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122 www.backstage.com.br REPORTAGEM Manaus Jazz Q uem foi viu, ouviu e gostou. O Festival Amazonas Jazz, pelo segundo ano consecutivo, reuniu artistas de primeira da música instrumental brasileira e internacional e um públi- co de 10 mil pessoas. Durante cinco dias, Manaus foi transforma- da na capital do jazz com concertos realizados em um dos maiores e mais bonitos teatros do mundo, o Teatro Amazonas, e oficinas musicais ministradas para o público pelos próprios músicos. Música e aprendizagem Juntar música e aprendizagem foi a tônica do Festival. Se- [email protected] Teve músico capa da Downbeat, teve o consagrado Arismar do Espírito Santo Sexteto, além da melhor música instrumental com estilos variados. Essa foi a segunda edição do Amazonas Jazz Festival, que aconteceu entre os dias 25 e 29 de julho, em Manaus, e se confirmou como um dos grandes evento de jazz da região norte se consolida como o maior festival da região norte festival da região norte A Spokfrevo Orquestra fechou a primeira noite. Eles desceram do palco e arrastaram o público até o lado de fora do Teatro Amazonas Fotos: Antônio Neto / Divulgação

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Page 1: Manaus Jazz - backstage.com.br · 122 REPORTAGEM Manaus Jazz Q uem foi viu, ouviu e gostou. O Festival Amazonas Jazz, pelo segundo ano consecutivo, reuniu artistas de primeira da

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REPORTAGEM

Manaus Jazz

Quem foi viu, ouviu e gostou. O Festival Amazonas Jazz, pelosegundo ano consecutivo, reuniu artistas de primeira damúsica instrumental brasileira e internacional e um públi-

co de 10 mil pessoas. Durante cinco dias, Manaus foi transforma-da na capital do jazz com concertos realizados em um dos maiores

e mais bonitos teatros do mundo, o Teatro Amazonas, e oficinasmusicais ministradas para o público pelos próprios músicos.

Música e aprendizagemJuntar música e aprendizagem foi a tônica do Festival. Se-

[email protected]

Teve músico capa da Downbeat, teve o consagrado Arismar do EspíritoSanto Sexteto, além da melhor música instrumental com estilos variados.Essa foi a segunda edição do Amazonas Jazz Festival, que aconteceuentre os dias 25 e 29 de julho, em Manaus, e se confirmou como um dosgrandes evento de jazz da região norte

se consolida como o maiorfestival da região nortefestival da região norte

A Spokfrevo Orquestra fechou a primeira noite. Eles desceram do palco e arrastaram o público até o lado de fora do Teatro Amazonas

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REPORTAGEM

gundo o idealizador do evento, o maestroportuguês Rui Carvalho, o FAJ contoucom uma série de eventos paralelos atra-vés dos quais estudantes e músicos locaisforam valorizados. “Os mais experientesforam listados na programação do Festi-val, como a Amazonas Band, que tevecomo convidado o compositor e trompe-tista Daniel Barry, além do lead trumpetDennis Haldane, e o grupo que repre-senta o Amazonas, além da AM Band eo Quarteto de Nilson Reis”, exemplifica.

O maestro conta que, ainda dentroda vertente jazzística amazonense, noseventos paralelos o público pôde conferira Orquestra de Repertório Popular do Li-ceu de Artes e Ofícios, o músico CláudioSantoro, o Quarteto Tri Plugados, oQuinteto Saxofonando, a minibandaSoda Billy e o grupo de dança modernaVoodoo Dancers, composto por alunos daUniversidade do Amazonas (UEA).

Seleção dos músicosDe acordo com Rui Carvalho, diretor

artístico do Festival e da Amazonas Band,a seleção dos músicos foi feita com base nocritério de representatividade dos músicosdentro das três principais correntes dojazz: a americana, a caribenha e a brasilei-ra. Outro fator levado em consideraçãona hora de selecionar foi a capacidade decada um adicionar ao festival uma di-mensão acadêmica, através das oficinasoferecidas durante o evento.

O festival surgiu como mais uma reali-zação da secretaria de cultura do estadodo Amazonas, que veio somar com o Fes-tival de cinema, o folclore de Parintins, ode teatro, o de ópera e outros já realiza-dos no estado. “O jazz significa a inserçãodo nosso estado em uma vertente estéti-ca afinada com a contemporaneidade eo futuro”, diz Rui Carvalho, acrescen-tando que, para realizar o evento, a pro-dução contou com o patrocínio da Cola-Cola, que investiu cerca de R$ 300 mil,

50% do custo total do festival.Para o secretário de cultura do estado,

Robério Braga, ao oferecer festivais dealto nível, seja de jazz, ópera, cinema outeatro, Amazonas se firma como umaimportante alternativa cultural aos gran-des centros do país, como Rio e São Pau-lo. “Todos os anos Manaus recebe milha-res de visitantes, grande parte deles atra-ído pelo turismo cultural”, avalia. E não éapenas o turista que tem a ganhar. Esseano, cerca de 1.500 pessoas puderam par-ticipar de palestras e oficinas realizadaspela Secretaria de Cultura, através do Li-ceu de Artes e Ofício Cláudio Santoro,em parceria com escolas e instituições. Aidéia de conciliar shows e oficinas visa acapacitar estudiosos de música, em espe-

cial os cinco mil alunos do Liceu, além deoferecer aos participantes oportunidadede intercâmbio de conhecimentos e ex-periências com grandes nomes do jazzcontemporâneo.

Ao contrário da primeira edição, des-ta vez o ingresso para os shows do TeatroAmazonas foi cobrado (R$10 e R$5 paraestudantes e pessoas acima de 65 anos)

“Os mais experientes foram listados na programaçãodo Festival, como a Amazonas Band, que teve comoconvidado o compositor e trompetista Daniel Barry,

além do lead trumpet Dennis Haldane, e o grupo querepresenta o Amazonas”

como forma de contribuir para a forma-ção de uma platéia apreciadora de jazz.

Som e iluminaçãoNa iluminação do Teatro Amazonas

foi utilizado equipamento do próprio Te-atro, além de projeto de luz elaboradopelos técnicos da casa. Já na iluminaçãodo Largo de São Sebastião, a empresa res-ponsável foi a Encanto Vermelho. Segun-do Eduardo Mendonça, da Barra Som,responsável pelo som do teatro, para coor-denar a sonorização foi contratado umprofissional de São Paulo, Clement Zular.“Utilizamos o sistema line array da MeyerSound. A acústica do teatro é excelente.Na verdade, o som entra apenas paraequilibrar alguns instrumentos, mas isso

acontece de forma muito sutil”, dizEduardo. Para atender aos pedidos dosartistas participantes, sempre obedecen-do a critérios para tornar o evento o maisperfeito possível, as equipes de som e ilu-minação seguiram diretrizes especiais.Para o Largo de São Sebastião, por exem-plo, a Barra Som disponibilizou um siste-ma line array também da Meyer, dimen-

Guinga abriu a terceira noite do evento no Teatro

Amazonas

Kenwood Dennard toca, ao mesmo tempo, bateria e

teclado e integra a banda de Robin Eubanks & EB3

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REPORTAGEM

Equipamentos de áudio:

Console de PA: Yamaha M7CL 48 Ch

Console de Monitor: Yamaha M7CL 48 Ch

02 Bat Yamaha Stage Custom

01 Amp de Baixo Ampeg SVT2-Pro e

1 Hartke 5000

01 Amp de Guitarra Jazz Choruz e

um Cristalino (marca?)

16 Monitores Attack MTA 1126

Microfones Shure, Akg, Sennheiser

e Neuman

sionando o equipa-mento para o tama-nho do espaço e paraa expectativa de pú-blico. “Além de belís-simo, o Teatro Ama-zonas tem uma acús-tica maravilhosa, oque facilitou muito oalinhamento do sis-tema e a mixagem dosgrupos que se apre-sentaram”, fala Edu-ardo, que sonorizouo teatro pela segundavez consecutiva. Con-fira na entrevista co-mo foi a sonorizaçãodo Teatro e do Largo de São Sebastião.

Backstage – Como foi sonorizar o

Teatro Amazonas?

Eduardo – Além de belíssimo, o Tea-tro Amazonas tem uma acústica maravi-lhosa, o que facilitou muito o alinhamen-to do sistema e a mixagem dos gruposque se apresentaram.

B – Você teve que cumprir algum

tipo de exigência? Qual (is)?

E – Sim. A direção técnica do espetá-culo ficou a cargo do engenheiro Cle-ment Zular, que exigiu consoles digitaisno P.A. e no monitor e dois sistemas inde-pendentes de backline, monitores e mi-crofones, além de agilidade nas trocasdas bandas (tanto para o Teatro quantopara o Largo).

B – Quais os equipamentos que você

utilizou no teatro, sistema de som,

backline, etc? Por que escolheu esses

equipamentos?

E – O sistema de P.A. foi um line arrayda Meyer Sound, modelo M’elodie com6 (doze) caixas e 1 sub 700HP (Meyer)por lado controlado pelo processadorGalileo, também da Meyer (confira listano quadro abaixo). A escolha do sistemada Meyer se deu pelo altíssimo nível técni-co do festival; em função disso gostaría-mos de preservar ao máximo a sonoridadea qual os artistas, na sua grande maioriainternacionais, estavam acostumados.

B – Teve que usar algum equipa-

mento especial no teatro? Qual?

E – Não.B – Já tinha sonorizado o teatro an-

tes? Em qual (is) evento?

E – Sim. Sonorizamos o 1º FestivalAmazonas Jazz em 2006, além de diversosartistas locais e alguns nacionais como Ge-raldo Azevedo, João Bosco, Leila Pinheiro.

B – Qual a maior dificuldade encon-

trada para sonorizar o Teatro/Largo?

E – O sistema de line array tem queficar no chão do teatro pois não dá parapendurá-lo. Outra grande dificuldade

que encontramos foide mixar as bandasno Largo, pois não nosfoi permitido montara house mix centrali-zada com o P.A., por-que iria atrapalhar avisão do público e aúnica solução encon-trada foi movê-la pa-ra a lateral, colada àparede do Teatro.

B – Como foi so-

norizar o Largo de

São Sebastião?

E – Tivemos umpouco de dificulda-de, pois se trata de

um local ao ar livre e na nossa região,apesar de estarmos no verão, as chuvassão constantes, mas o resultado final foimuito bom.

B – Quais equipamentos utilizados

no Largo?

E – O sistema de PA também foi linearray da Meyer Sound, porém as caixasutilizadas foram as Milo, com os sub’s700HP (08 Milo e 03 700 HP por lado)controlados pelo processador Galileo. Orestante dos equipamentos foi igual aosdo Teatro Amazonas.

B – Já tinha feito esse palco antes?

E – Sim, já havíamos sonorizado o 1ºFAJ em 2006, além de diversos shows regi-onais, nacionais e internacionais como oFestival Amazonas de Ópera 2006 e 2007.

B – Qual a maior dificuldade para

sonorizar o palco no Largo?

E – O palco é montado na lateral doTeatro e o lado direito do P.A. fica quasecolado na parede do Teatro e como sabe-mos a Milo tem cobertura horizontal de90º, o que pode causar muitos cancela-mentos. Para solução dos problemas fo-ram colocadas cortinas bem espessas decamurça nas paredes do teatro, próximasao PA que está colado na parede.

Raul de Souza e NaTocaia abriram o festival em Manaus