manual cipa a nova nr 5
Post on 07-Jan-2017
225 views
Embed Size (px)
TRANSCRIPT
Manual CIPA
A nova NR 5
Verso Final
________________________________________________________________________________________________ 2
Manual CIPA
A nova NR 5
Entrou em vigor, em 24 de maio do corrente, a nova NR 5, que regulamentou o estabelecido
no artigo 163 da CLT, estabelecendo novas regras para o funcionamento das Comisses Internas de
Preveno de Acidentes de Trabalho - CIPA.
Esta Norma fruto de negociao tripartite, conforme estabelece os procedimentos da
Portaria/MTb n. 393, de 09 de abril de 1996.
A nova NR 5 no se restringiu a considerar importante o processo de negociao em sua
elaborao - fez desse processo um de seus pilares. O que se pretende que sejam estabelecidas
comisses proativas, que tenham na negociao cotidiana sua melhor estratgia. Alm da
negociao na prpria comisso, foi estabelecida a possibilidade dos atores sociais, sindicatos
representativos de trabalhadores e de empregadores, adequarem seus princpios s caractersticas
diferenciadas dos diversos setores econmicos, conforme ficou patente na Portaria/SSST n. 09, de
23 de fevereiro de 1999.
Podemos verificar: uma melhor estruturao do processo eleitoral, inclusive, com a
constituio de Comisso Eleitoral; um rol de atribuies compatveis com uma CIPA eficiente; um
curso que objetive a compreenso dos determinantes dos acidentes e das doenas do trabalho.
________________________________________________________________________________________________ 3
Definiu-se, ainda, as relaes das CIPA das empresas contratantes com as das contratadas, das
CIPA de estabelecimentos de uma mesma empresa em um mesmo municpio e das CIPA dos
shoppings ou de conglomerados de empresas. As novas conformaes empresariais exigiam essas
alteraes.
Ressaltamos, ainda, a reduo de burocracias, tanto para as empresas quanto para o
Ministrio do Trabalho e Emprego. O que almejamos que a sociedade, atravs das representaes
de trabalhadores e empregadores e as prprias CIPA, possam, efetivamente, desenvolver aes
necessrias preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho.
A Norma abandona o critrio de Grau de Risco criando grupamentos de empresas com base
em similaridade de processo produtivo ou em critrios de negociao coletiva. Entendemos que a
classificao de empresas em Grau de Risco no mais condizente com a realidade, na qual
percebemos aumento significativo de problemas sade em setores anteriormente considerados
como de baixo Grau de Risco.
Para encerrar, gostaramos de dizer, que em conjunto com o grupo que elaborou a nova NR 5,
o Departamento de Segurana e Sade no Trabalho almeja que os resultados sejam positivos.
Este manual contm: 1. Portaria/SSST N 8, de 23 de fevereiro de 1999, comentada.
2. Comentrios dos itens da NR 5.
3. Portaria/SSST N 9, de 23 de fevereiro de 1999, comentada.
4. Portaria/MTE N 82, de 23 de fevereiro de 1999.
________________________________________________________________________________________________ 4
Portaria N 08 de 23 de fevereiro de 1999
Altera a Norma Regulamentadora NR 5,
que dispe sobre a Comisso Interna de
Preveno de Acidentes - CIPA e d outras
providncias.
O SECRETRIO DE SEGURANA E SADE NO TRABALHO, no uso da atribuio que lhe
confere o artigo 2 da Portaria n 3.214, de 08 de junho de 1978, considerando as propostas
de regulamentao apresentadas no Grupo de Trabalho Tripartite GTT/CIPA, constitudo
atravs da Portaria SSST/MTb n 12, de 20 de junho de 1996, e na Comisso Tripartite
Paritria Permanente CTPP, instituda pela Portaria SSST n 2, de 10 de abril de 1996,
resolve:
Art. 1 Alterar a Norma Regulamentadora NR 5, que dispe sobre Comisso Interna de
Preveno de Acidentes - CIPA, aprovada pela Portaria n 3214, de 08 de junho de 1978, de
acordo com o disposto no Anexo a esta Portaria.
Art. 2 O Grupo de Trabalho Tripartite GTT/CIPA, institudo pela Portaria SSST/MTb n 12,
de 20 de junho de 1996, acompanhar a implementao das disposies contidas na nova
redao da Norma Regulamentadora n 5, pelo prazo de um ano a contar do incio da
vigncia desta Portaria.
J Mantm, at 23/02/2000, o Grupo de Trabalho Tripartite GTT/CIPA (Portaria SSST/MTE
n 12, de 20/06/96), criado pela Comisso Tripartite Paritria CTPP, com o objetivo de
acompanhar as repercusses da implementao dos dispositivos previstos na Portaria.
________________________________________________________________________________________________ 5
Art. 3 A SSST receber, at 15 de abril de 1999, as propostas de alteraes do
dimensionamento previsto no Quadro I, anexo Norma Regulamentadora n 5, formuladas
pelo GTT/CIPA ou por instncias bipartites permanentes de negociao.
1 As propostas sero apreciadas pela Comisso Tripartite Paritria Permanente, instituda
pela Portaria SSST n 2, de 10 de abril de 1996, antes da manifestao conclusiva da SSST.
2 Transcorrido o prazo estabelecido neste artigo os critrios para recepo das propostas
de alteraes relativas a NR 5 seguiro o estabelecido em portaria especfica.
J As propostas de alterao da NR 5 encaminhadas aps 15 de abril de 1999 sero
analisadas pelo GTT CIPA e enviadas para a CTPP seguindo as tramitaes e
deliberaes previstas na Portaria MTb. 393/ 96.
Art. 4 As alteraes da NR-5, aprovadas por esta Portaria, entraro em vigor no prazo de
noventa dias.
J O prazo para adequao aos novos dispositivos legais foi at 23/05/99. As CIPA cujos
processos eleitorais foram desencadeados e encerrados at a data referida devero durante
a transio, ou seja, at o encerramento do mandato dos membros de CIPA que tomaram
posse at 23/05/99, manter as condies estabelecidas na Norma anterior. Quanto ao
funcionamento, a Comisso poder optar pelas novas regras ou por manter as estabelecidas
na antiga NR 5, ressalte-se que as Delegacias Regionais do Trabalho e Emprego - DRTE,
em sua maioria, no esto recebendo documentos relativos s obrigaes suprimidas no
novo texto (anexos, registros de CIPA e de treinamentos, etc.). Os demais documentos
fiscalizveis, e que no devem ser encaminhados s DRTE, sero mantidos no
estabelecimento disposio da fiscalizao (atas de reunio ordinria e extraordinrias,
programas e certificados de treinamento, etc.) Art. 5 Esta portaria entra em vigor na data de sua publicao.
ZUHER HANDAR Secretrio
________________________________________________________________________________________________ 6
Comentrios sobre os itens da Norma
DO OBJETIVO
5.1 A Comisso Interna de Preveno de Acidentes CIPA - tem como objetivo a preveno de
acidentes e doenas decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatvel permanentemente
o trabalho com a preservao da vida e a promoo da sade do trabalhador.
A CIPA dever abordar as relaes entre o homem e o trabalho, objetivando a constante melhoria das condies de trabalho para preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho.
DA CONSTITUIO
5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mant-la em regular funcionamento, as
empresas privadas, pblicas, sociedades de economia mista, rgos da administrao direta e
indireta, instituies beneficentes, associaes recreativas, cooperativas, bem como outras
instituies que admitam trabalhadores como empregados.
A CIPA obrigatria para as empresas que possuam empregados com vnculo de emprego. A ampliao das questes relativas CIPA para as categorias de trabalhadores que no esto
enquadrados nas formataes dos vnculos de emprego - em especial servidores pblicos - no
foi possvel face falta de regulamentao constitucional, que defina a quem cabe regulamentar
as questes de segurana para essa categoria de trabalhadores.
Havendo rgo pblico, ou empresa pblica, onde hajam trabalhadores efetivamente com vnculos de emprego regidos pela CLT e outros com vnculos estabelecidos conforme o estatuto
do servidor pblico, a CIPA deve ser constituda levando-se em considerao o nmero de
________________________________________________________________________________________________ 7
empregados efetivamente vinculados ao regime celetista. E, sendo assim, somente esses devem
ser candidatos e somente esses devem votar. Entretanto, cabe ressaltar que na ao da CIPA
para a melhoria das condies de trabalho no pode haver, sob pena de infrao Constituio
Federal, determinao de medidas discriminatrias, como por exemplo a solicitao de
distribuio de determinado equipamento somente para os celetistas.
Caso exista interesse do rgo ou empresa pblica em englobar todos os trabalhadores, empregados e funcionrios pblicos, em sua CIPA, no h nada que o impea. Nessa situao,
podero ser candidatos tambm os trabalhadores servidores pblicos, mas deve ser garantido o
nmero de vagas estabelecidas para os empregados celetistas, naquele estabelecimento pblico.
O dimensionamento da CIPA, no caso, dever considerar todos os trabalhadores naquele
estabelecimento, celetistas e estatutrios. No deve englobar, entretanto, os prestadores de
servios que estejam em atividades no estabelecimento e que sejam contratados por outra
empresa.
Devem constituir CIPA os empregadores, ou seus equiparados, que possuam empregados conforme as determinaes do Artigo 3 - da CLT - em nmero acima do mnimo estabelecido no
Quadro I, dimensionamento, para sua categoria e