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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE FAC CURSO DE CONTABILIDADE DILTON GOMES CAVALCANTE LUCRO REAL OU LUCRO PRESUMIDO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A MELHOR FORMA DE TRIBUTAÇÃO PARA UMA EMPRESA INDUSTRIAL E COMERCIAL FORTALEZA 2014

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE – FAC

CURSO DE CONTABILIDADE

DILTON GOMES CAVALCANTE

LUCRO REAL OU LUCRO PRESUMIDO: UM ESTUDO

DE CASO SOBRE A MELHOR FORMA DE TRIBUTAÇÃO

PARA UMA EMPRESA INDUSTRIAL E COMERCIAL

FORTALEZA

2014

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DILTON GOMES CAVALCANTE

LUCRO REAL OU LUCRO PRESUMIDO: UM ESTUDO

DE CASO SOBRE A MELHOR FORMA DE TRIBUTAÇÃO

PARA UMA EMPRESA INDUSTRIAL E COMERCIAL

Trabalho de conclusão do curso de graduação em Contabilidade pela Faculdade Cearense – FAC com o objetivo de obtenção do grau de graduação. Professor-Orientador: Humberto Correia Lima Filho,Ms

FORTALEZA

2014

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DILTON GOMES CAVALCANTE

LUCRO REAL OU LUCRO PRESUMIDO: UM ESTUDO

DE CASO SOBRE A MELHOR FORMA DE TRIBUTAÇÃO

PARA UMA EMPRESA INDUSTRIAL E COMERCIAL.

Banca Examinadora

________________________________

Humberto Correia Lima Filho Prof. Sp. Orientador

__________________________________

Professora Ms. Danielle Cavalcante Alves de Sousa

__________________________________

Professor Esp. Aline da Rocha Xavier Casseb

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Aos meus pais, a minha amada

esposa.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Deus, por ter iluminado meu

caminho nas escolhas certas de minha vida.

Aos meus pais, onde eu sempre encontrei apoio nas minhas decisões.

A minha esposa que sempre esteve ao meu lado, mesmos nos dias difíceis,

onde achava que talvez não fosse possível concluir, ela me dava força para

seguir em frente.

Por fim, gostaria de agradecer a Faculdade Cearense, a todos os professores

que foram essenciais para meu aprendizado, e se hoje estou aqui só tenho a

agradecer.

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“O sucesso nasce do querer, da determinação

e persistência em se chegar a um objetivo.

Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e

vence obstáculos, no mínimo fará coisas

admiráveis.”

José de Alencar

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RESUMO

Em virtude da elevada carga tributária do Brasil que interfere nos resultados

financeiros no mundo dos negócios, representando um grande ônus para as

empresas, vê-se a necessidade de um estudo analítico sobre as formas de

tributação em uma empresa. O presente estudo tem como objetivo geral o

intuito de buscar a melhor forma de tributação para uma empresa comercial e

industrial, analisando o planejamento tributário adequado comparando: Lucro

Real x Lucro Presumido. A contribuição deste estudo consiste em analisar os

benefícios que o planejamento tributário pode trazer para a empresa,

abordando por meio de dados quantitativos o regime de tributação mais

adequado. Para tanto, buscou-se identificar os pressupostos do planejamento

tributário no ponto de vista contábil, identificando a legislação tributária mais

adequada em seus aspectos gerais. Ainda é feita uma ambientação da atuação

contábil, apresentando sua evolução e sua necessidade social, seguida pela

abordagem dos aspectos legais que compõem os conhecimentos necessários

para embasamento do estudo de caso apresentado. Tomando por concluído o

estudo no momento que é identificado o regime tributário com o menor ônus.

Palavras-chaves: Planejamento Tributário; Contabilidade; Lucro Real; Lucro

Presumido.

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ABSTRACT

Due to the high tax burden that interferes Brazil's financial results in the context

of business, representing a major burden for companies. The present study

aims to describe the purpose of seeking the best form of taxation at the federal

level for an industrial and commercial company, analyzing the proper tax

planning comparing: Taxable Income x Assumed Income. The contribution of

this study is to analyze the benefits that tax planning can bring to the company,

addressing qualitative data through the taxation system more suitable. In this

monograph focused Identify the assumptions of tax planning in an accounting

perspective, identifying the tax laws with the general aspects of presumed

income and taxable income. Start a setting of accounting actions are taken,

showing its evolution and social need, followed by the approach of the legal

aspects that make up the necessary knowledge basis for the case study. Taking

the study completed by the time that the tax system is identified with the lowest

cost.

Key-words: Tax Planning; Accounting; Income Tax based on Real Profit;

Assumed Income tax.

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LISTA DE QUADROS

Quadro1 Diferenças entre contabilidade gerencial e financeira ...........27

Quadro 2 Base de Cálculo do Lucro Presumido ..................................38

Quadro 3 Percentuais de Presunção do Imposto de Renda ................38

Quadro 4 Percentuais de Presunção da CSLL.....................................39

Quadro 5 Tributo referente à opção do Lucro Presumido ....................39

Quadro 6 Tributos referente a opção do Lucro Real ............................46

Quadro 7 Demonstração do Resultado do Exercício ...........................55

Quadro 8 Premissas para os cálculos de apuração .............................56

Quadro 9 Calculo do IRPJ – Lucro Presumido .....................................57

Quadro 10 Calculo do CSLL – Lucro Presumido ..................................57

Quadro 11 Calculo do PIS e COFINS – Lucro Presumido ...................58

Quadro 12 Calculo da PI e COFINS não cumulativo – Lucro Real ......59

Quadro 13 Calculo da CSLL – Lucro Real ...........................................60

Quadro 14 Calculo do IRPJ – Lucro Real ............................................61

Quadro 15 Comparativo Lucro Real X Lucro Presumido .....................61

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CF ............... Constituição Federal

COFINS ....... Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

CTN ............. Código Tributário Nacional

CSLL ........... Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

DARF .......... Documento de Arrecadação da Receita Federal

IBPT ............ Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário

IRPJ ............ Imposto de Renda de Pessoa Jurídica

LOCOS ........ Livro de Apuração da Contribuição Social

LALUR ......... Livro de Apuração do Lucro Real

MPME ......... Micro, Pequena e Médias Empresas.

PIS .............. Programa de Integração Social

RIR .............. Regulamento do Imposto de Renda

SEBRAE ...... Serviço Brasileiro de Apoio às Empresas

SRF ............. Secretaria da Receita Federal

TCC ............. Trabalho de Conclusão de Curso

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

2 CONTABILIDADE GERENCIAL 16

2.1 Histórico da Contabilidade 16

2.2 Contabilidade no Brasil 19

2.3 Contabilidade Gerencial &Contabilidade Financeira 24

2.4 Contabilidade e Gestão Tributária 28

3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 30

3.1 Lucro Presumido 34

3.2 Lucro Real 40

3.2.1 Apuração Trimestral do Lucro Real 42

3.2.2 Apuração Anual do Lucro Real 44

4 MÉTODO DE PEQUISA 47

4.1 Tipo de Pesquisa 48

4.2 Coleta de Dados 49

4.3 Análise dos Dados 51

5 ESTUDO DE CASO 52

5.1 Identificação da Empresa 52

5.2 Elaboração do Planejamento Tributário 54

5.2.1 Cálculos Sob a Forma de Lucro Presumido 56

5.2.2 Cálculos Sob a Forma de Lucro Real 58

5.2.3 Análise Comparativa Entre as Formas De Tributação 61

6 CONCLUSÃO 63

REFERÊNCIAS 65

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1 INTRODUÇÃO

É uma preocupação humana a garantia de seus recursos para

sobrevivência e uma evolução contínua, portanto, uma relativa preocupação

com seus bens patrimoniais. Os registros mais antigos em termos de ações

contábeis datam por volta de 4.000 anos antes de Cristo, devido à necessidade

de o homem inventariar seus rebanhos. Assim com a evolução da sociedade

cresce também as necessidades de controles sobre seus bens.Junto a esse

fato, a contabilidade vai criando forma e variações em sua atuação, tais como

contabilidade de custos, gerencial, financeira, fiscal, entre outras.

No momento atual a sociedade apresenta uma forma estrutural de

mercado em que as empresas competem entre si, por tanto, uma empresa

para se tornar competitiva tem que obter informações claras e confiáveis. Sua

desenvoltura vai depender de seu planejamento estratégico e os objetivos a

que ela se direciona, motivo pelo qual as informações obtidas pelos registros

contábeis fazem toda a diferença.

Com o mercado competitivo as empresas tem que organizar seus

processos internos e criar métodos para uma economia de custos sem

prejudicar a qualidade de seus produtos e serviços complementares. Dentro

dos custos que são repassados para o preço final dos produtos, o que mais

onera esse valor são os tributos, inclusive a forma de declarar suas receitas ao

governo federal por intermédio do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica –

IRPJ.

Em todo o mundo a quantidade de tributos que incidem sobre as

empresas causam desconforto financeiro, no Brasil em especial, a carga

tributária é bastante elevada. Portanto, o planejamento tributário pode amenizar

seus custos, por possibilitar uma redução no valor dos tributos, ou ainda um

retardamento em seu compromisso. Isso é possível por intermédio de estudos

sobre o segmento das empresas, seus produtos fornecidos ao mercado, as leis

vigentes e avaliar a forma de tributação mais adequada à modalidade, em

busca de encaixes em leis fiscais mais favoráveis (BORGES, 2002).

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Devido a essa situação, os empresários esperam de seus

contadores um conhecimento sobre o regime de tributação menos oneroso à

empresa. Por isso compete ao contador analisar o sistema de tributação

brasileira para optar pela forma mais viável à empresa, levando em

consideração as vantagens e desvantagens que cada regime de tributação

oferece.

Por tanto um estudo sobre as formas de tributação incidentes sobre

as empresas se torna valida, uma vez que proporciona um conhecimento

importante para o auxílio as tomadas de decisões de seus gestores. Diante do

exposto, o presente trabalho consiste em uma abordagem sobre o

planejamento tributário comparando o Lucro Real x Lucro Presumido, com a

finalidade de identificar a melhor opção para uma empresa comercial.

Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento

Tributário - IBPT se observa como um dos maiores problemas para a

sobrevivência das empresas brasileiras a elevada carga tributária. Com base

nestes dados, identifica-se uma prioridade nas empresas a redução desses

encargos, que pode ser feito através de um planejamento tributário, também

conhecido por elisão fiscal ou economia legal.

Diante disso, apresenta-se como problema de pesquisa a seguinte

questão: De acordo com a atual legislação federal, qual deva ser um eficiente

planejamento tributário para uma empresa industrial e comercial, comparando

Lucro Real x Lucro Presumido?

Partindo dessa problemática, o presente trabalho tem como objetivo

geral abordar os aspectos legais para a tributação do Lucro Real x Lucro

Presumido, verificando qual a melhor modalidade de tributação para a empresa

estudada.

A partir do objetivo geral elaboram-se os seguintes objetivos

específicos:

Identificar os pressupostos do planejamento tributário no ponto de vista

contábil;

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Identificar na legislação tributária os aspectos gerais do Lucro

Presumido e Lucro Real em uma empresa;

Identificar o regime mais vantajoso a empresa.

A metodologia aplicada para a presente pesquisa se fundamenta em

estudos bibliográficos, apoiado no pensamento de Andrade (2009) defendendo

a Pesquisa Bibliográfica como obrigatória nas pesquisas exploratórias.

Buscando ainda, comprovações da verdade em documentos como revistas,

jornais eletrônicos, livros e a Constituição Federal, que são pertinentes a

pesquisa bibliográfica segundo Lakatos (2008), identificando-os como fontes

secundárias.

Com a intenção de manter a pesquisa com cunho qualitativo, a fim

de apresentar os relatos existentes sobre o assunto objeto deste estudo,

complementando com um estudo quantitativo onde serão usados dados

numéricos que comprovem o regime de tributação mais eficiente.

O desenvolvimento dessa pesquisa será através da técnica do

estudo de caso, que segundo Gil (1991, p.58-59):

“É caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados. A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias.”

O desenvolvimento do trabalho se divide em cinco capítulos, tendo

como primeiro capítulo a introdução, seguida do referencial teórico com uma

coleta de dados bibliográfico apresentando uma fundamentação: segundo

capítulo consta um histórico da contabilidade e suas áreas de atuação, terceiro

capítulo apresenta os regimes de tributação vigentes e quarto capítulo a

metodologia utilizada na pesquisa.

No quinto capítulo será apresentado o estudo de caso, haverá o

enquadramento da empresa estudada, com os dados pertinentes a pesquisa. A

legislação em vigor será citada sempre que houver necessidade ao longo da

análise. Sendo seguida da conclusão da pesquisa em que será apresentada

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uma análise dos resultados exposto no capítulo anterior, por fim as referências

bibliográficos e anexos.

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2 CONTABILIDADE

2.1 Histórico da Contabilidade

A Contabilidade é tão antiga quanto à história da civilização, é o que

Iudicibus (2005,p.31) afirma “a contabilidade é tão antiga quanto o próprio

homem que pensa”. Isso advém da necessidade humana de registrar e

proteger suas posses e controlá-las, organizando assim a sociedade humana

economicamente ativa (LUDÍCIBUS, 1991).

Com ela evoluíram várias outras áreas do conhecimento e seus

instrumentos, como a matemática, que está intrinsecamente ligada à

Contabilidade. A economia também é grande aliada da Contabilidade, no

sentido de traduzir as informações contábeis e suas demonstrações, indicando

tendências de mercado positivas, negativas ou até nulas, conforme cita

Ludícibus(2005).

Conforme Silva (2007, p·g 01) com suas pesquisas, conclui que a

Contabilidade se expressa de acordo com as necessidades humanas e suas

atividades patrimoniais, sendo, portanto, seu surgimento atrelado ao

aparecimento da própria civilização. Ainda em Silva:

Pode-se dizer que em todas as épocas e no seio de cada povo a contabilidade contribuiu para o avanço da civilização... seu caminho jamais experimentou obstáculos... (MASI apud SILVA, 2007, pg. 01)

Lopes (2009, pg. 19) se refere aos primeiros traços de registros

contábeis como “Contabilidade Intuitiva Primitiva”. Esse período data de antes

de 4.000 a.c. ano marcado pelo início do Mnemônico, em que segundo o autor

foi considerado o período racional pelo Prof. Antônio Lopes de Sá. O autor

complementa que a estruturação política da sociedade, a religião, a criação da

escrita cuneiforme nas cidades da Suméria (Uruk e Susa) em 3.500 a.c.

impulsionaram o desenvolvimento da contabilidade.

Os fatos históricos sobre a contabilidade apontam a um circulo

vicioso entre a evolução da escrita e o desenvolvimento da própria

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contabilidade. Em conformidade com o pensamento de Shcmidt (2007, pg. 22)

“... aos contadores de Uruk... pode ser creditada a criação dos numerais, a

revolução na contagem e na manipulação dos dados”.

Existem relatos de que tanto na Suméria quanto na Babilônia foram

registrados movimentações financeiras em placas de barro, que posteriormente

eram transcritos e resumidos em pranchas maiores (LOPES, 2009). Tal prática

nos remete aos livros, diário e razão da atualidade.

Já na Mesopotâmia em 2000 a.c. haviam registros parecidos com

um livro razão, demonstrações, orçamentos e até apuração de custos. No Egito

ainda no período Mnemônico é observada a prática contábil em papiros, que

permitiu as primeiras escriturações contábeis, e ainda instituíram uma moeda

como unidade de valor, o shat de ouro e prata. No mesmo período desponta o

império romano, o qual contribuiu com a institucionalização da contabilidade

pública e a figura do Contador Geral do Estado (LOPES, 2009).

Na idade média (476 d.c. á 1000) surgiu o “método doppio”

conhecido como método das partidas dobradas, onde diz que “não há débito

sem crédito correspondente” expressão muito conhecida na contabilidade.Com

esse método vemos balancetes, demonstrações, balanços que expressavam

os sistemas patrimoniais, demonstrando também fenômenos e fatos derivados

de ambientes específicos segundo Amorim (1996).

A técnica estabelecida pelo método das partidas dobradas foi

divulgado por Frei Luca Paciole, no período da Era Cristã, com sua teoria o

Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidadepor Partidas Dobradas)

segundo (MARQUES, 2010).

Foi monge franciscano e célebre matemático italiano. É considerado o pai da Contabilidade moderna. No ano de 1494, publicou em Veneza, sua famosa obra “Summa de arithmetica, geometria, proportion et propornalite” ou seja, (coleção de aritmética, geometria, proporção e porporcionalidade) (MARQUES, 2010,)

A partir desse período a contabilidade dá um salto como área de

conhecimento, recebendo o reconhecimento de ciência. Isso se deu pelo fato

de sua prática aderir a métodos de comprovação cientifica, em que suas

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práticas foram se tornando mais dinâmicas e obedecendo a uma rotina de

escrituração.

Segundo Sá (2005) foi entre os séculos XI e XV, que a contabilidade

se direciona a sua sistematização lógica, graças a evolução gradativa da

racionalização de sua prática em fases anteriores. Porém, foi apenas no século

XIX é que a contabilidade se estrutura como ciência moderna (LOPES, 2009).

Somente no século XIX que os estudos contábeis passaram a ter

uma metodologia própria, por se consolidar o pensamento que a informação

sozinha não era suficiente faltava o que ela significava. Ficou provado que o

objeto da contabilidade não era a informação, mas, o fenômeno que a

causava. Silva (2207) comunga com esse pensamento e se fundamenta:

O francês Le coadic (1996) dizia que existe uma ciência da informação e esta não seria a contabilidade. A contabilidade não é uma ciência da informação, pois, não tem esta como objeto (SILVA, 2007, pg. 09).

O que se observa é que a informação na contabilidade é um

caminho para se chegar ao seu fim cientifico. Dessa forma a contabilidade, se

utiliza das informações para registrar e apresentar os “Fenômenos

Patrimoniais”.

Em termos de valorização de informações para as funções contábeis

é observada uma significativa evolução no período da revolução industrial na

América do Norte, em especial no EUA. Neste período o mercado já estava

formado tanto por empresas comerciais quanto por indústrias de forma

competitivas, o que mostrava a necessidade de aumentar os conhecimentos,

isso se deu com a aprimoração da contabilidade para o ramo industrial dando

uma ênfase aos custos (MARQUES, 2010).

A respeito dos acontecimentos dentro das empresas do setor

industrial nos EUA, que justificam a busca por informações contábeis, Marques

(2010, pg.23) expõe que “... os empresários, não mais tinham sua

administração em controle próprio e sim, precisavam de conferências nas

informações para saber se as caminhadas da empresa estavam bem”.

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A riqueza dos empreendimentos sempre motivou os registros e os critérios da informação, e não os registros que motivaram a movimentação da riqueza - se faço uma folha de pagamento este nunca motiva a movimentação patrimonial, pelo contrário esta somente existirá porque haverá uma movimentação de bens numerários, alterando a riqueza e o fluxo de bens-; o registro é histórico, porém a ocasião de ocorrência de fenômenos não é intermitente (SILVA, 2007, pg. 11).

As práticas do mercado financeiro americano foram se multiplicando,

havendo o desenvolvimento do mercado acionário e fortalecimento das

empresas de sociedade anônima como forma de sociedade comercial. A partir

de então, a contabilidade passou a ser considerada como um importante

instrumento para toda a sociedade. Os interessados pelas informações

contábeis já não são somente o proprietário de empresa, mas outras

instituições envolvidas no mercado, os stakeholders que tem interesse sobre as

empresa:

...hoje, a doutrina contábil ainda não está completa. Como em qualquer outra ciência, quando se conclui um estudo, um novo horizonte é vislumbrado pelos pesquisadores. Por se tratar de uma ciência inserida em um contexto dinâmico, dificilmente sua amplitude poderá ser delimitada. (BEUREN, et all 2003, p.26)

Com todo esse acervo histórico se pode concluir que a

Contabilidade é um dos principais meios de coleta, análise e transferência das

informações nas empresas.

2.2 Contabilidade no Brasil

A história da Contabilidade no Brasil tem início no período Colonial,

seguindo o que ocorreu em todo o mundo, acompanhando a evolução da

sociedade e a necessidade de controles sobre suas ações financeiras. Devido

às obrigações de colônia para com a sua matriz e demais compromissos

comerciais, foram necessário obter controles contábeis para o desenvolvimento

das primeiras Alfândegas que surgiram em 1530. Esses fatos demonstravam

as necessidades de um entendimento e ensino comercial da área contábil.

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No ano de 1549 são criados os armazéns alfandegários e para

controle destes, Portugal nomeou Gaspar Lamego como o primeiro Contador

Geral das terras do Brasil, cuja expressão era utilizada para denominar os

profissionais que atuavam na área pública. Em 1679, através da Carta Régia é

criada a Casa dos Contos, órgão incumbido de processar e fiscalizar as

receitas e despesas para o Estado. Esse fato é respaldado pela a chegada da

Família Real ao Brasil em 1808, que também resultou na abertura dos portos

às nações amigas, na criação do Banco do Brasil, originando a emissão do

papel moeda (KOSHIBA; PEREIRA, 2006).

Seguindo o padrão da evolução contábil, com o desenvolvimento

social que ocorria naquele período, ocasionou uma expansão nas atividades

colonial o que resultou em um excesso nos gastos. Esse fato exigiu um melhor

controle das contas públicas, propiciando a criação de um órgão denominado

Erário Régio, que passou a fazer uso do método das partidas dobradas, que já

era utilizado em Portugal (FRANCO, 1988).

Outro fato marcante foi à implantação de processos de escrituração

contábil no Brasil, o qual teve sua primeira referência oficial à escrituração e

relatórios contábeis no ano de 1808. O qual consta em decreto elaborado pelo

Príncipe Regente D. João VI. Esses novos controles identificaram uma elevada

despesa para os cofres públicos, surgi então, a necessidade de maior

arrecadação tributária. E diante desse fato, surgiu em 1843 a primeira tentativa

de implantar o imposto de renda (KOSHIBA; PEREIRA, 2006).

Seguindo a cronologia dos fatos históricos da contabilidade no

Brasil, tem como destaque a publicação do Código Comercial Brasileiro. Foi

estabelecido no período da República, no ano de 1850 pelo Imperador D.

Pedro II, com intuito de regulamentar os procedimentos contábeis, impondo às

empresas a fazer escrituração dos livros, mostrando os fatos patrimoniais. O

qual teve como medida complementar a criação do Conselho Federal de

Contabilidade e seus registros, nos Estados (D’ ÁURIA, 1948).

Uma grande evolução técnica aconteceu com a aprovação do

Código de Contabilidade da União em 1922. Esse código definiu as regras e os

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procedimentos orçamentários, financeiros, contábeis, patrimoniais e outros,

que já estavam sendo utilizados pelo Governo Federal (NASCIMENTO, 2007)

Do período Colonial até o Império, o Brasil teve sua contabilidade

influenciada por Portugal, desde sua origem, devido ao vínculo de subjugo de

uma colônia a seu país colonizador. Medidas criadas na metrópole eram

posteriormente adotadas na colônia, confirmando o pensamento de que o

desenvolvimento da Contabilidade está intrinsecamente ligado às

necessidades da sociedade.

O Brasil não possui uma escola de pensamento contábil

genuinamente brasileira. A contabilidade brasileira foi baseada no método

italiano, praticado por toda Europa e posteriormente, após a revolução

industrial da América do Norte, migrou-se para o método norte-americano, na

qual persiste até os dias atuais.

Schmidt (2000) defende que a Contabilidade brasileira pode ser

dividida em duas etapas: A primeira vai do Descobrimento do Brasil até o ano

de 1964; a segunda se inicia com um novo método de ensino da Contabilidade

no país. O autor ainda dá um destaque para Escola Prática de Comércio,

criada em 1902, que conta com o apoio de inúmeras personalidades e

instituições sob a influência da escola italiana. Vale ressaltar que Francisco

D´Auria e Frederico Herrmann Júnior foram alunos dessa escola.

Schmidt (2000) especifica a segunda etapa do desenvolvimento da

Contabilidade no Brasil, que tem início em 1964, quando o professor José da

Costa Boucinhas introduziu um novo método de ensino contábil. Período esse

que já seguia a linha norte-americana, baseado no livro Introductory

Accounting, de Finney & Miller. Para o autor um marco dessa mudança de linha

foi a publicação do livro Contabilidade Introdutória, em 1971, por um grupo de

professores da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da

Universidade de São Paulo - FEAUSP.

Em 1976 foi igualmente importante a publicação, em 15 de

dezembro, da nova Lei das Sociedades por Ações. Para Iudícibus (1991)

houve seis contribuições importantes dessa Lei:a separação entre

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Contabilidade Comercial e Contabilidade para fins fiscais, o aperfeiçoamento

da classificação das contas no balanço, a introdução da reavaliação a valor de

mercado, a introdução do método de equivalência patrimonial na avaliação de

investimentos, a criação da reserva de lucros a realizar e o aperfeiçoamento do

mecanismo de correção monetária.

Em 1981o Conselho Federal de Contabilidade - CFC emitiu a

Resolução nº 529 que disciplinava as Normas Brasileiras de Contabilidade -

NBC. Essa resolução foi substituída em 1993 pela Resolução CFC n° 751 que

dispõe sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade, por causa das mudanças

sofridas pelo país na década de 80. Dentre as normas técnicas, destaca-se a

NBC-T-1, baixada pela Resolução CFC n° 750-93, que substituíra a n° 530-81,

que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade - PFC (BUESA,

2010).

É criada em 1986 a Secretaria do Tesouro Nacional - STN por meio

do Decreto 94.452 com os principais objetivos de planejar, normatizar,

coordenar e controlar a programação e a administração financeira do Governo.

A STN ficou encarregada também de fazer a auditoria dos gastos da União e

pelo controle dos riscos diretos e indiretos assumidos pelo Tesouro, além de

avaliar os impactos da execução financeira em todas as entidades do setor

público(FERREIRA, 2006, p. 94).

Os anos 80, o Brasil passou por uma forte crise financeira, a qual

resultou em elevadas taxas inflacionárias, foram usados diversos mecanismos

de correção monetária. Nesse período as informações derivadas das

Demonstrações Contábeis ficaram desalinhadas com as necessidades de

mercado. Foi então adotadas medidas que obrigavam a elaboração e

publicação das Demonstrações Contábeis Complementares nas companhias

abertas, em moeda de valor comercial, estabelecida pela Instrução da

Comissão de Valores Mobiliários - CVM no 64, de 1987.

Em 1995, em função de um novo plano econômico, conhecido como

“plano real” e da queda da inflação que se materializou, a Lei n° 9.249 revogou

a correção monetária das Demonstrações Contábeis.

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No ano de 2000 foi publicada a Lei Complementar nº 101, também

denominada como Lei de Responsabilidade Fiscal com a principal intenção de

implantar a transparência na gestão fiscal. Essa Lei, tem por finalidade principal

formular regras de finanças públicas para a responsabilidade da gestão fiscal,

instituiu o planejamento e a transparência como seus pilares.

§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar (BRASIL, 2000).

O objetivo desta lei complementar é manter o controle das finanças

públicas do país. Essa Lei converge com os esforços para a padronização da

contabilidade pública aos padrões internacionais, que resultou na criação do

Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC em 2005.

Art. 3º - O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - (CPC) tem por objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. (CFC, 2005).

Um dos últimos acontecimentos para a conduta contábil no Brasil foi

em 2007, a publicação da Lei nº 11.638, que altera e revoga a Lei 6.404 de

1976 com vistas à padronização internacional da contabilidade. Porém na data

de sua publicação já está desatualizada para os fins a que se destinava que

seria de conduzir a administração pública aos padrões das normas

internacionais de contabilidade (IFRS, 2012).

O desenvolvimento da contabilidade no Brasil acompanha a

evolução social, segundo as necessidades do país. Observando no período

colonial uma obediência a sua metrópole, seguindo seus passos.

Posteriormente sofre influência do mercado exterior, por falta de uma escola

própria para os princípios contábeis, convergindo atualmente às exigências de

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negociações internacionais pelas IFRS. A internacionalização dos padrões

contábeis parte da necessidade de igualar as informações com os países

estrangeiros e haver uma melhor comunicação e entendimento mútuo.

Com tudo, os passos de evolução da contabilidade acompanhando a

sociedade que a usufrui, desenvolve ramos específicos como a Contabilidade

Gerencial que integra todos os conhecimentos úteis de competência contábil,

gerando as informações gerenciais da empresa que devem seguir os padrões

de internacionalização. Pelo fato da contabilidade escriturar todos os

movimentos que envolvem os recursos financeiros, sua atividade que analisa

os demonstrativos gerados e transforma em informação para a administração

da empresa é conhecido por Contabilidade Financeira.

2.3 Contabilidade Gerencial & Contabilidade Financeira

O objetivo da Contabilidade Gerencial é o de fornecer informações,

com base nos lançamentos das movimentações financeiras da empresa, como

instrumentos aos administradores de empresas em suas ações gerenciais.

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório(IUDÍCIBUS, 2005 pg. 21).

Ao que se pode observar a Contabilidade Gerencial não é um ramo

autônomo da Ciência Contábil, e sim uma integração dos conhecimentos úteis,

na visão gerencial, oriundos de vários ramos da Contabilidade, para embasar

as decisões da administração nas empresas. É o gerenciamento da informação

contábil em favor da administração da entidade empresarial.

A Contabilidade Gerencial tem um papel de fundamental importância

para a tomada de decisão dos administradores de uma organização. É a

responsável pela transmissão da informação contábil útil à administração, a

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qual se utiliza desses dados na execução do planejamento, avaliação e

controles adequados.

O profissional responsável pela execução das funções da

contabilidade gerencial, normalmente, é um contador gerencial que segundo

Crepald (1998) é definido pelo International Federationof Accounting – IFAC

obedecendo a Federação Internacional de Contabilidade, este profissional:

Identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto financeiras quanto operacionais) para uso da administração de uma empresa, nas funções de planejamento, avaliação e controle de suas atividades e para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade abrangente de seus recursos(CREPALDI, 1998, p.19).

Uma vez que todas as informações transmitidas pela contabilidade

gerencial, como já descrito, tem origem nas diferentes movimentações do

dinheiro da empresa, é importante destacar que tais informações enfatizam as

conseqüências financeiras das atividades de períodos anteriores. Desta forma

tornando-se necessário a contribuição efetiva da contabilidade financeira para

definições no processo decisório.

Conforme aponta Atkinson et al (2000 p. 36):

Tradicionalmente, a informação gerencial contábil tem sido financeira, isto é, temsido denominada em moedas tais como dólares ou francos. Entretanto,recentemente, a informação gerencial contábil foi ampliando-se para incluirinformações operacionais ou físicas (não financeiras), tais como qualidade e tempode processamento, tanto quanto informações mais subjetivas como mensurar o nívelde satisfação dos clientes, capacitação dos funcionários e desempenho do novoproduto”.

Muito embora a ciências da contabilidade gerencial e da

contabilidade financeira tenham diferentes propósitos e percepções diferentes

por seus profissionais, os cruzamentos de seus resultados passam

informações bem complexas. Como adverte Padoveze (2007, p. 36) que a

“contabilidade gerencial pode ser contrastada com a contabilidade financeira,

que é relacionada com o fornecimento para os acionistas, credores e outros

que estão fora da organização”.

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Crepaldi (1998) defende a contabilidade de custo como de igual

importância com contabilidade financeira, principalmente na identificação de

preços e capacidade de produção. Uma necessidade da contabilidade

financeira e conseqüentemente na contabilidade gerencial são os dados da

contabilidade de custos referentes a fornecedores, pois o financeiro se

interessa em identificar o menor custo de compra das matérias-primas, meio de

manter preços competitivos e conter gastos.

A contabilidade de custos, cuja função inicial era de fornecer elementos para avaliação dos estoques e apuração do resultado, passou, nas últimas décadas, aprestar duas funções muito importante na Contabilidade Gerencial: a utilização dos dados de custos para auxílio ao controle e para a tomada de decisões. É hoje, talvez, a área mais valorizada no Brasil e no mundo. Tornou-se muito importante com a redução da taxa de inflação e a abertura econômica aos produtos estrangeiros. Fornece importantes informações na formação de preço das empresas (CREPALDI, 1998 p. 18).

Alguns pesquisadores conferem a contabilidade financeira e geral

como sinônimas como Hazan Júnior (2004, pg. 19) afirmando que a

“Contabilidade Financeira é a contabilidade geral, sendo necessária a todas as

empresas, pois fornece informações básicas aos seus usuários”.

Dada a proximidade das funções com informações essenciais para a

administração das empresas, entre a contabilidade financeira e gerencial,

existe muita distorção sobre suas áreas de atuação. Um Quadro comparativo

com as principais diferenças entre a contabilidade gerencial e a contabilidade

financeira, é apresentado por Garrison e Noreen (2001), que relata detalhe que

as diferenciam, delimitando suas funções.

De acordo com o Quadro 1 a seguir, as contabilidades financeira e

gerencial também diferem nos tipos dedados fornecidos e sobre suas atuações

quanto ao passado e ao futuro, em diversos aspectos. Portanto se obtém

informações das duas contabilidades como ferramentas, o processo decisório

torna-se mais acessível e com menores probabilidades de erros. Ao que se

pode observar a visão de ambas são complementares.

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Quadro 1. Diferenças entre contabilidade gerencial e financeira.

Contabilidade Financeira: Contabilidade Gerencial:

O público-alvo são as pessoas fora da organização: Sócios; Credores; Autoridades Tributárias; Legisladores.

O público-alvo são as pessoas dentro da organização, que visem a: Planejamento; Direção e motivação; Controle; Avaliação do desempenho.

A ênfase está nas consequências financeiras das atividades passadas.

Ênfase nas decisões que afetam o futuro.

São enfatizadas a objetividade e a consistência dos dados.

São enfatizadas a relevância e a flexibilidade dos dados.

A informação tem que ser precisa. A informação tem que ser oportuna.

São elaboradas apenas informações resumidas sobre a organização como um todo.

Elaboração de relatórios setoriais detalhados sobre departamentos, produtos, clientes e empregados.

É preciso observar os princípios contábeis geralmente aceitos.

Não é necessário observar os princípios contábeis geralmente aceitos.

É obrigatória a publicação das demonstrações contábeis.

Não é obrigatória.

Fonte: (GARRISON, 2001, p. 4)

A Contabilidade Financeira apresenta quatro demonstrações:

Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício,

Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido e de Lucros ou Prejuízos

Acumulados e Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Essas

demonstrações são essenciais para entender as condições de existência da

empresa e identificar o que precisa ser feito para melhorar, ou estabilizar ou dá

continuidade a um desenvolvimento.

Com as informações da contabilidade gerencial é possível identificar

o melhor caminho para o sucesso de uma empresa, inclusive seu encaixe

dentro das especificações fiscais do Brasil. Com uma análise das

demonstrações financeiras é possível verificar a saúde financeira da empresa,

e formular uma gestão tributária.

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2.4 Contabilidade e Gestão Tributária

Ao estudar a carga tributária das empresas é válido observar que

para o administrador conseguir uma forma legal de obter redução nos gastos

com os tributos, é necessário um acompanhamento constante da legislação

tributária. Esse acompanhamento é necessário e faz parte da chamada gestão

tributária eficaz.

Teixeira e Zanluca (2008) consideram a gestão tributária como um

processo de gerenciamento das obrigações tributárias de uma determinada

empresa, para elaborar um planejamento adequado, visando controle das

operações que tenham relação direta com tributos. O objetivo dos controles é

para manter a empresa dentro dos padrões que se encaixam dentro das

obrigações tributárias de menor alíquota, ou que traga mais benefícios para a

empresa.

A realidade tributária brasileira é considerada complexa, isso se dá

pelos inúmeros tributos em forma de impostos, taxas ou contribuição, que são

componentes do chamado “custo Brasil”. O excesso de tributação inviabiliza os

custos dos produtos se tornarem mais competitivos e cabe ao administrador

tornar possível, a continuidade de determinados produtos e serviços, num

preço compatível com o que o mercado consumidor deseja pagar.

Nem sempre a redução do custo tributário implica em melhores

resultados. Se uma empresa deseja crescer, é razoável se esperar que ela

pague mais tributos. Por isso, é preciso se pensar em otimização em vez de

redução do ônus tributário.

A gestão tributária entra em cena fornecendo inúmeros benefícios,

desde fatores decisivos para uma concorrência, um aumento na margem de

lucro, até a organização cronológica das obrigações tributárias, diminuindo o

risco de infrações com ações preventivas.

Para isso, o gestor de tributos deve possuir a habilidade de

pesquisar, interpretar e aplicar a legislação tributária com o objetivo de

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identificar e selecionar as oportunidades economicamente mais viáveis para o

todo.

As pequenas e médias empresas sofrem com a alta carga tributária

vigente no Brasil. Estando em fase de desenvolvimento, os custos elevados

com os inúmeros tributos dificultam novos investimentos nos processos

produtivos e aperfeiçoamento dos produtos. Dificilmente empresas de pequeno

porte disponibilizam de profissionais qualificados para oferecer uma boa gestão

financeira.

Porém as grandes empresas, a exemplo os bancos comerciais,

praticam o planejamento tributário, o que têm levado essas empresas a obter

uma lucratividade não experimentada por outros setores. Isso se dá porque

não há instrumentos administrativos disponíveis para aferição e por

consequência preparação de um diagnóstico e projeto para uma gestão

tributária global.

Assim uma gestão tributária consegue indicar qual forma de

apuração de tributos uma empresa deva optar a partir do planejamento

tributário. Neste planejamento será definido o Regime de Tributação que

acarretará o menor ônus para a empresa, por meio de formas legais, atingindo

uma redução da carga tributária estabelecida pelo Regime instituído.

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3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

A Constituição Federal do Brasil completou 25 anos de vigência em

5 de setembro de 2013, desde então o Pais excedeu a quantidade de normas

existentes aos três anos anteriores à promulgação da Carga Magna. De 1988

até hoje, foram publicadas 4.785.194 normas, entre leis complementares e

ordinárias, decretos, medidas provisórias, emendas constitucionais e outras,

isso considerando as informações obtidas até 30 de setembro de 2013. Deste

total, 309.147 são normas tributárias, o que corresponde a 6,5% da legislação

total (AMARAL et al, 2013).

Ainda poderá sair mais uma emenda, pois uma Comissão Especial

criada na Câmara dos Deputados deverá analisar a Proposta de Emenda

Constitucional nº186/2007. De autoria do deputado Décio Lima (PT-SC), a

proposta modifica o artigo 37 da Constituição Federal, ao acrescentar os

parágrafos 13 e 14, para definir as normas gerais aplicáveis à administração

Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios

(ibpt.org.br).

As empresas precisam seguir, em média, 3.512 normas tributárias

para estar em dia com a legislação brasileira. "O cumprimento das

determinações da nossa Constituição obriga as empresas brasileiras a

destinarem, no geral, cerca de R$ 45 bilhões por ano, com equipe de

funcionários, tecnologias, sistemas e equipamentos, a fim de acompanhar as

modificações, evitar multas e eventuais prejuízos nos negócios", observa o

presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike (ibpt.org.br).

O Brasil tem uma carga tributária muito extensa, principalmente para

as empresas que comprometem seus custos em elevados valores com as

obrigações tributárias. Para se tornarem mais competitivas é necessário

enxugar seus custos e concomitantemente estarem em dia com as suas

obrigações, uma vez que seu descumprimento gera sanções e restrições, o

que as deixariam em desvantagens no mercado.

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Atendendo a essa necessidade vem o planejamento tributário como

ferramenta de controle e equilíbrio entre os custos e as obrigações. Essa é

uma ferramenta empresarial de ação estritamente preventiva, que tem como

fator de análise o tributo e visa identificar os fatos tributáveis e seus efeitos,

comparando os resultados prováveis, de forma a possibilitar a escolha da

alternativa menos onerosa, projetando o futuro sem extrapolar o campo da

licitude.

Engelmann (2011) explica sobre o planejamento tributário como um

procedimento que proporciona uma economia legal de tributos para as

empresas, que envolve aspectos fiscais, contábeis, financeiros, societários e

jurídicos de elevada complexidade. Fazer planejamento tributário é um dever

legal determinado pelo art. 153 da Lei nº 6.404/76.

Art. 153. O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios.

Com isso se observa que o planejamento tributário é uma das

funções administrativa reconhecida por Lei. Para executar essa função é

necessário um conhecimento profundo sobre as Leis Tributárias além de muito

bom senso para planejar. O planejador deverá zelar pela maximização dos

recursos financeiros disponíveis, valendo-se de procedimentos lícitos que

proporcionem uma menor carga tributária, especialmente pela relevante

influência destes elementos sobre a formação do preço da sua mercadoria ou

serviço.

No momento em que um profissional inicia qualquer tipo de

planejamento fiscal, deve ater-se às situações especiais que estão previstas

em Lei, conforme a modalidade tributária que a empresa se enquadrar. No

caso do Simples Nacional, pode-se defini-lo como um regime especial para

pagamento de tributos, emissão simplificada de documentos, e escrituração de

livros fiscais.

Nesse caso o planejamento tributário tem que se ater às disposições

da legislação especifica (Lei Complementar nº 123/06).

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Assim para melhor entender o que seja um planejamento tributário é

necessário diferenciar evasão e elisão fiscal. Galhardo, Neto e Silva (2005),

dizem que a evasão fiscal é uma maneira de tentar burlar os tributos de forma

ilícita, ou seja, pode ser interpretada como uma forma de sonegação.

Conforme a Lei nº 8.137, de 27/12/1990, em seu artigo 1º define os

crimes contra a ordem tributária da seguinte forma:

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.

Logo, a evasão é a forma de planejamento que não deve ser

adotada pelo profissional contábil, pois reflete uma sistemática de pagamento

que contrária a disposição da lei.

Em contrapartida a Elisão Tributária consiste em encontrar uma

forma lícita de redução, isenção ou postergação do ônus tributário anterior ao

fato gerador.

Galhardo, Neto e Silva (2005), explicam que só é possível tratar de

elisão fiscal antes do nascimento da obrigação tributária, porque é nesse

período que o contribuinte está fazendo o seu planejamento tributário, para que

possa fazer a melhor escolha de tributação que irá usar.

Existem soluções legais próprias para grandes empresas, mas no

caso das médias e pequenas empresas se tornam inviáveis, dado o custo que

as operações necessárias para execução desse planejamento podem exigir,

não há mágica em planejamento tributário, apenas alternativas, cujas relações

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custos/beneficio variam muito em função dos valores envolvidos (FABRETTI,

1996).

Diante do exposto é considerável que as empresas devam avaliar

continuamente as oportunidades de planejamento tributário, tendo em vista a

faculdade que o contribuinte possui de planejar com liberdade as suas

atividades segundo seus interesses e observando os procedimentos

legalmente previstos.

Como se pode perceber, o planejamento tributário tornou-se uma

ferramenta de fundamental importância para a redução das despesas,

consistindo em excluir, diminuir e retardar os tributos.

É uma técnica que projeta as operações, visando conhecer as obrigações fiscais pertinentes a cada uma das alternativas legais que lhes são aplicáveis, para, em seguida, adotar aquela que possibilita emprego de procedimento tributário legitimamente inserido na esfera de liberdade fiscal (BORGES, 2002, p.75).

Ainda, segundo Borges (2002), o planejamento tributário pode ser

elaborado com vistas a três modalidades distintas: Quando tem por objetivo a

anulação do ônus fiscal; Quando tem por objetivo a redução do ônus fiscal;

Quando tem por objetivo o adiamento do ônus fiscal.

Para alguns autores o termo elisão fiscal é usado como sinônimo de

planejamento tributário, como uma prática gerencial, principalmente quando se

referem às empresas de médio e grande porte. Pois essa prática visa

economizar tributos e, conseqüentemente, aumentar os lucros da empresa,

desconsiderando o adiamento do ônus fiscal.

Martins (1988) comunga com a semelhança entre elisão fiscal e o

planejamento tributário aderindo um conceito próximo e conveniente a ambos.

É um procedimento utilizado pelo sujeito passivo da relação tributária, objetivando reduzir o peso da carga tributária, pela escolha entre diversos dispositivos e alternativas de lei, daquelas que lhe permitem pagar

menos tributos(MARTINS,1988, p.120).

Portanto, ao elaborar um planejamento tributário em uma empresa

deve ser feito um programa de trabalho com procedimentos específicos a

realidade encontrada. De forma a não cometer erros e ter suas ações

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confundidas, em vez de ser considerada uma elisão fiscal, ser ações de evasão

fiscal.

Para tanto, é necessário conhecer os regimes tributários atualmente

previstos em lei no Brasil, visando à prevenção de contingências futuras. A

escolha do regime tributário e seu enquadramento é que irão definir a

incidência e a base de cálculo dos impostos federais. No Brasil os regimes

tributários mais utilizados são: Simples Nacional, Lucro Presumido e o Lucro

Real.

Para a pesquisa aqui descrita, não será necessário conhecer de

forma detalhada o regime tributário do Simples Nacional, pois o objeto de

estudo se trata de uma empresa que não se enquadra mais como optante pelo

Simples Nacional. Assim segue a cronologia da pesquisa com o esclarecimento

sobre os regimes tributários que a empresa onde ocorre o estudo de caso se

enquadre, para uma análise de melhor opção entre Lucro Presumido X Real.

3.1 Lucro Presumido

O lucro presumido é um regime de tributação simplificado que utiliza

apenas as receitas da empresa para a apuração do resultado do Imposto de

Renda da Pessoa Jurídica- IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

- CSLL. Dessa forma, esses tributos são calculados por um resultado estimado,

encontrado por meio de percentuais definidos em lei, desde que a empresa não

esteja obrigada no ano calendário a se declarar pelo Lucro Real, de acordo

com o Decreto 3.000/1999, art. 516.

“lucro presumido é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social das pessoas jurídicas que não estiveram obrigadas no ano-calendário, à apuração do lucro real” (RODRIGUES et al2007, p. 292).

Uma explicação clara sobre lucro presumido é apresentada por

Young (2008, p.36), “lucro presumido é o lucro que se presume obtido pela

empresa sem escrituração contábil, para efeito do pagamento do imposto de

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renda, calculado por um coeficiente aplicado sobre a receita bruta”. De acordo

com Young, na declaração pelo lucro presumido as empresas estão

dispensadas da escrituração contábil, porém existem outras escriturações que

são obrigatórias.

É uma modalidade optativa de apurar o lucro e, consequentemente, o imposto de renda das pessoas jurídicas que, observando determinados limites e condições, dispensam a escrituração contábil, exceto a do Livro de Registro de Inventário e do Livro Caixa, e que está baseado em valores globais da receita para assumir o lucro a ser tributado. (SÁ e SÁ, 1995, p. 301).

Uma observação deve ser feita, mesmo dispensadas de tais

obrigações, as empresas devem manter suas escriturações contábeis. Pois é

por meio delas que os administradores poderão analisar a situação patrimonial

da empresa e se basear para tomar decisões viáveis com o objetivo de

melhorar os lucros.

Uma empresa ao optar pela tributação com base no lucro presumido

terá que declarar por todo ano-calendário, só podendo mudar sua opção para o

período posterior, antes de efetuar o primeiro pagamento, haja vista que o

período de apuração do lucro presumido é trimestral, conforme dispõe o § 1º

do art. 13 da Lei n° 9.718/98.

Atentando para o fato da opção pelo lucro presumido só poderá ser

feita pela pessoa jurídica que não se enquadre em nenhum dos impedimentos

enumerados no art. 14 da Lei nº 9.718/98.

I – cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido superior a R$ 48.000.000,00, ou a 4.000.000,00 multiplicados pelo número de meses de atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses; II – cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas; III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundo do exterior; IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufrua de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução de impostos: V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, inclusive mediante balanço ou balancete de suspensão ou redução de imposto; VI – cuja atividade seja de factoring;

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De forma contrária, só poderão optar pela tributação com base no

lucro presumido, as empresas que se enquadrem nos termos do art. 13 da Lei

nº 10.637/02. Além das pessoas jurídicas que iniciarem atividades ou que

resultarem de incorporação, fusão ou cisão, desde que não estejam obrigadas

à tributação pelo lucro real. Portanto, o regime de tributação com base no lucro

presumido não é acessível a todas as pessoas jurídicas.

As regras gerais de tributação para o lucro presumido estão

elencadas nos art. 516 até 528 do Regulamento do Imposto de Renda –

RIR/99, aprovado pelo Decreto 3.000/99. A partir de 01.01.1997, o lucro

presumido passou a serem apurado trimestralmente nos dias 31 de março, 30

de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, ou na

data de extinção da pessoa jurídica, ocorrida no curso do ano-calendário.

O lucro presumido tem como fato gerador do tributo a efetivação da

venda de mercadoria e/ou serviços, independente se ao final do período a

empresa obteve lucro ou prejuízo.

Segundo o artigo 518 do Regulamento de Imposto de Renda do -

RIR/99, a base de cálculo do imposto e do adicional do lucro presumido será

determinado mediante aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a

receita bruta de vendas de mercadorias e/ou prestação de serviços, auferida no

período de apuração. Já no artigo 519, do RIR/99, estes percentuais variam de

acordo as atividades operacionais desenvolvidas pela pessoa jurídica, em que

Percentual de presunção vai de 1,6% até 32% com alíquota fixa de 15%.

Porém, a parcela do lucro que exceder o valor resultante da

multiplicação de R$ 20.000,00(vinte mil reais) pelo número de meses do

respectivo período da apuração, ou seja, se exceder ao valor de R$60.000,00

(sessenta mil reais) no trimestre, sofrerá uma incidência de adicional do

imposto de renda à alíquota de 10%.

Já o cálculo da CSLL devida em cada trimestre, descrita no artigo 22

da Lei 10.684/2003, tem sua a base de cálculo devida pelas pessoas jurídicas

optantes pelo lucro presumido corresponderá a:(portaltributario.com)

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12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais,

serviços hospitalares e de transporte;

32% para prestação de serviços em geral, exceto a de

serviços hospitalares e de transporte; intermediação de

negócios; administração, locação ou cessão de bens imóveis,

móveis e direitos de qualquer natureza.

Conforme o Art. 527, do Regulamento de Imposto de Renda -

RIR/99, a pessoa jurídica que optar pela tributação tem as seguintes

obrigações:

a) escrituração contábil nos termos da legislação comercial;

b) livro registro de inventário, no qual deverão constar registrados os

estoques existentes no término do ano-calendário;

c) em boa guarda e ordem, enquanto não tiver decorrido o prazo

decadencial e não forem prescritas as eventuais ações que lhes sejam pertinentes

todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem

como os documentos e demais papéis que serviram de base para a escrituração

comercial e fiscal.

Ainda fazem parte das obrigações das pessoas jurídicas que optam

pelo lucro presumido a entrega da Declaração de Informações Econômico-

Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) anualmente.

Para verificar se esse é o regime mais benéfico para a empresa, é

necessário realizar simulações, pois caso a empresa tenha valores

consideráveis de despesas dedutíveis para o IRPJ, é muito provável que o

lucro real seja mais econômico.

A base de cálculo do lucro presumido está definida em lei que irá

servir para quantificar o valor do imposto e seu respectivo adicional, Young

(2008) complementa afirmando que a base de cálculo do imposto de renda

sobre o lucro presumida é obtida através da receita bruta advinda da atividade

da pessoa jurídica optante e do resultado das demais receitas e ganhos de

capital. Uma demonstração do esquema a ser usado, temos como exemplo o

Quadro 2, a seguir:

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Quadro 2. Base de Cálculo do Lucro Presumido. Receita bruta trimestral advinda da atividade da empresa

(X) percentual definido em lei, variando entre 1,6% a 32%, dependendo da atividade desempenhada.

(=) base de cálculo

(+) ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo permanente

(+) aluguéis, quando não fizerem parte do objeto social da empresa

(+) aplicações financeiras

(+) juros sobre o capital

(+) outras receitas não-operacionais

(=) lucro presumido

(X) 15 %

(X) Adicional de 10 %

(=) IRPJ a pagar Fonte: (YOUNG, 2008 p. 26).

A empresa deverá apurar, trimestralmente, o lucro presumido,

aplicando sobre sua receita bruta os percentuais definidos conforme a lei para

a atividade desempenhada, respeitando os limites da Receita Bruta. Após essa

apuração, a empresa deve identificar quais os percentuais de presunção do

IRPJ e da CSSL, de forma à apurar o imposto correspondente à cada trimestre.

Ambos os percentuais IRPJ e CSSL estão dispostos no quadro abaixo:

Quadro 3. Percentuais de Presunção do Imposto de Renda. PERCENTUAL ATIVIDADE DA EMPRESA

1,6% Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;

8 %

Atividades em geral (comércio e indústria); Transporte de carga; Serviços Hospitalares; Venda de imóveis das empresas com esse objeto em seu contrato social; Gráficas em operações comerciais ou industriais; Serviços médicos prestados por clínicas;

16%

Prestação de Serviços de transporte (exceto cargas); pessoas jurídicas cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta, observando o disposto no art. 226; Prestação de serviços em geral de empresas com receita bruta anual de até R$ 120.000,00, exceto hospitalares, transportes e profissão regulamentada

32%

Prestação de serviços em geral, inclusive serviços de profissões regulamentadas; Intermediação de negócios; Administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de credito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); Gráficas em operações de prestação de serviços; Exploração de rodovias mediante cobrança de preço dos usuários.

Fonte: (RODRIGUES ET AL, 2010, p. 66).

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A base de cálculo da contribuição social das empresas tributadas pelo

lucro presumido está descrita nos art. 85 a 92 da IN SRF nº 390/04. De forma

geral, os valores que integram a base de cálculo da IRPJ pelo Lucro Presumido

também integram a base de cálculo para a Contribuição Social Sobre o Lucro

Líquido neste regime de tributação.

Quadro 4 Percentuais de Presunção da CSLL Percentual Atividade da Empresa

12% Receita bruta em geral, exceto as sujeitas ao percentual de 32%;

32% Prestações de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de transporte; Intermediação de negócios; Administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de credito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

Fonte: (RODRIGUES ET AL, 2010, p. 365).

Quanto as deduções, conforme o disposto no art. 526 do RIR/99

para efeito de pagamento, a pessoa jurídica deverá deduzir do imposto devido

no período de apuração, o imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas

que integram a base de cálculo, bem como o imposto de renda pago

indevidamente em períodos anteriores. Informações constantes no artigo 10

da Lei 9.532/1997.

As pessoas jurídicas optantes pela tributação com base no lucro

presumido deverão recolher também as contribuições ao PIS e à COFINS na

forma cumulativa (NEVES; VICECONTI, 2007). Assim ficam suas alíquotas das

contribuições cumulativas de 3% para a COFINS e 0,65% para o PIS.

No Quadro 5 elenca todos os impostos a serem pagos de acordo

com a apuração do Lucro Presumido, e suas respectivas alíquotas.

Quadro 5. Tributos referente à opção do Lucro Presumido

Tributos Alíquota

PIS/PASEP 0,65%

COFINS 3,00%

IRPJ 15,00%

CSLL 9,00%

INSS 20,00%

INSS Terceiros 5,80%

FGTS 8,00% Fonte: do autor

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3.2 Lucro Real

O termo “lucro real” se refere ao lucro a ser tributado, de acordo com

o art. 247 do RIR/1999, distinto do lucro líquido apurado contabilmente. A

identificação do Lucro Real da empresa se dá pela apuração do lucro líquido de

cada período de apuração com os devidos critérios das leis comerciais.

Lucro Real é uma forma de tributação para apuração do imposto de

renda, é considerado como “regime geral”. Neste regime, o imposto de renda é

determinado a partir do lucro contábil, apurado pela pessoa jurídica, acrescido

de ajustes (positivos e negativos) requeridos pela legislação fiscal. Nesta

modalidade de tributação pode haver, inclusive, situações de Prejuízo Fiscal,

hipótese em que não haverá imposto de renda a pagar (portaltributario.com.br).

Olhando somente pelo lado do imposto de renda, para uma empresa

que opera com prejuízo, ou margem mínima de lucro, normalmente optar pelo

regime de Lucro Real é vantajoso. Porém, sempre é prudente que a análise

seja estendida também para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido -

CSLL e para as contribuições ao PIS e a COFINS, pois a escolha do regime

afeta todos estes tributos.

Segundo Fabretti (2005) o Lucro Real é o lucro líquido, apresentado

em lançamentos contábeis do período, ajustado pelas adições, exclusões ou

compensações autorizadas pela legislação. O autor ainda justifica que “lucro” é

o resultado positivo da soma de todas as receitas auferidas, menos todos os

custos e despesas, é conhecido como resultado contábil (econômico) e é

denominado lucro líquido.

O regime de apuração com base no Lucro Real requer cuidados com

a escrituração contábil e fiscal, sendo adequadamente comprovada e até que

ocorra a decadência quinquenal do exercício financeiro respectivo, os

documentos originais devem ser conservados em boa ordem e guarda

(BERNARDES et al, 2004).

Fabretti (2005) detalha a forma de apuração do lucro real a parti do

resultado contábil do período base, extraído das devidas escriturações mês a

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mês. Apurado por meio da contabilidade da empresa envolvendo a

escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR, do livro de

Apuração da Contribuição Social - LACOS, do Livro Diário e Razão, e dos

livros fiscais exigidos pelas normas relativas ao IPI, ICMS e/ou ISS. Para saber

qual será o valor a ser pago de IRPJ e CSLL, basta aplicar sobre o lucro real as

alíquotas e adicionais de cada tributo.

De acordo com a nova redação dada pela Lei nº 10.637/02 as

empresas obrigadas a fazer sua apuração pelo regime do lucro real são as que

se enquadram no o Art. 246, do Regulamento de Imposto de Renda - RIR/99:

Art. 246. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: I – cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; II – cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores imobiliários e câmbio, distribuidores de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil e entidades de previdência privada aberta. III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV – que autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 222;VI – que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

No § 2º do art. 247 do RIR/99, relata que a determinação do lucro

real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração

com observância das disposições das leis comerciais.

No art. 248 do RIR/99, define que o lucro líquido do período de

apuração é a soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não

operacionais, e das participações, e como já comentado, deverá ser

determinado com observância dos preceitos da lei comercial, com seus

adicionais determinados no Art. 38 da IN SRF n° 390/04, a serem somados

antes da provisão para o IRPJ.

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Além das adições ao lucro líquido, também ocorrem às exclusões do

lucro líquido na determinação do resultado ajustado, sendo que de acordo com

o art. 39 da IN SRF n° 390/04.

Engelmann (2011) salienta que as adições são ajustes obrigatórios,

que tem por finalidade aumentar a base de cálculo do imposto. Já as exclusões

são ajustes facultativos que tem por finalidade diminuir a base de cálculo do

imposto, sendo que as compensações de prejuízos fiscais apurados em

períodos anteriores devem permanecer devidamente controladas na parte B do

LALUR.

De acordo com o art. 42 da Lei nº 8.981/95, limitou-se a

compensação dos prejuízos fiscais em 30% do lucro ajustado, ou seja, o

resultado do exercício ajustado com as adições e exclusões prescritas ou

autorizadas em lei. As disposições desse artigo foram complementadas pelo

art. 15 da Lei nº 9.065/95. A compensação poderá ser total ou parcial, em um

ou mais períodos de apuração, à opção do contribuinte.

Com base no § 1º do art. 510 do RIR/99, as compensações dos

prejuízos fiscais somente se aplicam às pessoas jurídicas que mantiverem os

livros e os documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do

montante do prejuízo fiscal utilizado para compensação. Uma vez apurada a

base de cálculo, a Pessoa Jurídica deve aplicar as alíquotas de IRPJ e da

CSLL, normalmente.

Assim as empresas que optam ou são obrigadas a se declararem

pelo lucro real poderão apurar o lucro e recolher o IRPJ e a CSLL anualmente

ou trimestralmente, ficando a critério da empresa seu período de apuração

(HIGUCHI, 2005).

3.2.1 Apuração Trimestral do Lucro Real

Para uma apuração de IRPJ e CSLL com base no Lucro Real

Trimestral é detalhada no art. 220 do RIR/99, que define o encerramento de

cada trimestre em 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12 de cada ano, ajustado por

adições, exclusões, compensações para o IRPJ e CSLL, conforme a IN SRF n°

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390/04. O pagamento dos tributos deve ser efetuado até o último dia útil do

mês subsequente ao encerramento do trimestre.

No lucro real trimestral, o seu resultado não pode ser compensado

nos trimestres seguintes, ainda que dentro do mesmo ano-calendário

(FABRETTI, 2005). Uma das desvantagens nesta opção é a limitação na

compensação dos prejuízos fiscais.

Nesta modalidade, não é permitida a antecipação do imposto

durante o curso do ano-calendário, como prevê o regime de tributação anual.

Apenas, a apuração trimestral acorrerá por intermédio das informações obtidas

com o levantamento de balanços ou balancetes no encerramento de cada

trimestre, sendo o IRPJ e a CSLL considerados definitivos (RODRIGUES et al,

2010).

Ainda segundo Rodrigues (2010), o IRPJ e a CSLL devem ser

determinados mediante ajustes ao lucro ou prejuízo contábil do período-base

(trimestral), representado por adições, exclusões e eventual compensação de

prejuízos fiscais, caso este resultado seja positivo.

Assim a pessoa jurídica, pagará o imposto referente à alíquota de

15% para o IRPJ sobre o Lucro Real apurado no período-base. A parcela do

lucro que exceder a R$ 60.000,00 (R$ 20.000,00 x 3 meses), ou proporcional

ao número de meses do trimestre nos casos de início ou encerramento de

atividades, estará sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à

alíquota de 10%.

De acordo com o art. 31 da IN SRF n° 390/04, a CSLL devida terá a

aplicação da alíquota de 9% sobre o resultado ajustado, a ser pago em quota

única junto com o IRPJ, até o último dia útil do mês subsequente ao do período

de apuração. Tendo ainda, a partir de1º de maio de 2008, a alíquota de 15%

das CSLL, a serem cobradas para as pessoas jurídicas de seguros privados,

as de capitalização e as referidas na Lei Complementar nº 105/01, art. 1º, § 1º,

I a XII.

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44

3.2.2 Apuração Anual do Lucro Real

De acordo com o art. 221 do RIR/99, para uma apuração do Lucro Real

Anual, a pessoa jurídica deverá apurar e efetuar a declaração em 31 de

dezembro de cada ano-calendário, com antecipações mensais do IRPJ e da

CSLL, feitas de duas formas:

Com base na receita bruta somada aos acréscimos definidos em

lei, e mediante a elaboração de balanços ou balancetes de

suspensão;

Redução de imposto, onde a pessoa jurídica pode suspender ou

reduzir o imposto devido a qualquer momento, mediante a

elaboração de balanços ou balancetes de suspensão ou redução

de imposto devendo escriturar a Parte “A” do Livro de Apuração

do Lucro Real - LALUR e o Livro Diário.

No mesmo art. 221, também faz referência aos casos de

incorporação, fusão, cisão ou extinção da pessoa jurídica. Nestas situações o

lucro real deverá ser apurado na data do evento. Para isso, considera-se data

do evento a data da deliberação (alteração contratual) que aprovar a

incorporação, fusão ou cisão.

De acordo com Higuchi (2005), que se fundamenta no art. 222 do

RIR/99 a pessoa jurídica que optar pela apuração dos tributos com base no

lucro real anual, terá que pagar mensalmente, o IRPJ e a CSLL calculado por

estimativa ou com base no lucro real acumulado de 1º de janeiro até o mês em

que está sendo realizada a apuração. Os tributos deverão ser pagos até o

último dia útil do mês subsequente.

A base de cálculo é o lucro do período (Janeiro à Dezembro)

ajustado pelas mesmas adições, exclusões e compensações já mencionadas

anteriormente. Podendo o pagamento ser efetuado através de antecipações

mensais com base na receita bruta auferida mensalmente ou com base em

Balanços ou Balancetes de Suspensão e Redução.

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Uma ressalva para o pagamento do imposto mensal relativo ao mês

de Janeiro, que pode ser suspenso ou reduzido com base em balanço ao

balancete levantado no mês, caso tenha sido apurado prejuízo fiscal ou o

imposto calculado sobre o lucro real apurado tenho sido inferior ao calculado

por estimativa (NEVES E VICECONTI, 2007).

No caso de uma empresa pretender suspender ou reduzir seu

pagamento do IRPJ no mês posterior deverá sempre levantar um novo balanço

ou balancete, ainda que tenha pagado imposto maior que o devido até a data

do balanço ou balancete anterior. Contudo, além desta forma de pagamento, a

Receita Federal do Brasil - RFB permita que o pagamento antecipado

mensalmente seja realizado com base na receita bruta.

A base de cálculo para o Lucro Real Anual será a mesma usada

para o Lucro Presumido, aplicando os mesmos percentuais de presunção para

o IRPJ e para a CSLL, porém, considerando apenas os valores registrados e

contabilizados no mês. Desta forma, a empresa calcula pelas duas

sistemáticas e opta pelo valor menos oneroso.

Quando optar pela estimativa, a base de cálculo dos tributos é o

resultado de um percentual aplicado sobre a receita bruta do mês, acrescido de

receitas financeiras e demais receitas, os percentuais aplicáveis sobre a receita

bruta variam de acordo com a atividade econômica da pessoa jurídica, entre

1,6% a 32% para o IRPJ, e 12% para a CSLL.

Conforme art. 228 do RIR/99, conhecendo a base de cálculo, basta

aplicar as alíquotas de 15%, mais adicional de 10% ao que exceder a R$

20.000,00(vinte mil) por mês e a CSLL de 9% para saber qual o valor deve ser

pago de cada tributo. Para pagamento com base na receita bruta, são

considerados apenas valores mensais, o adicional de 10% é aplicado sobre o

que exceder à R$ 20 mil da base de cálculo. Já para o pagamento com base

no balancete de suspensão e redução, é reduzida sua base em R$ 20 mil ao

mês.

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Da receita bruta serão excluídas as vendas canceladas, as

devoluções de vendas e os descontos incondicionais concedidos. Desconto

incondicional é aquele concedido independente de condição.

Conforme o art. 31 da IN SRF n° 390/04, a CSLL devida será

determinada mediante a aplicação da alíquota de 9% sobre o resultado já

ajustado. Conforme mencionado anteriormente, existe ainda a alíquota de 15%

devida pelas Pessoas Jurídicas de seguros privados, as de capitalização e as

referidas na Lei Complementar n° 105/01.

Para as contribuições do COFINS e o PIS, as empresas que

optarem ou estiverem obrigadas a tributar o IRPJ e a CSLL pelo Lucro Real,

automaticamente estarão obrigadas a tributar independentemente de sua

denominação ou classificação contábil, conforme a Leis n° 10.637/02 e

10.833/03.Sua base de cálculo é o valor do faturamento mensal, assim

entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica,

independentemente da sua denominação ou classificação contábil.

Depois de identificado a base de cálculo, a pessoa jurídica sujeitas à

apuração da contribuição para o PIS e da COFINS, pode tomar crédito sobre

das contribuições não cumulativas apuradas, nos termos dos art. 2º e 3º das

respectivas Leis nº 10.637, e 10.833. Poderão então descontar crédito, para

fins de determinação dessas contribuições, em relação às importações sujeitas

ao pagamento das contribuições de que trata o art. 1º desta Lei.Para

determinação do valor das contribuições, aplica-se sobre a base de cálculo a

alíquota de 7,6 % para a COFINS, de acordo com a Lei n° 10.833, de 29/12/03,

e 1,65% para o PIS, conforme Lei n° 10.637, de 30/12/02.

Quadro 6. Tributos referente a opção do Lucro Real

Tributos Alíquota

PIS/PASEP 1,65%

COFINS 7,60%

IRPJ 15,00%

CSLL 9,00%

INSS 20,00%

INSS Terceiros 5,80%

FGTS 8,00% Fonte: do autor

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4 MÉTODO DE PEQUISA

Neste capítulo é apresentada a metodologia utilizada para

desenvolver o estudo proposto, com a descrição da pesquisa até as técnicas

usadas para coleta e análise de dados. A Metodologia a ser usada, são passos

descritos com regras que permitem uma comprovação sobre a verdade de

fatos que sofreram uma investigação, através das quais se obtém o

conhecimento sobre o objeto de estudo definido, para que seja possível sua

comprovação como conhecimento cientifico. Essas regras abordadas pelo o

que é considerado de Metodologia Científica são regras que definem o modo

de se obter dados, de testá-los e de apresentá-los (LAKATOS; MARCONI,

2008).

O uso da Metodologia Cientifica aponta o caminho que identifica e

organização desenvolvimento de um novo conhecimento, justificando o que

deve ser pesquisado e o como chegar às respostas. A metodologia não

procura soluções, mas proporciona a utilização do melhor método de encontrá-

las. Consiste em estudar e definir o método mais adequado para cada tipo de

pesquisa, avaliando as limitações de cada um, para uma melhor aquisição e

processamento de informações com o objetivo de uma eficaz resolução de

problemas (GIL, 2007).

O conhecimento para ter valor cientifico tem que está fortemente

apoiado por dados justificados ou que estejam bem fundamentados. O

conhecimento é real porque lida com fatos e é sistemático como defende

Lakatos e Marconi (1986, p.21):

Já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. Possui a característica da verificabilidade, a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência [...]

Ciência é o conjunto de conhecimentos certos ou prováveis,

comprovados pela pesquisa, que segundo Ander-Egg (apud LAKATOS e

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MARCONI, 1986, p.2), “são obtidos metodicamente sistematizados e

verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza”.

Uma monografia é exemplo da construção de um conhecimento, se

estrutura em vários procedimentos metodológicos com teor cientifico, de

acordo com Carvalho (1989, p.50), “se configura como uma atividade científica,

em função dos recursos metodológicos que exige sua elaboração, sendo

geralmente solicitada nos últimos anos dos cursos de graduação e pós-

graduação”.

Finalmente, haverá o enquadramento de uma determinada empresa,

que tem como objetivo social à prestação de serviço, na forma de um estudo

bibliográfico, sobre a tributação pelo Lucro Real X Lucro Presumido. A

legislação em vigor será citada sempre que houver necessidade ao longo da

análise.

4.1 Tipo de Pesquisa

Para alcance dos objetivos e resposta a problemática, o estudo aqui

proposto sobre o assunto de Planejamento Tributário, trata-se de uma pesquisa

descritiva, na qual o pesquisador não interfere na realidade estudada, apenas

observa, registra, analisa e ordena os dados. Assim descrevendo seus

conceitos, características e formas de se chegar ao resultado esperado. Na

pesquisa descritiva o pesquisador constata e avalia as relações entre as

variáveis na medida em que elas se manifestam espontaneamente nos fatos já

existentes (ANDRADE, 2009).

O desenvolvimento deste estudo será através da pesquisa

exploratória, que para Gil (1991, p.45):

Tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.

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A presente pesquisa se fundamenta em estudos bibliográficos,

apoiado no pensamento de Andrade (2009) defendendo a Pesquisa

Bibliográfica como “obrigatória nas pesquisas exploratórias, na delimitação do

tema de um trabalho ou pesquisa, no desenvolvimento do assunto, nas

citações, na apresentação das conclusões”.

Buscando ainda, comprovações da verdade em documentos como

monografias sobre o tema, revistas eletrônicas, livros e a Constituição Federal,

que são pertinentes a pesquisa bibliográfica segundo Lakatos (2008) “todo

material já publicado, em livros, revistas, publicações avulsas e imprensa

escrita”, correlacionando esta ideia como sendo indissociável do conceito de

Pesquisa Bibliográfica, identificando-os como fontes secundarias.

Utiliza-se o estudo de caso, além da pesquisa bibliográfica, o que

significa que há um caso real para analisar. De acordo com Prodanov e Freitas

(2009, p. 74) “o estudo de caso refere-se ao estudo minucioso e profundo de

um ou mais objetos”.

Com referência de Yin (apud PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 74),

“um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno

contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os

limites entre o fenômeno e contexto não estão claramente definidos”. Com isso

o estudo de caso se apresenta adequado à exploração de fatos aplicáveis à

estrutura específica de determinadas empresas, a qual se enquadra a empresa

objeto deste estudo.

4.2 Coleta de Dados

Nesse trabalho, para dá início a uma pesquisa de cunho exploratória

e descritiva, far-se-á uma coleta do material bibliográfico para uma

fundamentação teórica. Posteriormente, uma triagem e leitura do que mais

interessar ao tema. As principais fontes de informações selecionadas foram:

Constituição Federal, Código Tributário Nacional, Leis Ordinárias, Decretos- eis

ou Medidas Provisórias, e Decretos.

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50

A fonte de dados utilizada no estudo de caso foram documentos

reais da empresa estudada, além de observações feitas no momento da visita

in loco que comprovam os dados colhidos. A forma de coleta de dados

converge com o pensamento de Prodanov e Freitas (2009).

“nas pesquisas descritivas, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles, ou seja, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador” (PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 63).

A escolha da empresa a ser estudada se deu pela proximidade do

pesquisador com funcionários da empresa com cargos no departamento de

contabilidade. Outro fato que direcionou a escolha pela determinada empresa,

foi a possibilidade de conhecer na prática a aplicação das Leis tributárias em

uma empresa em crescimento, a qual já não se encaixa como optante pelo

Simples Nacional, o que a deixa no perfil ideal para a pesquisa pretendida

nesta monografia.

A coleta de dados seguiu padrões definidos em referencial teórico,

servindo de suporte das análises, favorecido por pesquisa bibliográfica já

citada, com o intuito de analisar e entender sua aplicabilidade em uma situação

concreta específica. A fonte específica que fundamenta e orienta quais dados

deveriam ser colhidos e analisados se deram por origem na Lei expressa na

Constituição Federal Brasileira, mais especifico no Código Civil Nacional.

Assim os dados coletados na empresa objeto de estudo, foram

obtidos a partir de relatórios contábeis, demonstrativos, pagamentos de

tributos, entre outros que fazem parte das exigências da legislação vigente.

Com isso suportar adequadamente o estudo de caso baseado em uma

pesquisa documental. Esta análise documental teve a finalidade de conhecer a

real situação da empresa e, tendo como base os dados fornecidos, identificar a

opção tributária que resulte no menor ônus fiscal de forma licita.

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4.3 Análise dos Dados

Para analisar os dados coletados no estudo de caso, os quais foram

previamente selecionados, teve em sua interpretação passos seguindo o rigor

pertinente a uma pesquisa científica com o objetivo de encontrar resposta à

questão de partida da pesquisa, aqui reproduzida: De acordo com a atual

legislação federal, qual deva ser um eficiente planejamento tributário para uma

empresa comercial, comparando Lucro Real x Lucro Presumido?

“a análise de dados está presente em vários estágios da investigação cientifica, tornando-se mais formal após o encerramento do processo de coleta dos dados. Os procedimentos analíticos acompanham todo o transcorrer do estudo, desde o momento em que se verifica a pertinência das questões selecionadas ao objeto de pesquisa até as considerações finais” (BEUREN et al, 2008, p. 136).

A partir da análise dos documentos fornecidos pela empresa, foi feito

um comparativo, submetendo os dados obtidos a cada um dos regimes de

tributação estudados nesta pesquisa, a fim de observar qual deles gera o

menor ônus tributário. A comparação só foi possível devido à apresentação em

referencial teórico da legislação devida, a qual permitiu compreender a ligação

entre os regimes de tributação. Com tudo poder observar em que condições as

pessoas jurídicas podem realizar planejamentos tributários e a forma como são

calculadas as apurações dos tributos em análise, antes de realizar o estudo de

caso.

Assim, a metodologia utilizada para a realização deste trabalho

proporciona uma credibilidade quanto a sua veracidade, na busca do

conhecimento necessário para a resolução do problema e alcance dos

objetivos do estudo.

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5 ESTUDO DE CASO

O estudo de caso desenvolvido para este trabalho tem o objetivo de

observar qual é a melhor alternativa entre o Lucro Presumido e o Lucro Real,

para uma empresa do setor comercial, supondo um aumento significativo no

faturamento e não havendo mais condições de manter-se tributado pelo regime

no Simples Nacional, para tanto apurou- e o IRPJ, a CSLL, o PIS e a COFINS

na empresa em estudo, com o intuito deidentificar a maneira que resulta em

menor ônus tributário dentro dos parâmetros legais.

5.1 Identificação da Empresa

A empresa escolhida para aplicação do estudo de caso é a Rita

Farias Martins Cia Ltda. que tem como nome fantasia DNOITE. A empresa

atua no ramo de confecção de roupas intimas desde maio de1998, iniciando

como empresa familiar, que desde sua constituição até o presente momento

possui uma estrutura funcional enxuta, onde os sócios dividem as funções

administrativas, operacionais e comerciais.

Atualmente conta com 216 empregados, sendo 210 na Matriz, 6 nas

Filiais. Sua estrutura física dividida em três pontos fabrica sede e mais duas

filiais para ponto de venda.

Fábrica sede situada na Rua taquatiara, 772, messejana, Fortaleza;

Endereço Filial 1: Av. Osvaldo Studart, 848, bairro de fátima, Fortaleza;

Endereço Filial 2: Rua Francisco Glicerio, 290, maraponga, Fortaleza

A DNOITE iniciou suas atividades em maio de 1998 com o propósito

de atender demandas do setor de vestuário no estado do Ceará. A empresa

atua no comércio atacadista e varejista, conquistou clientes fieis devido à

qualidade dos produtos que a mesma revende. Com o crescimento do setor

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vestuário no estado do Ceará, nasceu a idéia deformar a empresa

aproveitando o conhecimento e experiência na área.

Para que a estrutura de negócio da DNOITE funcione a contento,

faz-se necessário um perfeito entendimento da empresa com seus

fornecedores, principalmente no que se refere ao sistema de contabilidade, que

atualmente é terceirizado e do qual provém uma grande parte das informações

gerenciais.

O setor de vestuário no seguimento de roupas de dormir, no Ceará

estar crescendo assim como em outros estados. A empresa trabalha

atualmente com produtos de liganete, sendo esses: baby dool, camisola,

pijama e robe. São produtos tanto masculino, feminino e infantil.

Com um faturamento de R$ 2.938.182,00, apresentado no último

trimestre. Hoje o principal desafio da empresa é manter a qualidade de seus

produtos e adquirir novos clientes para continuar seu crescimento. Apresenta

uma organização em planejamento satisfatória com:

MISSÃO: “Missão de zelar pela satisfação completa dos clientes,

sempre priorizando a qualidade de nossos produtos e cumprindo com os

compromissos agendados”.

VISÃO: “No prazo de 3 a 5 anos, deveremos fazer as divisões por

setor para que possamos melhorar a qualidade e sermos mais eficaz”.

OBJETIVO: “Sempre manter a qualidade dos produtos, trazendo

mais novidades para o mercado consumidor expandindo-o com metas que

buscam sempre adquirir novos clientes e fidelizando-os”.

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5.2 Elaboração do Planejamento Tributário

Seguindo as orientações de Borges (2002), o processo de

elaboração de um planejamento tributário contempla 5 (cinco) etapas:

1. A pesquisa do fato objeto do planejamento tributário;

2. A articulação das questões fiscais oriundas do fato pesquisado;

3. Estudo dos aspectos jurídico-fiscais relacionados com as questões decorrentes do fato pesquisado;

4. Conclusão;

5. Formalização do planejamento elaborado num expediente técnico funcional.

Seguindo os passos citados, se deve começar pelo levantamento de

dados pertinentes à atividade da empresa. Para esse passo Borges (2002)

enfatiza que o levantamento deverá obter dados sobre os seguintes itens:

estrutura e atividades operacionais da empresa; qualificação fiscal do

estabelecimento; e, particularidades das operações industriais, negócios

mercantis e prestações de serviços abrangidos pelo planejamento tributário.

Tais dados foram obtidos com entrevistas informais com os

profissionais responsáveis pelas atividades contábeis da empresa estudada, e

com pesquisa e análise de documentos e livros fiscais fornecidos.

O passo seguinte é a articulação das questões fiscais oriundas do

fato pesquisado, com os dados extraídos de documentos e livros fiscais

começa a articulação das questões que o planejamento tributário irá solucionar.

Com o conhecimento dos dados passa-se para o quarto passo, fase em que

vai ser definida a característica do planejamento tributário (anulação, redução

ou adiamento do ônus fiscal).

Depois de feita a caracterização do planejamento tributário chega o

passo da conclusão que abrange as respostas às indagações elaboradas e,

finalmente, a formalização do planejamento elaborado num expediente

funcional, ou seja, o conteúdo deverá ser formalizado num expediente

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funcional. Borges (2002, p.73) cita as seguintes características dessa etapa:

“clareza, concisão, harmonia, vigor e objetividade”.

Nesta etapa será apresentado o processo de análise para ser

elaborado um planejamento tributário de uma empresa, seguindo os passos já

citados. A empresa em estudo forneceu todas as informações pertinentes para

uma avaliação de dados e identificação da melhor opção tributária. Abaixo

segue um quadro com a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

referente a 2012, documento original da empresa DNOITE.

Quadro 07. Demonstração do Resultado do Exercício

CONTA

DESCRIÇÃO

01/01/2012 A 31/12/2012

(+) 010 RECEITA BRUTA OPERACIONAL 12.875.043,65

010.01 VENDAS DE PRODUTOS/ MERCADORIAS 12.875.043,65

(+) 020 DEDUÇÕES DA RECEITA 2.386.335,40

020.01 IMPOSTOS FATURADOS 1.490.972,82

020.01.01 ICMS 708.513,96

020.01.02 IRPJ 215.741,16

020.01.03 CSLL 129.363,20

020.01.04 PIS/SEM RECEITA OPERACIONAL 78.012,18

020.01.05 COFINS 359.342,32

020.02 OUTRAS DEDUÇÕES 895.362,58

020.02.01 DEVOLUÇÕES DE VENDAS 895.362,58

(=) 030 RECEITA LÍQUIDA 10.488.708,25

(-) 040 CUSTO MERCADORIA/SERVIÇOS VENDIDOS 3.821.276,96

040.01 CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS 3.821.276,96

(-) 050 CUSTO DE PRODUÇÃO/SERVIÇOS 10.958,81

(=) 060 LUCRO BRUTO 6.656.472,48

(-) 070 DESPESAS OPERACIONAIS 3.702.417,48

070.01 DESPESAS COM VENDAS 1.468,24

070.02 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 3.628.703,80

070.03 DESPESA FINANCEIRA LIQUIDA 71.631,24

070.03.01 DESPESAS FINANCEIRAS 86.072,71

070.03.02 RECEITA FINANCEIRA 14.441,47

070.04 OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS 614,17

(=) 110 LUCRO OPERACIONAL 2.954.055,03

(+) 120 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 176.365,89

(=) 150 RESULTADO ANTES DA CSLL 3.130.420,92

(=) 170 RESULTADO ANTES DO IRPJ 3.130.420,92

(=) 190 RESULTADO DO EXERCÍCIO 3.130.420,92

Fonte: Empresa DNOITE, DRE – 2012.

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Abaixo segue um quadro de premissas que foram extraídos da DRE

apresentada no Quadro 7.Fornecida pela empresa estudada referente ao ano

de 2012, os quais serão utilizados para demonstração de cálculos do estudo de

caso. Uma vez que o Balanço Patrimonial foi pesquisado, mas não foi liberado

para sua apresentação neste trabalho.

Quadro8. Premissas para os cálculos de apuração

PRIMISSAS AOS CALCULOS

ANUAL - 2012

RECEITA BRUTA DE VENDAS 12.875.043,65

DEVOLUÇÕES DE VENDAS 895.362,58

CUSTO DE MERCADORIAS 3.821.276,96

CUSTOS DE PRODUÇÃO 10.958,81

DESPESAS OPERACIONAIS 3.702.417,48

LUCRO OPERACIONAL 2.954.055,03

RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 176.365,89

LUCRO CONTABIL 3.130.420,92

ADIÇÕES -

EXCLUSÕES -

Fonte: elaborada pelo autor

5.2.1 Cálculos Sob a Forma de Lucro Presumido

A empresa estudada tem como ramo de atividades a venda de

mercadorias, o percentual aplicado para a apuração da base de cálculo do

IRPJ é de 8% e da CSLL é de 12%. Para poder apurar o valor dos impostos a

pagar é aplicado as alíquotas de 9% para CSLL e de 15% para o IRPJ

considerando o valor de 10% do adicional quando o mesmo ultrapassa o limite

de R$ 60.000,00 por trimestre. Nessa modalidade de tributação o PIS e

COFINS são cumulativos e são aplicados percentuais de 0,65% e 3%

respectivamente sobre a receita bruta de vendas.

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A seguir serão demonstrados por meio de tabelas os cálculos para

após analisar as tabelas e fazer o comparativo das modalidades de tributação.

Quadro 9. Calculo do IRPJ – Lucro Presumido

PRIMISSAS AOS CALCULOS DO IRPJ – LUCRO PRESUMIDO

1º TRIMES. 2º TRIMES. 3º TRIMES 4º TRIMES TOTAL

REC. BRUTA 3.000.780,65 3.418.640,75 3.236.760,55 3.218.869,95 12.875.043,65

LUCRO PRES

8%

240.062,45 273.491,9 258.940,84 257.509,59 1.030.004,78

BASE DE

CÁLCULO DO

IRPJ

240.062,45 273.491,9 258.940,84 257.509,59 1.030.004,78

IRPJ 15% 36.009,36 41.023,78 38.841,12 38.626,43 1.931.257,77

BASE DE

CÁLCULO

ADICIONAL

180.062,45 213.491,9 198.940,84 197.509,59 790.004,78

ADICIONAL 10% 18.006,25 21.349,19 19.894,08 19.750,96 79.000,48

TOTAL IRPJ A

RECOLHER

54.015,61 62.372,97 58.735,2 58.377,39 233.501,17

Fonte: elaborada pelo autor

O lucro presumido é calculado trimestralmente. Para poder encontrar

base de presunção do lucro presumido, foi aplicado 8% e após encontrar a

base presumida calcula-se o valor de IRPJ a pagar. Sendo assim, demonstra-

se que no cálculo do IRPJ pelo lucro presumido é encontrado adicional do IRPJ

e calculado sobre a alíquota de 10%, obtendo assim um valor de R$

233.501,17a pagar.

Quadro 10. Calculo do CSLL – Lucro Presumido

PRIMISSAS AOS CALCULOS DO CSLL – LUCRO PRESUMIDO

1º TRIMES. 2º TRIMES. 3º TRIMES 4º TRIMES TOTAL

REC. BRUTA 3.000.780,65 3.418.640,75 3.236.760,55 3.218.869,95 12.875.043,65

LUCRO PRES

12%

360.093,67 410.236,89 388.411,26 386.264,40 1.545.006,22

BASE DE

CÁLCULO DO

CSLL

360.093,67 410.236,89 388.411,26 386.264,40 1.545.006,22

CSLL 9% 32.408,43 36.921,32 34.956,99 34.763,76 139.048

Fonte: elaborada pelo autor

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A tabela expõe os números que foram operados por trimestre de

CSLL, a soma dos trimestres é de R$ 139.048.

Logo a baixo demonstra-se a tabela do PIS e COFINS, sendo que a

alíquota da modalidade não-cumulativa é de 0,65% e 3% respectivamente.

Segue abaixo o quadro demonstrativo dos impostos:

Quadro 11. Cálculo do PIS e COFINS – Lucro Presumido

PRIMISSAS AOS CALCULOS DO PIS e COFINS – LUCRO PRESUMIDO

RECEITA BRUTA 12.875.043,65

PIS 0,65 % 83.687

COFINS 3% 386.351,30

Fonte: elaborada pelo autor

5.2.2 Cálculos Sob a Forma de Lucro Real

A partir dos dados utilizados para o cálculo pelo Lucro Presumido,

será calculado o PIS e a COFINS não-cumulativo, assim como, o Imposto de

Renda e a contribuição social anual devida, sob a forma de tributação com

base do Lucro Real.

Os créditos devidos do PIS não-cumulativo de acordo com a Lei nº

10.637/02, art. 3º, enquanto os créditos devidos para a COFINS estão contidos

na Lei nº 10.833/03, art. 3º. Os quais fazem parte as contas de Energia elétrica,

Aluguel e Depreciação, que não se encontram destacadas na DRE fornecida

pela empresa. Assim sendo será considerado as contas de despesas

equivalentes como premissas.

O PIS e a COFINS incidem sobre as receitas de serviços prestados,

receita de aplicações financeiras e juros recebidos de clientes, subtraído dos

créditos sobre suas despesas. Valores a serem adicionados como base de

cálculo.

No quadro a seguir é demonstrado e calculado os créditos e débitos

do PIS e COFINS pela modalidade não-cumulativa, nele foram deduzidos as

despesas. No decorrer do ano de 2012 a empresa pode pagar de PIS e

COFINS o montante de R$ 493.988,05. Considerando que o valor do PIS foi de

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R$ 88.116,81 e o de COFINS foi de R$ 405.871,36. Esses valores foram

calculados considerando os créditos pelas entradas, custo de mercadorias,

custo de produção, despesas operacionais e os débitos da receita bruta.

Quadro 12. Calculo da PI e COFINS não cumulativo – Lucro Real

PRIMISSAS AOS CALCULOS

ANUAL - 2012

RECEITA BRUTA DE VENDAS 12.875.043,65

(=)PIS 1,65% DÉBITO 212.438,22

(=)COFINS 7,60% DÉBITO 978.503,31

CUSTO DE MERCADORIAS 3.821.276,96

CUSTOS DE PRODUÇÃO 10.958,81

DESPESAS OPERACIONAIS 3.702.417,48

Total de despesas 7.534.631

(-)PIS 1,65% CRÉDITO 124.321,41

(-)COFINS 7,60% CRÉDITO 572.631,95

(=)TOTAL PIS A RECOLHER 88.116,81

(=)TOTAL COFINS A RECOLHER 405.871,36

Fonte: elaborada pelo autor

A sistemática para cálculo da COFINS é idêntica a do PIS, apenas

alterando a alíquota do imposto que passa de 1,65% para 7,6%. Também, se

pode observar que a COFINS tem um custo tributário 4,6 vezes maiores que o

PIS.

Apresenta-se a seguir o cálculo para apuração na CSLL baseada no

Lucro Real. A demonstração do resultado em estudo demonstra o exercício

anterior da empresa, assim sendo, executar-se-á alguns ajustes.

Os ajustes se devem somente a COFINS que entrou em vigor em

fevereiro de 2004 na maneira não cumulativa. Ajusta-se o crédito para o Ativo

diminuindo, assim, as despesas e a COFINS, que deu maior do que da forma

anterior (Lei nº 10.833/03), aumentando as deduções da receita e,

consequentemente, diminuindo o resultado.

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Bastar somar ao item Resultado Antes da CSLL de valor R$

3.130.420,92 o valor apresentado do COFINS que foi de R$ 359.342,32 que vai

da um resultado de R$ 3.489.763,24 e subtrair o novo valor da COFINS que é

de R$ 405.871,36 que vai gerar o novo valor para o item Resultado Antes da

CSLL ou Lucro Contábil no valor de R$ 3.083.891,88

Quadro 13. Calculo da CSLL – Lucro Real

PRIMISSAS AOS CALCULOS DA CSLL – LUCRO REAL

TOTAL

LUCRO CONTÁBIL R$ 3.083.891,88

ADIÇÕES

EXCLUSÕES

BASE DE CÁLCULO R$ 3.083.891,88

CSLL A RECOLHER 9% R$ 277.550,27

TOTAL DO CSLL R$ 277.550,27

Fonte: elaborada pelo autor

No cálculo da CSLL a empresa tem um montante de R$ 277.550,27

de imposto a pagar no decorrer do ano de 2012. A contribuição social não teve

nenhuma adição, exclusão ou compensação. Aplica-se à alíquota sobre o

resultado, para encontrar o valor a recolher. Assim obtêm-se o resultado antes

do Imposto de Renda, sendo o lucro líquido ou Lucro Contábil subtraído a

CSLL.

O cálculo do IPRJ com base no lucro real para apurar o IRPJ é

aplicado à alíquota de 15% e o adicional de 10%, está demonstrado na tabela

abaixo. Usando os novos valores encontrados.

Observa-se que a base de cálculo ultrapassa o valor de 240.000,00,

então é calculado o valor do adicional. Logo é encontrado o valor de R$

583.807,35a pagar sendo que o valor do IRPJ corresponde a R$ 420.951,24 e

o adicional é de R$ 18.095,12. Neste último exercício a empresa não teve

nenhum valor de adições e exclusões para serem acrescentados ou excluídos

aos cálculos.

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Quadro 14. Calculo do IRPJ – Lucro Real

PRIMISSAS AOS CALCULOS DO IRPJ – LUCRO REAL

TOTAL

LUCRO CONTÁBIL R$ 3.083.891,88

ADIÇÕES

EXCLUSÕES

(-) CSLL R$ 277.550,27

BASE DE CÁLCULO R$ 2.806.341,61

IRPJ A RECOLHER 15% R$ 420.951,24

BASE DE CÁLCULO ADICIONAL R$ 180.951.24

IRPJ ADICIONAL A RECOLHER 10% R$ 18.095,12

TOTAL DO IRPJ R$ 583.807,35

Fonte: elaborada pelo autor

5.2.3 Análise Comparativa Entre as Formas De Tributação

Segue abaixo o quadro comparativo das modalidades de tributação:

Lucro Real X Lucro Presumido:

Quadro 15. Comparativo Lucro Real X Lucro Presumido

COMPARATIVO RESULTADO DO LUCRO REAL X PRESUMIDO

LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO

IRPJ 583.807,35 233.501,17

CSLL 277.550,27 139.048,00

PIS 88.117,00 83.687,00

COFINS 405.871,05 386.351,30

LUCRO REAL X LUCRO PRESUMIDO 1.355.345,62 842.587,47

Como podemos observar no quadro acima, a melhor modalidade de

tributação para a empresa ainda é pelo Lucro Presumido. O montante que foi

pago de impostos por meio do Lucro Real foi de R$ 1.355.345,62enquanto pelo

Lucro Presumido seria pago um montante de R$ 842.587,47. Esses são

impostos relativos à CSLL, IRPJ, PIS e COFINS.

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62

Assim sendo, é valido salientar que neste tipo de empresa não há

um volume muito grande de custos e despesas, o que de forma comprova por

cálculos e quadros demonstrativos, que são ferramentas de análises, apontam

que a melhor opção para tributação do IRPJ e da CSLL seja pelo Lucro

Presumido.

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63

6 CONCLUSÃO

Durante o desenvolvimento do estudo expostos, foram pesquisados

todas as obrigações que incidem sobre as pessoas jurídicas, de acordo com

Legislação Tributária vigente. Em que foi observado que o imposto é fonte de

recursos para o Governo Federal, Estadual e Municipal, o que em contra

partida tem uma grande representatividade no desembolso econômico das

empresas. Por tanto, foi visto que são ato constitucional as cobranças de

tributos, mas também é estabelecido por Lei que uma empresa para existir tem

de auferir lucros, assim justificando a importância de um Planejamento

Tributário.

Com o referencial teórico usado para as devidas explicações sobre a

tributação nacional, foi possível analisar através dos pressupostos, quais

opções as empresas têm para um enquadramento tributário. Desta forma

contemplando o primeiro objetivo específico proposto, que foi “Identificar os

pressupostos do planejamento tributário no ponto de vista contábil”.

Ainda no referencial teórico foram explicitadas as diferenças entre os

regimes tributários, seus benefícios e obrigações correspondentes, destacando

apenas os regimes vigentes no país que a empresa objeto de estudo se

enquadra. O que possibilitou um conhecimento necessário para entender a

finalidade e importância de um planejamento tributário, fazendo o

enquadramento da empresa, dentro da legalidade e favorecendo em termos de

lucratividade, entre as opções expostas se pelo lucro real anual, lucro real

trimestral e o lucro presumido.

Sendo descartado do estudo o lucro arbitrado, o regime de

tributação pelo arbitramento e o Simples Nacional que é o regime em que são

pagos oito impostos em parcela única, destinados a pequenas empresas como

forma de incentivo por parte do governo federal para que essas se

desenvolvam. Com isso contemplando o que foi proposto no segundo objetivo

específico deste estudo que foi o de “Identificar na legislação tributária os

aspectos gerais do Lucro Presumido e Lucro Real em uma empresa”.

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64

O terceiro objetivo específico deste estudo foi de “identificar o regime

mais vantajoso a empresa”, foi alcançado dentro do estudo de caso. Tendo em

conta os resultados encontrados no estudo de caso, a gestão da empresa pode

fazer uso de um planejamento tributário para viabilizar uma maior eficiência

financeira e ainda observa o melhor momento para mudanças necessárias na

forma de tributação, para garantir um crescimento contínuo.

No estudo foi apresentado ainda dentro do referencial teórico a Lei

do RIR/99 com seus artigos, que determinam a forma de tributação para as

empresas. O que forneceu dados suficientes para o estudo de caso, que

executou os passos sugeridos para uma verificação do planejamento tributário

adequado a empresa, através dos cálculos devidos.

No regime de tributação pelo Lucro Presumido a base de cálculo se

dá por meio de percentuais definidos em lei, que foram citados no trabalho.

Calcula-se a base de presunção e após é calculado o IRPJ e a CSLL, que

foram representados nos Quadro 9 e Quadro 10 do estudo de caso.

Enquanto no regime de tributação pelo lucro real é a forma mais

exata de calcular o IRPJ e o CSLL que no estudo de caso estão representados

no Quadro 13 e Quadro 14. Desta forma, por meio do lucro líquido ou como

usado no estudo a nomenclatura lucro contábil, calculam-se os impostos. No

lucro real ainda favorece a empresa o fato de serem exigidos os controles

contábeis na integra, com todos os livros de registros, proporcionando um

melhor acompanhamento do movimento financeiro da empresa.

A empresa que foi feito o estudo de caso desse trabalho tem como

regime de tributação atual o lucro presumido. Após o término desse trabalho

continua-se a ter o regime do lucro presumido como a melhor modalidade para

a empresa. Mesmo levando em consideração que não se pode apresentar

todos os registros exigidos para a apuração do IRPJ e CSLL pelo Lucro Real,

os dados colhidos na empresa e em sua DRE, permitiram uma análise com

base em premissas que levaram a uma aproximação da realidade contábil da

empresa caso optasse pela apuração por meio do lucro real.

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Ao ser analisado o Quadro 15. Comparativo Lucro Real X Lucro

Presumido, é observado uma economia de R$ 512.758,15 que a empresa

estudada conseguiu ao fazer a opção de tributação pelo regime de Lucro

Presumido. O que leva a concluir que a empresa estudada ainda se enquadra

no perfil para a tributação mais econômica de Lucro Presumido.

Com a identificação do resultado da comparação, entre os valores a

serem pagos pelo Lucro Real e os valores a serem pagos pelo Lucro

Presumido, aponta-se uma diferença favorável para o Lucro Presumido. Desta

forma o objetivo geral proposto neste trabalho foi alcançado ao apontar uma

alternativa de tributação federal menos onerosa às empresas prestadoras de

serviço.

Diante do exposto, sugere-se para trabalhos futuros, uma análise

sobre o momento certo para aderir à opção da tributação da empresa pelo

regime do Lucro Real. Uma vez que esse regime traz inúmeras vantagens para

a empresa, além da necessidade de empresa de ter uma evolução contínua,

como forma expressa em Lei de garantia de sua existência.

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