mais que um carpinteiro de josh mcdowell

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Seminário Teológico Dr. Pedro Tarsier Apologética prof. Niles Kael Uma análise da obra Márcio Giovane Rosa Araujo

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Um resumo da obra "Mais Que Um Carpinteiro" de Josh McDowell.

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Page 1: Mais Que Um Carpinteiro de Josh McDowell

Seminário Teológico Dr. Pedro Tarsier

Apologética – prof. Niles Kael

Uma análise da obra Márcio Giovane Rosa Araujo

Page 2: Mais Que Um Carpinteiro de Josh McDowell

Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 2

Sumário PREFÁCIO ................................................................................................................................................. 4

1. O que torna Jesus tão peculiar? ............................................................................................................ 5

1.1 A divindade de Cristo: ........................................................................................................................ 5

1.2 Jesus Cristo é um nome e um título. ................................................................................................... 5

1.3 Jesus é apresentado como um ser: ..................................................................................................... 6

1.4 Testemunharam e reconheceram a Jesus como Cristo. ....................................................................... 6

1.5 Jesus afirmou com ousadia: ................................................................................................................ 7

1.6 Análise do testemunho de Cristo mostra que ele se declarou ser: ...................................................... 7

1.7 A partir das declarações de Jesus, os judeus poderiam deduzir duas coisas: ....................................... 8

2. Senhor, mistificador ou maluco? .......................................................................................................... 8

2.1 A alegação de Deus é falsa: Jesus sabia que era falsa ou não sabia?.................................................... 9

2.1.1 Ele era um mistificador? .............................................................................................................. 9

2.1.2 Seria Ele um louco? ................................................................................................................... 10

2.1.3 Era Ele o Senhor? ....................................................................................................................... 10

3. E a Ciência? ........................................................................................................................................ 10

3.1 A prova histórica tem o mesmo valor da prova científica .................................................................. 11

3.2 Três componentes para termos um relacionamento pleno com Deus ............................................... 12

4. Serão dignos de crédito os escritos bíblicos? ...................................................................................... 12

4.1 O teste bibliográfico ......................................................................................................................... 13

4.2 O teste da evidência interna ............................................................................................................. 13

4.3 O teste da evidência externa ............................................................................................................ 15

5. Quem morreria em defesa de uma mentira? ...................................................................................... 17

6. De que vale um Messias Morto? ........................................................................................................ 18

7. Você ouviu o que aconteceu a Saulo? ................................................................................................. 18

8. Quem pode segurar um homem bom? ............................................................................................... 19

8.1 O sepultamento de Jesus .................................................................................................................. 19

8.2 O túmulo vazio ................................................................................................................................. 19

8.3 Seria outro túmulo? ......................................................................................................................... 19

8.4 Teoria do desmaio ............................................................................................................................ 20

8.5 O corpo roubado .............................................................................................................................. 20

8.6 Evidências a favor da ressurreição .................................................................................................... 20

9. O verdadeiro Messias, por favor, levante-se!...................................................................................... 20

9.1 Uma identificação na história ........................................................................................................... 20

9.2 Trinta moedas de prata .................................................................................................................... 21

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 3

9.3 Objeção: o cumprimento destas profecias foi pura coincidência ....................................................... 21

9.4 Outra objeção .................................................................................................................................. 21

10. Será que não existe outro meio? .................................................................................................... 21

11. Ele transformou minha vida............................................................................................................ 21

12. Conclusão....................................................................................................................................... 21

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 4

PREFÁCIO

Após pouco mais de dois milênios, olhar para a figura histórica de Jesus Cristo e os Evangelhos exige, antes de tudo, um exercício de fé. Afinal, o homem que nasceu em Belém da Judéia e andou nas empoeiradas ruas de Nazaré morreu como um criminoso, numa cruz em Jerusalém, ao lado de ladrões. Não seria apenas o filho de José, o carpinteiro? A desconfiança de que Deus, o Todo-poderoso, não poderia ser apenas um aprendiz de marceneiro, com mãos calejadas e feridas pelo trabalho, ainda pesam nas mentes e corações deste século 21. Inicialmente agnóstico, o autor Josh McDowell desconfiou deste fato. Sua primeira experiência como apologista foi após uma tensa reunião que teve em sua faculdade. McDowell queria provar que os argumentos históricos da ressurreição eram frágeis, e, após meses de empreitada pesquisando em bibliotecas dos Estados Unidos e Europa, levou um susto. Os documentos que faziam parte do Antigo e do Novo Testamento bíblico eram os mais confiáveis da História antiga. “Mais que um carpinteiro” atingiu recordes importantes na história dos livros cristãos, como: sendo o primeiro livro cristão traduzido em mais de 100 idiomas, e atingir a marca de mais de 15 milhões de exemplares vendidos no mundo, ainda na edição da década de 1970! Na edição analisada neste trabalho de 21/02/2011, mais ampliada e atualizada que a original, é trazido para o século 21 os dilemas e as respostas da historicidade cristã - num cenário onde o ateísmo e outras doutrinas tentam transformar em mito a verdade dos Evangelhos. A obra é uma forte defesa do testemunho da veracidade histórica de Cristo e de sua ressurreição. Percebe-se ao ler a obra que, o leitor passa desde os argumentos científicos até os teológicos, com inúmeras referências bíblicas e uma profunda argumentação baseada em amplo conhecimento exegético – o porquê das declarações de Jesus - e como elas evidenciam a sua divindade, o sentido prático de seu sacrifício e da sua ressurreição. Assim, para os recém-convertidos (néscios), é um material de alimento fortificante, à medida que responde a vários questionamentos: iniciando pela simplicidade do primeiro amor, passando pelos alicerces da fé e culminando no “ide” de evangelização.

Márcio G. R. Araujo maio/2014.

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Mais que um carpinteiro Uma análise da obra

1. O que torna Jesus tão peculiar? Josh McDowell, aqui referenciado a partir de agora apenas por McDowell, começa perguntando quem é Jesus Cristo a um grupo de pessoas em Los Angeles. A resposta consolidada - e que McDowell concordou - foi que Ele era um grande guia religioso. Algo dizia a McDowell que Jesus não era apenas isso. Em seu saber, percebia que a história tinha registrado muitos conflitos em torno do nome de Jesus Cristo. Quando o nome era “Deus”, ninguém se perturbava! Trocando-o para “Jesus”, havia ora encerramento de conversa, ora defensibilidade na discussão de outros pontos de vista. Em sua observação da “nominalidade de Deus” ao trocar-se por: “Buda”, “Maomé” ou “Confúcio” estes não agrediam as pessoas, pois não se declararam que eram Deus, como fez Jesus. O ponto que vai além do “mero líder religioso” é justamente esse: Jesus se declarava Deus. Em seus discursos, Jesus fazia mostrar-se muito mais além que profeta e mestre, explicitando ao povo a sua divindade. Apresentava-se como sendo a única via de comunicação que permitia um relacionamento do homem com Deus; como o único recurso para o perdão dos pecados. Enfim, único caminho para a salvação. McDowell, então, percebeu uma situação drástica ali: ia além do mero pensamento ou da crença de quem ouvia a Jesus, antes, o foco de atenção maior era quem Jesus se declarava ser. Assim, McDowell citou o Novo Testamento para justificar que Jesus Cristo era realmente Deus: “A divindade de Cristo”:

1.1 A divindade de Cristo:

João 1:1,14: “e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”.

João 1:18: “o unigênito de Deus”.

João 20:28: “Tomé disse a ele [Jesus]: Meu Senhor e meu Deus”.

Tito 2:13: “Nosso Grande Deus e Salvador Jesus Cristo”.

I João 5:20: “Jesus Cristo. Ele é o verdadeiro Deus e vida eterna”.

Colossenses 2:9: “Em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da

Divindidade”.

Hebreus 1:3: “O Filho é a expressão exata do ser de Deus”.

A divindade de Cristo vai além do deísmo maometano e judeu (um espírito infinito e perfeito, em que todas as coisas têm sua origem, existência e fim), pois acrescenta que “Deus se manifestou em carne, na pessoa de Jesus de Nazaré.”.

1.2 Jesus Cristo é um nome e um título.

Jesus = Josué = “Jeová Salvador” ou “o Senhor salva”.

Cristo = Messias = “Ungido” = 2 encargos: Rei + Sacerdote.

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O Novo Testamento apresenta Cristo como Deus – Tt 2:13; Jo 1:1; Hb 1:8; Rm 9:5 e 1Jo 5:20-21. Tais características só podem ser verdadeiras se aplicadas a Deus.

1.3 Jesus é apresentado como um ser:

de subsistência própria: (Jo 1:4; 14:16);

onipresente: (Mt 28:20; 18:20);

onisciente: (Jo 4:16; 6:64; Mt 17:22-27);

onipotente: (Ap 1:8; Lc 4:39-44; 7:14-15; Mt 8:26-27);

possuidor de vida eterna (1Jo 5:11-12,20; Jo 1:4). Jesus recebeu honrarias e adoração somente devidas a Deus. Em um confronto com Satanás, Ele disse: “Está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele darás culto.” - em Mt 4:10 referindo-se a Ex 20:4-5. Contudo, Jesus aceitou adoração como Deus (Mt 14:33; 28:9), e algumas vezes demandou ser adorado como Deus (Jo 5:23; Hb 1:6; Ap 5:8,14). A maioria dos seguidores de Jesus eram judeus de profundas convicções religiosas (fariseus, saduceus, essênios e zelotes), que acreditavam em apenas um Deus verdadeiro. Eram monoteístas ao extremo, porém não reconheciam a Jesus como o Deus encarnado. A exemplo de Saulo (Paulo), por ser fariseu, inicialmente não tinha a menor chance de atribuir divindade a Jesus: de adorar a um homem de Nazaré e de chamá-lo Senhor. Após o episódio em Damasco, levou um tempo, mas foi exatamente o que ele fez. Reconheceu o cordeiro de Deus (Jesus) como sendo o próprio Deus afirmando: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual Ele comprou com seu próprio sangue.” At 20:28.

1.4 Testemunharam e reconheceram a Jesus como Cristo.

Pedro: Mt 16:17 – “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”.

Marta: Jo 11:27de – “...eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus...”.

Estevão: At 7:59cd – “Senhor Jesus, recebe o meu espírito.”.

Autor da carta aos Hebreus – Hb 1:8abcd – “mas acerca do Filho: O teu trono, ó

Deus, é para todo o sempre;”.

João Batista: Mc 1:11b – “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.”.

Tomé: Jo 20:26-28 – “Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!”.

McDowell demonstra que até aqui tem-se testemunhas de Cristo, e não Cristo falando de si mesmo como sendo Deus. Noutras palavras, Jesus realmente nunca se declarou ser Deus. Em Jo 5:16-18 temos a cura de um aleijado por Jesus num sábado. Os judeus ficaram duplamente irados: primeiro porque havia Jesus “trabalhado” no sábado (rompendo com a Lei, pois somente os sacerdotes o poderiam fazer) e segundo porque dizia que Deus era o seu próprio Pai, igualando-se a Ele (blasfêmia com punição de morte). No contexto histórico-cultural dos judeus à época de Jesus, quando Ele pronunciou “meu Pai” e não a pronúncia esperada de um judeu - “pai celeste” – foi justamente para mostrar aos judeus a proximidade que Jesus tinha com Deus: Ele era o Filho de Deus. Isto causou revolta

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nos judeus, transformando-a em ódio de morte a Jesus, quando Ele afirmara que: “Eu e o Pai somos um.” (Jo 10:30). O que os judeus não sabiam é que este “somos um” significava a mesma unidade, mesma pessoa e mesmo propósito - com idêntica essência e natureza - jamais distinta (para não causar politeísmo, abominado por Deus). Entretanto, a pior interpretação coube aos judeus: as palavras de Jesus são blasfêmia, e decidiram por tomar julgamento dEle em suas próprias mãos, haja visto que a Lei mosaica decretava morte por apedrejamento neste caso (Lv 24:16). E Jesus é ameaçado com apedrejamento de morte por crime de “blasfêmia”. A bíblia narra que os judeus ouviram as palavras de Jesus, mas não a ponto de entendê-las – não pararam para averiguar a veracidade dessas! Jesus, sim, falou várias vezes de si mesmo como sendo um com Deus em essência e natureza.

1.5 Jesus afirmou com ousadia:

Jo 8:19de: “Se conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai.”.

Jo12: 45: “E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.”.

Jo 15:23: “Quem me odeia, odeia também a meu Pai.”.

Jo 5:23b: “Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.”. Todas estas referências indicam com clareza que Jesus apresentava-se a si mesmo não como um mero homem; antes ele era igual a Deus. A maior ira dos fariseus contra Jesus era a blasfêmia de suas palavras, tais como: “...os teus pecados estão perdoados.” – Mc 2:5 e Lc 7:48-50. Pela lei judaica isto era algo que somente Deus poderia fazer – Is 43:25. Quando Cristo perdoou o pecado de uma pessoa, não estava exercitando uma prerrogativa humana, sim o exercício de Deus. Este conceito importunou mente de McDowell por um tempo, enquanto não o entendia. McDowell sabia que nós conseguimos perdoar a uma pessoa exclusivamente se esta pecou contra nós, e não contra Deus. O perdão de pecados de terceiros (que não a nós) somente Deus poderia fazê-lo. E foi isso que Jesus fez. Não admira que os judeus tenham reagido com tamanha intensidade ao ver um carpinteiro de Nazaré fazer uma declaração tão audaciosa. Esta autoridade de Jesus para perdoar pecados é um admirável exemplo de seu exercício de uma prerrogativa exclusiva de Deus. Argumento de fariseus para matar Jesus era o que não faltava. No julgamento de Jesus citado em Mc 14:60-64, Jesus responde ao sumo sacerdote: “Eu sou [o Cristo, o Filho do Deus bendito], e vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu.”. Ao ouvir isto, dispensando as testemunhas de Jesus, o sumo sacerdote rasga as roupas e sentencia Jesus à morte por blasfêmia e é apoiado pelo povo nesta decisão.

1.6 Análise do testemunho de Cristo mostra que ele se declarou ser:

1) O Filho do Deus bendito; 2) Aquele que se sentaria à mão direita do Todo-poderoso, e 3) O Filho do homem que viria com as nuvens do céu.

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Cada uma destas afirmações é de conteúdo messiânico. O Sinédrio, isto é, a alta corte judaica percebeu estes três pontos, motivo pelo qual o sumo sacerdote rasgou as vestes [a lei expressa em Lv 10:6; 21:10 exigia que um sacerdote na condição de juiz expressasse deste modo o seu horror diante de uma blasfêmia pronunciada em sua presença], dispensou testemunhas e proferiu sentença final de morte a Jesus [o próprio Prisioneiro “se incriminara” confessando]. Pactuantes desta sentença estavam homens como Gamaliel e o seu notável pupilo, Saulo de Tarso. Está claro que este era o testemunho que Jesus queria dar a respeito de si mesmo. Entretanto, percebe-se que os judeus entenderam sua resposta como uma declaração de que era Deus.

1.7 A partir das declarações de Jesus, os judeus poderiam deduzir duas coisas:

1) Tratava-se de um blasfemador, então candidato à morte por apedrejamento ou 2) Ele era Deus.

Infelizmente os juízes do Sinédrio ficaram com a primeira opção. Foi um processo criminal culminando em execução por culpa, não devido aos atos de Jesus, mas sim por causa da identidade e dignidade de Cristo. O julgamento de Jesus foi prova suficiente que ele confessou sua divindade (atestou em verdade). Seus juízes dão testemunho disso. No dia da Sua crucificação, seus inimigos reconheceram que ele se declarou ser Deus encarnado. “De igual modo os principais sacerdotes, com os escribas, e anciãos, escarnecendo, diziam: Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz e creremos nEle. Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se de fato lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus.” (Mt 27:41-43).

2. Senhor, mistificador ou maluco? As claras alegações que Jesus fez de que era Deus eliminam as meras visões céticas de que não passava de um homem bom e moralista, ou como profeta que pronunciou verdades profundas. Jesus assim entendido, não foge do plano intelectual. Entretanto, seu trabalho foi espiritual e acima de qualquer razão humana. O fundamental para Jesus era a importância de que homens cressem em quem Ele era. Do ponto de vista racional, Jesus fez loucuras que não passariam de tolices, sendo no máximo um grande mestre humanista. Sem a espiritualidade alimentada pela fé, há a transformação dos ensinamentos de Cristo e a morte de cruz em filosofia banal. Em contrapartida, do ponto de vista teológico, as palavras de Cristo eram de forma tão absoluta, uma característica dEle e de manifestações da Sua personalidade - que não fariam nenhum sentido, se consideradas como afirmações abstratas da verdade, feitas por Ele, na posição de oráculo divino ou profeta. Tire-se a pessoa dEle como o objeto primário (embora não o final) de cada uma de suas asserções e elas caem por terra. Não foram os ensinamentos de Jesus que o tornaram notável, embora eles sejam suficientes para dar-lhe proeminência, antes uma combinação destes ensinamentos com a Sua pessoa. Esses dois elementos não podem ser dissociados. Deve estar claro, para

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qualquer leitor atento dos registros do Evangelho, que Jesus considerava sua mensagem como impossível de ser destacada de si mesmo. Ele foi um grande mestre, mas não apenas isto. Seus ensinamentos acerca do Reino de Deus, da conduta humana, e acerca de Deus eram muito importantes, mas não poderiam ser desassociados dEle sem que, segundo a opinião de Jesus, fossem distorcidos. Jesus se declarava ser Deus. E Ele não deixou nenhuma outra opção de escolha senão ser verdadeira ou falsa, constituindo um conceito que merece profunda consideração. A pergunta que Jesus dirigiu aos discípulos: “Mas vós quem dizeis que eu sou?” Mt 16:13-16 tem várias alternativas:

2.1 A alegação de Deus é falsa: Jesus sabia que era falsa ou não sabia?

2.1.1 Ele era um mistificador?

Se, ao fazer a declaração de que era Deus Ele sabia que não era, então estava mentindo e enganando deliberadamente a seus seguidores. Mas se era enganador, então era também hipócrita, porque disse aos outros que fossem honestos, custasse o que custasse, enquanto Ele próprio viveria uma outra coisa. Mais que isso, Ele seria um demônio, pois dizia aos outros que confiassem a Ele o seu destino eterno. Se não podia apoiar as Suas declarações, e sabia disso, então Ele era indescritivelmente maligno. Por último, Ele seria também um tolo, porque foi vã a Sua afirmação de que era Deus quem provocou a Sua crucificação. Jesus poderia ter sido considerado mestre moralista, e conscientemente, enganar o povo, mas iria contradizer-se ao ponto máximo de Seu ensino: a Sua identidade! Como de fato, em toda parte em que seu nome é proclamado, vidas têm sido transformadas e países têm alcançado progresso, ladrões tornam-se homens honestos, alcoólatras são curados, indivíduos odiosos se tornam canais de amor e pessoas iníquas se tornam justas. Do ponto de vista de um historiador, Jesus Cristo através de um registro simples de três anos de vida ativa tem feito mais para regenerar e amenizar a humanidade, que todos os tratados filosóficos e exortações moralistas somadas até então realizadas. O testemunho dEle, se não fosse verdadeiro, seria a mais absoluta loucura ou blasfêmia. A hipótese de que Jesus teria sofrido um “auto-engano” sobre si e seus ensinamentos também estão fora de cogitação. Seu caráter foi tão original, completo, tão uniformemente consistente e perfeito, tão humano, e ao mesmo tempo tão superior a todas as grandezas humanas, que não pode ser fraude ou ficção. Jesus também não foi mero mistificador, pois em nome da lógica, do bom senso e da experiência, como poderia um impostor ter sustentado tamanha coerência de início ao fim, em ensinamentos e atos, no tratamento de verdades e realidades? Em tempo, como poderia Ele ter concebido e executado, com todo sucesso, um plano de inigualável beneficência, grandeza moral e sublimidade, e ainda sacrificado Sua vida por ele, em face dos inúmeros preconceitos de seu povo e Sua época? Se Jesus queria que o povo o seguisse e acreditasse nEle como sendo Deus, por que foi logo ao povo judeu? Por que apresentar-se como carpinteiro nazareno a um país diminuto em tamanho e em população, e tão completamente apegado à idéia da unidade indivisível

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 10

de Deus? Por que não foi Ele para o Egito, ou ainda melhor, para a Grécia, onde o povo acreditava em vários deuses e em variadas manifestações desses. Logo, uma pessoa que viveu o que Jesus viveu, ensinou o que Ele ensinou, e morreu como Ele morreu, não poderia ter sido mentiroso. Que outras alternativas ainda existiriam?

2.1.2 Seria Ele um louco?

Se é inconcebível que Jesus fosse mentiroso, não seria possível então que ele pensasse realmente que era Deus, mas que estivesse enganado? Afinal, é possível uma pessoa ser sincera e estar errada. É cabido salientar que, para um homem acreditar que Ele é Deus, principalmente vivendo numa cultura de radical monoteísmo, afirmar aos outros que o destino eterno de cada um dependia da crença nEle, é preciso muito mais que uma mente fantasiosa: é preciso ter os pensamentos de um louco no sentido mais amplo da palavra. Uma pessoa que pensa ser Deus é como se alguém se intitulasse por ser Napoleão. Ela estaria iludida, enganando a si própria, e, provavelmente, seria trancada num manicômio para não causar maiores danos a si ou a terceiros. Entretanto, em Jesus não enxergamos nenhuma anormalidade ou desequilíbrios. A luz de outros conhecimentos que possuímos acerca de Jesus, é difícil imaginar que ele era um demente. Antes, deparamos com um homem que formulou alguns dos mais profundos pensamentos já registrados neste mundo. Seus ensinamentos já libertaram várias pessoas das drogas, prisões, depressão e outros cativeiros mentais. Pode-se afirmar que todos os tratados de psicologia e de psiquiatria somados juntos e a qualquer tempo, retirado o excesso de palavreado, o núcleo seria um resumo incompleto e desajeitado do Sermão do Monte.

2.1.3 Era Ele o Senhor?

McDowell não pode concluir que Jesus era um mentiroso. A única alternativa que lhe coube aceitar – e, portanto concluir – é que Ele era o Cristo, o Filho de Deus, como declarou. Mais que: um líder religioso, um homem justo, correto, exemplo humano e profeta, Jesus Cristo não se define num simples exercício intelectual. Muito menos taxá-lo de grande moralista e de mestre. Tais opções não se completam como válidas. Ao passo que, analisado nós do ponto de vista espiritual, “... crendo, tenhais vida em Seu nome.” Jo 20:31. As evidências testificam em favor de Jesus como Senhor. Todavia, há pessoas que rejeitam estas evidências transparentes por causa de implicações morais envolvidas na questão. Não desejam encarar as responsabilidades ou implicações decorrentes do ato de chamá-lo de Senhor.

3. E a Ciência? Muitas pessoas tentam esquivar-se de uma consagração pessoal a Cristo, expressando a idéia de que, se uma hipótese não puder ser provada cientificamente, ela não é verdadeira, ou não merece ser aceita. E como ninguém pode provar a divindade de Jesus

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cientificamente, nem sua ressurreição, então os indivíduos deste século tem mais o que fazer do que aceitar Cristo como Salvador ou acreditar na sua ressurreição. Há choques de opinião na filosofia e na história acerca da falta de prova científica sobre o que Cristo era quem disse ser, senão pela fé. O nível de mentalidade humana é hoje estarrecedor. Hoje, ainda existem inúmeras pessoas que apóiam a idéia de que se não é possível provar uma noção qualquer cientificamente, então ela não é verdadeira. Segundo McDowell, há um problema a ser definido entre uma prova científica e uma prova histórica judicial. A prova científica baseia-se na demonstração de que algo é fato pela repetição do experimento na presença do indivíduo que questiona. Dado um ambiente controlado onde se observa, chega-se a conclusões, testando hipóteses empiricamente. Ocorre que nem tudo é possível se repetir valendo-se do método científico. Por exemplo, provar que você foi a algum lugar hoje, viu e ouviu fatos deste lugar, e dizer que o seu testemunho não é verdadeiro, dado que a repetição idêntica e controlada não seria então possível de se realizar. Neste caso, tem-se a prova histórica – que se baseia na demonstração de que um fato realmente ocorreu a partir de testemunho.

3.1 A prova histórica tem o mesmo valor da prova científica

Documentada através de testemunho a prova histórica pode ser:

Oral

Escrita

De evidências Por exemplo, a foto tirada no local com a sua pessoa ou o registro desta em alguma câmera de segurança. Ou ainda as pessoas que lá lhe encontraram e testemunham isto. Ou ainda, lembrar-se de vozes e sons típicos apenas audíveis aos que naquele lugar e momento ouviam. Assim, o método científico só pode ser aplicado quando se deseja provar experimentos que podem ser repetidos: não se aplicam a eventos históricos, tais como:

George Washington existiu mesmo?

Martin Luther King era defensor dos direitos humanos?

Quem foi Jesus de Nazaré? Tais fatos situam-se fora da esfera da prova científica, mas carecem do plano da prova judicial. Assim, o método científico, no qual se baseia toda a observação na obtenção de informações, na formulação de hipóteses, em deduções e na verificação experimental, não fornece respostas a perguntas a eventos históricos, antes precisa é verificar a fidelidade dos testemunhos. Cabe ainda salientar que a fé cristã não é cega, nem uma crença ignorante, mas uma fé inteligente. Toda vez que, na Bíblia, uma pessoa é chamada a exercitar a fé, trata-se de uma fé inteligente. Em Jo 8:32a Jesus diz o seguinte: “E conhecereis a verdade”, e não “ignorareis a verdade”.

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 12

3.2 Três componentes para termos um relacionamento pleno com Deus

Perguntaram ao Senhor: “Qual é o maior dos mandamentos?”. E Ele respondeu: “Amar o Senhor teu Deus de todo o coração, e todo o teu entendimento.” Mc 12:30. O que acontece com a maioria das pessoas é que elas param no coração. Os eventos acerca de Cristo nunca chegam à mente. Recebemos uma mente renovada do Espírito Santo para conhecer a Deus, tanto quanto um coração para amá-lo e uma vontade para escolhê-lo. Precisamos ativar estas três áreas para termos um relacionamento pleno com Deus, glorificá-lo realmente.

4. Serão dignos de crédito os escritos bíblicos? O Novo Testamento é a principal fonte de informação histórica a respeito de Jesus. Por causa disso, muitos críticos do século XIX e XX atacam a veracidade dos documentos bíblicos: ora por falta de fundamento histórico, ora de falta de provas e demais pesquisas arqueológicas. Algumas descobertas arqueológicas do século XX apontam para datas do Novo Testamento próximas de 130, 155 e 200 d.C.. Pode-se afirmar que, com toda a certeza, que não existem mais bases sólidas para se fixar a data de qualquer livro do Novo testamento para depois de 80 d.C.. Todos os livros do Novo Testamento foram escritos por judeus batizados entre os anos 40 e 80 do primeiro século, provavelmente entre os anos 50 e 75. Em tempo, o livro de Atos dos Apóstolos, após detalhado estudo sobre o que Lucas escrevera e a riqueza de detalhes com que narra, pode-se afirmar que é um livro da metade do século I, e não de meados do século II. Atualmente, alguns críticos afirmam que o conteúdo do Novo Testamento foi sendo transmitido oralmente até que foi colocado na forma escrita, nos Evangelhos. Em tempo, este relato escrito ainda assim poderia estar “contaminado” com alguma forma de interação popular (lendas, contos, mitos e parábolas), embora fosse um número baixo de anos para que a herança em documentação oral passasse a se tornar uma forma de literatura popular. A maior contestação contra a crítica da contaminação por tradição oral é que o tempo não foi suficientemente longo para caracterizá-la. Isto é, pelo breve tempo para gerar-se documentação escrita da tradição oral acerca dos Evangelhos, estes foram escritos no período de uma geração ou pouco mais. Como salientado no trabalho de McDowell, um período de 20 a 50 anos é insignificante para permitir a tese de uma deterioração apreciável do conteúdo essencial, a até mesmo dos termos empregados por Cristo. McDowell ainda afirma que há mais evidências de veracidade no Novo Testamento do que todas as obras de literatura clássica reunidas, pois o Novo Testamento atende a um padrão específico de testes para determinar a sua autenticidade e credibilidade, sendo os seguintes testes: bibliográfico, evidência interna e evidência externa.

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 13

4.1 O teste bibliográfico

Consiste num exame da transmissão textual pela qualidade pela qual os documentos chegaram até nós. Noutras palavras, não existindo o documento original, qual é o índice de fidelidade das cópias de que dispomos, em relação ao número de manuscritos e o intervalo de tempo decorrido entre o original e a cópia existente? Os exemplos históricos de documentação adquirida pós fato não diminuem a veracidade e autoridade do documento. Exemplo:

História de Tucididas (460-400 a.C.) 1.300 anos depois chegou a 8 manuscritos.

Obras de Aristóteles (343 a.C.) 1.400 anos depois chegou a 5 manuscritos.

Guerras de César (58-50 a.C.) 1.000 anos depois chegou a 9 manuscritos. Quando examinamos a autoridade dos manuscritos do Novo Testamento, a abundância de material é quase constrangedora em contraste com outras obras históricas. O intervalo entre as datas da composição original e da cópia mais antiga existente tornou-se tão pequeno que pode ser desprezado, e assim são removidos os últimos argumentos para se duvidar de que as Escrituras tenham chegado até nós com o mesmo texto do original. Tanto a autenticidade, quanto a integridade dos livros do Novo Testamento podem ser consideradas como estando plenamente estabelecidas. Assim, aplicando-se o teste bibliográfico ao Novo Testamento, verifica-se que ele possui a maior base manuscrítica que qualquer outra peça literária da antiguidade, estabelecendo a sua autenticidade por todos os tempos.

4.2 O teste da evidência interna

O teste bibliográfico determina apenas que o texto que possuímos é o mesmo que foi originalmente registrado. Temos ainda que verificar se tal registro escrito é merecedor de crédito e até que ponto. Essa é a função da evidência interna, o segundo teste de historicidade. É preciso ouvir as alegações do documento analisado - no sentido deste ser “capaz de dizer a verdade” - e não assumir a hipótese de fraude ou erro, a não ser que o próprio autor se desacredite, caindo em contradições ou comentando erros sobre fatos conhecidos. A expressão do documento que tem “capacidade de dizer a verdade” está intimamente associada à proximidade tanto geográfica quanto cronológica da testemunha com eventos registrados. As narrativas neo-testamentárias da vida e ensinos de Jesus foram registradas por homens que haviam sido, eles próprios, testemunhas oculares dos fatos ou que relataram as observações das testemunhas oculares dos eventos ou dos ensinos de Cristo. Exemplos: Lc 1:1-3

1 Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram,

2 conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra,

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 14

3 igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por

escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem,

2Pe 1:16

16 Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas

engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade,

1Jo 1:3

3 o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais

comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.

Jo 19:35

35 Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que

também vós creiais.

Lc 3:1

1 No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes,

tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe, tetrarca da região da Ituréia e Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene,

Esta proximidade dos eventos registrados é um meio extremamente efetivo de garantir-se a exatidão do que é fixado pela testemunha. Contudo, o historiador também tem que levar em conta a testemunha que, consciente ou inconscientemente, pode narrar inverdades, embora esteja bem próxima do evento, e, portanto balizada a relatar a verdade. Os relatos acerca de Cristo encontrados no Novo Testamento estavam sendo circulados nos limites do tempo da vida daqueles que foram contemporâneos dEle. Essas pessoas poderiam, portanto, confirmar ou negar a exatidão dos relatos. Os próprios apóstolos, ao defenderem sua apresentação da mensagem evangélica, haviam apelado (mesmo contra os ferrenhos opositores) ao conhecimento público geral a respeito de Jesus. Eles não diziam apenas: “Olhe, presenciamos isto”, ou “Ouvimos falar daquilo...”, mas ele confundia inteiramente os críticos adversos, pois afirmavam: “Vocês também têm conhecimento destas coisas. Vocês presenciaram tudo; vocês próprios sabem disso.” Um contendor, em sua defesa, tem de ser muito cauteloso quando diz ao seu oponente: “Você também sabe disso”, pois se não estiver com a razão até nos mínimos detalhes, seu argumento será derrotado. Foi a caso dos exemplos em Atos dos Apóstolos que segue: At 2:22

22 Varões israelitas atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com

milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos

sabeis;

At 26:24-26

24 Dizendo ele estas coisas em sua defesa, Festo o interrompeu em alta voz: Estás louco, Paulo! As muitas letras

te fazem delirar!

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 15

25 Paulo, porém, respondeu: Não estou louco, ó excelentíssimo Festo! Pelo contrário, digo palavras de verdade e

de bom senso.

26 Porque tudo isto é do conhecimento do rei, a quem me dirijo com franqueza, pois estou persuadido de que

nenhuma destas coisas lhe é oculta; porquanto nada se passou em algum lugar escondido.

Do ponto de vista de exegese bíblica, pode-se firmar que não foi somente testemunhas favoráveis que os primeiros pregadores tiveram de considerar; haviam outras, menos interessadas, e que também estavam inteiradas dos fatos do ministério e morte de Jesus. Os discípulos não poderiam arriscar-se a cometer erros, pois seriam imediatamente postos a descoberto por gente ficaria muito feliz por fazê-lo. Mas, pelo contrário, um dos pontos principais da pregação apostólica original era um apelo confiante ao conhecimento de seus ouvintes; eles não somente diziam: “Nós somos testemunhas destas coisas”, mas também afirmavam: “... como vós mesmos sabeis” – At 2:22. Se houvesse ocorrido qualquer inclinação para se desviarem da realidade, em qualquer aspecto material, a possível presença de testemunhas hostis na platéia teria funcionado como fator corretivo. Como havia várias testemunhas oculares dos eventos de pregação que ainda estavam vivas, e também de testemunhas hostis, ambas balizavam o norteio da pregação, que ia se fixando na mente de todos. Assim, se algo na pregação saísse errado, haveria contestação por parte das testemunhas: oculares e hostis. Na época que os evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) foram escritos, havia testemunhas oculares. Isto significa que os Evangelhos devam ser considerados como testemunhos merecedores de todo crédito da vida, morte, ressurreição e assunção de Jesus aos céus. Até do ponto de vista filosófico os Evangelhos têm evidência interna, pois apesar de todos os preconceitos dos autores em suas idéias teológicas, eles registraram muitos incidentes que, se estivessem a inventar fatos, teriam procurado amenizar – como, por exemplo, a competição dos apóstolos pela proeminência no Reino, a negação de Pedro, o fracasso de Cristo ao tentar operar milagres na Galiléia, as referências de alguns auditores à sua possível insanidade, sua inicial incerteza com relação à sua missão, suas confissões de ignorância quanto ao futuro, seus momentos de amargura, seu clamor de desespero na cruz; ninguém que leia tais descrições pode duvidar da realidade da figura que as inspirou. Isto posto, pensar que alguns homens pudessem criar, em uma geração, uma personalidade tão marcante, tão poderosa, uma ética tão elevada e uma visão tão inspiradora da fraternidade humana, seria um milagre mais extraordinário que os registrados nos Evangelhos.

4.3 O teste da evidência externa

O terceiro teste de historicidade é o da evidência externa. A questão neste caso é saber se a matéria histórica confirma ou nega o testemunho interno (contido) dos próprios documentos? Noutras palavras, saber se haviam outras fontes de idempotente confirmação, apoiando a:

Exatidão

Credibilidade

Autenticidade

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 16

A conformidade ou harmonia com outros fatos históricos ou científicos, muitas vezes é um teste decisivo da evidência, seja de uma ou mais testemunhas. Por exemplo, os dois amigos do apóstolo João confirmaram a evidência interna do relato dele (João): Papias e Policapo. O primeiro, na narrativa do historiador Eusébio, este seriam os escritos de Papias, o bispo de Hierápolis (130 d.C.): “O ancião (referência ao apóstolo João) costumava dizer também o seguinte: „Marcos, tendo sido o intérprete de Pedro, anotou acuradamente o que ele (Pedro) relatou, sejam as palavras ou feitos de Cristo, embora não em ordem. Pois ele não fora ouvinte e nem acompanhante do Senhor, mas mais tarde acompanhou a Pedro, que ministrava o ensino de acordo com a necessidade do momento, mas não como se estivesse fazendo uma compilação das palavras do Senhor. Portanto, Marcou não errou, ao escrever de modo como fez, anotando as coisas à medida que ele mencionava, pois tinha em mente uma coisa: não omitir nada que tivesse ouvido, nem introduzir qualquer informação falsa dentre outras coisas.‟.”. O segundo, na narrativa do historiador Irineu, bispo de Lion (180 d.C.), que fora discípulo de Policarpo, o bispo de Esmirna, que fora discípulo de João escreveu: “Mateus publicou o seu Evangelho entre os hebreus (judeus) em sua própria língua, quando Pedro e Paulo pregavam o Evangelho em Roma, fundando a igreja ali. Após a morte deles, Marcos o discípulo e intérprete de Pedro, ele próprio nos entregou, em forma escrita, a essência da pregação de Pedro. Lucas, o acompanhante de Paulo, colocou em um livro o evangelho pregado pelo seu mestre. Depois João, o discípulo amado do Senhor, produziu seu evangelho quando vivia em Éfeso, na Ásia.”. A arqueologia fornece fortes evidências externas também. Ela contribui para a crítica bíblica, não no que tange à sua inspiração e revelação, mas oferecendo provas que evidenciam a exatidão dos eventos registrados, confirmando inúmeros textos que haviam sido rejeitados pelos críticos, dados como não históricos ou contraditórios. Analisando-se o livro de Atos, tem-se a descrição perfeita da geografia, antigüidades e sociedade da Ásia Menor. Assim, a arqueologia veio naturalmente a confirmar o Novo Testamento. McDowell, após haver tentado destruir a realidade histórica e a validade das Escrituras, chegou a conclusão que, historicamente elas “batem” por este motivo são merecedoras de fé. Ele ainda postula que se alguém rejeita a Bíblia por não considerá-la autêntica neste sentido, então tal pessoa deve abandonar quase toda a literatura da antigüidade. É preciso aplicar o mesmo teste à toda a literatura que estiver sujeita a investigação, seja ela secular ou religiosa. Havendo feito isso, pode-se dizer: “A Bíblia é merecedora de crédito e historicamente autêntica em seu testemunho acerca de Jesus.”. A teologia sistemática atesta que não existe nenhum outro documento do mundo antigo apoiado por um conjunto de testemunha textuais e históricas com a mesma excelência, e oferecendo um mais soberbo agrupamento de informação histórica sobre o qual uma decisão consciente possa ser feita. Uma pessoa honesta não pode ignorar uma fontes deste calibre. O ceticismo com relação às credenciais históricas do cristianismo é baseado numa parcialidade absurda – sobrenatural.

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 17

5. Quem morreria em defesa de uma mentira? Base: transformação dos apóstolos de Jesus com testemunhos pessoais orais e escritos. A própria definição de história nos apresenta um problema maior: o testemunho deve ser digno de crédito. Pode-se confiar no testemunho dos apóstolos porque dos doze, onze tiveram morte de mártir, oriunda de dois fatos: da ressurreição de Cristo e da crença nEle como Filho de Deus.

1. Pedro – crucificado de cabeça para baixo; 2. André – crucificado; 3. Tiago, filho de Zebedeu – morte à espada; 4. João – morte natural; 5. Filipe – crucificado; 6. Bartolomeu – crucificado; 7. Tomé – transpassado por uma lança; 8. Mateus – morte por espada; 9. Tiago, filho de Alfeu – crucificado; 10. Tadeu – morto à flechadas; 11. Simão – crucificado.

Se a ressurreição de Jesus não ocorreu (isto é, se fé falsa), os discípulos saberiam disso. Portanto, onze homens não arriscariam suas vidas se não tivessem a certeza que Jesus ressuscitou e não morreriam em defesa de uma mentira. Sempre que os apóstolos escreviam ou falavam, o faziam na presença de testemunhas oculares. “Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade,” 2 Pe 1:16. Eles sabiam claramente a diferença que havia entre o mito, a lenda e a realidade. João enfatizou este aspecto de testemunho ocular do conhecimento dos judeus: 1Jo 1:1-3

1 O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que

contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida

2 (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a

qual estava com o Pai e nos foi manifestada),

3 o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais

comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.

O principal assunto dos apóstolos de Cristo, enquanto testemunhas oculares, dizia respeito à ressurreição. Os apóstolos testemunharam sua nova vida após a morte Lc 24:48; At 3:15; Jo 15:27; 1Co 15:15. Houve também a prova do convencimento de que Jesus ressuscitara sendo visto e com fome por aproximadamente 40 dias após a sua ressurreição. De primeira, os apóstolos foram se esconder (Mc 14:50), e em seguida houve a tirada de dúvida final com Tomé, que o desacreditava, até passar os dedos nas marcas dos cravos.

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 18

A transformação de Pedro, homem sanguíneo e covarde por ter negado a Cristo por 3 vezes antes que o galo cantasse, apareceu em Jerusalém pregando corajosamente e sob ameaças de morte - de que Jesus era o Cristo e que havia ressuscitado. Mesma transformação se observa em Tiago, irmão de Jesus. Alguns historiadores narram ainda que “foi a crença que transformou aqueles sofridos seguidores de um “rabi” crucificado em corajosas testemunhas e mártires da Igreja primitiva. Esta foi a crença que distinguiu os seguidores de Jesus dos judeus em geral, e fez deles a comunidade da ressurreição, mesmo que custasse a vida ao afirmar tal declaração. Os apóstolos apresentaram conduta corajosa após a ressurreição. Foram pregar em Jerusalém e não em um povoado obscuro. Isto posto, os seguidores de Jesus não poderiam ter enfrentado torturas e morte como fizeram, a menos que estivessem convencidos da ressurreição dEle. Afinal, nenhum homem está disposto a morrer, a menos que soubesse que detinha a verdade.

6. De que vale um Messias Morto? O problema dos apóstolos foi que a “boa causa” deles morreu numa cruz. Eles acreditavam que Jesus era o Messias. Não pensavam que Ele pudesse morrer. Estavam convencidos de que seria Ele quem iria estabelecer o Reino de Deus e governar sobre o povo de Israel. A vida e os ensinamentos de Jesus estavam em tremendo contraste com o conceito messiânico dos judeus naqueles dias. Desde a infância, o judeu aprendia que, quando o Messias viesse, ele seria um líder político e vitorioso, que reinaria sobre eles, libertaria o povo do jugo estrangeiro e restauraria Israel a seu lugar de direito. A idéia de Messias sofredor era “completamente fora do conceito judeu de messianismo.” A mente dos apóstolos estava tão concentrada na idéia de um Messias vitorioso, cuja missão seria suplantar seus inimigos, que, quando o viram dominado e sangrando sob o chicote, um preso e indefeso nas mão de Pilatos, e quando o viram ser conduzido e pregado à cruz para morrer como um criminoso comum, todas as suas esperanças messiânicas concentradas em Cristo foram destruídas. A ressurreição de Cristo e a sua subseqüente aparição a seus seguidores convenceu-os de que ele era o Messias, e disto eles testificaram não apenas com os lábios e a vida, mas também com a morte.

7. Você ouviu o que aconteceu a Saulo? O saber de Saulo de grego, filosofia e helenismo, além dos já adquiridos no Sinédrio como discípulo de Gamaliel enquanto fariseu, conferiam ao então ex-caçador de cristãos, Paulo, conhecimentos plenos da forma de se expressar.

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A mola-mestra que impulsionava Saulo a combater os cristãos era que estes atribuíam a Jesus a função de Salvador (Messias), o que era totalmente disposto em contrário na Lei e de todo o propósito de salvação desta. Sem sombras de dúvida, um dos mais importantes testemunhos de transformação da pessoa em favor do cristianismo foi dado quando Saulo de Tarso, no evento de Damasco, talvez o mais violento antagonista do cristianismo, se tornou o apóstolo Paulo (ao encontrar-se com Jesus). A conversão de Saulo, em Paulo, foi de um homem intolerante e amargo, um fanático religioso, terrível perseguidor, orgulhoso e temperamental. Após a sua conversão ele é descrito como um homem paciente, bondoso, tolerante e altruísta. Basicamente a função de Paulo se transformou de hostilizador dos gentios em missionário de gentios. Paulo suportou cadeias sete vezes. Também afirmou várias e várias vezes que o Jesus vivo, ressuscitado, transformara a sua vida. Pregou o evangelho no Oriente e no Ocidente, tendo uma morte de mártir nas mãos das autoridades por causa de sua crença.

8. Quem pode segurar um homem bom? O pivô da questão é a ressurreição de Cristo. Muitos não acreditaram. O “desaparecimento do corpo” da sepultura seria por captura de cadáver, e não por ressurreição. Levantaram-se dúvidas a respeito do fato.

8.1 O sepultamento de Jesus

Apesar de haver controle romano no local (autoridade) na guarda do corpo, havia uma pedra de quase duas toneladas tapando a entrada do sepulcro. Além de selada com o brasão romano, mexer no local seria passível de aplicação da lei romana. Porém, o túmulo estava vazio.

8.2 O túmulo vazio

Os seguidores de Jesus afirmaram que ele ressuscitara dentre os mortos, aparecendo a estes por um período de 40 dias, dando provas incontestáveis de sua ressurreição. Houve fortíssimas evidências testificadas pelos apóstolos de que Jesus ressuscitou corporalmente, no tempo e no espaço, pelo poder sobrenatural de Deus.

8.3 Seria outro túmulo?

A narrativa de que as mulheres que foram até o túmulo e o encontraram vazio poderia estar focada no engano. Erraram de local. Cai por terra, pois a própria guarda romana autenticava o local onde o túmulo estaria posicionado. Ainda que os apóstolos que viram Jesus ressurreto fossem tachados de “alucinados”, a psicologia nem de longe explicaria onde haveria de estar o corpo de Jesus.

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 20

8.4 Teoria do desmaio

Afirmaria que Jesus não teria morrido, sim sofrido um desmaio pela exaustão. Cai por terra, pois devido aos ferimentos, perdas de sangue, desidratação e de correta alimentação, não teriam como garantir vida a este após 3 dias.

8.5 O corpo roubado

Teoria pela qual afirmaria que o corpo de Jesus fora roubado pelos discípulos enquanto a guarda dormia. Também cai por terra, pois os apóstolos e seguidores de Jesus nunca foram orientados a se rebelar contra a autoridade romana, quanto mais a saírem por aí dando uma banda com um cadáver.

8.6 Evidências a favor da ressurreição

O testemunho coerente e em momento algum discordante daqueles que viram Jesus ressurreto – aproximadamente 500 pessoas – confere credibilidade mais que suficiente para a prova de que Jesus realmente havia ressuscitado. O crente em Jesus, nos dias de hoje, pode ter confiança plena tal qual tiveram a igreja primitiva, de que Cristo ressuscitou e deixou o túmulo vazio, haja visto que existe uma vasta prova testemunhal e por conseguinte documentada do fato histórico. Incontestável.

9. O verdadeiro Messias, por favor, levante-se! Jesus tinha credenciais que apoiavam suas alegações de que Ele era o Messias, o Filho de Deus – o cumprimento das profecias na Sua vida. Por diversas vezes Jesus citou as profecias do Velho Testamento para fundamentar suas declarações de que Ele era o Messias. Poucos acreditaram. Os apóstolos, assim como os escritores do Novo Testamento, de maneira diligente indicavam o cumprimento de profecias na vida de Jesus, e testificavam de que Jesus era realmente o Messias, Filho de Deus. O Velho Testamento, tal qual toda a bíblia, apontam para Jesus. Isto é incontestável.

9.1 Uma identificação na história

A identidade de Cristo, enquanto elemento histórico, era irredundante no que diz respeito a sua existência. Gradual e cumulativamente ao longo de cerca de 1.700 anos e por 40 autores de épocas distintas, inspirados pelo Espírito Santo, houve a Sua tipificação.

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 21

9.2 Trinta moedas de prata

Cumprindo-se as profecias, a linhagem exata de Jesus à época, a traição e a forma de sua morte, tem-se uma maneira mais que clara de que Jesus era o Messias, Filho de Deus, Salvador do mundo.

9.3 Objeção: o cumprimento destas profecias foi pura coincidência

Cai por terra se aplicada ao homem comum. Foi inspiração divina aos escritores. Matematicamente se falando, a esperança de se cumprir uma pequena parte das profecias na vida de outro homem, geraria muitíssimo além da remota possibilidade.

9.4 Outra objeção

Jesus deliberadamente procurou cumprir as profecias judaicas. Até certo ponto pode-se admitir, entretanto nenhum homem projeta onde quer nascer. De cara, cai por terra.

10. Será que não existe outro meio? Se Deus é um Deus de amor, será que não existe outro meio para retomar a comunhão com Deus, via Buda ou Maomé, por exemplo? Um erro típico de compreensão acerca da natureza básica e do caráter de Deus é que tem causado tantos problemas éticos e teológicos, é que a maioria das pessoas entende que Deus é amor, e não vão além disto - esquecem que Ele é: justo, santo e perfeito. Assim, Jesus não só morreu por nós, mas pelo Pai, ao levar sobre si os pecados do mundo, deveria satisfazer as exigências santas e justas de Deus. E como o salário do pecado é a morte, não deveria ser diferente o propósito perfeito de obra na cruz.

11. Ele transformou minha vida. McDowell narra a vida vazia que teve na universidade capturando dinheiro de forma e de outra com festas estudantis. Percebeu a diferença entre aparentar felicidade e ser feliz. Desconhecia o real propósito de sua vida, até conhecer um grupo de pessoas que falavam de Deus. Acabou por concluir que o cristão seria uma pessoa que deposita toda a sua confiança em Cristo. Assim, de obras passadas combatendo o cristianismo, McDowell se tornou cristão, face a incontestável documentação que a bíblia contém e ao mesmo tempo aponta para Cristo.

12. Conclusão A obra de Josh McDowell, um ateu convertido ao cristianismo, dá-se através de uma narrativa em desafio por provar que a bíblia era falsa, acabou resultando em revés, isto é, construiu-se uma verdadeira obra apologética baseada em dados de pesquisa histórica que comprovaram exatamente o contrário. McDowell começou a frequentar um grupo de estudantes da bíblia na faculdade e questionou sobre a veracidade desta, assim decidiu trancar a faculdade para ir até a Europa pesquisar sobre as Escrituras Sagradas, e o resultado foi a confirmação de sua autenticidade e posteriormente sua conversão ao evangelho.

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Mais que um carpinteiro – Uma análise da obra 22

Mais que Um Carpinteiro aborda primeiramente o discurso de Jesus, que leva qualquer leitor através da exegese a entender que Ele é o Deus que veio como Homem, depois foi até a história e pesquisou sobre o século no qual foram encontrados os primeiros pergaminhos sobre Jesus. Citou a Atos através do discurso dos apóstolos, principalmente o do apóstolo Paulo e sua mudança de vida radical. Após, analisou o discurso dos néo-ateus, inclusive sobre os mitos de ressurreição e as diferenças de texto entre o discurso mitológico e os evangelhos, enfim, McDowell chegou racionalmente à conclusão que Cristo realmente veio aqui na terra e que ele é Deus e que toda a bíblia é verdadeira e não foi mudada ao longo da história. Após toda a uma minuciosa análise, McDowell emociona os leitores contando o testemunho de sua conversão que durou alguns meses após suas conclusões acadêmicas e racionais, os frutos que Cristo trouxe a sua vida, retratando a obra do Espírito Santo e testificando o registro de seu arrependimento. Diferentemente da morte de outros grandes líderes religiosos mundiais, McDowell cita que a morte de Jesus não resultou numa fundação memorial a Ele que se reúne regularmente para lembrar seu herói falecido. Nem há uma sepultura com o corpo de Jesus para servir de santuário. Não há um museu para ser visitado. Não há monumento para que os seguidores possam comemorar os tempos dele aqui na terra quando estava vivo. Pelo contrário, o sepulcro está vazio. Isso implica que ele esta vivo. E nós que somos seus seguidores aguardamos o dia em que ele voltará para partilhar o banquete messiânico com seus seguidores (Mc 14.25).