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Jornal do Conselho Regional de Química IV Região (SP) Ano 24 - Nº 131 Jan/Fev 2015 ISSN 2176-4409 Anuidade paga em fevereiro terá desconto de 10% Pág. 5 Mais três cursos são certificados Eles são ministrados na Etec Tiquatira, de São Paulo, e na Etep, de Paulínia. Cursos da Fiec, de Indaiatuba, e Senai Fundação Zerrener, da Capital, são recertificados. Pág. 8 Conselho divulga balanço de atividades Pág. 3 Justiça obriga registro da Sabesp na entidade Pág. 6

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Jornal do ConselhoRegional de Química

IV Região (SP)Ano 24 - Nº 131Jan/Fev 2015

ISSN 2176-4409

Anuidade paga em fevereiro terá desconto de 10%Pág. 5

Mais três cursossão certificadosEles são ministrados na Etec

Tiquatira, de São Paulo,e na Etep, de Paulínia.

Cursos da Fiec, de Indaiatuba,e Senai Fundação Zerrener, da

Capital, são recertificados.

Pág. 8

Conselho divulgabalanço de atividades

Pág. 3

Justiça obriga registroda Sabesp na entidade

Pág. 6

2 – Informativo CRQ-IV Jan/Fev 2015

EDITORIAL

Informativo CRQ-IVuma publicação do

Conselho Regional deQuímica IV Região (SP)

Rua Oscar Freire, 2.039 – PinheirosCEP 05409-011 – São Paulo – SP

Tel. (11) 3061-6000 - Fax (11) 3061-6001Internet: www.crq4.org.br

twitter.com/crqiv – facebook.com/crqive-mail: [email protected]

Periodicidade: bimestralTiragem: 98 mil exemplares

PRESIDENTE: MANLIO DEODÓCIO DE AUGUSTINIS

VICE-PRESIDENTE: HANS VIERTLER

1º SECRETÁRIO: LAURO PEREIRA DIAS

2º SECRETÁRIO: DAVID CARLOS MINATELLI

1º TESOUREIRO: ERNESTO HIROMITI OKAMURA

2º TESOUREIRO: SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHEIROS TITULARES: DAVID CARLOS MINATE-LLI, ERNESTO H. OKAMURA, HANS VIERTLER, JOSÉ

GLAUCO GRANDI, LAURO PEREIRA DIAS, NELSON

CÉSAR FERNANDO BONETTO, REYNALDO ARBUE

PINI, RUBENS BRAMBILLA E SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHEIROS SUPLENTES: AIRTON MONTEIRO, AEL-SON GUAITA, ANA MARIA DA COSTA FERREIRA, AN-TONIO CARLOS MASSABNI, CARLOS ALBERTO TRE-VISAN, CLÁUDIO DI VITTA, GEORGE CURY KACHAN,JOSÉ CARLOS OLIVIERI E MASAZI MAEDA

CONSELHO EDITORIAL:MANLIO DE AUGUSTINIS E JOSÉ GLAUCO GRANDI

IMAGEM DA CAPA: FREEPIK.COM

JORNALISTA RESPONSÁVEL:CARLOS DE SOUZA (MTB 20.148)

ASSIST. COMUNICAÇÃO:JONAS GONÇALVES (MTB 48.872)

ASSIST. ADMINISTRATIVA:MARIELLA SERIZAWA

IMPRESSÃO: AR FERNANDEZ GRÁFICA

11 3274-2780

EXPEDIENTE

NOTAS

A Justiça Federal determinou asuspensão da licitação feita pelaAgência Nacional do Petróleo, queprevia a exploração do gás de xisto(folhelho) em uma área envolvendo37 municípios das regiões de Presi-dente Prudente, Dracena e Tupã. Deacordo com o Ministério Público Fe-

A primeira edição de 2015 do Informativo CRQ-IV tem como principal des-taque a notícia sobre a concessão do Selo de Qualidade para mais três cursostécnicos e renovação da certificação de outros três. Ouvidos, os profissionaisresponsáveis pelos projetos que culminaram com a conquista do grau de exce-lência desses cursos foram unânimes em afirmar que a iniciativa destinou-se aatender a uma exigência do mercado de trabalho, que segue cada vez mais sele-tivo ao escolher seus funcionários.

Conquistar o Selo de Qualidade é, portanto, uma forma efetiva de ampliar ograu de empregabilidade dos alunos e de reforçar o compromisso que toda esco-la deve ter com a comunidade em que atua.

Este número também apresenta um balanço das atividades do CRQ-IV em2014. Os dados foram influenciados pela realidade que o País começou a viverem 2013 e que ganhou força no ano passado: a crise econômica se estabeleceu etende a se acentuar em 2015 em razão das recentes medidas adotadas pelo gover-no federal para cobrir o rombo das contas públicas e tentar conter a inflação.Aperte bem o cinto, pois os solavancos prometem muitas “emoções”!

O resultado foi obtido em pesqui-sa da Escola Superior de AgriculturaLuiz de Queiroz, em Piracicaba. Paraalcançar qualidade semelhante aosmelhores uísques, a cachaça passoupor um processo de dupla destilaçãoe foi envelhecida por dois anos emtonéis novos de carvalho importadosda França.

“Cerca de 60% do sabor de umabebida envelhecida vem da madeira. Os

Excelência, um compromisso

Cachaça agora tem qualidadesemelhante à de uísque 12 anos

outros 40% dependem da forma comoa destilação e a fermentação são con-duzidas e da matéria-prima. O proces-so de produção, portanto, tem muitomais influência na qualidade final dodestilado do que o tipo de matéria-pri-ma do qual é feito”, disse André Ricar-do Alcarde, coordenador da pesquisafinanciada pela Fapesp.

Veja mais detalhes sobre a pesquisaem http://bit.ly/16oqoec.

Justiça suspende exploraçãode gás de xisto em São Paulo

deral, autor da ação, a técnica utili-zada para fazer a extração do gás co-loca em risco os recursos hídricos, lo-calizados na bacia do Rio Paraná.Com a decisão, qualquer atividade sópoderá ser iniciada após a apresenta-ção de estudos que garantam a segu-rança do processo.

Informativo CRQ-IV – 3Jan/Fev 2015

BALANÇO

A queda da atividade econômica doPaís, iniciada em 2013 e que se acen-tuou em 2014, afetou negativamente amaioria das atividades desenvolvidaspelo Conselho no ano passado. A únicaexceção ficou por conta do pequeno au-mento no total de vistorias realizadas emempresas. Houve queda no volume deprocessos analisados pelo Plenário, bemcomo no de atendimentos ao público.

O setor de Fiscalização do CRQ-IVrealizou, em 2014, um total de 15.035vistorias nas empresas e entidades pres-tadoras de serviços na área química. Onúmero superou em 1,75% as 14.775 ins-peções feitas em 2013, ficando próximoao total registrado no ano anterior(15.287). A recuperação foi possível de-vido à reposição do número de fiscaisocorrida no ano passado. O quadro atualé composto por 27 fiscais, sendo que 13deles atuam na Capital e Região Metro-politana e outros 14 no Interior e Litoral.

Apesar de as vistorias terem cresci-do, houve expressiva queda no total deirregularidades constatadas, o que nãodeixa de ser positivo. Foram emitidas959 intimações contra pessoas físicas,redução de 60,4% em relação a 2013,quando foram registradas 2.424. O to-tal de intimações contra pessoas jurídi-cas também diminuiu, embora em me-nor dimensão: 25,2% (1.211 em 2014,ante as 1.620 do ano anterior).

As intimações de pessoas físicasocorrem quando são encontrados leigosexercendo atividades privativas de Pro-fissional da Química. Também são in-timados aqueles que têm formação naárea, mas possuem pendências noCRQ-IV, como o não pagamento deanuidade, não entrega de documentosetc. Já as empresas são intimadas por

falta de registro, por estarem operandosem Responsável Técnico ou por con-tratarem trabalhadores inabilitados. Osintimados ficam sujeitos a multas e aprocessos administrativos e judiciais.

Não é possível especificar o que mo-tivou essas reduções, mas podem serconsiderados fatores como uma maiorconscientização das empresas em nãocontratar leigos para funções privativas.Além disso, como o nível de empregono setor estava em queda em 2014, na-turalmente reduziu-se a possibilidadede que infrações desse tipo fossem co-metidas.

Os processos analisados pelo Plená-rio do CRQ-IV somaram 18.882, sendo14.119 de pessoas físicas e 4.763 deempresas. Houve queda de 19,5% emrelação ao exercício anterior, quandoforam analisados 23.456 processos(17.083 de profissionais e 6.373 de em-presas). Essas reuniões destinam-se, namaioria dos casos, a analisar pedidos deregistros de empresas, de profissionaise indicações de responsáveis técnicos.

OUTROS RESULTADOS - Foram expedidas33.275 correspondências pela Secreta-ria do Conselho em 2014, uma redu-ção de 11,8% comparando-se com os37.753 documentos enviados em 2013.

Desse total, 26.849 correspondênciasdespachadas estavam relacionadas aosprocessos analisados pelo Plenário,variação de 0,16% sobre as 26.804 re-metidas em 2013.

Em 2014, a Central de Atendimentodo Conselho recebeu 25.808 ligaçõestelefônicas, o que representa uma segun-da queda consecutiva da modalidade,desta vez de 15,8% em relação ao anoanterior, quando o total foi de 30.682chamadas. Também houve recuo nasdemais estatísticas do setor: os atendi-mentos feitos por e-mail somaram42.083, -12,7% na comparação com2013; foram realizados 7.518 atendi-mentos presenciais, queda de 18,4% emrelação aos 9.222 do ano anterior; aquantidade de documentos digitalizadospassou de 585.540, em 2013, para490.622 no ano passado (-16,2%). Alémdos fatores econômicos que, por exem-plo, diminuíram o ritmo de abertura denovas empresas e até mesmo de inscri-ções de novos profissionais, o setor con-sidera que o grande volume de informa-ções que o Conselho tem disponibiliza-do em seu site e páginas nas redes soci-ais tem contribuído para que os própri-os interessados sanem suas dúvidas.

Veja mais informações na página 4e na versão online desta edição.

Resultados de 2014 refletemretração econômica do País

Apenas o setor de Fiscalização registrou um leve aumento no total de vistorias

Caged indica corte de vagasSegundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do

Ministério do Trabalho, de janeiro a novembro de 2014 (último dado disponí-vel) o setor químico havia eliminado 6.600 postos de trabalho. Análise publi-cada no site da Federação dos Trabalhadores nas Inds. Químicas de São Pau-lo (http://bit.ly/18CpsEp) avalia que, se a tendência negativa tiver permaneci-do em dezembro, “será a primeira vez na última década que a indústria quími-ca paulista reduzirá seu número total de trabalhadores formais”.

4 – Informativo CRQ-IV Jan/Fev 2015

BALANÇO

Cerca de 4 mil estudantes de Ensino Fundamental II eMédio compareceram às 130 palestras realizadas em esco-las paulistas pelo Programa de Divulgação da Química (PDQ)em 2014. A iniciativa do Conselho, lançada pela primeiravez no Ano Internacional da Química, em 2011, e retomadadois anos depois (quando foram realizadas 70 palestras), visamostrar a Química de uma maneira diferente, salientandosua forte presença no cotidiano e apresentando-a como umaopção de carreira profissional.

As palestras, que têm duração média de 40 minutos,são gratuitas e estão disponíveis nas cidades onde o Con-selho dispõe de palestrantes colaboradores. Mais informa-ções sobre o programa podem ser obtidas na páginawww.crq4.org.br/pdq.

Cresce a ofertade cursos de RT

A adesão aos cursos gerais e específicos de Responsa-bilidade Técnica do CRQ-IV teve um crescimento em 2014.No total, 1.379 profissionais compareceram aos 52 treina-mentos realizados, dos quais 44 forneceram uma visão ge-ral do assunto e oito trataram de áreas específicas (alimen-tos e bebidas, cosméticos e saneantes). Em 2013, foram1.276 profissionais em 42 treinamentos (34 gerais e oitoespecíficos).

Os cursos foram promovidos na Capital, na sede do CRQ-IV, e nas cidades do Interior onde o Conselho mantém escri-tórios de atendimento (Araraquara, Araçatuba, Bauru, Cam-pinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São José dos Cam-pos, São José do Rio Preto e Sorocaba).

Lançados em 2012, quando tiveram a participação de 980profissionais, os treinamentos integram a estratégia do CRQ-IV que prioriza ações educativas de prevenção à ocorrênciade infrações à legislação profissional, auxiliando dessa for-ma na capacitação dos Profissionais da Química.

Os cursos apresentam a legislação que regula a Respon-sabilidade Técnica, mostrando os direitos, deveres e as im-plicações administrativas, civis e criminais a que estão su-jeitos os profissionais que aceitarem assumir essa função.Também são feitos estudos de casos, o que facilita a identi-ficação de erros e a discussão de medidas preventivas.

Esses treinamentos são abertos apenas aos profissionaisem situação regular no CRQ-IV. Para acompanhar a progra-mação e fazer sua inscrição, acesse www.crq4.org.br/cursos_rt. As inscrições são gratuitas, mas daqueles que seinscrevem e não comparecem sem prévio aviso é cobradauma taxa de R$ 100,00, destinada a cobrir as despesas comapostila e coffee break.

Programa atende aquatro mil estudantes

Em 2014, o número de pessoas que “curtiram” a páginado Conselho no Facebook (facebook.com/crqiv) cresceu37,2%. De janeiro a dezembro, o contingente passou de 4.013para 5.509, tendo alcançado 5.610 em janeiro.

O principal objetivo da página é servir como um canal amais de divulgação das atividades do Conselho e tambémfazer promoções – como sorteios de livros e inscrições paraeventos técnicos – que não são incluídas no InformativoCRQ-IV, principal meio de comunicação da entidade e quesegue como o maior periódico nacional da área química emtermos de tiragem (98 mil exemplares).

Página contabilizacinco mil ‘curtidores’

Informativo CRQ-IV – 5Jan/Fev 2015

ANUIDADES▲

Os profissionais e empresas que fi-zerem o pagamento da anuidade de2015 até o dia 28 de fevereiro terão di-reito ao desconto de 10% sobre o valorda contribuição, previsto na ResoluçãoNormativa (RN) nº 258, do ConselhoFederal de Química (CFQ), publicadaem 26 de novembro de 2014. O prazofinal para pagamento é 31 de março,mas quem deixar para o último mês nãose beneficiará de qualquer redução novalor. Em janeiro, o desconto estabele-cido foi de 20%.

Os valores integrais das anuidadessão os seguintes: R$ 417,00 para profis-sionais de Nível Superior; R$ 207,00para os de Nível Médio; e R$ 148,00para auxiliares e provisionados. A divi-são leva em conta o título com que oprofissional está registrado no Conselhoe não o cargo/função exercido na em-presa onde trabalha. Já as anuidades dasempresas são variáveis, baseando-se nosrespectivos capitais sociais registrados.

Os boletos para pagamento forampostados na primeira quinzena de ja-neiro e a previsão era de que fossementregues até o dia 20 do mesmo mês.

Contudo, para corrigir eventuaisproblemas na distribuição dascobranças, paralelamente oCRQ-IV disponibilizou em seusite a possibilidade de geraçãode segunda via. Essa medidatambém buscou atender aosinteressados em fazer o paga-mento no mês de janeiro e quepoderiam ter dificuldades em ob-ter a vantagem caso não recebessemseus boletos.

Os profissionais e empresas em di-ficuldades para pagar a anuidade à vis-ta poderão solicitar o parcelamento,conforme prevê o artigo 7º da RN 258/2014. Os pedidos de parcelamento de-verão ser feitos via Central de Atendi-mento (11 3061-6000) ou pelo [email protected]. Profissionaisprecisam informar nome completo eCPF; as empresas, razão social e CNPJ.

O pagamento da anuidade é obriga-tório. O não recolhimento impossibili-ta o profissional de atuar, sujeitando-oa responder a processo ético. As em-presas inadimplentes estão sujeitas amultas, além de não terem emitida a

PhotoXpress.com

Economize 10%pagando o boleto

até o dia 28/02

Anotação de Responsabilidade Técni-ca (ART), certidão exigida por órgãospúblicos e que integra a documentaçãoexigida em licitações.

SUSPENSÃO - Os profissionais que per-deram o emprego entre os dias 12 e 30de dezembro de 2014 – período em queo atendimento ao público pelo Conse-lho ficou suspenso –, poderão solicitara suspensão do pagamento e assimmanter-se em situação regular. Não têmdireito a esse benefício as pessoas queficaram desempregadas antes do cita-do período e não comunicaram aoCRQ-IV e as que trabalharam pelomenos um dia em 2015.

6 – Informativo CRQ-IV Jan/Fev 2015

ARTIGO

A 4ª Turma do Tribunal Regional Fe-deral da 3ª Região (TRF-3) julgou, no dia20 de outubro de 2014, duas ações quese arrastavam há anos na Justiça. Por una-nimidade, deu provimento total às razõesdos recursos do Conselho Regional deQuímica - IV Região (CRQ-IV) contra aCompanhia de Saneamento Básico doEstado de São Paulo (Sabesp), decidin-do que a empresa deve possuir registrono CRQ-IV e manter Profissional daQuímica como Responsável Técnico(RT) por unidade que explore os servi-ços de tratamento de água e esgoto.

HISTÓRICO - Lamentavelmente, a de-manda com a Sabesp vem de longadata. A empresa ajuizou uma ação ju-dicial em 1990 contra o Conselho, ten-do como objetivo não se submeter aopoder fiscalizatório da entidade, plei-teando a não obrigatoriedade do seuregistro e de manter Químicos comoresponsáveis técnicos nas suas unida-des e, por conseguinte, de recolher qual-quer contribuição ao CRQ-IV.

As razões da empresa foram apoia-das nos argumentos de que a sua ativi-dade preponderante é o planejamentoe execução de obras para os serviçosde tratamento de água e esgoto. Porisso, mantém registro no Conselho Re-gional de Engenharia e Agronomia(CREA), sendo “incabível” o seu re-gistro no CRQ-IV. De acordo com aSabesp, os serviços desempenhadospela companhia de captação, adução,tratamento e distribuição de água, bemcomo os de coleta, afastamento, trata-mento e disposição final de esgoto, se-riam “atividades secundárias”.

Ao longo dos anos de tramitação doprocesso, o CRQ-IV tentou, por inúme-ras vezes, compor o litígio de maneiraextrajudicial. Porém, nunca obteve si-nalização positiva dessa possibilidade,sob a alegação de que a opção era ter overedicto da Justiça.

O empenho para a efetividade de umajuste amigável sempre se fez premen-te, pois o CRQ-IV nunca deixou de re-alizar o seu papel preventivo e fiscali-zatório em todas as unidades e exten-sões da Sabesp, ainda que sem custeio,pois a empresa sempre se negou a re-colher anuidades e taxas de Anotaçãode Responsabilidade Técnica (ART).

Por falta de uma composição, em2004 o Conselho foi obrigado a ingres-sar com outra ação judicial, para que aJustiça dirimisse a questão da importân-cia da formalização (anotação) da pre-sença do Químico na condição de Res-ponsável Técnico em suas unidades quedemandassem trabalhos de competênciacurricular dos Profissionais da Quími-ca. Desde 1990, a empresa cresceu demaneira expressiva, passando a assumirum importante papel de responsabilida-de no setor de abastecimento público emnível nacional. Naquela época, o CRQ-IV contabilizava 64 registros de estabe-lecimentos da empresa. Já em 2004, ha-via 426 unidades cadastradas, númeroeste que, atualmente, chega a 537.

Ainda que o caso estivesse sub ju-dice, a fiscalização do CRQ-IV sem-pre foi atuante, cumprindo a sua atri-buição legal em prol do interesse pú-blico, fazendo o seu trabalho em rela-ção ao cumprimento da exigência de aempresa possuir Profissionais da Quí-

mica nas suas diversas unidades comoRTs, tanto em Estações de Tratamentode Água e de Esgoto (ETAs e ETEs)quanto em Poços de Clorações (PCs).

A companhia sempre contestou anecessidade exigida em lei da “anota-ção” da responsabilidade técnica doQuímico que deve figurar como respon-sável de determinado estabelecimento.Apesar de alegar que sempre se preo-cupou em manter profissionais da áreaem cargos-chave da empresa, priman-do pela excelência dos controles dequalidade dos seus serviços e a gestãosobre a qualidade da água, a Sabespsempre se opôs à formalização da res-ponsabilidade técnica no Conselho.

SOBRE A RT - A anotação da responsa-bilidade técnica é um instituto legal atri-buído aos conselhos de classe, que pos-suem o dever-poder de avaliar, delimi-tar e conceder atribuições a um deter-minado profissional que detenha com-petência curricular para assunção des-ta responsabilidade, levando-se em con-ta a sua formação técnico-científica eas diversas variáveis do caso concretoa ser assumido. O principal objetivo égarantir que o encargo não fique somen-te no papel, mas seja real e factível,como um atestado de segurança à soci-edade de que aquele produto ou servi-ço está sendo conduzido e assistido poralguém que responderá eticamente porqualquer deslize profissional.

A tese da companhia de não reco-nhecer a atribuição do Conselho deformalizar a responsabilidade técnicacinge-se no argumento de que mantémprofissionais com formação em Quí-

Justiça determina que Sabesptenha registro no CRQ-IV

Decisão também obriga empresa a manter Profissionais da Química como RTs

por Catia Stellio Sashida

Informativo CRQ-IV – 7Jan/Fev 2015

ARTIGO

mica nos seus quadros, o que “substi-tuiria” o poder de polícia do CRQ-IV,ao qual a empresa argumenta não es-tar submetida.

Trata-se de uma perigosa condutapara a sociedade, pois atualmente hámais de 150 habilitações na área daQuímica e nem todos esses profissio-nais possuem atribuição para assumir aRT por tratamento de água e esgoto,cujo balizamento e apreciação do casoconcreto (tipo de produto/serviço, graude complexidade do processo, porte doestabelecimento etc.) cabem exclusiva-mente ao CRQ-IV. Esta é a essência dotrabalho dos conselhos profissionais.

A assunção da responsabilidade téc-nica tem de ser formal, real e efetiva,assegurando à sociedade que as ativida-des químicas executadas em todo o pro-cesso da prestação de serviços da com-panhia, desde a fase da captação, trata-mento e distribuição da água, bem comoda coleta, afastamento e tratamento deesgoto, seja acompanhado por Profissi-onal da Química devidamente habilita-do e, sobretudo, compromissado legal-mente pelo seu conselho de classe.

DADOS - A Sabesp é considerada umadas maiores prestadoras de serviços deágua e esgoto do mundo, sendo a mai-or companhia de saneamento básico doBrasil. Atende à cidade de São Pauloe a outros 363 dos 645 municípios doEstado. Fornece água para 25,2 mi-lhões de pessoas e presta serviços deesgoto para 22,2 milhões de habitan-tes, conforme é esclarecido no seu Re-latório de Resultados (novembro de2014), disponibilizado em seu site(www.sabesp.com.br).

Atualmente, o CRQ-IV mantém 537estabelecimentos cadastrados comoextensões da companhia, entre ETAs,ETEs e PCs, distribuídos em todo oEstado de São Paulo, onde a fiscaliza-ção da entidade se faz presente em vis-torias periódicas, a fim de garantir ocumprimento das exigências legais emrelação às unidades que executam ati-

vidades químicas, aos cargos que de-vem ser assumidos por Profissionais daQuímica e, principalmente, à assunçãoda responsabilidade técnica.

O CRQ-IV sempre cumpriu o seudever institucional na empresa sem qual-quer custeio, independente da discussãorelacionada à qual conselho a Sabespdeve se registrar, pois uma companhiade tal porte, empreendida sobre umagrande estrutura de organização, comobjetivos e responsabilidades complexasdecorrentes da prestação de serviçospúblicos de variadas naturezas, devenecessitar de profissionais multidiscipli-nares, de Engenheiros a Técnicos, nasdiversas modalidades. Entretanto, não épossível olvidar a insofismável necessi-dade dos Profissionais da Química paraa atividade-fim da empresa, que é o abas-tecimento público, consubstanciado notratamento de água e esgoto.

Portanto, a fim de atender ao quedispõe a Lei nº 6.839/80, a qual deter-mina que as empresas devem possuirregistro no conselho profissional deacordo com a sua atividade básica ou

prestação de serviços - independente dequalquer interpretação teleológica des-ses conceitos -, os fatos e as estatísti-cas sempre convergiram para a conclu-são lógica de que a atividade-fim daSabesp encontra-se na área química.Contudo, agora a interpretação é daJustiça, com o julgamento das açõesnoticiadas neste artigo.

Com reverência aos objetivos dacompanhia e ao seu dever institucional,o CRQ-IV continuará desempenhandoo seu papel na empresa e aberto ao diá-logo, independente do trânsito em jul-gado das ações. O presente artigo retra-ta o viés jurídico do panorama discutidonas demandas judiciais, ressaltando quea fiscalização do CRQ-IV sempre teveum bom relacionamento em campo comas unidades da empresa.

iStockphotos

A água de abastecimento público deve atender aos requisitos de potabilidade, confor-me estabelece a Portaria do Ministério da Saúde (MS) nº 2.914/2011. Seja qual for a ori-gem (superficial, subterrânea, pluvial etc.), a água deve ser submetida a tratamento quími-co, o que torna indispensável a presença do Profissional da Química em todo o processo.

A atuação desse profissional ganhou mais importância ainda diante da atual crise hí-drica, que reduziu a níveis alarmantes os reservatórios paulistas. Isso porque a falta deperspectivas quanto à normalização do ciclo hidrológico, em curto prazo, já fez com que osgestores das principais cidades passassem a considerar a adoção de tratamentos químicosmais complexos dos esgotos visando sua conversão em água potável.

Veja mais informações na versão online desta edição.

A autora é gerente do Depto.Jurídico do Conselho.

Acesse www.crq4.org.br para lera íntegra desta e de outras

decisões favoráveis ao CRQ-IV.

8 – Informativo CRQ-IV Jan/Fev 2015

EXCELÊNCIA

O CRQ-IV certificou mais três cur-sos técnicos com o Selo de Qualidade,programa que visa reconhecer e valori-zar as escolas comprometidas com aexcelência educional. Os cursos Técni-co em Química Integral e Modular No-turno, da Escola Técnica de Paulínia(Etep), e o Técnico em Química, da Es-cola Técnica Estadual (Etec) Tiquatira,da Capital, juntarem-se aos outros novecursos já certificados.

A Comissão de Ensino TécnicoCRQ-IV, responsável pelo programa,também aprovou a recertificação deoutros três cursos: Técnico em Quími-ca e Técnico em Meio Ambiente, am-bos oferecidos pelo Centro de Educa-ção Profissional de Indaiatuba (Cepin),mantido pela Fundação Indaiatubana deEducação e Cultura (Fiec); e Técnico

em Análises Químicas, oferecido pelaEscola Senai Fundação Zerrenner, daCapital. A critério de cada instituiçãode ensino, as placas que simbolizam aconquista do Selo poderão ser entreguesem junho, na cerimônia comemorativaao Dia do Profissional da Química, oudiretamente nas instituições por um re-presentante do CRQ-IV.

A coordenadora dos cursos certifi-cados da Etep, Eliana Monfardini, acre-dita que a escola terá um aumento decredibilidade perante o mercado. “Con-quistar as certificações foi uma etapaimportante. Agora, buscaremos melho-rias para mantê-las e teremos uma com-petição saudável com as demais esco-las da região de Paulínia”, prevê. Paraela, todas as instituições que se preo-cupam com a qualidade de ensino e dosprofissionais formados devem ter oSelo de Qualidade como objetivo.

Eliana conta que se informou a res-peito do programa em 2008, quandoobteve o apoio da então diretora deEnsino Médio e Profissionalizante daSecretaria Municipal de Educação dePaulínia (mantenedora da Etep), Van-da Henriques Altafini, para realizar osajustes pedagógicos e estruturais neces-sários visando a obtenção do Selo.“Além da competitividade do mercado,o comprometimento de alunos, profes-sores, diretoria e funcionários tambémfoi um estímulo para completarmostodo esse processo, que durou seisanos”, enfatiza a coordenadora.

A Etec Tiquatira, localizada na zonaleste de São Paulo, é a outra estreanteno rol de instituições com cursos reco-nhecidos. Na avaliação de Daniel Fon-tanesi Rossi, professor-coordenadordos laboratórios de Química da escola,o Selo de Qualidade CRQ-IV represen-ta uma importante ferramenta de divul-gação. O docente também salienta quea Tiquatira, inaugurada em 2009, foi aprimeira Etec do Centro Paula Souza ater um curso certificado. “Pretendemosdisseminar para as outras unidades darede a experiência adquirida na monta-gem do processo de certificação”, in-forma Rossi.

RENOVAÇÃO - Atualmente, o Selo deQualidade tem validade de três anos.Após esse período, a instituição preci-sa submeter o curso que deseja recerti-

Etec Tiquatira e EscolaTécnica de Paulínia têm

cursos certificadosPrograma também recertificou cursos da Fiec, de

Indaiatuba, e Senai Fundação Zerrenner, da Capital

Helena Onaga

Escolas preocupadas com a qualidade devembuscar o Selo, acredita Eliana Monfardini, da Etep

Etec Tiquatira

Rossi: Etec Tiquatira foi a primeira unidade doCentro Paula Souza a ter um curso certificado

Informativo CRQ-IV – 9Jan/Fev 2015

EXCELÊNCIA

ficar a uma nova auditoria. Foi o quefizeram tanto a Fiec, de Indaiatuba,quanto a Escola Senai Fundação Zer-renner, da Capital. A escola do Interiorteve os cursos Técnico em Química eTécnico em Meio Ambiente certifica-dos pela primeira vez em 2011. “Coma recertificação, fica estabelecida a cul-tura da melhoria contínua em busca daexcelência”, afirma Marta Eliza Berga-mo, docente da instituição.

A manutenção do Selo pode aumen-tar a procura pelos cursos, segundo a

professora. “A área química é muito pro-missora em Indaiatuba e na região, mascomo em todo lugar, existe um poucode resistência por parte dos estudantes.Cursos certificados são bem divulgadose despertam mais interesse”, destaca.

Uma das primeiras instituições a terum curso certificado com o Selo foi aEscola Senai Fundação Zerrenner, si-tuada no bairro do Cambuci, na regiãocentral de São Paulo. Em 2009, o cur-so Técnico em Análises Químicas foicontemplado. Na época, a certificaçãoera válida por dois anos. Por isso, em2011, o curso passou pelo primeiro pro-cesso de recertificação.

A professora Eufemia Paez Soares,diretora da escola, considera que a se-gunda recertificação foi “um processonatural para a unidade, que mantém umsistema de qualidade baseado na ISO

9000, focado na melhoria contínua doprocesso educacional”. Quanto aos be-nefícios proporcionados pelo Selo deQualidade, ela aponta contribuiçõestanto na captação de novos alunos comona inserção desses estudantes no mer-cado de trabalho. “As empresas e oscandidatos têm visto com bons olhosas escolas que possuem o Selo por acre-ditarem na importância e no diferenci-al dos alunos formados por essas insti-tuições”, completa.

INFORMAÇÕES - O Programa Selo deQualidade CRQ-IV, criado em 2007,visa ser um estímulo para as instituiçõesde ensino no sentido de promover cons-tantes atualizações metodológicas e tec-nológicas de seus cursos, reavaliandoseus métodos e estratégias, assim comoadequando suas instalações, buscando

Recertificação dos cursos estabelece a cultura dabusca pela excelência, diz Marta Bergamo, da Fiec

Juliana Wolf

Senai Fundação Zerrenner

Empresas têm visto com bons olhos escolas quepossuem o Selo, avalia Eufemia Soares, do Senai

parcerias e, consequentemente, aprimo-rando a formação de seus alunos.

Além de reconhecer a qualidade doscursos, o Selo também serve como pa-râmetro para orientar estudantes a op-tarem por cursos certificados, o quenaturalmente ampliará suas chances deconstruir uma carreira de sucesso. Aomesmo tempo, ele sinaliza às empresasonde buscar os melhores estagiários eprofissionais para compor seus quadrosde colaboradores. Mais detalhes sobreo programa podem ser obtidos na pági-na www.crq4.org.br/selo.

10 – Informativo CRQ-IV Jan/Fev 2015

A partir de fevereiro de 2015, oSinquisp iniciará o envio das Guiasda Contribuição Sindical Urbana parapagamento. Previsto na Consolida-ção das Leis do Trabalho e tambémna Constituição Federal de 1988,esse tributo equivale a um dia do sa-lário e deve ser recolhido anualmen-te por todos os trabalhadores, mes-mo por aqueles que não possuemvínculo com algum sindicato, e tam-bém pelos profissionais autônomos.

Do total arrecadado, 20% vãopara o Ministério do Trabalho e Em-prego. O restante é dividido entre asentidades sindicais de trabalhadores(sindicatos, federações e confedera-ções). Essa arrecadação é funda-mental à garantia da infraestruturadessas entidades e de suas ações emdefesa dos interesses das categori-as que representam.

A assembleia convocada pelo Sin-quisp para discutir o assunto definiuos valores da contribuição a serem

aplicados em 2015: R$ 80,00 para pro-fissionais de Nível Médio (técnicos) eR$ 160,00 para os de Nível Superior.

Note que, dependendo da rendamensal do trabalhador, é mais vanta-joso optar por pagar a guia enviadapelo Sinquisp do que deixar que aempresa faça o desconto da contribui-ção que, como informado, é equiva-lente a um dia de trabalho do salário.

Após realizar o pagamento da guia,o profissional deverá entregar para aempresa uma cópia do respectivocomprovante e um documento cha-mado Declaração de Opção. A decla-ração é fundamental para que a em-presa não faça o desconto de um diado salário do interessado e nem re-passe o valor para outro sindicato.

O repasse para outra entidadeocorre quando a categoria predomi-nante não é de trabalhadores da áreaquímica. E mesmo que a empresa sejada área, pode ocorrer de a maioria dosfuncionários – do mensageiro aos ge-

rentes – terem vínculo com o Sindica-to dos Trabalhadores na Indústria Quí-mica e Plástica e não com o Sinquisp,que reúne apenas profissionais comformação na área química.

O prazo final para recolhimento daguia é 28 de fevereiro. Caso o paga-mento não ocorra, o empregador de-verá descontar a quantia referente aum dia de trabalho na folha de salári-os referente ao mês de março, con-forme previsto nas notas técnicasSRT/MTE/N° 201/2009, SRT/MTE/N°202/2009 e SRT/MTE/N° 11/2010, doMinistério do Trabalho.

AVISO - Lembramos que o pagamen-to da Contribuição Sindical não tor-na o profissional um associado doSinquisp. Para os interessados emse associar e/ou atualizar seu cadas-tro em nosso banco de dados, pe-dimos que entre em contato pelotelefone (11) 3289-1506 ou [email protected].

Esta página foi produzida peloSinquisp. Esclarecimentos

devem ser solicitados pelo tel.(11) 3289-1506 ou pelo e-mail

[email protected]

Contribuição Sindical 2015

Informativo CRQ-IV – 11Jan/Fev 2015

MEIO AMBIENTE

Pesquisa do Laboratório de Terras-Raras do Departamento de Química daFaculdade de Filosofia, Ciências e Le-tras de Ribeirão Preto, da Universida-de de São Paulo (USP), criou um novoprocesso para recuperar e reciclar ter-ras-raras a partir de lâmpadas fluores-centes descartadas. As terras-raras for-mam um grupo de 17 elementos quí-micos essenciais para a produção delâmpadas, telas de televisores, tablets,smartphones, turbinas de energia eóli-ca etc. “Lantânio, cério, európio, tér-bio e, em maior quantidade, ítrio são asterras-raras presentes nessas lâmpadas”,explica o professor Osvaldo Serra, co-ordenador do laboratório.

O processo apresenta uma maneiramais segura, menos poluente e maiseficiente de reciclar as terras-raras con-tidas nas lâmpadas. Segundo Serra,enquanto os métodos tradicionais sevalem de “tratamentos drásticos comácidos ou bases fortes e temperaturaselevadas, nossa proposta consiste nouso de metodologia mais branda, sememissão de gases corrosivos e tempe-raturas menores que 100 °C”.

De acordo com ele, entre os tiposde resíduos reciclados, as lâmpadas flu-orescentes ganham destaque por con-ter até 25% em massa de elementos ter-ras-raras na constituição do pó fosfóri-co, dependendo do tipo da lâmpada uti-lizada. As terras-raras presentes naslâmpadas tubulares e compactas são asmesmas, mas estas últimas possuemum porcentual maior. O volume tam-bém varia de acordo com a potênciada lâmpada: maior potência, maiorquantidade de material fluorescente e,

portanto, maior quantidade deterras-raras.

“A viabilidade econômicada recuperação desses elemen-tos químicos é maior nas lâm-padas compactas do que nastubulares, que são mais anti-gas e possuem menos terras-raras”, ressalta o pesquisador.

As lâmpadas fluorescentessão coletadas por empresasque realizam a remoção e re-cuperação do mercúrio metá-lico, altamente tóxico e noci-vo ao meio ambiente. A reci-clagem começa a partir do pófosfórico, livre do mercúrio,submetido a processos físicose químicos, utilizando resinasde troca iônicas, produtos sin-téticos que colocados na águapoderão liberar íons sódio ouhidrogênio ou hidroxila e captar, destamesma água, cátions e ânions.

“Essas resinas de troca iônica tradi-cionais, do tipo ácido-forte, são facil-mente encontradas e podem realizarinúmeros ciclos de extração das terras-raras, garantindo não só a viabilidadetécnica como também econômica doprocesso, que se dá em condições ex-perimentais facilmente escalonáveis amaiores quantidades, adequando-se àsnecessidades mercadológicas e indus-triais”, explica Serra.

Ganhador da edição 2013 do Prê-mio Walter Borzani, promovido peloCRQ-IV, Serra diz que são consumidasanualmente no Brasil ao redor de 300milhões de lâmpadas. A contaminaçãopor mercúrio é o principal risco am-

biental nelas embutido. Já as terras-ra-ras existentes nas lâmpadas não são no-civas ao meio ambiente, pois se encon-tram estabilizadas.

A China responde por 90% da pro-dução mundial de terras-raras e conso-me 70% desse total. Por conta dessa con-centração, o país chegou a aumentar opreço médio da matéria-prima mais dedez vezes nos últimos anos. Por tais ra-zões, afirma o pesquisador, o desenvol-vimento e a adoção de tecnologias quepossibilitem a extração ou a recupera-ção de terras-raras de forma adequadatornaram-se uma prioridade estratégica.

Algumas empresas já perceberam arelevância desse mercado e por isso, dizSerra, manifestaram interesse por essanova tecnologia.

Processo recupera terras-rarasde lâmpadas fluorescentes

Trabalho foi desenvolvido por pesquisadores da USP de Ribeirão Preto

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Lâmpadas compactas possuem maior concentração de terras-raras

12 – Informativo CRQ-IV Jan/Fev 2015

ARTIGO

O mercado brasileiro de aerossóisestá em ascensão. Segundo o anuário2013/2014 da Associação Brasileira deAerossóis e Saneantes Domissanitári-os (Abas), as estimativas de crescimen-to estão projetadas para a marca de 1,4bilhões de unidades comercializadas até2021, destacando assim a indústria deaerossóis na economia nacional. As pro-jeções para o ano de 2015 estão esti-madas em 1,1 bilhões de unidades dis-tribuídas entres os setores de higie-ne pessoal, perfumaria e cosméticos(HPPC), farmacêuticos, saneantes, ali-mentícios, entre outros.

O segmento de HPPC é o que maisse destaca no uso de embalagem do tipoaerossol. Sua aplicabilidade e pratici-dade estimulam cada vez mais o con-sumidor a adotar esse produto em suarotina. Entretanto, os indicadores expo-nenciais crescentes de consumo e obaixo conhecimento da populaçãoquanto aos impactos ambientais queestas embalagens, após seu consumo,

oferecem quando descartadas de formainadequada, incidem diretamente naviabilidade de tratamento e destinaçãofinal ambientalmente adequada das mes-mas, oferecendo junto ao crescente con-sumo o agravamento dos impactos aomeio ambiente e à saúde humana.

A revista “Embalagens &Tecnologia”, em sua 20ªedição (2014), apresentauma pesquisa realizadapelo Ibope referente àpreferência de embala-gens de aerossóis deaço e alumínio no setorde HPPC, revelando odesconhecimento doconsumidor quanto àsembalagens de seus pro-dutos. Na pesquisa, 64%dos participantes informa-ram não saber de que ma-terial a embalagem de seudesodorante é feita e 86%disseram que descartam asembalagens de aerossóis nolixo comum. Somente 15%dos entrevistados garantiramfazer o descarte como lixo re-ciclável.

Independente do segmentono qual essas embalagens esti-verem sendo usadas, todas po-dem prejudicar o meio ambien-te e a saúde humana. Os aeros-sóis são classificados como resí-duos potencialmente perigosostanto por conterem substânciasquímicas potencialmente perigosas– tais como alguns produtos sane-

antes, inseticidas e tintas –, quanto emrazão de que, em sua totalidade, as em-balagens serem pressurizadas com ga-ses propelentes, que são inflamáveis epodem causar incêndios e explosões.

Práticos e com uso em alta,aerossóis embutem riscos à saúde

e ao meio ambientepor Antonio de Oliveira Siqueira e Indara da Silveira Leme Santos

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Informativo CRQ-IV – 13Jan/Fev 2015

ARTIGO

Diante desse cenário, a melhor formade viabilização da reciclagem dessasembalagens é o seu pré-tratamento pordespressurização e segregação do produtoresidual do gás propelente, permitindoassim um processo de reciclagem seguroao meio ambiente e à saúde.

PROGRAMA - Preocupando-se com o atu-al cenário do âmbito legislativo brasi-leiro, que vêm adotando políticas públi-cas e instrumentos normativos em proldo desenvolvimento sustentável, junta-mente com a pouca desenvoltura da edu-cação ambiental e conscientização dospúblicos consumidores na utilização ecorreta destinação de embalagens deaerossóis, a Prolab Ambiental elaboroue já colocou em execução um programaque visa estimular a disposição corretadessas embalagens para que possam serrecicladas. Chamado Programa de Co-leta Voluntária de Aerossóis, ele tambémbusca contribuir para o fortalecimentodas cooperativas de catadores de resí-duos, gerando renda e trabalho.

O programa é bem simples, nãoapresentando nenhum custo de trata-mento e destinação para os participan-tes (pessoas físicas e jurídicas). O inte-ressado precisa apenas armazenar cer-

Profissionais da Prolab,Antonio Siqueira é Mestre em

Tecnologia Ambiental eIndara da Silveira Leme Santos

é Engenheira Ambiental.Contatos:

[email protected]

ta quantidade de embalagens de aeros-sóis e depois entregá-las nos seguintespontos de coleta:

Diretamente na Prolab(possibilita certificação)

O interessado deposita em nossoPosto de Coleta de Aerossóis as emba-lagens pós-consumo e registra seus da-dos para que a empresa possa emitir oselo ambiental Amigo do Meio Ambi-ente - AMA. O documento certifica aquantidade de aerossóis depositada,diminuindo os impactos ambientais e asaúde humana que essas embalagenscausariam. Essa ação se aplica a todos,mas é interessante para aqueles queapresentam volumes consideráveis edesejam obter o selo ambiental AMA.

Cooperativas de Catadores

No site www.prolab.eco.br existe arelação de cooperativas filiadas ao pro-grama. Todas estão licenciadas e suasatividades são monitoradas pelo Insti-tuto GEA Ética e Meio Ambiente, cujafinalidade principal é desenvolver a ci-dadania e a educação ambiental da po-pulação. Todas as embalagens recolhi-

das são compradas, coletadas e trata-das pela Prolab como forma de contri-buir para o desenvolvimento econômi-co e social dessas cooperativas.

Postos de Entrega Voluntária(PEVs) das prefeituras

A entrega também pode ser realiza-da por meio dos PEVs instalados pelasprefeituras e instituições públicas. Osmateriais ali dispostos são recolhidospor cooperativas que, durante o proces-so de segregação, separam as embala-gens e as destinam ao programa.

14 – Informativo CRQ-IV Jan/Fev 2015

LITERATURA

O livro Engenharia de Processos deSeparação apresenta os fundamentos dealguns dos métodos clássicos de sepa-ração usados em Engenharia Química eprocessos biológicos. Ao longo de cadacapítulo, são apresentados problemastotalmente resolvidos que ilustram osconceitos e as técnicas discutidos.

Escrito por Edmundo Gomes de Aze-vedo e Ana Maria Alves, ambos docen-tes do Instituto Superior Técnico de Por-tugal, a obra, editada pela IST Press, écomercializada no Brasil pela ZamboniBooks e pode ser adquirida no site http://bit.ly/1BSsE66, ao custo de R$ 192,00.

Em sua segunda edição, ControlesTípicos de Equipamentos e Proces-sos Industriais apresenta, de modo di-dático e por meio de vários exemplos,os sistemas de controle empregados naindústria do petróleo, petroquímica e degás natural, detalhando os controlado-res mais utilizados, as malhas de con-

trole, as principais estratégias avança-das, bem como as restrições e cautelasnecessárias à implementação dos siste-mas de controle.

Apesar de existir farta literatura so-bre os fundamentos teóricos de contro-le de processos, são poucas as publica-ções que discutem sua prática no meioindustrial. Este livro visa contribuir paramelhorar essa situação a respeito de umtema imprescindível na formação dosTécnicos e Engenheiros envolvidos di-retamente nessas operações e em ou-tras áreas correlatas.

De autoria dos engenheiros MarioCesar Mello Massa de Campos e Her-bert Campos Gonçalves Teixeira, queatuam como consultores na Petrobrasna área de instrumentação, automação,controle e otimização de processos, aobra custa R$ 142,00 e pode ser com-prada na página http://bit.ly/1CWtuT2do site da Editora Blucher.

Sorteios incluirão livros sobre técnicasde separação e controle de processosPara participar, escreva para [email protected], informando seu nome, nº de registro (ou CPF) e endereçoresidencial com CEP. No campo “Assunto” da mensagem escreva a palavra “Sorteio” e o título da obra deinteresse. Remeta e-mails separados se quiser concorrer a mais de um livro. Os sorteios ocorrerão dia 12/03.

MANUAL - Também editado pela Blu-cher, o livro Manual de Práticas eEstudos Dirigidos - Química, Bioquí-mica e Biologia Molecular apresentaalguns dos procedimentos experimen-tais mais utilizados nessas áreas. O tex-to permite ao estudante familiarizar-secom alguns tipos de equipamentos co-mumente usados em pesquisa, além deincluir informações importantes sobreprocedimentos a serem observados noque tange à segurança no laboratório.

As autoras são as professoras YaraMaria Michelacci e Maria Luiza VilelaOliva, do Departamento de Bioquími-ca da Escola Paulista de Medicina, ins-tituição vinculada à Universidade Fe-deral de São Paulo (Unifesp).

Com preço de capa de R$ 39,00, aobra pode ser adquirida na página http://bit.ly/1F2pQ9I do site da editora, ondetambém é possível fazer o download dealguns capítulos.

Informativo CRQ-IV – 15Jan/Fev 2015

RECONHECIMENTO

O reconhecimento de indústrias na-cionais e multinacionais já é uma reali-dade para a pesquisadora Joana D’ArcFélix de Sousa, docente da Escola Téc-nica (Etec) Prof. Carmelino Correa Jú-nior (Centro Paula Souza), de Franca.Orientadora do trabalho vencedor doPrêmio CRQ-IV (categoria “Química deNível Médio”) em 2014, elaborado pelaaluna Ângela Ferreira de Oliveira, Joa-na vem recebendo consultas de compa-nhias interessadas em investir na produ-ção da pele humana artificial para usoem transplantes e testes farmacológicos.

Os contatos aumentaram após a pu-blicação de um artigo na edição nº 128do Informativo CRQ-IV (julho/agos-to de 2014), que detalhou a metodolo-gia e os resultados obtidos pela pes-quisa. Segundo ela, as tecnologias de-senvolvidas apresentaram uma relaçãocusto-benefício que aliou ótima quali-dade a baixos custos. “A repercussãofoi muito grande, tanto em nível naci-onal como internacional. Várias insti-tuições de ensino, indústrias e jornaisentraram em contato”, destaca Joana,que é coordenadora do curso Técnicoem Curtimento da Etec.

Ao todo, cinco empresas manifes-taram interesse, sendo três indústriasquímicas, uma de cosméticos e umafarmacêutica. O foco é a transferênciade tecnologias para o desenvolvimentodos processos em escala industrial noBrasil e no exterior. A empresa do ramofarmacêutico visa produzir a pele hu-mana artificial, enquanto as indústriasquímicas e a de cosméticos pretendemrealizar a extração de colágeno gelifi-cado sustentável a partir de serragens eaparas de wet-blue (resíduos sólidos decurtumes).

A pesquisadora atribui essa deman-da a alguns fatores como, por exemplo,o registro de aproximadamente um mi-lhão de pessoas vítimas de queimadu-ras no mundo por ano. Além disso, elasalienta que os acidentes com fogo sãoa segunda causa de morte na infânciano Brasil e nos Estados Unidos.

APLICAÇÕES - A pele humana artificialpode ser usada em transplantes de pele,servindo como estrutura de apoio paraque o organismo do paciente reconstruacom eficácia a área lesada. “O transplan-te entre indivíduos possui um alto índi-ce de rejeição. Sendo assim, o desenvol-vimento de pele artificial é uma impor-tante contribuição para a área de medi-cina regenerativa”, observa.

O produto também pode ser utiliza-do no tratamento de queimaduras e narecuperação da pele de pessoas afeta-das por tumores, hérnias ou feridas dedifícil cicatrização. Outras possíveisaplicações são: uso em testes de pro-dutos cosméticos e farmacêuticos a um

custo mais baixo e sem o uso de ani-mais; desenvolvimento de novas estra-tégias de tratamento de patologias der-matológicas; e utilização em pesquisasde laboratório que, atualmente, são fei-tas utilizando animais.

PREMIAÇÕES - Além do Prêmio CRQ-IV, a pele humana artificial também foireconhecida na Feira Brasileira de Ci-ências e Engenharia de 2013 e, maisrecentemente, pela Associação Brasi-leira da Indústria Química (Abiquim).Em dezembro do ano passado, duranteo 19º Encontro Anual da Indústria Quí-mica (Enaiq), ela recebeu o PrêmioKurt Politzer de Tecnologia 2014 nacategoria “Pesquisador”.

“As premiações abrem muitas por-tas para que as pesquisas possam rece-ber incentivos. Durante a premiação daAbiquim, ocorreram três contatos im-portantíssimos. Em um deles, o cônsulde um país europeu agendou uma reu-nião com o interesse de levar as tecno-logias para o seu país”, relata.

Empresas querem investir emtrabalho ganhador do Prêmio CRQ-IV

Pesquisa propôs a produção de pele artificial com resíduos extraídos de curtumes

Alberto Murayama

A pesquisadora Joana D’Arc Félix de Sousa também ganhou o Prêmio Kurt Politzer, oferecido pela Abiquim