manejo genético de espécies manejo na natureza ameaçadas...

15
16/12/2013 1 Manejo genético de espécies ameaçadas no ambiente natural e em cativeiro Professores Fabrício R Santos e Gisele P.M. Dantas [email protected] Departamento de Biologia Geral, UFMG 2013 7 8 Manejo na Natureza Resolvendo incertezas taxonômicas Delineando unidades de manejo Detectando o declínio da diversidade Estimando o nível de endogamia/depressão endogâmica, Predizendo mudanças futuras na diversidade genética Mantendo a dinâmica populacional Diagnosticando a hibridização Diagnosticando e controlando espécies invasoras Fragmentação e estruturação populacional Fragmentação de ecossistemas Fragmentação de ecossistemas Extinção local Gargalos populacionais e efeito fundador Fragmentação de ecossistemas

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16/12/2013

1

Manejo genético de espécies ameaçadas no ambiente

natural e em cativeiro

Professores Fabrício R Santos e Gisele P.M. Dantas [email protected]

Departamento de Biologia Geral, UFMG 2013

7 8

Manejo na Natureza

• Resolvendo incertezas taxonômicas • Delineando unidades de manejo • Detectando o declínio da diversidade • Estimando o nível de

endogamia/depressão endogâmica, • Predizendo mudanças futuras na

diversidade genética • Mantendo a dinâmica populacional • Diagnosticando a hibridização • Diagnosticando e controlando espécies

invasoras

Fragmentação e estruturação populacional Fragmentação de ecossistemas

Fragmentação de ecossistemas

Extinção

local

Gargalos

populacionais

e efeito

fundador

Fragmentação de ecossistemas

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2

Fragmentação populacional

Inclui 2 processos: Redução na área total =>

desmatamento, drenagem de um lago, brejo etc.

Separação de áreas (subpopulações)

=> represamento de rios, desmatamento, construção de estradas, cidades, áreas de cultivo...

Floresta Atlântica em São Paulo

Antropogênica

0

Leontopithecus rosalia - Mico-leão-dourado Restrito ao Sul do Rio de Janeiro, matas de Silva Jardim e

Casimiro de Abreu, Reserva Biológica de Poço-das-Antas e

montanhas de Cácia do Rio São João.

Leontopithecus chrysomelas - Mico-leão-de-cara-dourada

Distribuído do sul da Bahia, entre Rios Belmonte e Pardo no sul,

e Rio Contas no norte.

Leontopithecus chrysopygus - Mico-leão-preto Era encontrado ao norte do Rio Paranapanema, leste do Rio Paraná,

Sul do Rio Tietê e Serra de Paranapiacaba. Hoje está restrito à Reserva

Estadual de Morro Grande em Teodoro Sampaio, Reserva Biológica de

Caeteteus em Galiato, estado de São Paulo..

Leontopithecus caissara - Mico-leão-de-cara-preta

Existe apenas na Ilha de Superagui, costa norte do Paraná.

Estes três táxons são classificados ambiguamente como espécies diferentes,

mas funcionam muito bem como três E.S.U.s , isoladas umas das outras e

com independência evolutiva - medida importante para a sua conservação.

Fragmentação populacional

Inclui processos relacionados a movimentos tectônicos, orogenéticos, oscilações climáticas, retração e expansão de biomas, florestas, mudança de correntes marinhas, etc, que modulam a distribuição de diferentes táxons.

Tradicionalmente, a biogeografia histórica tenta correlacionar padrões de descontinuidade na distribuição de espécies e subespécies baseada nestes padrões vicariantes do passado.

Vicariância histórica

Refúgios Pleistocênicos

Fragmentos populacionais isolados (Ilhas)

Cangurus de patas pretas do leste da Austrália

Gargalo, efeito fundador e aumento da divergência entre populações

Distribuições históricas e atuais

Distribuição

histórica

Distribuição

atual

Hipótese de fragmentação atual

Distribuição

histórica

Distribuição

recente

Hipótese de fragmentação histórica

Distribuição

histórica antiga

Distribuição

histórica recente

Hipótese de fragmentação histórica e atual

Distribuição

atual

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3

Distribuições históricas e atuais

Impacto da fragmentação e divergência entre os fragmentos depende:

Tamanho dos fragmentos

Tempo desde a fragmentação

Distância entre os fragmentos

Habilidade de dispersão das espécies

Taxas de migração (m) entre os fragmentos

Tempo que os fragmentos se mantiveram isolados no passado

Número de ciclos de retração e expansão de floresta/ambiente

O padrão de descontinuidade ou diminuição de diversidade pode ser explicado melhor por processos atuais (antropogênicos) ou vicariantes (históricos)?

Fragmentação populacional

Fluxo gênico entre fragmentos

Migração reduz o impacto da fragmentação/subdivisão populacional

Fluxo gênico restrito => pode aumentar o risco de extinção em

espécies que normalmente tinham muitas conexões entre

suas diferentes subpopulações.

Estrutura em metapopulações: deriva dentro de populações, fluxo gênico (m) entre elas

p=0,4

N=70

p=0,7

N=15

p=1,0

N=20

p=0,5

N=150

p=0,3

N=10

p=0,6

N=50

m=0,01

m=0,07 m=0,02

Deriva e migração (fluxo gênico) têm efeitos opostos

• Deriva torna populações diferentes

• Fluxo gênico (migração) tornam homogêneas as populações

m

m

Diferenciação populacional sob deriva e fluxo gênico (migração: m)

• Se Ne e m são pequenos, diferenciação é grande.

• “Se há > 1 migrante por geração, populações não divergem muito.”

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4

Populações isoladas X conectadas

Por que saber os limites entre populações importa para

conservação?

A baixa conectividade entre populações ameaçadas aumenta:

o endocruzamento (endogamia intrapopulacional),

a possibilidade de adaptação local,

a diferenciação entre as populações,

possibilidade de ocorrer Depressão Exogâmica.

O nível de diferenciação genética gera dados suficientes para

estimar o grau de conexão (fluxo gênico).

Translocação As várias tentativas de translocações mal planejadas de coalas na Austrália resultaram em consequências adversas. Indivíduos foram reintroduzidos em uma série de gargalos (bottleneck) gerando populações com baixos níveis de diversidade e depressão endogâmica (anomalias recessivas como aplasia testicular etc)

Corredores artificiais

Como fazer translocações ou promover o fluxo gênico?

Redução no sucesso reprodutivo ou viabilidade dos indivíduos observados

na prole da F1 ou gerações subsequentes, entre indivíduos da mesma

espécie, de distintas populações.

Depressão exogâmica

Ex: Reintrodução do Íbex nas montanhas Tatra (Rep.

Tcheca) Após extinção local, indivíduos da mesma

subespécie vindos dos Alpes austríacos

foram translocados. Posteriormente, foram

adicionados

animais da Turquia e do Sinai, adaptados ao

deserto, o que levou esta população à

extinção.

Causa: depressão exogâmica por

rompimento do ciclo reprodutivo, já que os

híbridos mal adaptados tinham filhotes em

fevereiro, o mês mais frio, o que aumentou

muito a mortalidade.

Causas da depressão exogâmica

1 Adaptação local - interação genótipo x

ambiente: conjunto de adaptações restritas de determinadas

populações em seus ambientes.

Híbridos podem ter combinações alélicas que não sejam

adaptadas ao ambiente onde estes se encontram. Ex: Ibex

da Rep. Tcheca

2 Coadaptação gênica- interações epistáticas: combinações gênicas (alelos de vários genes que

interagem) e de estruturas cromossômicas em uma

população que produzem efeitos favoráveis (coadaptados).

Híbridos podem ter combinações cromossômicas e alélicas

deletérias. Ex: Peromyscus polionotes (roedor dos E.U.A.)

A

B

A

B

a

b

a

b

Localidade 1 Localidade 2

F1 A

B

a

b A

B

a

b

Hibridização

a

B A

b

2. Perda de complexos

gênicos coadaptados

Loci com combinações

alélicas de diferentes

populações resultam em

menor valor adaptativo

populacional.

1. Perda de adaptação

local

Híbridos expressam

fenótipos não adaptados

aos ambientes das

populações parentais.

F2

Depressão exogâmica

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5

0 10 20 50

t (gerações)

p(A)

m = 0,10 (10% dos indivíduos a cada geração são migrantes)

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

Papel do fluxo gênico (migrações, conectividade) Estrutura em metapopulações: deriva dentro de populações, fluxo gênico (m) entre elas

p=0,4

N=70

p=0,7

N=15

p=1,0

N=20

p=0,5

N=150

p=0,3

N=10

p=0,6

N=50

m=0,01

m=0,07 m=0,02

Estatística F

FST é uma medida padronizada da variância genética entre populações

FST= Var(p)/p(1-p)

• onde Var(p) é a variância entre populações na frequência alélica p de um alelo.

• O FST clássico é uma medida da divergência genética entre populações.

Aumento da divergência interpopulacional com o tempo desde a fragmentação

FST e fluxo gênico

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Índice de

Fixação

FST

# migrantes/geração

Nm

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

Diferenciação populacional sob deriva e fluxo gênico

• Se Ne e m são pequenos, FST é grande.

• Se Nem < 1 então

• FST > 0.2

• “Se há > 1 migrante por geração, populações não divergem muito.”

FST 1

1 4Nem

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Modelo Stepping Stones

Modelos de Migração • Ilha

– Número infinito de subpopulações

– Migração é igualmente provável entre subpopulações

• Stepping stones

– Migração apenas entre subpopulações adjacentes

– Mais realístico

• Metapopulação

– Subpopulações com extinção e recolonização

– Modificações – Modelo Continente-Ilha

Modelo de Ilha

Modelo Metapopulações Modelo Continente–Ilha

Dispersão e fluxo gênico

O fluxo gênico entre as populações fragmentadas está relacionado com a habilidade de dispersão

FST maior em:

Espécies com baixas taxas de dispersão

Hábitats subdivididos

Populações em fragmentos distantes

Populações pequenas

Espécies com diferenças adaptativas

Dispersão e fluxo gênico

Correlação negativa => FST x capacidade de dispersão

Fluxo gênico e distância entre fragmentos

Taxas de dispersão reduzidas com a distância

Dispersão em pica-pau

Distância geográfica, fluxo gênico e FST Testando correlações geográficas

• Software IBD (isolamento por distância);

• AIDA (autocorrelação espacial, teste com classes

de distâncias geográficas);

• Mantel (correlação direta entre distâncias

genéticas e geográficas).

• IM (isolamento com fluxo gênico) etc

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Manejo de espécies invasoras

O caso do sapo cururu na Austrália

A Genética pode ser utilizada para: 1. identificar a origem do organismo invasor 2. caracterizar possível hibridização/introgressão entre

invasores e nativos 3. identificar câmbios evolutivos nas invasoras e nas populações

de espécies nativas devida à invasão 4. caracterizar possíveis susceptibilidades das espécies

invasores ao controle biológico e avaliar os riscos deste controle.

Manejo no Cativeiro

Estágios no cativeiro e reintrodução 1. Detecção do declínio das populações naturais e de suas consequências genéticas

2. Fundação de uma ou mais populações cativas

3. Expansão das populações cativas até um tamanho seguro

4. Manejo das populações cativas ao longo das gerações

5. Escolha de indivíduos para reintrodução

6. Manejo da população reintroduzida

Condrodistrofia : frequência do alelo recessivo q= 0,17 Indivíduos que nascem com a doença (letal), considerando cruzamentos ao acaso é igual a 2,2% A remoção de 77 (gráfico abaixo) dos 146 condores da população poderia eliminar o alelo da condrodistrofia da espécie, mas isto foi descartado devido aos impactos na diversidade que já está comprometida.

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Genética forense e estudo da biologia das espécies

Professores Fabrício R Santos e Gisele P.M. Dantas [email protected]

Departamento de Biologia Geral, UFMG 2013

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Códigos de Barra de DNA

Uso do DNA em taxonomia e identificação biológica

Metodologia molecular

• O uso de DNA em taxonomia é uma metodologia proposta e utilizada há mais de

duas décadas.

• É aplicado rotineiramente na identificação taxonômica de microrganismos,

principalmente procariotos (RNA16S).

• Em 2003 DNA barcodes foram apresentados como uma generalização da

taxonomia molecular para “todos” organismos.

• Em 2004 foi lançado o Consórcio Internacional de Barcodes – sediado no

Smithsonian.

• Em fevereiro de 2005 aconteceu o primeiro congresso internacional no MHN em

Londres.

• Em março de 2007 aconteceu o 1º workshop sul-americano.

• Desde 1993, 80 artigos citaram o termo DNA barcodes, em 2003 foi utilizado a

primeira vez em Metazoários.

Taxonomia clássica – morfologia é o único critério?

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Código de barra de DNA: Sequência curta de DNA que possibilita a

discriminação de várias espécies Uma única seqüência de DNA é capaz de identificar todas as espécies? Uma seqüência de 20 nucleotídeos seria teoricamente capaz de discriminar 420= 1012 espécies. Mas existe a Evolução Biológica...

O Genoma Mitocondrial D-Loop

ND5

H-strand

ND4

ND4L

ND3 COIII

L-strand

ND6

ND2

ND1

COII

Small ribosomal RNA

Large ribosomal RNA

ATPase subunit 8

ATPase subunit 6

Citocromo b

COI COI Citocromo

Oxidase Sub. I

CytB

Aplicações Potenciais

1) Facilitar a identificação e reconhecimento de espécies (ou outra unidade tax.) descritas:

– identificar estágios de vida distintos (ovos, larvas, castas), gêneros;

– diferenciar espécies crípticas;

– identificar conteúdo estomacal e intestinal;

– vetores de doenças humanas;

– pestes da agricultura;

– biossegurança alimentar, animal, etc.

2) Auxiliar no inventariamento da biodiversidade; incluindo a identificação de espécies novas.

New Scientist 26/06/2004

Favor Contra

ID para todas spp.

Acelera o descobrimento de novas spp.

Acelera a identificação taxonômica

Revitaliza as coleções biológicas

Não funcionará

Destruirá a sistemática tradicional

Serviço industrial

Pseudo-taxonomia

Ambiente científico de 2004 a 2006

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Vantagens 1 • Oferece uma identificação taxonômica alternativa em

situações nas quais a morfologia é inconclusiva.

• Foco em um ou pequeno número de genes: proporcionará uma maior eficiência.

• Custo do sequenciamento de DNA está caindo devido aos avanços tecnológicos, e já é possível gerar dados em larga escala.

• Uma vez que os bancos de dados e as ferramentas são estabelecidas, a análise pode ser feita por não-especialistas.

• Pode ser igualmente utilizado para identificar indíviduos de espécies partenogenéticas, com grande dimorfismo sexual, em qualquer fase do desenvolvimento etc.

Vantagens 2 • Evita o sacrifício de indivíduos e a análise pode ser feita a

partir de qualquer tecido que contenha DNA.

• Permite a análise a partir de amostras ambientais: terra (nematódeos, tardígrados, etc), água (doce, salgada, subterrânea, etc), conteúdos alimentares, etc… [Metagenômica]

• É menos subjetivo: no nível molecular, o DNA só varia em 4 nucleotídios por posição/caráter.

• É um processo automatizável e mais caracteres (regiões genômicas) podem ser futuramente adicionados ao processo de identificação taxonômica.

Desvantagens • As metodologias atuais se baseiam em apenas um locus;

• São muito sensíveis a fenômenos de hibridização;

• Podem não apresentar caracteres discriminantes entre vários pares de espécies e em alguns casos para grupos inteiros;

• DNA mitocondrial é um loco virtualmente neutro, portanto geralmente não diz nada sobre aspectos adaptativos;

• Grupos com especiação rápida (ciclídeos etc) podem não acumular variações no DNA entre espécies.

• Discriminação é difícil em espécies originadas recentemente por especiação peripátrica por formar agrupamentos parafiléticos.

• Projetos piloto têm utilizado espécimes de museu.

• Os resultados desta metodologia devem ser validados perante a taxonomia existente antes que possa ser oferecido como ferramenta de identificação, e especialmente se for utilizado para descoberta de novas espécies.

• Resultados indicarão possíveis espécies novas, requisitando descrição formal (clássica).

• Novos inventários biológicos geram grandes números de testemunhos, os quais devem ser apropriadamente acessados, incluídos no banco de dados e armazenados.

• Está causando uma nova superlotação de amostras nos museus e coleções, mas também trará alternativas.

Papel de museus e coleções

Metazoários 1 (?)

Fungos 1?

Protistas 1?

DNA no inventariamento da

Biodiversidade

Archaea > 1

Bactéria > 1

Plantas > 1

Para uma padronização do processo de identificação taxonômica molecular, um número mínimo de locos deve ser utilizado.

Este marcador deve ser capaz de discriminar as espécies identificadas, apresentando uma alta diversidade interespecífica em comparação à intraespecífica.

O Genoma Mitocondrial D-Loop

ND5

H-strand

ND4

ND4L

ND3 COIII

L-strand

ND6

ND2

ND1

COII

Small ribosomal RNA

Large ribosomal RNA

ATPase subunit 8

ATPase subunit 6

Citocromo b

COI COI

A Citocromo C

Oxidase

Subunidade I é

a região mais

utilizada na

identificação

interespecífica

em Metazoários

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COI e os Metazoários

• Astraptes fulgerator

• No nordeste da Costa Rica compreende um complexo of 10 espécies simpátricas que são distintas na sequência do gene COI, coloração das larvas, plantas usadas como alimento e traços morfológicos sutis.

D. Janzen, et al. 2005

Diferenciando espécies crípticas

Machos e fêmeas da mesma espécie

macho C. fenyesi (parasita em formiga)

fêmea C. fenyesi (parasita em grilo)

http://www.boldsystems.org

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Um guia de campo no século XXI?

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260 espécies de aves da América do Norte

Diversidade em Passeriformes

988 espécies no Brasil (CBRO)

Metodologia Molecular

Extração DNA,

armazenamento,

catalogação

Coleção de

tecido/espécime PCR

Dados de

sequenciamento/genotipagem

Análise de dados

Diversidade inter x intra-específica de sequências COI em Thamnophilidae

II

III IV

I

T. caerulescens

T. ambiguus / T. pelzelni

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Maximum intraspecific divergence (%)

Min

imu

m in

ters

pecific

div

erg

en

ce (

%)

II

III IV

I

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Maximum intraspecific divergence (%)

Min

imu

m in

ters

pecific

div

erg

en

ce (

%)

Thamnophilus caerulescens Thamnophi lus ambiguus Thamnophilus pelzelni Thamnophilus doliatus Herpsilochmus atricapillus Sakesphorus cristatus Dsythamnus_mentalis Dsythamnus plumbeus Drymophila ochropyga Drymophila ferruginea Drymophila squamata Myrmeciza loricata Rhopornis ardesiaca Pyriglena leucoptera Formicivora serrana Taraba major

1111112 2 222222222333333444 00 112350034480 1 345566779001569011

2 451769253681 928436

CACAAAACAACAAA C CCAACAAA G CCCATAAAA .............. . .. G .T...A......... .... G ......... . ....T...A.... C .... ............ G . . ... G T...A. T . C ..... . TT ........... . . T ..A. C .A.A... C ... T ............. . ....A G ..A T A....... ..... G G ....... . ....A...A.A...... G . G ......... G .. T ....A.. G A.A....... .............. A ....A...A.A....... ..... ......... T .. C .A...A.A A ...... ........ G ..... . .... G ...A.AT...... ............ C . . ....A...A.A....... .............. T ....A...T.AT... T .. ......... G .... . . . ..A...T.A..... G . ....... T ..... G T ....A...A.AT...... ... G ...... T ... . T ...A...A.A.......

Sítios autapomórficos

Barcodes baseados em caráter 16 spp

Posições discriminantes no COI

0000000

58149564710650

B0665

B0663

B0655

B0653

B0654

B0656

B0369

B0367

B0368

B0609

B0647

B0317

B0329

B0326

B0658

B0644

B0657

B0677

B0678

B0646

B0291

B0292

B0290

B0680

B0643

B0660

B0281

B0285

B1189

B1301

B1188

B1296

B1186

B1303

B0525

B0524

B0515

B0511

B0513

B0528

B0535

B0562

B1148

B1147

B1150

99

99

99

99

90

99

99

99

99

99

99

99

99

99

99

91

99

99

99

82

90

D. ochropyga

D. ferruginea

R. ardesiaca

D. squamata

B0335

P. leucoptera

M. loricata

T. major

D. plumbeus

F. serrana

D. mentalis

H. atricapillus

S. cristatus

T. doliatus

T. caerulescens

T. ambiguus

T. pelzelni

NJ COI em Thamnophilidae

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Tyrannidae • Passeriformes; Suboscines;

• Maior família de pássaros do hemisfério ocidental;

• Adaptados a vários nichos;

• 429 espécies em 104 gêneros;

• Identificação difícil devido a similaridades morfológicas;

• Relações filogenéticas são complicadas e controversas.

TYRANNIDAE _ Vigors, 1825 PIPROMORPHINAE _ Bonaparte, 1853 ELAENIINAE _ Cabanis & Heine, 1856 FLUVICOLINAE _ Swainson, 1832

TYRANNINAE _ Vigors, 1825

Subfamílias no Brasil

Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO):

CBRO, 2006

208 espécies em 78 gêneros, agrupados em 4 subfamílias

Elaeniinae

Phaeomyias murina Platyrhincus mystaceus Suiriri suiriri

Elaenia cristata

Euscarthmus meloryphus Myiopagis viridicata

Tolmomyias sulphurescens

Camptostoma obsoletum

Sítios de amostragem de Tyrannidae

71 espécies, 48 gêneros – 266 indivíduos

Verde : Elaeniinae

Azul : Tyranninae

Vermelho : Fluvicolinae

Rosa : Pipromorphinae

Tyrannidae

A maioria das espécies representam

clados monofiléticos com >99% de

suporte bootstrap na árvore NJ.

Myiarchus ferox

Myiarchus swainsoni

Myiarchus tyrannulus

Sirystes sibilator

Casiornis

Myiodynastes maculatus

Megarynchus pitangua

Myiozetetes similis

Philohydor lictor

Tyrannus melancholicus

Pitangus sulphuratus

Cnemotriccus fuscatus

Contopus cinereus

Knipolegus cyanirostris

Knipolegus franciscanus

Knipolegus lophotes

Lathrotriccus euleri

Sublegatus modestus

Attila rufus

Elaenia obscura

Elaenia chiriquensis

Elaenia mesoleuca

Elaenia albiceps

Elaenia flavogaster

Myiopagis caniceps

Myiopagis gaimardii

Myiopagis viridicata

Elaenia cristata

Camptostoma obsoletum

Polystictus superciliares

Suiriri suiriri

Phyllomyias fasciatus

Capsiempis flaveola

Phaeomyias murina

Pachyramphus polychopterus

Platyrinchus mystaceus

Euscarthmus meloryphus

Myiobius atricaudus

Myiobius barbatus

Tolmomyias flaviventris

Tolmomyias sulphurescens

Corythopis delalandi

Hemitriccus margaritaceiventer

Hemitriccus striaticollis

Hemitriccus diops

Todirostrum cinereum

Mionectes rufiventris

Leptopogon amaurocephalus

Conopophaga lineata

Synallaxis frontalis

100

100

100

100

100

98 70

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

99

51

100

100

100

100

100

98 100

100

100

100

99

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100 100

100

86

80

68

71

69

68

62

54

49

54

0.02

Chaves et al. Mol.Ecol.Res. in press 2008

Estudos forenses

Consumo de carne de espécies de baleias ameaçadas no Japão e

Coréia do Sul

9% eram de baleias protegidas por lei (Baker & Palumbi) que

puderam ser identificadas taxonomicamente por análises moleculares

Balaenoptera acutorostrata

Page 15: Manejo genético de espécies Manejo na Natureza ameaçadas ...labs.icb.ufmg.br/lbem/aulas/aula2-genconsUFPB.pdf · Manejo genético de espécies ... (Ilhas) Cangurus de patas pretas

16/12/2013

15

Amazona aestiva

ANÁLISE GENÉTICA EM PSITACÍDEOS DE CATIVEIRO

88

A. aestiva

da Am. do Sul (Brasil)

não observado previamente

A. aestiva/ochrocephala

da Am. do Sul

= clado 1 de Ribas et al. 2007

A. aestiva/ochrocephala

da Am. do Sul

= clado 2 de Ribas et al. 2007

Ferramenta de identificação de Psitacídeos brasileiros

Assunção F., Miyaki C.Y., Santos F.R. (em publicação)