manejo integrado de pragas

61
Integração de Estratégias e Táticas de Manejo Jair Campos Moraes Geraldo Andrade Carvalho CAPÍTULO 1 1.1. Introdução O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma filosofia de controle de pragas que procura preservar e incrementar os fatores de mortalidade natural, através do uso integrado de todas as técnicas de combate possíveis, selecionadas com base nos parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos. Visa manter o nível populacional dos insetos numa condição abaixo do nível de dano econômico, através da utilização simultânea de diferentes técnicas ou táticas de controle, de forma econômica e harmoniosa com o ambiente. Para cada tática de controle tem-se pelo menos uma estratégia de manejo, como a seguir: a) uso de variedades resistentes – tem como estratégia cultivar plantas que desfavoreçam o crescimento, reprodução e sobrevivência dos insetos, devido às suas características morfológicas, físicas e químicas; b) rotação de cultura – plantar alternadamente variedades que não sejam hospedeiras das mesmas pragas, para quebrar ou interromper o ciclo de desenvolvimento das mesmas; c) destruição de restos culturais – arrancar os restos de cultura para impedir que o inseto-praga complete o seu ciclo de desenvolvimento, ou mesmo evita r que esses resíduos vegetais sirvam de hospedeiros para outras pragas; d) aração do solo – expor larvas, pupas e mesmo adultos de insetos-praga de solo aos raios solares ou eliminar os insetos através da ação mecânica dos implementos agrícolas, e) adubação – provocar uma pseudoresistência, ou seja, o fornecimento de certos nutrientes à planta pode provocar mudanças fisiológicas na mesma, tornando-a desfavorável ao desenvolvimento do inseto. Além disso, uma cultura que contém a maioria dos nutrientes necessários ao seu desenvolvimento, mostra-se mais resistente ao ataque de pragas;

Upload: herbert-nacke

Post on 26-Jul-2015

123 views

Category:

Documents


14 download

TRANSCRIPT

Page 1: Manejo Integrado de Pragas

Integração de Estratégias e Táticas de Manejo

Jair Campos Moraes

Geraldo Andrade Carvalho

CAPÍTULO 1

1.1. Introdução

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma filosofia de controle de pragas que

procura preservar e incrementar os fatores de mortalidade natural, através do uso

integrado de todas as técnicas de combate possíveis, selecionadas com base nos

parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos. Visa manter o nível populacional

dos insetos numa condição abaixo do nível de dano econômico, através da utilização

simultânea de diferentes técnicas ou táticas de controle, de forma econômica e

harmoniosa com o ambiente.

Para cada tática de controle tem-se pelo menos uma estratégia de manejo, como

a seguir:

a) uso de variedades resistentes – tem como estratégia cultivar plantas que

desfavoreçam o crescimento, reprodução e sobrevivência dos insetos, devido às suas

características morfológicas, físicas e químicas;

b) rotação de cultura – plantar alternadamente variedades que não sejam

hospedeiras das mesmas pragas, para quebrar ou interromper o ciclo de

desenvolvimento das mesmas;

c) destruição de restos culturais – arrancar os restos de cultura para impedir que

o inseto-praga complete o seu ciclo de desenvolvimento, ou mesmo evitar que esses

resíduos vegetais sirvam de hospedeiros para outras pragas;

d) aração do solo – expor larvas, pupas e mesmo adultos de insetos-praga de

solo aos raios solares ou eliminar os insetos através da ação mecânica dos implementos

agrícolas,

e) adubação – provocar uma pseudoresistência, ou seja, o fornecimento de certos

nutrientes à planta pode provocar mudanças fisiológicas na mesma, tornando-a

desfavorável ao desenvolvimento do inseto. Além disso, uma cultura que contém a

maioria dos nutrientes necessários ao seu desenvolvimento, mostra-se mais resistente ao

ataque de pragas;

Page 2: Manejo Integrado de Pragas

f) alteração da época de plantio e/ou colheita – fazer com que o período de

maior suscetibilidade da planta não coincida com picos populacionais da praga,

reduzindo os danos causados pela mesma;

g) poda ou desbaste – cortar e destruir, principalmente, os ramos de plantas

perenes atacados por brocas, para evitar que as mesmas alcancem o tronco e cause a

morte da planta;

h) irrigação ou drenagem – existem insetos que preferem ambientes secos, e

assim, uma boa irrigação pode desfavorecê-los e, outros se adaptam melhor em locais

úmidos, podendo ser controlados através de uma drenagem. No caso de insetos bastante

diminutos e de tegumento mole (pulgões, tripes, etc.), a irrigação através do sistema de

aspersão pode causar redução de suas populações;

i) cultura armadilha – plantar variedades susceptíveis ao redor ou mesmo no

interior da área de cultivo, para atrair os insetos-praga para as mesmas e, sobre elas

realizar o controle;

j) destruição de hospedeiros alternativos – eliminar plantas que estejam ao redor

ou no interior da área de cultivo, que possam ser utilizadas pelas pragas como fontes

alternativas de alimento e/ou abrigo;

k) destruição manual – catar ou esmagar ovos e lagartas encontrados nas plantas

cultivadas, evitando o seu desenvolvimento;

l) uso de barreiras – formar barreiras com vegetais e/ou mesmo sulcos no solo

para impedir que a praga alcance uma determinada cultura para se alimentar ou utilizá-

la como abrigo;

m) uso de armadilhas – realizar o monitoramento do crescimento populacional

da praga, auxiliando na tomada de decisão do seu controle;

n) manipulação do ambiente - reduzir ou aumentar a temperatura do ambiente,

tornando-o desfavorável ao desenvolvimento do inseto;

o) liberação, proteção e fomento dos inimigos naturais – utilizar parasitóides,

predadores e entomopatógenos no controle de pragas e procurar mantê-los no

agroecossistema;

p) feromônios – coletar o máximo possível de indivíduos do sexo masculino ou

feminino, evitando o seu acasalamento; impedir que o macho ou a fêmea encontre o seu

parceiro para cópula, devido ao saturamento do ambiente com feromônios sintéticos;

monitorar o crescimento populacional da praga para determinar o momento mais

adequado de seu controle;

Page 3: Manejo Integrado de Pragas

q) esterilização de insetos – liberar populações de insetos estéreis para diminuir

os acasalamentos férteis, reduzindo a sua população a cada geração;

r) quarentena – prevenir a entrada de pragas exóticas e impedir a sua

disseminação;

s) medidas obrigatórias de controle – destruir os restos de cultura para prevenção

contra o ataque de insetos-praga;

t) fiscalização do comércio de produtos fitossanitários – auxiliar na escolha e na

utilização mais racional de produtos químicos; evitar fraudes em formulações e

estabelecer o limite de tolerância de resíduos tóxicos nos alimentos, bem como períodos

de carência;

u) produtos químicos – a estratégia mais racional é utilizar produtos químicos no

combate de pragas, somente em casos emergências, quando todas as outras alternativas

de controle foram utilizadas.

Pode-se observar que existe um grande número de táticas de controle que podem

ser utilizadas para redução do crescimento populacional de insetos-praga em diferentes

culturas. No entanto, somente algumas delas deverão ser utilizadas em casos

específicos, dependendo da praga, cultura e outros fatores ambientais, que serão

abordados dentro do manejo das culturas.

Page 4: Manejo Integrado de Pragas

CAPÍTULO 2

Estratégias e táticas integradas de manejo das culturas

A seguir estão relacionadas as principais táticas de manejo de insetos-praga para

12 culturas de importância econômica. É importante ressaltar que o MIP, na prática,

adquire caracter regional e, portanto, um inseto-praga pode ser praga-chave numa região

e praga secundária em outra. Outros aspectos a salientar são:

1) As estratégias básicas utilizadas no MIP são: a) prevenir; b) conter e c) nada

fazer.

2) No MIP as táticas de manejo são selecionadas em função da praga-chave (ou

das pragas-chave) da cultura. Indiretamente, as pragas secundárias serão

mantidas abaixo do nível de controle e só causarão danos econômicos em

ocasiões especiais, quando deverão ser controladas pela utilização de

estratégias e táticas específicas para cada caso.

2.1. Algodoe iro

2.1.1. Praga-chave: Bicudo do algodoeiro, Anthonomus grandis (Coleoptera:

Curculionidae)

Características do inseto/Injúrias: Pequeno besouro marrom-amarelado, de cerca de

10mm de comprimento; rostro longo; dois espinhos no fêmur anterior. Ocorrem até sete

gerações/ano. Ativos das 9 às 17 h. Queda anormal de botões florais, flores e maçãs;

pode causar redução de até 70%.

Período crítico: 50 dias até o final do ciclo da cultura.

Amostragem: 50 ou 100 amostras/ha, em caminhamento “ziguezague” ou demarcando

cinco pontos de amostragem, onde são retirados 10 ou 20 amostras. Freqüência das

amostragens: a) Até o florescimento: uma vez/semana; b) Florescimento até o 1o

capulho: duas vezes/semana; c) 1o capulho até colheita: uma vez/semana.

Page 5: Manejo Integrado de Pragas

Nível de controle: 10% das plantas com botões florais danificados (orifício de

oviposição e/ou alimentação) ou um adulto/armadilha de feromônio.

Táticas:

a) Controle cultural: Catação de botões florais e maçãs caídas no solo;

arranquio e destruição dos restos de cultura; cultura armadilha ou plantio isca (20 dias

antes do plantio); plantio de variedades precoces; plantio de soqueira isca para bicudo

que irá entrar em hibernação.

b) Controle biológico: Beauveria bassiana (pesquisa).

c) Controle por comportamento: Feromônio sexual Grandlure (uma

armadilha/ha), utilizado para o monitoramento.

d) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados):

alfacipermetrina, betaciflutrina, carbaril, ciflutrina, cipermetrina, deltametrina,

endosulfan, esfenvalerate, etofenprox, fenitrotion, fenpropatrina, fenvalerate, fipronil,

fosmet, lambdacialotrina, metidation, metomil, monocrotofós, paration metil,

tiametoxam, , zetacipermetrina, profenofós + cipermetrina.

2.1.2. Praga-chave: Lagarta rosada, Pectinophora gossypiella (Lepidoptera:

Gelechiidae

Características do inseto/Injúrias: Mariposas com 18-20 mm de envergadura, asas

anteriores de coloração pardacenta com manchas escuras, formando desenhos variados e

asas posteriores franjadas; lagartas de 12mm de coloração rosada. Flor em “roseta” (não

forma maçã); destruição de maçãs (fibras e sementes); maçãs defeituosas, que não se

abrem normalmente.

Período crítico: 80 a 100 dias.

Page 6: Manejo Integrado de Pragas

Amostragem: 50 ou 100 amostras/ha, em caminhamento “ziguezague” ou demarcados

cinco pontos de amostragem, onde são retirados 10 ou 20 amostras. Freqüência das

amostragens: a) Até o florescimento: uma vez/semana; b) Florescimento até o 1o

capulho: duas vezes/semana; c) 1o capulho até colheita: uma vez/semana.

Nível de controle: 5% das plantas com maçãs atacadas ou 10 adultos/armadilha de

feromônio.

Táticas:

a) Controle cultural: Arranquio e destruição dos restos de cultura; iscas para as

mariposas.

b) Controle biológico: Controle biológico natural por predadores: Nabis sp.

(Nabidae), Geocoris sp. (Lygaeidae) e Podisus sp. (Pentatomidae). Parasitóide:

liberações inundativas de Trichogramma spp. (100.000 ovos parasitados/ha), uma vez

por semana.

c) Controle por comportamento: Feromônio sexual Gossyplure (uma

armadilha/ha), utilizado para confundimento dos machos, evitando o acasalamento da

espécie.

d) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados):

alfacipermetrina, betaciflutrina, carbaril, ciflutrina, cipermetrina, deltametrina,

endosulfan, esfenvalerate, fenpropatrina, fenvalerate, lambdacialotrina, paration metil,

permetrina, zetacipermetrina, profenofós + cipermetrina.

2.1.3. Praga-chave: Curuquerê-do-algodoeiro, Alabama argillacea

(Lepidoptera: Noctuidae)

Características do inseto/Injúrias: Mariposas com cerca de 30-40mm de envergadura,

coloração marrom-avermelhado, com duas manchas reniformes nas asas anteriores;

lagartas de coloração verde (quando em baixa densidade populacional) a preta (alta

Page 7: Manejo Integrado de Pragas

densidade populacional) com listras longitudinais no dorso e pontuações na cabeça.

Causam desfolhamento das plantas.

Período crítico: 90 a 140 dias.

Amostragem: 50 ou 100 amostras/ha, em caminhamento “ziguezague” ou demarcados

cinco pontos de amostragem, onde são retirados 10 ou 20 amostras. Freqüência das

amostragens: a) Até o florescimento: uma vez/semana; b) Florescimento até o 1o

capulho: duas vezes/semana; c) 1o capulho até colheita: uma vez/semana.

Nível de controle: 22 ou 53% das plantas atacadas por lagartas (maiores ou menores

do que 15mm, respectivamente) ou duas lagartas/planta.

Nível de não-ação: 0,5-1,0 predador/lagarta/planta.

Táticas:

a) Controle cultural: Arranquio e destruição dos restos de cultura; iscas para as

mariposas.

b) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de predadores:

Nabis sp. (Nabidae), Geocoris sp. (Lygaeidae) e Podisus sp. (Pentatomidae) (pesquisa).

Parasitóide: Trichogramma spp., uma vez por semana, liberações inundativas de

100.000 ovos parasitados/ha; Inseticida microbiano: Bacillus thuringiensis (bactéria).

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): abamectina,

alfacimetrina, betaciflutrina, bifentrina, carbaril, cartap, ciflutrina, cipermetrina,

clorfluazuron, clorpirifós, deltametrina, dimetoato, diafentiuron, diflubenzuron,

endosulfan, esfenvalerate, fenitrotion, fenpropatrina, fenvalerate, fipronil, fosmet,

lambdacialotrina, lufenuron, malation, metamidofós, metidation, metomil,

monocrotofós, metoxifenozide, paration metil, permetrina, profenofós, protiofós,

spinosad, tebufenozide, teflubenzuron, tiametoxam, triazofós, triclorfon, triflumuron,

zetacipermetrina, profenofós + cipermetrina.

Page 8: Manejo Integrado de Pragas

2.1.4. Praga-chave: Lagarta-das-maçãs, Heliothis virescens (Lepidoptera:

Noctuidae)

Características do inseto/Injúrias: Mariposas com 25-35mm de envergadura, de

coloração verde-pálido, com três listras castanhas e oblíquas na asa anterior; lagartas

grandes com cerca de 40mm de comprimento. Atacam as maçãs e botões, favorecendo a

entrada de patógenos.

Período crítico: 70 a 120 dias.

Amostragem: 50 ou 100 amostras/ha, em caminhamento “ziguezague” ou demarcados

cinco pontos de amostragem, onde são retirados 10 ou 20 amostras. Freqüência das

amostragens: a) Até o florescimento: uma vez/semana; b) Florescimento até o 1o

capulho: duas vezes/semana; c) 1o capulho até colheita: uma vez/semana.

Nível de controle: 20% de ponteiros com ovos e/ou 15% de ponteiros atacados por

lagartas.

Nível de não-ação: 1,0 predador chave/planta.

Táticas:

a) Controle cultural: Arranquio e destruição dos restos de cultura; iscas para

mariposas.

b) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de predadores:

Nabis sp. (Nabidae), Geocoris sp. (Lygaeidae) e Podisus sp. (Pentatomidae) (pesquisa).

Parasitóide: Trichogramma spp., uma vez por semana, liberações inundativas de

100.000 ovos parasitados/ha; Inseticida microbiano: Bacillus thuringiensis (bactéria).

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados):

alfacipermetrina, betaciflutrina, carbaril, ciflutrina, cipermetrina, clorfenapir,

clorpirifós, deltametrina, endosulfan, esfenvalerate, etofenprox, fenpropatrina,

fenvalerate, lambdacialotrina, lufenuron, metamidofós, metomil, metoxifenozide,

Page 9: Manejo Integrado de Pragas

monocrotofós, naled, paration metil, permetrina, profenofós, spinosad, triclorfon,

triazofós, zetacipermetrina, profenofós + cipermetrina.

2.1.5. Pragas secundárias: pulgões, tripes, ácaros, percevejos, lagarta-do-

cartucho, etc são consideradas pragas secundárias do algodoeiro, porém quando

ocorrem em densidades populacionais que causem dano econômico, devem ser

controladas pela aplicação de produtos específicos para cada inseto-praga.

Page 10: Manejo Integrado de Pragas

2.2. Arrozeiro

2.2.1. Praga-chave (Arroz de sequeiro): Cupins subterrâneos, Syntermes spp.,

Procornitermes spp. e Cornitermes spp. (Isoptera: Termitidae).

Características do inseto/Injúrias: Possuem hábito subterrâneo e ninhos de forma

variada, vivendo em colônias com formas sexuadas (casal real e alados com 2 pares de

asas membranosas) e assexuadas (operárias e soldados, ápteros, com 5 a 10mm de

comprimento e sem olhos e ocelos ao contrário de formas sexuadas). Atacam o sistema

radicular das plantas, destruindo-o total ou parcialmente. As plantas ficam com aspecto

amarelado e desprendem do solo facilmente quando puxadas.

Período crítico: Início do ciclo da cultura (até 30 dias).

Amostragem: Amostragem preventiva para verificar a ocorrência do inseto-praga na

área.

Nível de controle: Controle preventivo.

Táticas:

a) Controle cultural: Rotação de cultura com leguminosas; preparo antecipado

do solo; plantio em solo úmido, logo o início do período chuvoso; incorporação dos

restos culturais após colheita.

b) Controle químico (principio ativo dos inseticidas, para tratamento de

sementes, registrados): carbofuran, carbosulfan, imidacloprid, thiamethoxan,

thiodicarb.

2.2.2. Praga-chave (Arroz de sequeiro): Lagarta elasmo, Elasmopalpus

lignosellus (Lepidoptera: Pyralidae).

Page 11: Manejo Integrado de Pragas

Características do inseto/Injúrias: Lagartas esverdeadas com cerca de 15 a 20mm de

comprimento, “saltitante” quando tocadas; presença de casulo fabricado com pauzinhos

e grãos de areia no coleto das plantas. As lagartas provocam o seccionamento das folhas

centrais que posteriormente secam, dando origem ao sintoma conhecido como “coração

morto”.

Período crítico: Início do ciclo da cultura (até 30 dias).

Amostragem: Amostragem de 5 pontos/10 ha, avaliando a porcentagem de plantas

com sintomas de ataque do inseto em 1m2 de cada ponto.

Nível de controle: 10% de plantas atacadas.

Táticas:

a) Controle cultural: Rotação de cultura com leguminosas; preparo antecipado

do solo; plantio em solo úmido, logo o início do período chuvoso; aumento da

densidade de plantio; incorporação dos restos culturais após colheita.

b) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): carbofuran,

carbosulfan, furathiocarb, thiamethoxan, thiodicarb (Tratamento de sementes);

benfuracarb, carbaril (Pulverizações).

2.2.3. Praga-chave (Arroz irrigado): Percevejo-do-grão, Oebalus spp.

(Hemiptera: Pentatomidae).

Características do inseto/Injúrias: Adultos de coloração marrom-claro com 8-10mm

de comprimento. Oebalus poecillus possui no pronoto 2 manchas amareladas curvas e 3

manchas amarelas nos hemiélitros; as ninfas, inicialmente escuras, ficam com o tórax

escuro e abdome amarelado. São sugadores de grãos, sendo que grãos leitosos podem

ser totalmente esvaziados ou ficarem atrofiados. Em grãos mais desenvolvidos formam-

se pontos escuros na casca e brancos no endosperma (“grãos gessados”).

Page 12: Manejo Integrado de Pragas

Período crítico: Fase de floração/maturação

Amostragem: Amostragem de 5 pontos/10 ha. Contagem do número de insetos/m2, em

cada ponto, utilizando rede de varredura.

Nível de controle: 3 percevejos/m2 ou 1 percevejo/100 panículas.

Táticas:

a) Controle cultural: Rotação de cultura com leguminosas; plantio de

variedades de ciclo curto; evitar o escalonamento do plantio; incorporação dos restos

culturais após colheita.

b) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): carbaril,

fenitrotion, paration metil.

2.2.4. Praga-chave (Arroz irrigado): Bicheira-do-arroz ou gorgulho aquático,

Helodytes faveolatus, Neogous sp., Hydrotimetes sp., Oryzophagus oryzae

(Coleoptera: Curculionidae).

Características do inseto/Injúrias: Adultos possuem rostro e medem de 2 a 9mm de

comprimento; as larvas são claras com a cabeça amarelada e pelos ralos sobre o corpo,

não possuindo pernas torácicas (são ápodas). Os adultos alimentam-se de folhas novas,

enquanto que as larvas, mais prejudiciais, alimentam-se de raízes, podendo destruí-las

completamente. As plantas ficam menores, amareladas e as folhas com as extremidades

murchas. O ataque normalmente ocorre em reboleiras.

Amostragem: Amostragem de 5 pontos/10 ha; avaliação de plantas presentes em 1m2.

Contagem do número de larvas presentes nas raízes usando-se peneira.

Nível de controle: 18 larvas/soqueira.

Táticas:

a) Controle cultural: eliminação de ervas hospedeiras; incorporação dos restos

culturais após colheita.

Page 13: Manejo Integrado de Pragas

b) Controle biológico:

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): betaciflutrina,

carbofuran, fipronil, imidacloprid, permetrina, thiamethoxan.

2.2.5. Pragas secundárias: Lagartas desfolhadoras, percevejo-do-colmo,

cigarrinhas, broca-da-cana são consideradas pragas secundárias da cultura de arroz,

porém quando ocorrem em densidades populacionais que causem dano econômico,

devem ser controladas pela aplicação de produtos específicos para cada inseto-praga.

Page 14: Manejo Integrado de Pragas

2.3. Batateira

2.3.1. Praga-chave: Pulgão, Myzus persicae (Homoptera: Aphididae).

Características do inseto/Injúrias: Colônias de insetos com corpo mole e presença de

sifúnculos; forma alada com cerca de 2mm, coloração verde-claro e forma alada com

abdome verde e cabeça e tórax pretos. Sucção de seiva e transmissão de viroses (PVY e

PLRV – vírus do enrolamento).

Amostragem: Caminhamento em ziguezague; coleta, ao acaso, de 100 folhas/talhão e

contagem do número de pulgões. Realizar as amostragens 2 vezes/semana.

Nível de controle: 30 pulgões/100folhas (média de 0,3 pulgões/folha).

Táticas:

a) Controle cultural: Cultivo de batata-semente em regiões de clima frio e/ou

em locais de altitude elevada.

b) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acefato,

acetamiprid, aldicarbe, carbofuran, dimetoato, disulfoton, fenitrotion, forate,

imidacloprid, metamidofós, metomil, monocrotofós, paration metil, protiofós,

thiamethoxan, tiometon.

2.3.2. Praga-chave: Pulgão, Macrosiphum euphorbiae (Homoptera: Aphididae).

Características do inseto/Injúrias: Colônias de insetos com corpo mole e presença de

sifúnculos; coloração verde e antenas escuras. Sucção de seiva e transmissão de viroses

(PVY e PLRV – vírus do enrolamento).

Amostragem: Caminhamento em ziguezague; coleta, ao acaso, de 100 folhas/talhão e

contagem do número de pulgões. Realizar as amostragens 2 vezes/semana.

Nível de controle: 30 pulgões/100folhas (média de 0,3 pulgões/folha).

Page 15: Manejo Integrado de Pragas

Táticas:

a) Controle cultural: Cultivo de batata-semente em regiões de clima frio e/ou

em locais de altitude elevada.

b) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acefato,

aldicarbe, carbofuran, dimetoato, disulfoton, forate, metamidofós, metomil,

monocrotofós, paration metil, tiometon.

2.3.3. Praga-chave: Mosca minadora, Liriomyza spp. (Diptera: Agromyzidae)

Características do inseto/Injúrias: Pequena mosca de coloração preta, de 2mm de

comprimento; as minas têm formato “serpenteado”. Fazem minas nas folhas

provocando, em conseqüência, seu secamento.

Período crítico: Início do ciclo da cultura.

Nível de controle: início do ataque

Táticas:

a) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de parasitóides.

b)Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): abamectina,

aldicarbe, cartap, ciromazina, clorpirifós, lambdacialotrina, piridafention, spinosad,

triazofós, deltametrina + triazofós.

2.3.4. Praga-chave: Larva arame, Conoderus spp. (Coleoptera: Elateridae).

Características do inseto/Injúrias: larvas de coloração castanho; corpo achatado,

quitinoso e pernas curtas. Larvas danificam os tubérculos.

Período crítico: época seca, em terrenos arenosos.

Page 16: Manejo Integrado de Pragas

Nível de contro le: Controle preventivo.

Táticas:

a) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): disulfoton,

etoprofós, fipronil, forate.

2.3.5. Praga-chave: Larva alfinete, Diabrotica speciosa (Coleoptera:

Elateridae).

Características do inseto/Injúrias: Adultos de coloração verde com manchas

amarelas; larvas brancas, apresentando placa escura no último segmento abdominal. Os

adultos alimentam-se das folhas e as larvas danificam os tubérculos.

Período crítico: época seca, em terrenos arenosos.

Nível de controle: Controle preventivo.

Táticas:

a) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados):

alfacipermetrina, benfuracarb, betaciflutrina, carbaril, carbofuran, clorpirifós,

deltametrina, disulfoton, etoprofós, fipronil, forate, metamidofós, paration metil,

piridafention, protiofós, thiamethoxan.

2.3.6. Pragas secundárias: traças, tripes, ácaros, lagarta-do-cartucho, etc são

consideradas pragas secundárias da batateira, porém quando ocorrem em densidades

populacionais que causem dano econômico, devem ser controladas pela aplicação de

produtos específicos para cada inseto-praga.

Page 17: Manejo Integrado de Pragas

2.4. Cafeeiro

2.4.1 Praga-chave: Bicho-mineiro, Perileucoptera coffeella (Lepidoptera:

Lyonetiidae)

Características do inseto/Injúrias: Micromariposa prateada com ponta das asas

escuras, minas e pupas em forma de “X “ nas folhas. Redução da área foliar.

Período crítico: Ano todo, principalmente nas épocas das secas.

Amostragem: Dividir o cafezal em talhões o mais homogêneo possível. Coletar 3

folhas do 3o ou 4o par de um ramo localizado na parte mediana da planta; amostrar 20

plantas/talhão; realizar as amostragens mensalmente. Introduzir, aos poucos,

amostragem seqüencial.

Nível de controle: 30% de folhas com minas intactas (lagartas vivas).

Nível de não-ação: 40% das minas com sinais de predação.

Táticas:

a) Resistência de plantas: Cafeeiros Bt (cafeeiros transgênicos em fase de

avaliação, a campo, quanto a sua resistência ao bicho-mineiro).

b) Controle biológico: Vespas predadoras, principalmente as de ninho de

celulose das espécies Protonectarina sylveirae, Brachygastra lecheguana, Polybia

scutelaris, Synoeca surinama e Eumenes sp. Parasitóides: Colastes letifer,

Closterocerus coffeellae, Horismenus sp., Cirrospilus sp., Mirax sp. e Proacria sp.

c) Controle cultural: Quebra-vento, cerca viva, manejo de ervas invasoras,

irrigação (pesquisa).

d) Controle por comportamento: Feromônio sexual (pesquisa)

Page 18: Manejo Integrado de Pragas

e) Controle químico: (principio ativo dos inseticidas registrados): aldicarbe,

alfacipermetrina, betaciflutrina, ciflutrina, cipermetrina, carbofuran, cartap, clorpirifós,

deltametrina, dimetoato, disulfoton, endosulfan, etion, fenitrotion, fenpropatrina,

fention, fenvalerate, forate, lambdacialotrina, paration metil, permetrina, piridafention,

terbufós, triazofós, zetacipermetrina, profenofós + cipermetrina, triazofós +

deltametrina.

2.4.2. Praga-chave: Broca-do-café, Hypothenemus hampei (Coleoptera:

Scolytidae)

Características do inseto/Injúrias: Pequeno besouro, preto luzidio, orifícios na região

da coroa do fruto. Injúrias diretas nos frutos. Redução quantitativa e qualitativa da

produção.

Período crítico: Frutificação, principalmente em regiões úmidas.

Amostragem: Dividir o cafezal em talhões o mais homogêneo possível. Coletar, ao

caso, um litro de frutos da 1a florada (cerca de 500 frutos)/Talhão na época de trânsito

da broca (presença de frutos chumbinhos e verdes no cafezal). Introduzir, aos poucos,

amostragem sequencial.

Nível de controle: 3 a 5% de frutos brocados.

Táticas:

a) Controle biológico: Vespa-de-uganda

b) Controle cultural: Colheita bem feita, repasse, erradicação de talhões

antieconômicos, iniciar colheita pelos talhões mais atacados

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): clorpirifós,

endossulfan

Page 19: Manejo Integrado de Pragas

2.4.3. Praga-chave: Cigarras; Quesada sp., Fidicina sp., Carineta sp.,

Dorisiana sp. (Homoptera: Cicadidae)

Características do inseto/Injúrias: Orifícios sob a “saia” do cafeeiro; presença de

exúvias e de adultos e de machos cantando; ninfas nas raízes.

Período crítico: ano todo, principalmente em regiões de clima seco.

Amostragem: Dividir o cafezal em talhões o mais homogêneo possível. Amostrar 10

plantas/talhão; fazer uma vala de 40x50x40cm ao lado da planta, contar o no de ninfas e

multiplicar por dois.

Nível de controle: média de 35 ninfas/planta.

Táticas:

As cigarras, bem como os demais insetos-praga do solo devem ser controlados,

se necessário, pela aplicação de inseticidas granulados sistêmicos de solo tais como

carbofuran, disulfoton, etoprofós, forate e terbufós.

2.1.4. Pragas secundárias: Os insetos-praga secundários tais como as

cochonilhas e ácaros devem ser controlados em reboleiras, com produtos específicos

tais como dimetoato, enxofre, fenpropatrina, malation, óleos emulsionáveis e paration

metil.

Page 20: Manejo Integrado de Pragas

2.5. Cana-de-açúcar

2.5.1. Praga-chave: Broca da cana-de-açúcar, Diatraea saccharalis

(Lepidoptera: Pyralidae)

Características do inseto/Injúrias: O adulto é uma mariposa de coloração amarelo

palha nas asas anteriores e esbranquiçadas nas posteriores, com cerca de 25mm de

envergadura; oviposição imbricada na folha, semelhante a escama de peixe; as lagartas

medem cerca de 25mm de comprimento, coloração amarela com pintas pretas e cabeça

marrom. As lagartas abrem galerias no colmo, provocando morte das gemas, "coração

morto", tombamento e redução do peso da cana. Além disso, ocorre a penetração de

fungos pelas galerias, resultando em inversão da sacarose para glicose e levulose

(redução na produção de açúcar) e contaminação do caldo, que reduz a eficiência de

leveduras (menor produção de álcool).

Período crítico: Todo o ciclo da cultura.

Amostragem: a) Na frente de corte: Em 5 pontos/ha, coletar 30 colmos. Abrir os

colmos e determinar a intensidade de infestação (%II) que é igual a seguinte fórmula:

%II = (No de internódios brocados)/ (No de total de internódios brocados)x 100.

b) Desenvolvimento do canavial: coleta de material biológico (larvas e

pupas da broca e pupas de parasitóides), no ponteiro de plantas com coração morto,

durante 2 horas/homem/talhão. Determinar a porcentagem de parasitismo pela seguinte

fórmula: (%P) = (total de parasitóides/total de parasitóides + praga) x 100.

Nível de controle: 10 lagartas/hora/homem.

Intensidade de Infestação (II%): até 5%.

Táticas:

a) Controle biológico: Liberações inundativas (6.000 vespinhas/ha) da vespinha

Cotesia flavipes (parasitóide de lagarta), em 4 pontos/ha distantes de 50 metros um do

outro. Abre-se um copo plástico com 1500 vespinhas e caminha de um ponto ao outro;

Page 21: Manejo Integrado de Pragas

no final colocar o copo com as "massas de pupas do parasitóide" preso entre a bainha e

o colmo da cana. Realizar avaliação da eficiência do parasitóide 20 dias após à

liberação. Atualmente, pesquisa-se a viabilidade da liberação de Trichogramma spp.

(parasitóide de ovos da broca-da-cana).

b) Controle cultural: Quando %II for maior que 5%, queimar o canavial para

colheita, queima do palhiço remanescente ou colheita sem desponte.

2.5.2. Praga-chave: Migdolus, Migdolus fryanus (Coleoptera: Cerambycidae)

Características do inseto/Injúrias: As fêmeas são de coloração avermelhada e não

voam (possuem asas atrofiadas), enquanto que os machos são escuros e voam; os ovos

são colocados no solo; as larvas são de coloração branco-leitosa, com cerca de 40mm.

A revoada ocorre no período de setembro a março, quando o clima e o solo estiverem

secos (as fêmeas atraem os machos para o acasalamento). As larvas causam destruição

das raízes e dos toletes, sendo que as folhas ficam com aspecto de “queima”.

Amostragem: Armadilhas com feromônio sexual sintético, sendo recomendadas 2

armadilhas/talhão (cerca de 15ha).

Nível de controle: presença de insetos nas armadilhas.

Táticas:

a) Controle por comportamento: 1) Coleta massal: instalar 1 armadilha de

feromônio a cada 30-50 metros, nos carreadores do canavial; 2) Iscas toxicas com

toletes: cortar ao meio toletes de cana (cerca de 30cm de comprimento), tratar com o

inseticida carbaril (25g de carbaril a 85% + 1 litro de água + 1 litro de melaço) e

distribuir 200 iscas/ha.

b) Controle cultural: Rotação de cultura; eliminação de soqueiras atacadas

através de aração.

Page 22: Manejo Integrado de Pragas

2.5.3. Praga-chave: Cupins, Heterotermes tenuis, Syntermes spp.,

Procornitermes spp. e Cornitermes spp. (Isoptera: Termitidae).

Características do inseto/Injúrias: Possuem hábito subterrâneo e ninhos de forma

variada, vivendo em colônias com formas sexuadas (casal real e alados com 2 pares de

asas membranosas) e assexuadas (operárias e soldados, ápteros, com 5 a 10mm de

comprimento e sem olhos e ocelos ao contrário de formas sexuadas). Os cupins atacam

os toletes danificando as gemas.

Amostragem: Amostragem preventiva para verificar a ocorrência do inseto-praga na

área.

Nível de controle: Controle preventivo

Táticas:

a) Controle cultural: Rotação de cultura com crotalaria; eliminação de

soqueiras atacadas através de aração.

b) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): carbofuran,

endosulfan, imidacloprid, terbufós.

2.5.4. Pragas secundárias: Cigarrinhas, outras lagartas não mencionadas,

percevejos, pulgões, cochonilhas, etc são considerados pragas secundárias da cana-de-

açúcar, porém quando ocorrem causando danos econômicos devem ser controladas

adotando-se estratégias e táticas específicas para cada inseto-praga.

Page 23: Manejo Integrado de Pragas

2.6. Citros

2.6.1. Praga-chave: Ácaro da Leprose, Brevipalpus phoenicis (Acari:

Tenuipalpidae)

Características do inseto/Injúrias: Ácaro achatado, de movimentação lenta, de

coloração avermelhada, medindo cerca de 0,3mm de comprimento. As folhas atacadas

apresentam lesões esbranquiçadas e amareladas com manchas escuras no centro. Nos

ramos, os sintomas recentes aparecem como manchas marrons que contrastam com o

verde normal e os antigos que aparecem “pipocados” ou tem a casca “estourada”. Nos

frutos maduros as manchas são arredondadas e marrons. O ácaro da leprose prefere

viver nos frutos maduros, com verrugose e do interior da planta. Caso não tenha esses

frutos o ácaro pode ir para os ramos e folhas. Em plantas em formação ocorre nos ramos

e folhas, o que pode levar a planta nova a morte ou atrasar muito o seu

desenvolvimento.

Período crítico: Todo o ano, começando a aumentar à partir de março, que corresponde

ao início da seca. Longos períodos de seca aumentam a população da praga e a

disseminação da doença (Leprose).

Amostragem: Dividir o pomar em talhões de duas mil plantas, e, em 1% delas (20

plantas amostradas ao acaso; caminhamento em ziguezague), analisar três frutos do

interior da copa com sintomas de verrugose. Quando não houver frutos, ou em pomares

novos, as inspeções deverão ser feitas em ramos retirados do interior da copa. Com uma

lente de 10 aumentos, observe toda a superfície do fruto ou cerca de 20cm dos ramos.

Nível de controle: 5 a 15% de frutos com 1 ou mais ácaros. Em talhões com infestação

anterior pelo ácaro da leprose, deve-se adotar 5% de frutos atacados.

Nível de não-ação: 1 predador em mais de 50% das amostras, ou 1 predador por ramo.

Táticas:

Page 24: Manejo Integrado de Pragas

a) Controle biológico: Ácaros predadores Euseius citrifolius (pera), Iphiseiodes

zuluagai (maçã), Estigmeídeos (morango).

b) Controle cultural: quebra-ventos; catação e destruição de frutos ou colheita

profilática; deixar plantas de mentrasto (Ageratum conizoides) no pomar (o pólen dessas

plantas servem de alimento para ácaros predadores); uso de cobertura verde na rua e

herbicidas na linha; manejo das plantas invasoras com roçadeira; adubação equilibrada;

adubação orgânica.

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acrinatrina,

aldicarbe, amitraz, azocyclotin, bifentrina, chorfenoxuron, chlorfenapyr, clofentazine,

cyhexatin, dicofol, dinocap, enxofre, fenbutatin oxide, fenpyroximate, fenpropatrina,

flufenoxuron, hexythiazox, propargite, pyridaben, quinometionato, tetradifon, triazofós,

dicofol + tetradifon.

2.6.2. Praga-chave: Ácaro da Ferrugem, Phyllocoptruta oleivora (Acari:

Eriophyidae)

Características do inseto/Injúrias: São de aspecto vermiforme (forma de vírgula),

medindo cerca de 0,15mm de comprimento, de coloração amarela quando novos e a

medida que ficam velhos tornam-se marrons. Possuem dois pares de pernas verdadeiras

na parte da frente e, na parte de trás, uma falsa perna que é usada para fixação na planta

(o que auxilia na dispersão da espécie pelo vento e também na movimentação). No

pomar em formação ataca as folhas e os ramos novos, causando amarelecimento geral

da planta. Quando os frutos são novos e sofrem um ataque muito intenso não

conseguem se desenvolver. Em infestações severas os frutos perdem de 20 a 25% do

peso. Nos frutos de laranjeiras causam manchas ferruginosas que poderão atingir toda

ou parte da superfície do fruto, que variam de intensidade de acordo com a época em

que são infestados.

Período crítico: Todo o ano, mas com maior intensidade nos períodos quentes e

chuvosos (setembro à março).

Page 25: Manejo Integrado de Pragas

Amostragem: Dividir o pomar em talhões de duas mil plantas, e, em 1% delas (20

plantas amostradas ao acaso; caminhamento em ziguezague), analisar três frutos

localizados na periferia da copa. Observe 1 cm2 em frutos verdes, ou folhas (quando

não houver frutos). A observação deve ser feita no lado da fruta que não fica exposto ao

sol ou na parte inferior da folha.

Nível de controle: 10% de frutos com mais de 30 ácaros/cm2.

Nível de não-ação: 1 predador em mais de 50% das amostras ou 03 ácaros doentes

(presença de fungo sobre o ácaro) , em média, por cm2.

Táticas:

a) Controle biológico: Ácaros predadores Euseius citrifolius (pera), Iphiseiodes

zuluagai (maçã), Estigmeídeos (morango). Fungo entomopatogênico Hirsutella

thompsonii.

b) Controle cultural: quebra-ventos; catação e destruição de frutos ou colheita

profilática; deixar plantas de mentrasto (Ageratum conizoides) no pomar (o pólen dessas

plantas servem de alimento para ácaros predadores); uso de cobertura verde na rua e

herbicidas na linha; manejo das plantas invasoras com roçadeira; adubação equilibrada;

adubação orgânica.

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): abamectina,

aldicarbe, amitraz, azocyclotin, bromopropilato, buprofezin, chlorfenapyr,

chorfenoxuron, clofentazine, cyhexatin, dicofol, dimetoato, enxofre, etion, fenbutatin

oxide, fenpyroximate, formetanate hidrocloreto, lufenuron, propargite, pyridaben,

quinometionato, vamidotion, pyridafention, tetradifon, triazofós, dicofol + tetradifon.

2.6.3. Praga-chave: Mosca-das-frutas, Ceratitis capitata (Diptera: Tephritidae)

e Anastrepha spp. (Diptera: Tephritidae).

Características do inseto/Injúrias: Ceratitis capitata (mosca-do-mediterrâneo) mede

de 4 a 5mm de comprimento; possui coloração predominantemente amarela, olhos

Page 26: Manejo Integrado de Pragas

castanhos, tórax preto na face superior com desenhos simétricos brancos, abdome

amarelo com duas lisas transversais acinzentadas. Anastrepha spp. (mosca sul

americana) mede 6,5mm de comprimento; coloração predominante amarela, possuindo

nas asas uma mancha amarela em forma de “S” e outra em forma de“V” invertido. Os

frutos danificados pelas larvas apresentam um pequeno orifício no centro de uma

mancha de coloração marrom, podendo ter sua polpa completamente destruída pelas

larvas.

Período crítico: Frutificação

Amostragem: É importante que o produtor estabeleça um sistema de alerta desse

inseto-praga, baseado na utilização de frascos caça-moscas para realizar o

monitoramento. Os frascos caça-moscas podem ser feitos em garrafas plásticas. Devem

ser preparados com substâncias atrativas como o melaço a 7% ou proteína hidrolisada a

2-5%, que devem ser trocados ou reabastecidos a cada 10-15 dias. Os frascos caça-

moscas devem ser instalados na periferia do pomar, utiliza-se 1 frasco a cada 50 m,

pendurado na face da planta voltada para o sol da manhã.

Nível de controle: Presença de 1 mosca, em média, por frasco caça-moscas.

Táticas:

a) Controle biológico: Controle biológico natural por predadores (formigas,

estafilinídeos, aranhas) e parasitóides (das larvas que estão no solo).

b) Controle cultural: Retirar os frutos temporões, não deixando a fruta

amadurecer; eliminar os frutos caídos ou refugados (O mesmo procedimento deve ser

feito com as plantas hospedeiras próximas ao pomar, como goiabeira, pessegueiros,

nespereiras, mangueiras, etc.); os frutos colhidos devem ser imediatamente enterrados

em sulcos no meio das ruas dos pomares ou em fossas, com cobertura de terra igual ou

superior a 20 cm. Caso o produtor tenha criação de animais, como bovinos ou suínos, os

frutos atacados ou descartados podem servir como uma alternativa de alimento

suplementar.

Page 27: Manejo Integrado de Pragas

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): clorpirifós,

deltametrina, dimetoato, etion, fenpropatrina, fention, fosmet, malation, triclorfon.

2.6.4. Praga-chave: Minador-dos-citros, Phyllocnistis citrella (Lepidoptera:

Gracillaridae).

Características do inseto/Injúrias: O adulto tem hábito noturno, possui asas franjadas,

de cor clara com duas manchas escuras caracterizando a espécie. A larva do minador

possui 2 a 3mm de comprimento, alimentam-se das células das folhas, fazendo galerias

serpenteadas por onde passa, deixando para trás excrementos característicos nas minas.

Os ovos parecem uma gota de água medindo 0,3mm e, geralmente, localiza-se na face

inferior da folha.

Período crítico: Invernos úmidos e quentes são condições favoráveis para esse inseto-

praga que coloca em riscos as brotações seguidas de floração na primavera e verão.

Amostragem: Quando o talhão tiver 50% de plantas com brotações novas é preciso

fazer um monitoramento para saber qual a incidência da praga. Dividir a propriedade

em talhões de aproximadamente 2 mil árvores e em cada talhão escolher 1% das árvores

para realizar o levantamento. Em cada planta examinar, com lupa de bolso, alguns

ponteiros de ramos que acabaram de brotar e anotar na ficha de inspeção se há ou não a

presença da larva minadora. Deve ser considerado como positivo, quando houver a

presença de pelo menos uma larva viva na folha que esteja no 1o ou 2o estágios (1o

estágio: a larva é transparente, tem a cabeça maior que o corpo e ainda está caminhando

junto à nervura; 2o estágio: a larva fica amarela e já começa a formar a serpentina, sendo

a cabeça do mesmo tamanho que o corpo).

Nível de controle:

a) Em pomares novos, quando houver 10% de ramos com larvas vivas de 1º e 2º

estágio.

b) Em pomares adultos, quando houver 30% de ramos com larvas vivas de 1º e

2º estágio.

Page 28: Manejo Integrado de Pragas

Táticas:

a) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de predadores -

Chrysoperla externa, formigas doceiras, aranhas em geral, vespas sociais (Brachygastra

lecheguana, Protonectarina sylveirae,Polybia spp.); parasitóides dos gêneros

Galeopsomyia, Cirrospilus, Elasmus, Telenomus e Pachyneuron.

b) Controle cultural: Redução de adubação nitrogenada; evitar fertirrigação no

inverno. São necessários 2 a 3 meses sem brotação de inverno para maior eficiência do

manejo.

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): abamectina,

dimetoato, imidacloprid, lufenuron, piridafention, tebufenozide.

2.6.5. Praga-chave: Cigarrinhas do CVC, principais espécies Acrogonia spp.,

Dilobopterus costalimai, Oncometopia spp., Bucephalogonia xanthophis e Plesiommata

corniculata (Homoptera: Cicadellidae).

Características do inseto/Injúrias: Essas cigarrinhas, assim como a bactéria Xylella

fastidiosa, alimentam-se da seiva dos vasos do xilema. As cigarrinhas geralmente não

causavam danos às plantas de citros. Pela sucção do xilema, elas não lesam as plantas, a

menos que ocorram em grande número. No entanto, causam danos indiretos pela

transmissão de X. fastidiosa. As cigarrinhas encontradas na cultura dos citros não são

muito conhecidas e apenas recentemente tem sido mais estudadas, pois são vetoras da

clorose variegada do citros (CVC). As formas jovens são bastante ativas e sofrem cinco

ecdises até atingirem o estágio adulto. As ninfas alimenta-se nas folhas e os adultos

utilizam troncos, hastes, pecíolos e pedúnculos das plantas.

Período crítico: No estado de São Paulo tem-se observado um aumento da população

em dezembro, com picos no verão e outono e decréscimo acentuado no período de

agosto à novembro (inverno e primavera).

Amostragem: Dividir a propriedade em talhões de aproximadamente 2 mil árvores e

em cada talhão selecionar, ao acaso, 1% das árvores para realizar o levantamento;

Page 29: Manejo Integrado de Pragas

adotar caminhamento em ziguezague. Observar, durante 1 minuto, em ramos novos e

mais maduros e também nas nervuras das folhas, ao redor de planta a ocorrência de

adultos dessas cigarrinhas.

Nível de controle: 10% das plantas com cigarrinhas.

Táticas:

a) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de parasitóides de

ovos, das famílias Mymaridae e Trichogrammatidae. Em adultos, tem-se observado

parasitóides da Ordem Strepsiptera, várias espécies de aranhas, algumas de percevejo e

o fungo Beauveria bassiana.

b) Controle cultural: Quebra-ventos; poda e destruição de ramos com sintomas

de infestação por amarelinho a 20-30cm abaixo da última folha inferior com sintomas;

uso de cobertura verde na rua e herbicidas na linha de plantio; manejo das plantas

invasoras com roçadeiras; adubação química equilibrada; adubação orgânica.

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): deltametrina,

imidacloprid.

2.6.6. Praga-chave: Bicho-furão, Ecdytolopha aurantiana (Lepidoptera:

Olethreutidae).

Características do inseto/Injúrias: O adulto do bicho-furão é uma micromariposa de

asas escuras salpicadas de manchas claras; hábitos crepusculares, põe os ovos entre 18 e

29 horas e se esconde no interior das copas das árvores; a postura é efetuada na

superfície dos frutos; as larvas caminham de 1 a 10 cm de distância por duas a três

horas, para então penetrarem na polpa do fruto.

Período crítico: No estado de São Paulo de novembro a março.

Page 30: Manejo Integrado de Pragas

Amostragem: Localizar os focos sempre que tiver frutos maduros. Ao realizar a

inspeção geral do talhão de manejo, deve-se observar atentamente todas as frutas

periféricas à procura de sinais de ataque.

Nível de controle: Os níveis de ação sugeridos são empíricos, pois trata-se de uma

praga de fruta e depende do índice de ataque e do tipo de controle a ser adotado.

Considera-se três tipos de situações:

a) de 1 a 5 frutas atacadas/talhão para inseticidas microbianos (base de Bacillus

thuringiensis) ou fisiológicos em duas aplicações + “catação”;

b) de 6 a 10 frutas atacadas/talhão para uso de inseticidas microbianos (base de

Bacillus thuringiensis) ou fisiológicos + inseticida, visando os adultos em ½ dose +

“catação”;

c) mais de 10 frutas para uso de inseticida visando os adultos em dose cheia +

“catação”.

Observação: No caso de se encontrar somente uma planta ou algumas plantas

juntas com mais de uma fruta atacada, demarca-se um raio der dez plantas e realiza-se a

catação dos frutos e depois efetuar-se à aplicação de controle químico no foco

estabelecido.

Táticas:

a) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de parasitóides -

Trichogramma (ovos), Hymenochaonia sp. (lagartas); predadores - crisopídeos,

formigas e aranhas. Aplicação de Bacillus thuringiensis (bactéria).

b) Controle cultural: catação da fruta na árvore (em quaisquer dos níveis de

ação, é obrigatória a catação de todas as frutas do talhão diretamente da árvore); dispor

os frutos catados em caixas apropriadas, com areia no fundo e tela mosquiteira como

tampa (com isso, permite-se a emergência das vespinhas que atravessam a tela e vão

realizar novo controle biológico sobre as árvores do talhão e vizinhos); repasse de

colheitas (nunca esquecer-se de fazer repasse das frutas restantes de colheita ou

temporãs).

Page 31: Manejo Integrado de Pragas

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): lufenuron,

piridafention.

2.6.7. Pragas secundárias: Cochonilhas, outros ácaros além dos mencionados,

lagartas, etc são consideradas pragas secundárias da cultura dos citros, porém quando

ocorrem em densidades populacionais que causem dano econômico, devem ser

controladas pela aplicação de produtos específicos para cada inseto-praga.

Page 32: Manejo Integrado de Pragas

2.7. Feijoeiro

2.7.1. Praga-chave: Cigarrinha-verde, Empoasca kraemeri (Homoptera:

Cicadellidae).

Características do inseto/Injúrias: Os adultos são de coloração verde, com 3mm de

comprimento, sendo a postura endofítica e de preferência realizada ao longo das

nervuras das folhas; as ninfas são menores e de coloração verde, mais clara, e têm o

hábito de se locomoverem lateralmente. São insetos sugadores e injetam toxinas

causando enfezamento das plantas, sendo que em altas populações ocorre

amarelecimento e enrolamento das folhas (sintomas semelhantes aos de viroses).

Período crítico: Desde a formação das primeiras folhas trifoliadas até a fase de

florescimento, principalmente na época da seca.

Amostragem: Amostrar, ao acaso, 100 folíolos/talhão (até 5ha) e contar número de

ninfas. Adotar caminhamento em ziguezague.

Nível de controle: média de 2 ninfas/folíolo.

Táticas:

a) Controle biológico: Controle biológico natural exercido por parasitóides e

predadores.

b) Controle cultural: Consórcio com milho; adubação equilibrada.

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acefato,

aldicarbe, betaciflutrina, bifentrina, carbaril, carbofuran, carbosulfan, clorpirifós,

dimetoato, disulfoton, esfenvalerate, etofenprox, fenitrotion, fenpropatrina, forate,

imidacloprid, metamidofós, monocrotofós, paration metil, piridafention, terbufós,

thiamethoxan, deltametrina + triazofós.

Page 33: Manejo Integrado de Pragas

2.7.2. Praga-chave: Mosca Branca, Bemisia spp. (Homoptera: Aleyrodidae).

Características do inseto/Injúrias: São insetos pequenos, de 1mm de comprimento

com 4 asas membranosas recobertas por uma pulverulência branca; as ninfas só se

locomovem no inicio, fixando-se, posteriormente, na face inferior da folha (semelhante

às cochonilhas). A mosca branca prejudica o feijoeiro mais pela transmissão do vírus

do mosaico dourado do que pela sucção de seiva.

Período crítico: até o florescimento e no final do ciclo de culturas hospedeiras (soja,

algodão, girassol, etc), principalmente na época da seca.

Amostragem: Amostrar, ao acaso, 100 folíolos/talhão (até 5ha) e contar número de

ninfas. Adotar caminhamento em ziguezague.

Nível de controle: média de 2 insetos/folíolo (dependendo da época de plantio, fazer

controle preventivo através de tratamento de sementes).

Táticas:

a) Controle biológico: Controle biológico natural exercido por parasitóides e

predadores.

b) Controle cultural: Evitar o plantio próximo a soja ou algodoeiro; consórcio

com milho; adubação equilibrada;

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acefato,

aldicarbe, betaciflutrina, bifentrina, buprofezina, carbofuran, carbosulfan, clorpirifós,

dimetoato, disulfoton, esfenvalerate, fenpropatrina, fenvalerate, forate, furathiocarb,

imidacloprid, malation, metamidofós, monocrotofós, piridafention, piriproxifen,

profenofós, terbufós, thiamethoxan, deltametrina + triazofós.

2.7.3. Praga-chave: Vaquinhas, Diabrotica speciosa e Cerotoma spp.

(Coleoptera: Chrysomelidae).

Page 34: Manejo Integrado de Pragas

Características do inseto/Injúrias: A vaquinha é praga polífaga e mede de 5 a 6mm de

comprimento. O adulto de D. speciosa é um besouro de coloração verde, apresentando,

em cada élitro, três manchas amareladas. O adulto de Cerotoma sp. é de coloração

amarela, com manchas escura no dorso. As fêmeas fazem a postura no solo, de onde

eclodem as larvas de coloração branco-leitosa, apresentando uma placa escura no último

segmento abdominal. As vaquinhas alimentam-se de folhas, provocando a desfolha e,

em conseqüência, a redução na área fotossintética. As larvas alimentam-se de raízes e

nódulos, deixando marcas ou perfurações no local do ataque.

Período crítico: floração/enchimento de vagens.

Amostragem: Amostragem visual em 20 pontos/talhão (até 5ha), verificando a

porcentagem de desfolha em 5 folíolos/ponto. Adotar caminhamento em ziguezague.

Nível de controle: a) até os 20 dias, 40% de desfolha;

b) após 20 dias, 30% de desfolha;

c) após 40 dias, 40% de desfolha.

Táticas:

a) Controle biológico: Controle biológico natural exercido por parasitóides e

fungos entomopatogênicos.

b) Controle cultural: Consórcio com milho; adubação equilibrada.

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acefato,

aldicarbe, betaciflutrina, carbaril, dimetoato, esfenvalerate, fenitrotion, fenpropatrina,

forate, imidacloprid, lambdacialotrina, metamidofós, paration metil, terbufós,

thiamethoxan.

Page 35: Manejo Integrado de Pragas

2.7.4. Praga-chave: Lagartas causadoras de mortalidade de plântulas,

Elasmopalpus lignosellus e Agrotis spp. (Lepidoptera).

Características do inseto/Injúrias: A lagarta é de coloração acinzentada; no inicio

alimentam-se de folhas e, posteriormente, descem para o solo e abrem galerias na

região do colo do vegetal, causando a morte de plantas novas; quando em repouso, a

lagarta se aloja em abrigos (casulos) laterais feitos de excrementos, terra, teia, etc. A

lagarta rosca é de cor cinza-escuro, podendo atingir 40-50mm de comprimento; de

hábito noturno, corta as plântulas rente ao solo e durante o dia permanece enroladas em

abrigos no solo.

Período crítico: Causam maiores danos ao feijão da seca. Os maiores prejuízos são

verificados em solos de cerrado, sendo que a população da praga aumenta em períodos

de seca.

Amostragem: Amostragem em 20 pontos/talhão (até 5ha); calcular a porcentagem de

plântulas danificadas em 1metro de fileira/ponto. Adotar caminhamento em ziguezague.

Nível de controle: 5% de plântulas atacadas.

Táticas:

a) Controle biológico: Controle biológico natural.

b) Controle cultural: Rotação de cultura; consórcio com milho; preparo de

solo; aumento da densidade de plantio; manejo adequado da irrigação; adubação

equilibrada.

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acefato,

carbaril, thiodicarb.

Page 36: Manejo Integrado de Pragas

2.7.5. Pragas secundárias: Ácaros, lagartas desfolhadoras, minador das folhas,

etc são consideradas pragas secundárias do feijoeiro, porém quando ocorrem em

densidades populacionais que causem dano econômico, devem ser controladas pela

aplicação de produtos específicos para cada inseto-praga.

Page 37: Manejo Integrado de Pragas

2.8. Milho

2.8.1. Praga-chave: Lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (Lepidoptera:

Noctuidae).

Características do inseto/Injúrias: Mariposa de coloração cinza-escura, com 4mm de

envergadura; postura nas folhas de milho, em grupos de 50 a 300 ovos, podendo chegar

a 1000 ovos/fêmea; as lagartas podem atingir até 45mm de comprimento, apresentando

na cabeça uma sutura epicranial e bordas de coloração branca bem distintas. Quando

falta alimento elas migram em grupos, sendo, por isso, denominadas de lagartas

militares. As lagartas pequenas consomem parte das folhas, deixando a epiderme intacta

( sintoma de raspagem); as maiores perfuram as folhas e desenvolvem-se no cartucho do

milho. Também podem broquear a base da planta e atacar a espiga.

Período crítico: Início do ciclo da cultura até os 60 dias.

Amostragem: Amostragem em 5 pontos/talhão; inspecionar 20 plantas

consecutivas/ponto e determinar a porcentagem de plantas com sintomas de raspagem

nas folhas. Adotar caminhamento em ziguezague.

Nível de controle: 20% de plantas atacadas.

Táticas:

a) Controle cultural: Eliminação dos restos culturais.

b) Controle Biológico: Controle biológico natural exercido por predadores:

Calosoma spp., Podisus sp., Doru luteipes; parasitóides: Campoletis grioti, Ophion sp.,

Archytas incertus, Wintenia sp.; Fungos: Nomurea sp., Beauveria bassiana; Vírus:

Baculovírus spodoptera. Liberações inundativas do parasitóide de ovos Trichogramma

spp. (pesquisa).

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): alfacipermetrina,

carbaril, betaciflutrina, carbofuran, cipermetrina, clorfluazuron, clorpirifós,

Page 38: Manejo Integrado de Pragas

deltametrina, diflubenzuron, esfenvalerate, etofenprox, fenitrotion, fenpropatrina,

fenvalerate, furathiocarb, lambdacialotrina, lufenuron, malation, methoxyfenozide,

metomil, monocrotofós, paration metil, permetrina, piridafention, profenofós, spinosad,

tebufenozide, thiodicarb, triclorfon, triazofós, triflumuron, zetacipermetrina.

2.8.2. Praga-chave: Cupins subterrâneos, Syntermes spp., Procornitermes spp. e

Cornitermes spp. (Isoptera: Termitidae).

Características do inseto/Injúrias: Possuem hábito subterrâneo e ninhos de forma

variada, vivendo em colônias com formas sexuadas (casal real e alados com 2 pares de

asas membranosas) e assexuadas (operárias e soldados, ápteros, com 5 a 10mm de

comprimento e sem olhos e ocelos ao contrário de formas sexuadas). Atacam o sistema

radicular das plantas, destruindo-o total ou parcialmente. As plantas ficam com aspecto

amarelado e desprendem do solo facilmente quando puxadas.

Período crítico: Início do ciclo da cultura (até 30 dias).

Amostragem: Amostragem preventiva para verificar a ocorrência do inseto-praga na

área.

Nível de controle: Controle preventivo.

Táticas:

a) Controle cultural: Rotação de cultura com leguminosas; preparo antecipado

do solo; plantio em solo úmido, logo o início do período chuvoso; incorporação dos

restos culturais após colheita.

b) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): benfuracarb,

carbofuran, carbosulfan, imidacloprid, terbufós, thiodicarb.

Page 39: Manejo Integrado de Pragas

2.8.3. Praga-chave: Lagarta elasmo, Elasmopalpus lignosellus (Lepidoptera:

Pyralidae).

Características do inseto/Injúrias: Lagartas esverdeadas com cerca de 15 a 20mm de

comprimento, “saltitante” quando tocadas; presença de casulo fabricado com pauzinhos

e grãos de areia no coleto das plantas. As lagartas provocam o seccionamento das folhas

centrais que posteriormente secam, dando origem ao sintoma conhecido como “coração

morto”.

Período crítico: Início do ciclo da cultura (até 30-40 dias).

Amostragem: Amostragem em 5 pontos/talhão; inspecionar 20 plantas

consecutivas/ponto e determinar a porcentagem de plantas com sintomas de ataque do

inseto. Adotar caminhamento em ziguezague.

Nível de controle: 3 a 5% de plantas atacadas.

Táticas:

a) Controle cultural: Rotação de cultura com leguminosas; preparo antecipado

do solo; plantio em solo úmido, logo o início do período chuvoso; aumento da

densidade de plantio; incorporação dos restos culturais após colheita; irrigação quando

viável (milho verde).

b) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): benfuracarb,

carbaril, carbofuran, carbosulfan, clorpirifós, furathiocarb, thiamethoxan, thiodicarb.

2.8.4. Praga-chave: Lagarta rosca, Agrotis spp. (Lepidoptera: Noctuidae).

Características do inseto/Injúrias: A lagarta rosca é de cor cinza-escuro, podendo

atingir 40-50mm de comprimento; de hábito noturno, corta as plântulas rente ao solo e

durante o dia permanece enroladas em abrigos no solo.

Page 40: Manejo Integrado de Pragas

Período crítico: Início do ciclo da cultura (até 30-40 dias).

Amostragem: Amostragem em 5 pontos/talhão; inspecionar 20 plantas

consecutivas/ponto e determinar a porcentagem de plantas com sintomas de ataque do

inseto. Adotar caminhamento em ziguezague.

Nível de controle: 3 a 5% de plântulas atacadas.

Táticas:

a) Controle cultural: Rotação de cultura com leguminosas; preparo antecipado

do solo; plantio em solo úmido, logo o início do período chuvoso; aumento da

densidade de plantio; incorporação dos restos culturais após colheita; irrigação quando

viável (milho verde).

b) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): carbaril,

carbofuran, cipermetrina, clorpirifós, permetrina.

2.8.5. Praga-chave: Lagarta-da-espiga, Helicoverpa zea (Lepidoptera:

Noctuidae).

Características do inseto/Injúrias: Mariposa com cerca de 40mm de envergadura,

asas anteriores de coloração amarelo parda, com uma faixa transversal mais escura; os

ovos são colocados em qualquer parte da planta, mas de preferência nos estilo-estigmas

(“cabelo” da espiga de milho); as lagartas penetram no interior da espiga e iniciam a

destruição dos grãos em formação. As lagartas consomem os estigmas e os grãos da

ponta da espiga. As espigas destinadas ao mercado como “milho verde” podem ser

rejeitados pelo consumidor, que exige a espiga livre de pragas.

Período crítico: Fase de embonecamento até endurecimento dos grãos.

Amostragem: Inspecionar algumas espigas, ao acaso, no talhão para verificar a

presença do inseto. Adotando caminhamento em ziguezague.

Page 41: Manejo Integrado de Pragas

Nível de controle: 20% de plantas atacadas.

Táticas:

a) Controle cultural: Para cultura destinada à exploração de milho verde,

eliminar aponta da espiga com o facão.

b) Resistência de plantas a insetos: Plantio de cultivares com bom

empalhamento da espiga.

c) Controle Biológico: Controle biológico natural exercido por predadores:

Orius spp., Doru luteipes. Liberações inundativas do parasitóide de ovos Trichogramma

spp. (pesquisa).

d) Controle químico (O controle químico desse inseto-praga é praticamente

inviável. Entretanto, os principios ativos dos inseticidas registrados são os seguintes):

carbaril, paration metil, triclorfon.

2.8.6. Pragas secundárias: Pulgões, percevejos, larvas de coleópteros, etc são

consideradas pragas secundárias do milho, porém quando ocorrem em densidades

populacionais que causem dano econômico, devem ser controladas pela utilização de

estratégias e táticas específicas para cada inseto-praga.

Page 42: Manejo Integrado de Pragas

2.9. Pastagens

2.9.1. Praga-chave: Cigarrinha-das-pastagens, Zulia entreriana (Homoptera:

Cercopidae)

Características do inseto/Injúrias: Os adultos medem cerca de 7 mm; coloração preta

e com uma faixa transversal branco-amarelada no terço apical das asas; as ninfas

localizam-se na base das plantas e ficam protegidas por espuma branca característica.

As ninfas fazem a sucção de seiva; os adultos além da sucção de seiva, injetam uma

toxina, ficando as folhas com aspecto de queimadas, reduzindo a produção de massa

verde.

Período crítico: época das águas (na região Sudeste de novembro a março).

Amostragem: Amostrar uma área de 1m2 ( usar o método do quadrado, isto é, lançar,

ao acaso, um quadrado feito de vergalhão de aço, de 1 m2, sobre o ponto a ser

amostrado) em cada ponto de amostragem. Fazer caminhamento em ziguezague,

amostrando 5 pontos/ha, contando o número de ninfas. Nas proximidades desse ponto,

numa área equivalente a 1m2 (demarcada visualmente) contar o número de adultos.

Nível de controle: a) 6 a 25 ninfas/m2 (pulverização de Metarhizium anisopliae em

faixas espaçadas de 10 m);

b) Mais de 25 ninfas/m2 (pulverização de Metarhizium anisopliae

na área total);

c) 20 a 30 adultos/m2 (pulverização de Metarhizium anisopliae em

faixas espaçadas de 10 m);

d) Mais de 30 adultos/m2 (pulverização de inseticida sintético).

Táticas:

a) Controle cultural: Evitar o plantio de Brachiaria decumbens; fazer

adubações rica em Ca e P; divisão das pastagens em piquetes; quando ocorrer alta

infestação de cigarrinhas, reduzir a altura da forrageira até cerca de 25 cm através de

pastejo controlado.

Page 43: Manejo Integrado de Pragas

b) Controle biológico: Predadores: Salpingogaster nigra (Diptera: Asilidae);

Inseticida microbiano: Metarhizium anisopliae (fungo entomopatogênico).

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): carbaril,

clorpirifós, fenitrotion.

2.9.2. Praga-chave: Cigarrinha-das-pastagens, Deois flavopicta (Homoptera:

Cercopidae)

Características do inseto/Injúrias: Os adultos medem cerca de 10 mm; coloração

verde-escura (abdome e pernas vermelhas) e asas possuindo duas manchas transversais

e uma longitudinal de coloração amarela; as ninfas localizam-se na base das plantas e

ficam protegidas por espuma branca característica. As ninfas fazem a sucção de seiva;

os adultos além da sucção de seiva, injetam uma toxina, ficando as folhas com aspecto

de queimadas, reduzindo a produção de massa verde.

Período crítico: época das águas (na região Sudeste de novembro a março).

Amostragem: Amostrar uma área de 1m2 ( usar o método do quadrado, isto é, lançar,

ao acaso, um quadrado feito de vergalhão de aço, de 1 m2, sobre o ponto a ser

amostrado) em cada ponto de amostragem. Fazer caminhamento em ziguezague,

amostrando 5 pontos/ha, contando o número de ninfas. Nas proximidades desse ponto,

numa área equivalente a 1m2 (demarcada visualmente) contar o número de adultos.

Nível de controle: a) 6 a 25 ninfas/m2 (pulverização de Metarhizium anisopliae em

faixas espaçadas de 10 m);

b) Mais de 25 ninfas/m2 (pulverização de Metarhizium anisopliae

na área total);

c) 20 a 30 adultos/m2 (pulverização de Metarhizium anisopliae em

faixas espaçadas de 10 m);

Page 44: Manejo Integrado de Pragas

d) Mais de 30 adultos/m2 (pulverização de inseticida sintético).

Táticas:

a) Controle cultural: Evitar o plantio de Brachiaria decumbens; fazer

adubações rica em Ca e P; divisão das pastagens em piquetes; quando ocorrer alta

infestação de cigarrinhas, reduzir a altura da forrageira até cerca de 25 cm através de

pastejo controlado.

b) Controle biológico: Predadores: Salpingogaster nigra (Diptera: Asilidae);

Inseticida microbiano: Metarhizium anisopliae (fungo entomopatogênico).

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): carbaril,

clorpirifós, fenitrotion.

2.9.3. Praga-chave: Cigarrinha-das-pastagens, Deois schach (Homoptera:

Cercopidae)

Características do inseto/Injúrias: Os adultos medem cerca de 10 mm; coloração

verde-escura (abdome e pernas vermelhas) e uma faixa transversal alaranjada na parte

apical das asas; as ninfas localizam-se na base das plantas e ficam protegidas por

espuma branca característica. As ninfas fazem a sucção de seiva; os adultos além da

sucção de seiva, injetam uma toxina, ficando as folhas com aspecto de queimadas,

reduzindo a produção de massa verde.

Período crítico: época das águas (na região Sudeste de novembro a março).

Amostragem: Amostrar uma área de 1m2 ( usar o método do quadrado, isto é, lançar,

ao acaso, um quadrado feito de vergalhão de aço, de 1 m2, sobre o ponto a ser

amostrado) em cada ponto de amostragem. Fazer caminhamento em ziguezague,

amostrando 5 pontos/ha, contando o número de ninfas. Nas proximidades desse ponto,

numa área equivalente a 1m2 (demarcada visualmente) contar o número de adultos.

Page 45: Manejo Integrado de Pragas

Nível de controle: a) 6 a 25 ninfas/m2 (pulverização de Metarhizium anisopliae em

faixas espaçadas de 10 m);

b) Mais de 25 ninfas/m2 (pulverização de Metarhizium anisopliae

na área total);

c) 20 a 30 adultos/m2 (pulverização de Metarhizium anisopliae em

faixas espaçadas de 10 m);

d) Mais de 30 adultos/m2 (pulverização de inseticida sintético).

Táticas:

a) Controle cultural: Evitar o plantio de Brachiaria decumbens; fazer

adubações rica em Ca e P; divisão das pastagens em piquetes; quando ocorrer alta

infestação de cigarrinhas, reduzir a altura da forrageira até cerca de 25 cm através de

pastejo controlado.

b) Controle biológico: Predadores: Salpingogaster nigra (Diptera: Asilidae);

Inseticida microbiano: Metarhizium anisopliae (fungo entomopatogênico).

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): carbaril,

clorpirifós, fenitrotion.

2.9.4. Pragas secundárias: Os insetos-praga secundários tais como as lagartas

devem ser controlados em reboleiras, com os inseticidas carbaril, deltametrina ou com a

aplicação do inseticida microbiano a base de Bacillus thuringiensis). Já o ataque do

percevejo castanho deve ser controlado em reboleiras, pela gradagem de uma faixa da

pastagem na região de transição do capim morto e seco com o capim ainda verde, sem

as injúrias do inseto).

Page 46: Manejo Integrado de Pragas

2.10. Pessegueiro

2.10.1. Praga-chave: Mariposa Oriental, Grapholita molesta (Lepidoptera:

Olethreutidae)

Características do inseto/Injúrias: Microlepidópteros de cerca de 12mm de

envergadura, de coloração cinza e manchas escuras nas asas anteriores; as lagartas

completamente desenvolvidas medem até 14mm e adquirem coloração rosada sendo a

cabeça bem distinta e escura; constróem galerias nos ramos ou frutos, sendo que no

ponto de penetração observa-se uma exsudação gomosa da planta acompanhada, muitas

vezes, de grânulos de fezes. Os ponteiros atacados murcham, secam e os frutos tornam-

se imprestáveis ao comércio.

Período crítico: Fase de crescimento do fruto.

Amostragem: a) Armadilha de ferômonio: 1 armadilha/ha, colocada a 1,8m de altura ,

no interior da copa, na periferia do pomar.

b) Frasco caça-mosca: 4 frascos/ha, colocados de modo semelhante à

armadilha de feromônio, utilizando-se como atraente de alimentação suco de pêssego

numa concentração de 10%. Na falta desse atraente, utilizar açúcar ou melaço ns mesma

concentração.

NC igual a

Nível de controle: a) 40 mariposas/semana/armadilha de feromônio;

b) 20 mariposas/semana/4 armadilhas.

Táticas:

a) Controle cultural: eliminar "ramo ladrão"; eliminar do pomar os frutos

temporãos.

Page 47: Manejo Integrado de Pragas

b) Controle biológico: Controle biológico natural.

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): carbaril,

deltametrina, dimetoato, fenitrotion, malation, naled, paration metil, triclorfon.

2.10.2. Praga-chave: Mosca-das-frutas, Ceratitis capitata e Anastrepha spp.

(Diptera: Tephritidae)

Características do inseto/Injúrias: Ceratitis capitata (mosca-do-mediterrâneo) mede

de 4 a 5mm de comprimento; possui coloração predominantemente amarela, olhos

castanhos, tórax preto na face superior com desenhos simétricos brancos, abdome

amarelo com duas lisas transversais acinzentadas. Anastrepha spp. (mosca sul

americana) mede 6,5mm de comprimento; coloração predominante amarela, possuindo

nas asas uma mancha amarela em forma de “S” e outra em forma de “V” invertido. A

mosca faz oviposição a partir do período de inchamento do frutos, que amadurecem

precocemente e caem no solo;

Período crítico: Fase de inchamento do fruto à maturação (três a quatro semanas antes

da colheita).

Amostragem: 4 frascos caça-moscas/ha contendo suco de frutos (uva a 25%, pêssego a

10% ou maracujá a 25%).

Nível de controle: a) 1 mosca/4 armadilhas, usar isca tóxica;

b) 6 moscas/4 armadilhas, pulverização total em cobertura.

Táticas:

a) Controle cultural: ensacamento dos frutos recém formados, para evitar o

ataque da praga; eliminar do pomar os frutos temporões.

b) Controle biológico: Controle biológico natural.

Page 48: Manejo Integrado de Pragas

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): deltametrina,

dimetoato, fenitrotion, fention, malation, naled, paration metil, triclorfon.

2.10.3. Pragas secundárias: Cochonilhas, pulgões, etc consideradas pragas

secundárias do pessegueiro, quando ocorrem em densidades populacionais que causem

dano econômico, devem ser controladas pela aplicação de produtos específicos para

cada inseto-praga.

Page 49: Manejo Integrado de Pragas

2.11. Soja

2.11.1. Praga-chave: Percevejo verde, Nezara viridula (Heteroptera:

Pentatomidae).

Características do inseto/Injúrias: Os adultos são verdes uniforme, com cerca de 13 a

17mm de comprimento, com antenas verdes na base e ápice avermelhado; as ninfas são

escuras com manchas vermelhas; os ovos (cerca de 100 ovos) são colocados na face

inferior das folhas, cujo conjunto possui formato hexagonal. Sugam a seiva das hastes

ramos e vagens ("chochas"), retenção foliar (problema na colheita mecânica) e "soja

louca" (vegetação anormal da planta, sem produzir vagens) devido a injeção de toxinas.

Período crítico: Formação de vagens até a maturação fisiológica

Amostragem: Utilizar o método do pano de batida. Em áreas de até 10ha, amostrar em

6 pontos; de 11 a 30ha, 8 pontos e de 31 a 100ha, 10 pontos; em áreas maiores que

100ha, subdividir a cultura. Adotar caminhamento em ziguezague ou em “Ü”. Realizar

amostragens semanais, sendo que próximo ao nível de controle amostrar a cada 2 a 3

dias.

Nível de controle: a) média de 4 percevejos (maiores que 5 mm)/pano de batida, para

produção de grãos;

b) média de 2 percevejos (maiores que 5 mm)/pano de batida, para

produção de sementes.

Táticas:

a) Controle cultural: Uso de variedades de ciclo mais curto; uso de cultivares

armadilhas nas margens da área de cultivo, que serão eliminados com o uso de

inseticidas.

b) Controle por comportamento: Uso de sal de cozinha, que permite o controle

químico dos percevejos com redução pela metade da dosagem recomendada do

Page 50: Manejo Integrado de Pragas

inseticida (a ação do sal de cozinha não é a de um atraente, mais sim de um estimulante

alimentar).

c) Resistência de Plantas: A cultivar IAC-100 é resistente a percevejos.

d) Controle biológico: Liberações inundativas do parasitóide de ovos Trissolcus

basalis.

e) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acefato,

betaciflutrina, carbaril, cipermetrina, clorpirifós, deltametrina, dimetoato, endosulfan,

fenitrotion, fenvalerate, lambdacialotrina, metamidofós, monocrotofós, paration metil,

permetrina, triclorfon.

2.11.2. Praga-chave: Percevejo verde pequeno, Piezodorus guildinii

(Heteroptera: Pentatomidae).

Características do inseto/Injúrias: Os adultos são verdes uniforme, com cerca de

10mm, com antenas verdes e faixa transversal avermelhada no pronoto; as ninfas são

de coloração variável, de vermelha, verde e até pretas, com manchas brancas no dorso;

os ovos (cerca de 20 a 30 ovos) são pretos, dispostos em linha dupla, geralmente nas

vagens. Sugam a seiva das hastes ramos e vagens ("chochas"), retenção foliar (problema

na colheita mecânica) e "soja louca" (vegetação anormal da planta, sem produzir

vagens) devido a injeção de toxinas.

Período crítico: Formação de vagens até a maturação fisiológica

Amostragem: Utilizar o método do pano de batida. Em áreas de até 10ha, amostrar em

6 pontos; de 11 a 30ha, 8 pontos e de 31 a 100ha, 10 pontos; em áreas maiores que

100ha, subdividir a cultura. Adotar caminhamento em ziguezague ou em “Ü”. Realizar

amostragens semanais, sendo que próximo ao nível de controle amostrar a cada 2 a 3

dias.

Page 51: Manejo Integrado de Pragas

Nível de controle: a) média de 4 percevejos (maiores que 5 mm)/pano de batida, para

produção de grãos;

b) média de 2 percevejos (maiores que 5 mm)/pano de batida, para

produção de sementes.

Táticas:

a) Controle cultural: Uso de variedades de ciclo mais curto; uso de cultivares

armadilhas nas margens da área de cultivo, que serão eliminados com o uso de

inseticidas.

b) Controle por comportamento: Uso de sal de cozinha, que permite o controle

químico dos percevejos com redução pela metade da dosagem recomendada do

inseticida (a ação do sal de cozinha não é a de um atraente, mais sim de um estimulante

alimentar).

c) Resistência de Plantas: A cultivar IAC-100 é resistente a percevejos.

d) Controle biológico: Liberações inundativas do parasitóide de ovos Trissolcus

basalis.

e) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acefato,

cipermetrina, clorpirifós, deltametrina, endosulfan, fenitrotion, metamidofós,

monocrotofós, paration metil, permetrina, triclorfon.

2.11.3. Praga-chave: Percevejo marrom, Euschistus heros (Heteroptera:

Pentatomidae).

Características do inseto/Injúrias: Os adultos são de coloração marrom uniforme,

com cerca de 11mm de comprimento, pronoto desenvolvido ("chifrudinho") e com uma

mancha em forma de meia lua branca no ápice do escutelo; as ninfas são verdes no

inicio, podendo apresentar formas de cor verde, castanho ou acinzentado; os ovos (cerca

Page 52: Manejo Integrado de Pragas

de 7) são amarelos, dispostos em 2 ou 3 linhas paralelas nas vagens ou folhas da soja.

Atacam vagens e grãos e provocam a retenção foliar.

Período crítico: Formação de vagens até a maturação fisiológica

Amostragem: Utilizar o método do pano de batida. Em áreas de até 10ha, amostrar em

6 pontos; de 11 a 30ha, 8 pontos e de 31 a 100ha, 10 pontos; em áreas maiores que

100ha, subdividir a cultura. Adotar caminhamento em ziguezague ou em “Ü”. Realizar

amostragens semanais, sendo que próximo ao nível de controle amostrar a cada 2 a 3

dias.

Nível de controle: a) média de 4 percevejos (maiores que 5 mm)/pano de batida, para

produção de grãos;

b) média de 2 percevejos (maiores que 5 mm)/pano de batida, para

produção de sementes.

Táticas:

a) Controle cultural: Uso de variedades de ciclo mais curto; uso de cultivares

armadilhas nas margens da área de cultivo, que serão eliminados com o uso de

inseticidas.

b) Controle por comportamento: Uso de sal de cozinha, que permite o controle

químico dos percevejos com redução pela metade da dosagem recomendada do

inseticida (a ação do sal de cozinha não é a de um atraente, mais sim de um estimulante

alimentar).

c) Resistência de Plantas: A cultivar IAC-100 é resistente a percevejos.

d) Controle biológico: Liberações inundativas do parasitóide de ovos Trissolcus

basalis.

Page 53: Manejo Integrado de Pragas

e) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acefato,

cipermetrina, deltametrina, dimetoato, endosulfan, fenitrotion, metamidofós,

monocrotofós, paration metil, triclorfon.

2.11.4. Praga-chave: Lagarta da soja, Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera:

Noctuidae).

Características do inseto/Injúrias: Mariposas pardo-acinzentadas, com 40 mm de

envergadura, listas escuras transversais nas asas e manchas claras na face ventral; os

ovos são brancos, colocados isolados ou agrupados (5 a 7) na face inferior das folhas; as

lagartas são de coloração verde (quando ocorrem em baixa infestação) até preta (alta

infestação), medem até 40mm de comprimento, com estrias brancas no dorso e 4 pares

de pernas abdominais. Alimentam-se de folhas e hastes das plantas.

Período crítico: Formação de vagens até a maturação fisiológica

Amostragem: Utilizar o método do pano de batida ou o índice de desfolha. Em áreas de

até 10ha, amostrar em 6 pontos; de 11 a 30ha, 8 pontos e de 31 a 100ha, 10 pontos; em

áreas maiores que 100ha, subdividir a cultura. Adotar caminhamento em ziguezague.

Realizar amostragens semanais, sendo que próximo ao nível de controle amostrar a cada

2 a 3 dias.

Nível de controle: a) 40 lagartas (maiores que 15 mm)/pano de batida ou 30% de

desfolha, antes do florescimento;

b) 40 lagartas (maiores que 15 mm)/pano de batida ou 15% de

desfolha, após o florescimento.

Táticas:

a) Controle cultural: Plantio mais cedo; redução do espaçamento de plantio.

Page 54: Manejo Integrado de Pragas

b) Controle biológico: Controle biológico natural exercido por predadores.

Aplicação de inseticida microbiano a base de Baculovírus anticarsia (vírus) ou de

Bacillus thuringiensis (bactéria).

e) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acefato,

alfacipermetrina, betaciflutrina, bifentrina, carbaril, cipermetrina, clorfluazuron,

clorpirifós, deltametrina, diflubenzuron, endosulfan, esfenvalerate, etofenprox,

fenitrotion, fenvalerate, flufenoxuron, lambdacialotrina, lufenuron, malation,

metamidofós, methoxyfenozide, metomil, monocrotofós, naled, paration metil,

permetrina, profenofós, spinosad, tebufenozide, teflubenzuron, thiodicarb, triazofós,

triflumuron, deltametrina + endosulfan.

2.11.5. Pragas secundárias: Ácaros, outras lagartas não mencionadas,

vaquinhas, corós, etc são consideradas pragas secundárias da soja, porém quando

ocorrem em densidades populacionais que causem dano econômico, devem ser

controladas pela aplicação de produtos específicos para cada inseto-praga.

Page 55: Manejo Integrado de Pragas

2.12. Tomateiro

2.12.1. Praga-chave (Transmissores de viroses): Tripes, Frankliniella schulzei

(Thysanoptera: Thripidae).

Características do inseto/Injúrias: Insetos pequenos, de corpo alongado, não

ultrapassando 3 mm de comprimento, de coloração marrom-escura, quase preta; ninfas

amareladas. Transmissões de viroses (“vira-cabeça”).

Período crítico: principalmente no início do ciclo da cultura.

Amostragem: Os tripes devem ser amostrados no topo das plantas, batendo-se os

ponteiros de 5 plantas numa bandeja branca ( ponto de amostragem), em 20 pontos de

amostragem/talhão.

Nível de controle: 1 inseto adulto/ponteiro.

Táticas:

a) Controle cultural: Barreiras em torno da área de plantio com Crotalaria ,

milho ou sorgo.

b) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de percevejos

predadores, joaninhas, crisopídeos, carabídeos, formigas e aranhas.

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acefato,

acetamiprid, benfuracarb, carbofuran, carbaril, carbofuran, cipermetrina, dimetoato,

fenitrotion, paration metil, tiometon.

2.12.2. Praga-chave (Transmissores de viroses): Pulgão, Myzus persicae

(Homoptera: Aphididae)

Características do inseto/Injúrias: Apresenta coloração geral verde, tendo a cabeça,

antenas e tórax pretos e o abdome amarelado; mede cerca de 2 mm; a forma áptera é de

Page 56: Manejo Integrado de Pragas

coloração verde-clara. Transmissões de viroses (vírus “y”, “topo amarelo”, “amarelo

baixeiro” e “mosaico comum”).

Período crítico: principalmente no início do ciclo da cultura.

Amostragem: Os pulgões devem ser amostrados no topo das plantas, batendo-se os

ponteiros de 5 plantas numa bandeja branca ( ponto de amostragem), em 20 pontos de

amostragem/talhão.

Nível de controle: 1 inseto adulto/ponteiro.

Táticas:

a) Controle cultural: Produção de mudas em viveiros telados; cultivo de

variedades resistentes à viroses.

b) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de percevejos

predadores, joaninhas, crisopídeos, carabídeos, formigas e aranhas.

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acetamiprid,

carbofuran, dimetoato, diazinon, disulfoton, etion, fenitrotion, forate, imidacloprid,

malation, metamidofós, metomil, naled, paration metil, permetrina, pirimicarb,

protiofós, thiamethoxan, tiometon, vamidotion.

2.12.3. Praga-chave (Transmissores de viroses): Mosca branca, Bemisia tabaci

(Homoptera: Aleyrodidae).

Características do inseto/Injúrias: Insetos com cerca de 1,5mm de comprimento, de

olhos avermelhados e antenas longas em relação ao tamanho da cabeça, com dois pares

de asas membranosas; recobertos por pulverulência branca. Transmissões de

geminivírus.

Período crítico: principalmente no início do ciclo da cultura.

Page 57: Manejo Integrado de Pragas

Amostragem: A mosca branca deve ser amostrada no topo das plantas, batendo-se os

ponteiros de 5 plantas numa bandeja branca ( ponto de amostragem), em 20 pontos de

amostragem/talhão.

Nível de controle: 1 inseto adulto/ponteiro.

Táticas:

a) Controle cultural: Produção de mudas em viveiros telados; cultivo de

variedades resistentes à viroses; destruição dos restos de cultura.

b) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de percevejos

predadores, joaninhas, crisopídeos, carabídeos, formigas e aranhas.

c) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): acetamiprid,

buprofezina, deltametrina, imidacloprid, piriproxifen, thiamethoxan, triazofós.

2.12.4. Praga-chave: Traça do tomateiro, Tuta absoluta (Lepidoptera:

Gelechiidae).

Características do inseto/Injúrias: Pequenas mariposas de cor cinza com cerca de

5mm de envergadura; as minas têm o formato “alargado”. Fazem galerias nas folhas e

nas gemas apicais. Nos frutos constroem galerias superficiais.

Período crítico: Todo o ciclo da cultura.

Amostragem: Amostrar em 20 pontos/ talhão; 5 plantas/ponto de amostragem; terceira

folha a partir do ápice (minas) ou frutos das 1as pencas (galerias).

Nível de controle: 20% de folhas minadas ou 1% dos frutos broqueados.

Táticas:

Page 58: Manejo Integrado de Pragas

a) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de percevejos

predadores, joaninhas, crisopídeos, carabídeos, formigas, aranhas e vespas predadoras.

Pulverização de inseticida microbiano a base de Bacillus thuringiensis (bactéria).

b) Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): abamectina,

betaciflutrina, bifentrina, cartap, ciflutrina, cipermetrina, clorfluazuron, diflubenzuron,

esfenvalerate, etofenprox, fenpropatrina, fentoato, fenvalerate, lambdacialotrina,

lufenuron, metamidofós, metoxifenozide, permetrina, paration metil, spinosad,

tebufenozide, teflubenzuron, triflumuron, zetacipermetrina.

2.12.5. Praga-chave: Mosca minadora, Liriomyza spp. (Diptera: Agromyzidae)

Características do inseto/Injúrias: Pequena mosca de coloração preta, de 2mm de

comprimento; as minas têm formato “serpenteado”. Fazem minas nas folhas

provocando, em conseqüência, seu secamento.

Período crítico: Ocorrem em períodos de seca prolongada.

Amostragem: Amostrar em 20 pontos/ talhão; 5 plantas/ponto de amostragem; terceira

folha a partir do ápice (minas).

Nível de controle: 20% de folhas minadas.

Táticas:

a) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de parasitóides.

b)Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): abamectina,

acefato, cartap, ciromazina, clorpirifós, deltametrina, permetrina, piridafention.

Page 59: Manejo Integrado de Pragas

2.12.6. Praga-chave: Broca pequena do fruto, Neoleucinodes elegantalis

(Lepidoptera: Pyralidae).

Características do inseto/Injúrias: Mariposa com cerca de 25mm de envergadura,

com asas transparentes, trazendo nas anteriores, uma mancha cor de tijolo e as

posteriores apresentando pequenas manchas marrons, esparsas; lagartas no interior do

fruto de coloração rosada. Os frutos atacados ficam totalmente imprestáveis, com a

polpa destruída e presença de grânulos de fezes.

Amostragem: Amostrar em 20 pontos/ talhão; 5 plantas/ponto de amostragem; frutos

das 1as pencas (galerias).

Nível de controle: 1% dos frutos broqueados.

Táticas:

a) Controle cultural: Catação manual dos frutos perfurados e sua posterior

destruição; eliminação de solanáceas silvestres como joás e jurubebas das proximidades

das culturas do tomate.

b) Controle biológico: Controle biológico natural pela ação de percevejos

predadores, joaninhas, crisopídeos, carabídeos, formigas e aranhas. Pulverização de

inseticida microbiano a base de Bacillus thuringiensis (bactéria).

c)Controle químico (principio ativo dos inseticidas registrados): alfacimetrina,

betaciflutrina, bifentrina, , carbaril, ciflutrina, cipermetrina, clorpirifós, deltametrina,

diflubenzuron, esfenvalerate, etofenprox, fenpropatrina, fenvalerate, lambdacialotrina,

lufenuron, metamidofós, malation, metomil, metoxifenozide, paration metil, permetrina,

piridafention, tebufenozide, triclorfon, zetacipermetrina.

2.1.7. Pragas secundárias: ácaros, percevejos, outros lepidópteros considerados

pragas secundárias do tomateiro, quando ocorrem em densidades populacionais que

causem dano econômico, devem ser controladas pela aplicação de produtos específicos

para cada inseto-praga.

Page 60: Manejo Integrado de Pragas

Referências bibliográficas

ANDREI, E. Compêndio de Defensivos Agrícolas. 5a ed. São Paulo: Andrei, 1993.

448 p.

CIDASC. Monitoramento de pulgões em batata. Governo de Santa Catarina.

CROCOMO, W.B. (Org.) Manejo integrado de pragas . São Paulo: UNESP, 1990.

cap.10, p.199-213.

CRUZ, V. R. Vamos conhecer e controlar o bicudo do algodão. (Instrução Prática,

233). Campinas: CATI, 1987. 17 p.

GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R. D. L.; BATISTA,

G. C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.;

VENDRAMIN, J. D. Manual de Entomologia Agrícola. 2. ed. São Paulo:

Agronômica Ceres, 1988. 649 p.

LACA-BUENDIA, J. P.; BRANDÃO, M. Bicudo do algodoeiro: nova praga da

cotonicultura mineira. (Boletim técnico, 34). Belo Horizonte: EPAMIG, 1991. 36p.

GRAVENA, S. (Coord.). MIP – Tomateiro. CEMIP, Jaboticabal. 1993.(folder).

MALTA, A. W. O. Flutuação Populacional e Calibração de Níveis de Ação para o

Manejo Integrado de Pragas do Tomateiro na Meso-região Metropolitana de

Belo Horizonte. Lavras: UFLA, 1999. 91 p. (Dissertação de Mestrado).

SILVA, C. A. D.; ALMEIDA, R. P. Manejo Integrado de Pragas do Algodoeiro no

Brasil. Campina Grande: Embrapa algodão, 1998. 64 p. (Circular Técnica, n. 27).

ZUCCHI, R. A.; SILVEIRA NETO, S.; NAKANO, O. Guia de identificação de

pragas agrícolas. Piracicaba: FEALQ, 1993. 139 p.

Page 61: Manejo Integrado de Pragas