manifestação da fiscalização tcesp 1953 - caso adtursi

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Fl. 1 TC-1953.989.15-9 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO UNIDADE REGIONAL DE ARARAS – UR.10 PROCESSO: TC-1953.989.15-9 REPRESENTANTE: Vanderlei Vivaldini Junior, munícipe de Analândia REPRESENTADA: Prefeitura Municipal de Analândia ASSUNTO: Possíveis irregularidades praticadas pela Prefeitura Municipal de Analândia, em relação ao Convite nº 28/13, objetivando a prestação de serviços técnicos especializados de gestão e manutenção dos pontos turísticos do Município INSTRUÇÃO POR: UR.10/DSF-I RELATOR: Dr. Dimas Eduardo Ramalho Senhor Diretor Técnico Substituto da UR.10 – Araras, Tratam os presentes autos de representação formulada pelo Sr. Vanderlei Vivaldini Junior, Presidente da ONG AMASA – Amigos Associados de Analândia, que encaminhou cópia de denúncia apresentada à Câmara Municipal de Analândia pelo cidadão-eleitor José Olímpio Romeiro, comunicando possíveis irregularidades praticadas pela Prefeitura Municipal de Analândia em relação ao Convite nº 28/13, objetivando a prestação de serviços técnicos especializados de gestão e manutenção dos pontos turísticos do Município. Demais disso, apresenta cópia da denúncia encaminhada à Câmara Municipal de Analândia, no sentido de que a modalidade convite foi incorreta, pois a Prefeitura Municipal sabia de antemão que o valor global estimado dos serviços era de R$ 394.620,00 (preço médio de R$ 6.577,00 mensais X 60 meses). Segundo o representante, o procedimento licitatório apresentou atos viciados, tendo sido convidadas empresas que não eram do ramo do objeto licitado. CÓPIA DE DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE POR: LUIZ ROBERTO DA SILVA OLIVEIRA. Sistema e-TCESP. Para obter informações sobre assinatura e/ou ver o arquivo original acesse http://e-processo.tce.sp.gov.br - link 'Validar documento digital' e informe o código do documento: AKP8-9HZB-46WG-3E3U

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Fiscalização do TCE-SP aponta irregularidades na licitação da ADTURSI

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Fl. 1 TC-1953.989.15-9

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO UNIDADE REGIONAL DE ARARAS – UR.10

PROCESSO:

TC-1953.989.15-9

REPRESENTANTE: Vanderlei Vivaldini Junior, munícipe de

Analândia

REPRESENTADA: Prefeitura Municipal de Analândia

ASSUNTO: Possíveis irregularidades praticadas

pela Prefeitura Municipal de Analândia,

em relação ao Convite nº 28/13,

objetivando a prestação de serviços

técnicos especializados de gestão e

manutenção dos pontos turísticos do

Município

INSTRUÇÃO POR:

UR.10/DSF-I

RELATOR:

Dr. Dimas Eduardo Ramalho

Senhor Diretor Técnico Substituto da UR.10 – Araras,

Tratam os presentes autos de representação

formulada pelo Sr. Vanderlei Vivaldini Junior, Presidente da ONG

AMASA – Amigos Associados de Analândia, que encaminhou cópia de

denúncia apresentada à Câmara Municipal de Analândia pelo

cidadão-eleitor José Olímpio Romeiro, comunicando possíveis

irregularidades praticadas pela Prefeitura Municipal de

Analândia em relação ao Convite nº 28/13, objetivando a

prestação de serviços técnicos especializados de gestão e

manutenção dos pontos turísticos do Município.

Demais disso, apresenta cópia da denúncia

encaminhada à Câmara Municipal de Analândia, no sentido de que a

modalidade convite foi incorreta, pois a Prefeitura Municipal

sabia de antemão que o valor global estimado dos serviços era de

R$ 394.620,00 (preço médio de R$ 6.577,00 mensais X 60 meses).

Segundo o representante, o procedimento licitatório

apresentou atos viciados, tendo sido convidadas empresas que não

eram do ramo do objeto licitado.

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Por fim, sustenta que os pagamentos efetuados à

contratada, a Associação do Desenvolvimento do Turismo da Região

Serra do Itaqueri - ADTURSI, foram indevidos, por não terem sido

prestados os serviços contratados.

Os autos retornaram esta Unidade Regional de Araras

para que fossem instruídos, em cumprimento ao r. despacho1

proferido pelo Exmo. Senhor Conselheiro Dr. Dimas Eduardo

Ramalho.

Em atendimento ao determinado, verificamos a

documentação juntada pela Prefeitura Municipal de Analândia

Eventos 29.1 a 29.7), que trata do Procedimento Administrativo

Disciplinar nº 01/2015, instaurado com o objetivo de apurar

possíveis irregularidades no Convite nº 28/2013.

Após análise documental e oitiva de testemunhas, a

Comissão elaborou apresentou Relatório Final do procedimento

administrativo (Evento 29.7), no qual destacou que não se

contataram vícios ou irregularidades no edital da licitação.

Além disso, não se verificou qualquer tipo de impugnação ao

procedimento.

O relatório da Comissão informa, ainda, que a

empresa executou seus trabalhos através de pesquisas,

levantamentos e reuniões, no entanto, não houve tempo hábil para

executar o contrato na integra, devido sua rescisão antecipada.

No entanto, aponta ocorrência de pagamento indevido à

contratada, haja vista que o contrato assinado em 10 de dezembro

de 2013 previa um pagamento mensal no valor de R$ 6.500,00,

sendo que a empresa prestou serviços durante apenas vinte dias,

não fazendo jus, portanto, ao pagamento correspondente a um mês

inteiro.

Em suma, a Comissão concluiu que, diante dos fatos

apurados, todos os envolvidos no procedimento agiram de maneira

lícita, não havendo ocorrido prejuízo ao erário.

Por fim, recomendou que a Comissão de Licitação

fosse advertida, no sentido de analisar melhor os documentos

exigidos no edital de abertura das licitações, e que a empresa

1 Evento 14.1.

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contratada fizesse a devolução do valor recebido indevidamente,

o qual seria apurado pela tesouraria do município.

Cumpre-nos registrar que, em atendimento à

requisição da Fiscalização, a Prefeitura Municipal encaminhou o

comprovante da devolução de R$ 2.405,84, realizada em 13 de

julho de 2015 (Doc. 1).

Informamos que o procedimento licitatório relativo

ao Convite nº 28/2013, por meio do qual foram celebrados o

Contrato nº 38/2013 e o Termo Aditivo nº 01/2014, foi analisado

por este Tribunal de Contas, nos autos do processo TC-

5442.989.15-8.

Após análise dos documentos encaminhados a esta

Corte, a Fiscalização entendeu irregulares a licitação, o

contrato e o termo aditivo realizados pela Prefeitura Municipal

de Analândia, haja vista irregularidades no procedimento, quais

sejam:

Não foi apresentada Ordem de Serviços, não sendo possível

assegurar o marco inicial de vigência do contrato;

Das três empresas consultadas pela Prefeitura Municipal de

Analândia, duas delas não têm como objeto social a prestação

de serviços relacionados com o objeto da licitação. Assim, a

Fiscalização entendeu que a pesquisa de preços realizada

pela Administração foi insatisfatória, desatendendo, a nosso

ver, o disposto no artigo 43, inciso IV, da Lei nº 8.666/93,

bem como o princípio da economicidade.

O procedimento adotado pela Prefeitura Municipal de convidar

duas empresas cujas atividades econômicas não são

compatíveis com o objeto licitado, aliado ao fato de que a

presidente da empresa contratada faz parte do quadro social

de uma das empresas também convidadas, a Travel Adventure

Brasil, o que denota possível direcionamento da licitação,

não se coaduna com a inteligência do art. 22, §3º, da Lei

nº 8.666/932.

2 Art. 22, §3º. Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo

pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em

número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em

local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais

cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse

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A Prefeitura Municipal de Analândia deixou de encaminhar a

este Tribunal de Contas o Termo de Ciência e de Notificação

relativo à tramitação do processo perante este Tribunal de

Contas, descumprindo o estabelecido no art. 9º, XIV, das

Instruções nº 02/2008.

Finalmente, informamos que a Câmara Municipal de

Analândia, por meio da Portaria nº 03/153, de 23 de fevereiro de

2015, criou Comissão Processante com a função de investigar a

denúncia apresentada pelo cidadão-eleitor José Olímpio Romeiro,

acerca de possíveis infrações político-administrativas

praticadas pelo Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal de

Analândia, Rogério Luiz Barbosa Ulson.

Em seu relatório final4, a Comissão Processante,

diante da inexistência de qualquer prova, reconheceu a

inocorrência de infrações político-administrativas cometidas

pelo Prefeito Municipal, recomendando que a denúncia fosse

julgada improcedente.

Todavia, no que tange ao procedimento licitatório

relativo ao Convite nº 28/2013, apresentou as seguintes

recomendações:

1. O envio dos autos ao Ministério público para apurar

eventual responsabilidade do Presidente da Comissão de

Licitação, especialmente sobre a existência de má-fé na

elaboração das normas contratuais;

2. O envio dos autos ao Ministério Público para apurar

eventual direcionamento da licitação, cometido por

servidores públicos, especialmente aqueles que indicaram as

empresas a serem convidadas e a existência ou não de dolo

ou má-fé da Presidente da Comissão de Licitação ao não

observar o quadro societário das empresas participantes do

certame;

com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das

propostas. 3 Doc. 2 – Portaria n. 03-2015. 4 Doc. 3 ao Doc. 6 – Relatório Final da CPI (Partes 1, 2, 3 e 4).

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3. Recomendar ao Prefeito Municipal que substitua os membros

da Comissão de Licitação, sobretudo enquanto durar as

investigações e que forneça cursos de qualificação aos

integrantes da Comissão de Licitação.

Diante do exposto, entendemos que a representação é

parcialmente procedente, haja vista as seguintes ocorrências:

Das três empresas convidadas para participarem do certame,

duas não desempenhavam atividades relacionadas com o objeto

contratado;

Possível direcionamento da licitação, haja vista que a

Presidente da ADTURSI, vencedora do certame e contratada pela

Prefeitura, faz parte do quadro social de uma empresa

concorrente, a Travel Adventure Brasil.

Assim, submetemos o presente processo a Vossa

Senhoria, propondo, com a devida vênia, sua remessa ao Exmo.

Senhor Conselheiro Dr. Dimas Ramalho, para o que houver por bem

determinar.

UR-10-Araras, em 07 de outubro de 2015.

LUIZ ROBERTO DA SILVA OLIVEIRA

Agente da Fiscalização Financeira-Chefe

Respondendo

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