maio de 2010 · 2018-08-30 · frio como faz calor, ... conseguido conquistar na mesma época o...

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Vol.5 Nº8 MAIO DE 2010 Director: Mario Carvalho Montreal em festa

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Vol.5

Nº8

MA

IO D

E 2

010

Director: Mario Carvalho

Montreal em festa

O Açoriano2

EDIÇÕES MAR4231, Bl. St-LaurentMontréal, Québec

H2W 1Z4Tel.: (514) 284-1813Fax: (514) [email protected]

PRESIDENTE: Sandy Martins

VICE-PRESIDENTE: Nancy Martins

DIRECTOR: Mario Carvalho

DIRECTOR ADJUNTO: Antero Branco

REDACÇÃO: Sandy Martins

COLABORADORES: Debby MartinsMaria Calisto

Natércia Rodrigues

CORRESPONDENTES:Açores

Alamo OliveiraEdite MiguelJorge Rocha

Roberto Medeiros

FOTOGRAFIA: Anthony NunesRicardo SantosJosé Rodrigues

AçoresHumberto Tibúrcio

INFOGRAFIA: Sylvio Martins

Envie o seu pedido para Assinantes

O Açoriano4231-B, Bl. St-Laurent

Montréal, QuébecH2W 1Z4

O AçorianoEDITORIAL

Vamos todos participar emanifestar a nossa identidade!A mãe natureza tem-nos brindado e acarinhado

com um calor de fazer cair a pele nesta altura do ano. Raramente isto acontece. Vamos aproveitar enquanto dura porque aqui no Canada, ora faz frio como faz calor, são coisas deste clima.Foi a associação do Espírito Santo de Hochelaga

que deu inicio as festas de verão que irão decorrer até ao mês de Setembro nos mais diferentes e já habituais bairros da cidade de Montreal, Laval, Santa Teresa, Blainville e West Island.São as festas em honra do Divino Espírito San-

to das quais existem 7 impérios, Santo Cristo, Senhor da Pedra, Nossa Senhora do Monte, Sagrado Coração de Jesus, e nossa Senhora dos Milagres. Todas elas têm em comum serem festas de carisma religioso e demonstram a grande reli-giosidade do povo ilhéu, do arquipélago dos Açores e Madeira. Mas para além das festas religiosas, temos o mundial de futebol de 2010 que se realiza na Áfri-ca do Sul e que terá início no próximo dia 11 de Junho. A selecção portuguesa lá estará para representar Portugal, todos os portugueses, seus descendentes e sim-patizantes espalhados por todo o mundo. A selecção portuguesa, nos últimos anos, tem encantado o mundo pela magia do futebol praticado graças à habilidade dos seus jogadores. Alguns já deixaram de praticar o desporto rei, outros lá estão e toda a esperança é depositada no Cristiano Ronaldo. Mas Cristiano não basta, é preciso que todos deiam o seu contributo dentro e fora do campo. Eu já estou preparado e equipado para ajudar e festejar cada vitória de Portugal. Os nossos leitores também já estão preparados? Não queria deixar despercebida mais esta gran-

de vitória na carreira do treinador português, José Mourinho, ao serviço do Inter de Milão. Após 45 anos, esta equipa italiana treinada pelo “especial” Mourinho, conseguiu vencer a taça da liga dos campeões europeus ao vencer o Bayern de Muni-que por 2 a zero.

Mourinho escreveu história no currículo, no In-ter, no «cálcio» e na Europa. O treinador português José Mourinho conquistou

o 17º título da carreira com a vitória do Inter de Milão na edição 2009/10 da Liga dos Campeões em futebol, inscrevendo o nome na história do clube milanês. Nunca outro clube italiano tinha conseguido conquistar na mesma época o título europeu, nacional e a taça, uma tripla que Mouri-nho conseguiu agora para os ‘’nerazzurri’’. E já là vai para o próximo destino, o Real Madrid.

De resto, só FC Barcelona (2009), Manchester United (1999), Celtic de Glasgow (1967) e PSV Eindhoven (1988) alcançaram o feito de juntar na mesma temporada os dois maiores títulos internos ao estatuto de campeão da Europa. Com apenas 47 anos, Mourinho já leva 17 títulos em três clubes - FC Porto, Chelsea e Inter de Milão -, juntando-se à dupla formada pelo austríaco Ernst Happel e o alemão Ottmar Hitzfeld como únicos treinadores que ganharam a Liga dos Campeões por clubes di-ferentes. Todos os portugueses devem se orgulhar do trabalho até hoje realizado por José Mourinho, é uma honra para Portugal. Feliz 10 de Junho, dia de Portugal, de Camoes e das Comunidades, cada português uma bandeira com vontade de gritar bem alto força Portugal.

O Açoriano 3

GENTE DA TERRA

Mario CarvalhoHaja Saúde Mesma Terra, Outra Gente

Já lá vão alguns anos desde que meu amigo António Pereira, antigo presidente da Casa dos Açores do Quebeque, e eu, numa conversa de fim de serão, desaba-fava-mos um com o outro a desilusão que sentia-mos em ver e sentir um vazio no nosso peito açoriano porque a nossa gente já não era a

mesma como era em outros tempos. As seguintes palavras pouco a pouco estavam a deixar de ter sentido: vergonha, respeito, honestidade, honradez da palavra, etc. Estávamos preocupados com a mudança radical

que estava a acontecer na nossa sociedade açoria-na desde os fins dos anos 90. Quando voltava-mos lá de férias, sentíamo-nos mal porque aquela já não era a mesma gente que havíamos deixado e que ficou registada na nossa memória. Cada um de nós contava as magoas sentidas por não sermos compreendidos! Eu, num artigo intitulado “Res-caldo do Verão” na edição do dia 14 de Dezembro de 1999 do jornal Seara Verde , expus algumas preocupações quanto ao avolumado investimento que se fazia na Semana do Chicharro. No decorrer do ano 2000, fui severamente criticado no mesmo jornal local por ter tal opinião Vejam agora um ex-tracto da notícia que a mesma câmara da Povoação enviou aos meios de Comunicação social: “O Plano de Contenção para 2010 implementado

pela Câmara Municipal da Povoação vai chegar um pouco a todos os serviços do município. Assim, com este Plano de Contenção já em exe-

cução ficam, por exemplo, cancelados os espectá-culos de Verão, como a Festa do Chicharro da Ribeira Quente, o Festival da Povoação e ainda a Mostra do Cozido das Furnas. Serão reduzidos os subsídios às Instituições Particulares. Será cancelada a recolha do lixo ao sábado. Os lavradores passam a pagar uma taxa pela água da rede pública e as escolas também passam a pagar pela utilização do Gimnodesportivo”. Na edição do dia 13 de Julho de 2005 do Açoriano Oriental

nas Crónicas do aquém, Carlos Melo Bento escreveu o seguinte que passo a transcrever nalguns escritos: “Outra Terra, Outra gente! António Pereira, amigo e compa-

nheiro do liceu (o melhor em latim), foi para o Canada, e vem todos os anos matar saudades. Encontrei-o, falamos de tudo e ouvi-o desabafar, com desencanto que isto já não era a mesma terra nem a mesma gente. Claro que não. A certa altura diz: “Há mais Alegria entre os mais desfavorecidos, há festa concertos e festivais etc. Conclui: “este é o novo mundo caro António. Ama-o ou deixa-o.” Infelizmente para a nossa terra, começa a nos dar razão, por-

que a terra não é culpada, são aqueles que a governam que são os responsáveis daquilo que se vive hoje em Portugal.

Por terem deixado pairar na mentalidade da nova geração, que a lua-de-mel da entrada de Portugal na União Europeia nun-ca mais se iria terminar. Meus amigos, depois da lua-de-mel, vão chegando as facturas da boda. Aquele que não soube pôr de lado algum dinheiro fica endividado até aos cabelos, com o nível da água do oceano acima do pescoço. Quando vem uma

pequena vaga, vai saltando e com o subir da maré vai-se afundando cada vez mais. É esta a triste opi-nião que os economistas mundiais têm de Portugal: un país à beira da falência. Mas o que mais preocupa agora é que as pessoas

da nossa geração e até as mais antigas aceitavam as tais mudanças de mentalidade e a maneira de vi-ver moderna dos Açorianos. Muitas vezes, quando lá estava de férias, exprimia a minha preocupação com responsáveis políticos e religiosos. A respos-ta era sempre a mesma: Outra Terra Outra Gente. O povo não estava preparado e era mal informado sobre as consequências desastrosas que poderiam vir a acontecer se os subsídios da União Europeia deixassem de chegar à nossa região. Teríamos de ser mais produtivos e competitivos para poder fazer concorrência aos outros mercados, saber economi-zar e não viver acima das nossas reais possibilida-des, saber receber os turistas para poderem ocupar os hotéis, acarinhar os emigrantes para que eles continuassem a enviar dólares e continuassem a dar preferência aos Açores como destino de féria, por mais pouco que deixam sempre ajuda à economia local. O emigrante, quando volta à sua terra, viaja na SATA, aluga carro, utiliza táxi e transportes pú-blicos, faz compras nas lojas tradicionais, compra ouros e pratas, come no restaurante, bebe nos bares

e ajuda a família. Mas ainda hoje em dia, muitos não compre-endem em que situação se encontra Portugal!As declarações de Simon Johnson têm provocado polémica,

mas o ex-economista do FMI insiste em avisar as autoridades portuguesas sobre o estado real da economia.Este país só não está no centro das atenções porque a Grécia

caiu numa espiral descendente. Mas estão ambos perto da fa-lência económica e parecem hoje bem mais arriscados do que a Argentina quando entrou em incumprimento em 2001.O sistema de Segurança Social está à beira da falência que

poderia acontecer em 2011. Há cada vez mais jovens conde-nados por crimes violentos. Juristas defendem alargamento da Lei Tutelar Educativa em vez de misturar miúdos com adultos nas cadeias.Já não são crianças, mas ainda não são adultos. Mataram, vio-

laram, agrediram, roubaram ou traficaram droga A região au-tónoma dos Açores têm um registo muito acentuado de crimes contra o património. Este tipo de vandalismo está representado entre 45 a 49% de toda a criminalidade denunciada.Haja Saúde vamos vencer Portugal.

O Açoriano4

Quando passados 60 anos e um tão grande número de pes-soas se reúnam na mesma sala para conjuntamente celebrar com o aniversariante esta data tão querida é porque coisas

boas esta pessoa tem feito ao longo destes anos, não somente para a família como para os amigos e comunidade. Estamos a falar do nosso estimado editor do Jornal a Voz de Portugal e desta revista O Açoriano.

Foi na tarde de segunda-feira, dia dos Açores, que as filhas do nosso amigo Eduino resolveram fazer uma surpresa ao “Pai amado” convidando familiares e alguns amigos a es-

tarem presentes no restaurante Estrela do Oceano para um almoço de confraternização.O Eduino ficou de boca aberta, e até emocionado, quando

entrou na sala do restaurante e viu tanta gente: filhas, netas, irmãos, sobrinhos e amigos. Também havia um cartaz com a sua fotografia como aquelas utilizadas em campanha eleito-ral e um grande bolo com o emblema do Benfica e a bandeira portuguesa.Depois de ter controla-

do as emoções e dado um grande abraço no irmão Carlos que neste momen-to atravessa um momento muito difícil e doloroso com a terrível doença da esposa Fátima, fez uso da palavra para agradecer a todos pela sua presença. Disse ser um homem feliz e privilegiado na vida por ter uma linda família, tudo o que sonhou tem realiza-do. Sem duvidas, as filhas e netas são o orgulho da sua vida. A surpresa do cartaz foi porque quando as filhas eram pequenas, ele dizia que gostava de um dia concorrer nas elei-ções para ver a sua foto-grafia no canto de uma rua. O emblema do Benfica foi por ser o clube da sua paixão, e a bandeira de Portugal, aquela que guarda no seu coração e o amor pela selecção Nacional.Da minha parte resta dizer, Eduino sinto-me feliz por ter

tido a oportunidade de conhecer o teu coração amigo, ter tido a felicidade de partilhar a tua amizade, 60 mil vezes obrigado pela confiança.Açoriano amigo, antes morrer livre que em paz sujeito por

amor a nossa Terra.Parabéns e muitos anos de vida, que esta data se repita por

muitos e muitos anos.

AS NOSSAS RAÍZES

Parabéns Eduino Martins

O Açoriano 5

AS NOSSAS RAÍZES

O culto ao senhor Santo Cristo dos milagres – AçoresNuma ilha de vulcões em actividade constante e de sismos

frequentes, a devoção era o único refúgio do povo, através do culto do Divino Espírito Santo e ao Senhor Santo Cristo dos Milagres. A devoção que Teresa da Anunciada, venerá-vel religiosa do convento de Nossa Senhora da Esperança, tão intensamente sentiu por Cristo, marcou profundamente a alma do povo, de tal modo que o culto ao Senhor, através da procissão com a imagem, se expandiu e for-taleceu ao longo dos séculos. É, hoje em dia, a maior procissão, a mais grandiosa e a de maior devoção que se realiza em terras portuguesas.No coração de cada açoriano, disperso pelo

mundo, há um altar de culto eterno ao Senhor Santo Cristo, onde as suas preces mantêm per-manentemente acesas místicas velas de impe-recível devoção e saudade. Daí a presença de milhares de açorianos que vêm participar, todos os anos, de Portugal, dos Estados Unidos da América, do Canadá e, naturalmente, das outras ilhas, nas grandes festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, numa autêntica e profunda manifestação de fé e devoção. Semanas antes da procissão, o mosteiro da Es-perança e a praça 5 de Outubro são preparados e enfeitados festivamente com milhares de lâmpadas multicores, mastros e bandeiras, flores de todas as espécies e cores que conferem ao recinto um deslumbrante ar de festa. As festas duram vá-rios dias. Sucedem-se os serviços religiosos e os concertos. Na tarde de sábado, há pessoas que andam à volta da praça de joelhos sobre as pedras do pavimento ou, então, carrega-das de círios de cera, num agradecimento pela graça recebi-da do Senhor numa hora de aflição e sofrimento. Depois, no domingo, milhares de pessoas incorporam-se na procissão. A abrir, o guião, com a coroa de espinhos dourada, depois duas longas filas de homens com opas, muitos com grossos círios votivos, outros descalços, no cumprimento de promes-sas, interrompidos por grupos de filarmónicas. Seguem-se associações juvenis transportando guiões de cores garridas, crianças vestidas de anjos, alunos do seminário, o clero mi-caelense e alguns sacerdotes convidados, todos eles a pre-cederem a venerando imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, transportada sob um docel de veludo e ouro, num trono de lindíssimas flores de seda e pano, tecidas no século XVIII. Após a veneranda imagem, seguem-se os dignatários da Igreja Católica, representantes das congregações religio-sas sediadas em S. Miguel e muitos milhares de senhoras, no cumprimento de promessas. A fechar o extenso cortejo, seguem-se as mais altas autoridades militares e civis, repre-sentações e associações sociais e desportivas.A grande procissão recolhe, já quase noite, após cinco horas

de circulação pelas principais ruas de Ponta Delgada. O cor-po principal do tesouro do Senhor Santo Cristo dos Milagres

é constituído pelas seguintes jóias: o Resplendor, a Coroa, o Relicário, o Ceptro e as Cordas.Frutos dos mistérios da Fé, sinais da gratidão dos mortais

pelos milagres que os ajudam a caminhar pela vida, o Ex-Libris do Tesouro, o RESPLENDOR é a peça mais rica do espólio. Fotografado e documentado por especialistas inter-nacionais em arte, foi recentemente considerado, num con-

gresso em Valladolid, Espanha, a peça mais va-liosa do seu género em toda a Península Ibérica. O RESPLENDOR, em platina cromada de ouro,

pesa 4,850 gramas e está incrustado de 6.842 pe-dras preciosas de todas as qualidades: topázios, rubis, ametistas, safiras, etc. Além do valor ar-tístico, esta jóia está carregada de elementos simbólicos ligados à teologia. O primeiro é a da Santíssima Trindade, representada por um triân-gulo no centro que contém três caracteres com o seguinte significado: “Sou o que Sou” e também “Pai, Filho e Espírito Santo”.Deste triângulo irradiam os resplendores para as

extremidades da peça. O segundo elemento é a Redenção de Cristo, representada pelo cordeiro sobre a cruz e pelo livro dos Sete Selos do Apocalipse. Um terceiro é a Eucaristia, simbolizada por uma ave, o pelicano, pelo cálice e pelo ci-bório. O último elemento simbólico do RESPLENDOR é a Paixão de Cristo passando pela coroa representada em por-menor: desde a túnica ao galo da Paixão, passando pela co-roa de espinhos integralmente feita de esmeraldas.Se o Resplendor é a jóia mais rica do Tesouro, a COROA é

a sua peça mais delicada. Em ouro, pesando apenas 800 gra-mas, possui 1.082 pedras preciosas, todas elas trabalhadas com minúcia, onde os próprios espinhos são pequeníssimas pedras que diminuem de tamanho nas extremidades.O RELICÁRIO é, por outro lado, a peça mais enigmática

do Tesouro. É a única que está permanentemente colocada no peito da imagem e serve para guardar o Santo Lenho, que se crê ser uma farpa da verdadeira cruz em que Jesus foi crucificado.O CEPTRO, a quarta peça do Tesouro, é constituída por

2.000 pérolas que formam uma maçaroca de cana, 993 pe-dras preciosas ao longo do tronco e no conjunto de brilhantes com renda de ouro na base, onde está colocada a Cruz de Cristo.Finalmente, as CORDAS, com 5,20 metros de comprimen-

to, constituem a quinta peça do corpo principal do Tesouro. São duas voltas de pérolas e pedras preciosas enroladas em fio de ouro. Estas jóias possuem um valor incalculável, que ainda não está devidamente avaliado. As Jóias do Senhor Santo Cristo dos Milagres, como também a colecção de ca-pas usadas pela imagem, podem ser admiradas no Convento de Nossa Senhora da Esperança.

O Açoriano6

SAÚDE

Comer com os sentidosO prazer de comer proporciona sensações únicas que são am-

pliadas pelos cinco sentidos. Actualmente, a variedade de “ma-térias-primas” permite a elaboração de pratos que reúnem toda uma escala de aromas e cores. A experiência sublime de de-gustar um bom prato pode passar pela estimulação acertada da

visão, da audição, do tacto, do olfacto e do paladar. Na verdade, comer começa bem antes da comida entrar na boca! AQuando nos sentamos à mesa há muitos ruídos subtis que

devem estar presentes como parte de uma experiência comple-ta. O brinde clássico inclui um toque de copos que criam um som inconfundível! Aparentemente, este ritual terá sido criado porque o vinho estimula todos os sentido menos o auditivo!O “chin” dos copos a tocarem-se era o detalhe que faltava para tornar esta bebida perfeita! Já o ouvir mastigar a textura dos alimentos, o borbulhar da comida a ferver, o rompimento de uma crosta de sal, são pequenos detalhes que contribuem para a melhor apreciação do prato. Os investigadores da Universidade de Leeds mostraram que durante o primeiro segundo em que se trinca uma comida estaladiça, são gerados enormes es¬tou¬ros e ultra-sons que são analisados pelo ouvido e pela boca. É como se a comida falasse connosco e nos dissesse qual a

textura do alimento. Esta investigação mostra que o som e o sentir a comida é tão importante como o sabor, a aparência e o cheiro, pa¬ra determinar se gostamos de um alimento ou não. Não é por acaso que se costuma dizer “Ter mais olhos do que barriga”.Os sentidos que comemVisão: A visão é o primeiro sentido a aceitar mentalmente uma

comida. Os olhos deixam-nos saborear os alimentos à distância, estimulando os outros sentidos através da imaginação.As cores, a forma como a comida está disposta no prato, a de-

coração, são determinantes para um prato saber melhor ou pior,

independentemente do sabor! A prática de reservar a atenção à cor dos alimentos remonta

aos tempos antigos: os egípcios faziam o uso de corantes como componente de conservação e os romanos para exaltação da cor. O “visual appeal” coloca literalmente a boca a salivar e activa o funcionamento do estômago, colaborando assim para o bom desenrolar do processo digestivo. Tacto: Com o tacto temos a possibilidade de sentir “fisica-

mente” a comida: temperatura, textura, nível de humidade, densidade, dureza, forma, peso. Mas muito para além disso, o tacto é um factor determinante na relação que estabelecemos com a comida. Pegar num alimento com as mãos, sujá-las e depois lambê-las,

perceber um pouco da sua textura é de facto uma maravilha! Olfacto: O aroma da comida que escapa da cozinha e que

invade o resto da casa é um excelente chamariz para prender alguém à mesa. A estimulação do olfacto como uma boa com-binação de aromas pode transportar-nos para qualquer lugar do mundo ou da infância! Juntamente com o paladar, o olfacto permite-nos percepcionar o sabor e reconhecer os ingredientes específicos de um alimento. O olfacto é o sentido que permite a percepção do aroma e odor.Paladar:O gosto define a sensação percebida pelos órgãos gustativos,

quando estimulados por substâncias solúveis, envolve a percep-ção dos quatro gostos básicos: doce, ácido, amargo e salgado. A sensibilidade ao gosto não se limita apenas à língua. Existem

outras regiões que também respondem aos estímulos: o palato duro, as amígdalas, a epiglote e ainda para certas pessoas, a mu-cosa dos lábios, das bochechas e a superfície inferior da boca. Experiência únicaO sabor é a experiência mista, no entanto singular, de funções

sensoriais como o olfacto, o paladar e o tacto, perceptível ape-nas durante a degustação de um qualquer alimento.Comer é um dos actos que repetimos várias vezes por dia.

Como vimos, os cinco sentidos trabalham em conjunto quando degustamos um prato. Ao pudermos apreciar uma refeição com calma e deixar cada

sentido desempenhar o seu papel dá-nos a possibilidade de des-frutar da vida, um pouco mais. Cada vez que nos sentamos à mesa, tornamos este ritual numa experiência única e saborosa! Coloque os sentidos a funcionar e desfrute de uma boa refei-ção.

O Açoriano 7

UM POUCO SOBRE NÓS

Nancy MartinsLe beau temps arrive et avec lui, l’opération épilation. Voici

un résumé des avantages et inconvénients de chacune des méthodes les plus populaires.Rasoir: Avantages- C’est la plus économique et plus uni-

verselle. Peut se faire dans tout espace, même dans la salle de bain du bureau, en cas d’urgence. C’est non douloureux, rapide – le problème est réglé en cinq à dix minutes - et il existe déjà sur le marché plusieurs produits spécifiquement conçus pour les femmes. Inconvénients- Il coupe le poil au lieu de l’enlever par la racine, ce qui signifie que les résultats sont de courte durée. Peut aussi occasionner l’apparition de poils incarnés. Il peut être utilisé pour les jambes, les aissel-les et les aines, mais est à éviter pour la lèvre supérieure. Crème dépilatoire: Avantages- C’est non douloureux,

économique et facile d’application. Prend environ 10 à 15 minutes dans la douche et la peau n’est pas irritée.Inconvé-nients- N’arrache pas la racine et il faut être très attentive au temps d’application pour ne pas causer d’irritation. Dure au maximum cinq jours.

Rasoir électrique: Avantages- Facile-ment transportable et arrache le poil par la racine. Les plus so-phistiqués incluent une option de massa-ge et l’épilation dure beaucoup de temps. Inconvénients- Les appareils sont plutôt coûteux et ne peu-vent être utilisés que lorsque le poil a une bonne dimension. Les femmes plus sen-sibles peuvent res-sentir de la douleur.

Pour les jambes et les aines, c’est une méthode excellente. Cire chaude: Avantages- Enlève la totalité du poil, ce qui

permet une épilation durable d’environ un mois, dépendam-ment des cas. Normalement, il est conseillé de le faire en salon bien qu’existent sur le marché certaines formules pour la maison. Inconvénients- Peut être inconfortable ou même douloureux. N’est pas recommandée aux femmes ayant pro-blèmes circulatoires (surtout dans le cas de varices). Cire froide: Avantages- Extrait le poil par la racine et peut

être utilisée par toutes les femmes, sans exception. C’est aussi la forme d’épilation la plus hygiénique puisque qu’elle est appliquée sur un papier ne pouvant plus être réutilisé. In-convénients- Ne peut être utilisé que lorsque le poil est assez long et il s’agit d’une méthode plutôt longue (il faut parfois répéter l’opération sur une même région du corps).

O bom tempo já pede roupa fresca e sandá-lias. Vai começar a “operação depilação”.Cada vez são mais os métodos de depilação

que existem no mercado, basta seleccionar uma à medida das suas necessidades e... já está! Com excepção da depilação definitiva que deve ser iniciada no Inverno, qualquer um dos seguintes métodos tem prós e con-

tras e tem de ser adaptado ao seu tipo de pele. Lâmina: Vantagens- é a mais económica e mais versátil,

pois pode ser feita em qualquer espaço, até na casa de banho do seu escritório, numa emergência. É indolor, rápida - em cinco a dez minutos o problema fica resolvido - e já existe no mercado material próprio para as mulheres, ou seja gillees fe-mininas acompanhadas de espuma para amaciar a pele. Des-vantagens- Corta o pêlo em vez de o arrancar pela raiz, o que significa que os resultados são de curta duração. Pode ocorrer também o aparecimento de pêlos encravados. Pode ser usado para pernas, axilas e virilhas, mas a evitar no buço. Creme depilatório: Vantagens- é indolor,

é económico e de fácil aplicação. Demora 10 a 15 minutos no duche e a pele não fica ressentida. Desvantagens- Não arranca o pêlo pela raiz e tem de estar muito atenta ao tempo pós aplicação para não causar ir-ritação. Dura no máximo cinco dias.Depiladora eléctrica: Vantagens- Pode ser

transportável para qualquer parte do mundo e arranca o pêlo de raíz. As máquinas mais sofisticadas já têm massagem incluída e a depilação dura muito tempo. Desvantagens- Os aparelhos não são baratos e apenas po-dem ser utilizadops quando o pêlo já tem um tamanho razoável. As mulheres mais sensíveis podem sentir alguma dor.Para per-nas e virilhas é um método excelente. Cera quente Vantagens: Remove os

pêlos na totalidade, o que permite uma depilação duradoura, cerca de um mês dependendo dos casos. Normalmente é acon-selhável que seja feito por uma esteticista, mas já há forma de fazer em casa, aquecendo a cera em banho maria, no micro-ondas ou mesmo em mini-aquecedores próprios para o efeito. Desvantagens- Pode provocar algum desconforto ou dor e não é recomendado a mulheres com problemas circulatórios (so-bretudo em caso de varizes).Cera fria: Vantagens- Para além de extrair o pêlo pela raiz,

pode ser usada por todas as mulheres, sem excepção. É tam-bém a mais higiénica na medida em que é aplicada num papel que já não pode ser reutilizado. Desvantagens- Só pode ser usado quando o pêlo tem determinado tamanho e trata-se de um método demorado (por vezes é preciso repetir a operação na mesma região do corpo).

Os vários métodos para se depilarLes différentes méthodes d’épilation

O Açoriano8

TRADIçõES

Mario CarvalhoSenhor Santo Cristo, os homens acordaram das trevas

Foram milhares de pessoas que se diri-giram à igreja de Santa Cruz para virem participar e assistir às festas em Honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres que se realizaram em Montreal nos dias 22, 23 e 24 de Maio.Este Deus é grande e bondoso, ilumi-

na e perdoa a quem lhe ofendeu. Deu bom tempo para que as pessoas pudessem vir assistir a procissão e ver o bonito trabalho que a comissão das festas realizou este ano para dar aquilo que havia perdido nos últimos anos: o brilho e beleza. Quem sabe se a chuva e o frio que fez sentir nos últimos

anos foi o fruto das lágrimas derramadas pela tristeza que o

Senhor sentiu pelos homens o terem desprezado.Muitos dirão que ainda há certas coisas que poderiam me-

lhorar e tenho a certeza que irão melhorar no futuro, tenho confiança nos homens de boa vontade que por vezes deixam-se adormecer no conforto, e quando acordam já passou a procissão. É com o trabalho e também o empenho de toda a comunidade que estas são e continuarão a ser as maiores festas da comunidade portuguesa residente nesta província

do Quebeque, orgu-lho da comunidade açoriana. Todos têm direito de dormir para descansar mas não todos ao mesmo tem-po.Azafame dos prepa-

rativos da festa come-çou muitas semanas antes do grande dia da festa.Enfeitaram todo o

recinto festivo com novas decorações e muitas luzes, ao con-trário do que havia acontecido no ano

O Açoriano 9

transacto. Os responsáveis pela elaboração do bonito jardim em frente à igreja, foi Armando Loureiro e José Castro e para manter as plantas bonitas e dar um brilho as flores e dá a beleza da entrada do templo, José de Sousa e Manuel Neves foram encarregados para regarem.O padre Clifford antes da sua partida ajudou a plantar uma

árvore como recordação da sua passagem pela Missão de Santa Cruz.No interior da igreja, em volta da imagem do Santo Cristo,

muitos vasos de flores, das mais variadas cores e perfumes. Dava gosto em ver. É assim que se deve fazer porque este Deus merece pela sua bondade e nobreza.Durante todo o fim-de-semana, desfilaram no interior da

igreja, em frente à imagem do senhor redentor, para o ado-rar num agradecimento pela graça recebida do Senhor numa

hora de aflição e sofrimento. Depois, no Domingo, centenas de pessoas incorporaram-se na procissão. A abrir, o guião, de cada lado homens com opas, quando a imagem saiu à rua, a banda tocou o hino, que emoção, ouviram-se estalos no ar (foguetes). Atrás da imagem, iam pessoas com círios nas mãos, outros

descalços, no cumprimento de promessas, acompanhados durante todo o percurso por música tocada pelas bandas fi-larmónicas de Nossa Senhora dos Milagres, do Divino Espí-rito Santo de Laval e a de Montreal, a mais antiga das três. A imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, transportada sob um andor de flores.A procissão recolheu, após ter percorrido algumas arterias

da cidade com um percurso cada vez mais curto e alterado por ordem das entidades municipais des-ta cidade. O arraial dos três dias foi animado por vários artistas, de destacar a magnifica actuação de uma jovem que nunca tinha tido a ocasião de ouvir cantar, Sara Franco.Nos três dias, houve concertos musicais, belas

bandas filarmónicas locais. No Sábado, actuou a Filarmónica de Montreal, no Domingo, a do Espírito Santo de Laval e na Segunda-feira, a de Nossa Senhora dos Milagres.Deus enviou durante os três dias o calor e luz do

sol e à noite, o brilho olhar curioso da lua para ser testemunha desta grande manifestação de fé cristã e para mostrar aos homens como é imenso e todo poderoso.

TRADIçõES

Senhor Santo Cristo, os homens acordaram das trevas

O Açoriano10

fOTOS DA NOSSA fé

festa do Divino Espírito Santo reúne todos os açorianosQuando se chega ao recinto da festa, respira-se um ambiente

de alegria – a comissão e os seus ajudantes preparam as mesas para o jantar e, ao cair da noite, as pessoas caminham rumo ao império para tomar parte no terço e no animado serão.

No “Império do Espírito” os homens e as mulheres são convi-dados a viverem utopia da solidariedade, concretizando o sonho de uma sociedade livre, fraterna e feliz. Todavia, este ambiente festivo não se confina às nove parcelas do arquipélago Açoriano. Os nossos “heróis do mar” levaram para os seus países de aco-lhimento as festas em honra do Espírito Santo. Hoje este culto está presente em cada uma das comunidades açorianas presentes na América, no Canadá, no Brasil e noutras longínquas para-gens. Em cada uma delas expressa-se a devoção ao Divino e transformam-se em vida os traços da nossa identidade cultural.

Verdade se diga que, na diáspora, os Açorianos vivem as Festas do Divino com a mesma alegria e brilhantismo, como se as cele-brassem no largo da sua freguesia natal. A preocupação com a indumentária para o bodo de leite, a re-

produção de todos os pormenores do ritual religioso e a fideli-

dade nos temperos, para que as Sopas “tenham o gosto” à nossa terra – fazem com que qualquer filho dos Açores ao participar numa festa do Espírito Santo se sinta em casa. Foi assim que a associação do Espírito Santo de Hochelaga, deu início as fes-tas em honra da terceira pessoa da santíssima trindade que irao

decorrer nas proximas semanas. Após uma semana de muitos preparativos e reza do terço na sede da associação a festa teve início na sexta-feira dia 14 de Maio, que após a reza do terço, foi servida a tradicional carne guisada, vinho, sumos e doçaria, com baile animado pelo Duarte Froias e o DJ Fernando Vinagre. No sábado, como é tradição na ilha terceira, houve o cortejo

do bodo com a imagem de Santo António transportada por se-nhoras, acompanhada por alguns músicos da banda de nossa Se-nhora dos Milagres e os cantadores José Plácido, José Barbosa e José Moniz, vindos dos Estados Unidos e Manuel de Fátima, de Montreal. Quando o cortejo entrou no salão de festas os canta-dores cantaram a moda do pezinho. De seguida na sala do segundo andar, teve inicio a tão deseja-

da e apreciada cantoria ao desafio, esta associação é a única na

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Marinho, cantou, dançou, bei-jou um velhinho talvez recor-dando o seu pai recentemente falecido, também fez chorar, alguns presentes quando can-tou a canção ‘’filho meu’’ Má-rio Marinho esteve em grande, dedicando muito carinho aos seus fãs e amigos, foi uma tarde bem passada e uma das festas em que mais gostei de assistir nesta associação. Para-béns ao Presidente Artur Cou-to e toda a sua equipa, já agora não esquecendo, obrigado, gostei muito de comer mas-sa com queijo de São Jorge, acompanhado por um copo de vinho.

comunidade que mantêm fiel esta antiga tradição açoriana, ano após ano trás a Montreal os melhores cantadores ao desafio da diáspora e dos Açores Este ano foram privilegiados pelas actu-ações de Jose Placido natural da Lombinha da Maia, Barbosa e José Moniz naturais dos Arrifes todos eles da ilha de São Miguel e Manuel de Fátima natural da freguesia dos Altares Ilha Tercei-ra. O momento alto da festa foi no domingo, com um lindo dia de sol, o cortejo das coroas para a igreja foi acompanhado pelas bandas filarmónicas de Montreal, Nossa Senhora dos Milagres e de muitas individualidades, foi muito bonito, despertando por onde passava a curiosidade dos canadianos. Quando o cortejo

chegou ao salão de festas, logo em seguida foram servidas as deliciosas sopas do Espírito Santo, tanto na Sala do primeiro e segundo andar. A tarde foi animada pelo concerto da banda filarmónica de

Montreal e de Nossa Senhora dos Milagres, seguido do magní-fico espectáculo do carismático artista, vindo de Toronto Mário

LITERATURA

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NOTÍCIAS DA POVOAçÃO

Edite MiguelCarlos Ávila tenta salvar

Carlos Ávila implementa plano de contenção para evitar insolvência do concelho

Luís Quental Pacheco, membro do PSD na Assembleia Municipal da Povoação e seu último porta-voz, afirmou na reunião deste Órgão Deliberativo que a Câmara da Povoação está falida, dando razão ao actual Executivo camarário que encon-trou uma pesada herança, aquando da sua

entrada em funções, fruto do último sufrágio eleitoral. Os dados nus e crus da Conta de Gerência de 2009 foram

apresentados nesta Assembleia e vieram, infelizmente, a confirmar a triste realidade há muito esperada, em conse-quência duma desastrosa gestão dos últimos oito anos.Através dos documentos apresentados por um técnico supe-

rior dos serviços de contabilidade da au-tarquia, ficou a saber-se que a dívida da Câmara a Terceiros subiu de 9 milhões, em 2001, para mais de 37 milhões de eu-ros, em 2009. Mais grave ainda do que isso, é que desses 37 milhões de dívida total, existem perto de 7 milhões que não têm cabimento, encontrando-se apenas registados patrimonialmente, constituin-do, por esse motivo, uma gravíssima ile-

galidade do ponto de vista da Lei de Finanças Locais, mon-tante este que já é vulgarmente conhecido como “a dívida do caixote”. Nesta reunião foi ainda explicado que em 2009 o endivi-

damento líquido encontrava-se em excesso, batendo quase o tecto dos 10 milhões de euros. O mesmo cenário foi igual-mente apresentado para o endividamento a médio e longo prazo que está também em excesso, no montante de 1.3 mi-lhões de euros. A Conta de Gerência foi aprovada por maio-ria com 17 votos a favor, dos quais 13 foram da bancada PS; 3 da bancada PSD e 1 independente; 1 voto contra do PSD e 1 abstenção também do PSD. Contrariar a falência do Concelho da Povoação, reafirmada com tanta convicção

pelo PSD na última Assembleia Mu-nicipal, mais parecendo que a desejam mesmo, é agora o objectivo principal do actual Executivo. Daí, o Executi-vo de Carlos Ávila ter arregaçado as mangas, trabalhando afincadamente num Plano de Contenção da despesa que liberte receita que possibilite o maior montante possível de pagamen-tos, durante o corrente ano.

Edite MiguelO Plano de Contenção para 2010 implementado pela Câ-

mara Municipal da Povoação vai chegar um pouco a todos os serviços do município. Apresentado na última reunião de Assembleia, este conjunto

de soluções visa travar a ameaça da insolvência do concelho que ainda paira no ar, sob ameaça do Governo Central. Para dar provas do seu empenhamento e capacidade de resposta, o executivo camarário colocou como meta a atingir já este ano a redução em 20% do endividamento líquido municipal para evitar este risco real, relativo à perda da autonomia de-cisória da Câmara, em vez dos 10% previstos pela legislação do governo central. Por outro lado, o plano vai forçosamente fazer diminuir o deficit do município, colocando-o em níveis aceitáveis que permitam novamente, muito em breve, o re-torno ao investimento público adequado às reais necessida-des do município.Assim, com este Plano de Contenção já em execução ficam,

por exemplo, cancelados os espectáculos de Verão, como a Festa do Chicharro da Ribeira Quente, o Festival da Povoa-ção e ainda a Mostra do Cozido das Furnas. Serão reduzidos os subsídios às Instituições Particulares. Será cancelada a re-colha do lixo ao sábado. Os lavradores passam a pagar uma taxa pela água da rede pública e as escolas também passam a pagar pela utilização do Gimnodesportivo.

Quanto às contenções feitas dentro de portas, das mais re-levantes destacam-se, a diminuição em 50% das despesas do Gabinete do Presidente da Câmara, a alienação das viaturas e máquinas em mau estado de conservação e a diminuição para 50% da despesa em reparações com os restantes veícu-los e fica limitada a despesa de combustível das viaturas e máquinas da autarquia a 6.500 litros por mês. O funciona-mento dos serviços municipais verá reduzidas as suas despe-sas em 20% e nomeadamente em relação ao papel deverá ha-ver uma poupança mensal de 37 000 folhas/mês. Fica ainda proibida a utilização de telefones municipais para chamadas particulares.Carlos Ávila afirmou na reunião da assembleia que estas

medidas são duras, mas, no entanto, vitais para tirar o con-celho do fosso onde está metido. “Diminuir a dívida muni-cipal, já este ano de 2010, é um objectivo estratégico im-perioso, para qualquer que fosse o gestor público que, com elevados princípios de responsabilidade que aqui estivesse neste meu lugar. Mas Também é um objectivo estratégico para todos quantos amam a nossa terra e não pretendem que seja declarada pelo Governo Central a insolvência do nosso Concelho que certamente afectaria o nosso processo de de-senvolvimento, a nossa qualidade de vida e, muito em espe-cial, o futuro das gerações jovens”, referiu.

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UM OLHAR

Procure o diado seu aniversárioSabrina Carvalho

Solidariedadepara a MadeiraNo sábado primeiro de Maio, dia do trabalhador em Por-

tugal, a comissão de festas de Nossa Senhora do Monte or-ganizou no salão nobre da Igreja Santa Cruz em Montreal um jantar espectáculo com o objectivo de angariar fundos para serem enviados para a Ilha da Madeira para ajudar os sinistrados do mau tempo que assolou aquela ilha no passa-do mês de Fevereiro. Muitos foram os esforços dispensados pela organização para poderem acolher o maior número de pessoas que desejaram estar presentes para participarem em tão nobre causa, dificultando a tarefa dos jovens que servi-

ram à mesa porque o espaço entre as mesas era muito redu-zido. Mas quando a causa é boa, até o povo compreende e colabora. Após o jantar ter sido servido, o espectáculo teve a participação de vários artistas comunitários, entre muitos outros: Fátima Miguel, Eddy Sousa, Alex Câmara, Kelly M, Jomany. Segundo os responsáveis, a festa rendeu a bonita soma de 21,000$. Associando ao montante de 15,000$ re-colhido na Caixa dos portugueses de Montreal, foi enviada para o arquipélago da Madeira a generosa quantia de 36,000 dólares canadianos que desde já agradecemos e que este di-nheiro venha a ajudar a quem mais necessita. Parabéns à or-ganização pelo empenho e trabalho realizado em prol da sua gente que neste momento ainda chora as vidas perdidas.

4 De Junho até 13 de JunhoÁrvore Hornbean (O Bom Gosto)De uma beleza muito franca, se preocupa por sua aparência e sua

condição económica, de bom gosto, não é egoísta, vive de forma mais cómoda possível. De maneira razoável e disciplinada, busca bondade e conhecimento em uma parceria emotiva, sonha com amantes incomuns, aos poços e feliz com seus sentimentos, des-confia da maioria das pessoas, nunca está segura de suas decisões Muito consciente.14 De Junho até 23 JunhoA Figueira (A Sensibilidade)Muito forte, é uma pessoa voluntariosa, independente, não per-

mitem as contradições, ama a vida, sua família, as crianças e os animais, um pouco volátil socialmente, bom sentido do humor, tímida mas um pouco extrovertida. Gosta da ociosidade e da pre-guiça, tem um talento prático e inteligência Pessoa muito sensual e atractiva ao sexo oposto. Gosta de grande elegância e porte.24 De JunhoÁrvore de Abedul (a inspiração)Uma pessoa vigorosa, atractiva, elegante, amistosa, não é pre-

tensiosa, e modesta, não gosta de excessos, se aborrece com coisas vulgares. Ama a vida, a natureza e a calma, não é muito apaixonada, cheia de imaginação, um pouco ambiciosa, acredita numa atmosfera de calma e satisfação25 De Junho até 4 de JulhoÁrvore de Maca (O Amor)De contexto leviana, muito carismática, e uma pessoa chamati-

va e atractiva, de uma aura agradável, aventureira, sensível, sem-pre apaixonada, quer amar e ser amada, companheira fiel e terna, muito generosa, de talentos específicos, vive o dia-a-dia, filosofa despreocupada com a imaginação Totalmente distraída

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GASTRONOMIA

Carapinhada de melanciaIngredientes para 6 a 8 unidades:150 g de açúcar; 2,5 dl de água; 2 a 3 limas; ± 800 g de melancia (sem cas-ca); folhas frescas de hortelã.Preparação: 1. Retire parte da casca de uma das limas com um pelador e deite-a num tacho. Junte o açúcar e a

água e leve a ferver entre 5 a 6 minutos. Entretanto corte as li-mas ao meio e retire-lhes o sumo com um espremedor. 2. Cor-te a melancia em pedaços, ao mesmo tempo que a limpa de sementes. Deite os cubos de melancia no copo liquidificador. Junte o sumo das limas e triture bem. 3. Adicione a calda de açúcar já fria e volte a triturar. 4. Deite o preparado numa taça e leve ao congelador. Mexa a mistura com um garfo de hora a hora para separar os cristais de gelo que se vão formando. A mistura deve ficar com o aspecto de gelo picado. Sirva em co-pos largos com duas palhinhas e enfeite com folhas de hortelã. Nota: Se não tiver copo liquidificador deite a melancia num recipiente alto e triture com a varinha mágica.

Gelly shots de limão e vodka com molho de morangosIngredientes para 4 pessoas: Água; 60g de açúcar; 3 limões; 9 folhas de gelatina; 1 cálice

de vodka; 300g de morangos; 1 pe-pino; sal; pimenta de moinho; folhas frescas de menta; flores comestíveis.Preparação: Leve ao lume 5 dl de água com o açúcar e deixe ferver. Lave os limões, corte-os em rodelas finas e introduza na calda de açúcar.

Retire do lume e deixe as rodelas de limão em infusão duran-te pelo menos 6 horas. Ponha 5 folhas de gelatina de molho em água fria num copo e o resto noutro copo em água fria. Coe as rodelas de limão que estiveram em infusão através de um passador de rede. Deite fora as rodelas e junte o vo-dka ao sumo. Escorra as 5 folhas de gelatina, leve a derreter no microondas durante 30 segs e junte-as ao sumo de limão e vodka. Distribua o suco por 4 copos de paredes verticais e leve ao frigorífico. Triture os morangos com a varinha ou no copo liquidificador e coe através de um passador de rede fina. Escorra a água das restantes 4 folhas de gelatina e derreta-as no microondas durante 30 segundos na potência máxima. Reserve um pouco da polpa dos morangos e junte a gelatina derretida à restante, mexendo bem até dissolver completamente. Deite numa pipeta e deixe prender um pouco. Quando as gelatinas de limão e vodka começarem a prender introduza a pipeta no centro de cada uma, até meio, e distribua a gelatina de morango de modo a ficar em suspensão. Reserve no frigorífico até prender completamente. Entretanto lave e corte o pepino em cubos e tempere com sal. Tempere o molho de morango com sal e pimenta com folhas de menta picadas. Desenforme as geleias para os pratos de serviço e sirva com os cubos de pepino e o molho de morangos.

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COISAS DA TERRA

Idosos: um peso ou umvalor inestimável? Jose Gabriel AvilaQuem, sem razão ponderosa, exclui

do convívio da família um idoso, inter-nando-o num lar, está a praticar um acto censurável que mais tarde se pode rever-ter contra ele. Os Lares de terceira idade não po-

dem ser depósitos de gente excluída e desprezada pela família, pensões, ou ante-câmaras da morte, a quem se deixa património para compensar cuidados e despesas, mas último recurso e só para quem não tem nem família, nem amigos. Muito se tem falado de envelhecimento da população e das consequências dessa etapa da vida. Na sociedade rural, os idosos viviam

em suas casas até Deus querer e eram tratados por suas famílias com carinho

e veneração. Os idosos, fossem eles ho-mem ou mulher, eram respeitados e ti-dos em conta, como ainda hoje acontece em comunidades africanas que conheci. Eles ocupavam sempre o lugar do pater-famílias, fosse onde fosse. Aos idosos e idosas tirava-se-lhes o chapéu e ouvia-se-os com atenção e respeito, porque transportavam saberes, experiências e memórias que salvaguardavam a identi-dade e as tradições familiares e comuni-tárias. A bengala ou o bordão eram mais que um arrimo – eram um símbolo do poder. Esses valores, perderem-se, ou melhor:

não foram cultivados. E hoje, a pretexto de uma economia que valoriza sobre-tudo a capacidade produtiva, os idosos

passaram a ser encarados como um peso nos orçamentos familiares, apesar de contribuírem com as poupanças das suas irrisórias reformas. Em Portugal, no ano de 2001 em 100

jovens existiam 800 idosos. São números preocupantes. Mas, mais

preocupante ainda é a taxa de pobreza entre os idosos. Em 2005, ela atingia 28%, enquanto a população pobre no nosso país se situava nos 20%. Significa isto que os idosos são os cidadãos onde a exclusão social é maior. Projecções do INE referem que, em

2010, 18% da população é idosa e em 2050 atingirá os 32% da população. Por-tugal está a envelhecer mais e mais de-pressa e a maioria das ilhas dos Açores

vai no mesmo caminho. Em 1999, comemorou-se o Ano Inter-

nacional do Idoso. Os países membros das Nações Unidas foram incentivados a aplicar cinco princípios básicos em favor dos idosos: independência, participação, cuidados, auto-realização e dignidade.Na Conferência das Nações Unidas

sobre Direitos Humanos realizada, em 1993, em Viena, foi aprovado um novo plano de acção visando a participação activa dos idosos na sociedade, no de-senvolvimento e na luta contra a pobre-za; o fomento da saúde e bem-estar na velhice: promoção do envelhecimento saudável; e a criação de condições favo-ráveis ao envelhecimento.Como em tudo, não compete só aos Es-

tados e organismos internacionais o in-cremento destas medidas que proporcio-narão uma velhice individualmente mais tranquila e socialmente mais activa.Cabe, sobretudo aos filhos e às famílias,

encarar os idosos como pessoas capazes de transmitir memórias e “saberes de experiências feitos”, de gerar consensos, de apaziguar conflitos inter-geracionais, de acolher as crianças com a bondade e o carinho que só eles têm. Sociedade ou família que acolhe e aten-

de os seus idosos, é uma sociedade que compreende a complementaridade das etapas da vida. Quem, sem razão ponderosa, exclui

do convívio da família um idoso, inter-nando-o num lar, está a praticar um acto censurável que mais tarde se pode rever-ter contra ele.Os Lares de terceira idade não po-

dem ser depósitos de gente excluída e desprezada pela família, pensões, ou ante-câmaras da morte, a quem se deixa património para compensar cuidados e despesas, mas último recurso e só para quem não tem nem família, nem ami-gos. A construção e ampliação destas insta-

lações denota que elas são considerados o expediente mais fácil para “acabar com uma carga de trabalhos e de preo-cupações”. Dificuldades familiares existem, cer-

tamente, mas devem ser apoiadas por serviços ao domicílio, por serviços de saúde de proximidade, por centros de dia, por equipamentos de comunicação, pelo cuidado de vizinhos e de outras or-ganizações de cidadãos. Uma nova mentalidade social de inclu-

são dos idosos deve ser inculcada nos mais novos, pela família, pela escola, pelas igrejas e pelo estado. Os idosos são imprescindíveis, não na

perspectiva economicista, mas numa vi-são humanista e cristã.Alguém gostaria de, em fim de vida,

ser enviado para um lar (por melhor que ele seja), deixando casa, família, amigos e a terra onde nasceu e viveu?

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RECORDANDO

Quem são eles?