manejo hÍdrico pÓs operatÓrio
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Uma atualização do manejo hídrico pós operatório em paciente de alto riscoTRANSCRIPT
Manejo hídrico perioperatório em cirurgia não cardíaca em pacientes de alto risco – do centro cirúrgico a UTI: Buscando resultados com recursos
amplamente disponíveis.
Artigo apresentado a Universidade Nove de Julho como exigência parcial para aprovação no curso de Pós-Graduação
Lattu Sensu em Medicina Intensiva, parte integrante do projeto QUALITI.
Autor: Yuri Moreira Assis, especialista em Medicina Intensiva – AMIB.Médico diarista da UTI Hospital Tarquínio Lopes Filho, São Luís – MA.
Orientadora: Dra. Ana Paula Pierre de Moraes, Coordenadora UTI HTLF.
Hospital Tarquínio Lopes Filho
Introdução
• O paciente cirúrgico de alto risco é um desafio contínuo e quotidiano
• A necessidade de cirurgias de alto risco vem aumentando (Lobo)
– Aumento da incidência de politraumatizados
– Aumento da idade da população
– Diagnóstico mais precoce do câncer
– Pacientes com múltiplas comorbidades
Introdução
• O manejo destes pacientes é baseado em:
– Triagem, estratificação de risco e preparo pré-operatório
– Condução intra-operatória criteriosa
– Manejo pós-operatório especifico e visando redução de mortalidade, morbidade e tempo de permanência
• Nem sempre podemos garantir o pré-operatório, mas o manejo intra e pós-operatório deve ser rigoroso
IntroduçãoTabela 1 – Critérios de Shoemaker para identificação do paciente de alto
risco cirúrgico (De Assunção)
Sepse
Insuficiência respiratória (PaO2 < 60 mmHg com FiO2 > 0,4; Shunt > 30%;
VMI > 48 h)
Catástrofe abdominal aguda com instabilidade hemodinâmica
Insuficiência renal aguda
Doença vascular avançada com comprometimento da aorta
Doença cardiorrespiratória prévia grave
Extensa cirurgia ablativa por câncer
Cirurgia prolongada (> 8 horas)
Politrauma grave
Idade > 70 anos, com evidência de redução da reserva fisiológica em um
ou mais órgãos
Choque
Introdução
• Dentre as diversas intervenções do manejo do paciente cirúrgico, a administração de fluidos é uma das que apresenta maior importância e dificuldade
• Hipervolemia é tão deletéria quanto hipovolemia
• Diversos métodos propostos para ajuste da volemia, nenhum comprovado como melhor
• Os hospitais brasileiros muitas vezes não dispõem de todos os recursos preconizados
Objetivo e método• Objetivos: revisar a literatura atual sobre o tema,
sumarizando a fisiopatologia, meios disponíveis para monitorização da hemodinâmica e estratégias de infusão de fluidos, e finalmente propor uma estratégia viável para utilização com recursos amplamente disponíveis
• Método: foi realizada busca eletrônica na base de dados PubMed – NCBI, utilizando os descritores: “reposição volêmica em pacientes cirúrgicos”, “monitorização hemodiâmica em pacientes cirúrgicos”, “estratégia restritiva de reposição volêmica”, “estratégia liberal de reposição volêmica” e “reposição volêmica baseada em metas precoces”, e suas respectivas versões em língua inglesa
Fisiopatologia
• A hipovolemia é comum em pacientes cirúrgicos (Holte)
– Mesmo sem grandes hemorragias ou perdas aparentes
– Vasodilatação e alteração na permeabilidade vascular
• O uso de fluidos é comum, e delimitar sua necessidade não é tarefa simples– Hipovolemia mantida gera grandes prejuízos
– Otimização vigorosa da volemia é necessária para evitar SDMOS
Fisiopatologia
• Resposta endócrino-metabólica – poupadora de volume e centralizadora– Elevação do ADH
– Ativação do SRAA
– Aminas do SNS
– Hormônios – cortisol e glucagon – aumentam a retenção hídrica
– Intensidade da resposta diretamente proporcional ao tamanho do trauma cirúrgico
• Adequada reposição volêmica pode reduzir a resposta orgânica
Fisiopatologia
• Alterações dos sistemas orgânicos:
Cardiovascular:
Fisiopatologia
• Alterações dos sistemas orgânicos:
Respiratório:
Hipoxemia em até 72
horas
Extravazamento de fluidos
Má perfusão e liberação de mediadores
inflamatóriosAtelectasia
e pneumonia
Fisiopatologia
• Alterações dos sistemas orgânicos:
Digestório:
Má perfusão esplâncnica
Edema de parede - hipervolemia
Redução da mobilidade
= íleo adinâmico
Fisiopatologia
• Alterações dos sistemas orgânicos:
Coagulação:
Fisiopatologia• Alterações dos sistemas orgânicos:
Renal:
Fisiopatologia
• Alterações dos sistemas orgânicos:
Outros:
Cicatrização
• Má perfusão tecidual
• Deiscência de anastomoses, fístulas
Náuseas, vômitos, dor, tonturas
• Mediadores inflamatórios?
• Hipoxemia?
Monitorização hemodinâmica
• Pressão venosa central (PVC) (Gutierrez)
– Severas críticas
– Não serve para prever fluido responsividade
– Pode ser útil como limiar de segurança
• Cateter de artéria pulmonar (CAP) (Nácul)
– Dificuldades no manuseio, curva de aprendizado longa
– Macro-hemodinâmica não parece ser correspondente ao estado tecidual
– Evidências não conseguiram correlacionar com melhora na mortalidade (Connors, Rhodes)
– Protocolos bem definidos podem mudar o panorama
Monitorização hemodinâmica
• Análise do contorno de pulso (Nácul, De Assunção)
– Diversos métodos - PiCCO-Plus (Pulsion Medical Sistems, Munich, Germany)®, LiDCO (LiDCO Ltd, London, UK)®, FloTrack-Vigileo (Edwards LifeSciences, Irvine, Califórnia, USA)® - todos utilizam o principio da diluição transpulmonar de um contraste
– Minimamente invasivos– Validados para grupos de pacientes diferentes– Maioria dos trabalhos com pacientes sedados, sob
VMI, grandes volumes, curarizados – exclui grande parte dos pacientes em terapia intensiva
– Adoção demanda conhecimento das limitações e montagem de protocolos bem definidos
Monitorização hemodinâmica
• Ecocardiografia e Doppler transesofágico (DTE) (Nácul)
– Grande popularização
– Pode ser feito a beira-leito e em tempo real (DTE)
– Dados valiosos da função cardíaca e fluido responsividade
– O DTE é mais fidedigno, embora mais desconfortável
– Não idealizado para paciente sedado, em VMI, o que limita o uso em pacientes cirúrgicos
– Pode ser impossível o uso com grandes curativos, drenos, peritoniostomias, etc.
– No futuro novos sistemas podem ser um grande avanço na monitorização
– O desenvolvimento das habilidades pelo intensivista é uma oportunidade interessante
Monitorização hemodinâmica
• Variação da pressão de pulso (ΔPP) (De Assunção)
– Muito utilizado atualmente para predizer resposta a volume
– Baseado na repercussão das pressões intratorácicas sobre o VE
– Validado apenas para pacientes sedados, curarizados e sob VMI com grandes volumes
– Parece mais adaptado para o intra-operatório
Monitorização hemodinâmica• Variáveis perfusionais
– Lactato arterial (LAC) e Saturação venosa central (SVcO2) ou mista (SVO2) de oxigênio
– A finalidade última da otimização hemodinâmica é fazer melhorar o fornecimento de O2 para os tecidos e o metabolismo aeróbio
– A SVO2 reflete o consumo global de oxigênio e a SVcO2 da metade superior do corpo e do encéfalo
– Apesar de diferentes, há uma correlação bem documentada entre elas, com uma variação em torno de 5% (Nácul)
– A queda da SVcO2 indica aumento do consumo de O2 e da extração (ETO2), enquanto sua elevação pode estar ligada a incapacidade de utilizar o O2 – hipóxia citopática
– É mais bem relacionada com problemas metabólicos que sinais vitais (Nácul)
Monitorização hemodinâmica
• Variáveis perfusionais– O LAC é um produto do metabolismo anaeróbio que
reflete um estado global de má perfusão
– Não foi estudado no contexto operatório a fundo, mas é considerado desfecho em muitos trabalhos e é tido como fundamental no manejo pós operatório
– O clareamento do LAC nas primeiras horas está bem correlacionado com melhora de prognóstico
– Pacientes liberados da UTI com lactato elevado, embora com todos os outros parâmetros normais, tem maiores chances de complicação e óbito (De Assunção)
– Outras causas de hiperlactatemia devem ser excluidas –altas doses de noradrenalina, disfunção hepática grave
Monitorização hemodinâmica
• Outros parâmetros pefusionais– Variação arteriovenosa da saturação de O2 (ΔSO2):
embora não reflita exatamente a extração de O2, uma variação acima de 25% está correlacionada ao aumento da extração e ao fenômeno do acoplamento metabólico
– Variação veno-arterial da pressão parcial de CO2 (ΔpCO2): eleva-se precocemente quando do stress metabólico aumentado, permite inferir piora da perfusão e aumento da demanda
– Não são tão estudados como o LAC e a SVcO2, mas associados com estes parâmetros podem ser úteis na avaliação hemodinâmica sequencial, com modificação precoce em contextos de má perfusão
Monitorização hemodinâmica
• Os parâmetros perfusionais tem emergido como opção importante na avaliação hemodinâmica. Os modelos de sepse utilizam primariamente estas variáveis em sua abordagem
• Demandam uma curva de aprendizado mais simples, são facilmente acessíveis e custo benefício
• Amplamente disponíveis: basta a realização de gasometria arterial e venosa central
• Pouco invasivos, utilizam apenas acesso venoso central e arterial
• Podem ser medidos a beira-leito e de forma sequencial• Já tem protocolos desenhados para seu uso
Monitorização hemodinâmica
• As críticas a utilização de parâmetros macroscópicos de hemodinâmica são severas
• Os parâmetros perfusionais são uma tendência emergente e já reconhecidos na maioria dos contextos clínicos
• Demandam mais pesquisa no grupo especifico dos pacientes cirúrgicos
• A única unanimidade sobre os diversos métodos de monitorização é que é um imperativo a organização de estratégias de utilização bem definidas – protocolos
• Nenhuma ferramenta hemodinâmica isolada provou melhorar desfechos
Estratégias atuais de reposição de fluidos em pacientes de alto risco
• Classicamente a hidratação é definida pelo cirurgião assistente – na maioria das vezes empiricamente e em excesso (Brandstrup)
• Necessidades hídricas basais – trabalhos que extrapolam dados pediátricos
• Enorme variação dos volumes infundidos na SO e no pós-operatório (Bundgaard-Nielsen)
• Dificilmente se identifica um balanço hídrico estrito, com ganhos e perdas discriminados minuciosamente
• Três estratégias básicas se firmaram ao longo dos anos
Estratégias atuais de reposição de fluidos em pacientes de alto risco
Estratégia liberal
Clássica
Todo o volume estimado como
necessidade hídrica
Permitem desafios hídricos a critério clinico
4 a 12 ml/kg/h somado a reposição das perdas na
SO
20 a 30 ml/kg nas primeiras 24 horas
Estratégia restritiva
Reduz em pelo menos 50% a oferta da estratégia
clássica
Surge nos anos 60 com o desenvolvimento da
cirurgia cardiotorácica
Reduz muito o uso de desafios hídricos
Não é bem definida em termos de volumes
Estratégia baseada em
metas
Baseada em metas previamente definidas e protocolos de ação bem
estruturados
Disponível desde a década de 80
Volumes infundidos variam conforme as
demandas, podem ser muito altos ou muito
reduzidos
Estratégias atuais de reposição de fluidos em pacientes de alto risco
• Não há boa definição do que seja estratégia liberal ou restritiva nos trabalhos
• Uma análise de 2009 comparou diversos trabalhos –trabalhos classificados como “restritivos” chegava a se diferenciar dos “liberais” por apenas 10 ml (Bundgaard-Nielsen)
• O estágio atual das evidências não permite definir a estratégia liberal ou a restritiva como melhor (Boldt)
• Trabalhos atuais concluíram que a estratégia restritiva parece aumentar complicações maiores e tempo de internação em pacientes submetidos a grandes cirurgias abdominais (Gutierrez)
Estratégias atuais de reposição de fluidos em pacientes de alto risco
• Estratégia baseada em metas (ou Goal-directedTherapy – GDT) é qualquer forma de determinar a infusão de volume ideal baseada em metas fisiológicas
• Os estudos utilizam diversas metodologias, o que dificulta comparação de resultados
• O que parece claro é que a aplicação de um protocolo bem definido baseado em parâmetros reprodutíveis melhora desfechos
• Até 2011 não havia sido possível determinar redução de mortalidade associada à estratégia baseada em metas
Estratégias atuais de reposição de fluidos em pacientes de alto risco
• Duas metanálises avaliaram trabalhos que reuniram mais de 6800 pacientes no total:
– Corcoran (2012) identificou superioridade do GDT sobre estratégia liberal mas não sobre a restritiva
– Cecconi (2013) classificou em grupos de risco e encontrou melhora de complicações e tempo de internação na UTI e hospitalar melhor em todos os grupos com o GDT, e redução de mortalidade significativa no grupo de extremo alto risco
• Todos os métodos utilizados para monitorizar as metas parecem ser úteis. Apenas o CAP não permitiu correlação com melhores desfechos
Adequando metas à realidade brasileira
• Embora haja consenso sobre a necessidade de monitorização não há consenso sobre o método ideal
• Grande parte dos serviços não adota qualquer protocolo sobre o tema
• Devido à própria definição, a estratégia baseada em metas parece ser a mais adequada neste contexto, embora não seja muito popular
• A necessidade de se acoplar ferramentas que não estão amplamente disponíveis e de alto custo é um problema que precisa ser contemplado
• O treinamento em todas as diversas ferramentas pode demandar muito tempo e custo
Adequando metas à realidade brasileira
Tabela 2 – Características para o método de monitorização
ideal
Aplicabilidade universal
Alta acurácia e reprodutibilidade
Utilização tecnicamente simples
Necessidade reduzida de treinamento
Aplicação continua ou intermitente automática
Associação a um protocolo definido de ação
Baixo custo e disponibilidade global
Conclusões
• Os pacientes cirúrgicos de alto risco são um grupo crescente e que oferecem grandes desafios
• Das diversas intervenções necessárias se destaca a reposição de fluidos, que per si afeta diversos sistemas orgânicos
• Ajustar a infusão de fluidos de forma adequada não é tarefa fácil, mas parece melhorar os desfechos de forma marcante
• Diversas metodologias foram testadas para tentar definir adequadamente a necessidade de fluidos, até o momento nenhuma foi claramente definida como superior
Conclusões• As variáveis perfusionais embora não tenham sido
adequadamente estudas neste contexto tem se estabelecido como fundamentais na monitorização hemodinâmica
• Das estratégias de reposição volêmica mais utilizadas – liberal, restritiva e baseada em metas – a baseada em metas parece ser mais efetiva e tem evidências mais sólidas a respeito
• A literatura é unânime em considerar a adoção de um protocolo bem estruturado como fundamental para a melhoria dos desfechos
• Devemos encontrar um método de monitorização que seja aplicável na nossa realidade e que seja utilizável na maioria dos pacientes, além de ser custo efetivo
• O protocolo sugerido baseado em metas perfusionais pode ser muito útil neste contexto
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