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Licenciatura em Engenharia Civil Materiais de Construção I 3º Semestre do 2º Ano Aula N.º 05 Michael Mendes Santos

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  • Licenciatura em Engenharia CivilMateriais de Construo I3 Semestre do 2 AnoAula N. 05Michael Mendes Santos

  • Beto; noes bsicas sobre composio e fabricoO Beto. Tipos, qualidades, classes e componentesLigantesAgregados Classificao dos agregados Propriedades dos agregadosgua Substncias em suspenso e em soluo;guas residuais das indstrias;gua do mar;Fluorescncias;Condies que deve obedecer a gua da amassadora Aditivos ou AdjuvantesMorteiros ou argamassas*

  • *O Beto. Tipos, qualidades, classes e componentesO beto uma mistura em propores convenientes de cimento, areia, brita e gua. Ou seja, o beto uma argamassa em que aparece mais um material (agragado) de dimenses bastante superiores s da areia. Esta mistura tem a propriedade de fazer presa e endurecer com o decorrer do tempo.Genericamente, o beto deve ter todas as qualidades indicadas para as argamassas. Contudo, podemos fazer sobressair duas: a resistncia mecnica e a compacidade. A estas deve-se acrescentar, ainda, a facilidade de moldagem, propriedade muito importante pois uma das razes que faz deste material o mais utilizado no fabrico de estruturas (porque, praticamente, permite qualquer tipo de forma pea e a permite fabricar em obra).Por outro lado, o beto deve evitar a sua prpria segregao, que o fenmeno que consiste na separao dos agragados grossos devido s vibraes durante o transporte descarga e colocao em obra.O antigo regulamento R.B.L.H (Regulamento de Betes e Ligantes Hidrulicos classifica os betes em Tipos, Classes e Qualidades

  • *O Beto. Tipos, qualidades, classes e componentesTipos de Beto

    So designados dois tipos elementares de beto:Tipo B - Beto que caracterizado pela sua resistncia mecnica.Tipo BD - Beto que caracterizado pela durabilidade em meios ambientes agressivos. Poderia acontecer que um beto fosse, ao mesmo tempo do tipo B e BDUm Beto , em geral, designado por uma sigla formada pela sucesso dos indicativos do Tipo, da Classe e da Qualidade

    Tipo de BetoQualidade mnima exigidaBetes B30 (B 4,5 F) ou superiores1Betes compreendidos entre B15 e B302Betes B15 ou inferiores3

  • *O Beto. Tipos, qualidades, classes e componentesQualidades do BetoAs qualidades dos betes so definidas em funo dos valores do desvio padro ou do coeficiente de variao das distribuies estatsticas das tenses de ruptura por compresso ou por flexo aos 28 dias. As qualidades dos betes so determinadas por ensaios realizados sobre provetes cbicos com 20cm de aresta ou sobre provetes cilndricos com 15cm de dimetro e 30cm de altura.A avaliao do resultado de tais ensaios conduz definio das seguintes qualidades: Qualidade 1

    Qualidade 2

    Qualidade 3.

  • *O Beto. Tipos, qualidades, classes e componentesClasses de BetoBetes do tipo B

    A classe de beto designada pelo nmero que exprime o valor caracterstico mnimo da sua tenso de rotura por compresso aos 28 dias, expresso em Mpa. No caso de a classe ser definida por tenses de rotura por flexo, designao da classe dever-se- acrescentar a letraF a seguir ao nmero. As classes dos betes devem estar relacionadas com as qualidades.De acordo com o R.E.B.A.P. (Regulamento de Estruturas de Beto Armado e Pr- Esforadas), os betes a utilizar em estruturas de beto armado devem ser das classes B15, B20, B25, B30, B35, B40, B50, B55. (art. 12 a 20)Os betes de Classe B15 s podem ser utilizados em estruturas de pequena importnciaNo devem ser utilizados betes de classe inferior a B30 em elementos de Beto Pr- esforado.A Norma Comunitria ENV 206 (que substitui o R.B.L.H.), a classificao actual vem corrigida para a letra C (de concrete como beto em lngua inglesa), acrescida do valor da resistncia caracterstica de rotura para provestes cilndricos e cbicos. Assim, a um B25 corresponde, agora, um C20/25.

  • *O Beto. Tipos, qualidades, classes e componentesClasses de BetoBetes do tipo BD

    Os betes BD vm sempre associados ao beto B, sendo que o contrrio no verdade.As classes de betes do tipo BD consideradas no RBLH so:Classe 1: Beto que caracterizado pela durabilidade quando em contacto com guas de elevada agressividade qumica.Classe 2: Beto que caracterizado pela durabilidade quando em contacto com guas de moderada agressividade qumica.Classe 3: Beto que caracterizado pela durabilidade quando exposto a ambientes em que a temperatura pode atingir com frequncia valores inferiores a 5C.Exemplo: B35.1 Beto do tipo B, da classe 35 e da qualidade 1

  • *Componentes do Beto Ligantes Agregados ou Inertes gua Aditivos ou AdjuvantesLigantesOs ligantes a utilizar devem ser escolhidos em funo do tipo e classe do beto a fabricar.Em estruturas de beto armado e de acordo com o R.E.B.A.P., o ligante a utilizar em betes do tipo B deve, em geral ser o cimento Portland normalEm betonagens de grandes massas (peas c/ dimenses superiores a 1,5 m) usam-se ligantes que produzam baixo calor de hidratao, tais como cimento de alto forno 60/80 e o cimento PozolnicoNos betes do tipo B no autorizado o emprego de cimento natural, cais e pozolanas porquanto estes no asseguram a resistncia dos betes dada a grande disperso de propriedades daqueles ligantes.

  • *AgregadosComponentes do BetoO uso de apenas pasta de cimento (cimento e gua) endurecida como material de construo, seria possvel devido sua resistncia, mas com as seguintes duas grandes desvantagens: Instabilidade dimensional (fluncia elevada e retraco elevada); Custo elevado (o cimento um material caro, pois a sua produo envolve consumos elevados de energia).Estas desvantagens podem ser, pelo menos minimizadas, acrescentando agregados pasta de cimento isto , usando BETOO objectivo deve ser o uso da maior quantidade possvel de agregados tal que as suas partculas sejam aglomeradas pela pasta de cimento, ou seja, deve ser utilizado o agregado com partculas da maior dimenso possvel compatvel com as condies da obra com uma granulometria heterognea.Assim, desde a areia fina ao agregado mais grosso (brita de maiores dimenses), deve-se seleccionar a melhor, ou mesmo a ptima, proporo entre os agregados disponveis para o fabrico de determinado beto, de modo a minimizar o contedo em vazios, na mistura de agregados, como tambm a quantidade de pasta de cimento necessria.

  • *Componentes do Beto. AgregadosAssim, a mistura de agregados deve ter a maior compacidade possvel o que, em geral, conduz a um volume de 70 a 80% do volume total do beto.As propriedades mais importantes exigidas a um agregado para produzir o beto so de natureza geomtrica, fsica e qumica que se apresentam:

    Adequada forma e dimenses proporcionadas (granulometria), segundo determinadas regras;

    Adequada resistncia mecnica;

    Adequadas propriedades trmicas;

    Adequadas propriedades qumicas relativamente ao ligante e s aces exteriores;

    Iseno de substncias prejudiciais.

  • *Componentes do Beto. AgregadosClassificao dos agregados Os agregados podem ser de origem natural, como os agregados naturais (por exemplo as areias, os godos) ou os agregados obtidos por britagem de materiais naturais (por exemplo as britas, areias britadas).

    Existem tambm agregados artificiais que so obtidos industrialmente com vista produo do beto com determinadas propriedades, por exemplo a argila ou xisto expandidos (beto leve).

    Outros so subprodutos industriais, tais como as cinzas volantes, obtidas por combusto do carvo nas centrais trmicas, as escrias de alto forno, subproduto do fabrico do ao, subprodutos da indstria corticeira e ainda outros produtos como poliestireno expandido (usado em beto leve de enchimento).

    Mais recentemente tem-se utilizado agregados obtidos por reciclagem de materiais, como materiais obtidos por triturao de beto endurecido, como escombros de beto armado ou beto em massa

  • *Componentes do Beto. AgregadosCaractersticas fsicas e mecnicas das rochas mais utilizadas como agregados em beto

    RochaDensidadeAparentePorosidadeAparenteResistncia CompressoModulo deElasticidadeResistncia abrasog (cm3)-1% VolumeMPaGPa*Rochas IgniasGranito e sienitoDiorito e gabroPrfiro cidoBasaltoPedra-pomesTufo vulcnico2.6-2.82.8-3.02.6-2.82.9-3.00.5-1.11.1-1.80.4-1.40.5-1.50.4-1.50.3-0.725-6025-50160-240170-300180-300200-4005-20-50-6080-10050-7090-12010-30-11-1.51-1.51-2--Rochas sedimentaresCalcrio MoleCalcrio compactoDolomiteTravertino1.7-2.62.7-2.92.3-2.82.4-2.50.5-2.50.5-20.5-24-1020-9080-19020-60-30-6040-7020-50-4-94-87-12-Rochas metamrficasGneisseXisto metamrficoMrmoreQuartzito2.6-3.02.7-2.82.7-2.82.6-2.70.3-21.4-1.80.5-20.2-0.6160-28090-100100-180150-30030-4020-6040-7050-701-24-84-81-5

  • *Componentes do Beto. AgregadosExistem alguns minerais que, decididamente, so sempre indesejveis tais como: Sulforeto, gesso, anidrite; xidos de ferro; Minerais argilosos.Os minerais que no causam problemas so a calcite e os minerais siliciosos (excluindo os feldspatos alterados ou em vias de alterao).Os gregados mais utilizados so de massa volmica normal: Areias em geral; Os obtidos de rochas gneas, tais como os granitos ou basaltos; De rochas sedimentares mais resistentes, tais como arenitos e calcrios.No caso dos agregados leves, estes so usados para fabrico do beto leve com o fim de diminuir o peso prprio em determinadas estruturas e com a vantagem de permitir um melhor isolamento trmico relativamente a um beto comum.A maior desvantagem da utilizao de agregados leves conduzirem a betes de menor resistncia.

  • *A qualidade e propriedades de cada agregado leve so muito variveis, pelo que tem como efeito relaes diferentes de resistncia com a massa volmica, como se observa na figura Componentes do Beto. Agregados

  • *Componentes do Beto. AgregadosNa classificao segundo o ponto de vista das dimenses:

  • *Componentes do Beto. AgregadosOs agregados, de acordo com a sua granulometria, podem ser

  • *Componentes do Beto. AgregadosPropriedades dos agregadosAlm da massa volmica dos agregados, as propriedades dos agregados com maior repercusso no comportamento do beto fresco ou endurecido so: Granulometria; Forma das partculas; Porosidade; Absoro; Elasticidade; Resistncia mecnica; Caractersticas da superfcie das partculas que afectam a aderncia pasta de cimento endurecidaOs agregados tem a maior influncia sobre a trabalhabilidade do beto segundo dois principais aspectos:Modificao das propriedades reolgicas, sobretudo relacionada com a granulometria e forma das partculas do agregado;Influncia do contedo de gua lubrificante necessria para se obter a trabalhabilidade desejada, que funo das caractersticas das partculas assim como da capacidade de absoro destas

  • *Componentes do Beto. AgregadosNumerosos ensaios tm posto em evidncia a importncia da proporo relativa dos vrios tamanhos e da preparao da mistura granulomtricaA composio granulomtrica dever ser tal que se obtenha a maior resistncia, compacidade e economia de beto. Vrias so as frmulas ou mtodos que permitem determinar a melhor granulometria. Fundamentalmente tais mtodos agrupam-se em dois tipos:Granulometrias contnuas;

    Granulometrias descontnuas.

    CimentoAreiaPedra (brita)Resistncia(MPa)12622,413520,014414,715310,61627,1

  • *Componentes do Beto. AgregadosGranulometria ContnuaSe a granulometria contnua (partculas distribudas uniformemente por todas as dimenses da mais pequena maior) e se as partculas tem uma forma adequada, possvel obter-se beto muito compacto e resistente para uma dosagem mnima de cimento, reduzindo o risco de segregao, paralelamente.De facto variaes de: Dimenso mxima (D) do agregado; Razo entre agregado grosso e fino (areia); Contedos de finos Influenciam a quantidade de gua necessria e, portanto, a trabalhabilidade.Em geral, a superfcie especfica (a razo entre a superfcie total e o volume das partculas) de um agregado que determina a quantidade de gua necessria para molhar e lubrificar a mistura (quanto maior a dimenso das partculas menor a superfcie especfica).Para agregados de dimenso entre 150 microns e cerca de 40 milmetros, se a dimenso mxima do agregado aumenta ser necessrio menos gua para a mesma trabalhabilidade.

  • *Componentes do Beto. AgregadosPara agregados de dimenso superior a cerca de 40 milmetros aquela relao simples no se traduz da mesma forma.Estudos experimentais demonstram que o emprego de um agregado grosso com dimenso mxima maior reduz a resistncia do beto, quando das mesmas quantidades dos restantes componentes; mais significativa em betes com razo gua/cimento reduzida

  • *Componentes do Beto. AgregadosGranulometrias DescontnuasNo caso dos betes de granulometria descontnua, estes diferem dos anteriores por no conterem certas dimenses de gros. Deste modo nas curvas granulomtricas aparecem patamares compreendidos entre os dimetros dos crivos. Estes betes so geralmente menos trabalhveis e, consequentemente, correm maior risco de segregarem do que os betes contnuos e por isso usam-se quando podem ser bem vibradosOs betes descontnuos com relaes de descontinuidade estudadas, e enrgicamente vibrados conduzem a compacidades elevadas. Porm, uma ligeira variao nas dimenses pode dar origem a quedas importantes nas resistncias.Conseguem-se com as composies contnuas betes de menor resistncia, mas de mais fcil estudo e fabricoA escolha do tipo de granulometria depende ainda do material de que se dispe. Sempre que se faa a explorao directa duma pedreira em que se faam vrias operaes de britagem mais econmico o uso de granulometrias contnuas, visto que se obtm toda a gama de dimetros, desde o "filler" at brita mais grossa.

  • *Componentes do Beto. AgregadosCargas de rotura obtidas com granulometrias contnuas e descontnuas

    Teor de cimentoGranulometrias contnuasGranulometrias descontnuas(Kg)28 dias84 dias28 dias84 dias155178 Kg/cm2211 Kg/cm2210 Kg/cm2268 Kg/cm2180267 Kg/cm2326 Kg/cm2273 Kg/cm2346 Kg/cm2210314 Kg/cm2361 Kg/cm2302 Kg/cm2384 Kg/cm2255374 Kg/cm2428 Kg/cm2381 Kg/cm2433 Kg/cm2

  • *Componentes do Beto. guaA gua da amassadura no deve conter impurezas (materiais em suspenso, sais dissolvidos e matria orgnica) em quantidades prejudiciais.gua da amassadura

    Na generalidade, todas as guas potveis podem ser utilizadas na amassadura de betes, sem preocupaes. Quando apresentem turvao, sabor ou cheiro, ento necessrio investigar.

    A gua da amassadura compreende trs funes essenciais:

    Hidratao do CimentoMolhagem dos agregadosDefinio da trabalhabilidade dos betes.

  • *O excesso de gua no benfico para o beto dado que, pode provocar enfraquecimento das ligaes introduzidas pelo cimento, afectando a resistncia do beto e a sua durabilidade.

    Como factor expedito de relacionamento da gua com a dosagem de cimento, temos o chamado factor gua/Cimento: A/C.

    A influncia da gua nas propriedades do beto no depende contudo, apenas da quantidade, mas tambm da tipologia das substncias em suspenso e em soluo.

    De um modo geral, visto o agregado e a gua serem substncias naturais, todas as impurezas a que se fez referncia a propsito dos agragados, podero estar contidas na gua, onde, devido ao poder dissolvente desta, atingem concentraes mais elevadas.Componentes do Beto. gua

  • *Substncias em suspenso

    As substncias que normalmente se encontram em suspenso na gua so o Silt (Lama) (2 a 60 m) e a argila (at 2 m) que, podem afectar a compacidade e especialmente o crescimento cristalino dos produtos da hidratao do cimento.

    A quantidade mxima admissvel de substncias em suspenso, segundo normas francesas, corresponde a 5 g/l.Componentes do Beto. gua

  • *Substncias em soluo

    A aco das substncias dissolvidas afecta as resistncias mecnica e qumica do beto e das armaduras e pode ser classificada em trs categorias:

    ies que alteram as reaces de hidratao com o cimento, isto , a presa e endurecimento (Ex.: Ca2+, Mg2+, CO32-, CO3H-);

    ies que podem levar a expanses a longo prazo, que pem em risco a estabilidade do slido (Ex.: sulfatos SO42- e lcalis Na+, K+);

    ies capazes de promover a corroso das armaduras (Ex.: Cl-, S2-, NH4+ e NO3-).

    Em Portugal, o valor limite aceite para o teor de sais dissolvidos numa gua potvel de 500 mg/l.Componentes do Beto. gua

  • *Influncias do pH, gases dissolvidos e substncias orgnicas O pH das guas que se encontram na natureza no tem praticamente influncia na amassadura do beto, pois, praticamente tais guas tm pH superior a 4 e o cido e rapidamente neutralizado pelo contacto com o cimento.

    Apenas, no caso de cimentos de escrias, um pH igual a 4 para a gua da amassadura retardaria a presa e reduziria as tenses de rotura finais.

    Quanto aos gases dissolvidos, a sua aco na gua da amassadura pode dizer-se que nula pois as quantidades so muito reduzidas.

    As substncias orgnicas podem retardam a presa do beto e fundamentalmente, reduzir as tenses de rotura, se, existirem em mais de 10% da massa do cimento.Componentes do Beto. gua

  • *guas residuais das indstrias

    No caso de guas resultantes de processos industriais , evidentemente, impossvel dar a lista dos ies que nelas podem existir, dependendo da indstria, devendo-se analisar caso a caso.

    gua do mar

    Sumariamente, pode dizer-se que a gua do mar se utiliza sem qualquer precauo no beto simples e s dever usar-se quando A/C menor ou igual a 0,7 no beto armado conservado permanentemente imerso, como nas obras martimas, e no deve ser empregada no beto pr-esforado.

    No beto armado em estruturas ao ar livre no recomendvel a no ser em casos excepcionais de locais secos, em beto de muito boa qualidade, com dosagem de cimento elevada, bem compactado e no fissurado.Componentes do Beto. gua

  • *Eflorescncias

    Os sais dissolvidos na gua da amassadura, em particular no caso da gua do mar, podem dar origem a eflorescncias na superfcie do beto ou das argamassas se as condies para a sua formao forem propcias.

    A existncia de uma certa humidade no interior do beto, e de um ritmo de evaporao adequado superfcie, faz com que os cloretos, sulfatos e carbonatos alcalinos e alcalino-terrosos possam cristalizar na superfcie, formando as conhecidas eflorescncias.

    Apesar do aspecto desagradvel, as mais das vezes so inofensivas, excepto quando se depositam exclusivamente nos poros superficiais do beto donde podem resultar expanses quando o fissuram ou quando tendam arrancar o revestimento superficial que o beto porventura possua.

    Tem-se tentado incorporar vrios aditivos no beto ou na argamassa mas, dificilmente se consegue evitar as eflorescncias.Componentes do Beto. gua

  • * Exemplo de duas paredes sobre efeito de eflorescncia em que, no primeiro h destacamento do revestimento superficial e no segundo um sada de sais esbranquiados

    Componentes do Beto. gua

  • *Condies que deve obedecer a gua da amassadura

    O teor tolervel de sais de uma gua depende da quantidade de cimento com que ela vai ser misturada e por isso a concentrao mxima ies que a gua de amassadura pode conter dada em percentagem da massa do cimento.

    Para se passar do teor de sais de uma gua, t, em g/l, para a percentagem de p em relao quantidade de cimento, basta calcular a relao:Onde: A dosagem de gua de beto, em l/m3 C dosagem de cimento do beto, em Kg/m3 t teor do io na gua de amassadura, em g/l p percentagem do io em relao massa do cimento, %.

    O que importa, no entanto, limitar a quantidade de certos ies de que se conhecem com certo rigor os seus efeitos perniciosos ao beto e as armaduras.

    Componentes do Beto. gua

  • *Teores mximos de impurezas tolerveis na gua de amassadura eLimites da substncias nocivas na gua de amassaduraComponentes do Beto. gua

    ImpurezasTeores mximos admissveis na gua de amassadura, g/lSimplesArmadoPr-esforadoResduo de matrias em suspenso5,02,02,0Resduo de matrias em soluo3,53,51,0

    Ies derivados das substncias dissolvidasLimites, % do io em relao a massa do cimentoSimplesArmadoPr-esforadoSulfatos (SO42-)0.50.50.5Sulfuretos (S2-)0,20,20,0Cloretos (Cl-)-1,30,0lcalis (Na+ e K+)0,60,60,6

  • *No caso de se utilizar uma gua suspeita, mesmo depois de satisfeitos todos ou quase todos o limites indicados, sempre conveniente fazer ensaios comparativos do tempo de presa, da tenso de rotura e, se necessrio, de variaes volumtricas da pasta, argamassa, ou beto com a gua em estudo e com gua potvel.Componentes do Beto. gua

  • *Exemplos de Aplicao

    Admita que numa anlise qumica de gua para amassadura de beto obtiveram-se os seguintes resultados dos ies: SO42- = 3,2 g/l e Cl- = 22,5 g/l. Sabendo que o m3 de beto era constitudo por: 400 kg de Cimento, 600 kg de areia, 1200 kg de brita e 400 litros de gua. Estar a gua em condies para produzir beto para estruturas de beto armado?SO4 = 3,20 g/lCl = 22,5 g/lH2O = 400 ltCim = 400 kg

    SO4 > 3,2g/l * (400 lt) => 1280 g em 400 lt => 1,28 kg em 400 ltCl > 22,5g/l * (400 lt) => 9000 g em 400 lt => 9,0 kg em 400lt

    % SO4 = PSO4 / Pcim = (1,28 / 400) * 100 = 0,32 % (SO4/cim)% Cl = PCl / Pcim = (9 / 400) * 100 = 2,25 % (Cl/cim)

  • *0,32 % (SO4/cim) < 0,5

    2,25 % (Cl/cim) > 1,3

    Ies derivados das substncias dissolvidasLimites, % do io em relao a massa do cimentoSimplesArmadoPr-esforadoSulfatos (SO42-)0.50.50.5Sulfuretos (S2-)0,20,20,0Cloretos (Cl-)-1,30,0lcalis (Na+ e K+)0,60,60,6

  • *Exemplos de Aplicao

    Analise a possibilidade de usar a seguinte gua do mar para fabricar betes: Cl- =1,898% (cloretos), Br- = 0,006% (bromo), SO42- = 0,265% (sulfatos), Mg2+ = 0,127% (magnesio), Ca2+ = 0,040% (calcio), Sr2+ = 0,001% (estroncio), K+ = 0,038% (potasio) e Na+ = 1,056% (sodio).

    Ies derivados das substncias dissolvidasLimites, % do io em relao a massa do cimentoSimplesArmadoPr-esforadoSulfatos (SO42-) 0,2650.50.50.5Sulfuretos (S2-)0,20,20,0Cloretos (Cl-) 1,898-1,30,0lcalis (Na+ e K+) 0,038 + 1,0561,0940,60,60,6

  • *Morteiros ou argamassasDefinio: Chama-se argamassa mistura ntima e homognea de um ou mais aglomerantes, agregados finos gua. Alm dos componentes essenciais das argamassas, podem ser adicionados outros com o fim de conferir ou melhorar determinadas propriedades. comum o uso de mais de um aglomerante, como no caso das composies de cal com adio de cimento ou gesso.A pasta que se forma entre o aglomerante e a gua que liga os gros do agregado entre si, a fim de formar um todo homogneoLogo haver uma variedade bastante grande de composies possveis, e essa gama ainda aumenta com as variaes de propores entre eles. As caractersticas de uma argamassa dependem da natureza e da proporo entre os componentes.Os aglomerantes normalmente que utilizamos nas argamassas so: Cal Cimento Portland GessoO agregado fino utilizado a areia, em suas diversas formas.

  • *Morteiros ou argamassas. ClassificaoClassificao segundo o emprego;Argamassas comuns (argamassas para rejuntamento nas alvenarias).Argamassas para revestimentos,(argamassas para piso, argamassa para injeces).Argamassas refractrias (neste caso o agregado deve ser tambm refractrio).Classificao segundo o tipo de aglomerante;Argamassas areas (cal areas, gesso)Argamassas hidrulicas (cal hidrulica, cimento)Argamassas mistas (com um aglomerante areo e um aglomerante hidrulico)

    Classificao quanto ao nmero de elementos activos;Simples quando possuem apenas um elemento activo.Compostas quando possuem mais de um elemento activo.

  • *Morteiros ou argamassas. ClassificaoClassificao segundo a dosagem;Pobres ou Magras quando o volume de aglomerante (ligante) insuficiente para encher os vazios do agregado.Cheia quando os vazios do agregado so preenchidos exactamente pela pasta.Ricas ou gordas quando h excesso de pasta

    Classificao segundo a consistnciaSecas.Plsticas.Fluidas.A escolha de um determinado tipo de argamassa est condicionada s exigncias da obra tais como: resistncia mecnica, impermeabilidade, porosidade e estrutura.

  • *Morteiros ou argamassas. PropriedadesAs propriedades das argamassas so por consequncia do aglomerante, do agregado, da proporo entre uns e outros e a qualidade da gua. As principais propriedades que se exigem a uma argamassa so:Resistncia compressoImpermeabilidadeAdernciaCompacidadeIndecorponibilidade1. Resistncia compresso depende:da dureza da areia, da qualidade do aglomerante, da composio granulometrica da areia, da qualidade da gua de amassadora, da dosagem do aglomerante e do modo de fabricao da argamassa.A resistncia compresso de uma argamassa depende do factor gua/cimento. Para igual dosagem de cimento a resistncia compresso cresce quando a compacidade cresce tambm.

  • *Morteiros ou argamassas. PropriedadesResistncia compressoEm que:

    R28 Resistncia compresso em kg / cm

    C Soma dos valores de gros do aglomerante (ligante) na unidade de volume (em cm)

    A Soma dos volumes de gros de areia (em cm)

    K Coeficiente cujo o valor de 1500 para os cimentos Portland, 2220

    para o cimento de escrias, 2960 para o cimento aluminoso.

  • *Morteiros ou argamassas. PropriedadesImpermeabilidade

    Embora nenhuma argamassa seja rigorosamente impermevel, verifica-se quando se sujeita a um ensaio, que a permeabilidade, muito grande no comeo, pode ir diminuindo pouco a pouco. Os vazios se vo colmatando quer por uma carbonataro da cal livre, quer por aco mecnica (introduo nos poros de impurezas de gua e de materiais em suspenso).O mtodo mais seguro para obter argamassas estanques o que d a mxima compacidade. Para tal incorporam-se nas argamassas diversos produtos que actuam mecanicamente ou quimicamente (diatomite, sulfato de barita e aluminato de barita).Aderncia a aderncia do aglutinante s areias torna indispensvel que se tome em ateno, por enquanto a interposio de pelculas de coloides, de argilas ou mesmo alterao superficial dos gros impedem o contacto real dos rgos do agregado com elemento aglutinante.

    4. Compacidade a compacidade das argamassas obtida custa de uma boa granulometria das areias e de uma dosagem correcta do cimento.A compacidade assim uma das propriedades fundamentais das argamassas e mede-se pela percentagem do volume real dos materiais slidos existentes na unidade de volume de uma argamassa.

  • *Morteiros ou argamassas. PropriedadesA compacidade mede-se pela percentagem do volume real dos materiais slidos existentes na unidade de volume de uma argamassa.

    C + A + a + V = 1Em que:C soma dos volumes dos gros de cimento contidos na unidade de volume da argamassa.A soma dos volumes de gro de areiaa volume de gua de amassadoraV volume de vaziosSegundo estudos diferentes sobre compacidade, no h argamassas de compacidade igual a 1, porque a gua e os vazios ocupam sempre pelo menos do volume aparente da argamassa.

  • *Morteiros ou argamassas. Preparao5. Indecorponibilidade as argamassas de cal resistem a elevadas temperaturas, servindo como proteco dos elementos construtivos de madeira, ao, beto, etc.,.Preparao das argamassas (amassadora das argamassas)A preparao das argamassas requer alguns cuidados que sero fceis de se deduzir quando se conhecem as propriedades dos componentes e da massa em preparao:Nunca se deve preparar argamassa directamente no cho. No se deve preparar directamente sobre pavimentao, principalmente de cermica, ladrilhos ou cimento afagado. A cal ou cimento penetram nos poros e muito difcil retira-los. O ideal que as argamassas sejam preparadas em betoneiras, ou sobre estrados de madeira, chapa bem calafetados, para que no ocorra vazamento de gua que leva sempre consigo o aglomerante.A gua deve ser sempre a mnima possvel. O excesso de gua enfraquece tanto a cal como o cimento. A gua no pode ser empregue em excesso, seno demorar a secar e diminui a resistncia da pasta.Se a gua for usada em pequena quantidade, tambm tem os inconvenientes de no ligar os rgos do agregado e aglomerantes, dando uma pasta ruim de trabalhar.A gua deve ser colocada em ltimo lugar.Deve-se cuidar para que os materiais fiquem bem misturados.Deve-se exigir obedincia ao trao estabelecido nas especificaes.

  • *Morteiros ou argamassas. PreparaoParticularidades na Preparao das argamassas de calO normal que aps a chegada da cal em obra, devemos apaga-la para que a extino seja completa, e se obtenha bom rendimento aps 15-21 dias, a cal pode ser misturada com areia para formar argamassa. comum encontrar no mercado argamassas de cais prontas. Deve-se ter cuidado ao compra-las por causa da idade e do trao exacto.Na preparao da argamassa fina deve-se sempre peneirar tanto a cal como a areia.No instante que se adiciona cimento a argamassa de cal, ela muda de estado. A argamassa dever ser usada o mais rapidamente, quanto maior a proporo de cimento.O procedimento normal em obra que a mistura do cimento seja feito pelo pedreiro que vai utiliza-la, j no seu balde. A argamassa de cal e cimento que comea a endurecer no deve ser usada

  • *Morteiros ou argamassas. PreparaoArgamassas de CimentoA argamassa de cimento inicia a presa uma hora aps a adio da gua, ou, como a areia considerada hmida, aps a mistura com areia. Com base neste valor pode-se avaliar a preza das argamassas.A argamassa de gesso

    No se deve fazer argamassas de gesso em grandes quantidades, pois o gesso tem a presa muito rpida.

  • *Morteiros ou argamassas. TraoChama-se trao a relao entre os diversos componentes, exceptuando-se a gua. O trao pode ser dado em volume ou em peso, sendo mais comum o trao dado em volume e mais correcto o trao dado em peso.O trao dado por uma relao numrica, normalmente o primeiro nmero correspondente a aglomerante, e esse primeiro nmero usualmente 1.Nestas condies, o trao 1:0 corresponde pasta pura sem agregado.A argamassa simples, de um s aglomerante, corresponde o trao genrico 1:n.Para as argamassas com mais de um aglomerante adopta-se a ordem, para os aglomerantes, do mais caro para o mais barato. No entanto mais usual, e porque mais de acordo com a preparao, apresenta-se para argamassa de cimento, cal e areia, o trao entre a cal e areia e a percentagem do cimento adicionado.Por exemplo o trao 1:5 de cal e areia com adio de 10% de cimento. Isto significa que se fez argamassa com o volume de cal e cinco volumes iguais de areia, obtendo-se um volume resultante.Depois ento se acrescentou cimento na proporo de 10% do volume resultante.

  • *Morteiros ou argamassas. Trao fcil transformar um trao dado em volume no seu equivalente em peso. Para tal temos que saber as densidades aparentes dos materiais.Exemplo: O trao 1:5 de cimento e areia que se deseja dar em peso.Soluo:Sejam 1,42 e 1,46 as densidades aparentes do cimento e areia.Com estas densidades1dm de cimento pesa 1x1,42 = 1,42 kg5dm de areia pesa 5 x1,46 = 7,30 kgQuer dizer que, para 1,42 kg de cimento se junta 7,30 kg de areia, e seria o trao 1,42:7,30.Mais como o primeiro ndice do trao deve ser 1, divide-se tudo por 1,42 e obtemos:

    Logo o trao em volume 1:5 o mesmo que o trao em peso 1:5,15 para aqueles materiais com aquelas densidades. trao em peso 1:5,15

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