mandado de segurança - silvio

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Dr. Vincius de Morais OliveiraDra. Sabrina Miranda BritoDr. Alexandre Augusto da S. Chateaubriand_____________________________________________________________________________EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SEO JUDICIRIA DO DISTRITO FEDERAL.

CONVOCAO PARA CURSO DE FORMAO EM CONCURSO PBLICOMANDADO DE SEGURANA PEDIDO LIMINARDISTRIBUIO URGENTE

SLVIO CSAR MASQUIETTO, brasileiro, solteiro, inscrito no RG: 79011611 SESP/PR e CPF: 031.187.069-45, residente e domiciliado na Rua Juru, 1900, Jd. Amaznia, Barra do Garas/MT, CEP: 78.600-000, por seu procurador in fine assinado, com escritrio profissional Rua 15 de Novembro, esq. com Amaro Leite, n 921, Centro, Barra do Garas/MT, CEP: 78.600-000, onde recebe intimaes processuais, vem presena de Vossa Excelncia, com fulcro no art. 5, XXXV e LXIX Carta Maior e Lei 12.016/2009, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANA COM PEDIDO LIMINAR

contra ato manifestamente ilegal da DIRETORA GERAL DO DEPARTAMENTO DE POLCIA RODOVIRIA FEDERAL, inspetora Maria Alice Nascimento Souza, encontrada no SPO, Quadra 3, Lote 5 - Complexo Sede da PRF, Braslia DF, CEP: 70.610-200; e CENTRO DE SELEO E DE PROMOO DE EVENTOS DA UNIVERSIDADE DE BRASLIA CESPE/UnB, Fundao Federal, inscrita no CNPJ: 00.038.174/0005-77, sediada no Campus Universitrio, ICC Norte, Asa Norte, Braslia/DF, CEP: 70.310-500, fone: 0613448-0100, pessoa pelos motivos que a seguir se expe e ao final requer:1. DA LEGITIMIDADE PASSIVA

H de salientar que o nosso TRF 1 Regio ainda no se posicionou de forma nica e sedimentada quanto legitimidade passiva nos Mandados de Segurana referentes aplicao de certame de concurso pblico, seno vejamos entendimentos divergentes:

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. ADEQUAO DO MANDADO DE SEGURANA. POSSIBILIDADE JURDICA DO PEDIDO. LEGITIMIDADE PASSIVA. CONCURSO PBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGO DE POLICIAL RODOVIRIO FEDERAL (EDITAL N 01/2002). IMPOSSIBILIDADE DE COMPARECIMENTO NO DIA E HORA MARCADOS. PROBLEMA DE SADE COMPROVADO POR ATESTADO MDICO. CONVOCAO PARA A REALIZAO DE EXAME CLNICO E PARTICIPAO NAS DEMAIS FASES DO CERTAME.1. Tendo sido apresentado atestado mdico confirmando estar o autor enfermo na data de uma das fases do certame, no h necessidade de dilao probatria, notadamente considerando a inviabilidade do exame pericial aps mais de trs anos.2. possvel juridicamente o pedido de realizao do exame mdico em data diversa da prevista no edital, com as conseqncias dela decorrentes (participao nas demais fases, nomeao e posse).3. O Diretor-Geral do Departamento de Polcia Rodoviria Federal ostenta legitimidade para figurar como autoridade coatora em mandado de segurana no qual se pleiteia, entre outras coisas, matrcula em Curso de Formao Profissional.4. O candidato que deixa de participar de exame mdico por motivo de fora maior tem direito lquido e certo de continuar no certame, desde que seja possvel cumprir a fase perdida em data posterior, sem comprometimento do curso normal do processo seletivo.5. Apelao do autor provida. Apelaes da Unio e da FUB e remessa oficial improvidas.(AMS 2002.34.00.023842-9/DF, Rel. Desembargadora Federal Selene Maria De Almeida, Conv. Juiz Federal Marcelo Velasco Nascimento Albernaz (conv.), Quinta Turma,DJ p.39 de 21/09/2005)

Noutro prisma:

PROCESSUAL CIVIL. CONCURSO PBLICO. SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL DE MINAS GERAIS. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO CESPE/UNB. INCOMPETNCIA DA JUSTIA FEDERAL. I - A circunstncia de o CESPE/UnB haver sido contratado para realizar o concurso no acarreta a sua legitimidade ou seu interesse processual para intervir no polo passivo da ao como ru ou assistente. II - Ainda que se reconhecesse a legitimidade passiva do CESPE/UnB para integrar a lide, tem-se que, no caso, o rgo agiu com base em competncia delegada por outro ente federativo, no caso o Estado de Minas Gerais, o que tambm suficiente para afastar, por si s, a competncia da Justia Federal para processar e julgar o feito. III - Incompetncia da Justia Federal reconhecida, de ofcio. Remessa dos autos principais Justia Estadual determinada. Agravo de Instrumento prejudicado. Devoluo ao MM Juzo a quo.(TRF-1 - AG: 25436 DF 2009.01.00.025436-0, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL JIRAIR ARAM MEGUERIAN, Data de Julgamento: 10/10/2011, SEXTA TURMA, Data de Publicao: e-DJF1 p.419 de 24/10/2011)

Ademais, h de ressaltar a Smula 510 do STF:

Smula 510. Praticado o ato por autoridade, no exerccio de competncia delegada, contra ela cabe o mandado de segurana ou a medida judicial.

Portanto, diante da urgncia em que se d o presente mandamus, e para resguardar a celeridade em que se pleiteia, opta por Impetrar o presente Mandado de Segurana tanto em face do rgo estatal quanto da instituio responsvel pela realizao do certame.

2. DOS FATOS

O Impetrante prestou Concurso Pblico para o cargo de Policial Rodovirio Federal, preenchendo devidamente todos os requisitos exigidos pelo item 2.1 do edital n 1, de 11 de julho de 2013.

As provas objetivas e discursivas foram aplicadas no dia 11 de agosto de 2013, pelo Centro de seleo e de Promoo de Eventos da Universidade de Braslia (CESPE/UnB).

Todos os editais e publicaes acerca do concurso podem ser visualizados no site:

http://www.cespe.unb.br/concursos/dprf_13/

Conforme se observa nos editais n 4 (doc. 1) e n 6 (doc. 2), o Impetrante logrou xito em todas as etapas do certame, razo pela qual foi convocado para apresentar ttulos para avaliao da banca (doc. 3).

Posto isto, o item 14.3 do edital, apresenta um quadro para atribuio de pontos na avaliao de ttulos, dispondo em sua alnea D, que o exerccio em cargo pblico, de natureza policial implica no acrscimo de 0,70 pontos por ano completo na nota do candidato. (doc. 4)

No que tange comprovao do exerccio em cargo pblico de natureza policial, o edital exige no item 14.9.3 que as declaraes/certides devero ser emitidas exclusivamente por rgo de pessoal de recursos humanos. (doc. 5)

Ocorre que, mesmo tendo o Impetrante comprovado devidamente 7 (sete) anos, 1 (um) ms e 3 (trs) dias como tempo efetivo de servios prestados Polcia Militar do Paran - PMPR (doc. 6), no obteve nenhuma pontuao atribuda ao seu ttulo, sob o argumento de que a certido no foi emitida por rgo de pessoal ou de recursos humanos (doc. 7).

Por conseguinte, para no ver seu esforo de anos dedicados aos estudos serem jogados fora, o Impetrante solicitou PMPR que emitisse certido em conformidade com as especificaes contidas no edital.

Todavia o rgo se negou a fornec-la, alegando que possui mtodos e meios previamente determinados por legislao interna, o que torna impossvel seu descumprimento para adaptar-se as particularidades de cada cidado.

Em sede de recurso, o Impetrante justificou que a certido rejeitada foi emitida pelo Arquivo Geral, pois pediu excluso para ingresso em outro rgo, e por esse motivo deixou de fazer parte do quadro de pessoal da PMPR, tornando-se aos olhos da instituio um mero arquivo. (doc. 8)

Ponderou ainda a existncia de portaria interna n 291/2009 (doc. 12) da PMPR e regimentos que no permitem a emisso pelo rgo de pessoal ou de recursos humanos, haja vista o Impetrante no mais fazer parte do corpo militar e suas informaes estarem devidamente contidas no departamento de arquivologia da instituio, porm o avaliador permaneceu irredutvel e seu ttulo continuou com a pontuao zerada (doc. 9).

A desconsiderao do ttulo apresentado pelo Impetrante implica na sua excluso do grupo dos 1000 primeiros candidatos regulares classificados (doc. 10) e consequentemente na sua no convocao para o curso de formao cuja matrcula se inicia no prximo dia 18 de fevereiro de 2014, conforme determina o item 6.2 do edital n 19 (doc. 11).

Excelncia, o certame foi um dos mais concorridos e o Impetrante s conseguiu xito graas a anos de dedicao aos estudos, se privando de conviver mais tempo com sua famlia e amigos, diminuindo seu tempo de lazer, conciliando o trabalho e os estudos para manter o foco no objetivo de sua to sonhada aprovao no cargo pleiteado.

Assim, denota-se que a desconsiderao do ttulo totalmente ilegal, desarrazoada e descabida, privando o Impetrante de seu direito em participar do curso de formao, por um capricho de formalismos ilgicos exigidos pelo edital do certame.

Ora, restou comprovado o exerccio do cargo na PMPR, porm os Impetrados no consideram a comprovao pelo simples motivo de diferena do expeditor! A PMPR cumpriu o seu procedimento interno, amparado em sua legislao (Portaria 291/09 doc. 12).

Por fim, aps ter lanado mo de todos os meios possveis para ter seu direito lquido e certo respeitado, tomado pelo sentimento de frustrao e impotncia diante de tamanha discriminao, no restou alternativa ao Impetrante seno a busca pela tutela jurisdicional atravs do presente remdio Constitucional.

3. DO DIREITO

O Art. 5, XXXV da Carta Magna versa:

XXXV a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito;E mais adiante, em seu inciso LXIX:

LXIX conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico;

Por fim, o art. 1 da lei 12.016/2009 assim dispe:

Art. 1. Conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa fsica ou jurdica sofrer violao ou houver justo receio de sofr-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funes que exeram.

O presente Remdio se mostra como ferramenta essencial para coibir ameaa ou leso a direito lquido e certo, eivando-se de presteza e celeridade. Sua abrangncia mpar sobre os conflitos sociais respaldam os jurisdicionados com eficcia e rigidez.

O Impetrante teve o direito ferido a partir do momento em que no foi reconhecido seu tempo de servios prestados com seriedade e dedicao Polcia Militar do Paran - PMPR (doc. 6), implicando na sua no convocao para o curso de formao. (doc. 10)

Compulsando o Edital, em seu teor, h de serem observados os itens 14.9.3 e 14.9.4, que dispem:

14.9.3 Para receber a pontuao relativa alnea D do quadro de ttulos deste edital, o candidato dever entregar uma declarao/certido de tempo de servio, emitida pelo setor de recursos humanos da instituio, que informe o perodo (com incio e fim, at a data da expedio da declarao), a espcie do servio realizado e a descrio das atividades desenvolvidas. 14.9.4 As declaraes/certides mencionadas no subitem 14.9.3 deste edital devero ser emitidas por rgo de pessoal ou de recursos humanos. No havendo rgo de pessoal ou de recursos humanos, a autoridade responsvel pela emisso dos documentos dever declarar/certificar tambm essa inexistncia.

Com base na formalidade observada nas especificaes mencionadas, os Impetrados negaram o direito do Impetrante em participar do curso de formao, por no considerar o seu tempo de servio na PMPR.

Em que pesem os motivos que levaram os Impetrados a exigir que a certido de tempo de servio fosse emitida pelo setor de recursos humanos, denota-se que tal imposio carece de legalidade, desrespeitando o princpio da razoabilidade ao recusar a certido apresentada pelo Impetrante.

Com relao ao princpio da razoabilidade, imperioso destacar os ensinamentos do renomado doutrinador Hely Lopes Meirelles, ao mencionar que tal princpio pode ser chamado de princpio da proibio de excesso, pois objetiva aferir a compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar restries desnecessrias ou abusivas por parte da Administrao Pblica, com leso aos direitos fundamentais. (MEIRELLES, Hely Lopes.Direito administrativo.29. ed. 2004.p. 92)

A prova de ttulos visa to-somente a comprovar a experincia profissional do candidato, para fins classificatrios, devendo, por isso, ser mitigada a exigncia editalcia.

Ainda que o princpio da vinculao ao edital no possa cair no esquecimento, este deve ser mitigado, em razo do princpio da razoabilidade. Ora, no compete ao Impetrante determinar quem deve expedir a certido, atestando seu tempo de servio prestado na PMPR, cabendo-lhe, apenas, requerer a declarao, que dever ser providenciada pela Administrao.

Ademais, a PMPR na qualidade de rgo da administrao pblica, possui mtodos e meios previamente estabelecidos por legislao interna que determinam o procedimento para emisso do tipo de documento requerido.

Nesse contexto, insta consignar o disposto pela portaria 291/09 em seu art. 98, incisos I e IV, que tratam das atribuies funcionais do Chefe do Arquivo-Geral com a seguinte redao:

Art. 98. Compete ao Chefe do Arquivo-Geral e Museu Histrico, subordinado ao Chefe da AG/1:I - providenciar o recebimento, controle, guarda, transferncia e eliminao, quando for o caso, de processos de reserva, reforma, e dos assentamentos funcionais de militares estaduais que hajam sido excludos, bem como de documentos diversos;IV - emitir certides diversas relacionadas aos documentos mantidos em arquivo;

Excelncia, o Impetrante pediu excluso para assumir cargo em outro rgo pblico, logo o Arquivo Geral, por determinao de regulamento interno, quem possui atribuio para emitir certido comprovando tempo de servio prestado na instituio, at pelo fato de que uma vez excludo do quadro de pessoal, o setor de recursos humanos no possui acesso s informaes.

Para que no restem dvidas quanto impossibilidade de obter certido pelo setor de recursos humanos, frisa-se o teor do art. 60, inciso VII, alnea c, da portaria mencionada alhures:

Art. 60. Compete ao Chefe da Subseo de Identificao:(...)VII - manter registro, em livro especfico, relativo:(...)c) s fichas de identificao encaminhadas ao Arquivo-Geral, quando o militar estadual excludo estando na ativa;

Destarte, a formalidade no pode prevalecer sobre a realidade. Se a prova pode ser feita por instrumento vlido diverso, no emitido pelo setor de recursos humanos; ignorar o tempo de servio prestado pelo Impetrante na PMPR excesso de formalismo, que no s desrespeita o princpio da razoabilidade como fere direito lquido e certo.

No outro o entendimento da Jurisprudncia, seno vejamos:

EMENTA: ADMINISTRATIVO E PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANA. LIMINAR. PRESSUPOSTOS AUTORIZATIVOS PRESENTES. REVERSIBILIDADE DA MEDIDA. CONCURSO PBLICO. PROVA DE TTULOS. COMPROVAO DE CONCLUSO DE CURSO DE MESTRADO EM MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA, MEDIANTE CERTIDO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO PAULO (ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA), EM SUBSTITUO TEMPORRIA AO DIPLOMA, PENDENTE DE REGISTRO. VALIDADE. PRECEDENTES DA CORTE. PRINCPIO CONSTITUCIONAL DA RAZOABILIDADE. RECURSO IMPROVIDO.I - A jurisprudncia majoritria da Corte no sentido de que, em sede de concurso pblico, deve ser aceita a comprovao de segundo grau, curso superior ou de mestrado mediante certido ou declarao da respectiva Instituio de Ensino, ainda que pendente a expedio do diploma correspondente, uma vez que no se pode penalizar o candidato pela demora burocrtica na expedio do documento. A forma no pode prevalecer sobre a realidade. Se a prova pode ser feita por instrumento vlido diverso, que no estritamente o diploma, excessivo formalismo, fugindo razoabilidade, no aceitar essa prova por outro meio. Precedentes da Corte (AMS n. 2004.38.00.006717-0-MG, Rel. Des. Federal Joo Batista Moreira, DJU/II de 16/12/2005; AMS 2004.41.00.002737-9-RO, Rel. Des. Federal Souza Prudente, DJU/II de 25/07/2005; AG n. 2004.01.00.009480-0/DF, Rel. Juiz Federal Convocado Leo Aparecido Alves, DJU/II de 07/03/2005 e REO n. 2000.34.00.000211-4/DF, Rel. Des. Federal Daniel Paes Ribeiro, DJU/II de 24/05/2004).II - Na hiptese vertente, o impetrante apresentou, Fundao Universidade de Braslia (FUB), certificado de concluso de curso de ps-graduao (mestrado) em microbiologia e imunologia, emitido pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de So Paulo.III - Presena dos pressupostos autorizativos da liminar (relevncia dos fundamentos da impetrao e dano irreparvel ou de difcil reparao). Razoabilidade e reversibilidade da medida. Inocorrncia de ofensa ao Princpio da Isonomia, uma vez que a essncia do ato administrativo deve prevalecer sobre a forma. Deciso mantida.(AG 2004.01.00.036259-5/DF, Rel. Desembargadora Federal Selene Maria De Almeida, Rel.Acor. Juiz Federal Reinaldo Soares Da Fonseca, Quinta Turma,DJ de 24/08/2006, p.63)

EMENTA: ADMINISTRATIVO. CONCURSO PBLICO. TCNICO DE NVEL SUPERIOR DO IBAMA. EDITAL 1/2003. PROVA DE TTULOS. CURSO DE MESTRADO. CONCLUSO. COMPROVAO POR MEIO DE CERTIFICADO. PONTUAO. CMPUTO. POSSIBILIDADE. 1. A prova de ttulos visa to-somente a comprovar a habilitao profissional, o nvel de escolaridade, assim como a experincia profissional do candidato, para fins classificatrios, devendo, por isso, ser mitigada a exigncia editalcia quanto apresentao do diploma, devidamente registrado, para fins de atribuio da pontuao correspondente ao candidato, que, no caso, apresentou o respectivo certificado de concluso de curso de mestrado.2. Apelao e remessa oficial, tida por interposta, desprovidas.3. Sentena mantida.(TRF da 1 Regio: AMS n. 2004.34.00.005292-2/DF Relator Desembargador Federal Daniel Paes Ribeiro DJ de 03.09.2007)

EMENTA: ADMINISTRATIVO.CONCURSOPBLICO. CIRURGIO PEDITRICO DO HOSPITAL DAS FORAS ARMADAS (HFA). PROVA DE TTULO. DECLARAO APRESENTADAPARACOMPROVAODETEMPODESERVIO. NO ACEITAO, PORQUE ASSINADA PELO VICE-DIRETOR DA INSTITUIO. FALTA DE RAZOABILIDADE.1. No compete ao candidato aconcursopblico determinar quem deve expedir declarao, certificando o exerccio de atividade profissional nas Foras Armadas, cabendo-lhe, apenas, requerer a declarao, que dever ser providenciada pela Administrao.2. Hiptese em que o impetrante comprovou, por meio de declarao, que prestou servios no HFA, no perodo de 30.01.1994 a 27.02.2002, sendo irrelevante que a declarao tenha sido expedida pelo Vice-Diretor do hospital, e no pelo setor de pessoal competente, como exigido pelo impetrado, por ferir o princpio da razoabilidade.3. Compete ao Cespe, no caso, proceder nova classificao doconcurso, considerando, para tanto, com relao ao impetrante, a pontuao resultante da prova dotempodeservio.4. Consoante entendimento jurisprudencial predominante, ao candidato sub judice no se reconhece direito nomeao e posse, antes do trnsito em julgado da deciso, j que inexiste, em Direito Administrativo, o instituto da posse precria em cargo pblico.5. Sentena confirmada.6. Apelaes e remessa oficial desprovidas.(TRF da 1 Regio: AMS 2002.34.00.006309-9, Rel. Desembargador Federal Daniel Paes Ribeiro, Sexta Turma, DJF-1 de 28/06/2010, p. 40)EMENTA:ADMINISTRATIVO.MANDADODESEGURANA.CONCURSOPBLICO. POSSE. CARGO DE NVEL MDIO. ASSISTENTE DE ADMINISTRAO. APRESENTAO DE DECLARAO DE EXPERIENCIA PROFISSIONAL. DIREITO NOMEAO E POSSE.1. A regra editalcia que exige acomprovaode experincia profissional do candidato mediante a apresentao de registro em CTPS ou certido detempodeserviodeve ser mitigada diante da finalidade da exigncia, que a verificao de ter o candidato exercido atividade prpria do cargo pblico a ser provido.2. No caso em exame o candidato apresentou, como prova de experincia profissional, exigida pelo Edital, declarao expedida pelo Departamento de Engenharia Agrcola da Universidade Federal de Viosa, que declara ter atuado como membro do projeto "In dice de Seca do Estado de Minas Gerais", entre setembro de 2007 e novembro de 2008, exercendo atividades administrativas diversas e especificadas na declarao. Deve-se considerar que est comprovado otempode experincia profissional por perodo de um ano, exigido pelo Edital que rege o certame.3.Deve ser reconhecido o direito lquido e certo do autor a ser empossado no cargo pblico depois do trnsito em julgado do acrdo.4. D-se parcial provimento ao recurso de apelao.(TRF da 1 Regio: AMS 2009.38.00.016985-3 Rel. Desembargador Federal Carlos Moreira Alves, Sexta Turma, DJF-1 de 16/10/2012, p. 241)

Rechaada qualquer plausibilidade em torno de eventual justificativa para os Impetrados no terem reconhecido o tempo de servio declarado pelo Impetrante, o cmputo da respectiva pontuao com a consequente convocao para matrcula em curso de formao medida que se impe em respeito ao direito lquido e certo claramente evidenciado no caso em apreciao.

4. DO PEDIDO LIMINAR

4.1) Do Fumus Boni Iuris

No tocante a essa medida autorizadora da liminar, verifica-se que a autoridade coatora no atentou para os requisitos legais. Sobre esse entendimento o art. 5, inciso LXIX, diz conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico. (grifo nosso)

Direito lquido e certo, como leciona Hely Lopes Meirelles, ... o que se apresenta manifesto na sua existncia, delimitado na sua extenso e apto a ser exercitado no momento da impetrao. Por outras palavras, o direito invocado, para ser amparvel por mandado de segurana, h de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os requisitos e condies de sua aplicao ao impetrante: se sua existncia for duvidosa; se sua extenso ainda no estiver delimitada; se seu exerccio depender de situaes e fatos ainda indeterminados, no rende ensejo segurana, embora possa ser defendido por outros meios judiciais.

O Impetrante percorreu o caminho legal, conforme os preceitos da legislao do Estado do Paran, no podendo ser punido/prejudicado pelo simples fato de a emisso ser de departamento diferente do disposto no Edital. No podem os Impetrados exigirem do Impetrante que este fornea documentos impossveis de serem retirados junto ao rgo (PMPR).

A deciso da autoridade coatora em no reconhecer o tempo de servio do Impetrante carece de respaldo legal do nosso ordenamento jurdico; se mostra descabida e desarrazoada, sustentando meros formalismos infundados em detrimento da realidade dos fatos certificados por documento perfeitamente hbil.

Exigir que a PMPR descumpra a legislao que a rege ultrapassar os limites da legalidade existentes em um certame, sendo que o documento confeccionado pelo departamento responsvel (arquivo geral) vlido, autntico e atesta a realidade, comprovando o pleno exerccio do cargo de policial militar do Estado do Paran.

Uma vez que, o item 14.3 do edital apresenta um quadro para atribuio de pontos na avaliao de ttulos, dispondo em sua alnea D, que o exerccio em cargo pblico, de natureza policial implica no acrscimo de 0,70 pontos por ano completo na nota do candidato (doc. 4), o Impetrante tem o direito lquido e certo de ter acrescentado 3,5 pontos em sua nota.

O acrscimo da pontuao mencionada eleva a nota do Impetrante para 90.26, colocando-o na 811 colocao e, portanto, dentro dos 1000 primeiros candidatos regulares classificados, devendo ser convocado para matrcula no curso de formao.

4.2) Do Periculum In Mora

Inquestionvel o direito lquido e certo pleiteado pelo Impetrante, sendo assim, o risco na demora da prestao jurisdicional iminente, haja vista que a manuteno dos atos impugnados poder resultar na ineficcia da medida.

Caso no participe da prxima etapa do certame, o candidato, aqui Impetrante, ser automaticamente excludo das demais fases do concurso, restando irremedivel a reparao dos danos e irreversvel posterior deciso de mrito.

No entendimento da Ilustre jurista Maria Zanella Di Pietro, o direito adquirido pelo autor lquido e certo, posto que se configura o perigo de dano. (grifo nosso)

Caso no seja deferido o pedido de concesso da medida liminar e o Impetrante continue impedido de se matricular no curso de formao no prximo dia 18 de fevereiro (doc. 10), implicar na perpetuao da ilegalidade evidenciada nos autos.

Por fim a concesso do pedido liminar medida que se impe, haja vista a demonstrao do ato coator cometido pelos Impetrados, onde restou evidenciada sua ilegalidade, por no seguir o regramento existente nos dispositivos constitucionais, infraconstitucionais e na jurisprudncia ptria.

5) DOS PEDIDOSAnte o exposto, REQUER:

I Se digne V. Exa. em conceder o pedido LIMINAR para que intime os Impetrados, se possvel, via fax (art. 4, 1 da Lei 12.016/2009), para que procedam a matrcula do Impetrante no Curso de Formao (CFP), juntamente com os demais concorrentes, afim de que este possa participar das demais fases do certame e, caso no seja esse o Vosso entendimento, que seja determinada a reserva de vaga at julgamento final do presente Writ, concedendo a liminar para que realize a matrcula no referido Curso de Formao, em turma suplementar, atentando-se para o disposto no item 8.2 do edital 19 (doc. 13);

II A notificao do Impetrado para que preste as informaes necessrias, no prazo de lei (art. 7, I da Lei 12.016/2009);

III A citao do representante do rgo em que se vincula o Impetrado, para que, caso queira, ingresse no feito (art. 7, II da Lei 12.016/2009);

IV A notificao do Ilustre Representante do Ministrio Pblico;

V Por fim, no mrito, a confirmao da liminar concedida, tornando-a definitiva e o reconhecimento do documento fornecido pela PMPR como hbil e idneo para os fins de comprovao do tempo de servio em cargo pblico de natureza policial, por estar de acordo com legislao prpria, devendo ser aceito pelos Impetrados para efeitos de avaliao de ttulos, por imperativo de JUSTIA!

Na oportunidade o subscritor declara a autenticidade de todas as cpias aqui acostadas, sob as penas da lei.D-se causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), para fins fiscais.

Nestes termos, Pede deferimento.Barra do Garas/MT, 16 de fevereiro de 2014.

(assinado eletronicamente)__________________________________VINCIUS DE MORAIS OLIVEIRAOAB/GO 34.487

(assinado eletronicamente)_____________________________________________ALEXANDRE A. DA SILVA CHATEAUBRIANDOAB/MT 15.038

ANEXOS

DOC. 1 Resultado final nas provas objetivas e resultado provisrio na prova discursiva;DOC. 2 Convocao para o exame de capacidade fsica;DOC. 3 Convocao para avaliao de ttulos;DOC. 4 Quadro de atribuio de pontos para avaliao de ttulos;DOC. 5 Exigncia que a certido de comprovao do tempo de servio seja emitida por pelo setor de recursos humanos;DOC. 6 Certido comprovando 7 (sete) anos, 1 (um) ms e 3 (trs) dias como tempo efetivo de servios prestados Polcia Militar do Paran - PMPR;DOC. 7 Espelho de atribuio de pontos na avaliao de ttulos;DOC. 8 Recurso solicitando reviso do resultado provisrio na avaliao de ttulos;DOC. 9 Resultado final na avaliao de ttulos;DOC. 10 Classificao na primeira etapa do concurso dos candidatos regulares;DOC. 11 Convocao para o curso de formao Profissional com matrcula no prximo dia 18 de fevereiro de 2014;DOC. 12 Portaria do Comando Geral n 291/09; DOC. 13 - Edital complementar n 19 prevendo a possibilidade de formao de uma segunda turma de formao para atender os candidatos que obtenham deciso judicial que determine a matrcula no referido curso.

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