mandado de segurança contra o dpf

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICÁRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. onde receberão as intimações, vem, respeitosamente à Douta presença de V. Exa., nos termos do art. 5º, "caput", incisos XIII, XXXV, LIII, LIV, LV,LVII, e LXIX, todos da Constituição Federal Brasileira, impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA, com a devida MEDIDA LIMINAR DE SALVO-CONDUTO contra ato ilegal e abusivo praticado pelos AGENTES DA POLICIA FEDERAL – MEMBRO DA COMISSÃO DE VISTORIA, com endereço de trabalho na Av. Marechal Floriano Peixoto 2408 – Centro – Nova Iguaçu – RJ, tendo em vista os motivos de fato e de direito abaixo articulados: 1) PRELIMINARMENTE: O Impetrante é uma micro empresa com apenas 6 (seis) meses de funcionamento, que presta serviços de limpeza e vigias em um condomínio de lojas na cidade de Itaguaí-RJ, contando atualmente em seu quadro com 13 funcionários, todos devidamente registrados. Entretanto, é empresa enquadrada no Simples Federal, não tendo condições financeiras de arcar com as custas de seu processo sem prejuízo de seu própria manutenção da folha de pagamento de seus funcionários, razão pela qual requer os benefícios da assistência judiciária gratuita. 2) DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA: Os atos administrativos, em regra, são os que mais ensejam lesões a direitos individuais e coletivos; portanto, estão sujeitos à impetração de mandado de segurança. Segundo explica Coqueijo Costa, cabe mandado de segurança contra ato administrativo executório, de autoridade de qualquer do três Poderes, que violente a esfera jurídica do indivíduo, isto é, que revista uma ilegalidade ou um abuso de poder. (in Mandado de Segurança e Controle Constitucional. São Paulo, LTr., 1982, p. 42) Desse modo, é cabível o mandado de segurança com pedido para que seja concedido liminarmente, inaudita altera pars, e ao final, a segurança,

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MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA O DPF

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA FEDERAL DA SEO JUDICRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.onde recebero as intimaes, vem, respeitosamente Douta presena de V. Exa., nos termos do art. 5, "caput", incisos XIII, XXXV, LIII, LIV, LV,LVII, e LXIX, todos da Constituio Federal Brasileira, impetrar o presenteMANDADO DE SEGURANA,com a devida MEDIDA LIMINAR DE SALVO-CONDUTOcontra ato ilegal e abusivo praticado pelos AGENTES DA POLICIA FEDERAL MEMBRO DA COMISSO DE VISTORIA, com endereo de trabalho na Av. Marechal Floriano Peixoto 2408 Centro Nova Iguau RJ, tendo em vista os motivos de fato e de direito abaixo articulados:1) PRELIMINARMENTE:O Impetrante uma micro empresa com apenas 6 (seis) meses de funcionamento, que presta servios de limpeza e vigias em um condomnio de lojas na cidade de Itagua-RJ, contando atualmente em seu quadro com 13 funcionrios, todos devidamente registrados.Entretanto, empresa enquadrada no Simples Federal, no tendo condies financeiras de arcar com as custas de seu processo sem prejuzo de seu prpria manuteno da folha de pagamento de seus funcionrios, razo pela qual requer os benefcios da assistncia judiciria gratuita.2) DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANA:Os atos administrativos, em regra, so os que mais ensejam leses a direitos individuais e coletivos; portanto, esto sujeitos impetrao de mandado de segurana.Segundo explica Coqueijo Costa, cabe mandado de segurana contra ato administrativo executrio, de autoridade de qualquer do trs Poderes, que violente a esfera jurdica do indivduo, isto , que revista uma ilegalidade ou um abuso de poder. (in Mandado de Segurana e Controle Constitucional. So Paulo, LTr., 1982, p. 42)Desse modo, cabvel o mandado de segurana com pedido para que seja concedido liminarmente, inaudita altera pars, e ao final, a segurana, para determinar autoridade coatora que proceda conforme os ditames legais.3) DOS FATOSA Impetrante microempresa, com atividade econmica de limpeza e demais servios em prdios e edificios, conforme requerimento de empresrio em anexo.No dia 30/01/2008, o local onde presta servios , foi visitado pelos Agentes Jeferson de Oliveira e Hlio Carlos e lavraram o auto de constatao de infrao e notificao n 003/2008, conforme cpia em anexo, no qual impetrante autuada por contrariar a legislao que regulamenta a atividade de segurana privada por executar servios, atividades ou atribuies tpicas de vigilncia patrimonial, sendo certo que no referido auto vem expressamente determinada as seguintes penalidades:1 Devendo encerrar as atividades;2 A recalcitrncia na continuidade ou o retorno atividade clandestina, ainda que dissimulada sob a forma de porteiro, vigia, brigada de incndios caracterizar o crime tipificado no art. 205 do Cdigo Penal Brasileiro. oportuno destacar que o agente sequer manteve contato com a titular da empresa, no vislumbrou nenhum dos vigias utilizando armas ou transportando valores e por ato unilateral e arbitrrio afirma que as atividades exercidas no so de vigias e vigilantes.Sem estabelecer o contraditrio, j determina o encerramento das atividades da impetrante, sem um devido processo legal, a entidade coatora, julga e sentencia, num ato arbitrrio e desproporcional a suposta infrao cometida.em fins do ms de.de . o Impetrante tomou iniciativa de convidar o conjunto dos estudantes do referido Centro Universitrio para comparecer a uma Assemblia Estudantil convocada pelos estudantes de ., que realizar-se-ia no dia.de. de ., como de fato ocorreu, cuja pauta foi o ABUSIVO REAJUSTAMENTO DE MENSALIDADES ocorrido no atual ano letivo, sendo, portanto, de evidente interesse do conjunto dos estudantes.Desta forma, o Impetrante, como j havia feito em outros Cursos, adentrou nas salas de diversas turmas do Curso de PROCESSAMENTO DE DADOS, convidando todos os interessados a participarem, na qualidade de observadores, da mencionada ASSEMBLIA DOS ESTUDANTES DE .Em virtude de to democrtica e salutar iniciativa, o IMPETRANTE foi punido, sem PROCESSO ADMINISTRATIVO, pelo IMPETRADO, sendo-lhe aplicada a PENA DE REPREENSO, por suposto desrespeito a funcionrio tcnico-administrativo do referido Curso, conforme se depreende da Portaria juntada.O Impetrado aduz, para tanto, que o Impetrante no tinha autorizao para passar nas salas de aulas do curso de processamento de dados. mister salientar que o IMPETRADO no sequer DIRETOR DO CURSO onde o Impetrante tem vnculo educacional.Saliente-se, novamente, que o DIRETOR DA FACULDADE DE puniu, automaticamente, o Impetrante sem a instaurao de qualquer tipo de procedimento administrativo.Trata-se, de um ato ILEGAL, que afronta PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS DO DUE PROCESS OF LAW.Assevere-se, ainda, que a referida PUNIO totalmente ILEGAL, ABUSIVA, INCONSTITUCIONAL, visto que foi, flagrantemente, violado o DIREITO DE DEFESA DO IMPETRANTE.Pelo exposto, nada justifica a atitude abusiva do Impetrado, que PARA PUNIR O IMPETRANTE, DEVERIA OFERECER AO MESMO DIREITO DE AMPLA DEFESA EM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PRPRIO4) DOS DIREITOSCuida-se de mandado de segurana tendo como objeto aIlegalidade/vcio do comportamento dos agentes da DEPARTAMENTO DE POLCIA FEDERAL DELEGACIA DE POLICIA FEDERAL EM NOVA IGUAU COMISSO DE VISTORIA que determinou o encerramento das atividades da impetrante, expedindo auto de constatao de infrao e notificao impetrante, diante de suposta prestao de servios de vigilantes, pela inexistncia de registro perante a Polcia Federal como prestadora de servios de vigilncia, tal como previsto na Lei n 7.102/83.A impetrante pretende ver-se eximida da exigibilidade de registro junto Polcia Federal, nos termos da Lei n 7.102, de 20 de junho de 1983, uma vez que as atividades que presta no so as descritas no referido diploma normativo, no sendo passvel, portanto, de fiscalizao pela Polcia Federal.A Lei n 7.102/83 disciplina a forma de prestao de servios de segurana para estabelecimentos financeiros, estabelecendo normas para constituio e funcionamento das empresas particulares que exploram servios de vigilncia e transportes de valores.O entendimento unssono de nossos Tribunais Regionais vem sendo no sentido da inaplicabilidade desta norma a empresas que no exeram atividades de vigilncia no seu sentido estrito, ou seja, com todas as caractersticas que lhe so peculiares: uso de armas de fogo, transporte de valores, entre outras.()Releva notar que os vigias, empregados da impetrante, no portam nenhum tipo de arma no exerccio de suas funes. As atribuies que lhes so outorgadas visam manuteno da ordem e da tranqilidade no recinto do Condomnio, para o qual a impetrante presta servios, sendo certo, ainda, que existe orientao de que, na ocorrncia de qualquer acontecimento que fuja da responsabilidade direta do Condomnio, a Administrao do mesmo dever ser comunicada, para que proceda s providncias cabveis junto aos rgos Pblicos competentes: PMERJ, Polcia Civil e CBMERJ, tornando evidente a ausncia de prtica de atividade de segurana ou vigilncia por parte da impetrante (fl. 30).Destarte, verifica-se que a atividade exercida pela impetrante no se enquadra nas atividades regulamentadas pela Lei n 7.102/83 (fls. 111 /114).De se observar que a Lei n 7.102/83 aplicvel s atividades de vigilncia que, no se confundem com as atividades de vigias. Estes, diferentemente dos vigilantes, no usam armas de fogo, no realizam transporte de valores e, assim, no se encaixam nas circunstncias previstas na referida lei quanto necessidade e obrigatoriedade de registro junto Delegacia de Controle de Segurana Privada.No citado auto, os agentes sustentam em suas razes que a Impetrante estaria buscando fraudar a lei ao formalmente se apresentar como prestadora de servios de vigia, de porteiro, entre outros, quando na realidade os servios seriam de vigilncia. Para tanto, seria fundamental que houvesse alguma indicao concreta a respeito da fraude ou simulao praticada pela impetrante, o que no ocorre no referido auto.No existe nenhum documento comprobatrio de que a impetrante desempenha qualquer atividade relacionada vigilncia, sendo que qualquer suspeita acerca de algum ilcito no desempenho de suas atividades ensejar o chamamento dos agentes policiais encarregados de prestao do servio pblico de segurana aos particulares.Assim, h de ser estabelecido o contraditria e o devido processo legal para que seja julgada a referida matria, a simples circunstncia de algumas empresas agirem deslealmente e com m-f no suficiente para que todas as demais tambm sejam consideradas em tal categorizao.A legislao ptria , corrobora do mesmo entendimento:EMENTADIREITO ADMINISTRATIVO. DELEGACIA DE CONTROLE DE SEGURANA PRIVADA. LEI 7.102/83. ATIVIDADE DE VIGILNCIA. VIGIA. MANDADO DE SEGURANA.1. Cuida-se de mandado de segurana tendo como objeto a suposta ilegalidade ou vcio do comportamento da DELEGADA DE POLCIA FEDERAL TITULAR DA DELEGACIA DE CONTROLE DE SEGURANA PRIVADA (DELESP) DA POLCIA FEDERAL NO RIO DE JANEIRO que determinou a expedio de notificao impetrante para que esclarecesse a razo da inexistncia de registro perante a Polcia Federal como prestadora de servios de vigilncia, tal como previsto na Lei n 7.102/83.2. A Lei n 7.102/83 aplicvel s atividades de vigilncia que no se confundem com as atividades de vigias. Estes, diferentemente dos vigilantes, no usam armas de fogo, no realizam transporte de valores e, assim, no se encaixam nas circunstncias previstas na referida lei quanto necessidade e obrigatoriedade de registro junto Delegacia de Controle de Segurana Privada.3. H prova de que a impetrante no desempenha qualquer atividade relacionada vigilncia, sendo que qualquer suspeita acerca de algum ilcito ou de sua tentativa ensejar o chamamento dos agentes policiais encarregados de prestao do servio pblico de segurana aos particulares.4. Apelao e Remessa Necessria conhecidas e improvidas.Desta forma, o presente ato impugnado desatendeu todas formalidades legais e necessrias para a imposio de possvel penalidade cabvel.6) DO PEDIDO LIMINARJos CRETELLA JNIOR visualiza a liminar no mandado de segurana de uma forma interessante. Observa ele:Se o mandado de segurana o remdio herico que se contrape auto-executoriedade, para cortar-lhes os efeitos, a medida liminar o pronto socorro que prepara o terreno para a segunda interveno, enrgica (como evidente), porm, mais cuidadosa do que a primeira. (Comentrios s leis do mandado de segurana, cit., pg.188)Para a concesso da liminar devem concorrer dois requisitos legais, ou seja, a relevncia dos motivos em que se assenta o pedido da inicial fumus boni juris aqui consubstanciado nas disposies legais supra citadas, e a possibilidade da ocorrncia de leso irreparvel ao direito do IMPETRANTE (periculum in mora).A via eleita, portanto, para obteno da prestao jurisdicional almejada o mandado de segurana com pedido de liminar de salvo-conduto, ante a ofensa a direito lquido e certo.6.1) FUMUS BONI IURISO fumus boni juris afigura-se-nos suficientemente demonstrado pela impetrante, onde se comprova a existncia de ilegalidade e arbitrariedade praticada pelo Impetrado, no seguindo expressamente as normas constitucionais e infra-constitucionais aplicveis ao caso.Assim, o Impetrado agindo contrrio a determinao legal constitucional, prejudicou o ora Impetrante na sua ampla defesa.A ATITUDE DA AUTORIDADE COATORA feriu inmeros dispositivos Constitucionais, afrontando a Dignidade da Justia. A Ampla defesa, ou melhor, o prprio direito de defesa, o contraditrio, o Devido Processo Legal foram esquecidos, rasgados pela Autoridade Coatora e tais atitudes so manifestamente Ilegais e no comungam com um VERDADEIRO ESTADO DEMOCRTICO DE DIRETO.6.2) DO PERICULUM IN MORAO periculum in mora, est consubstanciado por sua vez que o IMPETRANTE representante do Corpo Discente, porm, sua representatividade e os seus direitos polticos esto sendo tolhidos, considerando-se que a repreenso totalmente INJUSTA, ILEGAL, ficando evidente, data venia, o periculum in mora, e tornando-se imperiosa a medida liminar para que a Douta Autoridade suspenda, integralmente, os efeitos do Ato Impugnado.Assim, de se levar em considerao que o gravame da decorrente atinge o impetrante no seu principal ideal, que a de acadmico ..A demora na prestao jurisdicional ou periculum in mora fator indiscutvel, j que o impetrante pode vir a sofrer novamente outras penalidades administrativas, j que, pelo Regimento da referida IES (INSTITUIO DE ENSINO SUPERIOR) (doc. juntado), h relativa gradao na aplicao de medidas disciplinares, o que, por certo, prejudicaria a vida acadmica do Impetrante, bem como sua representao discente.Sim, pois, presentemente, o Diretrio Acadmico presidido pelo Impetrante litiga, atravs de competente Cautelar Inominada, na defesa dos interesses da coletividade discente que representa, relacionados, especificamente, ao valor da anuidade escolar no ano deLogo, qualquer medida disciplinar que afaste o Impetrante de suas atividades acadmicas e, por conseguinte, poltico-estudantis, seria revestida de enorme prejuzo para si e para a coletividade que representa.Mais a mais, a punio ilegalmente imposta ao Impetrante tem a finalidade de humilh-lo, dobr-lo e, de certa forma, servir como instrumento de presso para "cham-lo responsabilidade". Inegvel o constrangimento a que est submetido. Sua liderana sofre a mcula de uma punio ilegal e sua dignidade colocada sob suspeita.Portanto, a concesso da providncia somente ao final da demanda poder ter conseqncias desastrosas para o Impetrante e seus representados.Presentes, pois, os pressupostos do art. 7, inc. II, da Lei n 1.533, de 31.12.51, por via de ordem liminar.Portanto manifesto o perigo de dano moral e certa a necessidade de reparao do ato administrativo praticado ilegalmente.Isto posto, requer:1. Seja concedido os benefcios do art. 5 LXXIV da Constituio Federal e Lei 1060 de 05/02/50, por no possuir a impetrante capacidade financeira para arcar com as custas judiciais sem comprometer seu prprio sustento.2. Deferida a liminar, suspendendo o ato abusivo e ilegal que determinou a ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES requerendo, ainda, seja notificada a autoridade coatora de sua concesso e para que preste informaes, no prazo legal.3. Aps, seja concedida vistas ao ilustre Representante do Ministrio Pblico Federal para, querendo, manifestar-se neste feito.4. No mrito, seja concedida, em definitivo, a segurana requerida como medida de justia.D-se causa, para efeitos fiscais e de alada, o valor de R$ 380,00Nestes termos,Pede deferimento.Itagua, 30 de Janeiro de 2008.