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0 Luiza Aparecida Souza Goulart Estudos das novas tendências do mercado de tinta de impressão para embalagens flexíveis relacionadas à emissão de solventes Lorena 2013

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Luiza Aparecida Souza Goulart

Estudos das novas tendências do

mercado de tinta de impressão para

embalagens flexíveis relacionadas à

emissão de solventes

Lorena

2013

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Luiza Aparecida Souza Goulart

Estudos das novas tendências do mercado de tinta de impressão para

embalagens flexíveis relacionadas à emissão de solventes

Monografia apresentada à Escola de

Engenharia de Lorena da Universidade de

São Paulo para obtenção da Graduação em

Engenharia Química.

Área de concentração: Engenharia

Ambiental e Tecnologia Química

Orientadora: Profª. Drª. Jayne Carlos de

Souza Barboza

Lorena/2013

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Maria e Lasaro, e irmãs Talita e Ana Beatriz por todo apoio, carinho e

compreensão que foram fundamentais para que eu concluísse a graduação.

Aos professores doutores Jayne Carlos de Souza Barboza e Aarão Serra, por todos os

ensinamentos acadêmicos e também de vida que muito me ajudaram durante esse período

de muito estudo e dedicação.

Aos meus amigos com os quais sempre pude contar nas dificuldades e festejar os bons

momentos.

Aos meus colegas de trabalho pelas oportunidades e ensinamentos.

À Deus por todas as conquistas alcançadas

“ Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota

de água o mar. Mas no mar seria menor se lhe faltasse um gota”

Madre Teresa de Calcuta

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RESUMO

GOULART. A. S. L. Estudos das novas tendências do mercado de tinta de impressão

relacionadas à emissão de solventes. 2013. 43p. Monografia (Trabalho de Graduação em

Engenharia Química) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo,

Lorena.

As questões ambientais tem ganhado cada vez mais importância nos diversos seguimentos

industriais. Para o seguimento de tintas de impressão um dos maiores resíduos poluentes

são as emissões de compostos orgânicos voláteis presentes nas tintas e também utilizados

na forma de solventes para limpeza. Legislações vêm sendo criadas para restringir o uso

dessas substâncias por este seguimento, nos Estados Unidos e na Europa leis restringem o

uso desses compostos que podem causar diversos danos às pessoas que tem contato, devido

à toxicidade, e também ao ambiente por influenciar no aumento do efeito estufa e na

destruição da camada de ozônio. Uma solução para este problema é a substituição desses

compostos por solventes verdes e a mudança de tecnologia de tintas base solvente para

tintas base água. Muitas empresas tem buscado adequar-se investindo em novas

tecnologias que permitam uma produção mais limpa, também as indústrias que fornecem

matéria prima para o seguimento tem apresentado inovações para suprir este mercado que

vem sofrendo diversas mudanças. Este trabalho propõe estudar as novas tendências do

mercado de tintas de impressão para embalagens flexíveis, as motivações que estão por trás

dessas mudanças e os benefícios que podem ser alcançados com o uso das novas

tecnologias.

Palavras-chave: tintas de impressão para embalagens flexíveis, emissão de compostos

orgânicos voláteis, solventes verdes e tintas base água.

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ABSTRACT

GOULART. APª. S. L. Studies about new tendencies of printing ink market related to

solvent emissions. 2013. 43p. Monography (Essay of graduation in Chemical Engneering)

– Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena.

The environment issues have been gaining importance each time more in several industrial

segments. In the segment of printing inks one of the biggest pollutants residues is the

volatile organic compound emissions present in inks formulation and also used in cleaning

activities. In the world legislations have been created to restrict the use of this components

for this segment, in the US and Europe laws has been controlled the use of those

substances that can cause much damage to people that have contact with, due to the

toxicity and also to the environment by being influenced in the growth of green house

effect and ozone layer. A solution for this problem is the replacement of those substances

by green solvents and the change of this the ink solvent based technologies to water based.

Many companies today in the world have been searching to adequate themselves investing

in new technologies that will permit a better clean production, also the companies that

supply raw material to the segment have been presenting innovations to supply the market

that has been facing several changes. This work propose studying new tendencies of the

printing ink market for flexible packaging, the motivations that are behind those changing

and the benefits can be accomplished with the use of new technologies.

Key words: printing inks for flexible packaging, volatile organic solvents emission, green

solvents and water base inks

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplo de embalagem flexível impressa em banda larga................................14

Figura 2 – Esquema simplificado de banda estreita.............................................................14

Figura 3 – Esquema simplificado da técnica de flexografia................................................15

Figura 4 – Cilindro de flexografia sendo recoberto pelo molde em material flexível.........16

Figura 5 – Esquema simplificado da técnica de rotogravura...............................................17

Figura 6 - Cilindros gravados utilizados pela Editora Abril na técnica de impressão por

rotogravura...........................................................................................................................17

Figura 7 – Esquema simplificado da técnica de serigrafia...................................................18

Figura 8 - Esquema simplificado da técnica de Offset.........................................................19

Figura 9 – Determinação da tensão superficial....................................................................20

Figura 10 – Princípio do tratamento corona ........................................................................20

Figura 11 – Impressão externa.............................................................................................21

Figura 12 – Impressão reversa..............................................................................................22

Figura 13 – Laminação.........................................................................................................22

Figura 14 – Formação do filme por evaporação...................................................................23

Figura 15 – Formação do filme por coalescência.................................................................24

Figura 16 - Aplicação dos solventes nos diversos mercados...............................................25

Figura 17 - HSPiP – software desenvolvido por Hansen e sua equipe................................26

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tipos e características dos filmes plásticos mais comuns utilizados como

substratos para a indústria de tinta de impressão.................................................................13

Tabela 2 – Reatividade incremental máxima de alguns solventes.......................................31

Tabela 3 – Reatividade limite para seguimentos de mercado específicos...........................32

Tabela 4 – Valores médios de consumo de solventes e limites estipulados de acordo com as

atividades..............................................................................................................................33

Tabela 5 – Número de instalações e total de emissões relativas à atividade 3.....................34

Tabela 6 – Produção nacional de tintas de impressão..........................................................37

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Número de instalações referentes a atividade 3 em cada estado membro........33

Gráfico 2 – Projeção de crescimento no setor de embalagens.............................................36

Gráfico 3 – Produção brasileira de tinta de impressão.........................................................37

Gráfico 4 – Volume de vendas da linha F no mundo...........................................................38

Gráfico 5 – Volume de vendas da linha F nos países europeus que mais possuem

instalações ligadas a produção de tintas de impressão, nos EUA e no Brasil......................39

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LISTA DE SIGLAS

COV Compostos Orgânicos Voláteis

VOC Volatile Organic Compounds

CAA Clean Air Act

EPA Environmental Protection Agency

IPPC Integrated Pollution Prevention and Control

SED Solvent Emissions Directive

NEC National Emission Ceilings

NAAQS National Ambient Air Quality Standards

HAP Hazardous Air Pollutants

MACT Maximum Achievable Control Technology

MIR Maximum Incremental Reactivity

ABITIM Associação Brasileira das Indústrias de Tintas de Impressão

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO..............................................................................................................10

2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................12

2.1 – Embalagens.................................................................................................................12

2.2 – Técnicas de Impressão.................................................................................................13

2.2.1 – Flexografia................................................................................................................15

2.2.2 – Rotogravura..............................................................................................................16

2.2.3 – Serigrafia..................................................................................................................18

2.2.4 – Offset........................................................................................................................18

2.3 – Tintas de Impressão.....................................................................................................19

2.3.1 – Tintas base solvente ebase água...............................................................................22

2.3.2 – Os solventes e o parâmetro de solubilidade ............................................................25

2.4 – A escolha dos solventes e as questões ambientais......................................................27

2.4.1 – Legislações regulamentadoras da emissão de COVs...............................................28

3 – METODOLOGIA..........................................................................................................29

3.1 – Legislações regulamentadoras de emissões atmosféricas...........................................29

3.2 – O comportamento do mercado em relação à tinta de impressão para embalagens

flexíveis base água................................................................................................................29

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................30

4.1 – Legislação Norte Americana.......................................................................................30

4.2 – Legislação Europeia ...................................................................................................32

4.3 – Legislação brasileira....................................................................................................35

4.4 – Dados do mercado de tintas de impressão...................................................................36

5 – CONCLUSÃO................................................................................................................40

6 - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................41

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1 – Introdução

A indústria de embalagens tem sofrido grandes mudanças ao longo dos últimos

anos, as novas matérias primas oferecidas, as legislações diversas, o apelo a questões

ambientais e as exigências dos consumidores tem moldado as novas tendências desse

mercado.

As embalagens não só protegem o conteúdo interior, mas também são um elemento

decisivo para o sucesso comercial dos produtos, o material do qual é composto, o design, e

a impressão são fatores que influenciam na decisão do consumidor na escolha entre um

produto e outro, uma embalagem de qualidade infere em um produto de qualidade1.

Dentre esses fatores citados a qualidade da impressão é um grande diferencial, e a

indústria que fornece as tintas tem grandes desafios, há muita tecnologia envolvida para a

fabricação de uma tinta que se enquadre nas legislações pertinentes, que possua

características que permitam alta produtividade e qualidade de impressão, e que apresente

resistência química e mecânica que garantam o bom aspecto da embalagem durante os

processos de estocagem, transporte e exposição nas prateleiras dos mercados.

Um dos grandes desafios enfrentados hoje, pela indústria de tintas de impressão,

refere-se a questões ambientais, a maioria dos produtos é base solvente, ou seja, boa parte

da tinta é composta por solventes orgânicos, esses compostos apresentam certa toxicidade

que atinge diretamente os trabalhadores das empresas produtoras de tintas e de embalagens

assim como o ambiente ao redor das dependências do complexo fabril.

No mundo, as questões ambientais têm ganhado cada vez mais importância e

legislações vem sendo criadas para forçar os diversos seguimentos industriais a buscarem

novas tecnologias com o objetivo de cada vez mais diminuir os impactos negativos no

meio ambiente.

Na Europa desde 1999 existe uma regulamentação que engloba os aspectos

ambientais, como as emissão de solventes pelas indústrias de tinta, a Diretiva de Emissão

de Solventes em vigor deste outubro de 2007 obriga as plantas produtores de tinta que

usam mais de 15 toneladas de solventes por ano a investir em equipamentos de incineração

ou substituição de aproximadamente 75% das tintas base solvente para tintas solvent-free

ou alternativas low-solven2.

Esta não é a única legislação que tem forçado os produtores de tintas europeus a

investirem em novas tecnologias, diretivas para proteção de funcionários e para a

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prevenção de poluição estão em vigor e os custos para as empresas que continuam a usar

basicamente as antigas formulações com os solventes tradicionais deste ramo, estão cada

vez maiores.

No Brasil, embora não exista uma legislação regulamentadora da emissão de

compostos orgânicos voláteis, a tendência é que seja criado, pois cada vez mais a

importância da criação de leis ambientais se comprova.

A mudança de tecnologia de substituição dos solventes convencionais por soluções

mais ambientalmente corretas como a substituição para o uso de água como solvente ou

mesmo o uso de solventes menos tóxicos tem se tornado cada vez mais uma necessidade.

O objetivo deste trabalho é o estudo das mudanças no mercado de tintas de

impressão em relação à mudança de tecnologia para opções mais ambientalmente corretas

e as motivações que tem levado as empresas desse seguimento a buscar novas soluções.

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2 – Revisão Bibliográfica

2.1 – Embalagens

Embalagem é um recipiente ou envoltura que armazena produtos temporariamente

tendo como principal função protegê-lo e estender seu prazo de validade viabilizando sua

distribuição, identificação e consumo1.

A qualidade da embalagem é fator decisivo na apresentação de um produto,

segundo a diretora executiva da Associação Brasileira de Embalagens (ABRE) “É a

embalagem que deve transmitir, em apenas 3 segundos, a qualidade do produto, os seus

diferenciais e cativar o consumidor para pegá-lo em sua mão e colocá-lo em seu carrinho

de compras”1.

Existe hoje uma grande gama de opções de embalagens, diferentes matérias primas

como plástico, vidro, alumínio e papel, utilizadas em combinação ou não, e também

diferentes técnicas e qualidades de impressão são tecnologias presentes nas embalagens.

O investimento na confecção da embalagem esta diretamente ligado ao produto que

será envasado e ao publico alvo que é o consumidor final do produto. Por exemplo, caixas

que usualmente são utilizadas para armazenamento de produtos embalados são

normalmente de papelão e as informações são impressas com poucas cores e detalhes. Por

outro lado, uma embalagem de um alimento congelado normalmente é composta por mais

de um material e a imagem impressa é como se fosse uma fotografia do alimento pronto,

com muitos detalhes e cores com o objetivo de passar a ideia de que o produto é realmente

suculento.

Dentre os diversos tipos de embalagens, existentes hoje no mercado, as flexíveis

têm ganhado destaque. Uma pesquisa realizada pela Euromonitor International revela que

no ano passado as embalagens flexíveis passaram a representar 59% do total do mercado

de embalagens3.

Estas embalagens são compostas por diversos substratos flexíveis, entre eles os

mais comuns são plástico, papel, folha de alumínio e filmes metalizados. É comum o uso

de mais de um substrato o que é chamado de multicamadas.

Para a definição de uma estrutura de embalagem deve-se observar o produto a ser

embalado, o tempo de validade deste produto, as condições de envase (temperatura do

produto no momento do envase, velocidade de envase, tipo de selagem, tipo de máquina de

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envase, etc.), a resistência química necessária pensando na migração que o substrato

permite e no ataque que pode ser sofrido pelo meio, o design, a forma e a aparência visual

que se deseja na embalagem, a cadeia de transporte e comercialização e também o custo

final da embalagem.

A tabela 1 resume os principais substratos plásticos e suas principais características:

Tabela 1: Tipos e características dos filmes plásticos4.

FILMES PLÁSTICOS CARACTERÍSTICAS

PET (Poliéster) Alto brilho, boa resistência mecânica e térmica, alta

barreira a oxigênio e a gases

BOPP (Polipropileno bi-orientado) Bom brilho, pode ser transparente ou opaco, alta barreira

a vapor de água, gordura e luz

PP (Polipropileno) Alta selabilidade e resistência química

PE (Polietileno) Boa selabilidade, boa utilização em laminação e boa

barreira a luz (leitoso)

BOPA (Poliamida bi-orientada) Alta resistência mecânica, ao impacto e térmica, boa

barreira a gases e aromas

Os substratos plásticos são a maioria no mercado atual, variações como a

metalização, deposição de uma fina camada de alumínio sobre o PET ou BOPP aumentam

a barreira do material e oferecem um aspecto metálico.

Para algumas aplicações específicas o papel é o substrato mais indicado. Além de

possuir uma excelente superfície de impressão, possibilidade de uso em formas diferentes,

boa resistência mecânica apresenta propriedades especificas como greaseproof, que é

definido como a impermeabilidade a óleos e gorduras4.

Os diferentes substratos demandam maquinário e tintas de impressão diferentes,

este conjunto de fatores pode ser compilado em técnicas de impressão.

2.2 – Técnicas de Impressão

Pode-se dividir as técnicas de impressão em dois grandes grupos: a banda larga e a

banda estreita de impressão.

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A banda larga é o processo mais simples, caracterizado pela não interação de cores

durante a impressão, é a arte encontrada, por exemplo, na impressão de caixas de papelão.

Apresenta poucas cores e detalhes, ou em embalagens simples com poucos detalhes e

figuras (Figura 1).

Figura 1. Exemplo de embalagem flexível impressa em banda larga5

A banda estreita por sua vez trabalha com cromia que é a interação de cores, é

utilizada em artes mais trabalhosas que apresentam detalhes e diversas cores. Os vários

tons são obtidos da interação de cores especificas que quando sobrepostas no processo de

impressão tem como resultado as imagens que se assemelham a fotografias devido à

riqueza de detalhes (Figura 2).

Figura 2. Esquema simplificado de banda estreita6

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A escolha entre banda larga e banda estreita depende do tipo de aplicação que se

deseja para o substrato impresso, mas além desta escolha é preciso determinar qual técnica

de impressão é mais adequada para o fim que se espera. Existem diversas técnicas

disponíveis hoje, dentre elas estão a flexografia, a rotogravura, a serigrafia e o offset.

2.2.1 – Flexografia

A flexografia é um método de impressão rotativo direto, que utiliza chapas de

borracha ou fotopolímeros resilientes com a imagem em alto relevo. Esta técnica começou

nos Estados Unidos na década de 20 e desde então vem passando por varias

transformações melhorando a qualidade da imagem impressa4.

Na flexografia a tinta presente no tinteiro é transferida a um cilindro de anilox que

possui uma lâmina dosadora para a remoção do excesso de tinta. Este cilindro transfere

então a tinta para o cilindro de transferência que possui pontos em alto relevo, e

semelhante a um carimbo transfere a tinta ao substrato desejado (Figura 3).

Figura 3. Esquema simplificado da técnica de flexografia7

A flexografia é uma técnica bastante versátil, a impressão pode ser feita em

diversos substratos dependendo de adaptações no maquinário, é também um sistema com

um custo interessante, pois o material de que é recoberto o cilindro de transferência pode

ser de borracha, e esta peça pode ser removida e trocada de acordo com a figura que se

deseja imprimir (Figura 4).

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Figura 4. Cilindro de flexografia sendo recoberto pelo molde em material flexível8

O controle, porém da quantidade de tinta que é transferida fica por conta das

laminas raspadoras o que limita a qualidade da imagem comparada a outras técnicas, no

entanto o setor apresenta evoluções e cada vez mais alcança uma qualidade desejável a

partir dessa técnica.

A tinta utilizada, nesta técnica, é líquida e é preciso manter a viscosidade adequada,

com o tempo o solvente evapora aumentando a viscosidade da tinta e dificultando a

transferência entre os cilindros e para o substrato. É importante, portanto que a tinta

utilizada neste processo tenha uma boa resolubilidade, ou seja, permita a reposição de

solvente para que se possa controlar a viscosidade.

2.2.2 – Rotogravura

A rotogravura é um sistema de impressão rotativo e direto, o cilindro de impressão

é gravado apresentando assim sulcos de diferentes tamanhos e profundidades na superfície

do cilindro, uma lamina raspadora ajusta o excesso de tinta que é em seguida transferido

para o substrato (Figura 5).

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Figura 5. Esquema simplificado da técnica de rotogravura7

Para permitir a gravação os cilindros são revestidos de cobre e cromo, a gravação

pode ser química ou eletromecânica, a imagem desejada é formada por pontos em baixo

relevo e a tonalidade da imagem é determinada pela profundidade das células, as mais

profundas contém mais tinta e resultam em tons mais escuros, as rasas com menos tinta

resultam em tons mais claros4.

Este controle da quantidade de tinta e do formato tão preciso garante uma

impressão de qualidade elevada, no entanto o custo da rotogravura é maior do que o da

flexogravura. Para cada imagem impressa é necessário um cilindro, desta forma uso da

rotogravura justifica-se para grandes tiragens (Figura 6).

Figura 6. Cilindros gravados utilizados pela editora abril na técnica de impressão por rotogravura.9

Assim, como na flexografia, a tinta é líquida e a viscosidade precisa ser bem

controlada, a propriedade de resolubilidade da tinta é também muito importante, porque se

a tinta secar no cilindro obstruirá os sulcos responsáveis pela sua transferência ao substrato

o que não permitirá uma impressão de qualidade.

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2.2.3 – Serigrafia

A serigrafia é um processo de impressão no qual a tinta é depositada no substrato

pela pressão de uma lâmina raspadora através de uma tela vazada, normalmente de seda ou

de náilon, esticada sobre o cilindro (Figura 7).

Figura 7. Esquema simplificado da técnica de serigrafia10

Diferente da flexografia e da rotogravura a tinta na serigrafia precisa ser pastosa, ter

uma viscosidade maior, isso não muda a necessidade de controlar a viscosidade da tinta.

2.2.4 – Offset

O processo de impressão offset, diferente dos demais apresentados, não é um

sistema de impressão direto. O cilindro que recebe a tinta é tratado quimicamente, de modo

que fica com partes hidrofílicas e hidrofóbicas (que formam a imagem). Este cilindro passa

sobre a água e em seguida um outro cilindro transfere a tinta a ele, a tinta fica apenas nos

pontos hidrofóbicos e é transferida a outro cilindro, e esse sim transfere a tinta para o

substrato.

Há também variações desse processo, o chamado processo offset a seco. Usa-se

somente tinta e o cilindro que transfere a tinta ao cilindro que de fato transferirá para o

substrato possui gravações em alto relevo (Figura 8)4.

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Figura 8. Esquema simplificado da técnica de Offset4

Assim como na flexografia e na rotogravura a tinta é líquida e a mesma atenção

sobre o controle da viscosidade é requerida.

2.3 – Tintas de Impressão

As tintas de um modo geral são compostas por resina, solvente, pigmentos e

aditivos.

As resinas são responsáveis por aglomerar as partículas de pigmento e conferem à

tinta as propriedades de adesão e resistência11

. São polímeros que formam o filme quando

o solvente evapora, por reações químicas ou somente por rearranjo das moléculas.

A resina confere as principais características de resistência da tinta e estas são

nominadas de acordo com a resina que as compõe, por exemplo, tintas acrílicas,

poliuretanas, poliamidas e etc11

.

Os solventes são líquidos voláteis, geralmente de baixo ponto de ebulição,

utilizados basicamente para dissolver as resinas11

, mas também podem conferir algumas

características a tinta de acordo com a velocidade de evaporação, peso molecular e etc.

Os pigmentos são materiais sólidos finamente divididos, insolúveis no meio

utilizado para conferir cor, opacidade, algumas características de resistências e outros

efeitos11

. Hoje em dia existem diversos tipos de pigmentos, os chamados pigmentos de

efeito tem propriedades óticas e táteis que enriquecem muito a arte impressa.

Os aditivos são substâncias que em peso representam a menor porcentagem da

tinta, são adicionados para conferir propriedades especiais, que auxiliam tanto durante a

produção e aplicação da tinta, quanto nas propriedades finais11

. Existe uma variedade

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enorme de aditivos usados nas indústrias de tintas e aditivos como: modificadores de

reologia, antiespumantes, nivelantes e etc.

Além da formulação da tinta outro aspecto importante no ramo de impressão em

embalagens flexíveis é o tratamento do substrato. Em geral plásticos possuem superfície

quimicamente inerte, não porosa e com baixa tensão superficial o que impossibilita a

ancoragem de tintas e adesivos bem como a umectação do substrato12

(Figura 9).

Figura 9: Determinação da tensão superficial14

Polietileno e polipropileno apresentam a menor tensão superficial dentre os

plásticos e necessitam ser submetidos a tratamento para aumentar a tensão superficial, no

entanto, os tratamentos de superfícies não se limitam apenas a esses materiais mais

críticos, todos os plásticos e também papel e alumínio podem ser submetidos a tratamento

para melhorar a ancoragem.12

O principal tratamento de superfície é o tratamento corona, que baseia-se em

descargas eletrostáticas na superfície do filme. Essa descarga ioniza o oxigênio do meio

que polariza a superfície do filme, aumentando sua tensão superficial13

(Figura 10).

Figura 10: Princípio do tratamento Corona14

O tratamento do filme é imprescindível para se conseguir uma boa impressão.

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Outro ponto fundamental a ser observado para a obtenção de um bom resultado é o

alinhamento entre as características da tinta e o tipo de embalagem.

As embalagens flexíveis atendem diversos mercados, estão presentes na indústria

alimentícia, higiene e limpeza, ração animal, entre outras.

A estrutura da embalagem varia de acordo com a aplicação fornecendo a barreira de

proteção necessária e atendendo as exigências. As embalagens de ração para cães, por

exemplo, deve ser mecanicamente resistente, proteger o produto de contaminações

externas e de vapor d’água além de possuir baixo odor, pois o animal tem um faro muito

sensível e pode rejeitar o alimento.

As tintas também são diferentes para cada estrutura de embalagem, tem-se as tintas

externas que ficam expostas ao meio e precisam resistir à abrasão e às substâncias com a

qual terá contato (Figura 11), em alguns casos pode ser feita a impressão reversa, ou seja,

no inverso do filme assim a tinta não fica exposta ao ambiente, no entanto poderá ter

contato com o produto envasado (Figura 12). Outra técnica é a laminação, onde a tinta é

impressa na superfície do substrato, depois um adesivo é aplicado e uma nova camada de

substrato é colada sobre o primeiro, nesse caso a tinta não fica exposta e a embalagem

possui mais de uma camada de substrato apresentando maior resistência (Figura 13).

No caso da laminação, além de aderir ao substrato a tinta também deve ser

compatível com o adesivo.

Figura 11: Impressão externa4

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22

Figura 12: Impressão reversa4

Figura 13: Laminação4

As tintas de impressão de embalagens flexíveis, mais utilizadas atualmente, são

nitrocelulose-poliuretânica, nitrocelulose-poliamida e nitrocelulose-fumárica4.

No entanto opções base água estão começando a ganhar notoriedade nesse

mercado, inovações como emulsões acrílicas é a nova tendência segundo empresas do

ramo.

2.3.1 – Tintas base solvente e base água

As resinas que formam o filme da tinta são sólidas a temperatura ambiente, portanto

no processo de preparação de uma tinta é preciso solubilizar, dispersar o polímero ou fazer

uma polimerização em emulsão para obter uma mistura líquida.

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23

As tintas base solvente são aquelas em que a resina foi solubilizada (preparação do

verniz) ou a polimerização foi feita em solução. Os solventes mais frequentes nesse caso

são álcoois e acetatos.

O filme, nesses casos, se forma por evaporação do solvente (Figura 14).

Após a evaporação o que resta são os demais componentes que aderidos ao filme da

resina dão à tinta as características desejadas, como cor, brilho, slip e etc.

No caso das tintas base água a resina é sintetizada no meio aquoso, esse processo de

polimerização em emulsão pode ser feito utilizando-se emulsificantes ou também reagindo

polímeros com ramificações ácidas com bases, para formar sais de polímeros que atuarão

de forma similar aos emulsificantes, com a diferença de que também participarão da

reação. Esse último tipo de polimerização em emulsão é a tecnologia principal das opções

base água para tintas de impressão em embalagens flexíveis.

As emulsões formam o filme por um processo chamado coalescência, com a

evaporação da água as micro cápsulas de polímero vão se aproximando até que se rompem

e as cadeias poliméricas se rearranjam formando um filme. (Figura 15).

Figure 14: Formação do filme por evaporação4

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Figure15: Formação do filme por coalescência15

A principal diferença em questão de desempenho de sistema base água e base

solvente esta na velocidade de evaporação e, portanto de formação do filme, e na

possibilidade de resolubilidade do sistema.

Sistema base solvente tem uma secagem mais rápida devido à volatilidade das

substâncias, também é possível ajustar a viscosidade acrescentando mais solvente. Em

contra partida, em sistemas base água a secagem é mais lenta e a resolubilidade é

dependente do pH, portanto esse controle deve ser rigoroso.

Devido a essas diferenças, para que a tecnologia base água substitua a base solvente

também é necessário que os equipamentos sejam adaptados, e que invista em capacitação

profissional uma vez que os sistemas em questão têm características substancialmente

diferentes.

No entanto, esses são investimentos que valem a pena, não somente em termos de

saúde e preservação ambiental, mas também para atender exigências legais uma vez que

são realidade em alguns países e que podem a vir a se tornar realidade também no Brasil.

Uma solução paliativa pode ser adotada para tornar os sistemas base solvente

menos tóxicos e o ambiente fabril das indústrias de tinta de impressão menos insalubre,

que é a escolha de solventes mais adequados, levando em consideração a toxicidade da

substância e buscando substituir os componentes mais agressivos.

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25

2.3.2 – Os solventes e o parâmetro de solubilidade

Os solventes são compostos químicos, normalmente no estado líquido a

temperatura ambiente e tem a propriedade de dissolver, suspender ou extrair outras

substâncias sem alterá-las quimicamente4.

Estas substâncias são utilizadas em diversos ramos da indústria (Figura 16).

Figura 16. Aplicação dos solventes nos diversos mercados4

Como mencionado, o solvente é o principal componente, em quantidade, das tintas

de impressão. O poder de solvência e a volatilidade são importantes propriedades que

influenciam na viscosidade e na velocidade de secagem4, o que é determinante para o

sucesso da impressão em flexografia, rotogravura, serigrafia e offset.

Os solventes são escolhidos basicamente pelo poder de solvência que a mistura tem

para dissolver a resina. O que determina se uma resina será solúvel em uma mistura de

solventes é uma propriedade chamada parâmetro de solubilidade.

O termo parâmetro de solubilidade foi primeiramente utilizado por Hildebrand e

Scott, desde então outros pesquisadores se empenharam em conhecer melhor os fenômenos

relacionados ao poder de solvência das substâncias16

. O pesquisador Charles M. Hansen da

universidade técnica de Copenhague possui grande conhecimento nesse assunto, Hansen

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mostrou que os líquidos e as substâncias macromoleculares, portanto os polímeros, podem-

se caracterizar por três parâmetros17

:

δD, que corresponde às forças de dispersão de London

δP, que correspondem à força de atração devido a polaridade das moléculas

δH, que corresponde às forças de ligação de hidrogênio

Baseado em diversos estudos anteriores e nas próprias pesquisas Hansen

desenvolveu um software que cruza os parâmetros físico–químicos envolvidos no processo

de solubilidade e o resultado obtido é uma boa aproximação sobre quais solventes são

capazes de solubilizar determinados polímeros (Figura 17).

Figura 17. HSPiP – software desenvolvido por Hansen e sua equipe18

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No gráfico tridimensional formado pelas coordenadas δH, δP e δD a esfera

representa o polímero em questão, os pontos compreendidos dentro do volume da esfera

são os solventes capazes de solubilizar este polímero, quanto mais próximo o valor de

parâmetro de solubilidade se aproximar do centro da esfera mais verdadeiro é considerado

o solvente.

Este conhecimento sobre parâmetro de solubilidade é fundamental para a indústria

de tintas de impressão, como discutido anteriormente. Os processos de impressão como a

resolubilidade da tinta e a velocidade de secagem são fundamentais.

A escolha de solventes adequados é de fundamental importância para a formulação

de uma tinta de qualidade.

2.4 – A escolha dos solventes e as questões ambientais

Os solventes podem ser divididos em três grandes partes de acordo com a

constituição química, aquosos, não aquosos e orgânicos4.

Os solventes orgânicos são aqueles que contem carbono em sua composição e são

classificados de acordo com o grupo funcional, por exemplo, álcoois, cetonas, ésteres, etc.

Os principais resíduos atmosféricos das indústrias gráficas são os compostos

orgânicos voláteis. No Brasil ainda não existe padrões de controle ambiental para este tipo

de composto, porém os compostos orgânicos voláteis (conhecidos pela sigla em português

COVs ou em inglês VOCs) provocam odores irritantes, possuem certo nível de toxicidade,

além de causar problemas relacionados ao efeito estufa e degradação da camada de

ozônio19

.

Esses compostos nocivos podem ser recuperados com o emprego de equipamentos

específicos na própria planta, no entanto demanda alto custo de investimento nas

instalações19.

Uma solução para esta questão é o uso de solventes verdes, misturas de diferentes

solventes podem possuir o mesmo parâmetro de solubilidade, desta forma ambas

combinações solubilizarão a resina, partindo deste principio é possível buscar solventes

com menor grau de toxidez.

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Os critérios globais para que um solvente seja considerado verde incluem quatro

pilares: bom desempenho de aplicação, minimização da toxidade a saúde humana, ao meio

ambiente e dos impactos ambientais4.

Assim, como muitas das questões ambientais, a emissão de COVs é um assunto

relativamente recente. Entretanto, em alguns países existem legislações reguladoras, o que

tem obrigado as indústrias a buscarem novas alternativas.

2.4.1 – Legislações reguladoras da emissão de COVs

No Brasil ainda não existe uma legislação regulamentadora das emissões de

compostos orgânicos voláteis, mas nos Estados Unidos e na Europa algumas legislações

estão em vigor.

Nos Estados Unidos, em 1970, o congresso decretou o Clean Air Act (CAA), que

resultou na criação da Agência de Proteção Ambiental (EPA), para trabalhar nos estados

dentro de padrões de qualidade requeridos para o ar atmosférico4.

Em 1977 uma revisão no CAA restringiu a emissão de COVs e, na sequência, uma

série de outras revisões tornou cada vez mais rígida a legislação de emissão desses

compostos. Em 1990, solventes comuns como benzeno, etileno glicol, metanol, tolueno e

misturas de xilenos tiveram seu uso restringido4.

Na Europa, a maioria dos países começou a regular a questão da emissão de

solventes entre as décadas de 1980 e 1990. Como resultado dessas medidas, entre 1990 e

2000 as emissões de COVs nos estados membros da União Européia foram reduzidas em

torno de 30%4.

As legislações européias também foram aprimoradas e diretivas como IPPC

(Diretiva Integrada de Prevenção e Controle) e a (Diretiva de Emissão de Solventes)

foram criadas tornando cada vez mais rígido o controle sobre a emissão de substâncias

poluidoras do ar4.

A tendência mundial mostra que a preocupação pelas questões ambientais está cada

vez mais presente e abrange de alguma forma todos os seguimentos industriais. Para a

indústria de tintas de impressão uns dos maiores desafios atuais é conciliar avanço

tecnológico e qualidade de produção com segurança ambiental.

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3 – Metodologia

3.1 - Legislações regulamentadoras de emissões atmosféricas

As legislações Americanas e Européias, disponíveis na internet, foram analisadas,

para conhecer as exigências e motivações que levaram esses países a restringir o uso de

solventes e determinar condições para o funcionamento das indústrias de tinta de

impressão.

Os dados sobre a legislação americana foram obtidos do site oficial da EPA

Environmental Protection Angency, a agencia de proteção ambiental Norte Americana.

As informações obtidas sobre a legislação europeia estão disponíveis no site oficial

da União Europeia.

3.2 – O comportamento do mercado em relação à tinta de impressão para embalagens

flexíveis base água

Foram avaliados dados sobre a indústria de tinta de impressão brasileira obtidos de

do site da Associação Brasileira de Tinta de Impressão ABITIM.

Também foram avaliados dados de vendas de uma indústria química multinacional,

uma das líderes no seguimento de matérias-primas para tintas de impressão. Essa empresa

possui uma linha de produtos que oferece uma solução base água para substituir a

tecnologia base solvente. Esses dados mostram a aceitação dessa nova solução, pelo

mercado.

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4 – Resultados e Discussões

4.1 – Legislação Norte Americana

Fundada em 2 de dezembro de 1970 a EPA (Environmental Protection Agency)

consolidou em uma instituição pesquisa, monitoramento e fiscalização de questões

ambientais. A missão da EPA é proteger a saúde humana, preservando o ar que

respiramos, a água que bebemos e o solo onde vivemos20

.

Em 31 de dezembro do mesmo ano o congresso autoriza a EPA a criar a legislação

que regulamenta as emissões atmosféricas o Clean Air Act e determinou a NAAQS

(National Ambient Air Quality Standards),que monitore a qualidade do ar com base em

seis poluentes21

:

Ozônio

Monóxido de Carbono

Material particulado

Dióxido de nitrogênio

Dióxido de enxofre

Chumbo

Em março de 1994 foi publicada a EPA 744B-94-001 FEDERAL

ENVIRONMENTAL REGULATIONS POTENTIALLY AFFECTING THE COMMERCIAL

PRINTING INDUSTRY. Esse foi o primeiro documento específico para a indústria de tinta

de impressão.

Em 1977 algumas revisões na CAA incluíram no escopo o controle de emissão de

compostos orgânicos voláteis, o que atingiu diretamente o setor.4

A EPA definiu uma lista que continha inicialmente 189 substâncias classificadas

como HAP (Hazardous Air Pollutants), ao longo dos anos algumas dessas substâncias

foram reclassificadas e saíram da lista, as demais são substâncias controladas pela agência

que implementa regulamentações específicas as MACT, que quer dizer Controle

Tecnológico Máximo Alcançável22

.

As regras MACT não proíbem o uso de nenhuma sustância, mas limitam a

quantidade que pode ser emitida, por isso para atender a legislação as indústrias devem

possuir controle do uso dessas substâncias e sempre que possível substituí-las por outras

tecnologias.

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No caso específico da indústria de tinta de impressão as principais emissões

atmosféricas são de COVs, esses compostos são controlados devido à sua toxicidade e ao

fato de serem precursores de ozônio. Uma forma de classificar os COVs é a partir de sua

reatividade, para isso são considerados os seguintes aspectos4:

Velocidade e reação para formação de ozônio;

Quantidade de moléculas de NO que são oxidadas por moléculas de COV;

Quantidade de radicais formados por moléculas de COV, que poderiam participar

da rota de formação de ozônio de outros COV;

Efeito na taxa de remoção de NOx da atmosfera, pois a formação de ozônio

diminui quando a concentração de NOx diminui;

Reatividade dos principais produtos de oxidação do COV;

Alguns estados se baseiam na MIR, sigla em inglês para Reatividade Incremental

Máxima, de cada COV, que é calculada considerando-se a concentração NOx ideal para

um rendimento máximo de formação de ozônio para determinar os níveis aceitáveis de

emissões de COV (Tabela 2).

Tabela 2 - Reatividade incremental máxima de alguns solventes4

Solvente

MIR

(grama de ozônio

formado/grama

de COV)

m-Xileno 10,61

o-Xileno 7,49

Xilenos 7,37

p-Xileno 4,25

Metil isobutil cetona 4,31

Tolueno 3,97

Etil Benzeno 2,79

Metil isoamil cetona 2,10

Acetato propileno glicol metil éter 1,71

Etanol 1,69

Metil etil cetona 1,49

Acetato de n-butila 0,89

Acetato de propila 0,87

Diacetona álcool 0,68

Acetato de isobutila 0,67

Acetato de etila 0,64

Acetona 0,40

Acetato de t-butila 0,20

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A reatividade total de uma formulação é dada pela somatória do MIR de cada

componente multiplicado pela sua fração mássica. Baseado nesses valores existe uma

regulamentação que limita a reatividade média limite de acordo com o seguimento

industrial (Tabela 3).

Tabela 3 - Reatividade limite para seguimentos de mercado específicos4:

Segmentos

Reatividade

Média Limite

(g O3/g produto)

Vernizes 1,54

Tintas 1,40

Primers 1,11

Como pode-se notar a legislação Norte Americana exerce um forte fiscalização

sobre as indústrias e o uso de determinadas substâncias deve ser evitado ao máximo para

atender a normalização. Essa legislação tem impulsionado novas pesquisas e

desenvolvimentos com o intuito de encontrar alternativas eficientes capazes de substituir o

uso de substâncias que poluem o ambiente e agridem a saúde dos seres vivos que ficam

expostos a elas.

4.2 – Legislação Européia

Em 1996 a diretiva IPPC, Integrated Pollution Prevention And Control determinou

regras para permissão de operação de 50000 instalações europeias, e dentre os resíduos

controlados estão os gases causadores do efeito estufa.

Em 1999 foi criada a VOC Solvents Emissions Directive (SED), a Diretiva de

Emissão de Solventes COV, essa diretiva regulamenta a emissão de COV na União

Européia cobrindo um grande range de atividades que utilizam solventes23

.

A COUNCIL DIRECTIVE 1999/13/EC determina limites de emissões de solventes

orgânicos de acordo com as atividades realizadas pelas empresas. Essa diretiva classifica

as empresas por atividades, no todo são vinte tópicos, a indústria de tintas de impressão

para embalagens flexíveis esta inclusa na atividade três.

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A tabela 4 mostra os valores médios de consumo de solventes em toneladas por

ano, e o limite de emissões mg C(carbono)/Nm3:

Tabela 4 - Valores médios de consumo de solventes e limites estipulados de acordo com

as atividades24

.

Número da

Atividade

Atividade

( consumo de solventes em

toneladas por ano)

Consumo de

solvente

toneladas/ano

Limite de emissões

atmosféricas (mg

C/Nm3)

1 Impressão por Heatset web e

offset (>15)

15 - 25 100

>25 20

2 Rotogravura para publicações

(>25) >25

75

3

Rotogravura, Flexografia ,

serigrafia , laminação,

produção de vernizes (>15)

serigrafia em tecido/papel

cartão (>30)

15 -25 100

>25 100

>30 100

O último relatório emitido em março de 2010 aponta que os países que mais

possuem instalações que praticam a atividade 3 são Espanha, Portugal, França, Alemanha e

Reino Unido (Gráfico 1):

Gráfico 1:Número de instalações referentes a atividade 3 em cada Estado Membro25

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O relatório final de emissões de COVs pelos estados membros, de março de 2010,

apresenta um levantamento dos dados do número de instalações que se enquadram

naquelas fiscalizadas pela VOC SED e de quais estão seguindo o plano de redução de

emissões de COVs no período de 2005 a 2007 (Tabela 5):

Tabela 5 - Percentagem de instalações praticantes da política de redução de emissões

atmosféricas por Estado Membro25

.

Estado Membro

Porcentagem de instalações praticantes da

politica de redução de emissões entre os anos

2005 - 2007

Austria 6,00%

Belgica 60,00%

Bulgária 100,00%

Chipre 0,00%

República Tcheca 2,00%

Dinamarca 28,00%

Estônia 2,00%

Finlândia 34,00%

França 4,00%

Alemanha 52,00%

Grécia 0,00%

Hungria 0,00%

Irlanda 1,00%

Itália 0,50%

Letônia 12,00%

Lituania 7,00%

Luxemburgo 4,00%

Malta 6,00%

Holanda 13,00%

Polônia 2,00%

Portugal 1,00%

Romênia 21,00%

Eslováquia 2,00%

Eslovênia 19,00%

Espanha 1,00%

Suécia 11,00%

Reino Unido 40,00%

TOTAL 27 países 18,00%

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Esses dados comprovam que a União Europeia possui uma regulamentação vigente,

há 14 anos, para a emissão de compostos orgânicos voláteis e que a indústria de tinta de

impressão de embalagens flexíveis, que se enquadra dentro da atividade 3 compõe um

grupo de atividades que emite uma grande quantidade de COVs. Por isso, a importância do

tema dentro deste seguimento de mercado que tem a projeção de crescer ainda mais nos

próximos anos.

4.3 – Legislação Brasileira

No Brasil a legislação que regulamenta as emissões atmosféricas é a

RESOLUÇÃO/conama/N.º 003 de 28 de junho de 1990.

O artigo 1 dessa resolução define como poluente atmosférico qualquer forma de

matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou

características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o

ar:

I - impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;

II - inconveniente ao bem-estar público;

III - danoso aos materiais, à fauna e flora.

IV - prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da

comunidade.

No entanto, embora os compostos orgânicos voláteis se enquadrem dentro destes

quatro pontos, a resolução cita limites apenas para: partículas totais em suspensão, fumaça,

partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de

nitrogênio.

A legislação brasileira ainda não contempla o controle de emissões de compostos

orgânicos voláteis e mesmo informações e dados estatísticos sobre emissões atmosféricas

não são facilmente encontrados em consultas pela internet como se encontra dados Norte

Americanos e Europeus.

As exigências legais são grandes motivadores que impulsionam mudanças nas

indústrias de modo geral, pois obrigam as instituições a buscarem novas tecnologias para

se adequarem a lei. Por essa razão a tendência de buscar novas soluções menos nocivas,

como mudanças de solventes ou mesmo novas tecnologias, não apresentam no Brasil a

mesma intensidade como nos países que possuem legislações específicas e fiscalizadas.

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4.4 – Dados do mercado de tintas de impressão

De forma geral, o mercado de embalagens vem crescendo substancialmente, a

análise do crescimento desse setor acompanha o índice de urbanização. Produtos viajam o

mundo e são comercializados em toda parte protegidos por suas embalagens, as

embalagens flexíveis, foco desta monografia, representam uma importante percentagem

desse setor, a praticidade de manuseio e o pouco volume favorecem a escolha desse tipo de

embalagem em comparação às outras.

O gráfico 2, apresentado no workshop de embalagem e sustentabilidade, realizado

pelo Instituto de Embalagens, no dia 10 de outubro deste ano, mostra a projeção de

crescimento do setor de embalagens para 2016.

Gráfico 2: Projeção de crescimento no setor de embalagens

No Brasil, segundo dados da ABITIM, Associação Brasileira das Indústrias de

Tintas de Impressão, a produção nacional de tintas de impressão se desenvolveu

consideravelmente entre os anos de 1997 e 2007 (Tabela 7 e Gráfico 3).

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Tabela 6 – Produção Nacional de tintas de impressão.

Gráfico 3: Produção brasileira de tintas de impressão

Os dados referem-se às tintas de impressão para todos os tipos de substrato, para

impressões em papel a tecnologia de emulsões em água esta difundida e utilizada, mas para

a impressão em substratos flexíveis essa ainda não é uma realidade.

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O desenvolvimento de produtos utilizando emulsões poliméricas em água tem

ganhado força nos últimos 10 anos, influenciado pelas legislações das quais se destacam as

Norte Americanas e as Europeias.

Uma das maiores indústrias químicas do mundo e que representa uma percentagem

importante do mercado de fornecedores de matérias primas para a indústria de tintas de

impressão, possui uma linha de produtos destinada a produção de tintas de impressão base

água para impressão em embalagens flexíveis.

Esta linha de produtos é uma inovação apresentada ao mercado há pouco tempo,

mas os dados de venda mostram a aceitação do produto. Como discutido anteriormente a

nova tecnologia demanda uma adaptação do maquinário, no entanto esse é um

investimento que tem recebido retorno pela qualidade da impressão e por atender as

legislações.

Os gráficos 4 e 5 mostram o volume de vendas desse produto no mundo nos anos

de 2011, 2012 e 2013 até o mês de setembro:

Gráfico 4: Volume de vendas da linha F no mundo

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Gráfico 5; Volume de vendas da linha F nos países europeus que mais possuem instalações

ligadas a produção de tintas de impressão, nos EUA e no Brasil

*Valores até o mês de setembro de 2013

A análise dos gráficos mostra uma grande aceitação do produto, o volume de

vendas no mundo mostra um aumento ano a ano.

Os dados apresentados no gráfico 5 revelam que nos países europeus que mais

possuem instalações relacionadas a produção de tintas de impressão as vendas tem

aumentado significantemente nos últimos anos, salvo em Portugal que apresentou um

decréscimo. Nos EUA as vendas também aumentaram nesse ano, o volume de vendas até o

mês de setembro superou o ano de 2012. No Brasil as vendas ainda não são significantes

no ano de 2012 foram vendidos 2407kg, no entanto até o mês de setembro de 2013 foram

vendidos 3581kg houve ,portanto, um aumento nas vendas de 48,77% . Esses volumes de

venda revelam algumas empresas no país estão testando a nova tecnologia.

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5 - Conclusão

O estudo sobre as tendências do mercado de tintas de impressão para

embalagens flexíveis revelou que existe uma forte pressão dos governos americanos e

Europa para que os COVs sejam substituídos.

Os dados de venda dos produtos da linha F nos países europeus, que possuem

os maiores números de instalações relacionadas à atividade de produção de tintas e

impressão de tintas para embalagens flexíveis, comprova que muitas empresas estão

adotando essa tecnologia.

As vendas nos EUA também cresceram nos últimos anos e mesmo no Brasil,

apesar do volume de vendas ser ainda muito pequeno, o que revela que não há produção

local de tintas de impressão base água para embalagens flexíveis, a quantidade vendida

indica que testes industriais estão sendo realizados.

Portanto pode-se concluir que o uso de tecnologias base água para impressão

em embalagens flexíveis é uma forte tendência, pois atende as legislações ambientais, sem

interferir na produtividade e na qualidade do produto final.

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6 - Referências Bibliográficas

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http://www.abre.org.br/setor/apresentacao-do-setor/a-embalagem/. Acesso em 20 abr. 2013.

2 - Industrial Emissions, Disponível em.

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