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Jornal Em Foco - Campo Grande - MS - junho de 2009 - Ano VIII - Edição 120 Caroline Maldonado Tão certo como as águas não resistem à atração gravita- cional que a Lua exerce sobre a Terra, não houve cultura na humanidade pela qual este sa- télite tenha passado desperce- bido. Para os astecas a Lua era protetora dos amantes e para os maias era uma divindade temida por controlar as marés e as tempestades. Neste mês comemoramos o dia dos na- morados, no próximo dia 20 serão comemorados os 40 anos da chegada do homem à Lua. Em julho de 1969, o astronau- ta americano Neil Armstrong, de 38 anos, entrava para a his- tória como o primeiro homem a pisar na Lua e avistar a Ter- ra de lá. Embora, ainda há quem não acredite. Este é o momento apropriado para a reflexão sobre o satélite natu- ral da terra. Hoje, o que notamos é que os apaixonados muito apreci- am a luz da Lua e a maré (su- bida e decida das águas do mar) é mesmo um fenômeno provocado pela Lua. Mas cu- riosas são as crenças relacio- nadas a ela, que estão na boca do povo. Por termos, em média 70% de água em nosso corpo, há quem acredite que como a Lua aumenta o volume de água do ponto do mar que estiver mais próximo dela, também oscila nosso humor, sono, saúde e os ciclos da mulher. O ciclo menstrual tem duração média de 28 dias e coincidentemen- te, ou não, a Lua leva também em média o mesmo tempo para passar pelas quatro fases. Por esses dois fatores é que sempre se ouviu frases do tipo: “Nascem mais bebês na mudança de fase da Lua” ou “Nascem mais bebês na tran- sição para a Lua cheia”. Acre- dita-se que assim como a Lua altera o movimento das águas também pode exercer influên- cia sobre o líquido amniótico. As nossas avós, numa épo- ca em que não era comum a vigilância médica da gravidez, utilizavam o ciclo lunar para deduzir o momento aproxima- do do parto. Os médicos não negam essa possibilidade e muitos contam com a mudan- ça da Lua na hora de calcular a data provável do parto. A pe- diatra Jucimara Coelho acredi- ta que a influência seja verda- deira. “Quando acompanho uma gravidez já olho a mudan- ça de Lua para prever a possí- vel data do parto. O mais co- mum é ele adiantar, assim que a Lua muda de fase.”, expli- cou. Cabelo Antigos agricultores acreditavam ainda, que as fases da Lua interferiam na hora de ro- çar o pasto, co- lher e plantar. Do mesmo jeito que muitas pes- soas acreditam que ao cortar o cabelo na Lua Crescente, os fios crescerão mais finos, diminuindo o volu- me e na Cheia, crescem com menos velocidade e mais volume. Para melhorar a aparência dos cabelos fracos e sem brilho, acredita-se que é só cortá-lo na Nova e a Min- guante não é um bom período para cortar os cabelos com pouco volume. Segundo o cabeleireiro Francisco Santos, a maio- ria das pessoas, em espe- cial as mulheres se pre- ocupam com a fase lu- nar. “Tem mulher que não corta o cabelo fora da melhor Lua. Eu já observei com as mi- nhas clientes e é fato que as fases da Lua interferem”. Santos lembrou ainda da época em que morava no sítio e seu pai se atenta- va para as fases da Lua antes de colher ou plan- tar. “Colher na Nova não era bom, por que a safra não conserva- va por muito tempo e pescar um bom pei- xe na Cheia era im- possível”, explicou o cabeleireiro. Origem Não se sabe ao certo como a lua se originou, mas existem inúmeras teorias que rela- Os mistérios da Lua despertam curiosidades milenares Mágica As fases dela alteram as suas tam seu aparecimento em ór- bita. A teoria mais aceita hoje diz que a Lua se formou de uma colisão entre o planeta Terra e um corpo do tamanho de Marte, há aproximadamen- te 4,6 bilhões de anos. Os indígenas, no entanto têm muitas outras definições para a aparição do astro. Cada etnia guarda histórias lendá- rias que passam de geração em geração. Segundo a professo- ra de Geografia, Rosa Colman, os Guarani consideram as fa- ses lunares para execução de rituais e outras atividades. “Eles dizem que antigamente só tinha o Sol, durante o dia e a noite era muito escura, por isso tinham medo. Assim Ñanderu (Nosso Pai), criou a Lua. E as pessoas ficaram muito felizes, mas passaram os dias e as pessoas esquece- ram-se de agradecer a Ñanderu. Por isso, ele tirou a Lua, e todos foram pedir para que devolvesse. Depois de tan- ta insistência ele a trouxe de volta, mas deixava ela apare- cer primeiro grande, depois pequena, depois ela ia embo- ra. Assim como é até hoje. Isso para as pessoas lembrarem-se de agradecer a Ñanderu”, con- tou ela, que desenvolveu es- tudo sobre os Guarani de Mato Grosso do Sul para produção de sua Dissertação de Mestra- do. Magia De acordo com o dicioná- rio Michaelis, a Astrologia é a ciência de predizer o futuro pela influência dos astros e teve muito uso entre babilôni- os, egípcios, gregos, romanos, além de ser conhecida na Eu- ropa medieval e moderna, até o século XVII. Entre os astros, a Lua tem destaque por ser o que podemos ver a olho nu, mas o astrólogo e bruxo Fábio Scheridon assegura que observá-la é mesmo muito im- portante para a realização de qualquer atividade na vida. Ele a considera uma deusa e reco- menda que as pessoas obser- vem as fases da Lua e as rela- cionem com o andamento da própria vida. “Cada fase da Lua reflete em nós de maneira especial. Veja em qual fase ela está e comece a se observar. Verá que existem característi- cas que se repetem assim que entra em uma determinada fase. Por exemplo, o terceiro dia de Lua cheia em geral traz a Lua Plena. Nestes dias, im- portantes acontecimentos in- teriores se revelam. Olhe e veja se é raiva, se é um desejo de ousar, se é a sua libido. Ob- serve sempre e verá que tem na Lua um indicador tão útil quanto um medidor de velo- cidade, temperatura ou com- bustível”. Scheridon garante que isto é natural e benéfico aos seres humanos. “Para aqueles que acham profana a minha com- paração sugiro percorrer um trajeto sem estes instrumen- tos. Estes, verão um modelo da desorientação que rege a maioria das pessoas”, susten- tou o bruxo, que estuda des- de jovem as artes da Magia. Mas a justificativa não conven- ce muita gente. O estudante universitário Quederson Akio é um dos que confia apenas na ciência. “Acredito que a Lua controla as marés, mas o resto acho que é superstição ou coisa assim”, afirmou. Caso de amor Mundialmente, nenhum caso de amor é mais conheci- do do que o dos poetas com a Lua. É neste ponto que as cul- turas ou crenças não se conflitam e o Quederson até que concorda com o bruxo Scheridon. Ele é descendente de japoneses e do outro lado do mundo os poemas também são regados pela luz da Lua. “Durante o outono, quando a Lua Cheia surge, os japone- ses costumam admirá-la e aproveitam para compor poe- mas, acompanhados de comi- das e bebidas. Tal evento se chama Tsukimi (Apreciação da Lua). Simbolicamente, nesta estação, a Lua se mostra mais próxima aos olhos do poeta e, portanto, imensa”, contou. Para o bruxo Scheridon a luz da Cheia traz o período em que ficamos mais sujeitos às ilu- sões. “O amor é primaveril e muitas juras se devem bem mais a Cheia do que a Cres- cente como crêem os poetas, únicos seres que fazem bom uso das ilusões”, afirmou Scheridon. Lua de mel Há várias lendas sobre a origem da Lua-de-mel. A mais famosa conta que o termo nas- ceu nas antigas tribos germâ- nicas. Após se casar, os noi- vos bebiam uma mistura de mel e melaço durante um mês inteiro, na Lua Nova, para te- rem sorte. O que ninguém nega é que a relação da Lua com o Amor, a ilusão e o sentimento são fortes e inexplicáveis. Os na- morados se encantam com a Cheia, os noivos anseiam pela de “Mel” e se o caso não der um belo poema a Lua Cheia trata de trazer sempre a mes- ma lembrança. Edição de títulos, legendas e fios: - Edeusa Centurião Superstição - As mulheres são as que mais se atentam às fases da Lua na hora de cortar o cabelo Foto: Caroline Maldonado Foto: Caroline Maldonado Foto: www.corbis.com.br Nascer - Até médicos acreditam que Lua influenciam partos

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Page 1: Mágica Os mistérios da Lua despertam curiosidades ... · tória como o primeiro homem a pisar na Lua e avistar a Ter-ra de lá. Embora, ainda h

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Jornal Em Foco - Campo Grande - MS -junho de 2009 - Ano VIII - Edição 120

Caroline Maldonado

Tão certo como as águasnão resistem à atração gravita-cional que a Lua exerce sobrea Terra, não houve cultura nahumanidade pela qual este sa-télite tenha passado desperce-bido. Para os astecas a Lua eraprotetora dos amantes e paraos maias era uma divindadetemida por controlar as marése as tempestades. Neste mêscomemoramos o dia dos na-morados, no próximo dia 20serão comemorados os 40 anosda chegada do homem à Lua.Em julho de 1969, o astronau-ta americano Neil Armstrong,de 38 anos, entrava para a his-tória como o primeiro homema pisar na Lua e avistar a Ter-ra de lá. Embora, ainda háquem não acredite. Este é omomento apropriado para areflexão sobre o satélite natu-

ral da terra.Hoje, o que notamos é que

os apaixonados muito apreci-am a luz da Lua e a maré (su-bida e decida das águas domar) é mesmo um fenômenoprovocado pela Lua. Mas cu-riosas são as crenças relacio-nadas a ela, que estão na bocado povo.

Por termos, em média 70%de água em nosso corpo, háquem acredite que como a Luaaumenta o volume de água doponto do mar que estiver maispróximo dela, também oscilanosso humor, sono, saúde eos ciclos da mulher. O ciclomenstrual tem duração médiade 28 dias e coincidentemen-te, ou não, a Lua leva tambémem média o mesmo tempopara passar pelas quatro fases.Por esses dois fatores é quesempre se ouviu frases dotipo: “Nascem mais bebês na

mudança de fase da Lua” ou“Nascem mais bebês na tran-sição para a Lua cheia”. Acre-dita-se que assim como a Luaaltera o movimento das águastambém pode exercer influên-cia sobre o líquido amniótico.

As nossas avós, numa épo-ca em que não era comum avigilância médica da gravidez,utilizavam o ciclo lunar paradeduzir o momento aproxima-do do parto. Os médicos nãonegam essa possibilidade emuitos contam com a mudan-ça da Lua na hora de calculara data provável do parto. A pe-diatra Jucimara Coelho acredi-ta que a influência seja verda-deira. “Quando acompanhouma gravidez já olho a mudan-ça de Lua para prever a possí-vel data do parto. O mais co-mum é ele adiantar, assim quea Lua muda de fase.”, expli-cou.

C a b e l oAntigos agricultoresacreditavam ainda,

que as fases daLua interferiam

na hora de ro-çar o pasto, co-lher e plantar.Do mesmo jeitoque muitas pes-soas acreditam

que ao cortar ocabelo na Lua

Crescente, os fioscrescerão mais finos,

diminuindo o volu-me e na Cheia, crescem

com menos velocidade emais volume. Para melhorar aaparência dos cabelos fracose sem brilho, acredita-se queé só cortá-lo na Nova e a Min-guante não é um bom períodopara cortar os cabelos compouco volume.

Segundo o cabeleireiroFrancisco Santos, a maio-

ria das pessoas, em espe-cial as mulheres se pre-ocupam com a fase lu-nar. “Tem mulher quenão corta o cabelo forada melhor Lua. Eu jáobservei com as mi-

nhas clientes e é fato queas fases da Lua interferem”.Santos lembrou ainda daépoca em que morava nosítio e seu pai se atenta-va para as fases da Luaantes de colher ou plan-tar. “Colher na Novanão era bom, por quea safra não conserva-va por muito tempoe pescar um bom pei-xe na Cheia era im-possível”, explicouo cabeleireiro.

O r i g e mNão se sabe ao

certo como a luase originou, masexistem inúmerasteorias que rela-

Os mistérios da Lua despertam curiosidades milenares

Mágica

As fases dela

alteram as suas

tam seu aparecimento em ór-bita. A teoria mais aceita hojediz que a Lua se formou deuma colisão entre o planetaTerra e um corpo do tamanhode Marte, há aproximadamen-te 4,6 bilhões de anos.

Os indígenas, no entantotêm muitas outras definiçõespara a aparição do astro. Cadaetnia guarda histórias lendá-rias que passam de geração emgeração. Segundo a professo-ra de Geografia, Rosa Colman,os Guarani consideram as fa-ses lunares para execução derituais e outras atividades.“Eles dizem que antigamentesó tinha o Sol, durante o diae a noite era muito escura, porisso tinham medo. AssimÑanderu (Nosso Pai), criou aLua. E as pessoas ficarammuito felizes, mas passaramos dias e as pessoas esquece-ram-se de agradecer aÑanderu. Por isso, ele tirou aLua, e todos foram pedir paraque devolvesse. Depois de tan-ta insistência ele a trouxe devolta, mas deixava ela apare-cer primeiro grande, depoispequena, depois ela ia embo-ra. Assim como é até hoje. Issopara as pessoas lembrarem-sede agradecer a Ñanderu”, con-tou ela, que desenvolveu es-tudo sobre os Guarani de MatoGrosso do Sul para produçãode sua Dissertação de Mestra-do.

M a g i aDe acordo com o dicioná-

rio Michaelis, a Astrologia é aciência de predizer o futuropela influência dos astros eteve muito uso entre babilôni-os, egípcios, gregos, romanos,além de ser conhecida na Eu-ropa medieval e moderna, atéo século XVII. Entre os astros,a Lua tem destaque por ser oque podemos ver a olho nu,

mas o astrólogo e bruxo FábioScheridon assegura queobservá-la é mesmo muito im-portante para a realização dequalquer atividade na vida. Elea considera uma deusa e reco-menda que as pessoas obser-vem as fases da Lua e as rela-cionem com o andamento daprópria vida. “Cada fase daLua reflete em nós de maneiraespecial. Veja em qual fase elaestá e comece a se observar.Verá que existem característi-cas que se repetem assim queentra em uma determinadafase. Por exemplo, o terceirodia de Lua cheia em geral traza Lua Plena. Nestes dias, im-portantes acontecimentos in-teriores se revelam. Olhe e vejase é raiva, se é um desejo deousar, se é a sua libido. Ob-serve sempre e verá que temna Lua um indicador tão útilquanto um medidor de velo-cidade, temperatura ou com-bustível”.

Scheridon garante que istoé natural e benéfico aos sereshumanos. “Para aqueles queacham profana a minha com-paração sugiro percorrer umtrajeto sem estes instrumen-tos. Estes, verão um modeloda desorientação que rege amaioria das pessoas”, susten-tou o bruxo, que estuda des-de jovem as artes da Magia.Mas a justificativa não conven-ce muita gente. O estudanteuniversitário Quederson Akioé um dos que confia apenasna ciência. “Acredito que aLua controla as marés, mas oresto acho que é superstiçãoou coisa assim”, afirmou.

C a s o d e a m o rMundialmente, nenhum

caso de amor é mais conheci-do do que o dos poetas com aLua. É neste ponto que as cul-turas ou crenças não se

conflitam e o Quederson atéque concorda com o bruxoScheridon. Ele é descendentede japoneses e do outro ladodo mundo os poemas tambémsão regados pela luz da Lua.“Durante o outono, quando aLua Cheia surge, os japone-ses costumam admirá-la eaproveitam para compor poe-mas, acompanhados de comi-das e bebidas. Tal evento sechama Tsukimi (Apreciação daLua). Simbolicamente, nestaestação, a Lua se mostra maispróxima aos olhos do poeta e,portanto, imensa”, contou.Para o bruxo Scheridon a luzda Cheia traz o período em queficamos mais sujeitos às ilu-sões. “O amor é primaveril emuitas juras se devem bemmais a Cheia do que a Cres-cente como crêem os poetas,únicos seres que fazem bomuso das ilusões”, afirmouScheridon.

L u a d e m e lHá várias lendas sobre a

origem da Lua-de-mel. A maisfamosa conta que o termo nas-ceu nas antigas tribos germâ-nicas. Após se casar, os noi-vos bebiam uma mistura demel e melaço durante um mêsinteiro, na Lua Nova, para te-rem sorte.

O que ninguém nega é quea relação da Lua com o Amor,a ilusão e o sentimento sãofortes e inexplicáveis. Os na-morados se encantam com aCheia, os noivos anseiam pelade “Mel” e se o caso não derum belo poema a Lua Cheiatrata de trazer sempre a mes-ma lembrança.

Edição de títulos,legendas e fios:

- Edeusa Centurião

S u p e r s t i ç ã o - As mulheres são as que mais se atentam às fases da Lua na hora de cortar o cabelo

Foto: Caroline Maldonado

Foto: Caroline Maldonado

Foto: www.corbis.com.br

N a s c e r - Até médicos acreditam que Lua influenciam partos

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10CULTURA

E x e r c i t u s -O grupo além de fazer teatro aborda temas do cotidiano

Foto: Arquivo grupo Exercitus

Jovens buscam a espiritualidade

Bíblia

contada

pela arteEdeusa Centurião

Conflitos familia-res, alcoolismo, depen-dência de drogas, pros-

tituição. Esses sãoos temas abordadoscom frequência pe-los jovens católicosque formam o gru-po de teatro Exerci-tus. Há cinco anoseles mostram comoas pessoas podemagir nas situações vi-vidas no dia a diaatravés de passa-gens bíblicas.

Segundo um doscoordenadores, oestudante universi-tário Carlos Henri-que de Oliveira Pra-do, de 20 anos, paraapresentar basta tervontade e não tervergonha, não im-portando a idade. Ogrupo é formado por

12 jovens, que têm entre 16 e24 anos, e se apresentam emIgrejas Católicas e eventos deCampo Grande.

O teatro convencional temmuita semelhança com o Ca-tólico, o que muda é a inten-ção e a mensagem que o grupopretende passar. “A grande di-ferença é a espiritualidade,pois nós abordamos temas quequalquer grupo pode abordar,porém a espiritualidade só aigreja tem”, explica CarlosHenrique. A estudante Quel-cilene Lopes, de 17 anos,acrescenta que “todas as peçassão especiais e tocam de umamaneira diferente”.

O trabalho voluntário é fei-to com paixão e devoção. “Nomeu ponto de vista foi umchamado de Deus e tambémum desafio, porque sabemosque é difícil agradar as pesso-as”, diz a estudante e atriz EvaRegina Ramires, de 21 anos.

Muito dos jovens que fa-zem parte se interessaram de-

pois de verem as apresenta-ções feitas por seus colegas,como é o caso do estudanteHewerthon da Silva Lipu, de18 anos. “O que me chamoua atenção para eu fazer partedo grupo foram as apresenta-ções e os ensaios, e permane-ci porque gostei de apresen-tar”, explica.

A professora de educaçãofísica e coordenadora do gru-po, Lidiane de Cásia SalesOliveira, de 24 anos, se senteorgulhosa. “Depois das apre-sentações sinto que umasementinha foi plantada nocoração das pessoas, e quan-

do vejo que deu certo, nossa!É inexplicável!”, relata.

Para quem assiste as apre-sentações cada momento éespecial. Conforme o bateris-ta Helder Camargo Mota, de22 anos, as peças são impor-tantes para todos entende-rem as palavras de Deus. “Éum grande movimento deevangelização para aquelesque não conseguem compre-ender a mensagem através daleitura ou reflexão poder en-tender através da arte ence-nada.”

Onde não tem grupo tea-tral as pessoas sentem falta

de uma apresentação maisdinâmica sobre a bíblia, comoé o caso de Thiago Pereira,estudante, de 16 anos. “Achoque deveria haver mais gru-pos, pois o conhecimento re-ligioso não se faz apenas den-tro de uma sala de catequese,mas também através de repre-

Edição de títulos,legendas e fios:

- Laura Peres Santi- Teresa de Barros

sentações de personagensdesses antigos acontecimen-tos”, assegura.

I g r e j a - Jovens provam que é possível juntar arte com a religião

Brasil faz homenagem à cultura francesaGabriela Paniago

Bonjour! É com muitas fes-tas, eventos, teatros e dançasque nosso país abriu o quar-to mês do ano. Assim será oAno da França no Brasil queiniciou no dia 21 de abril evai até 15 de novembro de2009, com o objetivo de pro-porcionar à França a oportu-nidade de apresentar, nas di-versas regiões brasileiras, asdiferentes formas de sua cul-tura, fortalecer a parceria es-tratégica e, por fim, retribuiro Ano do Brasil na França re-alizado em 2005.

A França apresentará umasérie de atrações culturais e ar-tísticas, além de debates e ati-vidades nas diversas áreas doconhecimento, da economia eda tecnologia, a fim de mos-trar aos brasileiros as diversi-dades da França contemporâ-nea e ampliar as oportunida-des de intercâmbio entre osdois países.

Em Campo Grande, umaprogramação já foi montada. Se-gundo o site oficial do Ano daFrança no Brasil (http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br/), o Cine Cultura irá exibir co-médias francesas a preço popu-lar e o Sesc contará com a apre-sentação de teatro e dança atra-vés do Palco Giratório, o maiorfestival de Artes Cênicas dopaís, sem contar no BabelEyes,uma turnê de shows com trêsmúsicos franceses: LenaGutke, Mimi Sunnerstam,Philippe Kadosch, e dois mú-sicos brasileiros: TetêEspindola e Sandro Moreno.Os eventos atingirão todos ospúblicos e todas as regiões doBrasil no intuito que vai alémdo intercâmbio cultural, mastambém para as trocas comer-ciais entre os dois países.

“A França é o berço da ci-vilização, lá surgiram os gran-des movimentos culturais e li-terários que aos poucos se ex-pandiram para o resto do mun-do”, declara a professora defrancês, Leocyr Lima de Oli-veira, de 70 anos. Formada emLetras na PUC de Campinas,Leocyr analisa a literaturafrancesa e, nota uma persona-lidade contraditória: ao mes-mo tempo que são determina-

dos, o espírito de comodismoos impede de batalhar porseus objetivos. Originado doLatim, o francês, foi declara-do como a língua mais elegan-te do mundo. “A língua fran-cesa por ser neo-latina é fortee ao mesmo tempo doce”, com-pleta Leocyr.

A nutricionista RenataLins, de 23 anos, recebeu emsua casa uma intercambistafrancesa por oito meses. “Sãoalegres, animados e gostammuito de se divertir, pode-mos notar isso desde épocaspassadas com o nascimentodo can can na França e tam-bém alguns filmes famososcomo Molin Rouge deixamclaro o espírito festeiro dosfranceses. Às vezes não con-seguia acompanhar a dispo-sição de Lea”, diz Renata sereferindo à Lea Duli, umafrancesa de 17 anos.

Mas nem todos guardamboas recordações da CidadeLuz. A acadêmica de medici-na veterinária, Bruna Hill Re-

zende, de 18 anos, visitou aFrança em agosto de 2003, atemporada mais quente na-quele país nos últimos 40anos. Mesmo gostando daspaisagens ela não guarda im-pressões muito boas do lo-cal. “A cidade tem um cheiroforte e às vezes um pouco de-sagradável. Alguns ratos ca-minhavam pela rua e nos me-trôs”, lembra Bruna. Aosolhos da universitária, em Pa-ris, as pessoas não gostam defalar em inglês, mas bastavaconversar um pouco em fran-cês que ficavam simpáticas.

Como parte das relaçõesbilaterais entre os dois paí-ses, a França, com uma cul-tura meramente semelhanteà brasileira mostrará em2009 um pouco mais dos pri-vilégios e peculiaridades en-contradas em apenas um lu-gar do mundo, no país dasmais belas artes, dos maisdeliciosos perfumes e dosgrandes romances cinemato-gráficos.

I n c e n t i v o - Atrações culturais serão oferecidas para despertar interesse de intercâmbio I d i o m a - Leocyr afirma que o francês é uma língua forte e doce

Foto: mariana-2idioma.wikispaces.com

Foto: Gabriela Paniago

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ESPORTE

Terceira Idade prioriza saúde

Esporte

Idade avançada não impede idosos de praticarem caminhadas para amenizarem os efeitos do tempo

Rebeca Arruda

O avanço da medicina e oscuidados preventivos, comoexercícios e alimentação sau-dável, fazem com que as pes-soas vivam mais e com melhorqualidade. Quem costuma cor-rer em parques ou participarde provas esportivas é teste-munha do grande número depessoas acima dos 60 anos eem ótima forma física.

Para atender aos interessese às necessidades deste públi-co, alguns profissionais deEducação Física desenvolve-ram programas de treinos es-pecíficos para a terceira ida-de. A profissional de Educa-ção Física Cyntia Xavier, de 23anos, é uma delas e conta quetem uma turma específica dealunos idosos. “Com o avan-ço da idade, ocorrem perdasmusculares e ósseas e o espor-te ajuda na prevenção dessasperdas, além de evitar inúme-ras doenças metabólicas, me-lhorando também a qualidadefísica do indivíduo”, relata aeducadora física. Além doque, há um ritmo diferencia-do de intensidade física emtodas as faixas etárias. “As fun-ções fisiológicas declinam coma idade e nem sempre no mes-mo ritmo”.

M o v i m e n t o“Os treinos e as exigências

físicas não podem ser iguaispara todos. É preciso um pro-grama adequado para que ocorpo possa estar em ativida-de e obter resultado positivopara a saúde”, conclui Cyntia.Seguindo estes exemplos, o

Foto: Rebeca Arruda

aposentado Sebastião Pessoade 67 anos, relata que cami-nha diariamente no mínimouma hora e meia. “Eu me exer-cito todos os dias, e depois quetermino me alongo por no mí-nimo 10 minutos. A minhaqualidade de vida é ótima gra-ças a esse ritmo que eu man-tenho”.

Sebastião diz ainda que omédico de sua esposa pediupara que ela aderisse à cami-nhada como ele, mas ela serecusa e não tem disposição.“Mesmo o médico pedindo,ela não vem, mas eu continuona caminhada sozinho porqueminha saúde vai muito bem”.

C o n s e q u ê n c i a sDurante o último século,

melhorias drásticas na expec-tativa de vida ocorreram emmuitos países no mundo, in-clusive no Brasil. O processode envelhecimento varia bas-tante entre as pessoas e é in-fluenciado tanto pelo estilo devida quanto por fatores gené-ticos. Ilustrando esse quadrode melhorias na qualidade doenvelhecimento está o funcio-nário público, de 58 anos,Antonio Canalle Filho. Hádois anos, Canalle sofreu uminfarto provocado pelo seden-tarismo, estresse e pelo pesoexcessivo – na época ele pesa-va 110 quilos.

Só então ele procurou aju-da para emagrecer e manteruma vida saudável. Começouuma rotina de esportes e ca-minhadas aliadas à boa alimen-tação. Hoje, com 84 quilos,distribuídos em 1,85 metro dealtura. Antonio não se imagi-

na levando a vida de antes,Ele começou com leves cami-nhadas e vários esportes.“Hoje, corro sete quilômetrospor dia e tenho uma vidamuito mais saudável, com cer-teza. O stress do nosso dia-a-dia, sem o esporte para alivi-ar, causa infarto sem dúvi-das”, alegando ser esse o me-lhor caminho para as tensõesdo cotidiano.

B e m - e s t a rIdosos que praticam espor-

tes levam a vida de maneiramais saudável, com muito mais

Céu da capital vira palco para

Campeonato de Paraquedismo

Leonardo Amorim

Pela terceira vez CampoGrande recebeu a Seletiva Bra-sileira de Paraquedismo dasForças Armadas, o campeona-to, aconteceu na Base Aéreade Campo Grande, e deu di-reito a vaga no 34º Campeo-nato Mundial de Paraquedis-mo Militar, que acontece emLucenec, na Eslováquia e aos5º Jogos Mundiais Militares,no Rio de janeiro.

Entre os dias 11 e 18 demaio, 45 atletas das Comis-sões de Desporto do Exérci-to, Marinha e Aeronáuticaparticiparam das provas emduas modalidades: formaçãoem queda livre e precisão ematerragem. Sete árbitros ava-liaram os competidores e ochefe da prova é quem deuos resultados. “As equipesfazem oito decolagens e sal-tam a uma altura de 1.200metros com o objetivo de pi-sar no centro do alvo de doiscentímetros, chamado demosca. Um sensor indica aprecisão do salto e um com-putador aponta o vencedor,ou seja, quem somar menos”,explicou o sub-oficial MarcoAurélio Alves, um dos árbi-tros da prova.

Na formação em queda li-vre as equipes são formadaspor quatro paraquedistas. “Acomissão organizadora sorteiaas figuras e os atletas têm umdia para treinar, no outro elessaltam de uma altura de3.500m filmados por outrosaltador, quem fizer o maiornúmero de figuras em um de-terminado tempo vence”,complementa o Coronel JoséRoberto de Melo Queiroz, di-retor técnico da competição.

A equipe da Comissão deDesportos do Exército foi acampeã da seletiva ao venceras duas modalidades. A se-gunda colocação ficou com aAeronáutica e a terceira coma Marinha.

P r i m e i r a v i a g e mDurante os oito dias de

competições na Base Aérea,muitos saltadores experientesestiveram presentes, mas tam-bém tiveram aqueles marinhei-ros de primeira viagem, oumelhor, paraquedistas de pri-meira viagem.

O sub-Tenente do Exérci-to Paulo Borges saltou pelaprimeira vez depois de tantosanos nas forças armadas. “Eusempre gostei de paraquedis-mo, tinha um sonho e só ago-ra tive coragem de arriscar”,explica Borges. O oficial rea-lizou o sonho acompanhadodo médico e paraquedistaDjalmir Seixas César, experi-ente saltador, que citou pre-cisamente: “o salto com o Pau-lo será o de número 2.821”.Apesar de tantos saltosDjalmir lembra com detalhesa primeira vez. “Foi em 31 deagosto de mil novecentos enoventa e um. Senti uma sen-sação de abandono terrível eolha que eu já tinha ficado

sozinho em alto mar e passa-do vários dias na selva, masisso não me abalou e só parode saltar por motivo de forçamaior”, conta.

S e g u r a n ç aMuitas pessoas pensam

que saltar de paraquedas é sópuxar a cordinha e deixar ovento levar pra baixo, mas nãoé bem assim. Um bom salta-dor tem que contar com a aju-da de um profissional extre-mamente importante: o dobra-dor. “Se o equipamento nãoestiver bem dobrado pode co-locar em riso a vida do salta-dor”, alerta o Cabo da Mari-nha Jodilson Antônio da Sil-va, dobrador de paraquedashá dois anos. Ele ainda apon-ta as principais virtudes deum bom profissional dadobragem. “Tem que ter aten-ção e disciplina, principal-mente para dobrar o reserva,porque o titular pode falhar,o reserva não. O PQD reservaé 100% do salto”.

P r o v a s -Militares demonstram habilidades durante seletiva

Foto: Leonardo Amorim

disposição. Comprovando essateoria, Antonio Mendes, de 70anos, funcionário aposentadodo Governo, mantém uma ro-tina esportiva. “Mesmo que osprogramas bons que passam naTV tentem me afastar do espor-te, eu me esforço pra continu-ar”.

Ele procura caminhar pelomenos três dias por semana, apartir das 17 horas, combina-da a uma série de alongamen-tos. Não se cansa de rir de simesmo, brinca com as pesso-as e aparenta muito menos doque a identidade registra. É a

prova viva de que o esporte ésinônimo de qualidade de vidae que a terceira idade que opratica tem vivido muito maise melhor. “Se quiser me encon-trar, estou sempre por aqui,suado, cansado, mas muito fe-liz. Depois disso, a gente dor-me e acorda melhor”, concluiAntonio que aconselha aindaaos mais jovens e aos colegasda terceira idade a aderirem aomesmo ritmo.

A educadora física CyntiaXavier aconselha: “recomen-da-se complementar a corridacom alongamentos, exercícios

Edição de títulos,legendas e fios:

- Haryon Caetano- Nilda Fernandes

localizados e muscu-lação. A atividade re-gular e sistemáticaaumenta ou mantéma aptidão física dapopulação idosa etem o potencial demelhorar o bem-estarfuncional. O impor-tante, basicamente, éser ativo”.

E x e r c í c i o s - Prática de caminhadas e boa alimentação auxiliaram Antônio a reduzir o peso excessivo e ter uma vida saudável

Público prestigia

diversos espetáculos

APRESENTAÇÕES

Mírian de Araújo

Em mais uma edi-ção do “Portões Aber-tos”, a Base Aérea deCampo Grande recebeuum público estimadoem mais de 15 mil pes-soas, para prestigiar afinal da Seletiva Bra-sileira de Paraquedis-mo das Forças Arma-das, onde participaramdo campeonato atletasoriundos de diversospontos do País.

“Venho em todas asedições dos portõesabertos com minha fa-mília, nunca faltei,acho muito interessan-te essa integração dosmilitares com o públi-co de fora”, afirmaSidney Freitas, mora-dor do bairro Lageado.

Emily Vitória de 10anos afirma que a partemais importante é veros paraquedistas.“Quando eles saem do

avião o céu fica colorido, émuito bonito, tenho vontadede ficar aqui o dia todo olhan-do para o céu”, relata.

Com mais de 70 paraque-distas participando da compe-tição os céus de Campo Gran-de ficaram coloridos e cheio dealegria. Além dos saltos, oevento contou com exposiçãode aviões, demonstração deresgate de helicóptero, apresen-tação de lutas e demonstraçãode Cães de Guerra da 14º Ciade Polícia do Exército.

O público pode ver de per-to a demonstração de cães doExército, além de tirar dúvidascom os adestradores. “A cade-la Hana (rotvailler), de 4 anos,passa por adestramento desdeo primeiro ano de idade”, ex-plica o adestrador Rocha.

De acordo com o competi-dor Marcio Henrique, o even-to é importante por estreitaros laços entre os militares e acomunidade. “Eles semprenos prestigiam, trazendo suaalegria e espontaneidade.Além disso o público pode

conhecer mais do pa-raquedismo”, afirma.

Além do campeo-nato e das exposiçõesalgumas pessoas tira-ram o dia para se dis-trair e namorar, comoo casal Eder e Dani-ele. “Sou militar,como não estou deserviço hoje aprovei-tei o dia para me dis-trair um pouco, qua-se não tenho tempoentão no que sobra eusaio com ela”, relata.

Segundo o co-mandante, Ten CelAviador ReynaldoPereira Alfarone Jú-nior: “a Base sente-semuito feliz em poderpropiciar um diaagradável para todapopulação que, deperto, pôde conhecerum pouco mais dotrabalho de seus mi-litares e da própriaForça Aérea Brasilei-ra”.

D o m i n g o - Famílias se reúnem no evento para assistir show de paraquedismo

Foto: Miriam de Araújo

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12UNIVERSIDADE

Acadêmicos

aproveitam o

lixo orgânico

Projeto pioneiro é realizado por alunos da UCDB

E s t u d o s - Cerca de 240 mil toneladas de lixo são produzidas por dia pela população brasileira

Assessoria de Imprensa

Encontrar um destinoadequado para o lixo or-gânico ainda é um desa-

fio para a sociedade, jáque levantamentos in-dicam que cerca de 240mil toneladas de lixosão produzidas por diapela população brasi-leira e que 88% do lixodoméstico são descar-tados incorretamente.Com essa preocupação,os acadêmicos do 7ºsemestre do curso deEngenharia Sanitária eAmbiental da Univer-sidade Católica DomBosco (UCDB), DanilloÂngelo dos Santos eRogério Rodolfo Me-negante, propuseramum projeto pioneirode reaproveitamentodos resíduos sólidosorgânicos gerados naInstituição, através datécnica de “Composta-

gem Orgânica”.O Trabalho de Conclusão de

Curso (TCC) visa identificar aorigem dos resíduos orgânicosgerados no campus, caracteri-zando e quantificando-os atra-vés do método e técnica de rea-proveitamento. Além disso, osacadêmicos pretendem incenti-var uma nova postura educaci-onal que priorize o aspecto eco-lógico desses resíduos e apre-sentar à população os benefíci-os sociais, ambientais e econô-micos de se fazer compostagem.

“Nosso objetivo é implantaresse processo para melhor apro-veitamento de toda carga orgâ-nica gerada na Instituição, evi-tando assim a degradação ambi-ental e o crescimento vertigino-so desses resíduos”, destacouDanillo, referindo-se ao proces-so de compostagem realizado naCatólica.

Durante o levantamento rea-lizado pelos acadêmicos, cons-tatou-se que a comunidade aca-dêmica produz em torno de 220quilos de resíduos orgânicos po-

tencialmente favoráveis à com-postagem, por dia. Após o le-vantamento, os discentes im-plantaram cestos de lixo identi-ficados com símbolos de coletaseletiva, em diferentes pontos daCatólica.

P r o c e s s oO processo de compostagem

aeróbio adotado pelos pesquisa-dores inicia-se a partir do mo-mento do recolhimento dos re-síduos nas lixeiras que são le-vados para o barracão de arma-zenamento de lixo da UCDB.Após a coleta, os orgânicos sãodestinados a uma composteira.“Iniciamos um processo de bio-estabilização da matéria orgâni-ca, por meio de um processodurante o qual não se utilizamprodutos industrializados ouquímicos para a preparação docomposto. Basicamente, todoprocesso é feito por microorga-nismos que se alimentam dosresíduos e os decompõem”, ex-plicaram os pesquisadores.

Na composteira, o lixo reco-

lhido é mantido em ambienteaeróbio, pois além de ser umprocesso rápido, não produzodores nem proliferação de mos-cas. O sistema de aeração é man-tido em condições naturais, oque contribui para uma melhorqualidade. “O processo que ado-tamos necessita de revolvimentoe controle de umidade. A cadatrês dias realizamos a análiseda metodologia, averiguamoso controle da temperatura, fun-damental para a decomposi-ção, e a monitoração do pH,que irá indicar o grau de aci-dez ou alcalinidade do solo”.O método adotado pelos aca-dêmicos prevê o composto fi-nalizado em torno de 90 dias,desde a coleta e separação dosresíduos. Esse processo temcomo resultado final um pro-duto rico em nutrientes mine-rais e húmus que futuramen-te poderá ser utilizado comofertilizante para as plantas daInstituição.

Conforme exposto pelospesquisadores, a composta-gem orgânica é o procedimen-to mais adequado para ser uti-lizado nos solos, pois possuivantagens ecológicas, como a

redução dos lixos, diminuiçãode custos para a sociedade,além do aproveitamento des-ses compostos em solos, plan-tas e na recuperação de áreasdegradadas.

“Destinando os lixos deforma inadequada, você vaiprecisar de mais áreas paradepositar os resíduos. Os so-los do nosso País são pobresem nutrientes, os adubosquímicos são importados,não são muito bons para osolo, são caros e escassos.Com tanto desperdício delixo, temos a matéria-primajá disponível que pode sertratada e reaproveitada”,enfatizou Danillo quanto ànecessidade e importância dacompostagem para melhorqualidade de vida da socie-dade e para o meio ambien-te. Os pesquisadores aindarelatam que a maior dificul-dade encontrada até o mo-mento é a separação dessesresíduos, pois a sociedadenão tem educação ambiental.

L i x e i r a sCerca de 50 lixeiras estão

distribuídas pelo campus,

em Campo Grande. Sempreem duplas, uma é destinadaa materiais recicláveis (latas,papéis, plásticos, garrafaspet) e outra para lixo orgâni-co (resto de comida, papéis,guardanapos, restos de plan-tas). A comunidade acadêmi-ca passará a ser informadasobre a importância de des-cartar o lixo de maneira ade-quada.

A UCDB, através da Pre-feitura, promoverá formas deconscientização. “Já tínhamosa ideia de realizar o reapro-veitamento do lixo produzi-do na Instituição. Os acadê-micos manifestaram interes-se em elaborar o projeto eentão providenciamos o lo-cal, as lixeiras, paraviabilização do empreendi-mento”, afirmou o prefeitodo campus, Fernando Fran-cisco Pais Júnior.

D e s a f i o - Estudantes recolhem resíduos orgânicos gerados no campus que serão reutilizados

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Foto: Karla Morinigo

Edição de título,legendas e fios:

- Laziney Martins- Otávio Cavalcante

TECNOLOGIA Cursos de Mecânica e

Mecatrônica contam com

novos equipamentosAssessoria de

Imprensa

A partir dopróximo semes-tre, os cursos deEngenharia Me-cânica e Mecatrô-nica da Universi-dade CatólicaDom Bosco ga-nharão um novolaboratório para odesenvolvimentode projetos e aaprendizagemprática dos alu-nos. O “Labora-tório de Metalo-grafia e EnsaiosMecânicos” écomposto porcinco equipa-mentos de tecno-logia avançadacapazes de iden-tificar os meca-nismos de falhasdos materiaismetalúrgicos quesão utilizadosnas aulas das gra-duações.

Nesta novaetapa de ensino,

vários tipos de materiais po-derão ser analisados no novolaboratório, tais como ligasmetálicas, polímeros, elastô-meros e até materiais de ori-gem biológica, como ossos ecascas de castanhas. Os fu-turos engenheiros terão aoportunidade de aprenderna prática o processo de que-bra dos materiais metalúrgi-cos, que até então só era pos-sível verificar nos livros,além de poderem criar e de-senvolver projetos acadêmi-cos.

Nas aulas serão realizadasa preparação de amostras demateriais, a investigação e acoleta de dados das análises.Para concluir, os acadêmicosproduzirão relatórios, deacordo com cada disciplinaestudada. Os alunos desen-volvem a teoria das falhas dosmateriais e a medição das pro-priedades mecânicas em trêsdisciplinas: no primeiro ano,o assunto é abordado na ma-téria “Ciência dos Materiais”;no terceiro ano, na discipli-na “Resistência dos Materi-ais” e, no quarto ano, é estu-dado em “Materiais para En-genharia”.

Os professores Dr. MarcoHiroshi Naka e o engenheiroLuiz Fernando Baroni são os

responsáveis pelo desenvol-vimento do Laboratório deMetalografia e Ensaios Mecâ-nicos. “O novo laboratórioterá um papel muito impor-tante para os acadêmicos. Elesrealizarão uma perícia, atra-vés de experimentos, para quepossam entender melhor oque acontece com os proces-sos de falhas das peças ana-lisadas”, explicou o professorMarco.

Para a acadêmica do séti-

mo semestre de EngenhariaMecânica, Marisa Inácio daSilva, o laboratório ajuda osalunos a terem mais experi-ência com os equipamentos.“Minhas expectativas sãomuito boas para essa novaetapa do curso. Quando nósaprendíamos sobre a resistên-cia dos materiais, sempre fi-cava uma incógnita sobrecomo realizar os procedimen-tos. No novo laboratório ire-mos aprender como são fei-

E n s i n o - Futuros engenheiros aprendem na prática a profissão que vão desenvolver no mercado

Foto: Camila Cruz

tos, do começo ao fim, oscálculos mecânicos e sabe-remos o que fazer quandoprecisarmos criar ou anali-sar peças em alguma indús-tria”, comentou a aluna.

E q u i p a m e n t o sPara os acadêmicos reali-

zarem as análises metalúrgi-cas dos materiais, o novo La-boratório da Católica serácomposto por cinco equipa-mentos. As análises de Me-talografia poderão ser feitaspelo aparelho de politrizes,cuja função é polir as peças,após um tratamento comreagentes químicos, para emseguida serem examinadasatravés de microscópiometalúrgico. A outra formade realizar a caracterizaçãodas propriedades mecânicasserá com o kit de extensome-tria, o qual, utilizando sen-sores do tipo strain-gages(extensômetros) fará a comu-nicação com o computadorpara definir a deformação decada material.

Para os ensaios mecâni-cos, o novo espaço contarácom a máquina de ensaios detração, cujo objetivo é detec-tar as principais proprieda-des mecânicas das peças ana-lisadas, e com os durôme-tros, que medem a durezados materiais, sendo um apa-relho fixo e outro portátil.Segundo o professor Marco,a dureza da peça ajuda naidentificação do material:quanto mais duro for, maisdifícil de ser desgastado.

Ambiente

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FUTURIDADE

I n f o r m a t i z a ç ã o - Nova tecnologia da televisão digital exige que os profissionais que forem manusear possuam noções de informática, isto pede a capacitação de toda a equipe de operadores

TV digital

Com a chegada da TV digital no Brasil, cinegrafistas e editores esforçam-se para acompanhar as mudanças

Novos rumos para a televisãoNilda Fernandes

Tecnologia e conhecimen-to, essa é a marca dos jovense adolescentes desta geraçãoque já nascem tendo acesso àinternet, e agora a mais novarevolução tecnológica, a TVdigital. Eduarda CenturiãoRamos, de 4 anos, já nasceuinserida nesta nova realidade,com a sua pouca idade já sabeabrir a sua máquina e entrarem seus jogos preferidos. Asua mãe Edinéia CenturiãoRamos, de 25 anos, estudantede Ciências Contábeis admiraa inteligência da filha. “Daquiuns dias ela formata o com-putador sozinha”, brinca amãe.

Mas, nem todo mundo temacesso às novas formas de tec-nologia, a dona de casa cam-po-grandense Maria Josefa deSouza, de 35 anos, fala que osfilhos mal sabem o que é com-putador. “Meus filhos não sa-bem mexer em nada em com-putador, raras são as vezes queeles chegaram perto de umcomputador”, afirma. Ela con-sidera os avanços da tecnolo-gia financeiramente inacessí-veis para a maior parte da po-pulação. “Não temos compu-tador em casa porque é caro,imagina se eu vou compraressa nova televisão”.

Segundo Henrique Shuto,diretor executivo da TV Mo-rena e Coordenador do Labo-ratório de Comunicação da

Universidade Católica DomBosco (UCDB), nem todo mun-do poderá desfrutar destanova tecnologia, pelo menosno primeiro momento. “Issodependerá das indústrias, deinvestir em novas tecnologiaspara baratearem os aparelhos.”

A principal característicada TV digital é a mudança naforma de transmissão, e a uti-lização de novas câmeras commelhor definição e facilidadepara o manuseio, porém estafacilidade tem um custo alto,além de exigir do profissionalque trabalha diretamente comeste equipamento o conheci-mento com as novas ferramen-tas de trabalho. “A pessoa quevai operar essas novas câmerasdeve ter muita noção de infor-mática, pois tudo é digital, épreciso dar treinamento a to-dos eles”, explica Shuto.

Para se conseguir desfru-tar dessa imagem de alta defi-nição é preciso ter um televi-sor que tenha esta tecnologiaou adquirir um adapatadorpara os televisores antigos.Mas estes produtos ainda têmum preço alto para a maiorparte da população, oadaptador custa em entre R$600,00 a R$ 1 mil.

Edição de título,legendas e fios:

- Haryon Caetano

C o n t r a s t e - Eduarda já usa computador, mas outros não têm dinheiro para esta tecnologia, muito menos para TV digital

Foto: Nilda Fernandes

Foto: Edeusa Centurião

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INSTANTES

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Primavera se foi...

...e com ela...

... meuamor...

...quemme derapoder...

...consertar tudo o que eu fiz...

...o perfume que andavacom o vento pelo ar...

...Primaverasoprandopor umcaminhomais feliz.

Música: Primavera Los HermanosEdição de texto: Edeusa Centuriãoe Mirian de Araújo

Fotos:Elverson Cardozo

da Silva

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RESENHA

Relato de uma

história de

derrota

“Quando o coração é sujo a garganta tem que ser lavada”

História

Paula Vitorino

Quem se interessa pelacultura japonesa, vai sedeliciar com o livro CoraçõesSujos, de Fernando de Mo-rais. A obra faz um apanhadoda chegada desses imigrantesao Brasil, até se expandiremem uma das maiores colôniasjaponesas fora do Japão. Umahistória que retrata o momen-to político e social vivido pelomundo, Brasil e Japão no fi-nal da segunda guerra, dan-do uma noção do choque cul-tural entre esses dois povosde costumes tão diferentes.Tendo o interior de São Pau-lo na maioria das vezes comocenário, o enredo do livroconta o nascimento da Shin-do Renmei, uma associaçãode imigrantes que não acredi-tava na derrota do Japão eaterrorizou os patrícios queadmitissem em público tal

“absurdo”, provocando den-tro da comunidade nipônicauma divisão. Surgia uma ou-tra guerra, mas dessa vez en-tre os próprios japoneses.

No dia 1º de abril o impe-rador Hiroíto declara ao mun-do: “não sou um deus”. Pelosrádios de todos os cantos amensagem de rendição é trans-mitida, não resta dúvidas, o Ja-pão perdeu a guerra, e maisque isso, foi humilhado e de-vastado. A notícia parece sim-ples e clara, mas para os segui-dores fiéis de Hiroíto no Bra-sil, nada daquilo era verdade,pura farsa. “Propaganda ame-ricana”, diziam os patriotas. Adevoção pelo imperador eratanta que eles pareciam cegose surdos diante dos fatos. “Ban-do de loucos”, era uma das de-finições encontradas pelas au-toridades para esse grupo depatriotas. Mas a negação dian-te dos reais fatos não era só

pela simples e pura devoção aoimperador, nem tampouco lou-cura. Fernando Morais vai es-clarecendo ao leitor todo o con-texto que favoreceu para essedistanciamento da realidade.Sem rádio, televisão, internet,telefone, carta, nada que pu-desse levar informação aos in-tegrantes da quinta-colônia(como eram chamados os japo-neses) eles ainda acreditavamem uma só verdade, contadadesde criança: o Japão e o exér-cito do imperador, jamais per-deram uma guerra, essa seriaapenas mais uma vitória, fácil.Morais retrata tal alienação atra-vés de recortes de jornais daépoca, lembranças, depoimen-tos dessa “japonesaiada” quequando perguntada sobrequem venceu a guerra, nãopensava duas vezes, “o Ja-pão”, sem a menor dúvida.

De um lado da trama Ma-kegumis, do outro Kachigu-

Edição de títulos,legendas e fios:

- Mirian de Araújo

Com lancesinacreditáveis epassagens memoráveisda história de ummundo pós-guerra,Morais vaicompondoseu livroeproporciona umarica viagem à cultura japonesa.

mis, ou na melhor definição:derrotistas e vitoristas. A po-pulação que tinha consci-ência do fim da guerra e daderrota do Japão não apoiavaas ideias da Shindo Renmei,eram os makegumis, em geralimigrantes instruídos e que seadaptaram melhor à culturabrasileira. Enquanto que pra-ticamente oitenta por centoda colônia eram de vitoristas,adeptos da filosofia de umaassociação criada pelo Coro-nel Jinji Kikawa para prote-ger a honra do imperador dostraidores. Chamados tambémde corações sujos, osderrotistas eram sentenciadosde morte pelos líderes daShindo e pelas mãos dossamurais, chamados deTokkotais recebiam o aviso:“lavem suas gargantas”, parasaber que o dia de morrer es-tava próximo.

Os assassinatos eram chei-

os de rituais – pelo menos de-viam ser – primeiro a vítimatinha de ser avisada para quepudesse escolher entre o sui-cídio ou a visita do tokkotai.A frase “lave sua garganta” erausada antes do atentado paraevitar que a adaga do samuraifosse suja com o sangue de umtraidor quando entrasse pelagarganta.

Em pouco mais de ano emque a Shindo Renmei atuoufortemente entre a colônia ja-ponesa, ela deixou um saldode 23 mortes e aproximada-mente 130 feridos. Um dospontos que Fernando Moraisaborda cuidadosamente no li-vro, é porque uma associaçãode imigrantes japoneses noBrasil conseguiu cometer tan-tos mandos e desmandos, umadas respostas que pode serencontrada é a posição queesse povo ocupava para a po-lícia e os políticos. Sempre jo-

gados para segundoplano, as autoridades(talvez verdadeira-mente ocupadas comassuntos tidos comomais importantes)permitiram que aShindo Renmei setransformasse em umsangrento e desastro-so capítulo do nossopaís. Com lancesinacreditáveis e pas-sagens memoráveisda história de ummundo pós-guerra,Morais vai compondoseu livro e nos pro-porciona uma rica vi-agem à cultura japo-nesa.

Foto: Reprodução

Foto: www.sxc.hu

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OFoto: Caroline Maldonado

Viviane Oliveira

O sonho da maio-ria das mulheres é sermãe, mas quando amaternidade chega

vem junto o medo e as preo-cupações de como será anova vida com o bebê. O pe-ríodo da gravidez é fortemen-te carregado de emoções e deadaptações que levam a gran-

des mudanças na vida damulher. Não importa se estána adolescência e a gravidezfoi um acidente, se é o ter-ceiro filho de uma mulher de40 anos, um bebê querido

mas não planejado ou umacriança que foi muito plane-jada. O que poucas sabem éque a ambivalência dos sen-timentos durante a gravidezé normal. Encarar uma ges-

Desejo e dúvida andam juntos

Na espera

A expectativa e a ansiedade das gestantes à espera do novo ciclo traz intensas e inéditas emoções

tação é escutar não somenteos bons sentimentos, masaos maus, aos medos ouaquela inexplicável vontadede chorar.

De acordo com a psicó-loga Kátia Bazzano, a ambi-valência dos sentimentospassa por vários estágios du-rante a gravidez e isso podeser flexível. “O comporta-mento da mulher vai mudan-do conforme os três trimes-tres gestacionais. O primei-ro trimestre é dividido en-tre sentimentos de aceitaçãoe arrependimento. O segun-do trimestre menos ansieda-de, já houve aceitação da fa-mília e a gestante já acostu-mou. No terceiro trimestre,volta à ansiedade, medo doparto, preocupação com asaúde e formação do bebê,principalmente nas mãespela primeira vez”, relatoua psicóloga.

Tem ocasiões que em ges-tações muito planejadas écomum que a mulher blo-queie seus sentimentos ne-gativos e chegue ao partosem transtorno, é o caso deVilma Alves da Silva, de 33anos, que casou em 2006com a intenção de engravi-dar. “Eu passei dois anostentando, quando soube queestava gestante fiquei muitofeliz. Não vejo a hora que obebê nasça, o que eu desejoé que venha com muita saú-de,” disse Vilma.

A relação da mãe com obebê vai se formando desdeo período pré-natal, na qualé influenciada pelas expec-tativas que ela tem sobre obebê. “É uma espera que pa-rece que nunca vai passar.A vontade de ver a carinhado bebezinho é muito gran-de. A gente fica muito tensae ansiosa, para saber se estátudo bem, se o bebê estácrescendo, como será o par-to, se tudo vai dar certo”,contou a dona de casa,Jaqueline Lima Peres, 28

anos.

D e p r e s s ã oDepois do pós-parto a

mulher libera o hormônioprolactina que facilita a des-cida do leite, mas deixa amulher mais triste, não che-ga ser uma depressão. A psi-cóloga Kátia Bazzano expli-ca que a depressão pós-par-to tem outras característicase é idêntica a uma depres-são normal. A pessoa senteuma tristeza muito grande,com perda da autoestima.Em casos mais graves da de-pressão pós-parto, algumasmulheres apresentam ten-dência ao abandono do re-cém nascido.

Para ser considerada de-pressão pós-parto é necessá-rio que ela ocorra até o sex-to mês após o parto na qualé prolongada e normalmen-te necessita de medicamen-tos e acompanhamento psi-quiátrico para controlar. “Derepente eu me vi com duascrianças pequenas, me sentiincapaz de cuidar delas e dacasa, não queria falar comninguém, ficava trancada noquarto. Minha mãe teve quepassar meses em casa, parame ajudar a cuidar da minhafilha, que só tinha três me-ses”, desabafou Jaqueline,que teve a depressão pós-par-to em sua segunda gravideze durante um ano tomou re-médio controlado.

Apesar de sentimentosambivalentes, enjoos, náuse-as, mudança de humor en-tre outros, a gravidez nãodeve ser tratada como umadoença, mas é um períodomuito delicado e que a ges-tante merece uma atenção es-pecial.

A m o r -O desejo de ser mãe muitas vezes sufoca os sentimentos negativos que possam surgir durante a gestação, período em que a gestante merece atenção especial dos familiares

Edição de títulos,legendas e fios:

- Mirian de Araújo- Thierre Monaco

S o n h o - Vilma não consegue conter a alegria de ter seu primeiro filho após dois anos tentando realizar o sonho de ser mãe

Foto: Viviane de Oliveira