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REPORTAGEM
Manaus Jazz
Quem foi viu, ouviu e gostou. O Festival Amazonas Jazz, pelosegundo ano consecutivo, reuniu artistas de primeira damúsica instrumental brasileira e internacional e um públi-
co de 10 mil pessoas. Durante cinco dias, Manaus foi transforma-da na capital do jazz com concertos realizados em um dos maiores
e mais bonitos teatros do mundo, o Teatro Amazonas, e oficinasmusicais ministradas para o público pelos próprios músicos.
Música e aprendizagemJuntar música e aprendizagem foi a tônica do Festival. Se-
Teve músico capa da Downbeat, teve o consagrado Arismar do EspíritoSanto Sexteto, além da melhor música instrumental com estilos variados.Essa foi a segunda edição do Amazonas Jazz Festival, que aconteceuentre os dias 25 e 29 de julho, em Manaus, e se confirmou como um dosgrandes evento de jazz da região norte
se consolida como o maiorfestival da região nortefestival da região norte
A Spokfrevo Orquestra fechou a primeira noite. Eles desceram do palco e arrastaram o público até o lado de fora do Teatro Amazonas
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REPORTAGEM
gundo o idealizador do evento, o maestroportuguês Rui Carvalho, o FAJ contoucom uma série de eventos paralelos atra-vés dos quais estudantes e músicos locaisforam valorizados. “Os mais experientesforam listados na programação do Festi-val, como a Amazonas Band, que tevecomo convidado o compositor e trompe-tista Daniel Barry, além do lead trumpetDennis Haldane, e o grupo que repre-senta o Amazonas, além da AM Band eo Quarteto de Nilson Reis”, exemplifica.
O maestro conta que, ainda dentroda vertente jazzística amazonense, noseventos paralelos o público pôde conferira Orquestra de Repertório Popular do Li-ceu de Artes e Ofícios, o músico CláudioSantoro, o Quarteto Tri Plugados, oQuinteto Saxofonando, a minibandaSoda Billy e o grupo de dança modernaVoodoo Dancers, composto por alunos daUniversidade do Amazonas (UEA).
Seleção dos músicosDe acordo com Rui Carvalho, diretor
artístico do Festival e da Amazonas Band,a seleção dos músicos foi feita com base nocritério de representatividade dos músicosdentro das três principais correntes dojazz: a americana, a caribenha e a brasilei-ra. Outro fator levado em consideraçãona hora de selecionar foi a capacidade decada um adicionar ao festival uma di-mensão acadêmica, através das oficinasoferecidas durante o evento.
O festival surgiu como mais uma reali-zação da secretaria de cultura do estadodo Amazonas, que veio somar com o Fes-tival de cinema, o folclore de Parintins, ode teatro, o de ópera e outros já realiza-dos no estado. “O jazz significa a inserçãodo nosso estado em uma vertente estéti-ca afinada com a contemporaneidade eo futuro”, diz Rui Carvalho, acrescen-tando que, para realizar o evento, a pro-dução contou com o patrocínio da Cola-Cola, que investiu cerca de R$ 300 mil,
50% do custo total do festival.Para o secretário de cultura do estado,
Robério Braga, ao oferecer festivais dealto nível, seja de jazz, ópera, cinema outeatro, Amazonas se firma como umaimportante alternativa cultural aos gran-des centros do país, como Rio e São Pau-lo. “Todos os anos Manaus recebe milha-res de visitantes, grande parte deles atra-ído pelo turismo cultural”, avalia. E não éapenas o turista que tem a ganhar. Esseano, cerca de 1.500 pessoas puderam par-ticipar de palestras e oficinas realizadaspela Secretaria de Cultura, através do Li-ceu de Artes e Ofício Cláudio Santoro,em parceria com escolas e instituições. Aidéia de conciliar shows e oficinas visa acapacitar estudiosos de música, em espe-
cial os cinco mil alunos do Liceu, além deoferecer aos participantes oportunidadede intercâmbio de conhecimentos e ex-periências com grandes nomes do jazzcontemporâneo.
Ao contrário da primeira edição, des-ta vez o ingresso para os shows do TeatroAmazonas foi cobrado (R$10 e R$5 paraestudantes e pessoas acima de 65 anos)
“Os mais experientes foram listados na programaçãodo Festival, como a Amazonas Band, que teve comoconvidado o compositor e trompetista Daniel Barry,
além do lead trumpet Dennis Haldane, e o grupo querepresenta o Amazonas”
como forma de contribuir para a forma-ção de uma platéia apreciadora de jazz.
Som e iluminaçãoNa iluminação do Teatro Amazonas
foi utilizado equipamento do próprio Te-atro, além de projeto de luz elaboradopelos técnicos da casa. Já na iluminaçãodo Largo de São Sebastião, a empresa res-ponsável foi a Encanto Vermelho. Segun-do Eduardo Mendonça, da Barra Som,responsável pelo som do teatro, para coor-denar a sonorização foi contratado umprofissional de São Paulo, Clement Zular.“Utilizamos o sistema line array da MeyerSound. A acústica do teatro é excelente.Na verdade, o som entra apenas paraequilibrar alguns instrumentos, mas isso
acontece de forma muito sutil”, dizEduardo. Para atender aos pedidos dosartistas participantes, sempre obedecen-do a critérios para tornar o evento o maisperfeito possível, as equipes de som e ilu-minação seguiram diretrizes especiais.Para o Largo de São Sebastião, por exem-plo, a Barra Som disponibilizou um siste-ma line array também da Meyer, dimen-
Guinga abriu a terceira noite do evento no Teatro
Amazonas
Kenwood Dennard toca, ao mesmo tempo, bateria e
teclado e integra a banda de Robin Eubanks & EB3
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REPORTAGEM
Equipamentos de áudio:
Console de PA: Yamaha M7CL 48 Ch
Console de Monitor: Yamaha M7CL 48 Ch
02 Bat Yamaha Stage Custom
01 Amp de Baixo Ampeg SVT2-Pro e
1 Hartke 5000
01 Amp de Guitarra Jazz Choruz e
um Cristalino (marca?)
16 Monitores Attack MTA 1126
Microfones Shure, Akg, Sennheiser
e Neuman
sionando o equipa-mento para o tama-nho do espaço e paraa expectativa de pú-blico. “Além de belís-simo, o Teatro Ama-zonas tem uma acús-tica maravilhosa, oque facilitou muito oalinhamento do sis-tema e a mixagem dosgrupos que se apre-sentaram”, fala Edu-ardo, que sonorizouo teatro pela segundavez consecutiva. Con-fira na entrevista co-mo foi a sonorizaçãodo Teatro e do Largo de São Sebastião.
Backstage – Como foi sonorizar o
Teatro Amazonas?
Eduardo – Além de belíssimo, o Tea-tro Amazonas tem uma acústica maravi-lhosa, o que facilitou muito o alinhamen-to do sistema e a mixagem dos gruposque se apresentaram.
B – Você teve que cumprir algum
tipo de exigência? Qual (is)?
E – Sim. A direção técnica do espetá-culo ficou a cargo do engenheiro Cle-ment Zular, que exigiu consoles digitaisno P.A. e no monitor e dois sistemas inde-pendentes de backline, monitores e mi-crofones, além de agilidade nas trocasdas bandas (tanto para o Teatro quantopara o Largo).
B – Quais os equipamentos que você
utilizou no teatro, sistema de som,
backline, etc? Por que escolheu esses
equipamentos?
E – O sistema de P.A. foi um line arrayda Meyer Sound, modelo M’elodie com6 (doze) caixas e 1 sub 700HP (Meyer)por lado controlado pelo processadorGalileo, também da Meyer (confira listano quadro abaixo). A escolha do sistemada Meyer se deu pelo altíssimo nível técni-co do festival; em função disso gostaría-mos de preservar ao máximo a sonoridadea qual os artistas, na sua grande maioriainternacionais, estavam acostumados.
B – Teve que usar algum equipa-
mento especial no teatro? Qual?
E – Não.B – Já tinha sonorizado o teatro an-
tes? Em qual (is) evento?
E – Sim. Sonorizamos o 1º FestivalAmazonas Jazz em 2006, além de diversosartistas locais e alguns nacionais como Ge-raldo Azevedo, João Bosco, Leila Pinheiro.
B – Qual a maior dificuldade encon-
trada para sonorizar o Teatro/Largo?
E – O sistema de line array tem queficar no chão do teatro pois não dá parapendurá-lo. Outra grande dificuldade
que encontramos foide mixar as bandasno Largo, pois não nosfoi permitido montara house mix centrali-zada com o P.A., por-que iria atrapalhar avisão do público e aúnica solução encon-trada foi movê-la pa-ra a lateral, colada àparede do Teatro.
B – Como foi so-
norizar o Largo de
São Sebastião?
E – Tivemos umpouco de dificulda-de, pois se trata de
um local ao ar livre e na nossa região,apesar de estarmos no verão, as chuvassão constantes, mas o resultado final foimuito bom.
B – Quais equipamentos utilizados
no Largo?
E – O sistema de PA também foi linearray da Meyer Sound, porém as caixasutilizadas foram as Milo, com os sub’s700HP (08 Milo e 03 700 HP por lado)controlados pelo processador Galileo. Orestante dos equipamentos foi igual aosdo Teatro Amazonas.
B – Já tinha feito esse palco antes?
E – Sim, já havíamos sonorizado o 1ºFAJ em 2006, além de diversos shows regi-onais, nacionais e internacionais como oFestival Amazonas de Ópera 2006 e 2007.
B – Qual a maior dificuldade para
sonorizar o palco no Largo?
E – O palco é montado na lateral doTeatro e o lado direito do P.A. fica quasecolado na parede do Teatro e como sabe-mos a Milo tem cobertura horizontal de90º, o que pode causar muitos cancela-mentos. Para solução dos problemas fo-ram colocadas cortinas bem espessas decamurça nas paredes do teatro, próximasao PA que está colado na parede.
Raul de Souza e NaTocaia abriram o festival em Manaus