1.1.2 - CUSTOS DE MANUTENÇÃO Os custos horários de manutenção utilizados são obtidos através da expressão:

M = V0 x K , onde H M = custo horário da manutenção (R$/h) V0 = valor de aquisição do equipamento (R$) H = vida útil em horas K = Coeficiente de Manutenção.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

34

Os custos de manutenção calculados incluem materiais e mão de obra, necessários para execução dos reparos em geral, material rodante ou pneus e materiais especiais de desgaste. Então para o estes custos adotamos a planilha de “Dados Básicos de Equipamentos” do DNIT (Anexo 1 - Manual de Pesquisa de Preços de Equipamentos), conforme exemplo do modelo apresentado a seguir:

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

35

4.2.1.1.3 - CUSTOS DE OPERAÇÃO Para o cálculo destes custos a CCOP utilizou como referência o livro de Engenharia de Custos “Uma Metodologia de Orçamentação para Obras Civis” de Paulo Roberto Vilela Dias, que diz: Materiais Fazem parte desta parcela os custos referentes aos seguintes materiais: - Combustíveis; - Óleo lubrificante de carter; - Óleos lubrificantes para sistema hidráulico, transmissão e comandos finais; - Graxa; - Filtros para combustíveis e lubrificantes. A quantificação dos gastos com materiais de operação será feita a partir das seguintes hipóteses: - Preço médio único para todos os óleos lubrificantes utilizados pelos equipamentos; - O preço do óleo lubrificante é igual aproximadamente a seis vezes o do óleo diesel e cinco vezes o da

gasolina, admitindo-se, inclusive, que esta proporção se mantenha constante; - O preço unitário da graxa equivale ao dobro do óleo lubrificante; - A despesa horária com filtros corresponde a 50% do valor total dos óleos lubrificantes consumidos por

hora, no caso de motores a diesel. Por outro lado, baseados em consumos médios horários de combustível e lubrificantes, fornecidos por ábacos e tabelas, são encontrados os seguintes resultados por HP na barra de direção e por hora:

a) Para motores a óleo diesel

Óleo diesel 0,150 litros por HP Óleos lubrificantes 0,002 litros por HP Filtro 0,002 unidade por HP Graxa 0,001 quilos por HP

Tomando-se o preço do litro de óleo diesel como parâmetro e operando-se com base nas premissas, antes estabelecidas, tem-se: Óleo diesel 0,150 0,150 Óleos lubrificantes 0,002 x 6 0,012 Filtros 0,002 x 3 0,006 Graxa 0,001 x 12 0,012 Total 0,180 O que justifica o critério seguinte que deve ser adotado, para a determinação do custo horário de materiais de operação, no caso de equipamentos a óleo diesel: multiplica-se o fator 0,18 pela potência da máquina em HP e este produto pelo preço do litro do óleo diesel, ou pela seguinte expressão:

Custo horário do material (MAT) = 0,18 x HP x preço de 1litro de óleo diesel

b) Para motores a gasolina

Gasolina 0,225 litros por HP Óleos lubrificantes 0,002 litros por HP Graxa 0,001 quilos por HP

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

36

Tomando-se o preço da gasolina como parâmetro e operando-se com base nas premissas antes estabelecidas, sendo que o preço da gasolina é cinco vezes menor que o do óleo lubrificante e dez vezes menor do que a graxa tem-se: Gasolina 0,225 0,225 Óleos lubrificantes 0,002 x 5 0,010 Graxa 0,001 x 10 0,010 Total 0,245 O que justifica o seguinte critério, que deve ser adotado, para a determinação do custo horário de materiais de operação, no caso de equipamentos a gasolina: multiplica-se o fator 0,245 pela potência da máquina em HP e este produto pelo do litro da gasolina. Ou traduzindo-se em fórmula:

Custo horário de material (MAT) = 0,245 x HP x preço de 1 litro de gasolina

c) Para motores a álcool

Álcool 0,300 litros por HP Óleos lubrificantes 0,002 litros por HP Graxa 0,001 quilos por HP

Tomando-se o preço do álcool como parâmetros e operando-se com base nas premissas de que o preço do álcool é sete vezes menor que o do óleo lubrificante e doze vezes menor que o da graxa, tem-se:

Gasolina 0,300 0,300 Óleos lubrificantes 0,002 x 7 0,014 Graxa 0,001 x 12 0,012 Total 0,326 O que justifica o seguinte critério, que deve ser adotado, para a determinação do custo horário de materiais de operação, no caso de equipamentos a álcool: multiplica-se o fator 0,326 pela potência do veículo em HP e este produto pelo preço do litro do álcool. Ou traduzindo-se em fórmula:

Custo horário de material (MAT) = 0,326 x HP x preço de 1 litro de álcool

d) Para motores elétricos Os motores elétricos poderão ter sua potência expressa em termos de quilowatt (KW). O consumo horário em termos de KW será numericamente igual á potência, onde simplificando tem-se:

Custo horário material (MAT) = KW x preço de 1 KM/h Industrial Mão-de-Obra As fórmulas utilizadas para o cálculo destes custos são as seguintes: Para Custo Produtivo CP = DJ + M + MAT + CP = Custo produtivo DJ = Custo horário de depreciação/juros M = Manutenção MAT = Custo horário de material MO = Mão-de-obra

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

37

Para Custo Improdutivo, o livro apresenta a fórmula CI = DJ + MO. Porém, como o DNIT no item 5.2.4 do Manual de Custos Rodoviários - Volume 1, diz que, o Custo Improdutivo é igual ao custo horário da mão-de-obra, e que, não se consideram os outros custos, pois se admite que estes ocorram somente ao longo da vida útil, decidimos ajustar a fórmula conforme apresentado a seguir: Para Custo Improdutivo CI = MO CI = Custo improdutivo MO = Mão-de-obra 4.3 - MATERIAIS

Os materiais são componentes que agrupados e somados a mão-de-obra, equipamentos, percentuais de BDI, taxas e encargos, tem por definição o nome de serviço. Portanto a definição dos coeficientes de consumo e dos custos dos materiais são partes inerentes deste serviço. A formação de um banco de dados para este fim exige profundas e extensas pesquisas e estudos por parte do engenheiro de custo, que necessita ter conhecimento de diversos fatores, como, dosagem, traço, tempo, cubagem entre outros, que por sua vez necessitam de medições e ajustes constantes, para auditoria de seus resultados. 4.3.1 - PREÇOS LOCAIS E REGIONAIS

São realizadas pela CCOP pesquisas periódicas de preços no mercado em nível municipal e regional, buscando preços médios entre produtos em pelo três estabelecimentos, para então cadastrá-los no banco de dados. São considerados informantes os estabelecimentos comerciais credenciados, preferencialmente atuando no comércio atacadista, que comercializem regularmente os materiais pesquisados e que sejam expressivos para o comércio local. 4.3.2 - CUSTOS DOS MATERIAIS POSTOS NAS OBRAS

Os preços dos materiais levantados pelo sistema de coleta já incluem em sua maioria o frete. Porém dependendo da característica do material ou equipamento e também da distância, este poderá ser cobrado. Portanto, é muito importante que o setor de cotação questione junte aos fornecedores a cobrança ou não do frete, para que, ao final das cotações tenhamos preços dos materiais postos nas obras.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

38

5 - TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO 5.1 - INTRODUÇÃO O Estatuto das Licitações - Lei No. 8.666, de 21 de junho de 1993 - define, como se segue, os conceitos de “obra” e “serviço”:

“ ... Art. 6o - Para os fins desta Lei, considera-se: I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; ...”

Na Engenharia, a expressão “obra” é, freqüentemente, utilizada para descrever o resultado físico que é obtido através da realização de um conjunto de serviços ou atividades. Portanto, este conjunto está aplicado no “Catálogo de Referência de Serviços e Custos” da CCOP com a seguinte classificação:

Serviços Técnicos; Construção de Edificações; Reforma em Geral; Instalações Hidráulicas, Sanitárias, Pluviais e Equipamentos Hidráulicos Demolição em Geral; Instalações Elétricas, Comunicação, Informática, Som Ambiente e Anti-furto Serviços Empreitados; Serviços Extraordinários; Serviços Gerais Urbanos;

5.2 - CLASSES DE SERVIÇOS As classes foram criadas com objetivo de organizar os serviços contidos no banco de dados do sistema “Volare”. Criamos assim uma estrutura com o objetivo de agrupar os serviços em famílias, para facilitar as consultas e as montagens orçamentárias. Também optamos pelo re-agrupamento dos serviços nas classes, criando assim as subclasses, títulos e subtítulos. O banco de dados de custos é uma rede complexa de informações, que se, não for bem organizado, poderá perder sua praticidade e inviabilizar seu uso. Portanto cabe ao usuário criar uma estrutura que atenda tanto os anseios da administração pública, bem como as exigências do tribunal de contas e também os orçamentistas. As classes de serviços que foram criadas serão apresentadas a seguir, segundo sua natureza e finalidade:

Classe - Serviços Técnicos; Classe - Construção de Edificações; Classe - Reforma em Geral; Classe – Instalações Hidráulicas, Sanitárias, Pluviais e Equipamentos Hidráulicos Classe - Demolição em Geral; Instalações Elétricas, Comunicação, Informática, Som Ambiente e Anti-furto Classe - Serviços Empreitados; Classe - Serviços Extraordinários; Classe - Serviços Gerais Urbanos;

Os serviços que compõem estas classes são definidos da seguinte forma: Serviços Técnicos – São os serviços necessários antes do início da obra, por exemplo: agrimensura; sondagem; projetos; ensaios; entre outros. Podendo os mesmos, serem utilizados em obras de construção, ampliação e reforma;

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

39

Construção de Edificações – São serviços necessários a partir do início da obra, e do mura para dentro do terreno, por exemplo: serviços iniciais; instalação do canteiro de obra; movimentação e contenção de terra; drenagem do terreno; infraestrutura; superestrutura; entre outros. Podendo os mesmos, serem utilizados em obras de construção, ampliação e reforma; Reforma em Geral – São os serviços necessários exclusivamente nas reformas, por exemplo: reparos, substituições, raspagem e lavagem de pisos, cobertura, forros, esquadrias, pavimentação de concreto, entre outros. Podendo os mesmos, serem utilizados em obras de construção, ampliação e reforma; Demolição em Geral – São os serviços necessários exclusivamente nas demolições, por exemplo: desmonte, remoção e demolição de coberturas, forros, pisos, paredes, esquadrias, vidros, concreto, entre outros. Podendo os mesmos, serem utilizados em obras de construção, ampliação e reforma; Serviços Empreitados – São os serviços contratados prontos, por exemplo: galpão pré-fabricado em concreto, estrutura metálica em aço, divisórias pré-fabricadas, entre outros. Podendo os mesmos, serem utilizados em obras de construção, ampliação e reforma; Serviços Extraordinários – São os serviços menos usuais, geralmente utilizados em obras especiais, não caracterizadas como padrões, por exemplo: painel protendido de concreto; alvenaria com blocos sílico-calcáreos, alvenaria estrutural, telhas de concreto, esquadrias de PVC, entre outros; Serviços Gerais Urbanos – São os serviços caracterizados como urbanos, isto é, do muro para fora dos terrenos, e que são de responsabilidade da Prefeitura, por exemplo: construções viárias urbanas – drenagem, pavimentação, sinalização e passeios, pontes, habitação popular, entre outros; As subclasses, títulos e subtítulos poderão ser vistas no “Catálogo de Referência de Serviços e Custos” através do site: www.joinville.sc.gov.br, www.ippuj.sc.gov.br e ccop.joinville.sc.gov.br. 5.3 - COMPOSIÇÕES ANALITÍCA DE CUSTOS DE SERVIÇOS Entende-se como custo unitário de serviço, o somatório das despesas efetuadas e calculadas para a sua execução, distribuídas pelos diferentes elementos constituintes, por unidade de produção, obedecendo as especificações estabelecidas para os serviços no projeto e/ou especificações. A composição analítica compreende tão somente os itens de custo, isto é, mão-de-obra, materiais, equipamentos, sub-empreitadas, transporte e BDI (despesas indiretas e lucro previsto), sem nenhuma inclusão de preços destes insumos, que posteriormente serão para cálculo do custo unitário de serviço. Não existem normas técnicas que definam os modelos de composição de custo, portanto, quem assume essa responsabilidade são os Editais de Licitações. Caso estes não exijam um padrão determinado de composição, o que é o nosso caso, pode-se adotar qualquer um, mas desde que este apresente todos os elementos constituintes e seus itens de custo. 5.3.1 - DESENVOLVIMENTO E MONTAGEM DA COMPOSIÇÃO ANALÍTICA A sistemática de preenchimento de cada item, deve estar em consonância com a especificação particular de cada serviço, levando-se em conta a unidade de pagamento deste serviço, que normalmente deve ser apresentado no projeto ou incluído nas especificações como medição e pagamento. Geralmente a planilha por produção deverá ser adotada sempre que a incidência de equipamentos pesados for elevada (como nos casos de obras de estradas, terraplenagem, barragens, infra-estrutura urbana, etc). Nas obras de edificações, construções novas ou reformas, admiti-se a utilização da planilha de composição de custo simplificada. Inicialmente, ressalta-se que dois tipos distintos de composições de custo podem ser adotados: uma simplificada e outra por produção. A Central de Custos de Obras Públicas adotou apenas um tipo de composição que é a simplificada, pois como já foi dito anteriormente nosso papel é organizar o mercado. Como as definições de produção exigem muitas pesquisas, adotamos referências para estes resultados, que foram as do DNIT e do próprio “Volare” que é nosso sistema que já apresenta coeficientes em substituição aos números de produção. Porém a metodologia de cálculo para produção é apresentada no Manual do DNIT – Volume 1, que expressa os procedimentos utilizados para apresentação da produção de cada serviço, os quais transformamos em coeficientes para aplicação nas composições simplificadas.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

40

Portanto, partiremos a seguir para os princípios de preenchimento da composição analítica simplificada. 5.3.2 - PRINCIPIOS QUE REGEM A MONTAGEM DAS COMPOSIÇÕES ANALÍTICAS As composições simplificadas são sempre apresentadas para uma produção de serviço igual a 1 (uma) unidade. Estas devem ser determinadas pela incidência dos insumos nos serviços, que é a quantidade de determinado insumo necessária á realização de uma unidade de serviço. Temos como componentes das composições os materiais, equipamentos e mão-de-obra, e como percentuais incidentes sobre eles os encargos e o BDI (benefício e despesas indiretas), sendo que os encargos incidem percentualmente sobre a mão-de-obra e o BDI sobre tudo, inclusive sobre os encargos. Apresentaremos abaixo um exemplo da composição simplificada extraída do sistema Volare, que esta em uso atualmente pela CCOP.

Composição Simplificada de Preço Unitário de Serviço

código Laje treliçada (altura final: 12 cm / altura da laje:8 cm / sobrecarga: 100 kg/m² / vão: 3,50 m

m2 coef.

custo unitário

custo unitário total

Concreto estrutural dosado em central, fck: 25,0 Mpa brita a

EMPRE. m³ 0,055 202,50 11,14

Tela soldada 15x15cm. diâmetro de 3,4mm

MAT. m² 1,000 3,56 3,56

Prego (tipo de prego: 19 x 33) MAT. kg 0,020 3,73 0,07

Laje treliçada (altura final: 12 cm / altura da laje:8 cm / sobrecarga: 100 kg/m² / vão: 3,50 m

MAT. m² 1,000 19,24 19,24

Escora de eucalipto diam. 100mm MAT. m 1,500 1,95 2,93 Carpinteiro M.O. h 0,430 2,95 1,27 Armador M.O. h 0,100 2,95 0,30 Pedreiro M.O. h 0,300 2,95 0,89 Servente M.O. h 1,100 2,00 2,20

PREÇO (mão-de-obra): 4,66PREÇO (material): 34,01

CUSTO TOTAL (unit.): 38,67LS(%): 125,58 5,85BDI(%): 30,00 13,36ADM(%): 0,00 0,00TOTAL TAXA: 19,21

PREÇO TOTAL UNIT. (c/ taxa): 57,88 5.4 - INSUMOS

O departamento competente de custos, após a elaboração de todas as composições de custo de projetos e da definição dos recursos indiretos, deve efetuar listagem contendo todos os itens necessários à pesquisa de preços de mercado, abrangendo pessoal, materiais, equipamentos, sub-empreitadas e transportes. Devendo então, elaborar uma listagem de insumos básicos para as obras públicas, que será utilizada por todos os setores interessados da administração pública, garantindo a maior fidelidade possível ao custo final, deixando para o BDI a função de avaliar acréscimos e ou reduções nos custos. Quanto à metodologia de pesquisa de preços de mercado para os itens acima citados, esclarecemos que já foram determinadas anteriormente neste manual e para o custo horário dos equipamentos foram utilizadas referências do manual do DNIT e do livro “Uma Metodologia de Orçamentação para Obras Civis” que também já foram citados anteriormente.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

41

6 - TABELA DE PREÇOS DO SISTEMA As tabelas acham-se divididas em dois grandes grupos, Preços de Insumos e Composições de Preços Unitários. As tabelas foram todas extraídas do sistema “Volare”, através de migração para o programa Excel, como é o caso do Catálogo de Referência de Serviços e Custos (Volume 3 deste manual). Este Catálogo apresenta tabelas de serviços e insumos contendo custos unitários, que são atualizados periodicamente pela CCOP e estão disponibilizadas na internet, com exceção das tabelas de composições que estão sofrendo alguns ajustes, mas que em breve também estarão disponibilizadas. Os endereços eletrônicos são os seguintes: sites - www.joinville.sc.gov.br, www.ippuj.sc.gov.br e ccop.joinville.sc.gov.br. O Catálogo é um documento utilizado como referência por toda administração pública e empresas participantes das concorrências públicas, e contém listagens de serviços e insumos com custos atualizados periodicamente, sendo que, a cada edição são incorporados, ajustados e pesquisados novos serviços e insumos, bem como novas tendências de mercado, tecnologia da construção e preços de mão-de-obra, materiais, equipamentos, empreitadas, taxas entre outros. As tabelas que estão contidas no Catálogo são as seguintes:

Limites para Licitação; Estimativa de Custo por Etapa da Construção; Índice de Ajustes de Obras Rodoviárias; Custo Unitário Básico de Obras Públicas; Custo Unitário Básico; Pesos Específicos de Materiais Usuais em Construção; Pesos Específicos de Materiais Usuais em Estradas; Empolamento e Fator de Conversão do Volumes de Terra; Pesos de Equipamentos (para cálculo de custo de transportes); Pesos de Vergalhões CA-25 e CA-50; Pesos de Arame de Ferro; Tabelas de Conversão de Estruturas Metálicas em Aço; Serviços Técnicos; Construção de Edificações; Reforma em Geral; Demolição em Geral; Serviços Empreitados; Serviços Extraordinários; Serviços Gerais Urbanos; Serviços Rodoviários; Insumos Gerais; Insumos Instalações Hidráulicas; Insumos Instalações Elétricas; Mão-de-Obra; Equipamentos.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

42

7 - ELABORAÇÃO DAS ESTIMATIVAS DE CUSTO (ORÇAMENTO) 7.1 - ESTUDOS E CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES Entendido anteriormente que cabe à administração pública organizar o mercado realizando estimativas de custos, e não propriamente dito o orçamento que é o papel do construtor, podemos então partir para os estudos e considerações sobre a elaboração dos orçamentos. Deve o orçamentista ter conhecimento das linhas gerais do Plano de Execução de Obra, de modo a entender que, a forma em que se executa a obra influi diretamente em seu custo. Por esta razão, o orçamento e o planejamento da execução devem caminhar interligados. O desenvolvimento do orçamento só deve acontecer após o conhecimento detalhado das documentações e pré-requisitos da obra, pois a garantia de uma estimativa de custo mais próxima do real esta diretamente ligada ao nível de conhecimento sobre a obra. Portanto é conveniente que, o orçamentista tenha em mãos o mínimo de documentação para elaboração das estimativas de custos, que são as especificações de projetos, memoriais descritivos e projetos, bem como o conhecimento de dados relevantes como, os recursos disponíveis, o tempo da obra, entre outros. O conhecimento prévio do conjunto de atividades que constituem uma obra é de primordial importância no desenvolvimento das planilhas orçamentárias, pois uma obra contém vários serviços, exigindo do engenheiro encarregado pelo orçamento experiência e conhecimento profundo da obra. 7.2 - ITEMIZAÇÃO DO ORÇAMENTO O conhecimento dos diversos serviços necessários á realização da obra dá ao engenheiro de custos condições de estabelecer a lista dos itens de que se constituirá o orçamento. Essa relação será organizada segundo as grandes classes de serviços que compõem uma obra. A relação completa e ordenada dos serviços a serem incluídos no orçamento constitui o “Plano Orçamentário” da obra. 7.3 -SELEÇÃO DE COMPOSIÇÕES DE SERVIÇO Uma vez conhecidos os serviços que comporão o orçamento da obra, deverão ser selecionadas as composições mais adequadas para realizá-los, tendo em vista as circunstâncias particulares a cada caso. 7.4 - PREÇOS UNITÁRIOS DOS SERVIÇOS As composições de serviços conduzem ao cálculo de seu custo unitário direto, que acrescido do percentual de BDI adotado para a obra, fornecerá seu preço por unidade produzida. Estes preços unitários dos diferentes serviços são calculados pelo Sistema Informatizado do Volare, com base nas coletas de preços de insumos realizadas no município e região. 7.5 - QUANTITATIVOS DE SERVIÇOS

O valor de determinado serviço é obtido pelo produto de seu preço unitário pela quantidade efetivamente executada. Para efeito de elaboração de orçamento de obras, estes quantitativos de serviços devem ser levantados se possível nos respectivos Projetos Finais de Engenharia que, em geral, contém as quantidades, que devem, provavelmente estarem reunidas num só local, evitando que o Engenheiro de Custos tenha o trabalho de buscá-los nas diversas seções de um projeto, porém esta facilidade nem sempre estará disponível, exigindo do engenheiro maiores esforços no levantamento de quantidades. 7.6 - PREÇO TOTAL DA OBRA Terminadas todas as etapas precedentes, o Preço Total da Obra será obtido pelo simples somatório do valor de todos os serviços necessários à sua execução integral. Este preço pode ser apresentado em diferentes níveis de agregação, explicitando subtotais referentes aos itens do orçamento, em grau de detalhamento conveniente ao fim a que este se destina. 7.7 - PLANILHA EXTRATORA DE DADOS DO VOLARE O Sistema Informatizado Volare é provido de recursos que permitem extrair planilhas de preços unitários de serviços e insumos de seu Banco de Dados em “html” e também em “xls”, permitindo-se realizar as formatações e modulações necessárias para apresentação dos Orçamentos de Obras Públicas.

Manual de Custos Para Obras Públicas

Volume I - 8ª Edição – Abril/2012

43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Diretoria Geral. Manual de custos rodoviários. 3. ed. – Rio de Janeiro, 2003. 7v. DIAS, Paulo Roberto Vilela. Engenharia de Custos: metodologia de orçamentação para obras civis, 4. ed. Curitiba, PR: Copiare, 2001. MATTOS, Aldo Dórea. Como preparar orçamentos de obras: dicas para orçamentistas, estudos de caso. 1. ed. São Paulo: Pini, 2006. TISAKA, Maçahico. Orçamento na construção civil: consultoria, projeto e execução: Pini, 2006.