manejo quÍmico da tiguera de algodÃo tolerante … · clorimuron e flumicloraque associados ao...

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Brasilia, 3-6 Setembro 2013 Área: Matologia MANEJO QUÍMICO DA TIGUERA DE ALGODÃO TOLERANTE AO GLIFOSATO NA CULTURA DA SOJA ROUNDUP READY. Bruno Pereira 1 , Anderson Pereira 1 , Vinícius Jacopini 1 , Renan Corali 1 1 Monsanto do Brasil ([email protected]) Na atual agricultura do Cerrado Brasileiro, existe a necessidade da intensificação da produção de grãos e fibras, por meio da rotação e/ou sucessão de culturas (soja/algodão safrinha ou Algodão verão/Soja Verão), principalmente em regiões como MT, GO e BA, com o objetivo de obter maiores rendimentos, benefícios operacionais, redução de riscos e aumentar a lucratividade. Tradicionalmente, a eliminação da tiguera de algodão convencional quando emergida junto à cultura da soja Roundup Ready era realizada pelo uso do glifosato. Contudo, com o avanço da tecnologia Roundup Ready na cultura do Algodão, faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias químicas alternativas, para o manejo desta tiguera. Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a eficácia dos herbicidas sulfentrazona na pré-emergência, imazetapir, clorimuron e flumicloraque associados ao glifosato na pós-emergência. O trabalho foi instalado em três locais: Barreiras (BA), Correntina (BA) e São Desidério (BA). O delineamento experimental de blocos casualizados foi utilizado com 8 tratamentos e 3 repetições. As aplicações ocorreram em dois momentos: (A) pré-emergência e (B) 24 dias após a emergência da soja. Dessa forma, os tratamentos foram (L/ha): 1 Sulfentrazona (0,4), 2 Sulfentrazona (0,6) e 3 Sulfentrazona (0,8) em A; 4 Roundup + Imazetapir (2,0 + 0,5), 5 Roundup + Imazetapir (2,0 + 0,8); 6 Roundup + Flumicloraque- pentílico (2,0 + 0,4); 7 Roundup. + Flumicloraque-pentílico (2,0 + 0,6); 8 Roundup + Clorimuron (2,0 + 40g) em B. O estádio do algodão no momento da aplicação variou de V1 até V4. A infestação das tigueras foi realizada a partir do plantio aleatório de sementes de algodão tolerantes ao glifosato. Foram avaliados a % de controle do algodão aos 14, 21 e 60 (DAA) dias após a aplicação, nota de fitotoxicidade na soja (1 a 9) e produtividade em kg/ha. Os melhores controles de algodão RR aos 21 DAA em ordem decrescente foram os seguintes: Sulfentrazona 0,8 e 0,6 l/ha, Roundup + Flumicloraque-pentílico (0,6), Sulfentrazona (0,4) e Roundup + Flumicloraque (0,4). Aos 60 DAA todos os tratamentos com Flumicloraque-pentílico apresentaram 100% de controle do algodão. Apresentaram controle abaixo de 60%, ou seja, insatisfatório, os tratamentos de Roundup + Imazetapir ou Clorimuron. Os tratamentos que causaram maior sintoma de fitotoxicidade na soja aos 14 DAA foram os tratamentos de Sulfentrazona 0,8 e 0,6 l/ha, respectivamente. As melhores produtividades associado ao menor sintoma de fito foram os tratamentos: Sulfentrazona (0,4), Roundup + Flumicloraque-pentílico (0,6), Roundup + Flumicloraque-pentílico (0,4). O Aumento da dose de Sulfentrazona de 0,4 para 0,6 e 0,8 l/ha, causou diminuição da produtividade de 12 e 18%, respectivamente. O melhor herbicida pós-emergente para controle de algodão RR na cultura da soja RR foi o Flumicloraque-pentílico nas doses de 0,6 e 0,4 l/ha, quando comparado ao imazetapir e clorimuron. As doses de 0,6 e 0,8 l/ha de Sulfentrazona nos três locais avaliados, mostraram alto nível de fitotoxicidade na soja, diminuindo a produtividade. Apesar do sulfentrazona ter mostrado bom resultado, mais estudos devem ser realizados, pois nesse trabalho a infestação foi realizada artificialmente com sementes tratadas, não sendo a realidade do campo onde a tiguera é proveniente do capulho.

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Page 1: MANEJO QUÍMICO DA TIGUERA DE ALGODÃO TOLERANTE … · clorimuron e flumicloraque associados ao glifosato na pós-emergência. ... O melhor herbicida pós-emergente para controle

Brasilia, 3-6 Setembro 2013

Área: Matologia MANEJO QUÍMICO DA TIGUERA DE ALGODÃO TOLERANTE AO GLIFOSATO NA CULTURA DA SOJA ROUNDUP READY. Bruno Pereira1, Anderson Pereira1, Vinícius Jacopini1, Renan Corali1 1 Monsanto do Brasil ([email protected])

Na atual agricultura do Cerrado Brasileiro, existe a necessidade da intensificação da produção de grãos e fibras, por meio da rotação e/ou sucessão de culturas (soja/algodão safrinha ou Algodão verão/Soja Verão), principalmente em regiões como MT, GO e BA, com o objetivo de obter maiores rendimentos, benefícios operacionais, redução de riscos e aumentar a lucratividade. Tradicionalmente, a eliminação da tiguera de algodão convencional quando emergida junto à cultura da soja Roundup Ready era realizada pelo uso do glifosato. Contudo, com o avanço da tecnologia Roundup Ready na cultura do Algodão, faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias químicas alternativas, para o manejo desta tiguera. Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a eficácia dos herbicidas sulfentrazona na pré-emergência, imazetapir, clorimuron e flumicloraque associados ao glifosato na pós-emergência. O trabalho foi instalado em três locais: Barreiras (BA), Correntina (BA) e São Desidério (BA). O delineamento experimental de blocos casualizados foi utilizado com 8 tratamentos e 3 repetições. As aplicações ocorreram em dois momentos: (A) pré-emergência e (B) 24 dias após a emergência da soja. Dessa forma, os tratamentos foram (L/ha): 1 Sulfentrazona (0,4), 2 Sulfentrazona (0,6) e 3 Sulfentrazona (0,8) em A; 4 Roundup + Imazetapir (2,0 + 0,5), 5 Roundup + Imazetapir (2,0 + 0,8); 6 Roundup + Flumicloraque-pentílico (2,0 + 0,4); 7 Roundup. + Flumicloraque-pentílico (2,0 + 0,6); 8 Roundup + Clorimuron (2,0 + 40g) em B. O estádio do algodão no momento da aplicação variou de V1 até V4. A infestação das tigueras foi realizada a partir do plantio aleatório de sementes de algodão tolerantes ao glifosato. Foram avaliados a % de controle do algodão aos 14, 21 e 60 (DAA) dias após a aplicação, nota de fitotoxicidade na soja (1 a 9) e produtividade em kg/ha. Os melhores controles de algodão RR aos 21 DAA em ordem decrescente foram os seguintes: Sulfentrazona 0,8 e 0,6 l/ha, Roundup + Flumicloraque-pentílico (0,6), Sulfentrazona (0,4) e Roundup + Flumicloraque (0,4). Aos 60 DAA todos os tratamentos com Flumicloraque-pentílico apresentaram 100% de controle do algodão. Apresentaram controle abaixo de 60%, ou seja, insatisfatório, os tratamentos de Roundup + Imazetapir ou Clorimuron. Os tratamentos que causaram maior sintoma de fitotoxicidade na soja aos 14 DAA foram os tratamentos de Sulfentrazona 0,8 e 0,6 l/ha, respectivamente. As melhores produtividades associado ao menor sintoma de fito foram os tratamentos: Sulfentrazona (0,4), Roundup + Flumicloraque-pentílico (0,6), Roundup + Flumicloraque-pentílico (0,4). O Aumento da dose de Sulfentrazona de 0,4 para 0,6 e 0,8 l/ha, causou diminuição da produtividade de 12 e 18%, respectivamente. O melhor herbicida pós-emergente para controle de algodão RR na cultura da soja RR foi o Flumicloraque-pentílico nas doses de 0,6 e 0,4 l/ha, quando comparado ao imazetapir e clorimuron. As doses de 0,6 e 0,8 l/ha de Sulfentrazona nos três locais avaliados, mostraram alto nível de fitotoxicidade na soja, diminuindo a produtividade. Apesar do sulfentrazona ter mostrado bom resultado, mais estudos devem ser realizados, pois nesse trabalho a infestação foi realizada artificialmente com sementes tratadas, não sendo a realidade do campo onde a tiguera é proveniente do capulho.