loures conselho para a leitura

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Escola E.B.2.3.de Santa Iria de Azóia Biblioteca Escolar

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Page 1: Loures conselho para a leitura

Escola E.B.2.3.de Santa Iria de Azóia

Biblioteca Escolar

Page 2: Loures conselho para a leitura

Colegas,

No âmbito da iniciativa concelhia, Loures um cons/celho para a leitura, quevisa a comemoração, alargada a todas as escolas do concelho, dos quarenta anos do 25

de abril e do Dia Mundial do Livro, vimos solicitar que amanhã, quarta feira, dia 23 de abril, o primeiro docente a ter a turma proceda à leitura e exploração, se considerar pertinente, do poema de Manuel Alegre, Trova do Vento que Passa.

Para tal, irá constar em cada livro de ponto, o texto do poema, notasexplicativas e um link para a versão musicada do mesmo, na voz de Adriano Correia de Oliveira.

Todas as turmas deverão, no formato que o docente entender, testemunhar o modo como decorreu esta iniciativa.

Tal evidência integrará um blog da autoria da Biblioteca Municipal de Loures.

Gratos pela colaboração.

A equipa da BE/CRE

Page 3: Loures conselho para a leitura

CANTAR A LIBERDADE

«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa

notícias do meu paíse o vento cala a desgraça

o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levamtanto sonho à flor das águase os rios não me sossegam

levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoasai rios do meu país

minha pátria à flor das águas

para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhaspede notícias e diz

ao trevo de quatro folhas

que morro por meu país.

Pergunto à gente que passapor que vai de olhos no chão.Silêncio -- é tudo o que tem

quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos

direitos e ao céu voltados.E a quem gosta de ter amos

vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada

ninguém diz nada de novo.Vi minha pátria pregada

nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margemdos rios que vão pró mar

como quem ama a viagem

mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir(minha pátria à flor das águas)

vi minha pátria florir

(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignoradae fale pátria em teu nome.

Eu vi-te crucificadanos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada

só o silêncio persiste.Vi minha pátria parada

à beira de um rio triste.

Page 4: Loures conselho para a leitura

Ninguém diz nada de novose notícias vou pedindo

nas mãos vazias do povo

vi minha pátria florindo.E a noite cresce por dentrodos homens do meu país.

Peço notícias ao ventoe o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeiadentro da própria desgraça

há sempre alguém que semeiacanções no vento que passa.Mesmo na noite mais triste

em tempo de servidãohá sempre alguém que resiste

há sempre alguém que diz não.Manuel Alegre

Este poema de Manuel Alegre simboliza a esperança pela Liberdade e foi cantado por Adriano Correia de Oliveira. O cantor era um amigo do poeta e companheiro das lutas estudantis em Coimbra.Anos antes, o convívio entre os dois possibilitou a criação de um poema-cantiga que ficou na história da resistência à Ditadura. *Conta-se que numa noite, em plena Praça da República em Coimbra, Manuel Alegre exprimia a sua revolta:«Mesmo na noite mais triste/ Em tempo de servidão/ Há sempre alguém que resiste/ Hásempre alguém que diz não».E Adriano Correia de Oliveira disse «mesmo que não fiquem mais versos, esses versos vão durar para sempre». Ficaram. António Portugal compôs a música. «E depois o poema surgiu naturalmente». Tinha nascido a Trova do vento que passa. Três dias depois vieram para Lisboa, para uma festa de recepção aos alunos na Faculdade de Medicina. Manuel Alegre fez um discurso emocionado, depois Adriano Correia de Oliveira cantou e quando acabou de cantar:«foi um delírio, teve de repetir três ou quatro vezes, depois cantou o Zeca, depois cantaram os dois. Saímos todos para a rua a cantar. A Trova do vento que passa passou a ser um hino».*Eduardo M. Raposo, Cantores de Abril –Entrevistas a cantores e outros protagonistas do

Canto de Intervenção, Lisboa, Edições Colibri, 2000.

Extraído e recuperado do site - http://cvc.instituto-camoes.pt/poemasemana/05/01.html (20/03/2014)

Entrar no site para audição do poema cantado na voz de Adriano Correia de Oliveira

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Exposição “A Liberdade”

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Trabalhos realizados por

alunos do 9º ano

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E a Poesia paira por toda a escola

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