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Lubgrax Meeting.

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CAPA

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2ª CAPAAnuncio Lugbrax.ai 16.08.10 15:48:48

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Revista LUBGRAX • julho/agosto 2010 • 3

EDITORIAL

A NECESSIDADE DA INFORMAÇÃO

EXPEDIENTE

REVISTA LUBGRAX Ano I Nº 5 – Julho/Agosto 2010

Capa: Foto: Iara Morselli

Produção: Maristela Rizzo

DiretorSérgio Ávila

Editoras responsáveis Maristela Rizzo – MTB 25.781

[email protected]

Miriam Mazzi – MTB [email protected]

Edição de arte e Editoração Alex Andrade

[email protected]

Editora de fotografi aIara Morselli

[email protected]

Marketing e eventos Sérgio Rodrigues

[email protected]

Gerente comercialFernando Mila

[email protected]

Circulação e assinaturasSalete Rodrigues

[email protected]

Pré-impressão e Impressão Neoband Soluções Gráfi cas

Lubgrax é uma publicação da Sergio Avila Editora e Eventos, dirigida

a profi ssionais e executivos de toda a cadeia produtiva de lubrifi cantes, óleos, fl uidos e

graxas, associações, entidades, universidades entre outros.

Circulação: Nacional Tiragem: 5 mil exemplares

Rua da Consolação, 359 – conjunto 1401301-000 – São Paulo, SP, Brasil

Tel (11) 3151-5140 [email protected]

Em novembro de 2009 a Sérgio Ávila Editora e Eventos colo-cava no ar a primeira edição da revista Lubgrax, com a pro-posta de atuar como um veículo de informações para toda a cadeia de lubrifi cantes, óleos, fl uidos e graxas. Um mercado que – todos concordam – estava carente de uma publicação

independente que auxiliasse na tramitação de conhecimento entre to-dos os elos desse setor que se encontra em amplo desenvolvimento.

Aos poucos estamos conseguindo atingir esse intento, graças ao apoio e à colaboração de profi ssionais e empresas de cada área que, com sua expertise e ampla vivência, conseguem nos auxiliar na elaboração de matérias que visam oferecer um panorama do setor de lubrifi cantes automotivos e industriais, desde a área de pesquisa e desenvolvimento até a entrega do produto ao consumidor fi nal.

Foi dessa mesma forma que hoje conseguimos levar para o mercado mais um produto que, esperamos, irá auxiliar o setor na criação de ferramentais para competir com igualdade nesse mercado tão acirrado: o Lubgrax Meeting.

Mais do que um simples seminário, elaboramos esse evento para ser um portal de conhe-cimento, onde contamos com a presença de renomados profi ssionais do mercado nacional e internacional de lubrifi cantes que, com muita competência, mostrarão inovações, ferramentas, tendências de formulação e processo, além de orientações sobre legislação e gestão.

Um exemplo desse trabalho já pode ser vivenciado nesta edição. Greice Patrícia Fuller, advoga-da com doutorado em direito ambiental que terá um horário durante o evento, traz aqui um artigo onde fala sobre a polêmica Lei de Resíduos Sólidos e suas repercussões dentro do mercado de lubrifi cantes que, antecipo, deixarão muitos empresários insones.

Mas o conhecimento não se encontra apenas no Lubgrax Meeting. Para comemorarmos este primeiro ano de atuação no mercado, conseguimos deixar a edição Nº 5 da Revista Lubgrax bem atraente. Como destaque, podemos falar da reportagem sobre Lubrifi cantes Food Grade, que aborda, principalmente, a necessidade gritante de todos os players desse setor se adaptarem às certifi cações existentes. Para se ter uma ideia, no ano passado, mesmo com a crise mundial, com parte do foco na exportação, o setor alimentício quintuplicou seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento, esforço que consequentemente resultará em mais exigências em cima dos fabricantes de lubrifi cantes food grade.

Exportação que também está impulsionando o setor de Glicerinas, que neste ano deve apre-sentar 150% de crescimento em virtude do aumento da produção de biodiesel.

Apesar de não apresentar percentuais de crescimento tão altos como o setor de glicerinas, o setor fabril de ácidos graxos de tall oil, seja importado ou nacional, também vem registrando crescimento como substituto do ácido oléico de origem animal.

São essas boas performances que também têm impulsionado o setor de logística de produtos químicos industriais. Este é o caso da IBL Logística que, apesar das difi culdades gritantes na nossa malha rodoviária, aérea e marítima, incrementou recentemente seus esforços para ampliar sua atuação junto ao mercado de lubrifi cantes.

Esses são apenas alguns exemplos que nos fazem dizer, sem falsa modéstia, que revistas como a Lubgrax e eventos como o Lubgrax Meeting se tornam não só necessários, mas indispensáveis.

Boa leitura!Maristela Rizzo

[email protected] ou ligue (11) 3151-5140

Assinatura anual R$ 95,00Subscription other countries US$ 150.00

Air mail: US$ 200.00

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4 • Revista Lubrificantes • julho/agosto 2010

SUMÁRIO

Indicadores de Mercado

24

22

Editorial 3

Entrevista – Wagner Lestingi 4

Perfil do Fornecedor – Afton Chemical 12

Ácidos graxos de tall oil 14

Perfil do Fabricante - Chevron 20

Lubgrax Meeting 22

Lubrificantes food grade 24

Artigo Técnico 32

Glicerinas 36

Eventos - InformEx 39

Legislação – Lei de Resíduos Sólidos 42

Produtos & Serviços 45

Guia de Produtos 49

Editorialista Convidado 50

Produto Mínimo (R$) Máximo (R$) Posto ICMS Pagamento

Biodiesel 1.970,00/m³ 2.100,00/m³ CIF – SP à vista

Óleo de Algodão Bruto 1.300,00/ton 1.400,00/ton FOB – NE 12% 30 dias

Óleo de Girassol Bruto 2.170,00/ton 2.220,00/ton CIF – SP 12% 30 dias

Óleo de Soja Bruto Degomado 2.000,00/ton 2.030,00/ton CIF – SP 12% 30 dias

Óleo Recuperado 1.250,00/ton 1.300,00/ton CIF – SP Diferido 30 dias

Sebo 1.350,00/ton 1.400,00/ton CIF – SP 12% 30 dias

Glicerina Loira – 80% mínimo 170,00/ton 180,00/ton CIF – SP 12% 30 dias

Metanol – 99,90% 1.030,00/m³ 1.050,00/m³ CIF – SP 18% 35 dias

Mercosul

Produto Preço Mínimo (USD) Preço Máximo (USD) Posto Matéria-Prima

Biodiesel 790,00/m³ 800,00m³ FOB – Argentina Soja

Fonte: Aboissa

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Revista Lubrificantes • julho/agosto 2010 • 5

RELAÇÃO DE ANUNCIANTES

EMPRESA PÁGINA

quantiQ ..............................................................................................................................................2ª capa e 49

Resitec ..................................................................................................................................................... página 9

Agecom ................................................................................................................................................. página 17

Metachem .............................................................................................................................................. página 25

Lwart ..................................................................................................................................................... página 27

Arinos .......................................................................................................................................... páginas 29 e 49

M. Cassab .............................................................................................................................................. página 31

BB Química .................................................................................................................................. páginas 43 e 49

UniAmerica ............................................................................................................................................ página 49

D’Altomare ............................................................................................................................................ página 49

Arch Química ......................................................................................................................................... página 49

Cabot ..................................................................................................................................................... página 49

Troy ....................................................................................................................................................... página 49

Aboissa ......................................................................................................................................................3ª capa

Ipiranga......................................................................................................................................................4ª capa

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6 • Revista LUBGRAX • julho/agosto 2010

EntrEvista – WagnEr LEstingi

A loteriA dA logísticA

em um país onde convivemos em um contrassenso, onde, por um lado, ve-mos a indústria a pleno vapor, focando cada vez mais seus esforços na expor-tação, e por outro, rodovias, portos

e aeroportos totalmente despreparados para absorver esse volume, é uma vitória encontrar empresas que se mantêm no ramo da logística por mais de 50 anos.

Felizmente esse é o caso da IBL Logística que, apesar de viver a loteria diária de encon-trar soluções criativas e condizentes ao bolso de seus clientes para contornar nossa triste condição logística, consegue se diferenciar no mercado de operações logísticas com muita responsabilidade dentro dos principais quesitos que concernem esta atividade: segurança, saú-de e cuidados com o meio ambiente.

Ainda mais dentro do ramo de lubrifican-tes, segmento que passou a atingir em 2009 sob a gerência de Wagner Lestingi, profis-sional com mais de 22 anos de atuação na área de transporte de cargas e que hoje é responsável por toda a gestão e comercia-lização da divisão de químico-industrial da IBL, que compreende também a área de lu-brificantes.

O segmento de lubrificantes, dentro da uni-dade químico-industrial, representa 10% dos negócios da IBL que, em 2009, apresentou fa-turamento de R$ 50 milhões. Além disso, a em-presa implementou esforços e incrementos para que, nos próximos cinco anos, essa área atinja a faixa de 18% de participação do faturamento da IBL. Os ferramentais? Além da criatividade inata de quem “nasceu” dentro da logística do Brasil, investimentos crescentes no treinamento e capacitação de seus colaboradores e atendi-mento de nível top para as indústrias.

Por Maristela Rizzo Lubgrax: como a iBl logística está estrutu-rada atualmente no mercado brasileiro?Wagner Lestingi: Hoje, a IBL possui cinco

unidades, uma em Guarulhos (Grande São Paulo), outra na cidade de São Paulo e as outras estão situadas em Campinas (SP), Du-que de Caxias (RJ) e Manaus (AM). Com o produto lubrificante nós atuamos a partir de Guarulhos e, no Rio de Janeiro, no trans-porte e armazenagem. Nas outras unida-des, exceto Manaus -onde está localizada

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EntrEvista – WagnEr LEstingi

carga é realizado um check-list de toda a parte de segurança do veículo, como docu-mentação do veículo, do motorista, da car-ga que será transportada, do material de proteção de carga, entre outros itens.Nós também temos um processo de manu-tenção rigoroso, tanto preventiva como cor-retiva, pois uma empresa de transporte de carga não pode incorrer em paralização de operações por problemas de manuten-ção, tanto pelo risco de não atender uma entrega, que possa prejudicar nosso cliente, como também por preservação dos nossos veículos. Outra coisa que fazemos com muita ênfase é o controle de jornada dos motoristas. A jornada de direção dos condutores está limi-tada ao máximo de 13 horas por dia. Além disso, exigimos o controle de velocidade limitada aos 80 km/h. Durante a jornada o motorista também é obrigado a interromper seu percurso para uma hora de descanso após três ou quatro horas percorridas.Já, dentro dos quesitos de saúde, nosso tra-balho também é muito forte. Todos os moto-ristas passam por exames periódicos, como ecocardiogramas, testes físicos e áudio visual. Normalmente as empresas que tra-balham dentro do segmento de transporte de cargas comuns não têm esse tipo de pre-ocupação, mas como a IBL está focada no mercado de químicos, o lubrificante acaba recebendo a mesma política do transporte desses produtos. E nós trabalhamos com o nível de exigência top. Todas as nossas operações de transporte de lubrificantes es-tão alinhadas às mais altas exigências das indústrias do segmento.

Lubgrax: A armazenagem também recebe uma atenção especial?Lestingi: Tanto para a armazenagem como

para o transporte nós temos planos de emergência para riscos acidentais ou inci-dentais. Na movimentação, todos os nossos equipamentos são constantemente verifica-

nossa divisão de produtos sensíveis (eletrôni-cos)- atuamos exclusivamente com produtos alimentícios.

Lubgrax: existe muita diferença entre fazer um transporte de lubrificantes quando com-parado com outros tipos de produtos?Lestingi: O maior diferencial no transpor-

te e na logística integrada do lubrificante está justamente nas políticas de seguran-ça, saúde e meio ambiente. O lubrificante, apesar de não ser considerado um produto perigoso, possui um alto risco potencial ao meio ambiente. Por isso, nossos clientes e o mercado exigem das empresas que atuam na logística (transporte e armazenagem) do lubrificante que tenham foco e políticas mon-tadas com norte para esses quesitos.Atrelado a esse tripé de segurança, saúde e meio ambiente vem também a questão da expertise na operacionalização da carga, pois, assim como outros produtos químicos, os fabricantes de lubrificantes trabalham com embalagens plásticas que são altamen-te sensíveis à movimentação e, na contra-partida, há os tambores de 200 litros que são extremamente pesados.Nós temos a responsabilidade com todos os nossos colaboradores, que são treinados e conscientizados constantemente sobre a forma de operacionalizar e movimentar essa carga, de forma que eles entendam nosso compromisso de garantir as caracte-rísticas e integridades dos produtos, não só para apresentação ao cliente, mas também para evitarmos possíveis ocorrências de vazamentos e derramamentos que possam provocar danos ao meio ambiente.

Lubgrax: diante disso, quais os cuidados que a empresa procura ter no transporte des-ses produtos?Lestingi: Hoje, os veículos que utilizamos

para o transporte têm no máximo oito anos de vida, totalmente lubrificados e engraxa-dos (risos). Antes de cada movimentação de

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EntrEvista – WagnEr LEstingi

dos. Além disso, todo carregamento conta com proteções. Todo caminhão recebe na parte de carga papelões instalados no piso e, entre um produto e outro, são instaladas chapas de madeirit separando os produtos de forma a não causar atrito. E, se houver sobreposição de cargas, elas também rece-berão uma chapa de madeirit entre elas. No armazém, possuímos pessoal treinado para fazer toda a movimentação dos ma-teriais. Além disso, no caso dos lubrifican-tes, trabalhamos com altura de 14 metros de sobreposição em porta paletes, que vai até o sétimo nível das estruturas, e todos os produtos que passam do segundo nível são estrechados, ou seja, envolvidos em filmes plásticos de forma a aumentar a segurança da armazenagem desses produtos.Mesmo com todos esses cuidados, podem ocorrer derrames, para essas ocasiões já temos à disposição produtos para a conten-ção desses líquidos, como o “macarrão”, que é um contentor utilizado para inibir que o derrame se estenda, e também as mantas e serragens que são empregadas para fa-zer a absorção. Depois é feita a desconta-minação do piso, com produtos específicos. Além disso, todos os resíduos gerados pelo derrame são entregues a uma empresa es-pecializada que faz toda a destinação.

Lubgrax: e em caso de incêndios?Lestingi: Em todos os nossos armazéns exis-

tem brigadas de incêndios que estão de acordo com a legislação e também dispo-mos de planos de contingência, que são es-tendidas ao transporte, quer seja por motivo de incêndio ou de pane elétrica.

Lubgrax: durante o transporte, toda em-presa, por mais cuidados que tenha, sofre o risco de acidentes, que acabam provocando derrames em áreas públicas. como a iBl está preparada para isso?Lestingi: Nossa empresa mantém contrato

com uma empresa de atendimento emer-

gencial que é renomada no mercado, a Su-atrans, que possui equipe e equipamentos adequados e faz todo o atendimento.

Lubgrax: logicamente manter toda esta es-trutura acaba sendo oneroso para a empre-sa. custo que geralmente é levado em conta na hora de fechar um contrato com o cliente. em vista disso, como fica a concorrência den-tro desse mercado? As empresas contratantes percebem a relação custo/benefício?Lestingi: Realmente, manter uma estrutura or-

ganizada com tudo isso que conversamos até agora não é pouco dispendioso. As indústrias de lubrificantes já operam com o top de exigência de seus fornecedores. Umas um pouco mais, outras um pouco menos, mas trabalham uniformemente, pois até o Sindicom (Sindicato Nacional das Em-presas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) possui programas que ditam regras de como deve ser a logística desses produtos. Tanto que essas empresas estão em um patamar de exigências altíssimo e uma transportadora só consegue prestar esse serviço para elas se alcançar um de-terminado nível de pontuação; do contrário não consegue atuar.Agora, a partir do momento que eles colo-carem na mesa “N” empresas operadoras do mesmo nível, daí começa a entrar outras questões como a relação financeira e pre-ço. Então realmente existe uma competição grande, mas é nivelada e saudável, pois todas estão no mesmo nível de exigências. Já, quando se trata do transporte de lu-brificantes realizado para o distribuidor e atacadista, ou seja, o frete é pago pelo distribuidor ou atacadista, o nível de exi-gências não é o mesmo. A IBL acaba con-correndo com empresas que não têm ne-nhum tipo de política de segurança, pois quem transporta para um distribuidor ou atacadista não sofre esse nível de exigên-cia e a questão da contratação vai pelo melhor preço unicamente.

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EntrEvista – WagnEr LEstingi

Lubgrax: e como fica a atuação dos sindi-catos para inibirem a prática de transporte de cargas sem as devidos programas de segurança?Lestingi: Nós temos o Sindicato dos Transpor-

tes que tem câmaras técnicas que cuidam da área de transportes especializados, mas que não consegue abranger o montante de transportadoras do Estado de São Paulo, até mesmo por falta de conscientização das operadoras. Por isso, essa questão de pro-fissionalização e treinamento acaba partin-do da iniciativa, cultura, conscientização e estratégia das empresas.

Lubgrax: devido às limitações rodoviárias, marítimas e até aéreas do Brasil, como ficam as operações logísticas das empresas espe-cializadas?

Lestingi: É muito complicado ter um serviço de logística dentro do Brasil, que é ca-rente de investimentos em rodovias. Tiran-do as rodovias estaduais de São Paulo e algumas federais, que cortam São Paulo e Rio de Janeiro, temos muitas rodovias em péssimo estado de conservação. Fator que agrega custo aos nossos negócios, como custo de manutenção de frota e de segurança, que acabam sendo repassa-dos aos nossos clientes. É o chamado “Custo Brasil” gerado pela ineficiência.Além disso, todos sabem da falta de estru-tura dos portos marítimos para atender à nossa exportação. Qualquer crescimento de exportação acaba gerando uma pane logística, pois os portos não têm capacida-de para receber e escoar uma quantidade grande de produtos.No geral eu acredito que o governo vai rea-lizar investimentos para modificar isso. Mas, quanto à conversão de tempo para que isso ocorra não sei dizer.

Lubgrax: dessa forma, trabalhar com logís-tica no Brasil é quase uma loteria?Lestingi: A gente precisa ter muita criativida-

de, apesar de serem serviços rotineiros. Pre-cisamos continuadamente procurar soluções customizadas, para que possamos repassar para o cliente e, muitas vezes, essas solu-ções dependem de variáveis externas. Isso faz com que o trabalho logístico seja um desafio interessante.

Lubgrax: Assim como ocorre dentro de ou-tros mercados, você também percebe dentro do mercado logístico carência de mão-de-obra especializada?Lestingi: Percebemos sim. Hoje, a nossa

maior dificuldade é no que diz respeito a motoristas de caminhão pesado, que conta com profissionais em extinção. Mui-tos motoristas não querem que os filhos sigam esta profissão, por isso a maioria dos motoristas que se encontram no mer-

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EntrEvista – WagnEr LEstingi

cado atualmente estão na faixa de idade acima de 40 anos. A renovação dessa oferta está muito complicada, ainda mais quando precisamos de condutores que já tenham experiência ou capacidade para dirigir estes veículos.Além disso, exceto a faculdade de logísti-ca, não existe cursos especializados para formar técnicos administrativos especiali-zados em logística, por isso nosso merca-do é muito carente. Acabamos contratan-do um colaborador com conhecimentos gerais e investimos em seu treinamento e em sua especialização, correndo o risco do turnover.

Lubgrax: Hoje, como a iBl está posicionada dentro do mercado de operações logísticas de lubrificantes?Lestingi: Atualmente as indústrias com as

quais trabalhamos dentro do mercado de lubrificantes têm uma participação de 20%. Eu diria que, dentro desse percentual, 35% estão dentro do mercado de São Paulo onde a IBL atua. Assim, a IBL atua na operação logística de 6% a 7% dos lubrificantes que são movimentados no Brasil. Nossos obje-tivos dentro de três a cinco anos é aumen-tarmos nossa participação junto aos nossos clientes atuais, mas principalmente dentro do mercado de lubrificantes.

Lubgrax: com foco maior nos distribuidores e atacadistas?Lestingi: Distribuidores e atacadistas, mas tam-

bém as indústrias. Hoje, nós temos no Brasil cerca de nove a dez grandes indústrias e nós atuamos apenas em duas atualmente: com a Chevron (Texaco) e com alguns dos distribuidores da Petrobras. Por isso, nosso objetivo é direcionar a IBL para podermos atuar nas outras indústrias também.

Lubgrax: e como vocês pretendem atingir esses objetivos?Lestingi: Neste segundo semestre inves-

timos na implementação do sistema de gestão Sassmaq da Abiquim, que é foca-do nas áreas de saúde, segurança, meio ambiente e qualidade, e acredito que até outubro a gente já obtenha a certificação. Além disso, realizamos um investimento muito grande no nosso armazém que foi preparado para atender a divisão indus-trial na qual o lubrificante está enquadra-do. Nós, hoje, estamos estruturados a oferecer para o mercado uma operação multimodal, ou seja, uma operação logís-tica integrada e não só o transporte. Com os nossos clientes atuais nós já deixamos a carga dele mais próxima ao ponto de venda. Nós queremos ofertar para o mer-cado nacional de lubrificantes toda esta estrutura, além de nossos programas de saúde, segurança e meio ambiente, como um diferencial que, atualmente, são pou-cas as empresas que possuem condições e estrutura para oferecer. Nossa estimativa é de atingir um crescimen-to em torno de 20% a 25% ao ano, chegan-do, nos próximos cinco anos, a um aumen-to de participação no transporte dentro do mercado de lubrificantes em um percentual entre 12% e 15%.

Lubgrax: como a iBl enxerga o potencial de crescimento do mercado de lubrificantes?Lestingi: A indústria automotiva cresce ver-

tiginosamente carregando em cascata as indústrias que oferecem produtos e serviços para esse mercado. Tenho visto um cresci-mento no mercado de lubrificantes na or-dem de 5% a 7%. O que está acontecendo é a mudança de volume entre as indústrias devido à concorrência. Daí que vem nossa estratégia de participarmos em mais indús-trias, pois cada vez que ocorre essa mu-dança de “mãos” no volume de vendas no mercado, sentimos no nosso negócio. Por isso queremos estar com todas elas, para poder trabalhar mais uniformemente dentro do mercado.

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PERFIL DO FORNECEDOR - AFtON ChEmICAL

ADITIVADA COM TECNOLOGIACaçula no mercado brasileiro de aditivos para lubrifi cantes e líder no ranking de aditivos para combustíveis, a Afton Chemical planeja novos investimentos em desenvolvimento tecnológico e na ampliação de plantas no País

Por Miriam Mazzi

Filial da Afton Chemical Corporation – subsidiária da NewMarket Corporation –, a Afton Chemical, na América Latina, mantém escritórios no Brasil, México e Venezuela, além de representantes de

vendas em outros oito países da região.Tendo seu core business no mercado de adi-

tivos, a empresa desenvolve e fabrica produtos que melhoram o desempenho dos combustíveis e lubrifi cantes. “Eles garantem mais efi ciência, potência e durabilidade de máquinas, veículos e outros equipamentos, além de contribuir para economia de energia e proteção do meio am-biente”, complementa Claudio Lopes, gerente de vendas Brasil/Paraguai.

A Afton oferece uma completa linha de adi-tivos para óleos lubrifi cantes de motor, transmis-são manual e automática, sistemas hidráulicos, turbinas e muitas outras aplicações. Já para o segmento de aditivos para combustíveis, con-forme Lopes, a companhia é líder do mercado nacional de aditivos que melhoram desempe-nho da gasolina, diesel e etanol. “Também fa-

bricamos aditivos que ajudam as refi narias a enquadrar seus produtos dentro dos limites de especifi cação”, acrescenta.

No Brasil, a Afton Chemical oferece uma linha de aditivos que abrange quase todas as aplicações para combustíveis e lubrifi cantes, ocupando a liderança na aditivação da gasoli-na. “Apesar da grande participação de merca-do nos aditivos para combustíveis, sem dúvida os aditivos para lubrifi cantes são responsáveis pela maior contribuição no nosso faturamento”, informa Lopes, esclarecendo que a linha de adi-tivos para lubrifi cantes compreende, também, as aplicações em óleos, fl uidos e graxas.

No mercado nacional de aditivos para lubrifi -cantes, a Afton não está entre as líderes em função de a companhia ser a competidora mais recente. “Somos os caçulas neste setor e, por esse motivo, ainda não somos os maiores, mas me orgulho em dizer que estamos entre os melhores”, diz.

LaNÇaMeNtOs Atenta aos requsitos técnicos exigidos pelos

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PERFIL DO FORNECEDOR - AFtON ChEmICAL

fabricantes de motores, equipamentos e de seus clientes, a Afton Chemical tem priorizado a atualização tecnológica, visando suprir esta demanda com lançamento de produtos de alto desempenho. “O Brasil acompanha as tendên-cias mundiais em termos de redução de emis-sões, economia de combustível, entre outras. Algumas vezes está à frente de países desen-volvidos. Exemplo disso é a utilização em larga escala do etanol em motores Flex e também o sucesso recente do biodiesel. Estamos acom-panhando de perto esta evolução e já temos tecnologias de aditivação capazes de melhorar o desempenho destes combustíveis”, explica Lo-pes, informando que a Afton Chemical é uma das primeiras empresas a oferecer ao mercado a tecnologia API SN/ILSAC GF-5, Dexos GM, que é a mais avançada geração de aditivos para motores a gasolina e etanol.

Trata-se de um novo pacote de aditivos, pre-visto para entrar em vigor em outubro de 2010, e que abrangerá um maior número de graus de viscosidade do que o pacote antecessor GF-4, reduzindo a necessidade do uso de óleos bási-cos especiais.

Por representarem um grande desafio aos formuladores, as novas classificações GF-5 e Dexos 1 serviram para ratificar a postura pio-neira da Afton no desenvolvimento de soluções tecnológicas demandadas pelo mercado.

PersPectivasEmbora ainda tenha um longo caminho

a percorrer quando comparado a mercados como o norte-americano e o europeu, na ava-liação de Lopes o Brasil está num momento de crescimento acelerado, de superação tecnoló-gica e de credibilidade dos investidores inter-nacionais, “o que exige a mudança do perfil dos produtos oferecidos pela indústria”, diz.

De acordo com ele, nos mercados desen-volvidos o maior uso de básicos Grupo II per-mite formular lubrificantes de maior nível de qualidade, que atendem especificações mais avançadas. “E neste item faço a única ressalva na comparação com mercados desenvolvidos,

pois precisamos reduzir a dependência de im-portação de óleos básicos e termos uma produ-ção local de óleos básicos Grupo II”, enfatiza.

Já em relação ao curto e médio prazos, o mercado brasileiro de aditivos mostra-se bas-tante otimista, a medida que acompanha o crescimento da economia. “O desempenho acima da média da indústria de combustíveis e lubrificantes mostra um cenário extremamente promissor para o nosso segmento”, analisa.

Ainda de acordo com Lopes, outro fator que traz bons ventos para o setor é a necessi-dade crescente de combustíveis que queimem de forma mais limpa e com menor nível de emissões. “Este cenário exige um rigoroso tra-balho de pesquisa e desenvolvimento de toda nossa indústria e aponta para um crescimento sustentável”, pondera.

Tendo como pano de fundo este cenário animador, a Afton está traçando estratégias de expansão. “Temos planos de investimentos em desenvolvimentos tecnológicos e na ampliação de plantas no Brasil. Dessa forma, visamos garantir aos nossos clientes o fornecimento de produtos de tecnologia avançada a preços competitivos”, explica.

Mas há obstáculos a superar. “O mundo perfei-to só existe no cinema ou na literatura. No mundo real, os desafios a serem vencidos serão sempre o grande motivador que nos levam à constante busca pela superação”, diz, argumentando que o setor de aditivos é um dos últimos a se beneficiar do crescimento econômico, embora já apresente uma tendência de recuperação sólida desde a crise de 2008. “Ainda assim, existem questões a serem resolvidas, como a especificação de nível mínimo de qualidade para os lubrificantes e dos requisitos para comprovação de desempenho na regulação da aditivação total da gasolina, es-tabelecida pela ANP para a especificação da gasolina de 2014”, diz. Entretanto, Lopes está convicto que tais empecilhos serão superados. “Muitas discussões técnicas estão ocorrendo nos mais diversos fóruns que orientam as demandas e necessidades do segmento e este é um sinal que em breve a solução será alcançada”, finaliza.

Claudio Lopes, gerente de vendas Brasil/Paraguai

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Ácidos graxos de tall oil

Qualidade à prova de fronteirasIndependentemente de ser produzido localmente ou importado, o ácido graxo de tall oil tem registrado crescimento de uso não só por conferir aos lubrificantes características específicas, destacando-se a elevação da qualidade do produto final, mas por ser um substituto inteligente para o ácido oléico de origem animal usado em muitas formulações de aditivos para lubrificantes

por Miriam Mazzi

um mercado com perspectivas e potencial de crescimento. Assim pode ser definido o setor de áci-dos graxos de tall oil, matéria-prima que confere características

fundamentais à produção dos lubrificantes, entre elas a qualidade.

No Brasil, o setor está em expansão não só em função do crescimento do volume de lubrificantes comercializado, mas pelo início da produção local pela Resitec, empresa for-

mada por meio de uma sociedade entre Me-adWestvaco (EUA) e Chemserve (África do Sul). A empresa opera a única refinaria de tall oil da América Latina, produzindo local-mente derivados do fracionamento do tall oil. A refinaria, fruto de um investimento de R$ 25 milhões, foi inaugurada há pouco mais de um ano. “Trata-se de uma grande conquista para as empresas brasileiras de lubrificantes, até então forçadas a importar DTO (destillet tall oil) e TOFA (tall oil fatty acid) da Europa

“A oferta pela Resitec-Miracema representa uma opção competi-tiva ao produto internacional e de disponibilidade just

in time”Fernando Scandoleira, gerente comercia da Miracema-Nuodex

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e EUA, produtos com tarifa de importação de até 12%”, informa o diretor-presidente Bernardo de Mello, garantindo que os produtos nacionais apresentam o mesmo grau de qualidade dos americanos e europeus.

Para distribuir os produtos Resiacid R-3 e Resiacid R-5 (TOFA), Resiacid R-30 (DTO) e Resitor 90 (TOR ou breu de tall oil) no merca-do de lubrificantes brasileiro, a Resitec conta com a parceria exclusiva da Miracema-Nuo-dex. “A oferta pela Resitec-Miracema repre-senta uma opção competitiva ao produto in-ternacional e de disponibilidade just in time”, confirma Fernando Scandoleira, gerente co-mercia da Miracema-Nuodex.

Conforme o gerente de negócios da Re-sitec Frederick Campos, o Resiacid R-30 é muito utilizado na formulação de produtos para metalworking, como os óleos solúveis, pois atua como um excelente emulsificante. Já os Resiacid R-3 e Resiacid R-5 podem ser utilizados como substitutos da oleína (ácido oleico) em diversas outras aplicações onde se requer um ácido graxo de composição definida e constante, com apenas um teor re-sidual de breu. “Os componentes de maior concentração nos Resiacid R-3 e Resiacid R-5 são ácido oléico, com 50%, e ácido linoléi-co, com 25%, respectivamente”, explica.

Com condição de suprir a demanda na-cional, segundo cálculos de Mello, a Resitec conta com capacidade instalada de 40.000 toneladas/ano. “Atualmente, estamos refinan-do 20.000 toneladas por ano”, contabiliza.

OutrOs usOs O ácido graxo de tall oil também pode ser

um substituto inteligente para o ácido oléico de origem animal usado em muitas formulações de aditivos para lubrificantes. “É notável o ganho de custo quando comparado ao ácido oléico ani-mal”, diz Campos, acrescentando a vantagem de apresentar um ponto de névoa bem mais bai-xo que o do ácido oleico, e uma melhor solubili-dade, graças à presença de ácido linoléico.

De acordo com o gerente de negócios

da Resitec, no mercado brasileiro também é considerada a mistura do ácido graxo com breu, conhecida por DTO, “o que representa-ria mais uma opção na fabricação de óleos de corte e como base para emulsificantes”, considera.

Exatamente por isso, a empresa oferece o DTO para as aplicações de metalworking há muitos anos. “Nestes anos passados uma das únicas fontes de matéria-prima era o mono-destilado (depiteched talloil – DTO), confun-dido com o distilled talloil, também chamado DTO, mas oriundo do processo de fraciona-mento”, explica Campos, informando que este produto não apresenta cheiro e possui mais estabilidade de cor e, principalmente, não cristaliza à temperatura ambiente.

O diretor-presidente da Resitec comenta que outra opção para o mercado brasileiro tem sido a importação do DTO dos Estados Unidos e Europa, entretanto, conforme ele, por possuir mais de 10% de ácidos resinicos, este DTO não pode ser caracterizado como ácido graxo de tall oil. “E, por isso, deve ser classificado como tall oil mesmo refindo no sistema de tarifa externa comum, pagando assim um imposto de importação de 12%.”

IMpOrtadOs Do ponto de vista do distribuidor, há no

momento alguma dificuldade em se obter áci-dos graxos importados em virtude do reaque-cimento da economia mundial e também pelo vazamento de óleo no Golfo do México, que fez com que gigantes quantidades de produ-tos químicos especiais (e formulados com áci-dos graxos, especialmente o oléico) passas-sem a ser utilizados na limpeza e remoção do óleo derramado. “De uma forma geral, este cenário fez com que os ácidos graxos se tor-nassem mais escassos”, justifica armando stilhano Neto, gerente de negócios da Metachem, distribuidor de ácidos graxos fa-bricados pela americana Arizona Chemical, especialmente indicados para formulação de lubrificantes industriais (metalworking).

Bernardo de Mello, diretor-presidente da Resitec

Frederick Campos, gerente de negócios da Resitec

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Estas matérias-primas, conforme Stilhano Neto, garantem a obtenção de um produto de primeira linha, com redução significativa de odor devido à baixa concentração de enxofre, o que se torna cada vez mais significativo em função da crescente preocupação com a saú-de do trabalhador.

Além disso, o gerente de negócios da Me-tachem salienta que o ácido graxo da Arizona Chemical pode, além de substituir o óleo de soja na produção de resinas alquídicas, reduzir o tempo do processo de produção dos lubrifi-cantes e apresentar sensível aumen-to da secatividade, o que também contribui para a agilização do pro-cesso de produção do lubrificante.

Como agentes e distribuidores da Arizona Chemical, a Metachem fornece há mais de dois anos, via estoque local, o Syltatal D30LR, DTO contendo 30% de ácidos ro-sínicos, considerado uma opção na fabricação de óleos de corte e como base para emulsificantes. “O produto é realmente especial por várias razões”, enfatiza Stilhano, afirmando se tratar do “verdadeiro DTO já contendo 30% de ácidos rosínicos e não uma simples mis-tura de breu com ácidos graxos ou oleína”, diz. Além disso, ele destaca, entre os itens comerciali-zados pela Metachem, o D30LR, que possui cor muito clara (Cor Gardner 5 – típico); o D30LR, que possui baixíssimo odor; e o D30LR que não decanta, como é comum nos produtos oriundos de mistura de ácidos graxos/oleína com breu.

Para Stilhano Neto, a produ-ção local do ácido graxo de tall oil é insuficiente para abastecer a demanda, tanto no tocante à quantidade, “mas especialmente quando nos referimos à qualida-

de”, destaca, argumentando que “muitos fabri-cantes de óleos lubrificantes lançam mão do recurso da importação, principalmente o da produtora americana e representada Arizona Chemical, para terem um produto de alta qua-lidade”, finaliza.

Os produtos distribuídos pela Metachem e disponíveis no Brasil em estoque local são: Sylfat FA-1 (ácido graxo de tall oil (TOFA) rosí-nicos < 5%); Sylfat FA-2 (ácido graxo de tall oil (TOFA) rosínicos < 1%); Sylvatal D30LR (tall oil destilado (DTO) com 30% de rosínicos).

Armando Stilhano Neto, gerente de negócios da Metachem

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Perfil do fabricante – chevron

Por Miriam Mazzi

Fortalecendo a cadeia de valor

Antonio Ennes, diretor da Chevron Brasil Lubrificantes

Dona, entre outras, das marcas Havoline, direcionada para veículos de passeio, comerciais leves e motocicletas, e Ursa, voltada para o segmento de veículos diesel, a Chevron tece e implanta estratégias que vão do desenvolvimento de produtos com alto valor agregado a políticas de integração com a comunidade. Tudo isso para reverenciar o cliente e conquistar sua fidelidade.

Presente no Brasil desde 1915, quando começou a vender derivados de petró-leo com a marca Texaco, a Chevron atua em várias frentes de negócios no País, onde atualmente possui cerca de

750 empregados. A empresa abriu seu escritó-rio de Upstream (exploração e produção de pe-tróleo) no Rio de Janeiro em 1997 e tem partici-pações comerciais que variam de 20% a 51.7% em diversos campos de petróleo, cobrindo uma área de abrangência de 721km2.

Globalmente, a Chevron Corporation é uma das líderes entre as empresas de energia. Com sede em San Ramon, Califórnia (EUA), a com-panhia está presente em mais de cem países nos cinco continentes do mundo. Sua atuação está focada na exploração, produção e trans-porte de petróleo bruto e gás natural.

No Brasil, atualmente a Chevron ocupa o segundo lugar no ranking de vendas de lubrifi-cantes, por meio da Chevron Brasil Lubrifican-tes, e é líder na fabricação e comercialização

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Perfil do fabricante – chevron

de óleos lubrifi cantes e graxas, com destaque para as marcas Havoline e Ursa. Sua fábrica em Duque de Caxias (RJ) é peça fundamental na estratégia de suprimento para a América Latina e produz 160 milhões de litros por ano de óleos lubrifi cantes automotivos e industriais. A Unidade de Embalagens, na mesma região, produz, anualmente, 60 milhões de diferentes tipos de embalagens para todos os óleos Texa-co. Já a fábrica de Graxas em Osasco (SP) é responsável pelo suprimento de 25% do merca-do brasileiro.

DISTRIBUIÇÃO ESTRATÉGICA Grande parte das vendas da Chevron é re-

alizada pelo canal indireto. Este farto volume alcançado traduz a importância que a com-panhia dá para este canal de vendas. Tanto que é reconhecida mundialmente pelos seus distribuidores como um parceiro de qualidade, que oferece produtos de alta performance para o mercado. “A Chevron tem, na sua rede de distribuidores, a extensão da sua força de ven-das, parceria fundamental para toda a cadeia produtiva e para o sucesso das vendas de lu-brifi cantes”, defi ne o diretor Antonio Ennes, concordando que a importância das ativi-dades dos distribuidores é cada dia mais evidente. “Por meio deste canal de vendas escoamos nossa tecnologia e serviços para uma gama extensa de pontos-de-venda e consumidores fi nais”, diz, complementan-do que, frente à crescente demanda por produtos, os distribuidores representam um modelo seguro, que garante a entrega dos produtos com efi ciência, alcançando, desta forma, uma satisfação e fi delização acima da média.

FIDELIZAÇÃOEnsina o bom marketing que manter o

cliente satisfeito é o primeiro passo para obter sua fi delidade. E para alcançar esta satisfação, a Chevron não poupa esforços. Exemplo são os serviços de pós-vendas, que contam com equipes de engenheiros e téc-

nicos permanentemente em campo, disponível para contato direto com os clientes. “Além dis-so, dispomos de uma equipe de representantes de vendas e especialistas técnicos capacitados para atender as mais diversas necessidades de nossos clientes”, diz Ennes.

Essa proximidade garante a coleta de dados que vão subsidiar as áreas de assistência técni-ca e de desenvolvimento de produtos, que traba-lham em conjunto, buscando sempre a excelên-cia em qualidade. “Nossos produtos e serviços são desenvolvidos atendendo a um padrão de classe mundial, que garante a confi abilidade e a rapidez das informações”, completa o diretor.

O entendimento das necessidades dos clientes tem sido essencial na construção da fi delização das marcas da Chevron. E também tem propiciado a confecção de lançamentos. No Centro de Tecnologia da Chevron em Ri-chmond, na Califórnia (EUA), os novos pro-dutos são testados e validados. “Neste ciclo, forma-se uma ponte importante entre as aspi-rações dos clientes, a tecnologia exclusiva, as matérias-primas e a alta capacidade de nossas fábricas”, destaca.

brifi cantes”, defi ne o diretor Antonio Ennes, concordando que a importância das ativi-dades dos distribuidores é cada dia mais evidente. “Por meio deste canal de vendas escoamos nossa tecnologia e serviços para uma gama extensa de pontos-de-venda e consumidores fi nais”, diz, complementan-do que, frente à crescente demanda por produtos, os distribuidores representam um modelo seguro, que garante a entrega dos produtos com efi ciência, alcançando, desta forma, uma satisfação e fi delização

Ensina o bom marketing que manter o cliente satisfeito é o primeiro passo para obter sua fi delidade. E para alcançar esta satisfação, a Chevron não poupa esforços. Exemplo são os serviços de pós-vendas, que contam com equipes de engenheiros e téc-

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Perfil do fabricante – chevron

SUSTENTABILIDADESer uma das líderes do setor não só é tra-

duzido pelo desenvolvimento de lubrifi cantes de alta tecnologia, mas impõe sair na frente na adoção de estratégias adequadas às no-vas necessidades. É o que faz da Chevron uma empresa sustentável. “Temos um portfó-lio completo de produtos amigáveis ao meio ambiente, que vão desde produtos de grau alimentício e biodegradáveis para diversos segmentos Industriais à nossa linha automo-tiva, que reduz emissões e consumo de com-bustível”, explica o diretor.

A Chevron Brasil Lubrifi cantes preocupa-se também com a integração entre a empresa e a comunidade e com a proteção da natu-reza. “Diversos programas de saúde e meio ambiente são adotados de acordo com a orientação corporativa mundial”, inclui Ennes. Esses programas são aplicados nas fábricas

de lubrifi cantes e graxas, em equipamentos e em tanques subterrâneos. Um exemplo é o programa Zero Derrame, de prevenção de vazamento de produtos, nos procedimentos de carga e descarga.

Para a completa confi ança dos clientes, o sistema de gestão de qualidade da Chevron é certifi cado pelas normas ISO 9001, QS 9000 e ISO14000, incluindo projetos, fabri-cação e assistência técnica para seus óleos, coolants, fl uidos e graxas. Para garantir que tudo esteja em conformidade com os manu-ais, procedimentos e planos de controle, são realizadas, periodicamente, Auditorias Inter-nas de Qualidade e de Monitoramento às certifi cações.

CATEQUIZAR PARA CRESCERCom a perspectiva de manter em 2010

sua segunda colocação no ranking nacional, a Chevron recentemente lançou uma gama com-pleta de produtos da família Ursa, que propor-cionam benefícios e desempenho comprovados para o segmento de transporte.

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A Chevron possui uma ampla gama de produtos que abran-gem os diferentes segmentos do mercado brasileiro de lubrifican-tes. Para o segmento de veículos de passeio e comerciais leves, a empresa oferece a família Havoline, composta por sete produtos, com destaque para a linha Deposit Shield (Havoline Energy, Ha-voline Semi-Synthetic, Havoline Syntethic e Havoline Ultra), formu-lados a partir de básicos especiais, que garantem proteção contra formação de depósitos, atuando na superfície de contato das pe-ças do motor e, assim, criando uma camada de proteção contra a formação de depósitos. Ao mesmo tempo, agentes detergentes ajudam a manter as peças limpas.

O segmento de Motocicletas também é atendido pela famí-lia Havoline por meio do Havoline Premium Motorcycle Oil 4T, do Havoline Super Motorcycle Oil 2T e do Havoline Super Mo-torcycle Oil 4T. Esses produtos se destacam por proporcionarem um excelente desempenho, proteção das áreas críticas do motor, trocas de marchas suaves e adequado funcionamento da embrea-gem e das engrenagens. Estes benefícios, em conjunto, aumentam a vida útil do equipamento e permitem que o usuário extraia a performance máxima do equipamento.

A família Ursa é voltada para o segmento de veículos diesel. Esta

família de produtos proporciona proteção, performance e operação de classe mundial, tornando-a mais do que uma linha Premium de produtos capaz de estender o período de troca do lubrificante e a vida útil do equipamento. Um dos destaques da linha Ursa é o Ursa Premium TDX SAE 15W-40, óleo lubrificante de alto desempenho para motores diesel, que proporciona excelente limpeza e proteção do motor, manutenção mínima, permitindo intervalos de troca esten-didos e prolongando a vida útil dos componentes do motor. A linha Ursa conta também com o produto Ursa Super TD SAE 15W-40 , que proporciona limpeza e proteção adequada das partes internas do motor, aumentando, consequentemente, a sua vida útil.

Além disso, a Chevron Lubrificantes também atende às ne-cessidades de diversos setores da economia como agricultura, construção, mineração, navegação & offshore e outros, por meio de marcas Texaco como Meropa, Rando, Marfak etc.

Conforme Ennes, os principais produtos da empresa são as famílias Ursa e Havoline. “Com mais de cem anos de tradição, a marca Havoline é reconhecida como líder na preferência de mo-toristas e mecânicos no País inteiro, assim como das montadoras de veículos. A marca Ursa distingue os lubrificantes Texaco para veículos a diesel”, argumenta.

Uma grande Família

Além da família Ursa, outros investimentos vêm sendo realizados no sentido de acompa-nhar as tendências de consumo e antecipar as necessidades dos consumidores e do mer-cado mundial das grandes montadoras.

Entretanto, manter o market share não é das tarefas mais fáceis, tendo em vista o fato de o potencial do mercado brasileiro para a comercialização de óleos lubrificantes ser muito grande, o que, muitas vezes, implica no aumento do número de fabricantes com qualidade duvidosa. “Alguns consumidores têm dificuldades de separar o joio do trigo. Outros são muito receptivos a preço e, por vezes, optam por óleos lubrificantes mais ba-ratos, com qualidade e procedência duvido-sas”, argumenta Ennes.

Por isso, na avaliação do diretor da Chevron, um dos grandes desafios hoje é a conquista de um mercado nacional de lu-brificantes de alto nível. “É nesse momento que desenvolvemos um importante papel na conscientização da importância do uso do

produto recomendado pelo fabricante de equipamentos originais, do período de troca correto, manutenção dos filtros, manuseio do lubrificante etc”, lista, citando a realização de campanhas junto às redes de distribuido-res e aos próprios usuários alertando sobre os benefícios da manutenção preventiva.

O trabalho de conscientização ainda abrange o treinamento de mecânicos e profis-sionais, que trabalham nas trocas de óleo e na indústria, no sentido de esclarecer a impor-tância do lubrificante nas diversas aplicações automotivas e industriais. Tal ação visa, como conse quência, destacar as desvantagens da utilização incorreta, como aumento de gastos, consumo, manutenção excessiva e quebra.

Com estas e outras iniciativas a Chevron tem como meta para o curto e médio prazos o fortalecimento de sua presença no mercado brasileiro de lubrificantes, considerado estraté-gico para o negócio. “Para isto iremos, cada vez mais, fortalecer toda nossa cadeia de va-lor”, assegura o diretor.

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Lubgrax Meeting

O mercadO de lubrificantes de cabO a rabOCom a presença de profissionais renomados no mercado interno e externo, evento consegue abordar toda a cadeia de lubrificantes

O Lubgrax Meeting, primeiro en­con tro que a Sergio Ávila Edi­tora e Eventos, responsável também pela publicação da revista Lubgrax, realiza para o

mercado ocorre neste dia 2 de setembro com estimativa de público de mais de 200 profissio­nais de toda a cadeia do setor de lubrificantes, óleos, fluidos e graxas.

Dividido em oito palestras, o evento foi ela­borado para cobrir assuntos tanto sobre aditivos para a formulação de lubrificantes, passando por legislação, gestão e cuidados na lubrifica­ção. Para tanto, foram convidados profissionais renomados no mercado e com expertise ampla em cada área do setor.

Um exemplo é a presença de Carlos Ristum, presidente do Simepetro (Sindicato Interestadu­al das Indústrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo), que foi convidado para abrir o evento apresentando para o mercado um perfil do mercado de lubri­ficantes neste ano de 2010.

Logo após, o evento abre as portas para Joseph Purnhangen, gerente comercial para o mercado Lubrizol Corporation, que discorrerá sobre as “Novas tecnologias de aditivos para aplicações em lubrificantes industriais”. O pro­fissional é bacharel em ciências em negócios e marketing pela Universidade de Phoenix, mem­bro da Society of Tribologists and Lubrication Engineers (STLE) e especialista no mercado de lubrificantes para metalworking.

Na sequência, o químico industrial Sil­vio Blanco Vernabel e a química Camila de

Paula, ambos da Wacker Silicones (quantiQ), abordam o tema “Soluções para lubrificantes industriais”. Camila de Paula é graduada em química pelas Faculdades Oswaldo Cruz, e pós­graduada em marketing pela FAAP. Traba­lhou na área de químicos têxteis, com ênfase na parte de acabamentos e, em 2008, iniciou seu trabalho na Wacker atuando como química de aplicação para as áreas têxteis e lubrifican­tes. Já, em 2009, somou a área de silicones para construção.

Vernabel é químico industrial formado pe­las Faculdades Oswaldo Cruz e com MBA em Gestão de vendas e marketing pela ESAMC. Atua na Wacker desde 1990, tendo atuado em Controle da Qualidade, Sistemas da Quali­dade, Processos, Desenvolvimento e Aplicação de Silicones para diversas áreas. Desde 2003 atua como Químico de Aplicação para Anties­pumantes e silicones para auto ­ adesivos.

Outro palestrante de renome é Mike Brown, gerente técnico da unidade de lubrificantes e base óleo da SK Lubrificantes Americas, empre­sa líder no mercado de bases do Grupo III, que opera com as marcas Yubase e Yubase Plus.

Brown é doutorado em físico­química e pos­sui 27 anos de experiência com combustíveis, lubrificantes e bases. Além da SK Lubrificantes,

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Lubgrax Meeting

o profissional atuou na Exxon, nas áreas de pes­quisa e marketing; na Castrol, como gerente do laboratório de lubrificantes automotivos e, na sequência, como diretor regional de tecnologia para a Castrol Américas.

Encerrando o quadro de aditivos, o enge­nheiro químico Felipe Abambres, da empresa Miracema­Nuodex, discorre sobre a “Perfor­mance de pacote de aditivo multifuncional à base de compostos contendo bismuto e enxo­fre, em graxa de lítio”. Abambres atua como assistente técnico na companhia há cinco anos, com foco no mercado local e internacional, nas áreas de aditivos para lubrificantes, aditivos para tintas, biocidas, ácidos graxos, catalisa­dores, entre outros.

O prOcessOPara abrir o quadro de processos de lubrifi­

cação, Marcelo Gracia, diretor da franquia da Noria no Brasil, uma das maiores e mais con­ceituadas empresas de consultoria e treinamen­to em lubrificação do mundo, comenta sobre os “Cuidados para evitar a contaminação dos lubrificantes”. Gracia é engenheiro mecânico com 20 anos de experiência na área de lubri­ficação, especialista em lubrificantes, filtragem de fluídos e análises preditivas e mestre em Tri­bologia pela Escola Politécnica da Universida­de de São Paulo.

Para falar sobre o “DNA da gestão”, o Lubgrax Meeting recebe o engenheiro quími­co com Máster em Marketing Industrial, Carlos Fernando de Abreu, que atua há 30 anos na área química e petroquímica com foco em mo­delo de gestão e liderança participativa. Nos últimos 20 anos, Abreu atua como acionista, ocupando a direção comercial e marketing da Bandeirante Brazmo, empresa líder na distribui­ção de matérias­primas para diversos setores da indústria química, representando inúmeros produtores nacionais e internacionais. Além dis­so, há oito anos dedica­se ao aprendizado e educação para o desenvolvimento de líderes e equipes de alto desempenho.

Advogada e sócia do escritório Gabriel

Advogados Associados, Greice Patrícia Fuller manterá o mercado informado sobre a Lei de Resíduos Sólidos, que foi sancionada no últi­mo dia 2 de agosto, e sua repercussão dentro do mercado de lubrificantes. Formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ­ PUC/SP, Greice possui mestrado e doutorado na área de Direito Ambiental pela PUC/SP.

Encerrando o evento, Sérgio Manzoli, res­ponsável pela série de cursos “Milagre da Lu­brificação”, da empresa Silubrin, apresentará o tema “evolução da lubrificação no mercado na­cional”. Especialista em filtragem industrial, atu­ando há mais de 25 anos nesse setor, Manzoli possui várias especializações obtidas através de cursos nos EUA e América Latina, além de ser responsável pela implantação da filtragem industrial no Brasil pela Parker Filtration.

Com a presença desses profissionais, a Ser­gio Ávila Editora e Eventos consegue seu princi­pal objetivo: agregar valor aos conhecimentos dos profissionais do setor, fornecendo ferramen­tas capazes de gerar resultados em sua vida profissional.

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Lubrificantes food Grade

O grau da mOdernizaçãOInvestindo cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento, a indústria alimentícia aumenta a cada ano o grau de exigência por produtos aptos a sua produção, fazendo com que o mercado de lubrificantes food grade esteja atento cada vez mais às normatizações.

Por Maristela Rizzo e Miriam Mazzi

alimento é vida, é energia, é a força motora do nosso corpo, é fator de geração de saúde física, mental e emocional. Um dos motivos para que a indústria

de alimentos e bebidas venha mantendo per-formance significativa, mesmo com o advento da crise mundial, o que gerou para o mercado um faturamento total de R$ 291,6 bilhões em 2009, um crescimento de 3,09% em compa-ração a 2008. Crescimento este impulsionado em grande parte pelo mercado interno, devido

ao controle da inflação, aumento da renda da população e estabilidade da moeda, o que fa-voreceu a demanda não só por itens básicos, como os produtos de maior valor agregado.

Além disso, como informa o presidente da ABIA (Associação Brasileira de Indústrias da Alimentação), Edmundo Klotz, esse comporta-mento positivo do mercado também se deve à movimentação das indústrias brasileiras de alimentos em envidar esforços para garantir cada vez mais a oferta de produtos de quali-dade aos consumidores, por meio da compra

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de equipamentos mais modernos, ampliação da área produtiva e, principalmente, na parte de pesquisa e desenvolvimento, que só em 2009 teve um incremento cinco vezes maior em rela-ção a 2008, atingindo o percentual de 22,6%. Como a própria entidade diz, isto mostra que o setor mantém uma postura proativa, antecipando as tendências do mercado.

Até mesmo as exportações, que apresentaram queda de 7,3% em 2009, já mostram retomada em 2010. No primeiro trimestre deste ano o setor alimentício apresentou aumento de 25,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Este movimento da indústria alimentícia brasileira, tanto no mercado interno como no externo, faz com que elas repassem essa responsabilidade para seus fornecedores, exigindo deles produtos cada vez mais adequados às normas externas e à crescente demanda da população brasileira por produtos mais saudáveis e, neste rol, certamente estão os fabricantes de lubrificantes. “Cada vez mais as empresas alimentícias estão se preocupando com programas de análise de risco, tais como HACCP e GMP. Com isso, exige-se mais dos fabri-cantes de lubrificantes food grade. Agora, mais do que nunca, é de fundamen-tal importância o emprego de lubrificantes que sejam fisiologicamente neutros e que atendam as especificações do NSF-H1”, alerta Ricardo Francisco Cabanas, assessor técnico da Fuchs Lubritech Divisão BR.

ClassiFiCaçãoFood Grade é um termo em inglês que significa “grau alimentício” e

os lubrificantes classificados neste termo são geralmente graxas, óleos e pastas que podem entrar incidentalmente em contato com alimentos, medi-camentos, cosméticos, entre outros, não podendo exceder a 10 ppm. Na maioria das vezes são fabricados por óleos mi-nerais brancos e aditivos aprovados por órgãos regulamentadores, assim como também à base de polialfaolefinas. “Os lubrificantes alimentícios não podem interferir no sabor, no odor e na cor do alimento ou medicamento, além de não ameaçar a saúde de quem irá consumi-lo. Os órgãos regulamentadores mundialmente conhe-cidos são: o FDA (Food and Drug administration) e NSF (National Science Foundation) nos Esta-dos Unidos e DIPOA (Departamento de inspe-ção de produtos de origem Animal), e Secretaria de Agricultura e Abastecimento (CETEA - Centro de Tecnologia de Embalagens)”, informa anna Katrin Jarosch, gerente de suporte técnico da Lumobras.

Lubrificantes com registro NSF H1 são, na prática, ‘aditivos alimentares

Ricardo Francisco Cabanas, as-sessor técnico da Fuchs Lubritech Divisão BR

Anna Katrin Jarosch, gerente de suporte técnico da Lumobras

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Lubrificantes food Grade

indiretos’, já que podem ter contato acidental com os alimentos devido a vazamentos, respin-gos ou falhas no equipamento. Como Sidnei Bincoletto, coordenador de marketing industrial da Mobil Lubrificantes (Cosan), explica, a NSF estabeleceu uma lista de lubrificantes com o re-gistro H1 com base na revisão dos dados de fornecedores de lubrificantes contra as exigên-cias da FDA, e anterior às revisões da USDA. “Tal lista registra os produtos uma vez que te-nham confirmado que os materiais estão em conformidade com as listagens da FDA/GRAS e os coloca no seu site para o acesso público em on-line ‘White Book’”.

Apesar das exigências existentes nesse mercado (veja Box), nem todos os fabrican-tes de lubrificantes se encontram atualmente adequados no que concerne à obtenção do registro e muitos ainda atuam com laudos obsoletos e que não são mais aceitos. “Isso faz com que algumas empresas aceitem es-sas certificações acreditando que assim estão seguras em seus processos, o que não é a realidade”, verifica Vinicius de Medeiros, gerente técnico comercial da Lubriquim pro-dutos Químicos.

Além disso, de acordo com Valter alves Torres, sócio-gerente da Interlub, o setor ali-mentício ainda carece de maior conscientiza-ção da necessidade do uso de produtos con-siderados food grade. “Uma boa parte ainda acredita que o uso desses produtos implicam em aumento de despesas, apesar da realidade não ser exatamente esta”.

Esta situação do mercado também é obser-vada pela Kluber Lubrication South America, que também percebe que nem todos os forne-cedores deste mercado estão adequados à legislação para fornecimento de lubrificantes food grade. “Garantir adequada lubricidade e performance do lubrificante quando há li-mitação na utilização de matérias-primas de-manda uma equipe de pesquisa e desenvolvi-mento qualificada. Além disso, notamos que alguns fornecedores se respaldam em laudos de outros institutos que não atendem à regu-

lamentação internacional e oferecem ao mer-cado, desta forma, lubrificantes que não são, de fato, food grade”, declara Rosemeire Esteves santos Zilse, gerente de vendas e marketing da empresa.

Em contrapartida, Jorge Efrain Rey de oliveira, gerente de mercado da Klüber, afirma que os fabricantes de food grade es-tão em sintonia quando se fala em produto, na formulação e utilização de matérias-primas base, que são muito semelhantes no merca-do. Segundo ele, esta escolha é orientada pela expertise já construída neste mercado ao longo dos anos, bem como pelas inova-ções tecnológicas oferecidas pelos fabrican-tes de matérias-primas. “Contudo, quando abordamos a perspectiva tecnológica para uma especialidade -- caso do lubrificante food grade --, não podemos dissociar a en-genharia de aplicação como instrumento que assegura utilização ótima de produtos que, amiúde, têm custo diferenciado. E é neste úl-timo quesito (engenharia de aplicação) que ainda percebemos muitas limitações no nosso mercado, ou seja, como e o quê utilizar para cada necessidade específica”.

MERCadoAtualmente, a estimativa é de que o merca-

do de lubrificantes de grau alimentício repre-sente cerca de 20% do negócio de lubrificantes como um todo, movimentando algo em torno de R$ 29 milhões ao ano. “Este é um mercado que está crescendo muito em nosso País, prin-cipalmente devido às exigências internacionais e de nossa legislação, que está cada vez mais rígida e fiscalizada, mas ainda tem muito es-paço para crescer em curto e médio prazos”, afirma Medeiros.

Opinião compartilhada por Rosemeire, que também percebe perspectivas muito po-sitivas em vista da quantidade de investimen-tos que o Brasil tem recebido de empresas multinacionais, aquisições e fusões que dão visibilidade e importância ao produto brasilei-ro, tanto para consumo interno quanto para

Vinicius de Medeiros, gerente técnico comercial da Lubriquim produtos Químicos

Valter Alves Torres, sócio-gerente da Interlub

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Lubrificantes food Grade

exportação. Ela destaca que diversos setores relacionados ao agronegócio, processadores de carnes, fabricantes de biscoitos e bebidas, possuem empresas que hoje apresentam cres-cimento na casa dos dois dígitos ao ano.

“De forma gradativa, a expansão terá um crescimento considerável, haja vista as

indústrias alimentícias, de bebidas e farma-cêuticas que buscam lubrificantes food gra-de por força da tendência mundial de não agredir o meio ambiente e a população, atualizando todo o seu processo de fabrica-ção”, finaliza luis Henrique Rillo, repre-sentante técnico da Plastifluor.

Rosemeire Esteves Santos Zilse, gerente de vendas e marketing da Klüber Lubrication

Foto

: Klu

ber

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Lubrificantes food Grade

Empresa Produto descrição

lumobras MolYsil Multiuso Foodgrade spray oil

Óleo multiuso para todos os tipos de man-cais, engrenagens (que requerem óleo de baixa viscosidade), correntes, guias, punções e sacadores e equipamento de fechamento de tampas.

MolYKoTE G0052 FG WHiTE E.P. BEaRiNG GREasE

Graxa alimentícia indicada principalmente para a lubrificação de elementos e peças de máquinas de processamento, envasamento e embalagem de alimentos, bebidas, medica-mentos e cosméticos, tais como mancais de deslizamento e rolamentos, correntes em geral, redutores abertos, guias de deslizamento, etc.

MolYKoTE G-4500 MUlTi-PURPosE sYNTHETiC GREasE

Graxa sintética, formulada com óleo básico PAO (Polialfaoleifina), sabão complexo de alumínio, PTFE e aditivos. Aplicação: mancais, motores, articulações, pinos, discos, etc.

Mobil (Cosan) Mobil sHC Cibus 32, 46 e 68 Lubrificantes 100% sintéticos para aplica-

ções hidráulicas e compressores.

Mobil sHC Cibus 32 HT Óleo de transferência de calor de alto desempenho, 100% sintético, registrados no NSF H1 e HT1.

Mobil dTE FM 32, 46 e 68 Lubrificantes para compressores e aplicações hidráulicas.

Mobil sHC Cibus 150, 220, 320 e 460

Lubrificantes 100% sintéticos para caixas de transmissão & sistemas de circulação.

Mobil Glygoyle 150 a 680 Lubrificantes 100% sintéticos para engrena-gens, com base PAG.

Mobil Gargoyle arctic sHC 200 série

Lubrificantes 100% sintéticos para compres-sores de refrigeração.

Mobilgrease FM 101Graxa multiuso NLGI 1 de alto desempenho, com capacidade aprimorada de bombea-mento.

Mobilgrease FM 222 Graxa multiuso NLGI 2 de alto desempenho para casos que requerem uma maior con-sistência.

Mobil sHC Polyrex 462 Graxa sintética de alto desempenho para altas temperaturas

interlub

Graxas sintéticos, Óleos, sprays e Pastas de Montagem e em alguns casos além de Food Grade também Biodegradáveis.

lubriquim

Graxas food grade para a lubrificação de rolamentos, mancais em geral e para peletizadoras em fábricas de ração. Óleos para redutores, correntes, a granel e em aerossol e um micro-óleo desingripante com certificação H-1.

Fuchs do Brasil

GERalYN aX W series / TRiBoTEC WHiTE series

Graxas de múltiplas aplicações, para locais onde se requeiram altas e baixas temperatu-ras, altas e baixas cargas e boa resistência a água fria e quente, como também boa proteção contra corrosão. Amplia intervalos de relubrificação. De cor branca, são elabo-radas com matérias-primas selecionadas.

GERalYN aW, Ro, EP e sF series / TRiBoTEC FN e FN/s séries

Óleos, minerais, semissintéticos e sintéticos. Linha de produtos incolor, inodoro e in-sípido, fisiologicamente neutro, não havendo restrição em caso de contato incidental com alimentos e bebidas. Atende todas as necessidades das indústrias alimentícias em geral.

GERalYN aX C series / TRiBo-TEC alC e F series

Graxas à base de sabão completo de alumínio, que garante aplicação sob temperaturas de trabalho de – 10 a +150 °C, para diversos pontos, como rolamentos, mancais, guias, válvulas, articulações e redutores, operando sob cargas leves até médias.

GERalYN FMG 387

Graxa de grau alimentício à base de sabão de cálcio, multifuncional indicada para a lubrificação de maquinários de processamento e embalamento de alimentos ou produtos correlatos. Devido a sua resistência à lavagem por água, é ideal para uso sob condições de grande umidade. Adere fortemente às peças de metal.

Klüber lubrificantes sintético e food grade

Funciona como fluido de transferência de calor, reduzindo substancialmente o consumo de óleo do cliente final, reduzindo quantidade a ser descartada, com grande vida útil.

linha sintética de lubrificantes food grade

Linha completa em todas as viscosidades e necessidades (como temperatura) que o cliente venha a ter para aplicações compressores de ar, de gás e de refrigeração.

PlastifluorGraxa branca atóxica FiRlUB K10Fa e graxa branca atóxica FiRlUB K30Fa

Certificada pelo NSF; inerte quimicamente - não reage com plásticos e borrachas; temperatura de trabalho de -50ºC a + 250ºC; baixa absorção de líquidos e baixíssimo coeficiente de atrito.

Antonio Gonçalves de Oliveira, vice-presidente para América do Sul da Fuchs Lubritech Divisão BR

“Quando abordamos a perspectiva tecnológi-

ca para uma especia-lidade não podemos

dissociar a engenharia de aplicação

como instrumento que assegura utilização ótima de produtos que

tem custo

diferenciado”, Jorge Efrain

Rey de Oliveira, gerente de mercado

da Klüber Lubrication.

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Fuchs do Brasil

GERalYN aX W series /TRiBoTEC WHiTE series

Graxas de múltiplas aplicações, para locais onde se requeiram altas e baixas temperatu-ras, altas e baixas cargas e boa resistência a água fria e quente, como também boa proteção contra corrosão. Amplia intervalos de relubrifi cação. De cor branca, são elabo-radas com matérias-primas selecionadas.

GERalYN aW, Ro, EP e sF series / TRiBoTEC FN e FN/s séries

Óleos, minerais, semissintéticos e sintéticos. Linha de produtos incolor, inodoro e in-sípido, fi siologicamente neutro, não havendo restrição em caso de contato incidental com alimentos e bebidas. Atende todas as necessidades das indústrias alimentícias em geral.

GERalYN aX C series / TRiBo-TEC alC e F series

Graxas à base de sabão completo de alumínio, que garante aplicação sob temperaturas de trabalho de – 10 a +150 °C, para diversos pontos, como rolamentos, mancais, guias, válvulas, articulações e redutores, operando sob cargas leves até médias.

GERalYN FMG 387

Graxa de grau alimentício à base de sabão de cálcio, multifuncional indicada para a lubrifi cação de maquinários de processamento e embalamento de alimentos ou produtos correlatos. Devido a sua resistência à lavagem por água, é ideal para uso sob condições de grande umidade. Adere fortemente às peças de metal.

Klüber lubrifi cantes sintético e food grade

Funciona como fl uido de transferência de calor, reduzindo substancialmente o consumo de óleo do cliente fi nal, reduzindo quantidade a ser descartada, com grande vida útil.

linha sintética de lubrifi cantes food grade

Linha completa em todas as viscosidades e necessidades (como temperatura) que o cliente venha a ter para aplicações compressores de ar, de gás e de refrigeração.

Plastifl uorGraxa branca atóxica FiRlUB K10Fa e graxa branca atóxica FiRlUB K30Fa

Certifi cada pelo NSF; inerte quimicamente - não reage com plásticos e borrachas; temperatura de trabalho de -50ºC a + 250ºC; baixa absorção de líquidos e baixíssimo coefi ciente de atrito.

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Lubrificantes food Grade

Os órgãOs fiscalizadOresFonte: Mobil lubrificantes (Cosan Combustíveis e lubrificantes)

Apesar do registro NSF H1 ser o principal requisito para a fabricação de um lubrificante food grade, existem diversos órgãos fiscalizadores e até exigências religiosas que determinam a fabricação correta desses produtos. Confira:

agência americana de alimentos e Medicamentos (Fda) - A FDA é uma agência do governo dos EUA e, dentre outras atividades, estabelece as exigências para a indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica, incluindo o contato acidental com lubrificantes ou lubrificantes projetados para o uso nos equipamentos da indústria alimentícia. A conformidade e solicitações da FDA são feitas por meio de autocertificação pela empresa que comercializa os lubrificantes. Ela regulamenta as substâncias acrescentadas aos alimentos ou que entram em contato com os alimentos na forma de aditivo alimentar.

Fda CFR 178.3570 - Esse é o processo de autocertificação para atender às exigências da FDA para um lubrificante, em caso de “contato acidental com o alimento”. Esta não é uma certificação diretamente relacionada aos alimentos (tais como desmoldante para o feitio de pão), mas sim para os lubrificantes que poderiam, potencialmente, vazar para dentro e sobre o alimento em processo. Os produtos em conformidade devem ser formulados a partir de materiais identificados na FDA 21 CFR (Código de Regulamentações Federais) ou na ‘GRAS list’, isto é, componentes geralmente reconhecidos como seguros.

Boas Práticas de Fabricação - Administradas pela FDA, sob a autoridade da Lei Federal de Alimentos, Medicamento e Cosméticos, as Boas Práticas de Fabricação (GMP) afetam o fabricante de medicamentos dispositivos sanguíneos e médicos, exigindo uma conduta de qualidade na fabricação para minimizar a contaminação ou misturas.

departamento de agricultura dos Estados Unidos (Usda) - O USDA foi o órgão original que emitia a autorização para a formulação e produção para ‘contato acidental’, por meio de análise em relação às exigências da FDA. Caso a conformidade fosse apresentada, o lubrificante recebia a categoria H1. Em 1998, no entanto, o programa de autorização do USDA foi abandonado e o pro-cesso de aprovação transferido para a NSF, assim que a empresa foi registrada. Tão logo o processo de transferência foi concluído durante o início dos anos 2000, os registros H1 válidos permaneceram sob os cuidados da NSF.

Fundação Nacional de saúde Pública (NsF) - A NSF é uma organização não governamen-tal com sede nos EUA, sem fins lucrativos, que fornece padrões de desenvolvimento, certificações de produtos e serviços de gerenciamento de risco para a saúde e segurança pública. Ela identifica as ne-cessidades públicas e industriais para gerar e administrar uma lista de Componentes Não Alimentícios e Substâncias Apropriadas (na qual os lubrificantes estão incluídos).

análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (HaCCP) - Desenvolvida pela NASA nos anos 60 para ajudar a proteger os astronautas, a HACCP é um sistema de gerenciamento com base científi-ca, esquemático, para identificar, avaliar e gerenciar os riscos da segurança alimentícia no processamento, embalagem e transporte e ajuda a identificar formas de controle e prevenção para garantir que a produção de alimentos seja segura. Ela identifica muitos aspectos da segurança dos alimentos, incluindo contaminações com produtos não alimentícios, controle de bactérias e identificação de risco. A HACCP se tornou uma impor-tante ferramenta global para os órgãos reguladores, empresas e consumidores. Com base em uma auditoria e análise, qualquer ação preventiva exigida deve ser definida, de forma que os riscos identificados possam ser evitados ou, ao menos, minimizados. Em resumo, a HACCP:

• identifica os pontos onde pode ocorrer o risco ao alimento;• analisa os riscos potenciais de contaminação do alimento no processo;• define quais seriam os pontos críticos;• define e realiza os testes e procedimentos de controle eficaz desses pontos críticos;• verifica a análise de risco a cada mudança no processo de produção.

Os lubrificantes que possuem o registro NSF H1 devem, geralmente, ser utilizados durante o processo e antes que o consumidor receba o produto. A contaminação ocasional dos alimentos por lubrificantes não pode ser excluída ou evitada com uma certeza absoluta. Os fabricantes que não realizam uma análise de HACCP ou que não a implantaram corretamente podem estar violando algu-

>>>

Graxas brancas atóxicas Firlub K10FA e K30FA

Mobil SHC Cibus: lubrificante sintético para a indústria de alimentos e bebidas

“A NSF estabeleceu uma lista de lubrificantes com o registro H1 com

base na revisão dos dados de fornecedores de lubrificantes contra

as exigências da FDA, e anterior às revisões da

USDA”, Sidnei Bincoletto, coordenador de

marketing industrial da Mobil Lubrifi-cantes (Cosan)

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Revista LUBGRAX • julho/agosto 2010 • 31

Lubrificantes food Grade

mas das diretrizes e regulamentações de segurança alimentícia e isso poderia levar a uma auditoria insatisfatória nesta área.

iso 22000 - A norma ISO 22000 – Sistemas de Gerenciamento da Segurança Alimentícia – inte-gra os princípios da HACCP, sistema de gerenciamento e comunicação interativa entre as organizações em uma cadeia de fornecimento de alimentos. A ISO 22000 especifica as exigências necessárias para o gerenciamento seguro dos alimentos de cada organização na cadeia de fornecimento, para garantir que o alimento final seja seguro para o consumo humano.

Kosher - Os alimentos Kosher são aqueles que estão em conformidade com a lei de alimentação judaica. Algumas espécies animais são permitidas como o gado, ovelhas, aves e peixes, porém por-cos e moluscos não são. Os alimentos que não contém teor lácteo ou carne são conhecidos como Par-ve, como por exemplo, a maioria das bebidas, todas as frutas e vegetais. A avaliação da fabricação e adequação de um lubrificante que confirma ser apropriado para o Kosher é efetuada na elaboração da fórmula e no procedimento de fabricação, por meio de um processo de certificação técnica e religiosa. A fórmula é avaliada em seus ingredientes básicos e a unidade de fabricação é auditada regularmente para a averiguação do risco de contaminação por materiais não adequados ao Kosher.

Halal - Halal é um termo árabe que significa ‘permitido’. Em inglês, refere-se frequentemente a alimentos permitidos de acordo com a lei islâmica. Várias substâncias são consideradas proibidas, dentre elas os produtos de matéria-prima suína, sangue e todas as substâncias tóxicas, incluindo o álcool. A avaliação sobre a adequação de um lubrificante com relação ao Halal é muito semelhante à realizada para o Kosher. Os ingredientes do óleo ou graxa são revisados tecnicamente e a unidade de fabricação é auditada para a verificação de seus processos de qualidade internos e potenciais contaminações. Os certificados de conformidade são emitidos normalmente.

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Artigo técnico

Pouco controle de contaminação, muito desconhecimento

(*) Marcelo Attilio Gracia

nos últimos anos venho observan-do, em meu dia-a-dia de enge-nheiro de lubrificação compro-metido e focado na busca de melhorias, uma verdadeira en-

xurrada de informações e de tentativas, na maioria das vezes ineficazes, de se abordar aspectos gerais do Controle de Contaminação na lubrificação. Não é por acaso que o trei-namento de Controle de Contaminação é, de longe, o que mais tenho prazer em ministrar. Talvez pelo fato de ser aquele que me permite mais a citação de analogias entre situações

do mundo real, e até do próprio corpo huma-no. Gosto muito de comparar a ação letal de bactérias com os contaminantes sólidos e a presença de umidade, que por serem em sua maioria invisíveis, entram nos compartimentos e provocam verdadeiras catástrofes, sem antes destruir todo o exército de soldados do bem, no caso os bem intencionados óleos básicos e os igualmente preparados aditivos dos lubri-ficantes. Para quem teve formação tradicional em companhia de petróleo, como meu caso, nunca se poderia imaginar que um dia esse tipo de informação proliferasse de tal forma em nosso meio, formado pela perfeita interfa-ce lubrificantes-lubrificação. Vejo um enfoque exagerado na advertência dos males e peri-gos da contaminação, e ao mesmo tempo um profundo despreparo dos usuários em compre-ender desde os aspectos básicos desse mal, até formas mínimas de identificá-lo e de con-trolá-lo. Até porque para se discutir a fundo problemas de controle de contaminação, se faz necessária uma abordagem minimamente proativa, há que se entender, ao menos de forma superficial, o por que de a contamina-ção ocorrer, de onde ela surge, porque ela é tão letal, o que se deve fazer para identificá-la e, finalmente, ações mínimas para controlá-la. O mais interessante é que a contaminação é um mal que pode ser encontrado em todos os passos da cadeia, desde a produção do lubrificante na planta e seu envazamento, seu transporte aos distribuidores, sua armazena-gem e manuseio, seu transporte para as salas de lubrificação, as práticas de armazenagem

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Artigo técnico

lá, até sua aplicação no ponto, conforme ob-servamos na figura 1 abaixo.

Infelizmente, por mais que a tecnologia de refino de óleos básicos tenha evoluído fortemente nos últimos anos e desenvolvido básicos mais puros, e paralelamente termos cada vez mais um portfólio tecnologicamen-te muito desenvolvido pelos principais fabri-cantes de aditivos oferecendo produtos mais completos, o foco dessa parceria sempre ficará restrito ao óleo, suas propriedades, seu desempenho. Básicos e aditivos bem selecionados podem controlar os efeitos quí-micos do mal no corpo do lubrificante, mas são incapazes de eliminá-los. É evidente que alguns contaminantes podem ter seus impac-tos minimizados pela adequada formulação de contaminantes, porém este é um campo específico no qual a indústria de óleos bási-cos e aditivos ainda não conseguiu atuar de forma proativa, e que possivelmente não con-seguirá fazê-lo, para azar dos componentes que são lubrificados por massas lubrificantes contaminadas.

Abordando o assunto do ponto de vista da lubrificação, aí então o assunto de controle de contaminação torna-se mesmo inesgotável. Nos dias de hoje, são inúmeras as possibili-dades reais de se minimizar e controlar a con-taminação dos lubrificantes, desde a armaze-nagem e manuseio, passando pela aplicação e até pela administração dos lubrificantes sem uso nos equipamentos. Partindo-se do fato que o equipamento novo original, seja industrial ou automotivo, vem totalmente desprovido de qualquer acessório ou facilidade que beneficie o controle de contaminação, qualquer atitude ou melhoria nesse sentido trará benefícios ime-diatos. Entre um pacote básico de controle de contaminação, podemos destacar:

Armazenamento de combustíveis •e lubrificantes a granel:Tanques em aço inox ou com revestimento 9interno à base de epóxi;Sistemas de medição de volume que não 9propiciem invasão de contaminantes;Administração dos espaços superiores, por 9

O assunto é mais complicado que a rotina do dia-a-dia de fornecedores de básicos e aditivos, acostumados a resolver muitos dos problemas de lubrificação potencializando al-guma das propriedades dos básicos ou com a introdução de algum aditivo específico, contra medidas eficientes na grande maio-ria das vezes, mas ineficazes quando o as-sunto é contaminação. Até porque inexistem no mercado produtos dotados de “aditivos anticontaminação”. Aliás, aditivos anticon-taminação poderiam ser a solução utópica para a grande maioria dos problemas aqui discutidos, mas infelizmente o mesmo não existe...Já pensaram se eles existissem de fato, o quão maravilhoso seria? Segmentos como mineração, siderurgia, sucroalcooleiro e metal mecânico, entre outros, conhecidos por admitirem “normalmente” convidados in-digestos e agressivos em seus sistemas lubri-ficados, teriam uma sensível diminuição em muitos de seus modos de falha tribológicos, dentro dos quais a clássica abrasão a três corpos, causada por partículas micrométrica duras, mostrada na figura 2 abaixo.

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Artigo técnico

meio do uso de respiros ou sistemas desumi-difi cadores adequados;Engates rápidos para sucção e recalque 9dos lubrifi cantes novos;Filtração a cada operação de entrada e de 9saída de produto.

Armazenamento de lubrifi cantes •na sala ou na área de lubrifi cação:Área preferencialmente fechada e isolada; 9Armazenagem dos lubrifi cantes em “racks” 9individuais, com correta identifi cação, man-gueiras, bombas e sistemas de fi ltração in-dividuais e respiros para manter o espaço superior seco e limpo;Filtração individual de elevada efi ciência e 9baixa micragem a cada operação de entra-da ou de saída de lubrifi cantes;Caso se opte por armazenamento nos pró- 9prios tambores, buscar um isolamento do mesmo instalando-se engates rápidos e sis-temas de respiros dessecantes nos bocais.Nesse caso, aplicar sempre os princípios 9modernos de estoque, tais como PEPS (Pri-meiro que entra, primeiro que sai);Administração de graxa em baldes e tam- 9bores com sistemas que evitem a conta-minação.

Aplicação dos lubrifi cantes nas •máquinas e monitoramento de as condição:Instalação de engates rápidos na drenagem 9e na sucção;Aplicar lubrifi cante fi ltrado em cada repo- 9sição;Nunca abrir compartimentos da máquina; 9Se for trocar o óleo, utilize carrinhos com 9bomba para drenagem do óleo usado;Se for repor o óleo, óleo novo fi ltrado abas- 9tecido através de engates rápidos;Utilizar técnicas modernas de aplicação de 9graxa, nunca aplicando por excesso, evi-tando danifi car vedações;Para sistemas centralizados, repor a graxa 9utilizando sempre engates rápidos, evitando contaminar o reservatório;Utilize sempre acessórios adequados para 9a coleta de amostras de óleo;Tubos de pitot e válvulas minimess devem 9ser instalados nos equipamentos, de modo a propiciar coletas de amostras confi áveis, com equipamentos operando, oferecendo se-gurança e total controle da contaminação.Exemplos de dicas de armazenagem e

acessórios que minimizam a contaminação são mostrados nas fi guras abaixo.

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Artigo técnico

É bastante evidente que, quando o assunto é controle de contaminação, o famoso ditado bíblico: “Ensinai as crianças para não ter que punir aos homens”, aplica-se como uma luva no contexto. Infelizmente, assistimos todos os dias a uma enxurrada de instruções, recomen-dações, procedimentos e execução de tarefas de lubrificação, que nem de longe vão de en-contro aos padrões mínimos de lubrificação. Se formos avaliar a causa raiz dessas ações, não nos surpreenderíamos se encontrássemos a trilogia: falta de educação, falta de conhe-cimento, falta de procedimentos. Ou seja, di-vulga-se por todas as partes que, para contro-lar a contaminação, deve se utilizar o melhor lubrificante, o melhor sistema de lubrificação, o melhor respiro, o melhor elemento filtrante, o melhor monitoramento de água e contagem de partículas.... Certo? Errado. A frase mais adequada seria: controle a contaminação de suas máquinas educando os usuários de lubrifi-cantes sobre o tema. Informação apurada sig-nifica conhecimento. O conhecimento repre-sado e didaticamente repassado pode virar educação. Uma vez educado, procedimentar isso como uma boa prática é muito fácil. Está assim formada a trilogia que efetivamente se reverterá em resultados. Com procedimentos bem escritos, didaticamente desenvolvidos e entendidos pelos usuários, qualquer referên-cia a ser seguida faz sentido na cabeça das pessoas. Profissionais bem treinados se tornam mais motivados, passam a ter perspectivas, introduzem continuamente em seu discurso pa-lavras como crescimento, conhecimento, espe-cialização, certificação. Pensam em crescer e se destacar em sua profissão. Têm sua autoes-tima aumentada. Passam a se sentir como par-te do negócio lubrificação, almejam e buscam reconhecimento diferenciado. Se tudo isso passa a fazer sentido no dia-a-dia deles, e por serem estas as práticas mais adequadas, mais ergonômicas e mais seguras, há motivação e lógica para serem seguidas e implementadas, conforme mostrado na figura a seguir.

Entendo que, apenas com educação,

conhecimento específico sobre o tema e com procedimentos adequados é que se conseguirá de fato reagir de forma eficiente contra os problemas de contaminação. Tec-nologia e produtos precisam vir depois, nun-ca antes da sensibilização. Caso contrário, estatísticas de perdas tribológicas, como aquelas divulgadas pelo Prof. E. Rabinowi-cz, do MIT, há 25 anos, que dão conta que 70% dos componentes lubrificados perdem sua utilidade por modos de falha relaciona-dos com a degradação da superfície, serão cada vez mais consideradas factíveis e re-ais. E então: você também quer que seus componentes lubrificados engrossem essas terríveis estatísticas? É lógico que não! Faça diferente: antes de aplicar soluções em controle de contaminação, aplique conhe-cimento diferenciado, eduque seu pessoal a respeito do que é contaminação, elabore procedimentos específicos. A vida útil de seu lubrificante e principalmente, de seus princi-pais componentes lubrificados agradecerá por um longo tempo. Aplique isso e depois me procure para falar dos resultados. Não tenho dúvidas que você ficará surpreso. Mãos a obra! E.......Boa sorte!

Marcelo Attilio Gracia, engenheiro da Confialub-No-ria no Brasil, é engenheiro mecânico com 20 anos de experiência na área de lubrificação, especialista em lubrificantes, filtragem de fluidos e análises pré-aditivas, além de mestre em tribologia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

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GLICERINASGLICERINASGLICERINASGLICERINAS

Por Miriam Mazzi

CRESCIMENTO DO BIODIESEL FAVORECE SETORCom uma produção de 100 mil toneladas em 2008, o mercado de glicerinas deverá, neste ano, crescer 150% embalado pelo aumento da produção de biodiesel. Com isso, o Brasil deve melhorar sua posição de exportador

Resultante do glicerol, um compos-to orgânico com pureza acima de 95%, a glicerina, até 1949, tinha toda a sua produção proveniente da indústria de sabão. Atualmente,

cerca de 70% deste volume ainda provêm dos glicerídeos (óleos e gorduras naturais) e os restantes 30% da produção do glicerol sintético – um subproduto da fabricação de propileno –, são originados da produção de ácidos graxos e também de ésteres de ácidos graxos (biodiesel).

Tecnicamente considerada um umectante

não tóxico, a glicerina basicamente pode ser defi nida como um lubrifi cante vegetal ou ani-mal e veículo de vacina. “Por ser umectante, ela é adicionada aos cremes de beleza e sa-bonetes, pois mantém a umidade da pele. Em produtos alimentícios ela também é adicionada com a fi nalidade de manter a umidade do pro-duto”, explica Alessandra Guerra, supervisora de marketing da Química Anastácio, uma das pioneiras na fabricação de glicerina (animal e vegetal) no Brasil.

Já, de acordo com a defi nição de Thaís Fernandes, gerente da Unidade de Secativos

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GLICERINAS

da Aboissa Óleos Vegetais, empresa que co-mercializa todos os óleos vegetais e gorduras animais, bem como todos os óleos vegetais brutos e refinados, a principal característica da glicerina é ser emulsionada com água, o que produz um óleo solúvel isento de derivados de petróleo. “Para que este produto seja conside-rado atóxico e biodegradável é preciso estar isento de catalisadores e derivados de álcool tóxico”, diz.

Sobre as perspectivas deste segmento fren-te ao crescimento do mercado de lubrificantes atóxicos e biodegradáveis, Alessandra não vê grande probabilidade de expansão em função da intensa concorrência no setor, principalmen-te da Malásia e Argentina, países que possuem muita oferta de sebo. “Com a política de de-senvolvimento de soluções que não agridam o ambiente, todas as indústrias devem, ou deve-riam, garantir o equilíbrio do ecossistema e a harmonia entre a evolução da tecnologia e a preservação do ambiente às gerações futuras. Quem precisa do Selo Verde – Agronegócio, deve fabricar produtos de origem vegetal para não poluir o solo e lençóis freáticos, por isso a glicerina bidestilada é a opção preferencial do mercado, pois é um produto límpido, trans-parente, não tóxico, biodegradável, inodoro e incolor”, argumenta.

Para Thaís, da Aboissa, o crescimento da demanda desta matéria-prima será crescente, tendo em vista a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira.

SuperofertaEmbora exista oferta tanto no mercado lo-

cal quanto no externo, é a tendência do sebo bovino da Argentina quem determina o ma-rket share do produto no Brasil, conforme cita Alessandra, referindo-se à produção de gli-cerina de gordura animal. “São inversamente proporcionais: se na Argentina há aumento de preço, aumentam as vendas do produto nacio-nal e vice-versa”, ilustra.

Ainda de acordo com a supervisora de mar-keting da Química Anastácio, atualmente a gli-

cerina está abundante no mercado graças ao aumento da produção no Brasil do biodiesel. De cada tonelada de óleo vegetal transforma-da em biodiesel, cerca de 10% resultam em gli-cerina com diferentes graus de pureza. “Após o biodiesel, a glicerina se tornou um problema, que também é econômico”, alerta, justificando que fábricas deste segmento estão fechando no Hemisfério Norte devido à superoferta.

No Brasil, em 2008, foram produzidas 100 mil toneladas de glicerina. Para 2010, a estimativa é de 250 mil toneladas. “Vale lem-brar que os preços internacionais caíram 50% desde 1995, de US$ 1,55 o quilograma para os atuais US$ 0,75, em média”, informa.

Thaís, da Aboissa, lembra que não existe um levantamento preciso sobre oferta e deman-da de glicerinas no mercado de lubrificantes. “Na medida em que novas pesquisas são efe-tuadas para introduzir esta matéria-prima na produção de lubrificantes, sua demanda será crescente”, diz, assegurando que a glicerina produzida localmente (originária do biodiesel), deverá suprir a atual e futura demandas.

Alessandra afirma que, apesar da queda de preços, não há desperdício de glicerina, por isso acredita-se quem em dois ou três anos o mercado se acomodará. “A glicerina tem um potencial muito alto para a indústria química, para inovações em produtos. A solução para o excedente seria exportar mais e não apenas como matéria-prima, mas em bens manufatura-dos e ‘verdes’, como os polímeros”, sugere.

Já para Thaís, da Aboissa, considerando um cenário de crescimento da produção local, “a balança comercial será totalmente favorável ao Brasil, eliminando a importação e aumen-tando a exportação.”

oS principaiS conSumidoreSDe acordo com dados fornecidos pela Quí-

mica Anastácio, 25% de toda a glicerina purifi-cada é hoje utilizada em alimentos e bebidas, principalmente como umectante e amaciante; 50% em cosméticos e medicamentos; e os restantes 25% em resinas e outras aplicações

Thaís Fernandes, gerente da Unidade Secativos da Aboissa Óleos Vegetais

Alessandra Guerra, supervisora de marketing da Química Anastácio

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químicas, entre elas a lubrifi cação industrial e automotiva e fabricação de dinamite.

As contas efetuadas pela Aboissa conside-ram dois mercados, o de lubrifi cantes automo-tivos e o de lubrifi cantes industriais, sendo o último o maior consumidor de glicerina. “Tendo por base que o mercado nacional de lubrifi can-tes é de 1,250 bilhão de litros/ano, podemos concluir que o mercado industrial representa 33% deste total e demonstra a grande poten-cialidade para a glicerina”, explica Thaís.

perSpectiVaSFundada em 1941, a Química Anastácio é

uma das pioneiras na fabricação de glicerina (animal e vegetal), ácido oléico e ácido esteári-co. Em 2001, ingressou na distribuição de pro-dutos químicos, fi rmando parcerias nacionais e internacionais com empresas líderes de merca-do, passando a oferecer uma linha abrangente de produtos para os segmentos de cuidados pessoais, processos industriais e alimentos. Ainda hoje, a glicerina é um de seus carros-chefe. Em 2009, a Química Anastácio vendeu aproximados 5,8 mil toneladas de glicerina e a previsão, segundo a supervisora de marketing, é crescer 30% até o fi nal deste ano.

Fundada em 1987, a Aboissa Óleos Vege-tais vem mostrando um trabalho inovador junto ao mercado de óleos, gorduras e derivados. Totalmente informatizada, a empresa conta, também com uma área ágil de expedição, para rápida entrega de amostras e especifi ca-

ções dos produtos com os quais trabalha, além do follow-up, que propicia ao cliente um ex-celente atendimento pós-venda. A companhia comercializa também todos os óleos vegetais e gorduras animais, bem como todos os óleos vegetais brutos e refi nados.

Para Thaís, a antecipação da mistura de biodiesel na formulação de diesel, anuncia-da pelo Programa Nacional de Biodiesel, deverá repercutir no aumento do volume de glicerina produzida no País, o que manterá o Brasil como um dos grandes exportadores do produto para a China e Alemanha, que são os principais importadores da matéria-prima brasileira. “Existe a estimativa que o Brasil venha a produzir 250 mil toneladas/ano de glicerina Loira e o excedente de 125 mil toneladas/ano de glicerina bidestilada, ambas de biodiesel”, calcula.

Ainda de acordo com a gerente, a gran-de produção de biodiesel ampliou a oferta de glicerina, o que abriu espaço para novas pes-quisas referentes às aplicações. Uma delas é a transformação da glicerina bruta em outros tipos de produto com maior valor agregado e com potencial de mercado consumidor. “Pode-mos destacar também que a utilização deste produto no passado, por questões de preço, esteve restrita a poucos segmentos. Atualmente, com esta grande disponibilidade após a intro-dução do biodiesel, novas aplicações surgem a cada dia, nos mais variados setores econô-micos”, fi naliza.

GLOSSÁRIO DA GLICERINA

Loira: glicerina que tem apenas glicerol (min 80%) e o restante normal-mente de água e sal;

Bruta: normalmente contém impurezas dos tipos ácidos graxos livres, sabões, metanol, etc. Dependendo da origem, normalmente a concentração de glicerol pode ser variável.

Bidestilada: gliceri-na pura e duplamente des-tilada. Concentração aci-ma de 99,5% de glicerol e absolutamente incolor e transparente. Normalmente atende especifi cação inter-nacional, como exemplo: densidade, cor, teor de água, índice de refração.

uSp: também conhe-cida como glicerina pura, pois sua concentração é de 99,7%, além de ter que cumprir com exigências de inexistência de metais pe-sados, análises microbioló-gicas, entre outros tipos de análises muito rígidas.

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Química verde em evidência Evento, que acontece há 26 anos nos Estados Unidos, é referência internacional no segmento químico

as perspectivas para a indústria química brasileira nos próximos dez anos e as novidades do se-tor em relação à tecnologia ver-de, processos de produção sus-

tentáveis e matérias-primas renováveis serão os temas em destaque do painel de conferências da InformEx Latin America - Feira Internacional de Química Fina e Derivados (www.informexla-tam.com.br), que acontece nos dias 23 e 24 de agosto no Centro de Convenções Amcham, na cidade de São Paulo.

Organizado pela UBM Brazil (www.ubm-brazil.com.br), o evento reunirá mais de 40 ex-positores e 1,2 mil participantes, entre visitantes e congressistas nacionais e internacionais, com a proposta de num só local gerar conhecimento e criar uma eficiente rede de relacionamento, oportunidades e negócios entre fornecedores e potenciais clientes.

“Aproximar o mercado latino-americano, es-pe cialmente o brasileiro, dos principais forne-cedores da indústria química mundial é o nosso objetivo”, explica o gerente do evento no Bra-sil, Cassiano Facchinetti.

ProgramaçãoO primeiro dia de conferências vai destacar

os assuntos relacionados à química verde e sus-tentável, com a participação de congressistas de gigantes como Braskem e Basf, autoridades do Ministério da Ciência e Tecnologia, pesqui-sadores da Rede Brasileira de Química Verde/Escola Brasileira de Química Verde, entre ou-tros executivos e consultores do setor.

Batizado de “Green Exchange”, este painel de palestras abordará temas como: o atual es-

tágio e inovação em química verde; plásticos biodegradáveis e de fontes renováveis, como a cana-de-açúcar; polímeros biodegradáveis; entre outros.

Já o segundo dia de conferências será aberto pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), com o painel sobre o Pacto Nacional da Indústria Química. O estudo apresenta diag-nóstico da situação do setor químico e propõe medidas a serem adotadas pelo governo.

O documento pontua ainda os compromis-sos da cadeia produtiva com o desenvolvimen-to industrial do País. A meta da indústria quími-ca brasileira é estar entre as cinco maiores do mundo até 2020.

O programa Prodir (Processo Distribuição Responsável) da indústria química é outro des-taque do segundo dia dos trabalhos, que prevê também palestras sobre novos produtos e solu-ções para o segmento, com especialistas da Braskem e Petrobras.

Entre os temas a serem apresentados, so-bressaem-se: Responsabilidade técnica na in-dústria química e a importância para o meio ambiente; Building Blocks de origem renovável; Microalgas para o setor petroquímico; Solven-tes verde; e Óleo extensor de baixa toxidade para o segmento de borrachas.

A programação terá ainda palestras dos expositores, com detalhes sobre os lançamen-tos de produtos e soluções disponíveis na feira. Confira alguns deles:

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Bioagri

Com qualidade, estrutura tecnológica de úl-tima geração e equipe técnica especializada, a Bioagri Agroquímicos realiza estudos para registros de produtos técnicos e formulados, pesquisa, desenvolvimento, análises laborato-riais para controle de qualidade e acompanha-mento de processos. O laboratório atende toda e qualquer exigência que possa ser contempla-da pelas legislações.

Hoje, a Bioagri possui market share de mais de 80% do mercado nacional em análises de produtos agroquímicos. Exatamente pó isso, a InformEx representa novas parcerias internacio-nais, sobretudo com o mercado chinês, um dos mais importantes da atualidade.

Formada por um grupo de empresas de prestação de serviços analíticos, estabelecido primeiramente em Piracicaba (SP), em 1991, atualmente, a Bioagri é o maior laboratório privado da América Latina em seu segmento, formado por 12 unidades distribuídas pelo Brasil, com cerca de 25.000 m2 de área útil de laboratórios e mais de 600 colaborado-res. O Grupo oferece um escopo de serviços diferenciados e diversificados em análises de alta complexidade, em oito segmentos de atu-ação: Ambiental, Agroquímicos, Alimentos, Fármacos, Saneantes, Cosméticos, Veterinário e Biocombustíveis.

Desde o início da implantação do Sistema de Qualidade, em 1996, a empresa mantém um rigoroso controle de qualidade, visando as-segurar a confiabilidade de seus serviços em todas as áreas de atuação.

Kemira

A primeira edição da InformEx no Brasil contará com a presença da Kemira, indústria química finlandesa atuante nas áreas de papel e celulose, petróleo e mineração e águas muni-cipais e industriais.

A história da Kemira reforça sua visão de ser uma empresa líder na química da água e ressalta sua principal vocação: soluções sus-tentáveis para indústrias com uso intensivo de água em seus processos.

Com um vasto portfólio de produtos e de so-luções, a Kemira tem como foco na InformEx as indústrias de alimentos e bebidas, cosméticos, curtumes, indústrias têxteis e agronegócios que desejam melhorar sua rentabilidade, gerencian-do melhor seus recursos.

A empresa está localizada nas regiões su-deste, sul e nordeste, com escritório central na cidade São Paulo (SP), escritórios de ven-das em Camaçari (BA) e Camboriú (SC) e fá-bricas nas cidades de Arapoti (PR), Camaçari (BA), Lages (SC), Rio Claro (SP) e Telêmaco Borba (PR).

maKeni ChemiCalsEspecialista na distribuição de produtos quí-

micos e representante no Brasil dos principais fabricantes mundiais de matérias-primas, a em-presa participa da Informex em parceria com a Eastman Chemical Company dos EUA, que apresentará o produto Eastman 168. Trata-se de plastificante sem ftalato destinado a aplica-ções em PVC - uma substituição pronta e rápida para alguns dos produtos com orto-ftalato mais

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usados e que atualmente estão passando por pressões regulatórias no mercado.

Além do portfólio diversificado e das unidades de negócios específicas, capazes de oferecer atendimento técnico-comercial para os segmentos: Construção e Adesivos, Cosméticos & Saúde, Hi-giene & Limpeza, Químicos e Petroquímicos, Nu-trição, Plástico e Papel, entre outros, a companhia mantém à disposição dos seus clientes sala de envase capaz de realizar processos que permi-tem o manuseio e fracionamento de produtos, la-boratório de aplicação para realização de testes, adaptação de formulações, desenvolvimento de novos produtos e equipe técnica multidisciplinar.

Há 29 anos a Makeni Chemicals (www.makeni.com.br) atua como distribuidora e re-presentante no Brasil de renomadas empresas internacionais como: BASF, Calumet, Cargill, Ineos, Lyondell, Oxea, Polioles, Shinetsu, entre outras. É líder na importação de solventes no mercado interno, comercializando, anualmen-te, cerca de 45 mil m³/toneladas de insumos para os segmentos que atende.

PuraCEmpresa cujo DNA para negócios já nasceu

verde, a Purac trabalha com produtos, ações e ob-jetivos que permitem uma significativa contribuição à melhoria de qualidade de vida e ao planeta.

Líder mundial na produção de ácido lático e derivativos, desenvolve e comercializa produtos que combinam excelentes propriedades de de-sempenho e de biodegradabilidade com baixa to-xidade. Além disso, os produtos substituem outros químicos derivados de fonte fóssil e permitem a de-sejada redução na pegada de CO2. A linha de produtos está integrada às necessidades químicas e de desempenho de clientes e oferecem soluções para: agroquímicos; solvents; micro-eletrônicos; pe-troquímica; desengraxantes; polímeros e outros.

Aém de participar da exposição, a Purac vai marcar presença no congresso, onde levará ao público, por meio do gerente de desenvolvimento de negócios Juscinei Souza Santos, os temas “Do Ácido Lático ao PLA - Promovendo Sustentabilida-de” e “Building Blocks de Origem Renovável.”

Fundada em 1935, a Purac é uma empresa do CSM, um player global no fornecimento de in-gredientes de panificação e de alimentos. Com seis unidades de produção em todo o mundo, uma rede global do escritório de vendas, centros de aplicação local e mais de 1000 funcionários alta-mente treinados, atua em diversos mercados, com foco em ingredientes naturais, produtos químicos verdes e monômeros biodegradáveis para PLA.

sasilA empresa, tradicional distribuidora de

matérias-primas para a indústria química irá apresentar na informEx 2010 o seguinte portfó-lio de produtos: acido cítrico, bicarbonato de amônia, bicarbonato de sódio, carbonato de sódio (Barrilha), metabissulfito de sódio, soda escamas, soda líquida, sulfito de sódio, sulfeto de sódio, benzoato de sódio, tripolifosfato de sódio, ácido fórmico e ácido sulfúrico.

A Sasil tem uma ampla experiência no merca-do industrial do Brasil, atuando desde 1973 na prestação de serviços com soluções inteligentes e ágeis de acordo com a necessidade de cada cliente. Levando por todo o país a mais comple-ta linha de produtos químicos e termoplásticos, através de uma logística estruturada e ágil, com depósitos estrategicamente localizados no territó-rio nacional.

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LEGISLAÇÃO

O MERCADO DE LUBRIFICANTES EM FACE DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Greice Patrícia Fuller¹

Após tramitar por 21 anos pelo Con-gresso Nacional, a Lei 12.305 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi sancionada aos 2 de agosto de 2010.

Trata-se de um marco regulatório na área de Resíduos Sólidos a um dos maiores problemas vivenciados em nosso País, cuja realidade verte seus sombrios refl exos sob três dimensões, a sa-ber: saúde pública, meio ambiente e economia.

1 Greice Patrícia Fuller é advogada e sócia do escritório Gabriel Advogados Associados. Doutoranda e mestre em Direito Ambiental pela Puc/SP. Professora nos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu da PUC/SP, Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados de São Paulo e da Faculdade de Tecnologia Ambiental do Senai.1 ABRELPE/2008.

Segundo dados estatísticos, mais de 67 mil toneladas dos resíduos sólidos coletados tiveram destinação inadequada¹, sendo que o Brasil perde, por ano, aproximadamente R$ 8 bilhões por não reciclar os resíduos sólidos.

Assim, a mencionada lei trouxe como obje-tivos principais previstos no artigo 7º: proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; não geração, redução, reutilização e trata-mento dos resíduos sólidos; imposição de ade-quada destinação fi nal dos resíduos; inclusão social através da geração de emprego e renda para catadores de matérias recicláveis; térmi-no dos lixões, determinando a realização de aterros sanitários destinados aos chamados re-jeitos; diminuição do uso de recursos naturais, notadamente, água e energia, no processo de produção de novos produtos; aumento da reci-clagem no País; integração entre os setores pú-blicos, empresarial e coletividade e prioridade nas aquisições e contratações governamentais para produtos reciclados e recicláveis; bens, serviços e obras que considerem critérios com-patíveis com padrões de consumo sustentável.

Esta é uma lei com uma base didática, visto que enuncia uma série de defi nições em seu bojo. E, iniciando a primeira delas, faz-se im-periosa a de resíduos sólidos, que não deve ser confundida com a de rejeitos.

Os primeiros são assim considerados pela lei como todo material, substância, objeto ou

www.bbquimica.com.br

NOSSAS SOLUÇÕES

Nossas soluçõespara lubrificantes

- Aminas (DEA, MEA e TEA)- Carbowax (Polietilenos Glicóis)

- DEG e MEG- Solventes alifáticos e aromáticos

- Solventes hidrogenados- Surfactantes

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bem descartado resultante de atividades huma-nas em sociedade, a cuja destinação fi nal se procede, se propõe proceder ou se está obriga-do a proceder, nos estados sólido ou semissó-lido, bem como gases contidos em recipientes ou líquidos cujas particularidades tornem inviá-vel o seu lançamento na rede pública de esgo-tos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

Diferentemente é o conceito de rejeitos que, apesar de serem considerados resíduos sólidos, não podem ser reaproveitados na mesma ou em outra cadeia produtiva, restando-lhes a cha-mada disposição fi nal ambientalmente adequa-da que será feita em aterros, a fi m de evitar danos à saúde pública e segurança e diminuir os impactos ambientais negativos.

Muito bem. Visto isto, cabe saber a quem se dirige à mencionada lei. Assim, a citada le-gislação determina e o faz, tanto no art. 1º, §1º como no art. 3º, inciso IX, que os gerado-res dos resíduos sólidos são as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas ativi-dades, nelas incluído o consumo.

Além das defi nições, objetivos e princípios, a lei em questão apresenta como instrumentos a sua consecução, dentre outros, o sistema da lo-gística reversa, mecanismo este já imposto para o setor em comento através de normas adminis-trativas e que agora foi ratifi cado imperativa e de forma cogente pela lei. É defi nido como o conjunto de ações que facilitem o retorno dos resíduos sólidos aos seus geradores (setor empresarial e aqui, frise-se que será de forma

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NOSSAS SOLUÇÕES

Nossas soluçõespara lubrificantes

- Aminas (DEA, MEA e TEA)- Carbowax (Polietilenos Glicóis)

- DEG e MEG- Solventes alifáticos e aromáticos

- Solventes hidrogenados- Surfactantes

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que seja estabelecido de que forma e dentro de qual prazo os resíduos se sujeitarão a esse mecanismo, bem como defi nir-se em contrato a quem caberá o pagamento de todo o procedi-mento referente à logística reversa.

Para além disso, a mencionada legislação instituiu no art. 30, a chamada responsabilida-de compartilhada pelo ciclo de vida dos produ-tos (que compreende as etapas que vão desde o desenvolvimento do produto até a disposição fi nal do mesmo) a ser implementada de forma individualizada e encadeada abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e co-merciantes, consumidores e os titulares de ser-viços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Assim, através desse instru-mento, será possível determinar de forma mais fácil qual será a obrigação de cada agente econômico dentro da cadeia produtiva, o que possibilitará futura ação de regresso e cabimen-to de indenização contra aquele que descum-priu seu papel dentro da mesma.

Caberá ainda aos geradores de resíduos do setor em comento a realização de planos de gerenciamento de resíduos sólidos (art. 20), que denotam claramente um caráter de impres-cindibilidade, já que serão parte integrante do licenciamento ambiental (art. 24).

No que tange à responsabilização penal, a Lei 12305/2010 trouxe uma signifi cativa ampliação no rol dos crimes ambientais (Lei 9605/98) capitulados respectivamente nos crimes de poluição (art. 56), cuja sanção cor-responde à pena de reclusão de um a quatro anos e multa e crimes contra a Administração Ambiental (art. 68) cujas sanções variam: se o tipo penal for doloso: pena de detenção de um a três anos e multa e se culposo: pena de três meses a um ano, sem prejuízo da multa. Tais fi guras delitivas sinalizam a necessária obser-vância às normas e regulamentos que os gera-dores dos resíduos tóxicos e nocivos à saúde humana e meio ambiente deverão ter em suas atividades industriais, fazendo-as instrumentos para a consecução da sustentabilidade econô-mica, ambiental, social e cultural.

independente do serviço público de limpeza ur-bana e manejo dos resíduos sólidos) para que sejam reaproveitados ou tenham uma destina-ção fi nal ambientalmente adequada. Neste to-cante, os fabricantes, importadores, distribuido-res e comerciantes de óleos lubrifi cantes, seus resíduos e embalagens deverão, por expressa disposição legal, implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados; disponibilizar postos de entrega; atuar em par-ceria com cooperativas de catadores de mate-riais reutilizáveis ou recicláveis, para além de outras ações e meios que o setor entender cabí-vel. O importante será a regulamentação para

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PRODUTOS & SeRviçOS

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Petrobras e CoPPe inauguram laboratório Para ensaios de óleos e lubrifiCantes

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A Petrobras e a Coppe-URFJ acabam de inaugurar o BunkerI, banco de pro-vas para ensaios de óleos combustíveis pesados e lubrificantes produzidos no Brasil. O projeto, avaliado em R$ 12,6 milhões, representa a primeira fase do Laboratório de Máquinas Térmicas – LMT da Coppe e da Escola Politécnica da URFJ. Trata-se do laboratório pioneiro no Hemisfério Sul a ser equipado com o motor Man Innovator 4C, com potência de 500kW. A próxima fase do proje-to, prevista para este ano, prevê a ins-talação de outro motor, fabricado pela Wärtsilã, com potência de 750kW.

A partir da implantação deste pro-

Cosan e braskem juntas Para forneCimento de etanol

A Cosan S.A., maior grupo sucro-alcooleiro do Brasil e único player to-talmente integrado do setor de energia renovável, assinou contrato comercial com a Braskem, empresa petroquímica líder em produção de resinas nas Amé-

jeto, o Brasil passará a ter tecnologia de ponta para ensaio de motores ma-rítimos, ampliando a pesquisa em com-bustíveis e assegurando a certificação de óleos lubrificantes, antes realizada somente no exterior.

Segundo o professor do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe, Albino José Kalab Leiroz, coordenador do LMT, o objetivo é adequar o óleo lubrificante e combustível aos mais al-tos padrões internacionais, de forma a garantir a integridade, o melhor desempenho dos motores e os limites para emissões de gases poluentes es-tabelecidos pela Convenção Interna-cional para a Prevenção da Poluição por Navios (Marpol). “O resultado dos testes trará benefícios à indústria brasileira de petróleo, aumentando a competitividade do óleo produzido no país”, explica o professor.

A melhoria na qualidade do óleo também vai contribuir para a redução de emissão de gases, de material particula-do e de CO2. Também faz parte das novas instalações do LMT um sistema de monitoramento que permite analisar com precisão as condições de toda a opera-ção do motor, em particular o processo de queima de combustível. Outra novida-

de é a implantação de um analisador de gases que está entre os mais modernos do mundo. O equipamento poderá de-terminar o teor de gases poluentes cujos limites já se encontram estabelecidos pe-las normas internacionais.

Este projeto faz parte da Rede Te-mática de Desenvolvimento Veicular, co-ordenado pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). O modelo das Re-des Temáticas foi criado pela Petrobras em 2006, em parceria com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), voltado para o relacionamento com as universidades e institutos de pesquisas brasileiros. Hoje já há 50 redes operando em parceria com 80 universidades e instituições de pesquisas de todo o Brasil. Nas redes, as instituições desenvolvem pesquisas em temas estratégicos para o negócio da Petrobras e para a indústria brasi-leira de energia. Os investimentos pos-sibilitam às instituições conveniadas a implantação de infraestrutura, aquisição de modernos equipamentos, criação de laboratórios de padrão mundial de exce-lência, capacitação de pesquisadores/recursos humanos e desenvolvimento de projetos de Pesquisa & Desenvolvimento nas áreas de interesse.

ricas, para fornecimento anual de 175 milhões de litros de etanol hidratado durante 5 anos, com preço determina-do com base no indicador ESALQ.

O etanol, entregue por meio de transporte ferroviário, será destinado

Albino José Kalab Leiroz , professor do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe,

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PRODUTOS & SeRviçOS

>>>à unidade da Braskem que está sen-do construída em Triunfo (RS) e que começará a operar em meados do segundo semestre deste ano, possibili-tando a produção do primeiro plástico verde do mundo a partir do etanol de cana-de-açúcar – o polietileno feito de matéria-prima 100% renovável.

Fazem parte do contrato cláusulas

ligadas à sustentabilidade, como cum-primento das leis trabalhistas, respeito às normas ambientais e as de redução de gases do efeito estufa, práticas es-tas seguidas por ambas as empresas.

Segundo Mark Lyra, diretor de vendas de etanol da Cosan (foto) “o acordo demonstra o reconhecimento do etanol como parte da solução no

desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, uma vez que substitui-rá o eteno de origem fóssil nessa nova unidade da Braskem”.

O contrato demonstra o compromisso da Braskem e da Cosan em atender as necessidades identificadas junto aos mer-cados consumidores, cada vez mais cons-cientes em suas decisões de compra.

Congresso sae brasil 2010Um dos maiores desafios da enge-

nharia brasileira para a mobilidade do futuro está na área de segurança em veí-culos duas rodas. A indústria automotiva trabalha no desenvolvimento de tecno-logias para tornar as motocicletas mais seguras, mas o esforço também deve ser concentrado na educação dos pilotos e infraestrutura viária adequada para mo-bilidade. O assunto estará em debate no dia 7 de outubro, a partir das 13h30, no painel do Comitê de Duas Rodas do Congresso SAE BRASIL 2010, que será realizado em São Paulo, SP.

Antonio Marcondes, chairman do comitê, destaca que o Brasil vivenciou, nos últimos anos, aumento exponen-cial na produção e vendas de veículos duas rodas, portanto, as preocupações ligadas à segurança de usuários e pe-destres também devem acompanhar o ritmo de crescimento.

“A via também é pensada em fun-ção da motocicleta? Qual é a via ideal para os usuários?”, questiona Marcon-des. E completa: “Temos uma frota de cerca de 14 milhões de motocicletas, portanto, o veículo deve ser levado em consideração na concepção da infra-estrutura viária. Além disso, temos de investir mais na formação dos condu-tores para uma maior segurança no trânsito”, ressalta.

O 19º Congresso e Exposição Inter-nacionais de Tecnologia da Mobilidade SAE BRASIL contará ainda com outros 19 painéis, nas áreas de veículos leves, cami-nhões e ônibus, aeroespacial, ferroviário, tecnologia da informação, educação, in-ternacional, gestão, máquinas agrícolas e construção e manufatura/qualidade.

Além dos painéis, o Congresso SAE BRASIL 2010 reunirá novamente em sua mostra tecnológica as principais marcas nacionais e estrangeiras na área da mo-bilidade, entre montadoras, sistemistas e demais empresas do setor, que irão apresentar tecnologias e serviços em seu estado de arte, em mais de 130 estandes. O evento terá, ainda, 136 trabalhos técnicos, de profissionais de indústrias e universidades, sobre diversas áreas da mobilidade.

Para o presidente da SAE BRASIL, Besaliel Botelho, o Congresso contribui significativamente para ampliar o conhe-cimento de profissionais e estudantes que atuam na área da mobilidade ao reunir, em um só espaço, serviços e tecnologias em seu estado da arte. Fóruns e painéis debatem os mais importantes temas em desenvolvimento na área, enquanto “pa-pers” desenvolvidos por profissionais da Indústria e da Academia mostram os ru-mos da tecnologia e os novos desenvolvi-mentos do setor. “É um período concentra-

do e muito intenso de aprendizagem. Por isso, é muito importante que as empresas estimulem a ida de seus profissionais ao Congresso”, afirma Botelho.

Ficha técnica:19º Congresso e Exposição Interna-cionais de Tecnologia da Mobilida-de SAE BRASIL Data: 5 a 7 de outubro de 2010Horário: de 12h às 20h30Local: Expo Center Norte – Pavilhão Azul - rua José Bernardo Pinto, 21 - Vila Guilherme, São Paulo/SPInscrições: www.saebrasil.org.br

Antonio Marcondes, chairman do Comitê de Duas Rodas do Congresso SAE BRASIL 2010

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PRODUTOS & SeRviçOS

CresCe défiCit na balança ComerCial de Produtos químiCos no Primeiro semestre

As importações brasileiras de pro-dutos químicos somaram US$ 14,9 bi-lhões no primeiro semestre deste ano, valor 36,8% superior ao mesmo perí-odo de 2009. As exportações, que ficaram próximas a US$ 6,2 bilhões, tiveram crescimento de 34,4%, na mesma comparação. O déficit na ba-lança comercial, de US$ 8,7 bilhões, cresceu 38,6% ante o primeiro semes-tre do ano passado.

Em volume, foram importadas 12,1 milhões de toneladas de produtos quí-micos, 50% mais do que no primeiro semestre de 2009. As exportações movimentaram 6,2 milhões de tone-ladas, com crescimento de 9,9% na mesma comparação.

Os produtos mais importados no semestre foram os medicamentos

silubrin a todo vaPorA Volvo confiou no laboratório de

análise de óleo da Silubrin para re-alizar seus testes, tanto de desempe-nho em lubrificantes quanto de condi-ções dos seus equipamentos, e para essa escolha foi fundamental ser uma referência.

O teste foi realizado com a empre-sa de “Ônibus Cidade Sorriso” – uma das que fazem o transporte coletivo de Curitiba. Foram usados seis ônibus bi-articulados que circulam nos corredo-res da cidade. Os ônibus tinham traje-tos semelhantes, item importante para que o teste saísse de forma igualitária entre as três marcas de lubrificantes a serem comparadas. Foram usados dois ônibus por tipo de lubrificante.

O objetivo do teste e o desafio da Silubrin foram mostrar para os clientes da Volvo que seu óleo VDS–3 (da mar-ca Volvo) tinha um desempenho supe-rior aos dos concorrentes e, ao mesmo tempo, ajudá-los a quebrar um para-digma junto ao seu cliente, que tinha a troca de óleo com 7.500 km e queria provar que com o seu produto ele faria essa troca com 20.000 km.

O resultado final com um laudo/relatório feito pelos profissionais do laboratório Silubrin comprovaram que o óleo da Volvo foi superior aos de seus concorrentes, tendo como fa-tor preponderante o teor de cobre en-contrado nas amostras do óleo Volvo, muito inferior ao dos concorrentes. Essa performance traz benefícios aos clientes Volvo, como o aumento de quilometragem rodada, menor des-gaste das partes móveis do motor e consequente redução do custo de manutenção do frotista.

Outra notícia que vem da Silubrin é a renovação da parceria de 12

anos com o Grupo Suzano, agora por intermédio da Suzano Papel e Celulose, para a execução de servi-ços e fornecimento de produtos para as quatro unidades da empresa no Brasil: nas duas fábricas em Mucuri (BA) e em Embu (SP). Nessa aliança a Silubrin será a responsável pela ges-tão da lubrificação avançada, e as também parceiras ABB será responsá-vel pelo monitoramento e a inspeção de equipamentos, a FAG fornecerá os rolamentos e acessórios e a BR Distri-buidora fornecerá os lubrificantes.

De acordo com Maurício Preto, di-retor de marketing & negócios da Silu-brin, essa aliança inaugura um novo patamar no mercado de manutenção nacional, que soma competências para oferecer uma solução única para o cliente, gerando uma parceria de negócios com objetivos comuns. “A Silubrin possui a tecnologia, o conhe-cimento e a experiência para desen-volver esse novo produto com estes parceiros de ponta”, diz.

Maurício Preto, diretor de marketing & negócios da Silubrin

Crédito para lojadeideias.blogspot.com

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PRODUTOS & SeRviçOS

O diretor da ANP, Allan Kardec Duailibe propôs, no início de agosto, em Brasília, durante debate no Fórum de Postos de Serviços, Equipamentos, Lojas de Conveniência & Food Servi-ce, a realização de reuniões com as receitas estaduais e o setor privado para discutir questões relativas à sone-gação tributária no mercado de eta-nol. Ele explicou que não é papel da ANP fazer a fiscalização diretamente nas usinas e que é preciso buscar ma-neiras para melhorar a fiscalização. Os empresários que participaram do encontro citaram como principal pre-ocupação do segmento a sonegação de impostos com a venda direta de combustível das usinas para os pos-tos, sem passar pela distribuidora. Kardec explicou que fiscalizar os não

anP ProPõe disCussão sobre sonegação no merCado de etanol

Allan Kardec Duailibe, diretor da ANP

pagadores de impostos está fora das atribuições legais da ANP. “A ANP já contribuí para o combate as essas irregularidades com as ações de fis-calização em todo país, embora os sonegadores ainda tenham uma série de instrumentos para burlar a lei.

Para Kardec, a atuação da ANP tem se intensificado. Em 2009, foram realizadas 25 mil ações de fiscaliza-ção, além do cruzamento de informa-ções obtidas a partir dos convênios firmados com órgãos municipais, es-taduais, ministérios públicos e Procons para facilitar a atuação da Agência. Ele destacou ainda o trabalho especí-fico para detectar a adição irregular de metanol ao etanol que está sendo desenvolvido pela ANP. “As multas aplicadas são altas e vamos olhar essa questão com lupa. Não é apenas de um crime fiscal, mas um crime de saú-de pública”, afirmou.

O diretor explicou que o etanol deve ser tratado como combustível e não somente como produto agríco-la. Para ele, o marco regulatório do setor de biocombustíveis deve aliar desenvolvimento sustentável, desen-volvimento tecnológico, e uma políti-ca tributária que impeça sonegação.”

Segundo o diretor da ANP, o Brasil só chegou ao estágio de desenvolvimen-to em que se encontra no pré-sal e em outras áreas devido aos investimentos em tecnologia.

Ele destacou ainda que é importan-te que a cadeia se adapte ao novo mo-mento vivido pelo mercado e para isso é necessária uma regulação específica para o setor. Kardec disse que susten-tabilidade, logística de abastecimento, qualidade do produto, monitoramento do produto e eficiência energética são os pontos-chave desse processo.

O diretor também rebateu as crí-ticas ao uso do biocombustível por questões ambientais. Ele informou que a redução do desmatamento no Brasil em 2009 foi de 47,7%. Ainda nes-sa linha, Kardec disse que em 2017 serão usados apenas 2,56% da área agricultável do país para suprir a de-manda de etanol. De acordo com Allan Kardec, a matriz energética bra-sileira é uma das mais renováveis do mundo, um exemplo para outros paí-ses do mundo. “Enquanto muitos paí-ses não sabem que combustíveis vão usar no futuro, o Brasil pode escolher a melhor opção. Essa é uma vantagem absurda”, concluiu.

Cré

dito

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ncia

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para uso humano (US$ 2,7 bilhões em compras), os intermediários para fertilizantes (US$ 1,8 bilhão) e as resinas termoplásticas (US$ 1,5 bi-lhão), que também foram os produ-tos químicos mais exportados pelo País, com vendas de US$ 848,6

milhões. Os petroquímicos básicos ocuparam o segundo lugar em ex-portações (US$ 471,1 milhões), se-guidos dos aditivos de uso industrial (US$ 386,8 milhões).

No mês de junho, especificamente, o Brasil importou cerca de US$ 2,6

bilhões em produtos químicos, valor 3,1% inferior ao de maio e 22,5% superior ao de junho de 2009. As exportações, de US$ 1 bilhão, recu-aram 3,5% na comparação com maio e apresentaram crescimento de 15,4% frente a junho do ano passado.

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EDITORIALISTA cOnvIDADO

O “bOOm” que ainda nãO acOnteceu...

(*) Fernando C. Scandoleira

depois de um sofrível ano de 2009, onde tivemos uma das piores crises mundiais, e que principalmente no primeiro se-mestre afetou nosso País de ma-

neira considerável, não foi apenas uma “ma-rolinha”... As mais pessimistas das opiniões eram que 2010 seria de uma recuperação industrial das maiores dos últimos tempos, com crescimento do PIB entre 4,5 e 7%, o que não vem ocorrendo.

Agora que já passamos pelo primeiro se-mestre, podemos ter uma visão global do período, que apesar de ter tido um resultado superior ao dos outros anos, começa a dar sinais de enfraquecimento, contradizendo o que acontece historicamente no segundo pe-ríodo do ano, quando as vendas ficam visi-velmente maiores.

Temos a indústria de construção civil, que resiste fortemente e se mantém como uma das áreas de maior crescimento do País, es-timulando o segmento e outras indústrias do

setor. Assim como poderíamos elencar vá-rios fatores que estão gerando preocupação entre economistas e industriais, vale ressaltar que este pessimismo ou medo de investir é resultado de uma política econômica que não privilegia a melhoria de infraestrutura, como a produção de energia elétrica, de estradas, portos, aeroportos etc, “afugentan-do” investidores estrangeiros e preocupando os de dentro do País. Todos estes fatores, aliados ao real supervalorizado, prejudicam a competitividade do produto brasileiro no exterior e beneficiam as importações, que somente no primeiro semestre deste ano au-mentaram mais de 45%, comparativamente a 2009.

Resta-nos torcer para que não estoure uma “bolha” imobiliária ou mobiliária – permitindo que a depressão volte aos níveis de final de 2008 e primeiro semestre de 2009 –, por em prática os exercícios de persistência, arrojo, inovação, de lideran-ça, e acreditar que podemos fazer deste um lugar melhor.

Novos dirigentes devem assumir o País. Agora é hora de pensarmos no bem comum, de estudarmos melhor e com mais responsa-bilidade o currículo e as propostas de cada candidato e de fazer valer nosso voto, nosso direito e nossa inteligência.

(*) Fernando C. Scandoleira, gerente comercial da Miracema-Nuodex, é Químico Industrial forma-do pela Faculdade Oswaldo Cruz, pós-graduado em Administração de Marketing pela FGV e está finalizando mestrado em Engenharia de Minas (Controle Ambiental) pela USP.

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