luagares d'ouro 12abr2014 edição especial

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2014 FORMATO DIGITAL | DISTIBUIÇÃO GRATUITA | Pelos Lugares e Lagares D’Ouro da nossa Terra Ano VIII | n.º 84 | 12 de Abril | Número Especial ***** PÁSCOA E 25 DE ABRIL UM RITUAL DE PASSAGEM GASTRONOMIA TRADICIONAL PASCAL Foto: www.chaves.blogs.sapo.pt Foto: www.oficinadeoracaodeagualonga.blogspot.pt

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LUAgares D'Ouro Abr2014 Edição Especial Nr 84 - 12Abr2014

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FORMATO DIGITAL | DISTIBUIÇÃO GRATUITA | Pelos Lugares e Lagares D’Ouro da nossa Terra Ano VIII | n.º 84 | 12 de Abril | Número Especial

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PÁSCOA E 25 DE ABRIL UM RITUAL DE PASSAGEM GASTRONOMIA TRADICIONAL PASCAL

Foto: www.chaves.blogs.sapo.pt

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A PÁSCOA E O 25 DE ABRIL - UM RITUAL DE PASSAGEM 01. PÁSCOA Páscoa é o evento religioso mais importante do Cristianismo. Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação. A Páscoa pode cair em uma data situada entre 22 de Março e 25 de Abril. ORIGEM DO NOME PÁSCOA A palavra Páscoa advém do hebraico Pessach que significa “passagem”. Muitos costumes actuais ligados ao período pascal originam-se dos festivais pagãos da primavera. A Páscoa cristã está intimamente ligada à festa judaica, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egipto para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário. Os eventos pascais judaicos ocorrem durante o Pesah, data onde é comemorado o êxodo dos israelitas do Egipto, a sua “passagem” da escravidão para a liberdade. Um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo da morte para a vida. A PÁSCOA EM TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Em Trás-os-Montes e Alto Douro ainda é tradição a visita do Compasso. O Compasso Pascal é uma tradição cristã que consiste na visita casa a casa de uma paróquia (daqueles que a queiram receber) do Crucifixo de Cristo no dia de Páscoa, ou de Pascoela, para celebrar a sua Ressurreição. Um pequeno grupo de paroquianos, com ou sem o seu pároco, liderados por um crucifixo que representa a presença de Jesus vivo, percorre várias casas de outros paroquianos que manifestem a sua vontade de receber a visita de Jesus Ressuscitado no dia de Páscoa. Em cada uma das casas, após uma bênção inicial, os habitantes da casa visitada beijam a cruz de Cristo como demonstração de adoração. A esta tradição associaram-se diferentes formas de receber essa visita. Ela é vista como uma forma de confraternização dos membros da comunidade paroquial com a oferta de alimentos da quadra ou apenas uns minutos de repouso para o grupo iti-nerante. É também comum ser aproveitada para oferta de donativos pecuniários à paróquia, chamada a Côngrua. A Pascoela simboliza o prolongamento do próprio domingo de Páscoa, numa atitude festiva da Igreja e dos fiéis, podendo dizer-se que representa uma espécie de diminutivo da palavra Páscoa. Ocorre sete dias depois da Páscoa, correspondendo ao do-mingo seguinte ao domingo de Páscoa.

Artigo baseado em artigos da Wikipédia, a enciclopédia livre, e do blogue Sarrabal 02. 25 DE ABRIL, A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS “Revolução de 25 de Abril”, conhecida, efectivamente, como Revolução dos Cravos, refere-se a um período da história de Por-tugal resultante de um movimento social, ocorrido a 25 de Abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigen-te desde 1933, e iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição, a 25 de Abril de 1976. O cravo vermelho tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974. Segundo se conta, foi uma florista de Lisboa que iniciou a distribuição dos cravos vermelhos pelos populares que os ofereceram aos soldados. Estes colocaram-nos nos canos das es-pingardas. Por isso se chama ao 25 de Abril de 74 a "Revolução dos Cravos".

Artigo baseado em artigo da Wikipédia, a enciclopédia livre 03. UM RITUAL DE PASSAGEM 25 DE ABRIL - A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, a “passagem” da opressão para a liberdade; PÁSCOA CRISTÃ, a "passagem" de Cristo da morte para a vida; PÁSCOA (do hebraico PESSACH), êxodo dos israelitas do Egipto, a sua “passagem” da escravidão para a liberdade; CELEBRAÇÕES PAGÃS, a “passagem” do inverno para a primavera.

Bruno Miguel e Monteiro deQueiroz - by Douro Sensibility

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40 anos de Revolução dos Cravos

Grândola, vila morena Terra da fraternidade O povo é quem mais ordena Dentro de ti, ó cidade Dentro de ti, ó cidade O povo é quem mais ordena Terra da fraternidade Grândola, vila morena Em cada esquina um amigo Em cada rosto igualdade Grândola, vila morena Terra da fraternidade Terra da fraternidade Grândola, vila morena Em cada rosto igualdade O povo é quem mais ordena À sombra duma azinheira Que já não sabia a idade Jurei ter por companheira Grândola a tua vontade Zeca Afonso

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«"Grândola, Vila Morena" é a canção cantada e composta por Zeca Afonso que foi escolhida como segunda se-nha de sinalização da Revolução dos Cravos pelo Movimento das Forças Armadas (MFA). Esta canção que alude à fraternidade entre as pessoas de Grândola, no Alentejo, terá sido banida pelo regi-me de Salazar como uma música do partido comunista. Às zero horas e vinte minutos do dia 25 de Abril de 1974 foi transmitida pela Rádio Renascença como confir-mação do início da revolução. É um símbolo da Revolução, da Liber-dade, da Democracia, dos Direitos e do Povo em Portugal. Obrigado Zeca Afonso.» in www.roletadasanedotas.com/grandola-vila-morena-zeca-afonso-musica-e-letra/

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O Folar da Páscoa

Inicialmente folore, veio, com o tempo, a ser chamado de folar e tornou-se numa tradição que celebra a

amizade.

Alimento ancestral, o folar, que representa o final da quaresma e do jejum, que a tradição católica pro-

põe, é de presença obrigatória à mesa na época pascal. Nas zonas rurais foi o presente da época por ex-

celência dos padrinhos para os afilhados.

Na nossa região os afilhados tinham por hábito levar, no domingo de Ramos, um ramo de oliveira e ale-

crim benzido aos padrinhos de baptismo e estes, no Domingo de Páscoa, ofereciam-lhe em retribuição

um folar.

A origem do folar perde-se em tempos remotos. Diz uma lenda antiga que uma jovem, de nome Mariana,

pediu tanto a Santa Catarina para casar cedo que logo surgiram dois pretendentes: um lavrador pobre,

Amaro, e um fidalgo rico, que não tardaram a pressioná-la para tomar uma decisão. No domingo de Ra-

mos seguinte, aflita com a notícia de que o lavrador e fidalgo travavam uma luta de morte, Mariana vol-

taria a pedir o auxílio da Santa para fazer a melhor escolha, que recaiu em Amaro. Atormentada pela

possibilidade de o fidalgo poder matar Amaro no dia do casamento, Mariana foi por flores no altar de

Santa Catarina, tendo, no regresso a casa, sido surpreendida com um bolo com ovos inteiros em cima da

mesa, rodeado por flores iguais às que tinha oferecido à Santa. Correu para casa de Amaro, que lhe con-

tou ter recebido um igual. Juntos, foram ter com o fidalgo, que também tinha sido presenteado com um

idêntico, e Mariana convenceu-se de que tudo tinha sido obra de Santa Catarina.

Reza ainda a tradição que na região transmontana seja salgado, confeccionado com massa levedada,

azeite, ovos, carne e enchidos, e que mais a sul seja degustado doce e não raras vezes incrustado de ovos

cozidos.

Pesquisa de Bruno Miguel & Monteiro deQueiroz

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O pão-de-ló «No Minho é o pão-de-ló, e não o folar, o bolo típico da celebração pascal. Este bolo faz parte da repeti-ção de um ritual antigo, durante o qual o padrinho oferece o pão-de-ló ao seu afilhado. O mais popular na região é o de Margaride. No entanto, os de Freitas, Guimarães e Ponte de Lima concorrem pela fama. Tradicionalmente, este bolo é cozido em forno de lenha, muitas vezes comunitário, em formas de barro não vidrado e a massa é batida durante bastante tempo para que o pão-de-ló fique mais fofo.»

artigo in www.foodforbodymindandspiritpt.wordpress.com

Pão de ló de Margaride

O pão-de-ló é já também uma tradição implantada na nossa região

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www.paodelodemargaride.pt

Folar doce com ovos cozidos Foto: www.foodforbodymindandspiritpt.wordpress.com

Regueifa A regueifa designa em Portugal um pão de romaria com forma de rosca e é feita com farinha de boa quali-dade. É típica do Norte de Portugal, sendo conhecida desde o Minho até à região de Aveiro. Com a indus-trialização a regueifa, em especial no Entre-Douro-e-Minho, popularizou-se como pão domingueiro no domingo de ramos. Em algumas zonas do Douro, por influência do Douro Litoral, por altura da Páscoa, a regueifa era dada co-mo folar aos afilhados pelos padrinhos após receberem o ramo de oliveira e alecrim benzido. O seu nome assim como a forma tradicional de preparação, parecem intimamente ligados à massa origi-nal marroquina chamada ‘rghaif’ e especificamente à variante chamada ‘meloui’, em que a massa é en-trançada antes de cozer. Com a evolução das sociedades a expressão folar passou a designar não só algo mas sim um conjunto de dádivas pelos padrinhos aos afilhados tais como amêndoas doces, dinheiro e peças de roupa, entre ou-tros. Os ramos sofreram também alguma evolução sendo substituídos por ramos e arranjos florais.

Pesquisa efectuada por B. Miguel e M. deQueiroz em www.pt.wikipedia.org - www.padafidelis.pt

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www.padafidelis.pt

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A História dos

Ovos de chocolate

«A tradição de presentear os entes queridos na Páscoa com ovos é milenar. Os primeiros eram de galinha e o hábito de oferecê-los vem da tradição pagã. Os cristãos apropriaram-se da imagem do ovo para festejar a Páscoa e começaram a ofe-recer ovos de galinha ou gansa para celebrar a data. Eram um presente que simbolizava o início da vida, a ressurreição de Jesus. Na época, pintavam os ovos com imagens de figuras religiosas, como Jesus Cristo e a sua mãe, Maria. No século XVIII, após dois séculos da chegada do chocolate à Europa, os confeiteiros franceses começaram a fazer os ovos com choco-late. A imagem do coelho apareceu na mesma época, associa-da à criação por causa de sua grande prole. Hoje os ovos de chocolate da Páscoa são uma tentação para pequenos e gran-des. Ocos ou recheados e embrulhados em papéis brilhantes, são sempre uma forma divertida de celebrar esta data tão es-pecial.»

artigo in www.foodforbodymindandspiritpt.wordpress.com

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Amêndoas «Em tons de castanho, cores pastel, mais garridas ou brancas, as saborosas amêndoas são o presente de eleição da Páscoa em Portugal, tanto por madrinhas e padrinhos aos afilhados, como entre amigos e familiares. Supõe-se que as amêndoas da Páscoa simbolizem o ovo, ícone de fecundidade e renovação, remontando a tradições vindas de diversos pontos do país. Até à Idade Média, as amêndoas doces eram cobertas com mel. Com a cultura da cana-de-açúcar, desenvolvida pelos portugueses, as amêndoas passa-ram a ser cobertas com açúcar. São várias as histórias que chegam até nós de hábitos antigos de oferenda de amêndoas na altura da Páscoa. Figueira da Foz, Monsanto, Alenquer, Afife, Sertã, Nisa e Estremoz são disso um exemplo. Umas das mais tradicionais amêndoas que temos hoje em dia são as cobertas de Torre de Moncorvo: brancas e grandes, só de açúcar, castanhas com chocolate ou com cacau e canela.» Fotos e artigo in www.foodforbodymindandspiritpt.wordpress.com

Amêndoas de Torre de Moncorvo

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ARROZ DE FORNO EM ALGUIDAR DE BARRO PRETO À MODA DO ALTO DOURO | EM FORNO A LENHA INGREDIENTES: 1kg de arroz agulha sem ser lavado; Sal q.b.; Salsa q.b.; 1 dente de alho; 2 colheres de sopa de azeite de boa qualidade; PARA A CALDA: Cabeça de anho ou de cabrito; Osso da cabrita; Ossos de vitela variados; 500gr de carne de vaca de cozer; 500gr de carnes de porco salgado, orelha, unha e entremeada; Coto de porco fumado; Fumeiro q.b. nomeadamente linguiça e salpicão do cachaço com alguma gordura; ½ frango / galinha; Hortelã q.b.; 2 folhas de louro. PREPARAÇÃO: Cozem-se todas as carnes com as folhas de hortelã e de louro em água abundante. Quando estiverem bem cozidas, é sinal de que a calda está apurada. Atenção às carnes salgadas que vão temperar a água. Côa-se todo o preparado e põe-se de lado, a calda continua ao lume.

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Coloca-se o arroz sem ser la-vado no alguidar de barro preto não vidrado, de Bisa-lhães. Coloca-se o dente de alho e a salsa por cima do ar-roz e rega-se com um pouco de azeite de qualidade (de Trás-os-Montes e Alto- Dou-ro). Deita-se a calda (duas vezes o volume do arroz) no alguidar e mexe-se o arroz. Colocam-se três ou quatro rodelas de linguiça por cima do arroz pa-ra o seu enriquecimento vi-sual. De seguida coloca-se o alguidar no forno a lenha (de oliveira ou medronho) bem quente. O arroz fica pronto a ser servido logo que o mesmo fique seco e solto.

As carnes e a calda sobrantes servem para confeccionar Tripas à Moda do Douro ou Cozido à Portuguesa. Este arroz acompanha variados pratos do Douro, nomeadamente Anho/Cabrito/Coelho/Lombo de Porco/Leitão/Perú/Frango assados no forno, Cozido à Portuguesa e Tripas aos Molhos e à moda do Douro. Receita recuperada por Natália deQueiroz, Bruno Miguel, Carlos deQueiroz e Monteiro deQueiroz

Arroz de forno em alguidar de barro preto com anho assado no forno

23 Foto: www.ferradodecabroes.blogspot.pt

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ANHO (OU CABRITO / OU LOMBO DE PORCO) ASSADO COM BATATA ASSADA À MODA DO ALTO DOURO INGREDIENTES: 1 anho pequeno (ou cabrito / ou lombo de porco); 4 dentes de alho; 1 ramo de salsa; 4 folhas de louro; 2 dl de vinho branco maduro; 1 colher de sopa de colorau; 1 colher de chá de pimenta; Óleo vegetal q.b.; Sal q.b.; Batatas de assar q.b. PREPARAÇÃO: Depois de impecavelmente lavada, coloca-se a carne de forma a que escorra devidamente. Faz-se um molho esmagando os dentes de alho e juntando-se-lhe a salsa e folhas de louro devidamente picadas, o vinho, o colorau, a pimenta, o óleo vegetal e o sal. Esfrega-se a carne com o molho e deixa-se ficar a apurar até ao dia seguinte. No dia de se assar, fazem-se vários golpes na carne e atam-se as patas da frente às de trás se for o caso. Põe-se a carne sobre uma grelha de paus de loureiro armada na boca do alguidar do arroz e leva-se a as-sar no forno (de preferência em forno de lenha de oliveira ou medronho bem quente. ). Deixa-se assar a carne, primeiro de um lado, e depois do outro lado. Colocam-se as batatas devidamente aparadas numa assadeira de barro preto não vidrado, de Bisalhães, envolvidas no mesmo molho que o utilizado para barrar a carne e leva-se a assar juntamente com a car-ne. OUTRA VARIANTE: Coloca-se a carne numa assadeira de barro preto não vidrado, de Bisalhães, e envolve-se com as batatas embrulhadas no molho previamente preparado e leva-se a assar no forno. Deixa-se assar a carne, primei-ro de um lado, e depois do outro lado. Receita recuperada por Natália deQueiroz, Bruno Miguel, Carlos deQueiroz e Monteiro deQueiroz

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Caves do Vinho Fino do Douro (Vinho do Porto)

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Ementa Pascal típica do Douro

Arroz de forno Anho assado no forno

com batata assada

Vinhos do Douro Vinho fino do Douro

Espumantes do Douro

Pão-de-ló Folar da Páscoa

Regueifa

Aletria Leite creme

Ovos de chocolate

Amêndoas da Páscoa

FICHA TÉCNICA

Director: Bruno Miguel

Composição e Redacção: Bruno Miguel | Hugo Pinto

Fotografia: Bruno Miguel | Hugo Pinto | Natália deQueiroz |

M.deQueiroz | C.Teixeira | P.Alem

Colaboração: Fotógrafos do Douro

Publicidade: Brumi e hJMp

APOIOS & PARCERIAS: TvT - Televisão Transmontana | Rádio Alagoas - Douro | Fotógrafos do Douro

Morada:

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