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Apontando para voos mais altos, foi alugado no
Verão de 1987 um BAe 146-100 de matrícula in-
glesa G-BRJS, com a pintura base da PSA (Pacific
Southwest Airlines). A aeronave efectuou perto
de meio milhar de voos nos céus dos Açores com
alguns dos seus pilotos entretanto qualificados,
tendo o sucesso da operação levado à encomenda
de uma unidade BAe 146-200 com previsão de en-
trega para o ano de 1988 (uma série mais recente
e com maior capacidade para passageiros e carga).
No entanto, a falta de autorização governamen-tal para a SATÃ 'sair' do arquipélago e voar para a
Madeira e continente, levou ao cancelamento do
projecto voltando a companhia a uma frota total-
mente a hélice. Apesar deste revés, foi ultrapassada
pela primeira vez a marca dos 200.000 passageiros
transportados num único ano em 1987, atingindo-
se os 214.202.
É por esta altura lançada uma nova imagem para a
SATÃ, adoptando-se a designação 'SATÃ Air Açores'
e as cores da bandeira da região insular (azul, bran-
co e dourado). Estas cores preenchiam agora as fu-
selagens das aeronaves da companhia. Reapareceu
o 'Açor' da pintura original do pequeno Beechcraft
da SATÃ nas caudas dos aviões, acompanhado por
estrelas douradas simbolizando as ilhas que preen-
chiam o mapa de rotas da companhia.
Do plano de renovação da sua imagem fizeram
ainda parte a introdução de um novo modelo de
fardas, e o lançamento no Verão de 1988 da pri-
meira revista de bordo intitulada 'Air Açores'.
Em 1989 foi ainda recebida uma nova unidade HS-
-748 (CS-TAR) que operaria apenas durante alguns
meses com uma pintura SATÃ simplificada, numa
altura em que a renovação da frota da transporta-
dora açoriana estava já em andamento. Com efeito,
logo no início de 1989 foi assinado com a British
Aerospace um contrato para o fornecimento de três
BAe ATP com capacidade para 64 passageiros, fi-
cando prevista a devolução ao fabricante inglês dos
três HS-748 em operação na companhia (CS-TAP,
CS-TAQ, CS-TAR). 0 Fundo Europeu de Desenvolvi-
mento Regional (FEDER) subsidiou parcialmente
o investimento efectuado na aquisição dos ATP, fi-
cando o mesmo patente aos passageiros através da
colocação de placas alusivas ao facto na cabine das
aeronaves respectivas. A l 3de Dezembro de 1989
chegou ao aeroporto de Ponta Delgada o 1 o BAe
ATP, matriculado CS-TGL 'Santa Maria', após viagem
com origem em Woodford e escala em Lisboa,
trazendo a bordo o Secretário Regional da Econo-
mia Dr. Álvaro Dâmaso, os Administradores da SATÃ
e vários jornalistas açorianos.
A operação comercial da nova frota iniciou-se a
16 de Dezembro, estando nesse dia o novo avião
presente nas placas dos aeroportos de Santa
Maria, Terceira e Horta, em voos pilotados pelos
Comandantes Francisco Afonso e Medeiros Costa.
As duas unidades seguintes chegaram aos Açores a
6 de Dezembro de 1990 (CS-TGN 'Flores') e a 15 de
Dezembro do mesmo ano (CS-TGM 'Graciosa'). Com
a chegada da totalidade da frota ATP encomenda-
da foi finalmente retirada de serviço a velha frota
Avro HS-748, sem dúvida uma das mais marcantes
Ja história da companhia açoriana. 21 de Dezembro
Je 1990 é a data da realização do último voo com-
ercial de um Avro na SATÃ, cabendo a efeméride ao
[S-TAP num voo Horta - Terceira - Ponta Delgada,
Dilotado pelo Comandante G. Leite.
D ano de 1990 ficou igualmente assinalado pela
abertura de uma loja de vendas da SATÃ em Lisboa,
io n° 261 da Avenida da Liberdade, local onde cu-
riosamente anteriormente já funcionara a loja de
i/endas da Canadian Pacific na capital portuguesa.
Em Dezembro de 1990 foi constituída nos Açores
a Oceanair - Transportes Aéreos Regionais, SA,
tendo como objectivo a exploração de transporte
aéreo não regular de passageiros e carga entre as
i/árias ilhas, que viria como veremos mais tarde a
dar origem à SATÃ Internacional. 0 licenciamento
da nova companhia ocorreu em Abril de 1991 pelo
Despacho SET 24/91, ficando a sua base operacio-
nal localizada na ilha de Santa Maria.
A 6 de Agosto de 1992, através da Resolução N°
151/92 do Governo Regional, foi celebrado um
contrato de prestação de serviços com a Oceanair,
de forma a assegurar o transporte de passageiros,
carga e correio para a pequena pista da ilha do
Corvo, operação não possível com as aeronaves de
maior dimensão da SATÃ. A operação iniciou-se a
29 de Março de 1993, com o DHC 6-100 Twin Otter
CS-TFG 'Açores' entretanto alugado pela empresa.
Ficaram assim a partir desta data as nove ilhas dos
Açores dotadas de serviços aéreos regulares.
Como reforço da frota da SATÃ Air Açores e por forma
a adequá-la ao tráfego das ilhas de menor dimen-
são, foi alugado um Dornier 228 com capacidade
para 18 passageiros à companhia regional portu-
guesa LAR, iniciando este os voos nos Açores a 21
de Agosto de 1992. Embora alugado, o Dornier 228
de matrícula CS-TGG recebeu para esta operação
uma pintura análoga à restante frota SATÃ. No final
do Verão lATA de 1992, e tendo excesso de capaci-
dade para o Inverno, a SATÃ alugou o ATP CS-TGL à
companhia de bandeira de Malta - Air Malta - indo
operar esta aeronave para aquele país após receber
a pintura completa desta companhia. Dado que este
aluguer se manteve até ao início do Verão de 1994,
a SATÃ recorreu ao aluguer do ATP CS-TGB (aeronave
que havia anteriormente operado na LAR), para o
cumprimento do seu programa de voos do Verão de
1993. 0 CS-TGB operou nos Açores entre Maio e Ou-
tubro de 1993, com uma pintura SATÃ simplificada.
Em Dezembro de 1993 a SATÃ substituiu o Dornier
228 já referido alugado à LAR, por uma outra uni-
dade idêntica proveniente do fabricante alemão
Dornier. A aeronave, que recebeu a matrícula CS-
TGO, operou inicialmente com as listas azul e verde
da pintura do anterior operador Hamburg Airlines.
A 7 de Março de 1994 a SATÃ adquiriu a totalidade
das acções da Oceanair, tornando-se esta última
uma subsidiária da SATÃ Air Açores. Igualmente
neste ano a companhia recebeu a medalha de honra
da ICAO, reconhecendo-se assim a sua qualidade e
eficiência operacional.
Já perto do final do ano de 1995 mais um impor-
tante marco na história da companhia com a en-
trada na frota da SATÃ Air Açores de um Boeing
737-300. 0 avião, anteriormente na Euro Belgian
Airlines, foi matriculado como CS-TGP e baptizado
de 'Corvo', tendo sido colocado a operar voos charter
no mercado europeu, abrindo-se assim uma nova
área de negócio. 0 primeiro voo comercial do CS-TGP
teve lugar a 17 de Novembro de 1995, transportan-
do turistas austríacos desde Viena para o Funchal.
Após alguns anos de inactividade, a Oceanair re-
nasceu em 1998 com a designação de 'SATÃ In-
ternacional - Serviços e Transportes Aéreos, SA',
aproveitando-se a experiência obtida na operação
não regular do Boeing 737-300 no mercado eu-
ropeu. A escritura pública que altera o pacto social
e a designação da sociedade foi realizada a 20 de
Fevereiro de 1998 no Cartório Notarial da Lagoa.
Na mesma altura foi alterado o objectivo da socie-
dade, passando a incluir o transporte aéreo regular,
e tendo por base o aeroporto de Lisboa. A frota a
jacto da SATÃ Air Açores foi então transferida para
esta nova empresa. A 31 de Março de 1998 chegou
a Ponta Delgada a segunda unidade para a SATÃ In-
ternacional. Tratou-se de mais um Boeing 737-300,
que viria a ser matriculado como CS-TGQ e baptiza-
do de 'São Jorge'. 0 CS-TGP voou desde Seattle com
um novo esquema de pintura para a transportadora
açoriana, com a cauda com fundo em azul incluin-
do a representação de um sol e de ondas do mar.
Foi ainda adicionado o slogan 'Fly Azores'.
Com o início do ano de 1 999 surgiu um novo modelo
de exploração das rotas entre os Açores, o Continen-
te e a Madeira, realizando-se para o efeito o respec-
tivo concurso público, tendo a SATÃ através da sua
recém-criada subsidiária SATÃ Internacional pas-
sado a assegurar as rotas entre Ponta Delgada, Lis-
boa, Porto e Funchal. A TAP manteve as ligações que
já vinha operando entre Lisboa, Terceira e Horta. De
forma a poder fazer face ao aumento do número de
voos, a SATÃ Internacional reforçou a sua frota com
uma terceira unidade 8737-300, recebida a 3 de
Janeiro. A aeronave, anteriormente a operar em Sin-
gapura, recebeu a matrícula CS-TGR e o nome 'Pico'.
Enquanto a frota e a operação da SATÃ Air Açores
permanecia estável, a SATÃ Internacional lança-se
em voos ainda mais altos adquirindo dois Airbus
A3 lO-300, aeronaves de fuselagem larga e capazes
de operar em rotas de longo curso. Em perspectiva
estava o início da operação com frota própria para os
Estados Unidos e Canadá, como suporte às impor-
tantes comunidades açorianas naqueles dois países.
O CS-TGU 'Terceira' foi recebido em Julho, efectu-
ando o seu primeiro voo no dia 11 entre Lisboa e
a Terceira, transportando o então Presidente da
República Dr. Jorge Sampaio que iniciava uma visita
aos Açores. Após a chegada ao aeroporto das Lajes,
realizou-se a cerimónia de baptismo do avião tendo
por madrinha a Dra. Maria José Ritta, esposa do
Presidente da República. Curiosamente, em Novem-
bro do mesmo ano o CS-TGU seria de novo utilizado
para efectuar a viagem oficial do Dr. Jorge Sampaio
ao México. A recepção da segunda unidade A3lO,
o CS-TGVS. Miguel' em Fevereiro de 2000, permi-
tiu o início das ambicionadas ligações a Boston e
a Toronto, então ainda em regime não-regular. Foi
madrinha de baptismo deste 2 o A3lO a Dra. Luísa
César, esposa do Presidente do Governo Regional
dos Açores, Dr. Carlos César, em cerimónia que se
realizou na placa do Aeroporto de Ponta Delgada.
Na história da companhia açoriana, e pela negativa,
o final do ano de 1999 ficou marcado pelo trágico
acidente com o ATP CS-TGM 'Graciosa', que na aprox-
imação ao aeroporto da Horta embateu contra o
Pico da Esperança (na ilha de S. Jorge), provocando
a morte de todos os seus ocupantes (31 passageiros
e 4 tripulantes). o 'Graciosa' operava o voo SPS3O li-
gando Ponta Delgada às Flores com escala na Horta.
Sendo o 3 o ATP fundamental para assegurar a ope-
ração regular da SATÃ Air Açores em particular no
período de Verão lATA, foi assinado com a British
Aerospace um contrato para o aluguer de dois ATP's
(CS-TGX e CS-TGY), um dos quais destinado a substi-
tuir o acidentado 'Graciosa'. Até à sua entrega, que
ocorreu no final de Maio de 2000, foi ainda alugada
uma aeronave idêntica com as cores da British World
Airlines e matrícula G-OBWR.
Com a chegada aos Açores do CS-TGX 'Faiai; aquela
aeronave voltaria ao Reino Unido. Já quanto à SATÃ
Internacional, e com uma frota que à data era cons-
tituída por 2 Airbus A3l O-300 e 3 Boeing 737-300,
expandiu a sua malha de voos com a adição no
Verão de 2000 de Oakland (cidade na Califórnia com
uma importante comunidade originária dos Açores)
e da primeira rota em regime regular da companhia:
Ponta Delgada - Frankfurt. A primeira foi operada
com o A3lO em regime não-regular, sendo a ligação
regular semanal à cidade alemã realizada com re-
curso a um dos 8737-300. A 15 de Setembro de
2000, dia da cerimónia oficial de inauguração da
nova pista do Aeroporto da Madeira, um dos 8737-
-300 com as cores da SATÃ efectuou uma passagem
baixa sobre a nova pista. Tal como vários outros
operadores nacionais, a companhia açoriana ficava
assim ligada a tão importante acontecimento para
a Madeira e para a aviação nacional, num aeroporto
que continua a contar com vários voos regulares das
transportadoras do Grupo SATÃ.
O início do ano de 2001 fica marcado pela apre-
sentação na Bolsa de Turismo de Lisboa da nova
imagem institucional da SATÃ, desenvolvida pela
Agência Brandia. Saíram o sol e as ondas e regres-
sou o Açor estilizado e em dois tons de azul à cauda
das aeronaves, adicionando-se ainda os títulos
'Fly to Azores Islands'. Na fuselagem das aeronaves
manteve-se a marca 'SATÃ ou SATÃ Internacional',
mas com um lettering substancialmente diferente.
A primeira aeronave (e como veremos no próximo
número, a única) a receber a nova imagem foi um
Boeing 737-400 CS-TGW, anteriormente em opera-
ção numa companhia turca, que foi recebido pela
SATÃ em Maio de 2001 por troca com o 8737-300
CS-TGR. Com pintura base branca, possuía um Açor
na cauda, de grande dimensão, prolongando-se
para a parte traseira da fuselagem. A maior capaci-
dade da série 400 (em cerca de 15 lugares) ditou a
substituição, tendo lugar no ano seguinte a substi-
tuição de mais um dos restantes 8737-300 da SATÃ
por outra unidade desta série. ?