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Caderno Automotivo / Lubrificantes Automotivos - Na rota da modernização: fabricantes alinhados com o avanço da indústria / Caderno Industrial / Lubrificantes Atóxicos e Biodegradáveis - No caminho da substituição: benefícios das versões ecológicas tendem a superar custos mais altos.

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2ª CAPA

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Revista LUBGRAX • maio/junho 2010 • 3

EDITORIAL

UMA QUESTÃO DE COMPETÊNCIA

EXPEDIENTE

REVISTA LUBGRAX Ano I Nº 4 – Maio/Junho 2010

Capa: Foto: Iara Morselli

Produção: Sérgio Rodrigues

DiretorSérgio Ávila

Editoras responsáveis Maristela Rizzo – MTB 25.781

[email protected]

Miriam Mazzi – MTB [email protected]

Edição de arte e Editoração Alex Andrade

[email protected]

Editora de fotografi aIara Morselli

[email protected]

Marketing e eventos Sérgio Rodrigues

[email protected]

Gerente comercialFernando Mila

[email protected]

Circulação e assinaturasSalete Rodrigues

[email protected]

Pré-impressão e Impressão Neoband Soluções Gráfi cas

Lubgrax é uma publicação da Sergio Avila Editora e Eventos, dirigida

a profi ssionais e executivos de toda a cadeia produtiva de lubrifi cantes, óleos, fl uidos e

graxas, associações, entidades, universidades entre outros.

Circulação: Nacional Tiragem: 5 mil exemplares

Rua da Consolação, 359 – conjunto 1401301-000 – São Paulo, SP, Brasil

Tel (11) 3151-5140 [email protected]

Em época de Copa do Mundo, como já é tradi-cional no Brasil, nada se faz ou planeja, exceto o que esteja relacionado com o esporte mais amado do globo. Até aqui, sem novidade. Talvez a maior delas – para muitos sonhadores,

pelo menos – tenha sido a desclassifi cação precoce da seleção canarinho frente à que se tornaria fi nalista inédita do torneio, a Holanda.

Além dos maciços investimentos em marketing esporti-vo, que movimentaram grande parte do dinheiro do plane-ta neste ano, o mundo empresarial volta a caminhar, agora já de alma lavada pelo Carnaval que, também tradicional-mente, paralisa o País do samba até março, e pelo futebol, que nos deixou em frente à tevê por quase um mês inteiro.

Ponto fi nal para os eventos culturais e esportivos. Agora é hora de pensar no Brasil que empreende e se prepara para o futuro. Alguns exemplos deste País batalhador estão nesta edição, para a qual a reportagem sondou vários setores do mercado de lubrifi cantes, óleos e fl uidos. Nestas incursões, algumas conclusões já podem ser anotadas: a sustentabilidade não é mais tendência em nenhuma das pontas da cadeia do lubrifi cante, mas retrato de estratégias de atuação, e a área de pesquisa e desenvolvimento das companhias é o que se pode defi nir como o cérebro do setor, onde são estudados, elaborados e testados os produtos que irão para as prateleiras do mercado consumidor com a complexa tarefa de extrapolar suas expectativas.

Evidente que, a exemplo da realização de uma Copa do Mundo, não é simples a ta-refa de reeducar (o consumidor, para novas atitudes) e, muitas vezes, reinventar (o produto, para novas demandas). Mas parece óbvio que os resultados só aparecem quando há mais que coerência, quando há comprometimento com o mercado e respostas às suas manifes-tações.

Também nos parece cristalino e legítimo o direito de batalhar por um lugar ao sol. Esco-lhemos o setor de lubrifi cantes, fl uidos, óleos e graxas não só por se revelar um dos pujantes da economia, mas por termos convicção de sua importância estratégica para o Brasil do futuro. Exatamente onde pretendermos estar, fornecendo informações de qualidade, isentas e comprometidas com as necessidades dos leitores.

Ainda em tempo: grandes fi cam pelo caminho quando apostam suas fi chas na defesa e não escalam a criatividade. Em contrapartida, os que apresentam domínio da bola e ou-sadia nas jogadas fi nalizam uma tabelinha rápida na cara do gol. Marcá-lo é uma questão de competência.

Boa leitura!

Miriam Mazzi

[email protected] ou ligue (11) 3151-5140

Assinatura anual R$ 95,00Subscription other countries US$ 150.00

Air mail: US$ 200.00

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4 • Revista Lubrificantes • maio/junho 2010

SUMÁRIO

12

22

6

Caderno automotivo

editorial 4

entrevista - amauri Barbieri 6

Lubrificantes automotivos 12

Perfil do Fabricante – Lumobras 18

notícias & Produtos 20

Caderno industriaL

Lubrificantes atóxicos e biodegradáveis 22

Lubgrax meeting 36

Biocidas 38

eventos – Química & Petroquímica 44

Perfil do Fornecedor – miracema-nuodex 46

Guia de Produtos 49

editorialista Convidado 50

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Revista Lubrificantes • maio/junho 2010 • 5

RELAÇÃO DE ANUNCIANTES

emPresa PáGina

ipel .............................................................................................................................................................2ª capa

resitec/miracema-nuodex ................................................................................................................................... 9

Lumobras ........................................................................................................................................................... 13

quantiQ ............................................................................................................................................................. 15

Lwart ................................................................................................................................................................. 17

informex Latin america ...................................................................................................................................... 21

metachem .......................................................................................................................................................... 25

arinos ................................................................................................................................................................ 27

murta ................................................................................................................................................................ 31

Cabot ................................................................................................................................................................. 35

Lubgrax meeting ................................................................................................................................................ 37

aboissa ......................................................................................................................................................3ª capa

miracema-nuodex/Liovac ...........................................................................................................................4ª capa

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6 • Revista LUBGRAX • maio/junho 2010

EntrEvista - aMaUri BarBiEri

Por Maristela Rizzo

“É perigoso esse termo de biodegradabili-dade, pois pode induzir o cliente a fazer o descarte de forma

errônea”

ConheCimento de Causa

Com formação principal na área de química industrial, Amauri Barbieri carrega uma bagagem de 25 anos de atuação, muitos dos quais foram empregados na área de desenvolvi-

mento de produtos e novas tecnologias em lu-brificantes. Sua experiência nesta área fez com que ele fosse o pioneiro no ramo de tratamento térmico em óleo de têmperas acelerado. Quími-co industrial formado pela Unifieo estudou cursos de Mecânica Industrial e Polímeros no Senai. Essa iniciação na área de manutenção mecânica fez com que o profissional fosse um dos poucos quí-micos com experiência em máquinas e equipa-mentos. Diferencial que foi reconhecido por em-

presas como Houghton do Brasil, Nitroquímica, Bugarola e Safra Lubrificantes.

Após uma tentativa de trilhar carreira solo a frente da empresa Advance, Barbieri resolveu aceitar a proposta de se juntar à Lucheti Lubri-ficantes, onde hoje ele é o responsável pelo centro de pesquisa e desenvolvimento.

Em um bate-papo com a Lubgrax, Barbieri mostra seu ponto de vista em relação a vários assuntos atuais do mercado, como biodegrada-bilidade, fiscalização, concorrência e profissio-nalização do setor. “Não posso dizer que já sei de tudo, mas tenho um bom conhecimento da área de lubrificantes, de desenvolvimento de produtos e novas tecnologias”.

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Revista LUBGRAX maio/junho 2010 • 7

EntrEvista - aMaUri BarBiEri

Lubgrax: Como se encontra hoje a junção entre a advance e a Lucheti?Amauri Barbieri: Na verdade foi uma jun-

ção de tecnologias, pois a Lucheti é muito forte na parte de lubrificantes automotivos. É uma empresa que já está há 20 anos no mercado, vem se consolidando ano a ano com novos produtos, além de melhora excepcional da qualidade de cinco anos para cá. Nós não somos nem citados no Programa de Monitoramento da Qualida-de dos Lubrificantes da ANP (PMQL) há quase de dois anos, o que mostra que nos-sa qualidade é muita grande.

Lubgrax: há quanto tempo você está atu-ando dentro da Lucheti? e nesse período quais os produtos desenvolvidos por você que podem ser destacados?Barbieri: Recentemente tivemos uma opor-

tunidade de mercado que já vínhamos trabalhando há algum tempo, que seria a linha de tratamento térmico de metais e, em função de algumas dificuldades de ou-tros concorrentes, acabou surgindo essa oportunidade de entramos nesse mercado. São produtos especiais, com velocidade de resfriamento extremamente rápida. Em 1990 já tinham sido desenvolvidos óleos rápidos, dos quais eu tive a oportunidade de participar do desenvolvimento. Com isso eu já tinha conhecimento de merca-do e já estava esperando uma brecha. E, neste ano, conseguimos entrar nesse mercado. Hoje, praticamente todas as em-presas que terceirizam tratamento térmico são atendidas por nós, além de empresas parafuseiras e tratamento térmico especiais de peças de grande massa. Praticamente todas essas indústrias estão vindo buscar essa tecnologia com a gente. São produ-tos especiais nessa área, que é o principal foco atualmente da Lucheti.

Lubgrax: Passando essa fase, existe algum novo desafio que você pretende abraçar?

Barbieri: Na verdade sim, existem dois projetos, embora eu só possa falar de um por enquanto. Trata-se de um protetivo de base vegetal que é um lançamento que a Lucheti ainda está engatinhando. Ainda não há uma previsão de lançamento, mas a ideia é ir atrás de um protetivo base ve-getal que não seja tão agressivo como os que encontramos hoje no mercado que são base solvente, base querosene, base iso-parafina ou outros tipos de bases de ceras oxidadas.

Lubgrax: dentro do aspecto da qualida-de, segundo a diretoria da Lucheti, uma área que foi muito beneficiada com sua entrada na empresa foi a de vaselina. Você confirma?Barbieri: Hoje, a Lucheti produz em média

400 toneladas de vaselina por mês. Isto é um volume bastante expressivo dentro do mercado, que se deve ao fato da melhora de qualidade da vaselina, o que fez com que a empresa melhore cada vez mais. Tanto que já vemos a possibilidade de do-brar a produção por meio de investimentos que serão realizados nesta área depois que concluirmos a construção dos novos prédios da unidade.

Lubgrax: e sobre a parte de biodegradá-veis, você acredita que este seja o seu novo desafio dentro da empresa?Barbieri: Não, já é um produto bastante

comum no mercado. Todas as empresas já têm em sua linha algum produto biode-gradável. Embora eu até evite falar que se trata de um produto biodegradável. Ape-sar de os produtos terem características de biodegradabilidade, a partir do momento que você utiliza o produto e ele tem a dis-solução de sais dentro do metal do pró-prio rebolo, da própria ferramenta, o óleo solúvel acaba incorporando esses metais dentro de sua própria composição. Hoje já existem filtros dentro do mercado que

“Acredito que o grande merca-do para o futuro

continuará sendo os sintéticos, com

matérias-primas alternativas, onde as empresas têm

um custo mais elevado, mas

garantia de quali-dade melhor e de vida útil maior do

produto”

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8 • Revista LUBGRAX • maio/junho 2010

EntrEvista - aMaUri BarBiEri

“Nosso mercado é muito criativo e as situações que temos aqui fazem com que as empresas busquem novas tecnologias para baratear preço e melhorar

qualidade”

retêm a maioria desses metais. No nosso caso, o nosso óleo solúvel Bio 600 pode ser filtrado e descartado conforme os arti-gos 18 e 19 da Cetesb. É um excelente produto, além de sua grande diluição, pois ele trabalha com diluição de um litro de óleo para 40 litros de água.

Lubgrax: Você concorda com a afirmação de que a ideia de um produto 100% biode-gradável ainda está longe de ser uma reali-dade dentro do mercado? Barbieri: Concordo, justamente por isso. À

medida que se usa o produto, principalmen-te dentro de uma usinagem, acaba tendo esses sais dissolvidos, o que impossibilita que se faça o descarte sem tratamento. É perigoso esse termo de biodegradabilida-de, pois pode induzir o cliente a fazer o descarte de forma errônea.

Lubgrax: Como você enxerga hoje o mercado brasileiro em termos de dispo-nibilidade de novas tecnologias? o Brasil está apto a competir com empresas multi-nacionais?Barbieri: Sem dúvida! O mercado brasilei-

ro tem o que ensinar para o mercado de fora. Nosso mercado é muito criativo e as situações que temos aqui, tanto de cli-ma como de situações que as empresas passam para reduzir custo, fazem com que as empresas busquem novas tecno-logias para baratear preço e melhorar qualidade. Isso faz com que essa criativi-dade vá bem longe, pois a química não te dá limite para criar, permitindo que a empresa crie o que quiser. Essa parte de óleos lubrificantes funciona dessa forma. Eu acho que há muito para ser desenvol-vido na área de química, na parte de lu-brificantes industriais como automotivos, embora eu acredite que mais na parte industrial. E a Lucheti está buscando jus-tamente esse mercado, de sair na frente com algumas novidades. Pois, hoje, infe-

lizmente, a maioria das empresas espera algumas companhias fazerem o lança-mento para depois copiar, o quem nem sempre dá certo. Em termos de tecnologia o Brasil está mui-to avançado. Há algumas faculdades que estão trabalhando com algumas pesquisas na área de tratamento térmico que vão apresentar novidades em curto prazo, in-clusive também na área de metalworking.

Lubgrax: Por falar em faculdades, como você enxerga o preparo do profissional den-tro do mercado de lubrificantes? Barbieri: Hoje, praticamente a qualifica-

ção de químico formulador em óleo lubri-ficantes está quase em extinção. Nós não temos profissionais treinados, o pessoal disponível no mercado tem conhecimento muito baixo, não tem conhecimento para desenvolver produtos. A solução é pegar um profissional e ir treinando até que ele se desenvolva e isso leva cerca de dez anos. Isso se ele ficar em uma empresa só.

Lubgrax: além disso, tem o fato que, ao contrário de sua vivência, são poucos aque-les que têm noção da prática.Barbieri: Em primeiro lugar não se pode ter

medo. Há muita gente que tem medo de errar e acaba não arriscando. O que nun-ca aconteceu comigo, pois o conhecimen-to dava embasamento para que a gente arriscasse a fazer aquilo, pois sabíamos que tínhamos grandes chances de dar certo. E, felizmente, dos desenvolvimentos que foram feitos, dos quais participei, me ofereceu um aprendizado muito grande. Em termos de mercado, infelizmente, não temos pessoal treinado com conhecimento e a cada dia isso piora mais.

Lubgrax: e isso se deve à falta de interesse ou de cursos mais especializados?Barbieri: Praticamente não existem treina-

mentos na parte de lubrificantes, ou seja,

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EntrEvista - aMaUri BarBiEri

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EntrEvista - aMaUri BarBiEri

uma escola que seja específica ou que pelo menos dê uma noção de alguma coisa. A única escola que oferece um pouco de noção de viscosidade de óleo é a de En-genharia Mecânica, onde ele aprenderá al-guma coisa de engenharia de fluidos e vai ter algum contato com lubrificantes. Agora, de forma geral, nenhuma das escolas daqui está preparada para oferecer algum tipo de treinamento, o que faz com que haja falta de profissionais. Além disso, a parte de re-muneração no começo não é tão atrativa. Toda a parte de química no começo é um pouco sofrida, por isso a pessoa para ser química precisa gostar muito, pois senão ela abandona logo no primeiro ou segundo ano. Há muitos profissionais que hoje estão atuando em outros mercados.

Lubgrax: e você não enxerga possibilida-des de mudanças neste cenário?Barbieri: Com a descoberta das camadas

pré-sal eu diria que isso está mudando, pois vemos a Petrobras fazendo grandes investi-mentos e treinamentos. As plataformas preci-sam de gente especializada. Acredito então que eles vão buscar e treinar novos profissio-nais relacionados à área de lubrificantes. A tendência é de melhora, mas hoje para con-tratar um profissional gabaritado custa muito caro e para treinar tem que ter toda aquela paciência, além do fato da pessoa estar dis-posta a aprender e gostar do que faz.

Lubgrax: entrando nesse assunto das ca-madas pré-sal, hoje podemos observar que muitas empresas vêm investindo e apostando no crescimento do mercado em virtude dessa descoberta. em sua opinião essa mudança realmente ocorrerá ou tem que ser ainda bem estudada e trabalhada? Barbieri: Essa mudança só ocorrerá muito no

futuro. Toda essa exploração do pré-sal ain-da está engatinhando, apesar de já estarem retirando barris de petróleo de lá. Eu diria que alguns resultados bons só irão ser senti-

dos daqui a 20 anos. Isso, primeiro, porque a Petrobras tem o domínio do mercado, o que mantém o monopólio. E, em segundo, porque ela trabalha muito com o mercado europeu, onde há muita variação do Euro, variação de dólar, do barril de petróleo. En-tão a Petrobras ainda se baseia muito no mer-cado externo, o que a impedirá por algum tempo de dar as cartas. A partir do momento que a Petrobras estiver extraindo todo o volu-me necessário do pré-sal e houver uma maior estabilidade econômica do País, daí sim nós teremos condições de equilibrar o mercado. Mas isso não será em curto prazo.

Lubgrax: hoje você vê no mercado um au-mento da fiscalização de empresas e produtos. isso, em sua opinião, vai contribuir para que o mercado se foque mais em produtos de quali-dade e para o fim da concorrência desleal?Barbieri: A ANP é uma parcela importante

principalmente da qualidade do produto, mas hoje, mesmo com os esforços da agên-cia, não conseguiram acabar com alguns cânceres no mercado, como empresas que produzem ilegalmente, que não têm regis-tro na ANP, oferecem produtos de péssima qualidade, que continuam vivas no merca-do atrapalhando quem age corretamente. Hoje, a Lucheti com 20 anos de mercado, abaixo das companhias Shell, Texaco, Pe-trobras, seria primeira colocada, pois as outras estão um pouco defasadas tanto em termos de qualidade, tecnologia e partici-pação de mercado. Essa qualidade que a ANP está exigindo é ótima, porém vejo que com a implantação da resolução Nº 18 ela quis ter superpoderes, pois quis controlar capital social, controlar equipamentos – a empresa não pode terceirizar, tem que ter os equipamentos internamente –, ou seja, ela fugiu um pouco do foco dela.

Lubgrax: então a concorrência desleal continua?Barbieri: A Lucheti projeta que até 2016

“Nenhuma das escolas daqui está pre-parada para oferecer algum tipo de treina-mento, o que faz com que haja falta de

profissionais”

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EntrEvista - aMaUri BarBiEri

temos 30% de mercado para a crescer-mos em função da retração de outras em-presas estarem perdendo este mercado em função de não terem uma estrutura tão boa como a nossa, que tem por diferen-ciais preço e qualidade. Mesmo assim ainda temos muitos problemas com a concorrência desleal, principalmente na linha automotiva. Há gente que põe óleo usado, óleo filtrado, não põe aditivação, entre outras práticas. Mas, o mercado tem apresentado mudanças com a renovação da frota, o que faz com que os consumido-res tenham outra visão dos lubrificantes. Já na área industrial, vemos uma seleção muito maior. Se a empresa fornecedora não tem um know-how e um serviço pós-venda que ofereça apoio técnico e dê continuida-de ao trabalho iniciado, com certeza ela será cortada rapidamente do mercado, pois mostra que ela não tem estrutura que garan-ta que o cliente não irá parar.

Lubgrax: Como tendência qual tecnologia que acabará predominando no mercado? Barbieri: Existe muita gente que está optando

por trabalhar com solúveis vegetais, solú-veis biodegradáveis, produtos semisintéti-cos. Mas, acredito que o grande mercado para o futuro continuará sendo os sintéticos, com matérias-primas alternativas, onde as empresas têm um custo mais elevado, mas garantia de qualidade melhor e de vida útil maior do produto, o que faz com que o custo elevado se pague naturalmente. Mas eu acho que o mercado em si apresenta a tendência de partir para a linha sintética, tanto para produtos solúveis, como câmbio, engrenagem, lubrificação geral hidráulicos, entre outros.

Lubgrax: mas, existem empresas que ain-da relutam em aceitar esta tendência.Barbieri: Cada um tem sua visão de merca-

do. Muita gente apostou que o mercado de óleo solúvel de base vegetal seria maravi-

lhoso. Muitas empresas optaram em traba-lhar com isso devido ao baixo impacto am-biental e chegaram à conclusão depois de que não era bem assim, pois o óleo vegetal tem tantos problemas como o óleo mineral, principalmente na parte de descarte.

Lubgrax: Como você vê esse atual ape-lo ecológico? É uma mudança no merca-do ou se trata apenas de modismo?Barbieri: Em minha opinião é puro modismo,

pois sempre se trabalhou com óleo vegetal no passado e acabou não vingando, depois voltou para óleo mineral e hoje algumas em-presas falam que o óleo que oferecem é ecologicamente correto. Falar se fala muito, porém pouco se faz para controlar, princi-palmente tudo o que o mercado descarta ilegalmente e erroneamente. Há muita coisa que ainda é feita por debaixo do pano, pois as empresas de pequeno e médio porte, no caso de metalúrgicas, não têm condições de ficar tratando a emulsão, então muitas vezes preferem descartar no ralo em um dia de chuva, nos mesmos moldes que grandes empresas já fizeram no passado. Quando a gente formula um produto, procu-ramos fazer com que ele tenha o menor im-pacto ambiental possível, mas não são todas as empresas que se preocupam com isso.

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Lubrificantes automotivos

Por Maristela Rizzo

Modernização eM alta velocidadeCom a crescente renovação da frota e o lançamento de motores mais potentes, fabricantes de lubrificantes automotivos incrementam cada vez mais seus investimentos em produtos e conscientização dos consumidores

Mesmo após uma crise finan-ceira que deixou o mercado automobilístico em alerta, o setor continua galopando a olhos vistos, tanto que em re-

portagem publicada no jornal Financial Times lançou-se a estimativa de o Brasil passar a Alemanha e se tornar o quarto maior merca-do automobilístico do mundo. O motivo seria a expansão econômica do País, que provo-ca forte alta na venda de veículos, mantida inclusive após o fim do incentivo fiscal intro-duzido pelo governo para superar a crise de 2008. Hoje o Brasil é o quinto maior merca-do do mundo, com vendas de 3,1 milhões de automóveis no ano passado, atrás da China, Estados Unidos, Japão e Alemanha.

Crescimento que fez com que o merca-do de lubrificantes registrasse em 2009 consumo de aproximadamente 278.000 m3 para motores gasolina, álcool, bicom-bustíveis e GNV, 310.000 m3 para moto-res diesel, e 107.000 m3 de lubrificantes para engrenagens, segundo dados coleta-dos pela Agecom.

Performance obtida graças ao movimento das empresas de lubrificantes para acompanha-rem o crescimento do mercado automobilístico.

Mesmo assim, ainda não é possível dizer que os dois mercados crescem proporcional-mente. “Apesar do mercado de lubrificantes acompanhar diretamente o crescimento da in-dústria automobilística, o impacto é mais sen-tido no mercado de lubrificantes quando os veículos saem do período de garantia dado pelas montadoras”, informa Izabel Tereza La-

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Lubrificantes automotivos

cerda Dutra, coordenadora de Combustíveis e Lubrificantes da Petrobras Distribuidora.

Segundo ela, o volume de lubrificantes automotivos comercializado em 2008 foi de 981,602m³, no mercado total, e de 719,453m³, no mercado Sindicom. Em 2009, o volume foi de 946,543m³ e de 696,211 m³, respectivamente. Dados que indicam que o setor sofreu retração de 3,57% no mercado total e de 3,23% no mercado Sindicom.

Situação que começa a ser revertida devido aos constantes investimentos que os fabricantes de lubrificantes vêm realizando no sentido de acompanhar as necessidades dos consumido-res diante dos novos projetos de motores que surgem no mercado mundial.

Como Celso Luciano Miari, supervisor de vendas da Divisão de Lubrificantes da Agecom verifica, há cerca de 20 anos o mercado de veículos no Brasil era totalmente fechado aos importados e o lançamento de novos modelos

nacionais era bastante moderado. Já com a abertura do mercado para os modelos impor-tados, a indústria nacional se deparou com a missão de realizar uma forte atualização tec-nológica e lançar modelos novos. “Com isso os fabricantes de lubrificantes tiveram que se adaptar a essa nova realidade e hoje oferecem produtos das mais diferentes especificações, aplicações e performances”.

Segundo dados do profissional, hoje o Bra-sil possui uma frota de 30 milhões de veículos, com idade média de nove anos. Como a re-novação é maior a cada ano, isso obriga as companhias a oferecerem produtos de alta tec-nologia e que atendam às necessidades desse mercado. “Existe hoje a oferta de lubrificantes dos mais variados SAE, os mais recentes API e lubrificantes que utilizam base 100% sintética em sua composição para atender mercados como, por exemplo, o de veículos com motores bicombustíveis, motores com alta quilometra-

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Izabel Tereza Lacerda Dutra, coordenadora de Combustíveis e Lubrificantes da Petrobras Distribuidora

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14 • Revista LUBGRAX • maio/junho 2010

Lubrificantes automotivos

gem e também produtos específi cos para aten-der a linha de populares 1.0”, observa Miari.

Realidade que encontra eco na Shell. Como Fabiana Rodrigues, especialista de marketing e lubrifi cantes da Shell Brasil observa, as monta-doras têm desenvolvido motores cada vez mais potentes, com menores folgas e com períodos de trocas maiores. “Isso gera um desafi o aos fa-bricantes de lubrifi cantes, pois precisam desen-volver produtos que trabalhem em condições severas por mais tempo”, informa ela.

Observando os números de crescimento e renovação da frota, Fabiana observa também que os fabricantes de lubrifi cantes investem cada vez mais em produtos de alta performan-ce. Por outro lado, ela destaca o problema da falta de conscientização do consumidor sobre a escolha do lubrifi cante como um item impor-tante para o segmento. “Porém já notamos uma mudança na postura do consumidor. O consu-midor tem estado mais atento aos benefícios que cada produto traz ao seu veículo”.

necessidAdes AtendidAsEssa modernização naturalmente encontra

eco no portfólio dos principais fabricantes de lu-brifi cantes, como é o caso da Agecom, Shell e Petrobras que vem acompanhando de perto essa mudança de perfi l do mercado automobilístico e se adequando a para atendê-los com produtos de qualidade e alto desenvolvimento tecnológico.

No caso da Agecom, a empresa assegura que segue os mais rígidos padrões de quali-dade desde a formulação até a fabricação de seus produtos. “Nossas linhas de lubrifi cantes (Vorax, Maxi Diesel, Maxi Turbo e Maxi Gear) estão em constante evolução, buscando atender as exigências do mercado”, assegura Miari.

Apesar de a Agecom estar inserida no mer-cado de lubrifi cantes desde a sua fundação em 1987, foi apenas em 1998, com a construção da fábrica de lubrifi cantes, que a companhia ini-ciou um trabalho mais forte de distribuição das li-nhas Vorax, Maxi Diesel, Maxi Turbo, Maxi Gear e produtos voltados ao segmento industrial.

Já, em 2007, passou a investir forte em pa-

trocínios de equipes da Stock Car, com a con-tratação de novos profi ssionais e realização de alguns acordos com distribuidores regionais. “Isso nos proporcionou um excelente crescimen-to e maior visibilidade da marca. Podemos afi r-mar que hoje temos um market share de 17%, considerando as companhias fora do Sindicom. Dentro desse percentual, nossos lubrifi cantes têm mais de 20% de participação e perspectiva de aumentos ainda maiores”, relata o supervisor.

Entre todos os produtos comercializados hoje pela Agecom, as linhas de lubrifi cantes correspondem a 8% de participação (em litros) e mais de 12% em valores.

Atualmente a Agecom pretende colocar em breve no mercado novas especifi cações de lubrifi cantes, tanto para linha leve como para comercial pesado, seguindo as tendências e necessidades exigidas por esse mercado.

O objetivo é que até o início do segundo se-mestre de 2010 a empresa pretende estar com a linha completa de lubrifi cantes para todos os modelos de veículos que circulam pelo Brasil.

Os produtos já foram registrados na Agência Nacional do Petróleo (ANP) e estão aguardan-do a data de seu lançamento. Entre os novos itens pode-se destacar os lubrifi cantes de API SM e base 100% sintética, além de alguns SAE que hoje estão em uso constante pelas montadoras, como os 5W30 e 5W40. “Estamos também re-novando nossas embalagens atuais por modelos mais modernos e novos rótulos e tipos de emba-lagens incluindo novos SKUs em nosso portfólio como, por exemplo, as embalagens de 4 litros”, adianta Miari.

Na parte de produção e Pesquisa&De sen-volvimento, a empresa, cumprindo as exigên-cias da Agência Nacional do Petróleo (ANP), adquiriu equipamentos laboratoriais de última geração e da mais alta tecnologia para atender as necessidades do mercado e dos consumido-res. “Estamos também ampliando nosso portfólio de produtos industriais, investindo em marketing e na ampliação de nossa planta industrial para a produção de lubrifi cantes, com a aquisição de novos equipamentos de envase e rotulagem,

Celso Luciano Miari, super-visor de vendas da Divisão de Lubrifi cantes da Agecom

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Lubrax Sintético (SAE 5W-40) e Lubrax Tecno (SAE 15W-40): produtos passa-ram do nível de qualidade API SL para API SM

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Lubrificantes automotivos

contratação de profissionais e elevados investi-mentos para 2010”, antecipa Miari.

AlinhAmento Atualmente, lubrificantes representam 6,6% do

mercado de downstream da Shell no Brasil que ocupa a terceira posição nas vendas de lubrifican-tes com 14,2% de mercado, incluindo revenda e consumo (Fonte: Sindicom, até março 2010).

Observando a mudança de comportamen-to do consumidor a Shell lançou em 2008 seu novo portfólio na linha automotiva, onde a prin-cipal melhoria é exatamente de auxiliar o con-sumidor a escolher qual produto proporcionará melhor desempenho para cada tipo de veículo. Hoje, além de proteger e limpar o motor por mais tempo, o portfólio automotivo da Shell aten-de a todos os tipos de veículo do mercado.

A Shell acaba de lançar um produto formu-lado especialmente para o mercado brasileiro. O lubrificante Shell Helix HX5 S foi desenvolvi-do com tecnologia sintética destinado especial-mente para veículos flex.

A tecnologia semissintética do Shell Helix HX5 S apresenta maior resistência a processos como a formação da borra branca e aumento da oxidação devido ao acúmulo de água no motor, e assim, garante ao óleo um fluxo interno melhor. Para completar o pacote de benefícios, o produto também tem aditivos detergentes e dispersantes. Além disso, o Shell Helix HX5 S traz diversos benefícios: proporciona maior proteção e limpeza, reduz a fricção interna das partes do motor, o que proporciona um motor mais silencioso e com maior performance. “A Shell investe mais de R$ 80 milhões em pes-quisa e desenvolvimento todos os anos”, relata Fabiana.

modernizAçãoEnquanto isso, a BR mantêm sua liderança

no mercado de lubrificantes no País. Em 2009, fechou o ano com 20,75% de participação nas vendas, considerando o mercado global, e 28,21% no mercado Sindicom (Sindicato Na-cional das Empresas Distribuidoras de Combus-

tíveis e Lubrificantes) que contabiliza apenas as vendas das empresas associadas.

Com relação à venda de todos os lubrifi-cantes da companhia, os automotivos represen-tam cerca de 70%.

Em 2008, a Petrobras modernizou dois de seus lubrificantes que figuram entre os premium da linha Lubrax: Lubrax Sintético (SAE 5W-40) e o Lubrax Tecno (SAE 15W-40). Dessa for-ma, ambos os produtos passaram do nível de qualidade API SL para API SM. A partir deste upgrade, os produtos que receberam um novo pacote de aditivos proporcionam proteção “ex-tra” contra formação de borra no motor.

Já em 2009, a companhia lançou o Lubrax Turbo Vigoros com nível de qualidade API CF-4 e grau de viscosidade SAE 25W-60. Esse pro-duto, destinado aos motores a diesel com alta quilometragem, possui em sua composição um agente condicionador de retentores que ajuda a prevenir vazamentos internos e externos e o consumo excessivo de óleo, e agente de adesi-vidade, o que confere mais liga ao óleo.

Como os novos projetos de motores, que possuem grau de acabamento cada vez melhor, folgas menores e necessidade de refrigeração mais eficiente, com menor atrito interno, estão demandando lubrificantes com viscosidades mais baixas, como por exemplo, os graus de viscosidade SAE 5W-40 e 5W-30, a Petrobras dispõe em seu portfólio dos produtos da linha Lubrax. Dentro desta série destacam-se o Lubrax Sintético, com grau de viscosidade SAE 5W-40, Lubrax Valora (SAE 5W-30) e o Lubrax Tec Tur-bo (SAE 10W-40). São lubrificantes que aten-dem as atuais características do mercado, pro-porcionando menor atrito interno e fazendo com que o motor trabalhe mais “solto”. “Com isso, é possível se obter um melhor rendimento do mes-mo, o que se traduz em maior potência e menor consumo de combustível”, assegura Izabel.

Além de atender às necessidades dos fabri-cantes de motores, a Petrobras busca identificar e suprir outras necessidades. É o caso dos veícu-los leves e pesados com alta quilometragem, que possuem necessidades diferentes de lubrificação,

Lubrificante Shell Helix HX5 S: desenvolvido com tec-nologia sintética destinado especialmente para veículos flex

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Revista LUBGRAX • maio/junho 2010 • 17

Lubrificantes automotivos

uma vez que os motores nessas condições apre-sentam folgas maiores e retentores ressecados. Para estes motores, a Petrobras oferece o Lubrax Alta Rodagem, destinado aos veículos movidos a gasolina, álcool, GNV e flex, e o Lubrax Turbo Vigoros destinado aos veículos movidos a diesel.

obstáculosApesar de todos os investimentos realizados

pelos fabricantes de lubrificantes, ainda existem alguns pontos que precisam e requerem cons-tante atenção por parte do setor. Um deles, e o mais preocupante, é a questão das irregularida-des ainda existentes que prejudicam a atuação de empresas idôneas que investem muito em tecnologia para oferecer ao mercado produtos de qualidade, atendendo aos padrões exigi-dos. Ação que tem sido alvo de atenção da ANP, através do PMQL (Programa de Monitora-mento de Qualidade de Lubrificantes) que tem identificado as não-conformidades e punido as empresas irregulares.

Outro fator é a falta de conscientização por parte dos consumidores às questões de manu-tenção do veículo. Embora, como pondera Iza-bel, trata-se de um processo cultural que requer certo tempo de evolução, mas que com certeza

está sendo trabalhado de forma que o consumi-dor tenha conhecimento dos danos que a falta de manutenção causa ao veículo e consequen-temente prejuízos ao bolso.

Situação que Miari já enxerga que está ocor-rendo. “Com o aumento da venda de veículos zero quilometro nos grandes centros urbanos e consequentemente um aumento de veículos novos em circulação, o consumidor se vê obrigado a efetuar suas revisões dentro dos períodos estipu-lados pelos fabricantes de veículos. Isso acaba por melhorar a conscientização, principalmente porque um automóvel representa um investimento considerável por parte das pessoas e sua correta manutenção significa menores custos com repa-ros”, informa.

Por outro lado, o profissional verifica que boa parte dos consumidores de veículos com maior tempo de uso busca produtos de baixo custo, o que muitas vezes pode significar o uso de lubrificantes de pouca ou nenhuma quali-dade e que podem estar fora das normas e exigências da ANP. “Esse consumidor requer atenção e um trabalho de conscientização e esclarecimento quanto às vantagens do uso de lubrificantes de boa qualidade, procedência e correta aplicação”, finaliza.

Patrocínio de equipes da Stock Car proporcionou à Agecom crescimento e maior visibilidade da marca

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18 • Revista LUBGRAX • maio/junho 2010

PERFIL DO FABRICANTE - LumOBRAs

Marca consolidadaNascida numa época em que, no Brasil, lubrificantes especiais só eram fornecidos por empresas estrangeiras, a Lumobras ocupou esse nicho, passando a fabricá-los localmente sob licença. Paralelamente, a empresa desenvolveu e consolidou sua marca própria no País, se tornando um dos grandes players do mercado de lubrificantes.

Fundada há 48 anos como a primeira empresa nacional a oferecer lubrifi-cantes especiais – caso do Molykote –, a Lumobras iniciou sua trajetória num período marcado pelo intenso

desenvolvimento industrial do País, notada-mente o do setor automobilístico. Na época, estes lubrificantes eram importados em sua totalidade, o que abriu uma brecha significa-tiva para a entrada de novas empresas.

A crescente demanda estimulou o início da

produção da Lumobras, que, sob licença, pas-sou a fabricar localmente alguns produtos da linha Molykote. “Simultaneamente, passou a de-senvolver sua marca e produtos próprios”, infor-ma Paulo R. Bueno, responsável técnico. Desde então, a Lumobras fabrica lubrificantes especiais na forma de pastas, suspensões, graxas, óleos, pós e vernizes para todos os segmentos indus-triais e também varejistas do setor automotivo.

“Dessa atuação nasceu a necessidade de contar com uma equipe técnica altamente

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Revista LUBGRAX • maio/junho 2010 • 19

PERFIL DO FABRICANTE - LumOBRAs

Paulo R. Bueno, responsável técnico

qualificada”, acrescenta Bueno, completan-do que, desde então, o objetivo estratégico da empresa tem sido o de dar ao cliente um atendimento confiável. “Aliado à comprovada qualidade dos produtos Lumobras/Molykote, este posicionamento comercial vem garantin-do aos nossos clientes um serviço de pós-ven-da comprovadamente eficiente”, atesta.

SuStentabilidade Outra área que vem merecendo especial

atenção da Lumobras é a de sustentabilida-de. Comprometida com esta nova demanda global, a companhia conta com todas as cer-tificações e licenças ambientais exigidas pela legislação, mantendo-as sempre atualizadas, incluindo as que dizem respeito ao destino final de seus rejeitos e embalagens, como atestam seus inúmeros Cadris. O Certificado de Aprovação para Destinação dos Resíduos Industriais (Cadri) é utilizado há mais de 20 anos no estado de São Paulo como importante ferramenta para o controle do gerenciamento de resíduos industriais. “Procuramos atentar para a legislação ambiental e, na medida do possível, adequar nossas formulações às normas nacionais e internacionais e às solici-tações de nossos clientes”, diz Bueno.

A linha de produção da companhia, por ser de lubrificantes especiais, que precisam solucionar problemas de lubrificação de inú-meros segmentos industriais, com peculiarida-des específicas, está sempre em busca de no-vos produtos e matérias-primas, para melhor atender seus clientes, e sempre de acordo com as várias normas nacionais e internacio-nais que regulam o setor. “Estas questões sem-pre fizeram e fazem parte do cotidiano das atividades da empresa, pois as exigências dos clientes também são baseadas nestas mesmas normas nacionais e internacionais como DIN, MIL, ISO, NSF,FDA, OHSA etc”, argumenta o responsável técnico.

Melhoria de reSultadoSConforme Bueno, é impossível, num mercado

globalizado como o atual, se pensar em bom desempenho comercial, de marca e de relacio-namento com os clientes, sem o atendimento a essas normas e às questões ambientais.

Apesar da evidente expansão dos produ-tos com chancela ecológica, a questão custo ainda é um grande obstáculo no seu desen-volvimento e comercialização. “Sem dúvida, este é um item que interfere, mas é certo que seguimos para este destino, pois novas pes-quisas em produtos e processos têm trazido reduções significativas de custos e melhoria de resultados”, justifica Bueno, citando como exemplo a busca de lubrificantes realmente biodegradáveis, já em adiantado estágio de produção.

Dentro dos segmentos atendidos pela Lu-mobras, o setor automobilístico e o alimentí-cio, em função de exigências globais, são os que estão saindo na frente ao exigir de seus fornecedores produtos menos agressivos à natureza e ao ser humano.

Para satisfazer as novas necessidades ambientais, a Lumobras oferece lubrificantes biodegradáveis, novos pacotes de aditivos e processos de fabricação, além da nanotec-nologia aplicada ao setor de lubrificação.

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20 • Revista LUBGRAX • maio/junho 2010

NOTÍCIAS & PRODUTOS

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ANP FECHA CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOSA Agência Nacional do Petróleo,

Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) assinou em junho contrato com a empre-sa Gaffney, Cline & Associates Inc. para prestação de serviços técnicos especiali-zados de avaliação de hidrocarbonetos in situ em bacias sedimentares brasileiras localizadas na região do pré-sal. Para o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, a contratação da Gaffney Cline & As-sociates coroa o processo iniciado com o lançamento da licitação internacional para contratação da certifi cadora.

“A licitação internacional promovi-da pela ANP seguiu todos os trâmites e os prazos legais, sem qualquer atra-so”, afi rmou Haroldo Lima. A empresa deverá concluir o trabalho até o fi nal de agosto.

CASTROL LANÇA LUBRIFICANTE COM ADITIVO ANTIBORRAA borra é uma substância viscosa

e escura, pegajosa e insolúvel que se forma no motor. É considerada “o colesterol do motor”, pois entope a passagem do óleo e reduz a sua cir-culação nas partes mais críticas do mesmo. Pode causar estresse mecâni-co, levando ao aumento do consumo do lubrifi cante, diminuição da per-formance, desgaste e até mesmo a quebra do motor. Cerca de 30% dos problemas dos motores estão relacio-nados a algum nível de borra.

Para sanar este problema, a Cas-trol lançou o GTX Anti-Borra, uma evolução do Castrol GTX 5X, que agora, além de permitir a redução do desgaste do motor em cinco ve-zes, também oferece 29% maior pro-teção contra a formação de borra, se comparada ao exigido pela API

SM. GTX Anti-Borra é um óleo mine-ral apresentado na versão 20W-50, em embalagens de 1 litro, 4 litros e 200 litros, e na exclusiva viscosidade 10W-40, em embalagem de 1 litro. Está disponível em centros automoti-vos, super trocas, autopeças, ofi cinas mecânicas e postos de gasolina.

Noticias_04.indd 20 14/07/2010 15:59:59

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22 • Revista LUBGRAX • maio/junho 2010

Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

Benefícios que superam custosEles ainda são minoria em comparação ao volume comercializado pelo mercado total. Mas, afirmam os entrevistados por Lubgrax, não há como negar o crescimento gradual e consistente do setor de lubrificantes biodegradáveis e atóxicos. Mesmo atribuindo aos custos mais elevados a principal barreira a ser vencida, os executivos do setor são unânimes ao assegurar que é uma questão de tempo para que os benefícios apresentados por esses produtos ecologicamente corretos relativizem e até ultrapassem o que custam a mais

por Maristela e Miriam Mazzi

muitos termos passaram a figu-rar no dicionário do século XXI. Sem dúvida, em função do uso exaustivo, alguns se tornaram jargões que nor-

teiam ações sem embasamento em vez de objetivos estratégicos para as companhias. A biodegradabilidade é um deles. Frente às no-vas necessidades de preservação do planeta, um produto com esta característica conquista

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Revista LUBGRAX • maio/junho 2010 • 23

Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

a simpatia e o bolso do consumidor moder-no. E, de carona, está se transformando em bandeira de marketing de muita empresa.

No setor de lubrificantes, o conceito de biodegradabilidade está aportando paula-tina, mas consistentemente. Como reforçam os empresários, trata-se de um caminho sem volta o de investir em tecnologias ambien-talmente adequadas às novas demandas. Sem volta, mas no início. “Ainda vemos no mercado cerca de 90% das empresas destinando seus recursos a produtos con-vencionais, sejam usuários ou fabricantes. Na prática, poucas são as empresas que se direcionam a tecnologias focadas so-mente em produtos menos agressivos e mais ecologicamente direcionados”, concorda o engenheiro Kleber Marques, diretor técnico da Clarus Technology, assegurando que a empresa é uma delas.

Embora acredite ser o mercado de lubri-ficantes biodegradáveis o futuro, Paulo de Tarso, gerente da Texlub, admite que ainda não existe a consciência dos empresários em relação ao custo/benefício favorável que es-tes produtos oferecem. “Portanto vamos conti-nuar trabalhando este mercado”, diz.

Além da urgência ecológica, outro fator que tem estimulado as empresas a desen-volverem produtos menos tóxicos são as severas legislações de países-sede de mui-tas multinacionais. E mercados que estão se tornando pólo de produção ou expor-tação, como o Brasil, são forçados a se adequarem a elas. “Além das exportações, a crescente onda de globalização faz com que as organizações tenham que seguir orientações do grupo ou mesmo exigências de seus clientes majoritários. Muitas vezes as matrizes criam demandas que são até mais restritivas do que a legislação local no país”, atesta Marques, acrescentando que, no mercado brasileiro, entre as exigências legais está o atendimento a normas traba-lhistas que preconizam como insalubres ati-vidades em que o trabalhador manipule óle-

os minerais e seus derivados. “Trata-se da primeira grande melhoria que as empresas buscam em seus processos operacionais”, informa, acrescentando à lista questões am-bientais como correta destinação dos resí-duos e, quando possível, a reutilização dos recursos no processo.

Entre os setores que estão liderando a mudança de comportamento de consumo em benefício dos biodegradáveis estão, confor-me o diretor da Clarus, os setores alimentício e farmacêutico. “Mas hoje se vê clientes pon-tuais em praticamente todos os segmentos de mercado, buscando achar o custo/beneficio de serem ambientalmente corretos, aliando a isso o fortalecimento de sua marca no quesito sustentabilidade”, considera.

Os custos são, aliás, um obstáculo bem alto para as novas posturas de mercado. “Nunca é uma questão fácil debater custos com o cliente. Não se pode generalizar o mercado. Na verdade é uma matemática difícil de fechar, que tem que ser debatida interagindo diversos setores na empresa, des-de suprimentos querendo reduções de custos, até setores como produção, segurança do trabalho e ambiente, que buscam melhorias nos processos com uma visão mais global da empresa e sua inserção no mercado e comu-nidade”, pondera Marques.

De acordo com o diretor técnico, a Clarus Technology, em muitas ocasiões, conseguiu reduzir o impacto de custos de adicionais tra-balhistas, aumentar a segurança de processo produtivo, evitar contaminações cruzadas, tornar desnecessários processos de desen-graxes posteriores e aumentar a vida útil da lubrificação, aumentando os intervalos de pa-radas de maquinas.

A Clarus trabalha com produtos diferen-ciados com este foco. São graxas e desengri-pantes grau alimentício, óleos de processos formulados com insumos renováveis e bio-degradáveis, além de várias soluções base água para substituição dos problemáticos lu-brificantes tradicionais de base mineral.

“Ainda vemos no mercado

cerca de 90% das empresas

destinando seus recursos a pro-dutos conven-

cionais, sejam usuários ou

fabricantes”Kleber Marques, diretor téc-nico da Clarus Technology

“Ainda não existe a consciência dos empresários em relação ao custo/benefício favorável que estes produtos oferecem. Portanto vamos con-tinuar trabalhando

este mercado”Paulo de Tarso, gerente da Texlub

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24 • Revista LUBGRAX • maio/junho 2010

Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

Custo Com benefíCioA Lumobras é outra que vem adorando a

filosofia ambiental. A empresa ingressou no mercado de lubrificantes H1 (atóxicos) em 1998 e, desde então, a demanda, confor-me avaliação de Anna Katrin Jarosch, geren-te de suporte técnico, vem crescendo pouco a pouco, principalmente por exigências go-vernamentais e internacionais.

Entretanto, a profissional assegura que certamente ainda há espaço para os pro-dutos convencionais, “até porque muitos lu-brificantes atóxicos e biodegradáveis ainda são importados e acabam tendo um custo mais elevado”, explica, argumentando que os fabricantes de graxas convencionais co-meçam a se preocupar com os aditivos, eli-minando, por exemplo, ligas de chumbo e parafinas cloradas. “Também estão sendo eliminados os óleos e graxas lubrificantes à base asfáltica, amplamente aplicados em minerações e fábricas de cimento há alguns anos”, diz, completando que o conceito de lubrificação atóxica empregado no exterior também está fazendo com que o mercado brasileiro se preocupe mais e se adapte aos métodos do mercado estrangeiro, em que questões ligadas ao ambiente e saúde estão muito avançadas.

“Apesar de muitas empresas estarem mu-dando seus conceitos quanto à lubrificação e perigos de contaminação, ainda vemos no dia a dia que várias não possuem co-

nhecimento destes lubrificantes específicos, utilizando muitas vezes graxas comuns”, diz, constatando que as exigências quanto ao consumo de produtos biodegradáveis e dos atóxicos vêm aumentando em indústrias de maior porte, com mais informações e exigên-cias, principalmente devido à implantação da ISO 14000.

Entre os setores que já estão utilizando lu-brificantes, óleos e graxas biodegradáveis, Anna cita as empresas governamentais, que utilizam graxas biodegradáveis para seus equipamentos da construção civil, perfuração de poços artesanais, etc. No caso de graxas atóxicas, as mencionadas são as indústrias farmacêutica e alimentícia.

Quanto ao custo, na Lumobras, de acor-do com Anna, ele é trabalhado como valor agregado. “Um lubrificante especial, como o nome já diz, tem propriedades especiais também, sendo assim acaba tendo um valor mais elevado”, justifica, informando que a empresa há mais de 48 anos tenta dissemi-nar no mercado brasileiro o acerto da rela-ção custo/benefício. “Porém tem sido uma tarefa muito difícil, pois nossa cultura opta na maioria das vezes pelo ‘quebra-galho’ ou pelo ‘jeitinho’. Precisamos conscientizar as pessoas de focarem uma manutenção mais programada e pró-ativa. Lubrificando a má-quina de maneira correta, evitamos quebras, paradas de produções, custos extras, etc. Quando todos começarem a pensar desta

Anna Katrin Jarosch, gerente de suporte técnico da Lumobras

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maneira, entenderão melhor esta questão custo/benefício”, acredita.

neCessidades distintasA tradicional fabricante Bardahl está con-

victa que ainda há espaço para os lubrifi-cantes convencionais. Entretanto, conforme Sérgio Ambrus, coordenador técnico e in-dustrial, o mais importante é que no momen-to do desenvolvimento se conheçam todos os requisitos de entrada do projeto e, sendo um dos requisitos os aspectos ambientais, o desenvolvimento deve contemplar a necessi-dade de atoxicidade ou biodegradabilida-de. “Mesmo um lubrificante automotivo, hoje em dia, deve ser aprovado nas exigências dos órgãos ambientais no que se refere às emissões de poluentes. É comum haver al-guma confusão entre os usuários a respeito do conceito de óleos atóxicos e biodegradá-veis. É possível que um mesmo óleo atenda ambas as necessidades, mas, em geral, o óleo atóxico se destina às indústrias alimentí-cias, farmacêuticas e cosméticas e, os óleos biodegradáveis, se destinam àqueles que trabalham com lubrificação por perda para que possam ter um descarte adequado do produto usado”, explica.

Sobre o custo mais elevado dos lubrifican-tes biodegradáveis, Ambrus lembra que de-vem ser separadas as necessidades do uso de produtos ambientalmente corretos e da-queles que atendem às exigências das indús-trias alimentícia/farmacêutica/cosméticos da relação custo/benefício. “Estas aplicações estão sendo expandidas gradativamente por obrigatoriedade, seja por lei ou por imposi-ção de entidades nacionais e internacionais. Por outro lado, em alguns casos é possível adequar produtos com melhor desempenho e com isso obter mais benefícios. Este é um pro-cesso mais trabalhoso, que exige cada vez mais um atendimento técnico/comercial das indústrias de lubrificantes”, diz.

Entre os novos produtos, Ambrus destaca os lubrificantes atóxicos destinados à lubrifi-

Sérgio Ambrus, coordenador técnico e industrial da Bardahl

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26 • Revista LUBGRAX • maio/junho 2010

Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

cação de equipamentos alimentícios onde possa ocorrer contato incidental com o ali-mento; lubrificantes atóxicos que são utiliza-dos como veículos em produtos farmacêuticos e cosméticos; lubrificantes semissintéticos e sintéticos biodegradáveis para as operações de retífica e usinagem.

inovações naCionalizadas Para Roberto Saruls, gerente de marketing

& serviços técnicos da Castrol Industrial, o fator custo é, sim, um limitante para a expan-são do mercado de lubrificantes biodegradá-veis, o que favorece a manutenção dos con-vencionais. “As bases vegetais naturais ou sintéticas de boa qualidade ainda são caras, mas existe uma demanda crescente, o que deverá levar à queda dos custos no médio prazo”, prevê.

O profissional também aponta a maior ri-gidez dos órgãos ambientais brasileiros e a busca de redução do encargo em impostos (insalubridade) por uso de lubrificantes não derivados de óleo mineral de petróleo como fatores que têm estimulado os empresários a investir em produtos menos tóxicos. Ainda assim, segundo ele, faltam ao mercado brasi-leiro estímulos específicos para que a relação custo/benefício seja percebida tanto por fa-bricantes como usuários.

A estratégia da Castrol para equacionar

este problema é trazer inovações que já se-jam caso de sucesso em outros países como Alemanha, Estados Unidos e Japão. “Temos produtos globais de alta qualidade, mas com preços ainda proibitivos para Brasil. Por isso, nosso caminho natural é buscar adaptar o know how global para nossa disponibilidade de matérias-primas local. Estamos investindo fortemente em pesquisa nisso”, informa, la-mentando existir no Brasil uma proliferação de produtos ditos “vegetais”, manufaturados com bases pouco estáveis, que geram pro-blemas operacionais ao cliente como odor, decomposição, corrosão etc. “Isso é ruim, pois cria o risco de ‘queimar’ a imagem des-ta nova tecnologia”, alerta.

durabilidade prolongadaPara a Lubriquim, o crescimento da de-

manda em relação aos produtos de grau ali-mentício e atóxicos é inegável, mas os custos elevados deixam uma brecha enorme para o desenvolvimento dos lubrificantes convencio-nais e minerais, com o conseqüente desen-volvimento de meios e métodos para o trata-mento e recuperação destes. De acordo com Vinicius de Medeiros, gerente técnico-comer-cial, “infelizmente a maior demanda ainda fica com clientes que têm de se adequar em relação ao mercado externo, geralmente as de maior porte, que dependem deste merca-

Roberto Saruls, gerente de marketing & serviços técnicos daCastrol Industrial

“infelizmente a maior demanda ainda fica com clientes que têm de se adequar em rela-ção ao mercado externo, geralmente as de maior porte, que dependem deste mercado, muito mais rígido em relação a esse

tipo de produto”Vinicius de Medeiros, gerente técnico comercial da Lubriquim

Lubrificantes Biodegradaveis_04.indd 26 14/07/2010 15:52:32

do, muito mais rígido em relação a esse tipo de produto”, diz, informando que é crescente o número de clientes que buscam este perfi l para agregarem um diferencial a seus produ-tos, com consequente ganho em visibilidade e conservação do ambiente. “Vale lembrar que estes cliente acabam se convencendo a utilizar os produtos food-grade e especiais, pois têm um custo/benefício infi nitamente su-perior aos convencionais”, assegura.

Entre os destaques dos novos desenvolvi-mentos, Medeiros cita os óleos sintéticos para redutores, compressores de ar, bombas de vá-cuo, dentre outros, segmentos nos quais o óleo chega a durar até oito vezes mais que os con-vencionais, e as graxas especiais, setor onde é possível notar claramente sua durabilidade e efi cácia em rolamentos, mancais, correntes e etc. Com a aplicação correta, conforme o gerente técnico-comercial da Lubriquim, estas graxas podem durar até dez vezes mais que as convencionais, principalmente em equipamen-tos onde se tenham temperaturas e rotações mais elevadas e contaminantes externos. “A durabilidade é infi nitamente maior das peças e dos componentes, podendo-se fazer com ex-trema segurança as manutenções preventivas e preditivas, quando comparados aos lubrifi -cantes convencionais”, assegura.

Medeiros ainda ressalta que, além da ex-celente relação custo/benefício dos produtos biodegradáveis, com sua utilização a empre-sa pode reduzir a carga de trabalho dos fun-cionários. “O lubrifi cador é um profi ssional em pequeníssimo número, o que os sobrecarrega. Como o período de relubrifi cação ou reposi-ção do lubrifi cante é extremamente maior que os convencionais, pode-se ter um maior ren-dimento do funcionário, pois ele pode atingir por completo o número de equipamentos e pontos de lubrifi cação e, consequentemente, tornar seu serviço mais efi caz”, sugere.

ConsCientizaçÃo

Para Juliano Magalhães, químico de desen-volvimento de produtos da System Mud, a ten-

Juliano Magalhães, químico de desenvolvimento de produtos da System Mud

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28 • Revista LUBGRAX • maio/junho 2010

Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

dência geral é que as pesquisas sejam cada vez mais focadas nos produtos biodegradáveis e de baixa toxicidade ao ambiente, embora ainda existam aplicações específicas nas quais os lubrificantes de origem petroquímica (conven-cionais) encontram grande aceitação no merca-do por serem produtos vastamente estudados e consolidados em suas aplicações, caso dos lubrificantes para veículos automotores. “Na nossa área de atuação, estamos em um gran-de processo de conscientização dos clientes e consumidores finais das vantagens do uso dos lubrificantes biodegradáveis”, diz.

De acordo com o profissional, o mercado brasileiro já está adotando as práticas de res-trições ao uso de lubrificantes petroquímicos em aplicações específicas, como no caso da área de atuação na perfuração de poços, que é atendida pela empresa, mas se tratam de ações isoladas e que dependem de uma forte

recomendação dos setores de meio ambiente internos das empresas. “Contudo, isso ainda é muito mais dependente da conscientização dos responsáveis pelo uso dos produtos e do apoio direto de profissionais da área do am-biente do que uma questão de atendimento às legislações ambientais”, atesta.

Atualmente, a System Mud está trabalhan-do intensamente com empresas que possuem ISO 14001, o que é considerado importante para o início de um processo de transição dos lubrificantes usuais para os produtos biodegradáveis. “Sem isso, o cliente tende a não valorizar adequadamente a aquisição de um produto de caráter ecológico, pois muitas vezes o custo desse tipo de produto é um pouco superior e sempre existe um certo receio de que o produto biodegradável não tenha o mesmo desempenho que o seu prede-cessor”, constata.

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Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

Segundo ele, o segmento que demonstra mais interesse nos lubrificantes biodegradá-veis é o da mineração, pois as empresas desse setor geralmente são de médio a gran-de portes e muitas vezes com abrangência multinacional. “O custo neste caso não é um fator proibitivo ou determinante, pois as mi-neradoras utilizam suas ações de melhoria ecológica em seus processos como ferramen-ta de marketing , sendo que isso gera retorno financeiro direto”, analisa.

Para o químico da System Mud, o merca-do brasileiro ainda não aprendeu a valorizar a relação custo/benefício. “Temos experiên-cias de situações nas quais o uso de lubrifi-cantes biodegradáveis e ecológicos deveria ser até mesmo obrigatório, mas ainda são amplamente utilizados lubrificantes petroquí-micos com aditivos de alta toxicidade em sua formulação. Essa prática claramente demons-tra que o fator custo é decisivo, visto que já existem produtos ecologicamente corretos dis-poníveis comercialmente a um preço que não é muito superior ao preço dos petroquímicos a ponto de inviabilizar seu uso”, informa.

Entre os produtos que merecem destaque, Magalhães cita os óleos petroquímicos e as graxas de lubrificação das ferramentas de perfuração roto-pneumáticas para constru-ção de poços tubulares para extração de água mineral, que estão sendo pouco a pouco substituídos por produtos biodegra-dáveis. “Esta ação tem inúmeras vantagens sobre a qualidade final da água extraída, onde a saúde do consumidor é diretamente afetada caso o lubrificante utilizado na obra seja inadequado. Neste em específico, o lubrificante deve ser completamente inofen-sivo de uma forma geral e os lubrificantes ecologicamente corretos atendem a todas as exigências ambientais e toxicológicas, diz, completando que em toda e qualquer perfuração, como nesse caso, na extração de petróleo, nas sondagens geológicas e nas obras de fundações, o uso de lubrifi-cantes inadequados pode gerar uma grave

contaminação dos aqüíferos e comprometer totalmente o uso da água existente, sendo que essa contaminação pode atingir poços vizinhos já existentes, ou que venham a ser construídos, e inutilizá-los também.

Expansão acanhadaChamando a atenção para a falta de

responsabilidade com o meio ambiente de alguns produtores e consumidores, o que torna mais lento a expansão do mercado de lubrificantes biodegradáveis, Reginaldo Almeida, vendedor técnico – Lubrificantes e Metalworking da D’Altomare, afirma que o mercado interno aponta com perspectivas animadoras para longo prazo, se alinhando a tendência mundial. “O mercado de lubrifi-cantes tem buscado inovações e este interes-se, ainda de forma acanhada, tem aumenta-do nos últimos anos. Por se tratar de novas tecnologias, o custo é o principal empecilho na maioria dos casos”, sentencia, acrescen-tando que, levando em consideração que não há regulamentações e em muitos casos baixo comprometimento com o ambiente, grande parte do mercado interno ainda é re-sistente quanto a este entendimento.

Entre as novidades, o vendedor técnico da D’Altomare cita os PAG’s, que são bases sintéticas biodegradáveis, cuja decomposi-ção resulta em CO2 e H2O.

custo dEsprEzívElPara Fernando Cezar Scandoleira, geren-

te comercial da Miracema-Nuodex, as em-presas que fazem algum tipo de investimento, fazem-no em produtos ecologicamente corre-tos, sendo uma pequena porcentagem repre-sentada por clientes que optam por utilizar produtos convencionais, “mas todos têm o foco em mercado mais responsável ambien-talmente, a curto e médio prazos”, diz.

Entre os setores que mais demandam os novos produtos, Scandoleira afirma que a Miracema-Nuodex recebe várias solicitações de desenvolvimentos para estes mercados,

Reginaldo Almeida, ven-dedor técnico de Lubrifi-cantes e Metalworking da D’Altomare

Fernando Cezar Scando-leira, gerente comercial da Miracema-Nuodex

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Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

mas o mercado sucroalcooleiro merece des-taque, pois 90% das usinas utilizam produtos degradáveis, principalmente por imposição dos mercados externos. “Nestes casos o cus-to não é um empecilho, já que o impacto de custos destes aditivos pode ser considerado desprezível.”

Para o gerente comercial, nos mercados onde a relação custo/benefício não tem im-pacto tão forte, a filosofia do empresário tam-bém se condiciona a utilizar produtos mais “limpos” e com custos maiores.

A Miracema-Nuodex tem uma vasta linha de aditivos para a área de lubrificantes e en-tre os vários produtos atóxicos e biodegra-dáveis destaca-se o bismuto, metal substituto do chumbo. “O diferencial da Miracema é a assistência dada aos clientes no desen-volvimento ou substituição de produtos não biodegradáveis por produtos ambientalmente saudáveis; fazemos a fórmula sob medida para nossos clientes e com a performance desejada”, informa.

produtos cErtificadosPara Francisco Gadelha, gerente de de-

senvolvimento de especialidades para o Brasil da Shell, os lubrificantes convencionais terão suas aplicações mantidas por algum tempo.

Quanto aos lubrificantes atóxicos, as exi-gências não são ambientais, conforme o ge-rente, mas referem-se à segurança alimentar e à proteção da marca do fabricante. “Sua aplicação está cada vez mais complexa de-vido à migração para níveis de exigência onde não somente atendem os critérios dos países importadores, como também para que possamos, nós brasileiros, consumir produtos confiáveis em relação ao seu processo de fabricação”, argumenta citando como exem-plo a exigência da Anvisa quanto ao uso de graxa atóxica no processamento de ração animal peletizada.

No caso dos lubrificantes biodegradá-veis, que podem ser tóxicos, de acordo com Gadelha, sua aplicação se direciona onde

possa haver o seu contato com o ambiente, porém isto não quer dizer que deva ocorrer. “Tanto os óleos atóxicos como os biodegra-dáveis, após o seu uso, devem ser recolhidos por empresas registradas na ANP, que irão dar o destino final para estes produtos de for-ma ecologicamente correta”, esclarece.

Conforme o gerente de desenvolvimento da Shell, em função das exigências quanto à segurança alimentar, especificamente a lu-brificação, os fabricantes de equipamentos utilizados nos diversos processos como cer-vejeiras, derivados do leite, processamento de proteínas, ração animal, entre outros, já indicam óleos e graxas que são atóxicos ou food grade, e que são certificados por ór-gãos internacionais como NSF, FDA, Kocher e Halal.

Gadelha lembra que em alguns segmentos a maior demanda vem das empresas multina-cionais, porém os fabricantes nacionais que atuam no mercando externo também utilizam produtos atóxicos.

Sobre custos, o gerente admite que esse fator pesa em algumas situações, interferindo em uma maior proteção do processo, pois o fabricante faz uso de óleos e graxas atóxi-cos somente nos pontos onde a possibilidade de contaminação por lubrificante está bem evidente, porém pontos com riscos potencias são desconsiderados.

“Podemos perceber é que ainda há uma desinformação sobre os lubrificantes atóxi-cos, pois para alguns clientes o foco é so-mente a atoxidade do produto, não levando em consideração a sua base que pode ser mineral ou sintética”, explica, completando que isso interfere na relação custo/benefício porque os produtos sintéticos, quando ma-nuseados e aplicados de maneira cor reta, vão ter uma performance bem superior, refletindo em uma maior proteção dos equi-pamentos, redução dos custos de manuten-ção, como também na maior longevidade do lubrificante.

A Shell dispõe de uma linha completa

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respeito à sociedade e ao meio ambiente.

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Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

de lubrificantes sintéticos atóxicos, certifica-dos pelos principais órgãos internacionais e aprovados pelos maiores fabricantes globais de equipamentos utilizados nas indústrias de alimentos/bebidas e ração animal. A linha de produtos é composta por óleos e graxas para aplicações em redutores, compressores, mancais, esteiras, bombas de vácuo, túneis de resfriamento, sistemas hidráulicos etc. A linha de produtos biodegradáveis — Shell Naturelle — inclui óleos e graxas, porém ainda não comercializados no Brasil. Além dos produtos, a Shell dispõe do Suporte de Assistência Técnica em todo Brasil, composto por engenheiros capacitados, com foco em processamento de alimentos.

nEcEssidadE irrEvErsívElPara a Fuchs do Brasil, ainda há espaço

para desenvolvimento de produtos ditos con-

vencionais, uma vez que, além das questões ambientais e de toxicologia, existe ainda um apelo muito forte por reduções de custos. Por conta disso, ocorre uma tendência de manutenção do uso de produtos convencio-nais, que na maioria das vezes não aten-dem às exigências de biodegradabilidade e toxicologia.

“De fato está ocorrendo uma conscienti-zação muito grande por parte do mercado consumidor quanto à utilização de produtos atóxicos e biodegradáveis, o que provoca um aumento gradativo e constante de deman-da por estes tipos de produtos”, concorda Aldo Ribeiro, gerente comercial, para quem a competitividade instalada pela globaliza-ção faz com que as empresas acompanhem as tendências mundiais.

Ainda assim, Ribeiro argumenta que a de-manda ainda não atingiu patamares que per-

“De fato está ocorrendo uma

conscientização muito grande por

parte do mercado consumidor quanto

à utilização de produtos atóxicos

e biodegradáveis, o que provoca um

aumento grada-tivo e constante

de demanda por estes tipos de

produtos”Aldo Ribeiro, gerente comer-cial da Fuchs do Brasil

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Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

mitam uma produção em grandes volumes e, por conta disso, o nível da oferta também não é dos maiores, resultando em custos ainda ele-vados se comparados com as matérias-primas utilizadas nos ditos produtos convencionais.

“Acreditamos que o desenvolvimento e aplicação de produtos atóxicos e biodegra-dáveis se tornou uma necessidade irreversível, seja por questões ambientais, toxicológicas ou, principalmente porque invariavelmente são formulados a partir de matérias-primas oriundas de fontes renováveis, o que além de preservar o mundo em que vivemos, ain-da garante a permanência dos produtos por tempo indeterminado’, finaliza.

produtos vErdEs

Luiz Carlos Guedes, gerente técnico comercial da Biolubres, analisa que as exigências ambientais partem da cons-cientização das grandes empresas com o meio ambiente, pois não há uma legisla-ção ambiental definida pelo Ministério do Meio Ambiente e/ou órgãos competentes sobre uso de lubrificantes. “Essa conscien-tização das empresas, seja por questões de exigência de seus consumidores inter-nacionais ou pela própria visão de que há a necessidade de uma adequação para se posicionar melhor no mercado como uma empresa responsável, está levando os fabricantes de lubrificantes a pesquisarem e investirem na produção de óleos e gra-xas atóxicos e biodegradáveis para aten-der esta demanda de mercado”, pondera, incluindo que ainda há, e vai haver por muito tempo, espaço para os produtos de base mineral.

Segundo ele, a exigência dos contratos de exportação ainda é o principal responsá-vel por essa situação, mas a conscientização do mercado interno é crescente e numa as-cendência acentuada. “Muitas empresas que não exportam estão procurando este novo posicionamento de mercado não só para marcar sua imagem como empresa responsá-

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Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

vel e consciente, mas também para agregar valor a seus produtos”, analisa.

O profissional informa que os setores mais preocupados com uma nova adequação são os segmentos naval, alimentício e têxtil. O segmento naval por ser ligado ou pertencente a grupos internacionais, que têm uma visão mais ampla e consciente sobre preservação do meio ambiente. O alimentício por razões de legislação e exigências do Ministério da Saúde, além do foco de imagem perante o público consumidor. E a área têxtil, principal-mente a de roupas íntimas, em função dos problemas de sintomas alérgicos provocados pelos tecidos sintéticos. Neste caso, o lubri-ficante mineral usados na confecção destes produtos tem uma parcela grande nesta rea-ção alérgica.

Guedes argumenta que as empresas de pequeno e médio porte, grandes consumido-ras de lubrificantes, têm uma grande defici-ência de conhecimento e formação técnica adequada e atualizada. “A percepção de custo/benefício fica restrita às empresas de grande porte, que tem estrutura e corpo téc-nico capacitado e atualizado e, mesmo as-sim, em uma porcentagem pequena ainda”, explica.

Diferente da maioria dos fabricantes de lu-brificantes sintéticos atóxicos e biodegradáveis que são elaborados a partir de base mineral, os produtos da Biolubres são confecciona-dos a partir de base 100% vegetal, inclusive seus espessantes, o que proporciona produtos 100% atóxicos e biodegradáveis. “O que sig-nifica 30% acima do mínimo exigido pelas normas técnicas internacionais, que é de 70% de biodegradabilidade em 28 dias”, diz.

O carro-chefe da Biolubres são as gra-xas, que além de atóxicas e com biodegra-dabilidade de 100%, suportam temperatu-ras de até 320ºC. São muito utilizadas pelo segmento offshore, nos equipamentos que têm contato direto com o mar como, por exemplo, nos cabos de aço que guiam os equipamentos que são colocados em altas

profundidades e nos que fazem o desloca-mento de plataformas e navios.

Os óleos de usinagem (solúvel, corte, barramento e hidráulico) também têm gran-de aceitação por não provocarem “tramp-oil”, que é uma das grandes dores de cabeça das empresas de usinagem para reaproveitamento e descarte. “Nossos óleos de base 100% vegetal podem, depois de se misturarem após o processo de usinagem, ser filtrados e utilizados como óleo solúvel, bastando a adição de água para regular o índice de Ph. Eles também podem, mediante laudo de biodegradabilidade para autori-zação dos órgãos competentes, serem des-cartados na rede pluvial resolvendo, assim, as questões de custo e de exigência legal sobre descarte.

Segundo o profissional, a BioSynt Lubrifi-cantes Vegetais, sua representação, já con-tratou uma auditoria independente que está criando uma metodologia para calcular a re-dução de emissão de carbono na produção de biolubrificantes e nas mudanças que seus clientes estão fazendo quando substituem o uso de produtos minerais e sintéticos por pro-dutos “verdes” de base vegetal, ecologica-mente corretos. “Essa metodologia já esta em análise para aprovação do conselho do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) que depois de aprovado vai permitir a emissão de créditos de carbono”, informa.

Boas práticas amBiEntais

Além de soluções de lubrificantes atóxi-cos, biodegragradáveis e outras exigências de determinadas indústrias, o desenvolvimen-to de produtos na Klüber vai muito além, de acordo com Rosemeire Esteves Santos Zilse, gerente de vendas e marketing. “Estamos preocupados em desenvolver e oferecer ao mercado produtos que antecipem as exigên-cias em questões de eficiência energética, projetos reais de sustentabilidade, de redu-ção de emissões de CO2 e ações concretas que contribuem positivamente para a gestão

“Muitas em-presas que não

exportam estão pro-curando este novo

posicionamento de mercado não só para marcar

sua imagem como empresa responsá-

vel e consciente, mas também para

agregar valor a

seus produtos”Luiz Carlos Guedes, ge-rente técnico comercial da

Biolubres

Rosemeire Esteves Santos Zilse, gerente de vendas e marketing da Klüber Lubrica-tion Brasil

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Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

Diferença entre lubrificante atóxico e bioDegraDável

Nem sempre um lubrificante atóxico é biodegradável e vice-versa. Confira o que os diferencia:

Todos os lubrificantes atóxicos (H1) são produtos que podem entrar, acidentalmente, em contato com alimentos, medicamentos ou produ-tos cosméticos. Essencial para as graxas atóxicas é que elas não tenham influência sobre o sabor, cheiro ou cor dos alimentos ou produtos médicos e que igualmente não haja ameaça à saúde do consumidor. Consequentemente, a fabricação e distribuição de graxas atóxicas precisa estar de acordo com os regulamentos adequados e procedimentos aprovados.

Já o lubrificante biodegradável deve ser utilizado onde a graxa expelida possa atingir o solo, lençóis freáticos, canalizações e con-taminar o meio ambiente. No segmento de fluidos de corte são oferecidos produtos biodegradáveis, o que não significa que possa ser despejado no ambiente, pois após o seu uso, o produto é contaminado com íons de metais pesados, como por exemplo, íons de cobalto ou outros.

No Brasil, o Conama Nº 362 estabelece o procedimento de coleta e destinação de óleos lubrificantes usados. No caso de produtos atóxicos, há uma exigência do Ministério da Agricultura para lubrificantes de correntes para uso em indústrias alimentícias. Nas indústrias farmacêuticas e cosméticas há outras exigências, próprias dos setores. Na maior parte restante, as exigências de utilização de óleos atóxicos são feitas pela matriz de empresas multinacionais estabelecidas no Brasil.

mundial de mudanças climáticas”, pontua. “De maneira geral, a nossa opinião é que

somente atender as exigências com uso de produtos ‘ecologicamente corretos’ vai muito além do cumprimento de regulamentações; será muito em breve critério de competitivi-dade e aceitação dos produtos brasileiros nos mercados internacionais”, complementa Rosemeire, acrescentando que oferecer pro-dutos com melhores práticas ambientais é colaborar com os clientes em valorizar sua marca e gerar oportunidades de negócios sustentáveis sem barreiras de mercado.

Para a profissional, a linha de fluídos tér-micos para a transferência de calor é um exemplo de diferenciais competitivos de custo/benefício muito interessantes ao usu-ário final, bem como a linha de produtos específicos para aplicações em caixas de engrenagens e compressores de ar e de re-frigeração, pois além de atenderem as exi-gências e regulamentação em questões de segurança alimentar proporcionam soluções de eficiência energéticas interessantíssimas ao usuário final.

Na opinião de Rosemeire, importante é que este mercado possa ser regulado e fis-calizado de forma abrangente e sistemática para que as empresas que nele participam concorram de maneira igualitária, “de forma

a corresponder as expectativas de segurança alimentar e de sustentabilidade tão importan-tes para a gestão eficiente dos negócios de forma geral.”

matérias-primas próprias

A Biolub, especializada em óleos lubrifican-tes para corte solúveis e integrais, desde o início adotou a filosofia de desenvolver suas próprias matérias-primas para obter custo de concorrên-cia. “Foi daí que surgiu a ideia dos óleos biode-gradáveis. São produções próprias de lubrifican-tes que são basicamente ésteres ou base óleo vegetais aproveitando a riqueza que o Brasil tem na produção de óleos de soja e canola”, explica Italo Gattone, diretor operacional.

A empresa começou a atuar com lubrifican-tes biodegradáveis há cerca de cinco anos, a passos bem lentos, em uma época na qual o mercado não era muito atrativo devido ao cus-to. “Agora o mercado atual é diferente, pois as pressões internacionais, locais e ambientais favorecem a biodegradabilidade, que está se tornando tão importante a ponto de passar acima do custo, fazendo com que empresas em determinados segmentos tenham de ter um óleo com laudo de biodegradabilidade”, diz.

Além disso, Gattone destaca a durabilida-de maior desses produtos, quando comparada aos convencionais. “Enquanto um óleo mineral

Italo Gattone, diretor opera-cional da Biolub

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Revista LUBGRAX • maio/junho 2010 • 35

Lubrificantes e óLeos atóxicos e biodegradáveis

Quem fiscaliza

oferece cerca de 2 mil horas, o óleo sintético aumenta 8 mil horas. Dessa forma, a empresa economiza em paradas, em manutenção e em descarte”, diz assegurando que os produtos bio-degradáveis estão ficando muito mais baratos.

Em relação à legislação, Gattone acredi-ta que o mercado brasileiro deverá adotar a tendência de outros países, embora num rit-mo menos acelerado. “Note que as black lits que proíbem determinadas substâncias che-gam para o mercado brasileiro, embora sem-pre com atraso. Como, por exemplo, agora é proibido em determinadas regiões o uso do clorato”, explica, acrescentando que já foi a época que o Brasil era visto como um país

que aceita de tudo, até produtos de baixa qualidade. “Hoje, a globalização exige que o País se adéqüe às exigências”, diz.

Atualmente, a linha de produtos biodegra-dáveis da Biolub representa faturamento próxi-mo de 50% do faturamento da empresa, puxa-da pelos óleos de corte biodegradáveis, com mais de 50 itens. “A intenção da empresa é manter crescimento anual entre 15% e 20%.

O Bio 100, óleo de corte solúvel, transparen-te à base vegetal, é o carro-chefe da empresa. Já o Machão 14000, fluído de corte biodegra-dável lançado há um ano, “embora ainda não seja uma revolução de vendas, é interessante, pois é versátil e não é tóxico”, explica.

No Brasil, os órgãos relacionados com a elaboração de regulamentos e fiscalização de lubrificantes e óleos, bem como seu uso e destinação são a Secretaria de Agricultura e Abastecimento por intermédio do Instituto de tecnologia de Alimentos (Cetea) e do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa); Secretaria de Estado da Saúde e Instituto Adolfo Lutz. Os laudos internacionais são conferidos por NSF e SGS.

Quanto aos biodegradáveis, a responsabilidade deveria ficar a cargo do Ibama ou Cetesb, porém não há registros neste sentido. Em relação aos produtos atóxicos a regulamentação é feita pela Anvisa.

Especificamente no que se refere à questão da produção de alimentos e medicamentos, o Ministério da Saúde é o órgão regulamen-tador, seja para consumo humano ou animal, incluindo não apenas o produto, mas também a produção e fabricação das embalagens. A normativa nº4, vigente desde 2007, em seu anexo 1, ítem 4.5.1, e a normativa nº49, de 2006, exigem a utilização de produtos de grau alimentício em suas boas práticas de fabricação (BPF) para fabricantes de produtos destinados à alimentação animal, com laudos de órgãos competentes para a classificação destes produtos de grau alimentício.

Já o Ministério do Meio Ambiente tem demonstrado preocupação com relação a estas questões dos lubrificantes, mas não tem nenhuma regulamentação que exija o uso de biodegradáveis e atóxicos.

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36 • Revista LUBGRAX • março/abril 2010

Lubgrax Meeting

EvEnto rEcEbE as primEiras confirmaçõEs dE palEstrasAs empresas quantiQ, Wacker Silicones e Lubrizol apresentaram os temas que abordarão durante o Lubgrax Meeting, evento que reunirá toda a cadeia de lubrificantes

Já estão confirmadas as três primeiras palestras do Lubgrax Meeting, evento destinado ao mercado de lubrificantes, fluidos, óleos e graxas que ocorrerá no dia 2 de setembro, no Hotel Century

Paulista, em São Paulo. No dia, a empresa Lubrizol, fabricante de

aditivos de petróleo e derivados, apresentará o tema “Novas tecnologias de aditivos para aplicações em lubrificantes industriais”.

Na mesma ocasião, a Wacker Silicones dis-correrá sobre “Soluções para lubrificantes indus-triais”. A quantiQ, que atua na área de distribui-ção, abordará o segmento de Óleos do Grupo III – aplicações, vantagens e tendências.

As demais palestras, assim como o nome e currículo dos palestrantes estarão inseridos no site www.lubgrax.com.br/meeting.aspx a par-tir desta edição. Não deixe de acompanhar!

O eventOO Lubgrax Meeting é o primeiro encontro

que a Sergio Ávila Editora e Eventos, respon-sável também pela publicação da revista Lub-grax, esta realizando para o mercado. Com esta empreitada, a empresa estima reunir mais de 200 profissionais do mercado que poderão conferir os nomes mais relevantes do mercado, que ministrarão palestras relacionadas ao de-senvolvimento químico tecnológico, meio am-biente, qualidade e produtividade, logística, marketing, entre outros.

“A expressiva experiência acumulada na or-ganização de eventos de sucesso em diversos

segmentos durante 14 anos em outra editora permitiu-nos estruturar um novo evento, agora diri-gido à cadeia produtiva de lubrificantes, fluidos, óleos e graxas”, argumenta o diretor Sérgio Ávila, idealizador do Lubgrax Meeting, acrescentando ainda que o evento foi elaborado para agregar valor aos conhecimentos dos profissionais do setor, fornecendo ferramentas capazes de gerar resultados em sua vida profissional.

Campanha de marketing Para potencializar a visitação do evento, vá-

rias iniciativas de divulgação estão sendo efeti-vadas pela Sérgio Ávila Editora e Eventos. Uma delas é a criação de um hotsite do evento (www.lubgrax.com.br/meeting.aspx), contendo todas as informações sobre palestras, grade horária, patrocinadores, localização e inscrição. Também estão sendo disparados, para todo o mercado, e-mails marketing periódicos a respeito do evento, com divulgação sobre as empresas participantes e palestras que serão apresentadas.

Em relação à mídia impressa estão sendo vei-culados, em todas as edições da revista Lubgrax, anúncios informativos sobre o Lubgrax Meeting. Por fim, serão enviadas malas diretas por intermé-dio do mailing exclusivo da editora, com comuni-cação específica para fornecedores,fabricantes e personalidades do mercado.

As inscrições para o Lubgrax Meeting po-dem ser feitas pelo site do evento www.lubgrax.com.br/meeting.aspx e o pagamento pode ser efetuado por meio de depósito bancário e en-vio do comprovante via fax ou correio.

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Revista LUBGRAX • maio/junho 2010 • 49

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38 • Revista LUBGRAX • maio/junho 2010

BIOCIDAS

Por Miriam Mazzi

Controle miCrobiológiCo sustentávelUtilizados em formulações de fluidos de corte e de resfriamento para controle de crescimento microbiológico, os biocidas, por força da legislação – que começa a restringir o uso de determinadas moléculas – e da crescente demanda por produtos ecológicos, começam a exibir para o mercado uma feição menos agressiva e mais adequada à sustentabilidade do planeta.

A sustentabilidade entrou, definiti-vamente, na pauta das grandes empresas quando o assunto é estratégia de desenvolvimento de produtos. Não é diferente

no setor de biocidas para lubrificantes, que também tem se mostrado sensível às novas demandas ambientais.

Utilizados em formulações de fluidos de corte e de resfriamento para controle de cres-cimento microbiológico, os biocidas (bacteri-cidas e fungicidas), tecnicamente são defini-dos conforme sua aplicação, composição do fluido de corte, meio e condições de opera-ção, restrições de operação e legislação.

BIOCIDAS

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BIOCIDAS

plo espectro de ação, ou seja, ser efetivo con-tra bactérias e fungos. “Dependendo de onde será aplicado, deve ter um efeito rápido, por exemplo, para aplicações em tratamento de choque dos tanques, e ser compatível com os componentes da fomulação, se for adicio-nado ao óleo concentrado”, diz, concluindo que, além disso, é importantíssimo que o bio-cida apresente perfil de baixa toxidade à saú-de humana e ao ambiente.

Entre outros produtos, a sinergia entre Dow Microbial Control e quantiQ no mercado de metalworking vem merecendo destaque no segmento de biocidas. Tanto que a distribui-dora montou uma equipe de negócios focada no segmento e “aposta em sólidas perspecti-vas de crescimentos”, de acordo com Marcelo Giacomelli, gestor de negócios da quantiQ.

Um dos motivos para esse otimismo é que houve recuo do consumo de biocidas conside-rados tóxicos, como a triazina, por exemplo, o que favorece os negócios da multinacional, que também assinala aumento de consumo de biocidas menos tóxicos, como oxazolidinas, IPBC e isotiazolinonas. Até aqui, entre todos os segmentos atendidos pela quantiQ, a repre-sentatividade no mercado de lubrificantes é em torno de 4%, conforme cálculo de Giacomelli.

Da linha de Dow Microbial Control, distri-buída para o setor de lubrificantes pela quan-tiQ, são oferecidos basicamente os bacterici-das oxazolidinas como o Bioban CS 1135 e Bioban CS 1246, com aprovação do EPA (Environmental Protection Agency) Americano, e derivados de morfolinas como o Bioban P1487. Entre os fungicidas, a empresa co-mercializa o IPBC, como o Bioban I40 (formu-lação líquida de 40% de IPBC desenvolvida para fluido de corte), além das isotiazolino-nas como Bioban OIT, Bioban Ultra BIT 20 DPG e Kathon MW.

Sobre lançamentos, Débora informa que a DMC está sempre pesquisando e desenvol-vendo novos ativos, e que um deles está em processo de patente, devendo ser lançado no próximo ano.

A restrição em relação ao uso de algumas substâncias na composição dos biocidas tem levado as empresas do setor a uma via que parece não ter volta: substituição de matérias-primas tóxicas ao ambiente nas formulações. Conforme Débora Takahashi, especialista téc-nica de aplicação da quantiQ, distribuidora da Dow, uma das grandes empresas mundiais e dona de um respeitável portfólio para a in-dústria química, na Europa e nos Estados Uni-dos componentes vêm sendo substituídos por produtos biodegradáveis e menos agressivos ao ambiente. “Este fator acaba por aumentar o uso de biocidas, pois estas novas formula-ções, por conter componentes menos tóxicos, são mais suscetíveis à contaminação micro-biana”, argumenta a especialista.

Frente a essa constatação, diz Débora, cada vez se exige mais de um biocida nestas formulações, pois além da eficácia, a exigên-cia de produtos de baixa toxicidade em rela-ção aos trabalhadores também é solicitada. “A estratégia é aplicar biocidas menos tóxi-cos como as oxazolidinas, caso do Bioban CS 1246, que, diferentemente da triazina, amplamente utilizada, não libera nitrosami-na, um composto cancerígeno e já proibido em muitas montadoras, juntamente com iodo propil carbamato (IPBC), que é um fungicida inclusive aprovado para uso em cosméticos”, explica. Além disso, acrescenta Débora, a aplicação correta de um sistema biocida no fluido de corte aumenta a sua vida útil, evitan-do, assim, o descarte do fluido, o que diminui seu impacto no ambiente e, principalmente, os custos para evitá-lo.

Ainda de acordo com a especialista de apli-cação da quantiQ, outra forma de atuar é for-mular fluidos com maior biorresistência. “Neste caso, a aplicação de combinações de amino-propanol no lugar de MEA ou TEA com biocidas à base de oxazolidina aumenta a resistência dos fluidos à contaminação microbiana, aumen-tando a sua vida útil também”, assegura.

Débora explica que o biocida ideal numa formulação de fluido de corte deve ser de am-

Débora Takahashi, especia-lista técnica de aplicação da quantiQ

Marcelo Giacomelli, gestor de negócios da quantiQ

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BIOCIDAS

Giacomelli antecipa que um dos importantes objetivos estratégicos da quantiQ para 2010 é o avanço no mercado de metalworking por in-termédio dos produtos de performance e espe-cialidades químicas. “Neste sentido, a parceria com a Dow Biocides, iniciada em 2009, obte-ve grande receptividade do mercado, no qual pudemos identificar grandes oportunidades de geração de negócio”, enfatiza.

SoluçõeS maiS eficazeS e menoS tóxicaS

A Ipel, empresa que atua há mais de 20 anos no mercado e é especialista em

SCM – soluções de controle microbiológico –, possui uma ampla linha de microbicidas com diversos ativos e formulações à dispo-sição do mercado. Conforme explica o di-retor de desenvolvimento Giovanni Caritá Júnior, os microbicidas são utilizados de modo a garantir a integridade do lubrifi-cante frente à contaminação microbiológi-ca. “Caso não haja proteção, o lubrifican-te pode ter suas características alteradas em função do crescimento microbiológico, como alteração de viscosidade, separa-ção de fases, aparecimento de depósitos, etc. Ao mesmo tempo, o microbicida não

Giovanni Caritá Júnior, diretor de desenvolvimento da Ipel

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deve alterar as propriedades originais do fluido nem seu desempenho”, esclarece, in-formando que há diversas tecnologias de preservação e que a aplicação, tempo de garantia necessário e composição determi-nam o sistema preservante mais adequado ao lubrificante.

De olho nos novos ditames do mercado por produtos mais ambientalmente respon-sáveis, a Ipel vem adotando a filosofia de buscar continuamente soluções de controle mais eficazes e menos tóxicas. “Procuramos adequar nossos produtos às restrições regu-latórias e ocupacionais existentes e antecipar

as tendências nesse sentido”, diz Luiz Wilson Pereira Leite, diretor de marketing e negócios internacionais da Ipel .

Ao longo do tempo, a empresa desenvol-veu outras tecnologias de preservação com ativos menos agressivos, como as oxazolidi-nas e isotiazolinonas isentas de halogenados. “Em paralelo, existe um trabalho de otimiza-ção dos produtos já utilizados, por meio do qual buscamos a substituição de compostos etoxilados e VOC´s por produtos menos agressivos e aceitos como corretos”, pondera Cartirá Júnior.

Segundo o diretor de desenvolvimento, a substituição dos biocidas atuais por produtos menos agressivos não ocasiona redução no consumo, em função de o produto continuar desempenhando um papel fundamental na garantia de qualidade dos lubrificantes. “Es-tamos percebendo um movimento de substitui-ção de microbicidas, entretanto ele não afeta os níveis de consumo existentes de forma con-siderável”, analisa.

Atualmente o mercado de lubrificantes representa em torno de 20% do volume de negócios da Ipel. Conforme Leite, por ser especialista em biocidas para diversos segmentos industriais, a participação da empresa no mercado de lubrificantes vem crescendo regularmente, “reflexo uma po-lítica específica para o atendimento deste segmento.”

Entre os biocidas oferecidos pela Ipel para o mercado de lubrificantes, destaque para os produtos para aplicação em lubrificantes e óleos de corte, como o Ipel BP-188 e 189, que são bactericidas derivados de triazina; e o Ipel BP-504, bactericida baseado em isotiazolinonas e semiacetais; o Ipel FBP-128, fungicida e bactericida baseado em isotiazolinonas e semi acetais; e outra opção multifuncional, o Ipel FBP-183, combinação de derivado de triazina com um derivado de piritionato.

Além do produto natural em desenvolvi-mento, e cuja data prevista de lançamento

Luiz Wilson Pereira Leite, diretor de marketing e negócios internacionais da Ipel

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BIOCIDAS

é o próximo ano, a Ipel está trabalhando em um novo item para tratamento de choque em sistemas muito contaminados

A empresa ainda oferece um completo pacote de serviços técnicos que auxiliam o cliente tanto no monitoramento do desempe-nho do produto, na sua dosagem por meio de sistemas automatizados e no treinamento de pessoal para o correto manuseio dos bio-cidas, além de kits de teste para verificação da contaminação microbiana in loco, e a linha de produtos de sanitização que, alia-dos a um correto monitoramento, eliminam e controlam o aparecimento de biofilmes mi-crobianos.

A expectativa da Ipel para 2010 é pro-missora, acompanhando a tendência demons-trada por diversos segmentos industriais, tais como indústria automobilística e eletrodomés-tica. “Trata-se do reflexo das políticas adota-das pelo governo e o bom desempenho da economia”, avalia Caritá Júnior.

auxiliando a SubStituiçãoTendo no mercado de lubrificantes um alvo

estratégico para seus negócios, a Arch Quími-ca, de acordo com Fábio Forastieri, gerente de vendas, a empresa não possui nenhum tipo de estratégia para impedir ou reduzir a substituição de componentes tóxicos por simi-lares menos agressivos, mas adota a iniciati-va de auxiliar essa substituição por meio de assessoria técnica, a partir da qual se define um novo biocida de acordo com as novas diretivas e com o melhor custo/benefício pos-sível para ela.

“Existe uma tendência mundial de banimen-to de alguns tipos de moléculas que possuem características tóxicas por moléculas conside-radas mais green”, concorda Forastieri, in-formando que a substituição vem ocorrendo gradativamente, iniciando-se principalmente em empresas multinacionais que, seguindo resoluções de suas matrizes européias ou americanas, passam a restringir a preserva-ção de seus produtos com essas moléculas.

Entretanto, o profissional assegura que não houve alteração nas vendas devido a essa substituição, mas a migração de um tipo de molécula mais tóxica para outro, considerado mais ecológico.

Como esclarece Forastieri, a Arch Química possui uma grande variedade de moléculas e de formulações voltadas a esse segmento que deverão ser testadas em laboratório para me-lhor indicação nessa linha de produtos. “Lan-çamentos sempre ocorrem, porém não com novas moléculas e sim novos blends de mo-léculas”, esclarece, antecipando que, após o período de recessão do ano passado, a expectativa da empresa para 2010 é retomar os volumes de 2008.

diferenciação doS ativoSSediada em Barueri (SP), a Thor Brasil,

fabricante de biocidas (linha Acticide), retar-dantes de chama e preservantes para cosmé-ticos, e está presente no País há mais de uma década com produtos de fabricação local e importados.

Assim como algumas de suas concorren-tes, a Thor vem assinalando, a cada ano, o aumento na participação, no segmento de MWF, de sua linha de biocidas baseadas nas isotiazolinonas, bismorfolinas e oxazoli-dinas. Para a gerente de contas Isabel Silva, parte desse comportamento comercial se deve à “diferenciação dos ativos em nossos produtos, bem como à substituição no uso de alguns tipos de doadores de formol, que definem a necessidade de rotulagem do pro-duto final devido à sensitização por contato com a pele”, justifica, acrescentando que tal restrição vem sendo seguida pelos fabrican-tes de MWF locais, que estão em busca de alternativas inovadoras para a preservação de seus produtos, com foco no melhor manu-seio por seus funcionários, clientes e impacto no ambiente.

A Thor Brasil conta com laboratório micro-biológico completo para seleção do melhor produto e identificação de microorganismos

Fábio Forastieri, gerente de vendas da Arch Química

Isabel Silva, gerente de contas da Thor Brasil

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BIOCIDAS

Os biocidas são utilizados em duas etapas nos segmento de óleos de corte:

Dosagem no concentrado

Dosagem no sistema de trabalho (tankside)

Existem metodologias de testes de desafio microbiano específicos, por meio dos quais se busca um meio bem próximo à realidade de aplicação e se realizam desafios intensos (semanas), visando conhecer a robustez do sistema de preservação. As contaminações microbianas causam severos problemas ao óleo de corte e, consequentemente, ao sistema como um todo.

Em face das condições favoráveis (H20/temperatura/material orgânico) a contaminações , torna-se indispensável o controle sistemático do banho e consequentes ajustes in-situ (tankside).

Os biocidas (bactericidas e fungicidas) devem manter o sistema controlado , evitando o crescimento de bactérias e fungos de forma descontrolada.

As utilizAções dos bioCidAs

contaminantes, especialistas em formação de biofilme em MWF e seu tratamento, além de testes cromatográficos para detecção de teo-res residuais de biocidas no produto acaba-do. A linha Acticide contempla ampla opção de produtos em diversas embalagens para adição nos concentrados, bem como aplica-ções diluídas nos usuários finais.

inovação noS aSpectoS tecno-lógico

A Troy, que possui presença global junto aos principais produtores de MWF, registra 10% de seus negócios no mercado de lubrifi-cantes por intermédio dos biocidas, de acor-do com estimativa do diretor Carlos Alberto Gonçalves.

Sobre a questão da substituição de maté-rias-primas tóxicas na composição dos bio-cidas, Gonçalves argumenta que existem as-pectos associados à legislação específica, que cria barreiras ao uso de alguns ativos biocidas e, em paralelo, decisões corpora-tivas de grandes companhias automobilísti-cas, como Ford, General Motors e Volkswa-gen, as quais possuem sua política interna e definem a descontinuidade do uso de algu-mas moléculas. “A Troy procura se antecipar a ambas as frentes, perseguindo inovação

com relação aos aspectos toxicológicos, oferecendo soluções inovadoras neste as-pecto”, posiciona, acrescentando que tal processo não teve impacto significativo nas vendas da companhia, que acompanhou as tendências e tomou as ações necessárias às mudanças.

Contando com uma ampla gama de bac-tericidas e fungicidas, a Troy está finalizando uma nova linha de bactericidas, com data de lançamento prevista para o segundo semestre deste ano. A perspectiva de crescimento para 2010 gira em torno de 10%, segundo o di-retor da Troy.

atuação reforçadaA Makeni, que já atuava no mercado de

lubrificantes, teve um reforço no time com a parceria firmada com a Clariant para a distri-buição de produtos para metalworking. Com isso, segundo Alexandre Tarantino, gerente de mercado – Divisão Químico e Petroquí-mico, a presença da empresa no segmento que se encontra em expansão foi fortaleci-da. “A expectativa é a de que represente 5% dos negócios nos próximos anos”, pro-jeta. A Makeni distribui as linhas Nipacide e Fongrabac, ambas indicadas para fluidos de corte.

Carlos Alberto Gonçalves, diretor da Troy

Alexandre Tarantino, gerente de mercado – Divisão Químico e Petroquí-mico da Makeni

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QuÍmica&PetroQuÍmica

Start de inveStimentoSCom a feira Química & Petroquímica, a indústria química começa a avaliar os equipamentos e serviços necessários para, até 2020, atingir a meta de US$ 167 bilhões em investimentos.

realizada entre os dias 21 e 24 de junho deste ano, a feira Química&Petroquímica (1ª Feira internacional dos Fornecedores da Indústria Química e Petroquímica),

abriu suas portas para o mercado com a pro-posta de reunir fornecedores e toda a cadeia da indústria química e petroquímica em um único espaço para apresentarem os últimos lançamentos em máquinas, equipamentos, acessórios, insumos e serviços.

Realizada em um momento no qual a in-dústria química lança a estimativa de inves-timentos, até 2020, na ordem de US$ 167 bilhões, a feira Química & Petroquímica sur-giu como uma forma das companhias do mer-cado começarem a estudar o que existe de disponível no setor para incrementarem suas atuações nesse setor em ampla expansão.

Entre os expositores estiveram presentes as empresas Plasmatig, Hollbras, Schütz Vasitex, Vanasa Multigas, Cestari, Suatrans, Sigmafi-re By Clayton, Abs Group, Alef, Andritz Se-paration, Anhembi Borracha, Apexfil, Arxo, Abnt, Conesteel, Samia International, Esferas Douglas, Dresser, Ega Master, Eka, Haver & Boecker, Jemp, Ks Tools, Labsynth, Longa, Lu-vex, Mausa, Montex, Soldas, Symbol Vácuo, Tetralon Bombas, Trox Technik, Bombas Gere-mia; entre outras.

Simultaneamente à feira, foi realizado o 13º Congresso de Atuação Responsável e a 2ª Conferência Latino-Americana de Segu-rança de Processos, que tiveram como temas centrais os avanços práticos e tecnológicos na área de segurança de processos, os resul-tados obtidos pela indústria química com a aplicação do Programa Atuação Responsável

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QuÍmica&PetroQuÍmica

De acordo com a entidade a estimativa de ele-vação de investimentos das indústrias químicas de US$ 167 bilhões até 2020, pode criar mais de 2 milhões de empregos e colocar o Brasil na lideran-ça mundial em química verde. Projeção que apare-ce no estudo “Pacto Nacional da Indústria Quími-ca”, entregue pela Abiquim, no dia 18 de junho ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

O estudo tem como base, estimativas de cresci-mento médio do PIB brasileiro de 3%, de 4% e de 5% ao ano nesta década. Para a taxa média de 4% de expansão do PIB, seriam necessários investimen-tos de US$ 87 bilhões no aumento da capacidade de produção, apenas para acompanhar o cres-cimento da demanda interna por produtos quími-cos. Os investimentos previstos para a eliminação do déficit comercial, que em 2009 foi superior a US$ 15,7 bilhões, são estimados em US$ 45 bi-

e os desafios do setor nas áreas de meio am-biente, segurança, saúde, proteção (security) e responsabilidade social.

Esta foi a primeira vez que o Brasil sediou a Conferência Latino-Americana de Segurança de Processos. Evento que contou com a reali-zação da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), do Centro de Segurança Química de Processos (CCPS) e da Associa-ção Brasileira de Engenharia Química (ABEQ) e reuniu profissionais da indústria química e de outros setores industriais, universidades e institutos de pesquisa da América Latina, bem como de instituições governamentais.

A feira Química & Petroquímica teve apoio das mais representativas entidades do setor: Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Abi-quim e Sinproquim (Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo). “O grande mérito de uma feira é a capacidade de reunir todos os serviços em um único lugar, permitindo que mais pessoas possam visitá-la. E é com muita satisfação para nós que

a Química & Petroquímica coincide com um momento em que a indústria está se lançando para alcançar um novo patamar de desen-volvimento”, afirma Nelson Pereira dos Reis, Presidente da Abiquim e Sinproquim.

Segundo informações preliminares calcu-ladas pela Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), os índices de volume de produção e de vendas internas do seg-mento de produtos químicos de uso industrial tiveram elevações expressivas em março de 2010: produção +4,89% e vendas internas +11,27%. No acumulado do 1º trimestre de 2010, sobre igual período do ano pas-sado, o segmento apresenta crescimento de 15,64% no índice de produção e de 16,39% no índice de vendas. Além da recuperação do mercado interno, essa alta também pode ser atribuída à fraca base de comparação do ano anterior (nos primeiros meses de 2009, o segmento operou no mais baixo nível desde o início da série acompanhada pela Abiquim). Ressalta-se que a previsão de investimentos da indústria química no Brasil até 2014 é de US$ 26 bilhões.

abiquim entrega pacto nacional da indúStria química ao bndeS

lhões. Outros US$ 20 bilhões seriam aplicados no desenvolvimento de uma indústria de base renovável, o que poderia fazer do Brasil o líder mundial em química verde. Estão previstos ainda investimentos de US$ 15 bilhões para a agregação de valor e conteú-do industrial às matérias-primas extraídas do pré-sal.

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Perfil do fornecedor – MiraceMa-nuodex

Focada no FuturoQuem sentenciou que a vida começa aos 40 certamente profetizou a verdade. A Miracema-Noudex, que comemora seus 56 anos, é uma prova. Dinâmica e dona de um portfólio de fazer inveja no mercado química, dá sinais que ainda tem (muito) gás para queimar.Por Maristela Rizzo e Miriam Mazzi

São poucas as empresas brasileiras que se orgulham de atravessar déca-das. A maior parte delas fica pelo caminho, por ações ou omissões gerenciais e administrativas. Outras,

no entanto, consagram-se em seus segmentos de atuação, ajudando a escrever a história do Brasil que dá certo. Uma dessas empresas é a Miracema-Noudex, que completa em 2010 seu 56º aniversário no mercado químico.

Pioneira na fabricação de aditivos para lubrificantes industriais no Brasil e na América Latina, logo após sua fundação, em 1954, a Miracema iniciou a fabricação dos primeiros aditivos de extrema pressão à base de enxofre e chumbo na forma de óleo de baleia sulfurizado e naftenato de chumbo. “Estes dois componentes

foram na época as principais bases para óleos de engrenagem e graxas lubrificantes de extre-ma pressão”, relembra André Rohr, diretor admi-nistrativo e de desenvolvimento industrial. Hoje, com a marca Liovac e mais de 60 aditivos para diferentes aplicações, a empresa é tradicional líder na America Latina nesta área de atuação. Os consagrados produtos Liovac integram as mais importantes formulações da maioria das companhias internacionais de petróleo.

Tendo se tornado fornecedora de aditivos industriais para companhias petrolíferas interna-cionais, no começo dos anos 70 a Miracema adquiriu a Nuodex Brasil S.A, dando início ao desenvolvimento e à produção de secantes com a marca Liosec. Em 1972, passou a ser conhecida por nome e sobrenome: Miracema-

Perfil do fornecedor – MiraceMa-nuodex

“Sempre alinhada com as crescentes

demandas por produ-tos ecologicamente

corretos, a Miracema se destaca como pio-

neira na fabricação de aditivos biodegra-

dáveis para fluídos de

perfuração”Fernando Scandoleira, gerente comercial

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Perfil do fornecedor – MiraceMa-nuodex

Nuodex, marca que fortaleceu seu posiciona-mento no mercado nacional e internacional. Dois anos mais tarde, ampliou sua participação de mercado com a distribuição e a exportação para a América Latina e outros 26 países.

Em 1981 tornou-se a primeira empresa formuladora de biocidas no País. Na época, assinou contrato de licença e transferência de tecnologia com a empresa Bode Chemie Ham-burg. A partir daí começou a fabricação de bactericidas e fungicidas para diversas aplica-ções por intermédio de marcas consolidadas: Coryna, Liocide, Liodoxin e Liocynona.

Entre 1991 e 1992 foram lançados produ-tos à base de bismuto, um metal verde e não tóxico, que substituiu de maneira inovadora os compostos indesejados do chumbo. “O bismu-to nunca havia sido utilizado anteriormente em formulações de lubrificantes e graxas”, informa Antonio Carlos Coral, gerente de suprimentos.

De forma pioneira, a Miracema-Nuodex foi a primeira indústria química do Brasil a receber a certificação ISO 9002, em 04 de dezembro de 1992. “Hoje, a companhia está certificada pela ISO 9001:2008”, orgulha-se o gerente comercial Fernando Scandoleira.

A partir de 1998 começou a fornecer para a Petrobras aditivos para composição dos flui-dos de perfuração para poços de petróleo, fortalecendo o sólido e frutífero relacionamento iniciado nos anos 80 com o fornecimento de aditivos para lubrificantes.

Em 2001 foi construído um importante Labo-ratório Aplicativo, com o objetivo de dar supor-te à área de pesquisa e desenvolvimento e aos clientes. Em 2004, foi iniciada a operação da Planta Piloto, simulando as atividades dos 46 reatores/tachos da fábrica, sendo o elo entre laboratório e a produção.

No começo de 2006 o Laboratório Aplicati-vo de Fluidos de Perfuração de Poços de Petróleo entrou em operação, permitindo um maior apri-moramento dos aditivos para esta aplicação.

Graças a importantes parcerias com as prin-cipais empresas mineradoras e de fertilizantes do País, a Miracema-Nuodex inaugurou no se-

gundo semestre de 2007 seu Laboratório Apli-cativo de Mineração e Fertilizante

Neste mesmo ano foi lançado o Liacid 1721 – ácido graxo de óleo de mamona desi-dratado e purificado através do “Thin-Film Eva-porator”, um equipamento onde os produtos são submetidos à destilação molecular.

Ao final de 2008, como resultado do pro-cesso de sucessão da companhia, Otto Rohr de-cidiu abrir mão do cargo de diretor-presidente na diretoria executiva da empresa, entretanto, continuando como presidente vitalício do Con-selho de Sócios. A gestão executiva passou a ser de seus filhos, André e Stefan Rohr.

A Miracema-Nuodex também disponibiliza os serviços de análises físico-químicas e microbioló-gicas com precisão e responsabilidade, seguindo as mais rigorosas normas nacionais e internacio-nais (ABNT, ASTM, AOCS, DIN) ou conforme as necessidades específicas de cada cliente.

Matérias-priMas vegetaisSendo dona da maior representatividade

no portfólio da empresa, com cerca de 40% do faturamento, a área de aditivos, alguns anos após o lançamento do bismuto, com tecnologia ainda mais avançada, passou a atender novas exigências, principalmente manifestadas pelo mercado Europeu.

“Novamente a Miracema-Nuodex, em parce-ria com seus clientes, desenvolveu e apresentou novos pacotes de aditivos multifuncionais para formulação de lubrificantes industriais”, enfatiza André Rohr. “Estes pacotes são constituídos de compostos químicos que trabalham sinergica-mente para melhorar o desempenho e estender a vida útil dos lubrificantes, excedendo a capa-cidade dos fluidos tradicionais, melhorando pro-priedades já existentes como as de lubricidade e anticorrosivas, além de proporcionando novas performances como extrema pressão, antides-gaste e antioxidante, com um custo altamente competitivo”, acrescenta Scandoleira.

Tendo em vista o impacto ambiental dos produtos químicos, a Miracema-Nuodex tem considerado de “maneira expressiva”, conforme

Antonio Carlos Coral, gerente de suprimentos

André Rohr, diretor adminis-trativo e de desenvolvimento industrial

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Perfil do fornecedor – MiraceMa-nuodex

André Rohr, os produtos baseados em matérias-primas vegetais, que terão uma atenção cada vez maior. “Para isso, a companhia está firman-do parcerias com empresas e institutos tecnológi-cos nacionais e internacionais para alavancar o desenvolvimento deste segmento”, antecipa.

Manutenção do pioneirisMoSendo um dos principais segmentos consumi-

dores, o mercado de lubrificantes industriais vem merecendo destaque nas estratégias da compa-nhia. “A Miracema tem investido em mercados novos, não só pela sua filosofia empreendedora, mas também por sempre aproveitar as oportuni-dades de negócios, que leva ao desenvolvimen-to da empresa”, define André Rohr, destacando novos projetos em segmentos de petróleo, açú-car/álcool, mineração entre outros.

Com a garra de uma jovem, a Miracema pla-neja manter os investimentos em produtos diferen-ciados para todas as áreas onde atua, sempre

considerando a qualidade, o bom atendimento, o custo/benefício e agora focando também os produtos ambientalmente responsáveis.

Uma das armas desse posicionamento é a área de pesquisa e desenvolvimento, composta de uma complexa estrutura de laboratórios (Pes-quisa & Desenvolvimento, Controle de Qualida-de, Microbiológico entre outros), que contempla também uma planta piloto e uma equipe especia-lizada em sua área de atuação para dar uma as-sistência técnica de qualidade aos clientes. “Des-de o início do processo de desenvolvimento de um projeto, esta estrutura é acionada e envolvida também no pós venda”, garante André Rohr.

Muito longe de se apresentar como uma jovem senhora, a Miracema-Nuodex exibe a vitalidade das empresas que não se acomodam com o pas-sar das décadas. Ao contrário. A companhia dá mostras que sua trajetória não só permanecerá como importante base para o mercado químico como, principalmente, estará escrita no futuro.

Atualmente a Miracema-Nuodex desenvolve e produz matérias-primas, aditivos, componentes e catalisadores para indústrias de trans-formação das mais variadas áreas e setores, todos desenvolvidos e aperfeiçoados em laboratórios aplicativos e de pesquisa próprios, para que os clientes recebam produtos de acordo com suas necessidades e exigências.

• Ácidosgraxos–aqualidadedalinhaLiacidégarantidaepermanentementetestadaporanálisescromatográficasnoslaboratóriosda empresa, tendo aplicações em resinas alquídicas, aditivos para lubrificantes, borrachas sintéticas, cosméticos, inibidores de corrosão, emulsificantes, sabonetes e detergentes, domissanitários, compostos de PVC etc;

• AditivosparaLubrificantes–linhasIndustrial,AutomotivaeAditivosparaCombustíveis;• Biocidas–substânciasquímicascompostasdeativoscapazesdeprevenire/oueliminarocrescimentodemicroorganismos.São

utilizados com o objetivo de evitar a biodeterioração de um produto causado por uma contaminação microbiológica; catalisadores – à base de sais metálicos, cujo mecanismo de ação está relacionado às reações de óxido-redução (reações de transferência de elétrons). Segmentos de aplicação: borrachas e pneus, poliuretanos, resinas alquídicas, resinas de poliéster, síntese de caprolactamas;

• Ésteres–amplalinhadeésteresderivadosdeácidosgraxosparaasmaisvariadasaplicações;• Óleoshidrogenados–comtecnologiaprópria,éumdosmaisantigosetradicionaisfabricantesdeóleosnaturaishidrogenadosno

Brasil. O óleo de mamona hidrogenado e seus derivados são os mais importantes da linha de produtos hidrogenados. Estes são componentes indispensáveis na fabricação de graxas lubrificantes de lítio’;

• Líquidogeradordeespuma–nasindústriasquímicas,petroquímicasedederivadosdepetróleo,oriscodeincêndioestásemprepresente. Pensando nisso, a Miracema-Nuodex desenvolveu e disponibiliza para o mercado nacional e internacional o Liovac® AFFF. São LGEs (Líquidos Geradores de Espuma) sintéticos, de alta performance, atóxicos e biodegradáveis, do tipo AFFF (Aqueous Film Forming Foam).

• Mineração–osfertilizantesgranuladossãoproduzidosatravésdereaçõesdarochafosfáticacomreagentesespecíficos,cujaescolha depende da composição química desejada para o fertilizante. Depois de granulados, e com o passar do tempo, há uma tendência muito grande à liberação de pó, o que acarreta vários inconvenientes dentro das fábricas, durante as operações de carga e descarga e na aplicação final em campo. “Para solucionar este problema a Miracema desenvolve aditivos antipó específicos para cada tipo de fertilizante, que reduzem drasticamente a emissão de pó mantendo as propriedades físicas inalteradas”, explica Coral.

• Petróleo/Perfuração–aempresapossuiumalinhadeaditivosparafluidosdeperfuraçãobaseáguaebaseóleo.“Semprealinha-da com as crescentes demandas por produtos ecologicamente corretos, a Miracema se destaca como pioneira na fabricação de aditivos biodegradáveis para fluídos de perfuração”, inclui Scandoleira. A empresa oferece soluções específicas com produtos desenvolvidos e testados em laboratório aplicativo de análises de fluidos, além de uma equipe técnica especializada para o suporte.

Linha de ProdutoS

Infraestrutura para assegurar atendimento rápido e eficiente

RL0408Perfil do Fornecedor - Miracema_04.indd 48 14/07/2010 15:58:15

Revista LUBGRAX • maio/junho 2010 • 49

GUIA

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EDITORIALISTA cOnvIDADO

Alguém sAbe o que é quAlidAde?

Por Márcio Migues*

o que é qualidade? Por mais que esta pergunta possa parecer simples, a resposta não é tão fácil. Um produto ou serviço rotulado como de boa quali-

dade hoje, amanhã poderá não atender às expectativas do consumidor. Qualidade para o prestador de serviços ou fabricante significa buscar o melhor. Para o consumidor é superar expectativas, portanto ele deve ser sempre o foco da atração de qualquer empresa.

A busca é incessante. Há 40 anos, a qua-lidade era definida como algo adequado ao uso e hoje o conceito caiu por terra, já que outros significados foram incorporados com o passar dos anos. O setor automotivo é refle-xo da evolução, sempre acompanhada pelo consumidor. Voltando na história, na década de 1990, tivemos a abertura da economia brasileira para as importações. Do antigo car-ro importado Lada, passamos a ver nas ruas brasileiras carros evoluídos tecnologicamente e com mais qualidade. Com a chegada des-tes automóveis, só vistos quando viajávamos para o exterior, os brasileiros se tornaram mais exigentes e isso foi um divisor de águas na história da qualidade automotiva.

O governo, então, instituiu uma série de me-didas, como o Programa Brasileiro de Qualida-de e Produtividade, para que o País se tornasse competitivo. Paralelo a isso, foram adotados o Código de Defesa do Consumidor, a ISO 9001, que marcou a nova exigência qualita-tiva, e com ela as certificações da qualidade e, avançando um pouco mais no tempo, o Pro-con, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e outros organismos. Tudo aqui no Brasil estava em ritmo letárgico no que se refere à qualidade. Mas o início da década foi mar-cado por um ‘boom’ no quesito qualidade.

No setor automotivo, as montadoras pas-saram a investir mais em novas tecnologias, nos produtos desenvolvidos e na qualidade

dos processos. E elas puxaram o resto da ca-deia. Para atestar a qualidade do setor, foi criado um organismo de certificação neutro e específico do setor automotivo, o IQA (Institu-to da Qualidade Automotiva), atuante desde 1995. Na época, o IQA era uma espécie de ‘olhos do Inmetro’ na qualificação do se-tor, principalmente na certificação de produtos automotivos. Com o tempo, o Instituto ampliou seu leque de atuação e passou a certificar também serviços e sistemas de gestão, o que tornou ainda mais importante o seu papel na qualificação do setor.

Hoje, a indústria automobilística brasileira está alinhada com o que acontece ao redor do mundo. Um carro ‘médio’ fabricado no Brasil não deixa a desejar para um mesmo fabricado na Europa, já que o padrão de qualidade é o mesmo. Sabemos que a qua-lidade neste setor é um quesito fundamental, uma evolução que o consumidor acompanhou e continua acompanhando.

Então, voltando ao consumidor, foi ele, de certa maneira, o estopim da qualidade no Bra-sil. Mesmo que os anos tenham passado, o con-sumidor (sim ele mais uma vez) continua ditando as regras da qualidade não só aqui, mas ao redor do mundo, ao exigir, cada vez mais, ex-celência no padrão de atendimento e na presta-ção de serviços dentro da cadeia automotiva e em qualquer outra área. Quer a prova? Veja o espaço que os jornais e outras mídias dão para as reclamações do consumidor.

É ele quem impõe essa busca incessante de ‘superar as expectativas’. Demos um, boom, na qualidade, e isto é um fato. A primeira cor-rida foi para superar a defasagem e agora é para superar as expectativas. Para isso, todas as empresas devem se preparar.

(*) Márcio Migues é diretor-presidente do IQA (Institu-to da Qualidade Automotiva), que completa 15 anos em 2010

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3ª CAPA

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