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Luís Miguel Rocha Curiosidades do Vaticano AUTOR DOS BESTSELLERS A MENTIRA SAGRADA E A FILHA DO PAPA

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Page 1: Luís Miguel Rocha Curiosidades do Vaticano - Porto Editora · Luís Miguel Rocha nasceu na cidade do Porto, em 1976. Foi técnico de imagem, tradutor, editor e guionista, até se

Luís Miguel Rocha

Luís Miguel Rocha

As mulheres que influenciaram os papasO interior do Palácio Apostólico

O Papa implacável que transformou RomaAs forças de segurança do Vaticano

Os papas assassinadosA história do Conclave

E outros temas que apaixonaram os leitores do autor que mostrou o que está para lá dos altos muros do Vaticano.

Também publicados pela Porto Editora:

O Último Papa

A Mentira Sagrada

A Filha do Papa

Curiosidades do

Curiosidades do Vaticano

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AUTOR DOS BESTSELLERS A MENTIRA SAGRADA E A FILHA DO PAPA

Luís Miguel Rocha nasceu na cidade do Porto, em 1976. Foi técnico de imagem, tradutor, editor e guionista, até se dedicar em exclusivo à escrita. Publicou seis títulos: Um País Encantado, O Último Papa, Bala Santa, A Virgem, A Mentira Sagrada e A Filha do Papa. As suas obras estão traduzidas em mais de 30 países. O Último Papa marcou presença no top do The New York Times e vendeu meio milhão de exemplares em todo o mundo. Luís Miguel Rocha morreu a 26 de Março de 2015, em Viana do Castelo.

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12.

Guarda Suíça

Guarda Suíça na Praça de São Pedro.

Apesar de criada a 22 de Janeiro de 1506, o dia oficial da Guarda Suíça é a 6 de Maio. Foi nesse dia, no ano de 1527, que ocorreu o trá-gico acontecimento que colocou à prova os cento e oitenta e nove soldados que compunham o  corpo de segurança do Papa Médici, Clemente VII, e que defrontaram heroicamente as forças impiedosas do Imperador Carlos V, que postergaram humilhantemente a cidade de Roma e os Estados Pontifícios.

Foi o “Papa Guerreiro”, a “Força da Natureza”, o Pontefice Terrible, Júlio II, quem, em 1503, solicitou a protecção dos nobres helvéticos. Cerca de 150 chegaram a Roma, em Janeiro de 1506, provindos dos

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cantões de Zurique, Uri, Unterwalden e Lucerna e foram benzidos pelo Papa. O  seu primeiro comandante foi o  capitão Kaspar von Silenen. Essa aliança entre Papa e os mercenários suíços começou antes de Júlio  II  ser Papa, quando ainda era o astuto e ambicioso cardeal Della Rovere e  negociou alianças em França, chegando mesmo a convencer o rei francês a atacar Nápoles, colocando assim numa posição difícil o Papa da altura, o maldito Rodrigo Bórgia, que adoptou o nome de Alexandre VI.

Vinte e  um anos mais tarde, os protagonistas eram outros. No trono de Pedro sentava-se o  inábil Clemente  VII  que, como Della Rovere, se associou aos franceses e pagou muito caro pela veleidade. Carlos V não esteve com meias medidas e atacou Roma. A Guarda Suíça aguentou corajosamente junto ao Obelisco Egípcio, que não es-tava onde hoje o podemos ver, mas junto ao altar da velha basílica de Constantino. Quando tudo parecia perdido, sob o comando de Her-cules Göldli, o Papa foi colocado a salvo no Castelo de Sant’Ângelo, atravessando o Passetto, uma obra de Alexandre VI, que ligava o Pa-lácio Apostólico ao castelo. Dizem alguns que o Passetto é uma passa-gem secreta – o que é ridículo. Está bem à vista de todos, uma espécie de muralha que surge do lado direito da Praça de São Pedro, quem olha no sentido da Basílica de São Pedro, que segue até ao castelo, a cerca de mil e quinhentos metros.

A destruição da cidade de Roma foi enorme, a perda de vidas na ordem das dezenas de milhares, obras valiosíssimas perderam-se para sempre. Dos cento e oitenta e nove guardas suíços, sobrevive-ram apenas quarenta e dois e, o mais importante para eles, conse-guiram salvar a vida do Papa. Isto aconteceu no dia 6 de Maio, daí este ser designado o Dia Oficial da Guarda Suíça. É também nesta data que o Papa, seja ele qual for, recebe os novos recrutas, todos os anos.

Os deveres de um guarda suíço são para com o Papa. São tam-bém eles que estão nas portas de fronteira do Estado (de farda azul). É fácil vê-los na Porta de Sant’Anna, na via da Porta Angélica.

A  língua oficial da Guarda é o alemão. Têm o seu próprio ca-pelão, serviços religiosos obrigatórios e  as instalações ficam no rés-do-chão do Palácio Apostólico. Do lado esquerdo da Porta de

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Sant’Anna, se as janelas estiveram abertas, podem ver a lavandaria e algumas salas.

Não foram Rafael nem Miguel Ângelo que criaram os unifor-mes que eles usam, mas um comandante da Guarda chamado Jules Répond, em 1914. São muito mais recentes do que se pensa. Para se ser Guarda Suíço é necessário um conjunto de regras que passo a especificar:

– Ser cidadão suíço;– Ser católico apostólico romano;– Ter padrões morais e éticos superiores;– Ter cumprido serviço militar nas forças armadas suíças;– Ter entre 19 e 30 anos de idade;– Ser solteiro;– Ter o 12.º ano ou diploma numa escola profissional;– Ter mais de 1,74 m.

Os contratos têm uma duração de dois anos e podem ser reno-vados até um máximo de vinte. Os soldados não podem casar, só depois de promovidos a cabos é que o podem fazer. Têm todos obri-gatoriamente de dormir, sempre, dentro do território da Santa Sé, sem excepções.

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