lucas 7

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1 LUCAS 7:36—50 — A PARÁBOLA DOS DOIS DEVEDORES ALERTA PARA TODOS: "Muitos vêm ouvir a Palavra somente para satisfazer seus ouvidos; eles apreciam a melodia da voz, a doçura suave da expressão, a novidade do conceito (At.17:21). Isso é amar mais o enfeite do prato do que o alimento em si; isso é o mesmo que desejar mais agradar a si mesmo do que ser edificado. É o mesmo que uma mulher que pinta o seu rosto e se esquece de sua saúde". Thomas Watson. “Incredulidade não é falha de compreensão intelectual. É desobediência face às ordens claras de Deus.” Campbell Morgan INTRODUÇÃO Artigo: Tensões no culto evangélico brasileiro

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estudo no evangelho de Lucas.

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1 LUCAS7:3650APARBOLADOS DOIS DEVEDORESALERTA PARA TODOS: "Muitos vm ouvir a Palavra somente para satisfazerseusouvidos;elesapreciama melodiadavoz,adourasuaveda expresso,anovidadedoconceito (At.17:21).Issoamarmaisoenfeitedo pratodoqueoalimentoemsi;issoo mesmoquedesejarmaisagradarasi mesmodoqueseredificado.omesmo que uma mulher que pinta o seu rosto e se esquece de sua sade". Thomas Watson. Incredulidadenofalhade compreenso intelectual. desobedincia face s ordens claras de Deus. Campbell Morgan INTRODUO Artigo:Tensesnocultoevanglico brasileiro 2 Uma das reas mais polmicas dentro do Cristianismo exatamente aquela em que deveria haver mais harmonia e consenso entre os cristos, ou seja, o culto. Atravs dasuahistria,aIgrejaCristvemse debatendocomdisputas,discussese discordnciasquantoaalguns importantes aspectos relacionados com o servio divino. Por exemplo, a questo daorganizao versus liberdade na liturgia. Outratensoentreofcioe participao. Quem deve dirigir o culto aDeus?Quempodeparticipar ativamente na liturgia? Somente aqueles que foram ordenados para isso pastores e presbteros? Maisumatenso:formalismoversus simplicidade. Relacionada com esta vem a tenso entre solenidade e alegria. 3 Masexisteaindaumatensotalveza um nvel mais profundo que representa um srio desafio para a liturgia da Igreja, quementeversuscorao.Oumais exatamente,qualolugardamenteno culto? 3. O PRINCPIO REGULADOR DO CULTO Emana do Captulo XXI da Confisso de F de Westminster, o que convencionou-sechamardePrincpioReguladordo Culto.Oprimeiroartigodomencionado captulo estabelece, in verbis:A luz da naturezanos ensina que hum Deus,queexercesenhorioesoberania sobre tudo, que bom e faz o bem a todos, equeporissodevesertemido,amado, louvado, invocado, crido de todo corao, e servido com toda a alma e com todas as foras; mas o modo aceitvel de adorar o verdadeiroDeusfoiinstitudoporele 4 mesmo,edetalmododeterminadopor suavontaderevelada,quenosedeve adorar a Deus conforme as imaginaes e invenes dos homens ou as sugestes de Satans,sobalgumarepresentao visveloudeoutromodoquenosejao prescrito na Santa Escritura. Apartirdoartigoacimatranscrito,e estendendo-seatocaptuloseguinte,a Confissoapresentaodeverdohomem paracomDeusexpostonaprimeira tbua da Lei de Moiss. Esse dever talvez possaserresumidonapalavra"culto" que,basicamente,denotaaatitudee comportamentoadequadosdianteda divindade,osquaissoexpressosem atos formais de venerao. 3.2IMPORTNCIA Ocultocristotemcomoumadesuas maistocantesmarcasaespontaneidade do adorador.5 OcrentenocultuaaDeusmovido somente pelo dever.Eleofaztambmporquetemprazer nisso.GeorgeS.Hendrylembraque"o culto que os cristos oferecem a Deus, no somente como dever, mas como prazeroso privilgio,umarespostaexperincia especificamente crist da salvao". TEMA DA MENSAGEM: O culto cristo umreflexodaconscinciaqueo crente tem do que foi feito por Deus a seu favor. ELUCIDAO I PANO DE FUNDO HISTRICO. Tudo indica que o cenrio onde ocorreu a parbolafoiemumdiadeSbado, 6 quando Jesus pregara durante o culto da manh,emumasinagogalocal.Era consideradoumprivilgioumpregador visitante para jantar na casa de Simo, o fariseu,ondeconvidouJesusparair suacasaafimdeparticipar,comelee comoutrosconvidados,darefeiodo meio-dia do Sab. Oanfitrio,porm,foinegligente, esquecendo-sedasregrascomunsde cortesia,nobeijandoJesus,nem lavandoseuspsouungindocomleo perfumadosuacabea.Chegando-se Jesusmesae,comosoutros convidados, tirou as sandlias. maneira tpicadapoca,osconvidadosse reclinavam em divs (espcie de sof sem encosto),aoredor damesa,apoiando-se sobre o brao esquerdo e mantendo livre a mo direita para se servir da comida e da bebida, e seus ps ficavam estendidos, afastados da mesa. Se no fosse inverno 7 arefeioacontecianoptio,porqueos judeus gostavam de comer ao ar livre. V.17-EEis queumamulher-notexto originalessapartesedestacacomose Lucas se espanta. Durantearefeiochegouuma mulher,quemoravanaquelacidadee queeraconhecidapelasuamoral duvidosa.Elacaminhourapidamente parapertodeJesus,pretendendolhe oferecerumvasodealabastro(vasoem formadepracomtampa),cheiode ungento perfumado. PorqueconheciaJesus,elaqueria presente-locomaqueleperfumeto caro.8 Queriaexpressar-lhesuagratidopor t-la ajudado, provavelmente ensinando-lhe a mensagem de salvao, e quem sabe noforaaquehouveraescutadopela manh quando Jesus ensinava.Ela no conseguiu controlar a emoo, e, antesquepercebesse,suaslgrimas corriamecaamsobreospsdeJesus. Lutero diz Lgrimas do corao. Elanotinhaumatoalhaparaenxugar seus ps.Ento, soltou seus cabelos para com eles sec-los.Assenhorasjudiasno desatavam os cabelos em pblico. Beijouseusps,tomouofrascode perfume e derramou-o sobre ele. DopontodevistadeSimo,aqueleera umincidentemuitoembaraoso.Sea mulhertivessecompradooperfumeto 9 carocomodinheiroganhona prostituio, o presente seria impuro.De acordo com (DT 23:18) - No trars o salriodaprostitutanempreodeum sodomita casa do SENHOR teu Deus por qualquervoto;porqueambosso igualmente abominao aoSENHORteu Deus.Deusabominavataisganhos,que, portanto,nopodiamsertrazidos sua casa.Alm disso a mulher desatara seu cabelo, estandonacompanhiadehomens; agindoassim,mostraraqueespciede mulher era.Eracontraosbonscostumesqueuma mulher soltasse seus cabelos em pblico. OfariseuseadmiravaqueJesus permitisse que tudo isso acontecesse. Ele 10 comeouaolharJesuscomolhos diferentes.SeJesusfosseumprofeta,elerefletia, saberiaqueestamulhererauma pecadora,equeseupresenteera maculado pelo pecado.Aps estes acontecimentos, Jesus tece a parbola. II A CHAVE DA PARBOLA muito amou. Mas aquele a quem pouco perdoado, pouco ama (Lc.7:47c) III O SIGNIFICADO DA PARBOLA a)A parbola no sentidomaiselevado, uma narrativa sobre a graa GraaFavordispensadorecebidode umamaneiragratuitasemquehaja merecimento pelo recebido. 11 b)Naparbolatemostrspersonagens reais: . Jesus (o salvador dos pecadores), . Simo, o Fariseu . e a mulher pecadora c)Temostambmnaparbolatrs personagens fictcios: .Ocredorqueemprestouodinheiro Jesus,Eleusaestafiguradenegcios para ilustrar uma lio. . Os devedores, o homem que devia 500 denrios aproximadamente equivalente a $50dlares,-refere-seamulher pecadoraeohomemquedevia50 denrios,aproximadamente6dlares) refere-se ao fariseu 12 .Ocredorqueemprestouodinheiro sabedor que nenhum dos dois tinha com que pagar, perdoou a ambos .Osdoissoidentificadoscomo pecadores e so identicamente perdoados d) Na parbola temos trs perguntas:As duas primeiras foram feitas por Jesus e a ltima pelos convidados de Simo 1 - Ora, qual deles o amars mais ? (vs. 42) Simo respondeu: tenho para mim que aquele a quem mais perdoou (vs.43) (RM 5:20) - Veio, porm, a lei para que a ofensaabundasse;mas,ondeopecado ABUNDOU, superabundou a graa; 13 -Ondemuitospecadossoperdoados,o amor mais manifesto. -Ofariseuagiaassimporquepouco amou.Amulherpecadoraagiaassim porque muito amou 2-vstuestamulher(vs.44)Jesus conheciaospensamentostantodo Fariseu como da mulher.Simo a via como uma alma depravada e abandonada. Vsestamulher?Via-amesmo?A questointeressan-te.Simono conseguiuveraquelamulher conformeentoera,porqueolhava-a conformetinhasido(Campbell Morgan). 3-Quemestequeatpecados perdoa (vs.49) 14 Os convidados ficaram alarmados com a maneiradeJesusassumiras prerrogativas divina. IV ANALISANDO SIMO O FARISEU a) Ele ficou bastante chocado com o que amulherfezecomaatitudedeCristo para com ela b) Ele duvidou que Jesus soubesse que a mulher era uma pecadora (LC 7:39) - Quando isto viu o fariseu que otinhaconvidado,falavaconsigo, dizendo: Se este fora profeta, bem saberia quemequalamulherquelhetocou, pois uma pecadora. 15 c) Ele se achava uma pessoa muito boa e tambm se comportava com fina polidez e no se considerava um pecador e) Ele havia convidado Jesus para comer emsuacasa,masnocomqualquer desejodeouvi-loensinar,poisjestava satisfeito com o seu conhecimento sobre a lei. f)Elenotinhaamnimaintenode honr-locomoseestimasse profundamente . Era costume entre os judeus ao receber visita, saudar com sculo (beijo de paz e amizade,comosinalderevernciae sujeio) providenciar gua para lavarem osps(comonostemposdeAbrao)e ungiracabeacomleo.Porm,nada disso ele fez. 16 (GN 18:4) - Que se traga j um pouco de gua, e lavai os vossos ps, e recostai-vos debaixo desta rvore; V ANALISANDO A MULHER PECADORA a) Ela procurou saber onde estava Jesus. Tudoindicaquehaviaouvidoosseus ensinamentos,porissoestavaasua procura (LC7:37)-Eeisqueumamulherda cidade,umapecadora,sabendoqueele estava mesa emcasa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungento; b)Elanohaviasidoconvidadaparao almoo, ela chegou por trs (LC 7:38) - E, estando por detrs, aos seus ps, chorando, comeou a regar-lhe os ps 17 comlgrimas,eenxugava-lhoscomos cabelosdasuacabea;ebeijava-lheos ps, e ungia-lhos com o ungento. c) Na poca as pessoas tinham o costume deentrarnascasassemserconvidado apenasparaolhar,comoacontece tambmaquinanossacultura nordestina d) Durante todo o incidente a mulher no falouumanicapalavra.Osseusatos falarammaisaltodoqueasua inteno de no falar. e)Elanoveioparaparticipardo banquete,elatinhaumafomemais profunda, pois era transgressora e sabia disso 18 f)Assuaslgrimasforamde arrependimento, alegria, amor e gratido. Frutos de quem recebe a palavra de Deus no corao. g)LavouospsdeJesuscomassuas lgrimasquenteseabundantes.Ao chorar aos ps de Jesus observou que os pstinhamsujadomaisdoquelavado, apressou-seaenxugarcomosseus cabelos. h)Depoisbeijouaquelespslimpos. (v.38) i)Elasentianocoraoquefora grandemente perdoada j)ElaungiuospsdeJesuscomo ungento mais caro e fino 19 (LC7:38)-E,estandopordetrs,aos seus ps, chorando, comeou a regar-lhe ospscomlgrimas,eenxugava-lhos com os cabelos da sua cabea; e beijava-lhe os ps, e ungia-lhos com o ungento. h)Seguintescaractersticasdamulher annima: Seu conhecimento de culpa Seu exerccio de f Ela que necessitava dealviodeconscincia,criaquepodia alcan-lo em Jesus. SuacertezadePerdoNoforamas lgrimasquelavaramosseuspecados, mas o amor de Cristo. Suaexperinciadepurificaocoisa essa que sempre acompanha o perdo Seusentimentodeamorque acompanhalogoaexperinciado 20 arrependimento. O amor a prova e no o motivo do perdo. Sua expressodegratidoEladeuo seu precioso ungento.SuanecessidadedeservioEla precisava fazer algo para algum que lhe fizera tudo. Sua herana de paz Vai-te em paz e foi nesta esfera que desde ento viveu. VI ANALISANDO JESUS a)AoniscinciadeJesuspodialero pensamentotantodeSimocomo tambm ver os atos da mulher pecadora e discernir a atitude de arrependimento. Note que o Fariseu falava consigo mesmo -(LC 7:39) - Quando isto viu o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fora profeta, bem saberia quem e 21 qual a mulher que lhe tocou, pois uma pecadora. b) Jesus ao discernir o Fariseu observou que ele no se considerava pecador - c) Jesus proferiu a parbola para corrigir o juzo equivocado do Fariseu -(LC7:40)-Erespondendo,Jesusdisse-lhe: Simo, uma coisatenhoa dizer-te.E ele disse: Dize-a, Mestre. d)JesusviuoqueSimonopde enxergar Aqui so revelados dois tipos de viso: Jesus Viu a gratido da mulher por estarliberta - SimoViuqueamulhererauma prostitutacheiadeatitudesqueferiaa 22 ticadeumamulherdereputaona sociedade VII AS LIES DA PARBOLA a) Todos esto falidos e somos devedores aos olhos do nosso Credor celestial. b) Nem o melhor de ns e nem o pior tem como pagar pelos seus dbitos. c)Cristo,porm,porsuavontadeem tomar para si mesmo o nosso dbito. Rm.5:6-11 d) Se formos perdoados, ento sentiremos amoredevooporaquelequenos perdou. e)Umavezlibertosdograndepesodo dbitodenossospecados,anossa gratido deve se manifestar. 23 CONCLUSO Ocultocristoumreflexoda conscinciaqueocrentetemdoque foi feito por Deus a seu favor.