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MAIO 63 .. Xl/3

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Carta Mensal das Equipes Nos~9

MAIO

de Senhora

1963

Editorial Pecado de ignorância

Para a sua biblioteca Plano de emergência da CNBB Manifesto

A Carta do lar A caridade de Cristo nos apressa Dever de sentar-se familiar Oração para a reunião de junho O que vai pelas Equipes - Bilhete do Centro Diretor - Vida do Movimento - Dias de Estudos dos Responsáveis -Calendário.

Publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora

Casal Responsável: Gracinha e Antonio D'Eibo<;·X

Redação e expedição : Rua Paraguaçú, 258 - 52-1338

São Paulo 1 O - SP

Com aprovação eclésióstica

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EDITORIAL

PECADO DE IGNORÂNCIA

Ecumenismo, P'alavra até bem pouco tempo ignorada pela maioria dos cristãos e que hoje lhes desperta no íntimo profundo eco e a esperança - por vêzes ingênua, é bem verdade - de. ver dentro em breve restaurada em sua unidade a grande família cristã.

E' realmente de se desejar a unroo dos cristãos e é u·ma feli­d dade que as rel<1cões entre êles cad·a vez mais fraternais se fa­çam. Não devería-;,os, entretanto, esquecer que a atual desuniã~ dos discípulos de Cristo não foi motivada somente por razões de ordem meramente afetiva ou passional; poderiam ser superadas por meio de relações afetuosas e compreensivas. Questões graves de doutrina estão aqui implicadas. Bem sei que não s,eria o caso de , !ratando-se de simples leigos, buscar um diálogo em terreno dou­trinário : ser-lhes-ia preciso uma cultura teológica , que lhes falta . Não obstante, os católicos que estejam em contacto, ou entrem em contacto com seus irmãos seP'arados deveriam estar possuídos da ambição de poder ao menos dar explicação do porquê de suas con ­vicções e de suas práticas religiosas .

Neste campo, como, aliás , em tantos outros , muitos são, in­felizmente, os que vemos lançarem-se à ação , tão ricos de cora­ção e boa vontade quanto pobres de doutrina. E espantam-se de

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que seja infecunda a sua ação! E' aflitiva a ignorância religiosa dos católicos, começando pelos que se dizem de meio culto. Dis­to tive eu , recentemente , prova característica:

Certo casal protestante, tendo ouvido um sacerdote falar nas Equipes de Nossa Senhora por ocasião de um encontro ecumênico, interessou-se. pelo Movimento. Desejoso de o conhecer de perto , aceitou convite de uma equi~te : antiga, estável, cujos membros, em sua maioria , reservavam seu tempo para a meditação diária e iam à Missa diversas vêzes por semana , Tamanho zêlo impressionou os visitantes, que se puseram a interrogó-lo5 a respeito do Sacrifício Eucarístico. Confusão absoluta. A tal ponto que o casal protes­tante - conforme relatou ao padre que o encaminhara para a equipe - sentindo-se pouco à vontade por ter provocado aquela situação embaraçosa , tentou desviar o assunto. Os outros, ~tQrém ,

ao invés de admitirem com simplicidade a própria ignorância , tei­maram em prolongar o diálogo , de que, mais tarde, se envergo-

nharam.

Nas reun1oes de equipe, cuida, cada um , de apresentar, na " mise en comum" a 'própria atuação, nos engajamentos temporais e apostólicos: muito louvável! Têm, porém, os equipistas demons · trado o mesmo xêlo em auxiliarem-se uns aos outros no aprofunda­mento de seus conhecimentos religiosos?

Henri Caffarel

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PARA A SUA BIBLIOTECA

PLANO DE EMERG~NCIA DA CNBB. Ed . Dom Bosco

De 2 a 5 de abril de 1962, esteve reunida no Rio quase todo episcopado brasileiro, na s .a Assembléia Ordinária da Con­

ferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBBl. Esta Assembléia teve como inspiração de seus trabalhos, o

::tendimento a um apêlo do Santo Padre, dirigido ao Episco­pado Latino-Americano, em carta de 21 de dezembro de 1961 . ?1iesse documento, u Papa João XXIII pediu que se elaborasse um plano de trabalho para a. Igreja na América Latina que, atendendo às especiais condições da cristandade neste Conti­nente, indicasse as medidas a serem tomadas, a curto e a longo prazo, no campo da ação pastoral da Igreja e também no qu e lhe cabe como atuação no campo econõm:co-social.

O Plano de Emergência constitui assim, o plano estudado para a Igreja no Brasil, dentro daquele voto de João XXIII. É

o primeiro e importantíssimo documento emauado da 5.0 As­sembléia da CNBB.

Nesse Plano, os Bispos brasileiros estudam com lucidez e coragem, os princípios básicos de uma renovação pastoral que leve às almas a palavra de Deus e os sacramentos, vitalize a participação dos fiéis na vida da Igreja, encaminhando-a as­sim para o ~xercfcio de suas responsr.bilidades no campo espi­ritual, como também no social e econômico.

O documento se desdobra em vários capitulas em que são estudados objetivamente os principias básicos dos diferentes aspectos de renovação colimados, os seus requisitos fundamen ­tais, os objetivos a atingir, os esforços a empreender, as eta ­pas a serem sucessivamente vencidas. Os vários campos em que 1:e desdobra a açã.J da Igreja, são analizados um a um, tanto na linha da orientação como no da execução, no sentido de uma renovação vital que abranja todos os campos de ação.

3

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E' êste um docLmento cuja leitura se impõe a todo cristão. ccmo ponto de partida para uma inserção corajosa e decidida neste grande mo1·imento vitalizador para o qual os nosso Bispos convocam todas as forças vivas da Igreja no Brasil.

MANIFESTO

L. J. Lebret

Duas Cidades

O problema da materialização do homem, é, sem dúvida, o mais sério problema de nossa época. Essa materialização foi consequência inevitável do choque produzido pelo progres o c:entífico e técnicu. A complexididade técnica deste progress:) absorve os momentos de reflexão de que pode disp:J r o homem dt: ação. A rapidez dos ritmos de vida, não deixa mais lazrr para a reflexão profu nda .

A confusão do mundo atual explica-se pela intensidade deste materialismo, fonte inevitável ele incompreensão, egois­rno, conf!itos e àes1·ios.

Torna-se assim urgente um esfôrço desinteressado e efica;; para a inztauração de uma economia humana, cujo objetivo seja a ascenção humana universal, isto é, a ascenção de "todo o homem·· e de "todos os homens" .

J. L. Lebret, cujos trabalhos el e repercussão internacionui e1n "Economia e Humanismo" são bem conhecidos, e que já P bordou exaustivamente o problema em "Suicidio ou sobrevJ­céncia do Ocidente" , dirige-se agora "aos homens e mulheres de boa vont.ade qu·..! desejem , considerando possível, um esfôrç0 desinteressado e eficaz para a instauração de uma "economia humana ·• que não é sinônimo de "economia social".

Nas 100 páginas deste documento, o A. apresenta uma v1sao realista de todos o., granà es problemas que afligem a humani­dade de nossos dias. Manifesto por uma civilização solidá­ria, quer ser uma tentativa de chamar a atenção sôbre a si­tuação do mundo, com o intuito de indicar um caminho que permita à humanid&de sair dos impasses em que se encontra.

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A CA RT A D O LA R

Que re m fazer do Evang e lho o fundam e nto da própria família .. .

Vocês le ram do comêço ao fim , os quatro Evangel hos? Possuem cada qual, marido e mulher, uma eíblia ou um Novo

r estamento, ou uma coletânea dos Evangelhos?

Quantas vêzes no mês abrem um qualquer dêstes livros, e du ­rante quanto tempo o lêem)

As respostas a inquérito recente dirigido a doze equipes de menos de três anos, e que tinha por obietivo a "leitura do Evan­;~elho " ncs levam a fazer-l hes agor3 estas perguntas . T ivemos a ;urpresa - digamos antes o desgôs to - de constata r uma pro­r.;orçõo assaz e levada de respostas reveladoras de que membros das Equipes, do Evangelho lêem exclus ivamEnte as p<-ssagens conti das nas Missas dos domingos e dias santos e os trechos citados nos te­mas de estudo. Não duvidamos de que em outrzs fontes vão l::us­: ar conhecimento a resperto da vida de Jesus, que ouçam pregações, que estudem os ensinamentos de Cristo , embora não fôsse senão J: elos temas de estudo. Poucos, porém, recorrem àquêles escritos cnde o Cristo, pQr palavras e atos, nos revela o Pai. Poucos sõ r; os que pr< ticam aquela forma de leitura continuada que acaba por impregnar a alma .

A pal avra de Deus é viva e eficaz : "Ass im como a chuv:~ e a neve descem dos cé:.~s E para lá não to rnam a subir sern a.,t?S ter irrigado a terra , sem tê-la fecundado e feito germinar, para que dê a semente ao semeador e o pão comestível, assim também a Palavra que sa i da minha bôca não volta sem resultado, sem ter

. •

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feito o que eu queria. sem ter cumprido a sua missão". I I saias, 55, 10-11 ).

A palavra de Deus é luz reveladora e é fôrça operante . Pôr­~e à escuta da Palavra de Deus na Bíblia é deixar-se criar de novo é deixar-se transformar, é deixar-se con.verter, curar e perdoar, c:ual os enfêrmos do Evangelho. E' preciso que a leitura das Es­crituras, e em primeiro lugar, do Evangelho, volte a ser, muito especialmente neste ano de Concílio, o fundamento de tôda a nossa vida cr istã . E' o que lembrava o pildre Caffarel , em p<Jla­vras d~rigida s recentemente aos equipistas: "Se, por amor da Igre ­ja e para corresponder às intenções do Santo Padre, decidirem re­formar suas vidas, retomem então o Evangelho, para fazer dêlc a lei de seus lares, que assim o pedem os Estatutos das Equipes" .

A palavra de Deus é fô rça salvadora: se quisermos ser porta­dores da Palavra , dar testemunho do Cristo em nosso mundo, há que, primeiro, recebê- la, escutá-la, meditá-la; há que deixar-se maravilhar por ela.

Não aqui, por certo, conseguiríamos dar a mais pálida idéi a do ê:]ue sej a a Palavra de Deus, a revelação de Deus, de que são por­tadoras as Escrituras e o Cristo . O tema da Palavra de Deus na Bí­blia é como que inesgotável . Só nos resta recomendar os estudo:. que a respeito tem sido feitos.

As respostas õO inquérito nos fornecerão, no entanto, algumas sugestões.

6ENEFiCIOS QE UM INQUéRITO

V<?jamos, em primeiro lugar, certas frases comprovadoras de que o fato de ter de responder a inquérito provocou reflexão be­néfica :

( ,

- Reconhecemos não ter dado, até hoje , a atenção devida a esta frase dos Estatutos: "Querem fazer do Evan­gelho o fundamento da própria família" . Temos tendência a ver nos Estatutos, antes de mais nada, as obrigações propos­tas . Quando não falhamos em nosso dever de sentar-se ou na oração familiar ; quando, mais ou menos, pomos em pró -

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tica nossa regra cie vida, acreditamo-nos quites com os Es­tatutos. E, muitas vêzes, nossa propensão é julgarmo-nos a nós mesmos com referência às obrigações e não com refe­rência às grandes orientações da primeira parte .

- Damo-nos conta de que lemos muito pouco o Evan­gelho, ao passo que nos empenhamos na busca de outras lei­turas espirituais que, bem cêdo, são postas de lado, por não nos convirem. Por certo, havia de ser mais proveitoso para nós começarmos lendo, s implesmEnte . c Evangelho.

- O inquérito deu aso a que todos os casais da equi;Je relessem os Estatutos, medindo-os em tôda a sua dimensão e P.xigências. Constetamos que vários de seus pontos, estavam no esquecimento. Comprovamos, também, que somos unâ­nimes em nos referir , de preferência, às obrigações nele con­tidas, descartando a primeira parte . O tópico referente ao "Evangelho, Carta do Lar", êsse, então, passara quase que despercebido. Parece que o Evangelho é muito pouco lido em nossa equipe: somente quando do estudo dos temas; nas missas de domingo ou dos dias de semana, ou na preparação dos círcui:Js de Acrio Católica . Tomamos consciência, tam­bém, de que bem .pouco pesa o Evangelho na escolha de di­retrizes ou nas decisões a serem tomadas em nossa vida de família" . (Extraídos, êstes trechos, de um relatório de reunião ).

BENE FiCIOS DOS TEMAS DE ESTUDOS

Muitos são os que dizem - e não podemos deixar de nos congratular por isso - que o estudo dos temas, em especial : "Os Caminhos da união com Deus", os levou não somente a ler os tre­chos propostos pelos temas, mas a trabalharem seu Evangelho, a folheá-lo, buscando referências , comparando os textos entre si:

- A contribuição das Equipes, nesse terreno, é, sem dúvida alguma, ter-nos forçado, ao menos por ocasião do estudo dos temas, a referirmo-nos ao Evangelho, propondo­nos textos que nos ajudaram a penetrar mais fundo no pen ­samento de Cristo . Por intermédio dos temas, voltamos a to-

7.

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mar contacto com o Evangelho, compulsando os textos, a fim de colher a totalidade dos ensinamentos neles contidos .

.::ASAIS L~EM O EVANGELHO

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Costumo ler o Evangelho depois do almôço, enquan­to as crianças dormem. E o leio, visando de modo especial <~s aulas de catecismo que tenho de preparar . Meu marido o lê, também, buscando nele, particularmente, as idéias fun ­damentais que lhe são necessárias nas discussões sustenta­das com os colegas .

- No decorrer de determinados períodos litúrgicos: Advento e Quaresma, lemos diàriamente e comentamos em comum o EvafJgelho do Missal. À noite o lemos, durante a oração conjugal: leitura de uma passagef!), seguida de medi­tação em voz alta . Acontece-nos constatar que um de nós descobriu 31go que ao outro passara despercebido. Achamos que essa leitura a dois nos enriquece mUlto. No Evangelho procuramos, principalmente, aquilo que Deus espera de ;1ós, de nosso lar, de nossa vida familiar .

- Diversas vêzes per semana, durante a oração da noite, lemos um trecho do Evangelho, para, depois, meditar em silêncio por algum tempo. Essa meditação nos ajuda muito; fazemos dela como que um pequeno exame de cons­ciência, a fim de averiguar se estamos vivendo dentro das •normas do Evangelho, se o nosso espírito é o espírito do Evangelho. Bem gostaríamos de chegar a fazer em voz alta essa meditação, mas até hoje não conseguimos ainda expri­~ir-nos um diante do outro .

- A fim de melhor conhecer os "nossos Estatutos",

adotamos, como regra de vida, durante certo período, a lei­tura quotidiana de uma passagem do Evangelho. A leitur.:~ era feita em comum, primeiro porque a ela nos obrigáramos )untos e. depois , para nos sustentarmos mútuamente. Pare­cia-nos, também, que lendo juntos lográvamos, mais fácil­mente, aprender a mensagem divina em sua adaptação às

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circunstâncias de nossa vida. Era, pois, a linha diretora da vida de nossa família que buscávamos no Evangelho.

- Não lemos juntos o Evangelho. Recorro a êle se­manalmente com o fito de preparar minhas aulas de cate­cismo, escolhendo. nos evangelhos das missas da semana aquêle que melhor me parece convir às crianças. O que me impressiona, tôdas as vêzes, é a simplicidade que as coisas ganham, quando colocadas em seu devido lugar, e a placi ­dez com que o Cristo resolvia tôdas as questões que lhe apresentavam. Impressiona - me, também, a confiança ina­balável no Pai, que acode ao apêlo de nossas limitações, con­tanto que nEle depositemos a nossa esperança.

- Bem raramente acontece-nos colocar em comum as idéias que nos sugeriu a leitura de uma passagem do Evan­gelho. Entretanto, fazemos entre nós dois , marido e mulher, uma certa "correção fraterna ", bastante rude às vêzes, que nos leva a corrigirmo-nos mutuamente, repensando, revisan­do, à luz dos princípios do Evangelho, esta ou aquela de nossas maneiras de agir. E' nesse intuito que a fazemos.

- Nossa leitura do Evangelho é feita individualmente. No entanto, o que contribui para que tentemos viver de con­formidade com êle, é a espécie de exame de consciência que fazemos à noite. Partindo de pontos precisos, buscamos jun­tos a atitude que deveríamos ter adotado para que fôssemos fiéis discípulos dos ensinamentos de Cristo, contidos no Evangelho.

FRUTOS DA LEITURA DO EVANGELHO

Alguns casais ci taram-nos, com grande simplicidade, casos em que o Evangelho agira diretamente na transformação desta óu da­quela mentalidade, na adoção desta ou daquela atitude, em sua própria vida ou na vida de pessoas que os cercavam. E' de se no­tar, todavia, que se trata aqui de casos particulares, em que os casais agiram de acôrdo com o que pensaram ter de fazer, pa ra obedecerem ao Evangelho; e isto não significa que devamos todos fazer a mesma coisa nas mesmas circunstâncias.

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- Certa môça abandonou a casa dos pais contra a vontade dêstes; dali a um ano, estava de volta , trazendo um filho . Os pais souberam acolhê-la com espírito de caridade, de perdão, no espírito da parábola do filho pródigo . Deram com isso testemunho de fidelidade ao Evangelho, ~o meio em que vivem.

- Certo jovem casal decide adotar uma criança. Está para ser-lhes confiado um recém-nascido, quando o médico, após exame cuidadoso, descobre que a criança está ameaçada de doença gravíssima . O diagnóstico é severo, desiiCOnselha a adoção. Responde o casal : "E' em plena consciência de te· dos os riscos que pedimos que nos confiem essa criança" . São-lhes impostas três semanas de espera . Informam-nos a respeito da grave enfermidade que. poderá advir desta doença. Decorridas as três semanas, êles mantêm-se firmes : "Que­remos adotar essa criança. Confiamos em Deus para que nos ajude a criá-la . "Obtêm a criança que, durante dois mêses, é mantida em observação numa grande clínica pediátrica. Ao fim dêsse prazo, para espanto geral, a criança que lhes é entregue é rigorosamente normal , está livre de qualquer sin­toma inquietante. Comoveram-nos tamanha fé e tão inaba­lável esperança ...

- Dentre as nossas parábolas preferidas, destaca-se a dos pássaros do céu e dos lírios do campo. Foi inspirados ne­la que fundamos nosso !ar, confiantes na Providência. Casa ­mo-nos ainda estudantes e só pudemos levar vida normal de­pois de seis anos de casados. Sem embargo de uma situação financeira precária ao extremo, duma vida vivida dia a dia , foi com entusiasmo que acolhemos nossos três filhos , e senti­mo-nos recompensados. Em primeiro lugar, por descobrir que se pode viver com pouco dinheiro e ser plenamente fe­liz e, depois, por constatar que a Providência na qual con ­fiávamos não nos abandonava. Vêzes numerosas, em situa­ções particularmente críticas, aconteceu-nos ver chegar di­nheiro às nossas mãos, de maneira imprevista, sendo que, em algumas circunstâncias, nem sequer sabíamos de onde pro-

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vinha . Nossos f ilhos compensam ao cêntuplo as preocupa­ções que nos possa m ter dado.

CONCLUSÃO

Só é autêntico discípulo de Cri sto aquêle que lê e re lê o Evange lho, com ê le confo rma sua vida e ne le busca a fon te de seu apostolado. Se quisermos faze r de nosos fi lhos cri stãos ve rdadei­ros, havemos de ajudá - los a conhecer o Evange lho: orações fa m i­lia res em que o Eva ngel ho tenha lugar de destaque, vigí lias em fa­mílõa fLmdamenta das no Evange lho. Diversas são as equi pes pos­suidoras de exper iências nesse gênero. Teriam todo o nosso re­conheci me nto, se no-las fo rnecessem, para benef ício de tôdas as outras.

ASSIM SE Ll O EVANGELHO . . .

Em tôda a extensão do "Verbo escrito" é "Ve rbo Encarnado" que de­

vemos bus car. O p róprio Cristo nos incita a fazê-lo: "Vó~ perscrutais a s

Escrituras . . . São elas que dão testemunho de mim . .. 11

Que valorosos exegetas, obrigados o suportar o pêso dos ataques ro ­

c.ionalistas, se a garrem à defesa de ce rtos te xtos messiânicos mais eviden ·

tes, nada mais justo . Nós, ~orém, em nossa simplicidade e ignorância , va­

os a o Livro com piedade, com desejo de e ncontrar Jesus em t ôdas a s narrativo s, e m todos os discursos.

Não leio o Evangelho com o fito de impor aos ou tros o minha inter­

pt etosõo, ma s para ali mento de minha alma Qual a espôsa dos Cânticos,

busco, encontro, perco e torno a buscar e torno a encontrar Aquêle que

ê meu único amor. E, para me guiar, consu lto os ~uordas da cidade, que

viram passar o Be m-Amado . Nestas dis posições amorosa s o c·oraçõo ca r­

rego para () alto o es!) írito , o calor se faz: luz e o suculência da le itura

divino torna quase insípida qualquer obro saída de môo de homem".

(Th. de Régnon, em " tludes sur la Sointe Trinité").

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À CARIDADE DE CRISTO NOS APRESSA ...

Vocês sabem que a C.N .B.B. (Conferência Nacional dos Bis­pos do Brasil ) preparou cuidadosamente e já deu publicidade a um "Plano de Emergência? ...

Vocês ~abem que êsse Plano, chamada "de emergência" tem por escopo a coordenação, em âmbito nacional, de toda a atividade apostólica da Igreja no Brasil? . ..

Pcis saibam, então, que êste notável documento, elaborado pela 5.a Assembléia Geral Ordinária da C.N.B .B., é a resposta fi ­lial do Episcopado Brasileiro ao veemente apêlo feito por S.S. o Papa João XXIII em carta dirigida a toda a América Latina, em 1961. o

Não obstante sua denominação, como Plano de Emergência, trata-se de uma bem sistematizada síntese que incorpora medidas a serem tomadas, a curto e longo prazo, tanto no campo especí­fico da ação pastoral da Igreja , como também no que lhe cabe como atuação no campo economico-social, nas circunstâncias excepcio­nais do nossa País.

No que se refere à participação dos LEIGOS, desejamos sub­linhar êste trecho da CONVOCAÇÃO GERAL, que explícita, de

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modo admirável, o espírito ecumênico que norteia todo o Plano de Emergência :

"CONVOCAMOS, pois, todas as fo rças vivas da Igreja pard um renc.vado esforço de pastoral que congregue sacerdotes, relig io­sos e leigos e atinja todas as almas, não só aque las ovelhas dóceis que vivem já na fidelidade à Santa Igreja, mas ainda as ovelhas a rredias e as tresmalhadas, para as quais não faltam senéo talveoz um convite e uma oportunidade para conhecerem mais de perto a Igreja e os bens que e la oferece em nome de DEus .

"Essa CONVOCAÇÃO nos obriga a uma como nova consagração de nossa vida pessoal ao serviço de Deus e nos impõe a urgência da preparação de preciosos auxiliares leigos que colaborem conosco , despertados, como quer o Papa, para o entusiasmo de serem útei s dO bem religioso e moral de seu povo". (Caderno da CNBB n.0 1 pág. 7 - grifes nossos)

Pouco mais adiante, referindo-se á necessidade de uma deci­siva "presença dos cristãos" no campo do social e do econômicú, dizem os Ex mos. Senhores Bispos:

"A ação pastoral , levando às almas a palavra de Deus, os sa­cramentos e vitalizando a participação dos fiéis na vida litúrgica da Igreja, é a base de tudo o mais: é a ação própria e primeira da Igreja, que daí caminhará para o exercício de suas responsabilida­des no campo social e do econômico.

"Convocamos os homens de todas as classes a realizarem no mundo do trabal ho, dos negócios e das profissões as diretivas da doutrina social da Igreja. Fugindo do nivelamento liberticida pre­gado pelo marxismo, não se caia no egoísmo, na cobiça e na desu ­ma na indiferença que caracterizam o capi talismo liberal". ( I bi­dem. grifes nossos )

O plano de Emergência é um documento suficientemente longo e bastante minucioso, em que, partindo de observações prelimina­res sôbre realidades objetivas, os Senhores Bispos enumeram os ob­jetivos visados, as metas a atingir bem como a forma de proceder.

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Na sua pr ime ira parte , a mai s importante, porque referente à PASTORAL, o Plane. de Emergê nc ia inclue os seguintes capítulos, que vamos e nu mera r numa o rdem que parte do particul a r para o gera l :

A I Renovação Paroquial;

B I Renovação dos Educa ndá rios;

C ) Renovação do Min is tério Sace rdoota l;

Dl Pasto ra l de Conjunto.

E' inte ressa nte nota r-se que, inse ridos nesses quatro ca pítu los , encont ra m-se d ive rsos p<lrágrafos que, tomados no seu conjuntà, deline iam os pontos básicos de uma MOBILIZAÇÃO TOTAL DO APOSTOLADO DOS LEIGOS.

Dent re os princ ípios básicos, enume rados no Pl ano como fun · dame ntos e razão de se r dos seus vá rios capítul os, destaca mos os ;eguintes, pela sua magn ífica amplitude e profundi dade:

14

.. 0 Evan ge lho ~ um sõ . Os homens que recebem a sua mensa­gem eterna pa ssam no Te!Tlpo, :-nudam conforme as civilizações,

mos continuam destinados ao Eterno, cuja palavra deve vencer

os crostas eventuais c atingir o âmago, criado ó imagem e se­,..,elhança de Deus .

"Nós, pastores autênticos, cumprimos nossa missão não apenas falando aos eventos mos util izando uma linguagem que sirvo realmente aos nossos intUit os - a vivência sobrena tural do nos­

~o rebonhc. Ser J:'OStor autêntico é ser pastor adequado às exi­gênc ias de sc.o épcca e de seu meio" (póg. 43 )

" V ivemos a época do co munitário. Como reação ao i ndividua lis~

mo surgtu o social e, como não é de admirar , resvalou até os

extremos da coletivizaçõo estatal.

"Os organ ismos internacionais mais diversos são um clamor

pelo ação 'em conjunto como ga rantia da todo . a Igre ja, a tual

com o o Evangelho, que sabe usar o roupagem e o linguagem ode-

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o que v a í p e 1 as

equipes

Maio 1963

73iefvete do. eenl'z-0. 7Ji~eto.t

Caros amigos

Há poucos dias, o correio nos trouxe, vindo da Coréia, um envelope bastante volumoso. Dentro, um caderno de dezesseis pági­nas, a primeira das quais tinha apenas, em seu centro, em carac­teres orientais, um título que não compreendemos.

As quinze páginas seguintes estavam cobertas de caracteres idênticos, pequenos e bem desenhados, impressos em azul escuro sôbre papel muito branco e fino.

Para que vocês compreendam do que se trata, alguns extra­tos de cartas recebidas anteriormente do mesmo remetente, mis­sionário na Coréia, serão esclarecedores:

dia 23 nov.: "Encarregado de uma paróquia importante e ativa, acho-me inteiramente ocupado desde manhã até à noite. Numa diocése enorme, somos ao todo apenas 25 pa­dres. Minha paróquia contará dentro em pouco perto de 4.000 católicos, aos quais é preciso somar a massa dos pa­gãos. Existem nela vários movimentos que, para funcionar,

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!!

exigem a presença do padre no decurso das reun1oes. Hó além disto, os cursos diários de catecismo, a visita regular dos núcleos cristãos afastados. . . Estes últimos tempos tive 1 O casamentos, dentre os quais um ou outro casal po­deria entrar numa futura equipe. Vós sabeis que desejo fundar uma equipe de Nossa Senhora; para isto, meu tra­balho consiste, quando tenho tempo, em traduzir na língua do país o texto dos estatutos, o que eu penso terminar até o Natal. O texto bastante denso desses Estatutos não é de fácil tradução. Penso traduzir logo em seguida a Carta Mensal n .0 O e depois , se Deus permitir, reunirei um pri­meiro grupo de casais. Acredito que serão de idade diver­sa; terá isto grande importância? Para encontrar casais capazes de serem pioneiros , sou forçado a procurá-los em tâdas as categorias! Por ocasião dos casamentos feitos es­tes últimos temoos . aceitei uma ou outra vez de ir almoçar em casa deste ou daquele novo casal. Fiquei surpreendido ao verificar que somente os homens estão em destaque . A jovem esposa vem apenas apresentar os seus cumprim~ntos e depois desaparece . Conversa-se entre homens unicamen­te, e as mulheres entre elas por vêzes, e frequentemente na casinha. Nestas condições a organização de equipes de casais parece difícil. Mas como a tarefa parece cada vez mais urgente, é preciso enfrentá-la ... "

dia 4 jan.: "Sinto-me confuso, e a legre ao mesmo tempo, ao sentir a que ponto desejais ajud2r-me no lançamento das Equipes de Nossa Senhora na Coréia. Depois de terminar a tradução dos Estatutos, no Natal, tive que providenciar a sua impressão e, por esta mesma mala postal, eu vos envio um exemplar. Ficaria muito grato se vos fosse possível promover a tradução de outros documentos: a Carta Men­sa l n.0 O principalmente e o tema Amor e Casamento (Com efeito tínhamos escrito a êste Padre que certos trabalhos de traduÇão poderiam ser feitos por seminaristas coreanos de Paris, ou por comunidades religi osas ~oreanas com as quais estávamos em contato.

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De minha parte, contava poder cOmeçar ainda êste mês as reuniões da primeira equipe, mas dois problemas me obrigam a esperar ainda: primeiro a tradução dos documen­tos essenciais pois aqui só se conhece em regra a língua materna. A outra razão é que só dentro de algumas se­manas é que vou saber se permaneço neste posto ou se de­verei mudar de residência. Nestas condições prefiro esperar. Os primeiros dias do ano de 1963 foram muito trabalho­sos. Por ocasião do Natal, meu coadjutor e eu, tivemos de confessar mais de mil pessoas e, na véspera de Natal, tive o prazer de dar o batismo a 33 catecúmenos, quase todos zdultos, sendo que 1 5 homens. Assim, pouco a pouco a nosso comunidade cristã continua a crescer e, se tivésse­mos mais padres, seria preciso dividir a paróquia em dois. Com efeito, nossa paróquia conta 220.000 habitantes! Sen­te-se um crescente interêsse pela Igreja; entretanto o pas­so decisivo da conversão é difícil de transpor, principal­mente para os homens e nem todos os que vêm às aul3.; de catecismo chegam necessariamente até o batismo.

O caderno _ que tínhamos recebido era portanto um exemplar dos Estatutos em coreano e os caracteres estranhos da capa sig­nificavam simplesmente: Equipes de Nossa Senhora. !:ste missio­nário , por iniciativa própria, traduzira os Estatutos; no entanto seu traba lho de missionário não lhe deixa muito tempo livre, como vocês puderam constatar ao ler estas cartas.

Mas. . . por que esta história coreana fazendo às vêzes de Bilhete do Centro Diretor? Porque é uma demonstração da im­portância que pode ser atribuída ao trabalho das Equipes, ao seu espírito, aos seus métodos, por missionários que semeiam a Bo3 Nova em países onde a civilisação e a mentalidade são de tal forma diferentes das nossas. As horas passadas por êste em tra­duzir os Estatutos são bem a prova disto.

Tenhamos pois uma visão muito larga de nosso Movimento e tenhamos a preocupação de construí-lo todos juntos. Seja êle uma casa acolhedora para todos os casais cristãos do mundo que, para

111

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melhor amar e servir a Deus, quizerem juntar-se a nós , e unir os seus esforços aos nossos. O Movimento não é propr iedade nossa , não temos direitos sôbre êle . Temos disso inteira consciência no Centro. Cabe-nos dirigir o Movimento, não segundo a nossa idéia, mas estando alertas à vontade de Deus e, para apreendê-la, é pre­ciso que estejamos alertas às necessidades dos casais todos do mundo, que querem se dar mais decididamente ao Senhor e têrr. por obj e tivo o ideal apontado na primeira parte dos Estatutos.

Creiam que temos o maior desejo de poder ajudar cada um de vocês, seja qual fôr o país a que pertence , a subir para o ideal que todos temos em vista. E creiam também, caros amigos, na nossa amizade muito fraternal.

O CENTRO DIRETOR

Vida do Movimento

DIAS DE ESTUDOS DOS RESPONSÁVEIS

Os écos que nos tem chegado do Encontro dos Responsáveis ,

de 30 e 31 de março últimos, são certamente animadores. De al­

guns casais que já tomaram parte em outros "Dias" ouvimos o co­

mentário de que nunca tinham sido tão bem organizados, tanto na parte espiritual como na material.

Se tal resultado se deve em boa parte àqueles que arcaram

com o grande pêso de tudo prevêr, tudo organizar, tudo pôr a fun­

cionar, não podemos nos esquecer que o ambiente de fraternidade,

de recolhimento nos atos litúrgicos, de seriedade e atenção nas con-

IV

Page 21: MAIO 63 .. Xl/3

ferências, de abertura nos grupos de trabalho e reuniões de equi­

pe. . . de alegria também nas poucas horas livres, tudo isto que

constitui propriamente o "clima" em que se desen10laram os "Dias". foi dado pelos participantes.

Mas houve ainda a oração e o sacrifício a prepararem o En­

contro: Doze Casas Religiosas, a pedido nosso, rezaram pelo seu

êxito espiritual; dois terços dos presentes ( 1 30 a 140 casais e 30 Assistentes) deixaram seus afazeres e sua casa, no Interior e nos

Estados, para virem dar a sua colaboração.

E houve, a coroar tudo isto, a solicitude e hospitalidade dos

Padres de Santa Cruz que, além de nos cederem o local para os

encontros gerais e para os grupos de trabalho, procuraram resolver

conosco todos os pequeninos problemas que sempre aparecem, e

o não pequeno problema das refeições. . . Nunca serão suficien­

tes, todas as nossas manifestações de reconhecimento aos Padres

de Santa Cruz.

Finalmente. para quadro mais amplo de todo êste conjunto,

a Imaculada Medianeira de nossas Equipes, preparou com carinho

dois dias lindíssimos. Foram dois dias de maio em março... E

foram dois dias bem aproveitados.

Vamos procurar dar um rápido apanhado do desenrolar dos "Dias".

AS ORAÇõES E AS MISSAS

Desde a meditação do sábado de manhã, até o canto final da "Salve Regina" no domingo à tarde, todos os trabalhos foram enquadrados pela oração. No sábado, à hora prevista , os casais se reuniram na capela pera 10 minutos de meditação preparado com uma breve reflexão feitll pelo Pe. Almeida Prado c.s.c. Logo em seguida, Sua Emin. Dom Carlos Cor­melo Vasconcelos Motta, cardeal-arcebispo de São Paulo, celebrou a Santa

v

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Missa, iniciando assim, com toda a solenidade, as trabalhos de nossos ·'Di os de E5tudos". A Missa de encerramento, no domingo à tarde, muito íntima e recolhida, foi celebrada pelo Rvmo. Pa . Lionel Corbeil c.s.c. A parte litúrgica e os cânticos foram animados pelo Rvmo. Pe. Pedro Lopes, de Taubaté. A meditação do domingo, foi preparada pelo Rvmo. Cênego Pedrc Branco Ribeiro, de J a hu.

t>.S CONFERrNC IAS

Vigiai e ara i - Foi o tema central da oração pronunciada por S. Emin. o Cardeal Motta, logo após a missa do domingo. Em primeiro lugar, vi­giar. Não só para não se deixar envolver pelas forças que tendem a desagrega r a família, mas também manter-se alerta contra as mano­bras que procuram implantar o divórcio em nosso país, o que seria a porta aberta para a penetração do comunismo. Em seguida, orar. Orar

para a santificação da família, fim êste visado pelos movimentos fami­liares em geral, pelas Equipes de Nossa Senhora em particular. Ora, a

~ant1ficaçõo requer de nossa parte o exercício de nossa vontade e, tam­bém o exercício bem entendido e orientado, de nossa liberdade. A liber­dade legítima, exige de nós o cumprimento de nossos deveres para com Deus, para com a Pátria, a sociedade, os nossos irmãos ma is próximos, a família e, particularmente, o exato Cl:mprimento de nossos deveres de estado.

Cristãos ou fariseus? Tal foi o tema abordado pelo Rvmo. Pe . Jairo

Moura, no começo da l.a sessão plenária do sábc.do.

Após faz'er uma síntese da história da vida religiosa antes de Cristo, caracterizou com clareza a mentalidade farisaica - estreita, f ormalista, eotereotipana, ciosa da manutenção rígida da tradição, mos desl igada da vida. Esta mentalidade entrou em choque frontal com a doutrina prega­da por Cristo, universal e aberta, feita de abandono ao Pai, de pureza e simplicidade (se não fordes como estas criancinhas, não entrareis no Reino d~ meu Pai), esperando do homem o resposta rivre de sua consciên­cia ético e moral que incorporo no gesto, nos passos, na s reações huma­nas, a verdade aceita.

O espírito farisaico permanece entretanto dentro de cada um de nós. Em cada um de nós a resistência ao abandono, à entrego; a tendência

VI

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c estereotipar dentro de nós um modêJo segundo o qual passamos a pensar,

a agir, sem cotejar êstes princípios com a verdade de uma vida de rela­ção, de troca com o Pai.

Porisso o advertência insistente de Cristo: Cuidado com o fermenta do fariseu. Enquanto estivermos na condição humana, êste fermento de

far:saismo estará dentro de nós, misturado, incorporado às melhores raí­zes de nossa formação; e estará ao redor de nós, integrando o jogo de mistério do mal.

Para superá-lo, somente o abandono do cristão. E, para o cristão casado, a consciência de que a vida conjugal e fam iliar é a resoosta a

umo vo~aç5o, o um apêlo do Senhor. Ele nos a~cu antes e, depo1s, con­sagrou a nossa vocação, a no~sa dupla vocação ir.separ6vel. E consagrou esta comunidade, como comun1dode, como força ~ontificadora interior. A

comunidade conjt;gal e familiar difere da comunidade monástica. Uma comonidada monástica é uma comunidade de pessoas consagradas. A :omunidade familiar é uma cimunidade sagrada. de pessoa~ não con­;ogrodas.

Ao nos·so Movimento, aos Movimentos familiares, nos clias em que es­tamo~, dicnte de tanto formalismo, dentro de tanta aparência de cristan­

dade, cabe a missão de realizar aquilo que Pio XI I chamou "a consagra­ção do mundo'·. A família pode faze-lo porque, antes da consagração do mundo, ela foi chamada a ser responsável pela consagração da vida.

Casamento e vida evangélica Frei Lucas Moreira Neves O.P., vice-assistente Nacional do Movimente Familiar Cristão, abriu para os equi­

pistas os amplos horizontes que se desdobram diante de nossa alma , quan­do procuramo$ aprofundar aq"-ela pequenina frase da 1 .a página de nossos Estatutos: os ·casais das equipes "querem fazer do Evangelho o funda­menta da própria família". Apoiado no Sermão da Montanha e nas oito Berraventuronças, destaca 5 pontos fundamentais q•,e permitirão umo síntese das grandes linhas do Evangelho que se entrecruzam na vida ma­tdmoniol, a qual pode ser um campo aberto poro a vivência do mensa­gem evangélica e das exigências do Reino de Deus.

Fala então sucessivamente da pobreza evangélica que, mais do que

desapêgo ao dinheiro e aos bens do mundo, é t;m estado permanente do homem que sente a sua miséria inata, a suo inteira dependência de Deus,

Vi(

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em quem confio e em quem espero Fala-nos d:J infâ ncia e!pitituol, do

espírito de infância que nado tem que ver com• infantilismo, pois exige

forço, maturidade, robustez espiritual, e que nos ensino a simplicidade, o

desapêgo, a ingenuidade, a humildade do filho de Ceus tm f:..ce do Pai,

e o inteiro abandono nas mãos de Deus. Refere-se ao senso do invi sível,

dizendo com Saint Exupery que "o essencial das coL.:oSas é invisível aos olhos". O cristão tem aquela sensibilidade que lhe permite ver através

da trama aparentemente grosseira das causas rotineiras, o fio de ouro

da graça, C:ando sentido e conduzindo os acontecimentos. Este senso do

invisível nos leva a considerar o primado de Deus, a Ele referindo todas

os nossas ações, todos os momentos de nossos dias , realizando em n6s uma permanente "conversão" a Deus. Finalmente o s.o ponto que deno­

minou Agopé, o que faz, não por esnobismo, mos porque a palavra "amor'',

foi esvaziada de seu conteúdo, na linguagem de hoje. Deus é amor, é

amizade, é reciprocidade, é intimidade. A mensagem de Cristo é toda ela

uma mensagem de amor, de amizade. Amizade que, para ser perfeita,

deve ter dois pólos: t.:m vertical que é amor a Deus e outro hor izontal que

é amor ao próximo, o tal ponto unidos que Cristo nos diz que o segundo

é igual ao primeiro. Estes d ois pólos formam o sinal da Cruz que é o

sinal do amor.

Não nos deteremos na segunda parte da conferência, em que Frei Lucas fez em rápidas e incisivos paralelos, a aplicação de tudo o que d is­

sera, na vida conjugal e familiar, o que pode ser resumido nestas pala­vras: fazer do lar uma escola de sar.tidade.

O :-nundo de hoje sofre uma tremenda crise de degenerescência, de de­

cadência - diz o credor no final - porque desaprendeu o amor. No

dizer de João XXIII, só o amor é capaz de salvar o mundo. E a fam í lia

é a última esperança que res1a, porque ela continua a ser Üm repositório

de amor, de que os !ares cristãos devem dar testemunho, pore salvar a

humanidade ntsta 25.a hora 1rógica que v ivemos.

O Plano de Emergência dos Bispos brasileiros - O Rvmo. Pe. Lionel Cor­

beil c .s.c., falou-nos dêste importante documento emanado do Episcopado

brasileiro. Refere-se ao veemente apêlo lançado na S.a Assembléia Ordi­

nária da C.N .B.B., pelo qual convocam tod:~s as forças vivas da Igreja

para um renúvado esfôrço de pastoral, que congregue sacerdotes, religio­

sos e leigos.

VIII

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Esre esfôrço é do m5xima urgência, ante o desenvolvimento "explo­sivo '' verificado no Brasil nestes últimos anos: explosão no campo da

ciência e da técnico, expi.Jsão demográfica c ideológ ica, criando desequili­

brics e problemas administrat ivos, scc:ois, econômicos, aos quais o Igreja não pode ficar ause:1te.

E' para fazer face a êstes problemas que o Ep:scc.pado brasileiro está coordenando esforços, numa ação planificada a ser exect;tada a curto e

a longo prazo. Mas o trabalho imenso a desenvolver não cabe apenas ao clero, afirmando Pe. Corbeil que, diante da insuficiência de sacerdo­

tes, "o que vai salvar o Igreja no Brasil e no Amé rica latina, são os lei­

gos". Cabe aos leigos t omar consciência aguda de seu papel e tomar posição junte dos Bispos nas respectivas diocése5 e junto aos vigários nas paróquias.

Aborda então os vários aspectos do Plano de Emergência que visa a uma renovação paroquial, renovação nos educo~dários, rencvação do m i­nistério sacerdotal e Pastoral de conjunto .

F1éis ocs seus Est:Jtutos, os equipistas que uquerem estar sempre pron­

tos a responder aos apêlos dos bispos e dos sacerdotes" e que "querem .:;er, por tôda a porte, os missionários de Cristo'', têm o grave dever de,

nesta h'Jra decisivo que a Igreja está passando, responder '•presente" ao cpêlo do Episcopado e trabalhar também no Plano de Emergência. Fa:z'

üm apê lo v"emente para que todos os equ ipistas aprofundem a estuda deste Plano, preparem temas de estudas, façam investigações, e, particu­larmente, se dediquem ao estudo do lugar da fomíl ia dentro de todas as formos do r-enovação planejadas, apresentando tal e~t udo à Comissão Na­cional dos Bispos Brasileiros, num diálogo franco e filial.

Termino conci:Jmondo os equipistas a se manterem unidos e d iscipli­

nados a o redor de seus Bispos, unidas e disciplinados ao redor do Movi­mento, respondendo ass im à última oração de Cristo co Pai, pouco antes de ser entregue : "Pai . . . rogo para qL:e todos sejam um, como tú estás

em mim e eu em ti, poro que também êles estejam em nós, e o mundo creio que tu me enviaste11

PALESTRAS E TESTEMUNHOS

A Co-participação ou Mise-en-commun, foi objeta de ma gnífica ex­pos ição de Luiz Carlos Gayotto (de Florianópolis), na qual passou em re-

IX

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vista todos os aspectos desta importante norma de nossos Estatutos: a sua

r..Jzão de ser, os dificuldad":!-; encontradas na sua prático, os seus limites e,

particularmente, os 6 aspectos da Co-participação: conhecimento mútuo - partilhar as riquezas - expôr as próprias necessidades - examinar

os problemas colocados por um casal da eqt:ipe - descobrir as exigên­cias do Evangelho - busca r as verdadeir:Js responsabilidades de cada

um. Conc!uiu a sua exposição, estudando o tJUpel d'J C Responsável e do Assislentc, para que a Co-participação alcance c seu objetivo de au­

xílio mútuo em profundidade.

No domingo, Gladys e Adonis Pirágine, (de Jchu), num "dueto" muito cqt;·ilibrado e bem sintonizado, discorreram sôbre o Oração na Vida do

Responsável. No dizer de Adonis, foi 11uma conversa de leigo para le igo"

mas que nem porisso deixou de abordar com elevaçC.o as dt:as obrigações sup lementares dos C. Responsáveis: a meditação e a missa na semana .

Esta palestra terá certamente resolvido as dificuldades de muitos novos responsáveis e esclorecido sôbre a razão de ser destas obrigações. Antes

de terminar, teceram algumas considerações o respeito dos reti ros que,

se são uma obrigação para todos os equipistas, são sem dúvida um grande

apoio para os responsáveis, no exercício de sua missão no equipe.

A Vida do Mov imento foi O!)resentoda por Orozimbo Loureiro Costa (também de Jahu), que expôs e comentou um quadro estatístico da posi­

ção das equipes em todo o mundo e no Bra sil e discorrec;. sôbre os prin­

cipais miciat1vas do Movimento.

OS GRUPOS DE TRABALHO

Os caseis presentes, foram distribuídos em 11 grupos de trabalho, que

se reuniram na tarde do sábado e do domingo. Os temas propostos poro a troca de idéias, foram a co-part icipação no sábado e o comprom isso no

domingo. E' êste sempre o momento para uma verdoéeiro co-participação sobre os assuntos em pauta, havendo oportunit:ade para que sejam apres ~nta.

dos testemun hos e experiências os mais variados, como também pera o

esclarerimento de dúvidas, em ambiente dos mais francos e animados.

X

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AS REUNiõES DE "EQUIPE"

Hei quem diga que é êste o por. ta alto dos "Dias de Estudo". Situa­

cus no fim do primeiro dia, estas reuniões são o lugar de convergência de todo aqvele "clima" de fraternidade, de entl.:siasmo c•escente, de oração,

que se foram criando durante os trabalhos de todo um dia. E' inegável entretanto que constituem sempre uma surprêsa, ante a extraordinária ami­

zade que se cria entre casais das mais variadas :z!onas, idades, condições

sociais, profissões. Esta amizade nada mais é do que a fraternidade cri5-

tã, sinal da pre~ença de Crista entre aqueles que se reL:nem em seu nome.

REUNiõES DE ASSISTENTES

A nota característica deste ano, foi a presença de um número bem

n'aior de Assistentes nos nossos Dias de Estudo~ . Part iciparam dos tro­balhos, estiveram presentes nas reuniões de equipe, tornando assim mais

vivo o ambiente de espiritualidade. Tiveram também suas reL:·niões em Grupos de Trabalho, no sábado e no domingo, sob a direção do Rvmo. Pe.

Lionel Corbeil c.s .c., Conselheiro Espiritual da Equipe Inter-Regional. Per­to de 30 sacerdotes debateram problemas relativos a sua atuação seja nos vários iempos da renião de equipe, seja quanto aos meios de auxiliar o

progresso epiritual dos casais.

AMBIENTE GERAL

Ser:J preciso ressaltar o que já todos sabem? Quando os casais das

eqL:·ipes se encontram, em pequenos ou grandes grupos, a fraternidade cris­

tã se manifesta numa realidade viva. Nos D:as de Estudo, esta realidade

se torna a inda mais evidente. O grande receio dos organizadores é que os "Dias" não compensem os sacrifícios dos participantes, particularmen­

te daqueles que vêm de mais longe. Oro, a palavra de um Assistente de Caxias do Sul, que tinha feito 20 horas de ônibus para vir e ia fazer

mais 20 para voltar, nos tranquilizou: "Se as Equipes organizarem para a semana que vem. um outro encontro como êste, podem estar certos de

minha presença"!

XI

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Maio

Junho

Julho

Agêsto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

XII

CALENDÁRIO

17-19

11

Em São Paulo

Em São Paulo para noivos.

Retiro em Baruerí.

Dra de Recolhimento

26-28 - Em Campinas - Retiro na Chácara São Joaquim - Pregador Cônego Pedro Branco Ribeiro.

16-18

6-8 7-8

13-15 21-22

28-29

18-20 25-27

31-

1-3 14-17

15

22-24

8

Em São Paulo - Retiro em Baruerí.

Em Caxias do Sul - Retiro em Caravaggio Encontro de Dirigentes da Região "Es­tados", em Florianópolis. Em São Paulo - Retiro em Baruerí Encontro de Dirigentes da Região "São Paulo", em São Paulo. Encontro de Dirigentes da Reg ião "In­terior".

Em São Paulo - Reti ro em Ba ruerí. Em Campinas - Retiro na Chácara São Joaquim - Pregador: Revmo. Pe . Esta­nisl;;u O. Lima. Em São Paulc - Retiro de 3 dias err. Valinhos.

Em São Paulo - Retiro de 3 dias em V alinhos.

Em Campinas - Peregrinação das Equi­pes do Setor. Em São Paulo - Retiro em Baruerí.

Em Jahú - Dia de Recolhimento no Colégio São Norberto.

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quedas à suo mtssõo no tempo, dá a essas entidades o plesttgio do suo posição eterno .

"Os organismos in ternacionais católicos, que surgem sob o inspi­ração do Santo Sé e com o objetivo de coordenar e estimular ati­vidades em plano supro -nacional , indicam comtnhos poro áreas menos extensas.

"0 isolamento se torna, hoje, rid ículo c perigoso. A época do jato ~ . o c;;ora , do astronáutico anulo as distancias e aproxima os ho­

mens entre si. O isolamento começo a parecer ridículo como cer­tos trajes de época s distantes . Os problemas, quando at ingem

certc envergadura, dificilmente deixam de afetar utr. ra io bas­tante tango. Assim também, os so luções isolados são frogeis , na atua l estruturo . Devemos ma rchar poro medidos comuns a os

nossos problemas.

"Não podemo> de ixar de apelar poro a Po, torol de conjunto, sempre pressupondo o graça de Deus, inclusive paro ilum inar os

Pastores no odo~ão de rr:eios humanos e descobertos pela inte­!igencio humanc , Jeflexo da inteligência Encarnada .

Finalme nte, vêm o principio fundamentalíss imo, sobretudo para os Cri stãos que querem levar até as últimas consequências os compromissos do seu Batismo . ~sse princípio vamos encontrar n o Plano de Emergência sob a rubrica : RAIZ TEOLOGIACA DA PAS­TORAL DE CONJUNTO.

'· Podemos apelar poro razões c e o rdem teológico . A dm .. trit1o do Corp'J Míst,co, marco nc t5ve: na paisagem religi o s-:~ de nessas dias, foz viver intensamente o social . Os problemas e os solu­-;óes são dl. todos os membros des3e Corpo. Todos são, embora

em groL: diverso, co-1 esponsóveis e, portanto, Cev~m ser convo­cados e ocupa r um pcsto determinado em razão dos necessidades globais". (póg. 44 )

O Plano de Emergência atribue a doze Comissões Episcopais a incumbência de traçar, para seus domínios respectivas , diretri -

15

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zes doutrinárias adatadas a nosso tempo e a nosso meio ( conf. PÓfl . I I e seguintes)

Como aplicação imediata do que acabamos de citar, vamos encont rar logo de início a seguinte proposição do Episcopado:

" Entre as resoluções básicas a firmar nesta 5.a Asembléia Ord i­

nária da CNBB figura o compromisso de procurar afazer-nos a

basear nossa atividade pastoral em sondagens objetivas e estu-

dos sociologicos " . (póg. 8)

11 lncluimos, entre os primeiras preocupações do nosso plano, o criação do CERIS (<:entro de Estudos Religiosos e lnvestigaçõel

Sor iais), em face da impossibilidade em que nos achamos de apre­

sentar um quadro objetivo da situação de nossa Pastoral ". (póg. 11 )

No capítulo da Renovação Paroquial se sobresae a idéia de célula viva e atuante da Igreja, "fermento da comunidade huma­na" ! . . . Portanto, uma "comunidade" de Fé, de Culto e de Ca ­ridade .

No capítulo da Renovação dos Educandários, destacam-se o "espírito de Família" e o "espírito Missionário", com vistas a dar à Igreja e à Patria homens autenticamente marcados pelo Cristianis­

mo: competentes, cultos, responsáveis, militantes, lares indissolu· veis, vocações sacerdotais e religiosas.

No que se refere à Renovação do Min istério Sac E:rdotal, o c b­jetivo magno é "ajudar os padres a desenvolverem e atualizarem todas as potencialidades de seu sacerdócio no serviço de Cristo e da Igreja" (póg. 30 ).

São interessantíssimos os parágrafos relativos aos "Padres Pro­fetas". isto é, ministros da Palavra Revelada; padres "Pastores", educadores dos leigos, voltados para a realidade íntima de cada um; padres "Sacerdotes", animadores das comunidades de culto; padres '·Ministros de Cristo", marcando com a sua presença pessoal a pre ­>enc;a invisível de Cristo entre os homens!

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Como vocês podem agora perfeitamente perceber, trata-se de um Documento Chave, um "Plano" da mais relevante importânc ia e de palpitante atualidade .

Os LEIGOS e particularmente os Casais das Equipes de Nossa Senhora , pela motivação do seu ingresso nesse Movimento supra-nacional de forma ção espiritual e de enquadramento leigo, não po­dem deixar de figurar na primeira linha dos que querem ser, por toda a parte, os missionários de Cristo, e querem testemunhar seu devotamento à Igreja, respondendo prontamente aos apelos de seus Bispos e de seus Párocos.

Senhor ! Aqui estou; que quereis que eu faça? ...

17

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DEVER DE SE NTAR -SE FAMILIAR

O que em abril foi dito o respeito de um dever de sentar-se

familiar, tem agora uma complementação, na forma de resultado

ée inquérito feito em 1960 e qL;e não apresentamos naquela ocasião,

por não o termos tido à mão. Temos o resposta de 20 casais, representando 4 ec;uipes.

Três casa is declaram não ter experiência alguma a re latar, não lhes parecendo as circunstâncias favoráveis a essa espécie de c:evcr de ..:icntar· se. Seis casais possuem exp~riêr1 c : a assaz l:mitada, tendo feito uma única vez um dever de sentar-se familiar, provo­

cado pelo inquérito . Dêstes ~eis, todos, sem excessão, estão deci­didos a recomeçar, 1nstudos, alicis, peles próp rios filhos. Outros seis casais já por duas vêzes fizeram seu dever de sentar-se familiar;

:::,uotro o fi2.'eram três vêzes ou mais. Um co •:ol ~em filhos, que mora com a sogra, tentou com ela a experiência, com• resultado €xcc lente.

Antes de prossegu irmos, citando dois testemunhos, convém no­tar-se o seguinte: todos os casais interrogados estão convencidos, ..:Jpó .:; uma ot..: duas experiências, do interês~e e do valor de tal sorte oc dever d~ sentar-~( ·; no ent0nto. quase r.1nguém, embora o idéio Ih~ tivesse ocor rido, ousara lançar-~e antes de agora em semelhnn-1e aventuro!

Se realmente, graças o um inquérito como êste, numerosos casais vi.!m melhorados as relações entre pois e filhos e entre irmão, con­venham os em que va l ia o peno lançá-lo ...

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PRIMEIRO TESTEMUNHO

NOSSA EXPERI~NCIA

Três vêzes tentamos, com intervalo de três semanas . A pri ­meira vez foi numa tarde de domingo, logo em seguida a um dever de sentar-se conjugal : de surpresa , sem que dele tivéssemos fa­lado às crianças. Foi feito fora de casa , todos nós sentados num tronco de árvore . Durou duas horas .

Da segunda vez, foi feito em r.1osso quarto, em tarde de do­mingo, também . Teve duração de uma hora . Da terceira vez, tor ­nou a ser feito em nosso quarto e num domingo e levou uma hor.J e meia .

Pouco importa o local , desde que o dever de sentar-se se de ­senrole em clima tranquilo e ambiente alegre . De maio para cá, deixamos de fazê-lo , por não termos encontrado a tranquilidade ne­cessária : por nosso lado , estávamos atarefad íss imos, sobrecarregados com atividades múltipl?~s ; nosso filho mais velho, por sua vez , pre ­parava-se para entrar na faculdade .

Nosso primeiro dever de . sentar- se foi realizado sem que nos ­sos filhos fossem avisados, com o fito de participar do inqué rito . O segundo, porém, teve sua data fixada , a pedido, justamente, dos fi lhes.

Da primeira vez , realizou -se em belo dia de primavera. Mi ­nha mulher o apresentou de maneira muito simples : "Trata-se de nos dizermos o que pensamos; de ver, sob o olhar de Deus, aqu i presente no meio de nós, o que está certo e o que está errado em nossa família . E a finalidade é a gente se amar mai s e melhor" .

Fizemos, uma oração improvisada e bem sucinta, terminandc por uma invocação a Nossa Senhora dos Lares, a f im de fazer com que nossos filhos sentissem bem a realidade da presença de Deus entre nós.

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Antes de prosseguir, porém, talvez fosse conveniente apre­sentarmos nossa família . Temos quatro filhos : P., rapazinho de 16 anos; C., menina de 15 anos; R. , menino de 9 anos e A. , menina de 8 anos.

Inquirimos os filhos, a começar pela mais môça. Ela procura o que dizer e, por fim , reclama de nós os santinhos de sua primeira comunhão que, de hó muito, vínhamos prometendo mandar dese­nhar num convento. Reconhecemos nossa falha .

Depois, foi a vez de R. l':le e A. vão falando alternadamente e narrando faltas por êles cometidas contra êste ou aquêle bom sen­timento. Discutimos serenamente o problema com êles e depois escutamos algumas das dificuldades que os apoquentam.

C. solicita, em seguida , nosso auxílio em alguns pontos. R. e A. pedem para ler os "Cadernos sôbre a meditação" (desde então, fazem, de tempos a tempos, sua meditação baseada em artigos e passagens que estão ao alcance de seu entendimento) . P. requer intervalo de tempo para refletir, não lhe ocorrendo, no momento, problema digno de nota.

Em seguida, os consultamos a respeito de mente conjugal : "Temos jeito de quem se ama"? a rir . O ambiente deixa-os à vontade.

nosso comporta ­l':les concordam,

Por fim, os interrogamos quanto à oração familiar e recolhe­mos idé ias interessantes. Ao mesmo tempo, 'fazemos: lhes ver o pa ­pel da vontade na oração.

O diálogo era dos mais abertos, o ambiente francamente jo­vial. Houve muita risada, o que, no entanto, não privou de serie­dade a conversa. As crianças estavam entusiasmadas e pediram que repetíssemos c encontro. Terminamos com oração breve.

OBSTÁCULOS ENCONTRADOS

De nossa parte, nenhum obstáculo, a não ser o receio de não dirigir convenientemente a reunião. E da parte dos filhos? R. co-

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meçou por demonstrar hostilidade; com o desenrolar da reumoo, porém, foi sentindo-se mais "leve" e acabou sendo o mais entusias­ta. Os, mais velhos temiam que a reunião degenerasse em con­fissão familiar . Foi durante a segunda experiência que apresenta­ram o argumento. Nós os tranquilizamos sem demora: não se tra­tava de confessar em nossa presença faltas pessoais; tratava-se, an­tes, de nos auxiliarmos uns aos outros, de nos amarmos melhor, de irmo-nos elevando, juntos, até Deus.

RESULTADOS CONSTATADOS

Entusiasmo dos filhos : vivíssima a impressão causada , tanto nos mais jovens, como nos mais velhos .

Saíu enriquecida, com esta abertura , a atmosfera familiar . Quanto a nós, lucramos um maior conhecimento de nossos filhos e algumas idéias para a oração familiar .

E' nosso parecer que, dêste método, muito se tem a esperar . l:le acentua principalmente na alma dos filhos a certeza de que nossa comunidade familiar está fundamentada em Deus e que o lar cristão oferece, como nenhum outro, oportunidades de felicidade

ESPONTANEIDADE OU PLANEJAMENTO?

A não ser da primeira vez, não planejamos o dever de sentar­se familiar. Não obstante, parece-nos de bom alvitre, para maior rendimento, que haja um planejamento.

Com efeito, nossa terceira reunião foi improvisada e transco,·­reu em ambiente de menor tranquilidade : foi, indubitàvelmente , r.1enos proveitosa do que as outras duas .

SEGUNDO TESTEMUNHO

NOSSA EXPERitNCI A

Resultante de leitura feita em "I 'Anneau d'Or" e de solicita­ção imprevista das crianças : "Que tal se a gente tivesse uma con-

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versa hoje?": assim toi a nossa primeira tentativa, há algun~ anos, de um dever de sentar-se em família. Foi um ensaio simpático. Depois do jantar, fizemos às crianças esta pergunta : "Será que tudo vai bem aqui em casa? Que é que vocês acham"? A única ot.servaçõo que nos ficou na lembrança foi esta, feita pelo n .0 3 ( 6 anos, ~;-roximadamente ) a balouçar-se plàcidamente na beira de uma poltrona: "E' que quando . .. é que quando ... a mamãe grit<J . . . ela não grita bem alto . . . então a gente continua ... fazendo arte . . . " Declaração aprovada calorosamente pelos dois outros! Confusão da mãe, que via assim pôs to a nu seu pont.:J fraco, mas que soube logo retrucar (ao mesmo tempo que desco ­bria ela !Jrópria o quão verdadeiro era o que dizia ) : "Exatamente, mas nem por isso vou gritar mais alto daqui por diante . Vocês hão de se comportar bem por acharem que devem, porque Deus está vendo vocês e porque a consciência de cada um está avisan · do o que está errado e não porque têem medo de serem descober­tos e levarem pito" '

Em seguida, repetimos, em diversas ocasiões, noitadas do mes­mo gênero :

No início das férias, por exemplo, com o fito de organizar o emprêgo do tempo e orientar os folguedos, meu marido engendrou um plano genial: nossa casa viu -se transformada em barco e as crianças em comandante, copeiro, grumete, etc . . . Eram seis as crianças naquela época. lnstigada a imaginação pela idéia pater­na, tódas as brincadeiras daquelas férias puderam ser fàcilm ente orientadas; os serviços foram prestados de boa vontade, a arruma­ção da casa foi mais cuidada . Camarote de navio é coisa impe­cável! ...

Ao firr. das férias , . antes da dispersão da família, agradecimen­to dos pais aos filhos pelo esforço feito, oração em comum para confiar a Deus a vida escolar que se retomava .

De outras feitas, deixávamos ao sabor da inspiração o dever de sentar-se: ora era a noite que, à luz do luar, nos aparecia em 1odo o seu esplendor; ora e:ra o canto dos passares que nos encan­tava ; ora era· o sol que se punha no mar, resplandecente e belo;

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ora era a chama a dansar acolhedora na lareira. . Contentávamc.­nos, entãc, em admirar juntos as belezas saídas da mão de Deus, em exprimir o que nos ia nc coração, em cantar em côro, em rezar.

Foi quando o atual inquérito nos veio ter às mãos, há do is mêses. Ensa1amos, então, diversas fórmulas, 'até que, ontem, che­gamos, por fim , ao que parece ter sido um "genuíno" dever de sen­tar-se familiar, inspirado nos deveres de sentar-se conjugais .

De dois mêses para cá, em três ocasiões diversas, fizemos, J:Ois , "Vigílias" , ao pé do fogo, à noite, logo após o jantar .

Um;J delas foi alegre, turbulenta , repleta de histórias engra­cadas , cuja lembrança , ainda hoje, faz rir gost0~arnente a fam ília inteira.

A outra foi solene, bela e grave; realizou-se alguns dias an­tes da promessa de escoteiro do filho mais velho . Poucas pala ­vras foré:m ditas, lentamente, em voz grave, vindas do fundo d e nossas almas, compenetradas do valor da promessa que o peque no ia fazer . Encerrou-se com uma Salve Rainha, entoada a meia voz . Em silên('iO, fomo-nos dietar. Foi uma noitada de graças, marca­da por urr.a pedra branca .

Um'l terceira, contando com a presença de um amigo sacer­dote de passagem pela cidade, levou-nos a focalizar a noção de generosidade, partindo da reflexão de uma das crianças. Termi­nou com a bênção do padre .

Para nenhuma delas houve plano pre-estabelecido, nem pes­quiza; brot?ram, espontâneas, de ocasiões favoráveis , que agarráva­mos, movidos por um desejo de abertura recíproca, entre nós e as crianças .

Por fim , ontem, segunda-feira de Pentecostes, foi o dia "J" do dever de sentar-se familiar, previsto por nós, marido e mulher, com alguns dias de antecedência. Até então o que tivéramos eram vigílias, encontros familiares; desta vez, porém, estávamos decidi­dos 3 jogar a grande cartada . Por cúmulo da sorte, choveu o dia

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todo. Que se há de fazer, no Cilmpo , com chuva? Nada mais indicado do que um dever de sentar- se. Fo i o que fizemos.

Prepara ção: Desde as he- ra s da manhã , sem que o percebes­>e m , fomos preparando as crianças ( 1 O - 1 2 e 1 3 anos I. Re­duzi ao mínimo meus e ncargos materiai s, com o fito de dedicar­me aos fi lhos: refeições prepar<1das na véspera, casa bem arruma­da e florida . Pa ssa mos a manhã iuntos. prepa rando uma sessão em vista das fé ri as grandes, e conversamos a valer. Almóço bem cuidado; convite à s crianças para que tomassem café; nada de la ­vagem de louça; família empenhada num jêgo de cartas . Depoi s . hora do chá, seguido de um dever de sen tõr- se, diante de um ma­ço enorme de flores perfumadas.

Falamos à s crtanças acêrca do inquérito que rece bêramos , de. nossos deveres de sentar- se conjugais (que , aliás, elas já co­nheciarr. ) e de nossa intenção de aplicá-los, agora, com a devida adaptação, à nossa comunidade fam iliar. Rezamos em comum, ca­da qual bem têso em sua cadeira , em posiçã o atenta .

As crianças estavam encantadas, confiantes, palradoras e ale ­gres. Cada qual re 1vindi.cou par<~ si a posse de "um canto de quarto ". Depoi s, procuramos, juntos, descobrir as qualidades de cada um , a começar por nós, oa is . Em seguida, foi a vez dos de ­feitos . As crianças reve laram lucidez, absoluta ausência de com­p lexos e, talvez, excesso de fraqueza no que a elas se re fer ia, tendo a coisa descambado quase para uma confissão.

Es tamos firmemente convencidos de que a simplicidade e il

espontaneidade dessa troca se devam ao fato de ter sido ela pre­parada por diversas outras, reple tas de alegria e afeição; e ao fato , tamt:ém, de que tenhamos ve rdadeira obsessão por levar nos­sos fi lhos a senti rem -se "gente", dignos de consideração, tomado3 a sé rio: pessoas, enfim , cujas idéias, cuj o estilo hão de ser, sem ­pre , respeitados. E' o que lhes provamos continuamente, falando­lhes de igual para igual , dizendo-lhes nossa alegria em vê-los cres ­cerem e emanciparem-se, pedi ndo-lhes sua opinião, quando opo, ­tuna , tornando-os cientes de que , para nós, é les estão acima o~ tudo e de que, se muitas vêzes nos au$entamos, é de acó rdo com

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êles que o fazemos, e unicamente para o serviço de Deus . Parece­nos pesar na balança, também, o fato de os festejarmos, cada qu<d por sua vez , como hóspedes de honra , com a louça fina e roup3 nova .

HÁ RISCOS A CORRER?

Muita cautela com a demonstração das crianças. Falta - lhes o senso da medida e cor rem o ri sco de chegarem a verdadeiras con­i issães pllb l icas .

Nêo no~ parece de bom alvitre realizar deveres de sentar -se mui to freq uentes: se ria inoportuno, acabariõm por enfadar . Opina­mos, pelo contrário, que seria excelente medida alte rná -los com no itadas de ;:; lcg ria despreocupada ou de conversa profunda , gi­rando e m tô rno de assuntos gera is.

E' irr.prescindível que se crie um ambiente, um cenário . Na­da de regras impostas com inflexibilidade, nem data fixa . Evitar tudo o que possa parecer ob rigação e que 1erminaria por produzir c2 nsaço e repul sa , deixando nas crianças a impressão de "truque ba ixo" dos pais. Mudar de cenário, a cada vez, se possível, impri­rr.indo a cada devE'r de sent2r-se uma fi sionomia própria, caráter, enfim : seja, cada qual, o dever de sentar- se do jardim, o ao pé do fogo , o de ta l florest~. de tal pr~ia, rle ta l montan ha, etc ...

Os deveres de sentar-se não abolem, evide ntemente , aquel a conve rsa ín tima entre cada criança de per si e um do; pais (ou cs dois I . Questões de vocação, por exemplo, não foram trocadas em nosso d~ver de sent<.r- St'. Un-.a das crianças, aliás, mostrou-se te ­merosa de que o fizéssemos e nos deu a entender que não o apro­varia . Criança tem , também . seu jardim sec reto . sua zona impe­netrável .

RESULTADOS

Com re ferência às crianças :

O julgamento de nossos filhos deu-nos: consciência mais de­finida das qualidades que reclamam de nós; mais possibilidade de

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métodos de educação adaptados a ê les; (Por exemplo, fizeram-nos compreender q ue nossas orações fami lia res não estavam ao alcan­ce de seu entendimento); idéias de ordem prá t ica para introdu zir melhorias no andamento da casa, nos arranjos dos "cantos de quar­to", por exemp lo.

O dever de sentar-se conjugal foi para nós de grande ajuda , mas o dever de sentar-se f<omiliar, com a espontaneidade das crian­ças, contribuiu para enriquecê-lo; é uma verdadeira troca .

Com refe rência às crianças :

Rancores superficiais vieram à tona, foram expc!idos e es­tão err. vias de sa neamento. Resultados práticos de moral reli­giosa foram alcançados: uma das crianças descobriu a parábola dos talentos quando da exposição das qualidades de cada um . Chega­mos à avaliação equilibrada da gravidade dos defeitos de cada um : é!efeito, em criança, é coisa que toma, às vêzes, proporções exa­geradas . Procuramos compensação na busca da qualidade corres­pondente. Obtivemos melhor conhecimento uns dos outros: ale­gria certa da criança ao ver suas qualidades expostas justamente por aquêle com quem tinha a impressão de não en9renar devi­damente.

Com referê ncia à atmosfera familiar :

Consolida a unidade familiar. Cria a comunidade familiar e a alimenta. Ajuda-nos a nos sentirmos responsáveis uns pelos outros. Fornece à família recordações comuns. Proporciona ale­grias de escol, !=!Ue vão tornando as crianças mais exigentes na es­colha de seus prazeres futuros .

CONCLUSÃO

Muito se pode esperar dêsse método, no sentido de ser êle transformador da cé lu la familiar em comunidade, dentro da qual

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cada membro tem seu lugar e sua personalidade respeitados pelos outros, incluindo os pais. E' de todo o coração que fazemos vo­tos para que numerosos deveres de sentar-se familiares criem entre pais e filhos relações de afeto, de estima, de respeito uns pelos outros, de compreensão e de amor.

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I

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ORAÇÃO PARA' A REUNIÃO DE JUNHO

Tendo subido junto do Pai, o Cristo Se­

nhor nos at rái pa ra Si , nos reve la o Pai ,

é nossa vida .

Medita~ão - Texto pa ra a oração pessoal

Jo. 14 , 6

Jesus disse a Tomé :

"Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida .

Ninguém vai ao Pai senão por mim".

Oração litúrgica - Jo. 1 7, 24 -26

?8

os que me destes ,

quero que, onde eu estiver,

e les também estejam comigo,

para que vejam a glória

que tú me deste ,

porque me amaste

antes da criação do mundo ,

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Pai justo,

o mundo não te conheceu,

mas eu te conheci,

e êste reconheceram

que tu me enviaste.

E dei-lhes a conhecer o teu nome

e o farei conhecer,

para que o amor com que me amaste esteja nêles

e eu nêles

OREMOS : (oração do 4° Dom ingo depois da Páscoa)

O' Deus que unís as almas dos fiéis em uma só

vontade, concedei ao vosso povo que ame o que orde­

nais e deseje o que •prometeis, a fim de que, por en­

tre as inconstâncias dêste mundo, se fixem nossos co­

rações onde estão as verdadeiras alegrias. Nós vô- lo

pedimos, Pai, por Jesus Cristo vosso Filho, que convos­

co vive e reina, na unidade do Espírito Santo, pelos

séculos dos séculos. Amém .

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1"'~ \JI\\~ ~.;~\i~1t~lackde

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CENTRO DIRETOR . Secr. Geral 20 , Rue des A.pennins . PARIS XV

BRASIL . Secretariado . Rua Paraguaçú , 258 . SÃO PAULO I O