manejo de águas pluviais urbanas
TRANSCRIPT
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Universidade de Mogi das Cruzes
MANEJO DE GUAS PLUVIAIS
Engenharia Civil
RAISA MOURA DOMINGUES RGM: 11111103171
Mogi das Cruzes, SP.
Setembro 2013
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SUMRIO
INTRODUO ............................................................................................................ 3
DEFINIO ................................................................................................................. 4
MANEJO ........................................................................................................................... 4
DRENAGEM ...................................................................................................................... 4
PRTICAS DE MANEJO ............................................................................................ 5
SISTEMA DE DRENAGEM ......................................................................................... 7
Microdrenagem ............................................................................................................... 7
Galerias de guas pluviais ................................................................................................... 7
Macrodrenagem .............................................................................................................. 9
MEDIDAS ESTRUTURAIS DE MANEJO DE GUAS PLUVIAIS ............................. 11
Sistemas de reteno do escoamento .......................................................................... 11
Bacias de deteno............................................................................................................ 11
Bacias de reteno ............................................................................................................ 13
Canais verdes..................................................................................................................... 14
Sistemas de biorreteno (Jardim de chuva) .................................................................... 15
Sistemas de infiltrao ...................................................................................................... 16
Bacias de infiltrao .......................................................................................................... 16
Vala de infiltrao ............................................................................................................. 17
Pavimento permevel ....................................................................................................... 18
PLANO DIRETOR DE DRENAGEM E MANEJO DE GUAS PLUVIAIS .................. 19
CONCLUSO ............................................................................................................ 21
REFERNCIAS ......................................................................................................... 22
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INTRODUO
A dinmica das cidades depende de uma srie de fatores e necessidades, cujas
aes e esforos por parte do Poder Publico e da prpria sociedade permitem que a
qualidade de vida se torne cada vez melhor, objetivando sempre reduzir os riscos de
ocorrncia de eventos indesejveis.
Diante dos graves problemas ambientais e do desenvolvimento desenfreado, a
conscincia de se realizar a gesto das guas urbanas de forma integrada avanou
e deu incio a novos paradigmas relacionados ao manejo das guas pluviais.
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DEFINIO
Para compreender melhor o assunto abordado neste trabalho, so necessrias duas
definies essenciais:
MANEJO
Segundo a FEEMA (Fundao Estadual de Engenharia e Meio Ambiente), manejo
a Interferncia planejada e criteriosa do homem no sistema natural, para produzir
um benefcio ou alcanar um objetivo, favorecendo o funcionalismo essencial do
sistema natural. baseado em mtodo cientfico, apoiado em pesquisa e em
conhecimentos slidos, com base nas seguintes etapas: observao, hiptese, teste
da hiptese e execuo do plano experimental.
DRENAGEM
Drenagem o ato de escoar as guas de terrenos encharcados, por meio de tubos,
tneis, canais, valas e fossos sendo possvel recorrer a motores como apoio ao
escoamento. Os canais podem ser naturais (rios ou crregos) ou artificiais de
concreto simples ou armado ou de gabio. Os sistemas de drenagem, que
compreendem alm dos condutos forados e dos condutos livres podem ser urbanos
e/ou rurais e visam escoar as guas de chuvas e evitar enchentes.
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PRTICAS DE MANEJO
Como j dito anteriormente, o manejo de guas pluviais uma pea tcnica voltada
para o futuro, que tem como escopo orientar as aes e o processo decisrio a
respeito dos problemas de inundaes de uma bacia. Como tal, deve basear-se em
informaes suficientes e confiveis e nas melhores tecnologias disponveis, para
enfrentar os problemas que se apresentam. Entretanto, um bom plano depende da
considerao de muitos outros fatores. Os mais comuns so aqueles que se referem
a aspectos institucionais, legais, culturais, gerenciais, econmicos, polticos, fiscais,
entre outros. Estes aspectos podem representar restries importantes ao
desenvolvimento de um bom plano, mas podem tambm oferecer oportunidades a
explorar. Desta forma, planos acabam sendo influenciados pelo ambiente, regio ou
pas onde so desenvolvidos.
Para o trabalho de manejo das guas pluviais urbanas, feita a anlise da
infraestrutura, dos elementos hidrulicos estruturais, das prticas de conteno e
transporte das guas pluviais, tanto nas fontes geradoras de deflvios superficiais,
como lotes, praas e parques, quanto no sistema virio, dos sistemas de micro e
macrodrenagem, dos sistemas de transposio, do carreamento e deposio de
sedimentos e resduos slidos etc. e tambm dos dispositivos legais e de
administrao da infraestrutura de drenagem, envolvendo a operacionalidade do
sistema, a manuteno, a fiscalizao e medidas de remediao em tempo real, em
funo de anomalias inevitveis naturais ou geradas em funo da dinmica de
ocupao do espao urbano.
Em relao aos outros melhoramentos urbanos, o sistema de drenagem tem uma
particularidade: o escoamento de guas pluviais sempre ocorrer
independentemente de existir ou no sistema de drenagem adequado. A
qualidade desse sistema que determinar se os benefcios ou prejuzos
populao sero maiores ou menores.
Sempre possvel planejar o sistema de drenagem de forma a diminuir os custos, e
aumentar os benefcios resultantes. Por exemplo, a construo de reservatrios de
reteno a montante ou a concepo de parques nos quais se admitam inundaes
peridicas so possibilidades bastante interessantes. O projeto de canais abertos,
diminuindo, ou mesmo eliminando a necessidade de tubulaes enterradas, merece
anlise pormenorizada, pois resulta em investimentos menores.
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Outro aspecto a considerar diz respeito urbanizao de reas altas, o que pode
resultar no aumento do escoamento de guas pluviais para as reas baixas. O
empreendimento de montante deve ser projetado de forma a conservar as condies
naturais atravs de reservatrio de acumulao das cheias ou de outras medidas, ou
ento ser onerado pelos custos de adequao do sistema de drenagem das reas a
jusante.
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SISTEMA DE DRENAGEM
O sistema de drenagem deve ser considerado como composto por dois sistemas
distintos, que devem ser planejados e projetados com critrios diferenciados.
Microdrenagem
O sistema de drenagem inicial ou de microdrenagem, que compreende o pavimento
das ruas, guias e sarjetas e galerias de guas pluviais de menor porte, deve ser
dimensionado para as chuvas que ocorram em mdia a cada 10 anos. Todavia,
durante a ocorrncia de chuvas mais crticas esse sistema deve comportar parte do
escoamento superficial, de forma que os riscos de prejuzos materiais ou de perdas
de vidas humanas sejam pequenos. O alagamento do pavimento de ruas, e mesmo
de passeios pode ser admissvel desde que no seja frequente. Os nveis dgua
que resultem na inundao de vias de intenso fluxo de veculos e pedestres, de
residncias e de estabelecimentos comerciais ou industriais, devem ser ainda mais
raros.
O bom funcionamento do sistema de microdrenagem depende essencialmente da
execuo cuidadosa das obras conforme projetadas, alm de manuteno
permanente, com limpeza e desobstruo das bocas de lobo e das galerias antes
dos perodos chuvosos.
As ruas servem como importante elemento do sistema de drenagem inicial, com
escoamento das guas pluviais pelo pavimento e pelas sarjetas, at a sua admisso
ao sistema de galerias atravs das bocas de lobo. Em decorrncia, seu
dimensionamento dever levar em conta, tambm, seu funcionamento como
conduto hidrulico. Entretanto, antes desse dimensionamento devem ser fixados
critrios bsicos, que dependem essencialmente da classe de uso da via. As ruas
secundrias admitem alagamentos mais frequentes do que as vias expressas.
Porm, uma rua com pequena circulao de veculos, mas de intenso uso por
pedestres, merece uma proteo maior contra alagamentos.
Galerias de guas pluviais
O sistema de galerias de guas pluviais integra as bocas de lobo, as tubulaes, os
poos de visita e estruturas acessrias, e projetado tendo em vista a conduo de
guas pluviais desde a sua captao, nas ruas, at a sua disposio no sistema de
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macrodrenagem. Pertence, portanto, ao sistema de microdrenagem, isto , projetado
para chuvas cujo perodo de retorno estimado em at 10 anos.
O seu bom funcionamento depende essencialmente de um sistema de
macrodrenagem adequado, e parcialmente intil se a drenagem das ruas no for
bem projetada. possvel, atravs de projeto adequado da drenagem das ruas e do
sistema de macrodrenagem, diminuir a extenso das galerias de guas pluviais ou
substitu-las por canais abertos, o que traz sensvel diminuio dos investimentos
nas obras.
Em reas de urbanizao mais antiga, frequente que as galerias sejam
insuficientes para a conduo de guas pluviais, em razo do aumento do
escoamento superficial, provocado pela impermeabilizao progressiva do solo.
Nesse caso os excessos de escoamento superficial permanecem nas ruas
provocando prejuzos e incmodos populao at o ponto em que se torne
aconselhvel a ampliao do sistema de galerias ou de retenes.
Atravs de critrios usuais de projeto de drenagem urbana, devem ser estudados
diversos traados da rede de galerias, considerando os dados topogrficos
existentes e o dimensionamento hidrolgico e hidrulico preliminar. A concepo
inicial que for escolhida como a mais adequada mais importante para assegurar a
economia global do sistema do que estudos que se realizem posteriormente de
detalhamento do projeto, de especificaes de materiais, etc.
Esse trabalho deve desenvolver-se sempre que possvel simultaneamente com o
plano urbanstico das ruas e das quadras, pois em caso contrrio ficaro impostas
ao sistema de drenagem restries que levaro sempre a maiores custos. O sistema
de galerias deve ser planejado de forma homognea, proporcionando a todas as
reas estudadas condies adequadas de drenagem.
Aps o dimensionamento do sistema deve ser feita verificao sobre as
repercusses da ocorrncia de chuvas mais intensas que a de projeto. Por vezes
recomendvel a ampliao da capacidade das galerias se os prejuzos potenciais
forem altos e os investimentos adicionais no se tornarem excessivos.
necessrio que se faa uma distino entre uma chuva de perodo de retorno de
100 anos e uma cheia do mesmo perodo de retorno. A precipitao pluviomtrica
que ocorre em mdia uma vez a cada 100 anos um valor calculado
estatisticamente, mediante valores observados em um nico ponto. A cheia de
perodo de retorno de 100 anos pode ocorrer sem que tenha sido observada a chuva
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de 100 anos, pois depende de outros fatores como: distribuio espacial da chuva,
umidade antecedente do solo, etc. A anlise estatstica de uma srie de vazes
mximas observadas pode proporcionar estimativa dessa cheia, mas em regies em
processo de urbanizao essa amostra no homognea, em razo da alterao
das condies hidrolgicas.
Macrodrenagem
O planejamento adequado do sistema de macrodrenagem fundamental para um
bom plano de desenvolvimento urbano. Em geral, nas reas j urbanizadas, o mau
funcionamento desse sistema a principal causa das inundaes mais srias, e do
alto custo das galerias de guas pluviais. Quando no existe planejamento desse
sistema, o escoamento das cheias se faz por depresses topogrficas e pelos
canais naturais, de forma desordenada, quase sempre colocando em risco
propriedades e vidas humanas.
Existe uma interao entre a rea urbana e os canais principais de drenagem. A
urbanizao aumenta o escoamento superficial e diminui o tempo de concentrao
das cheias. Frequentemente os canais so obstrudos por material slido carreado
pelas enxurradas, e ocorrem inundaes atingindo as reas marginais.
O conduto final das guas pluviais pode ser tanto um canal natural, como um
artificial atravs de retificao e revestimento do canal natural. Em alguns casos
esse canal pode ser uma galeria de grandes dimenses, ou seja, um canal coberto
que frequentemente aproveitado como base para construo de ruas ou avenidas.
Os canais principais so s vezes projetados em etapas, deixando-se, por exemplo,
o revestimento em concreto armado para o futuro, quando as cheias aumentarem
com a urbanizao progressiva. Quando se estudam os canais principais, so
muitas as alternativas e possibilidades envolvendo o traado, a seo transversal e
o seu tipo de revestimento. necessria uma primeira estimativa da vazo de
projeto para avaliar preliminarmente as dimenses dos canais principais. Essa
estimativa pode ser feita rapidamente adotando-se vazes especficas de cheias, ou
mediante clculos utilizando-se modelagem matemtica especfica para esse fim.
Os canais, como elementos de macrodrenagem, so solues que permitem
tratamento urbanstico interessante, costumam ser mais baratas que as grandes
galerias subterrneas e, conforme suas caractersticas geomtricas possuem efeito
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atenuador das ondas de cheia. As suas principais desvantagens referem-se s
interferncias com o sistema virio e ao custo de manuteno, fatores que podem
ser minimizados adotando-se um projeto e um programa mantenedor adequado.
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MEDIDAS ESTRUTURAIS DE MANEJO DE GUAS PLUVIAIS
Os sistemas estruturais compem uma variedade de estruturas, cuja finalidade a
de deter e/ou transportar os deflvios gerados na bacia e tambm de propiciar a
infiltrao localizada. Essas obras tm a finalidade de reduzir os impactos
provocados pela urbanizao no hidrograma resultante.
As bacias de deteno, por exemplo, atuam amortecendo a vazo mxima,
reduzindo os impactos jusante, uma vez que elas funcionam como estruturas de
regulao.
Em alguns pases, os sistemas estruturais so usados no tratamento da gua
escoada, propiciando a remoo de poluentes presentes na gua. Em alguns casos,
o dispositivo de tratamento da gua est localizado na entrada da rede de
drenagem; em outros, no ponto de lanamento no corpo receptor.
Sistemas de reteno do escoamento
Nas bacias urbanas, os sistemas de reteno utilizam reservatrios com lmina
dgua permanente, podendo ser combinados com um dispositivo de tratamento da
gua. Os sistemas de tratamento so necessrios nos casos de utilizao da gua.
Os sistemas de reteno do escoamento podem ser divididos da seguinte forma:
As bacias de deteno capturam o volume escoado por certo perodo de tempo
para depois lan-lo, gradualmente, na rede de drenagem a jusante;
As bacias de reteno retm o volume escoado, mantendo assim uma lmina
dgua permanente ou com reduo por infiltrao.
Bacias de deteno
Projetadas para reter parte do volume escoado na bacia a montante, permitem
amortecer a vazo mxima escoada em decorrncia da chuva na bacia. O objetivo
impedir a inundao de reas situadas a jusante. Esses sistemas so concebidos
para funcionar em srie com a rede de drenagem, esvaziando-se completamente
entre eventos. Devido ao tempo de deteno curto desses sistemas, eles no so
eficientes na remoo de matria slida ou substncias poluentes; so estruturas de
amortecimento da vazo mxima lanada no corpo receptor, atenuando os efeitos
da inundao e protegendo a rede de drenagem a jusante.
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Normalmente, so projetados para esvaziar completamente em menos de 24 horas.
A deteno do escoamento reduz o potencial erosivo na bacia e atua como
preveno dos impactos sobre a vida aqutica no corpo receptor.
Estrutura de reteno na sada
As bacias de deteno podem dispor de uma estrutura de reteno localizada na
sada.
Figura 2 - Bacia de Conteno
Figura 1 - Esquemtico da Bacia de conteno
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Esse dispositivo hidrulico permite a liberao gradual do volume retido, em geral
associado a um evento de pequena magnitude, com frequncia anual. Essa
estrutura retm o volume por at 48 horas aps o evento. Normalmente, o controle
da vazo feito atravs de um orifcio, com reteno por um tempo suficiente para o
depsito de matria slida e de poluentes. Projetada para o esvaziamento completo,
esses sistemas podem funcionar em dois nveis: cota superior, associada a eventos
de grande magnitude e cota inferior, associada a eventos frequentes. Na concepo
hidrulica do sistema, pode ser contemplada a instalao de caixas de passagem,
uma prxima da entrada e outra na sada do reservatrio. Essas bacias podem ser
usadas nos perodos secos como reas de recreao, tais como campos de futebol,
parques, estdios etc.
As estruturas de reteno na sada so opes interessantes no caso da estrutura j
estar implantada, pois permitem controlar o hidrograma e a qualidade da gua.
As bacias de deteno apresentam algumas limitaes: no so indicadas para
reas de drenagem menores que 5 ha (hectares) e requerem manuteno contnua,
devido possibilidade de obstruo da estrutura de sada por matria slida.
Figura 3 Reteno na sada
Bacias de reteno
Esses sistemas so concebidos para armazenar o volume gerado na bacia,
possibilitando tambm a melhoria da qualidade da gua. No lago, cotas acima do
nvel permanente permitem a renovao da gua entre eventos. Normalmente,
esses sistemas dispem de alta capacidade de reteno, bem maior do que o
volume permanente no lago. Isso explica a alta eficincia no tratamento da gua,
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alm de proporcionar valorizao paisagstica e servir de habitat natural para a vida
terrestre e aqutica. Permitem tambm, graas ao seu volume, o depsito dos
slidos em suspenso e a dissoluo de poluentes por decomposio, melhorando a
qualidade da gua numa ampla faixa de substncias. Ademais, o volume do
reservatrio atua no controle do aumento dos deflvios associado ao aumento da
rea impermeabilizada na bacia.
Quanto ao aspecto construtivo, a implantao desse sistema requer o uso de rea
suficientemente grande e relativamente plana; o espelho dgua permanente no lago
depende de fatores hidrogeolgicos, no que se refere posio do lenol fretico.
Figura 4 - Bacia de reteno
Canais verdes
O sistema de drenagem pode se servir de superfcies permeveis para promover a
infiltrao da gua no solo, reduzindo o impacto do escoamento a jusante. O
escoamento na forma de lmina sobre as superfcies vegetadas possibilita a
remoo de alguns tipos de poluentes. Nesse caso, a vegetao atua como uma
espcie de filtro biolgico. Esses canais podem funcionar secos ou com lmina
dgua. Nesses sistemas o escoamento pode ser retido temporariamente em
pequenas estruturas de represamento dispostas em srie. Superfcies vegetadas
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so indicadas para fundos de lotes em reas residenciais ou no acostamento de
vias, em substituio s solues tradicionais de drenagem. reas gramadas
permitem fcil manuteno e limpeza, podendo ser usadas como opo em reas
urbanizadas com o objetivo de aumentar a rea permevel.
Nos casos em que o nvel fretico chega prximo da superfcie, o canal com
vegetao pode funcionar com lmina dgua na maior parte do ano. No entanto,
esses sistemas normalmente exigem solos bem drenados e disponibilidade de rea
para implantao, podendo apresentar processos erosivos nos casos de tormentas
de alta magnitude.
Sistemas de biorreteno (Jardim de chuva)
Esses sistemas podem compor a paisagem natural da regio; podem tambm ser
implantados com plantas de diferentes espcies e tamanhos. Em geral, localizam-se
em baixios ou depresses, para onde converge o escoamento gerado na bacia.
Reproduzem o ecossistema natural onde a atividade biolgica atua promovendo a
filtragem da gua. Neles, o deflvio, resultado das chuvas intensas, gera o
empoamento da superfcie e a infiltrao da gua no solo. Os poluentes so
removidos da gua mediante adsoro, filtrao e decomposio da matria
orgnica. As plantas so componentes fundamentais nesse sistema, responsveis
pela retirada da gua e dos poluentes; tm ainda a vantagem de integrar a paisagem
natural, sendo recomendveis em reas com alto ndice de impermeabilizao,
como estacionamentos. Vulnerveis colmatao do solo por depsito de
sedimentos, podem se tornar ambiente favorvel proliferao de mosquitos e
vetores, em caso de falta de limpeza e manuteno.
Figura 5 - Jardim de chuva
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Sistemas de infiltrao
Os sistemas de infiltrao tm a finalidade de reter o escoamento gerado na bacia
coma infiltrao no prprio local, reduzindo, assim, o impacto do escoamento
excedente e da carga de poluentes lanados no corpo receptor, os quais esto
associados ao aumento da impermeabilizao do solo.
Normalmente, so projetados para funcionar durante vrias horas ou mesmo dias;
podem ser importantes na recarga do aqufero, proporcionando a remoo de
poluentes orgnicos medida que a gua se infiltra nas camadas do solo. No
entanto, avaliaes de vulnerabilidade devem ser realizadas nos casos em que a
gua subterrnea local usada como fonte de abastecimento. Alm disso, sua
eficincia est diretamente associada capacidade de infiltrao e percolao de
todo o perfil do solo no local.
Bacias de infiltrao
Esses sistemas so tipicamente off-line, em geral associados a um dispositivo de
filtragem do deflvio situado na entrada da estrutura. A filtragem na entrada tem o
objetivo de remover os sedimentos presentes no deflvio. Semelhantes s bacias de
deteno secas, so sistemas eficientes em remover os slidos coloidais presentes
na gua. A gua tratada pode ser usada na recarga do aqufero ou no escoamento
de base em reas prximas de rios. Revestidas com vegetao, podem ter maior
eficincia na remoo de poluentes. Seu uso permite absorver os impactos da
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urbanizao, aumentando as condies de armazenamento e de infiltrao da gua
na bacia, reduzindo os efeitos dos deflvios no corpo receptor.
Vala de infiltrao
Esse dispositivo consiste numa vala escavada no solo (profundidade entre 1,0 e
3,5m) e revestida internamente com uma manta geotxtil. Preenchida com brita, a
vala cria um reservatrio subterrneo em condies de reter o deflvio. A gua
armazenada vai se infiltrando no solo atravs do fundo e das paredes.
Nela, a eficincia de captao aumentada quando se instala uma depresso na
sarjeta da via pblica. Recomenda-se a instalao de dispositivo de filtragem (caixa
de areia) a montante da estrutura destinada a reter sedimentos e resduos presentes
no deflvio.
indicada para projetos com rea de contribuio a montante menor que 4 ha. No
dimensionamento desse sistema, a chuva de projeto de frequncia anual suficiente
para reter os deflvios mais frequentes. A entrada de slidos finos na estrutura
compromete o seu funcionamento. Nesse sentido, o dispositivo de filtragem na
entrada necessrio para melhorar o desempenho e aumentar a vida til da vala de
infiltrao.
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Pavimento permevel
A superfcie de um pavimento permevel vem facilitar a infiltrao do deflvio na
camada inferior do pavimento, que funciona como uma espcie de reservatrio.
Na sua implantao, podem ser usados blocos de concreto pr-moldados de
diferentes formatos. Nesse sistema, os blocos so assentados numa camada de
areia e os espaos vazios preenchidos com material granular ou grama. Em geral,
so projetados para suportar cargas dinmicas de veculos leves em reas de
estacionamentos.
Constitui uma boa alternativa no convencional para reduo do efeito da
impermeabilizao sobre a drenagem, atuando como um reservatrio. No entanto, o
pavimento permevel exige manuteno peridica para a retirada do sedimento fino
retido na superfcie (espaos entre os blocos), que dificulta ou prejudica a infiltrao.
A limpeza e a retirada desse material podem ser feitas por jateamento ou varredura
a vcuo.
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PLANO DIRETOR DE DRENAGEM E MANEJO DE GUAS
PLUVIAIS
O Plano Diretor de Drenagem e Manejo de guas Pluviais do Municpio de So
Paulo (PMAPSP) um instrumento fundamental para a reduo dos riscos de
inundao e a melhoria da qualidade das guas no municpio de So Paulo.
No existem solues fceis para os problemas de inundao de uma metrpole
com 11 milhes de habitantes, que por muitos anos cresceu a altssimas taxas, sem
um planejamento apropriado e que se encontra cercada de cidades igualmente
populosas. Apesar de todos os esforos, as inundaes em So Paulo se agravam a
cada ano. A forma tradicional de lidar com o problema est superada, preciso
encontrar novos caminhos.
Com o objetivo de buscar solues inovadoras e sustentveis, a Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de So Paulo (SMDU), com a
assessoria da Fundao Centro Tecnolgico de Hidrulica (FCTH) - entidade de
apoio ao Departamento de Engenharia Hidrulica e Ambiental da Escola Politcnica
da USP - decidiu elaborar este Plano, o primeiro no gnero em toda a histria de
So Paulo.
Iniciado em dezembro de 2010, o PMAPSP composto por trs mdulos integrados:
Mdulo 1 - Plano Municipal de Gesto do Sistema de guas Pluviais e
Acompanhamento Tcnico dos Programas de Drenagem e Manejo de guas
Pluviais para Bacias Prioritrias.
Mdulo 2 - Programa de Drenagem e Manejo de guas Pluviais para bacias
prioritrias.
Mdulo 3 - Programa de Drenagem e Manejo de guas Pluviais para as
demais bacias.
O Mdulo 1, que est sendo elaborado pela FCTH, apresenta as diretrizes tcnicas
e gerenciais a serem aplicadas ao sistema de guas pluviais de todo o Municpio de
So Paulo, incluindo as medidas no estruturais que daro sustentabilidade aos
Programas de Drenagem e Manejo de guas Pluviais de cada bacia hidrogrfica.
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Os Mdulos 2 e 3 (PROGRAMAS DE DRENAGEM) tm como objetivo a proposio
de solues estruturais (obras) e no estruturais especficas para cada bacia
hidrogrfica. O Mdulo 2 abrange as bacias do Rio Aricanduva, Rio Cabuu de
Baixo, Crrego do Cordeiro, Crrego Morro do S, Crrego Verde, Crrego do
Ipiranga, que equivalem a cerca de um quarto da rea urbana atual da cidade.
O Mdulo 3 ser desenvolvido aps a concluso do Mdulo 2, empregando a
metodologia desenvolvida nos mdulos anteriores.
Nestes dois anos de trabalho, no Mdulo 1 foi realizada uma ampla pesquisa no
Brasil e no exterior sobre o estado da arte da engenharia de manejo de guas
pluviais a partir da qual foi possvel estabelecer as diretrizes e solues de sucesso
em cidades semelhantes nossa.
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CONCLUSO
A importncia de um servio adequado de drenagem e manejo de guas pluviais
urbanas torna-se mais clara para a populao das grandes cidades na medida em
que se acumulam os efeitos negativos das chuvas, tais como alagamentos,
inundaes, deslizamentos e perda de rios e lagos.
No se deve esquecer que grande parte dos efeitos prejudiciais das chuvas
deve-se ao do homem. A ocupao desordenada de reas urbanas e a
consequente cobertura de grandes reas, tornando-as impermeveis, ocasionam
reduo de infiltrao das chuvas no solo.
A lavagem de superfcies urbanizadas acarreta aumento de carga de poluentes
em rios e lagos, alm de facilitar a veiculao de doenas como leptospirose e
dengue, entre outras. No Brasil, 65% das instalaes hospitalares tm origem em
doenas de veiculao hdrica.
A cobertura do solo tambm provoca eroso, reduzindo sua qualidade, tornando-
os mais pobres e at mesmo imprprios para a agricultura.
Finalmente, a obstruo de canais e galerias por lixo tambm degradam o
ambiente urbano, alm de provocar alagamentos, ocasionando prejuzos materiais e
humanos, inclusive mortes.
Um adequado sistema de drenagem, portanto, proporciona uma srie de
benefcios, tais como:
- reduo de gastos com manuteno de vias pblicas;
- valorizao das propriedades existentes na rea beneficiada;
- reduo de danos s propriedades e do risco de perdas humanas;
- escoamento rpido das guas superficiais, facilitando o trfego por ocasio das
chuvas;
- eliminao da presena de guas estagnadas e lamaais, focos de doenas;
- reduo de impactos da chuva ao meio ambiente, como eroses e poluio de rios
e lagos;
- reduo da incidncia de doenas de veiculao hdrica;
- condies razoveis de circulao de veculos e pedestres em reas urbanas, por
ocasio de chuvas frequentes e/ou intensas.
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REFERNCIAS
http://www.finep.gov.br/prosab/livros/prosab5_tema%204.pdf
http://www.ppe.ufrj.br/ppe/production/tesis/heitorv.pdf
http://aguaspluviais.inf.br/manual.aspx?id=8