manual academia das cidades

204
Apresentação 1 GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO Eduardo Henrique Accioly Campos Governador Dilson de Moura Peixoto Filho Secretário das Cidades Ana Suassuna Fernandes Secretária Executiva das Cidades Jamerson Antonio de Almeida da Silva Coordenador do Programa Academia das Cidades Coordenador de Ações Estratégicas da Secretaria das Cidades EQUIPE TÉCNICA DO PROGRAMA ACADEMIA DAS CIDADES Albenita Ferreira dos Santos Nippo Aline Ranzolin Antônio José de Medeiros Soares Bernardo Jorge Teixeira Beltrão Daniel Leite Sampaio Diógenes Tavares de Araújo Francisco Primo de Assis Carvalho Gabrielle de Melo Rodrigues Joana Isabel Alves L. de França José Ivan Vieira Soares Juliana Rebeka Davis Lanes Maíra da Rocha Melo Mário Duarte Barros Filho Micheline Américo Silva Ricardo Henrique de Oliveira Ramos Thiago Antonio Léo Alencar Thiago Miguel Graf Vasconcelos manual Academia das Cidades TESTE.indb 1 14/12/2010 16:29:22

Upload: firmo-wil

Post on 29-Mar-2016

246 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

manual da academia das cidades

TRANSCRIPT

Page 1: Manual Academia das Cidades

Apresentação 1

GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Eduardo Henrique Accioly CamposGovernador

Dilson de Moura Peixoto FilhoSecretário das Cidades

Ana Suassuna FernandesSecretária Executiva das Cidades

Jamerson Antonio de Almeida da SilvaCoordenador do Programa Academia das CidadesCoordenador de Ações Estratégicas da Secretaria das Cidades

EQUIPE TÉCNICA DO PROGRAMA ACADEMIA DAS CIDADES

Albenita Ferreira dos Santos NippoAline RanzolinAntônio José de Medeiros SoaresBernardo Jorge Teixeira BeltrãoDaniel Leite SampaioDiógenes Tavares de AraújoFrancisco Primo de Assis CarvalhoGabrielle de Melo RodriguesJoana Isabel Alves L. de FrançaJosé Ivan Vieira SoaresJuliana Rebeka Davis LanesMaíra da Rocha MeloMário Duarte Barros FilhoMicheline Américo SilvaRicardo Henrique de Oliveira RamosThiago Antonio Léo AlencarThiago Miguel Graf Vasconcelos

manual Academia das Cidades TESTE.indb 1 14/12/2010 16:29:22

Page 2: Manual Academia das Cidades

2 Apresentação

TEXTOS

A GESTÃO DO PROGRAMAJoão Fernando de MeloGraduado em AdministraçãoMestre em Planejamento e Gestão Organizacional

Diogo Veloso de MeloGraduado em AdministraçãoMestre em Administração ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVREJosé Nildo Alves CaúProfessor de Educação FísicaMestre em Educação

O CUIDADO EM SAÚDEViviane Xavier de Lima e SilvaGraduado em MedicinaMestre em Saúde Coletiva

SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃORoberta Campelo Britto de O. AndradeGraduado em NutriçãoMestre em Planejamento e Gestão Organizacional

EDUCAÇÃO FÍSICAEbrivaldo Gonçalves Cavalcanti JuniorGraduado em Educação FísicaEspecialista em Avaliação e Prescrição de Programas de Exercício Físico

SERVIÇO SOCIALPollyanna Fausta Pimentel de MedeirosGraduada em Serviço SocialMestre em Saúde Coletiva

Coordenação e OrganizaçãoJamerson Almeida

Revisão de TextoMicheline Américo

Projeto Gráfico e DiagramaçãoWilson Firmo

Secretaria das Cidades do Governo de PernambucoPrograma Academia das CidadesRua Montevidéu, 145 - Boa Vista - Recife - PE - CEP 50.050-250Tel: (81) 3181.7073 / 3181.7066 | Fax: (81) 3181.7081www.academiadascidades.pe.gov.bre-mail: [email protected]

manual Academia das Cidades TESTE.indb 2 14/12/2010 16:29:22

Page 3: Manual Academia das Cidades

Apresentação 3

Apresentação

O Programa Academia das Cidades integra a missão da Secretaria das Cidades de promover o desenvolvi-mento social equilibrado e a melhoria das condições de

vida do povo pernambucano, tendo como focos prioritários da sua ação a interiorização do desenvolvimento e a atenção aos estratos mais vulneráveis da população. É um programa in-tersetorial que articula às ações de requalificação de espaços públicos e equipamentos de lazer, o fomento à prática siste-mática da atividade física e do esporte, a animação sociocul-tural, alimentação saudável e a formação para a cidadania.

Pelo caráter intersetorial e participativo, a construção de um modelo de gestão para o programa pressupõe um grande esforço crítico e criativo, envolvendo diversas áreas do governo do estado, das gestões dos municípios e da sociedade civil, bus-cando uma organização político-administrativa que permita a sinergia de ações para construção de políticas públicas que respondam às complexas necessidades da população, e contri-buam efetivamente para a melhoria da qualidade de vida.

Este livro intitulado MANUAL DO MODELO DE GESTÃO DO PROGRAMA ACADEMIA DAS CIDADES apresenta um primeiro esforço de sistematização de indica-ções e referências teóricas, políticas, metodológicas e de or-ganização da gestão, com a finalidade de estimular o debate e orientar a implementação do programa. Por definição um “manual” caracteriza-se por apresentar noções básicas so-bre uma matéria de uma determina instituição e sua correta aplicação. Portanto, sugere um amadurecimento de experiên-cias passíveis de serem multiplicadas, replicadas ou recria-das. Do ponto de vista da organização, deve ser composto por uma seleção de textos de fácil localização e, em relação a sua

manual Academia das Cidades TESTE.indb 3 14/12/2010 16:29:22

Page 4: Manual Academia das Cidades

4 Apresentação

forma, deve ser portátil, podendo ser manuseado também fa-cilmente.

Este trabalho pretende preencher estas características e finalidades. Os conceitos e indicações de aplicação nele apre-sentados têm referência no ideário do movimento de cidades saudáveis, das experiências similares em curso nos diversos municípios do estado de Pernambuco, em especial o Programa Academia da Cidade, coordenado pela Prefeitura do Recife, e também, na própria experiência da coordenação do programa pela Secretaria das Cidades nos últimos anos. Assim, ao mes-mo tempo em que aponta os fundamentos básicos do programa indica caminhos e ferramentas de gestão, a serem apropria-das, replicadas, reinventadas, de acordo com cada realidade. Esta primeira síntese foi elaborada num processo que durou cerca de dois anos, dinamizado através de consultoria realiza-da pelo IAUPE/TECNASA e coordenado pela Secretaria das Cidades, através da direção do programa, e servirá de referên-cia para formação de gestores e agentes municipais, bem como para pesquisas que possam criticá-lo e desenvolvê-lo.

O manual está organizado em seis capítulos, contendo a fundamentação, os objetivos do programa, trazendo temas desafiadores como gestão intersetorial, participativa, avalia-ção de políticas públicas, animação sociocultural como estra-tégia metodológica para o desenvolvimento social, cidades saudáveis, promoção da saúde e qualidade de vida. Estes temas ainda, em processo de amadurecimento teórico e po-lítico, reforçam o caráter inovador e provisório do manual.Seu conteúdo apresenta valiosas informações e orientações nas áreas afins ao programa: Gestão do Programa, Animação Sociocultural e Tempo Livre, Cuidado em Saúde, Segurança Alimentar e Nutrição, Educação Física, Serviço Social. Todos os capítulos apresentam uma introdução ao tema e sua inter-secção com o Programa Academia das Cidades, além das atri-buições de cada campo profissional, o perfil do profissional do técnico para atuar no programa, sugestões de metodologias/atividades e propostas de modelos de avaliação. O livro ain-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 4 14/12/2010 16:29:23

Page 5: Manual Academia das Cidades

Apresentação 5

da dedica um capítulo as “Potencialidades e Desafios” para a continuidade e consolidação da iniciativa.

Finalmente este documento inaugura um novo momento do Programa Academia das Cidades: o de demarcar sistema-ticamente que o programa não se esgota na construção da infra-estrutura, mas se aprofunda na criação e dissemina-ção de processos organizativos e metodológicos que visam a educação e o enriquecimento político-cultural da população, visando a mudança de estilo de vida e conquista de cidada-nia. Tudo isso articulado a um projeto político-social no qual a justiça e a igualdade social sejam a base para qualidade de vida nas cidades, em Pernambuco e no país.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 5 14/12/2010 16:29:23

Page 6: Manual Academia das Cidades

manual Academia das Cidades TESTE.indb 6 14/12/2010 16:29:23

Page 7: Manual Academia das Cidades

Introdução 7

Introdução

ACADEMIA DAS CIDADES: construindo municípios saudáveis e promovendo qualidade de vida

Movimente-se para viver bem! Esta é uma frase pela qual o Programa Academia das Cidades quer trans-mitir duas mensagens. A primeira diz respeito à im-

portância de se cultivar uma vida ativa e hábitos saudáveis para se viver com qualidade. Aqui movimento é sinônimo de qualidade de vida no sentido do desenvolvimento e preser-vação das condições corpóreas (físicas, psíquicas e sociais) que nos permitem trabalhar, conviver solidariamente com as outras pessoas e curtir a vida. Considera-se “corpóreo” não apenas na sua dimensão biológica ou morfofisiológica, mas na sua integralidade.

Na outra mensagem, o sentido de movimento ganha uma conotação político-social. Quer-se dizer que a qualida-de de vida é uma construção social, resultado da conjugação de uma série de fatores que permitem as pessoas viver bem, tais como acesso ao trabalho digno, moradia, educação, saú-de, lazer e à cidadania plena. Portanto, “movimente-se” é um chamamento às pessoas para que se mobilizem para partici-pação na construção da cidade e na conquista e ampliação dos direitos sociais e políticos.

Como política pública, o Programa Academia das Ci-dades (PACID) tem como pilares fundamentais a promoção da qualidade de vida e da saúde e a construção de cidades saudáveis. Estes conceitos fundamentais orientam todas as ações do programa, incluindo a elaboração e execução dos projetos de intervenção urbanística, o modelo de gestão dos serviços oferecidos pelos pólos integrados, a intervenção, so-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 7 14/12/2010 16:29:23

Page 8: Manual Academia das Cidades

8 Introdução

bretudo, pedagógica, da equipe multiprofissional que anima e mobiliza a população. Para tanto, é importante definirmos bem o sentido conferido a cada um desses fundamentos.

Qualidade de vida nas Cidades

No senso comum o termo qualidade de vida tem sido tra-tado como sinônimo de padrão de consumo. Acreditamos que esta definição não condiz com um projeto de sociedade que busque a emancipação humana, uma vez que ela não aju-da a população entender os graves problemas que a atinge. Qualidade de vida é um conceito fundamental do programa Academia das Cidades e diz respeito às condições materiais necessárias para uma sobrevivência digna, livre da miséria, bem como, a capacidade de se relacionar com outras pessoas, construir identidades sociais, sentir-se integrado socialmen-te e em harmonia com a natureza.

Qualidade de vida pode ser definida a partir de dois ou-tros conceitos, o de capacidade, e o de funcionalidade. O pri-meiro representa as possíveis combinações de potencialida-des e situações que uma pessoa está apta a ser ou fazer. O segundo expressa parte dos estados de uma pessoa – mais precisamente, as várias coisas que ela realmente faz ou é. As-sim, qualidade de vida pode ser avaliada em termos de capa-cidade de uma coletividade alcançar funcionalidades básicas tais como, alimentar-se, ter abrigo, saúde; e as que envolvem o respeito e a integração social, ou seja, participar na vida comunitária na condição de sujeitos. Nesta perspectiva, qua-lidade de vida não se reduz ao conjunto de bens, confortos e serviços, mas em função do acesso a eles, a construção efetiva de oportunidades para que as pessoas possam ser sujeitos de projetos e realizações. Portanto, qualidade de vida tem como componente básico a questão política e a possibilidade de influenciar nas decisões que dizem respeito à coletividade e participar na vida comunitária (Westphal, 2000, p. 45). Desta forma, qualidade de vida indica as capacidades e funcionali-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 8 14/12/2010 16:29:23

Page 9: Manual Academia das Cidades

Introdução 9

dades que uma população possui para realizar um projeto de comunidade, cidade e país. Enfim, qualidade de vida resgata e enfatiza o princípio ético da vida.

Cidades Saudáveis e Promoção da Saúde

Para muitos técnicos, lideranças e até governantes a ideia de cidades saudáveis é uma forma de avaliação da cida-de para oferta de prêmios ou selos de qualidade. Na verdade, este não é o sentido conferido pela Organização Mundial da Saúde(OMS ) e nem pelos os defensores da proposta. Uma cidade saudável não é apenas uma cidade que possui um alto índice de saúde, mensurados pelos indicadores de morbidade e mortalidade.

O termo Cidades Saudáveis expressa um projeto de de-senvolvimento social que tem como centro de sua atenção a saúde e suas múltiplas determinações. É ainda um movimen-to de luta por modelo de desenvolvimento sustentável, “(...) que satisfaça as necessidades das gerações atuais sem com-prometer a capacidade das futuras de satisfazer suas pró-prias necessidades” (Guimarães, 1999).

O ideário de Cidades Saudáveis tem na sua base o con-ceito de Promoção da Saúde, elaborado pelo movimento da nova saúde pública na década de 1970, buscando superar a perspectiva terapêutica e curativa de saúde pública, a partir do reconhecimento de que a saúde de um indivíduo ou de uma comunidade “(...) depende também de coisas que o homem criou e faz das interações sociais, das políticas adotadas pelo governo, inclusive dos próprios mecanismos de atenção à do-ença, do ensino da medicina, da enfermagem, da educação, das interações sobre o meio ambiente (Santos & Westphal, 1999). Nesta perspectiva, o conceito de promoção da saúde enfatiza a importância da ação ambiental e da ação política, bem como a mudança de estilo de vida, o que tem sentido for-temente cultural e pedagógico.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 9 14/12/2010 16:29:23

Page 10: Manual Academia das Cidades

10 Introdução

Desta forma, entende-se promoção da saúde como “(...) um processo através do qual a população se capacita e busca os meios para conseguir controlar os fatores que favorecem seu bem-estar e o da comunidade ou que podem estar pondo em risco, tornando-a vulnerável ao adoecimento e prejudi-cando sua qualidade de vida” (Ministério da Saúde, 1996). Assim, na perspectiva da promoção, saúde deixa de ser um objetivo a ser alcançado, tornando-se um recurso para o de-senvolvimento da vida (Pilon, 1990, 1992; Russel, 1995 apud Westphal 2000, p.41).

Como vemos, o conceito de Cidades Saudáveis reflete o amadurecimento da ideia de promoção da saúde, entendida na perspectiva de um projeto de desenvolvimento social e ur-bano para as cidades. Considerando o que foi posto em rela-ção ao conceito de Cidades Saudáveis e Promoção da Saúde, emerge como princípios metodológicos para o desenvolvimen-to de ações e políticas a questão da intersetorialidade, parti-cipação e da animação sociocultural.

A intersetorialidade é um princípio básico da gestão de políticas públicas sob o ideário das Cidades Saudáveis que tem como pressuposto a adoção de ações governamentais que possam atacar os determinantes dos problemas de saúde, nos múltiplos setores que se localizam. O planejamento também deve ser intersetorial e intersistêmicos, expressando a união de vários setores para resolução dos problemas com base no território. A intersetorialidade é um princípio que pressupõe a articulação de saberes e experiências no planejamento, exe-cução e avaliação de ações para alcançar efeito sinérgico em situações complexas, visando o desenvolvimento social, su-perando a exclusão social. Consiste numa lógica de gestão da cidade que busca superar a fragmentação das políticas, considerando o cidadão na sua totalidade (Junqueira, 2005).

Este conceito decorre do deslocamento do conceito de de-senvolvimento social do eixo da pobreza para a do desigual-dade, exigindo a superação de propostas setorizadas, assis-tenciais, compensatórias, voltadas para o alívio de problemas

manual Academia das Cidades TESTE.indb 10 14/12/2010 16:29:23

Page 11: Manual Academia das Cidades

Introdução 11

decorrentes da pobreza, por outras intersetoriais, as quais incidem nas causas destes problemas. Parte-se do entendi-mento de que se os problemas são causados por interconexões de fatores, as soluções só podem ser realizadas através da articulação dos vários setores implicados.

A participação é outro princípio para gestão de políticas públicas na perspectiva de Cidades Saudáveis. Esse princípio pode ser definido como “(...) uma forma de ação individual ou coletiva que implica um esforço racional e intencional de indi-víduos e grupos nos processos de tomada de decisão, através de uma conduta colaborativa e coletiva, de inserção em es-paços formais e informais de deliberação e desenvolvimento de uma democracia” (Nunes 2xxx,p.35). Fundamenta-se na compreensão de que o ser humano favorece seu bem-estar e o da comunidade ou que pode estar pondo em risco, tornando--a vulnerável ao adoecimento e prejudicando sua qualidade de vida” (Ministério da Saúde, 1996). Assim, na perspectiva da promoção, saúde deixa de ser um objetivo a ser alcança-do, tornando-se um recurso para o desenvolvimento da vida (Pilon, 1990, 1992; Russel, 1995 apud Westphal 2000, p.41).

Como vimos, qualidade de vida e promoção da saúde são conceitos que buscam enfatizar e fortalecer a condição de su-jeitos das populações, que se organizam, lutam pela melhoria das condições de existência na cidade e participam da elabo-ração e execução do projeto de um desenvolvimento social. No entanto, essa condição de sujeito não é uma realidade já dada, precisando ser estimulada, incentivada, animada. Para tanto, a ideia de animação parece ser adequada no sentido de impulsionar uma superação da perspectiva de política públi-ca como serviço, a ser fornecido pelo governo e recebido passi-vamente pelos “beneficiários”. Animar, segundo o dicionário Aurélio (2004) significa “dar alma”, “dar movimento”, “criar ânimo”, “cobrar esperança”.

No bojo da intencionalidade da proposta de Cidades Saudáveis a ideia de animação assume uma amplitude muito maior, sugerindo uma mudança cultural que atinge diversas

manual Academia das Cidades TESTE.indb 11 14/12/2010 16:29:23

Page 12: Manual Academia das Cidades

12 Introdução

dimensões (estilo de vida, cultura política, cultura organiza-cional), aproximando-se bastante do que a pedagogia social define como animação sociocultural. Segundo Bernet (1997) animação sociocultural pode ser definida como “(...) um con-junto de ações realizadas por indivíduos, grupos ou institui-ções sobre uma comunidade (ou um setor da mesma) e em um território concreto, com um propósito principal de promo-ver em seus membros uma atitude de participação ativa no processo do seu próprio desenvolvimento tanto social, quanto cultural” (p.140). É este o espírito do movimento de Cidades Saudáveis. Uma cidade saudável é aquela que, sobretudo tem um compromisso com o desenvolvimento social e cultural da sua população.

O Programa Academia das Cidades do Governo de Per-nambuco tem como objetivo geral requalificar e animar os espaços públicos com capacidade para o desenvolvimento de lazer, através da promoção de atividades socioculturais de caráter interdisciplinar e intersetorial, visando levar saúde, desenvolvimento cultural e melhorias para na qualidade de vida da população pernambucana. Para tanto, coloca-se os seguintes objetivos específicos:

• Financiar a construção ou a requalificação de espaços e equipamentos públicos de lazer, transformando-os em equipamentos multifuncionais adequados para as práti-cas esportivas, artísticas, educativas e cidadãs;• Fomentar a atividade física, a prática esportiva e a recreação, de forma planejada e sistemática;• Oferecer serviços de avaliação física, médica e nutricional, em articulação com a atenção básica de saúde dos municípios;• Promover o desenvolvimento das manifestações cul-turais locais, através da realização de atividades siste-máticas e do apoio aos eventos culturais espontâneos;• Desenvolver ações político-educativas que possibili-tem a mobilização comunitária para conquista e am-pliação de políticas públicas saudáveis.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 12 14/12/2010 16:29:24

Page 13: Manual Academia das Cidades

Introdução 13

A fim de atingir seus objetivos, o PACID traça três li-nhas estratégicas de ação, a seguir:

Financiamento da Infraestrutura

Com o objetivo de oferecer infraestrutura adequada ao funcionamento do Programa, a Secretaria das Cidades (SE-CID) financia a construção e/ou requalificação de espaços po-tenciais, como parques e praças, transformando-os em equi-pamentos de lazer multifuncionais. O financiamento é reali-zado através de convênio com as prefeituras ou de contrata-ção da obra pela SECID. O terreno deve ser de propriedade do município, cabendo à prefeitura a contrapartida mínima de 10 % (dez por cento) do valor total da obra.

Qualificação do pessoal dos municípios

A qualificação e o desenvolvimento do pessoal são ações fundamentais para o sucesso do PACID. Esse objetivo é al-cançado por meio da formação continuada de gestores, pro-fissionais e lideranças dos municípios, oferecendo serviços de qualidade à população. A qualificação do pessoal dos municí-pios está se dando em parceria com universidades públicas e privadas, institutos de pesquisas e redes sociais.

Monitoramento e Avaliação dos Pólos Municipais

O monitoramento e a avaliação são estratégias adotadas para assegurar o desenvolvimento e a consolidação do Pro-grama em todo o Estado de Pernambuco. Os indicadores de monitoramento focam os meios e estratégias utilizadas pelos municípios para assegurar o modelo de gestão previsto pelo Programa, bem como os impactos das ações quanto aos obje-tivos estabelecidos. Os dados coletados também servem de base para reorganização da gestão nos âmbitos dos municí-pios e do Governo do Estado. Os resultados do monitoramen-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 13 14/12/2010 16:29:24

Page 14: Manual Academia das Cidades

14 Introdução

to servem ainda como referência para elaboração das ações de formação continuada do pessoal dos municípios, garan-tindo uma estreita sintonia com as demandas municipais no tocante à qualificação e desenvolvimento dos profissionais.

Colocados os objetivos específicos e as estratégias para realizá-los, o PACID espera obter como resultados:

• Espaços requalificados e com apropriação adequada e democrática dos equipamentos públicos de lazer pelas diversas gerações e grupos socioculturais;• Aumento dos níveis de atividade física da população usuária, controle e diminuição dos fatores de risco de doenças e agravos não-transmissíveis;• Formação de grupos de convivência de caráter gera-cional e intergeracional, possibilitando o acesso siste-mático ao esporte e à cultura, visando a elevação da au-toestima e o fortalecimentos dos laços de solidariedade da população;• Prevenção à violência no entorno dos equipamentos;• Melhoria do nível de participação dos usuários nas instâncias formais e informais de controle social e nos espaços de vivência política comunitária.

Jamerson AlmeidaCoordenador de Ações Estratégicas da Secretaria das Cidades Responsável pela Implantação do Programa Academia das Cidades

manual Academia das Cidades TESTE.indb 14 14/12/2010 16:29:24

Page 15: Manual Academia das Cidades

Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA 15

Capítulo 1A GESTÃO DO PROGRAMA

Quem de nós já não ouviu a expressão: melhorar a qua-lidade de vida! Esta é uma preocupação presente nas sociedades modernas; mas de fato o que é qualidade de

vida? Como obter uma melhor qualidade de vida? As respos-tas a estas perguntas são extremamente complexas e difíceis apresentações, sobretudo quando se relaciona qualidade e es-tilo de vida a resultados e produtos de sociedades capitalistas onde têm prevalecido valores materiais e condições desiguais de sobrevivência e acesso a bens e serviços.

Documentos importantes são considerados referências na discussão e construção de um ideário relacionado à vida das pessoas que inverta a lógica de funcionamento e compre-ensão acerca dos valores e, consequentemente, das posturas assumidas diante de uma realidade onde uma parcela impor-tante da população vive com baixas condições de vida e uma pequena parcela desta mesma sociedade usufrui de regalias e benefícios diversos.

Um destes documentos é a Carta de Otawa, importante marco na história da modificação dos conceitos de saúde e que tem sido amplamente utilizado para descrever novos con-ceitos, visto que, no bojo da sua construção levou em consi-deração diversos pré-requisitos importantes na consolidação de condições de saúde e “qualidade de vida”, tendo destaque: paz, habitabilidade, acesso à educação que favoreça a demo-cratização da informação e formação do cidadão, disponibili-dade de alimento, renda para as necessidades básicas, recur-sos renováveis garantidos por políticas agrárias e industriais, ecossistema preservado e manejável de forma sustentável.

O documento destaca ainda a necessidade de que estes pré-requisitos sejam garantidos por políticas educacionais,

manual Academia das Cidades TESTE.indb 15 14/12/2010 16:29:25

Page 16: Manual Academia das Cidades

16 Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA

agrícolas, ambientais, de transporte urbano voltadas a obje-tivos relacionados à melhoria da saúde e qualidade de vida da população orientado por valores democráticos de justiça e equidade (WESTPHAL, 2000).

Nesse sentido, discussões atuais têm demonstrado a importância da implantação de políticas públicas voltadas à promoção de saúde, como o movimento CIDADES SAUDÁ-VEIS, que segundo a Organização Mundial de Saúde, não é somente uma cidade com alto nível de saúde, medido pelos indicadores de mortalidade e morbidade, mas é uma cidade comprometida com os objetivos de saúde de seus cidadãos sendo considerado um projeto de desenvolvimento social, que tem a saúde e suas múltiplas determinações como centro de atenções (WESTPHAL, 2000). Este movimento objetiva o es-tabelecimento de políticas públicas urbanas, voltadas à me-lhoria da qualidade de vida, com ênfase na intersetorialidade e na participação social (MENDES, 2004).

É importante assimilar a ideia de que compreender a ló-gica da cidade , necessariamente, significa entender o funcio-namento da vida das pessoas visto que a cidade é a represen-tação do que cada um pensa, sente, entende, manifesta, vive, além de todas as representações sociais e políticas, inclusive de desigualdades, violência, disputa de poder, entre tantas. Essa forma de compreensão amplia o conceito de cidade para além de um espaço de concentração de pessoas, constituindo--se como fenômenos urbanísticos que expressam relações de economia, governo, política, infra-estrutura social e política permeados por trocas e comunicação e alimentado pela rela-ção das diversas esferas de organização: comunidade/gover-no/sociedade civil organizada.

Disponibilizar na cidade um espaço público requalificado e imbuído de uma proposta de utilização que permita uma apropriação pela comunidade, além de uma discussão e res-ponsabilização em um processo de co-gestão denota um sig-nificado amplo de perspectiva sociopolítico no sentido de que este espaço será um espaço convergente de diversas ações

manual Academia das Cidades TESTE.indb 16 14/12/2010 16:29:25

Page 17: Manual Academia das Cidades

Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA 17

intersetoriais e integradas referentes à vida das pessoas no tocante ao lazer (jogos, lazer planejado, lazer livre, brinca-deiras, etc), cultura (literatura de cordel, cinema, atividades teatrais e cênicas), práticas de saúde (atividades físicas di-versas, orientação de segurança alimentar, práticas integra-tivas, educação para saúde, saúde da mulher, etc).

Ainda nesta linha de raciocínio, conteúdos relacionados à educação oferecem uma importante ferramenta de cidada-nia, visto que, esta prática volta-se aos princípios de liber-dade e aos ideais de solidariedade humana e têm por fina-lidade o pleno desenvolvimento do ser humano, além do seu preparo para o exercício do ser cidadão. Cabe ao setor saúde contribuir para que a educação se vincule ao mundo do traba-lho e às práticas sociais em saúde, por isso, propõe-se firmar uma política pública, intersetorial que estimule e favoreça a mudança, nesse sentido, o processo deverá ser composto por elementos da educação para a saúde, com práticas que envol-vam a comunidade e resgatem os diversos saberes populares.

Considerando ainda os direitos básicos que devem ser resgatados a partir de uma intervenção desta natureza, dis-cutir o direito ao esporte e o lazer para a população significa recolocar a questão do papel do Estado como indutor de polí-ticas públicas sociais. Democratizar o acesso ao esporte e ao lazer, com vistas à inclusão social e ao desenvolvimento hu-mano, são princípios que aprofundam o compromisso com um projeto de desenvolvimento de um estado com perfil inclusivo e democratizante.

Esta é a proposta de intervenção do Programa Academia das Cidades(PACID), uma concepção que, para além de uma simples prática, denota um significado muito mais amplo: o da responsabilidade de cada um no cuidado com um espaço público que representa um pouco da sua vida e que pode in-terferir positivamente na forma com que cada pessoa alcança um melhor estilo de vida.

Introduzir um capítulo de Administração com conceitos tão filosóficos e inerentes à visão social pode soar estranho,

manual Academia das Cidades TESTE.indb 17 14/12/2010 16:29:25

Page 18: Manual Academia das Cidades

18 Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA

mas fizemos questão de apresentar os princípios filosóficos deste programa para afirmarmos nas próximas páginas des-se capítulo a importância de dotarmos a Academia das Cida-des de Sustentabilidade Operacional, ou seja, a importância de planejar, organizar, agir e avaliar, na perspectiva de man-ter e desenvolver as Academias das Cidades espalhadas por todo Estado.

ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL

A Administração de Empresas pode ser conceituada como um conjunto de normas e funções elaboradas para disciplinar elementos de produção, que tem como objetivo alcançar um resultado eficaz e retorno financeiro. Administrar envolve a elaboração de planos, pareceres, relatórios, projetos, arbitra-gens e laudos, em que é exigida a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de Administração.

No caso da Academia das Cidades, podemos entender produção como a transformação social que esse equipamento urbano pode realizar por meio de seus serviços. O resultado eficaz não estará expresso em números financeiros, mas sim, em indicadores sociais e de saúde, o lucro que a empresa, Academia das Cidades, precisa fornecer é o Lucro Social, a transformação, a felicidade, a saúde da população.

Quando afirmamos que precisamos implantar uma Ad-ministração Efetiva, queremos conquistar uma operação efi-ciente e eficaz, de acordo com os conceitos:

Eficiência – Refere-se à relação entre os resultados obtidos e os recursos empregados. Representa uma medida segundo a qual os recursos são convertidos em resultados de forma mais econômica.

Eficácia – A eficácia mede a relação entre os resultados obtidos e os objetivos pretendidos, ou seja, ser eficaz é conse-guir atingir um dado objetivo.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 18 14/12/2010 16:29:25

Page 19: Manual Academia das Cidades

Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA 19

Efetividade – Trata-se da capacidade de realizar ações com eficiência e eficácia e consequentemente gerar impacto positivo referente à ação realizada.

Na perspectiva de implantarmos um estilo de admi-nistração moderno e efetivo, as atribuições fundamentais do profissional de Administração e/ou Coordenador da Acade-mia das Cidades são:

• Realizar diagnóstico sistemático da realidade dos ambientes interno e externo da Academia, identificando problemas, ameaças e desvios;• Elaborar e executar um Planejamento Estratégi-co, com definição de objetivos e meta, visando dotar de solução os problemas e desvios diagnosticados, as ameaças encontradas e aproveitar as oportunidades do ambiente externo; • Organizar o ambiente da Academia das Cidades no tocante à disponibilização dos recursos necessários, conservação do patrimônio e definição de rotinas opera-cionais para efetivo funcionamento da Academia;• Liderar a equipe multidisciplinar da Academia, fun-cionando com elo entre as áreas, integrando as ações por meio do conceito de líder que servidor;• Monitorar e avaliar, sistematicamente os resultados da Academia das Cidades visando um processo de me-lhoria sistemático.

PERFIL DO PROFISSIONAL

• Preferencialmente, possuir graduação em Adminis-tração de Empresas. • O Coordenador pode ser um profissional graduado em outra especialidade, contemplando: conhecimento e experiência em administração que tenha entusiasmo e credibilidade junto à comunidade para coordenar a Academia; • Ter boa capacidade de comunicação com a população,

manual Academia das Cidades TESTE.indb 19 14/12/2010 16:29:25

Page 20: Manual Academia das Cidades

20 Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA

no âmbito da oralidade e no trato com as pessoas;• Ter afinidade com a filosofia do Programa Academia das Cidades de Pernambuco;• Ter a capacidade de elaborar um Planejamento;• Ter a visão crítica para identificar problemas e a capacidade de desenvolver soluções criativas e inovado-ras;• Ter visão de organização de recursos, pessoas e proce-dimentos para garantia de sustentabilidade da Acade-mia;• Entender a importância do Monitoramento e da Ava-liação para implementação de um processo de melhoria contínua no âmbito da Academia;• Ter capacidade de relacionamento e integração com o meio político, tais como prefeitos, vereadores, secretá-rios municipais e estaduais;• Ter conhecimento de Elaboração de Projetos para captação de recursos;• Ter como foco a prática de gestão participativa;• Ter capacidade de engajar, envolver e comprometer as pessoas no objetivo comum de operar a Academia das Cidades da melhor maneira possível;• Conhecer os conceitos de Cidades Saudáveis.

ATIVIDADES SUGERIDAS

1 – Definir claramente a sua estrutura de equipe de trabalho para funcionamento da Academia das Cidades

É de fundamental importância a definição da equipe de trabalho que comporá a Academia das Cidades. Sugerem-se, no conteúdo deste modelo de gestão, as seguintes especialida-des a serem trabalhadas no âmbito da Academia:

manual Academia das Cidades TESTE.indb 20 14/12/2010 16:29:25

Page 21: Manual Academia das Cidades

Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA 21

COORDENAÇÃO DA ACADEMIA DA

CIDADE

ADM

INIS

TRAÇ

ÃO

E EM

PRES

AS

ARQU

ITET

URA

E EN

GENH

ARIA

EDUC

AÇÃO

FÍS

ICA

NUTR

IÇÃO

CUID

ADOS

CO

M A

SAÚ

DE

ANIM

AÇÃO

SO

CIAL

CULT

URAL

SERV

IÇO

SOCI

AL

É importante destacar a necessidade de integração des-sas áreas para que os serviços prestados contemplem coerên-cia e integração de ações, como focos complementares e devi-damente integrados. O coordenador deve buscar a integração desses entes ao máximo.

O horário de funcionamento deverá ser adaptado à ne-cessidade de cada local, contudo, em função da realidade cli-mática do Estado de Pernambuco sugere-se a utilização dos espaços principalmente nos horários das 5h às 8h e das 17h às 20h. Os demais horários deverão ser discutidos no plane-jamento contemplando ações na comunidade (associações, clubes, igrejas, centros comunitários, outros) bem como nos equipamentos da rede municipal como escolas, unidades de saúde, Programa Saúde da Família (PSF) e Centro de Refe-rência em Assistência Social (CRAS), dentre outros.

Estas e outras definições inerentes a cada área devem ser realizadas de forma participativa, considerando o conteú-do dos demais capítulos deste manual.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 21 14/12/2010 16:29:25

Page 22: Manual Academia das Cidades

22 Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA

2 – Definir claramente os recursos necessários para operacionalização da Academia:

É preciso que a coordenação identifique e disponibilize os recursos necessários para operação da Academia.

Segue abaixo uma lista sugestiva de recursos necessá-rios para operação de uma Academia da Cidade.

Equipamento de Avaliação Física Equipamentos de Ginástica

Balança Antropométrica Colchonete

Adipômetro Bastões 2kg

Tensiômetro Bastões 1kg

Estetoscópio Arcos

Fita antropométrica Steps

Régua de 45cm Ruber-band

Banco de flexibilidade Bola de voleibol

Frequencímetro Bola de basquetebol

Bola de futsal

Bola em PVC

Bola dente de leite

Bola para fisioterapia

Bola de handebol feminina

Bola de handebol masculina

Trave (barra) para futebol

Rede de voleibol

Bomba com pito

Prancha natação

Espaguete

Cone

Halter em EVA

manual Academia das Cidades TESTE.indb 22 14/12/2010 16:29:26

Page 23: Manual Academia das Cidades

Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA 23

Equipamentos eletrônicos Mobiliário

TV Mesa plástica

DVD Cadeira plástica

Sistema de som Banco plástico

MicrocomputadorArmário c/ 2 portas e

3 prateleiras

Impressora Estante c/ 6 prateleiras

Máquina fotográfica digital Ventilador de coluna

Caixa Acústica amplificada Gelágua

Microfone auricular Quadro de avisos

Microfone convencional Flipchart

Cabo de conexão cx de som Quadro branco

Extensão elétrica de 30m

Recarregador de pilhas

Pilhas recarregáveis

Baterias recarregáveis

Fardamento Material de expediente e consumo

Calça masculinaPapel A4, guache,

jornal e cartolina

Calça feminina Tesoura

Camisa tipo Polo Cola branca

Camiseta regata Grampeador

Bermuda masculina Pasta arquivo

Bermuda feminina Pasta A a Z

Livro de registro

EVA

Tinta guache

Pincel atômico

Gliter

manual Academia das Cidades TESTE.indb 23 14/12/2010 16:29:26

Page 24: Manual Academia das Cidades

24 Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA

3 – Implementar um ciclo de melhoria contínua com base em Planejamento, Execução, Avaliação e Replanejamento

É imprescindível que a Coordenação Geral implemente uma cultura de planejamento, execução, avaliação e replane-jamento, para garantir o desenvolvimento da Academia que deve melhorar-se continuamente.

Para tanto sugere-se a implementação do ciclo PDCA, conceito da Ciência da Administração, que busca implemen-tar a cultura de melhoria contínua no âmbito de qualquer or-ganização. Conforme figura 1, o ciclo PDCA envolve o Plane-jamento, a Execução, Controle (monitoramento e avaliação) e Agir Corretivamente (replanejar).

Figura 1: Ciclo PDCA

O ciclo PCDA começa pelo planejamento, momento em que acontece o processo de tomada de decisão para oferecer resposta à realidade diagnosticada do ambiente. Esse proces-so de planejamento deve ser participativo, buscando envolver e comprometer a equipe com os resultados que precisam ser conquistados e mantidos.

Em seguida, parte-se para a execução, por meio de ações direcionadas à realização do que foi planejado. Neste momen-to é de fundamental importância o engajamento da equipe para geração dos resultados planejados.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 24 14/12/2010 16:29:27

Page 25: Manual Academia das Cidades

Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA 25

O processo de execução dá origem a um processo de con-trole dos resultados, caracterizado por um processo de moni-toramento e avaliação, para verificar se o que foi executado estava de acordo com o planejado. Esta checagem acontece de forma constante através da avaliação dos resultados da Academia e o controle social, por meio de indicadores das di-versas áreas que envolvem a Academia.

Por fim, chega-se à fase de agir corretivamente, ou seja, de replanejamento, que fornece subsídios à retroalimentação do sistema, procedendo-se às correções e ajustes necessários ao planejamento para que o ciclo aconteça novamente.

Caso o coordenação da Academia consiga implementar a utilização do ciclo PDCA com disciplina e comprometimento da equipe, pode-se garantir o desenvolvimento, a sustentabi-lidade e a efetividade de Academia.

4 – Liderar servindo a sua equipe

Conceitos antigos e utrapassados afirmam que um coor-denador deve gerir com “mão de ferro” e cobrar os resultados da equipe como um capitão cobra disciplina do seus soldados. Eis o tempo em que chamávamos o nosso superior de chefe e essa nomenclatura afirmava um distanciamento entre a figu-ra do “chefe” e do subordinado.

Os conceitos de Administração evoluíram e se adapta-ram aos novos tempos. A figura do chefe se modificou a tal ponto de afirmarmos que o chefe, agora chamado de líder, deve promover um clima de felicidade na sua equipe e ser-vir seus liderados para que os mesmos consigam alcançar os resultados planejados. Então, o “chefe” passa ser uma figura integradora, consultora e fornecedora de soluções a equipe, e não mais, um simples e rude cobrador de resultados e de padrões rígidos e engessados.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 25 14/12/2010 16:29:27

Page 26: Manual Academia das Cidades

26 Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA

Com base nisso, segue abaixo o perfil de um líder efetivo, que tem foco nos resultados e nas pessoas:

• Estimulador de parcerias: Deve entender profundamente a arte de estabelecer, conduzir e concluir processos de negociação, visando estabelecer parcerias;• Competitivo quanto a resultados: Tem a habilidade de identificar e caracterizar fatores de êxito de resultados. Jamais oferece desculpas e sim resultados;• Compreende a situação sob diferentes ângulos: Tem compromisso com o processo de captação, tra-tamento e uso intensivo e adequado de informações, transformando-as em conhecimento que lhe levem a entender as diversas situações e mudanças pertinen-tes ao ambiente no qual está inserido;• Cristalino em suas intenções: Desenvolve em nível pessoal a valorização da ética, fazendo exatamente o que for correto e jamais se en-volver com percepções e práticas obscuras e desones-tas, construindo, através das atitudes, um clima de respeito e confiança.• Fundamentado em suas decisões: Domina e pratica a habilidade de estruturar o pensa-mento, decidir de forma clara e transparente, comuni-cando de forma clara, objetiva e segura suas decisões.• Culturalmente pluralista: Desaprende ultrapassados conceitos e práticas, aprende novos e emergentes conceitos da forma mais abrangente possível, para compreender com clareza e precisão as mudanças que estão ocorrendo no ambien-te que está inserido;

manual Academia das Cidades TESTE.indb 26 14/12/2010 16:29:27

Page 27: Manual Academia das Cidades

Capítulo 1 | A GESTÃO DO PROGRAMA 27

• Empenhado no desenvolvimento de sua equipe: Está envolvido e comprometido com o processo de desenvolvimento de todos os seus colaboradores, en-tendendo a importância do investimento em conheci-mento;• Age em função de metas: Estuda, domina e compartilha com a equipe, a prática dos princípios, técnicas e métodos de planejamento estratégico, visando conquistar a habilidade de esta-belecer metas e elaborar planos de resultados.• Sabe identificar oportunidades em cada situação: Desenvolve e aplica no dia o pensamento estratégico, ficando atento para perceber e aproveitar adequada-mente e prontamente todas as oportunidades ofereci-das por cada nova situação identificada e caracteriza-da nos ambientes interno e externo.

AVALIAÇÃO

O termo gestão deriva do latim gestione e significa ato de gerir. Desse modo, define-se Gestão como o ato de gerir, administrar, organizar, planear e liderar um projeto, pessoas de uma equipe ou uma organização. Por sua vez, administrar é planejar, organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinados objetivos. E para atingir esses objeti-vos, em primeiro lugar, eles devem ser traçados, ou seja, pla-nejados. Existem diversos modelos eficientes de Gestão que podem ser aplicados às mais variadas áreas do conhecimento: gestão de pessoas, gestão por competências, gestão financei-ra, gestão econômica, gestão escolar, gestão empresarial, etc.

Uma boa gestão vem cada vez mais se tornando um fa-tor de sucesso para todo e qualquer tipo de organização, seja ele uma empresa, uma escola, uma igreja, uma casa. Inde-pendente da área de atuação, um processo de gestão envolve

manual Academia das Cidades TESTE.indb 27 14/12/2010 16:29:27

Page 28: Manual Academia das Cidades

planejamento, execução, controle e ações corretivas. Ou seja, é necessário que se tenha um caminho traçado e que se saiba aonde se quer chegar, e o que se deseja alcançar. Um processo de avaliação da gestão nada mais é do que uma análise, para se saber se as decisões tomadas estão corretas, se os gesto-res estão agindo da melhor maneira, podendo, assim, compa-rar o desejado e o realizado. Uma das formas de atuar nesse processo é partir do monitoramento e da avaliação. Ambos possibilitam analisar a qualidade e o impacto do trabalho re-alizado, em relação aquilo que foi planejado. Para que essa ferramenta tenha validade, é importante que o planejamento tenha sido feito corretamente.

O monitoramento diz respeito à coleta sistemática e aná-lise da informação de como o projeto caminha. Ele é criado para melhorar a eficiência e a eficácia do projeto implemen-tado. Tem por base as metas e as atividades estabelecidas durante a fase do planejamento do projeto. Sua principal fun-ção é auxiliar a manter o trabalho em sua linha geral, possi-bilitando seu gerenciamento e identificando quando as coisas não estão seguindo de forma correta.

Quando se fala em avaliação, pode-se dizer que é uma comparação do impacto do projeto em relação ao que fora pla-nejado. Durante a avaliação se pode averiguar o que foi for-mulado para ser realizado em relação ao que foi feito e como isso foi alcançado. Ela pode ser formativa, ou seja, elaborada ao mesmo tempo em que ocorre o projeto; ou resumida, quan-do aplicada ao final do projeto realizado.

O monitoramento e avaliação são ferramentas que ajuda-rão um projeto ou organização a perceber quando seus planos não estão funcionando ou quando as circunstâncias sofreram mudanças. Eles fornecem à gestão a informação necessária para tomadas de decisões a respeito do projeto e da organi-zação das mudanças que se mostrem necessárias em relação aos planos ou à própria estratégia. Ressalta-se que antes que se possa fazer uma avaliação e planejar novamente, normal-mente, se monitora e se ajusta várias vezes um projeto.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 28 14/12/2010 16:29:28

Page 29: Manual Academia das Cidades

É importante reconhecer que o monitoramento e a ava-liação não são soluções, em si, mas, sim, ferramentas valiosas e necessárias para o sucesso de qualquer projeto. O monito-ramento e a avaliação podem: ajudar a identificar problemas e suas causas; sugerir soluções possíveis para os problemas; levantar questões importantes em relação à estratégia e às previsões realizadas; levar os responsáveis pelo projeto a re-fletir para onde estão indo e como estão chegando ao ponto desejado; e, aumentar as possibilidades de acertos.

Como se sabe:

O Programa Academia das Cidades tem como principal objetivo oferecer qualidade de vida aos pernambucanos, visando ele-var a auto-estima da população, promover a adoção de hábitos saudáveis e reduzir os gastos com internação e atendimentos médi-cos. Para isso, o programa garante o acesso da população a espaços públicos que possibi-litem a prática de exercícios, esportes, ativi-dades culturais e ações de saúde e inclusão social - http://www.portais.pe.gov.br/c/portal/layout?p_l_id=PUB.1381.12).

Diante do exposto, para que o programa atinja os seus objetivos, que são grandiosos, visto que lidam com a promo-ção da qualidade de vida das pessoas, é necessário que ele seja constantemente monitorado e avaliado. O capítulo se-guinte versará sobre a avaliação da gestão da academia das cidades e como se darão seus processos, os instrumentos ne-cessários e como deverão ser utilizados. Em seguida, serão apresentados os passos para o preenchimento do Relatório de Monitoramento. No Anexo A deste trabalho, será apresenta-do um modelo do Relatório de Monitoramento, devidamente

manual Academia das Cidades TESTE.indb 29 14/12/2010 16:29:28

Page 30: Manual Academia das Cidades

preenchido, como exemplo para a tarefa que terão os atores envolvidos neste processo.

Em princípio, é fundamental que se faça uma explanação teórica, que trará alguns conceitos pertinentes ao processo.

1- AVALIAÇÃO DA GESTÃO DA ACADEMIA

No tocante ao processo de avaliação e monitoramento, uma ferramenta essencial é a estratégia de mapeamento, que consiste em identificar no território (comunidade) e seus entornos as potencialidades e a rede social de apoio existen-tes. Neste sentido, é importante, mediante uma ação arti-culada dos agentes públicos (equipes dos PSF, equipes dos CRAS, equipe matricial, equipes do NASF, dentre outros) e lideranças e/ou representantes comunitários, processar uma avaliação das necessidades daquele local, bem como de suas potencialidades. Este processo, embora pareça complexo na sua essência, se apresenta relativamente simples no que diz respeito à sua execução, visto que a ideia é “desenhar” o ter-ritório, fazendo um levantamento, principalmente, de:

• Equipamentos sociais do município: associações, grupos étnicos, grupos culturais, grupos geracionais, igrejas, clubes/equipamentos/centros esportivos, grupos religiosos, outros;• Informações quanto: à densidade demográfica, o porte populacional, o perfil populacional (sexo e idade) e o perfil de renda;• Informações quanto: aos hábitos de atividade física (lazer, trabalho e exercício organizado) e aos hábitos alimentares;• Equipamentos públicos: unidades disponíveis na rede mu-nicipal de saúde, educação, cultura, serviço social e outros.

1.1- Instrumentos de Avaliação

Serão utilizados alguns instrumentos de avaliação, a saber:

manual Academia das Cidades TESTE.indb 30 14/12/2010 16:29:28

Page 31: Manual Academia das Cidades

1- Nível de satisfação - deverá ser avaliado após implan-tação do programa, com instrumento próprio;

2- Aderência ao programa - também avaliado após o pro-grama, contudo, podendo ser considerada a expectativa da população (a partir da aplicação de um questionário) quanto ao desenvolvimento do programa;

3- Ocupação do espaço público – SOPARQ;4- Diminuição do sedentarismo – SOPARQ;5 - Modificação do estilo de vida – Whoqol-Bref (versão curta).

Utilizar-se-ão outros indicadores, tais como: 1- Redução da mortalidade – a partir dos dados do DA-

TASUS;2- Redução das DANT;3- Alteração dos níveis de IMC – controle regular por

processo de avaliação física/nutricional;4- Elevação dos níveis de aptidão física – controle regu-

lar por processo de avaliação física/nutricional;5- Redução dos indicadores de violência – CIODS + Ob-

servatório da violência.

Por fim, serão utilizados os instrumentos de controle so-cial descritos a seguir:

1- Avaliação semestral comunitária – para avaliar o fun-cionamento do programa;

2- Reuniões bimestrais - assembleias com a comunidade, para discutir o fazer cotidiano;

3- Participação em fóruns de discussão política – para ga-rantir a institucionalização e o fortalecimento do programa; e,

4- Rodas de diálogo com frequência semanal – para dis-cutir temas trazidos pela comunidade.

Existe uma grande variedade de definições da avaliação, conforme já visto no capítulo que trata da Introdução. Para enriquecer este relatório, destacam-se duas definições de te-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 31 14/12/2010 16:29:28

Page 32: Manual Academia das Cidades

óricos que atrelam a avaliação à possibilidade de tomada de decisões. Para Patton (1997), a avaliação é a coleta sistemá-tica de informações sobre as atividades, características e pro-dutos dos programas para fazer julgamentos sobre o progra-ma, melhorar a efetividade do mesmo e ou informar decisões sobre futuras programações, enquanto que Contandriopoulos (2000) afirma ser o julgamento que se faz sobre uma inter-venção ou sobre qualquer dos seus componentes com o objeti-vo de auxiliar na tomada de decisões.

O processo de avaliação tem como objetivos auxiliar no pro-cesso de planejamento e tomada de decisões, aperfeiçoar as ações, prestar contas à sociedade e contribuir para o desenvolvimento do conhecimento. Será utilizado como guia o modelo de avaliação proposto por Donabedian, que defende a tríade Estrutura + Pro-cessos + Resultados, tais quais ilustrados no Quadro 1.

Quadro 1: Modelo de avaliação (DONABEDIAN, 1960 apud PEREIRA, 1995)

7

4- Rodas de diálogo com frequência semanal – para discutir temas trazidos pela comunidade.

Existe uma grande variedade de definições da avaliação, conforme já visto no

capítulo que trata da Introdução. Para enriquecer este relatório, destacam-se duas definições de teóricos que atrelam a avaliação à possibilidade de tomada de decisões. Para Patton (1997), a avaliação é a coleta sistemática de informações sobre as atividades, características e produtos dos programas para fazer julgamentos sobre o programa, melhorar a efetividade do mesmo e ou informar decisões sobre futuras programações, enquanto que Contandriopoulos (2000) afirma ser o julgamento que se faz sobre uma intervenção ou sobre qualquer dos seus componentes com o objetivo de auxiliar na tomada de decisões.

O processo de avaliação tem como objetivos auxiliar no processo de planejamento e tomada de decisões, aperfeiçoar as ações, prestar contas à sociedade e contribuir para o desenvolvimento do conhecimento. Será utilizado como guia o modelo de avaliação proposto por Donabedian, que defende a tríade Estrutura + Processos + Resultados, tais quais ilustrados no Quadro 1.

Quadro 1: Modelo de avaliação (DONABEDIAN, 1960 apud PEREIRA, 1995)

MODELO DE AVALIAÇÃO DE DONABEDIAN

ESTRUTURARecursos materiaisRecursos humanosCaracterísticas organizacionais

PROCESSOS Atividades constitutivas do PACID

RESULTADOSProdutosModificações no estado de saúdeSatisfação do usuário

A partir do cruzamento entre os objetivos do Projeto Academia das Cidades e este

modelo, são observadas algumas possibilidades e desafios, que merecem um maior detalhamento.

1.1.1- Estrutura

No caso da Academia das Cidades, já existe uma clareza sobre a estrutura do

projeto, os recursos materiais e humanos e as características organizacionais já estão previamente definidas, o que facilitaria a utilização de uma avaliação normativa, que emprega um check-list entre o que foi padronizado e o que realmente está presente naquela unidade.

A partir do cruzamento entre os objetivos do Projeto Aca-demia das Cidades e este modelo, são observadas algumas pos-sibilidades e desafios, que merecem um maior detalhamento.

1.1.1- Estrutura

No caso da Academia das Cidades, já existe uma clareza sobre a estrutura do projeto, os recursos materiais e huma-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 32 14/12/2010 16:29:29

Page 33: Manual Academia das Cidades

nos e as características organizacionais já estão previamente definidas, o que facilitaria a utilização de uma avaliação nor-mativa, que emprega um check-list entre o que foi padroniza-do e o que realmente está presente naquela unidade.

Devem-se categorizar os itens em grau de importância, destacando aqueles que são imprescindíveis, cuja falta ca-racterizaria automaticamente a unidade como insatisfatória, bem como algumas características que mesmo que não sejam obrigatórias agreguem valor diferenciado à determinada pro-posta. A partir destes critérios, deve-se estabelecer um juízo de valor sobre a estrutura a ser avaliada.

1.1.2- Processo

Dentro da avaliação de processos, podem-se analisar três atributos distintos a partir das características relacionais en-tre os agentes das ações:

• Usuário x profissional: percepção dos usuários sobre as práticas, satisfação dos usuários, aceitabilidade, acolhi-mento, respeito à privacidade e outros direitos dos cidadãos; • Profissional x profissional: relações de trabalho e no trabalho; e,• Gestor x profissional: relações sindicais e de gestão.

Nesta sugestão de avaliação, optou-se por analisar os atri-butos da relação entre usuários e profissionais dentro do contexto de processo, já que a proposta do Projeto Academia da Cidade se ancora numa proposta de co-responsabilidade social e do forta-lecimento da participação popular. Em outras propostas, esses elementos poderiam ser encarados como resultados e não como processos relativos à implantação do serviço.

Diferente da avaliação de estrutura, que dispõe de normas e padrões bem definidos, neste processo é necessário trabalhar com modelos mais dinâmicos e participativos de avaliação e com critérios e normas adequados à realidade local. Como guia, tem-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 33 14/12/2010 16:29:30

Page 34: Manual Academia das Cidades

-se um conjunto de elementos, divididos, hipoteticamente, em quatro dimensões, relacionados ao processo de trabalho e que influenciarão na qualidade do serviço da Academia das Cida-des, conforme ilustrado pelo Quadro 2 e Figura 1.

Quadro 2: Dimensões do processo de trabalho

9

DIMENSÕES DO PROCESSO DE TRABALHO

TRABALHADORESE EQUIPE

Qualidade da formaçãoCursos de especialização/aperfeiçoamentoPerfil da equipe em relação à propostaAdequação do dimensionamento da equipeRelações estabelecidas na dinâmica de trabalho

TECNOLOGIAS Saber operante relativo à prática de cada profissional necessária para as atividades a serem desempenhadas

FINALIDADEDemandas e necessidades das pessoas que trabalham na Academia das Cidades

TRABALHO EM SI Ações e intervenções

Trabalhadores e Equipe

Tecnologias

PROCESSO DE TRABALHO

FormaçãoPerfilDimensionamentoConcepçõesRelações

InstrumentosSaber operante

Finalidade Trabalho em Si

NecessidadesDemandas

Ações/Intervenções

Figura 1: Dimensões do processo de trabalho

Estes vários elementos referentes ao processo de trabalho funcionarão como

norteadores da avaliação de processo, com a participação de gestores, profissionais e usuários, respeitando as especificidades de cada um desses setores. A sugestão é que estes encontros de avaliação e replanejamento ocorram da seguinte forma:

• A cada dois meses: entre os próprios trabalhadores;

• A cada quatro meses: entre os trabalhadores e gestores; e,

• A cada seis meses: com a população.

Estes prazos podem ser amplamente alterados, de acordo com as necessidades dos atores envolvidos.

9

DIMENSÕES DO PROCESSO DE TRABALHO

TRABALHADORESE EQUIPE

Qualidade da formaçãoCursos de especialização/aperfeiçoamentoPerfil da equipe em relação à propostaAdequação do dimensionamento da equipeRelações estabelecidas na dinâmica de trabalho

TECNOLOGIAS Saber operante relativo à prática de cada profissional necessária para as atividades a serem desempenhadas

FINALIDADEDemandas e necessidades das pessoas que trabalham na Academia das Cidades

TRABALHO EM SI Ações e intervenções

Trabalhadores e Equipe

Tecnologias

PROCESSO DE TRABALHO

FormaçãoPerfilDimensionamentoConcepçõesRelações

InstrumentosSaber operante

Finalidade Trabalho em Si

NecessidadesDemandas

Ações/Intervenções

Figura 1: Dimensões do processo de trabalho

Estes vários elementos referentes ao processo de trabalho funcionarão como

norteadores da avaliação de processo, com a participação de gestores, profissionais e usuários, respeitando as especificidades de cada um desses setores. A sugestão é que estes encontros de avaliação e replanejamento ocorram da seguinte forma:

• A cada dois meses: entre os próprios trabalhadores;

• A cada quatro meses: entre os trabalhadores e gestores; e,

• A cada seis meses: com a população.

Estes prazos podem ser amplamente alterados, de acordo com as necessidades dos atores envolvidos.

Figura 1: Dimensões do processo de trabalho

manual Academia das Cidades TESTE.indb 34 14/12/2010 16:29:32

Page 35: Manual Academia das Cidades

Estes vários elementos referentes ao processo de traba-lho funcionarão como norteadores da avaliação de processo, com a participação de gestores, profissionais e usuários, res-peitando as especificidades de cada um desses setores. A su-gestão é que estes encontros de avaliação e replanejamento ocorram da seguinte forma:

• Acadadoismeses:entreosprópriostrabalhadores;• Acadaquatromeses:entreostrabalhadoresegesto-

res; e, • Acadaseismeses:comapopulação.

Estes prazos podem ser amplamente alterados, de acor-do com as necessidades dos atores envolvidos.

1.1.3- Resultados

Mais que atender aos apelos legítimos de financiadores de projetos, formuladores de políticas e “tomadores” de decisão em de-monstrar a efetividade de procedimentos, também estamos preocupados em como fazer com que uma metodologia de avaliação pos-sa contribuir para o aprendizado, a ação e a transformação de práticas sociais (AKER-MAN; MENDES; BÓGUS, 2004).

O estabelecimento de critérios de avaliação de resultados dentro de atividades de Promoção da Saúde não é uma tarefa simples. Como se leva em consideração a dimensão multifa-torial dos problemas, as ações propostas para sua resolução são complexas. Além do que, as coletividades são dinâmicas, fazendo com que objetivos definidos no início das atividades possam perder seu sentido e serem substituídos por outros no decorrer do processo. Neste sentido, é importante, também,

manual Academia das Cidades TESTE.indb 35 14/12/2010 16:29:33

Page 36: Manual Academia das Cidades

que os indicadores para avaliação sejam construídos coletiva-mente e revisados periodicamente.

Considerando os objetivos do PACID, sugere-se, inicial-mente, priorizar a avaliação da ocupação do espaço público, a redução dos níveis de violência e a melhoria do estado de saúde da população. Esta ocupação, além de avaliada quan-titativamente, por entrevistas e registros fotográficos, deve também ser avaliada qualitativamente, mediante a utiliza-ção de instrumentos próprios da arquitetura para avaliação pós-ocupação.

Para verificar mudança do padrão de mortes violen-tas, podem-se utilizar dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), disponíveis no site do DATASUS (www.datasus.gov.br). O grande problema do SIM é o atraso nas informações, pois os dados ficam disponíveis apenas no ano seguinte ao de ocorrência dos óbitos. Para dados mais atuali-zados e que contemplem ocorrência de violências, e não ape-nas de óbitos, pode-se disponibilizar de dados produzidos por ocorrências policiais e registros de entrada em unidades de saúde de emergência próximas ao pólo.

A descrição dos objetivos do PACID faz referência direta à modificação no estado de saúde da população atendida, me-diante a adoção de hábitos alimentares saudáveis, da prática regular de atividades físicas e do lazer. A primeira opção para se analisar esta melhoria no estado de saúde da população seria a partir da comparação de dados fornecidos pelos siste-mas de informação em saúde e dos prontuários dos usuários da atenção básica de períodos antes e depois da implantação do PACID. Porém, os bancos de dados nacionais e os prontu-ários do paciente não contêm dados adequados sobre os diver-sos aspectos e níveis de análise necessários para se estudar desigualdades sociais na saúde e o consumo de serviços.

Além desta questão, são necessários elementos que pos-sibilitem afirmar que determinada mudança no padrão sani-tário da população tem origem na atuação da Academia das Cidades e não em outros programas de saúde e assistência

manual Academia das Cidades TESTE.indb 36 14/12/2010 16:29:33

Page 37: Manual Academia das Cidades

social promovidos por diversos órgãos do governo, ou mesmo averiguar se aquela mudança no estado de saúde não se deu pelo acaso ou pela melhoria no sistema de informação.

Esta situação sugere que o PACID produza seus próprios dados de saúde, no formato de pré e pós-teste. Ainda neste caso, depara-se com os entraves comuns à realização de pes-quisas, ou seja, questões financeiras, técnicas e operacionais.

Uma alternativa seria focar a avaliação de resultados na percepção do usuário sobre o serviço e na satisfação do mes-mo, e não na modificação dos indicadores de saúde.

A metodologia sugerida seria a aplicação de questioná-rios a determinada amostra de usurários, focando nos se-guintes itens:

1 - Habilidades dos profissionais envolvidos no projeto;2 - Disponibilidade dos espaços de realização das atividades;3 - Disponibilidade dos equipamentos;4 - A resolução dos seus problemas;5 - O tempo gasto com o deslocamento6 - O tempo de espera para ser atendido7 - O respeito na maneira de tratá-los;8 - A maneira como a sua intimidade e a sua forma de ser

foi respeitada durante as atividades da academia;9- A clareza nas explicações do profissional da academia

e a adequação da linguagem;10 - A disponibilidade de tempo para fazer as perguntas

sobre o seu problema e esquema terapêutico ou esportivo.

Essas questões seriam respondidas de forma direta, a partir de critérios como: excelente, bom, regular, ruim, pés-simo, não sabe. Com base nisto, ter-se-ia um panorama do funcionamento da Academia da Cidade daquela localidade, possibilitando melhorias.

Entretanto, talvez, o mais importante seja o quanto o processo de avaliação consegue ser realmente participativo e capaz de reorientar o planejamento e as práticas. A ava-liação bem realizada deve ser encarada como uma poderosa

manual Academia das Cidades TESTE.indb 37 14/12/2010 16:29:33

Page 38: Manual Academia das Cidades

ferramenta para apontar e/ou corrigir os problemas, visando atingir o objetivo maior do PACID: o bem-estar da população.

2- RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DAS ACADEMIAS DAS CIDADES

O relatório a ser preenchido, relativo ao monitoramento das Academias das cidades, compõe-se dos seguintes dados1:

• Identificação• Atividades desenvolvidas, compostas por:• Atividades no polo;• Avaliação das atividades desenvolvidas;• Atividades espontâneas;• Grupos de convivência;• Intergeracional.

Requalificação, que contempla:

• Pólo;• Forma de atuação;• Apropriação do PACID.

Gestão do pólo, composta por:

• Profissionais;• Comissão de usuários;• Fórum de discussões.

Avaliação de saúde; Análise do questionário QPAF; e Eventos.

1 O relatório respondido na íntegra, como exemplo, encontra-se no Anexo A deste documento

manual Academia das Cidades TESTE.indb 38 14/12/2010 16:29:33

Page 39: Manual Academia das Cidades

2.1- IDENTIFICAÇÃO

Neste item, serão preenchidos os dados relativos à iden-tificação do município, a secretaria responsável. Além dos dados referentes ao coordenador, como nome, telefone e en-dereço eletrônico.

2.2- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Este item se divide em várias etapas. A primeira delas diz respeito às atividades no pólo. Aqui, o respondente infor-mará sobre o seu público, as atividades, os conteúdos apli-cados durante as aulas, os profissionais envolvidos, os dias e horários de funcionamento no pólo. Quanto à avaliação das atividades desenvolvidas, o relatório deverá contemplar o número de participantes, os pontos positivos e negativos das atividades, bem como do pólo de atuação, e deverá, ain-da, apontar sugestões para a melhoria do programa. No que se refere às atividades espontâneas, o relatório contempla-rá o público, o número de participantes e suas respectivas atividades. Quanto aos grupos de convivência, geracional e intergeracional, o relatório deverá conter dados relativos ao público, ao número de participantes e às atividades.

2.3- REQUALIFICAÇÃO

O item Requalificação trará dados relativos aos pólos de atuação das Academias das Cidades. No que diz respeito ao pólo, ele deverá conter dados referentes aos equipamentos e aos espaços, e se estão preservados ou danificados. Quanto à forma de utilização, deverá ser evidenciado o modo como são utilizados os equipamentos e os espaços. Quanto à apropria-ção do PACID, é necessário que o relatório contemple a forma como isso se dá, de acordo com os profissionais e os usuários.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 39 14/12/2010 16:29:33

Page 40: Manual Academia das Cidades

2.4- GESTÃO DO PÓLO

Quanto à gestão do pólo, deverão ser traçados os per-fis e as formas de contratação dos profissionais envolvidos, a comissão de usuários, com nome e ocupação, e os fóruns de discussão, contemplando os temas abordados, as plenárias e as decisões tomadas.

2.5- AVALIAÇÃO DE SAÚDE

Deverá ser apresentada uma avaliação de saúde, conten-do dados sobre os usuários. Esta avaliação deverá ser feita a partir do número total de usuários, com percentuais iden-tificando os totais de mulheres, homens, crianças, jovens, adultos e idosos que fazem parte do programa, além de dados coletados sobre as Unidades Básicas de Atenção à Saúde e instituições sociais mais próximas, e as principais doenças identificadas junto à população participante do programa.

2.6- ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO SOBRE A QUALIDADE DE PRONTIDÃO PARA ATIVIDADES FÍSICAS

A análise do questionário do QPAF deverá apontar dados quantitativos sobre o Sistema de Informação sobre Mortalida-de – SIM, os encaminhamentos à avaliação médica, e as doen-ças mais prevalentes, todos separados por homens e mulheres.

2.7- EVENTOS

Por fim, serão informados os dados relativos aos eventos realizados nos pólos, contendo nome do evento, os responsá-veis, o local, o número de participantes, uma breve descrição sobre a ação que justifique o evento, os profissionais envolvi-dos e uma avaliação sobre as atividades realizadas durante o evento.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 40 14/12/2010 16:29:33

Page 41: Manual Academia das Cidades

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALDAY, Herman E. C. O Planejamento estratégico den-tro do conceito de administração estratégica. Revista da FAE – Faculdade Católica de Administração e Economia, Curiti-ba, maio / ago, 2000.

AKERMAN, M.; MENDES, R.; BÓGUS, C.M. É possí-vel avaliar um imperativo ético? Ciência & Saúde Coletiva, 9(3):605-615. Rio de Janeiro, 2004.

BEATTY, Richard. Scorecard para recursos humanos: conceitos e ferramentas para medir a contribuição das equi-pes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

CARVALHO, A. R. S.; OLIVEIRA, E.A.Q. Diagnóstico das barreiras do aprendizado organizacional que levam à de-terioração da gestão pública moderna. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, Taubaté-SP, janeiro / abril, 2005.

COMIM, Flávio. Entrevista. Revista ComCiência. Ed.33. Disponível em: http://www.comciencia.br. Acesso em 16.05.2009.

CONTANDRIOPOULOS, A.P. et al. A avaliação na área da saúde: conceitos e métodos. São Paulo: Editora Hucitec, pp. 29-47, 1997.

CORREA, Izabela Moreira. Planejamento estratégico e gestão pública por resultados no processo de reforma admi-nistrativa do estado de Minas Gerais. Revista de Administra-ção Pública, Rio de Janeiro, maio / junho, 2007.

Cruz, Carlos Henrique de Brito. Entrevista. Revista da Fundação de Desenvolvimento Administrativo do Estado de São Paulo. 2008. Disponível em http://www.revista.fun-dap.sp.gov.br/revista3/paginas/entrevista3.htm. Acesso em 18.11.2008.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 41 14/12/2010 16:29:34

Page 42: Manual Academia das Cidades

DONABEDIAN, A. The criteria and standards of quali-ty. Ann Arbor: Health Administration Press; 1982.

________. The methods and findings of quality assess-ment and monitoring: an illustrated analysis. Ann Arbor: Health Administration Press; 1985.

________. The quality of care: how can it be assessed? Jama.1988; 260: 1743-8.

________. Veinte Años de Investigación en Torno a la Ca-lidad de la Atención Medica, 1964-1984. Salud Publica Mex. 1988; 30: 202-15.

________. Criteria and standards for quality assessment and monitoring. Qual Rev Bull. 1986; 12:99-108.

FAYOL, Henri. Administração industrial e geral. São Paulo: Atlas, 1978.

FERRER, Florência. Gestão pública eficiente: impactos econômicos de governos inovadores. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

FISCHMANN, A. A; ALMEIDA, M. I. R. Planejamento estratégico na prática. São Paulo: Atlas, 1990.

FRANÇA JUNIOR, F. C. O planejamento político global na solução do desenvolvimento local. Revista do Centro de Ciências Administrativas. Fortaleza, dez. 2005.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, EAESP/FGV, MarAbr. 1995.

GUIMARÃES. J. R. S; JANNUZZI. P. M. Indicadores sintéticos no processo de formulação e avaliação de políticas públicas: limites e legitimidades. XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, p14. Caxambú, Set.2004

manual Academia das Cidades TESTE.indb 42 14/12/2010 16:29:34

Page 43: Manual Academia das Cidades

HARVARD BUSINESS REVIEW. Planejamento estra-tégico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.

KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Organização orientada para a estratégia: como as empresas que adotam o Balanced Scorecard prosperam no novo ambiente de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

______. Kaplan e Norton na Prática. Rio de Janeiro: El-sevier, 2004.

______. Alinhamento: Utilizando o Balanced Scorecard para gerar sinergias corporativas. Rio de Janeiro: Campus, 2006.

KOTLER, P. Administração de marketing: análise, pla-nejamento, implementação e controle. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

MARINI, C.; MARTINS, H. Um modelo de gestão go-vernamental para resultados. I Seminário de Administração Pública: Análise contextual e propostas de modernização, Brasília, 2005.

MARTINS, Gilberto A. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2006.

MATIAS-PEREIRA, José. Curso de administração pú-blica: foco nas instituições e ações governamentais. São Pau-lo: Atlas, 2008a.

______. Manual de gestão pública contemporãnea. São Paulo: Atlas, 2008b.

MULLER, Cláudio J. Modelo de gestão integrando pla-nejamento estratégico, sistemas de avaliação de desempenho e gerenciamento de processos (MEIO – Modelo de Estratégia, Indicadores e Operações). Tese (Doutorado). PPGEP / UFRS, Porto Alegre, 2003.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 43 14/12/2010 16:29:34

Page 44: Manual Academia das Cidades

NIVEN. P. R. Balanced Scorecard passo-a-passo: ele-vando o desempenho e mantendo resultados. Rio de Janeiro, Qualitymark, 2005.

OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: concei-tos, metodologias e práticas., São Paulo, ed. Atlas, 2008.

PACHECO, Regina Silvia. Contratualização de resulta-dos no setor público: a experiência brasileira e o debate in-ternacional. IX Congresso Internacional Del CLAD sobre La reforma Del estado y de La Administración Pública, Madrid, 2004.

PATTON, M.Q. Avaliação utilização-focalizada: o texto novo do século (3o edição). Oaks: Sage Publications.

PEREIRA, M.G. Epidemiologia: teoria e prática. São Paulo: Guanabara Koogan, 1995.

PRAHALAD, C. K. A nova era da inovação. Rio de Janei-ro: Campus, 2008.

SANO, Hironobu; ABRUCIO, L. Fernando. Promessas e resultados da Nova Gestão pública no Brasil: o caso das organizações sociais de saúde em São Paulo. Revista de Ad-ministração de Empresas, São Paulo: jul / set, 2008.

SARAIVA, L. A. S. Cultura organizacional em ambiente burocrático. Revista de Administração Científica, Rio de Ja-neiro: jan / abr, 2002.

SARDENBERG, D. P. Instrumento de avaliação de sis-temas de gestão estratégica com base no Balanced Scorecard. Dissertação (Mestrado) PPGEP / UFSC, Florianópolis, 2003.

SILVA, Leandro Costa. O Balanced Scorecard e o proces-so estratégico. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo: out/nov, 2003.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 44 14/12/2010 16:29:34

Page 45: Manual Academia das Cidades

SOARES, Cristina R. D. Desenvolvimento de uma siste-mática de elaboração do Balanced Scorecard para pequenas empresas. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: PPGEP / UFRGS, 2001.

STONER, James A. F. Administração. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administra-ção científica. São Paulo: Atlas, 1979.

THOMPSON JR., A. A.; STRICKLAND III, A . J. Plane-jamento estratégico: elaboração, implementação e execução. São Paulo: Pioneira, 2000.

TRIVINOS, Augusto N. S. Introdução a pesquisa em ci-ências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Pau-lo: Atlas, 1987.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 45 14/12/2010 16:29:34

Page 46: Manual Academia das Cidades

manual Academia das Cidades TESTE.indb 46 14/12/2010 16:29:34

Page 47: Manual Academia das Cidades

Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE 47

Capítulo 2ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE

“... na medida em que um grupo social aparece na história, frequentemente ele se constitui inicialmente na cultura, meio de re-

conhecimento, de legitimação, de constituição de uma identidade, de uma visibilidade no espaço social”

Jean-Claude Gillet (2007, p. 21)

No decorrer do seu desenvolvimento, para além do es-tímulo à atividade física e à alimentação saudável, o Programa Academia das Cidades (PACID), vem as-

sumindo uma importante função na mobilização cultural das comunidades. Em paralelo ou como desdobramento das atividades de caminhada e ginástica orientadas, a motiva-ção dos diversos grupos de usuários para vivência de outras manifestações culturais como dança, teatro, música, jogos de mesa, passeios e realização de eventos é uma tendência de desenvolvimento do programa.

O setor de animação sociocultural do PACID tem por fi-nalidade ajudar a comunidade de usuários na construção do programa das atividades culturais também de maneira pla-nejada e sistemática. O objetivo principal que este setor deve perseguir é o fortalecimento das manifestações culturais lo-cais como possibilidade de um lazer comunitário que contri-bua ao desenvolvimento da consciência coletiva da necessida-de de transformação social, e a afirmação de uma identidade cultural autônoma e democrática, entendendo-os como fato-res cruciais na promoção da saúde e da qualidade de vida.

Partimos do pressuposto de que o desenvolvimento cul-tural da comunidade é fator crucial da mudança de hábitos e da construção de um estilo de vida saudável. No entanto, como já afirmamos antes, a promoção da saúde e da quali-dade de vida está na dependência do acesso aos direitos que permitem uma condição de vida digna, tais como saneamento

manual Academia das Cidades TESTE.indb 47 14/12/2010 16:29:35

Page 48: Manual Academia das Cidades

48 Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE

básico, habitação, trabalho, educação, lazer etc. No entanto, a conquista desses direitos está relacionada com o nível de consciência, informação e mobilização da população, e tam-bém do compromisso do poder público em prover políticas públicas saudáveis e emancipatórias (Silva 2005a). Assim, a cultura como lazer pode ser uma forte aliada nesse processo de elevação de consciência e organização comunitária, quan-do intencional e planejadamente fortalecemos seu potencial formativo e informativo. Isso porque, entendemos que as prá-ticas de lazer possibilitam o desenvolvimento da personali-dade, a socialização e criam novas formas de aprendizagem, contribuindo assim para perpetuação ou manutenção de um determinado modo de vida.

A cultura, nesta perspectiva, ganha um sentido que su-pera a ideia de saber enciclopédico, assumindo a conotação de tomada de consciência histórica e organização:

“A cultura é algo bem diverso. É orga-nização, disciplina do próprio eu interior, apropriação da própria personalidade, con-quista de consciência superior: é graças a isso que alguém consegue compreender seu próprio valor histórico, sua própria função na vida, seus próprios direitos e seus pró-prios deveres. Mas nada disso pode ocorrer por evolução espontânea (...), mas através da reflexão inteligente (...)” (Gramsci 2004, p.58).

A importância desse conceito de cultura no desenvol-vimento do programa de lazer na perspectiva da promoção da saúde, é que ele pressupõe que uma mudança radical de comportamentos e estilos de vida é resultado de uma tomada de consciência crítica e de organização social e política dos sujeitos para o enfrentamento dos fatores e agravos à saúde individual e coletiva, no contexto da luta por uma transfor-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 48 14/12/2010 16:29:35

Page 49: Manual Academia das Cidades

Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE 49

mação mais ampla da sociedade. Também permite superar a concepção de lazer como entretenimento banalizado, que ao afirmar a cultura de massas, principalmente através da in-dústria do lazer e do entretenimento, contribui à perpetuação da cultura do consumismo e, por conseguinte, à disseminação de mercadorias culturais diretamente associadas a fatores de riscos a agravos à saúde individual e coletiva tais como: al-coolismo, tabagismo, sedentarismo, obesidade, violência etc.

A animação sociocultural neste contexto ganha a cono-tação de programa e método, o que significa afirmar a ne-cessidade de planejamento da intervenção pedagógica para o desenvolvimento do lazer como fator de promoção da saúde e qualidade de vida. De acordo com Bernet (1997) animação so-ciocultural como programa, projeto ou conjunto de programas e projetos destaca o trabalho de desenhar, elaborar, definir metodicamente as atividades, processos e ações. Como mé-todo, técnica ou uma maneira de fazer, animação enfatiza o aspecto elaborado e pedagógico da intervenção cultural.

A necessidade do planejamento pedagógico da interven-ção sociocultural no âmbito do lazer visando à promoção de saúde e da qualidade de vida é tarefa cada vez mais estra-tégica da educação contemporânea, marcada pela ampliação dos canais de disseminação da cultura de massa, sobretudo através da indústria do lazer e do entretenimento. Ao con-traponto, faz-se necessário que o programa de animação so-ciocultural seja fundamentado numa verdadeira Pedagogia do Tempo Livre, tal como defendida por Puig & Trilha (2004), como forma de enfrentamento do conjunto de atividades (ou “passividades”) desvalorizadas, do ponto de vista formativo, e que ocupam a maior parte do tempo das pessoas: “Ócios con-sumistas, passivos, individualistas, egoístas, massificados, padronizados e uniformes, manipuladores, pouco criativos, alienante, banais, etc.” (Puig & Trilha 2004, p.60).

Porém, quando falamos da animação sociocultural como meio de intervenção pedagógica no âmbito do lazer, não es-tamos defendendo a reprodução das práticas pedagógicas es-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 49 14/12/2010 16:29:35

Page 50: Manual Academia das Cidades

50 Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE

colares. Ao planejarmos a animação sociocultural no lazer é fundamental que sejam respeitadas as características e in-tencionalidades que marcam as práticas de lazer, quais se-jam: a liberdade de escolha pelo usuário, a busca do prazer e do lúdico, a possibilidade de auto-expressão e de criatividade. Assim, consideramos a animação sociocultural um âmbito da educação não-formal, entendida como “(...) um conjunto de processos, meios e instituições específicas e diferencialmente concebidos em função de objetivos explícitos de formação ou instrução não diretamente voltados à outorga dos graus pró-prios do sistema educacional regrado (Trilla 2008, p.42). O lazer e a animação sociocultural como âmbitos da educação não-formal são marcados pelo desejo da acesso e usufruto da cultura, mas não em sentido utilitarista, nem acadêmico.

Devido ao “caráter radicalmente ilimitado da história”, segundo Mészáros (2007), há um “potencial emancipatório positivo de tempo livre produtivamente desenvolvido da hu-manidade, uma vez submetido ao uso criativo pelos indiví-duos sociais no curso do desenvolvimento histórico...” (p. 49). Esse elemento enfatizado pelo autor, na reflexão sobre a re-lação entre tempo livre e emancipação, é fundamental para entender a importância da perspectiva da animação sociocul-tural, sobretudo de forma a atuar no âmbito da cultura, no “tempo livre”.

Puig & Trilha em sua Pedagogia do Ócio definiram al-guns princípios gerais que devem orientar um programa de animação sociocultural:

Liberar tempo para o lazer formativoUma condição objetiva para o desenvolvimento de plano

de ação educativa no âmbito do tempo livre é conseguir uma melhor distribuição e aproveitamento do tempo liberado do trabalho obrigatório. Muitas vezes o tempo liberado é perdido em função de uma planificação inadequada das cidades, do transporte e de outros serviços públicos, das tarefas familia-res, da burocracia inútil, etc. O plano de ação do PACID deve

manual Academia das Cidades TESTE.indb 50 14/12/2010 16:29:35

Page 51: Manual Academia das Cidades

Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE 51

se adequar ao tempo liberado dos participantes, observando os grupos de idade e ocupação, e tentar influenciar na reor-ganização das disfunções que consomem de maneira absurda o tempo liberado. Assim as pessoas poderiam aproveitar me-lhor o tempo para atividades formativas.

Tornar compatível diversão, criação e aprendizagemUm dos traços essenciais das atividades de lazer é o pra-

zer que produz independente dos efeitos que se busquem. Essa característica deve ser respeitada. A educação pelo la-zer não pode acontecer através de uma prática triste ou te-diosa. É preciso adequar o planejamento participativo, a uma atividade de livre escolha, que ao mesmo tempo possibilite a diversão, a criação e a aprendizagem.

Respeitar a autonomiaPara seguir o princípio anterior é importante considerar

outro traço essencial das atividades de lazer: a autonomia do sujeito na decisão da atividade e no processo da sua execução. Não se deve tentar educar pelo lazer através de atividades impostas. A autodeterminação no que e no como fazer é preci-samente um dos valores formativos mais importantes da edu-cação pelo lazer. Assim, considera-se que o lazer não deveria ser algo a se consumir, mas a se criar, e a ação educativa protagonizada pelo PACID deve fomentar essa capacidade.

Promover a possibilidade do extraordinárioA capacidade e a predisposição para a criação, aventura

e realização imaginativa são valores que no âmbito do tempo livre podem ser cultivados com menos restrições. Um prin-cípio fundamental para organização das ações do PACID é estimular a criação individual e coletiva de alternativas cul-turais a serem vivenciadas no tempo liberado.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 51 14/12/2010 16:29:35

Page 52: Manual Academia das Cidades

52 Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE

Tornar compatíveis o lazer individual e coletivo A intervenção educativa no tempo livre deve potenciali-

zar duas formas aparentemente opostas de lazer: a individu-al e a coletiva. A necessidade do recolhimento individual para o encontro consigo mesmo ou como uma exigência de certas atividades de alto valor formativo (da leitura à meditação) é algo que deve ser respeitado, possibilitado e até preparado na pedagogia do tempo livre. No entanto, é importante que se esclareça que um dos principais objetivos da animação socio-cultural é o desenvolvimento da sociabilidade.

O combate às formas perniciosas de lazerEste princípio considera que um dos principais objetivos

da animação sociocultural é a negação das formas de lazer massificadas, estereotipadas e uniformes, mas também “(...) classistas, individualistas, egoístas e ostentadores, consumis-tas e caros, manipuladores e alienantes, etc.” (Puig & Trilla 2004, p. 80). Esse combate deve se materializar através de duas formas e intervenção: a elucidação e a crítica a tais ati-vidades e, principalmente, pelo contraponto prático através da promoção de atividades que possuem valores contrários aos mencionados.

PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS

Também são fundamentais para a construção de uma proposta que articule o setor da animação sociocultural à consideração de princípios que orientem o fazer pedagógico. Discorreremos, então sobre os princípios por nós construídos e refletidos através de diferentes produções, desde SILVA e SILVA (2004) até SILVAa (2005) e SILVAb (2005):

Trabalho socialmente útil – numa perspectiva eman-cipatória, a realidade social concreta deve ser sempre a refe-rência e, nesse caso, o trabalho socialmente útil é um elemen-to de integração com essa realidade concreta. Um objeto útil é

manual Academia das Cidades TESTE.indb 52 14/12/2010 16:29:35

Page 53: Manual Academia das Cidades

Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE 53

aquele que “(...) por suas propriedades satisfaz necessidades humanas, seja qual for a natureza, a origem delas, prove-nham do estômago ou da fantasia” (Marx, 2002, p.57). Neste sentido, podemos dizer que uma educação que se realiza no âmbito do lazer, na perspectiva da autodeterminação, deve estar em profunda sintonia com as necessidades e interesses dos sujeitos e das comunidades envolvidas. A utilidade social de uma coisa faz dela um valor-de-uso. O trabalho socialmen-te útil produz então, necessariamente, valores-de-uso, e não valores de troca, que acaba prevalecendo, suprimindo tudo (coisas, pessoas, cidades, formas de lazer, etc). Desse modo, o trabalho socialmente útil relacionado com a conquista do tempo livre diz respeito à produção cultural lúdica, a partir das suas formas de manifestação, esportiva, artística, inte-lectual etc.

Desenvolvimento da cultura popular - Tendo por base o trabalho socialmente útil, o trato com o lazer deve es-tar inspirado e voltado para o desenvolvimento da cultura po-pular. Entende-se por cultura popular aquela que, ao lado da chamada cultura erudita, transmitida na escola e sancionada pelas instituições, “(...) é criada pelo povo e articula uma con-cepção do mundo e da vida em contraposição aos esquemas oficiais” (Bosi, 1986, p.64). A cultura popular na verdade re-sulta de uma apropriação desigual do capital cultural e reali-za “(...) uma elaboração específica das suas condições de vida através de uma intenção conflitiva com os setores hegemôni-cos” (Cancline, 1983, p. 26). Por isso ela é ambígua e contra-ditória, tecida de ignorância e de saber, de atraso e de desejo de emancipação. Tem como traço fundamental o fato de ser “(...) uma concepção desagregada, incoerente, inconseqüente (...)” em relação à posição social das multidões das quais ela é a filosofia: as classes populares. Na cultura popular podemos encontrar “(...) elementos dos homens das cavernas e princí-pios da ciência mais moderna e progressista, preconceitos de todas as fases históricas passadas, estreitamente localistas

manual Academia das Cidades TESTE.indb 53 14/12/2010 16:29:35

Page 54: Manual Academia das Cidades

54 Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE

e intuições de uma futura filosofia que será própria do gêne-ro humano mundialmente unificado” (Gramsci 2001, p.94). Fala-se ainda que cultura popular é “ambígua”. “Tecida da ignorância e de saber, de atraso e de desejo de emancipação, capaz de conformismo ao resistir e capaz também de resis-tência ao se conformar” (Chauí 1986, p.124). Por outro lado, pensando na cultura popular como arte, podemos perceber que nela existe um forte vínculo criador-comunidade que se manifesta nos objetos de uso diário como cestas, tecidos, ce-râmicas, sendo expressão do seu povo. Este vínculo criador também se expressa através das práticas propriamente cor-porais, tais como as danças, os jogos, as brincadeiras e lutas, tendo ainda uma capacidade vital de absorver e reelaborar elementos urbanos já afetados de novas tecnologias. Neste caso, a cultura popular pode atravessar a cultura de massa tomando seus elementos e transfigurando esse cotidiano em arte. Neste sentido, se é certo dizer que na ambigüidade da cultura popular existe um convite à resignação e à paciência, é mais importante ainda ressaltar que também existe um con-vite à reflexão e à criação “(...) a tomada de consciência de que aquilo que acontece é, no fundo, racional, e que assim deve ser enfrentado, concentrando as próprias forças racionais e não se deixando levar pelos impulsos instintivos e violentos” (Gramsci 2001, p.98). Desenvolvimento da cultura popular, portanto, significa a elaboração desse núcleo de “bom senso” que existe no “senso comum” que merece ser “transformado em algo unitário e coerente” (Gramsci, 2001, p. 98).

Auto-organização e Trabalho Coletivo - O desenvol-vimento da cultura popular e a educação para o protagonis-mo dependem da materialização de um outro princípio fun-damental que é o estímulo à auto-organização e ao trabalho coletivo no âmbito das práticas corporais, esportivas e artís-ticas. Dado que a produção cultural é realizada socialmen-te, a aptidão para trabalhar coletivamente é uma condição fundamental na vida das classes populares e que somente se

manual Academia das Cidades TESTE.indb 54 14/12/2010 16:29:36

Page 55: Manual Academia das Cidades

Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE 55

adquire no exercício do trabalho coletivo. Trabalhar coletiva-mente significa saber organizar e dirigir um grupo quando é necessário e também saber obedecer quando for preciso. Tal exercício pode se dar através da organização de grupos de dança, de música, equipes esportivas, grupos de ginástica e também da organização de eventos participativos, onde todos assumam responsabilidades no interior da estrutura de or-ganização (a própria organização dos Círculos, que pressupõe a divisão de responsabilidades e tarefas). Assim, “para atin-gir este objetivo, é preciso, na auto-organização das crianças, que todos, na medida do possível, ocupem sucessivamente todos os lugares, tanto as funções dirigentes como as funções subordinadas” (Pistrak, 1981, p.40). O trabalho coletivo e o estímulo à auto-organização, também forjam a aptidão para analisar cada problema novo como organizador. Isto pressu-põe o desenvolvimento de hábitos de organização adquiridos no desempenho de diversas funções no interior de diversos organismos. Isso só será possível na medida em que se desen-volvam formas de auto-organização extremamente flexíveis, de maneira que possam ser adaptadas a cada problema novo que surgir e a cada novo objetivo traçado.

Intergeracionalidade - Este princípio parte do pressu-posto histórico de que “(...) a geração antiga realiza sempre a educação dos ‘jovens’” (Gramsci, 2001, p.63). Neste caso, existe uma vinculação entre as gerações que expressa a coe-xistência social inerente à condição humana. De fato, os “ve-lhos” dominam os “novos”. Inclusive, no que se refere ao uni-verso lúdico. “Assim como o mundo da percepção infantil está marcado por toda parte pelos vestígios da geração mais ve-lha, com os quais a criança se defronta, assim também ocorre com os seus jogos. O brinquedo, mesmo quando não imita os instrumentos dos adultos, é confronto, na verdade não tanto da criança com os adultos, do que destes com as crianças” (Benjamim 1984, p. 72). Os conflitos e discórdias existentes são superficiais e próprios a todas as obras educativas e de

manual Academia das Cidades TESTE.indb 55 14/12/2010 16:29:36

Page 56: Manual Academia das Cidades

56 Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE

“refreamento”. O fato da geração mais velha não conseguir guiar a geração mais jovem é também, em parte, a expressão da crise da instituição familiar e da nova situação do elemen-to feminino na sociedade. Dessa forma, a educação dos filhos é cada vez mais confiada ao Estado ou à iniciativas privadas de educação, causando um empobrecimento sentimental em relação ao passado. Em algumas situações, a velha geração chega a renunciar sua missão educativa, caindo, inclusive em formas diversas de “estatolatria”. Assim, fica reduzida a im-portância afetiva da memória passada de geração para gera-ção, ficando esta a cargo do sistema dominante. Desta forma, o princípio da intergeracionalidade, expressa a necessidade de superação da segmentação entre as gerações (etárias), colocando a necessidade da construção de procedimentos e mecanismo que restabeleçam a coexistência e a convivência entre sujeitos das diferentes faixas etárias de maneira que seja garantida a preservação da memória cultural e políti-ca, fortalecida pelos vínculos sentimentais inerentes aos co-letivos familiares. Por outro lado, faz-se imprescindível que tais mecanismos de coexistência possam reaproximar a velha geração com a dinâmica contemporânea da sociedade e suas exigências. Esta combinação de fatores é fundamental para a educação comum tanto da “nova” quanto da “velha” geração, sendo também o caminho comum de ambas no processo de análise, crítica e superação coletiva e histórica dos problemas que os assolam.

ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL

Os agentes de animação sociocultural contribuem para organizar a dinâmica de apropriação cultural – são por isso educadores sociais e populares. No entanto, a prática desses próprios agentes de animação sociocultural é também contra-ditória – impregnada pelos valores dominantes. Por isso, os próprios educadores devem ser educados – processo constan-te de reflexão que se fundamenta na prática e na teoria – sem

manual Academia das Cidades TESTE.indb 56 14/12/2010 16:29:36

Page 57: Manual Academia das Cidades

Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE 57

teoria revolucionária não pode haver prática revolucionária (Pistrak).

Sem uma pedagogia social a ser estudada e incorporada pelos educadores, sua prática não passará de uma manobra sem finalidade social consciente, utilizada para resolver pro-blemas pedagógicos de forma pragmática, caso a caso, e não baseada em concepções sociais bem determinadas.

Considerando os elementos acima expostos, uma educa-ção do educador não consiste em apontar a eles um conjun-to de indicações práticas. Consiste em garantir espaço para reflexão de princípios, valores e intenções educativas. Desta forma, esses educadores serão capazes de criar um bom méto-do de trabalho com base numa concepção pedagógica sólida.

Mas este não pode ser um trabalho individual. O educa-dor isolado, abandonado a si mesmo, não encontrará resposta aos problemas que enfrenta. Somente na coletividade é possí-vel resolver os problemas coletivos.

Segundo Waichman (2008), este tipo de atividade, de-nominada por ele como RECREAÇÃO EDUCATIVA, propõe práticas sociais no tempo não obrigatório que possibilitem o desenvolvimento da autonomia, através de processos auto-gestionários e uma modalidade participativa que enfatize o compromisso com a tarefa por todos os membros do grupo. Portanto, o coordenador não busca obediência exterior. Ao contrário, constrói o compromisso do grupo por gestar etapas e formas para que cada grupo, em função de sua idade, expe-riência e possibilidades possa se responsabilizar pelos êxitos e fracassos. O distanciamento entre o animador e o usuário tende a modificar-se sem desaparecer. Uma maior horizonta-lidade caracteriza as relações e nada baixa a responsabilida-de, agora assumida pelas decisões do próprio grupo. É óbvio que esta posição requer um coordenador comprometido, pro-fundamente democrático, permeável das inquietudes, dispos-to a dedicar muito tempo a planejar e avaliar com grande clareza os objetivos a alcançar e que entenda que todas as es-tratégias e técnicas são úteis e podem colaborar para forma-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 57 14/12/2010 16:29:36

Page 58: Manual Academia das Cidades

58 Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE

ção de indivíduos críticos e responsáveis. Waichman (2008) assim define o estilo produtivo-criativo:

• Participação direta na criação do objeto cultural seja este um objeto material, uma norma, ou um valor a ser compartilhado por um grupo social;• Não delimitação rígida das funções de emissor e receptor no processo de comunicação; não definição de um padrão de relação onde aparecem uns poucos que pensam e outros muitos que recebem ou executam as decisões;• Possibilidade de surgimento do pensamento reflexivo na medida em que este surge nas situações em que se apresentam aos indivíduos problemas de adaptação; quer dizer, frente a uma situação problemática, com vistas à solução da mesma. A maioria das formas de conduta que denominamos cultura popular produtiva emerge de situações problemáticas da vida cotidiana.• Facilita a ação e as decisões sobre os fatos da vida cotidiana.

As atividades podem ser divididas em quatro áreas de interesses: artísticos, físico-desportivos, manuais e intelectu-ais. Indicação de atividades sistemáticas de acesso à cultura e também à realização de eventos. Recomenda-se observar a articulação necessária entre as atividades sistemáticas e os eventos, seguindo o princípio da utilidade social; os interes-ses estão relacionados com as faixas etárias dos usuários;

Os agentes da animação sociocultural são profissionais e voluntários. O perfil é polivalente;

A avaliação das atividades leva em conta indicadores so-cioculturais.

PERFIL DO PROFISSIONAL

Para Gillet (2007), o termo animação reúne técnicas e estratégias, especialistas e generalistas, animadores em múl-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 58 14/12/2010 16:29:36

Page 59: Manual Academia das Cidades

Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE 59

tiplos campos de intervenção e no encontro de públicos diver-sos, beneficentes, voluntários e profissionais, atores prove-nientes de correntes ideológicas múltiplas (laicas, convencio-nais, reformistas, revolucionárias).

Nesse sentido, a delimitação do perfil do profissional que atua no âmbito da animação sociocultural, significa conside-rar que a sua definição irá depender da função que desempe-nha.

Segundo VENTOSA (1998), o animador sociocultural, especialmente o que ele chama de monitor, desenvolve a sua função levando em consideração os seguintes elementos:

“Fundamentalmente é um trabalhador e dinamizador de grupo que realiza e desen-volve sua função em um contexto, primeiro, grupal e, depois, social.

Não se pode definir unicamente como uma pessoa que trabalha com meninos e me-ninas, fazendo brincadeiras, ou pessoa que diverte. Seus objetivos e funções são muito mais amplos.

O monitor é um trabalhador (voluntá-rio ou profissional) que desempenha uma função fundamentalmente dinamizadora nos grupos onde intervêm, que utiliza seus conhecimentos, aplica seus métodos e estra-tégias que ajudam ao desenvolvimento do grupo e individual de seus componentes (p. 260)1”.

No entanto, é necessário que o animador sociocultural detenha alguns conhecimentos básicos, independente do fato dele ser um profissional ou um voluntário. São esses conheci-mentos, segundo VENTOSA (1998, p. 260):

• “Formação cultural suficiente.

1 Tradução nossa

manual Academia das Cidades TESTE.indb 59 14/12/2010 16:29:36

Page 60: Manual Academia das Cidades

60 Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE

• Habilidades sociais e de comunicação.• Conhecimentos sobre a animação sociocultural, asso-ciacionismo e tempo livre (recursos e panorama geral).• Conhecimentos sobre metodologia da formação: Pe-dagogia não diretiva, aprendizagem por descobrimento, educação para o desenvolvimento (educação para a saúde, educação ambiental, educação em valores positi-vos...).• Conhecimentos dos níveis de formação do grupo e suas etapas.• Conhecimento das características psicológicas de me-ninos, jovens ou adultos com os que interage;• Elaboração de projetos e técnicas de planejamento e trabalho em equipe;• Conhecimento sobre técnicas, recursos de diferentes áreas (expressão e criatividade, ar livre, esporte, jogos, etc)2”.

ATIVIDADES SUGERIDAS

Do ponto de vista metodológico um programa que busque concretizar os princípios acima destacados devem se aproxi-mar da caracterização de uma Recreação Educativa e de um estilo participativo em contraposição ao estilo consumista de entretenimento feita por Waichman (2008). Para o mesmo, o ENTRETENIMENTO é definido por um conjunto de ações eminentemente dirigistas e tendentes a “ocupar” o tempo livre das pessoas. São aquelas em que os coordenadores ou líderes levam adiante determinando o que, quando, como e com que se deve fazer tal ou qual atividade. Não existe margem para os participantes protagonizarem alguma tomada de decisão ou analise de situação. Neste caso, os participantes mais do que se divertirem são divertidos, gerando uma dependência

2 Tradução nossa

manual Academia das Cidades TESTE.indb 60 14/12/2010 16:29:36

Page 61: Manual Academia das Cidades

Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE 61

do especialista e desqualificando o grupo no que se refere à elaboração das suas próprias ações com um progressivo nível de autodeterminação. Waichman (2008) caracteriza o estilo consumista da seguinte forma:

• Distância entre o ato de criação do objeto cultural e o ato de recepção do mesmo; o sujeito recebe informações imagens, entretenimentos, sem participação na criação, produção e difusão do objeto cultural (pensamento pre-dominante na cultura comercial do entretenimento);• Unilateralidade da comunicação: não existe inter-câmbio de funções entre o emissor e o receptor que se mantém a distância no espaço-temporal;• Carência de estímulo para um processo reflexivo do pensamento no sentido de facilitar os instrumentos mentais que possibilitem a identificação dos problemas da vida cotidiana, a descrição dos mesmos, a busca das causas e a análise de suas conseqüências;• Dificuldade para transformar as mensagens recebi-das numa práxis social dirigida à superação de proble-mas e à transformação da realidade.• Como sugestão de atividades a serem realizadas no âmbito do PACID, levando em consideração o setor da Animação Sociocultural, realizaremos uma reflexão am-parada na organização do trabalho pedagógico.

“Quando falamos em organização do trabalho pedagógico estamos nos referindo a maneira como organizamos as condições para realização do processo educativo: a for-mulação dos objetivos de ensino, a proposi-ção de conteúdos, a utilização de métodos, formas de planejamento e avaliação, a rela-ção entre educadores e educandos, a gestão do projeto pedagógico.

(...)

manual Academia das Cidades TESTE.indb 61 14/12/2010 16:29:37

Page 62: Manual Academia das Cidades

62 Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE

Neste sentido, o princípio básico que deve guiar a organização do trabalho peda-gógico de educação para o tempo livre deve ser sempre o trabalho vivo, não o trabalho como faz-de-conta, mas o trabalho social-mente útil. (...) a apropriação de conheci-mentos que permitam o entendimento crítico e a transformação das formas de organizar a cultura lúdica, os jogos, as artes, os festivais, as disputas esportivas, é e deve ser resultado de uma intervenção prática, de um desafio pedagógico com valor social. Como tal, o mé-todo de conhecimento que deve guiar o tra-balho pedagógico deve ter sempre como refe-rência a prática social, a realidade ampla, complexa e contraditória” (SILVA E SILVA, 2004, p. 43 e 44).

A partir da compreensão acima, as formas de organi-zação do tempo pedagógico deverão compreender também o Planejamento Participativo, como forma de integrar, através de uma ação consciente, os vários sujeitos envolvidos na ati-vidade.

Também deverá fazer parte das atividades, momentos de encontro, conclusão e catarse (como expressão elaborada da nova forma de entendimento da prática social a que os sujeitos envolvidos no processo ascenderam, o momento da criatividade, sem o qual o processo não se completa).

Puig e Trilla (2004), citam alguns âmbitos a serem consi-derados, como “pedagogia do ócio”:

• Colônias de férias e acampamentos;• Clubes de tempo livre;• Brinquedotecas;• Parques infantis e espaços abertos para o tempo livre;• Outras instituições, movimentos, associações e servi-ços relacionados com a pedagogia do ócio.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 62 14/12/2010 16:29:37

Page 63: Manual Academia das Cidades

Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE 63

AVALIAÇÃO

Avaliar, de uma forma geral, significa atribuir uma valo-rização a algo. Significa comprovar a obtenção de resultados em relação aos objetivos estabelecidos. Objetivos e avaliação são categorias que se opõem em sua unidade. Os objetivos demarcam o momento final da objetivação/apropriação. Para Freitas (2005), a avaliação é um momento real, concreto e, com seus resultados, permite que o participante se confron-te com o momento final idealizado, antes, pelos objetivos. A avaliação incorpora os objetivos, aponta uma direção. Os ob-jetivos, sem alguma forma de avaliação, permaneceriam sem nenhum correlato prático que permitisse verificar o estado concreto da objetivação.

Mas, ao tratarmos do tema da avaliação, muitas vezes chegamos ao entendimento de que esta serve para “regular”. No sentido amplo desse termo, “regular” é vocação de toda po-lítica pública. Entretanto “regulação” é algo construído no in-terior das “políticas públicas neoliberais”, que funcionam com um processo de desregulamentação da ação do Estado e da transferência dessa ação para o mercado, restando ao Estado apenas o seu caráter de “Estado avaliador”. Daí a centralida-de da avaliação na atualidade. Junto com essa centralidade da avaliação, uma noção de qualidade a ser medida através de indicadores.

Segundo Freitas (2005), as políticas regulatórias querem transferir o poder de regulação do Estado para o mercado, como parte de um processo amplo marcado por várias for-mas de produzir a privatização do público, que se dá tanto pela instituição da regulação via mercado como o seu comple-mento, a desregulação do público via Estado, para permitir aquela ação de regulação de mercado. Uma idéia de “quase--mercado”, muito presente, na atualidade, no âmbito da cul-tura e do lazer.

Dessa forma, pensar a dimensão da Avaliação, numa perspectiva de Animação Sociocultural, significa considerar

manual Academia das Cidades TESTE.indb 63 14/12/2010 16:29:37

Page 64: Manual Academia das Cidades

64 Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE

que, ainda segundo Freitas (2005), os indicadores não são pa-drões aos quais devemos nos adequar. São, ou devem ser, sig-nificados compartilhados, sinalizações, linhas que indicam um percurso possível de realização de objetivos compartilha-dos. Dessa forma, algo construído numa perspectiva de um projeto coletivo, cuja função do animador sociocultural nesse processo é a de mediar a definição dos objetivos, problema-tizando e orientando as ações e garantindo as condições de uma avaliação permanente, crítica e propositiva.

Uma condição para que isso aconteça é a liberdade de cada grupo delinear sua própria fisionomia educativa, tor-nando-as públicas e socializadas, bem com de responsabili-dade de todos os sujeitos envolvidos na tarefa de realizá-la. Todos os sujeitos são importantes e deve haver, por parte do animador sociocultural, uma indiferenciação de seus usuá-rios, trantando-os igualmente.

Segundo FREITAS (2005), a indiferenciação no atendi-mento é uma questão ética/jurídica e não processual. Pela ética, todos têm direito a tratamento indiferenciado, o qual, do ponto de vista processual, em educação, pode significar um tratamento pedagógico diferenciado, ou seja, de acordo com as dificuldades de cada um.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DURAND, José Carlos. Lazer, cultura e profissão. In: MARCELIINO, Nelson Carvalho (org.). Lazer: Formação e Atuação Profissional. Campinas, SP: Papirus, 1995.

GARCIA, Os novos militantes culturais. In: MARCE-LIINO, Nelson Carvalho (org.). Lazer: Formação e Atuação Profissional. Campinas, SP: Papirus, 1995.

GILLET, Jean-Claude. O Sistema de Animação Socio-cultural. SILVA, Katharine Ninive Pinto e SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da (orgs.). Recreação, Esporte e Lazer: Espaço, Tempo e Atitude. Recife: Instituto Tempo Livre, 2007.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 64 14/12/2010 16:29:37

Page 65: Manual Academia das Cidades

Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE 65

MAIA, Lerson Fernando dos Santos. A Formação de Téc-nico em Lazer e suas possibilidades de atuação e intervenção em Políticas Públicas. In: MARCELLINO, Nelson Carvalho (org.) Formação e Desenvolvimento de Pessoal em Lazer e Esporte. Campinas, SP: Papirus, 2003.

MARCELLINO, Nelson Carvalho. A ação profissional no Lazer, sua especificidade e seu caráter interdisciplinar. In: MARCELLINO, Nelson Carvalho (org.). Lazer: Formação e Atuação Profissional. Campinas, SP: Papirus, 1995.

MARCELLINO, Nelson Carvalho. A Formação e o De-senvolvimento de Pessoal em Políticas Públicas de Lazer e Esporte. In: MARCELLINO, Nelson Carvalho (org.) Forma-ção e Desenvolvimento de Pessoal em Lazer e Esporte. Cam-pinas, SP: Papirus, 2003.

MARCELLINO, Nelson Carvalho. Animação Sociocultu-ral e Política Pública Governamental. SILVA, Katharine Ni-nive Pinto e SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da (orgs.). Recreação, Esporte e Lazer: Espaço, Tempo e Atitude. Recife: Instituto Tempo Livre, 2007.

MARCELLINO, Nelson Carvalho. Lazer e Cultura: Al-gumas Aproximações. In: MARCELIINO, Nelson Carvalho (org.). Lazer e cultura. Campinas, SP: Editora Alínea, 2007.

MÉSZÁROS, Ístván. O desafio e o fardo do Tempo Histó-rico. São Paulo: Boitempo, 2007.

CERDÀ, Martí X. March. Educación social y evaluaci-ón. PETRUS, Antonio (Coord.). Pedagogia Social. Barcelona: Editora Ariel, 2007.

PINA, Luís Wilson. Multiplicidade de Profissionais e de Funções. In: MARCELIINO, Nelson Carvalho (org.). Lazer: Formação e Atuação Profissional. Campinas, SP: Papirus, 1995.

PINTO, Leila Mirtes Santos de Magalhães. Vivência Lú-dica no Lazer: Humanização pelos Jogos, Brinquedos e Brin-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 65 14/12/2010 16:29:37

Page 66: Manual Academia das Cidades

66 Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE

cadeiras. In: MARCELIINO, Nelson Carvalho (org.). Lazer e cultura. Campinas, SP: Editora Alínea, 2007.

PUIG, Josep Maria e TRILLA, Jaume. A pedagogia do Ócio. Porto Alegre: Artmed, 2004.

ROSA, Maria Cristina. As Festas e o Lazer. In: MARCE-LIINO, Nelson Carvalho (org.). Lazer e cultura. Campinas, SP: Editora Alínea, 2007.

SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da e SILVA, Ka-tharine Ninive Pinto. Círculos Populares de Esporte e La-zer – Fundamentos da Educação para o Tempo Livre. Recife: Bagaço, 2004.

SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da Silva. Política de Esporte e Lazer como Educação Emancipatória da Juven-tude – contradições e possibilidades das políticas democráti-cas e populares. Tese de Doutorado. Domínio Público: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=34692

SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da. Educação para o Tempo Livre e Emancipação Humana. In: SILVA, Kathari-ne Ninive Pinto e SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da (orgs.). Recreação, Esporte e Lazer: Espaço, Tempo e Atitude. Recife: Instituto Tempo Livre, 2007.

SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da e SILVA, Ka-tharine Ninive Pinto Silva. Academia das Cidades: os desa-fios organizacionais para alcançar uma animação criativa. In: Revista Práticas de Animação, Ano 3, número 2, outubro de 2009.

SILVA, Katharine Ninive Pinto Silva. Formação de Tra-balhadores em Lazer – por uma educação no e para o Tempo Livre. Tese de Doutorado. Domínio Público: http://www.do-miniopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=14361

SILVA, Katharine Ninive Pinto. Formação de Trabalha-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 66 14/12/2010 16:29:37

Page 67: Manual Academia das Cidades

Capítulo 2 | ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE 67

dores em Lazer – construindo uma Educação Continuada. In: SILVA, Katharine Ninive Pinto e SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da (orgs.). Recreação, Esporte e Lazer: Espaço, Tempo e Atitude. Recife: Instituto Tempo Livre, 2007.

STOPPA, Edmur Antonio. Associativismo, Sociabilidade e Lazer. In: MARCELIINO, Nelson Carvalho (org.). Lazer e cultura. Campinas, SP: Editora Alínea, 2007.

VENTOSA, Victor J (Coord.). Desarrollo y evaluación de proyetos socioculturales. Madri Editoria CCS, 2001.

VENTOSA, Victor J (Coord.). Integración de personas con Disminución Psíquica en el Tiempo Libre. Madri Editoria CCS, 2000.

VENTOSA, Victor J. (coord). Manual Del Monitor de Tiempo Libre. Madri: Editorial CCS, 1998.

VENTOSA, Víctor J. Métodos Activos y Técnicas de Par-ticipación – para educadores y formadores. Madri: Editorial CCS, 2004.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 67 14/12/2010 16:29:38

Page 68: Manual Academia das Cidades

manual Academia das Cidades TESTE.indb 68 14/12/2010 16:29:38

Page 69: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 69

Capítulo 3O CUIDADO EM SAÚDE

Este capítulo busca delimitar o trabalho do profissional do cuidado em saúde no âmbito do Programa Acade-mia das Cidades (PACID), cujo objetivo principal é a

melhoria da qualidade de vida da população e promoção da cidadania, através da inclusão social, prevenção da violência, incentivo à adoção de hábitos saudáveis e ao lazer. Para tal, o PACID toma como arcabouço teórico os conceitos de Promo-ção da Saúde e Cidades/Municípios Saudáveis, já discutidos na introdução deste manual.

Para atingir estes objetivos, a prática cotidiana da reso-lução dos problemas enfrentados necessita incorporar os fun-damentos da interdisciplinaridade, intersetorialidade e par-ticipação social (Westphal Mendes, 2000). Assim, os técnicos envolvidos nesta resolução de problemas necessitam fazer o esforço de analisar as situações para além da ótica inerente à sua categoria profissional e de buscar ao máximo a interlocu-ção com outros atores capazes de colaborar.

Para muitos profissionais do cuidado em saúde, isto se traduz apenas nos encaminhamentos de pacientes para aten-dimento com técnicos de outras profissões. Porém, a interdis-ciplinaridade se inicia desde o olhar ampliado para o proble-ma do usuário, passa pela interlocução com outros campos do saber e deve oferecer meios para que o próprio usuário, exercendo sua autonomia, possa chegar a melhores níveis de saúde e qualidade de vida.

Da mesma forma que o cuidado individual em saúde é mais do que fazer diagnósticos e prescrever tratamentos, o cuidar da saúde de uma coletividade envolve mais do que prestar assistência a um grupo de pessoas doentes ou buscar formas de evitar o surgimento de agravos à saúde naquele

manual Academia das Cidades TESTE.indb 69 14/12/2010 16:29:38

Page 70: Manual Academia das Cidades

70 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

grupo. Envolve principalmente promover saúde na sua acep-ção mais ampla, auxiliando na construção da cidadania.

Numa situação ideal, com as instituições locais de saúde cumprindo adequadamente seu papel, a tarefa do profissio-nal do cuidado em saúde no âmbito do PACID é a de articu-lação. Este profissional deve colocar seu saber a serviço da interlocução entre os usuários, os outros técnicos do PACID, os profissionais de saúde da rede e trabalhadores/pensadores de outros campos do conhecimento, sempre tendo em vista que para gerar saúde/qualidade de vida, muito precisa ser feito para além do “setor saúde”.

ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL

• Desenvolver ações sócio-educativas e culturais com a comunidade.• Identificar as potencialidades existentes na comuni-dade, bem como os recursos institucionais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população.• Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade.• Discutir, de forma permanente, junto à equipe de trabalho e à comunidade, o conceito de cidadania, enfa-tizando os direitos à saúde e as bases que o legitimam.• Realizar atendimentos individuais de demandas es-pontâneas e/ou referenciadas pelos técnicos do PACID.• Emitir laudos e prestar informações técnicas sobre assunto de competência de sua categoria profissional.• Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para sub-sidiar as ações do PACID.• Acompanhar estagiários, na qualidade de supervisor de campo, desde que tenha supervisão acadêmica.• Sistematizar e divulgar as experiências dos profissio-nais no PACID.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 70 14/12/2010 16:29:38

Page 71: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 71

PERFIL DO PROFISSIONAL

Considerando a proposta do PACID e as atribuições do profissional do cuidado em saúde, alguns elementos compõem o perfil desejado para este técnico:

• Ser graduado em Enfermagem, Medicina, Fisiotera-pia, Terapia Ocupacional, Odontologia, Fonoaudiologia ou Psicologia, em instituição universitária reconhecida pelo MEC;• Preferencialmente com formação acadêmica ou expe-riência profissional em atenção básica à saúde;• Experiência com trabalho em comunidade;• Habilidade para fomentar atividades educativas;• Facilidade para trabalhar em equipe;• Habilidade para articulação intersetorial;• Iniciativa;• Responsabilidade;• Autonomia;• Inteligência prática;• Identificação ideológica com a proposta do PACID.

ATIVIDADES SUGERIDAS

O fazer cotidiano do profissional do cuidado em saúde inclui os seguintes grupos de tarefas: diagnóstico inicial do território, atividades gerais do pólo, atividades de grupo, articulação intra e intersetorial, atendimentos individuais, atividades administrativas e de controle social.

Diagnóstico inicial do território

O primeiro contato do profissional de saúde com o ter-ritório em que vai atuar é pelo diagnóstico inicial. É através

manual Academia das Cidades TESTE.indb 71 14/12/2010 16:29:38

Page 72: Manual Academia das Cidades

72 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

deste diagnóstico territorial que ele vai conhecer a situação da saúde na região e tem como prever os principais desafios e possibilidades daquela população, fazendo seu planejamen-to inicial de atividades baseado neles. Os passos para este diagnóstico serão descritos de forma muito resumida aqui; para maiores informações, é interessante buscar bibliografia complementar.

Inicialmente, traça-se um mapa do território, consideran-do sua geografia física: suas ruas, avenidas, barreiras naturais à circulação de pessoas (por exemplo, cursos de água, morros, matas, etc), barreiras não naturais à circulação de pessoas (por exemplo, linhas de metrô, indústrias, grandes proprieda-des, etc) e sua delimitação. Para isto, além de percorrer pesso-almente o território, o profissional pode contar com mapas do local, já traçados pela prefeitura do seu município (secretarias das cidades, de planejamento, de obras, de desenvolvimento urbano, etc), por empresas (por exemplo, em listas telefôni-cas) ou por programas de computador disponíveis gratuita-mente na internet (por exemplo, Google maps®).

Depois do mapa físico, o profissional deve buscar infor-mações sobre a população que habita o território, como, por exemplo, a distribuição por sexo e faixa etária, a escolarida-de, as principais ocupações, as condições de habitação, etc. As condições do ambiente, como o acesso à água de boa qua-lidade, o destino do lixo e do esgoto, a presença de animais transmissores de doenças também devem ser pesquisadas. Se for possível, é interessante saber quais os principais ti-pos de agravos à saúde ocorrem no território. Estas informa-ções podem ser obtidas através do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) nas regiões visitadas por Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Também é possível conseguir algumas informações a este respeito através das páginas na internet do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (www.ibge.gov.br) e do Datasus (www.datasus.gov.br).

O passo seguinte é conhecer como a população ocupa e utiliza o território, fazendo um levantamento dos equipamen-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 72 14/12/2010 16:29:39

Page 73: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 73

tos sociais (escolas, unidades de saúde, instituições culturais, instituições esportivas, instituições religiosas, etc) e das ins-tâncias de controle social (associações de moradores, conse-lhos gestores de unidades de saúde, conselhos gestores de estabelecimentos de ensino, conselhos culturais e esportivos) já existentes ou que ainda precisam ser criados. Estas infor-mações podem ser obtidas junto à associações de moradores, unidades de saúde ou órgãos da prefeitura do município.

De posse destes dados, o profissional pode produzir um “mapa falante”, localizando nele as informações de interes-se, que representam um resumo visual do território. Ao final deste diagnóstico, o profissional terá um conhecimento mui-to melhor da realidade em que vai atuar, o que vai lhe dar condições de fazer um planejamento mais adequado às reais necessidades da população.

Atividades gerais do pólo

Algumas atividades realizadas pelos pólos do PACID serão comuns a mais de um ou a todos os profissionais do programa, como atividades culturais, passeios ou grupos de discussão. Mas, mesmo em algumas atividades que não es-tejam sob sua condução direta, como as atividades físicas, é importante que o profissional do cuidado esteja presente em atividades gerais promovidas pelo pólo. Esta presença legiti-ma o profissional como membro daquele pólo e ajuda na sua vinculação com os usuários e com os outros técnicos. Sugere--se que 10% a 20% de sua carga horária semanal sejam desti-nados a este tipo de atividade.

Os profissionais que integram o PACID devem ter cla-reza de que sua prática de trabalho pode se tornar um meio de efetivar direitos sociais. Para tanto, eles precisam estar apropriados dos conceitos de cidadania, direitos humanos, di-reitos sociais, direito à saúde, qualidade de vida, etc. Assim, sugere-se incluir discussões e estudos sistemáticos (através de leitura comentada, seminários, etc) com a equipe de tra-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 73 14/12/2010 16:29:39

Page 74: Manual Academia das Cidades

74 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

balhadores do pólo e com a população do território, inclusive com suas lideranças, sobre estes temas.

Atividades de grupo

Provavelmente, as atividades de grupo serão as mais ro-tineiras no trabalho do profissional do cuidado, em torno de 30% a 40% de sua carga horária semanal.

É preciso ter em mente que as pessoas se agrupam pelas mais diversas razões e as necessidades de cada grupo devem ser o guia principal para o planejamento de suas atividades. O critério inicial de formação dos grupos pode ser o sexo (gru-pos de mulheres, de homens), a faixa etária (grupos de crian-ças, de adolescentes, de idosos), o local de moradia (do bairro X, da rua y), alguma condição de saúde (de hipertensos, de diabéticos, de tabagistas) ou por qualquer outra característi-ca comum aos participantes que traga para eles a sensação de pertencimento a aquele grupo.

A periodicidade, o horário de funcionamento, a duração e o conteúdo dos encontros devem ser acordados com o pró-prio grupo, já nos primeiros contatos, porém estes acordos são dinâmicos e podem ser modificados a qualquer tempo, se as necessidades do grupo exigirem. Apenas é importan-te lembrar que qualquer mudança no acordo inicial (datas, locais, horários, etc) precisa ser pactuada com todo o grupo, pois o não cumprimento desses acordos por parte do profissio-nal abre espaço para o não cumprimento dos acordos também por parte dos outros participantes do grupo.

O local dos encontros pode ser variável, desde que man-tenha condições mínimas de privacidade aos participantes. É comum os profissionais referirem que não fazem atividades coletivas por falta de uma sala na estrutura em que traba-lham, mas pode-se buscar locais no próprio território capazes de abrigar os encontros, como escolas, instituições religiosas, associações de moradores, estabelecimentos comerciais, resi-dências dos participantes e até a própria praça onde se loca-liza o PACID.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 74 14/12/2010 16:29:39

Page 75: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 75

Como uma linha geral de conteúdos a serem abordados nos grupos, as sugestões são: direitos humanos, o direito à cidade e o direito à saúde como direitos humanos, o conceito ampliado de saúde e seus determinantes sociais, informações sobre doenças/agravos à saúde de interesse daquele grupo e como enfrentar estes problemas coletiva e individualmente. Outras demandas podem surgir com o desenvolvimento das atividades e, na medida do possível, também devem ser in-cluídas nos conteúdos.

Esta sugestão de conteúdos pode gerar nos profissionais uma certa angústia sobre como motivar os participantes dos grupos a aceitarem que estes temas entrem na programação dos encontros. Como resposta, sugere-se que estes temas en-trem transversalmente, durante a discussão de problemas mais concretos dos participantes, ajudando a entender as raízes desses problemas, e não necessariamente precisem ser discutidos separadamente em um encontro do grupo. Por exemplo, numa discussão sobre a dificuldade das pessoas em seguir um hábito alimentar saudável, pode-se discutir a cultura alimentar daquela localidade como fruto da história daquele povo, dificuldade de acesso ao alimento saudável, a distribuição desigual de renda na sociedade e o que fazer, enquanto indivíduo e enquanto grupo para o enfrentamento dessas questões.

Outra angústia comum aos profissionais de saúde quan-to às atividades de grupo é através de que técnicas realizá--las. Para garantir o sucesso da atividade e, especialmente, a continuidade do grupo, a sensação de que o grupo é impor-tante, útil, agradável para os participantes costuma ser mais importante do que as técnicas utilizadas durante suas ativi-dades. Uma palestra sobre o mesmo tema pode ser enfadonha ou instigante dependendo do interesse do grupo no assunto, do momento que o grupo está vivendo, de sua relação afetiva com o profissional que coordena o grupo, etc.

Várias linguagens podem ser utilizadas para trabalhar os conteúdos, como rodas de conversa, debates a partir de

manual Academia das Cidades TESTE.indb 75 14/12/2010 16:29:39

Page 76: Manual Academia das Cidades

76 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

vídeos, peças teatrais, músicas populares, manifestações fol-clóricas, trabalhos manuais, atividades de alongamento, dan-ça, palestras com convidados, etc. Na dúvida, o profissional pode fazer a experimentação, observando a resposta do grupo e pedindo sugestões. Também é possível pedir sugestões aos outros profissionais do PACID e consultar bibliografia sobre dinâmicas de grupo.

É imprescindível que o profissional mantenha uma ati-tude democrática e igualitária perante o grupo, tendo consci-ência de não ser o detentor do saber que vai instruir os par-ticipantes, mas de ser depositário de um dos muitos tipos de saberes que podem ser trocados na experiência de grupo. O objetivo destas atividades educativas em saúde é mais do que divulgar para os usuários as informações técnicas de que o profissional dispõe. Estas ações precisam ser pensadas como alavancas para impulsionar a mudança social e não apenas os comportamentos individuais. Portanto, é importante que elas partam da própria realidade local, identificada no diag-nóstico inicial do território.

Através de articulação com lideranças e instituições lo-cais, o profissional pode estimular a criação e a manutenção de atividades culturais, esportivas, educativas e até de gera-ção de renda, sempre respeitando as necessidades e carac-terísticas da população. Se for possível, é interessante que o profissional participe diretamente do desenvolvimento des-tas ações, pois este contato direto vai lhe mostrando que ca-minhos seguir para que suas atividades sejam cada vez mais bem aceitas e bem sucedidas.

Articulação intra e intersetorial

A visão ampliada dos determinantes da saúde tem como conseqüência natural a exigência de ações coletivas em busca da qualidade de vida. Ou seja, o profissional de saúde pre-cisará contar com outros atores sociais, sejam do campo da saúde, sejam de outras áreas, para planejar e executar ativi-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 76 14/12/2010 16:29:39

Page 77: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 77

dades voltadas à promoção da saúde e da cidadania. Sugere--se que o profissional dedique em média de 20% a 30% de sua carga horária semanal a este tipo de atividade.

Através das informações do mapeamento inicial da área de abrangência, o profissional deve identificar os equipamen-tos sociais existentes no seu território de ação. Entendendo que todos eles podem dar sua parcela de colaboração para a melhoria da qualidade de vida da população, é necessário se aproximar deles, através de reuniões e/ou visitas, somando esforços para os objetivos comuns.

Para a elaboração e execução de planos de trabalho con-junto para o uso desses equipamentos sociais, visando a reso-lução de problemas práticos da população, o profissional pode se deparar com disputas e dificuldades entre pessoas e gru-pos. Manter a boa relação com todos, inclusive intermediando a articulação desses equipamentos sociais, pode ser uma boa estratégia de superação dessa dificuldade.

Uma especial atenção precisa ser dispensada à articu-lação com a rede de assistência à saúde do seu território. É importante que o profissional conheça e se faça conhecer pe-los profissionais de saúde que atuam em seu território. Esta relação pode ser uma via de mão dupla, com os profissionais da rede de saúde referenciando seus pacientes para as ativi-dades do PACID, assim como o profissional do PACID refe-renciando as demandas dos usuários à rede de saúde. Assim, é possível evitar superposição de atribuições e ainda otimizar os esforços de ambas as partes.

Atendimentos individuais

É necessário ressaltar que o atendimento individual, apesar de ser parte importante das atividades do profissional do cuidado, não deve ser sua atividade prioritária. Sugiro que sejam destinados 10% a 20% da carga horária semanal do profissional para elas. Fazer o acolhimento de um problema, quer tenha sido uma demanda referenciada por outros téc-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 77 14/12/2010 16:29:39

Page 78: Manual Academia das Cidades

78 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

nicos do PACID, quer tenha sido uma demanda espontânea do usuário, disponibilizando escuta de qualidade, melhora o vínculo do usuário com o serviço, mas pode ter pouco impacto em mudar sua realidade social.

Através de processos de investigação, o profissional deve estabelecer hipóteses diagnósticas, dentro de sua área de atuação, e traçar um plano de ação a partir delas. Esse plano de ação pode envolver aconselhamento individual (sugestões de mudanças no estilo de vida, suporte psíquico emergencial, etc) ou encaminhamento a unidades de saúde, educação, as-sistência social, etc, presentes no território e já previamente articuladas. Quando a demanda tiver sido referenciada por outro profissional, é importante dar o retorno a ele, através de contra-referência por escrito.

Para o acompanhamento dos usuários, sugere-se um formulário (ANEXO 1) com informações básicas, que pode e deve ser compartilhado por outros profissionais do PACID. Lembrando que este acompanhamento não substitui o aten-dimento em unidades de saúde, o profissional do cuidado deve estar articulado com a rede municipal de saúde que atende seu território de atuação. A idéia é que o profissional de saú-de no PACID seja um técnico vinculador daquele usuário e não um substituto.

Podem ocorrer situações específicas, nas quais o profis-sional pode ser chamado a atuar como perito, respondendo às demandas externas (justiça, previdência, escolas, etc) por informações técnicas dentro da competência de sua categoria profissional ou nas quais haja a necessidade de emitir por escrito sua opinião técnica acerca de questões que envolvam a saúde de um determinado usuário. Em outras situações, também é possível que o profissional necessite fazer um re-sumo escrito da condição do usuário segundo sua avaliação, direcionado a outros profissionais do cuidado.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 78 14/12/2010 16:29:39

Page 79: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 79

Atividades administrativas e de controle social

Neste texto, toma-se como conceito de controle social a participação efetiva da população no planejamento e execu-ção das ações que o poder público destina a ela. Portanto, estimular a melhoria do controle social é, sem dúvida, uma forma legítima de promover a cidadania. Sugiro que 10% a 20% da carga horária semanal do profissional sejam destina-dos a este tipo de atividade.

Mais uma vez, o trabalho do profissional deve contar com sua habilidade para articular as instâncias de controle social e a população em geral, para fortalecer, e até implantar onde ainda não existam, associações de moradores, conselhos gestores de unidades de saúde, conselhos gestores de estabe-lecimentos de ensino, conselhos culturais e esportivos.

É importante que também sejam criados, fortalecidos e legitimados conselhos gestores de cada pólo. Os momentos de encontro destes conselhos, com participação de usuários, trabalhadores e gestores, representam um momento de es-cuta, tanto dos trabalhadores e gestores das demandas dos usuários, quanto dos usuários dos limites dos trabalhadores e gestores. Como frustrações, tensões e conflitos podem advir nestes momentos, é importante todos terem em mente que o objetivo comum de promover saúde e cidadania é o que deve unir os membros do conselho.

Além disso, é necessário fazer o monitoramento e o ajus-te do planejamento das ações, na medida em que elas são realizadas. As reuniões administrativas são os momentos em que os trabalhadores podem contar com os conhecimentos de todos os técnicos do pólo para fazer este trabalho. A partir destas observações, as atividades podem ser alteradas, se-guindo o curso dinâmico das coletividades.

Um outro instrumento que pode ser utilizado pelos pro-fissionais para adequar sua prática é a pesquisa. Quando bem realizada, ela pode ser um excelente instrumento para auxi-liar na resolução de problemas. Dentro do PACID, o profissio-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 79 14/12/2010 16:29:40

Page 80: Manual Academia das Cidades

80 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

nal pode identificar, a partir de suas inquietações rotineiras com seu trabalho, situações que sejam possíveis problemas de pesquisa e elaborar projetos de investigação baseados neles, buscando ajuda especializada se necessário. A baixa adesão dos homens às mudanças de estilo de vida, a dificuldade das famílias de criarem um hábito alimentar saudável nas suas crianças ou os altos níveis de abandono do programa de ativi-dade física são exemplos de possíveis problemas de pesquisa.

Definido o objeto da pesquisa, a etapa seguinte é buscar ajuda especializada para delinear a investigação, que pode ser obtida junto a universidades ou instituições públicas de pesquisa. Buscar financiamento e executar e/ou supervisio-nar a execução dos projetos de pesquisa são as etapas que se seguem na busca das respostas para as questões levantadas.

É importante ter senso crítico e avaliar o processo de execução dos estudos, seus resultados e suas limitações, para evitar que eles levem a conclusões equivocadas e atrapalhem a resolução dos problemas ao invés de auxiliá-la. Mas este es-forço só será válido se os resultados das pesquisas se traduzi-rem em mudanças nas práticas cotidianas dos profissionais.

QUADRO-SÍNTESE DE ATRIBUIÇÕES/ATIVIDADES

ATRIBUIÇÃO ATIVIDADES

Fomentar o desenvolvimento e/ou desenvolver ações sócio-educativas e culturais com a comunidade.

1. Através da análise do diagnóstico inicial do território a ser trabalhado, identificar os principais interesses, potencialidades e fra-gilidades da comunidade.

2. Através de articulação com lideranças e instituições locais, estimular a criação e a manutenção de atividades culturais, espor-tivas, educativas e para geração de renda.

3. Se possível, participar diretamente do desenvolvimento destas ações.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 80 14/12/2010 16:29:40

Page 81: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 81

ATRIBUIÇÃO ATIVIDADES

Identificar as potencialidades existentes na comunidade, bem como os recursos institucionais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população.

1. Através das informações do mapeamento inicial da área de abrangência, identificar os equipamentos sociais existentes (escolas, uni-dades de saúde, instituições culturais, institui-ções esportivas, instituições religiosas, etc).

2. Fomentar junto à comunidade usuária a elaboração de planos de trabalho conjunto desses equipamentos sociais, para resolu-ção de problemas práticos.

3. Se possível, articular diretamente o tra-balho conjunto desses equipamentos so-ciais, dirimindo conflitos.

Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade.

1. Através das informações do mapeamento inicial da área de abrangência, identificar as instâncias de controle social existen-tes (associações de moradores, conselhos gestores de unidades de saúde, conselhos gestores de estabelecimentos de ensino, conselhos culturais e esportivos).

2. Identificar as lideranças comunitárias locais.

3. Promover discussões com os atores di-retamente envolvidos nas instâncias de controle social sobre os temas cidadania, direitos sociais, qualidade de vida, etc.

4. Estimular a participação da população nos espaços de controle social.

Discutir, de forma permanente, junto à equipe de trabalho e à comunidade, o conceito de cidadania, enfatizando os direitos à saúde e as bases que o legitimam.

1. Incluir nas reuniões de equipe estudos sistemáticos (leitura comentada, seminá-rios, etc) sobre cidadania, direitos huma-nos, direitos sociais, direito à saúde, quali-dade de vida, etc.

2. Promover discussões com a população em geral sobre os temas cidadania, direitos humanos, direitos sociais, direito à saúde, qualidade de vida, etc.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 81 14/12/2010 16:29:40

Page 82: Manual Academia das Cidades

82 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

ATRIBUIÇÃO ATIVIDADES

Realizar atendimentos individuais de demandas espontâneas e/ou referenciadas do Programa Academia das Cidades.

1. Fazer acolhimento de demandas es-pontâneas e/ou referenciadas do PACID, disponibilizando escuta de qualidade aos usuários.

2. Através de processos de investigação, es-tabelecer hipóteses diagnósticas, dentro de sua área de atuação profissional.

3. Traçar um plano de ação a partir destas hipóteses diagnósticas, dentro de sua área de atuação profissional.

4. Fazer acompanhamento da evolução dos casos.

5. Promover atividades de educação em saúde a nível individual (aconselhamento).

6. Fazer a contra-referência do usuário, quando indicado.

Emitir laudos e prestar informações técnicas sobre assunto de competência de sua categoria profissional.

1. Quando necessário, fazer resumo escrito da condição do usuário segundo sua ava-liação profissional.

2. Emitir por escrito sua opinião técnica acerca de questões que envolvam a saúde do usuário acompanhado no PACID.

3. Responder às demandas externas (justi-ça, previdência, escolas, etc) por informa-ções técnicas dentro da competência de sua categoria profissional.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 82 14/12/2010 16:29:40

Page 83: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 83

Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar as ações do PACID.

1. Identificar situações que sejam possíveis problemas de pesquisa.

2. Elaborar projetos de pesquisa.

3. Buscar financiamento para a execução dos projetos elaborados.

4. Executar e/ou supervisionar a execução dos projetos de pesquisa.

5. Avaliar o processo de execução das pes-quisas e seus resultados.

6. Rever as práticas cotidianas a partir dos resultados das pesquisas.

Acompanhar estagiários, na qualidade de supervisor de campo, desde que tenha supervisão acadêmica.

1. Em conjunto com o supervisor acadêmico definir o plano de estágio.

2. Receber o estagiário, inserindo-o nas atividades cotidianas.

3. Estimular a reflexão crítica e favorecer o aprendizado do estagiário.

4. Avaliar o estagiário ao final do estágio.Sistematizar e divulgar as experiências dos profissionais no PACID.

1. Elaborar relatórios sistemáticos de ativi-dades realizadas.

2. Participar de reuniões administrativas de equipe para a sistematização das experiên-cias dos técnicos.

3. Buscar formas de divulgação (científica, jornalística, etc) para estas experiências, favorecendo o intercâmbio de saberes.

AVALIAÇÃO

O processo de avaliação tem como objetivos auxiliar no processo de planejamento e tomada de decisões, aperfeiçoar as ações, prestar contas à sociedade e contribuir para com o desenvolvimento do conhecimento. Dentro do método de avaliação sugerido, a avaliação do trabalho do profissional do cuidado em saúde, no que diz respeito à estrutura e processo,

manual Academia das Cidades TESTE.indb 83 14/12/2010 16:29:40

Page 84: Manual Academia das Cidades

84 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

deve ser realizada através da própria avaliação geral do PA-CID, como já discutido na introdução deste manual.

O estabelecimento de critérios de avaliação de resultados dentro de atividades de Promoção da Saúde não é uma tarefa simples. Como se leva em consideração a dimensão multifa-torial dos problemas, as ações propostas para sua resolução são complexas. Além do que, as coletividades são dinâmicas, fazendo com que objetivos definidos no início das atividades possam perder seu sentido e serem substituídos por outros no decorrer do processo. Por isso, é importante que também os indicadores para avaliação sejam construídos coletivamente e revisados periodicamente.

Na descrição dos objetivos do PACID há referência dire-ta a modificação no estado de saúde na população atendida, através da adoção de hábitos alimentares saudáveis, da prá-tica regular de atividades físicas e do lazer. Espera-se que a implantação do PACID alcance, entre outros, o controle e diminuição dos fatores de risco de doenças e agravos não--transmissíveis.

A primeira opção para se analisar uma mudança no es-tado de saúde da população seria através da comparação de dados fornecidos pelos sistemas de informação em saúde e de prontuários dos usuários da atenção básica de períodos antes e depois da implantação do PACID. Porém, os bancos de da-dos nacionais e os prontuários do paciente não contêm dados adequados sobre os diversos aspectos e níveis de análise ne-cessários para se estudar desigualdades sociais na saúde e o consumo de serviços.

Além dessa questão, são necessários elementos que pos-sibilitem se afirmar que determinada mudança no padrão sa-nitário da população tem origem na atuação da Academia das Cidades e não em outros programas de educação, saúde, cultura e assistência social promovidos por diversos órgãos do governo, ou mesmo averiguar se aquela mudança no estado de saúde não se deu pelo acaso ou pela melhoria no sistema de informação.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 84 14/12/2010 16:29:40

Page 85: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 85

Esta situação obriga o PACID a produzir seus próprios dados de saúde, no formato de pré e pós-teste. Sugere-se a utilização do próprio formulário de acompanhamento indivi-dual dos usuários, para o cruzamento periódico de informa-ções sobre a sua saúde, com informações sobre sua participa-ção nas atividades do programa. Ainda neste caso, depara-se com os entraves comuns à realização de pesquisas, ou seja, questões financeiras, técnicas e operacionais.

Uma alternativa seria focar a avaliação de resultados na percepção do usuário sobre sua própria saúde, item con-templado no formulário de acompanhamento sugerido, e na satisfação do mesmo com o serviço oferecido pelo PACID, utilizando escalas numéricas, como a de Likert (0 a 6), ou categóricas (satisfeito, insatisfeito, indiferente, etc). Estas últimas podem, inclusive, utilizar outros elementos além da linguagem verbal, como as figuras.

Caso haja a necessidade imperativa de mensuração, para qualidade de vida, pode-se utilizar o World Health Organization Quality Of Life Assessment (WHOQOL-100), instrumento elaborado pela OMS, que avalia a qualidade de vida de forma global e nas dimensões física, psíquica, do re-lacionamento social e do ambiente. Tanto a versão completa, quanto a forma breve deste documento já foram traduzidas para o português e devidamente validadas.

Porém, talvez o mais importante seja o quanto o proces-so de avaliação consegue ser realmente participativo e capaz de reorientar o planejamento e as práticas. A avaliação bem realizada deve ser encarada como uma poderosa ferramenta de apontar e/ou corrigir caminhos na busca do objetivo maior do PACID: o bem-estar da população.

“Mais que atender ao apelos legítimos de financiadores de projetos, formuladores de políticas e “tomadores” de deci-são em demonstrar a efetividade de procedimentos, também estamos preocupados em como fazer com que uma metodolo-gia de avaliação possa contribuir para o aprendizado, a ação

manual Academia das Cidades TESTE.indb 85 14/12/2010 16:29:40

Page 86: Manual Academia das Cidades

86 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

e a transformação de práticas sociais” (Akerman, Mendes, Bógus, 2004).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

WHO – World Health Organization. The WHOQOL Group. The World Health Organization quality of life asses-sment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Soc Sci Med, 41:1403-10, 1995.

WESTPHAL, Márcia Maria; MENDES, Rosilda. Cidade Saudável: uma experiência de interdisciplinaridade e interseto-rialidade. Revista de Administração Pública, 34(6): 47-61, 2000.

AKERMAN, Marco; MENDES, Rosilda; BÓGUS, Cláudia Maria. É possível avaliar um imperativo ético? Ciência & Saú-de Coletiva, 9(3):605-15, 2004. Disponível em www.scielo.br.

OUTROS TEXTOS SUGERIDOS

Regina Stella Spagnuolo, Ivan Amaral Guerrini. A constru-ção de um modelo de saúde complexo e transdisciplinar. Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.16, p.191-4, set.2004/fev.2005

Carlos Arteaga Rodríguez, Marcelo Garcia Kolling, Peri Mesquida. Educação e Saúde: um Binômio que Merece Ser Resgatado . REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉ-DICA 31 (1) : 60 – 66 ; 2007.

Márcia Faria Westphal. O Movimento Cidades/Municí-pios Saudáveis: um compromisso com a qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva, 5(1):39-51, 2000

Antonio Ivo de Carvalho. Princípios e prática da promo-ção da saúde no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24(1):4-5, jan, 2008.

Eliane Maria Fleury Seidl, Célia Maria Lana da Costa Zannon. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e

manual Academia das Cidades TESTE.indb 86 14/12/2010 16:29:41

Page 87: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 87

metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):580-588, mar- a b r, 2004.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 87 14/12/2010 16:29:41

Page 88: Manual Academia das Cidades

manual Academia das Cidades TESTE.indb 88 14/12/2010 16:29:41

Page 89: Manual Academia das Cidades

Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO 89

Capítulo 4SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO

Saúde é um direito fundamental reconhecido em todos os fóruns mundiais e com seus direitos garantidos pela De-claração dos Direitos Humanos de 1948. Saúde e quali-

dade de vida são dois temas estreitamente relacionados. A saúde contribui para melhorar a qualidade de vida e é funda-mental para o individuo e comunidade.

“O conceito de qualidade de vida com-preende uma série de variáveis, tais como: a satisfação adequada das necessidades bioló-gicas e a conservação de seu equilíbrio (saú-de), a manutenção de um ambiente propício à segurança pessoal, a possibilidade de de-senvolvimento cultural, e, em último lugar, o ambiente social que propicia a comunicação entre os seres humanos, como base da estabi-lidade psicológica e da criatividade”. (Maya, 1984). (18)

A Carta de Ottawa (who,1986), que define a promoção de saúde como processo que capacita as pessoas a aumentarem o controle sobre sua saúde e melhorá-la, define que para ca-pacitar pessoas é necessário um ambiente de suporte, acesso à informação, habilidades pessoais e oportunidade para esco-lher o que é mais saudável.

A nutrição na comunidade é uma área que se tem de-senvolvido com a prática, que abrange os objetivos da saúde pública, com foco amplo de servir à população em geral.

Historicamente, a saúde pública foi definida como “A ciên-cia e a arte de prevenir doenças, prolongar a vida e promover

manual Academia das Cidades TESTE.indb 89 14/12/2010 16:29:41

Page 90: Manual Academia das Cidades

90 Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO

saúde e eficiência mediante esforços de comunidades organiza-das, de modo a usar esses benefícios para capacitar cada cida-dão a gozar seu direito à saúde e longevidade” (Winslow, 1920).

O foco da abordagem de saúde pública tradicional era a prevenção primária (promoção de saúde) ao invés da preven-ção secundária (redução de risco) ou prevenção terciária (tra-tamento e reabilitação) (Egan, 1994). As alterações no sistema de cuidado de saúde, tecnologia e das atitudes do consumidor, influenciaram a expansão das responsabilidades da nutrição da comunidade (American Dietetic Association – ADA, 1998b).

Um relato de 1998 do Institute of Medicine (IOM) forta-lece o conceito de que o objetivo da nutrição da comunidade é um trabalho em progresso. O relatório define uma missão e descreve papéis e responsabilidades. O objetivo da nutrição baseada na comunidade abrange os esforços para prevenir a doença, promover a saúde e mensagens nutricionais para os indivíduos e grupos em locais onde eles vivem e trabalham. O foco é no bem-estar e na construção de potencial para a melhor qualidade de vida possível; “bem estar” compreende mais do que saúde física e mental.

A Nutrição da comunidade engloba numerosos fatores que afetam a sua qualidade de vida. Os membros da comuni-dade precisam de um ambiente seguro e moradia, alimento, renda, emprego e educação adequados. A missão da nutrição na comunidade é preencher o interesse da comunidade em garantir que os indivíduos vivam em condições nas quais pos-sam ser saudáveis.

O público potencial para a programação e serviços é a co-munidade indicada. Uma comunidade pode ser definida pela política, geografia, cultura e etnia, idade sexo, questões socioe-conômicas e estado de saúde geral. Além da prevenção primá-ria, a nutrição da comunidade tem ligações com programas e serviços cujos objetivos são a redução de risco e reabilitação.

O movimento denominado “municípios, cidades e/ou comunidades saudáveis” dentro de um processo de evolu-ção conceitual da promoção de saúde, entendendo que saú-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 90 14/12/2010 16:29:41

Page 91: Manual Academia das Cidades

Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO 91

de trabalha os mesmos elementos que compõem a qualidade de vida, surgiu para alinhar as ações práticas de inclusão e melhoria da qualidade de vida da população. Os principais pilares do movimento são ação intersetorial e participação social. Entende-se ação intersetorial como uma ação na qual o setor de saúde e outros setores pertinentes colaboram para a consecução de uma meta em comum.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) “cida-de saudável é aquela que coloca em prática de modo contínuo a melhoria de seu ambiente físico e social, utilizando todos os recursos de sua comunidade”.

O Programa Academia das Cidades (PACI), criado em 2002, tem como principal objetivo oferecer qualidade de vida aos pernambucanos, visando elevar a autoestima da popu-lação, promover a adoção de hábitos saudáveis e reduzir os gastos com internação e atendimentos médicos. Para isso, o programa garante o acesso da população a espaços públicos que possibilitem a prática de exercícios, esportes, atividades culturais e ações de saúde e inclusão social.

O incentivo à prática de exercícios físicos, alimentação saudável e lazer é o foco do programa, que é aberto para pes-soas de qualquer idade e classe social. Os participantes são orientados e acompanhados por equipes compostas de profis-sionais de diversas áreas.

O NUTRICIONISTA NO PROGRAMA ACADEMIA DAS CIDADES

Sabe-se que o Brasil ainda enfrenta diversos problemas de carência nutricional concomitantemente ao aumento de distúrbios da alimentação como a obesidade, sendo que estes problemas trazem graves conseqüências para a saúde popu-lação em geral. Dessa forma, pressupõe-se que as ações de alimentação e nutrição constituem estratégias indispensá-veis em todo programa que tenha por finalidade promover a saúde da população aumentando a sua qualidade de vida. Sob este raciocínio destaca-se a necessidade de que estas

manual Academia das Cidades TESTE.indb 91 14/12/2010 16:29:42

Page 92: Manual Academia das Cidades

92 Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO

ações façam parte do PACID, sendo indispensável à inclusão de profissionais desta área no Programa.

A experiência brasileira em outros programas referentes à alimentação e nutrição, como a Política Nacional de Ali-mentação e Nutrição (PNAN), demonstra que o nutricionista brasileiro vem adquirindo, ao longo dos anos, os conhecimen-tos para atuar neste campo, sendo um profissional capacita-do para integrar a equipe do PACID o que traria benefícios na alimentação e nutrição e, conseqüentemente, na saúde da população.

A inclusão do nutricionista na equipe multiprofissional do PACID pode ainda ser justificada pela sua formação aca-dêmica que o capacita a realizar o diagnóstico nutricional da população de maneira a propor orientações dietéticas neces-sárias e que se adequem aos hábitos da unidade familiar e à cultura em que ela se insere levando em conta também a disponibilidade de alimentos.

A área de nutrição tem reconhecido que a distribuição bem sucedida de serviços de alimentos e nutrição envolve pessoas da sua própria comunidade. O quadro de profissio-nais que administra educação nutricional nos programas de saúde baseado na comunidade ou em instalações públicas continua se expandindo.

Os três papéis dos órgãos governamentais envolvidos na prática da comunidade são: Avaliação da comunidade, Desenvolvimento de política e segurança de saúde pública (IOM, 1998). Essas áreas são componentes da prática para o profissional de nutrição da comunidade.

ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL

Fomentar/Desenvolver ações socioeducativas e culturais com a comunidade em relação à nutrição

manual Academia das Cidades TESTE.indb 92 14/12/2010 16:29:42

Page 93: Manual Academia das Cidades

Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO 93

São objetivos em geral possibilitar às pessoas, em situa-ções de vulnerabilidade, a oportunidade de vivenciar e compre-ender que a vida pode lhe dar mais do que a exclusão social.

Em relação à nutrição, deverá ser incentivado o desen-volvimento da consciência de saúde, o despertar para o conhe-cimento da importância sobre o cuidado com o corpo e a ali-mentação equilibrada, de forma a favorecer o desenvolvimento físico e mental. O enfoque para educação nutricional com segu-rança alimentar resultará no investimento para a melhoria da qualidade de vida da população. Que poderá ser feito através de palestras ressaltando os produtos regionais e locais.

Realizar atendimentos individuais de demanda espontâneas e/ou referenciadas do Programa Academia das Cidades

Esta modalidade de intervenção de atendimento nutri-cional requer encontros frequentes para a execução efetiva das etapas de todo o processo. Exige ainda a garantia da pri-vacidade do cliente, ou do grupo, como atributo ético no aten-dimento. Ressalta-se também que as habilidades e compe-tências do aconselhador devem constituir-se de uma junção de conhecimentos específicos de nutrição, de educação nutri-cional, e de conhecimentos advindos das ciências humanas, especialmente da antropologia da alimentação. O preparo dos nutricionistas para essa modalidade de intervenção de-manda estágios práticos, supervisionados por profissionais dessa área, que os auxiliem a perceber a intersubjetividade no relacionamento com o cliente, e a explorar as possibilida-des e compreender as limitações da comunicação verbal e não verbal, de forma a instrumentalizá-los para lidar com o ines-perado e, sobretudo, com as próprias inseguranças.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 93 14/12/2010 16:29:42

Page 94: Manual Academia das Cidades

94 Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO

ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL

ATRIBUIÇÃO ATIVIDADES

Fomentar o desenvolvimento e/ou desenvolver ações sócioeducativas e culturais com a comunidade.

1. Através da análise do diagnóstico inicial do território a ser trabalhado, identificar os principais interesses, potencialidades e fragilidades da comunidade.

2. Através de articulação com lideranças e instituições locais, estimular a criação e a manutenção de atividades culturais, esportivas, educativas e para geração de renda.

3. Se possível, participar diretamente do desenvolvimento destas ações.

Identificar as potencialidades existentes na comunidade, bem como os recursos institucionais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população.

1. Através das informações do mapeamento inicial da área de abrangência, identificar os equipamentos sociais existentes (escolas, unidades de saúde, instituições culturais, instituições esportivas, instituições religiosas, etc).

2. Fomentar junto à comunidade usuária a elaboração de planos de trabalho conjunto desses equipamentos sociais, para resolução de problemas práticos.

3. Se possível, articular diretamente o trabalho conjunto desses equipamentos sociais.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 94 14/12/2010 16:29:42

Page 95: Manual Academia das Cidades

Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO 95

Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade.

1. Através das informações do mapea-mento inicial da área de abrangência, identificar as instâncias de controle so-cial existentes (associações de morado-res, conselhos gestores de unidades de saúde, conselhos gestores de estabele-cimentos de ensino, conselhos culturais e esportivos).

2. Identificar as lideranças comunitárias locais.

3. Promover discussões com os atores diretamente envolvidos nas instâncias de controle social e com a população em geral sobre os temas cidadania, direitos sociais, qualidade de vida, etc.

Discutir, de forma permanente, junto à equipe de trabalho e à comunidade, o conceito de cidadania, enfatizando os direitos à saúde e as bases que o legitimam.

1. Fazer reuniões sobre os direitos da comunidade em relação à saúde.2. Promover discussões sobre os direitos e deveres do cidadão.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 95 14/12/2010 16:29:42

Page 96: Manual Academia das Cidades

96 Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO

Realizar atendimentos individuais de demandas espontâneas e/ou referenciadas do PACID.

1. Fazer acolhimento de demandas es-pontâneas e/ou referenciadas do PACID, disponibilizando escuta de qualidade aos usuários.

2. Através de anamnese e exame físi-co, estabelecer hipóteses diagnósticas, dentro de sua área de atuação profis-sional.3. Traçar o plano terapêutico, dentro de sua área de atuação profissional.

4. Fazer acompanhamento da evolução dos casos.

5. Promover atividades de educação em saúde em nível individual (aconselha-mento).6. Fazer a contrarreferência do usuário, quando indicado.

Emitir laudos e prestar informações técnicas sobre assunto de competência de sua categoria profissional.

1. Quando necessário, fazer resumo es-crito da condição do usuário segundo sua avaliação profissional.2. Emitir por escrito sua opinião téc-nica acerca de questões que envolvam a saúde do usuário acompanhado no PACID.3. Responder às demandas externas (justiça, previdência, escolas, etc) por informações técnicas dentro da compe-tência de sua categoria profissional.

PERFIL DO PROFISSIONAL

• Possuir graduação em Nutrição em curso reconhecido pelo MEC• Experiência com o trabalho em comunidade

manual Academia das Cidades TESTE.indb 96 14/12/2010 16:29:42

Page 97: Manual Academia das Cidades

Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO 97

• Identificação com a proposta do Programa Academia das Cidades• Iniciativa• Responsabilidade: capacidade de responder pelas ações sob sua própria iniciativa e sob iniciativa de pes-soas envolvidas nestas ações• Autonomia: capacidade de aprender, formular, argu-mentar, defender, criticar, concluir e antecipar, mesmo quando não se tem poder para, sozinho, mudar uma realidade ou normas já estabelecidas• Inteligência prática: capacidade de articular e mo-bilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, colocando-os em ação para enfrentar situações do pro-cesso de trabalho. • Coordenar-se com outros atores: capacidade e disponibilidade de estabelecer movimentos de compar-tilhamento de situações e acontecimentos do trabalho, assumindo co–responsabilidades.

ATIVIDADES SUGERIDAS

Consulta em Nutrição – atividade realizada por nutricionista em unidade de ambulatório ou ambiente hospitalar, consultório ou em domicílio para o levantamento de informações que possibilitem o diagnóstico nutricional e o conhecimento sanitário e a prescrição dietética e orientação dos pacientes ou clientes de forma individualizada.

Avaliação Nutricional – é a análise de indicadores diretos (clínicos, bioquímicos, antropométricos) e indiretos (consumo alimentar, renda e disponibilidade de alimentos, entre outros) que tem como conclusão o diagnóstico nutricio-nal do indivíduo ou de uma população.

Diagnóstico Nutricional – identificação e determina-ção do estado nutricional do cliente ou paciente, elaborado

manual Academia das Cidades TESTE.indb 97 14/12/2010 16:29:42

Page 98: Manual Academia das Cidades

98 Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO

com base em dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos, obtidos quando da avaliação nutricional e durante o acompanhamento individualizado.

Educação Alimentar e Nutricional – procedimen-to realizado pelo nutricionista junto a indivíduos ou grupos populacionais, considerando as interações e significados que compõem o fenômeno do comportamento alimentar, para aconselhar mudanças necessárias a uma readequação dos hábitos alimentares.

Identificação de Hábitos Alimentares – conjunto de hábitos envolvendo alimentos e preparações, de uso cotidiano por pessoas ou grupos populacionais, em que há forte influên-cia da cultura, tabus alimentares e tradições de comunidades ou de povos.

Identificação de Necessidades Nutricionais Espe-cíficas – quantidade de nutrientes e de energia biodisponí-veis nos alimentos que um indivíduo sadio deve ingerir para satisfazer suas necessidades fisiológicas e prevenir sintomas de deficiências, ou para recuperar um estado de saúde em que a nutrição se torna fator principal ou coadjuvante do tra-tamento.

Identificação de Risco Nutricional – condição limite do estado nutricional que se caracteriza pela potencialidade de desenvolvimento de patologias associadas com a nutrição.

Prescrição Dietética – atividade privativa do nutricio-nista que compõe a assistência prestada ao cliente ou pacien-te em ambiente hospitalar, ambulatorial, consultório ou em domicílio, que envolve o planejamento dietético, devendo ser elaborada com base nas diretrizes estabelecidas no diagnósti-co nutricional, procedimento este que deve ser acompanhado de assinatura e número da inscrição no CRN do nutricionista responsável pela prescrição.

Orientação em Segurança Alimentar e Nutricional – conjunto de princípios, políticas, medidas e instrumentos que se proponham a assegurar condições de acesso a alimen-tos seguros e de qualidade, em quantidade suficiente e de

manual Academia das Cidades TESTE.indb 98 14/12/2010 16:29:43

Page 99: Manual Academia das Cidades

Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO 99

modo permanente, sem comprometer o acesso a outras neces-sidades essenciais e com base em práticas alimentares sau-dáveis, contribuindo, assim, para uma existência digna em um contexto de desenvolvimento integral do ser humano.

Segurança Alimentar em Políticas de Combate à Fome – Uma nova designação para Segurança Alimentar também tem sido usada recentemente para definí-la como o estado existente quando todas as pessoas, em todos os mo-mentos, têm acesso físico e econômico a uma alimentação que seja suficiente, segura, nutritiva e que atenda às necessida-des nutricionais e preferências alimentares, de modo a propi-ciar vida ativa e saudável .

Neste sentido a segurança alimentar é vista como objeto de política pública, como foi o caso do programa Fome Zero do Governo Federal. Vários municípios e estados têm formula-do e implementado políticas locais de segurança alimentar. Algumas entidades, como o Instituto Pólis ( http://www.po-lis.org.br ), também têm formulado propostas neste campo, o que demonstra que o tema foi incorporado pelo governo e pela sociedade civil. No Brasil, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) - criado em 2003, auxilia a formulação de políticas de governo para garantir o direito dos cidadãos à alimentação.

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) define segurança alimentar como a garantia de que as famí-lias tenham acesso físico e econômico regular e permanente a um conjunto básico de alimentos em quantidade e qualidade significantes para atender aos requerimentos nutricionais.

AVALIAÇÃO

Mapa e levantamentoÉ necessário fazer um levantamento para descobrir to-

dos os recursos e problemas e então determinar o que é ne-cessário para a comunidade. É importante que o mapa e o levantamento sejam feitos com a ajuda dos membros da co-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 99 14/12/2010 16:29:43

Page 100: Manual Academia das Cidades

100 Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO

munidade fazendo grupos de convivência. O mobilizador co-munitário ou facilitador vai ajudar a organizar uma reunião com a comunidade para fazer o levantamento.

O mapa será feito através de questionários com levan-tamento de dados da comunidade, com base em informações sobre nível de atividade física, ingestão dietética e freqüência de uso dos alimentos com colesterol, gorduras, sódio, ferro e açúcar.

Alguns instrumentos de avaliação:• Níveldesatisfação-deveráseravaliadoapósimplan-

tação do programa com instrumento próprio.• Aderênciaaoprograma-podendoserconsideradaa

expectativa da população (através de questionário) quanto ao desenvolvimento do programa.

• Elevaçãodaauto-estima/motivação-Resgatarinstru-mentos próprios da psicologia.

• Ocupaçãoepreservaçãodoespaçopúblico-Entrevis-ta e registro fotográfico. Diminuição do sedentarismo .

• Modificaçãodoestilodevida-resgatarinstrumentopróprio. Níveis de stress - resgatar instrumento

Indicadores para avaliação do profissional Nutricionista

• Redução das Doenças Não-Transmissíveis (DANTS), principalmente diabetes, hipertensão, dislipidemia.• Alteração dos níveis de Índice de Massa Corpórea (IMC) - Controle regular por processo de avaliação nu-tricional.• IMC é o indicador simples e internacional de estado nutricional calculado a partir da seguinte fórmula: peso atual (kg)/estatura (m)2. Ver quadro abaixo de classifi-cação do estado nutricional segundo o IMC.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 100 14/12/2010 16:29:43

Page 101: Manual Academia das Cidades

Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO 101

CLASSIFICAÇÃO DE ESTADO NUTRICIONAL DE ADULTOS SEGUNDO IMC

IMC (Kg/m2) Classificação

< 16 Magreza grau III

16 a 16,9 Magreza grau II

17 a 18,4 Magreza grau I

18,5 a 24,9 Eutrofia

25 a 29,9 Pré-obeso

30 a 34,9 Obesidade grau I

35 a 39,9 Obesidade grau II

>= 40 Obesidade grau IIIFonte: OMS, 1995 e 1997

Circunferência da cintura – Pela mensuração da cin-tura é possível determinar a extensão da obesidade abdomi-nal e suas alterações envolvidas. Circunferências acima de 80cm para mulheres e acima de 94 para homens indicam ris-co aumentado de complicações metabólicas. Acima de 88cm e 102 cm, para mulheres e homens respectivamente, o rico torna-se mais alto. Ver quadro a seguir de doenças crônico--degenerativas.

RISCO PARA DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS EM RELAÇÃO AO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA

IMC (Kg/m2)Homens > 102cmMulheres > 88cm

Homens > 102cmMulheres > 88cm

25 – 29,9 Aumentando Alto

30 – 34,9 Alto Muito alto

35 – 39,9 Muito alto Muito alto

manual Academia das Cidades TESTE.indb 101 14/12/2010 16:29:43

Page 102: Manual Academia das Cidades

102 Capítulo 4 | SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO

>= 40 Extremamente alto Extremamente alto

Adaptada de Grundy et al. (1999)Construção de Instrumentos de controle social

• Avaliaçãosemestralcomunitária-Paraavaliarofun-cionamento do programa.

• Reuniõesbimestrais-Assembléiascomacomunidadepara discutir o fazer cotidiano.

• Participaçãoemfórunsdediscussãopolítica(paraga-rantir a institucionalização e fortalecimento do programa).

• Rodasdediálogo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSIS, A. M. O. et. al. O Programa Saúde da Família: contribuições para uma reflexão sobre a inserção do nutri-cionista na equipe multidisciplinar. Rev. Nutr. Campinas, 15(3):255-266, set./dez., 2002.

MARQUES, R. M. & MENDES, A. A política de incenti-vos do Ministério da Saúde para a atenção básica: uma ame-aça à autonomia dos gestores municipais e ao princípio da integralidade? Cad. Saúde Pública,18 (supl.): 163-171, 2002.

Cartas de Atenção Primária da Saúde Declaração de Al-ma-Ata. Disponível em <http://www.universidadesaudavel.com.br/Apresentacoes%20e%20textos%20para%20download/Declaracao%20de%20Alma%20Ata.pdf>

História da VIII Conferência Nacional de Saúde. Disponí-vel em <http://www.universidadesaudavel.com.br/Apresenta-coes%20e%20textos%20para%20download/VIII%20CNS.pdf>.

www.saude.gov.br Krause , Alimentos , Nutrição e Dietoterapia ,2005Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricio-

nal - CONSEA. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/

manual Academia das Cidades TESTE.indb 102 14/12/2010 16:29:43

Page 103: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 103

Capítulo 5EDUCAÇÃO FÍSICA

A prática da atividade física há muito já vem sendo dis-cutida como importante ferramenta na melhoria do estilo de vida da população, seja pela elevação dos ní-

veis de aptidão física relacionada à saúde o que representa fator de proteção importante no surgimento de doenças do aparelho circulatório, diabetes, cânceres e outras, seja pela possibilidade de interferência em variáveis menos fisiológi-cas, mas, não menos importantes como: elevação do humor, relaxamento, socialização; ou ainda pela grande possibilida-de de utilidade como ferramenta no exercício da cidadania apresentando instrumentos de debate sobre cultura, política, regras, cessão, direitos, deveres, limites, entre outros.

O objetivo da intervenção do profissional de educação física no Programa Academia das Cidades(PACID) está vin-culado à toda a lógica de funcionamento do programa que favorece a utilização/ocupação dos espaços públicos como ferramentas de discussão e acesso igualitário e democrático a serviços que promovam melhorias na qualidade de vida e saúde da população, para tanto, este deve ter claro o papel fundamental que deve desempenhar na relação com a comu-nidade, visto que, a coordenação das ações em muitos mo-mentos será de responsabilidade desta categoria profissional.

Estas intervenções devem estar ligadas a uma lógica de atuação que leve em consideração a todo o tempo: o diálogo com a comunidade, a sua participação efetiva na construção das atividades, a necessidade de cada grupo, a fundamenta-ção teórico/técnica e, principalmente, a possibilidade de re-pactuação das atividades propostas a partir da construção de um saber conjunto, técnico e popular.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 103 14/12/2010 16:29:44

Page 104: Manual Academia das Cidades

104 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

A proposta de intervenção deve estar alicerçada em um trabalho coletivo (envolvendo as demais categorias) e interse-torial, favorecendo, assim a possibilidade do desenvolvimen-to de um trabalho integral e consistente que produza interfe-rências mais significativas no modo de vida das pessoas.

ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL

• Identificar as potencialidades existentes na comuni-dade, bem como os recursos institucionais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população;• Discutir, de forma permanente, junto à equipe de trabalho e à comunidade, o conceito de cidadania, enfa-tizando os direitos à saúde, lazer, cultura, entre outros e as bases que o legitimam;• Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade;• Desenvolver ações sócio-educativas e culturais com a comunidade;• Realizar atendimentos individuais de demandas es-pontâneas e/ou referenciadas do PACID;• Encaminhar providências, prestar orientações, infor-mações a indivíduos, grupos e à população na defesa, ampliação e acesso aos direitos de cidadania;• Prestar assessoria a grupos, entidades e movimentos sociais existentes na comunidade, viabilizando o proces-so de mobilização, organização e controle social;• Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para sub-sidiar as ações do PACID;• Acompanhar, na qualidade de supervisor de campo, estagiários desde que tenha supervisão acadêmica;• Sistematizar e divulgar as experiências dos profissio-nais no PACID; • Informar a comunidade acerca da importância e dos

manual Academia das Cidades TESTE.indb 104 14/12/2010 16:29:44

Page 105: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 105

benefícios da prática da atividade física regular;• Estimular a comunidade para a prática regular da atividade física;• Orientar quanto às atividades mais adequadas a cada segmento da população;• Realizar avaliação física de componentes importantes para a saúde;• Prescrever atividades diversas, respeitando os limi-tes, possibilidades e a individualidade;• Orientar adequadamente a prática das atividades físicas;• Encaminhar os usuários, quando necessário, aos ser-viços de saúde adequados;• Estimular a adoção de hábitos de vida mais saudá-veis;• Promover rodas de diálogos acerca de temas diversos: saúde, cidadania, etc.• Favorecer momentos de construção coletiva do plane-jamento das atividades – planejamento participativo;• Supervisionar e orientar estagiários no desenvolvi-mento das atividades;• Planejar sistematicamente as estratégias de inter-venção;• Construir intervenções conjuntas com os demais com-ponentes da equipe.

PERFIL DO PROFISSIONAL

• Possuir graduação em Licenciatura ou Bacharelado em Educação Física em curso reconhecido pelo MEC;• Experiência com o trabalho em comunidade;• Identificação com a proposta do Programa Academia das Cidades;• Iniciativa;• Capacidade de articulação intersetorial;• Responsabilidade: capacidade de responder pelas

manual Academia das Cidades TESTE.indb 105 14/12/2010 16:29:44

Page 106: Manual Academia das Cidades

106 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

ações sob sua própria iniciativa e sob iniciativa de pes-soas envolvidas nestas ações;• Autonomia: capacidade de aprender, formular, argu-mentar, defender, criticar, concluir e antecipar, mesmo quando não se tem poder para, sozinho, mudar uma realidade ou normas já estabelecidas;• Ter a capacidade de articular e mobilizar conheci-mentos, habilidades, atitudes e valores, colocando-os em ação para enfrentar situações do processo de trabalho;• Coordenar-se com outros sujeitos: capacidade e disponibilidade de estabelecer movimentos de compar-tilhamento de situações e acontecimentos do trabalho, assumindo co–responsabilidades.

AtividadesA possibilidade de desenvolvimento de atividades em

uma comunidade deve considerar em primeiro lugar que di-ferentes pessoas constroem culturas distintas e, consequen-temente, necessidades específicas, portanto, se, para uma determinada comunidade uma sessão de dança de salão pro-duz um excelente resultado, para outra, a dança de rua pode favorecer uma mudança mais importante e significativa, con-tudo, o mais importante no resultado destas duas ações deve ser a participação da comunidade, sua compreensão acerca do fenômeno e o que esta ação representa individual e coleti-vamente.

Retoma-se, então, a necessidade do mapeamento (des-crito no capítulo anterior) e do diálogo com a comunidade reiterado em diversos momentos. Nesse sentido, o leque de atividades propostas torna-se bastante extenso sendo que as sugestões apresentadas a seguir são uma expressão muito mais de possibilidades do que necessariamente de indicações de atividades.

ATIVIDADES SUGERIDAS

manual Academia das Cidades TESTE.indb 106 14/12/2010 16:29:44

Page 107: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 107

• Planejamento coletivo• Rodas de diálogo com temas diversos• Criação de grupos gestores/comissão de usuários• Busca ativa na comunidade• Reuniões em associações e outros espaços comunitários• Atividades informativas em educação e saúde• Seminários, palestras, grupos de discussão, apresen-tação de filmes/vídeos, etc• Jogos populares/brincadeiras (rouba-bandeira, cabo de guerra, garrafão, queimado, roda pião, empinar pipa, roda pneu, peteca, corrida do ovo, bola de gude, corrida carro de mão, pega corrente, esconde-esconde, sete cortes, etc)• Jogos de salão (damas, xadrez, dominó, ludo, baralho, trilha, imagem e ação, etc.)• Danças de salão (salsa, merengue, bolero, tango, etc)• Danças populares (frevo, maracatu, caboclinho, forró, xaxado, baião, xote, etc)• Dança de rua (cultura hip hop, break, street dance, etc)• Danças clássicas (valsa, ballet, etc),• Ginástica (aeróbica, ginástica localizada, step, etc)• Ginástica rítmica (desportiva, ginástica olímpica, perna de pau, malabares, equilibrismo, cama elástica, mini-tramp, trampolim acrobático, etc)• Esportes (voleibol, futebol, basquetebol, futsal, bas-quete de rua, tênis, etc)• Esportes radicais (skate, bicicross, rapel, leparcu,canoagem, montanhismo, corrida de aventura, tiroleza, montanhismo, etc)• Atividades circenses/ginastradas• Atividades de luta (capoeira, judô, karatê, kung-fu, jiu-jitsu, muay thai, tae know do, etc)• Exercícios organizados (caminhadas, sessões de alongamentos, corridas, ciclismo, treinos intervalados, musculação, etc)• Esportes/exercícios adaptados (esportes para cadei-rantes, futebol para cegos, voleibol sentado, alongamen-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 107 14/12/2010 16:29:44

Page 108: Manual Academia das Cidades

108 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

tos para gestantes, etc)• Atividades aquáticas (natação, hidroginástica, recreação na piscina, biribol, pólo aquático, nado sincronizado, etc)• Atividades Integrativas/holísticas (tai chi chuan, Ioga, auto-massagem, massagem ayuvérdica, shantala, etc)• Atividades de atletismo (corridas, salto em distância, salto em altura, arremesso de disco, lançamento de dar-do, arremesso de martelo, triátlon, etc)• Outras atividades (outras formas de manifestação que possam ser incorporadas ao cotidiano das pessoas ou resgatadas da cultura local)

AVALIAÇÃO

O processo de avaliação deve considerar as necessidades identificadas no mapeamento inicial, bem como, os objetivos propostos na construção do planejamento. Dessa forma, pro-põem-se instrumentos de avaliação que possam identificar:

• Os níveis de aptidão física relacionada à saúde;• A classificação de nível de sedentarismo da população; • Elevação dos níveis de atividade física habitual;• Nível de satisfação da comunidade com as atividades;• Aderência ao programa de atividade física.

Para tanto, serão utilizados instrumentos de avaliação validados, assim como, serão construídos instrumentos pró-prios de avaliação que possam ser adaptados a cada realida-de local, a exemplo:

• Protocolos de avaliação física (validados em anexo)• Soparc (validado em anexo)• IPAQ (validado em anexo)• Instrumento próprio (a ser criado)

A seguir, será apresentada uma sugestão de passo-a--passo com relação ao processo de avaliação física.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 108 14/12/2010 16:29:45

Page 109: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 109

É importante destacar ainda que o processo de avaliação é dinâmico e alimentado pela necessidade de se reorientar constantemente as práticas e que, além disso, a intervenção da política levará em consideração outros parâmetros para avaliação, sendo estes aqui propostos parte de uma avaliação mais global e aprofundada de vários aspectos, fatores e con-dicionantes que irão interferir direta ou indiretamente nos resultados esperados.

GUIA DE AVALIAÇÃO FÍSICA

ANAMESE - PAR’Q E IPAQ

O passo inicial para a avaliação física deverá ser o preen-chimento do formulário de avaliação física, que é composto da anamnese e formulário de coleta de dados. Posteriormente à anamnese (ANEX01) deve ser preenchido o whoqol (ANEXO 2), PAR’Q (ANEXO 03) e Questionário Internacional de Ati-vidade Física – IPAQ (versão 8 – forma curta- ANEXO 04).

Anamese - Composição CorporalO estudo da gordura corporal e da massa magra é im-

portante para a prevenção de doenças dentre outros aspectos (Nahas, 2001).

Estudar a composição corporal significa determinar, por meios diretos ou indiretos, as quantidades (valores absolu-tos) e proporções (valores relativos) dos componentes corpo-rais, sendo possível medir com precisão mais de 30 desses componentes.

Existem dois modelos básicos para o estudo da composi-ção corporal: o modelo que faz referência a dois componentes (gordura e massa corporal magra), e o modelo que conside-ra quatro componentes (ossos, músculos, água e gordura). O mais utilizado é o que considera dois componentes, enfati-zando a gordura corporal relativa (% de gordura) como parâ-metro de referência para a performance de atletas, para os

manual Academia das Cidades TESTE.indb 109 14/12/2010 16:29:45

Page 110: Manual Academia das Cidades

110 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

padrões de beleza e para a saúde. Esse modelo é possível de ser aplicado em programas de atividade física.

Para o estudo da composição corporal serão utilizadas as medidas a seguir devendo ser coletadas em todos os usuários sem restrição de faixa etária (crianças, adolescentes, adultos e idosos)

PESO CORPORALInstrumento de medida: Balança com precisão de 100gr.

Esta deve ser aferida a cada 10 pesagens em grandes grupos de avaliados e a cada 6 meses calibrados pelo INMETRO.

Público alvo: todo aquele que passar pela a avaliação física.

Protocolo: o avaliado deve subir na plataforma, cuida-dosamente, e posicionando-se no centro da mesma. Realiza--se apenas uma única medida.

Posição do avaliado: posição ortostática, de costas para o avaliador;

Posição do avaliador: de pé, de frente para a escala de medidas;

Fonte: PETROSKI, E.L., Antropometria, técnicas e padronizações - 1999.

ESTATURAInstrumento de medida: Estadiômetro, com precisão

de 0,5 cm.Público alvo: todo aquele que passar pela a avaliação física.Referência anatômica: Vértex e região plantar;Protocolo:Posição do avaliado: posição ortostática, pés descalços ou

com meia, com uma discreta abdução dos pés, procurando pôr em contato com o instrumento de medidas as superfícies poste-riores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região ocipital. A cabeça deve estar orientada no plano de Frankfurt.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 110 14/12/2010 16:29:45

Page 111: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 111

Posição do avaliador: em pé ao lado direito do avalia-do, se necessário subir num banco para realizar a medida e proceder à leitura.

Fonte: PETROSKI, E.L., Antropometria, técnicas e padronizações - 1999.

DOBRAS CUTÂNEAS:As dobras cutâneas apresentam-se de maneira indire-

ta na mensuração da adiposidade corporal. É amplamente usada para determinar a composição corporal em diferen-tes tipos de população, sendo uma técnica bem difundida no meio clínico, esportivo e na pesquisa científica (Wilmore & Benhke, 1969).

A medida de dobras cutâneas estabelece uma relação linear entre os pontos anatômicos pinçados e a adiposidade corporal, ou seja, através da determinação absoluta da espes-sura do tecido subcutâneo, expresso em milímetros, pode-se estimar a densidade e a quantidade de gordura corporal.

Todas as dobras devem ser tomadas abaixo do ponto de destaque/pinça da respectiva dobra. Para tanto, deve ser le-vado em consideração o sentido da fibra muscular e para re-gistro da coleta dados, deve-se levar em consideração 3 medi-das, sendo considerada a medida mediana.

Todas as medidas deverão ser realizadas no hemisfério direito do avaliado, salvo exceções que deverão ser acrescidas em observações e sendo transferida a coleta para o hemisfério esquerdo. Segue as dobras cutâneas adotadas para o PAC:

Instrumento de medida: Plicômetro com validade científica

Público alvo: ambos os gêneros acima de 6 anos de idade.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 111 14/12/2010 16:29:45

Page 112: Manual Academia das Cidades

112 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

Dobra Peitoral / Tórax:

Referência anatômica: Ponto médio entre a prega axilar e o mamilo

Referência anatômica: 2 cm à direita da cicatriz umbilical

Dobra Abdominal:

DOBRA DE COXA (medial)Referência anatômica: ponto médio entre a dobra inguinal e a borda superior da patela (utiliza-se uma semi-flexão da perna).

DOBRA TRICIPTALReferência anatômica: face posterior do braço no ponto médio entre o processo acromial da escápula e o processo do olecrano da ulna.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 112 14/12/2010 16:29:48

Page 113: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 113

DOBRA SUPRAÍLIACA Referência anatômica: linha axilar média com 2 cm acima da crista ilíaca.Obs: O avaliado deverá posicionar a sua mão direita espalmada em seu ombro esquerdo.

DOBRA SUBSCAPULARReferência anatômica: logo abaixo do ângulo inferior da escápula na direção diagonal

PERÍMETROSOs perímetros corporais correspondem às circunferências

tomando como referências determinados pontos anatômicos.

Instrumento de medida: Fita AntropométricaPúblico alvo: ambos os gêneros acima de 6 anos de idade.Perímetro do abdômen: Perímetro do abdômen:

Referência anatômica: região abdominal em seu maior perímetro, preferencial-mente à altura da cicatriz umbilical.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 113 14/12/2010 16:29:49

Page 114: Manual Academia das Cidades

114 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

Perímetro do quadril:

Referência anatômica: maior porção da região glútea. Obs.: A medida deverá ser mensurada com o avaliador posicionando-se ao lado do avaliado.

Perímetro da cintura:

Referência anatômica: parte mais estreita do tronco, na altura da cintura ”natural” entre as costelas e a crista ilíaca.

As fórmulas, equações e tabela de classificação serão uti-

lizadas para avaliar e deliberar resultados referentes à an-tropometria.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 114 14/12/2010 16:29:50

Page 115: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 115

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL – IMC

Índice que determina a massa corporal de uma pessoa, indicando se ela está ou não dentro do padrão recomendável para saúde.

IMC = Peso corporal (kg) Estatura (m)2

Tabela 1 - Classificação para o IMC

Peso IMC

*Abaixo do peso < 18,5

*Normal 18,5 – 24,9

*Sobrepeso 25 – 29,9

*Obesidade I 30 – 34,9

*Obesidade II 35 – 39,9

*Obesidade III ≥ 40Fonte: Manual de pesquisa das diretrizes do ACMS para os teste de esforços e sua prescrição.

*As nomenclaturas da classificação utilizadas nesta tabela, não correspondem às encontradas

em literaturas, as mesmas foram substituídas para melhor compreensão dos usuários.

RELAÇÃO CINTURA / QUADRIL (RCQ)

A relação da medida da circunferência (perímetro) da cintura dividida pela medida da circunferência do quadril está fortemente associada ao acúmulo de gordura visceral.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 115 14/12/2010 16:29:50

Page 116: Manual Academia das Cidades

116 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

Tabela 2 - Classificação para Relação Cintura / Quadril

RISCO

HOMEM

IDADE BAIXO MODER ALTOMUITO ALTO

< 29 <0,83 0,83 - 0,89 - >0,94

30 – 39 <0,84 0,84 - 0,92 - >0,96

40 – 49 <0,88 0,88 - 0,96 - >1,00

50 – 59 <0,90 0,90 - 0,97 - >1,02

60 – 69 <0,91 0,91 - 0,99 - >1,03

MULHER

< 29 <0,71 0,71 - 0,78 - >0,82

30 – 39 <0,72 0,72 - 0,79 - >0,84

40 – 49 <0,73 0,73 - 0,80 - >0,87

50 – 59 <0,74 0,74 - 0,82 - >0,88

60 – 69 <0,76 0,76 - 0,84 - >0,90

Fonte: Avaliação da Composição Corporal Aplicada, Heyward,V.H.;Stolarczyk, L.,M.; Editora

– Manole – São Paulo – 2000.

A classificação também será realizada para menores de 20 anos mesmo tendo a consciência de que a faixa etária ini-cial da literatura seja os 20 anos.

ESTIMATIVA DO PERCENTUAL DE GORDURA

A antropometria tem sido usada por mais de um século para avaliar o tamanho e as proporções dos segmentos corpo-rais, através da medição de circunferência e comprimento dos segmentos corporais.

Por volta de 1915, a espessura do tecido adiposo subcu-tâneo foi medida utilizando-se medições das dobra cutâneas. Mais tarde, nos anos 60 e 70, essas medidas foram utilizadas para desenvolver inúmeras equações antropométricas para predizer a densidade corporal total e gordura corporal. Den-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 116 14/12/2010 16:29:50

Page 117: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 117

tre as desenvolvidas serão adotadas como referência às equa-ções a seguir:

Equação de Siri, (1961) ( apenas para Pollock, 80)

% GC = [(4,5/DC) - 4,5]*100

Equação para Adolescentes e Crianças ( 6 – 17,9) Lohman, (1986)

Homem: % G = 1,35 (SOMA TR + SE) - 0,012 (SOMA TR + SE)² - C *

Mulher: % G = 1,35 (SOMA TR + SE) - 0,012 (SOMA TR + SE)² - C *

Tabela 3 - *Constantes por idade, sexo e raça Cor 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

Hom

em

Branco 3,1 3,4 3,7 4,1 4,4 4,7 5,0 5,4 5,7 6,1 6,4 6,7

Negro 3,7 4,0 4,3 4,7 5,0 5,3 5,6 6,0 6,3 6,7 7,0 7,3

Mul

her Branca 1,2 1,4 1,7 2,0 2,4 2,7 3,0 3,4 3,6 3,8 4,0 4,4

Negra 1,4 1,7 2,0 2,3 2,6 3,0 3,3 3,6 3,9 4,1 4,4 4,7

Equação Pollock, (1980) (mulheres adultas 18 a 59,9 e homens adultos acima de 18 anos e idosos)

Mulher: DC (g/m³) = 1,0994921 - 0,0009929 (SOMA 3 DOC) + 0,0000023

(SOMA 3 DOC)² - 0,0001392 (idade)

manual Academia das Cidades TESTE.indb 117 14/12/2010 16:29:51

Page 118: Manual Academia das Cidades

118 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

Homem: DC (g/m³) = 1,109380 - 0,0008267 (SOMA 3 DOC) + 0,0000016

(SOMA 3 DOC)² - 0,0002574 (idade)

DC (g/m³) = 1,168297 - [ 0,002824x CAB] + [0,0000122098 x (CAB)²] - [0,000733128 x c quadril] + [0,000510477 x AL] -

[0,000216161 x idade]

Onde:CAB = [cintura (perimetria) + abdominal (perimetria)/2]AL = Estatura e PC = Peso Corporal.

Equação de Weltman et al (1988) (mulher 20 – 59,9 e homen 24 – 68,9 Obesos) Considera-se obesos usuários com IMC > 30.

Mulher: % GC = 0,11077 (CAB*) - 0,17666 (AL) + 0,14354 (PC) +

51,03301

Homem: % GC = 0,31457 (CAB*) - 0,10969 (PC) + 10,8336

Onde:CAB = [cintura (perimetria) + abdominal (perimetria)/2]AL = Estatura e PC = Peso Corporal.

Para classificar o percentual de gordura por faixa etária e sexo adotaremos as seguintes classificações:

Tabela 4 - Classificação de % de gordura crianças e adolescentes (até 17,9 anos)

Classificação Meninos Meninas

Baixo < 10% <15%

Recomendável 10,01 a 20% 15,01 a 25%

manual Academia das Cidades TESTE.indb 118 14/12/2010 16:29:51

Page 119: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 119

Moderadamente Alto 20,01 a 25% 25,01 a 30%

Alto 25,01 a 31% 30,01 a 36%

Muito Alto >31% >36%Fonte: Lohman, 1987

Tabela 5 - Classificação de % de gordura mulheres (acima de 18 anos)

Nível /Idade 18 - 25,9 26 - 35,9

36 - 45,9

46 - 55,9 56 acima

Baixo <12,9 <13,9 <15,9 <16,9 <17,9

Recomendável 13 a 16% 14 a 16% 16 a 19% 17 a 21% 18 a 22%

Recomendável 16,01 a 19%

16,01 a 20%

19,01 a 23%

21,01 a 25%

22,01 a 26%

Recomendável 19,01 a 22%

20,01 a 23%

23,01 a 26%

25,01 a 28%

26,01 a 29%

Recomendável 22,01 a 25%

23,01 a 25%

26,01 a 29%

28,01 a 31%

29,01 a 32%

Moderada-mente Alto

25,01 a 28%

25,01 a 29%

29,01 a 32%

31,01 a 34%

32,01 a 35%

Alto 28,01 a 31%

29,01 a 33%

32,01 a 36%

34,01 a 38%

35,01 a 38%

Muito Alto 31,01 acima

33,01 acima

36,01 acima

38,01 acima

38,01 acima

Fonte: Pollock & Wilmore,1993

Tabela 6 - Classificação de % de gordura homens (acima de 18 anos)

Nível /Idade 18 - 25,9

26 - 35,9

36 - 45,9

46 - 55,9 56 acima

Baixo <3,9 <7,9 <9,9 <11,9 <12,9

Recomendável 4 a 6% 8 a 11% 10 a 14%

12 a 16% 13 a 18%

Recomendável 6,01 a 10%

11,01 a 15%

14,01 a 18%

16,01 a 20%

18,01 a 21%

Recomendável 10,01 a 13%

15,01 a 18%

18,01 a 21%

20,01 a 23%

21,01 a 23%

manual Academia das Cidades TESTE.indb 119 14/12/2010 16:29:51

Page 120: Manual Academia das Cidades

120 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

Recomendável 13,01 a 16%

18,01 a 20%

21,01 a 23%

23,01 a 25%

23,01 a 25%

Moderada-mente Alto

16,01 a 20%

20,01 a 24%

23,01 a 25%

25,01 a 27%

25,01 a 27%

Alto 20,01 a 24%

24,01 a 27,9%

25,01 a 29%

27,01 a 30%

27,01 a 30%

Muito Alto 24,01 acima

28 aci-ma

29,01 a cima

30,01 acima

30,01 acima

Fonte: Pollock & Wilmore,1993

Atenção: As coletas do gênero feminino, entre 55-60 anos de idade, não deverão ser utilizadas em pesquisas científicas, por apresentar desvio no resultado da predição da densidade corporal, pois a equação considera até 55 anos.

AVALIAÇÃO NEUROMOTORA

Assim como a composição corporal, outros aspectos con-templam os quatro componentes mais importantes para ap-tidão física, são elas a força, flexibilidade, a capacidade ae-róbica e a resistência muscular localizada. Por esse motivo é pertinente avaliá-los.

FLEXIBILIDADE

Segundo Dantas (1998), é a qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude an-gular máxima, por uma articulação ou conjunto de articula-ções, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão.

Para avaliar a flexibilidade serão utilizados os seguintes testes e classificações:

Teste de Sentar e Alcançar (Well)Instrumento de medida: Banco de Well

manual Academia das Cidades TESTE.indb 120 14/12/2010 16:29:51

Page 121: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 121

Público Alvo: Homens e mulheres de 15 a 59,9 anosProtocolo: o usuário deverá estar sentado no chão, com

os pés unidos e joelhos estendidos. Flexionar o tronco, desli-zando as mãos em cima da área demarcada para que se possa executar a leitura do valor alcançado. Esta ação deverá ser realizada 3 vezes consecutiva.

Tabela 7 - Classificação do teste sentar e alcançar para homens

Alcance máximo obtido para homens (cm)

Idade 15 - 19,9 20 - 29,9

30 - 39,9 40 - 49,9

50 - 59,9

Fraco <= 23 <=24 <=22 <=17 <=15

Regular 24 -28 25 -29 23 - 27 18 -23 16 - 23

Médio 29 - 33 30 - 33 28 - 32 24 - 28 24 - 27

Bom 34 - 38 34 - 39 33 - 37 29 - 34 28 - 34

Excelente >=39 >= 40 >=36 >= 35 >= 35Fonte: Pollock, M.L. e Wilmore, J.H. 1993

Tabela 8 - Classificação do teste sentar e alcançar para mulheres

Alcance máximo obtido para mulheres (cm)

Idade 15 - 19,9 20 - 29,9 30 - 39,9 40 - 49,9 50 - 59,9

Fraco <= 28 <=27 <=26 <=24 <=24

Regular 29 -23 28 -32 27 - 31 25 -29 25- 29

Médio 34 - 37 33 - 36 32 - 35 30 - 33 30 - 32

Bom 38 - 42 37 - 40 36 - 40 34 - 37 33 - 38

Excelente >=43 >= 41 >=31 >= 38 >= 39

Fonte: Pollock, M.L. e Wilmore, J.H. 1993

Teste de flexibilidade para membros inferiores – Sentar e alcançar

Instrumento de medida: régua de 45 cm de comprimento.Público Alvo: pessoas acima de 60 anos.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 121 14/12/2010 16:29:52

Page 122: Manual Academia das Cidades

122 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

Protocolo: O participante deverá sentar confortavel-mente na extremidade do assento da cadeira, de forma que a dobra entre o topo da coxa e as nádegas deve estar na ex-tremidade do assento. Com uma perna fletida e o pé total-mente assente no solo, a outra perna (perna de preferência) é estendida, com o calcanhar no chão e o pé fletido (aprox. 90º). O participante deve ser encorajado a expirar na medida que flete para frente, evitando movimentos bruscos, rápidos e fortes, nunca atingindo o limite da dor.

Com a perna estendida, mas não hiper-estendida, o par-ticipante flete lentamente para frente até à articulação da coxo-femeral. Deslizando as mãos uma sobre a outra, com as pontas dos dedos sobrepostas, ao longo da perna estendida, tentando tocar os dedos dos pés. Deve tocar nos dedos dos pés durante 2 segundos (a coluna não deve ser fletida, permane-cendo ereta com a cabeça acompanhando seu prolongamento).

Caso o joelho da perna estendida comece a fletir, solici-tar ao participante que se sente lentamente até que o joelho fique na posição estendida antes de iniciar a medição.

Prática/Ensaio: Após demonstração realizada pelo o avaliador, o participante é questionado sobre a sua perna preferencial. O participante deve ensaiar duas vezes, seguin-do-se da aplicação do teste.

Atenção: O avaliador deve ter atenção às pessoas que apresentam problemas de equilíbrio, quando sentadas nas extremidades da cadeira.

A perna preferida é definida pelo melhor resultado. É importante trabalhar os dois lados do corpo para medir a fle-xibilidade, mas por questões de tempo apenas o lado hábil tem sido usado para definição de padrões.

Pontuação: Usando uma régua de 45cm, o avaliador registra a distância em centímetros até aos dedos dos pés (re-sultado mínimo) ou à distância em centímetros que consegue alcançar para além dos dedos dos pés (resultado máximo).

O meio do dedo grande do pé na extremidade do sapato representa o ponto zero. Deve-se registrar ambos os valores

manual Academia das Cidades TESTE.indb 122 14/12/2010 16:29:52

Page 123: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 123

encontrados com a aproximação de 1cm, e fazer um círculo sobre o melhor resultado. O melhor resultado é usado para avaliar o desempenho. Assegure-se de registrar os sinais (–) ou (+) na folha de registro.

Tabela 9 - Classificação por percentis do teste de sentar e alcançar para mulheres

TESTEFAIXA ETÁRIA

CLASSIFICAÇÃO POR QUARTIL60-64 65-69 70-74 75-

7980-84

85-89 90-94

SENT

AR E

ALC

ANÇA

R (c

m)

< -1,5 < -1,5 < -2,5 < -4

< -5 < -6,5 < -1 a 1,5

FRACO

-1 a 5 -1 a 5 -2 a 4 -3,5 a 2,5

-4,5 a 1,5

-6 a -1,5

-11 a -5 REGULAR

5,5 a 12,5

5,5 a 11,5

4,5 a 10

3 a 9

2 a 7,5

-1 a 6,5

-4 a 2,5

BOM

> 12,5 > 11,5 > 10 > 9 > 7,5 > 6,5 > 2,5 EXCELENTE

Tabela 10 - Classificação por percentis do teste de sentar e alcançar para homens

TESTEFAIXA ETÁRIA CLASSIFICAÇÃO

POR QUARTIL60-64 65-69 70-74 7 5 -79

8 0 -84

85-89 90-94

SENT

AR E

ALC

ANÇA

R (c

m) < -

6,5< - 7,5

< - 9 < - 10

< - 14

< - 14

< - 16,5

FRACO

-6 a 1,5

-7 a 0 -8,5 a -1,5

-9,5 a -2,5

-13,5 a -5

-13,5 a -6,5

-16 a -9 REGULAR

1 a 10 0,5 a 7,5

-1 a 6,5

-2 a 5

-4,5 a 4

-6 a 1,5

-8,5 a -1,5

BOM

> 10 > 7,5 > 6,5 > 5 > 4 > 1,5 > -1,5 EXCELENTE

Teste de flexibilidade para membros superiores - Alcançar atrás das costas

Instrumento de medida: régua de 45 cm de compri-mento.

Público Alvo: pessoas acima de 60 anos.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 123 14/12/2010 16:29:52

Page 124: Manual Academia das Cidades

124 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

Protocolo: Na posição de pé, o participante coloca a mão dominante por cima do mesmo ombro e tenta alcançar o mais baixo possível em direção ao meio das costas. A palma da mão para baixo, dedos estendidos e cotovelo apontando para cima. A mão do outro braço é colocada por baixo e atrás, com a palma virada para cima, tentando alcançar o mais lon-ge possível, numa tentativa de tocar ou sobrepor os dedos médios de ambas as mãos.

Prática/Ensaio: Após demonstração por parte do ava-liador, o participante é questionado sobre a sua mão de prefe-rência. Sem mover as mãos do participante, o avaliador ajuda a orientar os dedos médios de ambas as mãos na direção um do outro.

Importante: O participante não pode entrelaçar os de-dos e puxar.

Pontuação: A distância da sobreposição, ou a distân-cia entre as pontas dos dedos médios é medida no centímetro mais próximo. O resultado negativo (-) representa a distân-cia mais curta entre os dedos médios; os resultados positivos (+) representam a medida da sobreposição dos dedos médios. Registram-se duas medidas. O melhor valor é usado para me-dir o desempenho.

Importante: Garanta a marcação na ficha de pontuação dos sinais (-) e (+).

manual Academia das Cidades TESTE.indb 124 14/12/2010 16:29:52

Page 125: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 125

Tabela 11 - Classificação por percentis do teste de alcançar atrás das costas para mulheres

TESTEFAIXA ETÁRIA CLASSIFI-

CAÇÃO POR QUARTIL

6 0 -64

6 5 -69

70-74 75-79 8 0 -84

85-89 90-94AL

CANÇ

AR À

S CO

STAS

(cm

)

< -7,5 < -9 < -10 < -12,5

< -14,0

< -18 < -20,5FRACO

-7 a -1,5

-8,5 a -2,5

-9,5 a -4

-12 a –5

-13,5 a -6,5

-17,5 a -10

-20 a -11,5 REGULAR

-1 a 4 -2 a 4

-3,5 a 2,5

-4,5 a 1,5

-6 a 0

-9,5 a -2,5

-11 a -2,5

BOM

> 4 > 4 > 2,5 > 1,5 > 0 > -2,5 > -2,5 EXCELENTE

Tabela 12 - Classificação por percentis do teste de alcançar atrás das costas para homens

TESTEFAIXA ETÁRIA

CLASSIFICAÇÃO POR QUARTIL60-

6465-69

70-74

75-79 80-84 85-89 90-94

ALCA

NÇAR

ÀS

COST

AS (c

m)

< - 16,5

< - 19

< - 20,5

< - 23

< - 24 < - 25,5

< - 26,5

FRACO

-16 a -9

-18,5 a -10

-20 a 11,5

-22,5 a –14

-23,5 a -14

-25 a -15

-26 a -18 REGULAR

8,5 a 0

-9,5 a -2,5

-11 a -2,5

-13,5 a -5

-13,5 a -5

-14,5 a -7,5

-17,5 a -10 BOM

>0 > -2,5

> 2,5

> -5 > -5 > -7,5 > -10EXCELENTE

RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA - RML

A RML é a qualidade física que dota um músculo da ca-pacidade de executar uma quantidade numerosa de contra-ções sem que haja diminuição na amplitude do movimento, na freqüência, na velocidade e na força de execução, resis-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 125 14/12/2010 16:29:52

Page 126: Manual Academia das Cidades

126 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

tindo ao surgimento da fadiga muscular localizada (Dantas, 1998).

FORÇA

Força é a capacidade derivada da contração muscular, que nos permite mover o corpo, levantar objetos, empurrar, puxar, resistir a pressões ou sustentar cargas (Nahas, 2001).

Para avaliar a RML e a Força serão utilizados os seguin-tes testes e classificações:

TESTE – RML 1’

Instrumento de medida: para segurança e conforto na aplicação utilizar colchonete.

Publico Alvo: Homens e mulheres de 15 a 59,9 anos.Protocolo: o usuário deverá estar deitado em decúbito

dorsal, pernas flexionadas, joelhos formando um ângulo de 90º, planta dos pés no solo, pés fixados pelo avaliador e braços cruzando a linha mediana do tronco. Realizar a flexão da co-luna até encostar os cotovelos nos joelhos, voltando a posição inicial até que as escápulas toquem o solo.

Tabela 13- Classificação de RML para homens (número de repetições por minuto)

Idade Excelente Bom Média Regular Fraco

15 – 19,9 + 48 42 a 47 38 a 41 33 a 37 < 32

20 – 29,9 + 43 37 a 42 33 a 36 29 a 32 < 28

30 – 39,9 + 36 31 a 35 27 a 30 22 a 26 < 21

40 – 49,9 + 31 26 a 30 22 a 25 17 a 21 < 16

50 – 59,9 + 26 22 a 25 18 a 21 13 a 17 < 12

Fonte: Pollock, M. L. & Wilmore J. H., 1993

manual Academia das Cidades TESTE.indb 126 14/12/2010 16:29:53

Page 127: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 127

Tabela 14 - Classificação de RML para mulheres (número de repetições por minuto)

Idade Excelente Bom Média Regular Fraco

15 – 19,9 + 42 36 a 41 32 a 35 27 a 31 < 26

20 – 29,9 + 36 31 a 35 25 a 30 21 a 24 < 20

30 – 39,9 + 29 24 a 28 20 a 23 15 a 19 < 14

40 – 49,9 + 25 20 a 24 15 a 19 07 a 14 < 06

50 – 59,9 + 19 12 a 18 05 a 11 03 a 04 < 02Fonte: Pollock, M. L. & Wilmore J. H., 1993

Teste de flexão do antebraçoInstrumento de medida: para os homens – halteres de mão de 2,27kg para as mulheres - halteres de mão de 3,63kg

Público Alvo: pessoas acima de 60 anosProtocolo: o participante está sentado numa cadeira,

com as costas apoiadas no encosto da cadeira, com os pés to-cando totalmente o solo e com o tronco totalmente encostado. O halter deve estar seguro na mão dominante. O teste co-meça com o antebraço em posição inferior, ao lado da cadei-ra, perpendicular ao solo. Ao sinal de “iniciar” o participante roda gradualmente a palma da mão para cima, enquanto faz a flexão do antebraço no sentido completo do movimento; de-pois regressará à posição inicial de extensão do antebraço. Especial atenção deverá ser dada ao controle da fase final da extensão do antebraço.

O avaliador ajoelha-se ou senta-se numa cadeira junto do participante no lado do braço dominante, colocando os seus dedos no bíceps do executante, de modo a estabilizar a parte superior do braço, e assegurar que seja realizada uma flexão completa, o antebraço do participante deve apertar os dedos do avaliador. É importante que a parte superior do bra-ço permaneça estática durante o teste.

O avaliador pode precisar colocar a sua outra mão atrás do cotovelo de maneira a que o executante saiba quando atin-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 127 14/12/2010 16:29:53

Page 128: Manual Academia das Cidades

128 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

giu a extensão total, evitando movimentos de balanço do an-tebraço. O relógio deve ser colocado de maneira totalmente visível.

O participante é encorajado a realizar o maior número possível de flexões num tempo limite de 30 segundos, mas sempre com movimentos controlados tanto na fase de flexão como extensão. O avaliador deverá acompanhar as execuções de forma a assegurar que o peso é transportado em toda a amplitude do movimento: extensão total a flexão total.

Importante: Cada flexão correta é contabilizada, sendo chamada atenção verbal sempre que se verifique um desem-penho incorreto.

Prática/Ensaio: Após demonstração por parte do ava-liador deverão ser realizadas uma ou duas tentativas pelo participante para confirmar uma realização correta, seguin-do-se execução do teste durante 30 segundos.

Pontuação: A pontuação é obtida pelo número total de flexões corretas realizadas num intervalo de 30 segundos.

Se no final dos 30 segundos o antebraço estiver em meia flexão, deve-se contabilizar como flexão total.

Tabela 15 - Classificação por percentis do teste de flexão de antebraço para homens

TESTE

FAIXA ETÁRIA

CLAS

SIFI

CAÇÃ

O PO

R QU

ARTI

L

60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94

FLAX

ÃO D

E AN

TEBR

A-ÇO

(rep

etiç

ões)

< 16 < 15 < 14 < 13 < 13 < 11 < 10 FRACO

17 a 19 16 a 18 15 a 17 14 a 16 14 a 16 12 a 14 11 a 12 REGU-LAR

17 a 22 16 a 21 16 a 21 15 a 19 14 a 19 13 a 17 12 a 14 BOM

> 22 > 21 > 21 > 19 > 19 > 17 > 14 EXCE-LENTE

manual Academia das Cidades TESTE.indb 128 14/12/2010 16:29:53

Page 129: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 129

Tabela 16 - Classificação por percentis do teste de flexão de antebraço para mulheres

TESTEFAIXA ETÁRIA C L A S S I F I -

CAÇÃO POR QUARTIL60-64

6 5 -69

7 0 -74

75-798 0 -84

8 5 -89

9 0 -94

FLAX

ÃO D

E AN

TEBR

AÇO

(rep

e-ti

ções

)

< 13 < 12 < 12 < 11 < 10 < 10 < 8 FRACO

14 a 16 13 a 15

13 a 15

12 a 14

11 a 13 11 a 12 9 a 11REGULAR

17 a 19 16 a 18

16 a 17

15 a 17

14 a 16

13 a 15

12 a 13BOM

> 19 > 18 > 17 > 17 > 16 > 15 > 13EXCELENTE

Teste levantar e sentarInstrumento de medida: cadeira com encosto (sem

braços), com altura de assento de aproximadamente 43cm. Por medida de segurança, a cadeira deve se encontrar estabi-lizada, evitando que se mova durante o teste.

Público alvo: pessoas acima de 60 anos

Protocolo: o teste inicia-se com o participante sentado no meio da cadeira, com as costas direitas e os pés afastados à largura dos ombros e totalmente apoiados no solo. Um dos pés deve estar ligeiramente avançado em relação ao outro para ajudar a manter o equilíbrio. Os braços estão cruzados ao nível dos pulsos e contra o peito.

Ao sinal de “iniciar”, o participante eleva-se até a exten-são máxima (posição vertical) e regressa à posição inicial sen-tado. O participante é encorajado a completar o máximo de repetições num intervalo de tempo de 30 segundos.

O participante deve sentar-se completamente entre cada elevação. Enquanto controla o desempenho do participante para assegurar o maior rigor, o avaliador conta as elevações corretas. Chamadas de atenção verbais ou gestuais podem ser realizadas para corrigir um desempenho deficiente.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 129 14/12/2010 16:29:53

Page 130: Manual Academia das Cidades

130 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

Prática/Ensaio: após uma demonstração realizada pelo avaliador, um ou dois ensaios podem ser efetuados pelo parti-cipante visando uma execução correta. De imediato segue-se a aplicação do teste.

Pontuação: A pontuação é obtida pelo número total de execuções corretas num intervalo de 30 segundos. Se o parti-cipante estiver no meio da elevação no final dos 30 segundos, esta deve ser contada como uma elevação.

Tabela 17 - Classificação por percentis do teste de levantar e sentar para mulheres

TESTEFAIXA ETÁRIA

CLASSIFICAÇÃO POR QUARTIL60-64 65-69 7 0 -

747 5 -79

8 0 -84

8 5 -89

9 0 -94

LEVE

NTAR

E S

ENTA

R (r

epet

içõe

s)

< 12 < 11 < 10 < 10 < 9 < 8 < 4 FRACO

13 a 15 12 a 14 11 a 13

11 a 12

10 a 11

9 a 10

5 a 8REGULAR

16 a 17 15 a 16 14 a 15

13 a 15

12 a 14

11 a 13

9 a 11BOM

> 17 > 16 > 15 > 15 > 14 > 13 > 11 EXCELENTE

Tabela 18 - Classificação por percentis do teste de levantar e sentar para homens

TESTEFAIXA ETÁRIA

CLASSIFICAÇÃO POR QUARTIL60-64 65-69 7 0 -

747 5 -79

8 0 -84

8 5 -89

9 0 -94

LEVE

NTAR

E S

ENTA

R (r

epet

içõe

s)

< 14 < 12 < 12 < 11 < 10 < 8 < 7 FRACO

15 a 16 13 a 15 13 a 15

12 a 14

11 a 12

9 a 11 8 a 10

REGULAR

17 a 19 16 a 18 16 a 17

15 a 17

13 a 15

12 a 14

11 a 12

BOM

> 19 > 18 > 17 > 17 > 15 > 14 > 12 EXCELENTE

manual Academia das Cidades TESTE.indb 130 14/12/2010 16:29:54

Page 131: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 131

AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA:

Permitirá conhecer o nível de condicionamento cardior-respiratório dos usuários (VO2 máx), através de testes sub-máximos.

O resultado do teste será utilizado para a obtenção de um programa de treinamento em atividade aeróbia com fina-lidades de perda de gordura corporal, melhorar o condiciona-mento cardiorrespiratório e a saúde em geral dos usuários.

Para avaliar o condicionamento cardiorrespiratório se-rão utilizados os seguintes testes e classificações:

Teste de Caminhada de Rockport:manual de teste de esforço e prescrição de exercício, 1996 e Pollock & Wilmore, 1993.

Público Alvo: Pessoas acima de 35 anos, obesas, indiví-duos pós-cirurgia, pacientes cardíacos e indivíduos de baixa aptidão física, HAS severa e considerações do seu par-q.

Instruções para fazer o teste em pista:• Antes de iniciar o teste tenha certeza de que pode praticar atividades físicas;• Anotar a freqüência cardíaca no início e na chegada do teste;• Incentive o avaliado durante o teste para caminhar da forma mais rápida que pode e, se possível, mantendo sempre a mesma intensidade.

Protocolo:• Caminhar 1600 metros o mais rápido que puder, e se possível manter a mesma intensidade;• Marque o tempo gasto desde a primeira passada até o final em minutos e segundos;• Meça o número de batimentos cardíacos (FC) imedia-tamente após o final da caminhada;• Conte o seu pulso por 10 segundos e multiplique por

manual Academia das Cidades TESTE.indb 131 14/12/2010 16:29:54

Page 132: Manual Academia das Cidades

132 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

6 (total de 1 minuto), e anote;• O frequencímentro poderá ser usado.

Equação para determinação do VO2máx através do Teste de Rockport Fitness Wlaking Test

VO2máx = 132,853 – (0,0769 * Peso) – (0,3877 * idade) + (6,315 * gênero) – (3,2649 * Tempo) – (0,15665 * FC final)

Fonte: Kline,GM. Med. Sci. Sports Exerc. 19: 253-259,1987 in CDOF

Obs: colocar o valor (1) se gênero masculino ou (0) se gênero feminino.

TESTE DE 2400 METROS (COOPER)

Público alvo: pessoas de 13 a 60 anos podendo ser rea-lizado tanto para homens quanto para mulheres.

Protocolo:• Cronometrar o tempo gasto pelo avaliado para per-correr a distância de 2400 metros.

Equação para determinação do VO2máx através do Teste de 2400 metros

VO2máx = (2400 * 60 * 0,2) + 3,5 / (duração em segundos)

Fonte: American College Sport Medicine (Vivacqua & Hespanha, 1992 in Avaliação e prescrição de atividade física – guia prático).

manual Academia das Cidades TESTE.indb 132 14/12/2010 16:29:54

Page 133: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 133

Tabela 19 - Classificação para mulheres do teste cardiorrespiratório

FaixaEtária

Muito Fraca

Fraca Regular Boa Bom Excelente

13 - 19,9 < 25 25,1 - 30,9

31,0 - 34,9

35,0 - 38,9

39,0 - 41,9

> 42

20 - 29,9 < 23,6 23,7 - 28,9

29,0 - 32,9

33,0 - 36,9

37,0 - 40,9

> 41

30 - 39,9 < 22,8 22,9 - 26,9

27,0 - 31,4

31,5 - 35,6

35,7 - 40,0

> 40,1

40 - 49,9 < 21 21,1 - 24,4

24,5 - 28,9

29,0 - 32,8

32,9 - 36,9

> 37,0

50 - 59,9 < 20,2 20,3 - 22,7

22,8 - 26,9

27,0 - 31,4

31,5 - 35,7

> 35,8

> 60 < 17,5 17,6 - 20,1

20,2 - 24,4

24,5 - 30,2

30,3 - 31,4

> 31,5

Tabela 20 - Classificação para homens do teste cardiorrespiratório

FaixaEtária

Muito Fraca

Fraca Regular Boa Bom Excelente

13 - 19,9 < 35 35,1 - 38,3

38,4 - 45,1

45,2 - 50,9

51,0 - 55,9

> 56,0

20 - 29,9 < 33 33,1 - 36,4

36,5 - 42,4

42,5 - 46,4

46,5 - 52,4

> 52,5

30 - 39,9 < 31,5 31,6 - 35,4

35,5 - 40,9

41,0 - 44,9

45,0 - 49,4

> 49,5

40 - 49,9

< 30,2 30,3 - 33,5

33,6 - 38,9

39,0 - 43,7

43,8 - 48,0

> 48,1

50 - 59,9

< 26,1 26,2 - 30,9

31,0 - 35,7

35,8 - 40,9

41,0 - 45,3

> 45,4

> 60 < 20,5 20,6 - 26,0

26,1 - 32,2

32,3 - 36,4

36,5 - 44,2

> 44,3

manual Academia das Cidades TESTE.indb 133 14/12/2010 16:29:54

Page 134: Manual Academia das Cidades

134 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

Equação para a prescrição da freqüência cardíaca de treino nos exercícios aeróbios

[(220 - IDADE) - FC REPOUSO] X % FC de treino + FC REPOUSO

Para quem faz uso de β-bloqueadores, provavelmenteo protocolo a ser utilizado será o de Rockport (1600m), mas será utilizado um fator de correção para prescrição da fre-qüência cardíaca.a saber:

% FC = Y+95,58/9,74

Onde Y será a dose em mg de propanolol ou equivalente.

Quadro 1 – Alguns medicamentos β-bloqueadores

• Angipress• Angipress CD• Antitensin• Atecard• Ateneo• Atenol• Atenolol (genérico)• Atenoric• Brevibloc• Cardilol• Cloridrato de propanalol• Cloridrato de sotalol (genérico)• Coreg• Corgard• Dilatrend• Divelol• Inderal

• Lopressor• Neo propanol• Neotenol• Plenacor• Pradinolol• Propacor• Propanolol• Rebaten LA• Sanpronol• Seloken• Seloken Duriles• Selozok• Sotacor• Tartarato de metoprolol• Uni propralol• Visken

RECOMENDAÇÕES GERAIS

manual Academia das Cidades TESTE.indb 134 14/12/2010 16:29:54

Page 135: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 135

A avaliação não é pré-requisito para a prática de ativida-des no pólo, a participação dos usuários na avaliação é volun-tária, cabendo ao profissional o convencimento do usuário.

O usuário só realizar a avaliação física após a realização do PAR-Q.

O avaliado deverá ler e assinar termo de consentimento. Se for menor de idade, um responsável maior de 18 anos de-verá acompanhá-lo e assinar o termo.

Entrega do resultado (enfatizar a importância do exercí-cio aeróbico, sua intensidade, tempo de caminhada/corrida). Orientando para que, mesmo que não caminhe no horário do pólo é importante passar depois no pólo para fazer as anota-ções no crachá a fim de acompanhar sua progressão.

• Alertar para a importância da reavaliação e da cami-nhada orientada.• A entrega do resultado deverá ocorrer no máximo 1 semana após a conclusão da mesma.• Realizar palestra, conforme calendário do plano de ação.• Informar sistematicamente a equipe do pólo, sobre a quantidade de usuários atendidos com patologias que são alteradas com a prática do exercício físico.• Atualizar os dados que correspondem ao perfil do pólo: diabetes, hipertensão, tabagismo, obesidade ou sobrepeso até o quinto dia do mês subseqüente. • Os dados de perfil do pólo deverão se autorreferidos, observados e classificados se os usuários já fazem uso de medicamentos referentes às patologias identificadas com diagnóstico médico confirmada.• Preencher o formulário de controle de fluxo das ava-liações realizadas.• Reavaliar o usuário a cada 3 meses independente de qual micro ciclo ele esteja. • Uma vez o usuário inicie a sua avaliação e não conclua após 30 dias, deverá ser iniciada uma nova avaliação.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 135 14/12/2010 16:29:54

Page 136: Manual Academia das Cidades

136 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

PRESCRIÇÃO DOS EXERCÍCIOS AERÓBICOS

• Iniciar com no mínimo 20 minutos, chegando ao má-ximo de 50 minutos, abaixo de 20 minutos apenas em casos extremos.• A utilização dos percentuais da F.C. para intensidade do exercício aeróbico deverá ser entre 40% a 60% poden-do chegar a 65%.(base das informações ACSM).• Caso haja necessidade de utilizar valores maiores ou menores dos sugeridos acima, o avaliador poderá assim fazer, considerando as individualidades do usuário.• Na digitação dos dados deve-se levar em consideração a conversão do tempo realizada no teste, de segundos para decimais de um número inteiro.• Anotações no crachá de acompanhamento da cami-nhada orientada.• Anotar a maior freqüência cardíaca atingida no dia.• A mudança de micro ciclo só deverá ocorrer se o usuá-rio realizar a prescrição no mínimo 3 vezes por semana.• Preencher observações pertinentes no crachá.• Acompanhar e anotar a FC de cada usuário a cada volta.

PROCEDIMENTOS DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA (AVALIADOR FÍSICO)

• Identificar o nível de aptidão física e as limitações fisiomotoras dos usuários para a prática das atividades trabalhadas no Programa.• Prescrever e orientar a prática do exercício aeróbio (caminhada/corrida).• Referenciar e contra-referenciar para a rede, obser-vando o nível de complexidade em conjunto com a Equi-pe do Pólo.• Informar a Equipe do Pólo e a Coordenação Pedagó-gica sobre os perfis epidemiológicos e discutir as ações

manual Academia das Cidades TESTE.indb 136 14/12/2010 16:29:55

Page 137: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 137

necessárias para melhorar o quadro identificado.• Mensurar os benefícios dos exercícios físicos em rela-ção aos indicadores do SUS.

ORIENTAÇÃO

• Explanar acerca dos benefícios do exercício físico.• Discutir as alterações fisiológicas e suas especificida-des relacionadas às patologias e associadas ao esforço físico agudo e crônico.• Fundamentar os usuários e a comunidade sobre a adoção de um estilo de vida mais condizente com a pro-moção da saúde e a melhoria de qualidade de vida.• Subsidiar a equipe sobre as características individu-ais daqueles usuários que possuem patologias severas e que se alteram com a prática dos exercícios desenvolvi-dos no pólo.• Sistematizar ações educativas relacionadas a temas sugeridos pela equipe, pelos usuários e pela comunidade.

ACOLHIMENTO

• Humanização dos serviços.

ARTICULAÇÃO COM A COMUNIDADE

• Desenvolver espaço de inclusão social com as ações que ampliem o sentimento de pertinência e co-responsa-bilidade sociais.• Incentivar os usuários na co-responsabilidade na mu-dança de estilo de vida, a partir da instrumentalização dos usuários através de intervenções pedagógicas dos profissionais e estagiários.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 137 14/12/2010 16:29:55

Page 138: Manual Academia das Cidades

138 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

PESQUISAS

O quê?Estimular e realizar estudos científicos envolvendo prin-

cípios relativos a exercício físico, promoção da saúde e sua materialização à luz do SUS e do contexto social. Os horários destinados à pesquisa não serão computados como carga ho-rária.

Para que se faz?• Garantir uma ótima relação benefício-para-risco.• Fornecer informações acerca do estado de saúde e condições físicas.• Para diminuir os riscos à saúde decorrente da prática de exercícios inadequados.• Favorecer o processo de autonomia dos usuários quanto à prática do exercício físico.• Para qualificação e comprometimento profissional e social da equipe.

Como se faz?O processo de avaliação física parte inicialmente de uma

intervenção individualizada, que garante a privacidade e a ética na obtenção e manipulação das informações. Onde se-rão investigadas e coletadas informações através da anamne-se, dados antropométricos, hemodinâmicos, cardiorrespirató-rios e neuromotores (este último não está sendo realizado por ausência de recursos materiais).

O segundo momento caracteriza-se pela reavaliação, permitindo uma comparação dos resultados servindo como suporte para o acompanhamento da melhoria da condição fí-sica dos usuários.

Paralelas a estas ações são realizadas intervenções sis-tematizadas, como palestras, dinâmicas de grupo, seminários e conversas informais com os (as) usuários (as) e equipe de trabalho, objetivando a socialização de conhecimentos perti-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 138 14/12/2010 16:29:55

Page 139: Manual Academia das Cidades

Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA 139

nentes a promoção da saúde como aporte dos indicadores da saúde do município.

Serão realizadas também ações no âmbito do lazer, como: caminhadas, passeios ciclísticos, dentre outros, propiciando uma maior interação entre os usuários da sua comunidade e comunidades vizinhas.

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO

Composição Corporal• Balança antropométrica• Estadiômetro portátil• Fita antropométrica• Adipômetro CESCORF científico

Neuromotores• Banco de flexibilidade (wells)• Halteres de mão (2,27kg para mulheres e 3,63kg para homens)• Colchonete• Cadeira com encosto (aproximadamente 43cm)• Régua de madeira 45cm• Cronômetro

Cardiorrespiratório• Frequencímetro; cronômetro; cones; tensiometro; es-tetoscópio• Ao final da análise da avaliação, os resultados deve-rão ser entregues em ficha própria

manual Academia das Cidades TESTE.indb 139 14/12/2010 16:29:55

Page 140: Manual Academia das Cidades

140 Capítulo 5 | EDUCAÇÃO FÍSICA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Antropometria, técnicas e padronizações PETROSKI, E.L., 1999.

Avaliação e Prescrição de Atividade Física (Guia Prático) 2a Edição – Marins, J.C. S.; Giannichi, R.S. – 1998

Avaliação da Composição Corporal Aplicada, Heyward,V.H.;Stolarczyk, L.,M.; Editora – Manole – São Paulo – 2000.

Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida, Nahas M.V, 2003

I Congresso acional de Reabilitação Cardiovascular (Fase Crônica) – Godoy M, Arquivos Brasileiros de Cardiolo-gia – Outubro 1997, volume 69 – número 4.

Manual do ACMS para teste de Esforço e Prescrição de Exercício 5ª Edição

Manual de teste de esforço e prescrição de exercício, Pollock & Wilmore, 1993

WESTPHAL, Márcia Maria; MENDES, Rosilda. Cidade Saudável: uma experiência de interdisciplinaridade e inter-setorialidade. Revista de Administração Pública, 34(6): 47-61, 2000

manual Academia das Cidades TESTE.indb 140 14/12/2010 16:29:55

Page 141: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 141

Capítulo 6SERVIÇO SOCIAL

Este documento aborda os principais parâmetros para a atuação dos assistentes sociais no âmbito do Programa Academia das Cidades (PACID) vinculado à Secretaria

das Cidades de Pernambuco. Espera-se, com esse documento, subsidiar o trabalho do Assistente Social no Programa Aca-demia das Cidades, na direção da construção de Municípios Saudáveis, no Estado de Pernambuco.

MUNICÍPIOS E CIDADES SAUDÁVEIS

A concepção de cidades saudáveis surgiu como uma evo-lução do movimento de Promoção da Saúde. Neste sentido, os postulados na Carta de Ottawa forneceram um grande im-pulso, com a aplicação dos conceitos de promoção da saúde nos cenários urbanos e as cartas das conferências de Promo-ção da Saúde que se seguiram fortaleceram este movimento (RESTREPO, 2001).

O movimento de Municípios e Cidades Saudáveis propor-ciona uma base importante para o equacionamento da gestão de difíceis problemas sociais e de saúde (OPAS, 1998). A ado-ção deste tipo de ação permite, conforme Brandão (2004, p. 27):

Contribuir para o processo de descentra-lização; fortalecer a participação comunitária nas tomadas de decisões políticas; compreen-der a importância da Promoção da Saúde por parte da população; e, por último, ajudar na otimização dos recursos públicos, bem como eliminar a duplicação dos esforços.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 141 14/12/2010 16:29:56

Page 142: Manual Academia das Cidades

142 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

Mendes (1996), um dos primeiros autores brasileiros a abordar o tema, considera o projeto Municípios e Cidades Saudáveis como estruturante no campo da saúde, em que os atores sociais (governo, organizações da sociedade civil, orga-nizações não governamentais) procuram, por meio da gestão social, transformar a cidade em um espaço de produção social da saúde. Desta forma, a saúde é entendida como qualidade de vida e considerada objeto de todas as políticas públicas, dentre estas, as políticas de saúde (BUSS, 2000).

Para Mendes, uma cidade saudável deve apresentar algumas características que, na verdade, constituem proces-sos de permanente construção, não acabados e passíveis de transformação, ou seja:

A busca da melhoria da qualidade da vida da população; o desenvolvimento de políticas públicas saudáveis; o trabalho in-tersetorial, o compromisso com a equidade; a construção cotidiana com a cidadania; a criatividade e o espírito inovador (MEN-DES,1996, p. 262).

O que converte uma cidade em saudável, para Mendes (2000), é a decisão e a vontade política de direcionar todas as políticas sociais para uma meta: saúde e qualidade de vida. É a decisão de combinar recursos e compromissos para al-cançá-las. No entanto, somente a decisão política não basta. É necessário definir as atividades que serão desenvolvidas, os aportes e compromissos dos responsáveis por executá-las.

Estas concepções apresentadas convergem com as pro-postas políticas da Secretaria das Cidades do Estado de Per-nambuco, mas especificamente com o Programa Academia das Cidades, que tem como objetivo requalificar e animar os espaços públicos com capacidade para o desenvolvimento de lazer, através da promoção de atividades socioculturais de caráter interdisciplinar e intersetorial, visando levar saúde,

manual Academia das Cidades TESTE.indb 142 14/12/2010 16:29:56

Page 143: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 143

desenvolvimento cultural e melhorias para na qualidade de vida da população pernambucana.

ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL

O Serviço Social tem na Questão Social a base de sua fundamentação enquanto objeto de intervenção. Ao discutir as atribuições e competências dos profissionais de Serviço Social nos espaços sócio-ocupacional do PACID, leva-se em consideração as orientações que constam no Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser observadas e respeitadas tantos pelos profissio-nais, quanto pelas instituições empregadoras.

Para refletir sobre o processo de inserção no “novo” cam-po de trabalho, é preciso levar em consideração que o exer-cício profissional do assistente social não pode ser analisado isoladamente. É necessário atentar para o contexto socioe-conômico e político, o processo de efetivação da proposta do PACID, a dinâmica das diferentes equipes, bem como para as peculiaridades das comunidades atendidas que possuem especificidades locais. Sob esta perspectiva o trabalho do As-sistente Social no PACID, objetiva:

• Fortalecer junto com os outros profissionais que com-põem a equipe do PACID a participação comunitária nas tomadas de decisões políticas no município;• Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, através da articulação e mobilização da rede de suporte socioassistenciais do município; • Fornecer informações sobre serviços, programas e be-nefícios assistenciais e os critérios para sua concessão, bem como encaminhar os indivíduos, famílias e grupos que delas necessitarem.

Como qualquer profissional do PACID, a primeira tarefa dos assistentes sociais será conhecer a realidade vivenciada pelos usuários nos bairros atendidos. Posteriormente, em

manual Academia das Cidades TESTE.indb 143 14/12/2010 16:29:56

Page 144: Manual Academia das Cidades

144 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

equipe, planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para o desenvolvimento de diagnóstico social e que venham subsidiar as ações do PACID.

As atribuições dos profissionais são:

• Prestar orientações, informações a indivíduos, grupos e à população na defesa, ampliação e acesso aos direitos sociais;• Fomentar/desenvolver ações socioeducativas e cultu-rais junto com a comunidade;• Identificar as potencialidades dos sujeitos na comuni-dade, bem como os equipamentos sociais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população;• Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade;• Sistematizar e divulgar as experiências do profissio-nal de serviço social no PACID;• Realizar atendimentos individuais de demandas es-pontâneas e/ou referenciadas ao PACID;• Emitir laudos, pareceres sociais e prestar informa-ções técnicas sobre assunto de competência do Assisten-te Social;• Acompanhar, na qualidade de supervisor de campo, estagiários de Serviço Social.

A equipe também é responsável pelo trabalho educati-vo, geralmente junto a grupos formados, pelas características epidemiológicas e demográficas da população. Desta forma, no interior de tais equipes e baseadas nos objetivos do PA-CID que mencionamos anteriormente, são diversas as ações realizadas pelos assistentes sociais, tendo sempre como eixo a defesa, ampliação e consolidação de direitos sociais.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 144 14/12/2010 16:29:56

Page 145: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 145

PERFIL PROFISSIONAL

• Graduação em Serviço Social em curso reconhecido pelo MEC• Experiência com o trabalho em comunidade• Identificação com a proposta do Programa Academia das Cidades.• Iniciativa• Responsabilidade: capacidade de responder pelas ações sob sua própria iniciativa e sob iniciativa de pes-soas envolvidas nestas ações• Autonomia: capacidade de aprender, formular, argu-mentar, defender, criticar, concluir e antecipar, mesmo quando não se tem poder para, sozinho, mudar uma realidade ou normas já estabelecidas• Capacidade de articular e mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, colocando-os em ação para enfrentar situações do processo de trabalho• Coordenação com outros sujeitos: capacidade e dis-ponibilidade de estabelecer movimentos de comparti-lhamento de situações e acontecimentos do trabalho, assumindo co–responsabilidades

ATIVIDADES SUGERIDAS

O Assistente Social, ao participar do trabalho em equipe no PACID, em decorrência de sua formação, tem distintas competências e habilidades para desempenhar suas ações sejam de competência privativa do profissional de Serviço Social sejam comuns a todos os outros profissionais que tra-balham no Programa.

Tendo como horizonte as diretrizes da Secretaria das Ci-dades, no Programa Academia das Cidades, o Código de Ética do Serviço Social (1993) e a Lei de Regulamentação da Pro-fissão (1993), em discussão com equipe de gestores do Pro-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 145 14/12/2010 16:29:56

Page 146: Manual Academia das Cidades

146 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

grama foram construídas as algumas atividades para cada atribuição:

1 - Prestar orientações, informações a indivíduos, grupos e à população na defesa, ampliação e acesso aos direitos sociais

O Assistente Social vinculado ao PACID deverá, sem-pre que necessário, prestar orientações de como acessar os programas e benefícios das políticas públicas existentes no município, especialmente, vinculadas às áreas de Seguridade Social, ou seja, Assistência Social, Previdência Social e Saú-de. Além das políticas de educação, cidades, habitação, agrá-ria dentre outras.

É importante destacar que esta atribuição acerca dos direitos sociais vai perpassar todas as atividades, seja nos atendimentos individuais de usuários, com encaminhamen-tos para as diversas instituições de viabilização de diretos existentes nos municípios, seja nas visitas institucionais, nas atividades educativas em grupos.

2 - Fomentar/desenvolver ações socioeducativas e culturais junto com a comunidade

O campo socioeducativo tem como especificidade a pro-moção de aprendizagens de convívio social e participação na vida pública e política da cidade. Este é um campo comple-xo porque tem o desafio de conjugar a intencionalidade do campo educacional e a valorização - campo da cultura – dos saberes populares empíricos e da ética do direito que define o usufruto dos serviços, não como privilégio, mas como direito.

Envolve várias dimensões: desenvolvimento do sentido coletivo, da autonomia na vida, do acesso e o usufruto de ser-viços básicos, do reconhecimento e compromisso com questões que afetam o bem comum (CENPEC, 2007). Essas dimensões são necessárias para que as crianças, adolescentes, jovens

manual Academia das Cidades TESTE.indb 146 14/12/2010 16:29:56

Page 147: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 147

e adultos alcancem, sobretudo, sentido de pertencimento e inclusão social, favorecendo a integração a redes que fluem pela via do Estado, das famílias e das comunidades.

As ações socioeducativas consistem em orientações re-flexivas e socialização de informações realizadas através de abordagens individuais, grupais ou coletivas ao usuário, familiares e população de determinada área programática. Tem como característica o exercício da convivência social. Atentas a formação integral do cidadão de qualquer idade, associam conhecimento acadêmico, reconhecimento das tra-dições e inclusão social, com ênfase indiscutível na convivên-cia (CENPEC, 2007).

Nesta perspectiva, o profissional deve utilizar, segun-do Vasconcelos (1993), a prática reflexiva possibilitando ao usuário a análise e desvendamento da situação vivenciada pelo mesmo por meio de reflexões, de forma que consiga cap-tar, na medida do possível, o movimento da realidade social e, consequentemente, participar do processo de transformação dessa realidade enquanto ser histórico.

Para efetividade das ações socioeducativas, é necessário estabelecer parcerias com a escola, família, com a comunida-de, unidades de saúde, centros de lazer, bibliotecas e diferen-tes equipamentos sociais públicos e privados.

Dentre as principais atividades a serem realizadas, des-tacam-se:

• Realizar debates e oficinas na área geográfica de abrangência do PACID; • Realizar atividades de grupos com usuários e seus familiares, abordando temas de interesses do mesmo;• Elaborar e/ou divulgar materiais socioeducativos como folhetos, cartilhas, vídeos, cartazes e outros que facilitem o conhecimento e o acesso dos usuários aos serviços oferecidos pelo PACID e aos direitos sociais em geral; • Mobilizar e incentivar os usuários e suas famílias para participarem no controle social dos serviços pres-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 147 14/12/2010 16:29:57

Page 148: Manual Academia das Cidades

148 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

tados, nos espaços legitimados como conferências muni-cipais, conselhos de direito, fóruns dentre outros.

3 - Identificar as potencialidades dos sujeitos na comunidade, bem como os equipamentos sociais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população.

Muitos Assistentes Sociais desenvolvem trabalhos em comunidades de um modo geral. Pode-se entender comuni-dade dentro de um território geograficamente definido, mas ao mesmo tempo, entendendo que a divisão geográfica terri-torial reflete as desigualdades sociais. Assim, trabalhar em comunidade significa compreendê-la dentro de um contexto econômico, social, político e cultural.

Trabalhar em projetos comunitários significa criar es-tratégias para mobilizar e envolver os membros da popula-ção, situada historicamente no tempo e no espaço nas deci-sões e ações que serão desenvolvidas, uma vez que são eles o público-alvo do trabalho do Assistente Social. Assim, trata-se de um processo de mobilização comunitária.

Para tal, é necessário que o Assistente Social, conheça a comunidade, os sujeitos sociais que lá atuam: os agentes po-líticos, as instituições existentes, as organizações (religiosas, comerciais, políticas) e como constroem as relações de poder dentro da comunidade. Mas também, é necessário conhecer quais são as principais demandas e necessidades da comuni-dade, de modo a propor ações que visem ao atendimento das mesmas.

Para isso são realizadas atividades em grupo, cuja matéria-prima são os patrimônios que todos possuem: expe-riências, memórias, conhecimentos, imaginação, narrativas, aprendizagens, valores, sentimentos, emoções, expectativas, motivações, desejos, visões, ações, decisões, escolhas e percur-sos das pessoas que convivem na comunidade. As atividades podem ser a partir de: diagramas, palavras, sinais, mapas,

manual Academia das Cidades TESTE.indb 148 14/12/2010 16:29:57

Page 149: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 149

esquemas, desenhos, colagens, encenações, dentre outros re-cursos.

A identificação de elementos ao longo da vida da comu-nidade pode potencializar o desenvolvimento das crianças, jovens, adultos e idosos e permitir a realização de suas capa-cidades por meio de projetos individuais e coletivos.

4- Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade

O controle social descrito na Constituição Federal prevê a participação da população na elaboração, implementação e fiscalização de políticas sociais. Essa participação se dá atra-vés de conselhos, que representados pela união da sociedade civil com o Estado – possuem um olhar multifacetado da re-alidade e dos problemas relacionados ao tema abordado pela política social, seja ela da cidade, da saúde, da educação, da habitação, da assistência social, entre outros.

Os conselhos são espaços públicos porque formam um campo de debate e discussões na construção conjunta de acor-dos e na elaboração de políticas públicas que atendam aos interesses da sociedade civil e do Estado. Por proporcionar esses debates e por apresentar sugestões para as questões levantadas, os conselhos são reconhecidamente instâncias de natureza deliberativa e consultiva (NEIVA et al, 2008):

Natureza deliberativa – capacidade própria de decidir sobre a formulação, controle, fiscalização, supervisão e ava-liação das políticas públicas, inclusive nos assuntos referen-tes à definição e destinação do orçamento;

Natureza consultiva – significa que o Estado, para deci-dir sobre o direcionamento das políticas públicas, deve con-sultar o respectivo conselho gestor.

Para que haja uma efetiva participação dos usuários, dos trabalhadores do PACID e da comunidade, é preciso identifi-car no município quais são os conselhos de direto existentes,

manual Academia das Cidades TESTE.indb 149 14/12/2010 16:29:57

Page 150: Manual Academia das Cidades

150 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

como funcionam, quando ocorrerão as conferências e os fó-runs relacionados às políticas públicas.

Algumas das principais ações desenvolvidas nesse âm-bito são:

• Articular os conselheiros para promover atividades com os usuários e profissionais do PACID, com o intuito de demonstrar e estimular a participação nos espaços de exercício da cidadania;• Socializar as informações e mobilizar os usuários por melhores condições de vida, de trabalho e de acesso aos serviços no município;• Democratizar juntos aos usuários e demais trabalha-dores do PACID os locais, datas e horários das reuniões dos conselhos de políticas e direitos, por local de mora-dia dos usuários, bem como das conferências de saúde, das demais áreas de políticas sociais e conferências de direitos;• Contribuir para viabilizar a participação de usuários no processo de elaboração, planejamento e avaliação nos pólos do PACID e na política local, regional, munici-pal e estadual;• Contribuir para a discussão democrática e a viabili-zação das decisões aprovadas nos espaços de controle social;

5- Sistematizar e divulgar as experiências do profissional de serviço social no Programa Academia das Cidades

A utilização do instrumento de trabalho por escrito pos-sui uma fundamental importância, isto significa construir a memória de uma experiência de desenvolvimento local, di-vulgar saberes relacionados à prática (lições e ensinamen-tos), estimular o intercâmbio e a confrontação de ideias, bem como contribuir para reconstituir visões integradas dos pro-cessos de intervenção social (MILANI, 2005).

manual Academia das Cidades TESTE.indb 150 14/12/2010 16:29:57

Page 151: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 151

Sistematizar a prática do Assistente Social na equipe do PACID é dar uma história ao Serviço Social, uma histó-ria ao(s) usuário(s) atendido(s), uma história de inserção do profissional dentro da instituição – é essencial para qualquer proposta de construção de um conhecimento sobre a realida-de social, na medida em que vai refletindo sobre o processo, podem-se perceber os avanços, recuos, melhorias na qualida-de dos serviços, aperfeiçoamento as intervenções realizadas (CHARLES, 2008).

O Assistente Social deverá sistematizar a experiência e/ou prática junto com a equipe que compõe o PACID, pois aju-dará a aprender com seus próprios processos. Segue, abaixo, uma sugestão de roteiro ampliado para relatar as experiên-cias desenvolvidas pela Equipe do PACID:

Intervenção geográfica: localidades ou regiões em que se dá a experiência

Surgimento: necessidades que estimularam a criação do programa ou projeto. Data do início da atividade.

Mecanismos de gestão: Organograma e fluxograma de funcionamento da experiência.

Fases de implementação e desenvolvimento: Pro-cesso de desenvolvimento da experiência; suas atividades; suas etapas.

Procedimentos metodológicos adotados para o desenvolvimento da experiência: Instrumentos técnicos utilizados (diagnóstico, indicadores, etc.); sistemática de defi-nição de prioridades; formas de participação popular; articu-lação entre os atores; tipos e instrumentos de avaliação pre-vistos; aspectos pedagógicos utilizados, meios de divulgação da experiência (televisão, rádio, cartilhas, jornais, murais).

manual Academia das Cidades TESTE.indb 151 14/12/2010 16:29:57

Page 152: Manual Academia das Cidades

152 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

Recursos financeiros: critérios de captação e alocação de recursos (estratégia e atividades geradoras de recursos).

Recursos administrativos: Pessoal técnico envolvido: n° de equipes, n° de pessoas por equipe em relação às atribui-ções previstas; base material disponível (espaço que ocupa, equipamentos que são utilizados).

Estratégia: Qual estratégia é usada na concepção do projeto? Quais são as principais dificuldades encontradas du-rante a implementação do projeto? Concebe-se a experiência estrategicamente? Como? Por exemplo, faz-se um planeja-mento estratégico?

Monitoramento: Verificar o monitoramento oferecido ao programa/projeto da experiência: quais os mecanismos? O monitoramento atende às necessidades do programa/projeto e da função? A equipe de funcionários segue um monitora-mento regular?

6- Realizar atendimentos individuais de demandas espontâneas e/ou referenciadas ao Programa Academia das Cidades

No atendimento individual, o objetivo do Assistente So-cial é estabelecer um contato mais direto e aprofundado com o usuário procurando entender sua demanda e/ou fornecer informações. Para isso, é importante estabelecer uma relação acolhedora para que o usuário possa exprimir suas ideias, vontades, necessidades, ou seja, que ele possa ser ouvido (ser ouvido não é concordar com tudo com o que usuário diz). De-ve-se respeitar o próprio processo de construção de um conhe-cimento sólido sobre a realidade social que ele está trazendo. É um momento de reflexão sobre a realidade apresentada pelo mesmo, avaliando-se conjuntamente as possíveis causas e soluções da situação apresentada.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 152 14/12/2010 16:29:57

Page 153: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 153

A partir disso, o Assistente Social passa a acompanhar, dentro das possibilidades, o usuário na viabilização das al-ternativas/encaminhamentos para a superação da realidade vivenciada. Algumas possíveis ações desdobradas no decor-rer do acompanhamento como: visitas domiciliares; atendi-mentos à família; visitas institucionais; contatos com profis-sionais em geral; coordenação de trabalhos de grupo com os usuários; reuniões com os coordenadores do PACID; acompa-nhamento do retorno do usuário ao PACID; articulação de re-cursos que atendam às demandas dos usuários; entre outras que se fizerem necessárias.

Para a realização do atendimento individual dos usu-ários é importante observar as seguintes características (CFESS, 2006):

• O local de atendimento destinado ao assistente social deve possuir e garantir as seguintes características físicas:

a) iluminação adequada ao trabalho diurno e noturno, conforme organização institucional;b) recursos que garantam a privacidade do usu-ário naquilo que for revelado durante o processo de intervenção profissional; c) ventilação adequada a atendimentos breves ou demorados e com portas fechadas;d) espaço adequado para colocação de arquivos para a adequada guarda do material técnico de caráter reservado.

• O atendimento efetuado pelo assistente social deve ser feito com portas fechadas, de forma a garantir o sigilo.• O material técnico utilizado e produzido no atendi-mento é de caráter reservado, sendo seu uso e acesso restrito aos assistentes sociais.• O arquivo do material técnico, utilizado pelo assisten-te social, poderá estar em outro espaço físico, desde que respeitadas as condições estabelecidas pelo artigo 4º da presente Resolução.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 153 14/12/2010 16:29:57

Page 154: Manual Academia das Cidades

154 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

7 - Emitir laudos, pareceres sociais e prestar informações técnicas sobre assunto de competência do Assistente Social

Dentre as competências do Assistente Social em confor-midade com a Lei n° 8.662/93, que dispõe sobre a profissão está a de “realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefício e serviços sociais junto a órgãos da ad-ministração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades” e dentre as atribuições privativas “realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria do Serviço Social”.

O laudo social é um documento fundamentado na área de conhecimento do serviço social, utilizado no meio judi-ciário como um dos elementos de “prova”, com a finalidade de dar suporte a uma decisão judicial. Oferece elementos de base social para a formação de um juízo e tomada de decisão que envolve direitos sociais (CFESS, 2005).

Sua estrutura geralmente é composta por uma introdução que indica a demanda judicial e os objetivos, uma identificação dos cidadãos envolvidos, a metodologia para construí-lo deixando cla-ro, um relato analítico da construção histórica da questão estuda-da e do estado social atual da mesma, e uma conclusão, que deve sintetizar a situação, conter uma breve análise crítica e apontar conclusões ou indicativos de alternativa (CFESS, 2005:46) .

O Parecer Social diz respeito à exposição e manifestação sucinta, enfocando-se objetivamente a questão ou situação social analisada através do estudo social, referenciada em fundamentos teóricos, éticos e técnicos, inerentes ao Serviço Social, com uma finalização de caráter conclusivo ou indica-tivo (CFESS, 2005). Este documento deve enunciar a opinião do Assistente Social sobre a referida situação em conformida-de com o objetivo que gerou a solicitação do parecer.

É necessário atentar para as seguintes questões quando for elaborar um laudo ou um parecer social (CFESS, 2005):

• O usuário deve ser situado quanto ao processo reali-

manual Academia das Cidades TESTE.indb 154 14/12/2010 16:29:58

Page 155: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 155

zado e as exigências institucionais e legais, como tam-bém, ser informado dos objetivos, do desenvolvimento e da conclusão do procedimento; • Garantia do sigilo;• Levar em consideração as representações, os valores e os significados presentes no contexto sociocultural do usuário, seu núcleo familiar, a satisfação de necessida-des básicas, a inserção do mercado de trabalho etc. • Não devem ser elaborados em conjunto com outros profissionais;• A coleta de dados não visa a comprovação das informa-ções, mas sim a complementação e enriquecimento destas.

Como qualquer outra documentação da profissão, os prin-cípios éticos devem guiar a escolha do que é pertinente ou não registrar em documentos que permanecem em prontuários e/ou fichas próprias do Serviço Social e naqueles que serão expostos à análise de outro agente, ou poderão vir a público.

8- Acompanhar, na qualidade de supervisor de campo, estagiários de Serviço Social

O estágio é uma dimensão do trabalho do Assistente So-cial, que expressa as condições do exercício profissional, tra-duzidas nas relações entre as condições de trabalho do Assis-tente Social e a sua visão do projeto profissional.

Numa atribuição educacional, o assistente social, super-visor no campo de estágio, efetiva o seu papel fundamental de apresentar ao aluno as possibilidades e limites de ação profissional no âmbito das relações organizacionais e, das po-líticas socais. A relação supervisor de campo – estagiário é a base de motivação, interesse e envolvimento, na busca de conhecimento, no momento dos primeiros passos que o aluno empreende no campo profissional.

De acordo com a Resolução do CFESS n° 533/2008 que regulamenta a supervisão direta de estágio do Serviço social,

manual Academia das Cidades TESTE.indb 155 14/12/2010 16:29:58

Page 156: Manual Academia das Cidades

156 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

descrevemos abaixo os papéis do supervisor de campo e do supervisor acadêmico e o que cabe a ambos.

Quadro 1 – Papéis do Supervisor de Campo e do Supervisor Acadêmico

Supervisor de Campo

•Cabe a inserção, acompanhamento, orienta-ção e avaliação do estudante no campo de es-tágio em conformidade com o plano de estágio (Art. 6°).

Supervisor Acadêmico

• Cumpre o papel de orientar o estagiário e avaliar seu aprendizado, visando a qualifica-ção do aluno durante o processo de forma-ção e aprendizagem das dimensões técnico--operativas,teórico-metodológicas e ético--política da profissão (Art. 7°).

Responsabilidade de ambos

• A responsabilidade ética e técnica da supervisão.

• Avaliar conjuntamente a pertinência de aber-tura e encerramento do campo de estágio.

• Acordar conjuntamente o início do estágio, a inserção do estudante no campo de estágio, bem como o número de estagiários por super-visor de campo.

• Planejar conjuntamente as atividades ine-rentes ao estágio, estabelecer o cronograma de supervisão sistemática e presencial, que deverá constar no plano de estágio.

• Verificar se o estudante estagiário está devi-damente matriculado no semestre correspon-dente ao estágio curricular obrigatório.

• Realizar reuniões de orientação, bem como dis-cutir e formular estratégias para resolver proble-mas e questões atinentes ao estágio.

• Atestar e/ou reconhecer as horas de estágio realizadas pelo estagiário, bem como emitir avaliação e nota (Art. 8°).

manual Academia das Cidades TESTE.indb 156 14/12/2010 16:29:58

Page 157: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 157

A Resolução do CFESS n° 533/2008, define que o número de estagiários a serem supervisionados deve levar em conta a carga horária do supervisor de campo, as peculiaridades do campo de estágio e a complexidade das atividades profissio-nais, sendo que o limite máximo não deverá exceder 1 (um) estagiário para cada 10 (dez) horas semanais de trabalho.

A supervisão de campo atribui-se a reflexão, acompa-nhamento, estudos e sistematização das atividades desenvol-vidas pelo aluno, com base em Plano de Estágio, o qual terá o acompanhamento pelo Faculdade/Universidade, nas instân-cias da Supervisão Acadêmica e Coordenação de Estágio.

Quadro 2 - Tópicos orientadores para a construção de Plano de Estágio

•Inserção do estagiário no Programa Academia das Cidades:

- Apresentar o objetivo do Programa para o estagiário;- Estabelecer o contrato: inclui o período do estágio, horário e perfis;- Caracterização do programa: história, cultura, organograma e flu-xograma, política da organização;- Situar o aluno quanto às relações entre a política organizacional, as políticas sociais e a área de intervenção do serviço social.

• Inserção do aluno no Serviço Social na organização:

- Definição das atividades do estagiário;- Proporcionar conhecimento dos espaços de inserção do estagiário;- Proporcionar conhecimento do projeto profissional (planos, pro-jetos e programas) e condições do trabalho profissional em seus limites e possibilidades.

• Inserção do aluno na área abordada pelo Serviço Social:

- Análise e características das demandas;- Proporcionar conhecimento dos limites e possibilidades nas ações referidas às demandas;- Analisar o posicionamento do Serviço Social, nas relações entre a conjuntura e demandas.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 157 14/12/2010 16:29:58

Page 158: Manual Academia das Cidades

158 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

• Dinâmica do processo de aprendizagem:

- Relacionamento de busca de conhecimento comum, na troca de experiência do profissional com o material de estudo do aluno;- Participação comum em eventos da categoria, na academia e ou-tros fóruns;- Debater conjuntura e seus rebatimentos na ação profissional;- Sistematizar bibliografia específica e ampliada; - Compreender os aspectos de período de formação.

•Elementos para a avaliação do estágio:

- Realizar avaliação durante todo o processo de estágio;- Indicadores de pontualidade e responsabilidade no desempenho, criatividade, envolvimento e compromisso.

Para a elaboração do plano de estágio é importante indicar que: o plano de estágio deve ser considerado como mediador da relação supervisor-supervisado para o acompanhamento siste-mático e avaliação do estágio; apropria-se de conhecimentos te-órico-metodológicos da profissão, sobre as políticas sociais e ex-pressões da questão social, e especialização da área de atuação.

AVALIAÇÃO

Avaliar significa expor um valor assumido a partir do julga-mento realizado com base em critérios previamente definidos. Ao avaliar, identificamos uma situação específica reconhecida como problema e utilizamos instrumentos e referências para emitir um juízo de valor, inerente a este processo. Desse modo, a avaliação deverá ser também compreendida como uma estratégia para de-cidir como enfrentar e resolver problemas (TANAKA, 2001).

Em relação à avaliação da inserção do assistente social será algo construído e aperfeiçoado durante o processo de in-tervenção em conjunto com os outros profissionais vinculados ao PACID. Lembrando que na ação cotidiana do assistente so-cial, os sistemas de avaliação e controle devem estar coerentes com os objetivos e resultados esperados que se quer atingir.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 158 14/12/2010 16:29:58

Page 159: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 159

QUADRO 3 – OBJETIVOS, RESULTADOS ESPERADOS E IMPACTO DO PACID, 2010.Objetivos Resultados esperados Resultado Final

(impacto)

Financiar a construção ou a requalificação de espaços e equipamentos públicos de lazer, trans-formando-os em equipa-mentos multifuncionais adequados para as práti-cas esportivas, artísticas, educativas e cidadãs.

Espaços requalifi-cados e com apro-priação adequada e democrática dos equipamentos pú-blicos de lazer pelas diversas gerações e grupos sociocultu-rais.

Requalificar e animar os espaços pú-blicos com capacidade para o desen-volvimento de lazer, através da promoção de atividades socioculturais de caráter in-terdisciplinar e intersetorial, visando levar saúde, desen-volvimento cultural e me-lhorias para qualidade de vida da popu-lação pernam-bucana.

Fomentar a atividade físi-ca, a prática esportiva e a recreação, de forma pla-nejada e sistemática.

Prevenção à violên-cia no entorno dos equipamentos.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 159 14/12/2010 16:29:58

Page 160: Manual Academia das Cidades

160 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

Oferecer serviços de ava-liação física, médica e nutricional, em articulação com a atenção básica de saúde dos municípios.

Aumento dos níveis de atividade física da população usuá-ria, controle e dimi-nuição dos fatores de risco de doenças e agravos não--transmissíveis.

Requalificar e animar os espaços pú-blicos com capacidade para o desen-volvimento de lazer, através da promoção de atividades socioculturais de caráter in-terdisciplinar e intersetorial, visando levar saúde, desen-volvimento cultural e me-lhorias para qualidade de vida da popu-lação pernam-bucana.

Promover o desenvolvi-mento das manifestações culturais locais, através da realização de atividades sistemáticas e do apoio aos eventos culturais es-pontâneos.

Formação de grupos de convivência de caráter geracional e intergeracional, possibilitando o acesso sistemáti-co ao esporte e à cultura, visando a elevação da auto--estima e o fortale-cimentos dos laços de solidariedade da população.

Desenvolver ações políti-co-educativas que possi-bilitem a mobilização co-munitária para conquista e ampliação de políticas públicas saudáveis.

Melhoria do nível de participação dos usuários nas instân-cias formais e in-formais de controle social e nos espaços de vivência política comunitária.

Neste sentido sugerimos, alguns focos podem ser identi-

ficados em um primeiro momento: a avaliação da instituição em si, abarcando aspectos para os quais se pode construir indicadores tais como coerência e pertinência social da sua missão, integração com o seu entorno, comunidade ou região, competência no desempenho de tarefas, atualidades de seus processos de trabalho, flexibilizando para incorporação de

manual Academia das Cidades TESTE.indb 160 14/12/2010 16:29:58

Page 161: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 161

novas demandas, visibilidade e reconhecimento social e sua forma de inserção na esfera pública.

O outro foco de avaliação incide sobre os serviços pres-tados aos seus usuários, a partir da implementação de um sistema de planejamento. E um último foco é a avaliação do próprio desempenho profissional, ajuizando, a partir dos re-sultados obtidos, as necessidades de aprimoramento, atuali-zação e reciclagem. Pensar sobre o trabalho desenvolvido a partir de seus resultados.

Nesta mesma linha, manter um sistema mínimo de con-trole e avaliação é fundamental, sendo que tal pode ser rea-lizado a partir da construção de indicadores de processo, de eficácia e de efetividade (impacto). Na avaliação o indicador é a unidade que permite medir o alcance de um objetivo ou de uma meta. Ela traduz, de maneira, objetiva, os resultados da ação executada e está vinculada ao objetivo e meta.

Segue, abaixo, um quadro com sugestão de indicadores de avaliação das atividades desenvolvidas pela assistente so-cial em conjunto com a equipe do PACID. Entendemos que este é um processo dinâmico e contínuo, ou seja, é fundamen-tal que cada município sempre retorne e utilize os documen-tos cotidianamente para o implantação e/ou implementação das ações do PACID em conjunto com a equipe gestora da Secretaria das Cidades.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 161 14/12/2010 16:29:59

Page 162: Manual Academia das Cidades

162 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

QUADRO 4 - SUGESTÃO DE CRITÉRIOS, INDICADORES E FONTES DE VERIFICAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL NO PACID, 2010.

Critérios de avaliação

Indicadores Fontes de verificação

Equipe interdisci-plinar

- Número de profissionais adequados- Diversidade de categorias profissionais- Profissionais com carga horária disponível para arti-culações no território - Número de horas/turnos dedicados às articulações no território

- Lista de pro-fissionais do serviço- Quadro de atribuições/atividades da equipe

Instalações físicas adequadas

- Espaços destinados às ati-vidades necessárias

-Imóvel onde funciona o ser-viço

Recursos mate-riais diversos

- Material impresso para anotação dos procedimentos- Material de consumo para atividades diversas

- Almoxarifado

Transporte - Disponibilidade de trans-porte para as intervenções no território

- O próprio transporte

Pessoas atendidas diariamente

- % das pessoas atendidas em relação às que buscam o serviço diariamente

- Livro de re-gistro dos pri-meiros atendi-mentos

Reuniões e aten-dimentos indivi-duais

Quantitativo de:- reuniões mensais- atendimentos individuais

- Quadro de atividades- Registro dos procedimentos- ficha cadas-tral

manual Academia das Cidades TESTE.indb 162 14/12/2010 16:29:59

Page 163: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 163

Visitas institucio-nais

Quantitativo de:- visitas consideradas ne-cessárias realizadas - instituições visitadas

- Atas de reu-niões- Registro dos procedimentos

Mapeamento dos recursos comuni-tários

- Quantidade de recursos da comunidade listados

- A própria lista

Articulação com equipes do PSF/PACS

- Número de reuniões siste-máticas com equipes do PSF/PACS- Número de intervenções conjuntas no território

- Registro dos procedimentos

Articulação com outros equipa-mentos da rede social e de saúde

- Número de fóruns mensais sobre promoção da saúde e cidades saudáveis

- Registro dos fóruns

Reuniões de equipe

- Número de reuniões da equipe por mês- Número de profissionais participantes

- Ata das reu-niões

Grupo de estudos - Número de grupo de estu-dos realizados por mês- Número de profissionais participantes

- Registros dos encontros

A divulgação dos resultados obtidos é imprescindível, pois é o que garante a confiabilidade na instituição e o apoio popular ao que vem sendo desenvolvido. Diversos instrumen-tos podem ser utilizados na divulgação, desde reuniões com a participação de segmentos organizados da sociedade civil até publicações, como boletins e informativos periódicos. O debate sistemático das avaliações favorece o controle social e contribui para a reprogramação das ações e serviços.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 163 14/12/2010 16:29:59

Page 164: Manual Academia das Cidades

164 Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANDÃO, Israel Rocha. Na trilha do Município Sau-dável In: SPERANDIO, Ana Maria, et al. (Org). O processo de construção de rede de municípios potencialmente saudá-veis – repensando a mobilização e a participação. Campinas: Unicamp, 2004. v. 3.

BRASIL. Lei n° 8662. Dispõe sobre a profissão de Assis-tentes Sociais e dá outras providências. Brasília, 1993.

BUSS, Paulo Marchiori. Promoção da saúde e qualidade de vida. In: Ciência & saúde coletiva. Rio de Janeiro: Abras-co, 2000. v.5.

CBPH. Uma estrutura de Avaliação para Programas de Saúde em Comunidades, 2000.

CENPEC. Centro do Conhecimento da Assistência So-cial. Parâmetros socioeducativos: proteção social para crian-ças, adolescentes e jovens. Caderno 1: Síntese / CENPEC – São Paulo SMADS; Fundação Itaú Social, 2007.

CFESS (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SO-CIAL). Código de Ética dos Assistentes Sociais, Brasília, 1993.

_______. O Estudo Social em perícias, laudos e pareceres técnicos: contribuição ao debate no judiciário, penitenciário e na previdência social – 5ed. São Paulo: Cortez, 2005.

_______. Resolução n. 493, de 21 de agosto de 2006. Dis-põe sobre as condições éticas e técnicas do exercício profissio-nal do assistente social.

_______. Resolução n° 533, 29 de setembro de 2008. Re-gulamenta a supervisão direta de estágio no Serviço Social.

CHARLES, Toniolo de SOUSA. A prática do Assistente Social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção pro-fissional. IN: Emancipação, Ponta Grossa, 2008. Disponível

manual Academia das Cidades TESTE.indb 164 14/12/2010 16:29:59

Page 165: Manual Academia das Cidades

Capítulo 6 | SERVIÇO SOCIAL 165

em http://www.uepg.br/emancipacao. Acesso em 15 de junho de 2009.

MENDES, Eugênio Villaça. Uma agenda para a saúde. São Paulo: Hucitec, 1996.

MENDES, Rosilda. Cidades saudáveis no Brasil e os processos participativos: os casos de Jundaí e Maceió. Tese (Doutorado). Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo/USP, São Paulo, 2000.

MILANI, Carlos Sanchez [ et. al]. Roteiro de Sistema-tização de Práticas de Desenvolvimento Local. Centro In-terdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social (CIAGS), Salvador: 2005.

NEIVA, Lagares Andréa, CHAGAS, Cátia Betânia, AL-MEIDA, Karen Santana. Conselhos: espaço de participação e controle social. IN: Prevenção ao uso indevido de drogas: Curso de Capacitação para Conselheiros Municipais. Brasí-lia: Presidência da República, Secretaria Nacional Antidro-gas, 2008.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Mu-nicípios, cidades e comunidades saudáveis: recomendações sobre avaliação para formuladores de políticas na América. 1998. Disponível em: http://www.paho.og. Acesso em: 05 de abril de 2007.

RESTREPO, Helena. Conceptos sobre salud urbana. IN: RESTREPO, H.; MÁLAGA, H. Promoción de la salud: como construir vida saludable. Bogotá: Medica Internacional, 2001.

TANAKA, Oswaldo Y.; MELO, Cristina. Avaliação de Programas de Saúde do Adolescente - um modo de fazer. São Paulo: Edusp, 2001.

VASCONCELOS, Ana Maria de. Serviço Social e Prá-tica Reflexiva. IN: Em Pauta – Revista de Serviço Social da UERJ, N° 1 (Nov. 1993). Rio de Janeiro: UERJ, 1993.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 165 14/12/2010 16:29:59

Page 166: Manual Academia das Cidades

manual Academia das Cidades TESTE.indb 166 14/12/2010 16:29:59

Page 167: Manual Academia das Cidades

ANEXOS 167

ANEXO A: MODELO DE RELATÓRIO DE MONITORAMENTO

IDENTIFICAÇÃO

MUNICÍPIO: _________________________________________________________

UF: PE

Secretaria responsável: Secretaria de Saúde

Coordenador:

Telefone: 31817066

E-mail: [email protected]

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

ATIVIDADES NO POLO Público Atividades Conteúdos / Intervenções Profissionais Dias e Horários

Infância

Esporte e Jogos populares

Futsal, voleibol, basquetebol e Queimado

Oficina de skate Interação entre os participantes da

comunidade em atividades esportivas e de lazer

Palestras sobre temas relacionados

1 Profissional de Ed. Física 1 Monitor 1 nutricionista 1 assistente social

2ª e 4ª 3ª e 5ª 9h às 12h 14h às 17h 6ª às 17h30minh

Juventude

Esporte e jogos populares

Aulas de alongamento, ginástica, dança, relaxamento e atividades recreativas e palestras

Futsal, voleibol, basquetebol e Queimado

Interação entre os participantes da comunidade em atividades esportivas e de lazer

Ginástica localizada, dança (ritmos diversos), relaxamento (alongamento, técnicas de yoga e tai chi)

Jogos e dinâmicas para integrar o grupo e fazer reflexões

Palestras sobre temas relacionados à saúde e temas diversos

Rodas de diálogo

1 Monitor 2 Profissionais de Educação Física 1 Nutricionista 1 Assistente social

3ª e 5ª 9h às 12h 14h às 17h 2ª a 6ª 05h30minh às

08h30minh 17h às 20h 2ª às 19h 6ª às 06h30minh

Adulto

Aulas de alongamento, ginástica, dança, relaxamento e atividades recreativas e palestras.

Ginástica localizada, dança (ritmos diversos), relaxamento (alongamento, técnicas de yoga e tai chi)

Jogos e dinâmicas para integrar o grupo e fazer reflexões

Palestras sobre temas relacionados à saúde e temas diversos

Rodas de diálogo

1 Monitor 2 Profissionais de Educação Física 1 Nutricionista 1 Assistente social

2ª a 6ª 05h30minh às

08h30minh 17h às 20h 2ª às 19h 6ª às 06h30minh

Idoso

Aulas de alongamento,

Ginástica localizada, dança (ritmos diversos), relaxamento

1 Monitor 2 Profissionais de

2ª a 6ª 05h30minh às

AnexosCapítulo 1

manual Academia das Cidades TESTE.indb 167 14/12/2010 16:30:01

Page 168: Manual Academia das Cidades

168 ANEXOS

ATIVIDADES NO POLO Público Atividades Conteúdos / Intervenções Profissionais Dias e Horários

ginástica, dança, relaxamento e atividades recreativas e palestras.

(alongamento, técnicas de yoga e tai chi)

Jogos e dinâmicas para integrar o grupo e fazer reflexões

Palestras sobre temas relacionados à saúde e temas diversos

Rodas de diálogo

Educação Física 1 Nutricionista 1 Assistente social

08h30minh 17h às 20h 2ª às 19h 6ª às 06h30minh

Avaliação das Atividades Desenvolvidas

Número de participantes (média): 400 pessoas

Pontos Positivos:

Utilização do espaço público requalificado para formação de grupos de convivência;

Receptividade da comunidade com as atividades desenvolvidas no pólo;

Proporcionar aos adultos e idosos a mudança de hábitos para um estilo de vida ativo;

Ocupação do tempo livre das crianças e adolescentes com atividades sistemáticas;

Integração das pessoas da comunidade;

Resultados na melhora dos sintomas da hipertensão e outras doenças crônico-

degenerativas;

Visível melhora no bem-estar do usuário;

Desaparecimento da depressão e outras doenças psicossociais;

Aumento do cuidado pela saúde por si e pelos membros da família.

Pontos Negativos:

Falta de limpeza regular;

Em dias de chuvosos, impossibilidade de realização das atividades;

Poucos equipamentos para o lazer infantil;

Falta de vigilante fixo na praça.

Sugestões:

Fazer uma maior divulgação do programa para abranger uma maior quantidade de

usuários;

Providenciar pessoal para realização de limpeza do pólo (terceirização);

manual Academia das Cidades TESTE.indb 168 14/12/2010 16:30:01

Page 169: Manual Academia das Cidades

ANEXOS 169

Compra de materiais alternativos para realização das atividades em dias chuvosos;

Melhorar a drenagem da água.

ATIVIDADES ESPONTÂNEAS PÚBLICO Nº PARTICIPANTES ATIVIDADE

Adultos e idosos Em média 30 pessoas Jogos de carta, dominó. Adultos e idosos Em média 50 pessoas Caminhada na pista de cooper Crianças e adolescentes

Em média 100 pessoas Modalidades esportivas com o uso da quadra

Crianças, adolescentes, adultos e idosos

Em média 50 pessoas Oficinas culturais

GRUPOS DE CONVIVÊNCIA

GERACIONAL

PÚBLICO Nº PARTICIPANTES ATIVIDADES Crianças 30 Utilização do playground Adolescente 15 Prática do skate e hip-hop Adultos 120 Dança e jogos de salão Idosos 30 Dança e rodas de diálogo

INTERGERACIONAL PÚBLICO Nº PARTICIPANTES ATIVIDADES

Adultos e Adolescente 16 Jogos de damas e dominó Idosos e Adultos 40 Manifestações Culturais Crianças e Adolescente 20 Capoeira

REQUALIFICAÇÃO

PÓLO DANIFICADOS PRESERVADOS Equipamentos Brinquedos, baliza, postes de

iluminação, janelas e tabelas Barra de alongamento e pista de cooper

Espaço Sala, quadra, banheiros

FORMA DE UTILIZAÇÃO DEMOCRÁTICA NÃO-DEMOCRÁTICA

Equipamentos Todos os equipamentos do espaço público são utilizados de forma democrática

Barra de alongamento e pista de cooper

Espaço Todos os equipamentos do espaço público são utilizados de forma democrática

Sala, quadra, banheiros

Obs: O espaço é utilizado por vários segmentos da comunidade para atividades diversas como hip-hop, jogos

da 3º idade, cultos ecumênicos, capoeira, jogos comunitários, etc.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 169 14/12/2010 16:30:01

Page 170: Manual Academia das Cidades

170 ANEXOS

APROPRIAÇÃO DO PACID PROFISSIONAIS USUÁRIOS

Não se apropriou - -

Apropriação parcial - Sim Apropriação total Sim -

GESTÃO DO PÓLO

PROFISSIONAIS No PERFIL FORMA DE CONTRATAÇÃO 01 Coordenador – Jamerson Almeida Contrato temporário 02 Profissional de Educação Física – Ricardo Ramos Contrato temporário 03 Profissional de Educação Física – Maíra Melo Contrato temporário

04 Estagiário de Educação Física – Thiago Graf Contratado

05 Nutricionista – Izabele Paes Contrato temporário 06 Assistente Social – Joana Isabela Contrato temporário 07 Médica – Aline Ranzolin Contrato temporário 08 Animador Social – Diógenes Tavares Contrato temporário

COMISSÃO DE USUÁRIOS No NOME OCUPAÇÃO 01 Carla Maria da Silva Auxiliar de produção 02 Letícia Paes Secretária 03 Manoel Amaro Aposentado 04 Marluce da Rocha Dona de casa 05 Antônio Ramos Aposentado

FÓRUNS DE DISCUSSÕES TEMAS PLENÁRIA DECISÕES

1- Segurança da Praça Comunidade, Representantes da Prefeitura

Policiamento diurno e noturno Providenciar vigilante fixo na praça

AVALIAÇÃO DE SAÚDE

1- Número médio total de usuários: 200

Mulheres: 65% Homens: 35 %

Crianças: 2% Jovens: 10 % Adultos: 28% Idosos: 60%

2- Unidade Básica de Saúde mais próxima: Posto de saúde

manual Academia das Cidades TESTE.indb 170 14/12/2010 16:30:02

Page 171: Manual Academia das Cidades

ANEXOS 171

Distância: 100 m

3- Instituições sociais próximas (escolas, ginásios, igrejas, centros comunitários):

Escola Municipal

Associação de Moradores

Escola Estadual

Clube Esportivo

Igrejas: Católica, Assembléia de Deus e Presbiteriana.

4- Principais doenças identificadas na população de usuários:

( x ) Hipertensão ( x ) Sedentarismo ( x ) Dores no corpo

( x ) Diabetes ( ) Alcoolismo ( ) Outros: _______________

( x ) Obesidade ( ) Tabagismo _________________________

ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO QPAF

INCIDÊNCIA DE “SIM”

HOMEM MULHER Nº (%) Nº (%) Quantidade

20 28,5 80 61,5

ENCAMINHADOS À AVALIAÇÃO MÉDICA

HOMEM MULHER Nº (%) Nº (%) Quantidade

20 100 80 100

DOENÇAS MAIS PREVALENTES

DOENÇAS HOMEM MULHER Cardiovascular X X Ósseo/articular X Hipertensão X X

EVENTOS

1-Nome do evento: Dia Nacional da Promoção da Qualidade de Vida

2-Responsável: Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde, Coordenação de Vigilância em

Saúde

3-Local / Data: Praia de Boa Viagem – Pina – 11/04/2010

manual Academia das Cidades TESTE.indb 171 14/12/2010 16:30:02

Page 172: Manual Academia das Cidades

172 ANEXOS

4- Número de Participantes: 3000

5- Ação (descrição): Promover saúde e qualidade de vida através das seguintes atividades:

caminhada, ginástica, dança, capoeira, prática integrativas e orientação de profissionais de

saúde.

6-Profissionais envolvidos: Profissionais do Programa Academia da Cidade, profissionais de

saúde em geral, e representantes dos parceiros do evento.

7-Avaliação: Dentro do planejado as atividades atenderam ao que estava proposto

proporcionando um dia onde se incentivou a melhoria da qualidade de vida, tendo uma

resposta muito positiva da população na participação do evento.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 172 14/12/2010 16:30:02

Page 173: Manual Academia das Cidades

ANEXOS 173

FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO

IdentificaçãoRegistro: __________ Nome: _________________________________________________Como gosta de ser chamado (a): _____________________________Data de nascimento: _____/_____/_____Endereço: ______________________________________________________________________________________________________Fones: __________________________________________________

Relação com a Academia das Cidades

Quando participo das atividades da Academia das Cidades eu tenho como objetivos:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Atividades da Academia das Cidades de que participa

ATIVIDADE FREQUÊNCIA(vezes por semana)

Informações de saúde

Serviço de saúde que o (a) acompanha: _______________________Doenças ou condições que apresenta: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Saúde auto-percebida

AnexosCapítulo 3

manual Academia das Cidades TESTE.indb 173 14/12/2010 16:30:02

Page 174: Manual Academia das Cidades

174 ANEXOS

DATA ÓTIMA BOA REGULAR RUIM PÉSSIMA

BiometriaEstatura: __________ cm

DATA PESO IMC PA

Exames laboratoriais

DAT

A

COLE

STER

OL

TOTA

L

COLE

STER

OL

HD

L

TRIG

LICE

RÍD

EOS

GLI

CEM

IA

HE

MO

GLO

BIN

A G

LICO

SILA

DA

Acompanhamento

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

manual Academia das Cidades TESTE.indb 174 14/12/2010 16:30:03

Page 175: Manual Academia das Cidades

ANEXOS 175

33

RES

UM

O D

O P

RO

TOC

OLO

DE

AVA

LIA

ÇÃ

O D

O P

AC

Cria

nças

6 a

12,

9 Ad

oles

cent

es

13 a

17,

9

Adul

to

18

a 59

,9

Idos

o Fe

m

60 a

79

anos

Obe

sos

Fem

20

a 5

9,9

anos

Obe

sos

Mas

24

a 6

8,9

anos

Obe

sos

Mas

e F

em

Antro

pom

etria

por

dob

ras:

Dob

ras

TR, S

E, S

I, AB

D, P

T, C

X m

édia

. X

X X

X

Antro

pom

etria

por

per

imet

ria:

Perím

etro

s C

intu

ra, a

bdôm

en e

qu

adril

. X*

**

X***

X*

**

X X

XX*

**

Sent

ar e

Lev

anta

r

X

Forç

a/R

ML

MM

SS

X

Flex

ibilid

ade

MM

SS

X

Flex

ibilid

ade

MM

II

X

Banc

o de

flex

ibilid

ade

(Wel

ls)

X*

X

X

X X

RM

L 1'

X*

X

X

X X

Car

dior

resp

irató

rio 1

600m

X**

X*

* X*

* X*

* X*

*

Car

dior

resp

irató

rio 2

400m

X*

*

X* p

ara

adol

esce

ntes

de

15 a

nos

acim

a.

X**

resp

eita

ndo

os c

ritér

ios

pré-

esta

bele

cido

s.

X**

* Se

rão

cole

tado

s, m

as n

ão s

erão

util

izad

os p

ara

o %

gor

dura

.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 175 14/12/2010 16:30:03

Page 176: Manual Academia das Cidades

176 ANEXOS

34

XO 2 anexo 02

ANEXO 02

QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE QUALIDADE DE VIDA

WOQOL (VERSÃO - BREVE)

Nome:________________________________________________________________Data ______/_______/______

Data Nasc: ______/_______/______ Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

ORIENTAÇÕES

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas últimas semanas.

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.

Nº Pergunta Muito ruim Ruim Nem ruim nem boa Boa Muito boa

1 Como você avaliaria sua qualidade de vida?

1 2 3 4 5

Nº Pergunta Muito

insatisfeito

Insatisfeito

Nem satisfeito

nem insatisfeito

SatisfeitoMuito

satisfeito

2 Quão satisfeito(a) você está com a sua saúde?

1 2 3 4 5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas.

Nº Perguntas Nada Muito pouco

Mais ou

menosBastante Extremament

e

3 Em que medida você acha que sua dor (física) 1 2 3 4 5

manual Academia das Cidades TESTE.indb 176 14/12/2010 16:30:03

Page 177: Manual Academia das Cidades

ANEXOS 177

35

impede você de fazer o que você precisa?

4 O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária? 1 2 3 4 5

5 O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5

6 Em que medida você acha que a sua vida tem sentido? 1 2 3 4 5

7 O quanto você consegue se concentrar? 1 2 3 4 5

8 Quão seguro você se sente em sua vida diária? 1 2 3 4 5

9 Quão saudável é o seu ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativos)? 1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.

Nº Perguntas Nada Muito pouco Médio Muito Completamen

te

10 Você tem energia suficiente para seu dia-a-dia? 1 2 3 4 5

11 Você é capaz de aceitar sua aparência física? 1 2 3 4 5

12 Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades? 1 2 3 4 5

13 Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia-a-dia? 1 2 3 4 5

14 Em que medida você tem oportunidades de atividade de lazer? 1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

Nº Perguntas Muito ruim Ruim Nem ruim

nem bom Bom Muito bom

15 Quão bem você é capaz de se locomover? 1 2 3 4 5

manual Academia das Cidades TESTE.indb 177 14/12/2010 16:30:04

Page 178: Manual Academia das Cidades

178 ANEXOS

36

Nº Pergunta Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito

nem insatisfeito Satisfeito Muito

satisfeito

16 Quão satisfeito(a) você está com o seu sono? 1 2 3 4 5

17 Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do seu dia-a-dia? 1 2 3 4 5

18 Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade para o trabalho? 1 2 3 4 5

19 Quão satisfeito(a) você está consigo mesmo? 1 2 3 4 5

20 Quão satisfeito(a) você está com suas relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos, colegas)? 1 2 3 4 5

21 Quão satisfeito(a) você está com sua vida sexual? 1 2 3 4 5

22 Quão satisfeito(a) você está com o apoio que você recebe de seus amigos? 1 2 3 4 5

23 Quão satisfeito(a) você está com as condições do local onde mora? 1 2 3 4 5

24 Quão satisfeito(a) você está com o seu acesso aos serviços de saúde? 1 2 3 4 5

25 Quão satisfeito(a) você está com o seu meio de transporte? 1 2 3 4 5

As questões seguintes referem-se a com que freqüência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas.

Nº Pergunta Nunca Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente Sempre

26 Com que freqüência você tem sentimentos negativos tais como mau humor, desespero, ansiedade, depressão? 1 2 3 4 5

37

Alguém lhe ajudou a preencher este questionário?________________________________________________________

Quanto tempo você levou para preencher este questionário?________________________________________________

Você tem algum comentário sobre o questionário?________________________________________________________

OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO

Afirmo serem verdadeiras as informações citadas na anamnese, tendo ciência das conseqüências em caso de omissão e/ou inverdades dos dados por mim fornecidos.

__________________________________________

Assinatura do usuário ou responsável

manual Academia das Cidades TESTE.indb 178 14/12/2010 16:30:04

Page 179: Manual Academia das Cidades

ANEXOS 179

38

ANEXO 03

• FICHA DE AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FISICA

Nº. Usuários

21

Data Avaliação _______/________/______ Turno: ( )M ( )N Nº da avaliação

• DADOS GERAIS Nome: Regina Célia Cavalcante Pereira Carvalho Data Nasc: / /

Nome da mãe: Clementino Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Endereço: Complemento:

Cep: Município: UF: Fone para contato:

Estado Civil: ( )Solteiro(a) ( )Casado(a) ( )Divorciado(a)

( ) Viúvo(a) ( ) Desquitado(a) ou separado(a) judicialmente

Ocupação:

Raça/Cor: ( )Pardo ( )Preto ( )Amarelo ( )Branco ( )Indígena

Anos de Estudos: ( ) Sem instrução e menos de 1 ano de estudo, exclusive curso de alfabetização de adultos

( ) Sem instrução e menos de 1 ano de estudo ( ) Curso de alfabetização de adultos concluído

( ) 1 a 3 anos ( ) 4 a 7 anos ( ) 8 a 10 anos ( ) 11 a 14 anos ( ) 15 anos ou mais ( ) Não determinado

Possui plano de Saúde? ( ) Sim ( )Não É usuário do SUS? ( )Sim

( )Não

manual Academia das Cidades TESTE.indb 179 14/12/2010 16:30:04

Page 180: Manual Academia das Cidades

180 ANEXOS

39

QUESTIONÁRIO SOBRE PRONTIDÃO PARA ATIVIDADE FÍSICA – PAR-Q

Sim Não( ) ( )

Algum médico já disse que você possui algum problema cardíaco ou que só deveria realizar atividade física supervisionada por profissionais de saúde?

( ) ( ) Você sente dor no tórax quando realiza atividade física?

( ) ( ) No último mês, você sentiu dores no peito quando NÃO estava realizando atividade física?

( ) ( ) Você já apresentou desequilíbrio, tontura, desmaios, vertigens ou perda de consciência?

( ) ( ) Você possui algum problema ósseo ou articular que poderia ser piorado pela atividade física?

( ) ( ) Você toma remédios para pressão ou outro problema cardíaco?

( ) ( ) Sabe de alguma outra razão pela qual você não poderia realizar atividade física?

(ANEXO 01) ANAMNESE

Fumante? ( )Sim ( )Não. Se sim, há quanto tempo? ______

Nº de Cigarros/dia ______. Ex-fumante? ( )Sim ( )Não

Deixou há quanto tempo? _____

Uso de bebidas alcoólicas: ( )Nunca ( )Ocasionamente

( )Nos finais de semana ( ) Mais de 3 vezes na semana

Problemas com o uso: ( )Não ( )Acidentes de Trânsito

( )de Relacionamento ( )Ocupacional

Diabético? ( )Sim ( )Não. Se sim, há quanto tempo foi diagnosticado?

Usa insulina? ( )Sim

( )Não

Horário:

Hipertenso (a): ( )Sim ( )Não. Se sim,

Há quanto tempo foi diagnosticado? _________________

_______________________________________________

Cardiopata? ( )Sim ( )Não. Se sim,

há quanto tempo foi diagnosticado?

Tem Artrite? ( )Sim ( )Não. Se sim, em qual local?

_______________________________________________

Já fez alguma cirurgia? ( )Sim ( )Não Se sim, qual?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

Tem Osteoporose? ( )Sim ( )Não. Se sim, em qual local?

_______________________________________________

_______________________________________________

Torção? ( )Sim ( )Não. Se sim,em qual local, sente desconforto?

Tem Artrose? ( )Sim ( )Não. Se sim, em qual local?

manual Academia das Cidades TESTE.indb 180 14/12/2010 16:30:05

Page 181: Manual Academia das Cidades

ANEXOS 181

40

_______________________________________________________

_______________________________________________

Já sofreu alguma fratura? ( )Sim ( )Não. Se sim, em qual

local?__________________________________________

Sente dores localizadas? ( )Sim ( )Não. Se sim, qual o local?__________________________________________

Tem Varizes? ( )Sim ( )Não Tem cansaço nos MMIIs? ( )Sim ( )Não

Tem ou teve algum problema respiratório? ( )Sim ( )Não Se sim, qual?__________________________________________________

Há quanto tempo? _______

Dorme bem? ( )Sim ( )Não

Quantas horas de sono, em média?______________

Usa algum medicamento regular? ( )Sim ( )Não. Se sim, qual?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

Outros:

Histórico familiar:

Desconfortos:

Histórico de práticas de exercícios:

Objetivo do Usuário:

Afirmo serem verdadeiras as informações citadas na anamnese, tendo ciência das consequências em caso de omissão e/ou inverdades dos dados por mim fornecidos.

__________________________________________

Assinatura do usuário ou responsável

• HEMODINÂMICA

Fc de repouso _______________bpm PA de repouso _________/______mm

Hg

manual Academia das Cidades TESTE.indb 181 14/12/2010 16:30:05

Page 182: Manual Academia das Cidades

182 ANEXOS

41

ANTROPOMETRIA

Composição Corporal Dobras cutâneas (Pollock – 3 dobras)

Peso: Feminino: TR SI CX média

Masculino: PT AE CX média Estatura: Crianças e adolescentes

(Slaughter)

TR SB

• PERIMETRIA

Cintura: _______________ cm Abdômen: ______________ cm Quadril: _______________cm

• NEUROMOTORES Adolescentes/Jovens/Adultos Idosos (Fullerton)

Flexibilidade MMSS _______________cm Sentar e alcançar _________________cm Flexibilidade MMII _______________cm

RML MMSS _______________rep Sentar e deitar em 1’

Abdominal

_________________cm RML MMII _______________rep

AVALIAÇÃO CARDIORESPIRATÓRIA (TESTE DE PISTA)

FC:_____________________________bpm Teste aplicado Tempo ____:___min PA pós-teste __________/_________ mmHg

• REAVALIAÇÃO Teve Orientação Nutricional?

( )Sim ( )Não

Há quanto tempo?

Até 3 sem. ( ) Mais de 3 sem. ( )

Seguiu a prescrição do exercício? ( )Sim ( )Não Houve mudança de hábitos alimentares?

( )Sim ( )Não Está realizando atividade física regular? ( )Sim

( )Não

OBSERVAÇÕES GERAIS

42

_____________________________________

Assinatura do(a) Avaliador(a)

ANEXO 05 - FICHA PARA ENTREGA DE RESULTADOS

NOME:_______________________________________________________DATA:___/__/____

PESO:__________ESTATURA:__________FCREPOUSO =______________PAREPOUSO =____________

RESULTADOS

Composição Corporal

Medida Resultado Classificação IMC RCQ Circunferência de Abdômen

Neuromotores

Medida Resultado Classificação Força

manual Academia das Cidades TESTE.indb 182 14/12/2010 16:30:06

Page 183: Manual Academia das Cidades

ANEXOS 183

42

_____________________________________

Assinatura do(a) Avaliador(a)

ANEXO 05 - FICHA PARA ENTREGA DE RESULTADOS

NOME:_______________________________________________________DATA:___/__/____

PESO:__________ESTATURA:__________FCREPOUSO =______________PAREPOUSO =____________

RESULTADOS

Composição Corporal

Medida Resultado Classificação IMC RCQ Circunferência de Abdômen

Neuromotores

Medida Resultado Classificação Força

manual Academia das Cidades TESTE.indb 183 14/12/2010 16:30:06

Page 184: Manual Academia das Cidades

184 ANEXOS

43

Flex

ibilid

ade

Car

dior

resp

irató

rio

Test

e R

esul

tado

C

lass

ifica

ção

Cam

inha

da d

e 6

min

utos

PRES

CR

IÇÃO

E A

CO

MPA

NH

AMEN

TO D

O E

XER

CÍC

IO A

ERÓ

BIO

PRES

CR

IÇÃO

DO

EXE

RC

ÍCIO

D

ATA

R

ETO

RN

OFC

MÍN

FC

X D

UR

ÃO

Dis

tânc

ia

Freq

üênc

ia

sem

anal

A

VA

LIA

DO

R

Segu

nda

Terç

a Q

uart

a Q

uint

a A

com

panh

amen

toTe

mpo

Volta

s/D

ist

Tem

poVo

ltas/

Dis

tTe

mpo

Volta

s/D

ist

Tem

poVo

ltas/

Dis

tTe

mpo

1ª s

eman

a

2ª s

eman

a

3ª s

eman

a

4ª s

eman

a

5ª s

eman

a

6ª s

eman

a

7ª s

eman

a

8ª s

eman

a

9ª s

eman

a

10ª s

eman

a

11ª s

eman

a

manual Academia das Cidades TESTE.indb 184 14/12/2010 16:30:06

Page 185: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 185

APÊNDICES

APÊNDICE 1: SUGESTÃO DE MODELO DE CATÁLOGO DA REDE SOCIOASSISTENCIAL DO MUNICÍPIO

Nom

e da

inst

itu

ição

Área

de

atu

ação

e

de

qu

e fo

rma

a pop

ula

-çã

o ac

essa

Público

-alv

o

End

ereç

o

Con

tato

tel

efôn

ico

e h

orár

io d

e fu

nci

ona-

men

to

Ativ

idad

es

des

envo

lvid

as

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

manual Academia das Cidades TESTE.indb 185 14/12/2010 16:30:06

Page 186: Manual Academia das Cidades

186 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

APÊNDICE 2: SUGESTÃO DE MODELO DE ATA DE REUNIÃO

Data/dia: Horário:

Local:

Presentes:

Informes:

Pauta:

Discussão:

Encaminhamentos: Responsáveis:

Próxima reunião (data/dia/horário/local):

manual Academia das Cidades TESTE.indb 186 14/12/2010 16:30:07

Page 187: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 187

APÊNDICE 3: SUGESTÃO DE MODELO DE LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS NA COMUNIDADE

17

Causa 1

Consequencia 1

Consequencia 3

Consequencia 4

Consequencia 2

Causa 2Causa 3

A construção de uma árvore de problemas é um recurso pedagógico que facilita a visualização das causas e conseqüências de um determinado problema na comunidade. Cada problema deve ser analisado em sua especificidade, buscando-se identificar os fatores que incidem em sua determinação. Para cada problema levantado, o grupo deverá pensar nas possibilidades de soluções coletivamente, organizando um plano de ação.

A construção de uma árvore de problemas é um recurso pedagógico que facilita a visualização das

causas e conseqüências de um determinado problema na comunidade. Cada problema deve ser analisado em sua especificidade, buscando-se identificar os fatores

que incidem em sua determinação. Para cada problema levantado, o grupo deverá pensar nas possibilidades de soluções coletivamente, organizando um plano de ação.

manual Academia das Cidades TESTE.indb 187 14/12/2010 16:30:07

Page 188: Manual Academia das Cidades

188 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

manual Academia das Cidades TESTE.indb 188 14/12/2010 16:30:07

Page 189: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 189

manual Academia das Cidades TESTE.indb 189 14/12/2010 16:30:07

Page 190: Manual Academia das Cidades

190 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

manual Academia das Cidades TESTE.indb 190 14/12/2010 16:30:07

Page 191: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 191

manual Academia das Cidades TESTE.indb 191 14/12/2010 16:30:07

Page 192: Manual Academia das Cidades

192 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

manual Academia das Cidades TESTE.indb 192 14/12/2010 16:30:07

Page 193: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 193

manual Academia das Cidades TESTE.indb 193 14/12/2010 16:30:07

Page 194: Manual Academia das Cidades

194 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

manual Academia das Cidades TESTE.indb 194 14/12/2010 16:30:07

Page 195: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 195

manual Academia das Cidades TESTE.indb 195 14/12/2010 16:30:08

Page 196: Manual Academia das Cidades

196 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

manual Academia das Cidades TESTE.indb 196 14/12/2010 16:30:08

Page 197: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 197

manual Academia das Cidades TESTE.indb 197 14/12/2010 16:30:08

Page 198: Manual Academia das Cidades

198 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

manual Academia das Cidades TESTE.indb 198 14/12/2010 16:30:08

Page 199: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 199

manual Academia das Cidades TESTE.indb 199 14/12/2010 16:30:08

Page 200: Manual Academia das Cidades

200 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

manual Academia das Cidades TESTE.indb 200 14/12/2010 16:30:08

Page 201: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 201

manual Academia das Cidades TESTE.indb 201 14/12/2010 16:30:08

Page 202: Manual Academia das Cidades

202 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

manual Academia das Cidades TESTE.indb 202 14/12/2010 16:30:08

Page 203: Manual Academia das Cidades

Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE 203

manual Academia das Cidades TESTE.indb 203 14/12/2010 16:30:08

Page 204: Manual Academia das Cidades

204 Capítulo 3 | O CUIDADO EM SAÚDE

manual Academia das Cidades TESTE.indb 204 14/12/2010 16:30:08