luana vignon
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Araçatuba
Da Redação
Nem tudo do paraíso é pra-zer. Nem tudo do paraí-so é leve. A escritora Lua-
na Vignon lança, sob este parado-xo, o livro de poemas "Os tirosvêm do paraíso". O livro já foi lan-çado em São Paulo, mas a escrito-ra volta à sua cidade natal paramostrar sua obra. O lançamentoacontece hoje em Araçatuba noEmpório Calábria, às 19h, e foi or-ganizado pelo produtor AntônioCarlos Nicolau, da Cobra D'águaProduções Artísticas.
Com temática variada, o livroé um apanhado de poemas escritosao longo de alguns anos por Lua-na. A seleção foi feita com ajudado poeta Marcelo Montenegro epelo livreiro Anselmo "Bactéria".Apesar da variedade dos temas, aautora afirma que há um fio condu-tor, que é a forma como ela vê avida e as pessoas, e que certo graude melancolia se torna tambémum aspecto importante dos textos.A capa, bem como toda a arte grá-fica, foi feita pelo designer RodrigoSommer, que forma com Luana oconselho editorial da PanelinhaBooks, sua editora.
O primeiro lançamentoaconteceu em novembro de2010, em São Paulo, cidade on-
de Luana vive hoje e onde tam-bém escreve textos freelancer pa-ra sites e revistas, realiza um tra-balho de curadoria literária e ain-da trabalha com assessoria admi-nistrativa. Porém, antes de mu-dar-se para lá, nos anos de 2005e 2006 frequentou regularmenteas reuniões do Grupo Experi-mental da Academia Araçatuben-
se de Letras, grupo de escritoresde diversos estilos literários afim de discutir a escrita, trocarideias sobre seus textos e apren-der sobre literatura.
Sobre o Grupo, Luana afirmaque foi uma experiência importan-te. "Uma literatura calada é uma li-teratura morta. É preciso ler, discu-tir, trocar. Para mim o ato de escre-
ver, na maior parte das vezes, éum ato extremamente solitário,mas considero o diálogo e a trocade ideias fundamentais para o pro-cesso criativo", diz.
Sobre sua trajetória como es-critora, Luana diz que é longa,29 anos, que é a sua idade. "Aminha literatura começou comi-go". Aprendeu a ler cedo, antes
mesmo da escola, e teve nesseaprendizado um ato de indepen-dência. "Minha avó era professo-ra e me ensinou. Lembro de fo-lhear os gibis do Tio Patinhas edesejar imensamente decifraraqueles 'códigos'. Era ruim espe-rar que alguém tivesse um tempolivre e, mesmo que tivesse, comoeu saberia se era aquilo mesmo
que estava escrito ali?".Os primeiros e mais impac-
tantes livros que Luana leu foramos de autoria de Henry Miller,Bukowski e Caio FernandoAbreu. E em relação à poesia, con-ta que Vinícius de Moraes, CarlosDrummond de Andrade, Ana Cris-tina César e Hilda Hilst formamsuas principais referências, entremuitos outros.
Luana afirma ser muito inte-ressante poder trazer seu trabalhoà sua cidade. "Além do motivo ób-vio, que é encontrar os antigosamigos e festejar, acredito que exis-te um significado meio simbólico,de retorno. Araçatuba foi onde tu-do começou, eu andei brigadacom o provincianismo da cidade,mas agora fizemos as pazes... naverdade a briga era comigo mes-ma, com o meu próprio provincia-nismo, mas agora passou e estoufeliz em voltar".
Lançamento do livro"Os tiros vem do paraíso"Dia: 30 de abril, sábadoHorário: 19hLocal: Empório Calábria -Rua Afonso Pena, 1204 -AraçatubaPreço do livro: R$10,0040 páginas - Panelinha Books
LITERATURA
Poemaparadoxal
Escritora Luana Vignonvolta a Araçatuba para lançarseu novo livro, “Os tiros vêmdo paraíso”, composto porum apanhado de poemas
Fotos: Divulgação
VOLTA ÀS ORIGENSLuana autografa o seu livro durante
lançamento em São Paulo, em
novembro do ano passado; sobre
Araçatuba, afirma: “eu andava
brigada com o provincianismo da
cidade, mas agora fizemos as pazes”
Serviço
C1 Araçatuba, sábado, 30 de abril de 2011