lugares imaginÁrios – utopia transiÇÃo - serralves · lugares imaginários, primeira parte do...

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1 LUGARES IMAGINÁRIOS – UTOPIA TRANSIÇÃO É o tema do Projeto com Escolas 2012/2013 Respondendo às expetativas sobre o tema do projeto para este ano letivo, diremos à priori que a proposta é a criação de “desenhos” sobre lugares imaginados, ficcionados, lugares improváveis, utópicos. De transição? Como registar em panos brancos, de grandes dimensões, esses fantasiosos lugares? Como, em que espaço e a que público mostrar esses retângulos trabalhados, essas obras expressivas, divertidas, estranhas ou contundentes? Isto ficará ao critério de cada grupo envolvido nesta aventura e só depois Serralves os acolherá. Lugares Imaginários, primeira parte do tema do Projeto, talvez dirigida aos mais novos, propõe a ação lúdica como uma forma de despertar o pensamento, valorizar a imaginação, a aceitação da linguagem expressiva que lhes é própria. Desejamos ver imagens de desejos dificilmente concretizáveis ou, pelo menos, não concretizados até hoje: Utopias? Será que o facto de procurar no imaginário lugares inexistentes alimenta o exercício de ver, ler, questionar, observar, dialogar, participar na construção do amanhã? Esses lugares serão brincalhões, excêntricos, habitados nos sonhos, percecionados com os olhos fechados para mais intensamente se sentir o que existe e não se vê - odores, sensações táteis, temperaturas, aragens, ventanias, chuva, cheiros, sonoridades. Mas também podem ser idealizados a partir do que se aprende sobre Ambiente e Ciência Viva. Tendo presente que muitas vezes a espontaneidade, em expressão plástica, evoca sentimentos bem íntimos, recordo esta bela mensagem: “Certo dia uma criança desenhou sobre um mapa da cidade onde vivia, um enorme pássaro invulgar, de asas bem abertas; depois, pintou-o de verde e fez um borrão vermelho dizendo: isto é o coração. Eu gostava de viver neste lugar.“ Talvez mais dirigido a jovens que frequentam o ensino secundário, Utopia Transição é a segunda parte do tema proposto, embora sublinhe que os quatro conceitos constituam um todo. São conceitos que nos remetem para a poesia, a literatura, a filosofia, a ciência, a arte, a ficção… Etimologicamente, utopia significa ‘não-lugar’. Não é de facto um lugar físico e real, mas um lugar de imaginação, um lugar imaginário, esse lugar onde se projetam os sonhos que fazem avançar ou não a Humanidade. “Como referência, Thomas More diz que utopia é uma ilha imaginária, com um governo ideal. Também poderá designar sistemas sedutores irrealizáveis. Digamos que Utopia é um processo de criação, um ideal inatingível a curto prazo, um futuro muito longínquo, mas desejado, uma conceção imaginária de uma sociedade perfeita. No entanto, politicamente, perfeição é um conceito ambíguo, principalmente no que se refere a uma sociedade. Em filosofia ´A história do homem é a das suas utopias.

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Page 1: LUGARES IMAGINÁRIOS – UTOPIA TRANSIÇÃO - Serralves · Lugares Imaginários, primeira parte do tema do Projeto, talvez dirigida aos mais novos, propõe a ação lúdica como uma

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LUGARES IMAGINÁRIOS – UTOPIA TRANSIÇÃO É o tema do Projeto com Escolas 2012/2013 Respondendo às expetativas sobre o tema do projeto para este ano letivo, diremos à priori que a proposta é a criação de “desenhos” sobre lugares imaginados, ficcionados, lugares improváveis, utópicos. De transição? Como registar em panos brancos, de grandes dimensões, esses fantasiosos lugares? Como, em que espaço e a que público mostrar esses retângulos trabalhados, essas obras expressivas, divertidas, estranhas ou contundentes? Isto ficará ao critério de cada grupo envolvido nesta aventura e só depois Serralves os acolherá. Lugares Imaginários, primeira parte do tema do Projeto, talvez dirigida aos mais novos, propõe a ação lúdica como uma forma de despertar o pensamento, valorizar a imaginação, a aceitação da linguagem expressiva que lhes é própria. Desejamos ver imagens de desejos dificilmente concretizáveis ou, pelo menos, não concretizados até hoje: Utopias? Será que o facto de procurar no imaginário lugares inexistentes alimenta o exercício de ver, ler, questionar, observar, dialogar, participar na construção do amanhã? Esses lugares serão brincalhões, excêntricos, habitados nos sonhos, percecionados com os olhos fechados para mais intensamente se sentir o que existe e não se vê - odores, sensações táteis, temperaturas, aragens, ventanias, chuva, cheiros, sonoridades. Mas também podem ser idealizados a partir do que se aprende sobre Ambiente e Ciência Viva. Tendo presente que muitas vezes a espontaneidade, em expressão plástica, evoca sentimentos bem íntimos, recordo esta bela mensagem: “Certo dia uma criança desenhou sobre um mapa da cidade onde vivia, um enorme pássaro invulgar, de asas bem abertas; depois, pintou-o de verde e fez um borrão vermelho dizendo: isto é o coração. Eu gostava de viver neste lugar.“ Talvez mais dirigido a jovens que frequentam o ensino secundário, Utopia Transição é a segunda parte do tema proposto, embora sublinhe que os quatro conceitos constituam um todo. São conceitos que nos remetem para a poesia, a literatura, a filosofia, a ciência, a arte, a ficção… Etimologicamente, utopia significa ‘não-lugar’. Não é de facto um lugar físico e real, mas um lugar de imaginação, um lugar imaginário, esse lugar onde se projetam os sonhos que fazem avançar ou não a Humanidade. “Como referência, Thomas More diz que utopia é uma ilha imaginária, com um governo ideal. Também poderá designar sistemas sedutores irrealizáveis. Digamos que Utopia é um processo de criação, um ideal inatingível a curto prazo, um futuro muito longínquo, mas desejado, uma conceção imaginária de uma sociedade perfeita. No entanto, politicamente, perfeição é um conceito ambíguo, principalmente no que se refere a uma sociedade. Em filosofia ´A história do homem é a das suas utopias.

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Mas é decerto também a do que nelas se conquistou´1. A utopia da significação como norte do ato criativo é um livro de Maria Amélia Bulhões que valerá a pena consultar.”2 Acredita-se que nas épocas de crise a imaginação explode e se arrisca o impossível. Utopia pode gerar Transições? Abraçando o tema, talvez alguns grupos/turmas possam ou queiram apresentar projetos artísticos que mostrem utopias revolucionárias, lugares controversos, provocadores, valorizando textos visuais surpreendentemente escritos com palavras sentidas e não palavras gastas de tanto serem repetidas pelos adultos. Valores de cidadania estão subjacentes nas experiências, aprendizagens e posturas, no percurso do projeto de trabalho. Ajudar os jovens a compreender o mundo de hoje e localizar o seu contributo para uma sociedade mais equilibrada, analisar os fenómenos que nos cercam de uma maneira questionadora e perspetivar versões alternativas, mesmo que utópicas, são atitudes educativas que a escola poderá abraçar. A educação com a arte pode ser mais do que dar total liberdade a cada aprendente, para exprimir, através da expressão plástica, vivências e sentimentos: pode dar possibilidades para encetar debates sobre realidades e mesmo intervenções. Nas aprendizagens artísticas há estratégias intelectuais: a análise, a interpretação integrando diferentes pontos de vista, o retirar de conclusões a partir de dados recolhidos, planear, interpretar, associar, identificar, construir visões alternativas, projetar… De olhos abertos ao mundo, com o pensamento ativo e a criatividade em ação, desenham-se, então, lugares imaginários - utopias transições. Para uma aproximação do tema à arte contemporânea, recomenda-se a leitura de textos, nomeadamente sobre o que dizem os próprios artistas, e visitas às exposições apresentadas no Museu de Serralves: Alberto Carneiro3 “A árvore – não a madeira. A Natureza – não a paisagem. O cosmos – não a cosmética. A experiência primordial a que a obra de Alberto Carneiro nos convoca, não é prioritariamente visual, implica todos os sentidos…” “As mensagens da arte que te proponho serão significantes na autenticidade dos significados que lhes encontrarás.” “Deita-te no silêncio do teu dia e pensa que a vida é mais importante que toda a arte-para-burguês-fruir e terás então a tua própria arte, uma arte para a tua ação.” “…A única via é caminhar na dúvida com a segurança da resposta possível: ainda não é isso. Procurar mais profundamente até que a identificação do ser aconteça na revelação do lugar. Nesse momento, a forma é como passagem para a busca seguinte.”

1 Virgílio Ferreira, Pensar, p. 23. 

2 Margarida Saraiva, coordenadora do Serviço Educativo de Serralves 3 Alberto Carneiro “Das notas para um Diário e Outros Textos – antologia”, Assírio & Alvim, 2007. 

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Rigo 234 “Comecei por fazer desenhos nas costas dos envelopes de correio. Isto foi logo no início, antes da escola primária. As vezes eu e meu irmão íamos com o nosso Pai para o escritório de trabalho num Posto de Correios que era numa aldeia vizinha. Eu considero esses dias especiais. Tínhamos de tirar todo o dia. Eu tinha cinco anos e vivia na Ilha da Madeira, Portugal. Na escola colaborei com outros alunos e professores na publicação de zines e revistas de banda desenhada. Eu também aderi ao CACF (Centro de Ação Cultural, no Funchal) onde estive reunido e colaborei com artistas e escritores que eram consideravelmente mais velhos do que eu. Após o colégio, eu deixei a ilha e fui para Lisboa e logo depois saí de Portugal para a Califórnia. O nível intenso da Bay Area em termos de participação cívica durante os anos oitenta e início dos anos noventa, as táticas dos jammers e a cultura ACT-UP, a forte presença das organizações da América Latina, os punks em bicicletas e a diversidade cultural, deixaram uma impressão profunda em mim. (…) A arte também participa de um movimento em direção a uma cidadania mais realista e globalmente justa. A necessidade é menor para integrar o campo da arte visual e mais para participar da vida dos nossos tempos. (...) Colaboro com indivíduos e comunidades em resistência através da arte, mas colaboram comigo através de suas próprias práticas (...) Cada um traz o seu próprio contexto e experiência, a sua história pessoal e coletiva, os seus arrependimentos e aspirações. Tudo resulta numa obra de arte, com certeza, mas também numa rede de relações sociais, um conjunto de experiências compartilhadas, e uma comunidade de interesses e possibilidades.” Lourdes de Castro5 “Os plexiglass são sobretudo retratos de amigos… Eles tinham de me emprestar a sombra. Tinham de estar quietinhos, mas às vezes era difícil… Começava por realizar um desenho sobre papel. No fundo a sombra é a parte imaterial das pessoas, o espírito, a alma. …Punha o papel no chão fazia o contorno depois passava para o pano branco e bordava…”

Carlos Motta6

“(…) Eu estou interessado em projetos de arte que mostrem investimentos de longo prazo em pesquisa de questões estéticas que são um veículo de comunicação e transformação social. O que quer dizer que a arte não é apenas um fim em si. Noutras palavras, eu acredito na arte como uma metodologia e uma prática, mas não muito na vida estática do objeto artístico e a autonomia aparentemente indiscutível que é reivindicada por muitos de ter. Estou incomodado com a afirmação comum, muitas vezes expresso por artistas: "Toda arte é política." Eu acho essa afirmação irreal. Assim ignoramos toda uma complexa teia de implicações económicas e políticas que existem além do objeto de arte em si. A arte pode ser política somente se nós

4 Fragmentos de uma entrevista de Thom Donovan ao artista Rigo 23, art : 21Blog 5 De uma conversa com a artista 

6 De uma entrevista de Thom Donovan ao artista colombiano Carlos Motta art:21 Blog; tradução livre de Samuel Silva 

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pretendermos que seja, apenas se quisermos inserir o nosso trabalho num contexto específico onde ele possa atuar da forma que queremos. (…)” No âmbito deste Projeto com Escolas, o Serviço Educativo apresenta uma programação dirigida às escolas, para viverem momentos de ação e reflexão em visitas guiadas e oficinas, no Parque e no Museu. Nas experiências vividas no espaço de Serralves, espaço não formal de educação, potenciam- -se aprendizagens complementares ao que se aprende na escola e nos mass media, nos espaços de vida coletiva, em casa, com os amigos e familiares. Serralves fornece pistas para a descoberta de si, das suas potencialidades projetivas, criativas e reflexivas, apresentando uma diversidade de situações que incluem formas de ver, pesquisar, aprender, estimular o pensamento e a criatividade, o sentido crítico, tomando como referências a Arte e o Ambiente.

As propostas das oficinas do projeto em Serralves privilegiam a população escolar, alunos de diferentes níveis etários, educadores e professores, sendo que os pais poderão ser convocados pelos professores dos seus filhos.

Elvira Leite (consultora do Serviço Educativo de Serralves)

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ATIVIDADES Apresentação e inscrição no projeto: 02 OUT 2012 Seminário (educadores e professores): JAN 2013 Ações de formação e oficinas (educadores e professores): JAN–MAR 2013 Oficinas temáticas (alunos do pré-escolar ao secundário): JAN–MAR 2013 Visitas: JAN–MAR 2013 Entrega de trabalhos: ABR 2013 Exposição final em Serralves: MAI–SET 2013 OFICINAS EM SERRALVES Arte, Arquitetura, Ambiente O ponto de partida das oficinas em Serralves é a Cidade: a cidade enquanto espaço construído e aglomerado de edifícios, mas também enquanto lugar que habitamos. Nestas oficinas partiremos de um conceito de Cidade em “campo expandido”, para uma reflexão, pesquisa, exploração sensorial e experimentação que convoca noções de espaço coletivo, de partilha, mas também de sustentabilidade e de cidadania, na perspetiva de melhor viver em comunidade. Funcionamento: 10h00-13h00 ou 14h30-17h30, exceto nos casos assinalados. Durante o mês de Dezembro estará disponível calendário de marcações de oficinas. A CHAVE DO TAMANHO Quem mexeu na Chave do Tamanho? Porque está toda a humanidade do tamanho de um gafanhoto? Como vamos viver num mundo em que uns têm asas outros não, uns são pretos, outros verdes, mas todos têm muitas pernas? Oficina onde se contam estórias à lupa, através da palavra, do desenho e da construção com materiais encontrados no Parque. Conceção e orientação: Cristina Camargo e Ivone Almeida Público-alvo: ensino pré-escolar

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DA NATUREZA AO IMAGINÁRIO Ouve-se a água a correr, sente-se o cheiro das flores, chega-se bem perto das árvores para tocar nos troncos e com o vento ouvir o farfalhar das folhas…outras experiências sensoriais se vão viver pausadamente. Entra-se no corpo e aí desperta-se o pensamento e a imaginação para a ação. É nesse movimento de contacto com a Natureza inspiradora que se podem conceber lugares imaginários utópicos e de transição para um futuro mais saudável. Conceção e orientação: Dina Marques e Cristina Camargo Público-alvo: ensino pré-escolar e básico COLECIONADORES DE SONHOS A diversidade do Parque de Serralves será lugar para descobrir e colecionar elementos de pequenas dimensões. A redescoberta destes elementos ampliar-se-á à medida da imaginação. É então que pequeninos lugares permitem grandes passadas na busca dos sonhos. Germinarão desenhos habitáveis, subitamente grandes, onde se implicará o corpo e as ideias na sugestão de mundos nunca antes vistos. Assim nascem colecionadores de sonhos... Conceção e orientação: Joana Nascimento e Sofia Santos Público-alvo: ensino pré-escolar e básico (1º e 2º ciclos) MUNDI UTÓPIQUI Esta oficina propõe uma reflexão sobre os conceitos de utopia e de território imaginário. Através de diálogo, da observação, de jogos de memória tátil e da linguagem plástica, introduzindo o grafismo e outros meios de comunicação visual. O desafio é criar um mapa coletivo de um território imaginário/utópico. Conceção e orientação: Rita Faustino Público-alvo: ensino básico O JARDIM DO PENSAMENTO Um percurso por alguns dos lugares do jardim de Serralves irá permitir-nos “um encontro inesperado com o diverso”, descobrir e recriar sons, reconhecer e imaginar seres, outros seres, novos seres, animais, plantas, seres-coisas, seres-objetos. Sem lógica, com uma outra lógica, a nossa lógica interior, a apostar nas luminosas paisagens indecisas e “como se o mundo tivesse de ser todo, novamente, reaprendido”, criaremos imagens, personagens, coisas, lugares, espaços e até outras civilizações de outros tempos, do nosso tempo e até de tempos futuros. Citações de Augusto Joaquim in Posfácio de CAUSA AMANTE de Maria Gabriela Llansol. Conceção e orientação: José Maia Público-alvo: ensino básico (1º e 2º ciclos)

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APROXIMAÇÃO PELA IMAGINAÇÃO O Parque de Serralves enquanto cosmos e laboratório a céu aberto revela‐se por entre a nossa atenção e predisposição. Apreender e debater a importância da preservação do meio ambiente no espaço urbano de forma lúdica e criativa convida a descobrir novas etapas do sentir. Reconhecer o trabalho de artistas que apresentam um código de significado entre natureza e artifício sem por isso agredir a ordem ecológica é a proposta deste que será um espaço de aproximação pela imaginação. Conceção e orientação: Rita Roque Público-alvo: ensino básico (1º e 2º ciclos) À DESCOBERTA SENSORIAL DO PARQUE Qual é o som do Bosque? E o sabor da Horta? Cheira a Quinta a rebuçados? Ou será a caril? Nesta viagem pelo imaginário do Parque de Serralves, recolhe-se ainda mais material para repensar: Como sentem os animais do Parque? Constroem refúgios para se protegerem, alimentam as crias porque estabelecem laços afetivos? Fazem danças nupciais quando se apaixonam? Vamos descobrir o mundo das emoções do Parque e criar lugares imaginários que passem a habitar o nosso dia a dia. Conceção e orientação: Mundo Científico - Educação e Divulgação Científica, Lda. Público-alvo: ensino básico (1º e 2º ciclos) MICROMUNDOS INVISÍVEIS No Planeta das Criaturas invisíveis tudo parece saído de um filme de ficção! Nesta oficina vamos explorar os micróbios que vivem no nosso corpo, no ar e na água. Que forma têm? O que comem? Como os imaginamos? Como são? Um micromundo surpreendente que vos vai inspirar na criação de lugares imaginários. Conceção e orientação: Mundo Científico - Educação e Divulgação Científica, Lda. Público-alvo: ensino básico (1º e 2º ciclos) OS SEGREDOS DO UNIVERSO ESTÃO GRAVADOS NO NOSSO CORPO

Sei apenas que o meu corpo é o corpo árvore, o corpo rocha, o corpo rio, o corpo terra transfigurado em obra. (Alberto Carneiro – Memória de um corpo sobre a terra)

Partindo de saberes inscritos no corpo e em memórias esquecidas, os participantes serão convidados a viajar dentro e fora de si próprios. Recorrendo ao movimento corporal, ao registo desenhado e à escrita criativa, entraremos em comunicação. Neste processo e em diálogo com a Terra, reinventa-se e constroem-se histórias sobre lugares presentes e futuros (in)prováveis.

“Tudo o que precisamos de saber está aí dentro de nós. Os segredos do universo estão gravados no nosso corpo.” Milman, Dan, O Caminho do Guerreiro Pacífico

Conceção e orientação: Cristina Camargo e Ivone Almeida Público-alvo: ensino básico (2º e 3º ciclos)

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VER DE OLHOS FECHADOS Os lugares imaginários podem percorrer paisagens desconhecidas, tocar o intocável, saborear o som de uma celebração, sentir o cheiro dos sonhos ou ouvir a floresta dos medos. Ver de Olhos Fechados será um ponto de partida para uma viagem a um mundo invisível ao nosso redor e exercitar a nossa capacidade de o sentir e de o representar. Teremos oportunidade de conhecer obras de arte no Parque de Serralves, praticar desenhos cegos e experimentar novos modos de escrever. Conceção e orientação: Joana Nascimento e Sofia Santos Público-alvo: ensino básico (2º e 3º ciclos) O OFÍCIO DE TANTOS HORIZONTES E IMAGENS Se “eu amo através do coração da inteligência” o nosso corpo é um “corpo de lembranças sensíveis” e permite que “possas ir a todos os teus íntimos” e “reconstituir a História com histórias” criar novos horizontes, e imagens “de visões sem lógica”, com a tua “força de vontade” não vivendo “na cegueira do entendimento”. Citações de Maria Gabriela Llansol in CAUSA AMANTE. Conceção e orientação: José Maia Público-alvo: ensino básico (2º e 3º ciclos) e secundário VI.sualiz.AÇÕES Lugares imaginados, recriados e inventados. Numa deambulação pelos desconhecidos caminhos da mente vamos, nesta oficina de caráter performativo, embarcar numa experiência sensorial induzida que nos levará pela evasão ate à construção dum lugar onírico, só nosso. Shhhh…. Vamos começar, fecha os olhos… Conceção e orientação: Raquel Sambade Público-alvo: ensino básico (2º e 3º ciclo) e secundário VENDEDORES DE SONHOS Esta oficina propõe a compreensão de uma fase anterior à invenção do cinema como espaço para a descoberta de lugares imaginários. Através de ilusões de ótica, projeções de imagens ricas e coloridas, a lanterna mágica é o objeto central desta proposta. O fascínio por um objeto museológico inalcançável é aqui proposto como ponto de partida para a criação plástica. Vamos encontrar a magia que nos fascina no cinema, construindo uma lanterna mágica e as suas tiras mágicas. Finalmente a projeção de imagens construídas acontecerá sobre uma parede preenchida de mapas, cartas topográficas e desenhos previamente preparados para receber este espaço utópico. Conceção e orientação: Joana Mendonça e Matilde Seabra Público-alvo: ensino básico (3º ciclo)

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INTERVENÇÕES (não) UTÓPICAS Refletindo sobre o espaço da escola e o envolvimento com ele, pretende-se discutir como intervir nesse espaço, de forma a torná-lo personalizado, transformando-o num lugar utópico, onde coabitam imaginação, ideais, contestação, projeto e prazer. Discutir, argumentar, projetar, sonhar, desenhar, escrever, fotografar, construir ou atuar são algumas possibilidades de intervir em sociedade, neste caso particular na escola, com criatividade e sentido crítico. Conceção e orientação: Sónia Borges Público-alvo: ensino básico (3º ciclo) e secundário MANIFESTAÇÃO ASUL Desde a antiguidade que as pessoas se reúnem para manifestarem publicamente as suas ideias ou posições, as suas crenças ou desejos, as suas utopias… Uma claque de futebol? Um cortejo carnavalesco? Uma marcha popular? Uma procissão religiosa? Um desfile de protesto? Todas estas ações são preenchidas de uma riqueza visual, sonora e coreográfica que serão objeto da nossa proposta de trabalho. Tarjas, movimentos, panfletos, cânticos, cartazes, ruídos e palavras criarão um corpo manifestante em direção a algum Norte. Conceção e orientação: Samuel Silva Público-alvo: ensino básico (3º ciclo) e secundário À FLOR DA PELE E se para contar uma história coletiva todos tivéssemos que participar de uma forma inesperada? Nesta oficina as nossas utopias são lugares possíveis desenhados na pele de cada um dos participantes, para de seguida ser filmado e editado coletivamente (em pequenos grupos). Partimos da imagem do nosso corpo enquanto extensão das nossas próprias ideias, e em que a mão se estende do braço às costas, ao rosto… As imagens construídas ganham tempo lado a lado, umas sobrepostas às outras, fundindo-se em micro – narrativas apresentadas em formato vídeo, com som de fundo também construído por nós. Conceção e orientação: Joana Mendonça Público-alvo: ensino secundário NA MINHA CABEÇA Nesta oficina os alunos irão trabalhar o seu próprio espaço interior enquanto lugar de construção de possibilidades imaginárias e interpretar este mundo pessoal, reproduzindo-o através de um auto-retrato escultórico final, no qual resultará uma instalação conjunta e onde será possível observar a análise intrapessoal de cada um. Conceção e orientação: Paulo Jesus Público-alvo: ensino secundário

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MATERIAIS FORNECIDOS POR SERRALVES O Serviço Educativo fornece a cada turma inscrita um pano branco, de grandes dimensões, como campo de trabalho. Sublinha-se que este será o suporte para a concretização da produção final que deverá ser exposto num lugar dentro ou fora da escola. Fornecerá também a etiqueta para ser pendurada num dos cantos do pano e um DVD para gravação das fotografias, vídeo e textos. Este ano será ainda disponibilizado o acesso a uma plataforma de partilha virtual: schoooools.com/serralves - informações a disponibilizar brevemente. TRABALHOS A ENTREGAR EM SERRALVES Meios de expressão e comunicação a usar: Expressão plástica e escrita criativa: desenho, pintura, bordado, gravura, estampagem, colagem, escrita, fotografia, vídeo… Trabalhos a entregar em Serralves para a exposição: 1 - Um pano branco trabalhado como resposta ao tema do projeto. O pano deverá ter sido exposto dentro ou fora da escola, em lugares públicos, aí permanecendo por um dia ou parte do dia antes de ser entregue em Serralves. O contorno exterior e a dimensão do pano não podem sofrer alterações. 2 - Um vídeo com a reportagem dos momentos significativos do processo relativamente ao projeto de trabalho (com um minuto de duração; em formato MPEG-2). O caminho do projeto poderá envolver dança, movimento corporal, performance… 3 - Quatro fotografias do pano (suporte digital, em formato JPEG com 300dpi no mínimo). Como sugestão, estas poderão mostrar o pano colocado no espaço público ou outro, segundo diferentes pontos de vista. 4 - Um pequeno texto, frase ou palavras soltas (suporte digital, em formato Word, máximo uma página A4). NOTAS: O pano trabalhado deverá ser entregue dobrado no mesmo formato em que será fornecido por Serralves, com uma etiqueta pendurada num dos cantos indicando o nome da escola, ano, turma e nome abreviado do professor orientador. Os trabalhos recebidos para a exposição final podem estar sujeitos a posterior seleção. Agradecemos que os alunos sejam informados deste facto.