manejo das principais doenças da soja - adapar · doenças no ciclo da soja reprodutivo -oídio...
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Rafael Moreira Soares Fitopatologista
Manejo das principais doenças da soja
TOMBAMENTO -Colletottrichum -Phytophthora -Rhizoctonia -Sclerotium -Fusarium -Pythium
VEGETATIVO -Mancha parda
-Crest. foliar de Cercospora -Crestamento bacteriano -Ferrugem -Phytophthora -Mancha bact. marrom -Oídio
Doenças no ciclo da soja
REPRODUTIVO -Oídio -Míldio -Ferrugem -Mela -Antracnose -Viroses -Mancha alvo -Mofo branco -Podridão vermelha -Pústula bacteriana -Phytophthora -Mancha bacteriana marrom
FINAL DO CICLO
-Mancha parda -Crest. foliar de Cercospora -Podridão de carvão -Ferrugem
Nematoides (galhas, cisto, lesões)
Atividade humana > globalização > intensificação
da invasões biológicas
Map of scheduled airline traffic around the world, June 2009. Contains 54317
routes, rendered at 25% transparency. Author: Jpatokal, 2009.
Fonte: Agropec, 2013 (http://agropec.socialgo.com/timelinepests)
Número cumulativo de registros de novas pragas no Brasil ao longo do período de 1901 a 2013
Podridão Radicular de
Fitoftora (Phytophthora sojae)
Sintomas -Clorose e seca das folhas -Tecido externo e interno
escurecido -Murcha e morte da planta
Controle
-Bom preparo do solo
-Tratamento de sementes?? Fenilamidas
(metalaxil e mefenoxam)
-Cultivares resistentes
“sem controle após a ocorrência”
PODRIDÃO DE CARVÃO DA RAIZ Macrophomina phaseolina
- Fungo de solo - Perdas ?? - Raízes pouco desenvolvidas e seca
- Controle: - Cultivares resistentes???
- Manejo do solo
Aspecto na lavoura. Área de café e pastagem Solo arenoso, compactado + veranico= problema!
Foto: Ademir Henning
PODRIDÃO BRANCA DA HASTE ou MOFO BRANCO
Sclerotinia sclerotiorum
-Perdas: morte das plantas - Controle: -Semente certificadas -Tratamento de sementes (contato e benzimidazóis) -Rotação com gramíneas -Adubação adequada -Aumentar espaçamento e reduzir população -Pulverização de fungicidas
SP = 0.1 mha
BA = 0.4 mha
PR, SC, RS = 0.46 mha
GO, DF = 1.0 mha
MG = 0.2 mha
MT = 0.3 mha
Mofo Branco em Soja - 2011 Estimativa de área afetada: 2.66 mha
MS = 0.2 mha
Região Área cultivada
(em mil ha)
Área infestada
(em mil ha)
Área infestada
(%)
CO (MT, MS, GO, DF) 10.817,5 1.500,0 13,9
SE (MG, SP) 1.632,1 300,0 18,4
S (PR, SC, RS) 9.133,5 460,0 5,0
NE (BA) 1.940,2 400,0 20,6
BRASIL 24.158,1 2.660,0 11,0 Fonte: Conab, 9° Levantamento – jun/11
0,89 mha
1,80 mha
Mofo Branco em Soja - 2012 Estimativa de área afetada: 6.31 mha
25,3% da área de soja BR
1,42 mha
1,09 mha 0,55 mha
IMPORTANTE “evitar a introdução”
1. Sementes Sadias – “Certificadas”
2. Tratamento de sementes (benzimidazóis)
3. Beneficiamento – Separador espiral
Uma vez introduzido na área só resta o manejo
1. Aumentar o espaçamento 2. Evitar excesso de população de plantas 3. Quando possível, linhas sentido L & O 4. Rotação Palhada (Brachiaria, milheto, milho) 5. Escolha de cultivares (ciclo determinado) 6. Controle biológico ? 7. Controle químico Custo & benefício, MAPA 8. Clima....
Beneficiamento de semente Pirata!!!
Beneficiamento (como deve ser!)
Classificação por Forma
BENEFICIAMENTO DA SEMENTE – Espiral!
Fotos: França Neto
Use somente sementes certificadas: C1 & C2 ou S1 & S2
(garantia de pureza genética, qualidade fisiológica e livre de doenças!)
Ensaio cooperativo de controle químico de
mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum) em
soja –safra 2011/2012
Coordenação:Maurício C. Meyer, Embrapa Soja
Hercules D. Campos, Fesurv
Análise estatístisca: Marisa S. Eumann, CláudiaV. Godoy (EmbrapaSoja)
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
CTPA/ Emater-GO/ Embrapa Soja Embrapa Cerrados Embrapa Soja Estação Experimental Agrícola Campos Gerais Fersurv Fundação Chapadão Fundação Mato Grosso IAC/ DDD/ APTA Instituto Phytus TAGRO Universidade Estadual de Ponta Grossa Universidade Federal de Goiás Universidade Federal de Mato Grosso Universidade Federal de Uberlândia
Nº Tratamentos Ingrediente Ativo Épocas de aplicação Dose: l-kg ha-1
1ª 2ª 3ª 4a Prod. I.A
1 Testemunha - - - - - - -
2 Cercobin tiofanato metílico R1 10 DAA 10 DAA 10 DAA 1 0,5
3 Sumilex procimidona R1 10 DAA - - 1 0,5
4 Frowncide ou Zignal fluazinam R1 10 DAA - - 1 0,5
5 Verango + Aureo fluopyram R1 10 DAA - - 0,4+0,4 0,2
6 BAS 54001 F dimoxystrobin+boscalid R1 10 DAA - - 1 0,4
7 NTX 1700 + Brotolom carbendazim + lignosulfonato R1 10 DAA 10 DAA - 1 + 0,5 0,5+0,5
8 Carbomax + carbendazim R1 10 DAA 10 DAA 10 DAA 1 0,5
Sialex procimidona R1 10 DAA 10 DAA 10 DAA 0,5 0,25
9 IHF 44FLD fluazinam + tiof. metilico R1 10 DAA 10 DAA - 1 0,375+0,375
10 NTX 1700 + NTX 47001 carbendazim+fluazinam R1 10 DAA 10 DAA - 1 + 0,5 0,5+0,25
11 A8779A cyprodinil R1 10 DAA - - 1 0,75
1/ adicionar 0,25% v.v. de adjuvante ADJ na calda de aplicação
Ensaio Coop. Controle Químico de Mofo Branco 2012 Tratamentos
Ensaios Cooperativos – Mofo Branco - 2012 Incidência e percentual de controle de mofo branco (R6)
r=0,99; 6 locais; Tukey (p≤ 5%)
Ensaios Cooperativos – Mofo Branco - 2012 Produtividade da soja e percentual de redução
r=0,83; 4 locais; Tukey (p≤ 5%)
MANCHA ALVO Corynespora cassiicola
MANCHA ALVO Corynespora cassicola
MANCHA ALVO Corynespora cassicola
-Perdas de até 32% (Cultivares tardias podem ser mais sensíveis)
- Controle: -Cultivares resistentes -Rotação de culturas -Aplicação de fungicidas Benzimidazóis??? tiofanato metílico carbendazim
Triazol+Estrobilurina: trifloxistrobina + protioconazol
Tabela 1. Severidade e desfolha de mancha alvo (Corynespora cassiicola) em soja,
cultivar TMG 803 Inox com aplicações de Carbendazin. Estação Experimental Agrodinâmica, Deciolândia – Diamantino - MT, 2009/2010.
Tratamentos Dose N° Severidade (%) Eficiência Desfolha
ml/ha Aplic. R5.3 R5.5 Relativa (%) (%)
1-Testemunha - - 24,5 a 33,3 a 0,0 86,3 a
2-Carbendazin 500 1 24,5 a 33,3 a 0,0 83,8 b
3-Carbendazin 500 2 22,8 b 34,0 a 0,0 82,0 c
4-Carbendazin 500 3 20,0 c 32,0 a 3,9 82,3 c
5-Carbendazin 500 4 19,3 c 32,8 a 1,5 81,5 c
6-Carbendazin 750 1 22,5 b 32,5 a 2,4 86,0 a
7-Carbendazin 750 2 20,5 c 32,8 a 1,5 82,3 c
8-Carbendazin 750 3 20,5 c 30,8 b 7,5 81,5 c
9-Carbendazin 750 4 19,0 c 30,5 b 8,4 82,0 c
10-Carbendazin 1000 1 22,0 b 33,0 a 0,9 84,0 b
11-Carbendazin 1000 2 20,8 c 31,8 a 4,5 80,8 c
12-Carbendazin 1000 3 17,3 d 31,0 b 6,9 81,0 c
13-Carbendazin 1000 4 16,0 d 29,0 b 12,9 82,8 c
C.V. (%) 6,8 6,4 1,7 Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo Teste de Scott-Knott a 5,0% de probabilidade.
Fonte: CARLIN & KONAGESKI, 2011.
Mancha bacteriana marrom
Curtobacterium flaccumfaciens pv.
flaccumfaciens (Hedges) Collins & Jones
Bacterial tan spot
FERRUGEM Phakopsora pachyrhizi
Custo Ferrugem no Brasil em 10 safras
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
US$
bilh
õe
s
Custo total (perdas + controle)
Perdas na produção
Custo do controle
Danos pela ferrugem
Total de Perdas em 11 safras (2001/2002 a 2011/2012):
Toneladas de soja = 15,5 milhões
Custo total (perdas + controle)
US$ 19 bilhões
Problema:
identificar as primeiras lesões!
FERRUGEM ASIÁTICA
.Perdas de até 90% - diminui área fotossintética - desfolhamento - grãos menores
.Controle:
- Manejo cultural -Cultivares com resistência BRSMG 780RR -Aplicação de fungicidas
(triazóis e estrobirulinas) -Preventivas ou curativas?
Posicionamento Tecnologia Inox®
Controle Químico
-Utilizar as misturas comerciais:
triazol + estrobilurina e estrobilurina + carboxamida
-Em desenvolvimento: mistura tripla
(triazol + estrobilurina + carboxamida)
TESTEMUNHA
TRIAZOL + ESTROBILURINA
TRIAZOL
Seve
ridade %
Sumarização dos ensaios em rede – 2010/11, 2011/12 e 2012/13
Ingrediente ativo Dose g i.a./ha
Produto comercial Dose L p.c./ha
Adjuvante
Azoxistrobina + ciproconazol
60 + 24 Priori Xtra, Syngenta 0,30 Nimbus 0,6 L/ha
Piraclostrobina + epoxiconazol
66,5 + 25 Opera, Basf
0,50 Assist 0,5 L/ha
Piraclostrobina + metconazol
65 + 40 Opera Ultra, Basf
0,50
Picoxistrobina + ciproconazol
60 + 24 Aproach Prima, DuPont
0,30 Nimbus 0,75 L/ha
Trifloxistrobina + protioconazol
60 + 70 Fox, Bayer
0,40 Áureo 0,25% v/v
Picoxistrobina + tebuconazol
60 + 100 Horos, Milenia
0,50 Nimbus 0,5% v/v
Trifloxistrobina + ciproconazol
56,25 + 24 SphereMax, Bayer
0,15 Áureo 0,5 L/ha
Piraclostrobina + fluxapyroxad
125 a 175 Orkestra, Basf
0,25-0,35 Assist 0,5 L/ha
Azoxistrobina + solatenol
60 + 30 Elatus, Syngenta
0,20 Nimbus 0,6 L/ha
Fungicidas recomendados para controle da ferrugem da soja
SITE www.consorcioantiferrugem.net
Períodos de Vazio Sanitário
OUTUBRO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO 15 15 15 1 30
Estado 15
NOVEMBRO 30 1
GO
MT
MS
DF
*PA (1): Microrregiões de Conceição do Araguaia, Redenção, Itaituba, Marabá e Altamira (Distrito Castelo dos Sonhos)
*PA (2): Microrregiões de Santarém, Paragominas, Bragantina, Guamá, Altamira (com exceção Distrito Castelo dos Sonhos)
TO
PA (2)*
PA (1)*
RO
BA
MA (1)*
MA (2)*
PR
MG
SP
*MA (1): Microrregiões de Alto Mearim, Grajaú, Balsas, Imperatriz e Porto Franco
*MA (2): Microrregiões de Baixada Maranhense, Caxias, Chapadinha, Codó, Coelho Neto, Gurupi, Itapecuru Mirim, Pindaré, Presidente Dutra, Rosário, Paço do Lumiar,
Raposa, São José de Ribamar, São Luis
Paraguai
Ferrugem: terço médio! R5.3 - 4 aplicações de
fungicida
Safrinha de soja sobre soja Mato Grosso – Meio-norte 2014
PARANÁ – Oeste, 2014
CONCLUSÕES – Safrinha soja após soja MT - Ferrugem é o principal problema, mas considerado
controlável pelo agricultor, a custo de muita aplicação de fungicida:
- entre 3 e 5 na safra normal + 3 e 6 na safrinha - Produção de semente de qualidade é uma das
justificativas - Problemas com nematóide (Pratylenchus) parece
acentuar na safrinha - Existem diferentes situações, gerando expectativas
de produtividade entre 25 e 50 sacos/ha
CONCLUSÕES – Safrinha soja PR COMENTÁRIOS DOS TÉCNICOS EM CAMPO MOURÃO
Os técnicos não incentivam, mas os agricultores tendem a
aumentar a área.
Necessário voltar os treinamentos, para evitar perdas na
colheita, com foco na regulagem das colhedeiras modernas.
Custo de produção, na 2ª safra de soja de
aproximadamente R$ 1.000,00/ha.
CONCLUSÕES – Safrinha soja PR
COMENTÁRIOS GERAIS DA EQUIPE
Na percepção dos participantes, comparando-se a visitas com as
áreas de 2ª safra de soja realizadas há dois anos, percebe-se:
Maior ampliação da área de 2ª safra;
As semeaduras foram realizadas mais cedo;
Lavouras com melhor estabelecimento de plantas, estandes mais
uniformes;
A NA 5909RR com plantas de porte mais elevado que na safra
2012;
Maior pressão de pragas, tanto de lagartas quanto de percevejo;
Maior incidência do falso carvão e de Curtobacterium;
Maior incidência de ferrugem nas áreas de Pato Branco.
Obrigado