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Universidade de São Paulo

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Departamento de Produção Vegetal

LPV 0672 – Biologia e Manejo de Plantas

Daninhas

Manejo de plantas daninhas na

cultura do milho (Zea mays L.)

André Bosch Volpe

Caio César Donadon

Diogo de Almeida Verde

Piracicaba, 29 de agosto de 2011

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1. Introdução

O milho representa uma das mais importantes culturas da agricultura

brasileira, não só no aspecto quantitativo, com uma área plantada de quase 14

milhões de hectares (CONAB, 2011), como também no aspecto qualitativo,

sendo uma das bases da alimentação animal e, conseqüentemente, humana.

Este cereal é uma das principais fontes de alimento para criações,

principalmente suínos e aves, quer via ração, quer via silagem de planta inteira

e de grãos úmidos, também sendo usado diretamente na alimentação humana.

Além disso, serve como matéria prima para uma grande variedade de produtos

industriais como óleo, cola, álcool bebida, entre outros.

O Milho é cultivado em praticamente todas as regiões do Brasil com uma

área total plantada, entre safra e safrinha, de quase 14 milhões de hectares

(CONAB, 2011). Sua produção aumenta a cada ano, porém a produtividade

média do país é muito baixa, cerca de 4.300 kg.ha-¹, sendo que existem

produtores altamente tecnificados que alcançam produtividades da ordem de

15.000 kg.ha-¹. A baixa tecnologia, as condições ambientais e a falta de

assistência técnica são as principais causas dessa baixa produtividade média.

O controle inadequado de plantas daninhas é um dos principais fatores

relacionados ao baixo rendimento da cultura do milho. As perdas podem ser da

ordem de 10% a 80%. A redução do rendimento de produção na cultura de

milho, devido à competição estabelecida com as plantas daninhas, pode

alcançar até 70% da produtividade potencial de acordo com a espécie, grau de

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infestação, com tipo de solo, com as condições climáticas do período, com o

espaçamento, variedade e estádio fenológico da cultura em relação a

convivência das plantas daninhas (Fancelli & Dourado-Neto, 2000). Sendo

assim, o controle de plantas daninhas é uma necessidade de ordem

econômica.

2. Discussão

2.1. Plantas daninhas

As plantas daninhas têm grande importância na produção agrícola,

devido ao alto grau de interferência (ação conjunta da competição e da

alelopatia) imposto às culturas. Esta competição não se dá somente por luz,

água, e também pelos nutrientes, principalmente pelo nitrogênio. E ao contrário

dos ataques de pragas e doenças, ocasionados normalmente por uma ou

poucas espécies, a infestação de plantas daninhas é representada por muitas

espécies, emergindo em épocas diferentes, dificultando sobremaneira o seu

controle.

As principais características que conferem elevada agressividade às

plantas daninhas são: rápida germinação e crescimento inicial, sistema

radicular abundante, grande capacidade de absorver nutrientes e água do solo,

elevada eficiência no uso da água e grande produção e disseminação de

propágulos.

As plantas daninhas não têm como único problema a redução no

rendimento da cultura, elas também podem causar outros problemas, como:

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reduzir a qualidade de grãos, provocar maturação desuniforme, causar perdas

e dificuldades na operação da colheita, servir de hospedeiro para pragas e

doenças.

Contudo, do ponto de vista botânico e ecológico, as plantas daninhas

não tem apenas aspectos negativos, elas tem como aspectos positivos a

capacidade de servir de alimento para animais silvestres, representam fonte

potencial de plantas úteis e depósito de germoplasma, valor medicinal, auxiliam

no combate e prevenção de erosão, reciclam nutrientes e podem extrair metais

pesados e outros poluentes da água (Fleck, 1992). As plantas daninhas

também podem liberar no meio substâncias que inibam/prejudiquem a

germinação e desenvolvimento de outras espécies de plantas daninhas,

favorecendo o manejo destas no sistema de plantio direto (Silva, et al., 1999).

Para controle mais efetivo da população de daninhas, se deve adotar o

manejo integrado, para racionalizar o uso dos recursos de produção, aproveitar

os benefícios das plantas daninhas, e evitar ao máximo os danos ao ambiente

e permitir à cultura a obtenção da sua máxima produção, não ocorrendo

interferência nas condições de colheita, e evitando o aumento da infestação.

Quanto à colheita, as plantas daninhas que germinam, emergem e

crescem no meio da lavoura do milho após o período crítico de competição,

não acarretam perdas na produção. Entretanto, tanto a colheita manual quanto

a mecânica podem ser prejudicadas. No caso da colheita manual a presença

da espécie Mimosa invisa Mart. Ex Colla, popularmente conhecida como

malistra ou dormideira, pode provocar ferimentos nas mãos dos trabalhadores.

A colheita mecânica quando realizada em lavouras com alta infestação de

corda-de-viola (Ipomoea sp.) e trapoeraba (Commelinna sp.) pode ser

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inviabilizada pois a máquina não consegue operar devido ao embuchamento

dos componentes da plataforma de corte.

Quanto ao não aumento da infestação, ao terminar a colheita da safra, o

produtor deve lembrar-se de que a terra é um bem sagrado e que deve ser

conservada para as próximas safras. Se a terra é deixada em pousio, as

plantas daninhas irão sementear e aumentar a infestação. O banco de

sementes das plantas daninhas é o solo e, se nada for feito para evitar a

produção de sementes, o número de plantas daninhas emergindo a cada ano

vai aumentar significativamente, as produções de milho cairão, a dependência

do uso de herbicidas aumentará, os custos de controle ficarão mais elevados e,

depois disso, o único jeito é abandonar a terra. Em um sistema de produção

sustentado, um dos fatores mais importantes é a manutenção da população de

plantas daninhas em baixos níveis de infestação. Para isso podem ser

adotadas algumas técnicas como rotação de culturas e semeadura de plantas

de cobertura e de adubação verde. Culturas de cobertura, como nabo

forrageiro, aveia, ervilhaca peluda, milheto, no período de entressafra, tem

grande poder de supressão na emergência e desenvolvimento das plantas

daninhas. Operações de pós-colheita, como a passada de uma roçadeira ou

aplicação de herbicidas para dessecação das plantas daninhas, também

podem ser realizadas para que não ocorra produção de sementes e/ou outros

propágulos.

E quanto a proteção do meio ambiente, o próprio está ligado

diretamente ao controle químico, que no atual sistema de produção é realizado

quase que exclusivamente com herbicidas. Herbicidas são substâncias

químicas que apresentam diferentes características físico-químicas e, portanto,

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um comportamento ambiental diferenciado. Dependendo dessas

características, como o coeficiente de adsorção (Kd), a constante da lei de

Henry e, principalmente, a meia-vida do composto no solo, ar e água (T1/2), o

herbicida usado pode ser uma fonte de contaminação do ambiente. Produtos

voláteis (que se transformam em gases) poderão contaminar o ar, produtos

lixiviáveis (que sofrem movimentação no perfil do solo) poderão atingir o lençol

de água subterrâneo e os herbicidas fortemente presos nos sedimentos

poderão atingir depósitos de águas superficiais, por meio da erosão. A adoção

de métodos de controle de plantas daninhas que minimizem ou dispensem o

uso de herbicidas são desejáveis para tornar a atividade agrícola

ambientalmente mais segura.

2.2. Métodos de Controle de Plantas daninhas

2.2.1. Método Preventivo:

O controle preventivo tem como objetivo evitar a introdução ou

disseminação de plantas daninhas na área de produção. A introdução de novas

espécies geralmente ocorre através de sementes contaminadas, máquinas

agrícolas e animais. O uso de sementes de qualidade e boa procedência, livres

de sementes de plantas daninhas, a limpeza de máquinas e equipamentos

agrícolas antes de movimentá-los de um campo para outro e a

interrupção do ciclo reprodutivo das invasoras presentes em cercas, pátios,

estradas, terraços, canais de irrigação ou em qualquer outro lugar da

propriedade são técnicas recomendadas para evitar a disseminação das

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plantas daninhas (Gazziero et al., 1989). Baixas infestações de plantas

daninhas permitem um manejo mais fácil e mais eficiente, possibilitando à

cultura do miho um melhor crescimento e desenvolvimento.

2.2.2. Método Cultural

O método cultural deve ser utilizado como uma técnica de manejo

importante, pois em relação às demais possui baixo custo e faz parte

naturalmente dos sistemas de produção. O método cultural visa aumentar a

capacidade competitiva das plantas de milho em relação às plantas daninhas.

Para isso, podem ser empregados espaçamento mais reduzidos entre as

fileiras de plantio, maior densidade de semeadura, época adequada de plantio,

uso de variedades adaptadas às regiões de cultivo, uso de coberturas mortas,

adubações adequadas, manejo correto da irrigação (quando for o caso) e

rotação de culturas.

2.2.3. Método Mecânico

O controle mecânico de plantas daninhas, através do arranquio

manual, é o método de controle mais antigo usado pelo homem, consistindo no

uso de equipamentos que eliminam as plantas daninhas através do efeito

físico, como a enxada e os cultivadores. Mesmo após a introdução dos

herbicidas no mercado, o uso do método mecânico é extensivo em pequenas

propriedades, em que a utilização de outros métodos de controle é limitada

devido ao relevo do terreno ou à falta de equipamentos. Já em grandes

propriedades o uso do controle mecânico é limitado, devido à necessidade de

maior agilidade no processo. Na capina manual o rendimento é

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aproximadamente 8dias.homem por hectare, já na capina mecânica com tração

animal é aproximadamente de 0,5 a 1 dia.homem por há, e no caso do trator é

de 1 a 2h.homem por há. O controle de plantas daninhas mecânico deve ser

realizada com o solo seco, preferencialmente em dias quentes. Cuidados

devem ser tomados para evitar danos às plantas, principalmente às suas

raízes.

2.2.4. Método Químico

O método de controle químico consiste na utilização de produtos

herbicidas registrados no Ministério da Agricultura para o controle das plantas

daninhas. Em alguns casos, as secretarias estaduais de agricultura podem

baixar portarias proibindo o uso de determinados produtos.

As principais vantagens do controle químico são a eficiência e a rapidez,

evitando a competição de plantas daninhas desde a implantação da cultura,

permitindo o controle em épocas chuvosas (quando o controle mecânico não é

possível), não causa danos às raízes das culturas, não revolve o solo e

controla as plantas daninhas na linha da cultura.

Já as desvantagens são a necessidade de equipamentos adequados

com permanente manutenção, necessidade de maior capacitação dos

produtores e mão-de-obra especializada, que quando não ocorre gera

aplicações incorretas com severos danos ao meio ambiente e o controle

ineficiente das plantas daninhas.

O uso de herbicidas, por ser uma operação de maior custo inicial, é

indicado para lavouras médias e grandes, com alto nível tecnológico, onde a

expectativa é de alta produtividade. A aplicação de herbicidas representa uma

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solução viável para o controle de plantas daninhas, no período em que elas

mais competem com o milho.

O uso de herbicidas é fundamental para manejo de plantas daninhas,

em grandes lavouras de milho, o controle químico aparece como única

alternativa viável, devido à agilidade e à eficiência em condições de solo úmido,

o que comumente ocorre em várias regiões produtoras nessa fase de cultivo.

Ao se pensar em controle químico para a lavoura de milho, várias

considerações devem ser feitas, sendo necessário conhecer a seletividade do

herbicida para a cultura e, principalmente, sua eficiência no controle das

principais espécies daninhas na área cultivada. A seleção de um herbicida

deve ser baseada em avaliação das espécies de plantas presentes na área a

ser tratada, bem como nas características físico-químicas dos produtos. A

classificação dos herbicidas é feita de acordo com o seu comportamento

quando aplicado a uma cultura: pode ser segundo a época de aplicação, a

atividade, a seletividade ou o modo de ação.

2.2.4.1. Época de aplicação

Os herbicidas são classificados conforme a época de aplicação em

relação às plantas daninhas e à cultura. Essa classificação considera

maximizar o controle e a seletividade dos herbicidas, dividindo os mesmos em

três categorias: pré-plantio-incorporado; pré-emergência; e pós-emergência. Os

herbicidas de pré-plantio-incorporado são aplicados antes do plantio e

necessitam ser incorporados ao solo para uma melhor eficiência no controle

das plantas daninhas. Os herbicidas de pré-emergência são aplicados após o

plantio da cultura, mas antes da emergência das plantas daninhas e da cultura.

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Os herbicidas de pós-emergência são aplicados depois da emergência das

plantas daninhas, antes ou depois da emergência do milho. A época exata da

aplicação dos herbicidas de pós-emergência pode variar em função da cultura,

do herbicida e das plantas daninhas presentes na área, sendo eles pós-

emegência precoce (as plantas daninhas estão em estádio iniciais de

desenvolvimento) ou pós-emergência tardia (as plantas daninhas estão em

fase avançada de desenvolvimento). Os herbicidas de pós- emergência tardia,

considerados dessecantes, são utilizados no manejo das plantas daninhas no

sistema de plantio direto antes do plantio da cultura.

2.2.4.2. Atividade

Herbicidas podem ser classificados como sistêmicos ou de contato. Os

herbicidas sistêmicos são aqueles que necessitam serem absorvidos e

translocados dentro das plantas para que o produto torne-se eficiente no

controle das plantas daninhas. Os herbicidas de contato são aqueles produtos

que atuam simplesmente pelo contato com as plantas, não havendo

translocação para dentro das mesmas.

2.2.4.3. Seletividade

A seletividade dos herbicidas depende principalmente do grau de

tolerância das plantas a estes produtos. Os herbicidas podem ser classificados

como seletivos ou não seletivos. Os seletivos são aqueles que podem ser

aplicados na cultura do milho, pois o mesmo apresenta tolerância ou

resistência baseada em algum modo de detoxificação do herbicida. Os

considerados não seletivos são aqueles herbicidas que, quando aplicados na

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cultura, podem ocasionar morte das plantas. Fatores como estádio de

desenvolvimento das plantas, morfologia, absorção, translocação, condições

ambientais, época de aplicação e metabolismo são importantes fatores na

determinação da seletividade do herbicida.

2.2.4.4. Modo de ação

Apesar de ser uma forma usada para classificar herbicidas, o modo de

ação não é baseado na melhora de controle das plantas daninhas. Essa

classificação atualmente apresenta grande importância no manejo (seleção)

dos herbicidas. Com o aparecimento de plantas daninhas resistentes a alguns

herbicidas, a rotação de produtos vem sendo preconizada principalmente

baseada nesta forma de classificação.

2.2.5. Período Crítico de Competição

Período crítico de competição é o período a partir da semeadura ou da

emergência das plantas de milho, em que as plantas daninhas devem ser

controladas com eficiência, para evitar perdas quantitativas e/ou qualitativas da

produção.

O período crítico de competição para a cultura do milho, em condições

normais, em média, corresponde ao período entre o estádio V3 (terceira folha

verdadeira) e V12 (décima segunda folha verdadeira). Esse é o período entre a

emergência das plântulas e a diferenciação da espiga, momento em que se

define o potencial de grãos da lavoura.

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De acordo com Fancelli(1998), a partir da emissão da quinta folha, a

presença de plantas daninhas poderá acarretar perdas significativas de

produção, sendo que, quando o inicio do controle de plantas daninhas, ocorreu

apenas a partir da emissão da quinta folha do milho, evidenciou-se a redução

do comprimento médio da espiga, do número médio de grãos por fileira e do

rendimento médio de grãos.

É importante lembrar, que mesmo após o período crítico de competição,

algumas plantas daninhas podem causar sérios danos, como é o caso das

plantas pertencentes ao gênero Ipomoeae (corda de viola) e Senna (fedegoso),

que podem causar o embuchamento e quebra das colhedoras, e assim,

aumentando os custos e riscos e diminuindo a eficiência da colheita.

2.2.6. Principais Herbicidas indicados para a cultura do

milho no sistema de plantio direto e plantio convencional

Seguem a tabela 1 e tabela 2 com os herbicidas pré e pós-emergentes

para a cultura do milho no Brasil.

Tabela 1. Herbicidas pré-emergentes para o controle de plantas daninhas na

cultura do milho (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2009)

Nome Comum Nome Comercial Concentração (g/L ou g/Kg)

Dose Comercial

(kg ou L/há)

acetochlor Kadett 840 3,0 - 4,0

Kadett CE 840 3,0 - 4,0

Surpass 768 2,6 - 5,

alachlor¹ Alachlor Nortox 480 5,0 - 7,0

Laço CE 480 5,0 - 7,0

alachlor + atrazine¹ Alachlor + Atrazina SC 240 + 250 6,0 - 7,0

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Nortox

Alazine 500 SC 250 + 250 7,0 - 8,0

Boxer 300 + 180 7,0 - 9,0

Agimix 260 + 260 6,0 - 8,0

ametryne Ametrina Agripec 500 3,0 – 4,0

amicarbazone Dinamic 700 0,4

atrazine Atranex 500 Sc 500 4,0 - 5,0

Atrazina Nortox 500 SC 500 3,0 - 6,5

Atrazinax 500 500 3,0 - 6,5

Coyote 500 5,0 - 6,0

Gesaprim 500 Ciba-

Geigy 500 4,0 - 5,0

Herbitrin 500 Br 500 4,0 - 8,0

Siptran 500 Sc 500 3,4 - 6,2

Siptran 800 Pm 800 2,0 - 4,0

Gesaprim GRDA 880 2,5 -3,5

Trac 50 SC 500 4,0 - 6,0

Proof 500 4,0 - 5,0

atrazine + dimethenamid

Guardsman 320 + 280 4,0 - 5,0

atrazine + isoxaflutole²

Alliance WG 830 + 34 1,5 – 2,0

atrazine + s- metolachlor

Primagran Gold 370 + 230 3,25 - 4,5

Primaiz Gold 370 +230 3,25 - 4,5

Primestra Gold 370 + 290 3,25 - 4,5

atrazine + simazine Actiomex 500 SC 250 + 250 3,5 - 7,0

Atrazimex 500 SC 250 + 250 4,0 - 6,0

Extrazin SC 250 + 250 3,6 - 6,8

Herbimix SC 250 + 250 6,0 - 7,0

Primatop SC 250 + 250 3,5 - 6,5

Triamex 500 SC 250 + 250 3,5 - 6,0

Controller 500 SC 250 + 250 3,5 - 6,0

cyanazine³ Bladex 500 500 3,0 - 4,5

2,4-D Aminamar 806 0,35 - 3,5

Deferon 502 0,6 - 0,9

DMA 806 BR 806 2,5 - 3,5

Herbi D-480 480 3,0 - 4,5

Tento 867 CS

U 46 D - Fluid 2,4-D 670 867 720

2 2,0 - 3,0

dimethenamid Zeta 900 900 1,25

isoxaflutole² Alliance SC 20 2,5 - 4,0

Provence 750 WG 750 80

linuron Linurex Agricur 500 PM 500 1,5 - 3,0

Afalon SC 450 1,6 - 3,3

s-metolachlor⁴ Dual Gold 960 1,25 – 1,75

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pendimethalin⁵ Herbadox 500 CE 500 2,0 - 3,5

simazine⁵ Herbazin 500 BR 500 3,0 - 5,0

Sipazina 800 PM 800 2,0 - 5,0

terbuthylazine Gardoprim 500 4,0 - 7,0

trifluralin Novolate 600 0,9 - 4,0

Premerlin 600 CE 600 3,0 - 4,0

Trifluralina Nortox Gold 450 1,2 - 5,0 Utilizar a maior dose em solos com teor de material orgânica superior a 5%; 2 Não aplicar em solos arenosos que recebam calagem pesada no intervalo de 90 dias e em híbridos e variedades de milho branco, milho pipoca e linhagens; 3 Utilizar a maior dose em solos com teor de material orgânica superior a 4%; 4 Utilizar em solos com teor de material orgânica superior a 2% e baixa infestação de capim marmelada; 5 Utilizar a maior dose em solos com teor de material orgânica superior a 3%

Tabela 2. Herbicidas pós-emergentes para o controle de plantas daninhas na

cultura do milho (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2009)

Nome Comum Nome Comercial Concentração (g/L ou g/kg

Dose Comercial (kg ou L/há

alachlor + atrazine Agimix 260+260 6,0 – 8,0

ametryne¹ Ametrina Agripec 500 3,0 - 4,0

Gesapax 500 Ciba

Gesapax GRDA 500 785

3,0 - 4,0 2,0 - 2,5

amônio-glufosinato² Finale 200 1,5

atrazine + S-metolachlor³

Primaiz Gold 370 + 230 3,5 - 4,5

Primestra Gol 370 + 290 3,25 – 4,5

atrazine + bentazon Laddok 200 + 200 2,4 - 3,0

atrazine + óleo vegetal Posmil 400 + 300 5,0 - 7,0

Primóleo 400 + 300 5,0 - 6,0

Atrazine + nicosulfuron

Sanson AZ 500 + 20 1,75 - 2,0

atrazine + simazine Actiomex 500 SC 250 + 250 3,5 - 7,0

Herbimix SC 250 + 250 6,0 - 7,0

Primatop SC 250 + 250 3,5 - 6,5

Triamex 500 SC 250 + 250 3,5 - 6,0

Bentazon Basagran 480 480 1,5

Basagran 600 600 1,2

Banir 480 1,5 - 2,5

Carfentrazone-ethyl Aurora 400 EC 400 0,025 - 0,312

2,4-D Aminamar 806 0,35 - 3,5

Aminol 806 806 0,5 – 1,5

Capri 868 1,0 - 1,25

Deferon 502 0,6 - 0,9

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Herbi D-480 480 3,0 - 4,5

Tento 867 CS 867 2

Foramsulfuron + iodosulfuron-methyl¹

Equip Plus 300 + 20 0,12 - 0,15

Glyphosate² Agrisato 480 CS 480 1,0 - 6,0

Glifosato 480 Agripec 480 1,0 - 6,0

Gliz 480 CS 480 1,0 - 6,0

Round Original 480 0,5 –12,0

Gliphogan 480 480 1,0 – 2,0

Glifosato Nortox 480 1,0 – 6,0

Glifosato Atanor 480 1,0 – 3,0

Glifosato Alkagro 480 2,0 – 5,0

Gliz BR 480 1,0 – 6,0

Nufarm 480 1,0 – 5,0

Nortox WG 720 0,5 – 2,5

Polaris 480 0,5 – 5,0

Radar 480 0,5 – 5,0

Roundup Transorb 648 1,0 – 4,5

Roundup WG 720 0,5 – 3,5

Rustler 480 0,5 – 5,0

Stinger 480 0,5 – 5,0

Touchdown 360 1,0 – 6,0

Trop 480 1,0 – 6,0

Zapp Qi 620 0,7 -4,2

imazapic + imazapyr⁵ Onduty 525 + 175 0,1

Nicosulfuron⁶ Nisshin 750 0,07 – 0,08

Sanson 40 Sc 40 1,25 - 1,50

Accent 75 0,05 – 0,08 1 Utilizar nas entrelinhas após o estádio de 50cm de altura do milho. Adicionar adjuvante; 2 Utilizar em pós-emergência dirigida ou no manejo de plantas daninhas em plantio direto; 3 Aplicar quando as gramíneas estiverem no estádio de 3 folhas e as folhas largas no estádio de 6 folhas; 4 Aplicar com o milho com no máximo 4 folhas, antes da formação do cartucho; 5 Somente recomendado para o sistema de produção Clearfield com os híbridos C909, C901 e C806; 6 Não utilizar em misturas com inseticidas organofosforados. Verificar suscetibilidade de cultivares; 7 Aplicar nas entrelinhas, em jato dirigido, quando o milho estiver com mais de 8 folhas; 8 Utilizado para o controle de folhas largas com até 4 folhas. Pode ser aplicado até a quarta folha do milho.

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Bibliografia

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