mais preza - 03-08

1
 Nesta semana, vários universitá- rios (re)começaram a vida acadêmica, no segundo semestre. Mas, ao mesmo tempo em que muita gente está salti- tante de felicidade por dar esse passo rumo à vida profissional, outra parte não conseguiu a vaguinha preza que tanto queria para entrar na facul. Nessas idas e vindas (da bendi- ta prova), quase todos voltam para o mesmo lugar: o cursinho pré-vesti- bular pela primeira, segunda ou até terceira vez, como é o caso de Daniele Kern, 18 anos. Ela já se prepara para passar há três anos e está na mesma situação que grande parte da guriza- da que almeja um curso tão concor- rido como o que ela sonha: Medicina. E não é nada fácil a tensão de estar anos seguidos persistindo, afir- mam os vestibulandos. “Ao mesmo tempo em que você vai ficando mais cansado, mais estressado e a pressão vai aumentando, a sua dedicação é maior também, porque você percebe que o esforço do ano anterior não foi suficiente”, conta Daniele, que con- fessa que sempre se dedicou, mas só com o tempo foi aprendendo a se or- ganizar melhor. A cada “rodada”, ela sentia ganhar uma dose a mais de foco. Mas não é assim com todo mundo. Para o professor de Biologia do Curso Pré-Universitário, Lucas Klassmann, tudo depende da maneira como o pessoal encara esse “novo ano” de cursinho. “Existem casos em que o aluno acaba cometendo os mesmos erros, como faltar aulas, não estudar em casa, não fazer exercícios e simu- lados, e não entende que comprome- timento com os estudos é o que leva à aprovação”, avalia ele, que convive com essa gurizada há quase dez anos. Foi exatamente assim que acon- teceu com Iann Müller, 18 anos, que pretende cursar Ciências da Compu- tação e que demorou a tratar essa his- tória com responsabilidade. Depois de dois anos levando os estudos meio que na brincadeira, ele finalmente se focou e abriu mão de algumas coisas para levar o vestibular a sério. “Antes, eu matava muita aula. Tive que dei- xar de sair com os amigos, abri mão de ir a festas”, conta o garoto, que hoje também é monitor de atendimen- to no curso. Realista e mais maduro, Iann representa o típico aluno que já está familiarizado com o cursinho, como caracteriza o professor Lucas. “O comportamento de quem esta há anos estudando é bem diferente da- queles que estão se preparando pela primeira vez. Para eles, cada aula e cada explicação tem um valor enor- me. Os veteranos são visivelmente diferentes dos novatos”, comenta ele, lembrando que, em geral, percebe quando há ex-alunos em sala de aula, quando já respondem às questões e às brin- cadeiras antes de todos os outros. Show da Tess no Complex Amanhã, no Complex (av. Protásio Alves, 3839), cedinho, às 17h, rola um show esperto – e de graça! – da banda Tess. O grupo vai apresentar as 12 músicas de seu novo disco. Lembrando que no Complex tem pista de skate e ainda dá pra emendar um happy no maior estilo mexicano, contemplando um baita pôr do sol. Curumin em Porto Alegre Ele é a mais bombada revelação da nova geração da MPB. O músico, cantor e compositor Curumin vem a Porto Alegre para mostrar aos gaúchos o que fez tanto sucesso na gringa. O show rola no Opinião, dia 4/10, com a abertura da banda Wannabe Jalva. Passa lá no opiniao.com.br e já descola teu ingresso! Carta aos atletas Amigo atleta que está nos Jogos Olímpicos de Londres, vou ser breve e direto: eu quero é ouro. Não me venha com desculpas. Até já sei o que você vai me dizer, fiz inclusive uma lista, quer ver? Lá vai: primeiro, você vai dizer que ninguém dá bola pro esporte, só pro futebol, e que quando che- ga nas Olimpíadas, todo mundo quer medalha. Depois, você vai vir com o papo do investimento, do apoio das empresas privadas e do go- verno, que, no Brasil, muito pouca gente coloca dinheiro para que você possa competir e se prepa- rar. Talvez você até venha com uma volta ao passado (e presen- te) falando mal das escolas públi- cas do nosso país, que não estão bem equipadas e não recebem atenção para o esporte. Chego a imaginar, caro atleta, você recla- mando que os ministros e polí- ticos do esporte não estão com o foco totalmente correto. Ah, já sei, logo você deve também se quei- xar da cobrança nas redes sociais, que o povo todo tá exigindo me- dalha de ouro sempre e tal. Já es- tou careca de saber tudo isso, mas eu quero é ouro. Gosto tanto quando você ganha ouro na sua modalidade (nem importa qual, tá?). Todo mundo vai pro Twitter come- morar, os dirigentes dos clubes aparecem para colher sua parte dos louros e o mais genial: os po- líticos de grandes cargos recebem você em Brasília ou na sua capi- tal, lhe abraçam, dão beijo, falam da importância do esporte e de o quanto você é importante para o nosso país. Eu mesmo, assistindo na televisão, dou pulos e chego a abrir a janela para gritar: BRASIL! Bem, não querendo cortar o clima, mas me permita lhe avisar: aproveite bem esse dia. Alguns dias depois, provavelmente, sua vida voltará ao normal e todas aquelas reclamações ali de cima serão sua rotina novamente. En- tão é isso, preciso voltar ao meu trabalho, já perdi tempo demais parando na frente da televisão para ver uns colegas seus que passam quatro anos ralando e agora não ganham. Faça-me o favor. Você tem obrigação de ga- nhar o ouro, afinal, tudo que es- crevi nessa carta é mentira, e você tem todo o suporte da nação para ser campeão. Um abraço, O Brasileiro. Esse texto foi originalmente publicado no blog de Guilherme Alf (guilhermealf.com.br) e o seu conteúdo é de responsabilidade do autor. Guilherme Alf [email protected] Editora: Susi Borges [email protected] 3 motivos para não desistir Se mais um ano de cursinho se passou, quer dizer que você está cada vez mais perto da aprovação. Como você já conhece o processo, vai saber lidar melhor emocionalmente com a situação da prova. Paulo Nunes Livros e mais livros: essa é a rotina do Iann Müller, que vai encarar seu terceiro vestibular ano que vem, para Ciências da Computação não desisto nunca 1 Juliana Pereira Barsante, 22 anos, prestou vestibular quatro vezes. Para ela, a experiência de estudo intensivo, mesmo que em alguns momentos tenha sido tensa, serviu, principalmente, para ajudá-la a “se achar” “Ao mesmo tempo em que é triste e complicado rodar tantas vezes, depois que a gente passa, vê que todo o estudo serve como um baita complemento para a faculdade. Estudando como uma louca, acabei entrando em contato com assuntos que eu nunca havia visto nem na escola. Além de tudo isso, um dos melhores presentes que o cursinho me deu foi a maturidade para descobrir a profissão que eu realmente queria para a minha vida. A cada ano que voltava para as salas de aula, estava mais madura e avaliava minhas escolhas. Foi nessas idas e vindas que troquei de opção de curso três vezes até escolher o que eu realmente queria: fazer faculdade de Física. Hoje, não me vejo estudando outra coisa. Óbvio que, muitas vezes, eu me desesperava e chorava, mas a gente tem que entender que tudo são fases e, principalmente, aprender a não se preocupar com o que as pessoas falam e pensam.”  Quero a facul, 2 3 Me achei no cursinho” Arquivo Pessoal/CP Tá senndo falta de alguma coisa aqui? Então voa lá pro blog, porque, a parr de agora, tudo o que não está no impresso, vai ganhar es- paço no on-line. Nossas promoções preza e colunas com a galera da redação connuam, além de muito mais conteúdo por lá: maispreza. com.br Você já construiu uma base no ano anterior e o que o cérebro aprende, não esquece!

Upload: its-mais

Post on 26-Mar-2016

219 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Mais Preza do dia 03/08

TRANSCRIPT

Page 1: MAIS PREZA - 03-08

 Nesta semana, vários universitá-rios (re)começaram a vida acadêmica, no segundo semestre. Mas, ao mesmo tempo em que muita gente está salti-tante de felicidade por dar esse passo rumo à vida profissional, outra parte não conseguiu a vaguinha preza que tanto queria para entrar na facul.

Nessas idas e vindas (da bendi-ta prova), quase todos voltam para o mesmo lugar: o cursinho pré-vesti-bular pela primeira, segunda ou até terceira vez, como é o caso de Daniele Kern, 18 anos. Ela já se prepara para passar há três anos e está na mesma situação que grande parte da guriza-da que almeja um curso tão concor-rido como o que ela sonha: Medicina.

E não é nada fácil a tensão de estar anos seguidos persistindo, afir-mam os vestibulandos. “Ao mesmo tempo em que você vai ficando mais cansado, mais estressado e a pressão vai aumentando, a sua dedicação é maior também, porque você percebe que o esforço do ano anterior não foi suficiente”, conta Daniele, que con-fessa que sempre se dedicou, mas só com o tempo foi aprendendo a se or-ganizar melhor. A cada “rodada”, ela sentia ganhar uma dose a mais de foco.

Mas não é assim com todo mundo. Para o professor de Biologia do Curso Pré-Universitário, Lucas Klassmann, tudo depende da maneira como o pessoal encara esse “novo ano” de

cursinho. “Existem casos em que o aluno acaba cometendo os mesmos erros, como faltar aulas, não estudar em casa, não fazer exercícios e simu-lados, e não entende que comprome-timento com os estudos é o que leva à aprovação”, avalia ele, que convive com essa gurizada há quase dez anos.

Foi exatamente assim que acon-teceu com Iann Müller, 18 anos, que pretende cursar Ciências da Compu-tação e que demorou a tratar essa his-tória com responsabilidade. Depois de dois anos levando os estudos meio que na brincadeira, ele finalmente se focou e abriu mão de algumas coisas para levar o vestibular a sério. “Antes, eu matava muita aula. Tive que dei-xar de sair com os amigos, abri mão de ir a festas”, conta o garoto, que hoje também é monitor de atendimen-to no curso. Realista e mais maduro, Iann representa o típico aluno que já está familiarizado com o cursinho, como caracteriza o professor Lucas. “O comportamento de quem esta há anos estudando é bem diferente da-queles que estão se preparando pela primeira vez. Para eles, cada aula e cada explicação tem um valor enor-me. Os veteranos são visivelmente diferentes dos novatos”, comenta ele,

lembrando que, em geral, percebe quando há ex-alunos em sala de aula, quando já respondem às questões e às brin-cadeiras antes de todos os outros.

Show da Tess no ComplexAmanhã, no Complex (av. Protásio Alves, 3839), cedinho, às

17h, rola um show esperto – e de graça! – da banda Tess. O grupo vai apresentar as 12 músicas de seu novo disco. Lembrando que no Complex tem pista de skate e ainda dá pra emendar um happy no maior estilo mexicano, contemplando um baita pôr do sol.

Curumin em Porto AlegreEle é a mais bombada revelação da nova geração da MPB. O

músico, cantor e compositor Curumin vem a Porto Alegre para mostrar aos gaúchos o que fez tanto sucesso na gringa. O show rola no Opinião, dia 4/10, com a abertura da banda Wannabe Jalva. Passa lá no opiniao.com.br e já descola teu ingresso!

Carta aos atletasAmigo atleta que está nos

Jogos Olímpicos de Londres, vou ser breve e direto: eu quero é ouro. Não me venha com desculpas. Até já sei o que você vai me dizer, fiz inclusive uma lista, quer ver? Lá vai: primeiro, você vai dizer que ninguém dá bola pro esporte, só pro futebol, e que quando che-ga nas Olimpíadas, todo mundo quer medalha.

Depois, você vai vir com o papo do investimento, do apoio das empresas privadas e do go-verno, que, no Brasil, muito pouca gente coloca dinheiro para que você possa competir e se prepa-rar. Talvez você até venha com uma volta ao passado (e presen-te) falando mal das escolas públi-cas do nosso país, que não estão bem equipadas e não recebem atenção para o esporte. Chego a imaginar, caro atleta, você recla-mando que os ministros e polí-ticos do esporte não estão com o foco totalmente correto. Ah, já sei, logo você deve também se quei-xar da cobrança nas redes sociais, que o povo todo tá exigindo me-dalha de ouro sempre e tal. Já es-tou careca de saber tudo isso, mas eu quero é ouro.

Gosto tanto quando você ganha ouro na sua modalidade (nem importa qual, tá?). Todo mundo vai pro Twitter come-morar, os dirigentes dos clubes aparecem para colher sua parte dos louros e o mais genial: os po-líticos de grandes cargos recebem você em Brasília ou na sua capi-tal, lhe abraçam, dão beijo, falam da importância do esporte e de o quanto você é importante para o nosso país. Eu mesmo, assistindo na televisão, dou pulos e chego a abrir a janela para gritar: BRASIL!

Bem, não querendo cortar o clima, mas me permita lhe avisar: aproveite bem esse dia. Alguns dias depois, provavelmente, sua vida voltará ao normal e todas aquelas reclamações ali de cima serão sua rotina novamente. En-tão é isso, preciso voltar ao meu trabalho, já perdi tempo demais parando na frente da televisão para ver uns colegas seus que passam quatro anos ralando e agora não ganham. Faça-me o favor. Você tem obrigação de ga-nhar o ouro, afinal, tudo que es-crevi nessa carta é mentira, e você tem todo o suporte da nação para ser campeão.

Um abraço,O Brasileiro.

Esse texto foi originalmente publicado no blog de Guilherme Alf (guilhermealf.com.br) e o seu

conteúdo é de responsabilidade do autor.

Guilherme [email protected]

Editora: Susi [email protected]

3 motivos para não desistir

Se mais um ano de cursinho se passou, quer dizer que você está cada vez mais perto da aprovação.

Como você já conhece o processo, vai saber lidar melhor emocionalmente com a situação da prova.

P a u l o N u n e s

Livros e mais livros: essa é a rotina do Iann Müller, que vai encarar seu terceiro vestibular ano que vem, para Ciências da Computação

não desisto nunca

1Juliana Pereira Barsante, 22 anos, prestou

vestibular quatro vezes. Para ela, a experiência de estudo intensivo, mesmo que em alguns momentos tenha sido tensa, serviu, principalmente, para ajudá-la a “se achar”

“Ao mesmo tempo em que é triste e complicado rodar tantas vezes, depois que a gente passa, vê que todo o estudo serve como um baita complemento para a faculdade. Estudando como uma louca, acabei entrando em contato com assuntos que eu nunca havia visto nem na escola. Além de tudo isso, um dos melhores presentes que o cursinho me deu foi a maturidade para descobrir a profissão que eu realmente queria para a minha vida. A cada ano que voltava para as salas de aula, estava mais madura e avaliava minhas escolhas. Foi nessas idas e vindas que troquei de opção de curso três vezes até escolher o que eu realmente queria: fazer faculdade de Física. Hoje, não me vejo estudando outra coisa. Óbvio que, muitas vezes, eu me desesperava e chorava, mas a gente tem que entender que tudo são fases e, principalmente, aprender a não se preocupar com o que as pessoas falam e pensam.”  

Quero a facul,

23

”Me achei no cursinho”

Arq

uivo

Pes

soal

/CP

Tá sentindo falta de alguma coisa aqui? Então voa lá pro blog, porque, a partir de agora, tudo o que não está no impresso, vai ganhar es-paço no on-line. Nossas promoções preza e colunas com a galera da redação continuam, além de muito mais conteúdo por lá: maispreza.com.br

Você já construiu uma base no ano anterior e o que o cérebro aprende,

não esquece!