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 Mais um Lançamento FileWarez - Upado por MuriloBauer Índice INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE ......................................................5 AS DIFERENTES FORMAS D A CONTABILIDADE ......................................................5 O PAT RI NIO ................................................................9 NOÇÃO E ELEMENTOS CONSTITUTIVOS................................................................9 INVENTÁRIO E BALANÇO................................................18 O INVENTÁRIO: NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO.........................................................18 BA LA O...................................................................... 21 NOÇÃO E CLASSIFICAÇÕES ...........................................................................21 A CONTA........................................................................27 NOÇÃO, PARTES CONSTRUTIVAS  E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA.....................................27 R EPRESENTAÇÃO GRÁFICA...........................................................................29 DIS POSI TIV OS DA CONT A................................................................ 31 CLASSIFI CAÇÃ O E CARACTE RIZA ÇÃO DAS CONTAS........ .36 C LASSIFICAÇÃO.......................................................................................36 C ARACTERIZAÇÃO DE  ALGUMAS  CONTAS............................................................38 MÉTODOS DE R EGISTO C ONTABILÍSTICO..........................................................42 MÉT ODO S DE REGISTO CONTA BILÍ STICO........................ 43 MÉTODO D IGRÁFICO:...............................................................................43 LANÇAMENTOS..............................................................46 NOÇÃO...............................................................................................46 D OCUMENTOS .......................................................................................46 L IVROS ..............................................................................................46 ESPÉCIES DE  LANÇAMENTOS.........................................................................50 DIÁRIO E RAZÃO...........................................................55 ESCRITURAÇÃO.......................................................................................55 ESTORNOS NO DIÁR IO.....................................................................62 ESTORNOS NO R AZÃO...............................................................................66 BAL ANCETES E BAL ANÇOS..............................................67 SISTEMAS CONTABILÍSTICOS.........................................71 SISTEMAS DE CONTAS...............................................................................71 SISTEMAS DE COORDENAÇÃO.......................................................................72 SISTEMA C LÁSSICO..................................................................................72 Manual de Cur so 3

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Mais um Lançamento FileWarez - Upado por MuriloBauer

Índice

INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE......................................................5AS DIFERENTES FORMAS DA CONTABILIDADE......................................................5

O PATRIMÓNIO................................................................9NOÇÃO E ELEMENTOS CONSTITUTIVOS................................................................9

INVENTÁRIO E BALANÇO................................................18O INVENTÁRIO: NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO.........................................................18

BALANÇO......................................................................21NOÇÃO E CLASSIFICAÇÕES...........................................................................21

A CONTA........................................................................27NOÇÃO, PARTES CONSTRUTIVAS E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA.....................................27R EPRESENTAÇÃO GRÁFICA...........................................................................29DISPOSITIVOS DA CONTA................................................................31

CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS CONTAS.........36CLASSIFICAÇÃO.......................................................................................36CARACTERIZAÇÃO DE ALGUMAS CONTAS............................................................38MÉTODOS DE R EGISTO CONTABILÍSTICO..........................................................42

MÉTODOS DE REGISTO CONTABILÍSTICO........................43MÉTODO DIGRÁFICO:...............................................................................43

LANÇAMENTOS..............................................................46NOÇÃO...............................................................................................46DOCUMENTOS .......................................................................................46LIVROS ..............................................................................................46

ESPÉCIES DE LANÇAMENTOS.........................................................................50DIÁRIO E RAZÃO...........................................................55ESCRITURAÇÃO.......................................................................................55ESTORNOS NO DIÁRIO.....................................................................62ESTORNOS NO R AZÃO...............................................................................66

BALANCETES E BALANÇOS..............................................67

SISTEMAS CONTABILÍSTICOS.........................................71

SISTEMAS DE CONTAS...............................................................................71SISTEMAS DE COORDENAÇÃO.......................................................................72SISTEMA CLÁSSICO..................................................................................72

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CONTABILIDADE

ESQUEMA DO SISTEMA CLÁSSICO...................................73

ESQUEMA DO SISTEMA DIÁRIO-RAZÃO...........................74

SISTEMA CENTRALIZADOR ...........................................................................74NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA O POC........................75INTRODUÇÃO...................................................................................75

VANTAGENS DA NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA.........76

A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM PORTUGAL........78

O PLANO OFICIAL DE CONTABILIDADE...........................82NOTA PRÉVIA........................................................................................82INTRODUÇÃO.........................................................................................84FUNCIONAMENTO E LIGAÇÃO DO QUADRO DE CONTAS.............................................85CÓDIGO DAS CONTAS................................................................................86QUADRO DE CONTAS........................................................................90

4 Manual de Curso

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INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE

CONTABILIDADEORÇAMENTAL

CONTABILIDADEANALÍTICA

CONTABILIDADEGERAL

Os sistemascontabilísticos dizem

respeitoa ................µµ µµ

...Todos osresponsáveis e àadministração.....

...Todos osresponsáveis.....

...Às administraçõese a título deinformaçãoAo pessoal

Aos proprietáriosA tesouraria

OBJECTIVOS :Montante e origem do resultado

Justeza das decisões

Posições perante terceiros

Evolução do património

AS DIFERENTES FORMAS DA CONTABILIDADE

A CONTABILIDADE NAS SUAS DIVERSAS FORMAS, PERMITE QUE O GESTOR:

• Conheça o montante e a origem dos resultados, passados e futuros.

• Verifique a justeza das decisões tomadas ou a tomar (é de facto uminstrumento de gestão e previsão).

• Conheça a posição da empresa perante todos os terceiros, isto é,conheça sempre e mesmo antecipadamente a quem é que a empresadeve dinheiro e quem lho deve a ela.

• Controle a evolução patrimonial da empresa.

A CONTABILIDADE GERAL, PERMITE, EM RELAÇÃO AO CONJUNTO DA EMPRESA:

• Constatar os encargos e os proveitos por natureza, isto é, os fluxos deconsumo e produção.

• Fazer surgir os resultados de um dado período, isto é, a variaçãopatrimonial devida à actividade da empresa.

• Fazer periodicamente o ponto de situação dos bens e das dívidas daempresa, isto é, indicar e quantificar a situação patrimonial.

Manual de Curso 5

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CONTABILIDADE

A CONTABILIDADE GERAL regista os fluxos externos.

A CONTABILIDADE ANALÍTICA tem como objectivo indicar os custos por centro deactividade, por sector ou actividade, por produto ou por mercado. É a contabilidade dopassado / presente. Regista os fluxos internos e descreve o processo de transformação dosbens e serviços desde a sua entrada até à sua saída da empresa.

A CONTABILIDADE ORÇAMENTAL  OU PREVISIONAL, consiste na organização equalificação das previsões efectuadas pelos centros de responsabilidade, isto é, pelosdiferentes directores de serviço da empresa, a partir de determinados objectivos. O conjuntodestas previsões, depois de agrupados e coordenados ao nível da empresa, permite aelaboração dos diversos orçamentos (vendas, aprovisionamentos, tesouraria, etc.) E o doorçamento geral.

A exploração da contabilidade analítica permite analisar os resultados e especificar asorigens do resultado global que a contabilidade geral indica.

As comparações entre os valores indicados na contabilidade orçamental e os dacontabilidade analítica permitem analisar os desvios entre as previsões e as realizações.

Uma das funções do serviço de controlo orçamental, entre muitas outras, consiste emanalisar, com e para os responsáveis, os desvios, utilizando as informações contidas nosdiferentes sistemas contabilísticos.

O CONTABILISTA classifica e regista as informações quantificadas o seu papel é

aparentemente passivo. Está vinculado a um rigoroso formalismo. Está condenado a umaprecisão absoluta de valores. É ele o guardião da lei exterior representado pelo p.o.c., e dasleis internas, representadas pelos regulamentos e normas. O contabilista é imparcial edeveria ser independente, no sentido jurídico do termo.

O GESTOR  explora e interpreta as informações quantificadas que o contabilista lhetransmite. Deve, o mais rapidamente possível, trabalhar essas informações a fim de auxiliaros responsáveis pela empresa a dividir as acções correctas e as modificações nos objectivosou no orçamento. Para ele, são mais importante a rapidez e a qualidade da informação doque a precisão dos valores. Além disso é frequente o gestor quem põe em execução osregulamentos e normas internas e elabora as especificações necessárias para a definição

dos termos próprios da empresa.

O AUDITOR  verifica a coerência e a correcta aplicação dos regulamentos, quer internosquer externos, definidos pela lei ou pelos gestores, no sentido amplo do termo. Por outrolado, certifica-se da qualidade e do significado das informações fornecidas pelos diferentesserviços e unidades da empresa. O auditor deve estar directamente em ligação com aadministração. Ele dispõe de um amplo poder de investigação e a sua independência devepermitir-lhe propor múltiplas reformas em todos os domínios.

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CONSIDERAÇÕES GERAIS

As empresas, células base da actividade económica, são vulgarmente entendidascomo conjuntos organizados de meios materiais e humanos, viradas para a produçãode bens e serviços.Constituídas sem horizonte temporal definido, têm contudo à semelhança das demaisorganizações, um ciclo de vida, limitado, o qual, pode ser dividido nas três fasesseguintes:

- INSTITUCIONAL, em que se decide da sua criação, através da obtenção ecombinação dos recursos necessários para a sua entrada em funcionamento.

- FUNCIONAMENTO, ou execução, na qual se desenvolve todo o processo detransformação, ou seja, o da produção de bens e serviços, com vista à obtenção decertos resultados.

- LIQUIDAÇÃO, na qual se procede à extinção da empresa

SENDO a fase de execução a de mais longa duração, e tendo em conta anecessidade de se obter informações regulares sobre o andamento dos negócio,houve necessidade de a dividir em intervalos de tempo, no fim dos quais se apuramos resultados, se elabora o balanço, se discute a actuação da direcção, se aprovam ascontas. A cada um desses períodos coincidentes com os anos civis, designa-se porperíodo administrativo.

A parte da gestão correspondente a cada período administrativo, denomina-seexercício económico.

PERÍODO ADMINISTRATIVO µµµµµµµµµµEXERCÍCIO ECONÓMICO

ACTIVIDADES ECONÓMICAS INTERIOR / EXTERIOR Estas relações traduzem-se por fluxos de bens e serviços, aos quais correspondemsempre fluxos monetários de sentido inverso.

Três ópticas distintas podem ser evidenciadas:

- A primeira óptica é a financeira e diz respeito ao endividamento da empresaperante o exterior. Está directamente relacionada com a remuneração dosfactores e dos bens e serviços vendidos. Nesta óptica podemos distinguir: asdespesas, que correspondem à remuneração dos factores produtivos e asreceitas, que correspondem à remuneração das vendas efectuadas e/ou dosserviços prestados. Em suma, despesas e receitas, dizem respeito a factos queoriginando, as primeiras obrigações a pagar e as segundas direitos a receber, irãoprovocar, respectivamente, saídas e entradas de valores monetários para aempresa.

- A segunda óptica é a económica ou produtiva, e anda ligada à transformaçãoe incorporação dos diversos materiais, mão-de-obra, até se atingir o produto final.Os valores incorporados e gastos na produção designam-se custos. Por sua vez,os produtos acabados de fabricar e aptos para a venda designam-se proveitos.

Manual de Curso 7

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CONTABILIDADE

Em síntese, a empresa ao consumir bens e serviços tem custos; ao produzi-los,tem proveitos.

- Por último, a terceira óptica é a de tesouraria (ou de caixa) e corresponde àsentradas e saídas monetárias da empresa. Nesta óptica, podemos distinguir osrecebimentos, que correspondem à entrada de valores monetários para aempresa, e os pagamentos, que dizem respeito às saídas de valores monetários.

EXERCÍCIO 1

A empresa y adquiriu, em 5/11/n, 10 ton. de cereal ao preço de 5000$00/ton, paraproceder à sua moagem. a divida resultante desta aquisição seria paga em 15/12/n.durante o mês de novembro efectuou a moagem de apenas 2 ton., sendo a farinharesultante desta moagem (1,500kg) vendida a 10$00/kg, em 3/1/n+1, recebendo-seo valor desta venda em 10/1/n+1.

INDICAR OS FLUXOS EXISTENTES ?

RESOLUÇÃO:

5/11/n UMA DESPESA DE 50.000$0015/12/n O RESPECTIVO PAGAMENTO11/n OS CUSTOS (EM CEREAL) FORAM DE 10.000$0011/n SENDO OS PROVEITOS DE 15.000$003/1/n+1 VERIFICOU-SE A RECEITA DE 15.000$00

10/1/n+1 O RESPECTIVO RECEBIMENTO DE 15.000$00

NOÇÃO:

Compras + Despesa decompras

= Custo das mercadorias compradas

Custo dasmercadorias

compradas

+ Stock inicial - Stock final =Custo das

mercadorias

vendidas

Vendas-

Custo das mercadoriasvendidas

= Lucro bruto sobre as vendas ouMargem Bruta

Margem bruta-

Despesas devenda

= Lucro comercial ou MargemLiquida

Margem liquida - Despesasadministrativas e

financeiras

= Lucro liquida antes deimpostos

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Lucro liquida antesde impostos -

Imposto sobre os lucros = Lucro liquida doexercício

O PATRIMÓNIO

NOÇÃO E ELEMENTOS CONSTITUTIVOS

Toda a unidade económica para exercer a sua actividade, necessita de um certo conjuntode valores, ou seja, de máquinas, edifícios, mercadorias, dinheiro, ferramentas e outros.Digamos que ao exercício de qualquer actividade estão sempre alienados valores que sãopertença de alguém. Do ponto de vista jurídico, os valores utilizados por cada unidadeeconómica são de sua pertença ainda que, normalmente, os seus direitos não incidamsobre a globalidade desses valores.

O conjunto de valores utilizados pela unidade económica no exercício da sua actividadeconstitui o património. Contudo, nem só os edifícios, numerário e equipamento utilizadosconstituem património. A empresa (ou unidade) no desenvolvimento da sua actividadeestabelece relações que originarão um conjunto de direitos e de obrigações. Assimaparecerão dívidas a receber (créditos da empresa ou débitos de terceiros) que representamvalores pertencentes à empresa; e, dívidas a pagar (débitos da empresa ou créditos deterceiros) que representam valores pertencentes a terceiros e que a empresa se obriga a

pagar. Tanto as dívidas a receber como as dívidas a pagar, são consideradas valoresintegrantes do património.

Podemos designar por património, o conjunto de valores sujeito a uma gestão e afectos aum determinado fim(1). O património de um comerciante, (2) é o conjunto de valoresutilizados por esse comerciante na sua actividade comercial. Contudo, os valorespertencentes a esse comerciante mas não afectos aquela actividade (ex. os utensíliosdomésticos) não devem ser considerados seu património comercial. Serão seupatrimónio, não como comerciante, mas sim como pessoa jurídica (privado) que é.Cada componente de um dado património (ex: as mercadorias, um edifício, uma viatura,etc.), denomina-se de elemento patrimonial.

Como o património é um conjunto de elementos heterogéneos, existe, a necessidade detransformar ou referir esses elementos numa mesma unidade. É assim que todos eles vêmreferidos a escudos/euros. Têm , pois, um carácter pecuniário visto todos serem susceptíveisde representação monetária. São valores.

No património podemos distinguir duas classes de elementos patrimoniais distintos: por umlado, os elementos que representam aquilo que se possui ou se tem a receber; por outrolado, aqueles que representam aquilo que se tem a pagar.À primeira classe, ou seja, ao conjunto dos valores que se possui e se tem a receber,designa-se por ACTIVO; à segunda classe, ou seja, ao conjunto de valores a pagar ,designa-se PASSIVO.

Prof. Gonçalves da Silva - Contabilidade Geral, Vol. 1.

Manual de Curso 9

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CONTABILIDADE

Segundo o Código Comercial são comerciantes - «1º As pessoas, que tendo capacidadepara praticar actos de comércio, fazem desta profissão; 2º As sociedades comerciais» (art.13º.).

10 Manual de Curso

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APLICAÇÃO 2

Património de Y

ACTIVO

Numerário(dinheiro)

............................................ 20 000$00

Edifício ............................................280 000$00Viatura ............................................120 000$00Dívidas a receber ............................................ 80 000$00

500 000$00

PASSIVO

Dívidas a pagar(fornecedores)

............................ 30 000$00

Empréstimo bancário ............................ 70 000$00

100 000$00

Num património há a considerar dois aspectos distintos:

- A sua composição- O seu valor

Quanto à composição, o património engloba um conjunto de elementos heterogéneos(elementos patrimoniais) com um determinado valor, como sejam as mercadorias ,numerário, edifícios, etc. A composição do património diz respeito à natureza dos elementospatrimoniais e à sua extensão, ou seja, à proporção em que eles se encontram. Acomposição de patrimónios será tão distinta quanto:

- os elementos de cada um forem diferentes;

- tiverem os mesmos elementos mas com extensão(valor) diferente;

- tiverem elementos e seu valor diferentes.

Entende-se por valor do património «a quantia que seria preciso dar para obter, istoé, para receber em troca todo o activo, ficando ao mesmo tempo com o encargo depagar todo o passivo».

Sendo o activo um conjunto de valores positivos e o passivo um conjunto de valoresnegativos, o valor do património corresponde à soma algébrica das duas classes de

elementos.

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CONTABILIDADE

Em relação ao exemplo anterior, teríamos:

Activo ................................................... 500 contosPassivo ................................................... - 100 contos

Valor do património de Y.................................. 400 contos

A expressão numérica do valor património, chama-se Situação Líquida, Capital Próprio, ouPatrimónio Líquido. Serão então:

Activo......................................................... 500 contosPassivo........................................................ 100 contosSituação Líquida.......................................... 400 contos

Sendo a situação líquida dada pela diferença entre o activo e o passivo e vistas que foramas noções destes últimos, facilmente se depreende que ela representa o conjunto de valoresque pertencem efectivamente ao proprietário da empresa, ou seja, representa os direitosdeste último sobre as propriedades da mesma. Em termos monetários, a situação líquida oucapital próprio de um dado momento, representa o valor que o proprietário da empresa teriadireito a receber se cessasse a sua actividade, liquidando o património (do ponto de vistacontabilístico), nesse momento.

Três casos podem ocorrer em dada situação patrimonial:

O activo é superior ao passivo, havendo um excesso de valores sobre os passivos. Nestecaso a situação líquida diz-se ACTIVA. É o mais frequente e representa o capital próprio.Esquematicamente:

A > P S. L. Activa; ou seja A= P + S. L. Activa ( ver exemplo anterior )

O activo e o passivo são iguais, não havendo, neste caso situação líquida, ou seja, ela énula:

A = P S. L. Nula; ou seja, A = P

Por último, o activo pode ser inferior ao passivo. Neste caso existe um excesso de valorespassivos sobre os activos ( deve-se mais do que se possui e se tem a receber ). Logo, asituação líquida diz-se Passiva e é considerada negativa.

A < P S. L. Passiva; ou seja, A + S. L. Passiva = P ou: A = P S. L. Passiva

O património de qualquer unidade económica encontra-se necessariamente numa das trêssituações citadas. De todas elas o 2.º caso é o mais difícil ocorrência, visto sóexcepcionalmente coincidirem os valores de ambas as rubricas.

Equação Fundamental da Contabilidade

Consideremos a seguinte transacção: aquisição de uma viatura 200 000$00. Esta operação

deve ser escriturada nos registos contabilísticos do comprador por aquele valor. Pode aviatura em questão ter sido avaliada por outro valor, podem ter oferecido ao comprador nodia da compra um valor superior a 200 000$00. Tudo isto, do ponto de vista contabilístico

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não tem interesse, visto existir na contabilidade um principio básico que determina o seuregisto pelo preço de aquisição.

Quando o comprador adquiriu a viatura, obteve a propriedade da mesma. A troca ( comprae venda ) implicou a transferência da propriedade da « coisa » transaccionada. A estapropriedade é atribuído um certo valor, normalmente expresso em escudos, sobre o qualincidem direitos do mesmo valor. Pode dizer-se que o valor de uma propriedade é igual aovalor dos direitos que tem o seu proprietário. Esquematicamente:

Valor das propriedades = Valor dos direitos sobre estas propriedades

Se uma empresa é propriedade de uma só pessoa, então os direitos sobre as propriedadesda empresa coincidem com os do próprio proprietário. Consideremos que, no nossoexemplo, o comprador paga integralmente, com valores patrimoniais próprios, a viatura.Teremos então:

Valor da viatura ( propriedade ) = Valor dos direitos do proprietário( 200 000$00 ) ( 200 000$00 )

Como a viatura é um valor activo, será:

ACTIVO = CAPITAL PRÓPRIO ( S. L. Activa ) Neste exemplo o passivo é nulo.

Mas consideremos agora que o comprador contrai um empréstimo de 80c para aquisição daviatura. Neste caso será:

Valor da viatura = Valor dos direitos dos terceiros + Valor dos direitos do proprietário200 000$00 = 80 000$00 + 120 000$00

Como os direitos de terceiros representam dívidas a pagar, isto é, valores passivos, teremos:

Valor da viatura = Direitos de terceiros s/ a viatura + Direitos do Propriét. s/ a viaturaACTIVO = PASSIVO + CAP. PRÓPRIO ou SLA

O Activo pode designar-se por Capital Total ou Financeiro, ou seja, é o montante de valoresutilizados pela empresa no desempenho da sua actividade.O Passivo é o Capital Alheio, ou seja, o conjunto de valores utilizados pela empresa mas quenão são de sua pertença. São os valores sobre que incidem direitos de terceiros.

A situação Líquida é o Capital Próprio, ou seja, representa o montante de recursos postos àdisposição da empresa pelos seus proprietários. Representa valores sobre os quais incidemdireitos do proprietário.Como se sabe, devido ao uso, as viaturas estão sujeitas a quebras de valor. Imagine-seentão que a referida viatura, dado o seu desgaste, sofreu uma redução de valor de por.Exemplo 40 contos.

Após este facto, teremos:

Valor actual + Quebra Verificada = Valor dos direitos + Valor dos direitos doda viatura de terceiros do proprietário

160 000$00 + 40 000$00 = 80 000$00 + 120 000$00

Ora sabe-se que a quebra ocorrida constitui um prejuízo ou perda, ou ainda e que é omesmo, uma situação líquida passiva ( negativa ).Virá então:

Manual de Curso 13

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CONTABILIDADE

Valor actual + Quebra verificada = Direitos de terceiros + Direitos do proprietárioda viatura s/ a viatura s/ a viatura

ACTIVO + S. L. PASSIVA = PASSIVO + S. L. ACTIVA

Esta expressão corresponde à Equação Fundamental da Contabilidade, que temos vindoa estudar e que será, então:

ACTIVO + S. L. PASSIVA = PASSIVO + S. L. ACTIVA

ou ainda

ACTIVO = PASSIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA ACTIVA- SITUAÇÃO LÍQUIDA PASSIVA

Esta equação constitui o cerne de todo o trabalho contabilístico baseando-se nela o princípioda partidas dobradas que adiante estudaremos.

APLICAÇÃO 3Património de Z

Activo ………………………………………… 1 600cPassivo ………………………………………… 400c

Com base nestes valores se determina que:

Situação líquida = Activo - Passivo = 1 200c

A equação verifica-se visto:

Activo ( 1 600c ) = Passivo ( 400c ) + S. Líq. Activa ( 1 200c )

Vimos atrás que o Activo representa o capital total ou financeiro, o passivo o capital alheio ea situação líquida o capital próprio. Diremos, no exemplo citado que «Z» dispõe na suaactividade de recursos no valor de 1 600 contos, os quais foram obtidos da seguinte forma:400 contos de terceiros por meio de créditos e 1 200 do próprio.

Isto possibilita-nos uma outra reflexão. De um lado, o Activo ( e situação líquida passiva )representa as aplicações dadas aos capitais. Por outro lado o Passivo e a situação LíquidaActiva, as origens desses mesmos capitais. Em síntese: o primeiro membro da equação

fundamental representa as aplicações de capitais, enquanto que o segundo membrorepresenta a sua origem. O Passivo representa uma origem alheia, ou seja, capitaisutilizados pela empresa mas propriedade de terceiros A. S. L. Activa representa uma origemprópria.

Os factos patrimoniais, alterando o património, afectam necessariamente os elementos daequação fundamental. Contudo, não podem alterar a igualdade da referida equação.Qualquer que seja o facto patrimonial, a igualdade mantém-se sempre, porquanto paracada aplicação de fundos, terá que haver a correspondente origem.

Vejamos, por meio de um exemplo, a forma como se verifica, por um lado a alteração doselementos patrimoniais, e por outro, a manutenção da igualdade referida.

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APLICAÇÃO 4

Suponhamos que o comerciante K inicia a sua actividade, com um capital de 1 000contos ( representado em dinheiro ), dedicando-se à comercialização de produtoselectrónicos.

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CONTABILIDADE

Os valores iniciais seriam representados por:

ACTIVO CAPITAL PRÓPRIOCaixa ………………… 1 000 000$ Capital ………………… 1 000 000$

Após estar constituído efectuou as seguintes operações:

1) Compra de mobiliário para montagem do estabelecimento: 100 contos.Esta operação vai originar:

- saída de caixa do valor da aquisição ( 100 contos )- criação de um novo valor activo - mobiliário diverso, que representa um elemento em quefoi aplicado capital

2) Compra a crédito de 10 máquinas calculadoras ao preço unitário de 6 contos,uma dasquais ficará ao serviço da empresa.Serão movimentadas:

- mercadorias, pela entrada de 9 máquinas calculadoras, com as quais fará comércio ( 9 x 6000$00 = 54 000$00 );- equipamento, pela aquisição de uma máquina para uso do comerciante( 6 000$00 )

Estes elementos são ambos activos, visto representarem valores que passaram apertencer ao comerciante.

- fornecedores será criada no passivo, visto que esta operação originou uma divida docomerciante. A dívida a pagar corresponde à globalidade da compra (10 x 6 000$00 = 60

000$00) e representa o direito do credor em receber esta quantia dentro de certo prazo.

Venda ao Sr. F. de 2 calculadoras ao unitário de 8 000$00, pagando este 50% da compra ecomprometendo-se a entregar o restante dentro de um mês.

Esta venda vai originar:

- aumento das disponibilidades em caixa ( 8 000$00 );- aparecimento de nova rubrica no activo que representa uma dívida a receber, isto é, odireito a receber do Sr. F. em data futura 8 000$00 (clientes);- diminuição de mercadorias pelo custo das máquinas vendidas. Saem duas máquinas que

ao preço unitário de 6 000$00, totalizam a importância de12 000$00;- aparecimento de um ganho (lucro), que irá aumentar o capital próprio do comerciante ( 4000$00).

Pagou ao seu fornecedor 60% da dívida resultante da operação 2).

Neste caso, serão diminuídos, dois elementos: um do activo e outro do passivo, pelomesmo valor.

- diminui caixa, visto haver uma saída de dinheiro ( 36 000$00 )- diminui fornecedores, visto ter sido paga parte da divida em questão (36 000$00 )

Pediu um empréstimo ao BPA de 200 contos, ficando esta quantia, deduzida dos juros pagosantecipadamente de 5 contos, depositada no referido Banco e á ordem do comerciante.

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Esta operação vai implicar:

- aumento do passivo, na medida em que o comerciante se obriga ao reembolso doempréstimo contraído ( 200 000$00 );- aumento do activo, pelas novas disponibilidades que ficaram depositadas à sua disposição( 195 000$00 );

- uma diminuição do capital próprio pelo juro obrigado a pagar. Recebendo apenas 195000$00 e obrigando-se a pagar 200000$00 o comerciante vê o seu capital suportar adiferença entre o recebido e o valor a pagar.

Analise-se em pormenor o quadro apresentado, onde são registadas as operaçõesdescritas, com base na equação fundamental da contabilidade.

ACTIVO = PASSIVO + S.LÍQUIDA

Caixa + Mob. diverso + Mercad. + Equip. + Clientes +Dep. emBancos + = Fornec. +

Emprést.Bancário + Cap. Próprio

1 1 000 000$ - - - - - = - - 1 000 000$

- 100 000$ +100 000$ - - - - = - - -

900 000$ 100 000$ 1 000 000$

2

- - +54 000$ +6 000$ - - = +60 000$ - -

900 000$ 100 000$ 54 000$ 6 000$ 60 000$ 1 000 000$

3

+ 6 000$ - -12 000$ - +8 000$ - = - - +4 000$

906 000$ 100 000$ 42 000$ 6 000$ 8 000$ 60 000$ 1 004 000$

4

-36 000$ - - - - - = -36 000$ - -

872 000$ 100 000$ 42 000$ 6 000$ 8 000$ 24 000$ 1 004 000$

5 - - - - - +195 000$ = - +200 000$ -5 000$

872 000$ 100 000$ 42 000$ 6 000$ 8 000$ 195 000$ 24 000$ 200 000$ 999 000$

1 223 000$00 = 1 223 000$00

Como se pode verificar, a igualdade da equação fundamental da contabilidade é sempremantida. Isto é possível devido aos registos compensatórios efectuados em cada operação.Aqui aparece um novo princípio contabilístico: toda e qualquer operação dá azo ao registoem pelo menos dois elementos patrimoniais. Qualquer facto patrimonial, não altera apenaso valor de um elemento patrimonial, mas sim pelo menos de dois.O Capital Próprio ou Situação Líquida só é alterada pelos factos patrimoniaismodificativos. Estão neste caso os factos referentes ás operações (3) e (5). Os restantessão necessariamente permutivos.

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CONTABILIDADE

INVENTÁRIO E BALANÇO

O INVENTÁRIO: NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

O inventário consiste numa relação ( rol, lista ) dos elementos patrimoniais com a indicaçãodo seu valor. Proceder a inventário consiste, pois, em analisar os elementos de um dadopatrimónio, descrevê-los e atribuir-lhes um valor.No inventário devemos considerar três fases:

a) identificação, em que se verifica quais os elementos patrimoniais existentes;

b) descrição e classificação, em que os elementos serão apresentados e repartidospelas classes a que dizem respeito;

c) valorização, acto de atribuição de um valor a cada elemento patrimonial.

Quanto ao âmbito, os inventários podem classificar-se em gerais e parciais. Uminventário diz-se geral quando abarca todos os valores que constituem um dadopatrimónio; diz-se parcial quando abrange apenas alguns dos elementos patrimoniais. Noinventário geral figuram todos os elementos patrimoniais, no parcial figura apenas umaparte deles. A inventariação de mercadorias ou dos débitos de cada empresa são casosrepresentativos de inventários parciais.

Quanto à disposição dos elementos patrimoniais, podem considerar-se dois casos distintos:

a) os elementos aparecem dispostos sem obedecer a qualquer ordem. Neste casoo inventário diz-se simples;

b) os elementos aparecem agrupados, segundo a sua natureza, característica oufunção. Se isto acontece, o inventário diz-se classificado.

Os inventários que as empresas elaboram devem ser transcritos para o livro de Inventário eBalanços que, como adiante veremos, é um dos livros obrigatórios para qualquercomerciante.

Nas Grandes empresas, devido à grande extensão dos seus elementos patrimoniais, os

inventários gerais correspondem à reunião de vários inventários parciais que serãoelaborados em folhas próprias e em separado.

APLICAÇÃO 5

Como exemplo de aplicação apresentaremos um caso de inventário simples e de inventárioclassificado, referente a um mesmo património.

a) Inventário simples: 

Inventário do comerciante K, em 1/10/n

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ACTIVO

Dinheiro em caixa …………………………… 50 000$002 Máquinas de escrever …………………………… 6 000$004 Máquinas calculadoras …………………………… 30 000$001 Edifício na rua H …………………………… 400 000$001 Frigorífico …………………………… 25 000$00Conjunto de estantes …………………………… 40 000$001 Máquina registadora …………………………… 12 000$001 Viatura …………………………… 120 000$00Dívidas de:M. Castro …………………………… 3 000$00F. Santos …………………………… 15 000$00Saques n.º6 s/ B. Carvalho …………………………… 17 000$00

7 s/ C. Matos …………………………… 13 000$002 Secretárias …………………………… 12 000$004 Cadeiras …………………………… 1 000$00Depósitos no BPA …………………………… 145 000$002 Sofás …………………………… 8 000$00Papel, tinta, material diverso …………………………… 3 000$00Total do activo …………………………… 900 000$00

PASSIVODívidas a:H. Fagundes ………………………… 16 000$00S. Antunes ………………………… 9 000$00

Aceites n.º11, saque de J. Fernandes …………………………… 18 000$0012, saque de M. Pereira …………………………… 12 000$00Dívida à Papelaria Progresso …………………………… 10 000$00Emprést. Contraído no BPA …………………………… 150 000$00Total do passivo

b) Inventário classificado

ACTIVO

…………………………… 215 000$00

DisponívelDinheiro em caixa ……………… 50 000$00Depósito no BPA ……………… 145 000$00 195 000$00ClientesM. Castro ……………… 3 000$00F. Santos ……………… 15 000$00 18 000$00Letras a receber

Saque nº6 s/ B.Carvalho ……………… 17 000$00

Saque nº7 s/ C. Matos ……………… 13 000$00 30 000$00Equip. de escritório

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CONTABILIDADE

1 Máquina registadora ……………… 12 000$001 Frigorífico ……………… 25 000$00Conj. De estantes ……………… 40 000$002 Secretárias ……………… 12 000$00

4 Cadeiras ……………… 1 000$002 Sofás ……………… 8 000$00 98 000$00Material DiversoPapel, tinta, m. diverso ……………… 3 000$00Imobilizados1 Edifício na rua H ……………… 400 000$001 Viatura ……………… 120 000$00 520 000$Mercadorias2 Máquinas de escrever ……………… 6 000$004 Máquinas calculadoras ……………… 30 000$00 36 000$00Total do activo ……………… ……………… 900 000$00

PASSIVOLetras a pagarAceite nº11, saque de J.Fernandes

……………… 18 000$00

Aceite nº12, saque de M. Pereira ……………… 12 000$00 30 000$00FornecedoresH. Fagundes ……………… 16 000$00S. Antunes ……………… 9 000$00Papelaria Progresso ……………… 10 000$00 35 000$00Empréstimos Bancários

Empréstimo do BPA ……………… 150 000$00215 000$00

Nota: Inventariar um património não é um trabalho tão fácil quanto parece à primeira vista. Há casos em quese poderão ( e deverão ) incluir valores ainda não registados e excluir outros que embora existindo jánão pertencem à empresa. Como exemplo, podemos referir que ao proceder-se a um inventário, osbens já adquiridos, mas que ainda não entraram na empresa, devem ser considerados, o mesmo nãoacontecendo àqueles que já tenham sido vendidos mas que ainda não saíram.

Os inventários efectuados periodicamente, denominam-se ordinários. Por sua vez, são denominadosinventários extraordinários aqueles que são elaborados em consequência de condições excepcionais. Osprimeiros são regulares e previsíveis; os segundos são excepcionais e, consequentemente, imprevisíveis.

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BALANÇO

NOÇÃO E CLASSIFICAÇÕES

Elaborado o inventário geral torna-se necessário comparar o activo com o passivo paraconhecer o valor e natureza da situação líquida. Esta comparação, constitui o balanço.Assim, enquanto que o inventário constitui apenas um arrolamento (listagem) dos valoresactivos e passivos, o balanço, por sua vez leva a cabo a comparação (balanceamento) entreaquelas classes de valores. São estes aspectos que marcam a sua diferença. Acrescentandoa situação líquida ao quadro do inventário, o balanço constitui o mapa da situaçãopatrimonial da empresa num determinado momento.

Segundo Dumarchey « o balanço é, pois, a expressão da relação existente entre o activo, opassivo e a situação líquida ».Em pontos precedentes vimos que a situação patrimonial de qualquer empresa obedecesempre à fórmula:

ACTIVO + S. L. PASSIVA = PASSIVO + S. L. ACTIVA

ou

ACTIVO = PASSIVO + S. L. ACTIVA - S. L. PASSIVA

Sendo o balanço constituído por dois membros, o primeiro membro engloba o primeiroconjunto de valores: Activo e Situação Líquida Passiva (ou apenas o Activo se esta última forincluída no segundo membro com sinal negativo); por sua vez, o Passivo e a SituaçãoLíquida Activa constituem o segundo membro do balanço.Como aparece representado um balanço e, consequentemente, seus membros ?Na prática existem dois tipos de representação:

representação horizontal, em que o primeiro membro aparece do lado esquerdo, segundo aordem: Activo; Situação Líquida Passiva. O segundo membro vem do lado direito, sendo aordem: Situação Líquida Activa ou a inversa.representação vertical em que o segundo membro vem imediatamente abaixo do primeiro,mantendo-se a ordem indicada em i) dentro de cada membro.

APLICAÇÃO 6

O património de F é constituído por:

Valores activos ........................................... 1 820 contosValores passivos ........................................... 780 contos

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CONTABILIDADE

Disposição Horizontal

  BALANÇOActivo ..................... 1 820 c Passivo ........................... 780 c

S.L.Activa ........................... 1 040 c1 820 c 1 820 c

 Disposição vertical

  BALANÇO

Activo ............................................ 1 820 cPassivo ............................................ 780 cS.L.Activa............................................ 1 040 c

1 820 c

É claro que se torna desnecessário referir que os membros de qualquer balanço são semprede igual valor. O primeiro membro nunca pode ser superior ao segundo e vice-versa, face aoexposto sobre a equação fundamental.

Na composição destes membros, três casos se podem verificar:

A) Activo > Passivoentão:

Activo = Passivo + S. L. Activa

Exemplo: BALANÇOActivo ..................... 1 000 c Passivo ..................... 600 c

S.L.Activa ..................... 400 c1 000 c 1 000 c

Activo = Passivo

BALANÇOActivo .................... 700 c Passivo .....................

.700 c

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C) Activo < Passivodonde

Activo + S. L. Passiva = Passivoou

Activo = Passivo - S. L. Passiva

Exemplo: BALANÇOActivo .................. 800 c Passivo .................... 950 cS.L.Passiva .................. 150 c

950 c 950 c

Ou ainda

  BALANÇO

Activo ............... 800 c Passivo .........................

950 c

S.L.Passiva .........................

-150 c

800 c 800 c

Esta terceira situação é, sem margem para dúvidas, francamente desfavorável na medidaem que as dúvidas a pagar superam o montante do activo. Ou seja, deve-se mais do que sepossui e se tem a receber.

O balanço poderá ainda ser sintético ou analítico.

Será tanto mais analítico quanto maior for a sua pormenorização, isto é, quanto maisdiscriminados forem os valores activos e passivos. Por sua vez, o balanço sintético é aqueleem que o grau de pormenorização é mínimo. O mais sintético dos balanços é aquele que nosdá apenas a conhecer os valores totais do activo, passivo e situação líquida.

Tal como se viu para o inventário, o balanço também pode ser, ou não, classificado. Seráclassificado quando os elementos que o compõem são dispostos e ordenados segundo umacerta ordem, dependente das suas características, natureza ou função. Na prática osbalanços são classificados.

A ordenação das rubricas do balanço está normalmente associada a critérios pré-definidos.Para o 1º membro, ou seja, para o Activo o critério é o da liquidez crescente ou decrescente.Para o 2º membro, os valores do Activo são ordenados pelo critério da exigibilidade,crescente ou decrescente e os da Situação Líquida ou Capital Próprio, pela formação históricados respectivos valores.

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CONTABILIDADE

APLICAÇÃO 7

Consideremos o inventário de K, apresentado na aplicação 6.

Balanço Sintético

BALANÇO 1 / 10 /nActivo ..................

..900 000$ Passivo ..................

.215 000$

S. L. Activa ...................

685 000$

900 000$ 900 000$

Balanço AnalíticoBALANÇO 1 / 10 /nACTIVO PASSIVODisponível ............. Dívidas a pagar ............Caixa ............. 50 000$ Fornecedores ............ 35 000$Dep. Embancos

............ 145 000$ 195 000$ L. Pagar ............ 30 000$

Dívidas areceber

............. Empréstimos ............ 150 000$ 215 000$

Clientes ............. 18 000$ Total passivo ............ 215 000$L. Rec. ............. 30 000$ 48 000$ SIT. LÍQUIDAExistências ............. Capital ............. ............ 685 000$Mercadorias ............. 36 000$Imobilizado .............M. Administ. ............. 101 000$Imóveis ............. 520 000$ 621 000$

900 000$ 900 000$

É evidente que estes balanços também poderão ser representados sob a forma vertical.Utilizamos a horizontal por ser a mais corrente.

Sendo o balanço um mapa de origens ( segundo membro ) e de aplicações de fundos( primeiro membro ), facilmente se depreende que ele está, sujeito a constantes mutações.Aliás, um balanço constitui uma fotografia da situação patrimonial da empresa, na medidaem que dá esta última num dado momento. Estas mutações são motivadas pela própriaactividade da empresa, pois ela submete a uma constante alteração os seus elementospatrimoniais.

Usualmente o balanço é só elaborado com uma certa periodicidade em geral um ano. Ora,estando o património em contínua transformação ( alteração ), o balanço apenas nos dá aconhecer os valores nas datas da sua elaboração; daí que, um só balanço corresponde auma situação estática, enquanto que a comparação de balanços sucessivos representauma situação dinâmica, porquanto vai dando a conhecer a evolução patrimonial daempresa.

No início de um exercício económico haverá um balanço inicial com a correspondentesituação líquida; ao fim daquele corresponderá um balanço final e a consequente situaçãolíquida final.

A situação final ( a que corresponde ao balanço de fim de exercício ) não é senão a situaçãolíquida inicial ( corresponde ao balanço inicial ) alterará pelos lucros ou prejuízos doexercício. Esses lucros e/ou prejuízos acumulados durante vários exercícios económicos,constituem com a situação líquida inicial a denominada situação líquida adquirida.

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Teremos:

+ LucrosS. L. Final = S. L. Inicial

- Prejuízos

Saliente-se que quaisquer que sejam os tipos de operação efectuados pela empresa duranteo exercício económico, a igualdade entre os membros do balanço não será desfeita, como foireferenciado na equação fundamental.

APLICAÇÃO 8

A) M. Gomes apresentava, em 1/11, o balanço indicado na página seguinte.No dia 3 de Novembro realiza a seguinte operação:venda a pronto pagamento mercadorias por 5 000$00, que lhe haviam custado 3 500 $00.

Pretende-se o balanço de M. Gomes, após o registo desta operação.

BALANÇO em 1/111º membro 2º membroCaixa .......... 15 000$00 fornecedores .......... 30 000$00Depósitos ordem .......... 25 000$00 capital .......... 60 000$00Mercadorias .......... 10 000$00Imobilizado .......... 40 000$00

90 000$00 90 000$00

após a operação:

BALANÇO em 1/111º membro 2º membrocaixa ( + 5 ) .......... 20 000$00 fornecedores .......... 30 000$00Depósitos à ordem .......... 25 000$00 capital .......... 60 000$00Mercadorias (-3,5 ) .......... 6 500$00 lucros .......... 1 500$00Imobilizado .......... 40 000$00

91 500$00 91 500$00

O lucro de 1 500$00 provém da venda de mercadorias por 5 000$00, que havia compradopor apenas 3 500$00.

No exercício n, J. Gonçalves apresentava o seguinte balanço inicial:

BALANÇO em 1/11ACTIVO PASSIVOcaixa .......... 40 000$00 fornecedores .........

.70 000$00

Depósitos à ordem .......... 120 000$00 Emp. Bancário ..........

170 000$00

Clientes .......... 60 000$00 Total do Passivo .......... 240 000$00Mercadorias .......... 80 000$00 SIT. LÍQUIDAImobiliário diverso .......... 140 000$00

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CONTABILIDADE

Imóveis .......... 400 000$00 capital ..........

600 000$00

840 000$00 840 000$00

Durante o exercício económico realizou as operações seguintes:

Comprou mercadorias por 60 000$00. 50% das quais a pagamento imediato e osrestantes 50% a crédito;

Vendeu mercadorias por 90 000$00, que lhe haviam custado 70 000$00. Recebeu60% do valor desta venda;

Pagou dívidas aos fornecedores no montante de 45 000$00

Recebeu dos seus clientes 40 000$00

Reembolsou uma fracção de 70 000$00 do empréstimo bancário, por meio detransferência bancária.

Após estas operações, os membros do balanço sofreram as seguintes alterações:

Operação 1 Mercadorias (+ 60 000$00); novo valor: = 140 000$00Caixa (- 30 000$00); novo valor: 10 000$00Fornecedores (+ 30 000$00); novo valor: 100 000$00

Operação 2 Mercadorias (- 70 000$00); novo valor: 70 000$00Caixa (+ 54 000$00); novo valor: 64 000$00Clientes (+ 36 0 000$00); novo valor: 96 000$00Lucros (+ 20 000$00); novo valor: 20 000$00

Operação 3 Caixa (- 45 000$00); novo valor: 19 000$00Fornecedores (- 45 000$00); novo valor: 55 000$00

Operação 4 Caixa (+ 40 000$00); novo valor: 59 000$00Clientes (- 40 000$00); novo valor: 56 000$00Operação 5 Dep. à ordem (- 70 000$00); novo valor: 50 000$00

Emp. Bancário (- 70 000$00); novo valor: 100 000$00

BALANÇO de J. Gonçalves em 31/12/nACTIVO PASSIVO

Caixa ......... 59 000$00 Fornecedores .......... 55 000$00Dep. à ordem ......... 50 000$00 Emp. Bancário .......... 100 000$00Clientes ......... 56 000$00 Total passivo .......... 155 000$00Mercadorias ......... 70 000$00 SIT. LÍQUIDA

Mobiliário diverso ......... 140 000$00 Capital .......... 600 000$00Imóveis ......... 400 000$00 Lucros .......... 20 000$00

775 000$00 775 000$00

Os lucros vão aumentando a S. L. Activa, por isso a sua inclusão nesta S. L., ou seja, nosegundo membro do balanço. Os prejuízos constituem S. L. Passiva, pelo que a havê-losdeverão incluir-se no primeiro membro do balanço. Segundo o plano oficial de contabilidade,os resultados deverão sempre ser incluídos no segundo membro do balanço ( situaçãolíquida ), com sinal + ( positivo), sendo lucros; com sinal - (negativo ), sendo prejuízos.

Em síntese, o balanço final é elaborado a partir do inicial, introduzindo-lhe as operaçõesrealizadas durante o exercício económico. Como a igualdade entre os dois membros ésempre mantida, podemos mais uma vez referir que num balanço ( ou situação

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patrimonial )a variação de um ou mais elementos é sempre equilibrada pela variação deoutro ou outros prejuízos.À semelhança do inventário, também o balanço será obrigatoriamente registado no livro deinventários e balanço. Adiante estudaremos este aspecto legal.

A CONTA

NOÇÃO, PARTES CONSTRUTIVAS E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

Já foi referido que o património de uma empresa é constituído por um grande e complexonúmero de elementos de natureza diferente. Contudo, esses elementos podem sermensuráveis, ou seja, traduzidos numa unidade de valor comum. Isto é, transformam-se asmatérias ou os objectos em valores, possibilitando a sua comensurabilidade, que é omesmo, a comparação entre si. Um televisor e um livro apresentam-se com característicasdiferentes mas, graças à sua quantificação ( tradução na mesma unidade ) podemfacilmente ser comparáveis.

É graças a esta quantificação que o trabalho contabilístico se pode levar a cabo nas unidadeseconómicas. Sem aquela, ele seria não só de difícil execução, como também perdia o seusignificado, na medida em que se referia, a um conjunto de elementos entre os quais não

seria possível estabelecer qualquer relação.

Mas a contabilidade, como conjunto de processos atinentes ao registo, classificação econtrolo dos factos patrimoniais, tornar-se-ia impraticável se o fizesse em relação a cadaelemento em particular. Por outras palavras, o registo, a classificação e controlo não seriamde fácil execução, se a observação fosse feita elemento a elemento patrimonial.

Daí que consoante a sua natureza ou função que desempenhem na empresa, os valorespatrimoniais possam ser agrupados em classes com características comuns. Chegamosassim à noção de conta, que podemos definir como um conjunto de elementos patrimoniaisexpresso em unidades de valor.

Porém numa perspectiva mais prática, a conta aparece associada a uma série de notaçõesou registos referentes a um dado objecto, ordenadamente dispostos num quadro. Portanto,na primeira noção a conta define-se pelas características dos elementos que engloba,enquanto que na segunda, é considerado o aspecto dinâmico ou evolutivo desses elementos,ou seja, o conjunto dos registos das suas variações. Representam assim, duas formasdistintas de definir uma mesma realidade: a conta representa uma classe de valores ouelementos patrimoniais, mas a sua disposição é tal que permite registar todas as variaçõessofridas por esses elementos.

Partes Constitutivas

Numa conta há a considerar:o título ( denominação própria )o valor ( extensão )

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CONTABILIDADE

O título é a expressão ( ou palavra ) por que se designa a conta. Deve ser escolhido de talforma que revele imediatamente a natureza dos elementos que acompõem, isto é, nos dê a conhecer o seu conteúdo. Tem como finalidade identificar a contae distingui-la de todas as outras, pelo que será fixo e imutável. Deve ser claro no querespeite à característica comum dos elementos a que diz respeito.

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Vejamos um exemplo:

Os escritórios das empresas estão geralmente equipados com móveis diversos, taiscomo, secretárias, estantes, cadeiras e outros. Todos esses elementos possuem acaracterística comum de se destinarem ao indispensável apetrechamento dosescritórios; a denominação para a conta que englobe estes elementos poderá ser, porser, por exemplo, Mobiliário de Escritório.O valor representa a qualidade, expressa em unidades monetárias contida na contano momento em que se analisa. O valor registado na contabilidade deve ser verídico,ou seja, deve estar de acordo com a verdadeira extensão dos elementos querepresenta.Se o título é fixo e imutável, a extensão já não o é. Pelo contrário, ela constitui oelemento variável da conta, na medida em que os elementos patrimoniais queengloba estão sujeitos a variações contínuas provocadas pelas operações realizadas.A conta constitui a bases de toda a escrituração, dado que é a partir dela que sedesenvolve todo o trabalho contabilístico. Como tal, a conta deve obedecera requisitospróprios, para que o trabalho se processe com fundamento e regularidade.

Os requisitos essenciais a que a conta deve obedecer, são:

A homogeneidade. Uma conta só deve conter os elementos que obedeçam àcaracterística comum que ela define. Assim, a dívida de um cliente à empresa, nuncapoderá ser registada numa conta que não indique uma dívida a receber, ou seja, aconta em que aquela for registada deve incluir apenas os elementos que possuam amesma característica: valores que a empresa tem direito a receber.

A integralidade. A conta deve incluir todos os elementos que gozam dacaracterística comum por ela definida. Deste modo a conta Mercadorias, deverá

incluir todos os tipos de mercadorias transaccionadas pela empresa, assim como assuas variações.

Em suma, a conta deve ser « homogénea » e « integral »dado que só poderá admitirmovimentos ligados com a respeito classe de valores, não excluindo qualquer deles.

R EPRESENTAÇÃO GRÁFICA

A cada conta corresponde um gráfico ou quadro, que constitui o dispositivo prático paraacompanhar as suas variações quantitativas.Inscrevendo-se neste quadro a extensão inicial da conta e as variações seguintes, conseguesaber-se a todo o momento o valor dos elementos patrimoniais que agrupa.

No aspecto gráfico, a conta apresenta-se normalmente na forma de um T. Sobre o traçohorizontal indica-se o título da conta, podendo ainda distinguir-se um lado esquerdo e umlado direito.

Título da conta

Lado Esquerdo Lado Direito

O lado esquerdo é designado « Débito » ou « deve » e o lado direito « Crédito » ou « haver». Estes termos provêm de um processo onomatológico ligado à história da contabilidade, na

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CONTABILIDADE

fases em que as contas representavam, exclusivamente, as pessoas dos devedores e doscredores.As variações aumentativas da conta de uma pessoa devedora constituíam o seudébito ( aumentando o débito de um devedor, e ele deve mais ) e as diminutivas oseu crédito, tal como as variações aumentativas da conta de uma pessoa credora( aumentando o crédito de um credor, ele tem a haver mais ) e as diminutivas constituemseu débito.

Ex.: Clientes e Fornecedores

Por extensão do princípio das contas pessoais ás contas de coisas e de factos, os termos«Débitos» e «Créditos» ou «Deve» e «haver» respectivamente, não representam mais doque variações aumentativas ou diminutivas no valor das respectivas contas.

No aspecto gráfico, teremos:

Deve ( Débito ) Título da Conta ( Crédito ) Haver

Os valores registados no débito denominam-se débitos e os registados no créditodenominam-se créditos.debitar uma conta significa inscrever uma certa quantia no lado do débito;creditar uma conta é efectuar o registo dum valor no lado do crédito.

A diferença entre o débito e o crédito duma conta, no momento considerado, chama-se saldo dessa conta.

Ao balancear uma conta, ou seja ao comparar o seu débito com o seu crédito, três hipótesespodem ocorrer:

D > C o saldo diz-se devedor ( Sd)D = C o saldo diz-se nulo (So)D < C o saldo diz-se credor (Sc)

Uma vez determinado o saldo, este adiciona-se ao lado cujo soma for de menor valor,obtendo-se assim uma igualdade entre os dois lados da conta.Atendendo ás três hipóteses consideradas anteriormente, teremos:

D > C Sd donde: D = C + SdD = C So donde: D = CD < C SC donde: D + Sc = C

Uma conta sem saldo diz-se saldada.

O saldo da conta corresponde à sua extensão, ou valor, num determinado momento.

• Fechar uma conta correspondentes a somar as colunas dos valores do débitoe do crédito - depois de as saldar previamente - sublinhando com dois traços( trancando ) cada soma.

• Reabrir  uma conta é inscrever o saldo na coluna dos débitos, se na contafechada o mesmo era devedor; ou inscrever o saldo na coluna dos créditos, se na

conta fechada o mesmo era credor.

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DISPOSITIVOS DA CONTA

A disposição apresentada anteriormente, em forma semelhante a um T, não ´´e a únicaexistente. É-lhe atribuída a denominação de dispositivo horizontal ou bilateral, sendo o seutraçado o seguinte:

Débito ( Deve ) Título da conta Crédito ( Haver )

Data Descrição Valor Data Descrição Valor

É também utilizado o dispositivo vertical ou unilateral que comporta as seguintessubdivisões: de coluna simples; de coluna dupla; e, de coluna dupla com saldos à vista.

O disposto vertical ou unilateral de coluna simples, tem apenas uma coluna para inscrever ovalor dos débitos e dos créditos.Poderá apresentar-se da seguinte forma:

Título da contaData Descrição Valor D/C

D-C

O dispositivo vertical ou unilateral de coluna dupla, tem duas colunas - uma para os débitose outra para os créditos:

Título da contaData Descrição Débito Crédito

O dispositivo vertical ou unilateral de coluna dupla com saldos à vista, tem as mesmas duas

colunas e ainda uma ou duas outras para os saldos apurados após cada registo:

Título da contaData Descrição Débito Crédito Saldo

Título da Conta

Data Descrição Débito Crédito SaldosDeved. Cred..

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CONTABILIDADE

Embora qualquer conta possa ser escriturada em qualquer dispositivo, vamos, de seguida,referir-nos ás vantagens e inconvenientes dos vários dispositivos da conta, que foramapresentados.

O dispositivo unilateral de coluna simples, tendo a vantagem de mostrar o saldo àvista, apresenta a grande desvantagem de, se houver erro de soma ou de subtracção deuma verba, ficarem erradas todas as operações subsequentes, sendo normalmente a difícildetecção de tais erros. Por tal motivo, pouco se usa actualmente.

O dispositivo unilateral de coluna dupla com saldos à vista, apresenta a vantagem dese conhecerem estes a qualquer momento sem necessidade de somar as colunasdas variações aumentativas e diminutivas. Quando a coluna dos saldos é única, obriga aassinalar a natureza de cada saldo; quando a coluna dos saldos é dupla, estes aparecemnitidamente separados segundo a sua natureza. Este último dispositivo é actualmente dosmais usados, por se prestar à escrituração mecanográfica.

O dispositivo bilateral apresentava a vantagem de separar completamente, em ladosdistinto da conta, os factos que originam variações aumentativas dos que originamvariações diminutivas e a desvantagem de não ter o saldo à vista, obrigando para asua determinação, à soma das colunas dos débitos e dos créditos.

A CONTA (síntese):

CONTA : conjunto de valores ou de elementos patrimoniais expresso em unidades de valor.

Há a considerar:

O titulo ( denominação própria): expressão ( ou palavra ) por que se designa a contaO valor ( expressão ): representa a quantidade expressa em unidades monetárias contidana conta no momento em que se analisa.

O titulo é imutável.O valor não é imutável.A conta deve ser homogénea e integral dado que só pode admitir movimentos ligados coma respectiva conta de valores, não excluindo quaisquer deles.

Título da conta

lado esquerdo lado direitodébito créditodeve haverentradas saídas

PESSOASdevia tinha haverdébito créditoEntrada saídaActivo passivo

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CONTABILIDADE

TEORIA DAS CONTAS

Os contabilistas adoptam uma linguagem diferente:

Em vez de entradas, falam de débitos;Em vem de saídas, falam de créditos;Em vez de excedente ou diferente, usam o termo saldo.

Se:C > D ScD > C SdD = C So

A subtileza está em saber, em relação a quem ou a quê há entradas de valores e emrelação a quem ou a quê há saída de valores, o que não depende de qualquer automatismomas apenas do raciocínio.

... Por extensão do princípio das contas pessoais às contas de coisas e factos, os termos “débito” e “crédito” ou “deve” e “haver” respectivamente, não representam mais do que

variações aumentativas ou diminutivas no valor das respectivas contas.

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Aspecto gráfico:

Deve ( Débito ) Título da Conta Haver ( Crédito )

- Debitar uma conta significa - Creditar uma conta éSaldo éBalancear uma conta é

D > C Sd donde: D = C + SdD = C So donde: D = CD < C Sc donde: D + Sc = C

Determinado o saldo, este adiciona-se ao lado cuja soma for de menor valor, obtendo-seassim uma igualdade entre os dois lados da conta :

Conta saldada é

Fechar uma conta corresponde aReabrir uma conta é

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CONTABILIDADE

CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS CONTAS

CLASSIFICAÇÃO

No ponto anterior, ao referirmo-nos à noção de conta, definimo-la como uma classe devalores patrimoniais com denominação própria e com extensão numérica. Podendo estesvalores ser concretos e abstractos, a conta terá assim, por objecto, elementos concretos - osque compõem o Activo e o Passivo e, por elementos abstractos - os correspondentes àSituação Líquida.

Teremos então numa primeira classificação: contas do Activo (compreendendo todos oselementos patrimoniais - aqueles com a característica de serem propriedade do titular dopatrimónio); contas do Passivo (compreendendo todos os elementos patrimoniais passivos -as obrigações pecuniárias que o titular do património terá de satisfazer); e contas deSituação Líquida (englobando os valores patrimoniais abstractos por que se traduz adiferença entre o Activo e o Passivo).

Dentro destas grandes classes inserem-se outras de âmbito mais reduzido, cujos elementospatrimoniais foram agrupados em obediência a um determinado ponto de vista oucaracterística.

As contas podem, pois, ter um âmbito mais ou menos vasto, compreenderem mais oumenos elementos patrimoniais, isto é, serem mais ou menos simples, ou mais ou menoscomplexas.Uma conta é tanto mais simples quanto maior identidade houver nos elementos que agrupa;e, tanto mais complexa quanto maior for a diversidade dos mesmos.

De um modo geral, denominam-se:

- contas simples ou elementares, as que agrupam elementos comcaracterísticas muito comuns e, portanto, não comportam maior divisão;

- contas complexas, colectivas ou gerais, as que agrupam contas simples ouelementares, ou que nelas se subdividem.

As contas que são sub-divisões de outras, chamam-se sub-contas ou contasdivisionárias.

As contas dizem-se do 1.º , 2.º , 3.º , ... n-ésimo grau, conforme sejam sub-divisõesdoutras ou, inversamente, integração delas.

Partindo de uma conta colectiva, que se diz do 1.º grau, as suas sub-divisõesimediatas serão respectivamente do 2.º , 3.º , ... n-ésimo grau.

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Exemplo:

CONTAS COLECTIVAS CONTAS DIVISIONÁRIAS

1ºgrau 2ºgrau 3ºgrau

DEPÓSITO A ORDEM

CLIENTES

MERCADORIAS

Banco ABanco HBanco Z...

FagundesAgapito...

Philips

Televisores GrundigNational...

VentoinhasMáquinas de lavarFrigoríficos...

É claro que sendo a conta colectiva subdividida em contas divisionárias ou sub-contas, énatural que a sua extensão seja igual à soma das extensões das suas sub-contas. Portanto,em qualquer momento, o débito duma conta colectiva è igual à soma dos débitos das suas

sub-contas e o seu crédito igual à soma dos créditos das mesmas.As contas colectivas irão corresponder, como adiante veremos, ao Razão Geral; por sua

vez, as contas divisionárias corresponderão ao Razão Especial ou Auxiliar. Portanto, o RazãoEspecial corresponde ao desdobramento do Razão Geral.

Por vezes reúnem-se numa só conta elementos patrimoniais que pertencem aos doismembros do balanço (activo e passivo). Tais contas são denominadas mistas. Por exemplo,as contas «Outros Devedores» (do activo) e «Outros Credores» (do passivo), são por vezesreunidas numa única conta denominada «Outros Devedores e Credores» onde se registarãoas variações das dívidas a receber e das dívidas a pagar.

Nas contas mistas, para apuramento da situação real ao fim da determinado período, deveefectuar-se a discriminação entre os valores activos e os valores passivos, separando-os,ainda que sob o mesmo título da conta.

Devido à grande generalidade de algumas contas, estas são divididas em outras contas maisespecíficas e necessariamente, de maior significado, cujos saldos deverão ser transferidospara as contas de que fazem parte. As primeiras, ou seja, as que tratam de valores demaior generalidade dizem-se principais; as segundas, que resultam do desdobramento dasprincipais para efeitos de registo contabilístico e cujo saldo se deve transferir para aquelas,dizem-se subsidiárias.

Resumindo, diremos que existe um desdobramento horizontal ou paralelo entre as contasprincipal e subsidiária, e um desdobramento vertical ou descendente entre as contascolectiva e divisionária.No actual Plano Oficial de Contabilidade (POC), as contas estão distribuídas por dez classes,segundo a sua natureza.

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CONTABILIDADE

CARACTERIZAÇÃO DE ALGUMAS CONTAS

Para a caracterização elementar de algumas contas, seriamo-las de acordo com a naturezados elementos patrimoniais que englobam, ou seja, pelos grupos a que pertencem: Activo,Passivo e Situação Liquida.

Apresentar-se-ão as contas geralmente mais utilizadas, descrevendo sinteticamente as suascaracterísticas básicas. O título e o conteúdo das contas foram escolhidos de modo a facilitara gradual familiarização com a adoptada pelo Plano Oficial de Contabilidade (POC). Nãoserão focados aspectos relacionados com a sua movimentação específica, pois tal será feitoem pormenor num capítulo seguinte (cap. 4 - Estudo das contas, segundo o POC).

CONTAS DO ACTIVO

CAIXA Inclui as notas de banco e moedas,cheques,vales postais (nacionais e estrangeiros).

DEP. À ORDEM Regista o movimento das contas bancárias(à ordem) das empresas.

CLIENTES C/C Engloba as dívidas a receber pela empresaresultantes da venda de mercadorias eprodutos ou de serviços prestados.

CLIENTES - TÍTULOS A RECEBER  Inclui as letras sacadas sobre os clientesc/c, ou por si endossadas e ainda osextractos de factura e as livranças.

EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS Inclui as dívidas a receber de terceiros,resultantes de empréstimos.

OUTROS DEVEDORES Respeita às dívidas de terceiros que nãoestejam abrangidas pelas contasanteriores. 

MERCADORIAS Respeita aos bens existentes na empresacom destino à venda e não sujeitos aqualquer transformação no seu seio; no seupreço de custo devem ser incluídas asdespesas adicionais de compra.

INVESTIMENTOS FINANCEIROS Inclui as participações de capital e outrostítulos adquiridos pela empresa pararendimento ou controle de outras empresas.Devem ser também aqui englobados ostítulos da dívida pública e os empréstimosde financiamento concedidos.

EQUIPAMENTO ADMINISTRATIVO Inclui os diferentes elementos patrimoniaisque a empresa dispõe para exercer a suaactividade tais como: mesas, cadeiras,

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estantes, máquinas de escritório,aquecedo-res, etc.

EDIFÍCIOS

E OUTRAS CONSTRUÇÕES

Respeita aos edifícios fabris, administrati-

vos e habitacionais, utilizados na activida-de.

EQUIPAMENTO DE TRANSPORTE Respeita às aquisições de camionetas,automóveis, motociclos etc., para uso daempresa.

IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS Inclui elementos patrimoniais sem existên-cia física, tais como trespasses, patentes,marcas, alvarás, licenças, concessões,gastos de constituição e de organização daempresa, de aumentos de capital, estudos

e projectos.

CONTAS DE PASSIVO

FORNECEDORES C/C Engloba todas as dívidas a pagar,resultan-tes da aquisição, pela empresa,de bens e serviços, com excepção dosdestinados ao imobilizado.

FORNECEDORES - TÍTULOSA PAGAR

Inclui os débitos a fornecedores que seencontrem representados por letras ououtros títulos de crédito.

EMPRÉSTIMOS OBTIDOS Engloba os financiamentos contraídos pelaempresa, particulares ou não. 

ESTADO E OUTROS ENTESPÚBLICOS

Abrange as operações com aAdministraçãoCentral e Local e ainda com asInstituiçõesde Previdência, à excepção de transações

ou financiamentos.São aqui registadas as dívidas resultantesde impostos s/ lucros, imposto de mais-valias, imposto sobre o valoracrescentado, imposto profissional, fundode desemprego e providência.

OUTROS CREDORES Respeita às dívidas para com terceiros,que não estejam contempladas nascontas precedentes.

c) CONTAS DE SITUAÇÃO LÍQUIDA OU CAPITAL PRÓPRIO

CAPITAL Para as sociedades esta conta respeita aocapital nominal subscrito.

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CONTABILIDADE

Regista também o capital fixado dosestabelecimentos individuais deresponsabilidade limitada e o capital inicialdas empresas públicas.Para as empresas em nome individualesta conta compreende não só o capitalinicial e adquirido, mas ainda asoperações de natureza financeira com orespectivo proprietário.

RESERVAS São contas constituídas em geral à baseda retenção de lucros, visando o aumentodos meios de acção das empresas(autofinanciamento), etc.

RESULTADOS Esta conta visa o apuramento do

resultado de cada exercício económico.

O resultado dum exercício económico pode obter-se por duas vias:

Efectuando os balanços referentes ao início e ao fim do exercício e deduzindo à SituaçãoLíquida Final a Situação Líquida Inicial. Portanto, através da Situação Líquida Adquirida.

Mas o resultado assim obtido, nada nos diz quanto à origem e natureza dos aumentos ediminuições do valor do património ocorridos no decurso do exercício em questão. Oconhecimento desses elementos é possível através das contas de custos e de proveitos queagrupam as variações patrimoniais quantitativas de acordo com a natureza. Eis, então, a

segunda via:Comparando os custos e os proveitos do exercício económico considerado.

- A via 1) determina o resultado global; a via 2) determina o resultado pela viaanalítica e implica o conhecimento e registo contabilístico, em separado, de todos oscustos e de todos os proveitos.

- As contas de custos e de proveitos, dada a sua relevância administrativa, sãotambém denominadas contas de gestão, referindo-se, desde já, as seguintes:

CONTAS DE CUSTOS POR NATUREZA

CUSTO DAS VENDAS Regista as vendas de mercadorias valorizadas aopreço de custo.

FORNECIMENTO E SERVIÇOSEXTERNOS

Nesta conta são registadas as despesas com aágua, luz, telefone, selos postais, combustíveis,gás, material de conservação e reparação demáquinas, de veículos, de instalações, materialde expediente, publicidade, rendas, alugueres,remunerações a intermédios, honorários,transporte de mercadorias e de pessoal,deslocações e estadias destes.

IMPOSTOS São aqui registados os impostos e taxas pagospela empresa ao Estado, Autarquias Locais eoutras entidades do Sector Público,com excepção dos impostos sobre os lucros.

CUSTOS COM O PESSOAL Nesta conta são registadas as remunerações do

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empresário ou dos corpos gerentes, o 13º mês,as remunerações adicionais do trabalho, osencargos sobre as remunerações de conta daempresa.

OUTROS CUSTOS Regista os custos que não sejam próprios dosobjectivos principais da empresa.

AMORTIZAÇÕES DO EXERCÍCIO Regista a depreciação das imobilizações,atribuída ao exercício.

PROVISÕES EM EXERCÍCIO Regista as perdas ou despesas prováveis demontante incerto, imputáveis ao exercício.

CUSTOS FINANCEIROS São aqui registados os juros de financiamen-tos,os encargos com descontos de letras e outrostítulos, os descontos de pronto pagamento eoutros custos de origem financeira.

CONTAS DE PROVEITOS POR NATUREZA

VENDAS É registado o valor resultante da venda demercadorias e produtos da empresa.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Regista os rendimentos resultantes de serviçosprestados pela empresa e que façam parte dosseus objectivos ou finalidades.

PROVEITOS SUPLEMENTARES Nesta conta registam-se os proveitos dasactividades que não sejam próprias dosobjectivos principais da empresa.

OUTROS PROVEITOS Regista os proveitos que não sejam próprios dosobjectivos principais da empresa.

PROVEITOS FINANCEIROS Registam os proveitos e ganhos financeiros taiscomo juros, descontos, rendimento de capital,etc.

Com o objectivo de automatizar e ter um controlo contabilístico das compras é habitualutilizar-se uma conta com a designação COMPRAS, cuja movimentação em geral faz-se noâmbito das contas de existência.

Para além das contas do activo, do passivo e da situação líquida, aparecem no balanço daschamadas contas de regularização destinadas a rectificar o valor doutras contas e quecorrespondem a dois grupos:

CONTAS DE REDUÇÃO DE VALORES ACTIVOS AMORTIZAÇÕES Contas que têm como objectivo registar as

depreciações (desvalorizações ou desgaste)sofridas pelo imobilizado da empresa; aparecemno 1º membro do balanço em dedução dascorrespondentes contas do imobilizado.

PROVISÕES Contas que servem de compensação a eventuaisperdas futuras da empresa, mas de montanteindeterminado, tais como dívidas de cobrançaduvidosa e mercador-ias que se venham adesvalorizar. Aparecem no balanço, no lado do

activo, em dedução das correspondentes contas.No cap. 4 estudaremos com maior detalhe ascontas que neste domínio estão previstas noPOC bem como o respectivo conteúdo e

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CONTABILIDADE

movimentação.

MÉTODOS DE R EGISTO CONTABILÍSTICO

Caracterização

As primeiras contabilidades conhecidas, as do século XIII, comportavam somente as contasde devedores, credores e banqueiros, ou seja, contas de «pessoas». O método de registocontabilístico adoptado então ficou conhecido por método das partidas simples ou unigrafia,que consistia na inscrição em cada conta (pessoal) dos movimentos que lhe respeitam, semqualquer interligação com inscrições feitas noutras contas.

O desenvolvimento histórico da técnica contabilística conduziu à adopção de contas de coisas

e de factos. Numa primeira fase, utilizou-se apenas contas de coisas, movimentadas semcorrespondência noutras contas (método das partidas mistas); numa segunda fase, comutilização já de contas de factos, foi-se radicando a prática de, ao fazer uma inscrição(assento ou lançamento) numa conta, a mesma ser repetida noutra ou noutras contas comaquela interligadas pelo mesmo facto patrimonial, constituindo este registo duplo aquilo queviria a chamar-se partidas dobradas ou digrafia.

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MÉTODOS DE REGISTO CONTABILÍSTICO

MÉTODO DIGRÁFICO:

Todo o débito numa conta origina o crédito noutra ou noutras e vice-versa, C.R., cada factopatrimonial determina um registo em duas ou mais contas, por forma a que ao valor decada débito (ou créditos corresponde sempre um crédito (ou créditos) de igual valor.

A + S.L.P. = P + S. L. A.

Sejam:

a, a’ sp, sp’ p, p’ as, as’ 

então:

(A + a - a’) + (SLp + Sp - Sp’) = (P + p - p’) + (SLa + Sa - Sa’)

ou

[(A + a) - a’] + [(SLp + Sp) - Sp’] + [p’ - (P + p)] + [Sa’ - (SLa + Sa)]

ACTIVO S. L. P. PASSIVO S. L. A.

deve haver deve haver deve haver deve haverA a’ Slp sp’ p’ P sa' Sla

a sp p sa'

- + - + - + -

Debitam-se pela extensão inicial e pelosaumentos

Debitam-se pelas diminuições

Creditam-se pelas diminuições Creditam-se pela extensão inicial e pelosaumentos

OuAs contas do activo debitam-se pela extensão inicial e pelos aumentos; creditam-se pelas

diminuições.

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CONTABILIDADE

As contas do passivo e da situação líquida inicial debitam-se pelas diminuições;creditam-se pela extensão inicial e pelos aumentos.

As contas de situação líquida adquirida, isto é, as contas de resultados debitam-se peloscustos (encargos) e, creditam-se pelos proveitos (ganhos).

Exemplos:

DEVE Compras HAVER DEVE Fornecedores c/c HAVER10 c. 10 c.

DEVE Fornecedoresc/c

HAVER DEVE Caixa HAVER

30 c. 30 c.

DEVE Clientesc/c

HAVER DEVE Vendas HAVER

35 c. 35 c.

DEVE Caixa HAVER DEVE Clientes c/c HAVER17.5 c. 17.5 c.

D (s ) C (s)

 D C ∑ ∑=

Sd Sc∑ ∑=

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APLICAÇÃO 9

Registar, nas respectivas contas, obedecendo ao princípio das partidas dobradas, asoperações aos factos patrimoniais seguintes:

1) Compra, a crédito de diversas mercadorias 10 000$00;2) Pagamento ao fornecedor F 30 000$00;3) Venda, a prazo, de mercadorias diversas 35 000$00;4) O cliente J.T. paga metade da sua dívida 17 500$00.

Resolução:

Deve Compras Haver Deve Fornecedores c/c Haver

10 000$00 10 000$00operação (1)

Deve Fornecedores c/c Haver Deve Caixa Haver

30 000$00 30 000$00operação (2)

Deve Clientes c/c Haver Deve Vendas Haver

35 000$00 35 000$00operação (3)

Deve Caixa Haver Deve Clientes c/c Haver

17 500$00 17 500$00operação (4)

Em síntese, podemos dizer que no sistema de partidas dobradas:

- A um débito ( ou débitos) corresponde sempre um crédito (ou créditos) de igual valor;- A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos;- A soma dos saldos devedores é igual à soma dos saldos credores,A contabilização de qualquer facto patrimonial obedece necessariamente a uma das quatrofórmulas digráficas seguintes:

Uma só conta devedora a uma só conta credoraUma só conta devedora e várias contas credorasVárias contas devedoras e uma só conta credoraVárias contas devedoras e várias contas credoras

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CONTABILIDADE

LANÇAMENTOS

NOÇÃO

O património, como conjunto de valores activos e passivos sujeitos a uma gestão, não semantém constante. Pelo contrário, está sujeito a variações que mais não são do que aconsequência da própria actividade da empresa. Sendo assim, além da representação dosvalores patrimoniais, existe a necessidade de representar e inscrever em documentos, livrose registos de vária natureza, os factos patrimoniais que provocam a sua variação. A escrituração comercial será, pois, o conjunto de documentos e livros que historiam a

evolução patrimonial de qualquer empresa. Também se designa escrituração, aos actos deregisto das operações nos livros e documentos.

Chama-se lançamento ou assento, à notação de qualquer facto patrimonial nos livros decontabilidade.

São, portanto, peças fundamentais da escrituração, os livros onde se registam as operaçõese os documentos, que representam essas operações e comprovam os lançamentosefectuados nos mesmos.

DOCUMENTOS 

Os factos patrimoniais registados pela contabilidade são descritos e comprovados por meiode escritos comerciais - os documentos. Os documentos são pois a base de todo o registocontabilístico, sem os quais o mesmo não se poderá processar. Aliás, as empresas estãosujeitas a incorrerem em multa se procederem ao registo de factos não devidamentedocumentados.

Entre os documentos, podem distinguir-se os de movimento interno e os de movimentoexterno. Os primeiros, são aqueles que sendo elaborados no seio da empresa se destinam

exclusivamente ao uso interno (folhas de férias, notas de lançamento, etc.); os segundos,são os que provêm ou se destinam ao exterior (facturas, letras, recibos, notas de débito,etc.).

LIVROS 

Os livros de contabilidade classificam-se em dois grupos: livros obrigatórios e livrosfacultativos.

Os livros obrigatórios são os que a lei enumera como indispensáveis a qualquer

comerciante. São também designados por livros selados e vêm indicados no artigo 31º doCódigo Comercial. São eles, o livro de Inventário e Balanço, o Diário, o Razão e o Copiadorde Correspondência. No § único deste artigo, estabelece-se que, além destes, sãoobrigatórios para as sociedades comerciais os Livros de Actas.

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Acerca destes livros prescreve o Código Comercial o seguinte:

Art. 33.º O livro de Inventário e Balanços começará pelo arrolamento de todo oactivo e de todo o passivo do comerciante, fixando a diferença entreaquele e este o capital com que entra em comércio, e servirá paranele se lançarem, dentro dos prazos legais, os balanços a que tem de

 proceder.

Art. 34.º O Diário servirá para os comerciantes registarem, dia após dia por ordem de datas, em assento separado, cada um dos seus actos quemodifiquem ou possam vir a modificar a sua fortuna.

Art. 35.º O Razão servirá para escriturar o movimento de todas as operaçõesdo Diário, ordenadas por débito e por crédito, em relação a cada uma

das respectivas contas para se conhecer o estado e a situação dequalquer delas, sem necessidade de recorrer ao exame e separaçãode todos os elementos cronologicamente escriturados no Diário. 

Art. 36.º O Copiador servirá para nele se transladarem, à mão ou por máquina,na íntegra, cronológica e sucessivamente, toda a correspondência etelegramas que o comerciante expedir. 

Art. 37.º Os livros de actas das sociedades servirão para neles se lançarem asactas das reuniões de sócios, interessados ou administradores,devendo cada uma delas expressar a data em que foi celebrada, osnomes dos assistentes, os votos emitidos, as deliberações tomadas e

tudo o que possa servir para conhecer e fundamentar estas, e ser assinada pela mesa, quando houver, e, não havendo, pelosassistentes.

 Além destes, que são obrigatórios par todos os comerciantes (o livro de actas só éobrigatório para as sociedades), outro livros são impostos pela legislação comercial (Códigoe diplomas complementares) e fiscal, apenas para o registo de determinadas operações, emalgumas sociedades, ou para certos ramos de actividade (bancos e seguros, por exemplo).

Vejamos os livros obrigatórios para o registo de determinadas operações:

Comerciantes que façam vendas por grosso ou a revendedores (Dec. n.º 9 490, de 21 deMarço de 1931, art. 15.º):- Copiador de facturas de vendas a prazo;- Registo de extractos de facturas.

Compra de bens de investimentos pelos sujeitos passivos que possuam contabilidadeorganizada (Art. 51.º do Código do IVA).

1 - Os sujeitos passivos que possuam contabilidade regularmente organizada paraefeitos de IRS ou IRC ou nos termos do n.º 3 do art. 50.º são obrigados a efectuarregisto dos seus bens de investimento, de forma a permitir o controlo das deduçõesefectuadas e das regularizações processadas.

2 - O registo a que se refere o n.º 1 deverá comportar, para cada um dos seus bens,os seguintes elementos:

a) Data da aquisição ou da conclusão das obras em bens imóveis e doinício da utilização ou ocupação;

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CONTABILIDADE

b) Valor do imposto suportado;

c) Percentagem de dedução em vigor no momento da aquisição;

d) Somatório das deduções efectuadas até ao ano da conclusão das

obras em bens imóveis;e) Percentagem definitiva de dedução do ano da aquisição ou daconclusão das obras em bens imóveis

f) Percentagem definitiva de dedução de cada um dos anos doperíodo de regularização.

Contribuintes que não possuam contabilidade regularmente organizada nos termos doCódigo do IRS ou do IRC.

Art. 50.º do Código do IVA: 1 - Os sujeitos passivos não enquadrados nos regimes especiaisprevistos na secção IV do presente capítulo ou que não possuam contabilidade regularmente

organizada nos termos do Código do IRS ou do IRC utilizarão, para cumprimento dasexigências constantes dos n.os1 dos artigos 45.º e 48.º, os seguintes livros de registo:

a) Livro de registo de compras de mercadorias e ou livro de registo dematérias-primas e de consumo;

b) Livro de registo de vendas de mercadorias e ou livro de registo deprodutos fabricados;

c) Livro de registo de serviços prestados;

d) Livro de registo de despesas e de operações ligadas a bens deinvestimento;

e) Livro de registo de mercadorias, matérias-primas e de consumo,de produtos fabricados e outras existências à data de 31 deDezembro de cada ano.

Retalhistas sujeitos ao regime especial de Tributação previsto no artigo 60.º do Código doIVA.

Art. 65.º 1 - Os retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto noartigo 60.º são obrigados a registar no prazo de 30 dias, a contar da respectiva recepção, asfacturas, documentos equivalentes e guias ou notas de devolução relativos a bens ouserviços adquiridos e a conservá-los, com observância do disposto no n.º 2 do artigo 48.º.

2 - Para o cumprimento do mencionado no n.º 1 deverão os retalhistas

possuir os seguintes elementos de escrita:

Livro de registo de compras de mercadorias;Livro de registo de despesas gerais e operações ligadas a bens de investimento.

Sociedades anónimas e em comandita por acções (arts. 12.º e 13.º do Decreto Lei n.º 27153, de 31/10/1936):

Livro de registo de acções;Livro de balancetes do razão geral e de balancetes contas correntes;Livro de desenvolvimento das contas colectivas;Livro de resultados do exercício.

Os livros facultativos, são os que se utilizam normalmente como auxiliares de registo.O seu número e utilização depende da natureza, características e dimensão das empresas

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ou das operações que elas efectuam. Servem para completar, desenvolver e controlar o quese escritura nos livros obrigatórios. São usualmente denominados de livros auxiliares.

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CONTABILIDADE

Como livros de contabilidade auxiliares, podem apontar-se, entre outros:

- Balancetes do Razão Geral.- Razões auxiliares ou de desenvolvimento do Razão Geral.- Diários auxiliares (Caixa, Compras, Vendas, etc.).- Balancetes dos Razões auxiliares.

ESPÉCIES DE LANÇAMENTOS

O lançamento é, como foi dito, a notação de qualquer facto patrimonial nos livros própriosda contabilidade, e compõe-se dos seguintes elementos.

Data

Título ou cabeçalho, que é a indicação da(s) conta(s) a debitar e da(s) conta(s) a creditar;usualmente escreve-se em caracteres mais destacados.Descrição ou histórico, que consiste na explicação sucinta do facto patrimonial que dáorigem ao lançamento.Importância ou valor, que é o montante correspondente às variações provocadas nascontas.

Em regra, apenas no Diário se encontram todos estes elementos.Os lançamentos podem classificar-se atendendo aos seguintes dois aspectos:

- número de contas movimentadas;- natureza dos movimentos escriturados.

1 - Classificação segundo o número de contas movimentadas 

No método digráfico, todo o facto patrimonial dá origem à variação ou maiscontas, de tal modo que a um débito (débitos), corresponde sempre umcrédito (créditos) de igual valor.

A contabilização de qualquer operação obedece forçosamente, a uma dasseguintes quatro fórmulas digráficas:

1.ª fórmula - um débito = um crédito2.ª fórmula - um débito = vários créditos

3.ª fórmula - vários débitos = um crédito4.ª fórmula - vários débitos = vários créditos

Aos lançamentos da 1.º fórmula dá-se o nome de lançamentos simples. Os das demaisfórmulas dizem-se lançamentos complexos ou compostos.

APLICAÇÃO 10

O comerciante F, realiza as seguintes operações:

Deposita no Banco M, à ordem, a quantia de 500 contos.As contas afectadas por esta operação são:- depósitos à ordem- caixa

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A primeira sofre uma variação aumentativa e a segunda uma variação diminutiva deigual montante; ambas são contas do activo, por conseguinte,

- debita-se depósitos à ordem 500 000$00- credita-se caixa 500 000$00

Esquematicamente:

D Depósitos à ordem H D Caixa H

...500 000$00

... ... ...500 000$00

um débito = um crédito1.ª fórmula

Líquida a dívida que tinha para com a Sociedade Beta, Lda. relativa à facturan.º 718, no montante de 125 000$00, do modo seguinte: entrega em cheque s/ o banco M:- 100 000$00; entrega do restante em notas do Banco de Portugal.

As contas a movimentar nesta operação são as seguintes:- fornecedores

- depósitos à ordem- caixa

Todas elas sofrem variações diminutivas. Como fornecedores é uma conta do passivoe depósitos à ordem e caixa são contas do activo, teremos:

- debita-se fornecedores 125 000$00

depósitos à ordem 100 000$00- creditam-secaixa 25 000$00

Esquematicamente:

D Fornecedores H D Depósitos à ordem H

...125 000$00 ... ... ...100 000$00

D Caixa H

... ...25 000$00

um débito = vários créditos2.ª fórmula

Contraiu no Banco M, um financiamento no valor de 250 000$00. EsteBanco, cobrando antecipadamente os juros do empréstimo, deposita na conta docomerciante a quantia de 225 000$00.

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CONTABILIDADE

As contas afectadas por esta operação, são as seguintes:- Empréstimos obtidos, relativamente ao financiamento obtido por intermédio do Banco M,no valor de 250 000$00;Depósitos à ordem, pela quantia posta à disposição do comerciante F, ou seja, 225 000$00;

- Custos financeiros, pelos juros do financiamento pagos por Banco M, no valor de 25000$00.

As duas primeiras contas são de balanço (empréstimos obtidos é uma conta depassivo e depósitos à ordem é uma conta do activo) e a última conta (despesas financeiras)é uma conta de gestão, um custo por natureza. Assim,

Depósitos à Ordem 225 000$00- debitam-seCustos Financeiros 25 000$00

- credita-se Empréstimos Obtidos 250 000$00

Esquematicamente:

D Depósitos à ordem H D Custos Financeiros H

...225 000$00

... ...25 000$00

...

D Empréstimos Obtidos H

... ...

250 000$00

vários débitos = um crédito3.ª fórmula

d)Adquire à Sociedade Imobiliária do Centro, Lda. um edifício para armazenamento dassuas mercadorias no valor de 1 200 contos e uma camioneta de carga no valor de 300contos. As condições de pagamento são as seguintes: 

- Entrega imediata de um cheque s/ o banco M, no montante de 950 contos;- O restante será liquidado dentro de 90 dias.

Perante a operação descrita, movimentaremos as seguintes contas :

Edifícios e outras construções, pelo valor de aquisição do edifício para armazenamento dasmercadorias;Equipamento de transporte, pelo valor da aquisição da camioneta;Depósitos à ordem, pela saída de dinheiro da conta à ordem no Banco M, no total de 950contos;Outros credores, pela dívida existente para com a Sociedade Imobiliária do Centro, Lda.

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As três primeiras contas são contas de activo e a última é uma conta do passivo. Atendendoàs suas variações, iremos,

Edifícios e Outras Construções 1 200 000 $ 00debitar

Equipamento de Transporte 300 000 $ 00

Depósitos à Ordem 950 000 $ 00creditar

Outros Credores 550 000 $ 00

Esquematicamente:

D Edifícios e Outras Constr. H D Equipamento deTransp. H

... ... ... ...1 200 000 $ 00 300 000 $ 00

D Depósitos à Ordem H D Outros Credores H

... ... ... ...950 000 $ 00 550 000 $ 00

vários débitos = vários créditos4ª fórmula

II - Classificação segundo a natureza dos movimentos

Neste aspecto distinguem-se:

- Lançamentos de aberturaRespeitam ao registo dos valores iniciais das contas de um comerciante, no início dasua escrita.

- Lançamentos correntesRespeitam ao registo das operações realizadas e dos acontecimentos ocorridos durante cadaexercício económico.

- Lançamentos de estornoTêm por finalidade rectificar as omissões, duplicações e erros cometidos nos lançamentosefectuados.

- Lançamentos de regularizaçãoVisam rectificar o saldo das contas que não correspondam à realidade; normalmente,efectuam-se no fim de cada exercício económico antes de se proceder ao apuramento deresultados e a elaboração do balanço.

- Lançamentos de transferência ou de apuramento de resultados

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CONTABILIDADE

Têm por finalidade transferir os saldos das contas de custo e proveitos para as contas deresultados, permitindo a posterior determinação dos resultados da empresa.

- Lançamentos de encerramento ou fechoSão efectuados depois do apuramento de resultados e da elaboração do Balanço e permitemfechar as contas que apresentem saldos (devedores ou credores).

- Lançamentos de reaberturaRegistam, no início de cada exercício económico, os valores iniciais das contas (saldos finaisdas contas no exercício anterior).

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DIÁRIO E RAZÃO

ESCRITURAÇÃO

Dos livros anteriormente referidos como sendo obrigatórios a qualquer comerciante (art. 31ºdo C.C.), interessa-nos, neste momento, referir em particular dois dos livros citados: ODiário e o Razão.

Estabelece o art. 32º do Código Comercial que o livro de inventário e balanços e o diáriodeverão ser, antes de escritos, apresentados para que sejam numerados e rubricadas asfolhas e lançados os termos de abertura e de encerramento nas primeira e última páginas,

respectivamente, às seguintes entidades:

- Síndico de Falências, em Lisboa e no Porto;- Magistrado do Ministério Público, nas restantes comarcas do país.

Antes desta formalidade deverão, os livros obrigatórios, ser previamente apresentados narespectiva repartição de finanças, para se proceder à sua selagem. Para o diário e o livro deinventário e balanços torna-se também necessária a indicação prévia, pela conservatória doregisto comercial (ou predial na falta desta), de que a sociedade tem a qualidade decomerciante (está devidamente registada). É claro que serão dispensados desta últimaformalidade os comerciantes em nome individual.

A data do primeiro registo dos livros acima indicados não pode ser anterior àquela em quefoi lavrado o termo de abertura, pois só a partir desta é que o livro está legalmente «apto» aser escriturado.

Vejamos agora as finalidades específicas do Diário e do Razão, bem como os elementos quecomportam o respectivo processo de escrituração.

O Diário servirá para os comerciantes registarem, dia a dia, por ordem de datas, em assentoseparado, cada um dos seus actos que modifiquem ou possam vir a modificar o seupatrimónio.

O Razão servirá para escriturar o movimento de todas as operações do Diário, ordenados adébito e a crédito, em relação a cada uma das respectivas contas, para se conhecer o estadoe a situação de qualquer delas, sem necessidade de recorrer ao exame de todos oslançamentos do Diário.

Portanto, os factos patrimoniais são registados, por ordem de datas, no Diário e por ordemde contas, no Razão. O Diário é um registo cronológico; o Razão é um registo sistemático, éo livro das contas.

Como tudo o que se escritura no Diário tem de constar no Razão e nos restantes livros,entende-se praticamente por lançamento a simples contabilização no Diário da empresa,visto que, implicitamente tem de ser trasladado para outros livros, com o fim de se dispor do

detalhe conveniente nos livros adequados.

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CONTABILIDADE

Quer isto dizer que o caminho a percorrer na contabilização dos factos patrimoniais é oseguinte:

Factos Patrimoniais → Documentos → Diário → Razão → BalancetesO traçado ou riscado do Diário (modelo clássico) que iremos utilizar é o seguinte:

a) b) c) d) e) f)

significando cada coluna:

Número de ordem do lançamento.

Preposição a .Cabeçalho e descrição do lançamento.Número dos fólios do Razão Geral referentes às contas movimentadas.Coluna auxiliar das importâncias (a utilizar somente nos lançamentos compostos, ouseja, da 2ª, 3ª e 4º fórmulas).Coluna principal das importâncias.

O uso técnico do Diário manda que no cabeçalho do lançamento se inscreva primeiramente aconta debitada e depois a creditada, esta numa linha imediatamente inferior àquelaantecedido o respectivo título da preposição a, abreviatura de «deve a».

Dado que um mesmo facto pode originar movimentos (variações) em mais do que duas

contas, quando tal acontece, são os títulos das diversas contas substituídos no cabeçalhopela palavra «Diversos». Os títulos dessas contas entram no corpo do lançamento, juntamente com a descrição, obedecendo à ordem indicada anteriormente entre as contasdebitadas e creditadas.

Cada lançamento no Diário é fechado por um traço descontínuo em cujo intervalo se escrevea data (dia e mês) do lançamento seguinte. Contudo, se o lançamento anterior for feito nomesmo mês poderá indicar-se apenas o dia no lançamento seguinte. Caso o lançamentoseguinte seja efectuado no mesmo dia do lançamento anterior, limitamo-nos a deixar o ditointervalo em branco ou a pôr umas aspas.

O Diário pode ser analítico, se descreve os factos patrimoniais um a um, ou sintético se

reúne os lançamentos efectuados nos registos analíticos. Pode ainda ser analítico-sintético seuns factos são descritos um a um e outros por resumo.

Por razões de operacionalidade e em face do elevado número de operações que ocorrem nageneralidade das empresas, o Diário, na sua forma clássica, é, em regra, substituído pordiário ou diários com traçados mais consentâneos com as novas necessidades de tratamentoda informação.

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Estes diários simplificados podem revestir dispositivos diversos, sendo usual e por razões deprocessamento utilizar-se modelos similares ao seguinte:

Data Nº de Descrição da operação Débito Crédito ValorRegisto (Código (Código

daConta)

daConta)

O Razão na sua forma clássica, apresenta-se como um livro de folhas cosidas designadaspor fólios. Cada fólio é reservado a uma conta, em cuja página esquerda se escreve o«Deve» ou «Débito» da mesma e na direita o «Haver» ou «Crédito».

Os registos a débito levam a preposição a, significando «Deve a»; os a crédito levam apreposição de, significando «Haver de».

No início do livro das contas (Razão) faz-se a recapitulação de todas as contas, pelos fóliosrespectivos.

O Razão (modelo clássico) tem o formato seguinte:

Deve Título da conta Haver

a)

b) c) d) e) f) g) a)

b)

c) d) e) f) g)

Significando cada coluna:

a), b) Data (ano, mês e dia, respectivamente)c) Preposição a (lado esquerdo) ou preposição de (lado direito)

Contrapartida da conta movimentadaNúmero do lançamento no DiárioImportância parcial (movimento de cada lançamento)Importância acumulada.

Para o Razão poderemos adoptar o dispositivo bilateral simplificado:

Deve Título da conta Haver

a) b) c) d) e) a) b) c) d) e)

Significando cada coluna:

a), b) DataPreposição a ou deContrapartida da conta movimentada

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CONTABILIDADE

Importância.

Anteriormente, definimos o Razão como o livro das contas, mas é evidente que nãopodemos reunir no mesmo livro contas de diferentes graus, donde, a necessidade de vários«Razões».

O livro de contas do 1º grau será o Razão Geral; os livros de contas divisionárias (2º grau eseguintes) dizem-se Razões Auxiliares. Naturalmente, haverá um Razão Auxiliar para cadaconta colectiva:

Razão Auxiliar de Depósitos à OrdemRazão Auxiliar de ClientesRazão Auxiliar de FornecedoresRazão Auxiliar de MercadoriasRazão Auxiliar de Outros Devedores e Credores

APLICAÇÃO 11

J. Castro iniciou em 2 de Janeiro com um capital de mil e quinhentos contos(representado em dinheiro) a sua actividade de comercialização das mercadorias M1 e M2.

Durante aquele mês, efectuou as seguintes operações:

Dia 4 - Depositou à ordem no Banco A, conforme guia de de-pósito nº 34079 ............................................................

1 000 000 $ 00

Dia 8 - Comprou a crédito mobiliário diverso para apetrecha-

mento do seu escrit´´orio, à Fábrica de Móveis Lousa-da (sua factura nº17) ....................................................

120 000 $ 00

Dia 12 - Pagou as rendas do edifício arrendado, referentes aosmeses de Janeiro e Fevereiro ........................................ 30 000 $ 00

Dia 18 - Adquiriu uma viatura de carga à Sociedade Ipsilon,Lda. tendo pago apenas 50% do valor de aquisição ..... 400 000 $ 00

Dia 22 - Comprou à Sociedade Beta, as seguintes mercadorias:- 100 unidades de M1 ao preço unitário de 870$00 87 000 $ 00- 50 unidades de M2 ao preço unitário de 350$00 17 500 $ 00

Esta compra foi efectuada nas seguintes condições:

- Entrega imediata de um cheque (nº 88 675) s/ oBanco A no valor de 74 500 $ 00

- Aceite de uma letra, a 90 dias da data, com o valornominal de 31 500 $ 00

Dia 23 - Pagamento de diversas despesas: água, electricidade,Telegramas e telefones .................................................. 2 400 $ 00

Dia 25 - Vendeu a pronto pagamento 25 unidades da mercado-Ria M1 ao preço de venda unitária de 860$00 .............. 21 500 $ 00

Dia 27 - Liquidou a dívida para com a Fábrica de Móveis Lou-Sada, com o cheque nº 88 676 s/ o Banco A, obtendo

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Um desconto de 5%.

Pretende-se que se efectuem os lançamentos: no Diário;no Razão.

Resolução da alínea a) DIÁRIO :

Lisboa, 2 de Janeiro de N1 Caixa 1

a Caixa 2Valor com que J. Castro inicia a sua actividade 1 500 000$00 _________________ 4  ________________

2 Depósitos à Ordem 3a Caixa 1

Guia de depósito nº 34 079 1 000 000$00 _________________ 8 ________________3 Equipamento Administrativo 4

a Outros Credores 5Factura nº 17 da Fábrica de Móveis Lousada 120 000$00 _________________ 12 _______________

4 Fornecimentos e Serviços Externos 6a Caixa 1

Pagamento das rendas dos meses de Janº e Fevº 30 000$00 _________________ 18 _______________

5 Equipamento de Transporte 7a Diversos

Aquisição de uma viatura de cargaa Caixa 1 200 000$00a Outros Credores 5 200 000$00 400 000$00

 _________________ 22 ______________6 Diversos

a DiversosCompra de mercadorias M1 e M2

Compras 8 104 500$00Custos Financeiros 9 500$00

106 000$00a Depósitos à Ordem 3 74 500$00a Fornecedores c.c. (1) 10 31 500$00 106 000$00

 _________________ " ________________7 Fornecedores c.c. 10

a Fornecedores Títulos a pagar 11

Aceite de uma letra 31 500$00 _________________ 23 _______________

8 Fornecimentos e Serviços Externos 6a Caixa 1

Pagamento de diversas despesas: água, electricida-de e telefone 2 400$00 _________________ 25 _______________

9 Caixa 1a Vendas 12

Venda da mercadoria M1 21 500$00 _________________ 27 _______________

10 Outros Credores 5a Diversos

Liquidação da fact. Nº17 da Fábrica de MóveisLousadaa Depósitos à Ordem 3 114 000$00a Proveitos Financeiros 13 60 000$00 120 000$00

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CONTABILIDADE

TOTAL 3 331 400$00

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Resolução da alínea b)

Deve CAIXA 1 HaverN N

Jan 2 a Capital Individual 1 1 500 000$ Jan 4 de Depósitos à Ordem 2 1 000 000$25 a Vendas 9 21 500$ 12 de Forn. e Serv. de Terceiros 4 30 000$

18 de Mat. de Carga e Transporte 5 200 000$23 de Fornec. e Serv. de Terceiros 8 2 400$

Deve CAPITAL 2 HaverN N

Jan.

2 de Caixa 1 1 500 000$

Deve DEPÓSITOS À ORDEM 3 HaverN N

Jan 1 a Caixa 2 1 000 000$ Jan 22 de Diversos 6 74 500$25 de Outros Credores 10 114 000$

Deve EQUIPAMENTO ADMINISTRATIVO 4 HaverN N

Jan 8 a Outros Credores 3 120 000$

Deve OUTROS CREDORES 5 HaverN N

Jan 27 a Diversos 10 120 000$ Jan 8 de Equipamento Administrat.e Mobiliário Diverso 3 120 000$

18 de Material de Carga e Trans-porte 5 200 000$

Deve FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS 6 HaverN N

Jan. 12 a Caixa 4 30 000$

22 a Caixa 8 2 400$

Deve EQUIPAMENTO DE TRANSPORTE 7 HaverN N

Jan. 18 a Caixa 5 200 000$ Jan.

18 a Outros Credores 5 200 000$

Deve COMPRAS 8 HaverN N

Jan. 22 a Diversos 6 104 500$ Jan.

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CONTABILIDADE

Deve CUSTOS FINANCEIROS 9 HaverN N

Jan. 22 a Diversos 6 1 500$ Jan.

Deve FORNECEDORES C/C 10 HaverN N

Jan. 22 a Fornecedores - Tí- 7 31 500$ Jan.

22 de Diversos 5 31 500$

tulos a pagar

Deve FORNECEDORES - TÍTULOS A PAGAR 11 HaverN N

Jan. Jan.

22 de Fornecedores c/c 7 31 500$

Deve VENDAS 12 HaverN N

Jan. Jan.

25 de Caixa 9 21 500$

Deve PROVEITOS FINANCEIROS 13 HaverN N

Jan. Jan.

27 de Outros Credores 10 5 000$

ESTORNOS NO DIÁRIO

Sendo a escrituração comercial um meio de prova em caso de litígio, não deverá,necessariamente, apresentar irregularidades. De acordo com o artigo 39º do CódigoComercial, se houver cometido erro ou omissão em qualquer assento será ressalvado pormeio de estorno.

O estorno é, então, um lançamento destinado a anular ou a rectificar outro, ou a preencheruma lacuna.

Os estornos podem ser motivados por:

- Omissão de lançamentos;-

Duplicação de lançamento;- Inversão de Contas (debitar a conta que se devia ter creditado e/ou vice-versa);

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- Substituição de contas (debitar e/ou creditar contas diferentes das que sedeviam ter debitado e/ou creditado);- Alteração de quantias (lançar uma importância diferente da variação sofridapela conta).

Quando o erro é cometido no Diário, o estorno constará, na forma mais simples de umlançamento inverso ao errado.

Vejamos seguidamente exemplos referentes às hipóteses focadas:

Na omissão de lançamento, o estorno consiste no lançamento omisso, mencionado nadescrição a data da respectiva operação

Exemplo:

... , 20 de Novembro de NDepósitos à Ordem

a CaixaN/ depósito efectuado no dia 2, conforme guianº887 651, por lapso não registado nessa data 10 000$00

b) Na duplicação de lançamento, o estorno consiste na anulação do segundo lançamento.Esta faz-se, geralmente, pelo lançamento inverso.

Exemplo:... , 20 de Novembro de NClientes c/c

a CaixaAnulação do lançamento nº 136, efectuado nopassado dia 16, por ser a duplicação do lança -mento nº 128 36 000$00

Na inversão de contas, poderão seguir-se duas vias.

Exemplo: o pagamento da factura nº 10 do fornecedor F, no valor de 12 000$00, foiregistado no Diário da seguinte forma:

Caixaa Fornecedores c/c

Pagamento da sua factura nº 10 12 000$00

Verifica-se que as contas foram inversamente movimentadas. Houve uma saída de Caixa,logo esta conta deveria ser creditada; as dívidas a fornecedores diminuiram, pelo que esta

conta deveria ter sido debitada.

A rectificação poderá ser: Via A:

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CONTABILIDADE

Anulação do lançamento errado

Fornecedores c/ca Caixa

Estorno do lançamento nº.... 12 000$00

Lançamento correcto a efectuar

Fornecedores c/ca CaixaPagamento da sua factura nº 10 12 000$00

Via B: reunindo num único lançamento os dois anteriores

Fornecedores c/ca Caixa

Estorno e rectificação do lançamento nº ... 24 000$00

Na substituição de contas, o processo é idêntico ao anterior.

Exemplo: Pelo recebimento dum cheque no montante de 20 000$00, para liquidação dadívida do cliente C, efectuou-se por lapso o seguinte lançamento:

Depósitos à Ordema Clientes c/c

Liquidação da dívida de F 20 000$00

Utilizou-se indevidamente a conta de Depósitos à Ordem. A conta a debitar seria a conta deCaixa, pois os cheques recebidos são movimentados e registados nesta conta.

A rectificação será: Via A:

Anulação do lançamento errado

Clientes c/ca Depósitos à Ordem

Estorno do lançamento nº ... 20 000$00

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Lançamento correcto a efectuar

Caixaa Clientes c/c

Liquidação da dívida de F 20 000$00

Via B: substituindo estes dois lançamentos pelo seguinte

Caixaa Depósitos à Ordem

Estorno e rectificação do lançamento nº ... 20 000$00

Na alteração de quantias mantêm-se as vias referidas em c) e d).

Exemplo: Pela compra a pronto pagamento de uma camioneta no valor de 330 000$00,fizemos sob o nº 203, o seguinte lançamento:

Equipamento de Transportea Caixa

Aquisição de uma viatura, matrícula ... 300 000$00

A sua rectificação poderá ser : Via A :

Anulação do lançamento errado

Caixaa Equipamento de Transporte

Estorno do lançamento nº 203 300 000$00

Lançamento correcto a efectuar

Equipamento de Transportea Caixa

Aquisição de uma viatura, matrícula ... 330 000$00

Via B : substituindo estes dois lançamentos pelo seguinte:

Equipamento de Transportea Caixa

Rectificação do lançamento nº 203 30 000$00

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CONTABILIDADE

ESTORNOS NO R AZÃO

No razão podem verificar-se dois de erros:

erros que correspondem à transcrição de erros já cometidos no Diário;erros apenas cometidos no Razão.

No primeiro caso, os erros são corrigidos com a passagem ao Razão dos lançamentosde estorno efectuados no Diário.

No segundo caso serão apenas emendados no Razão. Esta rectificação será efectuadapor meio de um traço a tinta de cor diferente, sobre os elementos que careçam de emenda,deixando-os legíveis. Com a mesma tinta faz-se a correspondente inscrição na linhaseguinte, do elemento correcto.

O essencial é que as emendas ou aditamentos não dêem lugar a suspeitas de fraude,deixando-se legível o teor da primeira inscrição. Deste modo vê-se imediatamente o motivopor que foram feitos.

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BALANCETES E BALANÇOS

Utilizando-se o método digráfico, toda a operação é simultaneamente lançada a débito deuma conta(s) e a crédito de outra(s); e para se verificar a igualdade dos débitos e doscréditos de todas as contas depois do registo das respectivas variações, utiliza-se umdispositivo chamado balancete.

O balancete é um quadro recapitulativo de todas as contas do Razão, onde consta a soma dodébito e do crédito de cada conta e os respectivos saldos (devedores ou credores).

BALANCETEFólio Contas Débitos Créditos Saldos

Devedores Credores

Total ...........................

D C Sd Sc

donde : D = C e Sd = Sc

O balancete é, pois, um resumo do Razão onde a soma dos totais do débito e do créditodeve ser igual, coincidindo também, com o total do Diário; consequentemente, os totais dassomas dos saldos devedores e credores devem ser iguais.

Se qualquer das igualdades não se verificar, então pode ter havido erro, sendo necessáriauma análise do trabalho efectuado. Deste facto se infere uma característica importante: apossibilidade de verificar essa concordância de valores, como método de controlo, deverificação contabilística.

Os balancetes não evidenciam erros cometidos no Diário, tais como substituição ou inversãode contas, omissão ou duplicação de lançamentos por quanto as quantias registadas a

débito e a crédito das contas podem ser iguais. Só quando isto não acontece, isto é, quandose regista num e não no outro, os erros são detectados pelo balancete.

A comparação entre o total do balancete e o total do Diário permite verificar se oslançamentos foram correcta e completamente passados ao Razão. Normalmente, se o totaldo balancete for inferior ao total do Diário, poderá haver um ou mais lançamento(s) doDiário não lançados no Razão, inversamente, poderá haver duplicação na passagem dumlançamento (total do balancete superior ao total do Diário).

Durante o exercício económico, são elaborados periodicamente balancetes, geralmente todosos meses, com dupla finalidade:

conferir as passagens do Diário ao Razão;verificar a situação da empresa.

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CONTABILIDADE

Por isso lhes chamam balancetes mensais de verificação.

APLICAÇÃO 12

Considerando o exemplo da aplicação 12, pretende-se a apresentação do balancete deverificação de J. Castro, em 31 de Janeiro de N.

Fólio Contas Débitos Créditos SaldosDevedores Credores

1 Caixa 1 521 500$ 1 234 400$ 289 100$2 Capital 1 500

000$1 500 000$

3 Depósitos à Ordem 1 000 000$ 188 500$ 811 500$

4 Equipamento Administrativo 120 000$ 120 000$5 Outros Credores 120 000$ 320 000$ 200 000$6 Fornecimentos e Serv.

Externos32 400$ 32 400$

7 Equipamento de Transporte 400 000$ 400 000$8 Compras 104 500$ 104 500$9 Custos Financeiros 1 500$ 1 500$10 Fornecedores c/c 31 500$ 31 500$11 Fornecedores - Títulos a Pagar 31 500$ 31 500$12 Vendas 21 500$ 21 500$13 Proveitos Financeiros 6 000$ 6 000$

Total ...........................

3 331 400$ 3 331 400$ 1 759 000$ 1 759 000$

Este exemplo permite-nos a constatação da tripla igualdade:

Soma dos totais do débito = Soma dos totais do crédito = Soma do total do Diário

Conjuntamente com o balancete do Razão Geral devem elaborar-se balancetes dos RazõesAuxiliares das contas colectivas. Nestes balancetes não se verifica a tripla igualdadecaracterística do Razão Geral (soma dos totais do débito = soma dos totais do crédito =soma do total do Diário). Porém, sabemos que toda a importância que é levada a débito oua crédito de uma das contas divisionárias, reflecte-se no débito, respectivamente crédito, daconta colectiva correspondente; então, as somas dos totais ( a débito e crédito) e dos saldosdo balancete dos razões especiais duma conta colectiva devem necessariamente coincidircom o total do débito, crédito e saldo, respectivamente dessa mesma conta colectiva,ostentados no balancete do Razão Geral.

Um balancete é quase um balanço; aliás, como o seu próprio nome sugere, o balancete éum balanço pequeno, um balanço resumido e provisório. Apresentando os saldos de todasas contas, o balancete permite-nos fazer uma ideia, embora aproximada, da situação daempresa. Dizemos aproximada, uma vez que os saldos de algumas contas poderão nãocorresponder rigorosamente à realidade (por exemplo, nas contas bancárias talvez aindahaja a considerar os juros). Para se obterem indicações exactas é necessário proceder àregularização daquelas contas (lançamentos de regularização ou de rectificação), o que

acontece geralmente apenas no fim de cada exercício económico.

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Depois desta regularização pode elaborar-se o chamado balancete rectificado ou deinventário, sendo chegado o momento de se apurarem os resultados. Após os lançamentosde apuramento de resultados ou de transferência, poder-se-á elaborar novo balancete,designado por balancete final ou de encerramento, no qual todas as contas de custos e deproveitos deverão aparecer saldados, isto é, sem saldo.

Com base no balancete final ou de encerramento, facilmente se elabora o balanço de fim deexercício, bastando considerar as contas que evidenciem saldos, e só essas, apresentando-as no dispositivo do balanço, depois de reagrupar e ordenar as contas do activo segundo oseu grau decrescente de exigibilidade.

A terminar podemos dizer que a diferença entre o balanço e o balancete reside no facto deeste compreender não só os saldos, como também as acumulações a débito e a crédito dascontas, enquanto que aquele se compõe apenas de saldos.

APLICAÇÃO 13

O balancete final da Sociedade Alfa, S.A., representava em 31 de Dezembro de N, osseguintes valores:

Fólio Contas Débitos Créditos SaldosDevedores Credores

1 Capital 400 000$ 400 000$2 Caixa 645 900$ 620 400$ 25 500$3 Depósitos à Ordem 876 700$ 698 900$ 177 800$4 Compras 426 800$ 426 800$5 Fornecimentos e Serv.

Externos86 900$ 86 900$

6 Mercadorias 923 800$ 696 000$ 227 800$7 Fornecedores c/c 295 800$ 470 800$ 175 000$8 Clientes c/c 526 500$ 354 400$ 172 100$9 Vendas 967 600$ 967 600$10 Impostos 33 400$ 33 400$11 Clientes - Títulos a Receber 274 300$ 150 000$ 124 300$

12 Custos com o Pessoal 98 600$ 98 600$13 Fornecedores - Títulos a Pagar 85 200$ 142 300$ 57 100$14 Equipamento Administrativo 40 000$ 4 000$ 36 000$15 Outros Devedores 40 900$ 22 700$ 18 200$16 Outros Custos Operacionais 25 000$ 25 000$17 Custos Financeiros 72 500$ 72 500$18 Proveitos Financeiros 60 600$ 60 600$19 Reservas 26 300$ 26 300$20 Resultados 1 439 200$ 1 562

500$123 300$

Total .......................

....

6 919 700$ 6 919

700$

781 700$ 781 700$

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CONTABILIDADE

Pretende-se a apresentação do balanço final, classificação, no dispositivo horizontal.

Resolução:

Balanço da Soc. Alfa, S.A. em21/12/N

ACTIVO PASSIVODisponibilidades Débitos a Curto Prazo

Caixa 25 500$ Fornecedores c/c 175 000$Depósitos à Ordem 177 800$ 203 300$ Fornecedores - Títu-

los a Pagar 57 100$ 232 100$Créditos a Curto Prazo

Clientes c/c 172 100$ CAPITAL PRÓPRIOClientes - Títulos a

Receber 124 300$ Capital e ReservasCapital 400 000$

Outros Devedores 18 200$ 314 600$ Reservas 26 300$ 426 300$

Existências Resultados ApuradosMercadorias 227 800$ no Exercício

Resultados + 123 300$Imobilizações

Equip. Administr. 36 000$ Total do Passivo e Ca-Total do Activo 781 700$ pital Próprio 781 700$

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SISTEMAS CONTABILÍSTICOS

SISTEMAS DE CONTAS

O volume e a natureza das contas a criar nas empresas, estão intimamente ligados, quercom a própria dimensão da empresa, quer com o tipo de informação que se deseja obter e ograu de pormenores que se pretenda.

Em cada empresa as contas não devem ser consideradas isoladas, pelo contrário, devemestar relacionadas entre si de forma a constituírem um conjunto coerente. Um sistema de

contas é, pois, um conjunto organizado destas de modo a que elas mantenham uma certacoerência e ligação entre si.

Na articulação das contas há a considerar os seguintes sistemas: 

- Sistemas Monistas, quando a contabilidade das empresas compreende um sóconjunto de livros, um só Razão Geral, ou seja, as contabilidades externa e internaestão reunidas.

- monismo diz-se indiviso, radical ou puro quando as contas típicas da contabilidadeinterna ou de exploração (ou de movimentos internos) figuram no Razão Geral a parde todas as contas; diz-se diviso quando aquelas contas aparecem representadas noRazão Geral por uma conta ou poucas contas, por sua vez desdobrada(s) e

desenvolvida(s) nas contas correspondentes à actividade interna, através de umconjunto próprio, embora subordinado, de livros.

- Sistemas Dualistas, formadas por duas contabilidades autónomas emboramutuamente subsidiadas - a dos movimentos com o exterior (contabilidade externaou legal) e a dos movimentos internos (contabilidade interna ou analítica deexploração).

O sistema dualista designa-se por duplo contabilístico, quando existem duascontabilidades claramente separadas, ambas realizáveis pelo método digráfico; acontabilização por partidas dobradas das operações internas obriga a criar maior ou menornúmero de contas de contrapartida a que também se dá o nome de contas reflectidas (énestas contas que se executam os lançamentos que, de contrário, se teriam de fazer nas

correspondentes contas de contabilidade geral, dado que as contas desta última nascorrespondentes contas de contabilidade geral, dado que as contas desta última nunca sãodebitadas nem creditadas por contrapartida das contas da contabilidade analítica deexploração).

O sistema dualista diz-se duplo misto quando a parte da contabilidade correspondente aosapuramentos internos é executada através de registos extradigráficos; portanto, não se fazpor partidas dobradas, mas por meio de mapas, não havendo necessidade de pôr duasvezes em destaque o mesmo montante.

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CONTABILIDADE

Resumindo o que anteriormente foi dito, temos:

a) Sistemas Monistas

Sistema único indivisoSistema único diviso

b) Sistemas Dualistas

Sistema duplo contabilísticoSistema duplo misto

Só através do estudo da contabilidade analítica de exploração será possível a compreensãototal (forma, ligações e implicações) dos referidos sistemas de contas. Este assunto voltará aser estudado no ponto 4.10. Contas da classe 9 (contabilidade analítica).

SISTEMAS DE COORDENAÇÃO

Os registos em que se lançam os factos patrimoniais constituem, entre si, conjuntosordenados, que se denominam sistemas de coordenação.

Entre os vários sistemas de coordenação existentes, é usual referirem-se os seguintes:

SISTEMA CLÁSSICO

As operações ou acontecimentos que provocam variações patrimoniais registam-se,analiticamente, por ordem de datas, no Diário e por ordem de contas, no Razão. O primeiroé um registo cronológico; o segundo, um registo sistemático.

Periodicamente, para conferência (controlo) das passagens do Diário para o Razão,elaboram-se balancetes. Os saldos apresentados nas contas do Razão, depois dasrectificações necessárias, são elementos do balanço (quadro da situação patrimonial).

Apesar do seu reduzido interesse prático, este sistema tem uma importância fundamentalpara a metodologia do ensino da contabilidade.

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ESQUEMA DO SISTEMA CLÁSSICO

A repetição de certas operações e a necessidade da divisão de trabalho, entre outras razões,originaram alterações no sistema clássico atrás sucintamente descrito.

No sistema clássico evoluído, a repetição das operações de caixa - recebimentos epagamentos - aconselhou a criação de um diário único para estas operações e um outrodiário para as restantes operações - diário de operações diversas ou auxiliar.

A revelação destes diários é analítica, mas o diário geral, onde se resume periodicamente -geralmente no fim de cada mês - o movimento daqueles, é de revelação sintética.

Quanto ao razão, a existência de contas colectivas e de contas elementares ou subcontas,

fez adoptar um razão principal ou geral, apenas para as primeiras, e vários razõesdivisionários para as segundas.

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CONTABILIDADE

ESQUEMA DO SISTEMA DIÁRIO-RAZÃO

SISTEMA CENTRALIZADOR 

Este sistema deriva directamente da evolução do sistema clássico, com a adopção de umdiário especial para cada conjunto de operações de natureza idêntica e de grande frequência- diários divisionários - onde as operações são registadas diária e analiticamente.

Periodicamente, efectua-se o lançamento resumo dos movimentos registados nos diversosdiários divisionários, num diário sintético. Paralelamente, com os diários divisionários,movimentam-se razões auxiliares, e partir dos quais se efectua o lançamento resumo.

Como exemplo de diários divisionários podemos citar:

Diário de Caixa - onde se registam todos os recebimentos e pagamentos.Diários de Bancos - para registo do movimento bancário. Exceptuam-se os depósitos elevantamentos para reforço da Caixa, se estes movimentos forem registados no Diário deCaixa.

Diário de Compras a Crédito - regista todas as aquisições a crédito, pela empresa. Asaquisições a pronto pagamento são registadas no Diário de Caixa ou Bancos.Diário de Vendas a Crédito - regista os movimentos de Vendas efectuadas pela empresa, acrédito. Exceptuam-se as vendas a dinheiro, visto serem registadas no Caixa.

Operações Diversas - têm carácter residual, isto é, regista as operações que pela suanatureza não possam ser movimentadas em qualquer dos restantes diários.

Outros se poderiam citar, como por exemplo: letras a receber; letras a pagar; etc.. A suacriação depende das características e necessidades da empresa, bem como da sua dimensãoe organização contabilística.

O sistema centralizador é, na prática, o sistema mais utilizado, visto que permite umagrande divisão do trabalho contabilístico, contrariamente ao que acontece com o sistemaclássico o mesmo com o Diário-Razão.

Apresenta contudo um grande inconveniente: é que uma mesma operação poderá ser

registada em mais de um diário divisionário, se o âmbito destes últimos não for definido comclareza e precisão suficientes. Como exemplo podemos citar o caso dum depósito numbanco que numa empresa que utiliza os diários de Caixa, e de Bancos poderá lançar noCaixa, porque é uma saída deste e nos Bancos porque é uma entrada nos depósitos.

Dada a grande aplicação na prática do sistema centralizador, iremos apresentar umexemplo explicativo.

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NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA O POC

INTRODUÇÃO

A contabilidade como processo de recolha, análise, registo e interpretação de tudo o queafecta a riqueza das unidades económicas é, sem dúvida, um dos mais poderosos - senãomesmo o maior - suportes de informação para a gestão.

As informações prestadas pela contabilidade ultrapassam, em larga escala, o âmbito daempresa e dos seus mais directos colaboradores, revestindo interesse para um vastoconjunto de utilizadores (credores, financiadores, fisco, estatísticas nacionais e sectoriais,

etc.). Sendo assim, será mister que as informações contabilísticas sejam obtidas a partir demétodos e procedimentos comummente conhecidos e aceites, por forma a que se elaboremelementos susceptíveis de interpretação e comparáveis com os de outras unidades.

Tal necessidade exige a adopção de uma metodologia semelhante na recolha e tratamentodos dados, sem o que a compatibilidade das informações obtidas será colocada em causa.

Diremos então que será necessário definir um conjunto de princípios e critérios a seremuniformemente seguidos pelas diversas unidades económicas na execução de suacontabilidade. Neste sentido, deverão definir-se regras no que respeita à nomenclatura dascontas, ao seu âmbito e movimentação, às regras de valorização dos elementos, àdeterminação dos resultados e à elaboração e apresentação das demonstrações financeiras.

Ou seja, a normalização contabilística consiste na definição de um conjunto de regras eprincípios que visem:

Elaboração de um quadro de contas que devam ser seguidas pelas unidades económicas;Definição do conteúdo, regras de movimentação e articulação das contas definidas noquadro indicado em a);

Concepção de mapas-modelo para as demonstrações financeiras definidas para as unidadeseconómicas;Definição dos princípios contabilísticos e dos critérios valorimétricos que devam ser seguidosna contabilidade das diversas entidades envolvidas.

Em síntese, normalizar, consiste em criar uma metodologia comum, a ser seguida pelasunidades económicas visando, fundamentalmente, a compatibilidade das informações inter-unidades, a universalidade dos dados recolhidos e a sua compreensibilidade pelos diversosagentes económicos.

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CONTABILIDADE

VANTAGENS DA NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

Ilustraremos este ponto com a nota preambular do anteprojecto de normalização, doMinistério das Finanças:

As vantagens que se atribuem à adopção de uma normalização contabilística situam-se emvários planos, designadamente:

• da empresa: a normalização, na medida em que se assentar numaplanificação bem aceite e concebida, haverá necessariamente de ser útil àsempresas. Estas virão a colher as vantagens de passar a dispor de estatísticas desector que mostrarão a sua posição relativa. Isso incentiva quem, colocado emsituação mais desfavorável, tenha de proceder a revisões e alterações para

melhorar a sua posição e produtividade;• da profissão de técnico de contabilidade que passa assim a dispor de umcódigo de regras e procedimentos;• da didáctica e o da pedagogia. A normalização pode proporcionar orientaçõesmenos discutíveis, evitando perdas de esforços em «descobertas já descobertas»,transferindo a energia desses esforços para a crítica a remodelação posterior dasnormalizações efectuadas no que estas carecem de correcções;• da análise macro empresarial, para a qual se passa a contar com os critériosnaturalmente mais válidos, procedimentos mais convenientes, dados maisexactos, terminologia uniforme, agregações menos erradas, favorecendo-seestatísticas sectoriais, nacionais e possibilitando-se um melhor conhecimento daeconomia nacional. As entidades oficiais e os próprios empresários disporiam

assim de mais correctos instrumentos de análise e previsão;• da tributação que assentaria em procedimentos mais ortodoxos e certeiros,possibilitando-se assim, um mais fácil controlo dos elementos que servem debase ao estabelecimento da tributação das empresas.

São incontestadas as vantagens referidas, «no entanto, dever-se-á ter presente que quantomaior for o campo de aplicação da normalização, mais gerais terão de ser as regras eprincípios que se estabelecem. Por exemplo, em relação à contabilidade interna, é utópicopensar que podemos encontrar uma receita única que sirva para todas as empresas de umpaís, para um banco e para uma casa agrícola, um comerciante e uma metalomecânica, umestaleiro e uma empresa de pesca.

Assim, não parece que a normalização contabilística possa ultrapassar, com certo pormenor,o âmbito sectorial, embora possam e devam existir, planos de contas e regras uniformes anível nacional que sirvam de normas orientadoras às normalizações sectoriais».

Paul Lausel refere «a elaboração de uma doutrina, a definição de princípios que tenham umvalor tão geral quanto possível, facilita a formação e o aperfeiçoamento de colaboradores decontabilidade; ela tempera a tendência natural para a alteração de métodos ligados àsmutações de pessoas e por consequência facilita as comparações de resultados no tempo;ela favorece as comparações no espaço entre empresas que apresentam analogiassuficientes. Pelo contrário, se a procura da uniformidade é levada demasiado longe, arrisca-se comprometer a adaptação da contabilidade às características e às necessidadesindividuais das empresas. Daí a oposição que geralmente se manifesta nos meios patronais

quanto à normalização pela via legal e sobretudo quando se trata de contabilidadeanalítica».

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Em síntese, sendo a normalização contabilística grandemente vantajosa em todos osdomínios - do registo, da análise, do estudo - comporta em si um grande inconveniente, queé o poder ser excessiva. Doutra forma, a normalização parece-nos vantajosa, até ao pontoem que possa ser aplicada na empresa, sendo impraticável quando não se adapte áscaracterísticas e necessidades reais das unidades económicas nos aspectos que se proponhauniformizar.

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CONTABILIDADE

A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM PORTUGAL

Até muito recentemente só em dois sectores de actividade - bancário e segurador - seencontrava normalização contabilística imposta por lei. De facto, as empresas deste ramoeram obrigadas a utilizar o quadro de contas, as regras de contabilização, os critérios deapuramento de resultados e a publicar os seus balanços e contas de resultados de acordocom planos normalizados.

Fora estas duas excepções, grassava entre as empresas portuguesas a maior indisciplina emmatéria de contabilidade.

Quem acompanhasse os balanços e contas de resultados publicados, constataria daanarquia que reinava: na ausência de normas que estabelecessem a forma que aqueles

deviam revestir no que respeita à terminologia das contas e à forma como deviam serordenadas, aos custos que deviam ser obrigatoriamente referidos, elaboravam-se aquelesdocumentos para esconder a verdadeira situação patrimonial e resultados; na ausência daobrigatoriedade, assim como da possibilidade da adopção de critérios uniformes de avaliaçãodos elementos e componentes patrimoniais, apareciam nos balanços edifícios que valiammilhares de contos avaliados por importâncias irrisórias; recorria-se a toda uma série determos ambíguos para designar as contas de forma a que as pessoas que se debruçassemsobre a análise do balanço se viam impossibilitadas de chegar a conclusões; para diminuiros resultados criavam-se provisões que nada tinham a ver com os custos; elaboravam-sebalanços diferentes para a Administração, a Assembleia Geral, os bancos, o fisco.

Contudo, no início da década de 70 verificou-se existir uma melhoria sensível

naqueles aspectos, em consequência do seguinte:- os conhecimentos técnicos de contabilidade foram progredindo e acompanhados poruma maior consciencialização dos empresários quanto ao dever de apresentaremdados verdadeiros;

- a reforma fiscal - e fundamentalmente o Código da Contribuição Industrial - veioestabelecer normas para a determinação dos custos e proveitos de cada exercício epara a avaliação dos elementos patrimoniais, que, embora sejam somenteobrigatórios para efeitos fiscais e nem sempre seja indispensável processar acontabilidade de acordo com essas normas, têm exercido uma notável acçãodisciplinadora;

- a legislação entretanto saída sobre fiscalização de sociedades anónimas estabelecenormas, embora bastante tímidas e primárias, sobre a forma como devem ser

elaborados os documentos cuja publicação é obrigatória.Esta legislação foi contida no Decreto-Lei nº 49 381, de 15 de Novembro de 1969 , queprescrevia quanto ao balanço:

Artigo 31ºO balanço final do exercício deve ser exacto e completo e indicar expressamente o valor doactivo e do passivo, apresentando as respectivas contas com clareza e separadas dascorrespondentes à situação líquida ou capital próprio e as relativas a valores de merainformação ou de outra natureza.Relativamente aos elementos do activo sujeitos a depreciação o balanço deve patentear asamortizações ou reintegrações acumuladas.

Nada se dizia dos critérios de avaliação dos elementos patrimoniais e sobre a uniformidadena aplicação desses critérios e dos princípios contabilísticos, mas o artigo 35º estabelecida

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que o Conselho Fiscal devia indicar no seu relatório, entre outros, «os critérios valorimétricosadoptados e a respectiva aplicação», o que é muito pouco.Quanto à elaboração da demonstração de resultados, o referido Decreto-Lei prescrevia oseguinte:

Artigo 32ºA conta de resultados ou de ganhos e perdas deve indicar, salvo legislação especial, oscustos e proveitos discriminados conforme a sua natureza, com menção diferenciada domontante de cada verba;Quanto aos custos ou perdas, devem obrigatoriamente ser especificados: os custos relativosàs matérias-primas, matérias subsidiárias ou mercadorias, os encargos com os órgãossociais, as remunerações e outros encargos com o pessoal, os encargos com publicidade, osencargos fiscais e para-fiscais, as amortizações e as provisões;Quanto aos proveitos ou ganhos, devem ser obrigatoriamente especificados: os proveitosdos vários ramos de actividade, os rendimentos de bens ou valores mantidos como reservaou fruição, os rendimentos financeiros, as remunerações recebidas pelo desempenho decargos em órgãos de outras sociedades, as remunerações ou rendimentos recebidos pelaprestação de serviços de assistência técnica ou cedência do uso de direitos depropriedade industrial, ou elementos da mesma natureza não privilegiados, os benefíciosfiscais e os proveitos da anulação total ou parcial das provisões.As discriminações referidas nos números anteriores são dispensadas, na medida em queconstem da conta de exploração e esta se encontre publicada.

O reconhecimento da necessidade crescente de normalização contabilística entre nós estápatente em vários projectos de planos de contabilidade (de contas) de âmbito nacional queentretanto foram publicados:

- Plano Geral de Contabilidade - Projecto - Contribuição para o PlanoContabilístico Português do Sindicato Nacional dos Empregados de Escritório -

Centro de Estudos (1965).- Plano de Contabilidade para a Empresa, do Grupo de Trabalho dos Técnicos deContas do Sindicato dos Profissionais de Escritório do Distrito de Lisboa (1970).- Ante-Projecto do Plano Geral de Contabilidade, da Direcção Geral dasContribuições e Impostos (1973).- Plano Português de Contabilidade, da Sociedade Portuguesa de Contabilidade(1974).

Esse reconhecimento esteve ainda na base da constituição em Novembro de 1974 de umacomissão, com existência oficial pelo Despacho de 27 de Fevereiro de 1975, publicado noD.R. nº 65 - II Série, de 18/3/75.

A Comissão foi atribuída a incumbência do estudo da normalização contabilística a implantarno nosso país. A Comissão fixou como objectivos a construção de documentos finais deapresentação de contas, explicitando para o efeito um conjunto de quadros normalizados,com anexos, para cuja construção se veio a reconhecer ser vantajosa a existência desuporte através de um quadro e lista de contas.

A primeira fase do labor da Comissão encerrou-se com a publicação do trabalho intitulado«Normalização Contabilística - I Fase», em finais do ano de 1975. Aí se continham várioselementos que foram posteriormente revistos e acrescentados, tendo em atenção os dadosde novos elementos e as críticas e sugestões recolhidas.

Na sequência dos trabalhos da Comissão foi aprovado, pela primeira vez, um plano de

contas extensivo à generalidade das empresas.

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CONTABILIDADE

Este plano de contas foi aprovado pelo Decreto-Lei 47/77 de 7 de Fevereiro que estabeleceuo seguinte:

Artigo 1º

É aprovado o Plano Oficial de Contabilidade para as empresas publicadas em anexo.Serão publicados planos sectoriais de diversas actividades, de acordo com as respectivasespecificidades.O Plano não é aplicável às instituições de crédito e seguros.

Artigo 2º

É obrigatória em relação aos exercícios de 1977 e seguintes a elaboração de peçasfinais constantes no plano, que adiante se indicam:

a) Para as empresas públicas e do grupo A da contribuição industrial:- Balanço Analítico;- Demonstração dos Resultados Líquidos;- Demonstração dos Resultados Extraordinários do Exercício;- Demonstração dos Resultados de Exercícios Anteriores;- Movimento da conta de Resultados Líquidos;- Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados;- Demonstração de Resultados por Funções e seus desenvolvimentos;- Mapa de origens e de aplicações de fundos.

b) Para as empresas do grupo B da contribuição industrial:- Balanço sintético;- Demonstração de Resultados Líquidos.

Artigo 3º

É obrigatória a publicação das seguintes peças finais constantes do Plano, pelasempresas públicas e pelas sociedades comerciais anónimas que não revistam formacooperativas:

- Balanço analítico;- Demonstração de resultados líquidos;- Anexo ao balanço e à demonstração de resultados;

Artigo 5º

O Plano será aplicável obrigatoriamente às empresas públicas e com participação maioritáriade capitais do sector público com início no exercício de 1977, podendo a sua adopção seradiada para o ano económico de 1978, por despacho do Ministro da Tutela, se razõesponderosas devidamente justificadas o aconselharem.Para as restantes empresas do grupo A da contribuição industrial, o Plano seráobrigatoriamente aplicável a partir de 1 de Janeiro de 1978, salvo nos casos em que, pelanatureza da empresa ou característica do sector, o pedido de dispensa de tal obrigatoriedadevenha a outro despacho favorável do Ministro das Finanças, ouvida a Comissão deNormalização.

Contudo, em consequência da adesão de Portugal às Comunidades Europeias, tornou-se

necessária a adaptação da legislação nacional à comunitária. Assim, o disposto na 4ªDirectiva (78/660/CEE), relativa à estrutura e conteúdo das contas anuais e do relatório degestão, bem como aos métodos de avaliação, veio impor revisão do Plano de Contas emvigor, sendo substituído por um novo a partir de 1 de Janeiro de 1990.

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A este propósito, transcrevemos a nota justificativa da Comissão de NormalizaçãoContabilística, sobre a necessidade da referida revisão:

De acordo com os Planos de Actividades da Comissão de Normalização Contabilísticaaprovados com referência aos anos de 1987 e 1988, este Organismo dedicou prioritáriaatenção à revisão do Plano Oficial de Contabilidade, perante as exigências decorrentes daentrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia e especificamente do disposto na4ª Directiva (78/660/CEE), relativa à estrutura e conteúdo das contas anuais e do relatóriode gestão, bem como aos métodos de avaliação e ao relato financeiro, na parte respeitanteá sua área de competência.

Aproveitou-se o ensejo para introduzir aperfeiçoamentos que a experiência nacional e aevolução das normas internacionais justificaram.

No capítulo das Notas Explicativas das Contas, introduziram-se as alterações julgadasessenciais ainda se não tenha entrado numa maior pormenorização, que se considerairrelevante face á conveniência da entrada em vigor do Plano revisto no início de 1990.

De salientar que esta revisão do Plano Oficial de Contabilidade foi sendo apreciada edebatida ao longo de várias sessões, pelo Conselho Geral da Comissão de NormalizaçãoContabilística, e finalmente aprovada na reunião de 4 de Agosto de 1988. Este órgão, deacordo com a Portaria regulamentadora da sua actividade, integra 38 membros,representando os interesses gerais do Estado (nomeadamente a Direcção-Geral dasContribuições e Impostos, a Inspecção-Geral de Finanças e o Banco de Portugal),associações profissionais de técnicos (incluindo a Câmara dos Revisores Oficiais de Contas),instituições de ensino e científicas, o sector público empresarial e o sector privado daeconomia (incluindo as Confederações).

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CONTABILIDADE

O PLANO OFICIAL DE CONTABILIDADE

NOTA PRÉVIA

A adesão de Portugal às Comunidades Europeias determinou a necessidade de se proceder aalguns ajustamentos em matérias contabilísticas, de acordo com o previsto na Directiva n.º78/660/CEE (4.ª Directiva), que implicam a revisão do Plano Oficial de Contabilidade,aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47/77, de 7 de Fevereiro, e legislação complementar,aproveitando-se agora a oportunidade para introduzir melhorias que a experiência e aevolução técnica, a nível nacional e internacional, mostraram aconselháveis.

Tornando-se obrigatório para diversas entidades, o Plano Oficial de Contabilidade não é de

aplicação geral, já que para as empresas do sector financeiro, segurador e bancário se criamplanos de contabilidade específicos, ao passo que se afastam expressamente aqueles que,exercendo a título individual uma actividade comercial, industrial ou agrícola, não realizemum volume de negócios superior a 30 000 contos.

Para a maior parte das empresas abrangidas, o Plano Oficial de Contabilidade mostra-se,aliás, suficientemente flexível, quer no sentido de possibilitar desdobramentos, quer devidoao facto de a sua aplicação se restringir em função das situações concretas de cada empresa,em que grande parte das contas e das notas do anexo poderá ser dispensada.

Foi-se, por último, ao encontro das necessidades das pequenas empresas, ao admitir aelaboração de modelos alternativos de balanço, demonstração de resultados e anexo menos

pormenorizados, para efeitos de prestações de contas.

Assim:Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo decreta o

seguinte:

Artigo 1.ºÉ aprovado o Plano Oficial de Contabilidade, anexo ao presente diploma e que dele faz parteintegrante.

Artigo 2.º1. O Plano Oficial de Contabilidade é obrigatoriamente aplicável às seguintes entidades:

Sociedades nacionais e estrangeiras abrangidas pelo Código das Sociedades Comerciais;Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial;Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada;Empresas públicas;Cooperativas;Agrupamentos complementares de empresas e agrupamentos europeus de interesseeconómico;Outras entidades que, por legislação específica, já se encontrem sujeitas à sua adopção ouvenham a estar.

2. O Plano Oficial de Contabilidade não é aplicável aos bancos, às empresas de seguros e aoutras entidades do sector financeiro para as quais esteja prevista a aplicação de planos de

contabilidade específicos.

Artigo 3.º

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1. As empresas individuais reguladas pelo Código Comercial, os estabelecimentos individuaisde responsabilidade limitada, as sociedades por quotas, as sociedades anónimas e ascooperativas que, à data do encerramento das contas, não tenham ultrapassado dois dostrês limites referidos no artigo 262.º do Código das Sociedades Comerciais, poderãoapresentar somente os modelos menos desenvolvidos de balanço, demonstração dosresultados líquidos e anexo indicados no Plano Oficial de Contabilidade.

2. Sempre que os limites referidos no número anterior sejam excedidos durante dois anosconsecutivos, deixa de ser aplicável a faculdade nele referida.

3. Quando os limites indicados no número anterior deixarem de ser atingidos durante doisanos consecutivos, só a partir do exercício seguinte será aplicável a faculdade nele referida.

4. O disposto no n.º 1 não se aplica às empresas interligadas, definidas no n.º 7 das«Considerações técnicas» do Plano Oficial de Contabilidade.

5. Ficam dispensados do previsto no n.º 1 aqueles que, exercendo a título individualqualquer actividade comercial, industrial ou agrícola, não realizem na média dos últimos trêsanos um volume de negócios superior a 30 000 contos.

Artigo 4.ºEnquanto não for alterado o plano de contas para as empresas que se dediquem a

operações de locação financeira, fica suspensa, por um período máximo de três anos, aentrada em vigor da contabilização previstas no capítulo 12, «Notas explicativas», conta 42.

Artigo 5.ºCompete aos Ministros das Finanças e da Tutela, ouvida a Comissão de Normalização

Contabilística, a aprovação dos planos sectoriais das diversas actividades e das normasregulamentares necessárias à aplicação do Plano Oficial de Contabilidade.

Artigo 6.º1. É revogado o Decreto-Lei n.º 47/77, de 7 de Fevereiro.

2. Mantém-se em funções a Comissão de Normalização Contabilística, a quem competeassegurar o fundamento e aperfeiçoamento da normalização contabilística nacional, comoórgão independente, que funcionará administrativa e financeiramente no âmbito do Ministrodas Finanças. 3. As entidades a integrar a Comissão serão designadas por portaria do Ministro dasFinanças e representarão, à escala nacional, as instituições nacionais e particularesdirectamente interessadas e tecnicamente mais válidas.

Com a publicação e entrada em vigor em 1991 do Decreto-Lei n.º 238/91, de 2 deJulho foram introduzidas alterações ao Plano:

Artigo 7.º1. São introduzidas no Plano Oficial de Contabilidade, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 410/89,de 21 de Novembro, as normas de consolidação de contas e as demonstrações financeirasconsolidadas constantes do anexo I a este diploma, do qual faz parte integrante, que ficam aconstituir, respectivamente, os seus capítulos 13 e 14.

2. É ainda alterado o mesmo Plano Oficial de Contabilidade em conformidade com as

modificações e aditamentos constantes do anexo II a este diploma, do qual faz parteintegrante.

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CONTABILIDADE

INTRODUÇÃO

No capítulo de introdução ao Plano Oficial de Contabilidade faz-se uma referência especial à

necessidade de adequação do plano em face do processo de normalização decorrente deintegração de Portugal nas comunidades europeias. A este propósito transcrevemosconteúdo do texto do POC que é, por si, elucidativo:

Em 25 de Julho de 1978 foi adoptada pelo Conselho das ComunidadesEuropeias a Directiva 78/660/CEE (4.ª Directiva do Conselho), relativa às contas anuais decertas formas de sociedades.

O seu objectivo primordial é a coordenação das disposições nacionais dos vários Estadosmembros respeitantes à estrutura e conteúdo das contas anuais e do relatório de gestão,aos critérios de valorimetria, assim como ao exame e divulgação desses documentos. A suaaplicação estende-se às sociedades de responsabilidade limitada, designadamente as

anónimas e por quotas.

Pretendeu-se, assim, não só contribuir para a protecção dos interesses dos associados e deterceiros, como também assegurar a comparabilidade e equivalência da informaçãofinanceira divulgada.

2. Tendo em consideração que as contas anuais devem dar uma imagem verdadeira eapropriada da posição financeira e dos resultados das operações das empresas, a 4.ªDirectiva estabelece esquemas de modelos obrigatórios para a elaboração do balanço e dademonstração dos resultados, as informações a divulgar em notas anexas e o conteúdomínimo do relatório de gestão.Uma das preocupações da directiva é a divulgação da informação sobre sociedades em

regime de grupo e a preparação das contas para a consolidação, matéria que veioposteriormente a ser objecto de outra directiva daquele Conselho, a n.º 83/349/CEE (7.ªDirectiva).

A adesão, em 1986, do nosso País à CEE veio trazer-lhe a obrigaçãode incluir no seu normativo as disposições das directivas comunitárias.Consciente da tarefa que se lhe impunha no que respeita às disposições deordem contabilística, a Comissão de Normalização Contabilística (CNC) incluiu, nesse mesmoano, no plano de actividades para 1987 a adaptação do Plano Oficial de Contabilidade (POC)à 4.ª Directiva. Após a aprovação do referido plano de actividades pelo Governo, a CNC deuimediatamente início aos respectivos trabalhos.

Estudada a 4.ª Directiva, a CNC entendeu dever fazer uma reflexãosobre a natureza desse trabalho e a metodologia a aplicar no seu desenvolvimento.

Apesar de ter mais de 10 anos de aplicação, pois entrou em vigor em 1977, o POCapresenta uma concepção e estrutura que se adaptam, com relativa facilidade, à produçãoda informação requerida, sem necessidade de alterações muito profundas a nível da listadas contas e da sua terminologia e conteúdo.

Por outro lado, deve-se dizê-lo, estão a ser desenvolvidos, no âmbito das organizaçõeseuropeias dos profissionais de contabilidade e em ligação com as estruturas da CEE, váriostrabalhos com vista a conseguir a harmonização contabilística mundial, objectivo máximo daInternacional Federation of Accountants (IFAC). Para a sua consecução, estão a fazer-seesforços no sentido de eliminar as divergências, não muito significativas, entre as normascontabilísticas contidas pelo Internacional Accounting Standards Committee (IASC), órgãodependente da IFAC. Neste sentido, o próprio IASC se propõe limitar as opções de políticas

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contabilísticas contidas nas suas normas, de forma a facilitar a harmonização. Assim, a CNCoptou por uma revisão com o mínimo de alterações, com efeitos positivos não só para ostécnicos que o têm de aplicar, como também para os próprio utentes.

As contas das classes 1 a 5, bem como as da classe 8, conduzem à construção do balanço.As contas das classes 6 a 7, permitem a determinação dos resultados do exercício e asrespectivas demonstrações.As contas da classe 8 destinam-se a explicitar, por desenvolvimento ou por síntese, osresultados apurados no exercício e eventualmente, a sua aplicação.Ficam reservadas as classes 9 e 0 à contabilidade interna, analítica, de custos ou de gestãoe ao tratamento de outras informações. No quadro acima indicado apenas representámos asclasses cujas contas estão normalizadas.A elaboração das classes subordinou-se a alguns critérios:

- desenvolvimento das mesmas pela ordem seguinte:- contas de balanço;- contas de activo e passivo, atendendo, com certas excepções, à seriação horizontal dobalanço;- contas de situação líquida, considerando a seriação do balanço;- contas de custos e proveitos classificados por natureza, tendo em atenção a seriação dademonstração de resultados;- contas de resultados, explicitando:Resultados operacionais (conta 81 que irá acumular os custos e proveitos operacionais, ouseja, que resultem directamente da actividade principal da empresa).Resultados financeiros (conta 82 que irá acumular os custos e proveitos financeiros, ou seja,os resultantes de decisões de financiamento e de aplicações financeiras).Resultados extraordinários (conta 84 que irá acumular os ganhos e perdas acidentais).

Além das contas indicadas são propostas contas de utilização facultativa, até ao apuramento

final do resultado global da empresa, que será explicitado na conta 88, resultados líquidos doexercício.- Contas de contabilidade de custos e outras contas de livre utilização.- Formação de classes atendendo às massas patrimoniais e sem grandes desníveis dedensidade.- Distribuição das contas, de sorte a conseguir-se um certo equilíbrio no tratamento dasdiversas situações e fluxos.

FUNCIONAMENTO E LIGAÇÃO DO QUADRO DE CONTAS

Como foi já referido, é tarefa da contabilidade o alcance de dois objectivos básicos, que são:- a determinação dos resultados da actividade;- a representação da situação patrimonial da empresa.

Quanto ao primeiro aspecto, não só tem interesse a apresentação do resultado em si, mastambém, e principalmente, a evidenciação dos seus componentes positivos e negativos.

No POC, estes aspectos são-nos evidenciados através das «contas de resultados» queenglobam as contas das classes 6, 7 e 8. As contas das classes 6 e 7 correspondemrespectivamente, aos componentes negativos e positivos do resultado, devendo o saldo dascontas que as compõem ser transferido para as contas da classe 8, permitindo, apurar osresultados operacionais, os resultados financeiros e os resultados extraordinários.

Após apurados os resultados indicados, será possível através da conta 88, resultadoslíquidos, apurar o resultado final da empresa (lucro ou prejuízo líquidos).

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CONTABILIDADE

Isto significa que todas as contas das classes 6 e 7 são subsidiárias de contas de classe 8estas, por sua vez, subsidiárias da conta 88, resultados líquidos, única conta que sendo deresultados é também de balanço.

Relativamente ao segundo objectivo ele é alcançado pela elaboração do balanço de situaçãocom base nos saldos das contas correspondentes às classes 1 a 5, exceptuando a classe 2 euma ou outra conta, cada classe forma um grupo homogéneo dentro do balanço. Das contasde resultados apenas se inscreve no balanço o resultado final, isto é, o saldo apurado naconta 88, resultados líquidos (+ ou - consoante seja lucro ou prejuízo, respectivamente).

Nas páginas seguintes apresenta-se um esquema de funcionamento do quadro de contas,nomeadamente as contas de balanço e de resultados.

CÓDIGO DAS CONTAS

As contas no POC aparecem classificadas em categorias que se encaixam umas nas outras.Os autores do plano adoptaram a classificação decimal a qual facilita a utilização deprocessos informáticos.

Como se referiu, o conjunto de todas as contas está dividido em 10 classes, que sãodesignadas pelos números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0. Introduziu-se o 0 em vez de 10porque sendo um só algarismo torna-se mais fácil o trabalho informático.

Estas classes são, por sua vez, subdivididas em contas de 1.º grau representadas por um

número que vai de 1 a 9, colocado à direita do número da classe. Assim, a conta 12 designaa conta de 1.º grau n.º2 da classe 1.

As contas de 1.º grau são por seu turno, subdivididas em contas de 2.º grau representadaspor um terceiro algarismo de 1 a 9, colocada à direita dos precedentes. Assim, a conta 132será a conta de 2.º grau n.º2, pertencente à conta de 1.º grau n.º3, a qual pertence, por suavez, à classe n.º1.

Ainda, as contas de 2.º grau são divididas em contas em contas de 3.º grau designados porum quarto algarismo colocado à direita dos três outros e assim sucessivamente. Porexemplo, a classe n.º6 compreende as contas de 1.º grau n.º61, 62, 63, ... , 69. Na conta63 (1.º grau) encontramos as contas 631, 632, ... de 2.º grau. Na conta 631 (de2.º grau)

encontramos as contas 6311, 6312, ... de 3.º grau.

Em esquema:Classe 6

Conta de 1.º grau63 Conta de 2.º grau

631 Conta de 3.º grau6311

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Na prática nem sempre o grau de uma conta corresponde a 1 só digito. De facto, quandodentro de determinado grau se preveja a existência duma certa quantidade de contas,deverão reservar-se os dígitos necessários para cobertura do número máximo de contasprevistas. Assim, uma empresa que tenha, em média, uma centena de clientes, deveráreservar para o código do cliente um número não inferior a 3 dígitos. A estrutura paraclientes poderia ser:

Código: 211 xxxem que: classe 2 - Terceirosconta de 1.º grau 21 - clientesconta de 2.º grau 211 - clientes c/cconta de 3.º grau 211 xxx (clientes n.º xxx)

....e, assim sucessivamente.

APLICAÇÃO 14

A empresa Beta, Lda, que se dedica à venda de equipamentos e respectiva assistência,apresentava em 31 /12 / n, os seguintes valores no Balancete do Razão Geral. 1

EMPRESA BETA, LDA

31/12/n BALANCETE DO RAZÃO GERAL (em contos)Classe Contas Saldos

Devedores Credores

11 Caixa 1 6141 12 Depósitos à ordem 6 432

15 Títulos negociáveis 8 750... 19 Prov. p/ aplicações tesouraria 1 210

21 Clientes 75 40022 Fornecedores 40 60023 Empréstimos obtidos 130 000

2 24 Estado e outros entes públicos 10 21426 Outros devedores e credores 18 754 32 25427 Acréscimos e diferimentos 1 685 52028 Provisões p/ cobranças duvidosas 986

... 29 Provisões p/ riscos e encargos 8 6353 31 Compras... 32 Mercadorias 86 3404 42 Imobilizações corpóreas 439 438

... 48 Amortizações acumuladas 136 5505 51 Capital 150 000

... 57 Reservas 38 56061 Custo das mercadorias vendidas 650 89462 Fornecimentos serviços externos 88 09163 Impostos 4 210

6 64 Custos com o pessoal 279 64366 Amortizações do exercício 27 31068 Custos e perdas financeiros 26 360

... 69 Custos e perdas extraordinários 2 22371 Vendas 1 028 500

7 72 Prestações de serviços 135 95078 Proveitos e ganhos financeiros 2 180

... 79 Proveitos e ganhos extraordinários 985Totais 1 717 144 1 717 144

1 Por não serem necessárias, excluímos as acumulações a débito e a crédito.

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CONTABILIDADE

Tendo em atenção os valores apresentados, pretende-se a indicação dos valorespara:Apuramento dos resultados líquidos do ano n;Elaboração do Balanço (simplificado) segundo o POC. 2

Resolução:Com base no esquema apresentado nas páginas 118 e 119, teremos:

a1) Apuramento do resultado operacional.

81 - Resultados operacionais (contos)

61 Custo Mer. Vendidas 650 894 71 Vendas 1 02850062 Fornec. serv. externos 88 091 72 Prestações serviços 135 95063 Impostos 4 21064 Custos com o pessoal 279 64366 Amortizações do exercício 27 310

Lucro operacional 114 302

1 164 450 1 164450

a2) Apuramento do resultado financeiro.

82 - Resultados financeiros (contos)

68 Custos perdas financ. 26 360 78 Proveitos ganhosfinanc.

2 180

Prejuízo financeiro 24 180

26 360 26 360

a3) Apuramento do resultado extraordinário.

84 - Resultados extraordinários (contos)69 Custos perdas extraord. 2 223 79

Proveitos ganhos extraord. 985

Prejuízo extraordinário 1 238

2 223 2 223

a4) Apuramento do resultado líquido (por transferência dos valores apurados nas contas 81,82 e 84).

2 Continuamos a não utilizar as contas da classe 8, consideradas facultativas pelo POC. Paradesenvolvimento desta matéria veja CAPÍTULO 5 - Operações de fim de exercício.

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88 - Resultados líquidos do exercício (contos)

82 Res. financeiro 24 180 81

Resultado operacional 114302

84 Res. extraordinário 1 238

Lucro líquido 88 884114 302 114

302

b) Elaboração do balanço (apresenta-se um grau de desenvolvimento inferior aopreconizado no POC, porquanto haveria que recorrer a contas de grau inferior não incluídosno Balancete do Razão Geral):

31/12/n BALANÇO (em contos)ACTIVO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Bruto Amortiz /

Provisões

Líquido

IMOBILIZADO CAPITAL PRÓPRIOImobilizações corpóreas 439 438 136 550 302 888 Capital

CIRCULANTE Capital 160 000Existências ReservasMercadorias 86 340 86 340 Reservas legais 38 560

Dívidas de terceiros - curtoprazo

Resultado líquido do exercício 88 884

Clientes 75 400 986 74 414 277 444

Outros devedores 18 754 18 754 PASSIVO94 154 986 93 168 PROVISÕES PARA RISCOS E ENCARGOS

Títulos negociáveis Outras prov. p/ riscos e encargos 8 635

Outros títulos negociáveis 8 750 1 210 7 540 DÍVIDAS A TERCEIROS - CURTO PRAZODepósitos bancários e caixa Dívidas a instit. de crédito 130 000

Depósitos bancários 6 432 6 432 Fornecedores 40 600Caixa 1 614 1 614 Estado e outros entes públicos 10 214

8 046 8 046 Outros credores 32 254

ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS 213 068

Custos diferidos 1 685 1 685 ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS

Total amortizações 136 550 Acréscimos de custos 520Total provisões 2 196

TOTAL ACTIVO 638 413 138 746 499 667 TOTAL DO CAP. PRÓPRIO E PASSIVO 499 667

5. Todavia o facto de a CNC ter optado por aquela revisão não a impediu de aproveitar a

oportunidade para introduzir modificações que a prática da aplicação recomendava, bemcomo para desenvolver conceitos, princípios e normas de aceitação geral, dedicando especialatenção às normas internacionais.

Nesta matéria, e com a internacionalização dos mercados de bens, de serviços e decapitais, o nosso país não pode deixar de acompanhar os desenvolvimentos e progressosque se verificam ao mais alto nível, desligando-se de esferas de influências mais restritas,sob pena de se pôr em causa não só o funcionamento desses mercados, sempredependentes da qualidade de informação financeira, como os profissionais de contabilidade,que se vêm esforçando por acompanhar a evolução registada.

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CONTABILIDADE

QUADRO DE CONTAS

Classificação por grupos homogéneos

As contas estão divididas por 10 classes, numeradas de 1 a 0, conforme o esquemaseguinte:

GRUPOSHOMOGÉNEOS

CLASSE NOVO P.O.C.(a partir de 1/1/90)

VERSÃO P.O.C.(até 31/12/89)

1 Disponibilidades DisponibilidadesCONTAS 2 Terceiros Terceiros e antecipações

DE BALANÇO 3 Existências Existências4 Imobilizações Imobilizações5 Capital, reservas e result. transitados Capital, reservas e result. transitados

CONTAS 6 Custos e perdas Custos por naturezaDE 7 Proveitos e ganhos Proveitos por natureza

RESULTADOS 8 Resultados Resultados

OUTRAS 9 Contabilidade de custos Contabilidade de custosCONTAS 0 ... Livre

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