loretta chase _ irmãos carsington 02 - impossivel

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#ub rbios do 7airo, de abril de 18 1

:raças a sua mãe, ;upert 7arsington tin a o cabelo e os ol os tão escuros como %ual%uereg'pcio. 6sso não %ueria di&er %ue passasse despercebido entre a multidão %ue se amontoava naponte. Em primeiro lugar, era sem d vida o omem mais alto. Em segundo lugar, tanto suas

maneiras como seus tra$es o indicavam como ingl s. <s eg'pcios e turcos, %ue $ulgavam osomens pela %ualidade de suas roupas, tamb0m perceberam de %ue não era um omem de berçopobre.

<s aldeãos recon eceram o %uarto fil o do conde do =argate.>isto %ue tin a c egado ao Egito apenas seis semanas antes, ;upert ainda não era capa& de

distinguir entre as numerosas tribos e nacionalidades. E certamente não era capa& de discernir ostatus social simplesmente ol ando.

Entretanto, sim sabia recon ecer uma briga in$usta assim %ue a via.< soldado era alto, %uase c egava ao metro e oitenta e tantos de ;upert, e estava armado at0

os dentes. ?r s facas, um par de espadas, um par de pistolas e munição de sobra %ue avultavapendurada em sua cartuc eira. E, como não, tamb0m esgrimia um pesado pau, de modo muitopouco amistoso nesse momento, contra o espancado, su$o e capengante indiv'duo %ue tin a frentea ele.

< delito do pobre desgraçado, at0 onde alcançava a vista de ;upert, era o de ter sido muitolento. < soldado rugiu uma ameaça ou maldição em um idioma estrangeiro. En%uanto fugia dandotropeç es, o apavorado campon s caiu ao c ão. < soldado brandiu o pau em direção s pernasdo omem. < infeli& rodou para um lado e se salvou por um palmo do golpe %ue recebeu a ponte.Enfurecido, o soldado levantou a arma e apontou cabeça do pobre desgraçado.

;upert abriu passo entre a multidão, empurrou o soldado e l e arrancou o pau das mãos. <tipo tirou uma das facas e ele se apressou a golpeá@lo, de modo %ue a arma caiu ao c ão. +ntes%ue seu adversário pudesse tirar outra arma de seu arsenal, deu@l e um golpe com o pau. <soldado o es%uivou, embora o e*tremo do pau o golpeasse no %uadril e acabou dobrado de dor.En%uanto ca'a, tirou uma das pistolas, por isso ;upert voltou a golpeá@lo com o pau. #eu oponenteuivou de dor e dei*ou cair pistola.

A7orre Agritou ;upert ao esfarrapado alei$ado, %ue deve ter compreendido o gesto se não apalavra estrangeira, por%ue ficou em p0 como pCde e se afastou co*eando. + multidão se separoupara dei*á@lo partir.

;upert se dispCs a segui@lo %uando $á era muito tarde. <s soldados estavam abrindo passo força atrav0s da crescente multidão. Em um abrir e fec ar de ol os, o tin am rodeado.

+s not'cias da briga, embora bastante e*ageradas, via$aram com rapide& da ponte para a al@

+sbakiDa. Esse bairro do 7airo, a pouco menos de um %uilCmetro da ponte, era onde estavamacostumados a se ospedar os visitantes europeus.urante a inundação de finais do verão, o transbordado Nilo transformava a al@+sbakiDa em um

lago onde os botes transportavam de um lado a outro. >isto %ue nesse momento as águas do Niloestavam em seu ponto mais bai*o, a área era apenas uma parte de terra rodeada de edif'cios.

Em uma das casas maiores, uma afne /embroke um tanto nervosa esperava a seu irmão4iles. < dia estava c egando a seu fim. #e não aparecesse logo, não poderia entrar, $á %uefec avam as portas ao anoitecer. ?amb0m se fec avam durante as epidemias ou os motins,ambas as coisas muito abituais no 7airo.

e %ual%uer forma, afne s- prestava atenção pela metade c egada de seu irmão. #uamente estava concentrada nos documentos %ue tin a diante de si.

Entre eles se encontrava uma reprodução litográfica da /edra da ;osetta, assim como umpapiro de recente a%uisição e uma c-pia em tinta deste ltimo. ?in a %uase vinte e nove anos etin a passado os ltimos de& tentando decifrar o mist0rio da escritura eg'pcia.

esde a primeira ve& %ue viu os ier-glifos eg'pcios, avia se apai*onado louca edesesperadamente deles. ?odos seus estudos de $uventude tin am estado dedicados a desvendar

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os segredos %ue guardavam em seus coraç es. =avia se apai*onado por um omem %ue %uasel e triplicava a idade e se casou com ele por %ue! a3 sua atitude era da mais romFnticaG b3 era umerudito em l'nguas, e c3 era o proprietário de uma coleção de livros e documentos pelos %ual elasuspirava.

Na%uela 0poca acreditava %ue parecia um com o outro.Na%uela 0poca s- tin a de&enove anos e as estrelas %ue flutuavam a seu redor nublavam a

visão.

Não demorou em aprender, entre outras liç es muito dolorosas, %ue seu bril ante e eruditomarido, igualmente acontecia com outros omens tão ignorantes como ele, acreditava %ue as%uest es intelectuais representavam um esforço muito grande para o c0rebro inferior dasmul eres.

7om a desculpa de %ue s- pensava em seu bem@estar, >irgil /embroke l e tin a proibidoestudar a escrita eg'pcia. Hustificou@se di&endo %ue nem se%uer avia esperanças de %ue adecifrassem os eruditos %ue con eciam o árabe, o copto, o grego, o persa e o ebreu en%uantoela vivesse. 7oisa %ue para ele não tin a a menor importFncia, $á %ue em sua opinião, ao ser aeg'pcia uma cultura primitiva 2muito inferior a da :r0cia clássica3, decifrar sua escrita contribuiriamuito pouco ao con ecimento da =umanidade.

afne era a fil a de um religioso. =avia feito o sagrado $uramento de amar, onrar e obedecera seu marido, e o tentou. 4as %uando foi evidente %ue ou prosseguia com seus estudos ou sevoltava louca de aborrecimento e frustração, escol eu arriscar@se condenação eterna edesobedeceu a seu marido. +ssim, continuou com seus estudos em segredo.

>irgil tin a morrido cinco anos atrás. /or desgraça, os pre$u'&os contra as mul eres eruditasnão morreram com ele. Essa era a ra&ão pela %ual at0 então tão s- seu indulgente irmão e umseleto grupo de amigos con eciam seu segredo. < resto do mundo acreditava %ue era seu irmão4iles o g nio lingI'stico da fam'lia.

#e fosse, teria se negado a pagar duas mil libras pelo papiro %ue ela estava estudando nessemomento. Não obstante, um mercador c amado >anni +na& tin a afirmado %ue o documentodescrevia a ltima morada de um $ovem fara- de nome descon ecido... %ue era o %ue aconteciacom a maior parte da reale&a do +ntigo Egito. + ist-ria era claramente produto da romFnticaimaginação oriental. Nen uma pessoa inteligente a teria acreditado. Entretanto, para sua maisabsoluta surpresa, parecia ter fascinado a 4iles.

#eu irmão inclusive se deslocou de novo a :i&a para estudar o interior da segunda pirFmidepor%ue, conforme l e avia dito, não s- l e a$udaria a compreender a forma de pensar dos antigosconstrutores de tumbas, mas tamb0m a locali&ar a tumba do $ovem fara- e seus tesouros.

Embora afne estivesse segura de %ue as pirFmides não l e relatariam nada, mordeu a l'ngua.4iles adorava e*plorar os monumentos do Egito. /or %ue l e estragar a diversãoJ +ssim, limitou@se a assegurar@se de %ue levava suficientes provis es para a noite %ue plane$ava ficar.

;ecusou o convite para acompan á@lo. Há tin a estado com ele em :i&a e tin a e*plorado asduas pirFmides nas %uais se podiam entrar. Nen uma delas contin a escritura ierogl'fica, emboravários visitantes tivessem gravado seus profundos pensamentos nas pedras, como por e*emplo,

"#uverinus ama 7laudia(. E o %ue era igualmente importante! não tin a dese$o algum de voltar aentrar nos compridos, sufocantes, estreitos e pestilentos passadiços das pirFmides.Nesse instante, entretanto, as pirFmides estavam a muitos %uilCmetros dos pensamentos de

afne. Estava considerando se o doutor Koung tin a interpretado mal os sinais do ganc o de ferroe das tr s caudas %uando sua criada entrou como um tornado.

ALm ban o de sangue :ritou Meena. + , mas %ue impulsivo e est pido ingl s +s ruas seenc erão de sangue

+ criada afastou do rosto o cabelo, e os v0us %ue tanto odiava, mas %ue tin a %ue usar emp blico, e revelou o cabelo escuro e os ol os castan os de uma mul er entrando na maturidadecom uma mistura de erança mediterrFnea. afne a tin a contratado em 4alta depois de %ue suacriada inglesa demonstrou@se incapa& de suportar os rigores de via$ar pelo estrangeiro.

Meena não s- falava ingl s, grego, turco e árabe, tamb0m podia ler e escrever o básico em taisl'nguas... Lm lucro sem precedentes para uma mul er nessa parte do mundo. Entretanto, tamb0mera muito supersticiosa e pessimista, e tendia a ver sempre o mal das coisas em lugar doproverbial bem %ue o acompan ava.

+costumada aos e*ageros de Meena, afne se limitou a ar%uear as sobrancel as antes de3

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perguntar!A)ue ingl sJ < %ue aconteceuJALm ingl s louco esteve lutando com um dos omens do ra$á e %uebrou a cabeça desse

porco. i&em %ue necessitaram cem soldados para capturá@lo. <s turcos l e cortarão a cabeça e acravarão em uma lança, mas não se conformarão com isso. <s soldados declararão guerra atodos os francos, sobretudo aos ingleses.

+ diferença da maioria dos an ncios de desastre iminente %ue pressagiava Meena, esse soava

muito plaus'vel.<s governantes turcos do Egito averia se sentido como em casa na 6dade 40dia. #urras,torturas e decapitaç es era sua forma de manter a ordem. Nem os eg'pcios nem os turcos tin ammuita apreciação aos "francos(, os odiados europeus. < e*0rcito, uma mistura assassina deeg'pcios, turcos e mercenários albaneses ol avam com ostilidade a todo mundo, incluindo emalgumas ocasi es a seu dirigente, 4o amed +l', do bai*o Egito. + seu lado, as ordas mong-is de:engis an pareciam colegiais.

E afne não tin a mais compan ia %ue a de seus criados, %uem, em sua prática totalidade,tin am um medo atro& aos soldados, uma atitude da mais inteligente.

Ooi consciente da sensação de alarme %ue começou a invadi@la, do calafrio %ue a percorreu edo modo em %ue l e atropelavam as id0ias. Não obstante, manteve uma atitude serena. #eucasamento l e tin a ensinado a ocultar o %ue sentia.

A/arece dif'cil de acreditar, disse. )uem seria tão est pido para lutar com um dos omens dora$áJ

A i&em %ue o ingl s 0 novo no 7airo, e*plicou Meena. 7 egou esta semana de +le*andriapara trabal ar com o cCnsul geral britFnico. i&em %ue 0 muito alto moreno e bonito. 4as acredito%ue não terá tão bom aspecto %uando passearem com sua cabeça em uma lança por toda acidade.

+ mente de afne con$urou a repulsiva imagem. +pressou@se a apagá@la e comentou de formaen0rgica!

A< omem deve ser um est pido sem rem0dio. +lgo %ue não deveria nos surpreender om'nimo. < consulado está infestado de personagens de muito duvidosa reputação.

7ircunstFncia devida ao fato de %ue o cCnsul geral ingl s, o sen or #alt, encontrava@se noEgito para fa&er@se com a maior %uantidade poss'vel de antiguidades e mostrava uma aus nciatotal de escr pulos %uando se referia aos m0todos.

E nesse momento, por ter somado um imbecil violento a seu pessoal, o e*0rcito tin a umadesculpa para acampar ao seu largo. Nen um europeu estaria seguro no 7airo.

E 4iles, de volta de sua viagem, com seu cabelo loiro, seus ol os a&uis, sua estatura e seuaspecto inconfundivelmente ingl s, seria um ob$etivo muito tentador.

6gualmente a ela, uma ruiva de ol os verdes, erança de sua finada mãe.Bai*ou a vista e descobriu %ue l e tremiam as mãos. #e acalme, ordenou@se. +inda não

aconteceu nada. /ensa.?in a c0rebro, um c0rebro formidável. everia ser capa& de ac ar uma solução.

7ontemplou as lin as de caracteres gregos %ue elogiavam a /tolomeu en%uanto pensava o%ue fa&er.#ara , a esposa do famoso e*plorador :iovanni Bel&oni, disfarçou@se uns anos atrás de

mercador árabe e tin a visitado sem incidentes uma mes%uita proibida s mul eres e aos infi0is.7om um pouco de sorte, afne poderia escapar do 7airo vestida de semel ante $eito e sair aoencontro de seu irmão. /oderiam alugar uma barcaça e dirigir rio acima, fora de perigo.

ispCs@se a contar o plano a Meena, mas nesse instante um coro de gritos se elevou no pátio.Lm angustiado lamento se impCs s restantes vo&es.afne se levantou do divã de um salto e se apro*imou da $anela coberta pela persiana com

Meena atrás. /ela escada do pátio subia um grupo de eg'pcios.Mevavam o corpo inerte do criado de 4iles, + mad.

P man ã seguinte

Em uma mansão em outra &ona al@+sbakiDa, o cCnsul geral de #ua 4a$estade refletia com4

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emoç es encontradas a respeito da possibilidade de %ue a cabeça de ;upert 7arsingtonpasseasse pelas ruas da cidade cravada em uma lança.

urante o m s e meio %ue o %uarto fil o do conde de =argate levava no Egito, tin atransgredido vinte e tr s leis distintas e tin a sido encarcerado nove ve&es. 7om a %uantidade dedin eiro %ue o consulado gastou em subornos e multas por culpa do sen or 7arsington, o sen or#alt poderia ter desmantelado e enviado a 6nglaterra um dos templos menores da il a de Oil0.

?in a plena consci ncia do motivo pelo %ual lorde =argate tin a enviado seu fil o de vinte e

nove anos ao Egito. Não era, tal e como o conde tin a escrito, "para a$udar ao cCnsul geral emseus serviços pátria(.Era para carregar a outro com a responsabilidade e os gastos.< sen or #alt sacudiu a areia do documento %ue tin a diante dele.A#upon o %ue dever'amos nos sentir agradecidos, disse a seu secretário, Beec eD. <s

soldados poderiam ter utili&ado este sucesso como desculpa para nos matar a todos. Em trocapedem uma multa e*orbitante e o dobro dos subornos abituais.

4ais surpreendente ainda era %ue os camaradas do soldado ferido não tivessem despedaçado7arsington para %ue depois seus superiores tirassem uma lei da manga %ue e*plicasse a morte.Não avia d vida de %ue o sen or 7arsington tin a posto a prova sua paci ncia de camin o cidade. +pesar de %ue o superavam em vinte a um, tin a tentado escapar tr s ve&es, infligindonumerosas feridas no processo.

Entretanto, a cidade permanecia em pa& e o problemático fil o de lorde =argate estava vivo eem posse de todos seus membros, confinado em uma orripilante masmorra lotada de ratos naOortale&a do 7airo.

Embora isso o mantin a convenientemente afastado dos problemas, não poderia dei*á@lonessa prisão por tempo indefinido.

< conde de =argate era um omem muito poderoso %ue poderia conseguir %ue o e*ilassem aalgum canto do mundo dei*ado na mão de eus e com muito menos antiguidades.

4as soltar o 7arsington... /elo amor de eus < cCnsul repassou as cifras do documento %uetin a diante de si.

A?emos %ue pagar a toda esta genteJ A /erguntou com vo& %uei*osa.A6sso temo sen or, respondeu seu secretário. < bai*o descobriu %ue o pai do sen or7arsington 0 um lorde ingl s muito poderoso. 4o amed +l' era um ignorante inculto, mas não era

est pido.epois %ue algu0m l e leu < pr'ncipe do 4a%uiavel, o ra$á do Egito avia dito! "/oderia l e

ensinar algumas coisas(.#e avia algo %ue 4o amed +l' podia fa&er de modo admirável 2al0m de levar a um e*0rcito de

loucos assassinos vit-ria uma e outra ve&3 era contar, e tin a c egado at0 uma cifra escandalosapara liberar o fil o do poderoso lorde ingl s.

#e o sen or #alt pagasse a %uantia, seus recursos, %ue diminu'am drasticamente, nãocobririam os gastos de sua escavação... E assim %ue abandonasse a área seus competidoresfranceses se $ogariam sobre ela.

Entretanto, se não conseguisse %ue liberassem 7arsington, poderia muito bem terminar comoembai*ador britFnico na pen'nsula antártica.A4e dei*e pensar, disse o cCnsul.< secretário partiu, para voltar cinco minutos mais tarde.AE agora o %ueJ A)uis saber o sen or #alt. >oou o sen or 7arsington da Oortale&aJ

Beneficiou@se esposa favorita do ra$áJA+ sen ora /embroke está a%ui, sen or, respondeu o secretário. i& %ue 0 um assunto de

e*trema urg ncia.A#im, claro, a irmã vi va do +rc dale, disse o cCnsul. Lm pouco de importFncia assustadora,

sem d vida. ?alve& o irmão ten a descoberto uma vocal. 4al sou capa& de conter min a emoção.Embora o sen or #alt se interessasse sobre tudo na a%uisição de impressionantes ob$etos

eg'pcios, tamb0m tin a um interesse mais erudito e tin a levado a cabo uns %uantos intentos pordecifrar o desconcertante c-digo. 4as esse dia não estava de umor.

?in a retornado de umas f0rias muito curtas na área residencial para encontrar@se com o fiasco7arsington. epois de ver@se sumido de novo na desesperança de suas perp0tuas pen riaseconCmicas, era@l e imposs'vel enfrentar sen ora /embroke com um interesse erudito.

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< luto completo com o %ue vestia a mul er da cabeça aos p0s 2e seu ancião marido levavamorto mais de cinco anos 3 não a$udava a l e levantar o Fnimo. + dama sempre recordava a certasfiguras fantasmag-ricas %ue tin a visto nos muros das tumbas dos reis.

7laro %ue o defunto sen or /embroke tin a legado tudo a sua $ovem esposa e esse tudoinclu'a uma magn'fica propriedade e uma fortuna muito mais magn'fica.

#e for capa& de fingir@se entusiasmado por %ual%uer criancice %ue a mul er acreditasse %ue+rc dale ten a decifrado, talve& se sentisse inclinada a investir parte de sua fortuna em uma

escavação.)uando entrou, o sen or #alt conseguiu esboçar um sorriso de boas@vinda e saiu a seuencontro.

A4in a %uerida sen ora, começou, %ue agradável visita )ue onra /ermita@me %ue l eofereça algum refresco.

ANão, obrigado. A+fastou o v0u de vi va e dei*ou vista um pálido rosto com forma decoração. Lmas ol eiras escuras acentuavam o incomum verde de seus ol os. Não ten o tempopara trocas de cortesias de rigor. Necessito sua a$uda! se%Iestraram meu irmão.

+ mad não estava morto. =aviam l e dado uma brutal surra, isso sim, e %uando por fimc egou a al@+sbakiDa, caiu inconsciente.

Não reuniu a força necessária para falar at0 bem tarde da noite do dia anterior, e o %ue dissedepois mal teve sentido. E %uando afne conseguiu entender sua ist-ria, $á era muito tarde paraagir. P noite as ruas do 7airo pertenciam acima de tudo pol'cia e aos indiv'duos %ue estaperseguia.

Em %ual%uer caso, os europeus em apuros deviam ir a seu cCnsul, não s autoridades locais.>isto %ue tanto o sen or #alt como seu secretário tin am estado ausentes todo o dia anterior,afne teve %ue esperar toda uma longa noite.

Nesse momento, e*austa de corpo e mente, estava a beira de um ata%ue de nervos. Não podiavir abai*o. <s omens se limitavam a ir na onda das mul eres emocionais. /recisava %ue aescutassem. #e %uisesse %ue os omens agissem, primeiro devia conseguir %ue a levassem as0rio.

epois de sua tr mula declaração inicial, dei*ou %ue o sen or #alt a condu&isse a um p-rticoem sombras com vista para o $ardim. Bebeu o espesso e forte caf0 %ue um criado levou. + bebidal e devolveu as forças.

7ontou ao cCnsul a ist-ria desde o começo, tal e como este l e tin a pedido.#eu irmão, os criados e o pessoal aviam retornado de :i&a muito cedo no dia anterior. /ouco

depois de %ue 4iles desembarcasse da balsa no 7airo copto, uns omens %ue disseram serpoliciais o levaram. )uando + mad tentou segui@los 2para descobrir aonde levavam a seu sen or epor %ue3, tamb0m o capturaram. Esses "policiais( arrastaram + mad at0 um lugar deserto,espancaram@no a golpes e depois o abandonaram.

ANão entendo por %ue espancaram + mad e depois o abandonaram, disse afne. +credita%ue esses omens não eram policiais e a l-gica me impulsiona a concordar com ele. #e de

verdade fossem agentes da lei, por %ue não levaram + mad com 4iles prisãoJ +l0m disso, 0imposs'vel %ue meu irmão cometesse algum crime. Nen uma pessoa com um m'nimo deintelig ncia enfrentaria s autoridades locais. ?odo mundo sabe %ue as convenç es diplomáticasnão t m nen uma validade nesta parte do mundo.

AEstou certo de %ue tudo isto não 0 mais %ue um est pido mal@entendido, comentou o sen or#alt. +lguns destes insignificantes funcionários se ofendem em seguida por %ual%uer tolice. E nãose pode di&er %ue se$am todos os onrados %ue n-s gostar'amos. +pesar de tudo, não á por %ueassustar@se. #e o sen or +rc dale tiver sido preso, ten a por certo %ue as autoridades meinformarão antes %ue acabe o dia.

ANão acredito %ue ten a sido preso, replicou afne elevando a vo&. +credito %ue foise%Iestrado.

A>amos, vamos, estou seguro de %ue não se trata disso. #erá s- um funcionário em busca deum suborno. +lgo do mais abitual acrescentou o cCnsul com atitude. /arecem acreditar %ue odin eiro cresce nas árvores para n-s.

A#e o %ue %uerem 0 din eiro, por %ue não se limitaram a me enviar o + mad com suase*ig nciasJ A/erguntou afne por %ue l e dar uma surra de morteJ Não tem o menor sentido. A

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Oe& um gesto de impaci ncia com a mão para eliminar %ual%uer traço il-gico da conversa. +credito%ue deram a surra a este criado para evitar %ue informasse do sucedido muito depressa. +credito%ue en%uanto voc tenta conter@me com e*plicaç es tran%Iili&adoras, o rastro de meu irmão vaiesfriando.

A< rastroJ A;epetiu o cCnsul, surpreso. Espero de todo coração %ue não este$aconsiderando a id0ia de %ue o #r. +rc dale se$a v'tima de algum tipo de conspiração. )uemarriscaria a ser torturado e decapitado por causa de um erudito inofensivoJ

A#e voc , %ue leva seis anos ocupando o cargo de cCnsul geral no Egito, não 0 capa& deencontrar um motivo plaus'vel 0 absurdo %ue o pergunte a uma mul er %ue está a%ui apenas tr smeses, replicou ela. /arece@me tão il-gico como debater os motivos dos malfeitores. ?eria muitomais sentido encontrar os responsáveis e nos assegurar de %uais são os motivos interrogando@os,não l e pareceJ E acredito %ue isto dever fa&er@se logo e não esperar at0 %ue se$a tarde.

A4in a %uerida sen ora, rogo@l e %ue recorde %ue não nos encontramos na 6nglaterra,começou o cCnsul. Não contamos com os agentes de BoQ #treet para %ue investiguem os fatos. +pol'cia local não pode fa&er esse papel, $á %ue os agentes são em sua maior parte ladr es %uecomutou a pena. Não me atrevo a abandonar min as outras e muito numerosas responsabilidadespara procurar pessoas desaparecidas, e tampouco posso prescindir de meu secretário. Nen umde meus agentes se encontra a menos de cento e cin%Ienta %uilCmetros do 7airo. ?al e comoestão as coisas e por triste %ue resulte admiti@lo, estamos com falta tanto de pessoal como derecursos econCmicos para fa&er o trabal o %ue se espera de n-s. ?odos estamos muito ocupados,e mal contamos com um minuto para recuperar o fClego. A epois de uma breve pausa,acrescentou! ?odos menos um, está claro.

uas oras mais tarde

+pesar de estar coberta dos p0s cabeça, passando pelo rosto, tin a es%uecido com %uantaclaridade suas roupas proclamavam %ue era europ0ia. Não l e tin a ocorrido a id0ia de umaposs'vel re$eição at0 %ue entrou na fortale&a e percebeu de %ue os omens a ol avam antes deafastar a vista e coc ic ar entre eles.

isse@se %ue! a3 +s mul eres eram re$eitadas em muitos lugares e b3 a opinião desses omenscarecia de importFncia. +l0m de sua criada Meena e do secretário do cCnsul, o sen or Beec eD,levava um escolta oficial, um dos *ei%ues do distrito. #eguiram o guarda da prisão por umadesgastad'ssima escada esculpida na pedra, em %ue a escuridão aumentava na mesma medida%ue o ar se tornava viciado e opressivo.

)uando estiveram aos p0s da escada, o fedor l e tin a embrul ado o estCmago e searrependia de ter insistido tanto em comparecer. ?eria %ue ter dei*ado %ue o sen or Beec eDarrumasse o assunto. Não tin a nen uma necessidade de estar nesse lugar.

7laro %ue não estava pensando com clare&a. ?in a estado muito preocupada com o passar dotempo e pelo fato de %ue cada minuto %ue passava aumentava o risco %ue corria a vida de 4iles./recisava de a$uda e aparentemente a nica com a %ual podia contar estava retida em uma

masmorra bastante profunda para alagar@se durante a enc ente. #eria esse um dos m0todos detortura %ue utili&avam aliJ /erguntou@se. ei*ariam %ue um omem preso visse como ia subindo on'vel da água at0 %ue se afogasseJ Estaria 4iles em semel ante lugarJ

Lm rápido e involuntário calafrio l e arrepiou a pele, mas se obrigou a e*pulsar essa imagemde sua cabeça e endireitou os ombros.

+ seu lado, Meena murmurava um con$uro contra o demCnio.<s omens moveram as estran as toc as %ue fa&iam as ve&es de lanternas, obtendo %ue a

escuridão atenuasse um pouco.A#e alegre, ingl s, gritou o guarda. <l e %uem vem. Não uma, e sim duas mul eres.Escutou@se o tinido de umas algemas. Lma ameaçadora figura se ergueu. Lma figura muito

ameaçadora e muito alta. /ara afne era imposs'vel vislumbrar suas feiç es na escuridão.;odeada por seus protetores, não tin a motivo algum para assustar@se. e %ual%uer modo, l eacelerou o coração, l e arrepiou a pele e todas suas terminaç es nervosas cobraram vida.

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A#en or Beec eD, disse ao secretário com vo& não tão firme como teria gostado, está segurode %ue 0 o omem %ue adv0m a meus dese$osJ

Lma vo& incrivelmente profunda, %ue certamente não pertencia ao sen or Beec eD, respondeucom uma gargal ada.

A#en ora, isso depende do %ue dese$e.

7ap'tulo

< som de uma vo& inglesa... de uma vo& inglesa feminina... resultou mais pra&eroso do %ue;upert teria imaginado.

+ essa altura o aborrecimento resultava insuportável. + vo& feminina reavivou imediatamenteseu bom umor.

#abia %ual das duas mul eres tin a falado. Oa&ia muito %ue seus ol os se acostumaram escuridão. Embora ambas fossem cobertas por v0us, a mais alta ia vestida europ0ia. Não s-sabia %ue era inglesa, mas tamb0m %ue era uma dama. + refinada modulação dessa vo& clara emel-dica 2um tanto tr mula nesse momento3 assim o di&ia.

Entretanto, não podia determinar se era $ovem ou vel a, bonita ou feia. < %ue sim sabia era%ue nunca se podia estar totalmente seguro de como era a figura de uma mul er at0 %ue estavanua.

Embora se ol asse pelo lado positivo, essa mul er devia ter todos os atributos necessários... Ese tin a conseguido descer as centenas de degraus da prisão, não podia ser uma vel a decr0pita.

A#en ora /embroke, me permita l e apresentar o sen or ;upert 7arsington, disse Beec eD.#en or 7arsington, a sen ora /embroke aceitou com grande generosidade pagar por sualiberdade.

A#eriamente, sen oraJ >oc 0 muito bondosa.ANada disso, respondeu ela com vo& s0ria. Estou [email protected]#0rioJ ?in a ouvido %ue os turcos eram drásticos, mas $amais imaginei %ue c egariam a me

vender como escravo. Bom, bom, todos os dias se aprende algo...AEstou comprando seus serviços, interrompeu a mul er com um som g0lido em sua

melodiosa vo&.A+ Nesse caso estava e%uivocado. E %ue serviços re%uer voc J;upert percebeu o s bito ofego da sen ora /embroke.+ntes %ue a mul er pudesse responder, Beec eD esclareceu a %uestão com vo& serena.

A?rata@se de uma missão, sen or. < sen or #alt o e*onerou de suas funç es abituais noconsulado a fim de %ue possa a$udar sen ora /embroke na procura de seu irmão.A#e o %ue %uer 0 um irmão, l e dou de presente com pra&er um dos meus, disse ;upert.

?en o %uatro. ?odos uns #antos. /ergunte a %ual%uer um.Ele não era um santo e ningu0m o tin a colocado $amais em d vida.+ dama virou para o sen or Beec eD.AEstá seguro de %ue este 0 o nico omem dispon'velJA/or certo, como conseguiu livrar@se de seu irmãoJ A/erguntou ;upert. /or e*peri ncia

pr-pria posso l e di&er %ue 0 uma façan a imposs'vel. <s meus encontros em toda parte. #alvoneste lugar. Essa foi uma das ra& es pela %ual aceitei imediatamente a oportunidade %ue mebrindava meu pai. evo admitir %ue supCs um al'vio imenso. )uando me convocou a seuescrit-rio, acreditei %ue me veria obrigado a decidir entre a espada e a parede, tal e como fe& com+listair fa& tr s anosG algo assim como! "se case ou enfrente um destino pior %ue a morte(. 4asnão foi o caso. isse@me! " )ue tal se comportar como um bom menino e ir ao Egito para procurarpara sua prima ?riffena algumas pedras dessas com desen osJ(. /edras e... < %ue 0 o outro %uegostaJ Esses troços de cor marrom %ue v m enrolados. /apel de arro& ou não sei o %ue.

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A/apiros, esclareceu a melodiosa vo& da mul er %ue, a $ulgar pelo tom, tin a os dentesapertados. o latim papiri, em plural papiros. + palavra latina deriva do termo grego, muito maisantigo. E estas fol as de papel não se fabricam a base de arro&, sen or, mas sim de uma plantaerbácea end mica desta região. +l0m disso, os artigos aos %uais voc se refere não são

"troços(, e sim documentos antigos muito valiosos. AOe& uma pausa e a seguir acrescentou emum tom mais tran%Iilo e desconcertado! ?rifenaJ Não estará se referindo a ?rifena #aunders, não0J

A#im, 0 min a primaG a mesma %ue está decidida a decifrar esses desen os tão graciosos.A=ier-glifos, corrigiu a dama. E %uanto possibilidade de decifrá@los... á no mesmo. ?entarl e e*plicar sua importFncia seria, não ten o a menor duvida, um gasto in til de fClego.

eu@l e as costas com brutalidade e começou a afastar@se entre o delicioso frufru de suassaias.

Beec eD não demorou em [email protected]#en ora, rogo@l e %ue me perdoe por demorar neste lugar tão desagradável. R l-gico %ue

este$a aborrecida. Não obstante, devo l e pedir %ue recorde...AEsse omem, interrompeu ela em vo& bai*a embora aud'vel, 0 um idiota.A#im, sen ora, mas 0 o nico %ue temos.A?alve& se$a est pido, disse ;upert, mas min a atração 0 irresist'vel.A/elo amor de eus E ainda presunçoso... A4urmurou a sen ora /embroke.AE visto %ue sou um fortão descerebrado, continuou, me manipular 0 uma tarefa

maravil osamente simples.+ dama se deteve para enfrentar Beec eD.AEstá seguro de %ue não á ningu0m maisJANão da%ui a Oil0.

Oil0 deve estar a uma boa distFncia da%ui ou a dama não estaria perambulando pelasmasmorras do 7airo em busca de a$uda, pensou ;upert.

A+l0m disso, sou tão forte como um boi, acrescentou de forma alentadora. /oderia levantá@lacom uma mão e a sua criada com a outra.AR um omem alegre, sen ora, adicionou Beec eD manifestando desespero, isso devemosconceder. Não l e parece admirável %ue ten a conseguido manter seu bom umor em um lugartão orr'velJ

;upert começou a assobiar para dar mais peso afirmação.AEstá claro %ue não 0 capa& de outra coisa, replicou ela.A adas as circunstFncias, a ousadia 0 uma %ualidade e*traordinária, e*pCs Beec eD. <s

turcos a respeitam.+ dama disse algo entre dentes. 6mediatamente virou em direção ao turco %ue tin a guiado seu

pe%ueno grupo. Lm personagem de certa relevFncia, aparentemente, enfeitado com um enormeturbante c á e l e disse algo em uma dessas inintelig'veis l'nguas orientais. < tipo de turbante

gigantesco estalou a l'ngua, em várias ocasi es. + sen ora /embroke disse algo mais. < turconão parecia muito contente. + coisa continuou.A< %ue está di&endoJ A/erguntou ;upert a vo& gritando. Beec eD l e disse %ue estavam

falando muito depressa para entend @los.+ criada da dama se apro*imou de ;upert.A4in a sen ora está regateando por voc . #into muito %ue se$a tão lento de entender.

)uando c egamos estava disposta a pagar a %uantidade e*igida, mas agora di& %ue não valetanto.

A#0rioJ )uanto pediamJA7ontando os subornos, c egava a tre&entas piastras 1 de prata, respondeu. Lma escrava

branca 2a escrava mais cara3 não passa de du&entas.A#upon o %ue não saberá a %uanto ascendem tre&entas piastras de prata em libras, *elins e

p ni, não 0J A/erguntou ;upert.A#ão mais de duas mil libras inglesas.;upert dei*ou escapar um breve assobio.

1 /iastras! 4oeda usado no Egito, #'ria e ?ur%uia.9

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A/arece um tanto e*cessivo, respondeu.A6sso 0 o %ue min a sen ora está di&endo ao *ei%ue, assegurou a criada. i& %ue voc não

poderia ser de muita utilidade a ningu0m. i& %ue se puserem sua cabeça em uma lança talve&consigam entreter os cairotas, mas %ue, al0m disso, não serve para nada mais. i& %ue os lordessão tão comuns na 6nglaterra como os *ei%ues no Egito. i& %ue s- o primog nito de um lorde 0valioso e %ue voc 0 um dos ladr es de sua fam'lia. i& %ue seu pai o enviou a%ui por%ue voc 0um imbecil.

A6mpressionante, admitiu ele com uma gargal ada. R capa& de afirmar tudo isso apesar deacabarmos de nos con ecer e de %ue s- nos vimos na escuridão, para mais dados. )ue mul ertão inteligente...

< tipo do turbante soltou um longo sermão. + dama deu de ombros e começou a afastar@se.< preço de sua libertação era rid'culo pelo e*cessoG ningu0m em seu $u'&o perfeito o pagaria,

nem se%uer lorde =argate. e %ual%uer modo, ;upert se sentiu decepcionado ao ver %ue asen ora /embroke partia.

/rocurar seu irmão poderia ser interessante. 7ertamente, mais interessante %ue escavar naareia em busca de pedaços de pedra e muito mais divertido %ue arrancar papiros das garrasdesses cadáveres milenários. #im, sabia como se c amavam esses troços. ?in a escutado essapalavra um mil ão de ve&es dos lábios de ?rifena. =avia@o dito errado de prop-sito para observara reação da sen ora /embroke... %ue tin a resultado da mais divertida.

E talve& não c egasse a descobrir a apar ncia da dama.

+ criada partiu atrás de sua sen ora. Beec eD ergueu as mãos em um gesto de resignação ese dispCs s seguir.

;upert seguiu com o ol ar a figura feminina mais alta at0 %ue a escuridão a tragou.Nesse momento o tipo do turbante disse algo em vo& alta.

+ sen ora /embroke emergiu da escuridão e o coração do ;upert deu um pe%ueno emborainconfund'vel ba%ue.

afne não esperou para ser testemun a da libertação do sen or 7arsington. epois de teracordado o preço, dei*ou %ue o sen or Beec eD se encarregasse de todos os detal es edistribu'sse os subornosG as "gor$etas( %ue enfeitavam %ual%uer transação no 6mp0rio ?urco.

Estava impaciente por sair da Oortale&a. ?in a o cabelo arrepiado. ;epreendeu@sementalmente por aver@se demorado tanto en%uanto regateava com o *ei%ue. 4as depois dedescobrir %uem era o tonto em %uem devia depositar todas suas esperanças e de sofrer um intentode intimidação por parte de um funcionário %ue a bem certo nem se%uer sabia escrever seupr-prio nome...

Esteve a ponto de perder os nervos.

#eu irmão estava metido em problemas, desaparecido, ferido e possivelmente morto e at0 essemomento a nica coisa %ue tin am feito os omens com os %uais tin a falado era l e tirarimportFncia, &ombar dela ou l e pCr impedimentos. #entia dese$os de tornar a c orar pelafrustração.

4as o %ue dese$ava acima de tudo era afastar@se da Oortale&a, desse buraco fedorento e detodos esses omens insens'veis.

)uando por fim atravessou uma das portas da Oortale&a e saiu lu& do dia, tomou algumasbaforadas do abrasador ar do meio@dia.

A#abe por %ue o t m ali em bai*o, acorrentado na masmorra mais profunda, sen oraJ A/erguntou Meena assim %ue a alcançou.

AR claro, respondeu afne. < sen or #alt me disse %ue foi o sen or 7arsington %uem atacouontem o soldado turco. Esse omem 0 um rufião briguento e descerebrado.

7amin ou com rapide& para a porta da Oortale&a depois da %ual aguardavam os burros e osarrierosS.

A e verdade espero %ue seus irmãos se$am uns #antos, tal e como afirma, prosseguiu comuma nota de irritação na vo&. ?alve& isso compense o sofrimento de lorde e ladD =argate... A

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ei*ou de falar assim %ue c egou conclusão l-gica de seu racioc'nio. + , eus < %ue fi&J Aeteve@se de repente e Meena se c ocou contra ela.

)uando por fim conseguiram desenredar seus respectivos v0us, afne disse!A evemos enviar uma mensagem ao sen or #alt declinando os serviços do sen or

7arsington.A4as o comprou, recordou Meena.ANão pensava com claridade, se defendeu. < lugar fedia e os ratos eram dos mais ousados.

+l0m disso, esse *ei%ue analfabeto estava tentando me assustar... e o sen or 7arsington secomportava de um modo e*cessivamente provocador com tudo isso do "papel de arro&( e os"troços(. #e não tivesse me sentido tão encurralada, me teria dado conta de %ue nen um omempoderia ser mais inade%uado para meus planos %ue esse. Estou segura de %ue teremos %ue nosver com mais de um malfeitor. + tarefa re%uer uma mente fria e calculadora. < %ue preciso 0 outroBel&oni! um omem %ue saiba %uando empregar a persuasão, e inclusive a ast cia, e %uandoempregar a força.

A+o c egar, en%uanto o sen or Beec eD a acompan ava para falar com o *ei%ue, escutei osguardas falarem, disse Meena. Estavam di&endo %ue não avia omem %ue pudesse conter oingl s. )ue 0 rápido ardiloso e nunca tem medo. /or isso o acorrentaram na masmorra maisprofunda do 7airo.

A?odo indiv'duo incapa& de sentir medo ou está louco ou 0 um est pido, concluiu afne.Meena fe& um gesto em direção a sua cabeça.A>oc tem a' o suficiente para de& omens. Não necessita um omem com um grande

c0rebro. Necessita um omem de m sculos grandes e enorme valor.afne não sabia se o sen or 7arsington tin a m sculos grandes ou não. + nica coisa %ue

tin a visto era sua enorme e escura sil ueta. Entretanto, não avia nada sinistro nele. ?in a sidomuito consciente de sua presença en%uanto negociava com o *ei%ue.

?in a escutado essa vo& profunda em segundo plano... um som rouco tingido de uma nota $ocosa, embora carecesse de motivos para rir. ?in a ouvido os ru'dos %ue fa&iam os ratos. ?in ac eirado a su$eira. E con ecia a estirpe de seus captores.

En%uanto discutia com o *ei%ue, sua mente avia tornado uma e outra ve& ao prisioneiro.Mevava vinte e %uatro oras nesse lugar, s escuras, tão literal como figurativamente. < omemnão tin a nem id0ia do %ue l e aguardavaG não sabia se seus captores iriam l e dar c icotadas,torturá@lo ou mutilá@loG não sabia se seus amigos o encontrariam alguma ve& ou se morreria aliso&in o.

?alve& 4iles estivesse no mesmo apuro.Oe&@l e um n- na boca do estCmago.A#into@me su$a, disse. /reciso de um ban o. isporemos de muito tempo. /assarão s0culos

antes %ue o sen or Beec eD e o *ei%ue completem todos os procedimentos burocráticos.

<s ban os eram um pecaminoso lu*o %ue afne tin a descoberto pouco depois de suac egada cidade. +s estadias a&ule$adas dos ban os femininos a isolavam do resto do mundo ede seus problemas. +li s- tin a %ue desfrutar dos cuidados e escutar as risadas e as fofocas dasdemais mul eres.

< ban o operou sua magia face aos orr'veis sucessos do dia. #aiu dali com as id0ias maisclaras e o Fnimo mais rela*ado. Era muito capa& de idear um plano para encontrar 4iles, disse@seen%uanto montava em seu burro. + nica coisa %ue precisava era um omem %ue levasse a caboo %ue ela não podia fa&er. #endo assim, %uanto maior, mel or, tal e como Meena tin a sugeridoG eo sen or 7arsington era mais alto uma cabeça %ue a maioria dos omens da cidade. evia serforte se tin a conseguido sobreviver a um encontro com os brutais soldados de 4o amed +l'. +nica coisa %ue o sen or 7arsington precisava era um c0rebro... e ela podia proporcionar@l e.

epois de permitir %ue os arrieros segurassem os burros e abrissem camin o pelas lotadasruas, afne e Meena empreenderam a con ecida e rápida viagem, evitando camelos, cavalos,mercadores ambulantes e mendigos, para a casa locali&ada em al@+sbakiDa.

esmontaram ao c egar s portas. afne dei*ou %ue Meena se encarregasse de pagar osarrieros e entrou no sombrio corredor %ue rodeava o pátio. Encontrava@se perto das escadas

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%uando uma alta sil ueta emergiu de entre as sombras e uma vo& grave, %ue recon eceuimediatamente, perguntou@l e!

A>inte librasJafne se deteve de repente e sentiu %ue seu coração, %ue tamb0m se deteve, voltava a pulsar

de novo, embora com um ritmo muito mais irregular.< lugar estava protegido da lu& do sol, mas a escuridão não era tão impenetrável como na

masmorra da Oortale&a.

Nesse momento podia v @lo com claridade, inclusive atrav0s do v0u de vi va %ue levava. ?al ecomo l e tin a parecido na prisão, era um omem alto e de ombros amplos. < %ue não tin apodido distinguir at0 esse momento era a atitude de seu rosto. #uas sobrancel as eram negras ese ar%ueavam sobre uns rison os ol os escuros %ue a contemplavam do alto de um nari& longo einsolente. + risada sacudia nas comissuras de uns lábios muito sensuais.

#entiu@se assaltada por sucessivas ondas de calor %ue não s- redu&iram a cin&as a serenidade%ue tanto l e avia custado conseguir, mas tamb0m sua confiança, dei*ando@a por um breveinstante sumida no acan amento, como a desa$eitada colegial %ue fora um dia.

Entretanto, $amais se tin a mostrado tão %uão recatada como devesse, como >irgil seencarregou de l e recordar em numerosas ocasi es.

E tampouco nesse momento mostrou acan amento algum na ora de fi*ar@se em todo o resto!a deliciosa confecção do casaco, o colete e as calças %ue usavaG %uão imaculadas estavam acamisa e a gravata. Essa rápida inspeção visual foi suficiente para gravar a fogo em sua mente aimagem do poderoso e atl0tico corpo %ue ficava ressaltado graças lin a ental ada do tra$e.

#ecou@l e a boca, l e nublou o $ulgamento e por um instante não foi capa& de dar sentido anada. Entretanto, foi algo fuga&. +ssim %ue limpou a mente e sua l'ngua recuperou ofuncionamento, disse!

A#en or 7arsington.A>inte libras, repetiu o omem. ?r s piastras de prata. 7onseguiu %ue o *ei%ue 7omo sec ama rebai*asse at0 essa %uantia com o regateio. 7onforme pude descobrir nos ban eiros, esse0 o preço normal de um eunuco.

A os eunucos mais custosos, sim, admitiu afne antes de acrescentar com preste&a! Nãoesperava v @lo tão depressa. ?eve inclusive tempo para ban ar@se. 4ilagroso. A#ua mentecon$urou a imagem do sen or 7arsington vestido tão s- com um ma sam, uma toal a turca, emtorno da cintura.

/Cs freio a sua mente. Não deveria ter fumado nos ban eiros, nem se%uer por educação.ei*ava um orr'vel sabor na boca e provocava um espantoso en$Co. Não deveria aver prestadoatenção obscena conversa das mul eres. ?in a enc ido a cabeça, $á aturdida pela fumaça, de

todo tipo de id0ias escandalosas./or regra geral não se fi*ava nos omens salvo para evitar os obstáculos %ue estes colocavamno camin oG algo %ue, segundo sua e*peri ncia pessoal, parecia ser o ob$etivo de suas vidas.

/assou ao lado do sen or 7arsington e se dispCs a subir as escadas ao mesmo tempo em %uecomeçava a falar com rapide&.

AR surpreendente, não 0, MeenaJ <s turcos revistam demorar oras e oras para c egar aom'nimo dos acordos. ava por feito %ue não poder'amos nos pCr em marc a at0 aman ã.

ANão ten o a menor duvida de %ue o *ei%ue teria dese$ado eterni&ar as negociaç es seguindoos parcimoniosos costumes do lugar, disse o sen or 7arsington, mas voc o dei*ou esgotado.

A+ prisão era as%uerosa, interveio Meena, %ue subia a escada atrás dela. ?ivemos %ue ir aosban os para nos liberar do fedor. Oumamos, conversamos com as demais mul eres, aprendemosalgumas piadas lascivas e agora $á não temos náuseas nem estamos desen%uadradas.

AOumaramJ A/erguntou. /iadas lascivasJ E*celente. #abia %ue isto ia ser mais interessante%ue procurar pedras.

;upert seguiu com o ol ar sen ora /embroke en%uanto esta subia a escada e desapareciapela porta em meio de um iracundo frufru de seda negra. ?in a dei*ado plantado o *ei%ue de uma

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forma %uase igualmente encantadora.>isto %ue a ac ava divertida, ;upert adorou descobrir, pouco depois de %ue a mul er partisse

do calabouço, %ue não pertencia, como tin a suposto a princ'pio, geração da ?rifenaG ou o %ueera o mesmo! %ue não era tão vel a para ser sua mãe.

Beec eD l e avia dito %ue 4iles +rc dale, o irmão desaparecido, era um erudito emantiguidades de pouco mais de trinta anos e %ue sua irmã era uma vi va uns anos mais $ovem.

?amb0m tin a descoberto %ue a peste, %ue o tin a mantido imobili&ado em +le*andria durante

semanas, tin a dei*ado os irmãos parados no 7airo. Oa&ia poucos dias %ue tin am decretado ofim da %uarentena. e outro modo, o sen or +rc dale e sua irmã estariam em ?ebas a essasalturas. #egundo o secretário, +rc dale estava ansioso por pCr a prova suas teorias lingI'sticasnos templos e nas tumbas do +lto Egito.

Beec eD tamb0m l e avia dito %ue o irmão reapareceria cedo ou tarde, em espantosascondiç es depois da farra. Não podia di&er irmã, certamente, mas o cCnsul geral estava segurode %ue + mad, o criado, tin a mentido.

< 7airo oferecia entretenimento para todos os gostos e os omens "desapareciam( durantedias nos bord0is e nos fumadores de -pio.

=avia muitas possibilidades de %ue +rc dale estivesse ainda de farra em um desses lugares. Esem d vida seu criado tin a fumado muito a*i*e e tin a acabado incomodando algu0m %ue tin acorrespondido com uma boa surra.

;upert não tin a a m'nima intenção de informar isso sen ora /embroke. Estava ali parasegui@la.

A/oderia perguntar nas pris es militares e demais, avia dito Beec eD. Eu l e aconsel aria%ue interrogasse o criado em particular.

?anto se encontrar o +rc dale como se este aparece por vontade pr-pria, %ue 0 o mais l-gico,conte irmã a versão %ue o omem preferir. evo fa&er especial insist ncia em o %uantoimportante 0 para n-s conservar uma boa relação com eles. <s +rc dale estão em posição decontribuir em grande medida a nossos esforços neste pa's, tanto no Fmbito acad mico como nofinanceiro. < sen or #alt confia em %ue voc mostrará a maior discrição, diplomacia e delicade&a.

+o %ue ;upert tin a concordado a$ui&ada mente en%uanto se perguntava se Beec eD, igual aocriado de +rc dale, teria se e*cedido com o consumo de a*i*e nos ltimos tempos.

)ual%uer pessoa em sã consci ncia teria dado conta de %ue ;upert 7arsington era o omemmenos indicado para %ual%uer tarefa %ue re%ueresse discrição, diplomacia e delicade&a. Elemesmo poderia ter falado, e o teria feito se encontrar@se em circunstFncias normais. Entretanto,gostava do modo no %ual a sen ora /embroke arrastava suas saias %uando se &angava e %ueriasaber %ue apar ncia tin a. /or isso, e sem %ue servisse de precedente, mordeu a l'ngua e tin atentado mostrar@se discreto e diplomático.

Embora soubesse %ue não seria capa& de manter o engano por muito tempo.#eguiu criada escada acima e entrou atrás dela na casa. /ercorreram uma s0rie de&ig&agueantes vest'bulos e corredores, subindo ou descendo degraus para passar de um a outro ec egaram por fim a uma sala muito ampla.

Em um dos cantos avia uma área elevada cu$o c ão estava coberto por tapetes turcos. Lmaban%ueta bai*a com um monte de almofadas percorria os tr s muros restantes da peça. Lmaampla mesa de pernas curtas, lotada de livros e pap0is, ocupava a maior parte do espaço central.Em uma das paredes laterais avia uma estante com uma numerosa coleção de estatuetas demadeira.

+ vi va ol ou a mesa e se dei*ou cair de $oel os para começar a revisar os montes de livros epap0is.

A#en oraJ A isse Meena.AEu não o dei*ei assim, respondeu a sen ora /embroke.A7omo pode estar tão seguraJ A6n%uiriu ;upert.AEstava trabal ando no novo papiro, respondeu. #empre ordeno o material de certa maneira.

< papiro direita, a modo de refer ncia. + c-pia no centro. + tabuleta com os s'mbolos abai*o. +13

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A#- me limitava a assinalar a enorme tentação %ue sup em esses lugares, e*plicou ;upert.#- algu0m tão santo como um de meus irmãos poderia resistir. +ssim, posto %ue não sei at0 %ueponto pratica seu irmão a santidade, 0 natural %ue...

A>oc e seus colaboradores assumissem sem mais %ue 4iles estava de farra com prostitutase bailarinas.

AE %ue supus0ramos %ue com o a*i*e, o -pio e todo o resto tin am perdido a noção dotempo por completo.

AEntendo, replicou ela. E por esse motivo l e atribuiu a tarefa de seguir@me at0 %ue 4ilesretornasse por seu pr-prio p0 ou algu0m o trou*esse para casa.A#im, essas eram min as ordens, admitiu ;upert. /arecia uma %uestão bastante simples. #e

um irmão desaparecer, podemos atribuir s mul eres e s drogas. 4as agora perdemos umpapiro, para não mencionar os criados. < assunto se complica.

ANão entendo como os malfeitores puderam entrar, interveio Meena. < porteiro, Uadid, estavaem seu posto %uando c egamos. Não mencionou %ue tivesse avido uma briga.

AEsse tipo %ue estava sentado no banco de pedra %ue á perto da portaJ )uis saber ;upert./arecia estar re&ando. 7ertamente não me prestou nen uma atenção.

+ sen ora e a criada trocaram um ol ar.A6rei ver o Uadid, decidiu Meena.E saiu.+ vi va l e deu as costas e voltou a observar a mesa roubada. +$oel ou@se e moveu um livro

para a es%uerda. #acudiu a areia %ue tin a ca'do sobre um papel antes de colocá@lo sob o livro.;ecol eu os lápis %ue tin am ca'do no c ão e voltou a dei*á@los em seu lugar, $unto ao tinteiro. <bril o furioso tin a desaparecido de seus ol os e o rubor se desvaneceu, de modo %ue seu rostoparecia mortalmente pálido e as escuras ol eiras destacavam ainda mais.

;upert não estava seguro do motivo %ue levou a lembrança a sua mente, mas de s bito seencontrou rememorando com todo detal e um momento muito long'n%uo no tempo! o dia %ue suaprima 4aria c orou pelas bonecas %ue seus irmãos e ele tin am utili&ado como alvos.Ele não tin a irmãs e não estava acostumado ao pranto das meninas, por isso a situação o pCsfren0tico. )uando se ofereceu a voltar a pregar com cola as mutiladas partes das bonecas, ape%uena 4aria l e atiçou com um dos cadáveres mais volumosos e acabou com um ol oarro*eado. /e%ueno al'vio /referia muito um castigo f'sico ao outro! esse orr'vel desdobramentoemocional.

+s sombras escuras %ue avia sob os ol os da sen ora /embroke e a palide& de seu rosto oestavam afetando na mesma medida %ue o fi&essem as lágrimas de sua prima. Entretanto, nessaocasião não tin a %uebrado nen uma boneca. Não tin a feito mal ao irmão da damaG de fato, nemse%uer estava seguro de ter visto o tipo alguma ve&. E certamente não tin a posto um dedo emcima de seu pre&ado papiro. Não avia motivos para %ue se sentisse... mau.

?alve& l e tivesse assentado mal a comida. + su$eira da prisão. <u talve& tivesse a peste.AEstá segura de %ue essa coisa desapareceuJ A/erguntou com tom $ovial. Não a terá postoem outro lugar ou misturado com outros pap0isJ

AR imposs'vel confundir um antigo papiro com um maço de pap0is normais e comuns,respondeu ela.

ABom, por%ue me pendurem se entender por %ue ia algu0m tomar tantos incCmodos por umpapiro, replicou. No camin o para cá me abordaram ao menos seis mercadores eg'pcios %uetentavam me convencer para %ue comprasse esses troços agitando@os diante de meu rosto. Nãose pode passar por uma cafeteria sem %ue saia um tipo com um sorriso de orel a a brincar paravender um pun ado de papiros... por não mencionar suas irmãs, suas fil as e algumas esposas.>irgens, todas elas, certificado e garantido.

+ sen ora /embroke se sentou sobre os calcan ares e ergueu o ol ar para ele.A#en or 7arsington , começou , acredito %ue $á vai sendo ora de %ue dei*emos claro um

assunto de vital importFncia.ANão 0 %ue me interessem. Nem se%uer me interessariam se fossem de verdade, continuou

;upert. Nunca compreendi o alvoroço %ue suscitam as virgens. Em min a opinião, uma mul er15

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e*perimentada...ANingu0m solicitou sua opinião, sen or 7arsington, interrompeu ela. Não 0 necessário %ue

voc compreenda isto ou o outro. Não está a%ui para pensar. Está a%ui para pCr os m sculosneste acordo. Eu pon o o c0rebro. Oicou claroJ

Estava claro %ue irritá@la era um modo e*celente de evitar %ue c orasse. + lu& tin a voltadopara seus ol os e seu semblante $á não estava tão tenso nem tão pálido como antes, embora nãotin a acabado de recuperar a cor.

A7laro como a água, respondeu.ABem. A+ vi va apontou o divã situado frente a ela. Oaça o favor de sentar@se. ?en o muito%ue di&er e me cansa ter %ue $ogar a cabeça para trás para ol á@lo. Não 0 necessário %ue tire ossapatos. <s costumes orientais são c atos %uando se veste moda europ0ia. E tampouco acabode entender por %ue as pessoas se incomodam em tirar os sapatos antes de pisar em um tapete%uando a areia não encontra impedimento algum para cobrir não s- os tapetes, mas tamb0m aspal in as, os divãs e todo o resto sem nen uma a$uda da nossa parte.

;upert tomou assento no lugar indicado, golpeou uma almofada at0 dei*á@la fofa e se recostousobre ela. En%uanto a mul er se sentava, percebeu de %ue ela sim tirou os sapatos. +lcançou verparte de uns p0s esbeltos cobertos por meias antes %ue a sen ora /embroke dobrasse as pernase se sentasse sobre elas.

uvidava de %ue o tivesse feito de prop-sito. Não era desse tipo de mul er. Entretanto, essesp0s %uase nus supun am uma tentação considerável e ;upert e*perimentou o abitual ardor naparte inferior de seu corpo.

+ dama abriu a boca para começar com o sermão, ou o %ue tivesse em mente, e ele estavatentando imaginar como seria a vista desde esses torno&elos para cima %uando Meena entrouenfurecida na sala. +rrastava atrás dela o alegre tipo %ue tin a saudado no pátio pouco tempoantes.

A rogado A:ritou a criada. <l e@o ?odos ol aram Uadid. < omem sorriu e fe& arever ncia de rigor, tocando a testa com a mão.

AMeva todo o dia fumando a*i*e 2ou talve& se$a -pio3 misturado com seu tabaco, e*plicouMeena. Não saberia di&er o %ue 0, por%ue puseram um perfume para dissimular o aroma. 4as%ual%uer um pode ver %ue Uadid está no para'so e v todo mundo com bons ol os. Não vai nosdi&er nada.

;upert ficou em p0 e se colocou a menos de um palmo do rosto do porteiro. +to seguido,ol ou@o com os ol os entrecerrados. Uadid sorriu, assentiu e disse algo com um estran o som.

;upert o agarrou pelos braços, elevou@o do c ão e o sustentou no alto durante um instante. <omem abriu os ol os de par em par. ;upert o sacudiu antes de dei*á@lo de novo no c ão.

Uadid o ol ou sem pestane$ar en%uanto abria e fec ava a boca.A iga %ue a pr-*ima ve& %ue o levantar o atirarei pela $anela, disse criada. iga@l e %ue se

não %uiser comprovar sua capacidade para voar, recomendo@l e %ue responda a algumasperguntas.

Meena tradu&iu com rapide&. Uadid balbuciou uma resposta sem dei*ar de lançar temerosos

ol ares em direção a ;upert.A i& %ue muito obrigado, bondoso sen or, tradu&iu a criada. #ua cabeça $á está muito maislimpa.

AEu imaginava, respondeu ;upert antes de ol ar sen ora /embroke com e*pressãointerrogante.

<s impressionantes ol os da dama tamb0m estavam totalmente abertos e seus lábios, %uepouco antes tin am esboçado um ricto tenso e reprovador, desen avam uma e*pressão deperfeito assombro. + e*pressão afetada tin a atuado, aparentemente, como uma esp0cie deespartil o. Lma ve& liberados, seus lábios pareciam suaves e generosos.

;upert dese$ou poder ergu @la tamb0m e apro*imar esse surpreendente rosto ao seu paracomprovar a suavidade desses lábios...

4as não era tão est pido.A eu@me a impressão de %ue voc dese$ava interrogá@lo disse.+ sen ora /embroke piscou e depois se virou para o Uadid e soltou uma corrente de palavras

em l'ngua estrangeira. < criado respondeu devagar e com esitaç es.En%uanto continuavam com o interrogat-rio, ;upert partiu em busca de caf0.

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epois de alguns giros errCneos no labirinto, encontrou a escada e c egou ao andar de bai*o e área dedicada co&in a.

?udo indicava %ue seus ocupantes tin am abandonado o lugar com muita pressa. >iu restos deuma comida %ue estava sendo feita. Lma terrina de grãos@de@bico meio triturados. Ltens'lios demadeira no c ão. Lma bola de farin a sobre a pedra de amassar. Lma panela sobre o fogo.

escobriu o lugar onde guardavam os utens'lios de caf0 com suas pe%uenas *'caras sem asa,mas não encontrou nem rastro do caf0.

Entrou em uma redu&ida sala ad$acente %ue parecia uma esp0cie de despensa. 7omeçou aabrir potes. Ooi então %uando percebeu um leve ru'do. +lgo se movia. ;atosJesviou a vista para o ru'do. Em um canto escuro avia algumas tal as de barro de grande

taman o. >iu uma parte de tecido a&ul.6mediatamente cru&ou a distFncia %ue o separava do lugar. < furtivo ol eiro tentou passar a

seu lado correndo, mas ele o agarrou pela parte posterior da camisa.A=á Não tão depressa, meu amigo, disse. A +ntes vamos ter um bate@papo amistoso,

parece@te bemJ

7ap'tulo V

Embora ningu0m o teria adivin ado por sua e*pressão, %ue parecia tão serena como decostume, afne demorou mais %ue Uadid em recuperar@se da demonstração de força bruta dosen or 7arsington.

/or um instante avia se sentido como um dos personagens das mil e uma noites %ue, deforma inadvertida, tivesse dei*ado escapar um g nio de uma garrafa. Lm g nio enorme, poderosoe incontrolável.

?entou concentrar@se nas poucas pistas %ue tin a, mas sua mente não estava pelo trabal o.)uão nico conseguia era rememorar, e com muita clare&a, a e*pressão %ue tin a aparecido norosto do sen or 7arsington %uando ela ergueu o v0u.Não encontrava um nome para essa e*pressão. Era um omem %ue não encai*ava nosestreitos limites de sua e*peri ncia. ?ampouco podia nomear o %ue ela mesma sentia! umselvagem martelar em seu interior e uma voragem de pensamentos %ue l e impedia decompreender nen um s- deles. + nica coisa %ue recon ecia era a absoluta certe&a de %ue omundo se converteu em um lugar selvagem, imprevis'vel e identificável e a sensação de %ue algoperigoso tin a sido liberado.

Era de tudo irracional, e sabia.Entretanto, estava muito instigada para pensar com claridadeG 4iles tin a desaparecido, o

papiro tin a sido roubado, a casa estava abandonada e o porteiro drogado.)uando sua mente funcionava com normalidade, não acreditava em g nios, fossem bons ou

maus.<brigou@se a e*aminar a situação com l-gica.< sen or 7arsington não era mais %ue um ingl s com uma altura superior m0dia, mas dentro

dos limites da normalidade, recordou. /arecia mais alto %ue uma montan a por %ue! a3 a alturam0dia de turcos e eg'pcios era vários cent'metros inferior e b3 tin a uma musculatura %ue porregra geral se associava com certos membros das classes trabal adoras, como os ferreiros ou,talve&, os bo*eadoresG embora deste ltimo não estivesse muito segura, $á %ue $amais tin a vistoum bo*eador de carne e osso.

+l0m disso, o desdobramento de força bruta demonstrava %uão bem encai*ava o sen or7arsington em seus planos. 7om ele ao seu lado ningu0m se atreveria a intimidá@la, a interpor@seem seu camin o ou a negar@se a cooperar.

Não avia d vida de %ue o omem era um tonto, mas isso tamb0m podia $ogar a seu favor.Não seria capa& de confundi@la nem de atemori&á@la, tal e como o fi&esse seu erudito marido emtantas ocasi es e com tanta facilidade. < sen or 7arsington não assumiria, igual a 4iles, %ue eramuito intelectual e idealista para entender a dura realidade cotidiana.

Em resumo, considerando as coisas com calma e racionalidade, o sen or 7arsington era17

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perfeito.Lma ve& %ue sua mente recuperou a compostura, afne se concentrou no Uadid.< criado estava mais %ue disposto a falar. < problema era %ue não sabia nada.Não sabia %ue repartidor l e tin a levado o tabaco adulterado. 7omo ia saberJ 7airo estava

c eio de meninos como esse, pensou. Escapavam. 4orriam de peste. Encontravam trabal o emoutro lugar. )uem ia seguir l es a pistaJ Não tin a a menor id0ia de %ual era a proced ncia dotabaco adulteradoG embora tivesse claro %ue não procedia de seu fornecedor abitual, uma das

lo$as mais respeitáveis de toda a cidade.)uanto identidade de %uem tin a invadido a casa e tin am conseguido espantar ao resto doscriados, tampouco sabia nada. ?in a estado imerso em um son o muito formoso, disse.

+s pessoas entravam e sa'a. #e em seu son o ou na realidade, não teria sabido di&er, afirmou.+o inteirar@se de %ue algu0m tin a roubado o precioso papiro de seu sen or, pCs@se a c orar e

se atribuiu toda a culpa. Esperava %ue o sen or voltasse logo e o mandasse açoitar, afirmou.4as por favor, suplicou, poderia a bondosa sen ora di&er a seu gigante %ue não o

desmembrasseJ ?odos sabiam %ue a sen ora era amável e benevolente. +caso não aviadevolvido + mad vidaJ <s omens o tin am levado sem um sopro de vida no corpo. E depois asen ora l e tin a dado sua bebida mágica e, por +lá, + mad voltou a respirar.

Na realidade, + mad ainda respirava %uando o levaram a casa e a "bebida mágica( era c áprocedente da apreciada reserva de afneG o rem0dio universal para %ual%uer doença fosse f'sica,emocional ou moral. Embora uma ve& %ue começou a falar Uadid não parecia ter intenção dedeter@se.

afne dei*ou %ue o criado prosseguisse com seu mon-logo en%uanto se perguntava o %ueteria sido de seu "gigante(.

Estava fora á bastante tempo.#em d vida teria retornado ao consulado, pensou amargamente. E %uem poderia culpá@loJEla tin a uma mente masculina presa em um corpo de mul er. +s artiman as femininas l e

resultavam muito mais misteriosas %ue a escrita eg'pcia. +o menos albergava uma esperançara&oável de poder decifrar esta ltima. Não obstante, no referente feminilidade, era um casoperdido. <s esforços de >irgil para fa& @la mudar s- tin am conseguido enfurec @la... igualmentese fosse um omem.

#e con ecesse essas misteriosas artes, se tivesse pa%uerado com o sen or #alt, talve& estenão tivesse descartado suas preocupaç es com tanta rapide& nem l e teria endossado seuimbecil, embora aristocrático, assistente.

7om o sen or 7arsington se comportou pior se cabia. Lma mul er como eus mandava teriafeito ornamento de muito mais diplomacia. +t0 as bestas sem miolo tin am sentimentos e osomens podiam ser muito suscet'veis no referente s coisas mais estran as.

Oicou em p0. ?eria %ue encontrá@lo. #e fosse necessário, retornaria ao consulado e l e pediriadesculpas.

A#eguiremos falando mais tarde, Uadid, disse. >olta para seu posto. ?alve& possa recordaralgo mais, uma ve& %ue se sente e rela*e. A+travessou a sala com pressa e saiu pela porta pela%ual tin a desaparecido o sen or 7arsington.

A#en oraJ A7 amou Meena a suas costas.afne virou a cabeça para responder... e deu um encontrão com um ob$eto grande, duro e

%uente. 4uito grande. 4uito duro. 4uito %uente. + sensação f'sica ani%uilou %ual%uer tipo depensamento en%uanto tropeçava pela perda de e%uil'brio.

Lma mão enorme se fec ou em torno de seu braço para sustentá@la.A/arece todo um monge, sempre da%ui para lá, disse o sen or 7arsington. Oaça o favor de ter

em conta o calor %ue fa& e a possibilidade de contrair uma febre cerebral. A#oltou@l e o braço.Não obstante, a calide& do contato perdurou e afne seguiu sentindo a pressão desses dedos

longos e fortes sobre sua pele.;etrocedeu um passo.A6a a sua busca, replicou %uase sem fClego, como se acabasse de subir a uma pirFmide para

encontrá@lo. /ensei %ue avia se... perdido.A<ra, eu nunca me perco, assegurou ele. +o menos não durante muito momento. #- fui

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procurar caf0. < caf0 turco 0 uma bebida maravil osa e pensei %ue a todos viria bem umestimulante.

A7af0, repetiu como uma est pida.A#im. E ol e o %ue encontrei. AOe&@se a um lado. epois dele se ac ava um criado de do&e

anos c amado Ldail com o serviço de caf0. Lma sorte %ue eu camin asse adiante, não 0 ?omJe outro modo a sen ora teria passado por cima.

A7 ama@se Ldail, corrigiu ela.

A?om, insistiu o rapa&, ol ando o sen or 7arsington com adoração. 6smi ?om."4eu nome 0 ?om.(Em %uestão de minutos o omem tin a intimidado um criado o bastante para conseguir %ue

obedecesse e tin a obtido %ue outro o idolatrasse.E ela tin a a cabeça feita uma confusão.afne não acreditava em g nios. Entretanto, nesse momento estava convencida de %ue sua

viagem masmorra da Oortale&a tin a liberado a uma perigosa força.

+l0m de serem suaves e generosos, seus lábios, conforme pCde comprovar ;upert, tamb0meram capa&es de uma grande variedade de movimentosG podiam esboçar um irado e ameaçadorricto em um momento e no seguinte se curvavam em uma adorável careta de desconcerto.<bservou como passavam do desconcerto ira medida %ue se recuperava de sua agradávelcolisão.

Ele a tin a visto vir. 4as não tin a visto motivo algum para evitar. Hustamente o contrário.

< s0rio semblante da dama não l e preocupava no m'nimo, como tampouco o fe& a ordem de%ue não rebati&asse seus criados.

A:ostaria de A)uis saber a sen ora /embrokeA )ue eu trocasse seu nome por <mar ou4o amedJ

A+ modo de apelido carin oso, %uer di&erJ A/erguntou ele a sua ve&. Não poria ob$eçãoalguma.

epois de um claro tento por apa&iguar seu temperamento, a dama replicou!A< %ue voc ob$ete ou dei*e de ob$etar não vem ao caso. < rapa& 0 eg'pcio, não ingl s.A/ara ?om não importa, afirmou ;upert. e %ual%uer modo, não pude averiguar %ue parte de

todo o sermão %ue me soltou era seu nome.A/rovavelmente estivesse tentando l e e*plicar o acontecido, disse ela. Não ten o a menor

id0ia do %ue fe& voc durante o tra$eto at0 o Egito ou durante sua estadia em +le*andria, mas estáclaro %ue não passou nem um s- minuto de seu tempo aprendendo o idioma.

>irou@se com brutalidade e voltou a entrar na sala da %ual acabava de sair, a versão cairota deum salão ou sala de estar, mas com seu correspondente e impronunciável nome.

A+creditei %ue voc se encarregava do e*erc'cio mental e eu do trabal o f'sico, replicou. Nãoacredito %ue esperasse %ue interrogasse o rapa&, não 0J Há passei o pão %ue o diabo amassoutentando %ue compreendesse %ue %ueria caf0.

Entraram na ampla sala. Uadid tin a partido. Meena em troca seguia ali. Lma ve& %ue ?omdei*ou a bande$a com o serviço de caf0 2sobre os valiosos pap0is da sen ora /embroke3, a criadaagarrou o rapa& pelos ombros, sacudiu@o e ato seguido o abraçou, tudo isso sem dei*ar detagarelar como um louro.

+ssim %ue ?om teve recuperado o fClego depois de estar a ponto de morrer asfi*iado contra ogeneroso busto de Meena, embarcou@se em um comprido discurso.

>árias diminutas *'caras de caf0 mais tarde, a sen ora /embroke l e ofereceu a versãoinglesa resumida. +parentemente, umas pessoas %ue se identificaram como policiais tin amentrado na casa di&endo %ue tin am ordens de revistá@la. )uando + mad escutou suas vo&es,saiu correndo.

+ssim %ue a dama c egou a esse ponto da narração, ?om atraiu a atenção do ;upert di&endo"+ mad( e algo mais en%uanto reali&ava uma cCmica imitação de um co*o.

< s0rio ol ar da sen ora /embroke pCs fim interpretação./osto %ue + mad fugiu, prosseguiu a vi va, o resto dos criados o imitou. ?om, %ue acabava de

retornar s escondidas casa %uando ;upert entrou na co&in a, escondeu@se no primeiroesconderi$o %ue encontrou.

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+ sen ora /embroke dei*ou sua *'cara na bande$a.AHá %ue 0 claro %ue não vamos descobrir nada dos outros criados, não ve$o ra&ão alguma

para aguardar sua volta, concluiu. + nica lin a de ação l-gica 0 seguir os passos de meu irmão.A+ntes dever'amos inspecionar as pris es militares, aconsel ou ;upert depois de recordar a

advert ncia de Beec eD.A4iles não está em nen uma prisão. AEm um arran%ue de impaci ncia, a dama se levantou

rapidamente do divã no meio do frufru da seda. #e os omens %ue vieram são policiais, eu sou

mon$a.E meu irmão não está nem em um bordel nem em um fumador de -pio, assim $á podeabandonar toda esperança de visitar %ual%uer desses estabelecimentos. evemos falar coma%uelas pessoas s %ual 4iles fre%Ientava nos ltimos tempos. 7omeçaremos com seu amigolorde No*leD.

A:ranada, disse ;upert en%uanto a sen ora /embroke agarrava seu c ap0u e seu v0u.+ mul er se virou para ol á@lo com evidente cautela.A7omo di&JA:ranada. #e algu0m me perguntasse de %ue cor 0 seu cabelo, diria %ue granada.+ dama colocou o c ap0u.AEscutou algo do %ue eu disseJA4in a mente estava perambulando, respondeu ele. R alta para ser mul er, não 0J A4ais ou

menos um metro sessenta e cinco cent'metros segundo meus cálculos.

ANão entendo %ue importFncia tem nem a cor de meu cabelo nem min a altura, respondeu.A6sso 0 por%ue voc não 0 um omem, e*plicou ;upert.+bsolutamente. < vestido parecia desen ado para camuflar seus encantos em lugar de

ressaltá@los. 4as a dama não podia dissimular sua forma de andar. 7amin ava como uma rain aou uma deusa, com o %uei*o erguido e as costas retas. Não obstante, o arrogante bamboleio deseus %uadris sugeria uma rain a como 7le-patra ou uma deusa como +frodite. #ua forma deandar era um convite. #eu tra$e, um sinal de "4anten am@se afastados(. + combinação resultavafascinante.A#e por acaso não sabe, continuou, esses detal es são de suma importFncia para umomem.

A#im, claro, 0 obvio ,replicou a dama. A + apar ncia f'sica de uma mul er 0 algo de vitalimportFncia. Em troca, sua intelig ncia não o 0 absolutamente.

A6sso depende, replicou ele, de %ue a utili&e.

afne ac ava muito dif'cil utili&ar sua intelig ncia %uando o sen or 7arsington se encontravanas pro*imidades.

/or regra geral l e dava muito bem desvendar inc-gnitas. Entretanto, a nica e*plicação %ue

tin a para os recentes acontecimentos era rid'cula e não l e ocorria nada mais.Não estava acostumada a distrair@se com facilidade. Necessitava@se uma tremenda capacidadede concentração, para não mencionar um temperamento obstinado e tena&, para lutar com aantiga escrita eg'pcia.

Nem se%uer um terremoto ou uma en*urrada de artil aria teriam %uebrado sua concentração.4as não ocorria o mesmo com o sen or 7arsington./ercebeu a e*pressão absorta %ue tin a aparecido no rosto do omem en%uanto calculava sua

altura e decidia de %ue cor era seu cabelo.Nesse momento, en%uanto enviava Ldail em busca dos arrieros, era muito consciente de %ue a

atenção do sen or 7arsington tin a abandonado sua pessoa para concentrar@se na mesa ondedescansava seu material de trabal o.

;ecordou então a desconcertada reação %ue a desordem de suas coisas l e tin a provocado.< %ue avia ditoJ ?eria tra'do seu segredoJ Não, era imposs'vel. + essas alturas o engano $áformava parte dela, era algo virtualmente instintivo. + parte dif'cil reca'a sobre 4iles, %ue deviafingir %ue era um bril ante erudito. /or sorte, avia muito poucas pessoas no mundo %uesoubessem o bastante de ier-glifos para suspeitar deleG e seu irmão se cuidava muito de não

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encontrar@se com elas cara a cara.< sen or 7arsington observava a c-pia da /edra de ;osetta com o cen o fran&ido.AEsse papiro, disse. #upon o %ue era algo fora do normal.afne contemplou a litografia e se perguntou o %ue estaria vendo o omem. Lm fragmento de

te*to em escritura ierogl'fica.

/or debai*o, uma seção %uase completa escrita no %ue os eruditos tin am denominado "l'ngua

dem-tica(. 4ais abai*o, o te*to em grego com as muito importantes lin as finais %ue declaravam%ue o conte do dos tr s te*tos era id ntico.A7omo a /edra de ;osetta, %uer di&erJ A/erguntou ela. <*alá tivessem escrito algo em

grego no papiro. 4as s- avia ier-glifos. AMevantou o ol ar para o omem. Está meperguntando se era valiosoJ

< sen or 7arsington assentiu.A#upon o %ue sim, respondeu afne muito devagar %uando caiu na conta desse detal e.Não tin a pensado no papiro em termos monetários. #abia %ue avia custado mais %ue o

normalG mas claro, era um e*emplar superior. 6sso era %uão nico significava para ela. ?alve& 4ilestivesse ra&ão at0 certo pontoG era uma mul er al eia ao mundo real. Nem se%uer l e tin a ocorridoguardá@lo sob c ave, do mesmo modo %ue não l e teria ocorrido fa& @lo com um livro.

A#upon o %ue poderia di&er %ue era valioso, admitiu no final. Ooi muito caro.A7ontou a ist-ria %ue tin a contado o mercador sobre o misterioso fara- e sua tumba

supostamente intacta. isse a 4iles %ue ele respirava esse tipo de fantasias e %ue talve& tivessecriado um mau precedente ao pagar uma %uantia tão elevada, prosseguiu. 4esmo assim eramagn'fico. ?odo coberto de maravil osos s'mbolos ierogl'ficos. E de umas ilustraç es e*celentes.<s %ue tin a visto at0 então distavam muito de ser obras de arte e muitos deles estavam escritosem l'ngua dem-tica. Nen um estava em tão boas condiç es. Não 0 dif'cil entender por %ue 4ilesfoi incapa& de resistir.

< escuro ol ar do sen or 7arsington abandonou a mesa para cravar@se em seu rosto com umae*pressão perple*a.AE não se deu conta do motivo pelo %ual os ladr es %uereriam roubá@loJA/erguntou@l e. #endo como era o guia para c egar a um tesouro enterradoJA/ois não, respondeu. Não acreditei %ue ningu0m pudesse ser tão imbecil para acreditar

nessa ist-ria.A/ois parece %ue outras pessoas t m a impressão de %ue seu irmão, todo um erudito, sim

acreditava.Era certo %ue 4iles sim parecia aver acreditadoG possivelmente por%ue de certo modo

continuava sendo um menino. E tin a uma incr'vel veia romFntica.+ veia romFntica de afne tin a morrido muitos anos atrás. #eu casamento a tin a mumificado.

ANen uma pessoa com dois dedos de testa poderia c egar a acreditar %ue >anni +na& ou%ual%uer outro sabe com e*atidão o %ue tem escrito nesse papiro, afirmou. Ningu0m, repito,ningu0m 0 capa& de ler a escrita ierogl'fica. 4as o papiro contin a muitos s'mbolos associadoscom os fara-s. 7omo 0 l-gico, 4iles decidiu procurar esses s'mbolos em ?ebas, onde se temdescoberto um bom n mero de tumbas. E não ten o d vida de %ue descobriram mais. Rimposs'vel saber se alguma delas segue estando repleta de tesouros.

A/ois algu0m assim acredita, concluiu o sen or 7arsington. A +lgu0m se incomodou muitopara roubar esse papiro.

A4as para %ue o %ueremJ A6n%uiriu ela com impaci ncia. Não podem decifrá@lo.A4eu irmão mais vel o, Benedict, está muito interessado nos processos $udiciais, disse o

omem. +firma %ue o delin%Iente comum 0 uma pessoa carente de ast cia, de escassaintelig ncia.

Nesse momento a absurda teoria %ue tin a estado tentando descartar retornou com força a suacabeça.

4iles se%Iestrado. < papiro roubado.A+creditam %ue 4iles pode decifrá@lo, concluiu. #anto eus evem ser analfabetos ou uns

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ing nuos e*'mios <...AOranceses, acrescentou o sen or 7arsington.AOrancesesJ A;epetiu afne, en%uanto o ol ava mostrando incompreensão.

AEspero %ue se$am franceses, e*plicou ele. 4eu irmão +listair esteve em Uaterloo.A4ataram@noJ A)uis saber ela.ANão, embora tentassem com esforço. A+pertou os pun os. A 7o*eará durante o resto de

sua vida. Estive esperando a oportunidade de l es devolver o favor.

Não muito longe dali, em outra área do 7airo, um omem de meia idade elegantemente vestidoestava de p0 frente a uma das $anelas com vistas ao pátio de sua propriedade. Não estavaol ando atrav0s da persiana, e sim para bai*oG contemplava de forma reverente o ob$eto %ue tin anas mãos.

Hean@7laude uval tin a c egado ao Egito com o e*0rcito do Napoleão, em 1W98. Hunto comos soldados via$ava outro e*0rcito formado por cientistas, eruditos e artistas. Esses foram osresponsáveis pela monumental escrição de lTRgDpte.

/ara monsieur uval, esse e*0rcito de intelectuais era a prova fidedigna da superioridadefrancesaG ao contrário %ue os ásperos britFnicos, seus compatriotas não s- procuravam acon%uista militar, mas tamb0m o enri%uecimento cultural.

Estava no Egito %uando seus compatriotas descobriram a /edra de ;osetta e, dada suasuperioridade intelectual, compreenderam imediatamente sua importFncia. Estava no Egito em18X1, %uando os ingleses derrotaram os franceses em +le*andria e levaram a pedra, alegando%ue tin a sido " onoravelmente ad%uirida como pil agem de guerra(.

+ essas alturas ainda seguia no pa's e ainda seguia odiando os ingleses por uma longa lista dera& es, incluindo a mais recente! a inclusão em suas filas de :iovanni Bel&oni, cu$a sorte l eresultava e*asperanteG entretanto, o "roubo( da /edra da ;osetta seguia ocupando os cincoprimeiros postos na lista de motivos.uval tin a passado vinte anos trabal ando para saldar as contas.

Não obstante, embora ten a enviado a Orança um grande n mero de valiosas antiguidadeseg'pcias, não tin a encontrado nada %ue igualasse a importFncia da /edra da ;osetta.

e momento.esenrolou o papiro com muito cuidado. Não de tudo. #- o suficiente para assegurar@se de %ue

era o %ue procurava. #eus omens $á tin am cometido muitos enganos. 4as era o verdadeiro, seuagente principal, Oaru%, não era nen um imbecil, assim monsieur uval voltou a enrolar odocumento com a mesma delicade&a e não pouca frustração.

?in a compreendido no instante em %ue o viu %ue se tratava de um papiro muito superior aoresto. 4esmo assim, não tin a dado cr0dito ist-ria %ue o mercador, >anni +na&, contasse para

$ustificar o disparatado preço %ue pedia por ele. #- os mais tolos o teriam acreditado. < resto sabia%ue ningu0m podia ler nem os ier-glifos nem %ual%uer outra forma de escrita do +ntigo EgitoG porfim, ningu0m podia assegurar o %ue di&ia o papiro.

e %ual%uer modo, tratava@se de um e*emplar e*cepcional e uval tin a tomado adeterminação de fa&er@se com ele.

Entretanto, antes %ue pudesse plane$ar o roubo, 4iles +rc dale, um dos lingIistas maisrecon ecidos a n'vel mundial, tin a ido lo$a de +na&, tin a escutado com absoluta seriedade oconto do es%uecido fara- e seu tesouro oculto desde tempos imemoriais e tin a pagado oescandaloso preço. #em um murm rio de protesto.

Não precisava ser um g nio lingI'stico para compreender o motivo! +rc dale tin a descobertoa c ave para decifrar os ier-glifos.

?in a@o mantido em segredo por%ue isso o levaria a reali&ar outras enormes descobertas e%ueria toda a onra e a gl-ria para ele.

?in a compreendido %ue esse papiro l e condu&iria ao maior ac ado de todos os temposG umadescoberta %ue superaria com acr0scimo %ual%uer dos do Bel&oni e %ue seria tão relevante comoa /edra da ;osetta! a tumba selada de um fara- com todos seus tesouros.

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uval desenrolou a c-pia em papel do papiro. Nas margens avia numerosas notas em ingl s,grego e latim, $unto com uma s0rie de sinais e s'mbolos estran osG todo o %ue resultavaincompreens'vel.

A4as ele nos e*plicará, murmurou isso. 7ada palavra do papiro. < significado de cadas'mbolo.

E uma ve& %ue +rc dale tivesse revelado todos seus segredos, morreria e ningu0m encontrariaseu corpo $amais. < deserto guardava os segredos inclusive mel or %ue ele mesmo. <s c acais,os abutres, o sol e a areia eram uma maravil osa combinação %ue conseguia fa&er desapareceros cadáveres a uma velocidade assombrosa.

En%uanto isso, ele devia lutar com a%uela e*asperante complicação.A?erá %ue tirá@lo do 7airo o mais depressa poss'vel, disse. 4as eu devo ficar ao menos

durante um tempo.< omem %ue tin a levado os documentos saiu de entre as sombras. Embora se fi&esse

c amar Oaru%, era polon s. Era um omem instru'do, um dos membros mais inteligentes dapartida de mercenários e criminosos %ue tin a encontrado no Egito um mercado rentável ondecomerciali&ar com seus talentos.

uval dese$ou ter enviado Oaru% atrás de +rc dale. 4as como ia imaginar %ue necessitaria aseu mel or omem para levar a cabo um simples se%IestroJ

<s omens %ue tin a enviado atrás do ingl s fal aram em :i&a. +rc dale contava com muitaproteção. Não puderam l e por as mãos at0 %ue voltou a cru&ar o rio e sua escolta se dispersouno 7airo copto. )uando seus omens o capturaram por fim, propiciaram uma surra a seu criado eo deram por morto sem assegurar@se de %ue assim fosse. < criado tin a conseguido c egar arastros at0 a irmã de +rc dale, a %ual não demorou a informar do incidente ao consulado. ?odo7airo saberia %uando aman ecesse.

+ uval não preocupava as autoridades locais. Eram lentas, incompetentes e corruptas.Era o ingl s con ecido como "o emCnio ourado( %uem l e preocupava. < tipo se converteu

em seu N mesis durante o ano passado. +l0m de ser ardiloso, implacável e de estar tão ansiosopor alcançar a gl-ria para a 6nglaterra como ele o estava por alcançá@la para a Orança, o emCnioourado estava um tanto dese%uilibrado.

E ele detestava os dese%uilibrados. Eram muito imprevis'veis.A+ dama s- se preocupará em encontrar a seu irmão, afirmou uval. #erá fácil despistá@la.

Nosso maior problema 0 o emCnio ourado. eve se adiantar e se unir a outros em 4inDa comot'n amos plane$ado. eve levar o papiro contigo. +conteça o %ue acontecer, não pode cair emsuas mãos.

Oace serenidade %ue translu&ia sua vo&, uval estava a ponto de tornar a c orar pelae*asperação. ?odo mundo son ava descobrindo uma tumba faraCnica intacta. + c ave estava emsuas mãos, nesse papiro. < omem %ue por fim tin a desentran ado o mist0rio dos ier-glifos eraseu prisioneiro e se encontrava a um dia escasso de distFncia.

Entretanto, ele devia permanecer na cidade para evitar suspeitas. #e partisse, seu mais temidoe odiado rival saberia imediatamente %uem estava atrás do se%Iestro e o roubo. #e ficasse, s-seria um suspeito mais na lista. #e plane$asse tudo bem, as suspeitas não demorariam em apontarpara outro lugar.

7om isso em mente, monsieur uval guardou os documentos no interior de uma envel ecidabolsa de couro %ue não c amaria a atenção dos ladr es, a estendeu a Oaru% e informou o lugar eo momento no %ual voltariam a encontrar@se.

+ ;upert não tin a passado por alto %ue seus comentários sobre os franceses tin am evitado%ue a sen ora /embroke l e fi&esse a pergunta mais l-gica! o %ue farão com meu irmão %uandodescobrirem %ue não pode tradu&ir o papiroJ

Era uma pergunta a %ue preferia não responder. Não tin a a menor duvida de %ue a vida do+rc dale não valeria nem um p ni assim %ue os criminosos descobrissem o engano. Na realidadeduvidava de %ue a vida do omem valesse muito, mesmo %ue fosse capa& de tradu&ir o papiro.

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e %ual%uer modo, restava uma sa'da. #e estivesse na situação de +rc dale, fingiria eenredaria as coisas para atrasar o momento da verdade tanto %uanto fosse poss'vel. En%uantoisso tentaria encontrar o modo de escapar. #e os criminosos c egassem a descobrir a verdadeantes do conveniente, sempre poderia persuadi@los para %ue pedissem um resgate. +o menosassim, diria@l es, não iriam com as mãos va&ias.

:uardou seus pensamentos e se concentrou em manter a mente da sen ora /embroke

afastada de %ual%uer id0ia pessimista sobre seu irmão./or sorte, ;upert 7arsington tin a um talento inato para distrair os outros.ado %ue a dama tin a encontrado do mais ofensivo o fato de %ue rebati&asse o criado, o

primeiro %ue ;upert fe& assim %ue subiram em suas respectivas montarias foi apelidar a sua burracomo "7le-patra(.

AEsse não 0 o nome do animal, replicou a dama antes de l e falar o nome árabe.ANão sou capa& de pronunciá@lo, afirmou ele.ANem se%uer tentou, reprovou.ANão entendo por %ue estas pessoas não falam ingl s, e*pCs ;upert. R muito mais simples.Não podia l e ver o rosto $á %ue avia tornado a colocar o odioso v0u, mas sim pCde escutar

seu bufo de e*asperação.

escobriu %ue os animais se moviam a um passo surpreendentemente rápido, se tin a emconta as concorridas e estreitas %ue eram as ruas. ?udo l e resultou maravil oso! os burros %uetrotavam a passo firme en%uanto carretas, cavalos e camelos avançavam em lin a reta para elesGos arrieros %ue se moviam frente aos animais ou $unto a eles en%uanto esgrimiam suas bengalas evociferavam de forma incompreens'vel em um intento por limpar o camin o apesar de %ueningu0m l es prestava a menor atenção...

Elogiou os arrieros pelos espl ndidos animais, felicitou os burros cada ve& %ue conseguiamabrir camin o atrav0s de algum lugar e*cessivamente estreito e relatou aos omens váriasanedotas sobre as carruagens de aluguel de Mondres.

+ sen ora /embroke o suportou tudo o %ue pCde, %ue não foi muito, antes de e*plodir.ANão entendem nen uma palavra do %ue l es está contandoABom, nunca aprenderão se ningu0m fa& um esforço por l es ensinar, não l e pareceJ A

;espondeu.;upert estava seguro de %ue teria escutado como a dama c iava os dentes se não fosse pelo

ru'do da rua.Não disse nada mais, mas tin a a certe&a de %ue a mul er estava muito ocupada assimilando

sua e*traordinária estupide& para preocupar@se em demasia por seu irmão.e %ual%uer modo, não era um omem %ue dei*asse as coisas ao a&ar.)uando c egaram a seu destino, desmontou antes inclusive de %ue seu burro se detivesse e

em um instante estava $unto a ela. Estendeu os braços e a sustentou com firme&a pela cintura.

A6sso não 0 nece... A+ sen ora /embroke dei*ou a frase no ar e se aferrou a seus ombros deforma instintiva assim %ue a elevou da ornamentada sela.7ontemplando com seu sorriso o velado rosto, ;upert a sustentou no alto durante um instante

para %ue seus ol os ficassem mesma altura. epois a bai*ou, muito, mas muito devagar aoc ão.

Ela não se afastou de seus braços imediatamente.Não l e soltou a cintura imediatamente.+ sen ora /embroke ficou onde estava, sem mover um m sculo, en%uanto o ol ava.;upert não podia l e ver o rosto, mas escutava o ritmo alterado de sua respiração./assado esse instante, a dama se afastou e l e deu as costas, o %ue provocou esse irado

frufru %ue ele ac ava tão delicioso.

A+ge sem tom nem som, disse ela. Não avia necessidade de fa&er uma demonstração deforça.

A/ara isso não se necessitava muita força, replicou ele. /esa menos do %ue tin a imaginado.Ooram as capas e capas de luto %ue me enganaram. AEmbora não de tudo. ?amb0m estava seu

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modo de camin ar.A#- me cabe esperar %ue voc se mostre tão diligente na ora de procurar a meu irmão como

0 para determinar as dimens es de min a pessoa, disse a sen ora /embroke com vo& mal@umorada.

/ara então o porteiro tin a feito ato de presença. < omem ergueu a vista em direção a;upert, mas a sen ora /embroke se interpCs entre eles e começou a falar em árabe com evidenteimpaci ncia.

+ porta se abriu e todos entraram no pátio. +pareceu outro criado %ue l es indicou o camin oat0 a casa e os condu&iu at0 o interior.+ sen ora /embroke l e deu várias indicaç es medida %ue atravessavam o labirinto t'pico

das casas elegantes do 7airo.A7oncentre@se no motivo de nossa visita, disse entre dentes. Não podemos nos permitir o lu*o

de perder tempo. /or favor, reprima o impulso de pCr apelidos aos criados de lorde No*leD. ?en oa certe&a de %ue ele o agradecerá e eu preferiria não ter %ue perder um tempo valioso tentandoarrumar as coisas. E por favor, não se desvie do tema de conversa. Nem conte anedotas. Não estáa%ui para entreter ningu0m. Está a%ui para obter informação. Oica claroJ

A)ue es%uecida 0 voc . A;espondeu ;upert. Há não recorda %ue me disse %ue voc era oc0rebro e eu os m sculosJ 7omo 0 l-gico, espero %ue voc carregue com todo o peso daconversa. E, como 0 l-gico, eu golpearei cabeças e arro$arei s pessoas pelas $anelas tal e comore%uer meu posto. <u acaso entendi malJ ?amb0m %uer %ue penseJ

7ap'tulo Y

;upert se desagradou do visconde No*leD assim %ue o viu.< omem era alguns cent'metros mais bai*o %ue ele e não tão largo de ombros e de costas,mas era bastante atl0tico. ?in a o cabelo e os ol os desse castan o dourado t'pico dos felinos. <;upert desagradava sobre tudo os ol os e sua forma de ol ar sen ora /embroke.

Era o ol ar com a %ual um leão faminto contemplaria ga&ela %ue tin a escol ido para o $antar.;upert dese$ou %ue dei*asse o v0u sobre o rosto.4as ela o tin a levantado logo %ue entrou na sala e a cara do visconde se iluminou, mais %ue o

sol, ao v @la.E depois, logo %ue ela e*plicou o acontecido, foi como se uma enorme nuvem ouvesse

pairado sobre a cabeça do tipo.<s criados entraram com preste&a levando o caf0 e os doces de rigor e se retiraram da mesma

forma ante o brusco gesto de seu sen or.AR incr'vel, disse No*leD. Não me cabe na cabeça. )ue est pido c egaria semel anteconclusão e muito menos a agir em conse%I nciaJ Não, deve estar louco. R uma id0iadescabelada. Estou seguro de %ue seu irmão $amais deu a menor amostra de ter reali&ado umdescobrimento de taman a magnitude. Hustamente o contrário. R muito modesto a respeito de seutrabal o. R %uase imposs'vel convenc @lo para %ue fale dele.

A7oncordo em %ue 0 bastante estran o. disse ela. 4as ambas as %uest es devem estarrelacionadas. <u acaso acredita %ue 0 mera coincid nciaJ

ANão, não, embora de %ual%uer modo não saiba muito bem o %ue acreditar.A< visconde sacudiu a cabeça. A R desconcertante. Necessito um instante para ordenar

min as id0ias. 4as estou descuidando de meus deveres. A+ssinalou a bande$a com o caf0 e oelegante desdobramento de pratos de prata.

A ?ome algo, rogo. #en or 7arsington, talve& não este$a familiari&ado com a confeitaria local.E*plicou no %ue consistia a comida ao mesmo tempo em %ue dispun a primorosamente um

prato para a sen ora /embroke. 7om menos primor preparou outro para ;upert. +ssim %ue25

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acabou com essa tarefa, No*leD se es%ueceu dele e se concentrou por completo na dama.;upert dei*ou %ue sua mente vagasse pelo aposento. + sala estava decorada por completo ao

estilo oriental. 4etros e metros de tapetes turcos. /aredes estucadas e caiadas. 7oberta comartesanato de madeira adornado com complicadas gravuras e desen os %ue pendurava de umaba$ur. +ltas $anelas com persiana. Ban%uetas %ue percorriam tr s das %uatro paredes e %ueestavam cobertas com almofad es e almofadas. espensas recobertas de madeira por cima dasban%uetas. /ortas de %uarteir es %uase enfrentadas. +%uela pela %ual tin am entrado estava

fec adaG a outra estava entreaberta. + fresta era vis'vel de onde ;upert se sentava. Lma figurapassou de comprimento ao outro lado para retornar um instante depois e aparecer. Lm rostocoberto por um v0u apareceu pela abertura e uns ol os escuros se cravaram nos seus.

Oingiu estudar o desen o de sua taça de caf0 en%uanto observava dissimuladamente mul er%ue o estava observando.

P medida %ue passava o tempo se voltou mais atrevida e dei*ou ver algo mais de sua pessoa.E avia muito %ue ver, $á %ue o v0u era o nico modesto de seu tra$e. E devia l e resultar muitopesado por%ue o dei*ou cair em um par de ocasi es.

+pesar de tudo, ;upert não perdia detal e da conversa %ue estava tendo lugar.

+ sen ora /embroke insistia a No*leD a recordar algo %ue +rc dale ouvesse dito ou feito para%ue algu0m tivesse c egado semel ante conclusão.

No*leD ainda parecia perple*o. escreveu o $antar 'ntimo! nada mais %ue tr s convidados al0mdo +rc dale e todos ingleses, um artista e dois coron0is.

A/areceu@me curioso, disse o visconde com o cen o fran&ido. < motivo pelo %ual seu irmãovia$ou a :i&a me pareceu muito estran o. 4as supus %ue o tin a entendido mal. <u isso ou talve&%ue devia atender assuntos pessoais ali %ue pretendia manter em particular.

6sso c amou a atenção de ;upert.A;efere@se a uma mul erJ A/erguntou.+ sen ora /embroke o ol ou sem pestane$ar.6gual a No*leD, cu$a e*pressão se tornou desanimada.ANão tin a contemplado essa possibilidade, respondeu o visconde.A e verdadeJ Adisse ;upert. A R a primeira %ue me ocorreu.A< sen or +rc dale $amais cometeria a estupide& de envolver@se com uma das mul eres da

área, afirmou lorde No*leD com indiferença. <s muçulmanos t m noç es muito estritas a respeitoda propriedade e as conse%I ncias por violá@las são muito graves.

AEssas noç es não incluem as bailarinas conforme comprovei, comentou ;upert. A #egundomin a e*peri ncia...

A#en or 7arsington... A6nterrompeu@o a sen ora /embroke. evolveu@l e um ol ar inocentee curioso. A+credito %ue estamos nos desviando do assunto, disse. A + %uestão %ue talve& l eescape 0 %ue a viagem de meu irmão a :i&a pCde estar motivado por outras ra& es das %ue medeu.

A ada sua teoria a respeito dos dois incidentes, sen ora /embroke, começo a me perguntar

se depois de tudo o sen or +rc dale fe& algum tipo de descobrimento nas pirFmides, sugeriu ovisconde. <u talve& en%uanto esteve em :i&a fe& ou disse algo %ue despertou a curiosidade ou aespeculação de algu0m. <s eg'pcios são uns fofo%ueiros impressionantes, como $á deve saber.#ão capa&es de discutir durante oras os assuntos mais insignificante, de e*plicar com todo lu*ode detal es os rumores %ue l es c egam e de transmiti@los a %ual%uer pessoa %ue con eçam. +snot'cias via$am pelo Nilo a uma velocidade prodigiosa. E tamb0m terei %ue ter em conta osfranceses e seus espi es, %ue vigiam cada um de nossos movimentos como se segu'ssemos emguerra. Estão tão ciumentos de nossos ac ados nesta parte do mundo... e de todos 0 con ecido%ue seus agentes não t m muito boa reputação.

A<s francesesJ A/erguntou ;upert.A/arecem acreditar %ue o Egito, e tudo o %ue se encontre no pa's, 0 de sua e*clusiva

propriedade, disse No*leD. Não t m o menor escr pulo. <s subornos, os roubos e a viol ncia nãosignificam nada para eles.

A+ , a ... A7omentou ;upert. A >iol ncia. /essoas de má reputação. +l0m de franceses. A<l ou sen ora /embroke. A Bom, será mel or %ue saiamos em busca desses descarados, nãol e pareceJ E $á %ue está claro, onde está :i&a e*atamente e o %ue a fa& tão irresist'velJ

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6sso fe& %ue ambos os ol ares se cravassem nele. + sen ora /embroke lu&ia uma cCmicae*pressão de e*asperado assombro.

;upert sabia muito bem %ue o planalto de :i&a se encontrava do outro lado do Nilo. ?eria %ueestar cego para não dar@se conta. +s famosas pirFmides podiam ver@se perfeição de várioslugares da cidade.

?in a formulado essas est pidas perguntas tão s- para ver a reação da dama.A#en ora /embroke, rogo@l e %ue me permita a$udá@la se ofereceu No*leD.

A Estou seguro de %ue o cCnsul geral dese$a a$udá@la em todo o poss'vel, mas seus recursossão limitados. A<l ou de esguel a a ;upert. A /ermita %ue pon a meu pessoal ao seu dispor. Etamb0m min a pessoa, 0 obvio. Estou seguro de %ue c egaremos ess ncia da %uestão emseguida.

4uito mais rápido %ue com o fil o descerebrado de =argate, foi a nota %ue flutuou no ar nosares da boa educação.

;upert não podia menos %ue estar de acordo no "descerebrado(. ?in a cometido um grandeengano. < %ue impediria sen ora /embroke desentender@se dele para substitu'@lo por umomem %ue demonstrava claros sinais de intelig nciaJ E como poderia culpá@laJ

Era evidente %ue No*civo con ecia seu irmão muito mel or %ue ele. < omem levava vivendono Egito vários anos. /arecia con ecer todo mundo. Oalava o idioma.

A+ , obrigado, replicou a sen ora /embroke. A +legrar'a@me muito contar com sua a$uda.6diota, repreendeu@se ;upert. 6mbecil. +gora No*civo levará toda a diversão de seguir o rastro

com ela en%uanto %ue o mandam ao deserto em busca de roc as com inscriç es %ue ningu0mpode ler.

Nesse momento a sen ora /embroke e No*leD começaram a falar como se ;upert nãoe*istisse.

esentendeu@se mentalmente e retornou seus pensamentos porta entreaberta. + bele&amorena seguia ali.

/e%ueno ip-crita era No*civo ao mostrar@se tão afetado no referente s bailarinas, %uando ummembro de seu pr-prio ar0m estava apenas a uns passos, meio nua e claramente incomodadapelo fato de %ue a atenção de seu amo e sen or estivessem posta em outro lugar.

+ mul er desaparecia e aparecia a intervalos, com aspecto cada ve& mais contrariado.En%uanto a observava, ;upert mal prestou atenção conversa. No*leD tin a prometido falar

com alguns con ecidos, começando pelos omens %ue tin am assistido ao $antar da outra noite.Enviou vários criados para %ue se ecoassem dos ltimos rumores %ue circulavam pela rua.>isitaria alguns *ei%ues do distrito.

7 amou um criado e l e deu ordens em árabe. +o %ue a sen ora /embroke deu suaaprovação.

< criado saiu.

epois c egou o momento de partir.4uito mais submisso %ue %uando saiu, ;upert a acompan ou a casa. 4al era consciente de%ue era mais tarde do %ue tin a suposto. /erguntou@se %uanto tempo tin am passado em casa doNo*civo.

ANão 'amos a outro lugarJ A/erguntou@l e %uando c egaram rua onde se locali&ava suacasa.

ANão esteve prestando atençãoJ A;epreendeu@o ela. A Morde No*leD se encarregará devisitar outros. R muito amável de sua parte. Não me tin a dado conta de %uão cansada estava at0agora. 7laro %ue ontem noite não dormi nada. ?en o %ue descansar bem esta noite. e outraforma não serviria de nada em :i&a.

A=á, assim vai a :i&a. A isse ;upert com triste&a. ?eria gostado de e*plorar o interior deuma pirFmide, sobre tudo em sua compan ia. ?in a ouvido %ue os passadiços eram escuros eestreitos.

A#im, bom, mas isso ele não sabe, replicou a mul er. ;upert se virou para ela combrutalidade. 4as se encontrou com esse odioso v0u %ue ocultava seu e*pressivo rosto.

A7omo 0 poss'vel %ue não saibaJ A)uis saber. A + acompan ará at0 ali.27

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AMorde No*leDJ A/erguntou.A)uem se não eleJ A;eplicou ;upert.AEle não vai a :i&a, respondeu ela.ANão vai fa& @loJANão, repetiu ela. A >oc irá. 7 egaram porta.AEuJ A/erguntou ;upert como um est pido. + sen ora /embroke dei*ou escapar um

comprido suspiro.

A e verdade, sen or 7arsington, eu gostaria %ue tentasse prestar atenção. #em d vida oescutou. Morde No*leD 0 como >ir... R como 4iles. +credita %ue as mul eres... á igual. Nãoimporta. Não precisa saber e voc não o entenderia. 4as l e peço %ue preste atenção agora! vaime levar a :i&a sem ter em conta o %ue ele diga. >irá me buscar aman ã ao aman ecer. EstáclaroJ

A7omo água, respondeu ;upert.Esperou %ue ela estivesse a salvo no interior, saiu da casa e, depois de despedir@se do Uadid

com um gesto de mão, atravessou as portas e entrou na rua, assobiando.

+ e*pressão alegre do visconde desapareceu assim %ue partiu a sen ora /embroke. +s etonNo*leD gostava de sair@se com a sua... nem mais nem menos. Lm pouco muito dif'cil de obter em%ual%uer parte. E no Egito era particularmente dif'cil por%ue as pessoas nesse lugar, inclusive oseuropeus ou precisamente eles, atuava regida por regras não escritas de comportamentocivili&ado.

/ouco depois de c egar compreendeu %ue os documentos oficiais foram perdendo valide&%uanto mais se afastavam da autoridade oficial %ue os tin a e*pedido. /or e*emplo, o ra$á poderial e outorgar o direito e*clusivo para escavar em tal ou %ual lugar ou para levar tal ou %ual ob$etoGmas se esse lugar se encontrava em ?ebas, por e*emplo, e o ra$á a mais de setecentos%uilCmetros de distFncia no 7airo, %uem conseguia de verdade os direitos e*clusivos para escavarera %uem oferecesse o maior suborno s autoridades locais ou %uem contratasse a maior bandade bandidos e malfeitores a fim de assegurarem@se tais direitos.Morde No*leD tin a descoberto %ue as autoridades locais não eram de confiança. +ceitavamsubornos de agentes rivais. Eram permissivos um dia e molestos ao seguinte. ;etin am ostrabal adores, os barcos e as provis es %uando l es vin a vontade.

/or conseguinte, rodeou@se de uma enorme %uantidade de omens de confiança para fa&er%ue as pessoas se comportassem como era devido.

Nesse momento tin a agentes na maioria das grandes cidades entre a +le*andria e a segundacatarata.

Embora 4iles +rc dale e sua atraente irmã não soubessem, o visconde tamb0m tin a estadofa&endo planos para eles. Estava rondando o irmão, %ue segundo os rumores era umas daspessoas mais pr-*imas a decifrar os segredos da antiga escrita. Oormariam uma e%uipe perfeita,

ou isso acreditava lorde No*leD. Huntos desenterrariam grandes ac ados, muito mais formidáveis%ue %ual%uer dos reali&ados por Bel&oni.< %ue era igualmente importante! faria da irmã sua viscondessa. ese$ava@a do momento em

%ue a viu primeira ve&G por%ue, igual ao papiro %ue tin a comprado seu irmão, era uma raridade.6numeráveis bele&as se lançaram a seus p0s na 6nglaterra e tin a desfrutado de um bom

n mero de suas e*-ticas iguais no Egito. + sen ora /embroke não tin a igual.Não era bonita, tampouco bela. Não estava seguro de %ue fosse atraente. 4as tin a um rosto

fascinante e uma magn'fica figura, e era mais rica %ue 7reso.

4ais ainda, estava convenientemente nesse lugar. < visconde não tin a necessidade algumade retornar a 6nglaterra para começar de novo a tediosa busca de uma esposa ade%uada. /oderiaficar no Egito durante anos. )uando retornasse por fim, faria@o rodeado de fama e onras.

Entretanto, algu0m tin a desbaratado seus planos. Era provável %ue +rc dale, um dos maioreslingIistas do mundo, encontrasse@se em perigo de morte. En%uanto isso, o briguento fil o doconde de =argate estava rondando as saias da futura viscondessa do No*leD.

Morde No*leD tin a mandado c amar um de seus agentes, : a&i, %ue c egou em menos de28

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uma ora.: a&i era seu assassino e sua mão direita.Morde No*leD l e contou o %ue tin a passado e l e perguntou por %ue tin a sido o ltimo em

[email protected] a alguns omens ao 7airo copto. disse : a&i. A escobrirão %uem levou seu

amigo. 4as 0 muito estran o. Lm dia roubam o omem. 6sso compreendo. Oa&em@no peloresgate. 4as o$e roubam um papiroJ 6sso não o compreendo. < mercador >anni +na& tem um

sortimento interminável. ?amb0m tem omens %ue os fa&em. <s camponeses os vendem emtodos os povoados. /or %ue tomar o trabal o de roubá@loJMorde No*leD e*plicou.A+ . 4as 0 certoJ A/erguntou : a&i.A+lgu0m acredita %ue sim, replicou lorde No*leD.A evem ser os franceses, comentou : a&i. A #e estiverem se desesperando.6sso se devia %ue os agentes de lorde No*leD estavam e*pulsando pouco a pouco os franceses

das mel ores $a&idas.

Embora não estava seguro de %ue o desespero o e*plicasse de todo. ?eria interpretado mal o+rc dale ao confundir segredo com a mod0stiaJ

A+ pergunta 0! %uem possui os meios e 0 bastante desumano para cometer tais maldadesJ+l0m do pr-prio lorde No*leD, s- avia um omem %ue reunisse esses re%uisitos.A uval, respondeu : a&i.AEu tamb0m acredito.AOalarei com sua gente.+ palavra "falar(, tal e como ambos sabiam, era um eufemismo %ue englobava uma grande

variedade de atividades.7laro %ue lorde No*leD sabia %ue : a&i não necessitava %ue l e especificasse nada. <

visconde se limitou a acrescentar!AE %uanto a esse idiota do 7arsington... A escreveu@l e de forma sucinta o %uarto fil o do

conde de 4árgate. A Estará em :i&a aman ã. )uero@o fora do $ogo.

)uarta@feira, Y de abril

;upert c egou ao domic'lio da vi va ao aman ecer tal como l e tin a ordenado.escobriu %ue via$ariam com s0%uito. +parentemente, os covardes de seus criados $á tin am

retornado a casa %uando ela voltou noite anteriorG todos salvo + mad. E a sen ora /embroketin a decidido %ue deviam acompan á@la a :i&a.

;upert levou um tempo para digerir essa not'cia por%ue estava tentando digerir seu tra$e.?in a abandonado a seda negra por um disfarce! uma $a%ueta castan a debruada de ouro e

umas calças bombac as de a&ul bril ante. E um turbante. Oaria@se passar por um omem, por seuint0rprete malt s, disse@l e.

Não se parecia em nada a um omem, malt s ou de %ual%uer outra nacionalidade. #ua visãodespertava na cabeça de ;upert imagens de ar0ns, concubinas e bailarinas. E nessespensamentos a roupa, fora da 'ndole %ue fosse, não tin a um papel predominante.

;ecordou a surpresa %ue tin a sentido ao a$udá@la a desmontar do burro! era mais magra do%ue tin a esperado, embora bastante voluptuosa.

)uase podia senti@la ainda! sua estreita cintura... a curva dos %uadris ali onde sua mão tin adescansado... Lm calor con ecido, %ue não tin a nada %ue ver com a temperatura da man ã,assentou@se em sua entre perna. 7omo conse%I ncia, levou@l e longo momento %ue sua mentese concentrasse na missão %ue o aguardava.

< rid'culo turbante não a$udava. < ob$eto l e rogava %ue o desenrolasse, fa&endo@a girar egirar como um pião at0 %ue começasse a rir e a en$oar@se... 4omento em %ue ele a levantaria e...

4as não podia fa& @lo. +inda não. #e apressasse muito as coisas e pun a a boca ou as mãosonde ela acreditava %ue não pertenciam, mandaria@o de volta com o #alt. +cabaria no deserto,fiscali&ando os nativos en%uanto removiam areia e pedras. #eria lorde No*civo %uem desfrutaria

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da busca com ela e %uem lutaria com gente de má reputação, a bem seguro francesa, en%uantoele morria de aborrecimento.

+o imaginar as mãos de No*civo ao redor de sua cintura, os impulsos lascivos de ;upertdesapareceram.

<l ou com ceticismo os covardes dos criados. 4anteve uma e*pressão s0ria e adotou omesmo tom de vo& desden oso %ue utili&ava seu pai em tais ocasi es para di&er!

AEu gostaria de saber, sen ora, o %ue acredita %ue possa fa&er este grupo, salvo nos

obse%uiar com uma bela imagem de suas costas ao menor sinal de perigo.ANão podemos via$ar sem escolta, replicou ela. A Não s- não 0 respeitável, tampouco 0seguro. E não temos tempo de ir ao *ei%ue local para %ue envie a algu0m.

Esperar a %ue o *ei%ue l es enviasse criados, levaria uma eternidade. Embora ;upert %uasenão entendesse uma palavra de árabe, sim sabia %ue frases tais como "7orre depressa(, "Nãopodemos perder um minuto( ou "+gora mesmo( não se encontravam no vocabulário da área.

Em resumo, teria %ue arrumar@se com o %ue tin a diante.AMeena ,disse, ten a a amabilidade de di&er a esta boa gente %ue ningu0m sairá fugindo o$e.

iga@l es %ue não importa %uão grande se$a a ameaça, por%ue não será nem a metade de tem'veldo %ue eu l es farei se abandonarem sua sen ora. A/roveu uma breve e colorida descrição do%ue l es faria, descrição %ue acompan ou com gestos.

Meena se apressou a tradu&ir.A7omo se fosse servir de algo, disse ;upert entre dentes, primeiro teria %ue apan á@los, nãoJANão fugirão, assegurou a sen ora /embroke.>irou@se de novo para ela e o semblante s0rio veio abai*o ao ver esse estran o rosto com

forma de coração, %ue não acabava de encai*ar com o turbante.ANão o farãoJ A/erguntou, sorrindo a seu pesar.A7orreu@se o rumor de %ue 0 voc um g nio, e*plicou. A Uadid $á l es contou o %ue fe&

ontem e a façan a foi e*agerada at0 e*tremos insuspeitados.ABem, disse ;upert. A 6sso me evitará o incCmodo de ter %ue escol er um para fa&er uma

demonstração.

Lm momento depois, com as mãos nos %uadris e de p0 sobre dois enormes blocos de pedracu$a separação o obrigava a separar essas longas e musculosas pernas, o omem %ue tin alevado afne at0 :i&a sem um murm rio de protesto contemplava a pirFmide do efr0n.

/ouco a pouco, o sen or 7arsington tin a ido desfa&endo@se das luvas, do c ap0u, da gravatae da $a%ueta. Nesse instante, com seu escasso tra$e e resplandecente sob o sol, parecia umcolosso de bron&e.

afne mal prestava atenção pirFmide, uma das maravil as do mundo. )uão nico via era oomem e, o %ue era pior, uma %uantidade desproporcionada de sua pessoa! a camisa se apertavaaos largos ombros e o leve tecido resultava %uase transparente contralu&, de modo %ue revelavaos contornos dos m sculos das costas e os braços.

;eportava@l e certo consolo saber %ue não era a nica %ue o observava. #eus criados l elançavam fre%Ientes e temerosos ol ares.

<s omens %ue pululavam pelas pirFmides para a$udar os visitantes a subir ao topo ou a entrarem seu interior tamb0m o contemplavam de uma distFncia respeitosa.

E ela bem poderia ter sido sua sombra. <s guias apenas l e prestaram atenção e nãopareciam interessados em saber %uem ou o %ue era.

?odos o sentiam! o magnetismo dessa alta figura, o perigo %ue fa&ia crepitar o ar a seu redor.?odos compreendiam %ue uma força imprevis'vel e incontrolável se encontrava entre eles.

afne a avia sentido inclusive antes de v @lo, %uando o omem não era mais %ue uma escurasil ueta na penumbra da masmorra.

AR grande, disse o sen or 7arsington afinal.A#im, 0, conveio ela. A #upon o %ue %uererá subir ao topo. A<s omens eram incapa&es de

resistir.A e momento não, respondeu. #e subir ao topo, s- será uma escada prodigiosamente longa.

Não, de momento a prefiro assim! imensa e impressionante. A>irou@se para ol á@la. A + menos30

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A#abe tudo a respeito deste lugar, disse. A Esteve brincando conosco, fa&endo perguntasabsurdas a respeito de onde estava :i&a e o %ue era.

Ele se limitou a sorrir e a desviar o ol ar para o grupo de guias.ANão gosto de uma longa escalada sob o sol abrasador, comentou. A 4as morro por dar uma

ol ada ao %ue á dentro. Eu gostaria de ver com meus pr-prios ol os o %ue tem de estran o essaid0ia.

A#en or 7arsington... A7omeçou. )ueria uma e*plicação. 4as o omem $á tin a c amado a

atenção de um guia, a %uem fe& um gesto para %ue se apro*imasse. < omem se apressou areunir@se com eles. < sen or 7arsington apontou por volta da entrada %ue Bel&oni tin adescoberto tr s anos atrás e %ue nesse momento era um retFngulo negro na cara norte dapirFmide.

< guia c amou outro, e ambos os condu&iram atrav0s do camin o aberto entre os escombros%ue durante tantos s0culos tin am oculto a entrada.

afne sabia %ue tin a %ue guardar forças para o %ue se avi&in ava. ;ecordou@se %ue o estavafa&endo pelo bem de 4iles, %ue o amava muit'ssimo e %ue faria algo para t @lo de volta são esalvo. isse@se %ue o %ue sentia nesses estreitos passadiços era algo irracional, simples emoção.Ela era um ser racional. ?ão somente tin a %ue concentrar@se nos fatos.

< passadiço de entrada tin a 1, X metros de altura, ao redor de 1 metro de largura e V1,8metros de comprimento e descia em um Fngulo de Z graus, informou@l e a sen ora /embroke.

/ara ;upert não foi muito dif'cil estimar a altura e o largura, o tin a feito de forma automáticaao entrar e podia calcular o Fngulo de descida inclusive en%uanto contemplava o acidentadobalanço de seu formoso traseiro en%uanto o precedia.

7ontemplar esse traseiro não era uma façan a insignificante se tivesse em conta %ue deviacamin ar %uase dobrado pela metade sobre uma superf'cie irregular e apoiar as mãos nasparedes para guardar o e%uil'brio e fa&er uma id0ia das dimens es dos passadiços.e %ual%uer maneira, a visão do traseiro da dama não era tão clara como teria gostado. +stoc as dos guias lutavam em vão contra a escuridão %ue reinava.

?in am percorrido uns %uin&e metros %uando a sen ora /embroke informou das dimens es.AEntão %ue o mediu, comentou ele.A7itei os cálculos do sen or Bel&oni, esclareceu. A Encontrou o bloco levadiço ao final deste

passadiço. Há pode imaginar %uão dificultoso 0 levantar neste espaço tão redu&ido um bloco degranito %uase tão alto como voc , de 1,[ metros de largura e Y8 cent'metros de grossura.

+pesar de ;upert saber como se podia obter, dei*ou %ue l e e*plicasse a forma em %ueBel&oni tin a analisado e resolvido o problema mediante um ponto de apoio e uma s0rie dealavancas, ao mesmo tempo em %ue foram colocando pedras no espaço para sustentar o bloco%ue foi elevado cent'metro a cent'metro.

)uando c egaram ao bloco levadiço, ;upert não teve %ue fingir admiração. Mevantá@lo em tãoredu&ido espaço não era tarefa f til. eteve@se e percorreu com as mãos a borda da abertura,assim como a parte bai*a da pedra.

+to seguido se escondeu para passar por debai*o e avançou alguns passos at0 %ue ela sedeteve e se virou para ol á@lo.

A+gora temos %ue descer pelo passadiço vertical at0 o seguinte n'vel, e*plicou. A Bel&oniutili&ou uma corda e depois empil ou pedras a um lado, mas recentemente algu0m trou*e umaescada e a dei*ou.

A4uito mais civili&ado, comentou ;upert. /ercebeu um buraco sobre sua cabeça en%uantocontemplava a elegFncia com %ue se virava a dama apesar de %ue tamb0m se via obrigada acamin ar agac ada.

Bai*aram ao seguinte passadiço da maneira civili&ada, percorreram outro, depois voltaram a32

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subir e por ltimo avançaram em lin a reta. < camin o se ia fa&endo cada ve& mais fácil. <passadiço era bastante alto para permitir %ue a sen ora /embroke camin asse erguida, emboraele devesse seguir com a cabeça encurvada.

+o final c egaram cFmara central, onde pCde erguer@se sem problemas. < Fngulo do altoteto da sala, constru'do a duas águas, imitava o da pirFmide.

<s guias permaneceram $unto porta com as toc as em alto. Na parede sul, umas enormesletras 2s'mbolos romanos em toda regra, não as curvas e ganc os de ferro árabes nem as

pitorescas figurin as dos ier-glifos3 di&iam! "#coperta dá #. Bel&oni mar. 1818(.A" escoberta pelo signor Bel&oni( A?radu&iu a sen ora /embroke, apesar de %ue inclusive;upert podia dedu&ir seu significado.A < sarc-fago da pirFmide de eops se elevava sobre oc ão Acontinuou ela, %ue se apro*imou da parede ocidental da estadia.A 4as a%ui, como podever, está encravado na terra.

Não era fácil de ver. + escuridão era tão densa %ue %uase se podia apalpar. +s toc as poucopodiam fa&er contra ela.

;upert dei*ou vagar o ol ar pelo lugar.A?antos segredos... Adisse.#abia muito pouco do +ntigo Egito salvo o %ue recordava das obras de gregos e romanos.

Estava o via$ante da +ntiga a :r0cia, =er-doto, cu$as =ist-rias eram um amálgama de fatos reais,cifras e mitos.

AEsta tumba poderia guardar seus segredos durante toda a eternidade, comentou ela. A Nãoá ier-glifos. Entende agora por %ue 0 tão desconcertante a decisão de 4iles de vir a%uiJ +l0mdisso, o papiro supostamente procede de ?ebas... %ue está a centenas de %uilCmetros dedistFncia, em terreno montan oso.

;upert estudou o espaço va&io entre as pedras de granito %ue rodeavam o sarc-fago. < %ueteria avido aliJ /erguntou@se. Lma esfingeJ Lma arca c eia de tesourosJ +caso outra pedraJ

A#upostamente, repetiu ele, podemos ter a certe&a de algo no referente ao papiroJANão ten o d vida de %ue 0 muito antigo, respondeu ela. A emoraram@se vários dias em

desenrolá@lo. + pessoa não pode dei*ar@se levar pela impaci ncia com algo assim, a menos %ue%ueira acabar com um montão de pedaços calcinados... e doente por causa da inalação de gásclor'drico.

Oalava depressa, com um tom de vo& um pouco mais agudo do abitual.Embora ten a estado falando assim desde %ue entraram na pirFmide, percebeu ;upert. #uaconversa resultava e*cessiva.

Mevantou a vista do desconcertante sarc-fago. +parentemente tamb0m ela o estavacontemplando. Não podia estar seguro. Era dif'cil ver sua e*pressão sob a t nue e tr mula lu&.

AEncontra@se bemJ A/erguntou@l e.A#im, 0 claro A;espondeu ela.ANem todo mundo estaria, disse ele. A =á %uem sinta uma aversão doentia pelos espaços

fec ados.

AR uma reação irracional %ue se deve superar se %uiser aprender algo, declarou ela. AE*ploraremos as tumbas de ?ebas. 7ont m ier-glifos. Esse foi o motivo primitivo de %uevi0ssemos ao Egito! para estudar os ier-glifos dos templos e das tumbas dos fara-s. /aracomparar nomes. 7on ecemos os s'mbolos %ue formam o nome de 7le-patra. edu&imos outrosnomes da reale&a. #e tiv0ssemos suficientes fara-s para comparar, poder'amos dedu&ir oalfabeto.

/lural. ;upert percebeu o uso do plural. Nada dele( nem de "4iles(.A/or agora, preferiria muito não estar a%ui, con$eturou ;upert.ANão teria me importado muito se não tivesse suposto uma perda de tempo, disse. A Não á

nada. Ooi um engano est pido. everia ter feito caso a lorde No*leD. /oderia estar interrogandooutras pessoas no 7airo. < %ue esperava averiguar contemplando um monte de pedrasJ

< agudo tom de sua vo& se suavi&ou at0 ad%uirir um %ue de desespero.;upert se ergueu e camin ou para ela en%uanto tentava imaginar %ual%uer estupide& %ue

pudesse irritá@la e assim l e levantar o Fnimo.as v'sceras da pirFmide l es c egou um c iado aterrador.ANão A;ugiu ;upert ao mesmo tempo em %ue virava para a porta.

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4uito tarde.7onseguiu ver uma ltima e breve imagem da lu& %ue batia em rápida retirada com os guias.

epois nada. + escuridão os engoliu por completo.

7ap'tulo [

ANão desmaie, advertiu ;upert em vo& bai*a. A Não ve$o nada, assim não poderia recol @lae uma comoção poderia supor um problema.

ANão se$a rid'culo, replicou ela. A Eu nunca desmaio.#e sua vo& não tivesse sido um pouco mais aguda %ue o normal, talve& tivesse acreditado %ue

se encontrava mais tran%Iila. 4as estava aprendendo a recon ecer as mudanças em seu tom devo& e $á percebeu de sua propensão a ocultar coisas. #eu corpo, por e*emplo. E isso não era tudo.

Há se ocuparia dos restantes segredos assim %ue sa'ssem do apuro no %ue se encontravamnesse momento.

ANão se mova e siga falando, mas em vo& bai*a, ordenou. Estava atento. ?in am dei*ado deouvir os passos dos guias. No e*terior da cFmara reinava o sil ncio. Não se confiava nessesil ncio. Estava seguro de %ue ali avia algu0m.

/or agora tin a %ue orientar@se. + escuridão era impenetrável. Hamais tin a e*perimentadonada semel ante.

ANão desmaiarei, assegurou ela. A Embora deva admitir %ue nossa situação atual nãoprop'cia uma boa disposição de Fnimo.

;upert avançou com supremo cuidado e muito devagar para ela. Não %ueria tropeçar com umadas pedras %ue os antigos ladr es de tumbas tin am arrancado do c ão nem cair em algum dosespaços %ue tin am dei*ado as pedras. Lma perna %uebrada ou um crFnio fraturado não s-redu&iriam seu avanço, mas sim diminuiriam sua capacidade para partir a cabeça dos bandidos.

A+s circunstFncias dei*am muito de ser prop'cias, continuou ela com o mesmo tom agudo epedante. A <uvimos um grito sobrenatural. <s guias fogem imediatamente e levam a nica fontede lu&. < %ue nos dei*a nas doces mãos de %uem %uer %ue ten a causado o grito.

+ vo& da sen ora /embroke se escutava muito perto. ;upert estendeu a mão e a desli&ou poruma curva coberta de tecido.

Ela ficou r'gida e emitiu um brusco ofego antes de aferrá@lo com seus g0lidos dedos e l eafastar a mão.

ANão ve$o min a mão a um palmo do rosto, disse ela, mas voc não tem problema algum paralocali&ar meu seio.

AR a' onde pus a mãoJ A/erguntou. A /e%uena sorte a min a A )ue busto maise*traordinário pensou.

A)uando sairmos desta, disse a dama, se 0 %ue o faremos, darei@l e um pu*ão de orel as.A#airemos desta, assegurou.ANão dei*o de dar voltas ao bloco levadiço, prosseguiu a sen ora /embroke.A #e retirarem as pedras %ue o mant m acima, ficaremos presos.A6sso re%uereria muito esforço, ob$etou ele. A #eria mais fácil aguardar na escuridão e nos

apun alar ou disparar em n-s %uando nos apro*imarmos o suficiente.ANão tin a pensado nisso, recon eceu ela. A Estava preocupada ante a id0ia de %ue me

enterrassem viva. 7om voc . Não %uero nem imaginar do %ue poder'amos falar en%uantomorremos lentamente de fome e de sede.

AOalarJ A6n%uiriu ;upert. A R isso o %ue %uer fa&er em suas ltimas orasJ )ue curioso.>en a, de@me a mão. /arece %ue no momento ningu0m tem muita pressa por nos cortar agarganta. +credito %ue podemos nos arriscar a seguir.

A<nde está sua mãoJ A/erguntou ela./rodu&iram@se outros %uantos to%ues nos %uais ;upert descobriu o outro seio, arrancando da

mul er outro brusco ofego e um murm rio pouco adulador, mas ao final conseguiu segurar aesbelta mão feminina. Encai*avam a perfeição. ;upert recuperou parte de seu bom umor e notou

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%ue seu coração começava a pulsar mais depressa.A?em a mão %uente, disse ela a modo de recriminação. A +caso não á nada %ue o assusteJ;upert tin a começado a avançar para o lugar onde acreditava %ue se encontrava a entrada.A6sto não, afirmou. A Estou armado, como bem sabe, e 0 bastante simples encontrar a sa'da.A;esultaria simples se pud0ssemos ver onde por os p0s, replicou a sen ora /embroke.En%uanto procurava apalpar com sua mão livre, ;upert descobriu a ombreira da porta.AE se não puderJ A/erguntou.

A4e ocorre uma d &ia de formas diferentes nas %ue poder'amos morrer, respondeu ela. A7om ou sem a a$uda dos bandidos.

afne sabia %ue estava tagarelando de forma incoerente, mas falar a a$udava a controlar suasemoç es.

+t0 esse momento se permitiu albergar a min scula esperança de %ue a preocupação %uesentia por seu irmão fosse tão infundada como l e tin am assegurado todos os omens no 7airo./ermitiu@se albergar a esperança, apesar de %ue a l-gica não a sustentava, de %ue 4iles não seencontrava em problemas e de %ue ou + mad tin a mentido ou tin a interpretado mal o %ue tin aocorrido no 7airo copto.

< grito e a brusca fuga dos guias não l e pareciam uma simples coincid ncia e essa pe%uenae tola esperança estavam dando suas ltimas baforadas de fClego.

E essa era a ra&ão de %ue tagarelasse sem cessar.A< camin o %ue seguimos para vir at0 a%ui 0 um dos dois %ue á para entrar na pirFmide,

disse. A =á outro %ue transcorre em paralelo e por debai*o do passadiço pelo %ual entramos e%ue condu& a um passadiço descendente. Este ltimo se conecta com o superior atrav0s de umpassadiço vertical. Embora a entrada inferior segue blo%ueada.

A+ssim s- á uma maneira de sair, disse ele.A#im, mas 0 fácil se perder. +ssegurou. A /oder'amos acabar no passadiço e%uivocado. <

inferior tamb0m conecta com um passadiço vertical e uma cFmara lateral, se não recordo mal. @Não estava segura. < pFnico %ue estava combatendo l e confundia a mente. Não podia recordarcom claridade o plano de Bel&oni. e %ual%uer forma, não pensava permitir %ue o sen or7arsington soubesse o estado em %ue se encontrava. e modo %ue continuou com serenidade!evo entender %ue conta com um sentido da orientação infal'velJ

AEfetivamente, respondeu ele, o supremo mac o arrogante.A+legra@me ouvi@lo, disse, por%ue resultaria bastante fácil, em uma escuridão tão impenetrável

como esta, desorientar@se e começar a vagar por este escasso n mero de passadiços durantetoda a eternidade. <u cair em um passadiço vertical.

A#e não %uiser desorientar@se, recomendo@l e %ue se manten a perto de mim, disse o sen or7arsington.

A?amb0m devo l e recordar, prosseguiu afne, irritada, %ue, inclusive no caso de %ue não

soframos nen um desses contratempos, 0 poss'vel %ue uns bandidos blo%ueiem a nica sa'da.epois de tudo, s- teriam %ue tampar um pe%ueno espaço! 1, X metros de altura por 1,1 metrosde largura. /oderiam fa&er rodar algumas pedras grandes pelo passadiço sem muita dificuldade.

A á@me a impressão de %ue os guias se dariam conta se algu0m começasse a condu&irgrandes pedras at0 a entrada da pirFmide, disse ele. A E 0 de esperar %ue se opon amfirmemente %ue %ual%uer um tente blo%uear a passagem. ;ecorde %ue guiar os via$antes nasvisitas s pirFmides 0 seu meio de vida.

#im, sim, 0 claro. /or %ue não l e tin a ocorrido issoJ/or%ue estava vivendo um de seus piores pesadelos! ficar presa em um lugar sufocante imersa

na mais absoluta escuridão. < pFnico tin a conseguido abafar a ra&ão e a l-gica.Estava perdida e seguia s cegas, obstinada a sua mão en%uanto avançavam com lentidão,

mas sem maiores obstáculos, primeiro pelo passadiço ori&ontal mais alto e depois pelo passadiçoinclinado mais bai*o. +li teve %ue l e soltar a mão e andar as apalpadelas por detrás dele.

#abia %ue não podia seguir segurando@se a sua mão en%uanto seguiam pelo pe%ueno t nel.Lma parte de sua mente, a pe%uena parte %ue ainda funcionava, compreendia essa necessidade.4as a outra se encontrava muito imersa no caos para compreender nada, de modo %ue %uando

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l e soltou a mão, sentiu@se miserável, perdida e so&in a.En%uanto se di&ia %ue devia dei*ar de comportar@se como uma menina, seguiu@o tão de perto

%uanto foi poss'vel, prestando atenção ao som de seus passos en%uanto desli&ava as mãos pelasparedes do passadiço. epois do %ue l e pareceu uma eternidade, apesar de saber %ue nãoteriam avançado muita distFncia, ele $ogou a mão para trás e roçou a parte dianteira de seuturbante.

A+credito %ue c egamos ao passadiço vertical, disse em vo& bai*a. A +o menos á espaço

para %ue voc fi%ue de p0. e %ual%uer forma espere a%ui um momento en%uanto procuro aescada.

<utra longa espera. afne escutou um sussurro, seguido da familiar vo& rouca do omem,muito grave para compreend @lo. + seguir e em um tom mais alto, o sen or 7arsingtonacrescentou!

A#erá mel or %ue dei*e %ue a leve.A+caso os bandidos %uebraram a escadaJ A/erguntou.ANão. <nde diabos estáJ A#ua vo& soava tensa e distante. Lma de suas mãos a agarrou no

antebraço e a outra no %uadril. A 4aldição, onde tem a cinturaJEmbora o interior da pirFmide distasse muito de estar fresco, afne era consciente de um tipo

de calor muito diferente ali onde ele a tocava e tamb0m de uma força a %ue essa parte infantil de simesma %ueria aferrar@se. ;etrocedeu um passo.

A/osso subir a escada sem a$uda, assegurou. A + desci so&in a, não 0 certoJA7omo %uiser, min a sen ora. ?ente não pisar nos corpos.A7orpos A;epetiu ela.A#ão umanos, não estão mortos á muito tempo e tem a possibilidade de %ue ca'ram ou os

ten am $ogado sobre o monte de pedras %ue á $unto escada, assinalou ele.A#anto c0u AE*clamou afne.ANão desmaie, advertiu. A<s afastei do camin o todo o poss'vel, mas o espaço 0 limitado.

#e conseguisse ergue@la at0 o terceiro degrau, não teria %ue apro*imar@se deles.afne reprimiu um estremecimento. #e viesse abai*o, não demoraria em tornar a tremer deforma descontrolada.

A4uito bem, disse. 4ediu na escuridão, no lugar onde supun a %ue se encontraria seu ombro.Encontrou@o, %uente e duro como uma roc a. ?ão somente o fino lin o da camisa se interpun aentre a palma de sua mão e a pele do omem. Lma voragem de emoç es inomináveis cobrou vidaem seu interiorG uma premente, aguda e penetrante lembrança de sua $uventude e de dese$os nãode tudo es%uecidos.

<brigou@se a e*pulsar essas emoç es e se apressou a desli&ar a palma ao longo de seu braçopara c egar mão. epois a agarrou e a levou a cintura.

A+%ui estou, disse sem fClego.uas enormes mãos l e rodearam a cintura.A)ue diabos 0 istoJ A/erguntou ele.A4in a cintura A;espondeu afne.A;efiro@me fai*a %ue enrolou ao redor. 7olocou@l e pedrasJ A+palpou um lugar pr-*imo a

seu %uadril es%uerda.A#e c ama i&am AE*plicou ela.A#im, mas o %ue 0JALm lenço %ue rodeia a cintura, respondeu afne. A 4uito til para levar coisas. 7omo

min as facas.A?em a menor id0ia de como utili&á@lasJ A)uis saber o sen or 7arsington.A#ei %ue se agarram pelo cabo e %ue o e*tremo afiado 0 o %ue terá %ue cravar, sussurrou ela

com impaci ncia. A )ue mais terá %ue saberJA)ue 0 mel or segurá@las de maneira %ue o e*tremo afiado fi%ue para cima e não para bai*o,

respondeu ele. A +ssim se tem mais controle e se aponta mel or.A+ ... Adisse afne. A #im, compreendo.

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as águas da pai*ão e o desconcerto e por um momento dese$ou com desespero estar em %ual%ueroutra parte, a salvo e limpa, com seu irmão.

?amb0m era consciente de outro impulso mais perigoso, um %ue não %ueria e*aminar comatenção. +s duas sensaç es se misturavam e a nica coisa %ue compreendia era %ue estavacansada e confusa e %ue se sentia imensamente desventurada. 6nclinou a cabeça e a inclinou parao omem %ue não era seu irmão, %ue nem se%uer era um amigo 'ntimo deste, at0 %ue l e tocou opeito com o turbante. Ele a agarrou pelos ombros.

ANada de desmaios, ordenou. A Nem de lágrimas.afne levantou a cabeça com rapide&.ANão estava c orando, assegurou.A\+ AE*clamou ele. A +caso me ac ava irresist'velJ #into muito. A?entou estreitá@la de

novo contra seu peito.

afne escapou das mãos %ue l e seguravam os ombros e se afastou tanto %uanto foi poss'velna%uele redu&ido espaço.

A>oc 0 imposs'vel, disse.A#e não estava desmaiando, c orando nem tomando liberdades comigo, o %ue 0 o %ue estava

fa&endoJ A)uis saber.A#ucumbia ao desespero, respondeu ela. Era bastante certo, embora não toda a verdade. A

4as foi s- momentFneo. Há estou recuperada por completo. /omo@nos em marc a ou devo obrigá@lo a se mover na ponta da facaJ

A#erá mel or %ue a dei*e onde está no momento, respondeu ele. A Não %uero %ue me matepor acidente.

A#e l e cravar a faca e o matar, replicou afne, não será por acidente.

/ara falar a verdade, nem a sen ora /embroke nem nen uma outra pessoa tentou assassiná@lo ou l e causar problemas en%uanto sa'am. ;upert emergiu ileso com ela lu& do dia.

+ seguir se produ&iu uma s0rie de acontecimentos com os %uais estava mais %ue familiari&ado!foram rodeados por um numeroso grupo de omens e, face aos furiosos protestos da sen ora/embroke no %ue pareceram cinco idiomas, prenderam@nos.

/ara : a&i, %ue se encontrava entre os espectadores %ue contemplavam a cena, pareceu@l egracioso %ue a pirFmide de efr0n, %ue não tin a albergado um corpo durante mil ares de anos,nesse momento desse proteção a dois.

+ pol'cia encontrou os dois guias com o pescoço cortado sobre o monte de pedras %ue avia $unto escada. 6sso foi %uão nico encontraram. Não conseguiram descobrir %uem tin a gritado.Nen um dos presentes tin a ouvido nem visto nada.

E tudo por%ue se agruparam para escutar ensimesmados a narração de um cairota sobre og nio maligno %ue vivia no tel ado de seu vi&in o e %ue aprontava com os transeuntes.< cairota era um dos omens de : a&i.?amb0m tin a enviado outro pol'cia do distrito com o conto de %ue um ingl s louco, o mesmo

%ue tentou assassinar um soldado dias atrás, estava criando dificuldades na pirFmide de efr0n. <verdugo tin a sido bem provido de din eiro para inspirar pol'cia a agir com rapide&.

: a&i tin a tido %ue improvisar, e rápido, por%ue as coisas não tin am sa'do segundo osplanos.

ois de seus omens se ocultaram na pirFmide de efr0n $usto antes do aman ecer. ?in amestado esperando o ingl s para assim propiciar %ue sofresse um acidente.

Ningu0m contava %ue a mul er o acompan asse./or sorte, : a&i não tin a enviado dois est pidos pirFmide. #eus omens sabiam %ue a

inglesa era muito importante para lorde No*leD, o omem a %uem con eciam como o emCnioourado. #abiam %ue não deviam l e fa&er dano. E tamb0m compreenderam algo %ue um

est pido não teria feito, %ue seria pouco inteligente mac ucar o ingl s en%uanto ela andasse perto.?eria montado um escFndalo, parecido ao %ue estava montando nesse momento, o %ue teria

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obrigado o cCnsul geral ingl s a montar outro. 6sso teria incomodado 4o amed +l'. E %uando o;a$á se incomodava, as pessoas e suas cabeças tomavam camin os diferentes. Em ocasi esesse fato ia precedido de um pouco de tortura. e ve& em %uando, algum outro estripamento.

Em conse%I ncia, os omens de : a&i tin am reali&ado um novo e*ame da situação edecidiram por matar os guias. Ningu0m montaria um escFndalo por um par de camponeseseg'pcios mortos. 4as os rumores sobre o incidente se estenderiam com a rapide& do fogo e outroseg'pcios acabariam por entender %ue resultava mais saudável manter@se longe da dama inglesa e

de tudo o %ue tin a %ue ver com ela.6sto, decidiu : a&i, resultava mais satisfat-rio. + mul er não teria mais rem0dio %ue recorrer a#ua E*cel ncia. En%uanto isso, ele aguardaria com impaci ncia outra oportunidade para afastar otal 7arsington do camin o de seu sen or.

Nesse mesmo momento, em Bula%, o porto do 7airo, o criado de 4iles +rc dale, + mad,solicitava trabal o em uma das embarcaç es mais elegantes do Nilo. )uase tão famosa como afal a do ra$á, o 4emnon era propriedade de um estrangeiro %ue levava vivendo vários anos noEgito.

< capitão observou o rosto mac ucado de + mad durante um bom momento.ALm lutadorJ A/erguntou ao final.A?ive problemas com alguns soldados, respondeu + mad. Era bastante certo, embora não a

causa de suas feridas. <s soldados %ueriam l e criar problemas, embora fosse o alto ingl s %ueinterveio com tanta valentia %uem levasse a pior parte. < ingl s tin a sido muito bom com + made este dese$ava poder recompensá@lo de algum $eito. Não obstante, no momento o nico %ue podiafa&er era fugir.

No dia anterior, %uando c egaram os falsos policiais, tin a recon ecido uma das vo&es.?ratava@se da vo& de um dos omens %ue tin am raptado seu sen or um dia antes. Ooi nessemomento %uando + mad recordou %ue tin am estado procurando um papiro entre os pertences dosen or e %ue se aviam posto furiosos %uando não o encontraram. ?in am@l e dado uma surra e otin am dei*ado por morto por%ue não l es disse onde se encontrava. Oariam o mesmo se oouvesse dito. )ueriam@no morto. Era a nica testemun a do se%Iestro. Mogo %ue descobrissem%ue não o tin am matado, perseguiriam@no... e %ual%uer um %ue tentasse proteg @lo sofreria asconse%I ncias.

?in a %ue sair do 7airo.4as não tin a din eiro e não se atrevia a pedir a$uda a seus familiares nem a seus amigos.+ssim, tin a acudido a Bula% a fim de arrolar@se em um navio, em um %ue pudesse levá@lo

longe do 7airo tão rápido %uanto fosse poss'vel.Esse parecia encai*ar com suas necessidades.A/recisamos de lutadores, disse o capitão. A +lguns bandidos mant m se%Iestrado um

ingl s. >amos procurá@lo. 4eu sen or, o dono deste navio, ordenou@nos %ue este$amos preparadospara navegar aman ã alvorada. R um trabal o perigoso e se necessitam omens cu$o valor iguale sua destre&a.

< coração de + mad deu um ba%ue de felicidade. +gradeceu em sil ncio ao 7riador essaoportunidade de a$udar seu sen or. isse ao capitão %ue falava ingl s e um pouco de franc s e%ue $á tin a atendido a via$antes ingleses com anteced ncia, de modo %ue con ecia seuscostumes. #abia como barbeá@los, vesti@los, co&in ar e costurar para eles.

A/or desgraça, não ten o cartas de refer ncia, disse + mad. A <s soldados destru'ram todosmeus pertences.

< capitão sorriu.A)ual%uer um pode falsificar uma carta, disse. A 4eu sen or $ulga os outros por seus atos.

Oa&@o bem e irá bem. Oa&@o mau e será fatal.E dessa forma, sem pretender, + mad entrou em serviço do emCnio ourado.

+ pol'cia escoltou ;upert e sen ora /embroke at0 uma prisão militar do 7airo e $á estavabem avançada tarde do dia seguinte %uando o sen or Beec eD conseguiu %ue os liberassem.Então a sen ora /embroke se encontrava em um estado de f ria assassina, por isso ;upert tin atido %ue segurá@la com força, pelo braço en%uanto abandonavam a prisão para impedir %ue ferisse

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algum membro, se não a vários, da pol'cia.< tin am desarmado ao capturá@lo, mas a ela nem se%uer a tin am registrado. epois de

descobrir %uase imediatamente %ue seu suposto tradutor malt s era na realidade uma tradutora,tin am assumido de forma est pida %ue era inofensiva. 4antiveram@na separada de seupresumido c mplice mais por ra& es de decoro %ue por medo de %ue os dois "suspeitos( unissemsuas forças.

/ara assegurar@se de %ue a pol'cia seguisse em sua ignorFncia, ;upert a tirou

apressadamente do lugar e assobiou para conseguir um meio de transporte. ois arrieros seapro*imaram com seus burros a toda velocidade. ;upert a levantou do c ão e a plantou sobre umdos burros antes de encarapitar@se com preste&a ao outro.

Ela o fulminou com o ol ar, mas deu aos condutores a direção e se colocaram em marc a, osomens correndo adiante e os burros trotando atrás atrav0s das concorridas ruas.

<s criados da dama, por surpreendente %ue parecesse não tin am fugido %uando a pol'ciaapareceu nas pirFmides, tin am retornado ao 7airo depois de %ue os prendessem. )uando asen ora c egou a casa, entraram em ação imediatamente. Lma bande$a com caf0 rec0m feito ecomida não inglesa apareceu menos de um %uarto de ora depois de sua c egada.

+ sen ora /embroke contemplou a comida com desagrado antes de tirar o turbante e $ogá@lono c ão.

A7omportei@me como uma est pida A:ritou. A #e tivesse feito caso a lorde No*leD, nadadisto teria ocorrido. 4as não, tive %ue ir a :i&a para perder tempo com um recon ecidobagunceiro. #e algu0m tivesse tido a bondade de me informar a %uantidade de ve&es %ue oprenderam, teria dei*ado %ue apodrecesse na masmorra +l0m disso, a estas alturas $á poderia terencontrado a 4iles, em lugar de ter desperdiçado mais de um dia

< cabelo l e caiu sobre os ombros. Era abundante e ondulado, e resplandecia como pedraspreciosas vermel as nas %uais a lu& ficou presa. ;ubis e granadas.

E seus ol os eram como... Não, não eram como esmeraldas. ?in am um verde diferente.;upert se dei*ou cair sobre o divã e contemplou os diferentes alimentos %ue avia nos pratos.A>oc me fe& acreditar %ue No*civo dese$ava %ue ficasse tran%Iila em casa en%uanto ele

passeava pelo 7airo interrogando seus amigos. Essa disposição não parecia l e fa&er muitagraça.

AEssa não 0 a %uestão + %uestão 0... A+ dama fe& uma pausa e $ogou uma ol ada sala.#eu ol ar se deteve nos eg'pcios de madeira %ue a contemplavam em silencio de seu lugar naestante. A ?eria ficado louca se tivesse ficado em casa esperando, disse sem mais.

AEm troca foi a :i&a e retornou com uma imagem mais clara de seu inimigo, disse ;upert.< verde ol ar da mul er parou sobre ele.

A#eriamenteJAR claro, assegurou ;upert. A Neste momento está um pouco alterada, de outra maneira sedaria conta do muito %ue tem descoberto.

Ela se apro*imou do divã. #eu e*traordinário rosto mostrava uma e*pressão cautelosa.A7omo o %ueJA6nclusive eu consegui algumas pistas, disse ele. Mevantou o polegar @ /rimeiro, não estamos

lidando com patifes de segunda e sim com uma organi&ação. AMevantou o indicador @ #egundo, oomem ao cargo 0 inteligente! o se%Iestro, o roubo do papiro e os sucedidos de o$e... tudoor%uestrado em detal e. ;ecorde %ue %uem morreu em :i&a foram dois simples eg'pcios. N-s nãosofremos dano algum, salvo em nosso orgul o. Nosso omem sabe at0 onde pode c egar.

A+ vida dos eg'pcios não tem valor, murmurou ela, fa&endo um gesto de assentimento com acabeça. ;upert seguiu contando com os dedos.

A?erceiro, sabe como manipular a pol'cia. Não l e parece interessante %ue se apresentassemali assim %ue sa'mos e %ue nos prendessem antes de ir em busca dos cadáveresJ

A#ubornados A 7oncluiu ela.7omeçou a passear de um lado a outro, inocentemente al eia ao delicioso modo em %ue as

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leves calças se amoldavam a suas pernas e forma em %ue foram ocultando e revelando otorno&elo, a panturril a e a co*aG forma em %ue o tecido se movia ao compasso de seus %uadris.

;upert a contemplou sem o menor rastro de inoc ncia ou inconsci ncia.A)uarto. AOe& uma breve pausa. A Embora me doa admiti@lo, No*civo tin a ra&ão em uma

coisa! franc s ou não, nosso bandido conta com uma impressionante rede de espi es.

A7omo não teria c egado a tempo para arran$ar o %ue ocorreu em :i&aJA4urmurou ela sem dei*ar de passear. A Não pode aver muitos omens no 7airo %ueencai*em no perfil. eve ser algu0m %ue está vivendo a%ui bastante tempo. ?em muitos contatosnos bai*os recursos. < mais provável 0 %ue se mova com liberdade entre a comunidade europ0ia.6nclusive pode ser %ue se$a um membro da corte do ra$á. )ual%uer um %ue este$a perto de4o amed +l' tem influ ncia, poder.

A)uantas pessoas cumprem esses re%uisitosJ A/erguntou ;upert.ANão ten o a menor id0ia, respondeu ela. A < Egito atrai os oportunistas. /essoas com má

reputação em seus pa'ses de origem podem conseguir certo grau de respeitabilidade a%ui.eteve@se de repente, ol ou@o e começou a passear de novo.epois de um momento retornou ao divã e se dei*ou cair com sua caracter'stica e ágil

elegFncia. #entou@se muito mais perto dele %ue antes, a menos de um braço de distFncia.#erviu o caf0 com o ol ar perdido. uas *'caras. +parentemente o tin a perdoado. No

momento.;upert agarrou sua *'cara e bebeu com satisfação. Não avia nada como o caf0 turco. Nem

como uma atraente mul er inglesa embele&ada com calças turcas. ese$ou %ue a $a%ueta fosseigualmente reveladora. 6maginou envolta em diáfanas sedas, todo esse incitante corpo estendidosobre o divã en%uanto ele averiguava suas medidas e*atas com as mãos e com a boca.

Mevantou o ol ar e a descobriu observando@o com atenção.;esultava in%uietante. /or um momento acreditou %ue ela poderia entrar em seu c0rebro.

?ampouco ouvesse muito %ue ver ali. Embora duvidasse %ue a dama se mostrasse mais amávelcom ele se c egasse a descobrir, por e*emplo, a enorme %uantidade de espaço mental %ueocupavam suas fantasias de sedução em comparação com o min sculo canto dedicado aoproblema dos guias assassinados e a pol'cia corrupta.A+ntes de irmos mais longe, devo l e di&er algo, afirmou ela. A ?en o muito temperamento.

AHá me dei conta, assegurou ;upert. A ;esulta bastante e*citante. Não sei o %ue estavadi&endo pol'cia na prisão, mas não parecia %ue estivesse tentando convenc @los.

A?em ra&ão, disse a mul er. A Estava@l es assinalando %uão il-gico seria %ue tiv0ssemosmatado nossos guias e tiv0ssemos ficado ali dentro na mais absoluta escuridão.

AEra isso o %ue l es di&iaJ A6n%uiriu ele. A /arecia algo muito mais complicado.+ sen ora /embroke se rubori&ou.A/ode ser %ue fi&esse alguns comentários pe$orativos a respeito de sua intelig ncia e %ue

acrescentasse um par de refer ncias desfavoráveis com respeito a sua fam'lia.A+pai*onante, disse ;upert. A R um milagre %ue não nos cortassem a cabeça no ato.

ANão pensava com clare&a, admitiu ela. A Nunca tin am me detido antes. Ooi revoltante. +estupide& da pol'cia ultrapassava com acr0scimo algo %ue me ten a encontrado ou se%uerimaginado.

AE, entretanto esses est pidos conseguiram ver al0m de seu magistral disfarce, assinalou;upert.

Ela se ol ou. +briram@l e os ol os de par em par. levou a mão cabeça.A eus #anto AE*clamou. A < tin a es%uecido por completo. AMevantou@se imediatamente.

A Não estou apresentável absolutamente.#ua id0ia a respeito do %ue era "apresentável( implicava fec ar todos os bot es, prender o

cabelo e cobrir@se, toda de negro. ;upert preferia muito mais a versão desarrumada etemperamental... sobretudo o cabelo solto, %ue parecia l e rogar %ue enredasse os dedos nele.

A+%ui não á ningu0m mais %ue eu, disse ele en%uanto agarrava uma tFmara. AE não meimporta %ue este$a um pouco desalin ada. A<l ou@a com uma e*pressão de inocentecuriosidade.

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A <u acaso dese$ava ficar mais atraente ante meus ol osJEla voltou a [email protected] l e e*plicando de meu temperamento... e possivelmente deva mencionar %ue voc

tem um grande talento para fa& @lo relu&ir. AOec ou os ol os e os abriu passado um momento.;upert se perguntou se estava contando at0 de&. +s pessoas o fa&iam fre%Ientemente %uando

conversava com ele.

AEu gostaria de l e pedir desculpas, disse ela.ANão 0 necesar...A#im 0 necessário, interrompeu. A =averia me sentido p0ssima se não tivesse me levado a

:i&a. E averiguamos algumas coisas, tal como disse.;upert não %ueria nem necessitava uma desculpa. Não l e incomodava o temperamento da

mul er o m'nimo. /ara falar a verdade gostava. 4esmo assim era muito $usto por sua partedesculpar@se.

?in a mostrado a mesma ousadia em :i&a. /osto %ue parecia sentir uma insana aversão a %uea encerrassem em lugares escuros, teria %ue ter estado morta de medo. Entretanto, tin a apertadoos dentes e tin a prosseguido at0 sair lu& com a presença de Fnimo necessária para enfrentar pol'cia.

Nem se%uer uma noite na prisão a tin a amedrontado.En%uanto isso ele, %ue contava com abundante e*peri ncia no %ue se referia a cárceres, não

tin a passado uma noite muito confortável. =avia@se dito %ue os policiais não fariam mal mul er.7ontiveram@se durante suas diabruras, nãoJ e %ual%uer forma passou a noite em tensãoconstante, prestando atenção a %ual%uer ind'cio de %ue ela se encontrava em perigo.

E*pulsou essa desconcertante lembrança. Era uma mul er dif'cil de dirigir. eu@se conta desdeo começo. Não era uma dessas damas tran%Iilas e apra&'veis. 6nclusive o obrigava a pensar deve& em %uando.

E isso fe& nesse instante, impaciente por dei*ar atrás as desculpas.AR claro %ue nosso malfeitor está tentando atrasá@la e confundi@la, disse.A E isso significa %ue seu irmão está ileso e provavelmente não muito longe.Ela assentiu, mas seus verdes ol os pareciam ensimesmados e se moviam de um lado a outro.;upert seguiu comendo en%uanto a observava refletir.epois de uns minutos de intensa refle*ão, a sen ora /embroke disse!A?odas as pistas %ue temos apontam para uma pessoa inteligente, poderosa e perigosa. <

mais provável 0 %ue a$a algu0m no 7airo %ue possa nos dar uma lista de suspeitos. MordeNo*leD... AOe& um gesto negativo com a cabeça. A Não, temos %ue falar com algu0m %ue ten afeito deste seu lar, com algu0m %ue saiba tudo de todo o mundo. AMevantou o ol ar para observá@lo um instante antes de pousar os ol os nas enigmáticas figuras de madeira %ue avia sobre aestanteA #anto c0u < mercador.

;upert seguiu a direção de seu ol ar.A7ompramos a maior parte dessas figuras no mesmo omem %ue vendeu o papiro a 4iles,

prosseguiu ela. A ever'amos ter começado por ali, por >anni +na&. )uem contou a +na& a

ist-ria da tumba perdida do fara-J + %uantas pessoas a contou eleJ )uantos mostraraminteresse pelo papiroJAE*celente refle*ão. A;upert terminou o caf0 antes de ficar em p0. A 7omeçar pelo

princ'pio. E será mel or %ue o façamos mais cedo %ue tarde... antes %ue o bandido adivin e nossoseguinte movimento.

A+goraJ A6n%uiriu ela. Mevou a mão cabeça antes de ol ar@se com abatimento.;upert recol eu o turbante %ue ela tin a arro$ado ao c ão.AEu a a$udarei, afirmou.

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7ap'tulo Z

+ mente de afne não atravessava um de seus mel ores momentos. ?in a passado a noiteanterior em claro, esforçando@se por escutar o %ue ocorria no resto da prisão e repreendendo@sepor ter perdido o controle com a pol'cia. #e torturassem ou golpeavam o sen or 7arsington, seriapor sua culpa.

/or esse orr'vel e tão pouco feminino temperamento seu. <s cinco anos de afáveisreprimendas por parte de >irgil não tin am a$udado a dobrá@la. +o contrário, as reprimendas s-tin am conseguido enfurec @la ainda mais.

/ara o sen or 7arsington parecia não incomodar absolutamente seu temperamento. =avia dito%ue o considerava e*citante... embora pudesse ser a causa de suas mortes.

Mevantou a vista para observá@lo en%uanto ele se esforçava por l e cobrir o cabelo com oturbante.

Era um omem... muito forte.afne era intensamente consciente da subida e da descida de seu peito, do roce de seu fClego

sobre o rosto e desse escuro ol ar cravado em sua cabeça.

E das mãos, essas abilidosas mãos... %ue tão reconfortantes tin am resultado durante ocomprido e escuro tra$eto atrav0s da pirFmide. E tão perigosas, posto %ue l e tivesse feito dese$armais, tin am@l e feito dese$ar com impaci ncia... suas car'cias.

#eu coração começou a pulsar mais depressa.+fastou@l e as mãos.ANão se incomode, disse. A /orei um *ale.#aiu da sala sem perda de tempo e deu um encontrão com Meena. afne a ol ou $ogando

fa'scas pelos ol os e prosseguiu seu camin o. )uando esteve segura de %ue ele não as escutavaperguntou!

AEstiveste bisbil otando... escutando atrás da portaJA#im, afirmou Meena, %ue não parecia envergon ada o m'nimo. A 4as o sen or fala tão

bai*o %ue não escutei mais %ue seus grun idos. Estava fa&endo amorJafne se apressou a seguir adiante.AR claro %ue não.Meena a seguiu.A/ois tem o penteado desfeito.A?ive um arrebatamento de mau g nio e arran%uei o turbante, e*plicou afne. A ?en o %ue

me trocar. >ou ao su%.A+goraJ A/erguntou Meena, perple*a.+mbas entraram no %uarto de afne. Esta tirou do armário umas calças de mul er de estilo

árabe e uma camisa. ?irou a pu* es a roupa %ue levava posta desde o dia anterior e a $ogou noc ão.

A+s %ueime, ordenou criada.ANão a compreendo, disse Meena. A /or %ue não me envia a comprar algo, en%uanto vocfica e dei*a %ue o sen or l e tire a roupaJ < %ue tem de bom ser uma grande dama se fi&er otrabal o dos criados e não obt0m nen um pra&erJ

afne se apro*imou da bacia. En%uanto se lavava com rapide&, recordou a Meena %ue essenão era o momento apropriado para o pra&er. /ara não mencionar %ue era a fil a de um cl0rigoingl s E a vi va de outro

A#im, mas eles estão mortos e voc está viva, replicou a mul er ao mesmo tempo em %ueoferecia uma toal a a sua sen ora. A E esse omem... /or +lá Há viu como levantou o corpulentoUadid do c ão. AMevou as roliças mãos a seu mais %ue roliço busto. A ?ão forte... ?ão bonito...ei@me conta de como o ol ava. >oc ...

A4eu irmão desapareceu, interrompeu afne com brutalidade. A +ssassinaram váriaspessoas.

A#im, mas voc está viva, insistiu Meena en%uanto a a$udava a vestir a ampla camisa. A Euadoraria estar em um lugar escuro com um omem semel ante. Não teria nen uma pressa porsair.

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<s princ'pios morais da Meena dei*avam muito a dese$ar. 4as era uma mul er inteligente %uefalava vários idiomas, al0m de ser muito eficiente.

En%uanto falava a sua sen ora sobre a perda de oportunidades, e sobre a brevidade da vida e

a incerte&a desta, as mãos da criada trabal avam tão depressa como sua l'ngua.afne retornou rapidamente ao %aTa o e%uivalente cairota do salão ingl s.< sen or 7arsington a observou durante um bom momento e dei*ou %ue seu escuro ol ar se

desli&asse muito devagar do v0u %ue Meena tin a prendido ao gorro de tecido at0 a t nica %uecobria a fina camisa e a maior parte das calças.

< mesmo teria dado se tivesse feito o percurso com as mãos.afne podia imaginar a suave car'cia, %uase podia senti@la. #ua pele cobrou vida e l e custou

um enorme esforço permanecer im-vel.Ele inclinou a cabeça para um lado e depois para o outro antes de di&er!A;endo@me. )ue papel representa desta ve&J < de uma $ovem louca, indecente e

desenfreada.Não, o de uma mul er %ue sabia como dobrar seus instintos mais bai*os.

A á igual, respondeu. A ?odos ol arão para voc . Eu me limitarei a me fundir com o entorno.ANão acredito, replicou ele.afne bai*ou a vista para observar@se, para ol ar o corpo %ue $amais tin a c egado a entender

e no %ual não podia confiar, tal e como l e tin am ensinado.A?entava não parecer estrangeira.AR mais til parecer atraente, assegurou o sen or 7arsington. A Encantar a +na& para %ue

revele todos seus segredos.A á igual %uão til se$a, afirmou afne. A Não posso fa& @lo.A+ , nãoJANão, respondeu com firme&a. Não sou esse tipo de... essa... AEle a observou com atençãoe uma e*pressão indecifrável no ol ar. < coração de afne se acelerou. + neblina %ue envolvia

sua mente se fe& mais densa. A Não sou o tipo de mul er com o %ual voc se relacionou na altasociedade... e em outros lugares, disse. A Eu me desembrul o mel or entre livros.

AMer mel ora a mente, assegurou o sen or 7arsington sem rastro de brincadeira em seuol ar.

A4as não assim a personalidade, assinalou afne. A Não sou uma mul er fascinante.7areço de diplomacia sou mal@ umorada e teimosa. AE %ual%uer coisa pior. + confissão a dei*avaenvergon ava. + batal a interior, da %ual nunca tin a falado em vo& alta, a envergon ava muitomais. Em conse%I ncia sentia um calor cansativo e sabia muito bem %ue tin a o rosto como umabeterraba. 4as ela era sem d vida perseverante. A Não 0 absolutamente algo %ue goste aos

omens ,disse.A ?eremos %ue encontrar outra forma de arrancar os segredos do sen or +na&.A7ertamente, assegurou ele. A #e o dese$ar, eu mesmo l e arrancarei a cabeça. AEsse

estran o e penetrante ol ar se desvaneceu sem dei*ar rastro e o omem se converteu uma ve&mais no alegre tonto pelo %ual o tin a tomado a princ'pio.

+ tensão %ue a embargava se atenuou um pouco.+costumou@se a %ue as pessoas não l e prestasse atenção ou, %uando isso não acontecia, a

gan ar desaprovação e o descontentamento dos omens. ?in a aprendido a enfrentar essasreaç es. Há não l e fa&iam mal.

Entretanto, com esse omem estava deriva e a merc da tormenta %ue desencadeava emseu interior.

7olocou o v0u sobre o rosto.A#erá mel or irmos, disse. >irou@se para a Meena, %ue estava $unto porta com uma

e*pressão de recriminação e decepção no rosto. A #e algu0m perguntar,disse, fomos comprar umtapete.

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>anni +na& era um vel o mercenário de origem descon ecidaG ningu0m podia di&er comcerte&a se era arm nio, alban s, s'rio ou grego. Entretanto, todo mundo sabia %ue se instalou noEgito muito tempo atrás e %ue dirigia um lucrativo neg-cio de importação de tapetes, a*i*e, -pio eantiguidades. #ua lo$a, disse afne ao sen or 7arsington durante o tra$eto, parecia@se mais aseurop0ias s t'picas e pe%uenas dukan da maioria dos bairros comerciais.

+ lo$a t'pica, com uns dois metros de altura e uma largura de metro ou metro e meio, não podiaalbergar a mais de tr s clientes de uma ve&. +li se sentariam e fumariam e regateariam durantemeio@dia por um tapete ou um caldeirão de cobre. < c ão dessas lo$as estava acostumado estarsituado a meio metro acima do n'vel da rua, o %ue o situava altura dos bancos de pedra t'picosde suas fac adas, constru'dos para desgosto dos transeuntes %ue trabal avam em e*cesso porabrir passagem atrav0s das estreitas ruas do 7airo. Esses obstáculos de pedra ou de ti$olo sec amavam "mastabas(, e*plicou afne, e sobre elas se levavam a cabo as transaç escomerciais.

+ lo$a de +na& se parecia mais a uma casa particular. < cliente podia entrar para ver os tapetese negociar com o mercador deitado em um divã.

4as %uando entraram, a coleção de artigos %ue o sen or +na& e seus agentes tin amsa%ueado das tumbas não estava vista.

A?em fama de ser um mercador onesto, sussurrou afne en%uanto esperavam %ue ovendedor de tapetes aparecesse. A 4as a palavra " onesto( 0 mais amb'gua no Egito %ue na6nglaterra. +credito %ue resulta do mais desonesto inventar ist-rias sobre ier-glifos %uecondu&em at0 o tesouro de um fara-.

A isse@me %ue o papiro tin a s'mbolos pertencentes reale&a, assinalou o sen or7arsington. A )ue se mencionava ao menos um fara-, não 0 assimJ

afne assentiu.A< nome de um fara- sempre está rodeado por um oval-ide c amado cartuc o. < papiro de

4iles tin a dois. < mais simples contin a um c'rculo, um escaravel o, tr s pe%uenas lin asverticais e algo assim como uma tigela pouco profunda ou uma cesta. AOran&iu o cen o aocontemplar a porta de %uarteir es %ue condu&ia aos aposentos traseiros. A #erá %ue este omemnão vai vir nuncaJ +s pessoas desonestas poderiam roubar meia lo$a en%uanto ele perde tempo.

A/ode ser %ue este$a com uma mul er ali atrás, apontou o sen or 7arsington.afne elevou a vista para ol á@lo no rosto.A#erá voc nunca pensa em outra coisaJA#empre tento me pCr no lugar do pr-*imo, afirmou. A /ergunto@me o %ue estaria fa&endo

eu. <u o %ue eu gostaria de estar fa&endo.< omem a ol ou de forma direta e penetrante, e afne se perdeu nas profundidades desse

ol ar a&evic e. 4al podia respirar nem manter@se em p0. #entiu %ue a mente ficava em branco eestendeu a mão at0 %ue esteve a ponto, a ponto de tocá@lo.

Lm ru'do procedente da parte de trás rompeu o feitiço.< sen or 7arsington virou a cabeça em direção ao som. Ela tamb0m o fe&, mortificada a maisnão poder. < problema era a falta de sono, disse@se. + fadiga anulava a vontade e as faculdadesmentais. Entretanto, uma depravada vo&in a interior &ombou dela! "< sono não curará suadoença(.

A#en or +na&, c amou o sen or 7arsington.Não gritou, mas sua vo& grave pareceu ad%uirir um tom mais reverberante e poderoso. Lma

vo& semel ante, pensou afne, poderia dirigir e*0rcitos ou silenciar 0bria multidão %ue assistiaao 7oliseu de ;oma sem dificuldade alguma. Essa vo& a devolveu ao presente e a pCs em alertaimediatamente.

Entretanto, não conseguiu %ue o mercador aparecesse s pressas.A4aldição AE*clamou o sen or 7arsington e, depois de fa&er um gesto de advert ncia a

afne, acrescentou! Não se mova.Ela fe& caso omisso da advert ncia e se apressou para a porta. < omem levantou o braço,

mas ela o afastou para ver o %ue tentava ocultar.>anni +na& $a&ia no c ão, ol ando@os com os ol os totalmente abertos. Lma lin a vermel a

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rodeava a garganta e avia um atoleiro de sangue sob sua cabeça.

;upert não esperou para descobrir se a sen ora /embroke desmaiaria ou nãoG em troca tirousua faca e atravessou com rapide& a abitação. ?in a visto um movimento nas cortinas ao entrar.< assassino não podia ter ido muito longe.

Não escutava a pessoa %ue estava espreita, mas percebia sua presençaG sensação %ue se

acrescentou %uando se apro*imou da porta coberta pela cortina. +fastou o tecido a um lado e...retirou@se imediatamente.

Lma enorme figura de pedra se estatelou contra o c ão, $usto onde ele teria estado seouvesse fal ado o instinto.

Escutou %ue a sen ora /embroke gritava " Não ( %uando se e%uilibrou sobre a sil ueta %uefugia do outro lado da porta. #eu ob$etivo caiu ao c ão, mas conseguiu escapar e começou a ficarem p0. eu um c ute em ;upert e este l e agarrou o p0. #eu rival tentou tirar@l e de cima, mas;upert deu um forte pu*ão e conseguiu dese%uilibrá@lo. < tipo tentou afastar@se rodando, atirandoc utes e golpes. ;upert l e deu uma cotovelada na cabeça e o imobili&ou rapidamente contra oc ão l e cravando o $oel o na base das costas.

A7uidado A:ritou a sen ora /embroke.;upert se agac ou e o ob$eto l e acertou perto da t mpora. 7omeçou a ver estrelin as. E

tamb0m viu %ue outro malfeitor se apro*imava com a faca no alto. ;upert se lançou sobre ele.7a'ram ao c ão entre resist ncias en%uanto os ob$etos de cerFmica se fa&iam pedacin os a

seu redor.+pareceu outro omem surgindo do nada e escutou um grito em árabe. En%uanto ;upert

golpeava um dos assaltantes, viu pela e*tremidade do ol o %ue a sen ora /embroke recol ia algodo c ão e se unia briga.

Não teria sabido di&er o %ue era nem teve tempo para imaginá@lo. 4as escutou um grito e viucomo um dos atacantes cambaleava, $á sem turbante, e levava as mãos cabeça. #egurando umgrande ob$eto no alto, a dama foi atrás dele e o tipo pCs@se a correr. Nesse momento, algo golpeou;upert na parte posterior da cabeça. < mundo ficou negro e se enc eu de lu&es oscilantes. <c ão se abriu sob seus p0s e o engoliu.

Oe&@se a escuridão.

+ lu& retornou muito devagar. ;upert c eirou o ol'bano, o Fmbar cin&a e alguma outrasubstFncia %ue seu c0rebro considerava feminina. +lgo suave %ue c eirava a mul er servia detravesseiro. Lm instante mais tarde se deu conta de %ue se tratava do busto de uma mul er. +scar'cias tão agradáveis %ue sentia na face a prodigali&ava a suave e delicada mão de uma dama.ela. Essa e*-tica fragrFncia tamb0m formava parte dela. <l'bano. < aroma da deusa.

A#en or 7arsington, me fale , disse.

Ele teria preferido não fa& @lo. /referia ficar tal e como estava apoiado sobre seu suave bustoen%uanto inalava sua fragrFncia e l e acariciava a face com ternura.A#en or 7arsington. A+ mão dei*ou de acariciar a face para começar a dar tapas com

crescente impaci ncia.+o recordar o irasc'vel temperamento da dama, soube %ue essas tapas não demorariam em

converter@se em bofet es. +briu os ol os e se encontrou com seu verde ol ar, onde a ansiedadese misturava com a e*asperação.

A<nde estouJ A/erguntou, embora soubesse muito bem a resposta. Era uma tática dilat-ria.#eus seios eram um travesseiro perfeito e não %ueria abandoná@lo.

A#obre o c ão do arma&0m de +na&, respondeu ela. A /arece %ue desmaiou.A)ue desmaiei J A ;epetiu com incredulidade. A :olpearam@me a cabeça. Há deveria sab @

lo. +contece@me bastante fre%Ientemente.A6sso e*plicaria um monte de coisas, replicou ela ao mesmo tempo em %ue fa&ia gesto de ficar

em p0.#abendo %ue a mul er não mostraria nen um reparo em dei*ar %ue sua pobre e mac ucada

cabeça se golpeasse contra o c ão, ;upert se sentou apressado.46

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<l ou a seu redor. < c ão estava coberto pelos fragmentos das vasil as %uebradas e por ummonte de figuras. + seu lado se encontrava a estátua de um falcão %ue mediria uns trintacent'metros. 7om isso tin a golpeado a sen ora /embroke o atacante.

A< falcão 0 uma reencarnação do deus =orus, disse ela. A Não tin a outra coisa mais mão%ue pudesse infligir um pouco de dano. Essas figuras são bonitas, mas resultam in teis comoarmas.

+s figuras de madeira grafite eram semel antes s %ue tin a visto na estante de sua casa.

;upert agarrou uma delas.A< %ue sãoJ BonecosJ ]dolos sagradosJANão se sabe, respondeu a sen ora /embroke. A Estes ob$etos, $unto com os fragmentos de

cerFmica e pedaços de m mias, são o %ue mais fre%Ientemente se encontra nas tumbas. <sladr es levaram o resto dos tesouros fa& muit'ssimo tempo.

A?antos segredos... A isse ele. 4eteu a figura no bolso do peito da $a%ueta e ficou em p0. A/arece %ue >anni +na& guardará todos os seus at0 o ia do Hulgamento.

AEu não diria tanto, afirmou ela. A En%uanto voc lutava como um louco contra osassaltantes 2sem ter a menor id0ia de %uantos avia3, eu me assegurei de comprovar se o omemseguia com vida. E assim era. +ntes de e*pirar disse! "7 erc e& ;ams0s(. <u ao menos entendiisso. A?remia@l e a vo&.

Ooi então %uando ;upert se fi*ou nas manc as escuras de sua t nica. /rovavelmente teria sea$oel ado para a$udar o moribundo, igual tin a feito com ele. Não tin a desmaiado, nem tin agritado, nem tin a sa'do correndo. ?in a entrado na parte de trás, tin a pegado uma arma e tin alutado $unto a ele contra os bandidos.

Lma reação valente dentro de sua estupide&.Em seu interior aconteceram umas estran as sensaç esG uma s bita onda de emoç es %ue

não soube nomear. + lu* ria tin a algo a ver, 0 claro, $á %ue era um omem e precisaria de algomais %ue algumas manc as de sangue na roupa da dama para fa& @la desaparecer.

Não obstante, a lu* ria era como um parasitaG um vel o amigo cu$a presença l e era tãofamiliar como respirar. 4as o %ue o mantin a apreensivo era algo tão estran o e desconcertantecomo a figurin a de madeira %ue tin a no bolso da $a%ueta.

Não entendia esse sentimento e tampouco tentou fa& @lo. 4as sim entendia %ue ela estivesse&angada. ?in a ra& es para isso.A=ouve muitos mortos nos ltimos dois dias, disse antes de apro*imar@se da dama.

+ sen ora /embroke levantou uma mão. < tremor era tão leve %ue ;upert poderia ter passadopor cima se não estivesse tão fascinado por ela.

ANão, disse. ANem l e ocorra tentar me consolar.Era algo instintivo, inclusive para ele. #abia como abraçar uma mul er e dei*ar %ue c orasse

sobre seu ombro en%uanto apertava os dentes e suportava os soluços. etestava@o, mas podiafa& @lo. Embora não teria detestado abraçar a ela em concreto. Era o pranto o %ue ac avainsuportável.

AMevou@se uma impressão muito forte, disse. A R imposs'vel %ue ten a por costumeencontrar@se com omens mortos aos %uais cortaram a garganta.

ANão %uero consolo, insistiu ela. A )uero um ban o. E uma *'cara de c á. Essas duas coisasdão@me igual em %ue ordem. 4as primeiro... AOec ou os ol os e sacudiu a cabeça antes de voltara abri@los de novo. A ?eremos %ue dar parte s autoridades.

A#erá %ue perdeu o $u'&oJ A6n%uiriu ele. A ?em a roupa manc ada de sangue. ;ecorde %uefoi voc %uem assinalou %uão est pidos eram os policiais locais. +creditarão %ue fomos n-s %uematamos o vendedor de tapetes.

AOugir nos faria parecer muito mais culpados, assegurou ela.;upert tamb0m %ueria ban ar@se... e um gole de algo mais forte %ue o c á. Não %ueria ir

prisão de novo para v @la discutir com um pun ado de idiotas descerebrados. Não era capa& deacalmar os Fnimos de ningu0m nem de aliviar os procedimentos com um desdobramento de bomumor por%ue não con ecia o idioma. E muito menos dese$ava passar outra noite no cárcere,separado dela e incapa& de proteg @la.

Não %ueria %ue Beec eD fosse libertá@los e decidisse %ue possivelmente e depois de tudo nãotin a sido tão boa id0ia atribuir a ;upert 7arsington o cuidado da irmã de 4iles +rc dale. Não%ueria %ue o secretário sugerisse ao sen or #alt %ue possivelmente e depois de tudo seria mel orpermitir %ue um voluntário civil como lorde No*leD se encarregasse de a$udar dama.

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/ossivelmente e depois de tudo, o mais inteligente seria e*pulsar o sen or 7arsington ao deserto,onde com um pouco de sorte l e cairia em cima um obelisco de tre&entas toneladas.

4as, sobretudo, ;upert não %ueria revelar nen um desses pensamentos a ela.7ompCs uma afável e est pida e*pressão e disse!A7omo dese$ar, sen ora. >oc 0 a encarregada de pensar.

4enos de uma ora depois, o sen or Beec eD, a pol'cia, o *ei%ue do distrito e um tradutor sereuniram na lo$a. Nesses momentos se encontravam na parte de trás, %ue parecia intacta salvopelas manc as de sangue do c ão. < arma&0m, pelo contrário, tin a sido sa%ueadoGpossivelmente, sugeriu ;upert, en%uanto um dos assaltantes mantin a distra'do +na& na parte detrás.

A?alve& fi&essem muito ru'do, con$eturou e %uando +na& foi investigar, o primeiro malfeitor l ecortou a garganta.

)uando tradu&iram, o *ei%ue fran&iu o cen o e se afastou para e*aminar o cadáver. Lma ve&feito, levaram o corpo.

En%uanto isso, Beec eD fe& saber a ;upert em vo& bai*a %ue a situação poderia ad%uirir umatintura mais desagradável.

>eriam %ue +na& não era mais um das centenas de insignificantes mercadores eg'pciosG eraum estrangeiro importante %ue levava a cabo numerosos serviços para 4o amed +l' e por %uem ora$á sentia, em conse%I ncia, um grande afeto. +l0m disso, era a terceira pessoa %ue matavamem presença da sen ora /embroke e do sen or 7arsington nos dois ltimos dias.

/or sorte, o *ei%ue #alim demonstrou ser um personagem mais sensato e ra&oável %ue apol'cia. epois de e*aminar o cadáver, começou a inspecionar o arma&0m e a interrogar spessoas das lo$as vi&in as.

;etornou para informar %ue os vi&in os tin am visto vários omens sair fugindo da partetraseira da lo$aG um deles com a cabeça descoberta.Lm adulto não europeu sem turbante nas ruas do 7airo era tão incomum e estran o comoseria um omem com turbante nas ruas de Mondres.

< *ei%ue concluiu %ue todas as evid ncias concordavam com a e*plicação %ue o "sábiocaval eiro( A referindo@se a ele A tin a dado.

Ooi a sen ora /embroke %uem e*plicou tudo, para assegurar@se de %ue a tradução fossecorreta. 4as en%uanto falava, o *ei%ue o ol ava a ele, não a ela, e respondia a ele, não a ela. /arao pouco caso %ue fe&, a dama bem poderia ter estado na Nort umbria. ;upert estava seguro de%ue isso a tin a &angado, inclusive ele se encontrava incomodado, mas fossem %uais fossem seussentimentos, ocultou@os muito bem. <u possivelmente estivesse muito cansada ou muitoconsternada para %ue se importasse. +o menos o *ei%ue tin a prestado atenção. isse@l es %ue

eram livres de partir e %ue se encarregaria de %ue a pol'cia peneirasse a metr-pole em busca deum omem sem turbante com um enorme galo em um lado da cabeça.A iga %ue procurem um tipo com sintomas de uma comoção, avia dito ;upert. A + sen ora

/embroke deu@l e uma boa porrada e a estátua era de pedra maciça.Beec eD l e lançou um ol ar áspero, mas não disse nada at0 mais tarde, %uando partiram do

lugar. Oa&ia muito %ue tin a anoitecido e seguiam o s0%uito de policiais e criados da sen ora/embroke at0 sua casa.

< secretário diminuiu o passo e disse!A+creditei ter dei*ado claro %ue devia proteger sen ora /embroke de %ual%uer situação

incCmoda ou angustiosa.ANão gosta %ue a prote$am, assegurou ;upert. A #e op e com todas suas forças a %ue a

tratem como uma menina.AEssa não 0 desculpa para %ue voc a trate como se fosse um de seus amigos, disse o

secretário. A Não l e ocorreu pensar %ue outros assaltantes poderiam ter@se escondido nosarredores e %ue deveria ter pedido a$uda imediatamenteJ En%uanto voc se metia s cegas emuma emboscada %ue deveria ter previsto, ela poderia ter sido ferida. /oderiam t @la matado ou

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A#- disse %ue sua criada mencionou um franc s c amado uval, particulari&ou. ?in a@l efalado de sua visita noturna casa de No*civo, mas não se recreou com os detal es. + palavra"criada( abrangia com discrição a uma multidão de bele&as e*-ticas com pouca roupa. A Estivefalando desse omem com #alt e Beec eD esta man ã , continuou.A #ua descrição combina comnosso retrato do bandido. uval 0 um dos amigos mais 'ntimos do cCnsul franc s. <deia osingleses.

#alt di& %ue continua nos guardando rancor pelo ocorrido com a /edra da ;osetta.+parentemente acredita %ue pertence por direito a Orança.A uval, repetiu ela. #eguiu passeando de um lado a outro por um breve instante, envolta pelo

frufru da seda negra ao l e roçar as pernas. A < vi s- em uma ocasião. Em um $antar noconsulado sueco. Estatura m0dia, moreno, elegante... ou talve& "impecável( se$a a palavraade%uada. 4aneiras refinadas.

A#alt e Beec eD di&em %ue uval estava acostumado a ser um indiv'duo cabal, comentou;upert. A 4as %ue ultimamente sofreu uma s0rie de reveses %uando se refere s antiguidades.

A+parentemente os contratempos tendem a corromper e deformar alguns omens, afirmouela. >irou@se para ele com o semblante ofuscado. A >oltam@se ariscos, nervosos, suspica&es.Encerram@se em si mesmos. Es%uecem como avaliar as coisas em sua $usta medida. 6ndignam@sepelos lucros e a felicidade de outros.

;upert assentiu. + e*pressão turvada de seu rosto, assim como suas palavras e o tomdesanimado de sua vo&, indicou@l e %ue sabia de fonte muito segura.

Há tin a adivin ado %ue seu duelo não era tão intenso como sua vestimenta fa&ia acreditar.+ sen ora /embroke se apro*imou do divã.ANão 0 um estado mental %ue favoreça o bom $ulgamento.A6sso e*plicaria por %ue uval c egou a semel antes conclus es a respeito de seu irmão e do

papiro, disse ;upert. A +li estava uval, fervendo de f ria por isso e por a%uilo. R indubitável %uedesconfia dos ingleses. /ortanto l e resulta fácil acreditar %ue um erudito ingl s sabia mais do %ueafirmava.

Ela voltou a sentar@se no divã, nessa ocasião apenas a um braço de distFncia.AHá morreram tr s pessoas. +o menos %ue n-s saibamos. ?odos espectadores inocentes.

Esse omem deve estar louco.A7ertamente 0 perigoso, concluiu ;upert. A #upon o %ue esse 0 o motivo de %ue No*civonão perdesse nem um segundo. /artiu em sua embarcação ontem pela man ã. < 4emnon. Lmgrande navio, distinto e bastante famoso, conforme ten o entendido. +ssegurou@se de %ue todo oporto se inteirasse de %ue partia em busca de seu irmão. #em d vida pretendia pressionar ofranc s. Ouncionou. /assei pela casa do uval de camin o para a%ui. /arece %ue dei*ou o 7airode forma repentina ontem pela tarde.

Ela não disse nada.;upert l e serviu caf0. Ela agarrou a *'cara, mas se limitou a ol á@la.AEspero %ue compreenda %ue 0 mel or %ue uval ten a sa'do do 7airo, disse ;upert. E o

mesmo podia di&er@se de No*civo, acrescentou para si mesmo. A Não %uereria arriscar@se %ue a

fi&esse sua ref0m. esse modo seu irmão não tentaria escapar.+ sen ora /embroke levantou a vista para ol á@lo.AEntendo. < problema 0 %ue agora sei %ue 4iles não está no 7airo e %ue não posso

perguntar a lorde No*leD sobre o lugar ao %ual esses omens orr'veis levaram meu irmão por%ueele tamb0m se foi. Estive me movendo em c'rculos, perdendo tempo, %uando teria podido fa&erprogressos se me tivessem dado um pouco de informação.

A uvido muito %ue l e tivesse ocorrido, replicou ;upert. A < omem pensaria %ue vocestava esperando em sua casa como 0 devido, com um fortão descerebrado enviado peloconsulado como guarda@costas. +l0m disso, fi%ue no lugar do No*civo! um plano bril ante 2semperda de tempo3 resolve o mist0rio e se lança disposto ao resgate. >olta com o irmão e com esseob$eto de valor incalculável para receber a ovação de todo o mundo. + dama c ora de gratidão... eoferece seu... mmm... coração aos p0s do galante caval eiro. Ela se esticou.

A?alve& outra dama, disse. A 4as esta não.A#im, eu pensava isso, respondeu ele. 7ertamente assim o tin a esperado. ?in a suposto %ue

a sen ora /embroke era muito inteligente e temperamental para aceitar o papel passivo %ueNo*civo l e tin a atribu'do.

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<bservou como se preparava para a batal a. + dama acreditava %ue ele tamb0m a tin asubvalori&ado.

A evo supor %ue iremos atrás dele, nãoJ Aperguntou ;upert.Ela piscou uma ve& e a tensão começou a abandoná@la ao mesmo tempo %ue seus lábios se

curvavam em um sorriso enviesado antes de poder refrear@se.

Ergueu o %uei*o.AR claro %ue vamos atrás dele.Não esperava menos dela. e %ual%uer forma, o coração deu um ba%ue por%ue tamb0m era

seu mais secreto dese$o. E tudo por%ue a tin a surpreendido e agradado o suficiente para l earrancar um sorriso... ou %uase.

AHá me parecia, replicou com indiferença. A Bom, então, o %ue prefere, sen ora! navio oucameloJ

omingo, 8 de abril

ois dias mais tarde, afne estava na porta de seu camarote, situado na popa do navio, muitoconsciente da presença do sen or 7arsington a suas costas.

ABemJ A/erguntou o omem.AR bastante... espaçoso A;espondeu. R muito pe%ueno, pensou, está muito abarrotado de

coisas.+ embarcação era uma da abiDa, a versão de um iate no Nilo. < sen or 7arsington,

surpreendendo@a com seu con ecimento da mitologia antiga, tin a@a bati&ado como 6sis em onra deusa eg'pcia %ue percorreu o mundo em busca do corpo de seu marido.

< 6sis era enorme e lu*uoso, e albergava seis camarotes sob um teto inusualmente alto. <*ei%ue #alim o tin a e*propriado para seu sábio 2 3 amigo o sen or 7arsington. < *ei%ue não%ueria %ue seu alto amigo ingl s acabasse com dor de pescoço por ter %ue estar todo o tempoagac ado.>isto do embarcadouro, tin a@l e parecido descomunal, sobre tudo em comparação com oresto das embarcaç es. o interior, entretanto, era outra %uestão.

afne percebeu muito tarde %ue era um espaço redu&ido %ue teria %ue compartil ar com osen or 7arsington durante um tempo indefinido.

?in a cometido um engano ao escol er a viagem por rio. /or terra s- teria tido %ue enfrentar stormentas de areia, os camelos temperamentais e alguma ou outra partida de bedu'nos. Embora $áfosse muito tarde para mudar de opinião, e a l-gica l e indicava %ue essa era a opção maisinteligente. 4orta não serviria de nada a 4iles e a viagem pelo deserto era uma maneira muitoefica& para %ue os estrangeiros fenecessem. Lma numerosa escolta armada talve& conferisse algomais de segurança, mas teria levado muito mais tempo fa&er os preparativos.

?al e como estavam as coisas, o sen or 7arsington tin a operado milagres. +lugar eaprovisionar uma embarcação podia ser um processo de semanas. Ele o tin a conseguido em doisdias, e isso %ue na se*ta@feira, %uando tin a começado, era o e%uivalente muçulmano do sabbat,dia no %ual era imposs'vel obter %ue ningu0m fi&esse algo.

+ menos %ue fosse um g nio.ANos armários estão seus livros e notas, estava di&endo o g nio. A Meena guardou a maior

parte de sua roupa e demais ob$etos imprescind'veis em seu pr-prio camarote, %ue 0 a seguinteporta. <utros ba s e o resto das cai*as estão arma&enados no camarote seguinte. Não tin aprevisto %ue necessitasse tantos. evo supor %ue sua coleção de engen osos disfarces 0 maiordo %ue tin a imaginadoJ

A4iles e eu estávamos plane$ando uma viagem a ?ebas, e*plicou. A Há t'n amos a bagagempreparada! rem0dios, tapetes, esteiras, mos%uiteiros, sombrin as, lanternas, vassouras, velas... osartigos básicos. < resto do conte do dos ba s pertence em sua maioria a meu irmão.

>irou@se com muito tato no estreito corredor e começou a retroceder. eu uma ol ada aoabarrotado camarote da criada. Meena e ela compartil ariam o camarote para dormir. e %ual%uerforma, não poderia compartil ar com a criada nem com nen uma outra pessoa o mesmo espaço

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á todas as oras, dia sim e dia tamb0m. #e a privavam de sua solidão, converteria@se em umafera en$aulada. Embora duas mul eres não pudessem passar todo o dia cobertas. ?anto oscostumes como o calor do meio@dia o proibiam.

?rabal arei dia e noite, disse@se afne. <s ier-glifos reclamavam toda a atenção de uma

pessoa e mantin am a raia as emoç es conflitivas e os impulsos. Não se preocuparia com 4iles.Não ficaria ist0rica pelo passar do tempo. E sobre tudo conseguiria manter a distFncia ade%uadano referente aos... atributos do sen or 7arsington.

ese$ava com todas suas forças poder fa& @lo nesse momento, mas a tarefa l e parecia muitosobre@ umana.

?ecnicamente estava totalmente vestido. Entretanto, desatou a gravata e desabotoou a $a%uetae o colete. #eu ol ar não dei*ava de vagar para a garganta masculina e essa porção de pelebron&eada %ue avia mais abai*o. ;ecordava muito bem a calide& e o peso desse corpo contrasuas costas na pirFmide.

;esultava@l e imposs'vel controlar a vibrante reação %ue essa alta figura, de p0 a escassoscent'metros, provocava@l e. ?eve %ue recorrer a toda sua força de vontade para não tocá@lo. Lmpasso e estaria presa a esse musculoso corpo.

Escapuliu por seu lado em direção ao camarote %ue fa&ia s ve&es de arma&0m.A?'n amos plane$ado passar algum tempo em ?ebas para fa&er um estudo dos monumentos e

das tumbas, se apressou a continuar. A Estes ba s cont m o se*tante de 4iles, assim como seuori&onte artificial, seu cronCmetro, telesc-pios de várias medidas, um barCmetro de sifão, umtermCmetro e fita m0trica. E suas roupas. Membre@se de %ue seus se%Iestradores não l e deramtempo para fa&er a bagagem. A?remeu@l e um pouco a vo& ao final.

A< encontraremos, afirmou o sen or 7arsington.A#im, sim, devemos fa& @lo. A7om vida, esperava.A uval s- nos leva uns dias de vantagem, prosseguiu o omem. A E não deve es%uecer %ue

seu irmão 0 muito valioso.A+t0 %ue seus se%Iestradores averig em a verdade, replicou.AR um erudito, disse o sen or 7arsington. A Não ten o d vida de %ue as engen ará para

ocultar@l e e l es fa&er acreditar %ue devem tratá@lo bem se %uerem encontrar esse tesouro. efato, se eu fosse um dos se%Iestradores, não me arriscaria e o levaria a ?ebas para %ue a$udassena busca da tumba. #eguro %ue 0 capa& de l es soltar uma en*urrada de coisas nesse $argãoincompreens'vel dos eruditos e alargar a busca durante meses. <u poderia pC@los a escavar semtom nem som. Essas escavaç es levam semanas. +ssim, como pode ver, o tempo $oga a nossofavor.

Essas palavras resgataram seus pensamentos do abismo no %ual mergul aram de repente.+pesar de não ser o erudito %ue o mundo acreditava, 4iles não era nen um est pido.

A#im, $á sei , disse. A <u deveria sab @lo. R somente %ue... A;ecordou mul er %ue tin asido at0 fa&ia apenas uma semana com uma vida dedicada por completo ao estudo, feito %ue tin aconcentrado a sua imperfeita pessoa na resolução de um %uebra@cabeça intelectual inofensivo.

Ergueu a vista e cravou o ol ar nesses ol os escuros %ue a ela, capa& de ler em tantosidiomas, custava@l e tanto esforço interpretar e no %ual resultava tão fácil perder@se.

A+ diferença de voc , não estou acostumada a ter uma vida emocionante, e*plicou. A 4in amente está acostumada a mover@se a um passo tran%Iilo e sem sobressaltos. ?alve& em certaforma se$a como essas mul eres encerradas nos ar0ns. Não estão preparadas para enfrentar omundo e*terior. ?en o a sensação de ir dando tombos.

A6sso 0 tudoJ A+ boca do omem esboçou um lento sorriso. afne pareceu sentir um fio decalor na pele, como se sua boca se desli&asse... por toda parte.

A Não tem %ue preocupar@se. #e tropeçar, ali estarei para segurá@la.

;upert estava tão perto %ue não averia necessidade de %ue a dama tropeçasse. #- precisaria%ue se inclinasse ligeiramente para ele para %ue alguma parte dessa oculta anatomia feminina

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entrasse em contato com a sua.+dorava essa embarcação. ?in a sido uma id0ia bril ante. )uartos pr-*imos. 7orredor estreito

e na penumbra. E um conv0s escorregadio em %ue ela poderia perder p0 com facilidade enecessitaria %ue algu0m a segurasse.

+ sen ora /embroke escapuliu para a proa do navio.

AEste 0 meu camarote, disse ele, assinalando a porta.AHá o tin a suposto, replicou a dama, %ue passou toda apressada para o camarote de proa.;upert se agac ou para passar pela porta e a seguiu.A?al e como pode ver, isto 0 o salão, e*plicou. A 7omo esse lugar da casa.

< aposento onde voc recebe os convidados.A7 ama@se %a^a, particulari&ou ela.A;epita@o @ /ediu.En%uanto o fa&ia, ele estudou em detal e sua boca. < lábio inferior era bastante mais carnudo

%ue o superior e se curvava em uma tentadora careta.ANão 0 complicado, afirmou a mul er. A /oderia fa& @lo se o tentasse.A a A/rovou ele.Ela destacou a garganta.A4ais s'labas. Oorme o som a%ui atrás, no fundo da garganta.;upert ol ou sua garganta, ou ao menos o pouco %ue podia ver dela! um par de incitantes

cent'metros de pele pálida por cima da recatada gola de seu vestido negro. 7ontra sua l'nguaresultaria do mais suave. E essa pele l e roçaria o rosto... e poderia embriagar@se com seu aroma.6nclinou@se para ela.

+ embarcação se sacudiu. ;upert caiu sobre a sen ora /embroke e ela caiu de costas sobre odivã.

urante um glorioso instante ela $a&eu sob seu corpo, com esse busto perfeito esmagadocontra seu peito. < coração acelerou e seu consel eiro pessoal ficou firme. Mevantou a cabeçapara ol á@la. + dama o observava com os ol os totalmente abertos e de um verde tão escuro comoo da selva. ;upert sentiu seu fClego sobre a pele e tamb0m o escutou, %uente e entrecortado. Elaseparou os lábios. Ele bai*ou a cabeça.

E nesse momento começou a empurrá@lo com os pun os.AMevante se Agritou. A Mevante se, grand'ssimo imbecil >em algu0m

Ooi então %uando ;upert percebeu o clamor de vo&es e dos passos procedentes do e*terior.Oicou de p0 e a a$udou a sentar@se. +bandonou o aposento, fec ou a porta ao sair e inspirou fundovárias ve&es para acalmar@se. /aci ncia, aconsel ou@se. + situação re%ueria um lento ass0dio,não um assalto repentino. epois de conceder a seus -rgãos reprodutores outro instante pararecuperar a compostura, saiu ao conv0s.

escobriu %ue o *ei%ue #alim o esperava com um enorme sorriso.< *ei%ue tin a ido inspecionar a embarcação e l es dese$ar boa viagem. ?in a levado consigodois enormes gatos 2%ue o sen or 7arsington se apressou a bati&ar como :og e 4agog3 paracontrolar a população de ratos. ?amb0m l es tin a levado outros presentes, al0m de um ban%uete.Entristecia@l e separar@se de seu sábio 2 3 amigo ingl s, declarou. /ara alegrar seu coração, tin adecidido dar uma festa, de maneira %ue todos se divertissem $untos at0 %ue o 6sis c egasse ao7airo copto, onde teria %ue separar@se deles.

afne se surpreendeu %uando o *ei%ue a convidou festa, $á %ue as mul eres estavamacostumadas ver@se e*clu'das. Entretanto, algu0m l e tin a informado %ue "os costumes ingleseseram diferentes(, e*plicou@l e o omem. 7omportou@se com grande educação e a incluiu no bate@papo al0m de elogiar seu árabe.

Não se tratava de um gesto sem importFncia, como afne bem sabia. /rofundamenteemocionada, decantou@se por um presente de despedida mais espl ndido do abitual.

Oe& %ue o sen or 7arsington entregasse ao *ei%ue #alim um elegante par de pistolas.Ele ficou no conv0s en%uanto o *ei%ue desembarcava. afne voltou para o camarote de proa.

epois se dirigiu a seu pr-prio camarote. epois retornou ao camarote de proa. #entou@se. Oicou54

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de p0. >oltou a sentar.Era incapa& de decidir o %ue fa&er.#eria uma amostra de covardia passar o resto do dia escondida em seu camaroteJ

Não poderia esconder@se dele para sempre.4as era plenamente consciente de %ue primeira oportunidade, cometeria uma loucura.

"A?emo, afne, %ue 0 muito impetuosa. ("A#into muito. ("AR por sua $uventude. 7om o tempo aprenderá a governar suas pai* es, sei.(Ela não o tin a descoberto at0 %ue >irgil o disse. Ningu0m l e avia dito %ue suas pai* es

eram antinaturais e %ue devia controlar com mão de ferro. Ningu0m teria adivin ado osingovernáveis e depravadas %ue eram! o temperamento... o desassossego... o louco dese$o, tãoinsistente como a fome ou a sede.

/or um terr'vel instante, o dese$o se acrescentou at0 tornar@se insuportável.+ sensação desse corpo grande e duro sobre o seu l e tin a resultado muito agradável. 4as

não estava bem e sabia. Era um sentimento animal, um instinto animalG todos seus sentidos sepreparavam para lançar o ata%ue... as mãos em um tri& de elevar@se para segurar esse c armosorosto e apro*imá@lo do seu para... + porta se abriu de par em par.

A7onseguiu, disse a profunda vo&. A +creditei %ue nada poderia me surpreender, mas vocconseguiu.

Lma onda de calor a consumiu antes %ue se abatesse sobre ela o g0lido assalto daumil ação.

AEu...AEra um par de Ho n 4anton. A< sen or 7arsington se dei*ou cair no divã $unto a ela. A

Estive a ponto de começar a c orar.A>oc ... +s... Eu não... A6nspirou fundo para tran%Iili&ar@se e ordenou a seu c0rebro %ue

voltasse a funcionarA. )uem 0 Ho n 4antonJ A7onseguiu perguntar.< omem abriu os ol os de par em par. <s raios de lu& %ue penetravam pelas frestas das

vene&ianas suavi&avam seus traços. 6sso, $unto com a e*pressão de incredulidade, conferiu a seurosto o aspecto do garotin o inocente %ue deve ter sido tempos atrás. 4uito tempo atrás.A)uem 0 4antonJ A;epetiu. A )uem 0 4anton J

A everia con ec @loJ A6n%uiriu ela.< omem a ol ou sem pestane$ar durante um bom momento.A>oc me disse %ue tin a levado uma vida muito tran%Iila, começou. A Não seria por acaso

em uma cavernaJ Em um conventoJEla entrelaçou as mãos sobre o regaço.AHá l e disse %ue min a vida são os livros, e*plicou. A Não estou acostumada a sair muito.AEsteve alguma ve& em MondresJA#im, 0 claro, respondeu. A epois de tudo, a /edra da ;osetta está no 4useu BritFnico,

nãoJ E tamb0m o busto do $ovem 4emn-n. 7omo 0 normal, estava acostumada a visitar Mondres

para assistir confer ncias. Ooi assim como con eci sua prima, a sen orita #aunders.< omem sacudiu a cabeça.A#ua ignorFncia escapa ao entendimento. 6nclusive prima ?rifena sabe %ue os irmãos 4anton

de over #treet são os mel ores armeiros de toda a 6nglaterra, possivelmente de todo o mundo.Espero %ue essas pistolas não se$am de seu irmão. Bem poderia deserdá@la... e não o culpariaabsolutamente.

A+ntes de dei*ar a 6nglaterra, compramos muitos presentes, e*plicou. A < sen or Bel&oni foimuito claro neste ponto. eve saber %ue um de seus rivais perdeu a oportunidade de conseguir obusto do Hovem 4emn-n para a Orança por%ue insultou o c efe local com o insignificante presentede umas anc ovas em conserva.

+ e*pressão do sen or 7arsington se tornou trágica.A=á uma grande diferença entre um pote de anc ovas e um par das mel ores pistolas de

4anton.A#ei, replicou. A 4iles me disse %ue as pistolas eram para pessoas %ue reali&assem serviços

fora do comum. < *ei%ue #alim nos liberou de acabar em uma masmorra por pouco... eprovavelmente tamb0m de uma viagem muito curta ao verdugo. 7onseguiu esta embarcação e

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removeu c0u e terra para l e a$udar a prepará@la. +l0m disso, foi muito amável e educado ao meconvidar festa e conversar comigo.

Ele deu de ombros.A< teria feito desde o começo, mas o considerava impr-prio. +ssim %ue compreendeu %ue os

costumes ingleses l e permitiam falar com uma dama, esteve encantado de fa& @lo. isse@me %ue

nunca percebeu %ue o c0rebro de uma mul er fosse tão grande.o mesmo modo %ue eu não me tin a dado conta de %ue pudessem ter tantas e tão enormes

lacunas.A e verdade %ue não entendo todo este Fnimo por um par de pistolas, disse.A #erá %ue não se dá conta de %uão agradado estava o omemJAR claro %ue estava agradado. )uem não o teria estadoJ Eram umas das mel ores pistolas

de 4anton. Mevou@me toda a vida me fa&er com elas.ANesse caso devo supor %ue $á tem um par. )uer outroJ )uantas pistolas necessitam

e*atamente um omemJ< sen or 7arsington dei*ou escapar um suspiro.A4in as finanças não foram muito flutuantes nos ltimos tempos.A+ , disse.Na realidade %ueria di&er muito mais. <u mel or, %ueria perguntar. eu@se conta de %ue não

sabia nada dele. Entretanto não se devia falar de din eiro, salvo com o administrador da fam'lia.Bai*ou a vista at0 suas mãos, esperando %ue sua vulgar curiosidade não fi&esse ato de presença.

AEm uma das temidas c amadas a seu escrit-rio, prosseguiu ele, meu pai me disse %ue senão era capa& de viver por meus pr-prios meios, tin a sua b nção para fa& @lo no cárcere dedevedores. E o di&ia a s0rio. ?odo mundo sabe %ue lorde =argate $amais ameaça em vão./areceu@me %ue o cárcere de devedores seria bastante restritivo.

A+ssim aprendeu a economi&ar, con$eturou ela. A ?eria gostado de receber aulas. E %ue4iles as recebesse tamb0m. R inclusive pior %ue eu. Não sabe o %ue 0 a moderação. #e a tivesse,certamente não estar'amos neste apuro.

< sen or 7arsington estava observando@a de novo.AEntendo , disse, o %ue a levou a perguntar@se o %ue era o %ue entendia.A6sso e*plica. ?odo mundo sabe %ue os tubar es gordos locais preferem %ue seus presentes

se$am armas de fogo europ0ias. + seu irmão não ocorreu %ue %ual%uer arma %ue funcionasseseria suficiente.

AR obvio %ue não l e ocorreu. #e con ecesse 4iles... A?eve %ue piscar com rapide& e tragarsaliva.

A4e diga, insistiu o sen or 7arsington, se fosse voc %ue se encontrasse esse dia na lo$a de>anni +na&, teria regateadoJ

Ooi um intento desesperado. ;upert não sabia se conseguiria atiçá@la ou não, mas estava beira das lágrimas e ela necessitava uma distração. /erguntar foi a primeira coisa %ue l e ocorreu.Ela piscou, o %ue fe& desaparecer as lágrimas %ue $á bril avam em seus ol os verdes.A< teria feitoJ A;epetiu. A ?eria pensado! "6sto seria um presente encantador para 4iles( e

averia dito a +na&! "Mevarei isso( sem parar se%uer para converter todas essas piastras ou comose c amam em libras, *elins e p niJ

Ela sopesou sua pergunta, movendo os ol os verdes de um lado a outro com esse gesto tãocaracter'stico, um gesto %ue fa&ia pensar %ue estivesse lendo sua pr-pria mente.

ABom... 0 provável... A;ubori&ou@se. A #im, 0 poss'vel. 4uito poss'vel. Era espl ndido.6mposs'vel de resistir.

AEra art'stico, ou isso me disse, interveio ele. A e %ualidade superior. + versão em papiro domel or par de pistolas de 4anton, em outras palavras.

A#im, sim %ue o era, conveio, e sua vo& se tornou ofegante. A <*alá o tivesse visto voc . +scores. <s desen os. =á um precioso papiro ilustrado a cor na escrição de lTEgDpte %ue não 0nem a metade de bonito.

/rosseguiu com a descrição de seu papiro... por%ue era dela, disso estava seguro, e cada56

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palavra %ue pronunciava servia para confirmar o %ue levava suspeitando desde %ue a mul er sea$oel ou $unto mesa no %aTa de sua casa do 7airo, %uando descobriu o roubo.

?in a essa coisa praticamente memori&ada. escreveu as ilustraç es, algumas em grandesblocos, embora a maioria estavam dispostas em grandes lin as por cima das colunas de s'mbolos.isse@l e os nomes dos deuses %ue se recon eciam a simples vista e especulou a respeito dosrestantes.

eve ter se dado conta de %ue tin a falado demais, por%ue dei*ou uma frase na metade parae*[email protected]& a c-pia para 4iles, disse. A /or isso lembro tantos detal es.A/arece muito trabal o, comentou ;upert. AEstou seguro %ue deve ser a irmã mais devota

do mundo. < delator rubor l e cobriu as faces.A#ua letra nunca foi boa e piorou com o tempo. 4al se pode ler. /recisa de um secretário... e

assim eu ten o algo %ue fa&er. E 0 claro %ue se aprende muito no processo.#e tivesse tido mais trato social, pensou ;upert, saberia como mentir. Não estava seguro de

por %ue tin a mentido. Embora fosse evidente %ue não tin a a prática suficiente. Nem se%uer l etin a ocorrido esconder seus livros ou misturá@los entre os pertences de seu irmão.

Bastava dar uma ol ada coleção da estante para dar@se conta de %ue dominava no m'nimouma d &ia de l'nguas.

;upert se perguntou se poderia di&er o mesmo de 4iles +rc dale.

omingo de noite

e 4iles +rc dale se podia di&er o seguinte! estava sentado em um magro colc ão infestadode perceve$os no su$o camarote de uma embarcação desmantelada. 7ontemplava a correntepresa a seus torno&elos. Estava calculando %uantos golpes e %uanta força se necessitariam pararomper o o*idado metal ao mesmo tempo %ue se perguntava como fa& @lo sem romper nen umosso no processo.

+ embarcação parecia aver@se detido para passar a noite, o %ue traria consigo uma praga deratos e mos%uitos. /ena %ue não pudesse adestrar os ratos para %ue roessem as correntes. <upara %ue roessem seus anfitri es.Lm deles tin a todo o aspecto de %ue algum animal o ouvesse ro'do.

Butrus, %ue parecia o l'der, era um bloco gigantesco. #eu maltratado rosto c eio de cicatri&esl e recordava o rosto mutilado da Esfinge, sobre tudo pelo nari&, $á %ue o do omem eratotalmente c ato. Na mão direita tin a um coto onde deveria estar o mindin o. Embora a meiad &ia de omens %ue lotavam a embarcação não formava o grupo de bandidos mais atraentes,Butrus era o mais feio de todos.

+ 4iles era permitido subir ao piso superior para esticar as pernas, por di& @lo de algum $eito,depois de %ue anoitecesse e sempre com um escolta armada. urante a primeira noite, tin atentado gritar para pedir au*'lio e Butrus o tin a golpeado na cabeça com a culatra de uma pistola,o %ue o dei*ou fora de combate sobre o piso superior durante um bom momento.

)uando recuperou o sentido sobre o as%ueroso colc ão, Butrus l e advertiu %ue não voltasse atentar nada semel ante.ANão vamos l e matar, disse Butrus a%uela primeira noite. A Não devemos te cortar a l'ngua

por%ue esse -rgão 0 necessário. Não devemos te cortar as mãos. 4as uma orel aJ +lgunsdedosJ Lm p0J A#orriu, dei*ando descoberto uma e*'gua coleção de dentes podres. A ?emos%ue o manter com vida. 4as não necessário fa& @lo com um pedaço.

4iles tin a suposto %ue o estavam retendo para conseguir um resgate.Não obstante, %uando c egou o terceiro dia e a embarcação continuou viagem rio acima, ficou

desconcertado. )uanto mais se afastassem do 7airo, mais dificultoso seria o intercFmbio dodin eiro pelo ref0m. Há levavam navegando sete dias. <nde diabos o levavam e por %u J

< sol se pCs e o lento anoitecer levou consigo os ltimos vest'gios de lu& do camarote./ermaneceu sentado na escuridão e dei*ou %ue sua mente e*pulsasse o problema dos gril esde seus torno&elos para concentrar@se em sua irmã. + essa altura deveria saber %ue se encontravaem apuros. + essa altura deveria ter acudido a No*leD em busca de a$uda, ou isso esperava.

+ porta se abriu e a lu& de uma lanterna, embora muito t nue, alagou a estadia de sombras.

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e bai*ou de novo. Escutou um grito %ue se interrompeu de repente. )uão ltimo viu foi o bril o dometal ao cortar o ar em sua descida para ele.

7ap'tulo 8

+ espada golpeou o divã %ue tin a perto antes de voltar a elevar@se. + embarcação balançou eo atacante perdeu o e%uil'brio. 4iles não pCde ver o %ue aconteceu a seguir, embora sim pudesseescutar o tamborilar do metal contra o metal, seguido por um grito %ue se interrompeu de s bito.Lm grun ido. < ru'do surdo de um corpo ao cair no c ão... ou avia mais de umJ < camaroteficou em sil ncio. No e*terior a luta continuava.

7omeçou a tatear ao seu redor em busca de uma arma. Encontrou uma faca. Empreendeu afuga com cautela en%uanto tentava %ue os gril es fi&essem o menor ru'do poss'vel e seassegurava de não tropeçar com nen um corpo.

Estava muito perto da porta %uando a embarcação se sacudiu de novo. 7aiu de bruços contraa porta, golpeando a cabeça. Escutou o rangido da madeira! tin am encal ado.

<s grun idos dos %ue brigavam no e*terior não demoraram em sossegar@se. Escutaram@sealguns sussurros em árabe, nen um con ecido. 7 apin ar. epois não se escutaram mais vo&es.Esperou um pouco mais para assegurar@se. /areceu@l e escutar passos, embora bem poderia terse tratado do navio ao rac ar@se.

Encamin ou@se para o e*terior e encontrou o inclinado piso superior praticamente deserto.>islumbrou duas figuras em um bote amarrado embarcação. #- esses dois. Nen uma outrafigura se movia.

< pe%ueno bote supun a sua nica oportunidade para c egar margem vivo. Não podianadar! as correntes o arrastariam ao fundo. #eria um est pido se esperasse %ue algu0m oresgatasse. <s abitantes da área não eram famosos por seus impulsos caridosos. /rovavelmentefossem amigos de seus se%Iestradores. )uais%uer pessoas %ue fossem os omens %ue tin amatacado a embarcação deviam pertencer a uma banda rival de malfeitores. <s ladr es nãodemorariam em apro*imar@se para roubar o %ue pudessem. <u talve& $á o tivessem feito. Essesdois tipos do bote, por e*emplo.#e não conseguisse fa&er@se com esse bote, era omem morto.

7om os p0s acorrentados e uma pe%uena faca como arma, suas probabilidades de sairvitorioso em um enfrentamento direto eram muito escassas.

?eria %ue utili&ar a cabeça.<correu@l e uma id0ia.Mevou as mãos ao imundo cabelo e o revolveu at0 o dei*ar arrepiado.+to seguido dei*ou escapar um grun ido. +s figuras ficaram petrificadas.4iles começou a camin ar devagar para eles, fa&endo ressonar as correntes e recitando o

mon-logo sobre o aman ã de 4acbet com a vo& lastimosa de um fantasma %ue clamavavingança.

<s dois omens se $ogaram pela amurada com seus gritos.

< 6sis não avançou muito na segunda@feira dado %ue se encontraram com vento de proa. <riem A < capitão fe& %ue a tripulação pu*asse a embarcação com cordas. 7om isso s- conseguiu%ue não retrocedessem seguindo o curso da corrente. 7onforme parecia, avançar estavatotalmente descartado no momento.

+pesar da discussão entre ?om e Meena pelo uso do vocabulário, ;upert conseguiu comunicar@se com ;ais ;as id, %ue resultou ser de grande utilidade em diversas mat0rias. epois de dei*arMeena e ?om encetados em uma discussão a respeito de %ual era o vento mais letal, ;upertconcentrou seus pensamentos na sen ora /embroke. < atraso não ia l e fa&er muita graça.

#egundo Meena, a dama estava acordada. Entretanto, não se tin a reunido com ele no salãopara o caf0 da man ã e estava impaciente por v @la.

?anto ?om como ele se retiraram a noite anterior oras mais tarde %ue as mul eres. ;uperttin a permanecido no conv0s at0 muito depois de %ue a tripulação dormisse, com a pretensão deassegurar@se de %ue a embarcação estava devidamente vigiada. Na realidade, o %ue precisava era

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esfriar@se, embora pouco pudesse fa&er as frescas temperaturas noturnas para aliviar o tipo deardor %ue o atormentava.

Era o tipo de ardor %ue l e pedia t @la nuaG o tipo de ardor %ue l e pedia estar pele contra peleGo tipo de ardor %ue l e acendia a entre perna.

E o consumia em parte por%ue por um momento tin a estado sobre ela... bom, talve& essa

fosse a rai& do problema, não s- uma parte. + entrega desse corpo aprisionado sob o seu, aincitante careta desses lábios doces e carnudos e a forma de ol ar desses ol os verdes,profundos como o mar.

Não era um ol ar de "se afaste(. Era o tipo de ol ar %ue =elena da ?r-ia deve ter lançado a/arisG o tipo de ol ar %ue 7le-patra deve ter dei*ado cair em direção a 4arco +ntonio.eclararam@se guerras por semel antes ol adas.

7laro %ue isso não era tudo. )uando o *ei%ue #alim tin a gabado seu dom'nio do árabe e semaravil ou por seu e*traordinário c0rebro, ;upert %uis despi@la. )uando ela esteve falando dopapiro, da bele&a de seus desen os e de suas colunas de s'mbolos riscados perfeição, %uisdespi@la. )uando parava para pensar nesses livros escritos em uma d &ia de idiomas %ue ela tin ana estante, %ueria despi@la.

Nem entendia o motivo nem l e importava. )uão nico compreendia era %ue ela o e*citava deuma forma indescrit'vel. ?anto %ue o mantin a em claro durante a metade da noite. ?eria %uereconsiderar seus planos a respeito de um lento ass0dio, decidiu en%uanto se encamin ava aocamarote de popa.

Encontrou@a de $oel os, rebuscando entre as pil as de livros %ue tin a levado consigo. 4allevantou a vista %uando ele golpeou o marco da porta.

A/assa algo com a embarcaçãoJ A/erguntou. A Nos detivemos, nãoJA< clima não 0 favorável, respondeu ele. A >ento do sul. #e o entendi bem, c ama@se $amsin.+ cor abandonou seu rosto. ei*ou cair os ombros e se sentou sobre os calcan ares.A+ /or eus, não.

ANão podemos fa&er nada, e*plicou. A ?emos o vento contra.A4as os malfeitores levam vários dias de vantagem... %uase uma semana.A;ais ;as id di& %ue os ventos de proa são abituais nesta 0poca do ano, e*plicou ;upert @

6sso %uer di&er %ue as restantes embarcaç es %ue percorram o Nilo tamb0m se verão afetadas. <%ue significa %ue talve& seu irmão nos leve uma semana de vantagem, mas não está a muitos%uilCmetros de distFncia.

+ cor retornou, enfati&ado por um d0bil rubor rosado nas boc ec as.AR claro, como não me ocorreu antesJ A#acudiu a cabeça. A Não estou acostumada +

sucumbir s emoç es. /or regra geral min a mente está clara e limpa. Não estou acostumada ame dei*ar levar pelos estados de Fnimo. E tampouco sou uma c orona. AEsfregou a e*tremidadedo ol o. A e fato, sou uma pessoa muito previs'vel e aborrecida... Esta... A isse ao mesmotempo em %ue fa&ia um gesto impaciente em direção a seu e*traordinário rosto. A Esta não sou

eu. AHá sei %ual 0 o problema, afirmou ele. #entou@se no divã, tão perto %ue tão s- tin a %ueesticar o braço para tocá@la. A < problema 0 %ue não tem suficientes irmãos. )uantos mais set m, mais simples resulta desenvolver certo desapego.

A#eus irmãos t m por costume dei*ar@se se%Iestrar por algum loucoJ A/erguntou. A Essa 0a classe de coisa a %ue algu0m se acostumaJ

ANão, acredito %ue me refiro totalidade dos incidentes em con$unto, e*plicou ;upert. A +oser cinco irmãos, sempre estamos imersos em uma crise ou outra. +listair, por e*emplo, tin a ocostume de meter@se em custosas catástrofes relacionadas com alguma mul er. +ssim %uandopartiu a erbDs ire fa& tr s anos, todos esperamos em maior ou menor medida uma catástrofemuito custosa e continuamos com nossos assuntos.

AOran&iu o cen o. A + verdade 0 %ue acabou sendo mais calamitoso %ue de costume.AR o irmão %ue foi ferido com gravidade em UaterlooJ A)uis saber ela.A #anto c0u, acaso não foi o bastanteJ < %ue l e aconteceu em erbDs ireJA+cabou comprometido... A;espondeu ;upert com vo& desanimada. AEm matrimCnio.A+ , 4eu deus #upon o %ue a mul er era de tudo inapropriada.

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ANão, %uero di&er %ue acabou comprometido... A;epetiu ;upert mais devagar e enfati&andoas palavras. A Em matrimCnio

Ela cru&ou os braços e o observou com atenção.A7ompreendo, replicou ao final. A < matrimCnio 0 a grande catástrofe.ABom, está claro %ue voc não o v dessa maneira, disse ;upert. A /elo %ue ve$o, era um

santo.< comentário a dei*ou aturdida.A#eu irmãoJ;upert assinalou o luto %ue a cobria dos p0s a cabeça...A?odo esse negro. eve ter sido admirável o... mmm... defunto.A+ ;efere@se >irgil. A#ua vo& era glacial. A Era um erudito. Lm respeitado te-logo.+ sen ora /embroke voltou a trabal ar em e*cesso com os livros, devolvendo de %ual%uer

maneira a estante os livros %ue com tanto cuidado tin a ordenado ele.ALma pena %ue não ten a sobrevivido para fa&er esta via$em com voc , lamentou ;upert. A

< Egito parece fa&er furor entre os eruditos.ANão para >irgil A ;eplicou ela com um tom um pouco mais g0lido. + com o >irgil

/embroke... #e o luto tin a algo %ue ver com o morto, comeria suas botas. < intratável negro nãoera mais %ue um disfarce, tal e como ele tin a suposto.

A4e teria levado a ?erra #anta, prosseguiu ela.AEstou seguro de %ue o lugar merece...A#ei %ue deveria dese$ar fa&er a peregrinação, mas me dá igual, confessou.A #e for passar calor e desconfortos, se for ter %ue comer areia em cada comida e procurar

serpentes escorpi es antes de pCr as botas, o lugar deve me interessar de forma irresist'vel. A<l ou@o com e*pressão desafiante e fec ou o armário de uma portada.

ABom, atraem@l e irresistivelmente as ru'nasJ A/ergunto ;upert.AR claro, respondeu com irritação. A +s ru'nas eg'pcias. /or esse motivo estou a%ui e não na

?erra #anta.A;ais ;as id di& %ue estamos perto de 4enfis, disse. A /oder'amos alugar alguns burros e

nos apro*imar das ru'nas. Oicam restos de um templo e de um fara-, conforme me disseram. Enão muito longe deli á um monte de pirFmides. ?alve& encontre uma parte de pedra gravada comescrita ileg'vel.

afne não estava segura do %ue esperava encontrar em 4enfis. <s sucedidos dos ltimos diastin am feito desaparecer todos os dese$os de e*plorar. ado seu desconcerto, o tin a imaginadocomo uma plan'cie des0rtica com monumentos parecidos com :i&a.

6nclusive en%uanto empreendiam a marc a, sua mente se encontrava muito longe de seu lugarde destino.

>ia$ava de burro $unto ao sen or 7arsington por um camin o, apenas consciente dos arredores

por um sem@fim de ra& es. >er como se despia era uma delas.< omem tin a começado a $ornada bastante bem vestido, embele&ado com uma esp0cie detra$e oriental. ?in a substitu'do sua $a%ueta a$ustada por uma t nica e trocado suas calçasrodeadas por umas calças largas de estilo turco %ue remeteu por dentro de suas botas. Entretanto,en%uanto se afastavam do rio, tirou em primeiro lugar a formosa t nica verde, depois tin aafrou*ado a gravata e por ltimo desabotoou por completo o colete amarelo pálido de seda, demaneira %ue sua camisa 2a roupa interior3 ficava praticamente e*posta.

7omo não podia ser de outro modo, ela era incapa& de afastar o ol ar.?eria %ue l e di&er, com muita firme&a, %ue resultava do mais impr-prio, posto %ue os

maometanos eram pessoas muito pudicas e ele estava obrigado a respeitar sua sensibilidadeapesar de não albergar o menor respeito pelas normas de comportamento inglesas. ?eria %ueinsistir %ue se vestisse de novo. #empre tin a tido mais problemas %ue necessários com asobrigaç es.

7omo a menina indisciplinada %ue uma ve& fora, não podia dei*ar de ol á@lo de esguel a./ercebeu a forma em %ue a camisa se apertava a seus largos ombros e do modo em %ue seconvertia em uma ondeante cortina transparente graças lu& do sol e dependendo da força e da

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direção com %ue soprasse o vento.

+trav0s do tecido podia ver com toda clare&a, e mal podia afastar a vista do contorno dos

m sculos de seus braços e tamb0m de seu torso, %ue ia se estreitando medida %ue descia paraa cintura. Não deveria ol ar mais abai*o.Embora sim o fe& e observou com dissimulação a parte de seu corpo %ue estava em contato

com a cadeira. Oolgadas as calças não ocultavam por completo seus estreitos %uadris. #eutraseiro era sem d vida tão duro e firme como o resto de sua pessoa. e s bito se sentiuacalorada e a ponto de desmaiar. E então >irgil se intrometeu em seus pensamentos, e sua vo& esua imagem l e provocaram um calafrio, tal e como di&iam %ue acontecia com os fantasmas.

< sen or 7arsington acreditava %ue seu marido tin a sido um santo. E tão santo... Notranscurso de seu matrimCnio não tin a visto nem uma ve& >irgil sem roupa.

< %uarto permanecia s escuras inclusive %uando fa&iam amor. Ele levava sua camisa dedormir, ela uma camisola e avia regras, tantas regras... muitas para ela em um momento no %ualnão %ueria pensar em nada.

Não %ueria voltar a pensar em >irgil. #eguia &angada, fora do s0rio, e tudo tin a começado $usto %uando pronunciou seu nome na embarcação.

;ecordou a maneira em %ue seu marido tin a fec ado os ol os %uando ela mencionou o Egitoe o sorriso paciente %ue tin a esboçado ao voltar a abri@los, assim como o tom paciente %uesempre adotava en%uanto l e recordava com infinita paci ncia %ue tudo o %ue uma damaprecisava saber sobre o Egito estava escrito nas #agradas Escrituras, no : nese e no _*odo.

4as nesse momento estava ali e não dei*aria %ue >irgil l e danificasse a viagem, por mais %uetudo tivesse sa'do mal. e momento não podia fa&er nada por 4iles. +t0 %ue o vento mudasse s-tin a duas opç es! ou se voltava louca pela situação e dei*ava %ue o passado a enfurecesse outentava tirar o mel or partido.

eu uma ol ada a seu redor e... descobriu %ue o mundo tin a mudado por completo.Entraram em um palmeiral. +s altas e elegantes árvores se elevavam sobre um tapete de ervade cor verde intensa, salpicada de flores rosa e p rpuras. /assaram ao lado de uma s0rie de

bril ante lagos $unto aos %uais as cabras vigiavam as suas saltitantes proles. #obre eles umpássaro começou a trilar e logo outro o imitou.

+o final c egaram a um terreno bai*o coberto de erva.+li, $unto a um lago %ue refletia o verde dos arredores e o a&ul bril ante do c0u eg'pcio, $a&ia

um enorme fara- de pedra ca'do, com os lábios curvados em um misterioso sorriso.7ativada, afne desembarcou do burro sem ser apenas consciente do %ue fa&ia e se

apro*imou da cabeça da estátua com a mão sobre os lábios.A eus... A4urmurou. A )ue maravil a+t0 esse momento não compreendeu %uão pouco sabia do Egito, %uão pouco tin a visto. +s

páginas dos livros estavam bem e tin am cativado sua imaginação, mas s- como mist0rios %ueteria %ue resolver assim %ue decifrasse o enigma da antiga escritura.+s pirFmides eram assombrosas, uns lucros imposs'veis de entender, sim. 4as eram escuras e

estavam va&iasG s- eram uns colossais montes de pedras. E tamb0m tumbas, grandiososmonumentos dedicados aos mortos.

+ estátua do fara- tamb0m era grandiosa! de uns do&e metros de comprimento apesar de l efaltar as e*tremidades inferiores. 4as era muito mais %ue um magn'fico monumento. Era umae*pressão art'stica %ue raiava a perfeição. #abia@se %ue era pedra, mas uma pedra esculpida demodo tão magistral %ue parecia ser de carne e osso. < sorriso, ou a misteriosa insinuação de umsorriso, era mágica.

/ercebeu a pro*imidade do sen or 7arsington.Mutou por desembaraçar do feitiço %ue o lugar tin a tecido a seu redor e trocou a sua atitude

pedante, a%uela com a %ue mais segura se sentiaG a %ue estava regida pelos fatos em lugar depelo confuso clamor das sensaç es.

A#e a mem-ria não me fal ar, foi descoberto no ano passado, disse. A e acordo com=er-doto e eodoro, trata@se de ;ams0s 66, tamb0m con ecido como ;ams0s o :rande.

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i&@se %ue esteve convocada diante do templo de >ulcano, ou /ta , %ue seria o nome eg'pcio,acompan ada das estátuas de sua rain a e seus %uatro fil os. A7amin ou $unto ao colosso e sedeteve o lado do cotovelo. 6nclinou@se e inclinou a cabeça para e*aminar %uão gravados avia no

fai*a %ue rodeava a cintura da estátua. A +%ui está seu rolo ,disse ao mesmo tempo %ue oassinalava.ANão estou seguro %ue se$a decente %ue ol e o rolo, disse o sen or 7arsington.afne foi consciente do comentário, consciente do calor %ue l e subia pelo pescoço, assim

como de um crescente nervosismo ante a possibilidade de %ue ele a tivesse pego estudando suaanatomia durante o tra$eto. Não obstante, a estátua e*ercia um enorme magnetismo sobre ela etodas suas preocupaç es se evaporaram ao contemplar a doçura desse enigmático sorriso.

AHá l e e*pli%uei o %ue era um rolo, replicou en%uanto se agac ava para poder ver mel or aparte dianteira de ;ams0s. A <s oval-ides com escritura ierogl'fica em seu interior. /ode v @loa%ui, na fai*a. E tamb0m no pulso. + , e posso ver outros dois sobre o peito e o ombro. /arece%ue á vários, mas não estou segura. á a sensação de %ue á dois predominantes.

A6sso %uer di&er %ue tem dois nomesJ Ain%uiriu o sen or 7arsingtonA. <u talve& %ue ten aum nome e um t'tulo. Há sabe como o rei! #ua 4a$estade Horge 6> +ugusto Oederico. E tamb0mtin a outro monte de nomes! pr'ncipe disto e du%ue da%uilo.

AR muito poss'vel, respondeu distra'da, com a mente e o ol ar postos em um dos cartuc os.+gac ou@se para ter mel or Fngulo e a percorreu um calafrio. A #em d vida esse 0 o s'mbolo dosol. Em copto, a palavra para "sol( 0 ra... ou r0... +i, %ue não daria por uma vocal como eusmanda. 4as á tr s caudas unidas perto do s'mbolo com forma de ganc o de ferro. R o mesmo%ue no rolo de ?utmosis. + combinação deve ser "mosis( ou "mesis(. < doutor Koung estavae%uivocado, tal e como eu suspeitava. Este cartuc o não pode pertencer a 4entu otep comosustenta. + identidade da estátua 0 indiscut'vel. ?odos coincidem em %ue se trata de ;ams0s o:rande. /ortanto, os s'mbolos do rolo devem ler@se "ra@me@sis( A7oncluiu triunfal.

AOascinante, disse o sen or 7arsington.afne se endireitou devagar com o coração acelerado. 6mersa na e*citação do descobrimento,não se tin a dado conta de %ue estava pensando em vo& alta. =avia soltado a l'ngua, [email protected] não, não com ele. Não era um erudito. /ara ele s- teria sido uma en*urrada inintelig'vel.

Estava de p0, observando@a com os braços cru&ados sobre esse amplo peito, e seu escurool ar era tão penetrante %ue a afne resultava incCmodo.

ANão 0 tanto o %ue di& como o modo %ue o di&, e*plicou. A < primeiro dia, %uando soubeimediatamente %ue algu0m tin a deslocado os ob$etos da mesa. isse %ue tin a estadotrabal ando no papiro.

AHá l e disse %ue a$udo 4iles.A;ecordava com e*atidão o lugar onde tin a estado cada coisa, recordou ele.

A4eu irmão tem um sistema A;eplicou. Ele sorriu e sacudiu a cabeça.A elata@se. )uando sabe por onde pisa, %uando está em seu terreno, sua vo& muda, apareceuma maravil osa e*pressão arrogante em seus ol os e inclina a cabeça de certa forma.

< fa&iaJ Era tão transparenteJANão entendo %ue importFncia tem meu modo de inclinar a cabeça.A i& s claras %ue voc sabe do %ue está falando. E %uando fala de um s'mbolo ou de um

som, prosseguiu ele, %uando con ece a palavra copta para "sol( e %uando contradi& com tantasoltura a interpretação do doutor Koung, a gente c ega irremediável conclusão...

A4iles...A uvido, interrompeu. A isse@me o %ue contin am os ba s de seu irmão. Hamais mencionou

seus livros. R estran o %ue um lingIista via$e sem livros.A/ara falar a verdade...AEm troca, voc via$a com uma incr'vel %uantidade deles, disse. A :rego. Matim. =ebreu.

/ersa. `rabe. ?urco. 7opto. #Fnscrito.

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+l0m dos abituais! alemão, franc s, espan ol e italiano. /assei algo por altoJA+parentemente não, respondeu com vo& tensa. A 4as eu sim. #up e@se %ue voc 0 um

fortão descerebrado.A#ou, afirmou o sen or 7arsington. A á a impressão de %ue possuo uma bril ante intuição

por%ue conto com uma fanática dos ier-glifos na fam'lia. Embora prima ?rifena não se parecesseem nada a voc , e não estou falando s- de %ue ela se$a mais vel a. /or regra geral não á %uem

a entenda. )ual%uer um entende voc , at0 eu... mais ou menos. Ela mal 0 interessante. >ocsempre o 0. >oc transborda pai*ão.afne se encol eu ante a palavra, ante a mir'ade de significados %ue possu'a, muitos deles

perigosos.ANão me con eceu em circunstFncias normais, declarou. A #ou um aborrecimento.AEu a ac o fascinante, disse ele. eve ser pelo ar de mist0rio %ue suporta viver uma dupla

vida.ANão ten o alternativa AE*clamou afne. A Não sou misteriosa. Não sou uma pessoa a

%uem atraem as intrigas. #ou ins'pida, sempre estou entre livros e eu adoro passar oras emsolidão en%uanto memori&o vocabulário e gramáticas ou en%uanto estudo um rolo. 4as não sepode trabal ar isolado. +%ueles %ue o fa&em acabam repetindo os enganos de outros ou perdendoo tempo com teorias $á re$eitadas. A7omo >irgil, %ue tin a desperdiçado d0cadas. A 4in acondição de mul er e min as circunstFncias me isolaram , prosseguiu.A Encontrava@me em umaalternativa! ou renunciava a meu trabal o ou recorria ao engano. Não podia renunciar.

AR muito dif'cil renunciar s pai* es, afirmou ele.A)ual%uer um diria %ue devia me dedicar a sedu&ir omens em lugar de esforçar@me com um

pergamin o feito pedaços at0 l e arrancar uma preposição... Areplicou com amargura. ALmarameira da rua não teria sofrido semel ante desaprovação, brincadeira ou escárnio. A#oltou umagargal ada, mas foi um som desagradável. +inda seguia lutando. +inda seguia sofrendo. Estavatão cansada de brigar, de fingir...

A?alve& ten a se relacionado com o tipo de gente e%uivocada, sugeriu o omem.AE %ue outra classe áJ AE*igiu saber. A + classe %ue ri das mul eres intelectuaisJA?amb0m estão os %ue são como eu, replicou.< sen or 7arsington não se moveu, embora a distFncia f'sica não importasse. ?in a@l edei*ado apro*imar@se muito por%ue a emoção l e tin a soltado a l'ngua, e seus segredos tin am

sa'do lu&.afne retrocedeu um passo e se c ocou com o antebraço de pedra de ;ams0s.+ boca do sen or 7arsington se curvou ligeiramente, como a do fara- de pedra, e cortou a

distFncia %ue ela tin a tentado interpor entre ambos.A#e decidisse, não acredito %ue tivesse %ue esforçar@se muito para me arrancar uma

proposição, disse.A/reposição, corrigiu ela. A isse pre...7olocou@l e a mão na nuca, enterrou os dedos em seu cabelo e afne ficou gelada... na

apar ncia, claro. /or%ue por dentro seu coração tin a começado a palpitar com força e ali onde

momentos antes estivesse seu c0rebro s- ficava uma voragem de incompreens'veis fragmentostão escorregadios como a l'ngua perdida %ue se se esforçava por decifrar.< sen or 7arsington inclinou a cabeça en%uanto a observava.ABom, at0 a%ui c egou o lento ass0dio, disse.6nclinou@se de novo e afne não teve tempo de agac ar@se nem de afastar@se, de maneira %ue

a boca do omem se apoderou da sua e a terra tremeu sob seus p0s.Mevantou a mão... para afastá@lo como devia. 7omo teria %ue fa&er. 4as essa boca se movia

com tanta ousadia sobre a sua, com tanta firme&a e segurança, %ue acabou aferrando@se a ele,fec ando os dedos em torno de seu braço.

Era tão duro como a estátua %ue l e blo%ueava a retirada, embora tamb0m %uente e vivo... #eucalor resultava eletri&ante. < contato l e provocou um formigamento na ponta dos dedos e acorrente l e transpassou a pele, at0 %ue todo seu ser reagiu como se estivesse galvani&ado.

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<s incompreens'veis fragmentos de sua mente giraram at0 fundir@se em uma neblina e osfren0ticos batimentos do coração se transladaram de seu coração a todo seu organismo, de modo%ue cada veia e cada m sculo começaram a palpitar.

afne se aferrou com mais força, segurando@se com ambas as mãos como se a terra estivessedesaparecendo sob seus p0s, igual acontecia com todo o resto. Lm poderoso braço l e rodeou acintura e a apro*imou mais para ele. Esticou@se ao se c ocar com esse corpo duro como umaroc a, mas l e bastou um instante para voltar a derreter@se contra sua calide& para amoldar@se ao

contato. Não era suficiente. esli&ou as mãos por seus largos ombros at0 c egar ao duro %uei*o.#entia como o pulso do omem pulsava contra a borda de sua mão ali onde l e roçava a garganta.;odeou@l e o rosto com as mãos e separou os lábios, em aberto convite. Ele começou a incitá@lal e acariciando os lábios com a l'ngua antes de tomar posse de sua boca, momento no %ual omundo girou ao redor de afne en%uanto o sabor desse omem ,doce, fresco e do maispecaminoso l e subia cabeça.

+ mão do sen or 7arsington desceu um pouco, curvou@se sobre seu traseiro e a apro*imouainda mais, de maneira %ue afne sentiu a pressão da p0lvis masculina sobre seu abdCmen.+%uilo era imoral, muito imoral... mas ela era uma pessoa imoral, tin a nascido assim e carecia daforça de vontade necessária para afastar@se. ;endeu@se devastadora sensação f'sica edesfrutou do contato desse enorme e musculoso corpo, da pressão de seu endurecido membrocontra o abdCmen. ;endeu@se pai*ão abrasadora %ue os consumia e ao frenesi de sensaç es%ue a tin a invadido.

Lma s0rie de dese$os ocultos fa&ia muito tempo brotou para a superf'cie. ;odearam@l e ocoração e se enroscaram em seu estCmago. Não era capa& de l es dar um nome. < %ue sentiare%ueria uma nova l'ngua ou talve& não necessitasse de uma l'ngua absolutamente. < significadose redu&iu ao sabor da boca masculina, de sua peleG a seu aroma, tão potente, perigoso e familiar%ue sentiu uma pontada de nostalgia, como se fosse uma lembrança muita %uerida ou umsofrimento reavivado.

everia ter combatido seus bai*os instintos e liberar do sedutor feitiço no %ual estava presa.Em troca, começou a retorcer@se para pegar@se mais a ele, enterrando as mãos em seu abundantecabelo en%uanto suas l'nguas se enredavam. ?ão imoral... ?ão lascivo.

E tão estran o e e*citante... como sair a rastros de uma pirFmide na mais absoluta escuridão.Entretanto, esse omem era muito mais perigosoG o omem e as sensaç es %ue tin adespertado em seu interior. e %ual%uer modo, nesse momento adorava o perigo e tivesse

continuado direto para a ru'na. 4as a mão do sen or 7arsington abandonou seu traseiro e suaboca se afastou da suaG privada de seu contato, afne voltou a ser consciente do sol, daspalmeiras, dos gor$eios dos pássaros e do gigante de pedra contra cu$o braço tin a perdido ocontrole de forma tão est pida... por não falar de sua auto@estima e de toda pretensão de virtude.

#eparou@se dele.A+ , eus A isse.E depois, posto %ue não soubesse %ue mais di&er 2não tin a nen um motivo para $ogar a culpa

nele nem nen uma desculpa acreditável para ela3, fe& o %ue estava acostumada, a fa&er %uandose sentia dessa maneira em sua infFncia! fec ou o pun o, $ogou o braço para trás e o golpeou

com força no peito.

/Fnico.Lm desgraçado e espantoso momento. evia di&er algo, ocultar, desviar, distrair, mas isso

implicava pensar e a mente de ;upert não estava pelo trabal o nesse instante.< golpe pCs tudo de novo em seu lugar... e resultou do mais conveniente.

A#into muito, se desculpou. A ei*ei@me levar.+ sinceridade do comentário resultava bastante incCmoda.A ei*ou@se levarJ A;epetiu ela indignada./oderia l e aver dito %ue não tin a direito a sentir@se indignada %uando ela tin a cooperado

de boa vontade... mais %ue de boa vontade, para falar a verdade. 4uito mais do %ue ele estavapreparado para suportar... ou do %ue o estaria %ual%uer omem.

+inda via as estrelas... e a lua e os planetas. ?odo o universo dava voltas. En$oado, começou a65

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procurar o enorme ob$eto, um falcão de pedra, por e*emplo, com o %ue ela devia av @lo golpeadona cabeça.

7onteve@se bem a tempo.Não avia arma alguma. Ela era a arma. ?in a@o golpeado com seus doces e carnudos lábios e

com seu corpoG esse prod'gio de sensualidade %ue o mesm'ssimo iabo teria ideado para distrairaos omens.

E tamb0m estava o assunto de sua pai*ão, tão profunda como o oceano e tão selvagem como

%ual%uer tufão.;upert tin a fortes suspeitas a respeito da causa da morte de seu marido.Oe& um gesto com a mão para assinalar os arredores.A<... mmm... entorno romFntico. + mul er com a aura misteriosa. A7om o magn'fico traseiro

e um poderoso dom para bei$ar um omem at0 dei*á@lo cego, mudo, tolo e meio louco. A +emoção do momento. E não avia ningu0m perto.

<u isso pensava, por%ue esperava %ue não tivesse avido testemun as. <l ou al0m dasen ora /embroke, por cima do colossal ;ams0s %ue os tin a ocultado dos ol ares curiosos. #euguia e o pun ado de criados e de membros da tripulação %ue os acompan avam se congregarama uma distFncia respeitosa. Estavam sentados sombra de um grupo de palmeiras, fumando seuscac imbos en%uanto escutavam ?om falar sem parar. o outro lado, os arrieros aguardavam $untoa suas bestas e falavam com o entusiasmo tão caracter'stico dos eg'pcios.

ANão ten o uma aura misteriosa, respondeu ela, mal@ umorada. A Há l e disse...A#ua mente 0 e*tremamente fascinante, disse ;upert. A Está repleta de con ecimentos. E

tamb0m de inumeráveis segredos. R... complicada. Oascinante.+ e*pressão da mul er se tornou desconfiada.A4in a menteJ A/erguntou. A Bei$ou@me por min a menteJANão se$a rid'cula, respondeu. A )uer ver as pirFmidesJ A+s assinalou.A Estão por ali.

7ap'tulo 9

afne dese$ou poder correr de volta ao navio e esconder@se em seu camarote, uma reaçãoest pida e infantil como muito bem sabia. )uando por fim retornasse embarcação, $á seencarregaria de tornar uma boa reprimenda. Não podia voltar a converter@se na colegial impetuosa%ue uma ve& fora, dominada por suas emoç es. Na%uela 0poca tin a pagado com uma sentençade matrimCnio. Nesse momento poderia pagá@lo com sua reputação, o %ue umil aria a 4iles, oomem %ue tin a feito poss'vel %ue continuasse com seu trabal o e a %uem devia sua pr-priaprud ncia.

#e a onra não significar nada para voc , disse@se para si mesma, ao menos ten a em conta oseu.

Em vo& alta e com todo o aprumo %ue pCde reunir disse %ue gostaria muit'ssimo visitar as

pirFmides... logo %ue fi&esse c-pias dos rolos.< sen or 7arsington tirou seus utens'lios de desen o dos alfor$es e se manteve afastado delaen%uanto trabal ava. Não levou muito tempo e ao terminar se surpreendeu descobri@lo sob umapalmeira, desen ando.

ANão tin a nem id0ia de %ue soubesse desen ar, disse.AR um de meus mais profundos e escuros segredos, replicou o omem. A Na realidade 0 o

nico. ?ampouco 0 um segredo. 4eu pai acredita %ue um caval eiro deve saber desen ar tão bemcomo brandir a espada ou disparar.

#e voltar para casa sem desen os, nunca me perdoará isso. <l e. A4ostrou@l e o desen o.Era um esboço do colossal ;ams0s... e dela sentada em seu ban%uin o dobrável en%uanto

copiava as gravuras do pun o do fara- de pedra.AR muito bom, assegurou afne com assombro.?amb0m sentiu uma onda de pra&er, por aparecer no desen o, e um calafrio de ansiedade,

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pelo mesmo motivo, e o retrato l e pareceu muito... 'ntimo. 4as isso era rid'culo. +s emoç esestavam aprontando com seu bom senso. )uem ia imaginar %ue afne /embroke era essadiminuta figura %ue se encontrava $unto ao imenso fara- ca'do de bruçosJ

+creditava@se %ue as pirFmides da #a%%ara eram mais antigas %ue as de :i&a. e %ual%uermodo, eram umas construç es imponentes, pensou afne en%uanto atravessavam a plan'cie. #eu

destino era a mais importante de todas, a pirFmide escalonada.)uando alcançaram a rampa de areia e sei*os %ue condu&ia ao planalto da pirFmide,desembarcaram das selas para não cansar muito os burros.

< camin o estava semeado de escombros. < sen or 7arsington se deteve durante ummomento para estudá@los com uma e*pressão estran a. afne não disse nadaG limitou@se aobservá@lo com assombro en%uanto seu semblante se endurecia at0 o ponto de converter@se emum omem diferente do %ue con ecia. Essa g0lida máscara l e recordou a mudança %ue seprodu&iu em sua vo& %uando descobriu os cadáveres na pirFmide. Então l e tin a parecido umdescon ecido, frio e distante.

Nesse momento estava frente a esse mesmo descon ecido. /elo geral, mesmo %ue nãoesboçasse um sorriso, afne tin a a impressão de %ue dito sorriso seguia ali. Estava acostumadaa vislumbrar um bril o alegre nesses escuros ol os, como se o omem desfrutasse em particularde uma boa piada. #em d vida esse era o motivo de %ue as pessoas o tomasse sempre por umidiota afável.

< bom umor tin a desaparecido por completo. < sen or 7arsington se endireitou e, sem di&eruma palavra, começou a camin ar depressa, com umas passadas longas e furiosas %ue ela nãotin a esperanças de igualar.

/erple*a, afne ficou de c-coras para contemplar de perto os escombros %ue cobriam o c ão.=avia pedacin os de mármore e de alabastro.

Oragmentos de cerFmica. /edaços de cor verde clara ou a&ul. #u$os farrapos de lin o marrom.+lguns pedaços de uma coisa escura. E... ossos brancos.

Oicou em p0 e ol ou a seu redor.< lugar era um cemit0rio sa%ueado. Esses eram os conte dos das tumbas. Essa coisa escura

eram restos de m mias. < lin o era o %ue restava das ataduras %ue as envolviam. <utrosfragmentos deviam ser restos dos en*ovais funerários.A+ , pobre&in os... A#ussurrou. ?in a@l e formado um doloroso n- na garganta.Esfregou os ol os e se disse com severidade %ue devia dei*ar de ser tão sens'vel. #ua coleção

de papiros tin a sido roubada das tumbas dos antigos eg'pcios. E o mesmo podia di&er de seuspe%uenos eg'pcios de madeira.

/e%uena idiota, por não di&er ip-crita, será se c orar por eles agora..., [email protected] aparentemente levava comportando@se como uma idiota desde %ue se levantou essa

man ã. Esfregou os ol os para aliviar um pouco a ard ncia e respirou fundo para tentar serenar@se antes de seguir o camin o para a pirFmide.

Encontrou o sen or 7arsington $unto a um ameaçador buraco negro %ue avia na face norte. <

semblante s0rio e distante tin a desaparecido e seus ol os tin am recuperado o bril o alegre. +seu lado avia um europeu com roupas árabes. < sen or 7arsington l e apresentou o omemcomo o #ignori #egato. 7onforme l e disseram, era o ar%ue-logo %ue levava a cabo a escavaçãoda pirFmide para o barão 4inutoli.

A4e disse %ue o interior 0 e*tremamente complicado, informou o sen or 7arsington. A )uedei*a pirFmide de efr0n altura do betume, conforme parece. Este 0 o camin o da entrada.

afne apareceu borda do buraco. Era muito maior %ue a entrada da pirFmide de efr0n.A< passadiço vertical s- tem cinco metros e meio de profundidade, e*plicou o sen or

7arsington.AR imposs'vel %ue se$a tão fácil entrar.ANão, isto 0 s- o começo, esclareceu @ cFmaras mortuárias se encontram a uns trinta metros,

debai*o da pirFmide.A?rinta metros, repetiu afne com o coração acelerado pelo medo. Não, não, não e nãoA?rata@se de uma descida gradual, prosseguiu ele. A)uilCmetros de descida ao longo de

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passadiços e escadas. +lguns fossos e coisas do estilo. E um lugar onde as pedras parecem aponto de desabar@se. Está preparada, sen ora /embrokeJ

Não %ueria meter@se nesse buraco, por muito grande %ue fosse. ?odos seus instintos semostravam reticentes e o bom senso l e advertia %ue não o fi&esse.

A=á ier-glifos em uma das entradas, assinalou ele.ANo interiorJ A/erguntou afne. A entro da pirFmideJ AHamais tin a ouvido %ue se

encontraram ier-glifos dentro de uma pirFmide. 4as essa escavação era muito recente. <l ou ao

#ignori #egato e começou a l e fa&er uma s0rie de perguntas em italiano.#im, sim, estava de acordo com o #ignori! a%uilo era do mais incomum. Ele avia se sentidoenormemente surpreso %uando os descobriu! pássaros, serpentes, insetos e outros desen os. +pr-pria cFmara estava decorada, muito bonita.

afne tragou saliva com força.A4uito bem, disse ao sen or 7arsington. A Eu gostaria de ver essas inscriç es.< camin o at0 a cFmara resultou e*cessivamente comprido e incCmodo e o calor %ue fa&ia sob

a superf'cie teria bastado para co&er ti$olos. Entretanto, uma ve& %ue tiveram feita provisão dastoc as necessárias e teve dei*ado de tossir por causa da fumaça, pCde apreciar o interessantelabirinto de passadiços e o comple*o de cFmaras, muito diferente da simplicidade da pirFmide deefr0n, em :i&a. ?ampouco esta contin a nen um tesouro, coisa %ue não estran aria a ningu0m.No Egito os roubos de tumbas não s- tin am sido a triste realidade, e sim uma profissão %ueremontava ao menos at0 a 0poca de eops.

Não obstante, em sua opinião sim avia tesouros nas profundidades da pirFmide.+ cFmara era tudo o %ue o #ignori #egato tin a prometido e mais. #obre o a&ul escuro da

ab-bada resplandeciam estrelas douradas. <s muros estavam cobertos por a&ule$os de cortur%uesa. Entretanto, o mais e*traordinário de tudo era a entrada. ?in a ier-glifos por cima e aolongo das ombreiras, gravados em uma s0rie de magn'ficos bai*o relevo.

Lm dos motivos se repetia nas ombreiras! um falcão tocado com a coroa do fara-, situadosobre um pedestal retangular %ue estava dividido em dois. < %uadrado superior tin a tr ss'mbolos! vamos, a toc a %ue identificava o nome como pertencente a um deusG sob a toc a, afigura amendoada %ue afne tin a tomado pelo som rG e debai*o um s'mbolo menos con ecido!um c ocal o, um inseto, uma flor ou um instrumento musical, não estava segura. < %uadradoinferior estava dividido em %uatro seç es verticais. Oa&iam refer ncia a colunas, %uestionou@se. +sportasJ

AEste 0 o deus =orusJ A/erguntou com vo& grave o sen or 7arsington, %ue aguardava atrásdela.

Essa vo& l e percorreu as costas de cima abai*o. 7omo defesa, afne adotou seu tompedante.

A6sso parece, respondeu. A < s'mbolo %ue á por bai*o 0 o mesmo %ue o doutor Koungatribuiu palavra "deus(. 7omo pode ver, =orus leva a coroa do fara-. Na%uela 0poca seacreditava %ue os reis eram deuses. /ossivelmente este estivesse muito unido a =orus.

A+ signora 0 capa& de ler as escrituras antigasJ A6n%uiriu o #ignori #egato.ANão, não, se apressou a responder o sen or 7arsington. A Embora se$a capa& de ler um

pouco de grego.A=er-doto A/articulari&ou afne com rapide&.

?in a %ue aprender a guardar as especulaç es sobre os ier-glifos para si mesma. 7omoNo*leD avia assinalado, os eg'pcios adoravam falar e as not'cias se estendiam com rapide&. #e oe*plorador fa&ia menção de uma inglesa %ue era capa& de ler ier-glifos, todo o Egito saberia emseguida... incluindo os bandidos %ue tin am se%Iestrado 4iles e %ue não duvidariam em ir atrásdela.

A+p-ia@se um pouco em =er-doto e um muito na intuição feminina, prosseguiu o sen or7arsington com esse tom super protetor %ue se esperava de um superior masculino.

/elo geral, esse ar de superioridade l e teria feito ferver o sangue. Entretanto, nesse momentoesteve a ponto de tornar@se a rir de alivio, por %uão bem o omem avia encoberto seu engano.

;esultava irCnico %ue pudesse confiar %ue ele guardasse seu segredo muito mel or %ue elamesma.

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?in a %ue admitir %ue não alcançava compreender esse omem e aparentemente entendiamuito menos a si mesma.

ava a impressão de %ue s- compreendia seu trabal o. 7ontemplou os ier-glifos, con ecidoss'mbolos da cobra, o abutre, a abel a e a toc a. ;efletiu sobre o significado dos semic'rculos %ueavia sob a maior parte das figuras. #eriam cestas e as de maior taman o estariam com a parteredonda para bai*oJ E as pe%uenas, as %ue a tin am para cimaJ #om ou s'mboloJ 7om essas%uest es, especulaç es e teorias es%ueceu em seguida %ual%uer outra coisa.

/ara afastar sen ora /embroke dos ditosos falc es e de como %uer %ue se c amassemoutros desen os precisou uma persuasão cont'nua e paciente.

E não era isso o %ue ;upert dese$ava estar fa&endo.En%uanto a observava e escutava, o %ue %ueria fa&er era despi@la.+inda sofria os efeitos secundários do bei$o %ue o tin a feito ver estrelas, um pouco parecido

man ã posterior a uma noite de farra... salvo %ue não era a cabeça o %ue l e do'a./ermanecia o %ue estava fa&endo nesse mesmo momento, embora não soubesse do %ue se

tratava.Essa mul er tin a conseguido 2por um fio3 ocultar seus con ecimentos a #egato. Entretanto,

não podia ocultar seu entusiasmo, tão intenso %ue fa&ia vibrar o ar./osto %ue não podia ficar a brincar de correr de um lado a outro gesticulando de maneira

aberta en%uanto con$eturava e falava em seis idiomas simultaneamente, permaneceu colada a ele.E %uando era incapa& de conter@se 2coisa %ue ocorria cada poucos minutos3 agarrava@se comforça a seu braço e pu*ava ele para apro*imar@se de sua orel a e poder l e sussurrar algo.

;upert se via obrigado a sentir o roce de seu fClego na orel a e na face e a notar o perto %ueestava sua boca sabendo de %ue s- tin a %ue virar a cabeça para saboreá@la de novo... e ver asestrelas.

4as não podia virar a cabeça. ?in a %ue comportar@se por%ue não estavam so&in os, motivopelo %ual se via obrigado a suportar a tortura dos sussurros.

/or sorte para ela, #egato era italiano. epois de assumir %ue os sussurros eram de nature&aromFntica em lugar de pedante, o omem se manteve a uma distFncia prudencial.

Essa ip-tese não faria nen um bem reputação da sen ora /embroke. 4esmo assim, aalternativa era pior.Não resultava dif'cil imaginar o %ue fariam uval e seus se%ua&es se c egassem a descobrir

%ue tin am se%Iestrado o irmão e%uivocado. 6riam por ela e assassinariam %ual%uer um %ue seinterpor@se em seu camin o! o capitão, os membros da tripulação, Meena e ?om.

#e o segredo da sen ora /embroke sa'a lu&, nen um deles estaria a salvo.:uardar o segredo ia resultar mais dif'cil do %ue ele tin a suposto a princ'pio.

7ada ve& %ue a mul er descobrisse um ier-glifo, agiria como estava fa&endo nesse instanteGvibraria como um diapasão en%uanto seu gigantesco c0rebro começava a borbul ar e a derramarseus segredos! palavras em grego, em latim e em copto e os nomes de certos eruditosG assimcomo %uem assumia %ual teoria, %ue alfabeto se opun a a tal outro ou as diferenças entre asinterpretaç es fon0ticas e as simb-licas.

)uando por fim sa'ram da pirFmide, o sol começava a decair, coisa %ue não aconteciaabsolutamente com o entusiasmo da sen ora /embroke.

+lguns membros do grupo tin am subido da plan'cie para esperá@los nas cercanias. Emboralevavam comida e água, a dama não l es fe& o menor caso. Lm monte de pedras convocado auns metros de distFncia c amou sua atenção e se aventurou para o lugar.

?om se apro*imou de ;upert para l e entregar as roupas %ue tirou durante o camin o. Emboraestivesse bem avançada tarde, ainda não tin a refrescado. +l0m disso, dese$ava tirar primeiro acapa de areia e o suor. Oe& ao rapa& um gesto negativo com a cabeça e se virou para observar

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sen ora /embroke.#egato estava a seu lado e tamb0m a observava, feito %ue soubesse %uão incomum resultava

encontrar uma mul er %ue compartil asse a pai*ão de um omem pela e*ploração e %ueconfrontasse as dificuldades com tanto entusiasmo.

/e%ueno eufemismo...+ dama devia estar tão acalorada, su$a e cansada como ele. Nen um dos dois tin a comido

desde essa man ã. 4esmo assim, em lugar de correr para os serventes %ue tra&iam a comida e a

água, agac ava@se para estudar um bloco de pedra %ue sobressa'a entre um monte deescombros.?irou@l e a capa de p- %ue o cobria, inclinou@se para v @lo mais de perto, sacudiu a cabeça e,

com um gesto de impaci ncia, a$oel ou@se sobre a areia c eia de sei*os. 7omeçou a cavar e,depois de um momento, desenterrou a parte inferior. +garrou a borda e o pu*ou. /arecia ser umaesp0cie de tabuleta, $á %ue estava coberta de escritura.

;upert percebeu tudo isso e tamb0m da escura sil ueta %ue saiu lu& %uando ela apoiou atabuleta contra o monte de escombros. >iu %ue a serpente se preparava para atacar e deu umba%ue o coração. + sen ora /embroke se tornou para trás, ainda de $oel os no c ão.

ANão se mova A;ugiu.?in a começado a correr para ela en%uanto falava. +tirou as roupas ao menino e despre&ou

tudo salvo a t nica ao mesmo tempo em %ue cortava a toda velocidade a distFncia %ue o separavado lugar onde ela permanecia im-vel. + serpente começou a balançar@se no lugar, ainda confusa,fosse pelo brusco despertar ou por%ue não era capa& de locali&ar a ameaça.

+ sen ora /embroke retrocedeu na medida do poss'vel, apoiada sobre os calcan ares,en%uanto guardava o e%uil'brio com uma mão sem afastar os ol os verdes da serpente.

ANão se mova A;epetiu ;upert, nessa ocasião com vo& mais bai*a.#acudiu a t nica como um toureiro faria com a capa. + serpente se lançou sobre o ob$eto, mas

não se afastou da mul er. +inda percebia sua presença como uma maior e mais pr-*ima ameaça.Ela ainda se encontrava a seu alcance e o animal estava completamente alerta, espera. #emovesse, a atacaria.

#em dei*ar de agitar a t nica com suavidade para captar a atenção da serpente, ;upert foi seapro*imando pouco a pouco. )uando por fim conseguiu interpor a mal a entre a mul er e oanimal, disse em vo& bai*a!A+gora. ?orne@se para trás. ?rate de fa&er o menor ru'do poss'vel.

Ela o obedeceu, mas a serpente deve ter notado o movimento. + cabeça estriada avançou atoda velocidade e as presas se cravaram na t nica.

+ssim %ue o animal esteve distra'do com o ob$eto, a sen ora /embroke retrocedeu tão rápido%uanto pCde. )uando se teve situado fora de seu alcance, ;upert disse!

AEstá bem, $á pode levantar@se.+pesar de %ue foi em todo momento consciente de como se levantava e de como se afastava

do perigo, ;upert não afastou os ol os da irritada serpente.

AEa, ea, %uerida, disse de forma reconfortante. A Há está a salvo. + sen ora má se foi./erdoa por av @la incomodado. A#eguiu falando com doçura ao animal en%uanto retirava poucoa pouco a t nica.

)uando tamb0m ele esteve fora do alcance da serpente, esta começou a aplacar@se. ;upertsoltou a t nica com suavidade. + cabeça estriada do animal desceu e pouco depois a criaturaarrastou@se com assombrosa rapide& para o espaço mais pr-*imo do monte de escombros.

;upert seguiu observando@a at0 %ue desapareceu de vista. + seguir procurou com o ol ar sen ora /embroke.

#urpreendeu@l e descobrir %ue não tin a fugido para a rampa de areia. Encontrava@se s- a unsmetros de distFncia, passeando o ol ar entre o buraco pelo %ual tin a desaparecido a serpente eele.

A eve ser mais cuidadosa %uando se encontrar perto de um monte de pedras, advertiuen%uanto fec ava o colete. /or alguma ra&ão, estava gelado.

A#im, conveio ela en%uanto sacudia a areia da roupa. A Ooi uma estupide& da min a parte.<brigada. AEndireitou@se e começou a afastar@se em direção aos outros.

;upert fe& o mesmo.70

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Ooi então %uando se deu conta do profundo sil ncio.

<s eg'pcios eram incapa&es de estar calados. /or isso tin a podido comprovar, não dei*avamde falar desde %ue se levantavam at0 %ue fossem para cama.

eu uma ol ada a seu redor. <s omens de #egato e os seus se congregaram nasredonde&as. Em sil ncio e im-veis, observavam@no sem piscar.

#egato pCs fim cena ao apro*imar@se apressado sen ora /embroke. + signora se encontra

bemJ Não estava feridaJEncontrava@se muito bem, respondeu@l e.< omem se dirigiu a ele.A4al posso acreditar no %ue vi, disse. A ?udo ocorreu muito rápido. +bri a boca para advertir

dama... mas $á era muito tarde. >i levantar@se a serpente... assim. AEstalou os dedos.A+s serpentes detestam as surpresas, e*plicou ;upert. E acrescentou dirigindo@se sen ora

/embroke! >oc a assustou. +tacou@a por%ue acreditava %ue se encontrava em perigo.A+ , deu tempo de distinguir %ue era uma f meaJ A/erguntou ela com um tom mais agudo

%ue de costume.A?alve& fosse, respondeu. A Era bastante bonita. Não se fi*ou no desen oJAEu con eço essas cores, afirmou #egato. esviou o ol ar para o buraco pelo %ual partiu a

serpente. A E tamb0m esse som. +%ui todo mundo con ece esse som! esse ru'do tão parecido aoroce de uma serra. + v'pera delle piramidi. 7omo se di& em seu idiomaJ

A>'boraJ A6n%uiriu sen ora /embroke, cu$o tom de vo& tin a subido outra oitava. A +v'bora das pirFmidesJ

A#im. 4uito mau g nio. E se move rápido, muito rápido. >eneno muito mau. Esta v'pera 0 amais letal das serpentes de lTEgito.

< rosto da sen ora /embroke ficou tão pálido como o gi& e a dama cambaleou um pouco.;upert e*clamou!

ANão, não o façaNão obstante, ela se dobrou em dois e ;upert $á estava preparado para apan á@la %uando

desmaiou.

afne se recuperou %uase imediatamente. 4esmo assim, o sen or 7arsington a levou nosbraços at0 a rampa de areia en%uanto l e dava um sermão.

A)uantas ve&es disseJ A/erguntou. A Nada de desmaios.ANão desmaiei, mentiu ela. A #- estava um pouco en$oada. Há pode me dei*ar no c ão.Não a obedeceu e ela carecia da dec ncia necessária para lutar como era devido. e fato,

tin a tão pouca dec ncia %ue se sentia bastante cCmoda onde estava.

Era um omem tão grande, tão forte e tão %uente, tão vital... Era seu g nio da garrafa %ue alevava nos braços, de modo %ue se permitiu comportar@se como uma menina e desfrutar da

fantasia. ei*ou escapar um bufo furioso para fingir %ue se resignava antes de apoiar a cabeçasobre seu ombro.+ camisa do sen or 7arsington estava mida e a pele de sua mand'bula l e raspava a testa.

Entretanto, não estava r'gido e frio estendido no c ão, como muito bem poderia ter estado. +serpente poderia av @lo atacado. /oderia ter morrido rapidamente. 6sso era o %ue l e tin acru&ado pela mente en%uanto o #ignori #egato l es falava da v'bora das pirFmides! o sen or7arsington retorcendo@se at0 a morte sobre o c ão coberto de escombros. E depois tin a ouvido o&umbido e tin a visto uma estran a multidão de cores bril antes antes %ue a escuridão a tragasse.

A"Eu nunca desmaio( A isse ele, imitando@a. Não, o omem estava vivin o e abanando orabo, absolutamente amedrontado pela e*peri ncia.

AR certo, replicou ela contra seu pescoço.A/ois desta ve& sim o tem feito.AEn$oei@me um instante.A esabou@se como uma marionete %uando algu0m l e corta as cordas. ;econ eço um

desmaio %uando o ve$o. E voc desmaiou, apesar de todas as ve&es %ue l e disse %ue não o faça.ABom, possivelmente desmaiei um pou%uin o, admitiu afne. A 4as não pretendia fa& @lo.

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Ele seguiu l e dando a reprimenda! fa&ia todo o poss'vel para desmaiar, afirmava. 7o&eu@se nointerior da pirFmide durante a maior parte do dia. #uper e*citou@se por um montão de falc es comc ap0u. Não tin a comido nada e tin a bebido muito pouco. )uando #egato e ele conseguirampor fim afastá@la dos malditos falc es, tin a seguido tagarelando ao longo de todos os %uilCmetrosde passadiços e escadas. E então, %uando por fim sa'a ao ar livre, acaso descansava um poucocomo faria %ual%uer mul er sensataJ Não. 6a diretamente a um monte de roc as... e dava umsusto de morte a uma serpente %ue estava dando um coc ilo sem incomodar ningu0m. /obre

sen or #egato. ?in a sido do mais generoso e paciente ao l e mostrar seu e*traordináriodescobrimento. Em troca, l e tin a dado um susto tal %ue era poss'vel %ue sua sens'vel almaitaliana $amais se recuperasse.

afne não replicou. ?udo era bastante certo, supCs. ?in a sido um dia transbordante deemoç es e não estava acostumada a ter uma vida emocionante. Era uma mul er aborrecida.Mevava uma vida aborrecida segundo os cFnones convencionais. ?udo girava em torno de seutrabal o. No trabal o se comportava segundo sua nature&a e ao concentrar@se em uma l'nguaperdida controlava suas pai* es... todas elas.

En%uanto o sen or 7arsington seguia com a reprimenda e descia pela rampa %uase tão rápidocomo a tin a subido, apesar de %ue nessa ocasião carregava uma mul er adulta %ue não era nemmuito menos leve, afne se perguntou %uem era ela nesse momento. )ueria l e perguntar se osrestos %ue avia ao redor feriam sua sensibilidade, mas estava muito cansada para interromper osermão. Oec ou os ol os e escutou suas cr'ticas. /arecia uma canção de ninar.

;upert dese$ava com todo ardor %ue essa mente tão comple*a não estivesse sofrendo umafebre cerebral %uando sentiu %ue ela se rela*ava entre seus braços.

/or todos os demCnios esmaiou de novoJ <u tin a ca'do em comaJANada de desmaios, grun iu. A E nada de cair em coma.Ela murmurou algo, l e roçando a pele do pescoço com a boca no processo, e trocou

ligeiramente de posição entre seus braços. Não estava em coma. Estava adormecida.ABom, espero %ue se encontre cCmoda, min a sen ora, sussurrou ele.A+dormecida... /ara falar a verdade, s ve&es 0 como uma meninaG como uma menina

pe%uena.Bom, nem tanto. Nem por ind'cio. Era consciente de cada uma das diab-licas curvas de seucorpo en%uanto descia a rampa de areia com ela e os pedaços e fragmentos dos antigos eg'pciosrangiam sob seus p0s.

;esultou mais fácil uma ve& %ue alcançaram a esplanada. /oderia av @la levado at0 o 6sis setivesse dese$ado dei*ar atCnitos os eg'pcios com suas proe&as.

4as levar a uma mul er adormecida nos braços 2 uma mul er %ue al0m de roçar o pescoçocom o nari& l e sussurrava coisas inintelig'veis ao ouvido3 era e*igir muito a sua limitada reserva

de autocontrole. #abia %ue não poderia despi@la em um futuro pr-*imo. + mul er tin a erguido aoseu redor um muro de princ'pios morais %ue ele devia saltar como pudesse, para não mencionaroutros obstáculos mais dif'ceis de identificar. Não tin a sentido torturar@se.

Oe& %ue l es levassem os burros, despertou e a montou em um. Lma ve& %ue teve delegado aresponsabilidade de %ue não ca'sse nas mãos dos criados, montou seu animal e e*pulsou asfrustraç es de sua mente observando os arredores em busca de v'boras e malfeitores.

7ap'tulo 1X

7om o pCr@do@sol, o vento de proa amainou. /ara então, afne estava a bordo do 6sis. Mavou@se, trocou de roupa e estava tentando não matar de aborrecimento seu compan eiro de $antar.7oisa dif'cil para uma erudita como ela, at0 na mel or das circunstFncias. epois de um diasemel ante, era imposs'vel.

<s rolos de ;ams0s... < bei$o... + pirFmide escalonada com seu maravil oso interior e os72

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fascinantes s'mbolos dos falc es... < bei$o... + tabuleta com a inscrição... + serpente %ue se lançoupara ela... + morte tão de perto... < bei$o... + estran a e id'lica sensação de %ue um g nio a levavanos braços como se fosse uma princesa... < bei$o...

+ necessidade de evitar o grande n mero de pensamentos indecentes ou molestos redu&ia suaconversação aos temas acad micos mais tediosos. Nesse momento, en%uanto tomavam caf0 emassas, estava tagarelando sobre a l'ngua copta, a %ue se acreditava %ue era a versão modernado eg'pcio antigo. Embora tivesse ca'do em desuso, contou@l e, seguia sendo a l'ngua da 6gre$a

cristã copta do Egito. /ara escrev @la se utili&ava o alfabeto grego ao %ual tin am acrescentadoalguns s'mbolos a fim de representar sons %ue não e*istiam nesse idioma.E*plicou@l e como podia utili&ar@se para decifrar ier-glifos.< sen or 7arsington ol ou sua *'cara de caf0 com o cen o fran&ido.afne se perguntou o %ue estaria pensando o omem. #abia %ue não tin a nada %ue ver com o

copto, um dos temas mais aborrecidos do mundo./erguntou@se do %ue estaria falando se ele não tivesse descoberto seu segredo.A#empre me passo dos limites, disse. A 4iles diria gritando! " Há basta, afne >ai me estalar

a cabeça (. #e não disser algo, sen or 7arsington, não saberei %uando me detiver. ?endo a mees%uecer do pe%ueno n mero de pessoas, incluindo os eruditos, %ue ac am a l'ngua copta tãofascinante como eu. #ua prima, a sen orita #aunders, 0 uma delas. 4antemos a mais ativa dascorrespond ncias. e fato, foi ela %uem me conseguiu alguns dicionários de copto fa& muitosanos, %uando comecei a estudar os ier-glifos a s0rio. A eteve e se mordeu o lábio. A Bom, issotampouco 0 muito interessante.

A#im %ue 0, contradisse ele. A Oascinante. Ooi min a prima ?rifena em pessoa %uem l econseguiu esses livros.

A+ssim como um bom n mero dos papiros %ue engrossam min a coleção, acrescentou.A#upon o %ue ao ser um devoto da teologia, seu marido não tin a tempo para ir caça de

dicionários e papiros para voc , aventurou o sen or 7arsington.A< sen or /embroke não o aprovava, disse tentando %ue sua vo& soasse $ovial, embora não

conseguiu de todo.A;efere@se ao Egito em geralJ A+s escuras sobrancel as do omem se ar%uearam. A

Entendo %ue %ueria evitar os perigos de via$ar at0 a%ui, mas %ue dano pode fa&er o estudo de umal'nguaJA< sen or /embroke, igual acontece com a maioria dos membros de seu se*o, nãoacreditava %ue a perseguição de um fim intelectual fosse uma ocupação decente para asmul eres, e*plicou.

ANão posso acreditar, disse ele. A E %ue mal via nissoJ <u era acaso sua devoção ao estudoo %ue ac ava tão reprovávelJ Estava ciumentoJ )uando estávamos $unto estátua de ;ams0s,voc disse %ue era uma obsessão. ;ecordaJ Ooi pouco antes %ue...

afne ficou em p0 de repente.A4al sou capa& de manter os ol os abertos, afirmou. A #erá mel or %ue me retire cama

cedo. Boa noite. A+bandonou o camarote de proa apressada e saiu ao corredor com o rosto

abrasado pelo rubor. #eus aposentos não estavam muito longe.Embora não o bastante perto. Escutou os passos do sen or 7arsington ao mesmo tempo %uesua profunda vo& ressonava a escassa distFncia de suas costas.

ANão se$a est pida, disse. A Estamos em uma embarcação. +onde acredita %ue pode fugirJANão estou fugindo. A#im o fa&ia, embora soubesse %ue era uma atitude est pida e infantil.

Não l e tin a medo.?in a medo de si mesmaG parte de si mesma em %ue não podia confiar, a %ue encontrava seu

lar em uma casa lotada de livros e documentos, de plumas e lápis.A>oc não 0 uma covarde, prosseguiu o omem. A /or %ue se comporta como se fosseJafne c egou porta de seu camarote. En%uanto seus dedos rodeavam o trinco, o sen or

7arsington colocou uma mão sobre a porta e se apoiou nela com todo seu peso. < corredor eraestreito e acabava $usto onde se encontravam. #ua corpulenta figura, a escassos cent'metros dela,blo%ueava a volta proa. #ua enorme mão mantin a a porta fec ada. +parentemente, não s-ocupava a maior parte do espaço, tamb0m estava ficando com todo o ar. /ara afne custavatrabal o respirar e pensar l e resultava %uase imposs'vel.

A>oc teve seu turno para falar sobre o copto, disse o omem. A +gora me toca . )uero falar73

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sobre... ;ams0s.#abia %ue não a tin a seguido para falar dos rolos do fara-.ANão á nen uma necessidade, assegurou. A Há se desculpou.+ penumbra do corredor ocultava sua e*pressão, mas afne percebeu o sorriso em sua vo&

%uando disse!A#eriamenteJ )ue estran o... E por %ue diabos me desculpeiJA#ei %ue para voc 0 uma insignificFncia. ABai*ou um pouco a vo&, en%uanto rogava %ue

Meena não tivesse colado a orel a do outro lado da porta. A Não obstante, muita gente acredita%ue resulta do mais impr-prio bei$ar um membro do se*o oposto %ue não se$a um familiar pr-*imo.A + Esse bei$o não foi uma insignificFncia, assegurou o sen or 7arsington.A#ei o %ue 0 um bei$o insignificante e l e garanto %ue o nosso não foi absolutamente. Esse

bei$o foi...A+credito %ue o mel or seria fingir %ue nunca aconteceu, resmungou afne com evidente

angustia.A6sso seria desonesto, alegou ele.< espaço era redu&ido e se voltava menor e caloroso por momentos. afne era muito

consciente da enorme mão apoiada contra a porta. ;ecordou a facilidade com %ue a tin aapan adoG a doçura e a firme&a %ue tin a demonstrado ao l e segurar a cabeça para reclamar suaboca e apoderar@se dela. ;ecordou essa poderosa mão sobre as costas, estreitando@a com força,e a pressão de sua ereção contra o abdCmen. Nesse momento a alagava uma mistura de aromasde omem! betume e sabão de barbear, pomada para o cabelo e, o mais embriagador de tudo, oaroma de sua peleG uma combinação nica e absolutamente devastadora.

AOoi uma aberração, uma loucura momentFnea, afirmou.AOoi uma loucura apai*onante, corrigiu ele com uma vo& tão rouca %ue afne pCde senti@la

em lugar de escutá@laG sentiu@a reverberar em seu pescoço, atrás da orel a, e muito, muito dentrode seu corpo, ali onde espreitava o diabo e a tentava com uns dese$os selvagens e indecentes.

;eplicou ao comentário com vo& tensa e um tanto aguda!A4as, por cima de tudo, esteve mau, sen or 7arsington.Não o viu mover@se, embora l e pareceu %ue o omem estava mais perto, muito perto.

ANão me digaJ A isse. A E o %ue foi %ue esteve mauJ )ue parte, everia ter feito istoJ A7olocou a outra mão contra a porta e a aprisionou entre seus braços. A E istoJ ABai*ou acabeça e depositou um suave bei$o em sua testa.

Ooi a mais leve das car'cias. < mundo se deteve e a percepção de afne se redu&iu ao leveroce desses lábios sobre sua pele. +cariciavam@na como as asas de uma mariposa. 7omo asp0talas de uma rosa. 7om a suavidade do rocio da man ã. <u da primeira nota do canto de umpássaro. Não con ecia palavras em nen uma l'ngua %ue pudessem descrever a doçura dessacar'cia.

AE istoJ ABei$ou@l e o nari&.?in a medo de mover@se, tin a medo de %ue essa incr'vel sensação %ue a invadia fosse umson o. #e se movia, se respirava, desvaneceria@se, igual tin am feito muitos outros son os.

AE istoJ A#eus lábios l e acariciaram a face.A#en or AE*clamou. A 6sto 0... Não acredito %ue...A ei*e@se levar.<s lábios do omem roçaram os seus e nesse momento afne se derreteu e suas v'sceras se

converteram em l'%uido.ei*ou@se cair contra a porta e apoiou as palmas das mãos sobre ela para sustentar@se, ou ao

menos para tentá@lo. #eus $oel os tin am dei*ado de funcionar. Estava morrendo de pra&er. Eraindecente, mas tão doce... < pra&er se apoderou dela e a fe& responder em conse%I ncia, demodo %ue a sensação aumentou at0 converter@se em dese$o.

afne tin a muito claro %ue não devia dese$ar nen um omem e muito menos um como ele.#abia %ue a doçura era sinCnimo de sedução, não de carin o. < %ue sentia não tin a nada %ue vercom a doce inoc ncia %ue aparentava. No fundo de sua embriagada mente, ali onde ficava umafresta de prud ncia, sabia.

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/ortanto, deveria aver@se afastado ou av @lo afastado com um empurrão. 4as não podia enão o faria.

?in a %ue sentir esses lábios bei$ando@a com força na boca. /recisava voltar a saborear esseomem na mesma medida %ue os consumidores de a*i*e precisavam fumar. /arecia não podersaciar do lento e indecente movimento de sua l'ngua nem dos diminutos calafrios %ue l eprovocava na nuca e no abdCmen. Em algum lugar de sua aturdida mente sabia %ue acabariasofrendo, mas a possibilidade l e parecia muito remota e ele estava muito pertoG seu aroma e seu

sabor blo%ueavam todo o resto. Esse omem a arrastava diretamente para a depravação, esse,aparentemente, era seu destino.

;upert não afastou as mãos da porta. #ua intenção tin a sido manter@se afastado e esperar. Hátin a se torturado bastante por um dia e persegui@la ou acariciá@la era como pedir mais a gritos.Não obstante, no momento a tortura resultava deliciosa.

#- era um bei$o. 6sso sim, o bei$o mais comprido da ist-riaG um mil ão de bei$os encadeados.Brincou com seus lábios e ela o imitou, obtendo em pouco tempo %ue visse luas, estrelas eplanetas girando a seu redor.

Não afastou as mãos da porta. /ara manter o e%uil'brio. /ara resistir. E para evitar %ue o bei$oc egasse a seu fim. Não devia mover as mãosG não devia permitir %ue a acariciassem se não%ueria %ue ela sa'sse fugindo.

Não obstante, podia embriagar@se dela. /odia inalar sua fragrFncia, um pingo de ol'banoarrastada pelo vento do deserto. E podia degustar seu sabor, parecido ao de um estran oc ampan a, suave e fresco mesmo %ue dei*asse um rastro de fogo em suas veias.

/odia dei*ar %ue sua boca a incitasse e brincasse sobre a insinuação da mais leve das caretas./oderia esfregar@se contra sua face, pele contra peleG uma pele suave como o veludo maissedosoG uma suavidade %ue l e provocava uma esp0cie de pontada nas v'sceras e o dei*ava d0bile meio sorridente por dentro ao pensar na facilidade com a %ue uma mul er podia prostrar de

$oel os a um maior imbecil.

epositou um fio de bei$os, leves como o roce de uma pluma, sobre a pele suave de seu rostocom forma de coração e seguiu a lin a de suas maçãs do rosto com os lábios. escobriu asens'vel área %ue tin a atrás da orel a e o lugar onde pulsava seu pulso na garganta. #entiu comoeste se acelerava sob sua boca e escutou como seu pr-prio coração pulsava com mais força emávida resposta.

esli&ou as mãos para bai*o pela porta e descobriu %ue tremiam um pouco. 7olocou@as sobreseus ombros, por%ue tin a %ue deter@se. ?in a c egado o momento de deter@se. Não era nen umsanto. Não era capa& de resistir tentação e $á tin a posto a prova todos seus limites e os tin a

transpassado.Entretanto, de algum estran o modo, seus dedos subiram sobre o suave pescoço femininopara afundar@se em seu sedoso cabelo. E descobriu %ue precisava de algo mais %ue sua boca,seu estran o sabor a c ampan a e o diab-lico sub$ugante $ogo de sua l'ngua.

E a partir de então resultou muito fácil es%uecer todas suas boas intenç es. Ela se mostravad-cil, rendida e apai*onada e, no momento, estava inteiramente ao seu dispor. ?in a por fim a seualcance cada palmo dessas perfeitas curvas e esse corpo encai*ava a perfeição entre seusbraços.

Bai*ou as mãos e as colocou sobre a parte posterior de sua cintura. ;esultava maravil osoacariciá@la e o dese$o o consumiu. Es%ueceu tudo isso de lento ass0dio, de rodear os obstáculos eda con%uista passo a passo. Es%ueceu %ue ainda era muito cedo e %ue não devia apressar suaofensiva se %ueria evitar %ue no sucessivo ela estivesse em guarda. Eram muitas coisas %uerecordar. E seu aroma o tin a enfeitiçado.

Ooi vagamente consciente de %ue o ofego da dama não demorou em transformar@se em umsuspiro %uando capturou um peito com uma de suas in%uisitivas mãos. Era %uente, suave eencai*ava em sua mão como se tivesse sido criado para ele, feito a sua medida em um princ'pio.

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+ssim, a necessidade de acariciar sua pele l e parecia do mais natural e começou a procurar osbot es do corpete...

A#anto eus A+ sen ora /embroke o empurrou com tanta força %ue cambaleou para trás.A < %ue está fa&endoJ

AM e tirando a roupa, respondeu.ANão A E*clamou ela. A Não, não e não. A+briu a porta de um pu*ão, entrou em seu

camarote com passo vacilante e fec ou dando uma portada.

;upert observou a porta com os ol os entrecerrados e a respiração alterada.A#abia %ue isto ia acontecer se disse, e o fi& de %ual%uer modo.Embora ela ouvesse dito %ue estava mau e tamb0m o tin a feito de %ual%uer modo.+ssim, atravessou o corredor e saiu ao conv0s assobiando bai*o.

aQDat al@+mQat, frente 4inDa

4iles tin a plane$ado remar at0 a parte menos povoada e mais pr-*ima desta margem, livrar@se dos gril es, encontrar um lugar onde dormir umas duas oras para recuperar suas forças edepois partir assim %ue fosse poss'vel. No pe%ueno bote avia ferramentas, armas e uma cestacom pão eg'pcio. < pão, $unto com as lentil as, tin am sido da dieta da tripulação. ?eria %ue duraruma semana, para cu$o final, via$ando durante o dia em um pe%ueno bote e seguindo a corrente,esperava estar de volta no 7airo.

< %ue unicamente precisava, al0m de livrar@se dos malditos gril es, era um disfarce. #eriamuito mel or não c amar a atenção. urante o dia seria imposs'vel fa&er@se passar por umfantasma e não podia via$ar no amparo da escuridão, visto %ue corria o risco de colidir com outraembarcação ou com um banco de areia. +t0 os mais e*perimentados navegantes do Nilo sofriamacidentes, s ve&es a plena lu& do dia. <s ventos carregados de areia do deserto modificavamconstantemente o curso do rio e a navegação era muito mais arriscada durante essa 0poca doano, %uando as águas estavam em seu n'vel mais bai*o.

ese$ou ter roubado roupa antes de fugir do navio, mas resolveria esse problema mais tarde.;esultou ser mais tarde do %ue pensava.

emorou toda a noite em livrar@se dos gril es. /ara então l e do'am tanto as mãos como acabeça. Lma onda de náuseas o prostrou de $oel os. >omitou, mas as náuseas pioraram. Oervia@l e a cabeça.

Estava saindo o sol, o abrasador sol eg'pcio, %ue convertia o sol ingl s em um simples farol nan0voa.

Não podia via$ar sob esse sol ardente, doente de peste ou o %ue fosse a%uilo. + nica coisa%ue podia fa&er era esconder o bote na medida do poss'vel, levar consigo tudo o %ue pudesse earrastar seu febril e tr mulo corpo atrav0s da estreita fran$a de terra f0rtil em direção s colinas%ue se erguiam atrás dela.

4uitas oras depois, %uando despertou no interior de uma tumba, foi incapa& de recordar como

tin a c egado at0 ali. /erguntou@se se algu0m o teria visto. /ensou em afne e dese$ou viver obastante para poder v @la de novo. Esses foram seus ltimos pensamentos coerentes. )uandocaiu a noite estava delirando.

#e*ta@feira, 11 de abril

)uando lorde No*leD c egou a 4inDa em seu da abiDa, o 4emnon, : a&i estava esperando@o $unto com dois omens.

Nen um deles era 4iles +rc dale, circunstFncia %ue fe& aparecer um leve cen o no ang0licosemblante de #eu 6lustr'ssimo #en or. Embora a e*pressão parecesse bastante apra&'vel, a%ueles%ue o con eciam não tin am dificuldade alguma em vislumbrar as escuras nuvens de tormenta%ue estavam se formando sobre sua cabeça.

: a&i o con ecia bem. e fato, tin a estado esperando semel ante reação, motivo pelo %ualse apressou a c egar a 4inDa logo %ue soube do descalabro com os se%Iestradores. ei*ou %ue

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os dois omens contassem a ist-ria ao sen or. Era bastante breve.isseram %ue eram os dois nicos sobreviventes do grupo %ue : a&i tin a enviado para

capturar o ingl s, o amigo do sen or. ?odos os outros estavam mortos, incluindo osse%Iestradores.

#e tivessem sido um pouco mais inteligentes, tamb0m eles teriam fingido suas mortes.7ertamente não teriam ficado na 4inDa para informar a #ua E*cel ncia das más not'cias.Entretanto, igual acontecia com a maioria dos criados de lorde No*leD, não tin am sido contratados

precisamente por sua intelig ncia. E tamb0m igual maioria deles, tratavam sempre com seuslugares@tenentes, $amais com o emCnio ourado em pessoa.A<s se%Iestradores mataram o ingl sJ A/erguntou #ua E*cel ncia. A )ue coisa mais

estran a. /or %ue iriam matar um prisioneiro tão valiosoJ<s omens foram incapa&es de e*plicar@l e.A7onfio em %ue ao menos ten am recuperado o cadáver de meu amigo, disse o sen or.<s omens trocaram um ol ar antes de falar do fantasma %ue os tin a açoitado en%uanto

amarravam o bote embarcação maior.Morde No*leD fe& poucos comentários durante o relato e se limitou a assentir com uma

e*pressão %ue os omens tomaram por lástima e compreensão, en%uanto as nuvens %ue eleseram incapa&es de ver aumentavam e se obscureciam. #eu 6lustr'ssimo #en or l es ordenou %uese retirassem e %ue procurassem uma ocupação entre a tripulação do 4emnon.

epois partiu em busca do kas if, o representante local do ra$á.No camin o, : a&i fe& um relato menos confuso dos acontecimentos.

A4eus omens atacam a embarcação. +lgu0m corta as amarras e o navio fica deriva por%uetodos estão lutando e ningu0m está ao leme. Batem contra um banco de areia. Estes omensc egam ao final, pouco depois %ue o resto do grupo.

AE fogem de um fantasma "alto como um gigante e pálido como um espectro( A7itou #uaE*cel ncia, sacudindo a cabeça.

AR seu amigo ingl s, sim, confirmou : a&i. A Não sabia %ue eram meus omensG talve&tomou por ladr es procedentes de uma das aldeias. )uis fugir. /recisava do bote. Ooi uma mutretada mais inteligente.

AEu tamb0m acredito, concordou o sen or. A +rc dale 0 um g nio, $á sabe.A>im assim %ue me inteirei, prosseguiu : a&i. A uval tem partidários no sul. +li 0 aonde se

dirige Oaru%. + esta altura $á teriam ouvido a ist-ria do fantasma e Oaru% tamb0m terá adivin adosua identidade, por%ue não 0 nen um idiota. >im para encontrar seu amigo antes %ue o façam osomens de uval.

+s nuvens se dispersaram um pouco.A4uito ardiloso, comentou lorde No*leD. +nimado, : a&i continuou falando.AEste fantasma aparece sobre tudo na margem oriental, em diferentes lugares da área

compreendida entre as tumbas escavadas na roc a do aQDat ao@+mQat e as do Beni =asan.A+ssinalou com a mão a margem leste do Nilo.

A6sso nos dei*a uns vinte e cinco %uilCmetros %ue e*plorar, concluiu lorde No*leD. Oe& umapausa para contemplar a e*tensão de terreno. A E as colinas estão infestadas de tumbas. /or nãomencionar %ue a maioria das vis es terão sido imaginárias. <s árabes são muito cr0dulos. Lmdeles di& ver um fantasma e em pouco tempo todos v em uma orda de esp'ritos e demCnios.+rc dale não pode aparecer em vários lugares de uma ve&. Mevará@nos semanas encontrá@lo.

AR certo %ue o viram em todos os lugares, afirmou : a&i. A 4as em min a opinião, umomem inteligente se manteria longe das aldeias e perto das tumbas. Encontrá@lo não 0

imposs'vel, sobre tudo se contarmos com a a$uda de kas if. ?em muitos espi es.ANesse caso s- precisam subornos, aventurou #ua E*cel ncia %ue tin a começado a

camin ar de novo. A Encarregarei@me disso. A+vançou uns metros com e*pressão absorta antesde acrescentar! #erá mel or %ue dei*e em suas mãos a tarefa de encontrar +rc dale. +inda temos%ue capturar Oaru%.

A#abe %ue o seguimos, assim mudará de planos, afirmou : a&i. A +credito %ue não seatrasará muito em Beni =asan para esperar uval, tal e como tin am acordado. Em seu lugar, eucontinuaria para o sul. =á um numeroso grupo de franceses em endera. +credito %ue se dirigirápara lá.

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A#ei o %ue busca esse grupo de franceses, malditos se$am, disse #ua E*cel ncia. @ Essesselvagens obtiveram uma permissão para levar o magn'fico teto astral do templo de =at or.?amb0m não levarão o papiro. /orei@me em marc a logo %ue ten a me encarregado de kas if.

7amin aram em silencio at0 a resid ncia do funcionário. Lma ve& ali, : a&i disse!A<s dois omens a meu cargo, os covardes... o %ue gostaria de fa&er com elesJAEncontre +rc dale, respondeu lorde No*leD. A Eu me encarregarei dos covardes.

< vento, %ue tin a cessado por completo durante a noite, aumentou pela man ã e nessaocasião a seu favor. /ara al'vio de afne, soprava com força e de forma constante, impulsionandocom rapide& o 6sis rio acima. ;ecuperaram grande parte do tempo perdido e alcançaram Beni #uefem menos de tr s dias.

+ paisagem era fascinante, sem d vida. + oeste do povoado se encontravam os restos daantiga =eracle-polis. Nesta margem avia um camin o %ue condu&ia aos monast0rios coptos de#anto +ntonio e #ão /aulo. ;esultava imposs'vel atravessar a área sem sentir o impulso dee*plorá@la.

Entretanto, não era mais %ue um impulso. Encontrar 4iles era mais importante %ue %ual%uermonumento. epois disporiam de todo o tempo do mundo para e*plorar o Egito $untos, tal e comotin am plane$ado, disse@se.

En%uanto isso afundaria em seus recentes descobrimentos com a mente tran%Iila, mesmo %uenão a consci ncia... Não tin a nen uma necessidade de preocupar@se com as distraç es. Eraevidente %ue o sen or 7arsington tin a decidido ser "desonesto(. ?al e como l e tin a pedido, oomem estava fingindo %ue entre eles não tin a tido lugar nen um interl dio 'ntimo.

=avia tornado a ser o parcimonioso tonto %ue con eceu a princ'pio. ei*ou de formularperguntas incCmodas e 'ntimas. Não fa&ia nem um s- comentário ou movimento %ue pudesseinterpretar@se como uma apro*imação.

7ompartil avam agradáveis $antares durante os %uais conversavam e*atamente igual teria feitocom 4iles, sobre a paisagem %ue se contemplava do conv0s do 6sis! a enorme variedade de aves,por e*emploG as formaç es roc osas mais interessantesG ou os m0todos de cultivo dos eg'pcios,%ue pareciam não ter evolu'do da 0poca dos fara-s.Estava claro %ue o sen or 7arsington não tin a problemas na ora de interpretar o significadode um "Não, não e não( e o de uma porta fec ada no nari&. ?in a es%uecido imediatamente, ecom surpreendente facilidade, seus dois interl dios.

afne teria devido sentir@se contente e aliviada.Estava incCmoda.;esultava@l e do mais simples, disse@se. #- era uma mais na longa lista de mul eres para

es%uecer. Era muito provável %ue o sen or 7arsington fosse em busca de uma bailarina assim %uea embarcação atracasse em uma população grande para passar a noite. #eguro %ue para ele nãoaveria diferença alguma, salvo possivelmente %ue as bailarinas não seriam tão aborrecidas comoela, %ue passava todo o momento tagarelando sobre copto, rolos e falc es tocados com coroas.

#abia %ue aos omens como ele parecia um inseto estran oG um inseto estran o %ue al0mdisso era tedioso. Em ocasi es inclusas dese$ava não ter nascido com a pesada carga de umc0rebro como o seuG em ocasi es dese$ava %ue tivesse sido 4iles %uem erdasse o famosointelecto dos +rc dale. esse modo teria sido muito mais simples para seus paisG sobre tudo paraseu pai, %ue tin a passado anos preocupado e sem saber muito bem o %ue fa&er com ela! tratá@lacomo se fosse uma menina normal e passar por cima do dom %ue l e tin a sido outorgado oueducá@la como re%ueria sua intelig ncia, embora fosse antinaturalJ

?eria sido muit'ssimo mais fácil para ela ter sido uma menina normal. Não teria tido %uesuportar as cont'nuas reprimendas de >irgil!

"Estou seguro de %ue pretendia ter em conta...("Não á d vida de %ue passaste por cima.("R claro, não l e ocorreu...("Está claro %ue descon ecia meus dese$os...(+inda podia escutar sua vo&, tão suave, tão paciente e tão... e*asperante.>irgil tin a dese$ado uma esposa normal. Ela não era normal.Ela não %ueria s @lo, ao menos não no fundo, por%ue de outro modo se teria amoldado aos

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dese$os de seu marido.Na realidade não dese$ava ser como as demais mul eres. #eu trabal o a fascinava,

entusiasmava@a e a fa&ia feli&.#abia %ue os omens não a entendiam. E %ue maioria deles não gostavam. Era sua

voluptuosa figura, e não sua mobiliada cabeça, o %ue l es interessava. 7oisa %ue, para seu maiscompleto assombro e desilusão, tamb0m tin a ocorrido a >irgil.

#abia %ue o interesse do sen or 7arsington era puramente f'sico. E temporário. #abia %ue, do

ponto de vista do omem, era l-gico e ra&oável abandonar todo esforço por comprometer suavirtude.#abia %ue era il-gico e inade%uado por sua parte sentir falta do pra&er e a pai*ão %ue tin a

e*perimentado com ele, essa sensação de %ue o mundo deveria ser assim! sem regras, semremorsos.

Era escandaloso e est pido, mas dese$ava mais. 7ada ve& %ue estava perto dele 2na cobertada embarcação, por e*emplo, en%uanto contemplavam a paisagem %ue iam dei*ando atrás comrapide&3 dese$ava enterrar o rosto em sua face e aspirar seu aroma com uma necessidade vi&in ado desespero. ese$ava, com esse mesmo e selvagem urg ncia, sentir como esmagava seucorpo.

Não era mais %ue instinto animal em sua forma mais pura, tão profundo e ereditário como afome ou a sede. Entretanto, essas necessidades eram racionais. + comida e a bebida eramimprescind'veis para a vida. + intimidade com o sen or 7arsington não s- era dispensável, mastamb0m perigosa em um mil ão de sentidos.

afne sabia. #abia %ue deveria alegrar@se ao ver %ue a tratava como uma irmã. 4as estavaarrasada.

Essa man ã, en%uanto a embarcação passava por Beni #uef, ainda seguia tentando dobrar acriatura selvagem %ue levava dentro. Não era de estran ar %ue tivesse feito tão poucos progressoscom o rolo %ue tin a diante, um dos %uais tin a copiado da gigantesca estátua de ;ams0s.

7ontemplou a deusa com o tocado emplumado e se perguntou se todas as mul eresacabariam com a cabeça c eia de plumas em presença do sen or 7arsington ou se s- ocorria aela.

Lns golpes na porta e uma vo& impossivelmente grave e familiar a tiraram do ltimo epis-diode autoflagelação. Esteve a ponto de l e dar permissão para entrar. e fato, tin a a boca abertapara fa& @lo %uando recordou as redu&idas dimens es do camarote. ado o desordenado estadomental no %ual se encontrava, convidá@lo a entrar em um espaço tão redu&ido era uma id0ia damais descabelada.

Oicou em p0, camin ou at0 a porta e a abriu. E reprimiu um suspiro.+li estava ele! alto, moreno, muito bonito para o bem de todos e meio nu, como de costume.

Mevava umas amplas calças ao estilo turco %ue tin a remetido sob as resplandecentes botas, uma

camisa de corte árabe ou kamis com mangas muito amplas e um colete ingl s de cor vin o semfec ar. Não se tin a incomodado em colocar um lenço no pescoço. + camisa carecia de bot es es- tin a uma abertura na parte frontal %ue dei*ava descoberto seu pescoço, parte de seus ombrose uma porção mais %ue generosa de seu musculoso torso. < sol eg'pcio l e tin a torrado a pele dopescoço, de modo %ue estava mais escura %ue a do peito. afne sentiu dese$os de percorrer aárea mais pálida com a l'ngua. e enterrar o rosto em seu pescoço.

e golpear a cabeça contra a parede. #ecou o suor das mãos na saia e l e perguntou seacontecia algo ruim.

A7ertamente %ue não, respondeu ele. A e fato, parece %ue as coisas se estão pondo muitointeressantes. ;ais ;as id me disse %ue estamos entrando em territ-rio de ladr es.

?'pico do sen or 7arsington ac ar "interessante( algo assim. Era uma oportunidade para%uebrar cabeças, disparar pistolas e brandir espadas. Lma oportunidade para $ogar " esafio amorte(. )uase podia entender seu entusiasmo. ?amb0m gostaria de ter a oportunidade de fa&eralgo violento.

A/arece %ue a área %ue se estende desde Beni #uef at0 +siut 0 famosa, prosseguiu. A 4aisde tre&entos %uilCmetros infestados de ladr es. Meena di& %ue esta noite dever'amos contratar

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guardas no povoado para %ue o *ei%ue local se responsabili&e por nossa segurança. Emborateremos %ue dei*ar %ue algu0m vigie os guardas, por%ue são uns in teis. i& %ue não devemosnos descuidar nem se%uer a plena lu& do dia, por%ue, seguiu e*plicando ao mesmo tempo em %uecomeçava a gesticular com o mesmo dramatismo %ue Meena, de outro modo roubarão o navio eacabaremos cortados em pedaços. #ão tão imorais e malvados, tão feios e su$os, %ue nos darãonáuseas.

E assim continuou, imitando o fren0tico estilo da criada, en%uanto repetia todas suas

espantosas prediç es.Lma ve& %ue seu torvelin o interno se acalmou, afne notou %ue um pe%ueno sorriso aparecianas comissuras de seus lábios. 7laudicou e sorriu de orel a a orel a.

AOa&@l e graça a perspectiva de uma morte seguraJ A/erguntou o sen or 7arsington, %uetamb0m sorria um pouco.

A6mita@a a perfeição, disse. A Espero %ue se$a consciente de %ue Meena tende a e*agerar ascoisas.

AHá notei, assegurou o omem. A 4as ?om parece estar de acordo no mais importante. Oe&algumas pantomimas das suas! um ladrão 0 um ladrão %ue subia ao navio de modo sigiloso. Eficou boa parte do tempo com um ol o fec ado. #egundo Meena, %uase todos os abitantes estãoorrivelmente desfigurados. 4uitos deles são tortos. +ssegura %ue são tão feios por dentro comopor fora. Em resumo, parece %ue teremos %ue utili&ar as pistolas de seu irmão.

afne tentou prestar atenção ao %ue o omem estava di&endo, mas sua mente se negava acooperar. ese$ou %ue não fosse embele&ado de um modo tão provocador. Era in$usto %uemostrasse tanta e*tensão de pele %uando ela $á se via acossada por sua fragrFncia e o sabor desua pele. #- teria %ue apro*imar um pou%uin o para inspirar esse incitante aroma de omem. #-teria %ue estender um braço, agarrá@lo pela nuca, pu*á@lo e...

A#en ora /embrokeJ

afne percebeu a nota &ombadora em sua entonação. < rubor l e cobriu o rosto.A#into muito. esculpou. A i&ia voc ... A < %ue estava di&endoJA+parentemente tem a cabeça em outro lugar. A< escuro ol ar do sen or 7arsington

abandonou seu rosto e pousou sobre os pap0is espal ados sobre o divã. A 7laro, 0 obvio;ams0s. <s rolos. ?em descoberto %uem 0 a dama com a pluma na cabeçaJALma deusa A ;espondeu.AE a plumaJA#erá o %ue me proporcionará a identidade da deusa, respondeu afne.A 4as de momento não ten o a menor id0ia.< sen or 7arsington se inclinou para poder dar uma ol ada por cima de seu ombro e afne

alcançou perceber a ess ncia de seu sabão de barbear.AMeve como uma pluma, disse o omem. A Meve de mãos. Meve de consci ncia. Meve de

coração. Espere. AOec ou os ol os. A + vi em algum lugar. + pluma %ue leva na cabeça. Em umabalança. < %ue avia no outro pratoJ +lgo %ue servia de contrapeso. Lma cena %ue representava

uma esp0cie de $ulgamento. 7 eira voc como uma deusa, a ol'bano.< sen or 7arsington abriu os ol os e os cravou em seu rosto. afne se perdeu nas escurasprofundidades de seu ol ar en%uanto se perguntava se teria ouvido bem.

A evo av @la visto em um dos livros da ?rifena. Em um dos franceses. A;etrocedeu umpasso. A <nde estão as pistolasJ

afne ainda não tin a assimilado o comentário de %ue c eirava como uma deusa. #eu c0rebrodemorou um instante em poder concentrar@se no resto das revelaç es. Mivros com ilustraç es.Oranceses.

A;efere@se escrição de lTEgDpteJ A /erguntou em vo& alta. A >oc o estudouJANão á ra&ão para %ue fi%ue ist0rica, disse ele. A Era do mais popular entre as damas, s

%ue gostavam de sentar@se perto e comentar as ilustraç es. A#acudiu a cabeça. A e %ual%uerforma, não recordo onde vi a cena. ?rifena tem inumeráveis livros e desen os. ?alve& fosse apr-pria deusa emplumada a %ue estava sentada em um prato da balança. E o contrapeso era... AOran&iu o cen o. A +credito %ue era uma $arra ou uma vasil a.

< sen or 7arsington a estava en$oando com suas cont'nuas mudanças de assunto.Entretanto, a obsessão e o costume não demoraram em retomar o controle. <brigou@se a

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dei*ar a um lado o muito %ue parecia con ecer sobre a coleção eg'pcia da sen orita #aunders e otil %ue l e tin a resultado para atrair s damas.

A;efere@se a uma balança como a da $ustiçaJ A/erguntou com avide&. >irou@se, correu parao divã e ergueu um de seus desen os. A /ensa voc %ue pode tratar@se da deusa eg'pcia da

$ustiçaJANão, sen ora /embroke, respondeu. A Eu não penso. isso se encarrega voc . 4as me

alegra v @la tão... entusiasmada. Não obstante, agradeceria@l e %ue me prestasse atenção um

momento, tão s- um momento de nada. +s pistolas. <nde estão essas maravil osas 4antonJ

7ap'tulo 11

aQDat al@+mQat.)uinta@feira, 1 de abril

+ alguns %uilCmetros ao sul da 4inDa se locali&ava uma fileira de tumbas escavadas na roc a,nas colinas árabes da borda oriental do Nilo. 4iles se refugiou na primeira %ue encontrou. ?in aassumido %ue morreria ali.

Entretanto, tr s dias depois de arrastar@se meio morto ao interior estava começando arecuperar@se. e %ual%uer forma, esperou at0 o ocaso para e*plorar os arredores. <s eg'pcios,supersticiosos e temerosos de fantasmas e demCnios, evitavam as tumbas e os cemit0rios depoisdo crep sculo.

escobriu %ue em sua maior parte as tumbas estavam muito mal conservadas. +lgumasinclusive tin am sido destru'das, $á %ue os abitantes da área levavam as pedras para construirem outros lugares. ecidiu mudar@se a uma das %ue tin a mel or aspecto, a pen ltima do sul. Emsuas paredes avia murais com cenas de agricultura, pesca, construção de embarcaç es efabricação de armas.

/ara %uando caiu a noite estava esfomeado. +s bodegas l e recordavam %ue mal tin a comidonos ltimos dias. Na tumba não avia nada %ue levar a boca. +lgum animal comeu seu pão seco.#- restava um gole de água.+ssim, %uando as estrelas começaram a bril ar no firmamento, 4iles agarrou a cesta ecamin ou lu& da lua em direção ao rio, para o lugar onde tin a ocultado o bote.

?in a desaparecido.Na realidade não se surpreendeu muito. + área era famosa. /or %ue não iriam roubar o boteJ

Há l es devolveria o favor roubando o de algu0m. No dia seguinte.Essa noite, não obstante, dese$ava desfrutar de um $antar como eus mandava.ispCs@se a fabricar uma vara de pescar.

Bem entrada a madrugada, 4iles estava sentado $unto a uma pe%uena fogueira em sua tumba,

limpando um triste sortido de pei*in os. Lm som apagado o fe& levantar a cabeça.+ lu& do fogo se refletia sobre um par de ol in os redondos.A?erá %ue lutar comigo para ficar com os pei*es, amigo rato, disse.+ criatura se apro*imou. Não era um rato.?in a uma espessa e comprida pelagem cin&a, uma cauda negra e as patas avermel adas.4iles sorriu.A/elo amor de eus R um mangusto V

Esses animais podiam c egar a ser aut nticos pesadelos, $á %ue matavam s aves de curral eroubavam seus ovos. Embora tamb0m sentissem especial predileção por ratos, serpentes e outrotipo de animais. 7omo resultado, go&avam de não pouca popularidade. +lguns eg'pcios inclusiveos domesticavam. Esse e*emplar parecia um dos domesticados. Era pe%ueno, talve& uma f meaou uma cria. )uando o animal se apro*imou, 4iles descobriu %ue co*eava.

A#erá mel or %ue não este$a fingindo, advertiu. A Lma ve& tive um cão %ue estavaacostumado a fa&er isso %uando tin a feito algo %ue merecia uma repreensão

< mangusto cravou os ol os nos pei*es.V 4angusto! 4am'fero, carn'voro %ue vive no deserto. Era muito apreciado no Egito pois comia os ovos de crocodilo.

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ANão, disse 4iles com firme&a. A ?rabal ei muito duro para apan á@los. >á em busca dealgum rato. /or a%ui á aos montes. E tamb0m á serpentes.

Não tirou a vista de cima do animal. <s mangustos eram criaturas muito rápidas. :raças aessa %ualidade conseguiam sobreviver a seus enfrentamentos com as serpentes venenosas.

Não obstante, essa não podia ser tão rápida como seus cong neres visto %ue tin a a pataferida.

< animal ergueu a vista para ele. 6mediatamente voltou a ol ar os pei*es.

A;atos, insistiu 4iles. A 4ontes de suculentos e saborosos ratos %ue vivem na margem dorio, garanto@l e isso. E não nos es%ueçamos das enormes e deliciosas serpentes.+ criatura o ol ou com ol os tristes e c orosos.A+postaria o %ue fosse %ue 0 uma f mea, murmurou. +garrou um dos pei*es %ue ainda não

tin a limpado e o arro$ou.A< resto 0 meu, informou. A Espera@me uma viagem muita longa. 6nfestada de perigos.

Necessito todas as min as forças.+cabou de preparar o resto dos pei*es e os assou. < mangusto comeu o seu e não pediu mais.

Embora tampouco partisse. +inda seguia ali %uando 4iles despertou man ã seguinte com asprimeiras lu&es da alvorada.

Entretanto, bastante mais tarde, %uando os omens c egaram por ele, um deles l e deu umc ute e o animal saiu fugindo.

4adrugada do domingo, 1[ de abril

7ontra as esperanças de ;upert e das prediç es da Meena, o 6sis e sua tripulação nãosofreram percalço algum durante as duas noites seguintes a sua partida de Beni #uef e s-demoraram uma mais em c egar a 4inDa, graças a um constante e forte vento setentrional.

Há tin a ca'do a noite e as estrelas bril avam no escuro firmamento %uando atracaram. Nãoobstante, pCde ver@se uma fran$a de lu& no ori&onte durante uma ora mais. ;upert seguiaacordado muito depois de %ue essa lu& se desvaneceu e todos se retiraram depois do $antar.

Hurou %ue não voltaria a fa& @lo. 4inDa era uma cidade grande, a maior at0 %ue c egassem a+siut, locali&ada a mais de cento e cin%Ienta %uilCmetros de distFncia. everiam passar todo o diaseguinte ali para reabastecer@se. En%uanto outros regateavam no mercado e a sen ora /embrokese dedicava a contemplar pedras, ele iria a um dos caf0s aonde os omens iam busca debailarinas e de outras mul eres al eias a %ual%uer escr pulo moral.

Era consciente de %ue um pouco de abstin ncia não o mataria, mas não podia continuar dessemodo. Não tin a desfrutado de uma boa noite de sono desde %ue cometeu esse engano tático

$unto porta da sen ora /embroke.Era um omem do mundo, capa& de perceber %ue uma mul er não estava preparada.

Entretanto, %uando esteve bastante perto para inalar sua tentadora fragrFncia, %uando acariciousua pele com os lábios... es%ueceu tudo o %ue tin a aprendido.4esmo assim, %ual%uer um pensaria %ue a essa altura $á teria se acalmado. 4as não. Era

muito pior pelas noites, por%ue não tin a nada %ue fa&er e não contava com um corpo %uente aseu lado %ue o a$udasse a es%uec @la. ?er passado seis dias e as noites sem repouso o pun amde mau umor, al0m de l e embotar a mente.

+ssim, o primeiro %ue faria no dia seguinte seria buscar um corpo bem disposto e acol edor%ue restabelecesse o e%uil'brio de seus umores.

Estava tentando recordar a palavra eg'pcia para "bailarina( %uando escutou um c apin ar.Oicou em p0 imediatamente e em um momento estava fora do camarote, no conv0s, faca na mão.+lgo c ocou contra ele e o enviou ao c ão.

afne tamb0m estava acordadaG de fato, tin a os ol os totalmente abertos e o coraçãoacelerado por causa de um son o tão vivido %ue ao despertar acreditou av @lo posto todo emprática. ?odos e cada um dos atos proibidos e tão pouco femininos %ue tin a son ado.

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Lm pouco mais tarde, $á no camarote de popa e en%uanto l e tirava as lascas da mão, asen ora /embroke l e assegurou %ue os eg'pcios não entendiam nem a ironia nem o sarcasmoem nen um idioma.

A?alve& não, mas fe& me sentir mel or, replicou ;upert. A +credito %ue dei*ou uma.Não sabia %uantas lascas se cravou ao cair ao c ão, mas tampouco l e importava. #-

dese$ava %ue ela seguisse l e observando a mão e segurando@l e por%ue desse modo ele poderia

seguir contemplando os refle*os acobreados, granadas e rubis %ue a lu& da lanterna arrancava deseu cabelo. Lm cabelo %ue se derramava sobre seus ombros como uma cascata de c amas %uecontrastava com a camisola e o robe de musselina.

#eu tra$e para dormir era simples e austeroG a ant'tese da incitação.+ssim era natural %ue dese$asse despi@la. E como era de esperar seu consel eiro pessoal se

ergueu, esperançado.ANão deveria ter sa'do ao conv0s para investigar, estava di&endo a mul er en%uanto movia as

pinças. A everia ter gritado.

#e não estivesse acordada, $amais teria ouvido...AEstava acordadaJ A #eria acaso o culpado de %ue dama evitasse o sono do mesmo modo

%ue eleJ )ue maneira mais orr'vel de esban$ar as noites A #into muito ouvir isso. )uero di&er%ue sentiria muito %ue não tivesse aparecido em um momento tão crucial.

Não podia acreditar %ue tivesse permitido %ue um tonto atordoado o tomasse por surpresa.Essa era a conse%I ncia da falta de sono e do e*cesso de abstin ncia! os umores corporaisestavam orrivelmente dese%uilibrados.

ANão estava acordada, esclareceu ela. A +cabava de despertar de um pesadelo %uandoescutei o c apin ar. E outros sons %ue me pareceram estran os. epois vi sua porta entreaberta esupus %ue avia problemas.

?in a ido em sua a$uda, para salvá@lo... %ue mul er mais adorável. /ara falar a verdaderesultava enternecedor. E terr'vel. /oderia ter acabado violada e assassinada.

ANão deveria ter sa'do ao conv0s para investigar, disse, imitando@a. A everia ter gritadopara despertar todo mundo. #e tivesse demorado um pouco mais em me recuperar, o criminoso ateria apan ado.

ANo futuro dormirei com uma faca sob o travesseiro, afirmou a dama. A Não me tin aocorrido nunca a id0ia de ir cama armada. +inda sigo sem poder acreditar %ue um ladrãotentasse penetrar so&in o em uma embarcação onde á tanta gente. AOran&iu o cen o. AEntretanto, teria sido muito pior se nos tivesse atacado um grupo numeroso. #erá mel or %ue meensine a usar uma pistola.

A#en ora /embroke, não estou muito convencido de %uerer l e ensinar a disparar armas defogo na escuridão. Lma pistola não 0 uma bota. #e me tivesse disparado acreditando %ue era ointruso...

A4as eu sabia %ue não era voc AE*clamou. A Era muito bai*o e rec onc udo, e seuc eiro não se parecia em nada ao dele.A< c eiroJA+ su$eira e água do rio.Ela c eirava maravil osamente. + limpo... com uma leve e sutil fragrFncia a fumaça e a ervas

parecida com o incenso. ;upert se inclinou para a mul er de forma %uase impercept'vel.A/oderia ter sido eu %uem c eirasse a água do rio, disse. A ?alve& tivesse sentido dese$os de

tomar um ban o noturno.ABem pensado, possivelmente umas vigorosas braçadas antes de ir@se cama o a$udassem a

rela*ar. +t0 %ue encontrasse uma bailarina, estava claro.A>oc não seria tão idiota para tomar ban o na metade da noite sem avisar a algu0m, afirmou

a sen ora /embroke. A Não acredito %ue %ueria causar um alvoroço entre a tripulação.A#e por acaso não o notou, nossa tripulação está composta por pessoas %ue dormem como

troncos, replicou.A;a&ão de mais para estar preparada em caso de %ue se produ&a um ata%ue, concluiu ela ao

mesmo tempo %ue l e soltava a mão.84

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ALm candelabro pesado l e bastaria, disse ;upert. A Não l e resultaria dif'cil dei*arincapacitado um atacante e daria ao tipo a oportunidade de sobreviver ao golpe. +o contrário %uecom uma bala, %ue por regra geral está acostumado a matar as pessoas. E o problema com asbalas 0 %ue se pode disparar no omem e%uivocado.

A;a&ão de mais, replicou ela, para %ue me ensine s mane$á@las como eus manda.

< segundo grupo de criminosos resultou mais civili&ado %ue o primeiro. 4iles nem se%uerestava seguro de %ue fossem criminosos. +pro*imaram@se da tumba em atitude bastante pac'fica,com as armas nas fai*as e não nas mãos.

e %ual%uer modo, : a&i, o l'der, sabia como se c amava e esse detal e pCs 4iles nadefensivaG embora isso não l e serviu de muito, posto %ue o superavam do&e a um e nen um deseus competidores parecia estar convalescente de um ata%ue de febres.

AEste alo$amento não 0 ade%uado para voc , meu sábio amigo A disse : a&iA. Eu possolevá@lo a uma elegante tenda, onde á comida e bebida. eve aceitar min a ospitalidade.

A evoJ A;epetiu 4iles, in%uieto pelo ad$etivo "sábio(. Butrus o tin a acreditado bastante"sábio( para tradu&ir papiros... e tin a falado com satisfação da espera de utili&ar a tortura paraestimular seu c0rebro.

: a&i sorriu.ANão l e pus uma faca no pescoço nem l e aponto com um rifle cabeça. 4as no povoado

está a vi va %ue nos a$udou a encontrá@lo. #e re$eitar nossa ospitalidade, pode ser %ue um demeus omens se sinta ofendido. /ode ser %ue %ueiram matar a mul er por nos enviar a%ui a sofrerinsultos. E então seu beb ficará -rfão. ?alve& fosse um ato de miseric-rdia matá@lo tamb0m. <%ue opinaJ

A+credito %ue será mel or obedec @lo, respondeu 4iles.: a&i sorriu para e*pressar sua aprovação. + diferença de Butrus, tin a todos os dentes.eslocaram@se at0 um acampamento locali&ado a uns %uilCmetros de distFncia. Lma ve& ali,

ofereceram@l e roupa e uma suculenta comida. +o menos o trato desses omens era muito mel ordo %ue tin a recebido de Butrus e sua %uadril a, %ue o tin a roubado. Não tin a nem id0ia do %ueesperavam encontrar entre seus pertences, mas as turvas e*press es de seus rostos l e disseram%ue não o tin am encontrado. #- l e dei*aram uma camisa, al0m da roupa %ue levava posta%uando o se%Iestraram. +mbas as camisas estavam su$as e rasgadas, e a %ue não levava emcima ficou no fundo da tumba $unto com os incriminat-rios restos dos gril es.

P man ã seguinte esse outro grupo de assassinos o convidou com toda a educação do mundoa montar em um dos camelos. 4iles decidiu %ue era mel or seguir as ordens, $á %ue não %ueriaarriscar@se a %ue um dos sens'veis se%ua&es de : a&i se ofendesse e acabasse ressarcindo@secom %ual%uer pessoa inocente %ue passasse por ali.

Não disseram para onde se dirigiam. #- sabia %ue partiam rumo ao sul e não demorou emdescobrir %ue teria sido mel or fa& @lo em %ual%uer outro meio de transporte %ue não fosse um

camelo.<s animais transportavam com a suficiente resignação as mercadorias inanimadas. Entretanto,seu camelo mostrava uma clara aversão a %ue o montassem. En%uanto 4iles o rodeava em buscade um lugar pelo %ual montá@lo, o animal demonstrou sua afronta com um desdobramento debramidos. )uando por fim estava sentado sobre ele, o camelo seguiu %uei*ando e amaldiçoandona l'ngua cam0lida. :run ia e girava o pescoço para l e lançar todo um repert-rio de ol aresvenenosos. E depois, como era de esperar, negou@se a obedec @lo. )uando 4iles tentou fa&er %uegirasse a cabeça, o camelo tentou l e morder os p0s. )uando l e ordenou com vo& mal@ umorada%ue se comportasse, o camelo deitou no c ão. )uando ao animal por fim veio a vontade delevantar@se, assegurou@se de sacudir 4iles para frente e para trás durante o processo.

+ viagem resultou um inferno, apesar de seus se%Iestradores tomarem em consideração suafalta de e*peri ncia não via$aram mais de oito oras seguidas. e %ual%uer modo, e face s longasparadas para descansar e comer, dei*aram atrás 4inDa com mais rapide& %ue se tivessem via$adopelo rio. Em lugar de seguir os meandros do Nilo, entraram em lin a reta para o deserto. +l0mdisso, podiam via$ar de noite 2e assim o fa&iam3 sem temor a c ocar@se com as embarcaç es, osbancos de areia ou as roc as. #eu nico temor, conforme l e confessou : a&i a primeira noite de

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viagem durante o $antar, eram os bandidos e as tormentas de areia. +s tormentas de areia eramvontade de eus. <s bandidos não demorariam em descobrir seu engano, afirmou comdesenvoltura.

ANão duvido, disse 4iles. #- pergunto a %ue v m tanta pressa e aonde nos dirigimose*atamente.

AEnviei uns omens para %ue o tirassem da embarcação, e*plicou. 4as fal aram. /or issovim pessoalmente. Não obstante, ten o outras %uest es %ue solucionar mais ao sul e devo

acelerar a marc a para recuperar o tempo perdido.AE se não o fa&J : a&i soltou uma gargal ada.A#e não o fi&er... A;iscou uma lin a transversal sobre sua garganta com o dedo indicador.

+lgo assim ou talve& não tão rápido e com muito mais sofrimento.

+ , a , a < omem %ue fal a, meu sábio amigo, 0 %uem morre.

aQDat al@+mQat.#egunda@feira, 1Z de abril< dia posterior a sua c egada, afne cru&ou desde 4inDa outra margem do Nilo. + certa

distFncia em direção norte se elevava um redu&ido n mero de cabanas %ue não c egavam aconformar uma aldeia. Lm tanto mais perto avia um grupo mais numeroso de c pulas %ueassinalava a convocação do cemit0rio local.

4anteve@se a uma respeitosa distFncia do cemit0rio propriamente dito en%uanto observava acomplicada distribuição das peças metálicas cu$o funcionamento l e estava e*plicando o sen or7arsington.

< omem tin a uma das cobiçadas 4anton na mão e estava falando sobre culatras, caçoletas,pedernal, percussores e demais... Nesse momento afne entendia como se sentia ele %uando elafalava sobre a l'ngua copta.

?in am audi ncia. Ldail ?om se encontrava muito perto deles, $unto com alguns membros datripulação e um par de guardas %ue l es tin a enviado o kas if, o representante local do ra$á.7omo era abitual, os eg'pcios mantin am uma barul enta conversa. Era incapa& de segui@la. 4alpodia seguir as e*plicaç es do sen or 7arsington.

A/reciso saber como funcionaJ A/erguntou ao final. #erá %ue não posso me limitar adispararJA#e entender seu funcionamento, será menos provável %ue cometa um engano, assegurou

ele. )uando estiver em perigo não poderá permitir o lu*o de fa&er intentos nem de pensar.afne escutou o coro de gargal adas %ue se elevou a suas costas.>irou@se. Ldail ?om estava assinalando de forma alternativa a pistola, do sen or 7arsington e a

ela ao mesmo tempo em %ue falava em vo& muito bai*a para escutá@lo. <s omens balançavam acabeça e riam entre dentes.

evia parecer tão tola como se sentia.>irou@se de novo para o sen or 7arsington.isse@se %ue se tin a sido capa& de aprender copto, poderia aprender a%uilo. Não obstante,

resultava@l e muito dif'cil concentrar@se. Ele estava muito perto e falava com muita pai*ão eentusiasmo 2não, mel or, com adoração3 sobre essa coisa de madeira e metal %ue segurava.6nclusive tirou um lenço e limpou os rastros %ue tin a dei*ado sobre a bril ante culatra.

AEu a carregarei a primeira ve&, disse ele.A ei*e a mim, por favor, pediu. esse modo aprenderei mais rápido. A+ssim teria a arma na

mão e se veria obrigada a prestar atenção ao %ue estava fa&endo em lugar de observar a curva deseu %uei*o, o arco dessas sobrancel as escuras ou a delicade&a com a %ual essas grandes eágeis mãos acariciavam a pistola.

< sen or 7arsington deu de ombros e l e estendeu a pistola e o cartuc o.A<nde está a p-lvora da %ual falavaJ A/erguntou afne.Ele revirou os ol os antes de ol á@la.ANo cartuc o, respondeu. /rimeiro tem %ue abri@lo.< cartuc o era feito de papel e tin a a bola metálica em um dos e*tremos. Necessitava as

duas mãos para abri@lo. ?entou estender a pistola ao sen or 7arsington, mas ele negou com acabeça.

A+bre@se com os dentes, disse. ?ente não tragar muita p-lvora no processo.86

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A/or %u J R venenosaJ A E*plodiria se a tragavaJ 6mposs'vel. + p-lvora necessitava umafa'sca. Ele acabava de e*plicar@l e tudo. <nde tin a a cabeçaJ

A#upon o %ue 0 t-*ica, respondeu. 4as a %uestão 0 %ue se traga muita, não ficará suficientepara disparar.

afne usou os dentes tal e como tin a ordenado, e efetivamente provou o sabor da p-lvora%ue, conforme pCde comprovar, era as%ueroso. Embora cuspisse, não conseguiu livrar@se dele.

+ partir desse momento se limitou a seguir as indicaç es %ue o sen or 7arsington l e tin a

dado. >erteu a p-lvora com muito cuidado na caçoleta antes de fec á@la, $ogou a p-lvora restanteno can ão e ato seguido colocou o cartuc o de papel %ue contin a a bala. epois utili&ou avarin a %ue l e ofereceu para empurrar tudo.

Nesse instante notou o sil ncio %ue avia atrás dela.<l ou para trás.<s omens a ol avam bo%uiabertos. ?odos deram a volta e correram em direção ao cemit0rio

sem perda de tempo. afne observou como se refugiavam atrás de um dos edif'cios com c pula.Ldail ?om sorriu, saudou@a com a mão e correu atrás dos outros.

A+ssim tin a ra&ão, depois de tudo, disse o sen or 7arsington.afne deu a volta e descobriu %ue o escuro ol ar do omem se tornou muito s0rio.A#obre o %ueJ A)uis saber.A#obre aprender a cuidar de si mesma, respondeu. < povo eg'pcio se viu cruelmente

avassalado em mais de uma ocasião. /or %ue iriam lutar para proteger a n-s, um pun ado deinvasores estrangeirosJ ?em muito mais sentido fugir. >oc e eu teremos %ue confiar um no outro.

afne mal dava cr0dito ao %ue estava escutando. Esse omem se mostrou de tudo reticente al e ensinar a disparar. Entretanto, essas palavras se utili&avam com algu0m a %uem seconsiderava um igual. Eram palavras de confiança, em seu bom $ulgamento, em sua abilidade,sa'das da boca de um omem. < coração deu um ba%ue, embora não soube se pela felicidade oupelo medo. ?alve& por ambas as coisas.

< sen or 7arsington assinalou um enorme mont'culo situado a uns vinte metros de distFncia.<s arredores estavam infestados de montes de escombros semel antes.

ANão necessito um alvoJ A/erguntou.AEscol a um ponto em %ue disparar, respondeu ele. /or agora %uão nico precisa 0 praticar

como carregar a arma, apontar e disparar. 4ais tarde nos centraremos em afinar sua pontaria.4ostrou@l e como martelar a arma antes de colocar@se atrás dela e, uma ve& %ue l e elevou obraço e o sustentou, ensinou@l e como devia apontar. + pistola pesava e afne estava bastanteassustada.

Entretanto, esse não era o nico motivo pelo %ue l e tremia a mão. +cabava de inalar o aromado sen or 7arsington e era muito consciente de sua pro*imidade.

A#egure a arma com as duas mãos se precisar, disse.Ela assim o fe& e comprovou %ue a coisa mel orava, embora o tremor não tivesse nada %ue

ver com um pulso instável.Nesse momento, o omem se afastou e as id0ias de afne começaram a [email protected] ispare %uando estiver preparada, disse.

;espirou fundo e apertou o gatil o. Escutou@se um estalo metálico antes %ue surgisse umape%uena espiral de fumaça e imediatamente ressonou uma descarga tão poderosa %ue esteve aponto de l e fa&er soltar a pistola.

AE*celente, a felicitou o sen or 7arsington. eu@l e no mont'culo.< mont'culo era do taman o de Bedford #%uare. ?eria dado no alvo inclusive com os ol os

enfai*ados. e %ual%uer modo, embargou@a a felicidade. #entia dese$os de começar a saltar. edançar. ese$ava l e rodear o pescoço com os braços e bei$á@lo at0 fa& @lo perder o sentido... paraagradecer %ue l e tivesse ensinado a fa&er algoG algo til %ue os omens sabiam fa&erG umaabilidade %ue nem se%uer seu indulgente irmão l e tin a ensinado.

A?ente de novo, disse ele. esta ve& comprovaremos se pode fa& @lo sem nen um tipo dea$uda de min a parte.

Nessa ocasião afne levou a cabo os preliminares com algo mais de confiança, apontou edisparou. E a bala voltou a alo$ar@se em algum lugar de Bedford #%uare.

isparou várias ve&es mais e obteve %ue a bala desse cada ve& mais perto do lugar ao %ualapontava.

ANão 0 tão dif'cil, depois de tudo, comentou com indiferença en%uanto seu coração pulsava87

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acelerado pela felicidade. +credito %ue 0 ora de provar com o rifle.

7ap'tulo 1

+ sen ora /embroke estava imensamente agradada consigo mesma, rubori&ada e sorridente ecom um bril o especial em seus ol os verdes. /ara não ser uma mul er formosa, em ocasi esmostrava uma atração e*traordinária, pensou ;upert.

+ princ'pio estava um pouco pálidaG sem d vida assustada, como acontecia com fre%I ncia spessoas %ue não estavam acostumadas a mane$ar armas de fogo. 4as não permitiria %ue o medoa dominasse.

Há tin a notado esse traço de seu caráter %uando se con eceram. evia ter estado assustadana masmorra. Estava escuro e c eirava a morte e a decomposição... e esses eram os odores maisagradáveis do lugar. 4esmo assim, ela tin a controlado o pFnico pelo bem de seu irmão.

+p-s, ;upert tin a podido apreciar amostras de seu arro$o todos os dias. ?odas l e fa&iamdese$ar despi@la, 0 obvio, mas tamb0m despertavam outros sentimentos. Não estava seguro de%uais eram! uma esp0cie de carin o, algo assim como o afeto, algo %ue guardava uma estran asemel ança ao %ue sentia por seus irmãos.

Embora tampouco tivesse dado muitas voltas e não tin a a intenção de fa& @lo nessemomento.

Nesse instante estava muito entretido observando@a! o fero& cen o de concentração en%uantocarregava a pistolaG a s0ria determinação de sua postura en%uanto segurava a arma com ambasas mãosG e os disparos ra&oavelmente certeiros %ue tin a efetuado apesar do pulso l e tremer umpouco.+l0m disso, resultava muito divertido l e ensinar a disparar, sobre tudo a%uelas partes %uere%ueriam colocar@se muito perto dela e algum ou outro to%ue.

Bai*ou a vista at0 o rifle %ue avia tra&ido e sorriu. Esse seria mais entretido %ue a pistola.A?amb0m posso aprender a disparar isso, disse ela ao interpretar mal o sorriso. #eguro %ue

seu funcionamento se ap-ia nos mesmos princ'pios básicos.;upert assentiu. evolveu@l e a pistola e agarrou o rifle.En%uanto ele guardava com supremo cuidado a pistola, a mul er comprovou o peso do rifle e

estudou o mecanismo %uase com tanta seriedade e concentração como mostrou %uando estudavaos falc es tocados.

Não teve problema algum para carregá@lo, embora ao medir mais de um metro resultasse muito

mais complicado segurá@lo.?amb0m era muito mais dif'cil de mane$ar. Não demoraria em descobrir at0 %ue ponto. #eriamuito interessante.

)uando tudo esteve preparado, ;upert compCs uma e*pressão s0ria e se apro*imou.A+p-ie a culatra contra seu ombro... +ssim, disse. E*plicou@l e o %ue era o retrocesso,

colocou@l e bem as mãos, nivelou o rifle, ensinou@l e por onde apontar e demais. epois secolocou atrás dela para reali&ar uns %uantos a$ustes finais e acrescentou! ispare %uando estiverpreparada.

Ela meneou o traseiro en%uanto procurava uma postura cCmoda. +to seguido martelou a arma,trocou ligeiramente de posição e apertou o gatil o.

Escutou@se um estalo metálico, apareceu uma nuvem de fumaça e a seguir se produ&iu ae*plosão, seguida do retrocesso %ue a enviou para trás.

+pesar de %ue o tin a advertido, a sen ora /embroke não estava preparada para a força doretrocesso. 7aiu@l e o rifle das mãos e cambaleou contra ;upert. Ele sim estava preparado, porisso a rodeou com os braços altura do busto e l e colocou as mãos cru&adas com firme&a sobreseus seios. /oderia ter guardado o e%uil'brio, mas nem o tentou. ei*ou@se levar pelo impulso e

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ABom, supon o %ue sim, respondeu com vo& rouca. + lu* ria tem esse efeito nos omens.A+creditou %ue 'amos fa&er... %ue poderia me fa&er... issoJ Em p blicoJANem se%uer pensei onde estávamos, respondeu. + sen ora /embroke abriu os ol os de par

em par.A#ou um omem, acrescentou ;upert com o %ue considerava, dadas as circunstFncias, a

paci ncia de um santo. /osso fa&er uma coisa ou outra. Oa&er amor ou pensar. 4as não as duascoisas de uma ve&.

Ela o contemplou durante um momento. +to seguido dobrou os $oel os, cru&ou os braços porcima e enterrou o rosto neles.

Não agarrou o rifle para l e atiçar com ele na cabeça./ossivelmente não estivesse tudo perdido.AEm algum outro lugar, entãoJ A/erguntou esperançoso.

afne levantou a cabeça e o contemplou com a mais absoluta estupefação.AEm algum lugar mais 'ntimo, acrescentou o omem.ANão, replicou ela. Nem a%ui nem em nen um outro lugar.A4as n-s gostamos, assinalou.AR algo completamente f'sico, disse afne.AE não se trata dissoJOicou em p0, sacudiu a areia da roupa e tentou voltar a colocar a anágua em seu lugar com

discrição. +inda podia sentir essa mão sobre a parte posterior de sua co*a nua. +inda tremia pordentroG ainda sentia como a e*citação e a necessidade, $unto com outras sensaç es %ue não eracapa& de definir e nas %uais não confiava, percorriam@l e o corpo de cima abai*o.

?in am estado muito pertoG muito perto. E em um lugar p blico. Em p blicoA?rata@se de encontrar meu irmão, respondeu, com vo& bai*a e serena. Não resultava fácil.

6sto não 0 um cru&eiro de pra&er. < 6sis não 0 um ar0m. Não sou sua amante e não ten o aintenção de s @lo. #into l e aver dado motivos para pensar o contrário. #into me avercomportado tão mal.

eus, mas como ia poder resistir a garota amalucada %ue morava em seu interiorJ#e tivesse se afastado dele no instante em %ue ca'ram, tal e como teria feito uma mul erdecente, teria tido uma oportunidade. 4as ela não era uma mul er decente e não o seria $amais.Lma mul er decente averia se sentido indignada. 4as ela era uma indecente e l e tin a dadovontade de começar a rir. /ela forma em %ue ele se agarrava com tanto descaramento a seusseios. /ela sensação %ue l e tin a provocado essa car'cia! uma sensação agradável, pra&erosa eapropriada. eleitou@se com o pra&er %ue l e proporcionavam suas mãos. ;ego&i$ou@se ao sentiresse corpo grande e poderoso sob o seu... E o mais orr'vel e indecente de tudo era o profundodese$o %ue tin a despertado nela a pressão de seu membro na parte bai*a das costas.

7omo diabos ia comportar@se corretamente %uando seus instintos básicos dobravam com tantafacilidade aos princ'pios moraisJ

Não estava segura de onde nem como tin a tirado a força de vontade necessária para l eafastar as mãos. ?in a dese$ado ficar onde estava, presa entre seus braços, pecaminosamenteconsciente do dese$o %ue sentia por ela. Embora de algum $eito ten a reunido as forçasnecessárias para afastar@se, dá a volta e enfrentá@lo.

E o %ue se supun a %ue devia fa&er nesse momento en%uanto ele estava ali estendido com umsorriso nos lábios, absolutamente arrependido, como um moço travessoJ Em seus ol os escurosdançava a fantasia de diabo %ue morava nele. 6sso deveria t @la espantado. Em troca tin aincitado fantasia de diabo %ue ela levava dentro e por isso se inclinou para apoderar@se dessapecaminosa boca. Mogo %ue seus lábios se roçaram, pCde notar o sorriso do omemG e uminstante depois captou sua fragrFncia, uma armadil a diab-lica para %ual%uer mul er %ueobscureceu sua ra&ão, sua vontade e seus princ'pios.

Entretanto, não tin a sido culpa do sen or 7arsington.Não podia culpá@lo. Ele era um omem depois de tudo. Não tin a a culpa de %ue ela carecesse

de moral, de vontade ou do %ue %ueira %ue fosse ao %ue as mul eres normais recorriam emsemel antes situaç es.

A?em um considerável magnetismo animal, prosseguiu para romper o tenso sil ncio. Não90

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ten o muita e*peri ncia com esse tipo de coisas. #into l e aver dado motivos para %ue meinterpretasse mal. Educaram@me de acordo com uns estritos princ'pios morais. everia ser capa&de segui@los. +ssim o farei no futuro, prometo.

< sen or 7arsington se afastou alguns passos e logo voltou a apro*imar@se. eu um c ute aum sei*o. isse algo entre dentes. ;ecol eu o rifle do c ão e o esfregou para l e tirar a areia.

A6sto necessitará uma limpe&a a fundo, disse com tom seco, indiferente. <nde demCnios estãoos criadosJ

+ssobiou e Ldail ?om c egou apressado. /oucos minutos mais tarde, afne descobriu o %uetin a mantido entretida comitiva durante tanto tempo depois de %ue ela dei*asse de disparar.Lm dos guardas os tin a encantado com uma ist-ria a respeito de um fantasma de cabelo

branco %ue tin a afundado um navio perto da 4inDa uma semana antes, depois de fa& @loencal ar em um banco de areia.

< fantasma, disse o guarda, tin a uma barba muito curta, embora parecesse um omemadulto. Era alto, %uase tão alto como o caval eiro ingl s, e se vestia como um estrangeiro. Eramuito pálido e levava correntes. ?in a@o visto muitas pessoas, assegurou.

+lgumas pessoas %ue estavam na margem tin am visto o fantasma no navio en%uantoafundava. >iram dois omens saltar água e afastar@se nadando atendidos pelo pFnico. <fantasma apareceu outra ve& essa mesma noite rio acima, flutuando para as tumbasG e tamb0malgumas noites depois, de camin o para o rio. Há ningu0m se apro*imava das tumbas %ue aviaal0m da colina vermel a por medo de encontrar@se com ele.

/elo geral afne teria se limitado a sorrir ao escutar o conto. + vida dos eg'pcios estavainfestada de entes sobrenaturais. 4as o cabelo "branco( e a pe%uena barba l e deram %uepensar e a levaram a pedir mais detal es.

En%uanto o tradu&ia ao sen or 7arsington, percebeu %ue a e*pressão tensa e distantedesaparecia de seu semblante e de %ue o entusiasmo bril ava em seus ol os. ?amb0m ele tin aaveriguado a identidade do fantasma. Embora igual a ela guardasse muito de não demonstrarmais %ue um ligeiro interesse no conto.

Entretanto, %uando o guarda acabou e se reuniu com outros, o sen or 7arsington disse em vo&bai*a!A#eu irmão, supon o.

< coração do afne pulsava acelerado... pela esperança, a espera e tamb0m pelo medo.;ecuperou a compostura, enfrentou seu ol ar e assentiu.

A< guarda disse %ue o navio se fe& em pedaços ao se c ocar com um banco de areia.+pareceram vários corpos, mas aparentemente não á sobreviventes. 4iles deve ter escapado.

AOingiu ser um fantasma para manter afastada s pessoas, disse o sen or 7arsington. 4uitointeligente da sua parte.

A4iles tem uma imaginação prodigiosa, assegurou ela. No referente solução de problemaspráticos, pode ser incrivelmente agudo e rápido, inclusive engen oso.

A6sso 0 bom, afirmou o sen or 7arsington. + $ulgar pelo %ue ouvi, 4inDa não 0 um lugar

seguro para um europeu solitário./ara falar a verdade, inclusive com a enorme escolta armada e a compan ia do sen or7arsington, %ue ultrapassava com muito a todos outros em altura, afne se tin a alegrado dedei*ar a cidade para trás.

Meena não tin a e*agerado a respeito das pessoas. afne nunca tin a visto tanta gente tortaem um mesmo lugar nem tantos meninos doentes e atrofiados. #abia %ue a oftalmia era um dosperigos do Egito, de modo %ue levava sulfato de cobre e ungIento de cidra, os medicamentosrecomendados para seu tratamento.

<s eg'pcios não dispun am de rem0dios nem tomavam precaução alguma contra asenfermidades. ;egiam@se pela magia e a superstição. ?in a visto muitas crianças pe%uenas2inclusive beb s indefesos3 com os ol os c eios de moscas. ?in a visto uma mãe impedir %ue omenino as tirasse de cima. ?amb0m tin a ouvido %ue se mutilava de forma deliberada a algunsmeninos com o fim de %ue não os recrutassem para o e*0rcito de 4o amed +l'.

+s moscas e os rostos c eios de cicatri&es eram ra&ão suficiente para dei*ar a cidade para tráss pressas, inclusive no caso de %ue as pessoas se mostraram amistosas. )ue não era assim. <saldeãos eram sinistros e es%uivos.

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4iles, %ue tin a se encarregado de plane$ar sua viagem, tin a@l e contado %ue avia unstre&entos %uilCmetros povoados de ladr es. Não era de estran ar %ue tivesse feito todo o poss'velpara manter as pessoas afastadas.

A<s eg'pcios acreditam em uma imensa variedade de seres sobrenaturais, tão bons comomaus, e*plicou afne ao sen or 7arsington.

+s apariç es, os espectros e os demCnios poderosos são alguns destes seres sobrenaturais.Ore%Ientam os cemit0rios e as tumbas.

ABom, neste momento seu irmão não ronda pelo cemit0rio, disse o sen or 7arsington.+treveria@me a di&er %ue s- sai de noite.

A=á tumbas perto, para o sul, informou ao mesmo tempo em %ue assinalava a direção com odedo /erto do mont'culo vermel o, o om al@+ mar.

ANesse caso será mel or %ue demos uma ol ada, disse ele.

< anoitecer se apro*imava de forma perigosa %uando encontraram rastros de +rc dale e se fe&evidente %ue tin am c egado muito tarde.

P medida %ue avançava o dia, seu s0%uito eg'pcio se foi mostrando cada ve& mais resistente acontinuar a busca. Nesse momento, os guardas esperavam no e*terior da tumba. + maior parte datripulação se atreveu a entrar apenas uns passos na entrada. #- ?om e outro $ovem criado, Kusuf,%ue levavam as toc as, tin am tido o valor de acompan ar ;upert e sen ora /embroke para ointerior.

Nas profundidades da tumba encontraram os restos de uma fogueira e outros sinais deocupação. Não era algo incomum, como bem sabia ;upert. <s e*ploradores estrangeirostomavam fre%Ientemente as tumbas e os templos como resid ncia, igual a alguns nativos.

Entretanto, na%uela tumba avia pedaços de corrente $unto com vest'gios de ob$etos inglesesde boa %ualidade. +pesar de estar su$os e rasgados, poderiam considerar um vestuário muito r0gioao lado das roupas do campon s normal eg'pcio. Nen um residente de tumbas nativo teriadei*ado semel antes ri%ue&as para trás, a plena vista.Nesse momento ?om e Kusuf se encontravam em um canto, falando entre murm rios.

+ sen ora /embroke tin a os pu'dos ob$etos e os pedaços de correntes nas mãos.7ontemplava@as fi*amente com uma e*pressão desolada nesse rosto iluminado pelo resplendorda toc a.

Esse ol ar desconsolado não fa&ia nada al0m de intensificar a desagradável mistura deemoç es %ue estava e*perimentando ;upert.

/referia não pensar no %ue sentia nen um dos dois. Ele %ueria sair dali e virar a página. 4astin a %ue fa&er algo, di&er algo. + sen ora /embroke tin a começado a busca com muito empen oe entusiasmo e tin a acabado tão decepcionada...

/or não mencionar %ue ainda estava alterado pelo %ue tin a acontecido antes.

+pesar de %ue não era nen um santo, sim se regia por certas normasG normas simples ee%Iitativas sobre o %ue um caval eiro devia e não devia fa&er. Lm caval eiro não se deitava comuma dama solteira, por e*emplo. eitou@se com solteiras %ue não eram damas! atri&es, bailarinas,cortesãs e esse tipo de mul eres. /oderia deitar@se com uma dama casada, embora ele sempretivesse evitado essas relaç es, $á %ue l e pareciam muito complicadas. +s vi vas, pelo contrário,eram mais simples. #em virgindade e com o marido fora de $ogo, as considerava presasaceitáveis.

;upert dese$ava essa vi va com desespero. Ela tin a dado amostras claras de %ue não l e erade tudo indiferente. Não era algu0m fácil de sedu&ir e o desafio a fa&ia inclusive mais atraente.

+l0m disso, tin a a figura e o rosto de uma deusa e um c0rebro descomunal. e todos erasabido %ue as deusas eram mais dif'ceis e perigosas %ue as mul eres normais e comuns. Nãoavia mais %ue fi*ar@se na mitologia grega. Ele não podia esperar %ue uma mul er e*traordináriase comportasse como uma normal.

#e l e tivesse atiçado com a culatra do rifle, tivesse@l e partido as mãos ou ao menos l etivesse $ogado uma boa reprimenda em seu momento, ele teria aceitado o castigo de boa vontade.epois de tudo tin a agido de um modo imperdoável ao se aproveitar de um acidente sem

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importFncia para tomar umas liberdades escandalosas.Em troca, essa desconcertante criatura $ogou a culpa em si de tudo e l e tin a pedido

desculpas, nada mais e nada menos Estava &angada consigo mesma e não com ele. Não tin asentido. /ior ainda, o fa&ia sentir@se mal.

E*perimentava a terr'vel sensação %ue o acompan ou em sua infFncia! remorsos de

consci ncia. Oa&ia anos %ue não o incomodavam. Nesse momento o carcomiam por dentro e l eretorciam as v'sceras.E tudo por uma %ueda de nada com uma vi va %ue tin a dei*ado bem claro %ue o ac ava

fisicamente atraenteABom, conforme parece c egamos com alguns dias de atraso, admitiu ;upert por fim. 4esmo

assim, ol e pelo lado positivo, sabemos %ue estamos seguindo o rastro ade%uado! não está retidono 7airo. E leva menos de uma semana de vantagem.

A/ode ser %ue não, respondeu ela. /ode %ue ten a tentado retornar ao 7airo.<u %ue estivesse morto. <u %ue tivesse trocado de esconderi$o. +s colinas estavam infestadas

de tumbas. Era um milagre %ue tivessem encontrado o rastro de +rc dale depois de s- meio@diabusca.

Entretanto, a sen ora /embroke sabia tão bem como ele, e se não di&ia algo para animá@la,perderia a esperança. #eu rosto ad%uiriria essa e*pressão tão pálida e tensa %ue o alterava %uasetanto como as lágrimas.

A< mais provável 0 %ue No*civo $á o ten a encontrado a esta altura, disse. iria %ue #eu6lustr'ssimo #en or pCs todo seu empen o em encontrá@lo. ?odo mundo fa& uma parada na 4inDa.< mais provável 0 %ue l e c egassem rumores sobre o acidente do navio e atracasse. Não precisaser um g nio. +t0 eu fui capa& de c egar a essa conclusão.

Ela ergueu o ol ar e ;upert foi testemun a de como emergia desse canto escuro de seuimenso c0rebro no %ual tin a ido parar. #eu rosto se iluminou. 6nclusive lu& tr mula da toc a,pCde ver %ue esses incr'veis ol os verdes se moviam de um lado para outro.

A#anto c0u ?in a@me es%uecido dele, admitiu ela. Embora não ouve nada %ue merecordasse isso. Ningu0m o mencionou. Não resulta estran oJ #ua embarcação 0 inconfund'vel,conforme disse voc . /ercorreu o Nilo em várias ocasi es. +s pessoas a teriam recon ecido. <kas if o con eceria.

ANão 0 tão estran o, disse ;upert. <s aldeãos não são precisamente os eg'pcios maisamáveis com os %uais topamos.

ANesse caso teremos %ue conseguir %ue falem, afirmou ela antes de apressar@se a sair dalicom as coisas de seu irmão apertadas com força contra o peito.

urante o camin o de volta ao embarcadouro, afne fe& inventário de suas provis es,perguntando@se se deveria sacrificar outro $ogo de pistolas ou possivelmente algum dosinstrumentos de 4iles para utili&á@lo como suborno. +legrava@se de ter algum tipo de plano, algo

produtivo no %ue pensar.Não se tin a dado conta do grande e dolorosas %ue eram as esperanças %ue tin a albergadoat0 %ue se fi&eram pedacin os. /ara falar a verdade, não se tin a dado conta do muito %ue sentiafalta da 4iles at0 %ue teve sua camisa pu'da entre as mãos. E ao ver os pedaços de correntes6maginou o %ue seu irmão devia ter suportado e avia se sentido tão indefesa Na%uele momentose disse %ue não devia sucumbir ao desespero, %ue deveria sentir@se agradecida por não terencontrado seu cadáver. isse@se %ue não devia c orar. Não serviria de nada.

Não obstante, $amais tin a dese$ado tanto fincar@se de $oel os e c orar at0 %ue não ficassemlágrimas.

e %ual%uer forma se recuperou, graças menção de lorde No*leD %ue tin a feito o sen or7arsington.

#ua E*cel ncia tin a destacado o rápido %ue se estendiam as not'cias nesse lugar. ;esultavaestran o %ue em 4inDa ningu0m o tivesse mencionado nem de passagem. #ua embarcação teria%ue aver@se detido na cidade para aprovisionar@se. e outro modo se teria visto obrigado ac egar a +siut, %ue se encontrava a uns cento e sessenta %uilCmetros.

< cálculo de subornos e as especulaç es a respeito de #ua E*cel ncia mantiveram sua mente93

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ocupada durante o camin o de volta ao embarcadouro. )uando se apro*imavam da água, uma $ovem abriu passo entre os omens e colocou um beb envolto em su$os farrapos diante de seurosto.

A+$ude meu beb A :ritou a angustiada mul er em árabe. ao beb sua magia, sen orainglesa.+lguns dos omens tentaram afastar mul er.< sen or 7arsington l e rodeou os ombros com um braço.A#eu beb está doente, disse afne.AHá me dei conta, replicou ele. 4as todos o estão e eu não confio em ningu0m. ?om, saca

uma moeda de min a $a%ueta e d a ela, ordenou ao mesmo tempo em %ue a abraçava com maisforça. >á da%ui.

afne fe& gesto de segui@lo, mas $ogou uma ltima ol ada para trás. + mul er era $ovem, poucomais %ue uma menina. #acudia a cabeça com a vista cravada em Ldail ?om, %ue l e oferecia umamoeda. ?in a as faces alagadas de lágrimas.

A4eu beb A:ritou. /or favor, sen ora inglesa...afne levantou a vista para o sen or 7arsington. < omem compCs uma e*pressão afligida.

afne se virou então para a mul er e disse!A> em conosco.

;upert se deu conta de %ue a mãe era $ovem, pobre e de %ue estava desesperada. Não %uerial e dar as costas. 4as poderia ser uma armadil a. <u poderia l es condu&ir problemas. #e o bebmorresse, e a $ulgar por seu aspecto estava nas ltimas, poderiam acontecer um monte de coisase nen uma boa. ?om e Meena concordavam em %ue as inimi&ades familiares eram muitofre%Ientes no interior do pa's.

Há tin a o bastante protegendo sen ora /embroke e a seu s0%uito dos assaltantes. Nãonecessitava %ue tamb0m o perseguissem uns aldeãos vingativos.< mais sensato seria dar garota uma generosa gor$eta e afastar@se dali o antes poss'vel.

Oaria o sensato, teria levado dali sen ora /embroke força se tivesse sido necessário... se aditosa eg'pcia não se pusesse a c orar.

+ssim %ue a mul er derramou as primeiras lágrimas, ;upert soube %ue estava perdido.Encarregou@se de %ue todo mundo embarcasse sem contratempos e manteve a vigilFncia

en%uanto atravessavam o rio para o 6sis. +li passou algum tempo com os omens na proa. e ve&em %uando, Meena sa'a do camarote central, %ue se tin a transformado na enfermaria do navio emum abrir e fec ar de ol os. #eus informes sobre a mel ora do beb eram sempre pessimistas. <beb padecia de febre epática, possivelmente tifo, talve& algo pior. +s febres matavam adultosfortes e saudáveis. ?in am levado o cCnsul geral beira da morte em mais de uma ocasião,

conforme tin a ouvido ela, e isso %ue o diplomático contava com verdadeiros m0dicos, não comcurandeiros e feiticeiras locais. )ue possibilidades de sobreviver tin a um beb d0bil e malalimentado %ue s- tin a sido tratado com encantamentos e feitiços mágicos durante diasJ7ontagiaria a febre a todos e morreriam em um dos lugares mais imundos e feios do mundoG e%uando todos tivessem morrido, os camponeses sa%ueariam o navio e $ogariam seus cadáveresao rio para %ue os pei*es e os crocodilos os devorassem.

Lma ve& %ue Meena teve retornado com sua sen ora, a uma morte segura, conforme parecia,;upert pCde passar as seguintes oras amaldiçoando@se por ter sucumbido uma ve& mais slágrimas femininas.

Era um imbecil. Não, pior ainda! era um estere-tipo. Mágrimas femininas. Oáceis e fre%Ientes.Lm omem adulto devia ser capa& de conservar a prud ncia %uando as mul eres c oravam. eav @lo feito, a sen ora /embroke não correria o perigo, ao menos não mais %ue de costume decontrair uma abominável enfermidade estrangeira.

Encontravam@se a %uilCmetros de distFncia da civili&ação e de algo %ue guardasse uma remotasemel ança com os cuidados m0dicos. )uão nico ela tin a era seu esto$o de primeiro socorros,cu$o conte do minguava a ol os vista graças aos fre%Ientes acidentes da tripulação. ?in a tratado

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com *ito o p0 mac ucado de um, o polegar inc ado de outro e um caso de insolação. ;upert nãotin a a menor id0ia do alcance dos con ecimentos da sen ora /embroke para tratar febres.

4ais %ue ele, isso estava claro. #e ela ficasse doente, não saberia nem por onde começar.o ocaso at0 %ue o ltimo raio de lu& se desvaneceu do c0u e as estrelas conformaram de

novo as con ecidas constelaç es, ;upert passeou pela proa, respondendo com um grun ido

%uando l e falavam e re$eitando sem cessar com um gesto da mão os intentos do ?om por levá@lopara o camarote de proa para %ue $antasse algo.)uando escutou passos a suas costas, deu por feito %ue se tratava do ?om, %ue tin a vindo

outra ve& a l e c atear.ANão, não %uero $antar, disse. Não %uero. Oicou claroJ +creditei %ue entendia perfeição esse

termo. R evidente %ue me e%uivocava. 7omo di& "não( em eg'pcioJ +lgo assim como "bukra(J=o$e não.

A i&@se, a respondeu uma rison a vo& feminina. + negativa educada seria a s ukran.;upert se virou com rapide& e o coração começou a l e golpear as costelas. 7onseguiu

reprimir o impulso de estender as mãos e estreitá@la entre seus braços. Entretanto, não conseguiureprimir o est pido sorriso %ue se desen ou em seus lábios nem a gargal ada de pra&er em %uese converteu.

A< beb J A/erguntou. Encontra@se bemJAEmbora pareça mentira, 0 uma menina, disse. +s meninas não são muito importantes a%ui e

pelo geral ningu0m se incomodou. 4as a mãe do #aba a considera e*tremamente valiosa. evesaber %ue seu nome significa "aman ã(. 7onseguimos %ue bebesse um pouco de l'%uido eparece %ue l e sentou bem. emos@l e um ban o frio e o suportou sem problemasG ao contrário%ue sua mãe, %ue estava aterrada. epois provei com uma infusão de casca de %uina. + febreparece estar bai*ando. Bastante rápido, de fato.

;upert dei*ou escapar o ar %ue não sabia %ue estava contendo.A+legra@me sab @lo, disse.ANão fa& id0ia de como me sinto aliviada, afirmou ela.;upert teria apostado %ue não o estaria nem a metade %ue ele.ANão ten o e*peri ncia com crianças, prosseguiu a mul er. 4esmo assim, %uando me ocupeide meus pais e do >irgil ad%uiri alguns con ecimentos m0dicos. 4uito pobres, para falar a

verdade, mas esta gente não tem nen um. Lma atadura, um ban o, um cataplasma... os rem0diosmais simples são para eles magia e grandes milagres. #anto c0u, %ue tipo de mundo 0 esteJ AM e apagou a vo&.

AOoi um dia comprido e duro para voc , se apressou a di&er ele. >en a dentro e me a$ude acomer esse $antar %ue tem ao ?om tão desesperado. AOe& uma pausa antes de acrescentar!outora /embroke.

Ela se se pCs a rir ao escutá@lo, mas ;upert ainda podia perceber a tensão em sua vo&.A>amos, estou faminto, prosseguiu. E não foi mais %ue o instinto o %ue l e fe& l e rodear os

ombros de forma protetora en%uanto a condu&ia ao interior.

7ompartil aram um $antar tran%Iilo e agradável, e ;upert tin a o braço estendido para agarrarseu terceiro doce %uando Meena gritou.

7ap'tulo 1V

?odos irromperam no corredor de uma ve&! afneG o sen or 7arsington com um doce na mãoGNafisa com seu beb preso ao peitoG e Meena, %ue fec ou de repente a porta do camarote deafne.

+ criada atal ou a c uva de perguntas com a turva declaração de!A4angusto.AR tudoJ A/erguntou o sen or 7arsington. +briu camin o atrav0s do pun ado de mul eres e

estava $á girando o trinco. +creditei %ue algu0m te estava cortando a garganta.AEstava@me mostrando os dentes, se defendeu Meena. < sen or 7arsington abriu a porta e

sorriu.A/elo amor de eus #e não for mais %ue um fil ote... Bom, ao menos não está crescida de

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tudo.

A< sorriso se desvaneceu. 4as tem... 0 uma f meaJ #im, acredito %ue 0 uma f mea.A< %ue temJ A/erguntou afne. ;odeou Nafisa e o beb , passou $unto Meena e ficou nas

pontas dos p0s para ol ar por cima do ombro do sen or 7arsington.A+ , 0 a camisa de 4iles.

+ criatura tin a uma parte de pun o entre os dentes. <l ava de forma ameaçadora aosumanos avia na porta.A#ão boas com os ratos, disse o sen or 7arsington. E com as serpentes. /oderia nos ser de

utilidade, sen ora /embroke, %uando começar a desmantelar templos e pirFmides. AEn%uantofalava se virou para ela com esses ol os tão negros como uma noite sem estrelas.

+ boca do omem estava a escassos cent'metros da sua e um sorriso se escondia nacomissura de seus lábios. afne dese$ou apan ar esse ind'cio de sorriso e bei$á@lo at0 %ue ficassegravado em sua pr-pria boca. Necessitava esse sorriso, a brincadeira 'ntima, o umor %ue eraparte fundamental de sua selvagem vitalidade.

+fastou@se um pouco e se ordenou tran%Iili&[email protected]?emos dois gatos, recordou.A4atar serpentes venenosas não 0 sua especialidade, disse o sen or 7arsington. Não se

es%ueça de %ue gosta de rebuscar nos lugares onde essas ariscas v'boras costumam dormir.ANão acredito %ue os gatos gostem muito da id0ia, ob$etou afne. +l0m disso, poderia ser

selvagem. <u ter raiva. Não me ocorre nen um motivo pelo %ue uma mangusto em seus cabais%ueria comer uma camisa su$a. Não será por falta de ratos nos arredores.

A#im, 0 muito interessante, conveio o sen or 7arsington. <correm coisas tão interessantes aseu redor... A+ e*pressão cCmica desapareceu. /or um momento, a afne pareceu... 7onfusoJ/erdidoJ

7laro %ue não poderia estar perdido. #em d vida alguma, o abraço indecente do dia anteriorl e tin a transtornado o c0rebro tanto como a moral.

+ e*pressão tão incomum desapareceu rapidamente e o omem voltou a cravar o ol ar nomangusto.

A#upon o %ue %uererá %ue l e tire a camisa.+ criatura seguia observando@os com o ob$eto entre os dentes. +rrepiou@l e a pelagem.ANão estou segura de %ue isso se$a sensato, disse afne. /arece disposta a brigar por ela./or então Meena $á tin a contado a Nafisa o %ue acontecia, a $ovem mãe se apro*imou para

perguntar se podia dar uma ol ada.afne e o sen or 7arsington se tornaram a um lado. Nafisa ol ou o animal. < beb assinalou

com a mão e disse algo com o t'pico balbuciar infantil.A+credito %ue 0 o mangusto do meu vi&in o, disse Nafisa. Está domesticada, mas

recentemente cria problemas. Lma noite o safado foi para perto de min as galin as. + espanteicom um pau. /ouco depois vem meu vi&in o e está &angado comigo. i& %ue l e fi& mal na pata.i& %ue agora co*eia e %ue $á não serve para matar serpentes por%ue 0 muito lenta. +credito %ue

foi ele %uem l e fe& mal. )ueria roubar meus ovos por%ue 0 mais fácil %ue matar serpentes. 4asmeu marido está morto e não ten o ningu0m %ue me defenda deste omem. 6sso o fa& valente.<l e está co*a, insistiu. + pCs no c ão e escapou. >i %ue l e do'a pata e me deu pena. 4aistarde sa' a procurá@la, mas vi o fantasma e me deu medo. <l e está co*a, repetiu.

+ arte da brevidade não se tin a em muita estima no Egito. afne foi capa& de condensar todaa ist-ria em umas poucas frases. )uando acabou, o sen or 7arsington se agac ou, estendeu amão com o doce e c amou o animal.

A> em, pe%uena. Não prefere isto a essa camisa vel aJ+ criatura ol ou fi*amente o doce sem [email protected] eg'pcia, recordou afne antes de agac ar@se a seu lado. ?aTala ena, cantarolou. > em

a%ui. < animal a ol ou e fare$ou.A?aTala ena, repetiu afne.

+ mangusto avançou alguns passos, arrastando a camisa consigo. epois se deteve, emitiu um96

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c iado e se sentou sobre o ob$eto com os dentes firmemente cravados na manga. Esses passosdemonstraram %ue protegia a pata dianteira es%uerda.

A+ssim 0 como anda +listair, disse o sen or 7arsington.A#eu irmão, comentou afne. < %ue foi ferido no Uaterloo.Ele assentiu.AEssa claudicação derrete as mul eres. #uspiram. esmaiam. Hogam@se a seus p0s. ?alve&

se$a uma claudicação o %ue me fa& falta. A irigiu@l e um elo%Iente ol ar de esguel a.

Não se tratava de um ol ar %ual%uer. Era decidido e 'ntimo. 7on$urava o sabor de sua boca e otato de suas mãos e de seu duro corpo, assim como a onda de selvagem alegria %ue a tin apercorrido ao disparar a pistola pela primeira ve&... e ao bei$á@lo. /rimeiro l e afrou*aram os

$oel os, depois os seguiram seus m sculos e por ltimo sua cabeça.En%uanto afne lutava por recuperar o %ue uma ve& fora seu c0rebro, Nafisa disse!AR a mangusto de meu vi&in o. Estou segura.< intelecto do afne voltou para seu lugar, igual a sua atenção retornou moça e s

importantes palavras %ue acabava de pronunciar.A>iu@a na mesma noite %ue o fantasma, Nafisa.A4e fale do fantasma.

afne tradu&iu a conversa ao sen or 7arsington mais tarde, %uando retornaram ao camarotede proa. Embora ele $á tivesse captado o essencial graças a Meena.

Nafisa tin a visto o fantasma noite de terça@feira. Na man ã seguinte tin a contado mul erde seu vi&in o. Não muito depois alguns omens do kas if foram a sua casa e a interrogaramlongamente sobre o fantasma. escreveu o %ue tin a visto e onde. eram@l e din eiro e partiram.4ais tarde viu um grupo de omens %ue se dirigia s tumbas. Eram estran os e estrangeiros. Nãoeram de seu povo nem de 4inDa, mas a maioria dos aldeãos parecia con ec @los e tem @los.

A ever'amos fa&er outra visita ao kas ifJ A/erguntou afne. Lm suborno generoso nosproporcionaria a informação %ue %ueremos.

AEncarregarei@me dele a primeira ora da man ã, disse o sen or 7arsington. Mevarei ?om.A< con ecimento %ue possui ?om de nosso idioma 0 %uando menos irregular e tem um

vocabulário limitado em e*tremo, recordou.ANão passa nada, replicou o sen or 7arsington. Não ten o intenção de falar muito.A4as...A>oc não virá comigo, prosseguiu ele. Necessito %ue se encarregue da embarcação

en%uanto estou ausente.A4e encarregarJANecessito algu0m em %uem possa confiar, disse. eve convencer Nafisa para %ue viage

conosco. Não 0 seguro %ue volte para o povoado. #eu vi&in o 0 um dos espi es do kas if, nãoten o a menor d vida, e aparentemente estão cooperando com nossos vilãos.

A4as voc ...A#e algu0m tenta abordar a embarcação, dispare, disse. R a nica em %uem posso confiar

para %ue manten a o sangue@frio em caso de problemas.A4as não disparo bem A/rotestou ela.A)uase ningu0m o fa&, respondeu. Embora os omens fi%uem paralisados pelo pFnico ao v @

la empun ar uma pistola. Não tem mais %ue começar a disparar e di&er a ;ais ;as id %ue &arpe.A4as voc ...A#e ?om e eu nos metermos em problemas, os alcançaremos mais tarde, disse.

+lcançariam@nos mais tarde sempre e %uando sobrevivessem a seu encontro com o kas if,claro estava. ;upert antecipava problemas. e fato os estava procurando. Embora guardassesemel antes e*pectativas.

P man ã seguinte, %uando visitou esse gordo mentiroso, ;upert se limitou a l e ensinar a voar.epois demonstrou seus m0todos educativos agarrando o mais alto de seus guardas e $ogando@o

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contra uma parede.Ooi então %uando outros guardas se lançaram sobre ele.isse a ?om %ue fugisse e ficou de p0 com os braços abertos a modo de convite en%uanto

sorria aos guardas.Era $usto o tipo de briga %ue tin a estado esperando.Não estava de bom umor.?in a sofrido uma e*peri ncia muito perturbadora a noite anterior %uando desviou o ol ar da

mangusto louca mul er %ue tin a ao lado. ?in a contemplado os incr'veis ol os verdes dasen ora /embroke e se deu conta de %ue não se aborreceu nem um s- instante desde %ue elaentrou na masmorra do 7airo.

Não sabia por %ue, mas o fa&ia sentir@se in%uieto.Ele $amais se sentia in%uieto e não gostava da sensação.+l0m disso, a lu* ria ainda governava seu corpo e não tin a espiado nen uma s- mul er

atraente na%uela irritante cidade.+ssim %ue se conformou com o %ue mais se apro*imava! uma briga.

afne passeava pelo conv0s, rifle na mão. Meena e Nafisa com seu beb nu escarranc adosobre seus ombros ao estilo eg'pcio, passeavam $unto a ela.

A>oltará são e salvo, assegurou Nafisa. + mangusto 0 um bom presságio. ?odo mundo sabe.A< moço dirá o %ue não deve, interveio Meena. < kasbif se ofenderá e l e cortará a l'ngua,

talve& a cabeça. Não deveria ter dei*ado %ue seu ingl s partisse esta man ã, sen ora. everiaaver@se metido em sua cama e ter tirado a roupa. #e o tivesse mantido contente dessa forma, elenão se teria dado conta, nem se%uer l e teria importado, %ue a embarcação seguisse seu rumo./oder'amos aver partido deste condenado lugar com a alvorada. < %ue faremos se o povo sevoltar contra n-s e o vento não soprarJ 4atarão a todos os omens e nos venderão comoescravas. <u nos violarão e nos dei*arão no deserto para %ue nos comam os corvos e os c acais.

< vento não mostrava ind'cios de amainar. Em todo caso, soprava com mais força medida%ue avançava a man ã. #e os aldeãos se voltassem contra eles, o 6sis poderia &arparimediatamente. afne e o sen or 7arsington o tin am consultado com ;ais ;as id ao aman ecer.?udo estava na disposição para partir com rapide&.#e o vento continuasse soprando.

ANão tema, sen ora, tran%Iili&ou Nafisa a afne. Esta embarcação 0 mágica. >oc tem opoder da cura e o sen or ingl s tem poder sobre as serpentes.

ANingu0m teme um encantador de serpentes, replicou Meena com sarcasmo.A4as na #a%%ara dobrou a uma v'bora selvagem, não a um desses animais domesticados

sem dentes %ue os encantados de serpentes metem nas cestas, disse Nafisa. ?odo mundo ouviufalar de sua magia na pirFmide escalonada da #a%%ara. ?odo mundo ouviu falar de sua força,como a de um g nio. /or %ue acredita %ue s- um omem %ueria roubar embarcação a outranoiteJ <utros temiam a magia.

afne dei*ou de passear.

A e verdadeJ )ue decepcionante para o sen or 7arsington, Estava dese$ando lutar contra osbandidos.A/rocura briga, disse Meena com seriedade. ?odo mundo se dá conta.ABai*ou a vo& para %ue s- Nafisa pudesse escutar suas seguintes palavras! #e dese$am. 4as

são ingleses, $á v , e os ingleses t m estran os...Lm grito a interrompeu.+ atenção de afne se centrou de novo em terra.< omem de %ue falavam se apro*imava para o embarcadouro, com ?om atrás. Kusuf, %ue

tin a descido a terra, corria para eles.afne esteve tentada de fa&er o mesmo.

< sol arrancava bril os de seu cabelo, tão negro como a asa de um corvo. < vento açoitava asamplas mangas da camisa contra esses musculosos braços, da mesma maneira %ue agitava suascalças folgadas contra as fortes pernas.

< coração do afne tamb0m parecia c eio pelo vento e pulsava com uma louca gritaria contra98

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suas costelas. Estava vivo. < omem desviou a vista para Ldail ?om, %ue estava falando, e depoisse pCs a rir pelo %ue avia dito o moço. E $usto então o sen or 7arsington a ol ou, sorriu e asaudou com a mão, e ela pensou! Estou perdida.

< 6sis &arpou assim %ue o sen or 7arsington e seus $ovens adoradores embarcaram. Entãoafne $á avia tornado a recuperar o controle.

AEstá vivo, disse com assombrosa compostura. 6nteiro. #em feridas aparentes.A6sso 0 culpa do ?om, replicou ele. Husto %uando as coisas começavam a ficar interessantes,começou a balbuciar. Não parava. +lgo a respeito de g nios e demCnios, acredito. e %ual%uerforma, o kas if ficou pálido e despac ou todos salvo seu int0rprete. E de repente #ua #en oriacomeçou a "recordar( coisas.

Lm ru'do a seus p0s a fe& bai*ar a vista. + mangusto estava sentada sobre os %uartostraseiros, ol ando@o. #eguia segurando a camisa entre seus afiados dentin os.

< animal tin a tido uma briga a noite anterior com os gatos, mas a coisa não c egou a maioresdanos. < co&in eiro, %ue tin a todos os motivos do mundo para temer por seus frangos, tin a@l edado de comer. E a tripulação parecia aceitá@la. ?odos, salvo os gatos, pareciam ter a mangustopor um bom aug rio, em palavras de Nafisa.

A+ , ve$o %ue segue conosco, disse o sen or 7arsington.< %ue era muito mais importante! ele seguia com eles. >ivo. 6nteiro. +t0 %ue o viu apro*imar@se

com tanta parcimCnia ao embarcadouro, afne não se deu conta da ansiedade %ue sentia.A/arece %ue %uer ficar disse com vo& entrecortada. Nafisa tamb0m. Não tive nen um

problema para convenc @la. Não tin a nen um dese$o de retornar ao povo de seu defunto marido.+parentemente tin am começado as negociaç es para %ue se somasse longa lista de esposasde seu vi&in o... o vi&in o a %uem pertencia esta mangusto.

A+gora 0 nossa, comentou o sen or 7arsington. 7omo vamos c amá@laJANafisa, respondeu afne. #eguro %ue pode pronunciá@lo.A;eferia a mangusto, assinalou ele.A+ A afne ol ou ao animal, %ue seguia ipnoti&ado pelo sen or 7arsington. +caso

ningu0m era imune ao seu encantoJ<s gatos, :og e 4agog. +mbos se comportavam com r0gia indiferença para ele, %uão mesmamantin am para o resto da tripulação.<*alá eu fosse um gato, pensou afne.A4argarida, disse. < %ue l e parece o nome de 4argaridaJA/arece@me est pido, replicou ela, o %ue vai perfeição. R a mangusto mais est pida %ue

con eci.< omem se agac ou.A4argaridaJ Adisse.+ mangusto começou a mastigar o pedaço de camisa %ue tin a na boca.Ele ficou em p0.A< está pensando.

AEn%uanto o fa&, talve& tivesse a amabilidade de me di&er o %ue o kas if recordou.A#im, claro. AOran&iu o cen oA. >amos para dentro. 4orro por um caf0.

< caf0 c egou, acompan ado de comida. + bande$a, abarrotada com pratos %ue não tin amnem um ápice de ingleses, recordou ao ;upert %ue não tin a comido nada do breve caf0 daman ã ao aman ecer. Entre bocado e bocado começou a l e relatar em detal e sen ora/embroke seu encontro com o kas if de 4inDa.

)uando descreveu os esforços diplomáticos %ue fe& em princ'pio, a demonstração de vCo, elao ol ou com esses ol os verdes arregalados. epois empalideceu e a e*pressão surpreendida sepermutou em aborrecimento.

A7omo pCde ser tão irresponsávelJ A/erguntou. /oderiam t @lo matado... e ao ?om. E ondenos teria dei*ado issoJ Es%ueceu %ue avia várias mul eres a bordo, uma delas apenas uma

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moça e outra um beb J AOicou em p0 de um salto, em uma nuvem de musselina. Embora não seipor %ue me incomodo em perguntar. Está claro %ue 0 um irresponsável. #e não o fosse, não o teriaencontrado nessa masmorra do 7airo. #e fosse um indiv'duo responsável e cabal, o sen or #altnão se teria obstinado primeira oportunidade de livrar@se de voc .

?al e como caberia esperar, seu c0rebro funcionava perfeição! tin a ra&ão em todos e cadaum dos pontos.

A>amos, não se &angue , disse. +dmito %ue foi algo est pido. 4as estava de mau umor e

não pensava com claridade.ANão podemos nos permitir %ue este$a de mau umor, interrompeu. Não posso fa&er istoso&in a. ependo de voc , sen or 7arsington. Eu não gosto de... refreá@lo. #ei %ue 0 um omemde ação e %ue tanta responsabilidade deve l e resultar cansativo. 4as devo l e pedir... A?remeu@l e a vo&.

ANem l e ocorra, disse ele.+ sen ora /embroke levantou a mão.ANão vou pCr@me a c orar, assegurou.A#im vai fa& @lo, contradisse ele.Ela retornou ao divã e se sentou. epois mordeu o lábio.;upert suspirou.A+diante.Ela negou com a cabeça.ANão aconteceu nada, tran%Iili&ou. /referiria com muito %ue me batesse, mas este castigo 0

muito mais doloroso. Husto o %ue mereço.Ela esboçou um sorriso tr mulo.A4ostrarei clem ncia por esta ve&, disse. 4as %ue não se repita.Esse sorriso tr mulo bem poderia ter sido um an&ol, por%ue se cravou com força em um lugar

muito profundo e ele a contemplou como um est pido, como o pei*e %ue bem poderia ser,enganc ado nesse sorriso %ue pressagiava uma corrente de lágrimas.

ANão voltarei a fa& @lo. Hamais, assegurou.ABem. A< sorriso se alargou e a sen ora /embroke se recostou no divã, sentando@se sobre

os p0s. iga@me o %ue surrupiou do kas if.A+ famosa embarcação de No*civo sim se deteve a%ui, fa& algo menos de uma semana. A;upert se concentrou na ist-ria e na comida para es%uecer@se do %ue l e estava fa&endo. Ooi

uma visita curta, para abastecer@se. >isitou kas if com outro omem. iscutiu@se o assunto dofantasma. epois %ue No*civo partisse, o outro tipo se dedicou a fa&er perguntas pela área sobreo fantasma. 7oisa de um dia depois, foi com um grupo de omens s tumbas escavadas na roc apara reali&ar um ritual sagrado com o %ual convocar o fantasma e fa& @lo desaparecer. E <=,milagre Lm g nio apareceu entre uma tormenta de areia e arrastou o fantasma para o deserto.Em outras palavras! seu irmão está atravessando o deserto em compan ia de personagens de máreputação pertencentes a várias tribos e naç es. E se sabe %ue esses omens estão ao serviço deNo*civo.

#eus ol os verdes se abriram de par em par.

A#anto c0u.A?odos os cCnsules no Egito 2inclu'do o nosso3 empregam malfeitores de ve& em %uando,continuou ;upert. No*civo está tentando recuperar seu papiro ao mesmo tempo em %ue seuirmão. <s %ue se%Iestraram seu irmão são assassinos, literalmente. /or mais %ue detestedefend @lo, compreendo perfeitamente por %ue o visconde contrataria omens da mesma 'ndole.

A?alve& isso se$a compreens'vel, disse ela. 4as dei*ar a 4iles a seu cuidado não o 0.A#im, bom, o assunto 0 algo mais complicado do %ue acreditávamos,prosseguiu ;upert.

+parentemente está liberando uma guerra, e não se trata de uma simples competição poucoamistosa para conseguir antiguidades.

/arece %ue 0 algo pessoal entre No*civo e uval... e bastante mais violento do abitual.AEm outras palavras! 4iles está preso no meio, concluiu a mul er.A6sso parece.

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;upert continuou comendo, mas seguiu levantando as vistas de ve& em %uando paracontemplar como seus ol os verdes se moviam de um lado a outro. #abia %ue s- estava pensandoe %ue não tin a nada %ue ver com a sedução. Estava l e dando voltas s implicaç es das not'cias./erguntou@se por %ue ac ava tão fascinante observá@la en%uanto meditava.

ALma guerra, disse ela ao final. E dado %ue os omens de lorde No*leD t m 4iles em seupoder, podemos supor %ue os omens de uval virão por mim.

A#eria uma moeda de troca muito valiosa, admitiu. Oe& uma pausa antes de acrescentar! #e

tiver entendido bem, dirigem@se ao sul. #e acreditar %ue seria sensato c egar a este ponto esabendo o %ue sabemos...AR claro %ue não, o interrompeu com rapide&. Não vou retornar. /or mim podem brigar por

esse est pido papiro se %uiserem, mas não penso dei*ar 4iles nas mãos de ladr es e assassinos,trabal em para %uem trabal em. Não vou retornar ao 7airo sem meu irmão. Não c eguei at0 a%uipara sair correndo ao primeiro problema.

ANão 0 nem por ind'cio o primeiro problema, recordou ele. Es%ueceu@se de %ue ficamospresos na pirFmideJ Es%ueceu@se dos diferentes cadáveres %ue nos topamos no camin oJ #e nãome fal a a mem-ria, tamb0m nos prenderam. Está o enternecedor encontro com a v'bora. Esofremos a invasão de uma mangusto enlou%uecida...

Ela despre&ou suas palavras com um gesto de mão.A#ab'amos %uase desde o começo %ue uval poderia vir em min a busca para me utili&ar

contra meu irmão. + ameaça não me deteve então e não o fará agora.AHamais me teria ocorrido tal coisa.;upert sorriu como um est pido. Não pCde evitá@lo, como tampouco podia evitar sentir@se tão

estupidamente agradado. + teria levado de volta se assim o tivesse %uerido, embora não estavaabsolutamente disposto a pCr fim a sua aventura.

Ela ficou de p0.A/rosseguiremos conforme o plane$ado. <s omens de lorde No*leD se reunirão cedo ou

tarde com seu c efe. ;ecuperaremos a 4iles e dei*aremos %ue continuem com sua guerra semn-s. Embora de momento necessito de tempo para pensar. + s-s. A+briu a porta e a mangustoentrou com a camisa em riste. 4argarida l e fará compan ia.

< vento foi soprando com mais força com cada %uilCmetro %ue percorriam. +mainou aoanoitecer, embora s- para retornar com renovadas forças com as primeiras lu&es da alvorada. /orsorte soprava a seu favor, o %ue deu uma desculpa a afne para permanecer encerrada em seucamarote.

+ areia %ue arrastava o vento estava acostumada a obrigar s mul eres a permanecer nointerior, em uns camarotes cu$as gretas estavam cobertas com trapos. Meena passava grandeparte do tempo com Nafisa e o beb , dei*ando afne tran%Iila a fim de %ue estudasse seu novorolo.

#alvo %ue não estava tran%Iila.Não podia concentrar@se. ;esultava@l e imposs'vel escapar da intran%Iilidade %ue sentia por

4iles, embora esse não fosse o problema principal.#abia %ue tin a transpassado certo limite o dia em %ue dei*aram para trás 4inDa. <arrebatamento em si não era il-gico dadas as circunstFncias, mas o %ue avia dito não era nem ametade do %ue avia sentido.

+feiçoou@se a ele, o engano mais est pido de todos, por%ue não era a tipo de omem %uepoderia afeiçoar@se a uma mul er, muito menos com um aborrecido camundongo de biblioteca de%uase trinta anos.

7ontemplava com desesperada incompreensão um con$unto de rolos %ue tin a copiado em seucaderno %uando escutou o ru'do de uns passos seguidos por umas batidas em sua porta.

Hogou o caderno a um lado, apro*imou@se da porta e a abriu. E seu coração tamb0m se abriupara lançar@se a um amalucado baile.

Ldail ?om estava no corredor levando uma bande$a com caf0. +trás dele se ac ava o sen or7arsington com um de seus disfarces das mil e uma noites. < intenso bron&eado e o cabelo negro

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alvoroçado pelo vento o fa&iam parecer mais selvagem %ue nunca.AMeena di& %ue está &angada, disse.ANão 0 certo, mentiu afne. Estava trabal ando.ANão, não 0 certo, contradisse ele. Não está coberta de tinta. A eu uma ol ada por cima de

seu ombro para o camarote. #eus pap0is e seus cadernos não estão disseminados pelo divã.A ispostos, corrigiu. 4eu material de consulta está cuidadosamente disposto. Há l e disse %ue

tem %ue aver ordem.

A#ua id0ia de ordem me parece um embrul o de livros e pap0is, comentou. 4as claro... eu s-sou um idiota.A#en or 7arsington...ANecessita caf0 e doces para estimular esse seu enorme c0rebro, disse. eu uma tapin a no

ombro do moço e este entrou com a bande$a no camarote e dispCs tudo no tamborete situado $unto ao divã.

Lma ve& cumprida sua tarefa, ?om se foi.< aroma de caf0 turco rec0m feito invadiu o pe%ueno camarote. afne voltou a sentar@se no

divã. < sen or 7arsington se recostou contra o marco da porta e ali ficou.A>en a, entre, convidou. #abe %ue sou incapa& de comer toda esta comida so&in o. /or não

mencionar %ue 0 rid'culo fingir %ue tin a a intenção de partir imediatamente %uando a bande$a estápreparada para dois.

A)ue inteligente 0 voc , disse. R certo %ue ten o um motivo posterior. A?irou um cilindro depesado papel de debai*o de sua camisa. ?emos %ue e*aminar o mapa e decidir %uantas paradasfa&er antes de c egar a +siut, onde nos veremos obrigados a nos deter.

En%uanto falava se apro*imou do divã e se sentou, cru&ando suas longas pernas com tantafacilidade e tanta naturalidade como o pr'ncipe árabe ao %ual tanto se parecia.

A+siut, repetiu ela, com a mente em branco por um instanteG depois! sim, claro. + tripulaçãoassa o pão ali.

A?eremos %ue l es dar todo o dia, comentou ele. #erviu caf0 para os dois.Não deveria permitir@se pensar em %uão 'ntimo parecia esse gesto apesar de %ue a porta

estava aberta como marcava o decoro. Não deveria permitir@se seguir sendo est pida.ANão me ocorre nen um motivo para nos deter antes, salvo para passar a noite, disse afne.

R pouco provável %ue algu0m %ueira nos proporcionar informação. )ual%uer dos bandos emconflito terá subornado ou apavorado aos aldeãos para %ue manten am a boca fec ada, e vocnão pode c egar a todas as aldeias e começar a golpear as pessoas para forçá@los a falar. A+garrou o mapa e se afastou um pouco dele para desenrolá@lo e procurar o lugar. A#im, a%uiestá. +siut servirá perfeição. R uma cidade importante. +s caravanas se det m ali. /odemosenviar os criados ao mercado para %ue se inteirem dos rumores. AEstudou o mapa. Não ten od vida de %ue a este passo $á ter'amos dei*ado atrás Beni =asan.

AOa& bastante tempo, confirmou o sen or 7arsington. ;eis ;as id espera deter@se parapassar a noite em um lugar impronunciável. 7om umas ru'nas famosas perto.

A+ borda oriental ou a ocidentalJ +ntin-polis está na oriental.A<cidental.

ANesse caso, al@+s munain, dedu&iu ela. A +s ru'nas da antiga =erm-polis estão perto.Estava consagrada a ?ot, o deus eg'pcio da sabedoria. R o e%uivalente do grego ermes e doromano 4erc rio. #egundo /lutarco, ?ot estava representado por um 'bis e tin a um braço maiscurto %ue o outro.

A?en o lido /lutarco, disse o sen or 7arsington. A 6sso %uão nico lemos. :regos eromanos. ;omanos e gregos.

Ela afastou a vista do mapa para ol á@lo. Estava estendendo a mão para agarrar outro pedaçode fatira, cu$a %uantidade tin a diminu'do grandemente nos ltimos minutos.

A< %ue %uer di&er %ue recebeu uma s-lida educação clássica, concluiu afne.< omem comeu um pedaço de bolo com o sobrecen o fran&ido, como se ela ouvesse dito

algo e*tremamente desconcertante.102

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+ mad compreendeu nesse preciso instante por %ue os gritos e os golpes resultavamdesnecessários e por %ue todos se esmeravam em seu trabal o.

7omeçava a suspeitar %ue talve& tivesse cometido um terr'vel engano.4as tamb0m começava a suspeitar %ue seu amo o necessitasse mais %ue nunca.Ougir estava fora de cogitação.

7ap'tulo 1Y

< 6sis continuou navegando graças ao forte vento a favor at0 o anoitecer, momento no %ualamainava para retornar revigorado alvorada.

)uatro dias depois de aver partido da 4inDa, c egaram ao +siut.+ agitada cidade comercial estava locali&ada ali onde em outro tempo esteve antiga Mic-polis,

cu$os abitantes adoravam ao c acal ou ao lobo. Na escrição de lTEgDpte se inclu'am diagramas,al0m de ilustraç es detal adas, de algumas das tumbas mais comple*as escavadas nas colinascircundantes.

/ara c egar necr-pole teria %ue empreender um tra$eto de %uase uma ora atrav0s de umadas fran$as de terra mais f0rteis do Nilo depois da %ual se c egava a uma ponte. +s aberturas dastumbas e as covas se podiam contemplar desde longe. =avia um cemit0rio moderno aos p0s damontan a.

Entretanto, as famosas tumbas escavadas na pedra não eram o destino de ;upert e a sen ora/embroke. ?in am decidido aventurar@se para as colinas e o deserto %ue se estendia mais frenteonde as pessoas talve& se sentissem mais predisposta a responder suas perguntas.

>estidos com roupas árabes a fim de não atrair a atenção, ambos empreenderam a marc a emburros acompan ados de ?om, Kusuf e um par de guardas da cidade.

;upert advertiu a mudança de direção do vento %uando c egaram ladeira da colina. ?in aperdido força essa man ã, embora seguisse sendo favorável, e tin a lamentado a perda de tempotanto como sen ora /embroke. Não obstante, no transcurso de sua e*cursão matutina, tin aamainado por completo.

Nesse momento, en%uanto alcançavam o limite do deserto, voltava a aumentar. Embora ten amudado de direção./assados alguns %uilCmetros, ;upert começou a ter um mau pressentimento. <s guardas

estavam ficando atrasados e os criados pareciam nervosos.;upert ol ou ?om.A#im n, disse o $ovem. A +credito %ue o sim n se apro*ima.Kusuf, %ue estava a seu lado, assentiu e prosseguiu com uma longa argumentação em árabe.< vento estava gan ando força e começava a levantar a areia.+ sen ora /embroke começou a di&er!A+credito %ue seria mel or %ue...?om a interrompeu com um grito e assinalou para o sul. ;upert virou nessa direção. Lma

enorme nuvem amarela se elevava sobre o ori&onte.<utro grito o fe& ol ar a suas costas. <s guardas se afastavam a todo galope.Kusuf gritou!A=adid $á mas umA+lla u akbar A7 iou ?om.

;upert sabia o %ue significava esse ltimo. " eus 0 grande.( Era um cFntico para afastar omal. Em 4inDa tin a descoberto %ue os eg'pcios acreditavam %ue os demCnios cavalgavam sobreas tormentas de areia.

Ougir em busca de ref gio era a mel or id0ia.A7orram... A isse aos criados. A #igam os guardas. #en ora /embroke, gritou. /odia

escutar o rugido do vento %ue se apro*imava.A#im, eu... A+s palavras se transformaram em um grito %uando seu burro se espantou e saiu

carreira na direção errada. ;upert esporeou seus arreios para segui@la. + nuvem se converteu104

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em uma onda de areia %ue se lançou sobre eles. Lm instante antes %ue ;upert l e alcançar@se, oburro da mul er se deteve em seco, virou@se de repente e caiu ao c ão. ;upert desmontou e seapro*imou apressado ao animal e a seu cavaleiro. 4as o burro da dama $á lutava por levantar@se.+ntes %ue pudesse apan á@lo, a besta, livre de sua carga, fugiu. ;upert agarrou as r0deas de suapr-pria montaria antes %ue pudesse seguir o mesmo camin o.

+ sen ora /embroke tamb0m lutava por ficar de p0, mas voltou a cair.AR meu p0, ofegou %uando ele se a$oel ou a seu lado. A Esse asno tolo caiu em cima.

+ onda de areia se erguia como se tratasse de um tornado invertido. 7resceu at0 converter@seem uma enorme coluna de areia %ue girava e avançava diretamente para eles.;odeou@l e a cintura com um braço e a levantou do c ão en%uanto %ue com a outra mão

seguia segurando as r0deas de sua nervosa burra. +rrastou ambos para as acidentadas epedregosas ladeiras da necr-pole da montan a.

+ areia l e golpeava o rosto, aguil oava@l e os ol os e se introdu&ia no nari&. < torvelin oestava %uase em cima deles. Empurrou mul er e o animal em direção ao espaço mais pr-*imo.?irou a t nica, a$oel ou@se no c ão e arrastou sen ora /embroke consigo. 7olocou@a entre suaspernas dobradas e ambos se cobriram com a t nica. + burra se apro*imou dos umanos.

+ tormenta de areia, com seu estrondoso rugido, caiu sobre eles.

<s omens %ue seguiam o grupo deram meia volta de repente e correram de retorno a +siut.Esperaram %ue o sim n passasse em uma cafeteria pr-*ima porta sul da cidade, %ue dava stumbas. Nesse estabelecimento se podia conseguir caf0 "negro( e caf0 "branco(, este ltimomisturado com o proibido brandD. <s omens beberam caf0 branco. ?odos eram mercenários %uetrabal avam para um franc s c amado uval. ?in am recebido a ordem de capturar inglesaruiva %ue tin am estado seguindo. Nesse dia tin a se apresentado a primeira oportunidade. +mul er tin a dei*ado atrás a maior parte de sua gente. irigia@se s tumbas com apenas unscriados e um par de guardas %ue a bom seguro fugiriam a primeira oportunidade. < enorme ingl s%ue a acompan ava não os preocupava. Lm omem s- não tin a o %ue fa&er contra de& sicáriose*perimentados. Não obstante, depois de várias *'caras de caf0, começaram a discutir sobre oingl s. ?odos tin am escutado %ue era o fil o de um lorde importante cu$a fortuna ultrapassavacom muito a de 4o amed +l'. +lguns deles começavam a pensar %ue valia muito mais vivo %uemorto. 7om cada *'cara de caf0, o debate se intensificava. espertaram de sua sesta o guarda%ue tin am mais perto, %ue abandonou seu posto para l es e*igir %ue guardassem sil ncio. Lmdeles, Harif, desculpou@se e o acompan ou fora do estabelecimento. +ssim %ue ficaram fora davista de %ual%uer testemun a, Harif l e cravou uma faca entre as costelas. ei*ou o corpo em seuposto abitual, onde permaneceria imperturbável at0 %ue trocasse o guarda no dia seguinte, $á %ueos viandantes assumiriam %ue o omem estava dormido, como de costume. Harif ac ou esse fatodo mais gracioso e soltou outra gargal ada en%uanto pensava.

;upert não teria sabido di&er %uanto durou a tormenta de areia. /areceu@l e uma eternidade.< vento uivava e a areia os açoitava como um monstro raivoso. Não era de estran ar %ue os

árabes acreditassem %ue os demCnios cavalgavam sobre as tormentas de areia.#ob o resguardo da t nica fa&ia calor e estava escuro. ?amb0m c eirava a burro. 4as as

roc as os protegiam do grosso da brutalidade da tormenta e a mal a da roupa blo%ueava a maiorparte da areia.

+ sen ora /embroke se colava a ele, silenciosa e im-vel... + , e tamb0m d-cil. #entia seufClego, rápido por causa do medo, contra a clav'cula, lugar por onde l e tin a aberto a camisa. Eramuito consciente dos acelerados movimentos do peito feminino com cada respiração, assim comoda suave pressão de seu traseiro contra a co*a e a entre perna.

6nclinou@se para l e depositar um tran%Iili&ador bei$o no cocuruto. #eu cabelo era suave e ca'aem ondas semel antes s dunas do deserto.

7aiu na conta de %ue tin a perdido o v0u. Esse odioso v0u %ue tanto o incomodava, emborafosse consciente do amparo %ue oferecia tanto para o sol eg'pcio como para os curiosos ol osmasculinos. ;ecordava %ue não era negro, embora l e escapasse a cor. 7aiu na conta de %uefa&ia dias %ue não levava roupa negra. esde 4inDaJ A ?udo sairá bem, disse.

4al podia escutar sua pr-pria vo& por cima do assobio e dos uivos da tormenta de areia. Não105

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sabia se l e tin a respondido. < %ue sim soube foi %ue se aferrava a ele com força e l e rodeava acintura com os braços como se temesse %ue a tormenta o levasse se não o segurasse.

=ouve momentos em %ue acreditou %ue assim seria. +%uele vento não se parecia com nada%ue tivesse e*perimentado em terra firme. Era mais como uma tempestade em alto mar, como seestivessem presos em um avassalador mar de areia. Em duas ocasi es acreditou %ue os tiraria deseu ref gio e os levantaria %uilCmetros no ar para depois dei*á@los cair em pedacin os sobre ascolinas l'bias.

+inda %ue, ou levaria a ambos ou nen um. Não a entregaria nem a um omem nem a umaforça da nature&a, por poderosa %ue esta fosse. +braçou@a com mais força e apertou os dedos %ueseguravam a t nica para mant @la fec ada en%uanto re&ava para %ue a tormenta passasse antes%ue se afogassem.

Não esban$ou o fClego em mais palavras de consolo %ue ela não poderia escutar devido aoru'do da tormenta. Mimitou@se a pressionar os lábios contra sua cabeça uma e outra ve& com aesperança de %ue ela compreendesse! ele a protegeria. Não sofreria dano algum en%uanto eleseguisse com vida.

4omentos depois, o estrondo diminuiu. < vento seguia soprando com força e a areia seguiagolpeando@os, mas não com tanta ferocidade. + coluna de areia, essa força destruidora, deslocou@se para semear a ru'na em outro lugar.

Mevantou a cabeça. #oltou o ob$eto com muito cuidado para dar uma ol ada.A+credito %ue $á 0 seguro respirar, disse.+ sen ora /embroke dei*ou escapar o fClego e depois tossiu.A#into muito, disse ele. Bei$ou@a na t mpora. A #into muito. Não pretendia l e esmagar as

costelas.#oltou@l e a cintura. Mevantou a cabeça. +fastou seu traseiro uns cent'metros de sua entre

perna.;upert dese$ava %ue se apro*imasse de novo. ese$ava t @la entre seus braços e %ue esse

suave cabelo l e fi&esse c-cegas no %uei*o. ese$ava sentir sua respiração contra a clav'cula e asuave pressão de seus seios e seu traseiro.

/assado um momento, a sen ora /embroke se afastou engatin ando e cuspiu areia.A70u santo, disse. A 70u santo.AEstá bemJ A/erguntou@l e. A )ue tal seu p0J Ela moveu o torno&elo para comprová@lo.A/arece %ue funciona bem, respondeu. A ?en o as botas c eias de areia. ?en o as calças

c eias de areia. #ou um saco de areia andante. Não, andante não. +inda não. ei*e %ue...recupere o fClego.

+pertou os $oel os contra o peito para depois apoiar a cabeça sobre os braços.;upert ol ou a seu redor. < vento tin a empil ado uma grande %uantidade de areia na abertura

pela %ual tin am entrado.Oicou de p0 com cautela e ol ou para o sudeste.Lma nova onda amarela estava se formando.A4mm... Amurmurou ele.A#im, levantarei@me em um minuto.

ANão acredito %ue ten amos um minuto, ob$etou. A E não gostaria de ficar enterrado a%ui.+ pCs de p0 com um pu*ão e começou a arrastá@la e a burra colina acima.

#er posta em p0 com um pu*ão e arrastada colina acima fe& com %ue afne perdesse ametade do fClego %ue tin a conseguido recuperar. Não restava o suficiente para esban$á@lo emcomentários. Embora pensando bem, ele tampouco a teria escutado... nem precisou %ue tivessefeito. ?in a resumido sua situação perfeição, como não demorou em averiguar.

Bastou uma simples ol ada a suas costas para saber por %ue o omem estava tão impacientepor ficar em movimento. + areia avia coberto em parte seu ref gio e uma nova coluna de areia sedirigia para eles.

/or sorte algu0m tin a aberto camin o nas ladeiras para acessar as tumbas. 7om o sen or7arsington cabeça, afne podia avançar sem muitas dificuldades. #entia@se agradecida de usar

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calças largas, %ue l e permitiam mover@se com mais comodidade %ue as abituais capas deanáguas sob umas saias não muito largas.

afne se perguntou onde se teria metido suas montarias, no caso de %ue a pobre bestaseguisse com vida. Buscou@a sem muita esperança. + visibilidade era %uestionável %uando menos.< sol desaparecia por completo e voltava a aparecer convertido em uma infernal massa vermel aoculta atrás do v0u de areia. Embora tampouco se podia ol ar em uma mesma direção durantemuito tempo. ?in a os ol os, as orel as, o nari& e a boca c eios de areia. +penas se podia

respirar. < mero feito de tentar se proteger a dei*ava e*austa. Entretanto, o %ue estavae*perimentando nesse momento, como $á bem sabia, não era nem de longe o pior castigo %ue oabrasador vento podia l es proporcionar.

<brigou@se a dei*ar de contemplar a letal coisa amarela %ue se lançava para eles e aconcentrar@se em seu compan eiro.

;ecordou o pFnico %ue a tin a embargado %uando o burro caiu ao c ão e viu %ue essamonstruosa onda de areia se abatia sobre ela. /or um instante, cegada pela areia %ue condu&ia ovento, avia@se sentido so&in a, abandonada. 4as s- foi um instante, por%ue um segundo depoisele se encontrava a seu lado.

En%uanto ele estivesse perto, poderia enfrentar %ual%uer coisa. ?in a@o seguido atrav0s daescuridão absoluta da pirFmide, arrastando@se $unto a cadáveres pelo camin o. ?in a sido presa,encerrada em uma cela como uma vulgar delin%Iente. ?in a entrado como uma tormenta em umacasa c eia de assassinos e os tin a atacado. +$oel ou@se $unto a um mercador moribundo e tin atentado consolá@lo en%uanto as ltimas gotas de sangue brotavam de sua garganta cortada. ?in adisparado uma pistola e um rifle, apesar de %ue sempre l e tin am apavorado as armas de fogo.

Nem se%uer estava segura de como tin a obtido todas essas coisas. ?alve& não secon ecesse depois de tudo. ?alve&, e de algum $eito, o sen or 7arsington a con ecesse mel or.

#airia com vida da%uilo, disse@se. )uão nico tin a %ue fa&er era pegar@se a ele, impedir %uemorrera e, desse modo, tamb0m dei*ariam atrás o problema aos %uais enfrentavam.

4eteu@a na primeira tumba %ue encontraram. + burra se negou a entrar. eu um repentinopu*ão e arrancou as r0deas da mão do sen or 7arsington. epois ficou muito %uieta na entrada,&urrando.

A=ermione, entra a%ui, ordenou o omem. < animal &urrou e pateou o c ão.A=ermione, não me faça ir l e buscar, advertiu.A>amos, pelo amor de eus, disse afne. A R uma burra eg'pcia. ?aTala ena, gritou com

força ao nervoso animal. A ?a Tala.+ burra bufou e sacudiu a cabeça.A?a^ala, disse o sen or 7arsington.+ besta entrou em trote e se encamin ou diretamente para ele para l e dar uns golpe&in os no

braço com o focin o. 7omo não...AEstá assustada, disse o sen or 7arsington ao mesmo tempo %ue l e acariciava o focin o. A

#eguro %ue 0 o c eiro.

Era um c eiro do %ual afne começava a acostumar@se! a morto. Não um morto %ual%uer, esim uma m mia, o caracter'stico c eiro de mil ares de anos de antigIidade e confinamentocaracter'stico do Egito.

AR mel or %ue a tormenta de areia, disse afne. A /odemos entrar um pouco maisJ ALmave& fora do perigo iminente, começava a tremer. A Eu gostaria de me sentar. 4as longe doalcance do vento e da areia.

7omeçou a entrar no passadiço sem aguardar a %ue ele a seguisse.Era muito mais amplo %ue a t'pica entrada de uma pirFmide. /odia vislumbrar figuras nas

paredes e o %ue parecia ser um bloco de ier-glifos mais adiante. + escuridão não demorou emrodeá@la, de modo %ue começou a avançar mais devagar e com mais cautela, mantendo@se pertodas paredes e medindo o camin o com os p0s para evitar cair ou tropeçar com algo.

AHá entrou o bastante, sen ora /embroke, ressonou a vo& grave do sen or 7arsington atrásdelaA. Estamos bem longe do alcance da areia e =ermione está tremendo como uma fol a.Esperemos %ue passe a tormenta com tran%Iilidade e repouso, está bemJ

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E ao final viu uma lu& tr mula %ue iluminava a entrada de uma cFmara.

+ parede posterior da cFmara tin a tr s curvas. Ela se encontrava na central. Na parede dofundo, um antigo eg'pcio seguia tr s mul eres %ue levavam flores. < tipo aparecia tamb0m emoutra passagem, presidindo um monte de gente e reali&ando o %ue parecia algum tipo de ritual.

;upert assimilou tudo sem c egar a v @lo na realidade. ?oda sua atenção estava posta nela,

%ue se encontrava sã e salva, absorta em seus adorados personagens antigos sem ter em conta%ue ele ficou meio louco de preocupação por ela.A>elas A isse com vo& tensa.A Não me disse %ue tin a velas.AEm meu i&am... min a fai*a, e*plicou ao mesmo tempo em %ue se inclinava para estudar

uma das figuras. A epois %ue nos abandonaram na pirFmide de efr0n aprendi a levar f-sforos ealgumas velas. Não 0 preciosoJ

ANão me disse %ue ia se afastar, a repreendeu. + sen ora /embroke deve ter percebido atensão %ue transparecia em sua vo&, por%ue afastou a vista da figura para ol á@lo.

AEstava dormindo, e*plicou. A Estava l e falando e me respondeu com um ronco.ANunca rouco.Ela deu de ombros.AEntão devia ser =ermione.;upert dese$ou poder negar %ue estava dormindo ou poder $ogar a culpa no animal, mas não

avia maneira de sair do apuro com um pouco de dignidade! derrubou@se de cansaço.Bom, %uando tin a sido a ltima ve& %ue tin a desfrutado de uma noite inteira de sonoJ +l0m

disso, não tin a arrastado ela e burra nesse mesmo dia montan a acima, lutando contra o ventoe a areia, en%uanto se esforçava por inalar uma baforada de arJ ?udo en%uanto o consumia opFnico de %ue ela se soltasse e o monstruoso vento a levasse para enterrá@la tão profundamente%ue $amais poderia ac á@la a tempo.

6nclusive =0rcules tin a seus limites e ;upert não era nen um semideus. Era um mortal comuma resist ncia limitada. Era l-gico %ue tivesse necessitado ao menos um instante de descanso.

+pesar de tudo, não podia acreditar %ue desabou a seu lado como um adoentado.+ vergon a não mel orou seu umor.A?eria %ue aver despertado, disse. A Não deveria aver entrado a%ui so&in a. /oderia terca'do em um dos passadiços mortuários.A?in a uma vela, replicou nesse tom de "Estou falando com um est pido( %ue s- conseguiu

avivar seu mau umor.

A +l0m disso, esses passadiços são muito fáceis de distinguir. #e tivesse prestado suficienteatenção aos diagramas e s seç es na escrição de lTEgDpte, saberia %ue ditos passadiços seencontram no mais profundo das tumbas e %ue não aparecem por arte de magia sob os p0s. <senterros são um assunto muito complicado e as tumbas estão desen adas seguindo um sistemamuito comple*o. Lm passadiço estaria marcado com uma entrada, real ou simb-lica, como esta

curva. 4as claro... voc não prestou muita atenção s ilustraç es francesas. Não eram mais %ueum ardil para atrair mul eres a seu lado.;upert não estava de umor para suportar serm es sobre diagramas, sua %uestionável

moralidade ou %ual%uer outra coisa.A+ %uestão 0 %ue deveria ter ficado comigo em lugar de me obrigar a procurá@la tateando por

este lugar infernal, disse ele.AEstava aborrecida, replicou com manifesta impaci ncia. A +creditou %ue me conformaria

sentar a seu lado na escuridão para escutar como dormiaJA+creditei %ue teria em mente a possibilidade de %ue ouvesse serpentes, grun iu. A E

escorpi es. E %uedas e armadil as. 4as não tem o menor sentido de precaução. )uando á umier-glifo perto ou um deus com cabeça de animal, es%uece@se de seu bom senso. Mança@se decabeça ao perigo...

AEuJ A/erguntou ela com indignação. A isse a frigideira a c aleira...A< %ue teria feito eu se tivesse resultado feridaJ A E*plorou. A < %ue faria se acabasse

mortaJ #erá %ue alguma ve& pensa em mimJ Não, por %ue ia fa& @loJ Não sou mais %ue umgrande idiota. Não ten o sentimentos, assim por %ue deveria os ter em contaJ

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A#entimentosJ A:ritou ela. A < %ue voc sabe de sentimentosJA6sto, respondeu.Não tin a acabado de falar %uando $á tin a cru&ado a distFncia %ue os separava.

6mediatamente a rodeou com seus braços. Ela resistiu. ?entou afastar@se, mas não a soltou. Eassim %ue a dei*ou firmemente segura, a sen ora /embroke começou a l e golpear o peito.

;upert a esmagou contra seu corpo e a bei$ou.<s murros no peito cessaram.

+ boca da mul er, r'gida pela f ria a princ'pio, rendeu@se em um abrir e fec ar de ol os. Edepois começou a l e percorrer o peito com as mãos, afastando a camisa para desli&ar as palmasnuas mais acima, at0 seus ombros. +ferrou@se com força, tal e como ele %ueria, como se onecessitasse.

evolveu@l e o bei$o e ;upert saboreou uma necessidade semel ante sua, misturada comf ria e desespero.

Não %ueria sentir@se assim. Não sabia a causa nem como l e tin a acontecido. Lm momentoatrás tin a sido consciente de uma multidão de sentimentos... perigosos para ele, como serpentese escorpi es %ue espreitassem ocultos entre as sombras.

Ela tin a convertido seu mundo em algo perigoso e selvagem, mas não l e importava. Estavaentre seus braços e tin a um estran o sabor de c ampan eG esse corpo tin a sido criado paraamoldar@se ao dele. #eu atraente aroma de ol'bano enc eu as fossas nasais, a consci ncia.Es%ueceu@se do torvelin o %ue assolava seu interior e da letal tormenta %ue uivava no e*teriorGes%ueceu@se da morte %ue avia ali dentro, convertida em p- sob seus p0s e tamb0m no ar %uerespiravam.

Ela desli&ou as mãos sobre sua pele e começou a descer de seus ombros, afastando a camisade seu camin o no processo. ;upert dese$ava tirá@la de um pu*ão, mas uma ve& resistia a soltá@la./ercorreu@l e as costas com as mãos at0 c egar cintura e mais abai*o, mas a fai*a seinterpun a em seu camin oG um comprido e longo lenço enrolado e repleto de eus sabia %uecoisas. Mevou@l e apenas um instante desatá@lo. epois o dei*ou cair ao c ão e seu conte dogolpeou a pedra com um amortecido tinido.

;odeou a cintura feminina com as mãos, entre as %uais parecia diminuta uma ve& livre da fai*ae sem o aumento %ue proporcionava um grosso espartil o de bucarán. /ara falar a verdade, erauma maravil a nada se interpor em seu camin o salvo o comprido e a$ustado colete, a diáfanacamisa de crepe... e o cinto de suas calças.

;upert era consciente de tudo a%uilo 2da distribuição da roupa3 nesse compartimento de suamente reservado para a solução de problemasG nesse compartimento onde os omensarma&enavam a log'stica necessária para despir s mul eres.

Entretanto, era muito mais consciente das voluptuosas curvas %ue avia sob suas mãos e daforma em %ue a sen ora /embroke respondia %uando a acariciava. 4ovia@se como uma gata, comagilidade e delicade&a, e*igindo sem inibiç es %ue a acariciassem! sim, a'. + , sim, a'. 4ais. <utra

ve&. #im.+ boca feminina se separou da sua para riscar um abrasador atal o por seu rosto e seupescoço. En%uanto isso, suas mãos l e acariciavam o peito sob a camisa. Não ouve esitaç esnem insegurança! estava a sua inteira disposição e ela sabia. ;upert se recostou contra a paredepara sustentar@se, por%ue l e debilitava as pernas e por%ue %ueria tudo de repente! tin a %ue fa& @la sua nesse mesmo instante, embora não %ueria mover@seG não %ueria fa&er nada %ueinterrompesse as sensaç es %ue o percorriam. Não era capa& de nomear o %ue estava sentindo.6nclusive poderia estar morrendo. Lm pra&er tão intenso l e era descon ecido. Bem poderia dei*ar%ue o matasse.

Bem poderia ela torturá@lo ou matá@lo de pai*ão e pra&er. En%uanto o dese$asse, poderia tomá@lo como l e viesse vontade. Era um omem forte, podia suportar %ual%uer coisa %ue l e fi&essee de boa vontade. 4as ele tamb0m a dese$ava e não podia esperar uma eternidade.

+garrou@a pela nuca e enredou os dedos em seu cabelo para apro*imá@la de sua boca. Nãocom gentile&a. E ela tampouco respondeu dessa maneira. Enredou a l'ngua com a sua e l eintrodu&iu as mãos sob a camisa para apertar os m sculos de suas costas at0 fa& @lo gemercontra seus lábios.

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+fastou@l e o a$ustado colete dos ombros e o desli&ou por seus braços, pu*ando o tecido at0%ue por fim o tirou. +tirou@o ao c ão. esabotoou@l e as cintas %ue fec avam a camisa e afastou oob$eto para e*por seus formosos seios. E então se deteve face pai*ão, a necessidade e aimpaci ncia por possu'@la.

#eus seios pareciam dourados lu& da vela e se sentiu como um antigo ladrão de tumbasdisposto a roubar o tesouro do fara-. 6nclinou@se para bei$ar a%uela pele sedosa e pCde escutarcomo seu ofego de assombro se transformava em um suspiro. ;oçou@l e um erguido mamilo com

o polegar antes de levá@lo boca. Ela dei*ou escapar um gritin o e enterrou os dedos em seucabelo para apro*imá@lo mais, para colá@lo a seu corpo, e nesse momento a pausa c egou ao seufim.

+ pai*ão e a necessidade retornaram, ani%uilando %ual%uer pensamento, e ;upert arrancou acamisa antes de fa&er o mesmo com a dela e voltar a colá@la a seu corpo, pele contra pele. Nãoera o bastante perto, de $eito nen um.

+ferrou@l e o traseiro com ambas as mãos e a apertou contra sua entre perna, contra seu c eiomembro, mas isso tampouco era suficiente. emorou um instante em encontrar a cinta atada desuas calçasG pouco depois a tin a desatado e as calças desciam pelos %uadris e as preciosaspernas femininas. +cariciou@l e o traseiro, os %uadris e as co*as.

#ua pele era como veludo ardente e ;upert a sentia tremer sob suas mãos. +s car'ciassubiram para o triFngulo de suave p lo de seu se*o. Lm lugar tão suave, tão delicado... <selvagem arrebatamento de dese$o se aplacou uma ve& mais. ?omou seu tempo e se certificou deacariciá@la com cuidado, com muit'ssimo cuidado, desli&ando seus dedos uma e outra ve& sobreesse lugar.

A+ , eus, disse ela. A + , eus;upert l e acariciou o pescoço com o nari& e sentiu a suave boca feminina contra a orel a l e

falando com um rouco sussurro!A<=, 0... sim. #im#eus dedos se introdu&iram ainda mais nela en%uanto com o polegar estimulava a sens'vel

protuberFncia. #abia o %ue fa&er. #abia como agradar uma mul er. 4as ela estava tão e*citada emida e...

A#im, disse ela.+ mente de ;upert se converteu em um torvelin o e foi incapa& de recordar o %ue devia fa&er./erdida a ra&ão, tirou suas pr-prias calças. < tecido cedeu e seu membro ficou livre.

+pan ou sua co*a e l e levantou a perna. ;odeou@l e a cintura e então a penetrou, fa&endo@agritar!

A<=, 4eu deusEle poderia ter gritado o mesmo, mas fa&ia muito tempo %ue tin a perdido a capacidade de

pronunciar palavra.Estava perdido nela e no dese$o %ue o embargava. Lm dese$o tão selvagem como a tormenta

de areia. Era uma força assustadora e incontrolável. 6nvestiu uma e outra ve& e a escutou gritar eestremecer@se, sacudida pelo cl'ma*. 4as não era suficiente. 4ais. 4ais. 4ais. #eguiupenetrando@a com movimentos bruscos e desesperados, como se desse modo pudesse fa& @lasua por inteiro, possu'@la por completo.

Ela não se reprimiuG montou@o com a mesma ferocidade, estremecendo@se com um cl'ma*atrás de outro. +o final l e agarrou o rosto entre as mãos e o bei$ou com força $usto %uando a ondade pra&er o atravessava. E com ela c egou uma estran a e*altação, como a fran$a de lu& %uetomava o ori&onte do Egito ao entardecer. E foi no ltimo instante %uando recuperou o bom sensoe saiu dela. erramou sua semente contra sua co*a e com ela c egou liberação... e a silenciosaescuridão.

afne se estremeceu contra ele e bai*ou a perna, desli&ando@a sobre a co*a masculina. Oicouassim, espera de %ue seu coração diminu'sse seus fren0ticos batimentos e sua respiraçãovoltasse para a normalidade. +poiou a cabeça sobre esse amplo peito e escutou como seucoração recuperava o ritmo normal. +ferrou@se a ele, l e rodeando a estreita cintura com os

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braços. Não %ueria %ue terminasse e seu inseguro coração deu um ba%ue %uando sentiu %ue oomem apoiava o %uei*o sobre sua cabeça. ;ecordou como l e tin a bei$ado o cocuruto durante atormenta de areia e a onda de emoç es provocadas por essas car'cias, tão terrivelmenteparecidas com o carin o.

Não %ueria pensar nessa onda de emoç es. ;esultava muito mais aterradora %ue a tormentade areia. +fastou@se dele por%ue era a nica maneira de evitar deitar@se entre seus braçosen%uanto dormia e se acomodasse a seu lado, de fingir %ue l e pertencia igual ela a ele.

?in a procurado ref gio nas cenas %ue adornavam as paredes da tumba. /erguntou@se %uemeram as mul eres e o %ue representavam as flores, de maneira %ue não ficasse nem uma frestaem sua cabeça para pensar no sen or 7arsington e no muito %ue se afeiçoou a ele... emborativesse sabido desde o começo, talve& no momento em %ue escutou sua vo& pela primeira ve&,%ue tin a sido criado para romper o coração das mul eres.

Esforçou@se muit'ssimo para evitar %ue voltassem a l e fa&er dano.E em pe%uena situação se encontrava...+cariciou@l e a cabeça e dei*ou %ue seus longos dedos descessem at0 o pescoço.ANada de lágrimas, disse com vo& rouca.afne levantou a cabeça e teria se afastado, mas o sen or 7arsington a reteve ao colocar a

mão, com suavidade, mas com firme&a, sobre a nuca.ANão estava c orando, replicou indignada. A Não sou uma c orona. Não me dei*o levar

pelas emoç es. Não sou... A/ara sua consternação, l e escapou uma lágrima.A#abia, afirmou ele.ANão c oro por voc , assegurou. A Nem pelo %ue passou... fa& um momento. AMevantou o

%uei*o. A +parentemente era inevitável, o resultado de uma prolongada pro*imidade e dae*cessiva agitação emocional. ?en o entendido %ue tais coisas acontecem, tais atosdesesperados, depois de um encontro pr-*imo com a morte.

A+ , disse ele. A Então foi um ato desesperadoJA#im, respondeu afne.AOala s0rio.A#im. A#ecou as lágrimas. A Não significa nada. R uma esp0cie de... de instinto, talve&.

Lma reação primitiva. o mais irracional.Ele a rodeou com os braços e a estreitou com força contra seu corpo.ANão se$a obtusa, disse. A Não foi nada disso.

+ afne levou um instante recuperar a prud ncia. #eus pensamentos insistiam em e*traviar@se... pelo duro peito contra o %ue se esmagavam seus seios, pela agradável sensação de %ue aabraçasse dessa maneira e tamb0m pela umidade %ue se estendia mais abai*o.

#en or, esse omem tin a um corpo magn'fico. 7omo um deus. Não deveria ter pensamentostão impuros, mas não dei*avam de assaltá@la $unto com as lembranças. Bem poderia ser um deus,por%ue a tin a levado ao para'so meia d &ia de ve&es. Essas mãos, essas perversas e direitas

mãos...E depois!ANão o foiJ A/erguntou.Hogou a cabeça para trás para ol á@lo. +s sombras se abatiam sobre seu c armoso rosto %ue,

como sempre, tin a uma e*pressão indecifrável. 4as a risada parecia bailar em seus ol osnegros.

A ese$ou@me do momento em %ue nos con ecemos, afirmou o sen or 7arsington.A6sso não 0...AE depois de aver@se comportado da maneira mais absurda durante uma eternidade, agiu da

forma mais l-gica e racional. A#uas mãos l e acariciaram as costas at0 c egar ao traseiro.Lm traseiro %ue se encontrava totalmente nu.afne percebeu então de %ue tin a as calças nos torno&elos. Lma das pernas das calças

seguia travada sob o $oel o. everia sentir@se mortificada. Não estava o m'nimo. Hustamente ocontrário, sentia um dese$o %uase irrefreável de começar a rir.

A< %ue aconteceu 0 %ue por fim se dei*ou levar pela prud ncia, continuou ele. A +o final,112

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depois de enganar@se com toda uma fileira de bobagens puritanas, admitiu a verdade! souirresistivelmente atraente.

Estava a ponto de negar essa pomposa declaração %uando l e cobriu a boca com a mão.A4mm @ murmurou ela.A#il ncio. <uvi algo.

7ap'tulo 1[

< %ue escutavam era a burra. /arecia nervosa, embora ;upert não estivesse seguro. < somreverberava de um modo estran o ali dentro. Não era de estran ar %ue a sen ora /embroke,imersa no +ntigo Egito, não o ouvisse %uando a c amou.

A+lgo assustou =ermione, disse.Não %ueria afastar@se da ardente e sub$ugada mul er a %ual rodeavam seus braços.

Entretanto, não podia correr o risco de %ue o animal se soltasse e fugisse. /oderia servir comomeio de transporte em caso de %ue %ual%uer dos dois resultasse ferido ou ca'sse doenteG e se asituação se voltasse desesperada, tamb0m poderia l es proporcionar comida.

+fastou@se com delicade&a da mul er.A#erá mel or %ue vá ver o %ue aconteceu. A+gac ou@se para segurar as calças, as subiu e

começou a afastar@se ao mesmo tempo %ue atava o cordão da cintura.AEspere, espere , disse ela.;upert se virou. + sen ora /embroke, nua de cintura para acima, avançava para ele dando

tropeç es en%uanto elevava as calças com uma mão e sustentava a vela na outra.AMeve a vela. ?en o outra./or eus, pe%ueno e*emplar do g nero feminino E*clamou para si mesmo pensando antes de

partir sem mais demora em busca da ist0rica =ermione.afne o seguia de perto. Há tin a conseguido colocar a camisa %uando c egou primeira

cFmara, ali onde =ermione &urrava presa do pFnico.

A+creditei %ue era uma serpente, gritou o sen or 7arsington por cima dos &urros. A 4as nãove$o nada %ue possa mover@se. Não á serpentes nem escorpi es nem nen um outro inseto %uepudesse assustá@la.

afne ficou em c-coras e moveu a vela devagar para e*aminar o c ão da cFmara.AEu tampouco ve$o nada com vida, disse. A /edaços de pedra e gesso. /ão seco ou $uncos

secos ou e*crementos de animal secos o... +En%uanto isso, o sen or 7arsington sussurrava ao animal!A> em a%ui, %uerida, não passa nada. Há estamos contigo. /obre&in a, seguro %ue tin a

medo da escuridão. +bandonamo@la e estava imaginando %ue avia monstros.

A+credito %ue se trata disto, afirmou afne.+garrou um ob$eto comprido e com forma de p ra, um tanto esmagado. Estava envolto em ummaterial de cor parda muito familiar.

=ermione aumentou o volume de seus protestos e tentou sair da tumba arrastando o sen or7arsington no processo. En%uanto o omem lutava com a burra, afne retrocedeu at0 c egar aooutro e*tremo da cFmara.

< animal se acalmou um pouco, embora seguiu %uei*ando e movendo@se com evidenteintran%Iilidade.

A)ue demCnios 0 issoJ A)uis saber o sen or 7arsington.ANão estou segura, respondeu ela. >erteu um pouco de cera sobre o c ão de pedra e dei*ou

a vela em cima. +to seguido, sentou@se ao estilo eg'pcio com o fim de estudar o ob$eto lu&. A Rum animal ou um pássaro. Não sei se sabe %ue mumificavam os gatos. E nesta área tamb0m oslobos e os c acais.

ALma m mia, disse ele com vo& fria e distante. A everia av @lo imaginado. Está segura de%ue isso não 0 umanoJ

A4ais ou menos, respondeu. A +inda está envolto com as ataduras, mas 0 muito pe%ueno e113

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misteriosa, insondável.Embora para falar a verdade tampouco tivesse podido interpretá@la com uma mel or

iluminação. <s ol os de ;upert 7arsington não eram as $anelas de sua alma, como acontecia comos de >irgil. 4as claro, ;upert 7arsington parecia ocultar poucas coisas. ?anto suas palavrascomo suas aç es eram claras e diretas. 6gual a sua ira. Não a ocultava atrás de uma fac ada deamabilidade e beat'fica paci ncia. i&ia o %ue l e passava pela cabeça... em lugar de tentardesmantelar a sua.

A#abe muito bem %ue não, respondeu. A Há l e e*pli%uei muitas ve&es as dificuldades %uee*istem para tradu&[email protected]#im, mas acreditei %ue agora %ue por fim aliviou a lu* ria %ue l e embotava a mente poderia

e*perimentar uma s bita revelação ou algum tipo de inspiração, disse ele.A?ive uma revelação, afirmou afne, mas não tem nada %ue ver com os ier-glifos. )uanto

lu* ria...A#im, $á. Não a aliviou de tudo, supon o.A6sso não era o %ue...A< mau da lu* ria 0 %ue s- pode aliviar@se com dedicação constante, a interrompeu. A

edicação constante e repetida. /ortanto, logo %ue comece a incomodá@la de novo, faça@mesaber.

A6sso não era o %ue... AEntretanto, a id0ia tin a estado presente em suas refle* es e porisso, para resolver o tema consigo mesma, perguntou@l e de repente! 4e ac a femininaJ

A+caso a tormenta de areia l e ressecou o c0rebroJ A/erguntou o sen or 7arsington a suave&. A +credita %ue a tomei por um omemJ

A)uero di&er %ue se acredita %ue sou pouco feminina.< omem se inclinou para ela para observar seu rosto, %ue nesse momento estaria de cor

escarlate, sem d vida alguma.A)ue parteJ A/erguntou. A Em %ue sentidoJA/ouco... feminina. 6ndecorosa. 4uito... A;ecordou as amáveis recriminaç es de >irgil, sua

e*asperante paci ncia e a ira ani%uilou %ual%uer sobressalto. A 4uito tempestuosa , prosseguiucom vo& tensa, na ora de fa&er amor.

ALma mul er... muito tempestuosa... na ora de fa&er amorJ A;epetiu o sen or 7arsingtoncom incredulidade. A Não e*iste tal coisa. e onde tirou uma ocorr ncia tão est pidaJ Nãoimporta. Não me diga isso.

/osso imaginar Não deveria ter se casado com um omem mais vel o.A>irgil tin a cin%Ienta e %uatro anos %uando nos casamos, e*plicou. A Não se pode di&er

%ue fosse 4atusal0m.A)uantos tin am voc JA)uase vinte, respondeu.A?eria ido muito mel or com dois maridos de vinte e sete, replicou ele.A )uanto ao defunto, deveria ter se casado com uma mul er mais de acordo com sua idade,

cu$os instintos animais se e%uiparassem aos seus. ?alve& assim tivesse vivido mais tempo. E omais importante, não teria necessitado criticar a sua bela e apai*onada esposa para encobrir suafalta de vigor.

A#ua... falta... de vigor... A;epetiu afne. A < %ue...JANão á nada %ue $ustifi%ue, prosseguiu o sen or 7arsington com indignação. A i&er essas

mentiras tão agravantes... Lm cl0rigo muito menos Espero %ue o castigasse com a abstin nciadurante uma longa, longa temporada 2pelo menos durante %uin&e dias3 para l e dar uma lição./elo amor de eus R o mais desconsiderado... E pensar %ue estava atada a esse bruto para todaa vida. + fe& sentir@se pouco feminina 2voc , a voc nada menos 3 %uando era ele %uem carecia devirilidade. Oerve@me o sangue. +pro*ime@se.

A esconsideradoJ A;epetiu ela. A 7arente de virilidadeJA evia ser muito pouco omem, concluiu ele, de outro modo não teria tentado rebai*á@la.afne o observou com atenção en%uanto tentava assimilar o %ue avia dito. +cabava de l e

assegurar %ue não era pouco feminina... ele, um omem de vasta e*peri ncia.A?en o %ue saber a verdade, prosseguiu. A Es%ueça@se da diplomacia. 6sto 0 importante.A iplomaciaJ A;epetiu o sen or 7arsington. A Não posso acreditar %ue uma mul er de sua

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intelig ncia fosse incapa& de compreender suas verdadeiras intenç es. )ual%uer imbecil se dariaconta de %ue seu marido tin a ci mes de seu intelecto, por%ue sabia %ue o seu não era formidável.?in a medo de %ue voc conseguisse fa&er algo %ue o eclipsasse. /or isso l e proibiu %ueestudasse a antiga escritura ierogl'fica do Egito. E tamb0m 0 -bvio %ue estava ciumento de suapai*ão e de sua energia. >oc era muito mul er para ele.

A4uito mul er... A;epetiu afne, saboreando as palavras.Nem carecia de feminilidade nem era masculina. < seu não era um c0rebro masculino. Não era

mais %ue seu c0rebro, isso era tudo.A7omo terá podido comprovar, não 0 muita mul er para mim. A#eus ol os negrosresplandeceram.

ANão l e importa meu c0rebro, disse ela.ANão me assusta seu c0rebro, a corrigiu. A >en a a%ui. ?aTala ena, disse en%uanto a

pu*ava para capturá@la entre seus braços e bei$á@la.Não foi terno nem delicado. Ooi um bei$o comprido e atrevido, pecaminoso, profundo e

impudico, %ue conseguiu l e derreter os m sculos e os poucos princ'pios morais %ue ficavam.Nem se%uer fingiu resistir. >oltou a sucumbir a seu abraço e dei*ou %ue suas mãos vagassemsobre os poderosos contornos de seu peito, de seus ombros, de seus braços e de suas costas.

afne não tin a claro se alguma ve& poderia fartar@se de acariciá@lo. Nem se%uer compreendiacomo tin a conseguido manter as mãos separadas dele durante tanto tempo. Era um omemafetuoso, forte e intensamente vital... e, apesar de seu grande taman o, seu corpo era bonito e deproporç es perfeitas. esli&ou as mãos at0 suas nádegas, suaves e firmes, e ele grun iu sobreseus lábios antes de afastar@se.

afne abriu os ol os, orrori&ada. ?in a sido muito atrevida e ele avia se sentido eno$ado.4as não, $á l e avia dito %ue nunca poderia ser muito atrevida.

A+ntes tin a a intenção de satisfa& @la disse ele. :run iu ele...AE conseguiu, replicou. Hamais avia se sentido tão satisfeita.

Nunca tin a imaginado %ue fosse poss'vel sentir@se tão satisfeita... por mais %ue essa palavrafosse de tudo inade%uada.

A4as tin a bastante pressa, confessou, depois de esperar tanto tempo %ue se decidisse.

AOi%uei muito satisfeita, assegurou afne. ?in a acreditado morrer de pra&er e felicidade. /orum momento tin a acreditado %ue estalaria por causa da intensidade do pra&er e das emoç es.

AE como sabeJ A6n%uiriu o sen or 7arsington. A #eu anterior amante foi um omem maisvel o. ABei$ou@a nesse lugar tão especial situado atrás da orel a. Bei$ou@a no pescoço e na baseda garganta.

afne não discutiu. 7omo ia sab @loJ +parentemente, no referente arte do amor não sabianada.

Entretanto, esse omem sabia tudo. Estava escrevendo com os lábios misteriosos mensagens

sobre sua pele en%uanto descia pela clav'cula, pelo vale %ue separava seus seios e seguia parabai*o. Nesse momento o sen or 7arsington rompeu o abraço para estend @la sobre a esteira.afne sentiu %ue sua roupa desaparecia e %ue esses lábios a substitu'am com car'cias ligeirascomo plumas, escrevendo mais bei$os sobre sua pele.

Lns lábios %ue l e narraram uma longa e comple*a ist-ria sobre o abdCmen antes de descerum pouco mais e reunir@se com os dedos, %ue tamb0m se dispuseram a percorrer os contornos dolugar mais 'ntimo de seu corpo. +%uilo l e produ&iu uma esp0cie de dese$o na parte bai*a doventre, um anseio de ser e*plorada e e*perimentar uma ve& mais essa tortura doce eembriagadora.

Enterrou@l e os dedos no cabelo por%ue tin a %ue tocá@lo, tin a %ue fa&er algo. < dese$oestava em toda parte! pulsava em seu coração, corria por suas veias e formigava sobre sua pele.E ali tamb0m Nessa diminuta protuberFncia tão pecaminosa... %ue ele atormentou com opolegar... antes de acariciá@la com a boca.

Não, não, não deve fa&er isso /ensou. R... indecente... obsceno. Não pode estar bem.7ondenaremo@nos para toda a eternidade... á@me igual. )ue nos condenem. Não pare. Não parenunca.

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Lm *tase %uase insuportável a alagou em sucessivas ondas de perverso deleite. Estremecia@se uma e outra ve& a beira do abismoG um abismo ao %ue ele a transportava uma e outra ve&. +t0%ue $á não pCde suportá@lo mais, ao menos não sem ele. Mevantou@se um pouco para aferrar@se aseus ombros.

A entro, ofegou. A )uero te ter dentro.Ele ficou de $oel os. afne l e acariciou o peito com as mãos antes de descer para seu

musculoso abdCmen e c egar at0 seu membro, enorme pela ereção e ardente ao tato. +cariciou@o

com Fnsia, mas com ternura e o omem soltou uma tensa gargal ada.A e acordo, está bemG não se$a tão t'mida, disse antes de l e colocar uma de suas enormes

mãos no peito para obrigá@la a deitar@se. Oicou assim durante um instante, [email protected] o ol ou nos ol os e, por um momento, rodeada pela escuridão %ue mal conseguia

atenuar a tr mula e t nue lu& da vela, pareceu@l e %ue entrou no submundo e %ue %uem estavasobre ela não era um simples mortal, e sim um semideus.

Ele l e sorriu e a penetrou muito, muito devagar. +t0 c egar muito, muito dentro, ali onde maiso necessitava.

A+ssimJ A/erguntou@l e. A 6sto 0 o %ue %ueriaJA#im, respondeu afne antes de elevar os %uadris para afundá@lo at0 o fundo. A R assim.Nessa ocasião ele se moveu mais devagar, como se dispusesse de toda a eternidade. afne

se amoldou a seus movimentos, desfrutando da pai*ão e da arrasadora mar0 de pra&er. uranteesse momento pertenciam um ao outro. Não tin a pressa por c egar ao final nem separação %ueeste suporia.

< omem se inclinou e a bei$ou na face com tanta ternura %ue afne acreditou %ue l e partiriao coração. Não obstante, seu coração seguiu pulsando, cada ve& mais depressa e com mais força.

< pra&er se converteu lentamente em um palpitante dese$o e uma ve& mais se encontrouperdida em meio da tormenta. Entretanto, nessa ocasião ele estava ali e a tempestade l e pareceuardente, selvagem e maravil osa. Entrou na tempestade a seu lado, igual tin a feito naspirFmides, no perigo.

< mundo ad%uiriu uma tintura dourada e afne se sentiu embargada por uma sensação defelicidade %ue se assemel ava certe&a de um futuro perfeito e %ue envolvia tudo o %ue arodeava. Ele dei*ou escapar um grito antes de estremecer@se e ela sentiu %ue a alagava umacálida umidade.

+ tormenta amainou e afne se dei*ou arrastar por um pra&eroso bem@estar en%uanto o sen or7arsington tombava sobre ela.

+ssim %ue recuperou o $u'&o, ;upert soube o %ue tin a feito.

7om essa $á eram duas as ocasi es nas %ue se comportou como um adolescente com suaprimeira amante.+ primeira ve& o tin a feito apressado, como se fosse a nica e ltima oportunidade %ue teria

antes %ue a morte o levasse.+ segunda tin a arrumado para satisfa& @la minimamente e em seguida tin a perdido o $u'&o

no momento crucial.Não s- se dei*ou cair sobre ela, demonstrando ser um enorme caipira 2sem ter em conta

se%uer %ue estava deitada sobre uma fina esteira, em cima do c ão de pedra3, mas sim tamb0mse derramou em seu interior.

6mbecil... 6mbecil R um fortão descerebrado, [email protected] se...Java igual. /reocupar@se não servia de nada.+fastou@se e a segurou nos braços. +comodou@a em seu regaço uma ve& %ue estava sentado.

+ sen ora /embroke apoiou a cabeça em seu ombro e ;upert sentiu o roce de seu fClego sobre apele. +cariciou@l e o cabelo e contemplou os bril os rubis e granadas %ue l e arrancava a lu& davela. Bai*ou o ol ar e tamb0m ali viu rubis e granadas...

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#orriu e dei*ou o aborrecimento consigo mesmo para mais tarde. Essa parte a tin a surpreso.#im, era uma mul er e*periente, mas sua e*peri ncia era muito limitada e p0ssima.;ecuperou o bom umor ao pensá@lo. Era como desfrutar de todas as vantagens de uma

virgem sem sofrer os inconvenientes, [email protected] com respeito a seu engano... bom, o dano $á parecia e era imposs'vel emendá@lo. )uão nico

podia fa&er era cuidá@la e isso não l e suporia nen um problema. ;ela*ou@se, apoiou@se contra aparede e não demorou a adormecer.

A esperte esperteLm premente sussurro na escuridão. +lgu0m o estava sacudindo.;upert despertou imediatamente.A< %ueJ A/erguntou. A < %ue passaJA=á algu0m a' fora e eu... #il ncio;upert afinou o ouvido.>o&es. >o&es masculinas. <s guardasJ Oicou em p0 e começou a [email protected]=á alguns, disse ela em um sussurro. A #a' para ver %ue tal estava =ermione, por%ue

estava se %uei*ando de novo. Escutei@os na entrada. Não sei se a terão ouvido. 4as sei %ue estãonos procurando.

ABom, $á era ora de %ue algu0m...+ mão da sen ora /embroke l e tampou a boca.AEscutei@os por%ue estavam discutindo... não sabiam se matá@lo ou mant @lo com vida para

pedir um resgate. ?emos %ue nos esconder.;upert l e afastou a mão. +tou a fai*a, procurou as apalpadelas sua pistola e a colocou na

cintura.ANão podemos nos esconder, assegurou. A Em primeiro...ANão fale, limite@se a escutar, ordenou ela. A Embora ac e %ue está sussurrando, sua vo& 0

tão rouca %ue reverbera nas paredes. A eu@l e um empurrão. A +trás. /ara a cFmara maisprofunda.

;upert não via esse "atrás(. <u a vela se consumiu ou ela tin a tido o bom senso de apagá@la.+ escuridão resultava impenetrável.

Não obstante, a sen ora /embroke o agarrou pela mão para guiá@lo e dava a sensação de %uesabia o %ue estava fa&endo.

Nessa ocasião não demoraram tanto em c egar ao final.Não avia sa'da.AEstamos presos, murmurou. A E isso era o %ue tentava l e di&er. + menos %ue ten a

descoberto um passadiço secreto,ANão e*atamente, disse ela.

A< %ue, entãoJ A;upert mediu os muros e descobriu um espaço.E nesse momento recordou! os planos franceses dos %uais tin a falado. Lm passadiço estariamarcado com um portal, $á fosse literal ou simb-lico, como esse espaço.

+ sen ora /embroke pu*ou seu braço.A< espaço central não. /or a%ui.A>amos esconder@nos na cFmara mortuária, aventurou ;upertA Esse 0 seu ardiloso plano.ANão á outra sa'da, replicou a mul er. A +ntes e*plorei toda a cFmara, por%ue ten o lido

%ue algumas tumbas tebanas são verdadeiros labirintos. Esta não 0.AEn%uanto falava, pu*ava ele para a es%uerda. A #e apresse, disse. ;upert $á podia escutar

as vo&es, distorcidas e aparentemente remotas. Entretanto, sabia %ue não estavam muito longe,Essa tumba não era como o interior de uma pirFmide. #e levavam toc as ou lanternas, os omensnão demorariam em c egar at0 eles. #entiu dese$os de ficar e lutar, e assim o teria feito sesoubesse %uantos eram seus perseguidores. Entretanto, não tin a modo de averiguá@lo etampouco l e ocorria como dispersá@los. /odiam ter entrado tr s en%uanto fora os aguardavamoutros de& ou vinte. E se o matassem, o %ue seria delaJ

A#erá mel or %ue me dei*e entrar primeiro , disse, embora seu bom senso se rebelasse ante119

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a id0iaG um estreito passadiço %ue acabava em uma redu&ida cFmara mortuária com o espaçosuficiente para um sarc-fago e pouco mais. #e dese$assem matá@los, ac ariam fácil.

ANão, dei*e a mim, disse ela. A Eu sei onde está. #e apresse, pelo amor de eus. /ossoescutar suas vo&es. +gac e@se. R mais seguro engatin ar. +lgu0m escavou... + +%ui está. Nota@oJ A+garrou@l e a mão para %ue apalpasse a borda da abertura, 0 isso, disse. A Está espaçosoat0 o final. 7omprovei@o antes.

AEu vou diante, insistiu ;upert.

< passadiço tin a uma inclinação muito pronunciada. ;upert desceu de costas e c egou aofundo %uase desli&ando@se. + sen ora /embroke o seguiu de perto, utili&ando o mesmo m0todo. +cFmara mortuária resultou ser surpreendentemente ampla. Entretanto, o c ão estava coberto deescombros e um desagradável e $á con ecido aroma anunciava a presença de antigos cadáveresnos arredores.

e %ual%uer forma, não tin a tempo para pensar nos mortos. + sen ora /embroke acabava detocar o c ão %uando escutou as vo&es. /u*ou@a para trás com a intenção de afastá@la todo oposs'vel do passadiço.

Lm fei*e de lu& caiu sobre o lugar %ue ela acabava de abandonar e se escutou um coro devo&es %ue falavam em árabe. ;upert carregou a pistola.

Nessa ocasião se escutou uma vo& diferente %ue falava franc s com um forte acento. Nãoavia nada %ue temer, assegurou a vo&. #eus amigos e ele estavam ali para resgatar damainglesa e o caval eiro. ?odo +siut estava buscando@os desde o pCr@do@sol, %uando acalmou atormenta de areia.

;upert colocou um dedo sobre os lábios da sen ora /embroke para l e indicar %ue guardassesil ncio e pu*ou@a palmo a palmo sem fa&er ru'do at0 %ue se encontrou o bastante longe dopassadiço... e topou com uma parede.

Não avia escapat-ria.7olocou@se diante dela.urante um bom momento não se escutou outro som %ue o da respiração de ambos. <s %ue

aguardavam na cFmara superior tamb0m prestavam atenção aos ru'dos em busca de algumind'cio de vida, sem d vida. Embora tivessem %ue apro*imar@se muito para escutar algo.

+o final algu0m falou. E depois algu0m mais. /areciam estar discutindo. ;upert captou aspalavras "inglisi(, "g nio( e "demCnio poderoso(.

Estavam falando deleJ?om fa&ia alarde dos supostos poderes mágicos %ue seu sen or possu'a, a fim de obter a

cooperação do kas if de 4inDa. < moço tin a e*agerado em grande medida vários incidentes %uetin am tido lugar durante a travessia pelo rio, alegando %ue eram provas suficientes da 'ntimarelação %ue seu sen or tin a com as forças sobrenaturais. +parentemente, ;upert possu'a

tamb0m uma aterradora capacidade para "$ogar o mal ol ado(, ou o %ue era o mesmo! paracon$urar maldiç es e calamidades sobre a%ueles %ue o ofendiam.<u talve& os omens estivessem decidindo ainda l e disparar ou l e cortar a cabeçaG se

deviam vender dama inglesa como escrava ou violá@la antes de matá@la. ?eriam mencionado osdemCnios pelo mero fato de %ue acreditavam %ue esses seres moravam nas cFmaras mortuárias.

;upert se deu a volta e apro*imou os lábios orel a da sen ora /embroke.A< %ue estão di&endoJA)ue a tumba está maldita, murmurou ela em resposta. A /ara %ue bai*ar %uando os

demCnios ou a fome nos obrigarão a subir logoJ /ergunta@se um desses portentos de sabedoria.< outro teme %ue encontremos um modo de sair. +creditam... A6nterrompeu@se por%ue adiscussão tin a c egado a seu fim.

;upert escutou ru'dos na parte superior do passadiço. +lgu0m se arrastava sobre o c ãodepois de ter decidido arriscar@se a um enfrentamento com os demCnios. +rmou a pistola.

/Cde ver o omem com claridade antes %ue entrasse na cFmara. Mevava uma toc a na mão eas lu&es de seus compan eiros o iluminavam de cimaG mas ainda não os tin a locali&ado, ocultoscomo estavam entre as sombras. + $ulgar pelo ru'do, outro tipo ia atrás dele.

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;upert apontou.E nesse momento algo passou voando $unto a ele e o primeiro omem caiu enfra%uecido ao

c ão.+ sen ora /embroke pegou alguma coisa dura e irregular no flanco. Lma pedra.Não pronunciou uma palavra, mas ;upert compreendeu o %ue %ueria di&er. agac ou@se e

agarrou várias pedras do c ão. )uando o cupinc a do criminoso c egou cFmara, ;upert l earro$ou uma com toda sua força. < omem caiu ao c ão.

+lgu0m disse algo.En%uanto os %ue aguardavam acima c amavam seus compan eiros inconscientes, ;upert seapro*imou de um deles, agarrou@o pelo p0 e o pu*ou para arrastá@lo para as sombras. + sen ora/embroke fe& o mesmo sem necessidade %ue o dissesse.

/elo amor de eus Era uma mul er maravil osa./edras em lugar de armas de fogo. Lm m0todo de destruição %uase inaud'vel.4uito mais efetivo %ue disparar uma arma de fogo 2com o perigo de balas ricoc eteando nos

muros de pedra3, o %ue com certe&a teria obtido %ue toda a estrutura se derrubasse sobre suascabeças.

<s de cima teriam escutado no má*imo o ru'do das pedras ao cair ao c ão, algo normal em umlugar coberto de escombros. Não saberiam se abai*o l es aguardavam suas presas ou um grupode demCnios famintos.

Nesses instantes puderam ouvir várias pessoas %ue c amavam aos gritos +m'n e <rnar.+proveitando o ru'do, ;upert disse!A#e c egarem a...A4e a$ude a colocá@los no sarc-fago, sussurrou a sen ora /embroke.ANo sarc... 7omo di&JA#ou incapa& de matar a um omem a sangue frio, e*plicou. A Não temos nada o bastante

forte para amarrá@los. Está $usto a%ui. + tampa está %uebrada.+s toc as de ambos os omens $a&iam ali onde tin am ca'do e uma delas ainda conservava

uma fraca c ama. 6luminava muito pouco. + princ'pio ;upert foi incapa& de vislumbrar o sarc-fago.Não obstante, ela $á tin a começado a pu*ar um dos omens inconscientes. ;upert a imitou,guiado pelo som constante de seus ofegos.

7olocar os tipos no sarc-fago resultou bastante fácil. 4ant @los ali dentro foi outra %uestão.;upert colocou vários pedaços do %ue antes fora a tampa sobre o sarc-fago. +o menos, isso osatrasaria.

uvidava muito %ue fossem bastante considerados para permanecer inconscientes at0 %ueseus amigos desistissem e partissem.

uvidava muito %ue seus amigos desistissem e partissem.?alve& fosse muito mel or limitar@se a matar esses dois e diminuir assim a vantagem de seus

perseguidores. Lma faca o faria de forma bastante silenciosa.?odo seu ser re$eitou a id0ia. Nunca tin a matado ningu0m e, igual acontecia sen ora

/embroke, a id0ia de fa& @lo a sangue frio l e resultava abominável.

Nesse momento disse!AEstava e%uivocada.;upert girou a cabeça em direção ao som de sua vo&. 4al podia vislumbrar sua sil ueta na

escuridão.A+trás do sarc-fago, prosseguiu. A =á um buraco.

7ap'tulo 1Z

< t nel resultou ser mais estreito e irregular %ue o passadiço %ue descia at0 a cFmaramortuária. ;upert se viu obrigado a arrastar@se em alguns lances. ?amb0m era muito mais longo.

Oe& um descanso em um ponto do interminável tra$eto.AEncontra@se bemJ A/erguntou sen ora /embroke.ANão esban$e fClego mostrando@se sol'cito, respondeu ela com vo& mal@ umorada. A Há

andamos curtos de ar. E não preciso descansar. #erá %ue não pode ir mais depressaJ121

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A#en ora /embroke... 4aldita se$a Nem se%uer sei %ual 0 seu nome de batismo.A afne, disse ela.A afne, repetiu. A R bonito.A/or todos os deuses )ue mais dá issoJ )uer fa&er o favor de mover@seJA/recisa descansar, comentou. A /arece %ue l e falta o fClego.A)uero sair da%ui, replicou a mul er. A +gora mesmo.Ooi então %uando ;upert recordou a insana aversão %ue sentia pelos espaços fec ados.

7omeçou a arrastar@se de novo, agora o mais rápido %ue pCde. Era muito provável %ue elaestivesse beira da isteria e não era para menos. < t nel era sufocante e o pouco ar de %uedispun am fedia. Ele tamb0m %ueria sair dali.

#eguiu avançando com a esperança de %ue ouvesse um pouco de ar fresco ao final, emboranão ouvesse lu&. Entretanto, o %ue mais dese$ava era %ue não tivessem escapado da frigideirapara ir cair nas brasas.

En%uanto aguardava $unto entrada do passadiço, arif descobriu %ue o brandD nem sempreinfundia coragem aos omens. Nen um estava disposto a seguir <rnar e +m'n.

i&iam %ue ali em bai*o avia muito sil ncio. )ue avia algo mau.AEste lugar está maldito, disse um covarde. A + burra está possu'da.+ certa distFncia do lugar onde se encontravam, perto da entrada da tumba, a burra dos

estrangeiros seguia &urrando sem parar.AOi&emos muito ru'do, e*pCs outro. A < ingl s nos ouviu c egar e fugiu.AE aonde foramJ A/erguntou arif. A #- á um modo de entrar ou sair.A< t nel dos ladr esJ A/erguntou a sua ve& outro. arif soltou uma gargal ada.

A#e o encontrarem, não c egarão muito longe. Está se demolindo. ?erão %ue retornar.A?alve& l es caia em cima.ANesse caso, morrerão.A uval não gostará muito.A+ mul er não deve sofrer dano.

arif, igual aos outros, estava b bado. + menção do uval o limpou. + mul er ia ser aprisioneira do uval. /ara %ue fim, nem sabia nem l e importava.

)uão nico sabia e l e importava era o %ue aconteceria a ele se fracassasse em seu encargo.?irou a toc a de um dos omens e começou a descer pelo passadiço.< resto ficou em c-coras na entrada para esperar sua volta. /ouco depois escutaram a vo& de

arif enc endo o ar de maldiç es.A>en am a%ui, covardes, gritou. A >en a a%ui para a$udar seus irmãos.Lm a um, os omens começaram a descer. Encontraram arif inclinado sobre um sarc-fago

de pedra.A<l em o %ue fe& esse porco ingl s, disse.ois dos omens tiveram %ue empen ar@se a fundo para mover as la$es o bastante para poder

tirar seus aterrados e mac ucados amigos.A/or %ue não gritaram pedindo a$udaJ A )uis saber arif. A Estas vel as medrosaspensaram %ue l es tin a devorado um demCnio.

A< ingl s, ofegou <rnar. A emCnio. ;oc as. AMevou as mãos ensangIentada cabeça.A+ mul er, disse +min. A >alorosa e fera como um leão.ANão 0 mais %ue uma mul er, replicou arif com desd0m. A Mançou@l es pedras como o

faria %ual%uer menino travesso. < omem não 0 mais %ue um omem. 4as $á verão %uandosa'rem desse buraco... A+pontou com a pistola em direção entrada do t nel dos ladr es.

6nclinou@se sobre o sarc-fago e se dispCs a esperar.

afne tin a medo./ara falar a verdade, estava beira do pFnico mais absoluto.Não l e tin a feito nen uma graça entrar nas pirFmides e nos passadiços das tumbas. Não

obstante, nesse momento l e pareciam amplas avenidas comparadas com esse t nelgrosseiramente escavado na roc a. uvidava muito %ue formasse parte do comple*o funerário.

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/arecia bem o trabal o de uns ladr es.Não tin a d vida de %ue tin am levado a cabo um grande trabal o, posto %ue era muito mais

comprido %ue %ual%uer dos intermináveis passadiços da pirFmide escalonada da #a%%ara.Embora talve& l e parecesse mais comprido do %ue era na realidade. Não tin a nem id0ia da

distFncia %ue tin am percorrido %uando o sen or 7arsington se deteve de novo sem pr0vio aviso.afne podia fa&er uma ligeira id0ia sobre o motivo.

urante os ltimos metros l e tin am ca'do pedaços de pedra e areia na cabeça. Nesse ponto,

o c ão estava coberto de escombros.A?em mau aspectoJ A/erguntou.ANão pinta bem, respondeu ele. A < camin o está blo%ueado. + $ulgar pelos sons, o omem

estava movendo pedras.A4as se ol armos o lado positivo, as pedras estão soltas, afirmou.< lado positivo, sim... +%uilo podia derrubar@se e enterrá@los vivos.AEmbora, continuou, não saberia di&er at0 onde c ega obstrução.#e tin a %ue retroceder o comprido e sufocante camin o %ue tin am percorrido, ficaria louca.A<s antigos escavavam a roc a com ferramentas primitivas, disse. A Não acredita %ue n-s

seremos capa&es de abrir passo entre essas pedras soltas utili&ando nossas mãos e nossasfacasJ

A/odemos tentar, respondeu o sen or 7arsington. A 4as talve& nos leve muito tempo epossivelmente a coisa piore mais adiante. Está segura de %ue não %uer retornarJ

A?en o a firme impressão de %ue estão nos esperando, respondeu.4atariam@no. "4atem primeiro o omem(, avia dito um dos eg'pcios. "+ssim %ue ten a

morrido, ela não nos dará problemas.(Entretanto, outros ac avam %ue o ingl s seria muito mais valioso com vida, $á %ue poderiam

pedir um resgate ou convert @lo em um eunuco e vend @lo como escravo. +lgu0m replicou %ueencontrar um bom comprador era muito dif'cil. <utro assinalou %ue era muito mais fácil desfa&er@se de um cadáver %ue ocultar um enorme ingl s furioso. E a coisa não terminou a'.

?in am discutido sobre a vida do sen or 7arsington como se estivessem regateando o preçode uma pipa de fumar. Não permitiria %ue o apan assem.

A#e não l e importa apertar@se um pouco , disse, posso a$udá@lo a afastar as pedras. ?eremosmais oportunidades com dois pares de mãos.

E se acabavam enterrados vivos, ao menos estaria perto dele %uando c egasse o final.ANão diga mais nada, %uerida, respondeu o omem. A + simples sugestão de me apertar

contra esse magn'fico corpo teu $á me convenceu.A>oc R imposs'vel, disse afne. A Estou su$a. E c eiro mal.AEu tamb0m, afirmou ele com vo& calma. A E mesmo assim não se importou. Não acabo de

decidir se 0 incrivelmente valente ou está incrivelmente apai*onada por mim. ?alve& as duascoisas.

afne avançou pegando@se a ele, o %ue o obrigou a fa&er@se a um lado.A)uando sairmos desta, se 0 %ue sa'mos, vou l e dar um bom pu*ão de orel as, prometeu.A#airemos desta, assegurou ele.A ei*e de falar, ordenou, e comece a escavar.

;upert dei*ou tamb0m de pensar e começou a afastar roc as. <s escombros eram em suamaior parte pedras soltas, igual na tumba %ue tin am dei*ado atrás. /oderia ter sido muito pior,disse@se. < desmoronamento devia ter tido lugar pouco tempo antes, $á %ue os restos não secompactaram. Não era areia. Mogo %ue teve afastado parte das pedras, viu %ue a partir desseponto o t nel se alargava grandemente com relação ao tra$eto %ue tin am percorrido. eviamencontrar@se perto do final.

Entretanto, guardou suas esperanças e seguiu trabal ando em silencio com a dama colada aele, %uadril com %uadril, cada um deles trabal ando em seu correspondente lado do t nel. #uamente trabal ava tamb0m rememorando essas ltimas oras, esse dia %ue parecia englobar todauma vida! a tormenta de areia, o medo e a ira %ue l e tin a suscitado, as duas ocasi es nas %ue

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etiveram@se na entrada.No Egito a lua parecia iluminar muito mais %ue na 6nglaterra. +mbos deram uma ol ada ao

e*terior.?in am sa'do pela parte da colina %ue se elevava sobre +siut. + cidade estava locali&ada na

metade de uma f0rtil plan'cie e seus minaretes resplandeciam como a neve sob a lu& da lua. asmargens do assentamento se elevava um di%ue de barro %ue tin a a função de conter a enc enteanual do rio e %ue se estendia de forma sinuosa at0 c egar ao Nilo, cu$os meandros resultavam

vis'veis a uma grande distancia.?amb0m resultava vis'vel a pe%uena aldeia al@=amra, o porto do +siut, lotada de embarcaç es.Entre todas elas era imposs'vel distinguir ao 6sis.

Entretanto, a da abiDa não era a principal preocupação nesse momento. < principal era c egarao porto sãos e salvos.

A+rriscamo@nos a atravessar a cidadeJ A/erguntou afne. A /oderia levar oras rodeá@la.

A#e todas as portas estiverem fec adas, não restará outra alternativa, respondeu o sen or7arsington. A Embora prefira provar esse primeiro camin o. R tarde e a maioria das pessoasestará em suas casas. 7om sorte talve& passemos sem c amar a atenção.

AEsses omens, disse afne. A /ossivelmente ten am encontrado o t nel. <u talve& saibamonde acaba.

ANesse caso será mel or %ue nos apressemos, replicou ele.

Ningu0m os deteve na porta sudoeste. < guarda parecia estar dormindo, igual ao resto dacidade. <s omens %ue %ueriam matar o sen or 7arsington não apareceram. Estiveram a pontode atravessar a cidade sem nen um contratempo. Entretanto, %uando estavam c egando portaprincipal, a %ue se encontrava mais perto do rio, um soldado turco se apro*imou deles.

/or sorte ia so&in o e estava b bado. )uando começou a dar problemas, caiu o v0u de afnede forma "acidental( e seu busto ficou %uase nu. En%uanto o soldado a ol ava bo%uiaberto, osen or 7arsington tirou a pistola de sua fai*a e o golpeou na parte posterior da cabeça. < soldadodesabou com um grun ido. afne ofereceu sua a$uda para arrastá@lo at0 o beco mais pr-*imo.

E depois!A7orre, ordenou ele.E correram.7 egaram porta principal sem fClego.Estava fec ada.AEsta, disse o sen or 7arsington, 0 a gota %ue enc e o copo.espertou o guarda e e*igiu %ue os dei*asse passar. < omem balbuciou entre boce$os %ue

partisse.afne tradu&iu a ordem em árabe.< guarda fe& um gesto com a mão para %ue se fossem. eviam dei*ar de fa&er ru'do, disse@

l es. + porta se abriria %uando c egasse a ora e não antes. #e causavam problemas, acabariamna prisão militar.

Nesse momento escutou uma vo& sonolenta e $uvenil procedente das sombras do muro.A#en orJA?omJ A/erguntou o sen or 7arsington. < menino se apro*imou correndo.A#en or, sen or A7aiu ao c ão de $oel os rodeou as pernas de seu 'dolo com os braços. A

#abia %ue não estava morto. AOicou de p0 de um salto.A #en ora +legra@me v @la de novo. < demCnio da tormenta não a levou.afne agarrou o moço e o abraçou.AE voc tamb0m está a salvo, disse em sua l'ngua. A 4eu coração sente pra&er. E KusufJAEscondemo@nos na tumba grande, a %ue c amam o "Estábulo de +ntar(. )uando a tormenta

acalmou começamos a procurá@los. Buscamo@los todo o dia, at0 %ue caiu a noite. A eu@se a voltaem direção ao guarda. A <l e +%ui estão o sen or e seu arim. isse %ue viriam. + tormenta de

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areia tentou engoli@los, mas o sen or 0 poderoso e fe& %ue o demCnio os cuspisse. 4as está&angado com este lugar por%ue á omens malvados %ue l e dese$am mal. ei*a %ue parta comseu arim e não permita %ue ningu0m nos siga at0 %ue c egue a ora de abrir a porta. #uplico@te%ue o faça se não %uiser %ue $ogue o mal ol ado.

?alve& a advert ncia não tivesse surtido efeito por si mesmo, mas as moedas %ue ?om deu aoomem sim o fi&eram.

+ porta se abriu apenas uma fresta e se fec ou assim %ue tiveram passado.

En%uanto corriam em direção ao porto, afne escutou um coro de gritos irados atrás dela.+ porta permaneceu fec ada.)uando c egaram embarcação descobriram %ue toda a tripulação estava acordada. Não

demoraram a sossegar os gritos de alegria e as e*clamaç es %ue davam graças a eus.

/oucos minutos depois de embarcar, o 6sis se afastava do porto.

4al tin am posto um p0 no conv0s %uando as mul eres arrastaram afne a seu camarote.;upert não recordava muito do %ue tin a acontecido a seguir. ?omou um ban o... ou algu0m o

ban ou. 7omeu... ou algu0m l e deu de comer. Não estava seguro. +ssim %ue soube %ue elaestava a salvo no navio, invadiu@o a e*tenuação e suportou os rituais do ban o e da comida comoum sonFmbulo. Não recordava ter retornado a seu camarote nem tampouco o momento em %ueadormeceu.

Embora sim recordasse o son o.Estava no cemit0rio, aos p0s da montan a, e contemplava como um falcão voava sobre sua

cabeça. Nesse momento a viu na entrada de uma tumba grande. 7 amou@a, mas ela pareceu nãoouvi@lo e entrou na tumba. 7orreu atrás dela e entrou tamb0m. Escutou sua vo& das profundidadesdo lugar. #eguiu o som, mas não conseguia apro*imar@se.

7 egou cFmara mortuária e se apro*imou do sarc-fago com o coração acelerado. Estavaaberto. eu uma ol ada. >a&io.Escutou %ue algu0m c orava e seguiu o som, mas se tratava do mesmo ardil cruel. Ningu0m.Nada. Nem um s- fragmento de m mia. #- um va&io escuro e interminável. Nesse instanteescutou um grito lastimoso na lon$ura.

)uando despertou, o calor e a bril ante lu& do sol entravam atrav0s das frestas dasvene&ianas. o e*terior c egavam os lamentos %ue recon eceu como m sica eg'pcia. <smarin eiros estavam cantando en%uanto um deles tocava a flauta e outro o timbal a modo deacompan amento.

Mevantou@se at0 sentar@se e deu uma ol ada a seu camarote. #eu ol ar se encontrou com o de?om. < $ovem, %ue tin a estado esperando@o agac ado pacientemente $unto porta, ficou em p0 el e apro*imou o $arro de água, a bacia e uma toal a.

;upert se lavou.A>ai barbear se, sen orJ A/erguntou@l e.Ele passou uma mão pelo rosto e compCs uma careta. Esperava %ue a%uilo fosse a barba %ue

l e tin a crescido durante a noite. Esperava não ter arran ado a delicada pele de afne comessas devastadoras cerdas.

afne, pensou. c amava@se afne. < nome l e arrancou um sorriso, embora não soube por%ue.

A#en orJA#im. #im. +'na.Barbeou@se en%uanto pensava no corpo da dama, no modo em %ue se moveu sob suas mãos e

em seu sabor. ;elembrou seu aspecto %uando correu atrás dele com o torso nu en%uantosegurava as ondulantes calças com a mão.

esavergon ada, desinibida, apai*onada...... e nesses momentos fora de seu alcance, compreendeu de repente.Há não estavam isolados do resto do mundo.Encontravam@se em uma embarcação enorme %ue não dei*ava de ser um pe%ueno mundoG

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ningu0m sabia o %ue tin a acontecido na tumba da colina de +siut. Embora todos saberiamimediatamente %ual%uer coisa %ue acontecesse a bordo do 6sis.

+ coisa estava feia. 4uito feia.Nunca l e tin a dado bem resistir tentação. Estava acostumado a fa&er o %ue tin a vontade...

dentro de umas margens, 0 claro, por muito amplos %ue estes fossem. + tolerFncia de seu paitin a um limite e ele não era tão tolo para transpassá@lo. Não tin a medo de seu pai. ?ampoucotin a medo das serpentes. 4as isso não %ueria di&er %ue estivesse disposto a colocar a mão em

um nin o de v'boras.+l0m disso, nem se%uer l e ocorreria manc ar a reputação de uma dama. 6sso e*cedia oslimites do comportamento galante.

Era certo %ue a 6nglaterra estava a um mundo de distFncia. 4as não estava fora do alcancedas cartas. <s via$antes ingleses podiam intercambiar fofocas escandalosas com amigos efamiliares com o mesmo entusiasmo %ue o fa&iam em casa. ?eria %ue ser discreto. ?eria %uemanter@se afastado dela at0 %ue...

#anto eus +t0 %uandoJ+consel ou@se não pensar nisso. Não l e ocorria nen uma solução e preocupar@se somente

conseguiria irritá@lo e fa&er dele uma p0ssima compan ia. +cabou de barbear@se e se vestiu.AHá trago o caf0J A/erguntou ?om.A#im. Não. ?omarei no camarote de proa. + sen ora está acordadaJA+cordada, sim, respondeu o moço. epois de uma pausa, acrescentou! Não bem. oente,

sen or. eram@me com a porta na cara. A7olocou a mão frente ao rosto.#- então ;upert caiu na conta de %uão calado parecia o moço. /or regra geral, ?om tagarelava

a uma velocidade de vertigem em uma desconcertante mistura de árabe e ingl s. < significado desuas palavras por fim se fe& evidente.

A oenteJ A;epetiu com o coração acelerado.

#im, muito doente. +s mul eres $ogaram ?om do %uarto e fec aram a porta por%ue c oravamuito forte. 4as não podia evitá@lo. < furioso demCnio da tormenta de areia tin a ferido o coraçãoda sen ora por%ue escapou de suas garras. Era uma sen ora muito boa, afirmou ?om, uma boamãe para ele. Hamais permitia %ue l e pegassem, nem %uando %uebrava coisas. ?in a@o cuidado%uando esteve doente. ?in a ressuscitado seu tio + mad de entre os mortos. 7 egados a esseponto, o menino começou a mugir.

A/are esse escFndalo agora mesmo, resmungou ;upert. A Não está morrendo.e %ual%uer forma, isso não impediu %ue sa'sse apressado de seu camarote e descesse o

estreito corredor em direção ao camarote de popa. eu umas batidas na porta.Meena abriu uma fresta.

A4in a sen ora não pode atend @lo, sussurrou. A Está muito doente.A< %ue 0J A)uis saber. A < %ue l e passaJ <ntem estava bem. /or %ue ningu0m medespertouJ

ANão %uer v @lo, afirmou Meena en%uanto fa&ia gesto de fec ar a porta.;upert a abriu de par em par.afne $a&ia no divã, feita um novelo. ?in a uma e*pressão tensa no rosto e estava pálida pela

dor.;upert sentiu uma forte pontada no peito, como se tivesse deslocado vários %uilCmetros.A< %ue 0J A/erguntou@l e em vo& bai*a. A Lma febre biliosaJ+ teria engravidado depois de tudoJ ava igual, sabia o %ue tin a %ue fa&er. Ela o avia dito.

Lm ban o frio. Lma infusão de... de... o %ueJA/arta, disse afne com vo& tamb0m tensa. +$oel ou@se $unto ao divã e l e tocou o rosto.

Estava mida, mas não tin a febre.A/arta, repetiu.A?em %ue me di&er o %ue se passa, insistiu ;upert. A ?om está mugindo como um louco.

+ssim %ue a tripulação dei*e de cantar, escutarão@o e todos ficarão a c orar e a lamentar@se. A127

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6nclinou@se um pouco para ela ao mesmo tempo em %ue bai*ava a vo&. A afne, voc sabe %uãoemocional 0 esta gente. ?odos l e amam por%ue acertas os polegares %uebrados, os c0rebrosrea%uecidos pelo sol e devolve vida aos beb s moribundos. Não deve dei*ar %ue pensem... %uepensemos o pior. < %ue se passaJ iga@me como posso te a$udar.

ANão pode me a$udar. A:irou@se um pouco para ol á@lo. #eu rosto compCs uma careta dedor. < de ;upert tamb0m, movido pela simpatia. A Não passa nada,o tran%Iili&ou.A Não estoumorrendo. Não tem nada de %ue preocupar@se. e verdade. Nada.

A4as não se encontra bem. +t0 um fortão descerebrado como eu pode dar@se conta. /reparo@te um pouco de c á bem forteJ Necessita algo de seu esto$o de primeiro socorrosJ Lma infusãode... de... %ual%uer coisaJ

afne se virou ainda mais para ele e arrumou para esboçar um apagado sorriso.A)uão nico preciso 0 tempo, assegurou. A ?rata@se de min a indisposição mensal.;upert se sentou sobre os calcan ares.A+ ...A/erfeitamente normal, prosseguiu. A + dor 0 bastante mais intensa do abitual, mas não vai

matar@me. Não se pode fa&er nada, salvo esperar %ue passe.Nada do %ue preocupar@se. Não a tin a dei*ado grávida. Estava aliviado, sim, 0 claro. Não

avia necessidade de preocupar@se com as... complicaç es. Era um problema femininoG ele nãotin a a culpa nem tin a nada %ue fa&er ali. +s mul eres se encarregariam de cuidá@la. everia ir@se, gostaria de dispor de intimidade.

Entretanto, não o fa&ia graça a id0ia de dei*á@la s- e sofrendo, embora ele não tivesse culpa ea nica cura fosse o tempo.

A/ara ser uma mul er tão inteligente 0 da mais ignorante, disse. A #e pode fa&er muito.Embora não sabia o %ue. Não tin a irmãs e, se tivesse tido, l e teriam oculto o segredo, tal e

como fa&iam o resto das mul eres. 6nclusive suas amantes tin am utili&ado uma palavra c avepara l e informar de %ue o momento não era oportuno.

7ertamente, não tin am esperado %ue as cuidasse. e fato, nem se%uer se tin a dado contade %ue as mul eres precisassem de cuidados nesse estado. Nunca tin a visto uma delas sofrertanto em semel ante ocasião.

E v @la assim, tão afundada, %uando sempre era tão atrevida, tão valente e tão inteligente...;esultava do mais in%uietante.A< %ue precisa 0... mmm... um pano frio na testa, improvisou. A E uma massagem nas

costas. E não entendo o %ue fa& a' deitada, sofrendo, %uando tem toda uma provisão de láudanoem seu esto$o de primeiro socorros.

AR para um caso de dor aguda, para uma urg ncia, replicou ela. A R rid'culo tomar láudanopara aliviar um acontecimento mensal do mais natural.

A#e não puder se levantar da cama, $a&er a' se aferrando o abdCmen e encol ida como umbeb , eu diria %ue a dor 0 aguda, rebateu ;upert. A E isto não 0 um acontecimento mensal do

mais natural. ?en a em conta o %ue ocorreu ontem em +siut. Não s- atravessou uma tormenta deareia, para não falar %ue escalou uma montan a, mas tamb0m se viu obrigada a procurar umasa'da limpando um t nel escavado na roc a. Entre outras coisas... AEsboçou um de seus sorrisosdesavergon ados, embora não se sentia desavergon ado absolutamente.

#entia@se confuso.A)uando me repuser, disse ela, darei@l e um pu*ão de orel as. En%uanto isso, começou, mas

se deteve para fa&er uma careta de dor, talve& tome uma gota de láudano. 4as s- uma gota.+gora, parta.

4as não partiu. 4isturou o láudano com mel e água e se assegurou de %ue ela tomasse.Lmedeceu os panos e os escorreu antes de colocar@l e sobre a testa. 4assageou@l e as costas.istraiu@a com anedotas familiares divertidas. Não partiu at0 %ue adormeceu.

+ viagem em camelo de 4iles acabou em endera, no templo de =at or.?in a ouvido falar do lugar. ?in a visto ilustraç es na escrição de lTEgDpte. ?in a lido as

narraç es de alguns via$antes. afne tamb0m l e tin a falado sobre ele. Não obstante, conforme128

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seus captores e ele entravam no espaço coberto de areia e escombros %ue formava o pátio, o %uemais l e interessava era a sombra %ue l es proporcionaria o interior.

epois de nove dias de viagem atrav0s do deserto em lombos de um camelo ostil, depois dasrepetidas e fero&es agitaç es das tormentas de areia, %uão nico %ueria era deitar@se e morrer emalgum lugar afastado do sol e desse arenoso vento abrasador.

<s omens o guiaram ao interior e ele os seguiu dando tropeç es pelo cansaço. e ve& em%uando erguia a vista em direção s imensas colunas. afne estaria maravil ada, pensou. < lugar

estava coberto de ier-glifos./erguntou@se o %ue pensaria sua irmã da famosa =at or, a e%uivalente eg'pcia da +frodite. Elea ac ava especialmente sem atrativo. ?in a uma testa pe%uena, os ol os muito $untos e umasboc ec as gordin as. e ambos os lados da cabeça surgiam umas orel as de vaca %ue seassemel avam s asas de uma $arra. /arecia uma gárgula em lugar de uma deusa, concluiu.7laro %ue, dado %ue não se encontrava de muito bom umor, talve& não fosse capa& de apreciá@laem sua $usta medida.

<s omens o condu&iram atrav0s de um enorme vest'bulo e, depois de atravessar uma porta,c egaram a um espaço mais redu&ido, embora não por isso dei*ava de ser imenso, em cu$osmuros laterais se distinguiam uma s0rie de aberturas estreitas %ue supCs %ue condu&iam a outrascFmaras escuras. #eus guias não se detiveram. /rosseguiram a marc a em lin a reta,atravessando mais estadias at0 %ue por fim c egaram a um lugar estreito, enclausurado e muitoescuro. + lu& das velas s- alcançava a iluminar a parte inferior dos muros cobertos de relevos.

Entretanto, iluminava a perfeição o omem %ue aguardava em seu interior.ANo*leDJ A/erguntou 4iles, sem conseguir acreditar no %ue viam seus ol os.Morde No*leD se apro*imou dele e l e deu um aperto de mãos.A4eu %uerido amigo, como me alegra verte

ANão tanto como a mim, replicou 4iles. A Estou muito surpreso. ?in a a esperança de %uemin a irmã fosse a voc assim %ue percebesse de %ue me tin a acontecido algo, mas nãoesperava v @lo tão cedo.

AOe&@se tudo s pressas, e*plicou No*leD ao mesmo tempo em %ue afrou*ava o forte apertode sua mão. A 7omo sempre, o consulado preferia ir devagar. Entretanto, a sen ora /embrokedecidiu tomar as r0deas do assunto. < resultado foi %ue pude sair em sua busca s- tr s diasdepois de %ue o se%Iestrassem. 4as $á falaremos longamente mais tarde, %uando tiverdescansado.

>irou@se para : a&i.A?em algo mais para mimJAMogo, respondeu o omem. A Em alguns dias.A uval não está a%ui, disse lorde No*leD. A Nem tampouco sua gente.

: a&i sorriu.A?alve& ten a escutado %ue não era um lugar seguro.A?eremos %ue encontrá@lo, replicou No*leD. A 4as antes o outro assunto.A#im, antes o outro assunto, repetiu : a&i. A + menos %ue necessite de meus serviços, parto

agora mesmo.A6sso será o mel or. AMorde No*leD tirou uma bolsa de um bolso do casaco e estendeu a

: a&i. + bolsa tilintou.< omem a agarrou ao mesmo tempo %ue agradecia, despediu@se com essa afável cortesia tão

caracter'stica e partiu, levando seus omens com ele.A#upon o %ue está atCnito por min a escol a de empregados, sugeriu No*leD. A Na

6nglaterra esse omem seria um delin%Iente comum.ANão acredito %ue se$a "comum( absolutamente, ob$etou 4iles. A #uas maneiras são

e*celentes e tem uma forma encantadora de proferir ameaças a respeito de matar gente inocentese não cooperar com ele.

A+ #em omens como : a&i eu não conseguiria nada em um lugar tão incivili&ado comoeste, afirmou No*leD. A 7omo di& o refrão, ali onde for... $á sabe.

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AEsboçou um sorriso apa&iguador. A Não poderia t @lo encontrado tão rápido sem a a$udadesses indiv'duos.

AEles não t m culpa do atraso, disse 4iles. A emoramos nove dias em c egar de 4inDadevido s tormentas de areia.

A eve ter resultado espantoso, não ten o a menor duvida ,disse No*leD. A e outro modoteriam c egado muitos dias antes %ue eu. <s ventos tamb0m atrasaram os %ue via$ávamos pelorio. A+briu a marc a para sair da estadia. A /or eus como me alegro de verte AE*clamou

antes de acrescentar em vo& mais bai*a! /ara falar a verdade, isto se converteu em um assuntomuito feio. Esses malditos franceses... AOe& uma pausa e deu uma ol ada no templo. A Estãotransladando o teto astral, são muito porcos. < ra$á l es deu permissão, sabeJ < levarão a /arisGe não posso fa&er nada a respeito at0 %ue este outro ditoso assunto este$a arrumado. ABalançoua cabeça. A 4as nos es%ueçamos dos franceses. #upon o %ue al0m de tomar um ban o, depoisda su$a marc a pelo deserto estará dese$ando vestir roupa limpa e comer como eus manda.)uanto a mim... se ficar a%ui um momento mais, poderiam me entrar vontades de assassinaralgu0m...

7ap'tulo 1W

Embora afne tomasse o láudano em pe%uena dose, a$udou@a em grande medida. #entia@semuito agradecida pela insist ncia do sen or 7arsington e assim o disse assim %ue teveoportunidade.

Em segredo, estava surpresa pelo fato de %ue ouvesse tomado semel ante incCmodo porcausa de sua indisposição mensal. Embora para falar a verdade esse omem era uma cai*a demaravil osas surpresas. /assou os dois dias de convalescença na cama pensando nele e em suaenorme capacidade para assombrá@la.

+pesar de %ue a droga l e nublava um pouco o $ulgamento, avia algo %ue ficava muito claro!não era absolutamente o caipira %ue tin a acreditado a princ'pio.

Hustamente o contrário, a seu lado outros omens pareciam caipiras, sobre tudo >irgil. #eudefunto marido tin a feito %ue se sentisse inferior, inclusive monstruosa em algumas ocasi es.?in a@a dei*ado com uma grande fortuna e muito pouca confiança em si mesma.

+o longo das semanas %ue tin a passado com ;upert 7arsington, a confiança em si mesmatin a aumentado de forma gradual. urante o dia e a noite %ue tin am passado em +siut, tin asuportado o medo, o perigo e a pai*ão, assim como uma prova de resist ncia atrás de outra. E

$amais avia se sentido tão viva.+pesar do estupor narc-tico, era muito consciente do to%ue de suas grandes e ábeis mãos

cada ve& %ue l e colocavam os panos frescos e midos sobre a testa ou l e esfregava comsuavidade as costas. Era muito consciente dessa vo& grave e profunda, rison a em ocasi es,%uando l e contava alguma anedota.

?amb0m era consciente de %ue, como o láudano, esse omem poderia converter@se em umábito perigoso./ara a man ã do terceiro dia, os violentos espasmos de dor tin am remetido e se

transformaram em ferroadas ocasionais. /or fim era capa& de sentar@se, de observar o mundo %uea rodeava e de assombrar@se de %uão doente tin a c egado a estar. Não podia ser somente suamenstruação, decidiu. #empre resultava uma fonte de cansaço e mau umor, e fre%Ientementeera dolorosa, mas nunca tanto. Hamais a tin a incapacitado por completo.

4as claro, sua vida nunca tin a sido tão tumultuosa.#upCs %ue a dispepsia ou %ual%uer outra afecção intestinal teriam agravado o problema.Oosse o %ue fosse parecia ter desaparecido, por%ue despertou com um saudável apetite. Ooi

Nafisa %uem l e trou*e o $arro de água e a bacia logo %ue se levantou.AHá se sente mel or, disse Nafisa com um sorriso. A < ve$o em seu rosto.A4uito mel or, admitiu afne. epois de lavar@se, descobriu %ue a menina não estava por

nen um lugar. A <nde está #aba JANo camarote de proa, com o sen or e ?om, respondeu a moça.A7 ama@se Ldail, a corrigiu afne de forma automática.

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AEle %uer %ue o c amem ?om, assegurou Nafisa. A i& %ue 0 o escravo do sen or e %ue%uer segui@lo aonde vá, por%ue o sen or l e salvou a vida.

ANão estava morrendo, replicou afne. A #abe muito bem %ue não padecia nada mortal.A?amb0m a salvou da tormenta de areia. Eu tamb0m me alegro de servir a um sen or

semel ante, %ue mostra tanta amabilidade com seu arim e a cuida como um escravo.

+ palavra arim convertia afne em propriedade do sen or 7arsington! uma mul er %ue l epertencia, %ue formava parte do serviço de seu lar. < %ualificativo não l e fe& nen uma graça,embora compreendeu %uão in til seria corrigir Nafisa. + moça não o compreenderia. e seu pontode vista, todas as mul eres pertenciam a um omem ou a outro. Em %ual%uer caso, seria poucointeligente por sua parte respirar em e*cesso as especulaç es da servidão sobre a relaçãoe*istente entre o "sen or( e sua sen ora.

e %ual%uer modo, a relação entre os europeus e suas mul eres dei*ava os eg'pciosperple*os, embora a maioria a aceitava com resignação. +%uelas práticas %ue os eg'pciosac avam por regra geral indecentes, e*plicavam@se e desculpavam com um simples "#ão seuscostumes(.

+ tripulação e a servidão sabiam muito bem %ue afne compartil ava o camarote com suacriada, %ue ?om compartil ava o do "sen or( e %ue o camarote %ue Nafisa e #abacompartil avam com diferentes e%uipamentos dom0sticos se encontrava entre os dois antesmencionados.

#e semel ante disposição mudasse, todos os %ue se encontravam a bordo se inteirariam.afne não sabia com certe&a se os omens pensariam mal dela ou passariam por cima de seucomportamento por considerá@lo um costume estrangeiro. Entretanto, não tin a d vida de %ue4iles acabaria por inteirar@se. ependendo de %uão fofo%ueira fosse as pessoas, os rumores eespeculaç es se estenderiam com maior ou menor rapide& com o passar do Nilo.

Na 6nglaterra tin a levado uma vida solitária, sem l e importar absolutamente o %ue outrospensassem dela.

4as $amais tin a provocado um escFndalo. 4iles era a nica fam'lia %ue restava. Não podiadesonrá@lo.

< %ue tin a ocorrido em +siut devia ser o princ'pio e o fim de toda intimidade com o sen or7arsington, disse@se en%uanto se vestia. urante um tempo tin am estado isolados do mundo ede suas regras. 4as $á estavam de volta e deviam ater@se a essas regras. E ela devia retornar realidade, aos fatos reais e não s fantasias.

< sen or 7arsington e ela não tin am nen um futuro. E era o mel or. +s circunstFncias tin amreunido duas pessoas %ue não poderiam ter menos coisas em comum.

/ara reforçar a decisão de manter@se separada dele, voltou a vestir luto. +o ol ar@se, recordou

a e*pressão do sen or 7arsington %uando contemplou seus seios nus. ;ecordou o %ue eraaconc egar@se nua entre seus braços. E sentiu uma pontada de dor.En%uanto se recordava %ue devia comportar@se com sensate&, dirigiu@se ao camarote de proa.<s eg'pcios a receberam com sua acostumada e*uberFncia! ?om resmungou um longo e

alegre discurso de alvoroço com a mão sobre o coração. + menina conseguiu dar alguns passosesitantes em sua direção antes de desabar@se sobre a esteira entre risadas e aplausos. 6nclusivea mangusto saiu de um lugar %ual%uer %ue se escondeu para brincar de correr ao redor de seustorno&elos sem dei*ar de fare$ar.

< sen or 7arsington não disse nadaG limitou@se percorr @la de cima abai*o com o ol ar, lenta eminuciosamente.

afne se rubori&ou, muito consciente do calor %ue se acumulava mais abai*o, $usto em seuse*o.

esviou o ol ar para a mangusto.A4argarida cresceu muito durante o tempo %ue estive doente, disse com serenidade. A E se

tornou mais amigável. A ?eria sedu&ido tamb0m a mangustoJ /erguntou@se. =averia algu0m oualgo capa& de resistir ao encanto desse omemJ

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A < %ue aconteceu a sua apreciada camisaJAEsconde@a, respondeu o sen or 7arsington. A =o$e está debai*o do divã. escobrirá %ue de

ve& em %uando se apro*ima para comprovar %ue ainda segue ali. ;esulta uma criatura do maisentretida agora %ue l e curou a pata. Não me tin a dado conta dos curiosos e in%uietos %ue sãoestes animais.

/assa o dia brincando de correr de um lado para outro para investigar.

< animal se separou de afne e rodeou o divã a plena carreira. Escalou o corpo do sen or7arsington como se tratasse de uma árvore e se sentou em seu ombro durante um momento parafare$ar o pescoço antes de descer de novo e sair do camarote.

+ menina o ac ou enormemente divertido e rompeu em gargal adas. Oicou em p0, caiu esoltou alguns gritos mais.

Nesse momento entrou Nafisa, levantou@a do c ão e a levou nos braços para permitir %ue asen ora tomasse o caf0 da man ã em pa&.

afne se sentou no divã, a uma decorosa distFncia do sen or 7arsington.6mediatamente entrou Meena, %ue levava uma enorme bande$a carregada de bolos e frutas

para o caf0 da man ã.ABom, por %ue fica a' de p0 como um apalermadoJ A/erguntou a ?om.A <nde está o caf0 para sua sen oraJAEs%ueci@o por%u meu coração está c eio de alegria, respondeu o moço.A +gora todos estamos bem e a salvo. Este navio está c eio de alegria. + menina %ue estava

a ponto de morrer agora ri e bate as palmas. 4eu amo, %ue foi engolido pela tormenta de areia,retornou conosco. ?rou*e nossa sen ora com ele e l e devolveu a sa de %uando a morteameaçou levá@la. Encontrará a nosso sen or 2ao outro3 e o arrebatará aos demCnios estrangeiros%ue o levaram ao deserto. =á do&e, mas Kusuf e eu lutaremos a seu lado como aut nticosdemCnios.

A o %ue está falando agoraJ A/erguntou o sen or 7arsington a afne. Ela tradu&iuimediatamente. ?om seguiu com seu rimbombante discurso.

ALm momento, disse o omem. Mevantou uma mão. A Espera. /ara.< moço se deteve.A emCnios estrangeirosJ A6n%uiriu. A o&eJ 7omo sabeJ

A?odo mundo sabe, afirmou Meena. A < escutamos no mercado. +s caravanas v m ao +siut.>iram a esses omensG á um par deles eg'pcios, mas a maioria são estrangeiros! s'rios, gregos,arm nios e turcos. >igiam muito de perto um omem alto e loiro %ue fala um árabe muito estran oe briga com seu camelo. Ningu0m o avia ditoJ A:irou para lançar um ol ar de recriminação a?om. A Não o disseJ Não l e contou o %ue se di&ia no +siutJ

A7laro %ue sim, assegurou ?om. A #en or, o disse %uando c egou ao navio. ?odo mundo odisse. ?odo mundo se inteirou no su%.

A< disse em ingl sJ A/erguntou afne. < moço o meditou e a seguir se encol eu de ombros

e levantou as mãos.AEm sua l'ngua, na nossa, não sei. ?ransbordava de alegria ao v @la. +s lágrimas mealagavam os ol os. Era tão grande nossa sorte %ue, %uem se lembra das palavras %ue dissemosJ

AMeena, sente@se, ordenou o sen or 7arsington. A ?om, voc tamb0m. +gora, os dois noscontarão muito devagar tudo o %ue averiguaram em +siut.

/osto %ue Meena e ?om não dei*assem de interromper um ao outro com seus acostumadose*cessos verbais, o relat-rio se alongou bastante e a ;upert pareceu cada ve& maismelodramático. + tradução de afne redu&ia a interminável epop0ia a alguns e diretos sucedidos.

?in am visto +rc dale com vida somente uns dias antes a camin o de endera. #e isso eracerto, o 6sis não se encontrava tão longe como temiam. +s tormentas de areia tin am atrasado oavanço dos se%Iestradores atrav0s do deserto. < 6sis tampouco estava tão longe de No*civo. #euda abiDa se deteve em +siut nessa mesma semana.

+ essa altura, a narração ad%uiriu um tom dramático.< 4emnon era bem con ecido em +siut, disseram os criados. epois %ue o avistaram, um bom

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n mero de pessoas fugiu da cidade para esconder@se e não retornaram at0 muito depois %ue onavio &arpasse.

A?odos c amam este omem "o emCnio ourado(, disse ?om, por%ue seu cabelo tem a cordo ouro. R ingl s, como voc s. 4as 0 um demCnio %ue tem um e*0rcito de malvados se%ua&es.

+s pessoas do +lto Egito o temem mais %ue ao 4o amed +l' e seus soldados.

< emCnio ourado se transformou em uma lenda, aparentemente. )uando os meninos secomportavam mal, suas mães l es di&iam %ue o emCnio ourado os levaria.?om seguiu falando do emCnio ourado. afne l e obse%uiou a versão tradu&ida e redu&ida,

como era abitual.7ontou@l e com bastante calma.Lma ve& %ue ?om partiu em busca do caf0 e %ue Meena foi em busca dos mapas %ue l e tin a

pedido, ;upert disse!A/arece %ue as revelaç es sobre o No*civo não a afetaram muito.+ mul er tin a uma e*pressão distante, absorta.A epois do %ue ten o descoberto a respeito de meu defunto marido, duvido %ue %ual%uer

informação sobre um omem possa me surpreender. Esta viagem... ou missão... ou como %uer%ue se c ame, resultou da mais educativa. Não 0 de estran ar %ue 4iles me c amasse deing nua e idealista.

AR seu irmão, disse ;upert. A <s irmãos costumam ver os parentes de uma forma muitodistinta. /ossivelmente eu a ve$a de uma forma completamente diferente por%ue não sou seuirmão. /areceu@me uma pessoa sensata e perspica& do primeiro momento.

A>oc s- me viu em circunstFncias incomuns, replicou.A?alve& se$am essas circunstFncias as %ue nos a$udam a demonstrar de %ue massa

parecemos, afirmou ;upert. A ?alve& a vida %ue tin a levado at0 agora não a permitia secomportar tal e como 0.

ANão sei, admitiu ela. A +inda não ten o claro como sou. 7om lorde No*leD resulta maissimples. +o menos suas atividades seguem um padrão. #ab'amos %ue estava em guerra comuval, %ue competiam por antiguidades.

)uanto ao do e*0rcito de demCnios de #ua E*cel ncia, Bel&oni disse o mesmo dos agentes deseus rivais. isse %ue eram malfeitores. ";enegados, bandidos e e*ilados europeus(, c amou@os.

AE*traordinário, disse ;upert. < ol ar verde de afne parou nele. A ;efiro a sua mente ,esclarece a forma em %ue re nes as provas, medita@as e c ega conclusão l-gica. ;esultae*traordinário, tendo em conta o muito %ue te $oga.

Ela esboçou um d0bil sorriso.AR o nico %ue sei fa&er.ANão 0 %uão nico sabe fa&er, a corrigiu. + suave cor rosada de suas faces se estendeu e se

transformou em vermel o.ANão referia a isso, e*plicou. A )uero di&er %ue não me referia somente a isso, emboratamb0m 0 uma amante e*traordinária e dese$aria...

Meena entrou de repente com os mapas. +cabava de partir %uando ?om retornou com o caf0.;upert aguardou %ue o $ovem partisse e afne servisse o caf0 antes de di&er!A#ei por %ue se vestiu %ue luto de novo. Não precisa %ue me diga %ue me manten a afastado.

#ei %ue devemos a nos ater s normas do decoro. Essa 0 a ra&ão pela %ual dese$aria estar em%ual%uer outra parte.

ANão importa onde este$amos, disse ela. A Não estamos vivendo +s mil e uma noites. Ooie*citante dei*ar se levar uma... bom, duas ve&es.

A6sso 0 tudoJ A6n%uiriu ele com uma pontada nas v'sceras, algo %ue o acalorava e o dei*avafrio ao mesmo tempo. A #e dei*ou levarJ

A< %ue %uer %ue digaJ;upert não soube o %ue responder a isso.< sil ncio se alongou en%uanto procurava em vão as palavras ade%uadas, mas o nico %ue

encontrou foram sensaç es para as %uais tampouco tin a nome.133

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ANão sei, disse afinal. A 4as poderia di&er algo mais. >oc 0 o g nio a%ui, não eu.ANão 0 uma %uestão de intelig ncia, assegurou ela. A < %ue sentimos foi pura e simples

lu* ria... bom, não e*atamente pura...

A/ara mim não 0 simples, a interrompeu ;upert, %ue acabava de sentir uma nova pontada. Aeve tratar@se de lu* ria eg'pcia, por%ue não se parece em nada a %ue estou acostumado.

?en o... sentimentos.

afne dese$ava perguntar, como não podia ser de outro modo, a %ue tipo de sentimentos sereferia. )ueria indagar no tema, como se tratasse de um mati& gramático ou de vocabulário.

)ueria, em poucas palavras, agarrar@se a uma ltima cartada.4as agia motivado pela emoção, não pela ra&ão.+ ra&ão l e recordava %ue em circunstFncias normais era uma mul er rodeada de livros e

solitária, en%uanto %ue ele era um omem faminto de emoç es. Ele era atraenteG ela, ins'pida./rovin am de mundos diferentes. < mundo da elegante sociedade aristocrática l e resultava muitomais estran o %ue o Egito.

Não precisava saber %uais eram esses sentimentos. #abia %ue eram ef meros, posto %ue elenão pertencia ao tipo de omens cu$o interesse pelas mul eres pudesse ser duradouro. #abia %uenão podia entregar o coração apoiando@se nesses sentimentos e isso era tudo o %ue na realidadeprecisava saber.

AR culpa do Egito, afirmou. A a emoção. o fato de ter escapado por um fio da morte emvárias ocasi es. ?udo isso fa& com %ue sintamos coisas %ue não sentir'amos de outra forma. +isso referia com o +s mil e uma noites. Estamos vivendo uma aventura romFntica. 4as 0 somentetemporal. Lma ve& %ue encontremos 4iles...

A?udo acabará, concluiu ele em seu lugar.A#im, disse ela.A)ue pena. A eu de ombros e desenrolou um mapa. A #eu irmão se dirige para endera.

Está perto de ?ebasJ")ue pena.( 6sso era tudo. ?in a aceitado sua decisão. E por %ue não ia fa& @loJ < %ue tin aesperado %ue fi&esseJ )ue suplicasseJafne prestou atenção ao mapa.

A+%ui está )ena, disse ao mesmo tempo %ue assinalava o lugar.A+ tr s ou %uatro dias da%ui se o vento não mudar, ou isso parece ,comentou ele.A7omo pode ver, a%ui está endera, %ue cru&amento o rio perto do assentamento da antiga

?entDra, prosseguiu afne. A < famoso templo do =at or se encontra a%ui. R a deusa eg'pciado... amor, disse para depois acrescentar com rapide&! ?ebas se encontra a uns setenta ou oitenta%uilCmetros rio acima, se não recordo mal.

A+ outros tantos dias de distFncia, então, disse ele sem levantar a vista do mapa. A +' 0 onde

está supostamente locali&ado o acampamento de No*civo neste momento. < %ue aposta %ue sedirigirá para ali em lugar de voltar para o 7airoJafne contemplou o mapa en%uanto sua mente trabal ava as possibilidades.A isse %ue se rumore$ava %ue o papiro descrevia uma tumba tebana, disse o sen or

7arsington. A ?alve& No*civo %ueira a$udar seu irmão a encontrá@la.

Era muito t'pico de Oaru% ocultar@se sob o nari& de seus inimigos, nos pr-prios dom'nios delorde No*leD.

<s restos da antiga ?ebas se estendiam a ambas margens do Nilo. Na margem ocidental, pertodo rio, encontravam@se as ru'nas do povo da )urna, %ue tin a sido destru'do alguns anos antespelos mamelucos. #eus abitantes decidiram %ue em lugar de reconstruir suas cabanas, fariamum mel or uso do tempo se viviam no mesmo lugar onde trabal avam! nas tumbas de ?ebas. +ocontrário de outros camponeses eg'pcios, não viviam da agricultura. >iviam de sa%uear tumbas evender papiros e outras inIk$anas %ue arrancavam das m mias.

?in am fama de ser o povo mais independente de todo o Egito, com a poss'vel e*ceção dos134

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A Embora não deve estar se acredita %ue algu0m conseguiu decifrar os ier-glifos. eve estarainda mais louco para agir como tem feito, movido por essa falsa ilusão.

A#eguro %ue 0 uma falsa ilusãoJ ANo*leD levantou a vista de seu prato com uma e*pressãoestran amente inocente.

A< papiro cont0m nomes de fara-s, e*plicou 4iles. A E isso 0 %uão nico %ual%uer erudito

pode assegurar no momento.ANão o comprou por%ue acreditava %ue descrevia uma tumba real, tal e como >anni +na&afirmavaJ A6n%uiriu No*leD sem dei*ar de ol á@lo com essa e*pressão ing nua. A Não á nadanele %ue indi%ue %ue talve& se$a o mapa de algum tesouroJ

4iles fe& um gesto negativo com a cabeça. ?in a@o comprado para afne. /or%ue era bonito eestava %uase em perfeitas condiç es. /or%ue ela não tin a nada nem a metade de bonito em suacoleção. /or%ue sabia %ue l e bril ariam os ol os como estavam acostumados a fa& @lo muitotempo atrásG antes de casar@se com /embroke. E l e tin am bril ado os ol osG 4iles $amais atin a visto tão feli& como %uando começou a trabal ar no papiro. #- por isso teria estado dispostoa pagar de& ve&es mais pelo ob$eto.

A7 egou@me o rumor de %ue o cCnsul geral franc s, rovetti, ofereceu a Bel&oni de& mil libraspelo sarc-fago de alabastro %ue tin a encontrado, disse 4iles. A +creditei %ue o papiro, outroestran o esp0cime de grande %ualidade art'stica, teria um valor proporcional.

ANesse caso pode ser %ue ten a solucionado o problema de uval, afirmou No*leD. 6ndicou aum criado %ue levasse a bande$a do $antar. Lma ve& %ue o criado partiu, acrescentou! uvalsempre acreditou %ue os franceses "descobriram( o Egito, tudo pelas e*pediç es cient'ficas e apublicação da escrição do MRgDpte. <deia aos ingleses em parte por%ue os vencemos, massobre tudo por%ue levamos a /edra da ;osetta como esp-lio de guerra.

A/or eus, isso aconteceu fa& vinte anos, disse 4iles. A Não se pode di&er %ue os francesesnão levaram ob$etos valiosos dos pa'ses %ue con%uistaram. E $amais tive not'cias de %uedevolvessem nen um.

A?enta di&er isso a uval, replicou No*leD. A 4esmo assim, at0 uns anos não era pior %ue%ual%uer outro e*plorador de antiguidades.

+t0 %ue voc c egou e começou a empregar a omens como : a&iJ /erguntou@se 4iles.Entretanto, a lembrança da cabeça de Oaru% fe& %ue se mostrasse cauteloso.A#abe por %u J A/erguntou.A/or Bel&oni, respondeu No*leD. A uval leva no Egito mais de vinte anos. Bel&oni levava

a%ui menos de cinco e de repente se fa& famoso em todo mundo.

uval tin a escavado em Bebam al@4uluk, o >ale dos ;eis. Hamais encontrou uma tumba real,mas Bel&oni simG uma tumba magn'fica %ue contin a um estran o sarc-fago de alabastro. Nemuval nem rovetti conseguiram encontrar a entrada da pirFmide do efr0n, mas Bel&oni sim. <sfranceses não foram capa&es de encontrar a forma de transladar a cabeça do Hovem 4emnon,mas Bel&oni o fe& e agora se encontra na 6nglaterra.

A>inte anos de trabal o e nen um trof0u %ue o demonstre, concluiu 4iles. 6gual no caso de>irgil /embroke, pensou. A eve estar louco de ci mes. A e novo como /embroke, %ue tãociumento tin a estado do dom %ue afne possu'a para as l'nguas.

A6magine o %ue sentiu ao escutar os rumores sobre o papiro %ue +na& l e tin a vendido, disseNo*leD.

A+ gota %ue enc eu o copo, dedu&iu ele. No*leD sorriu.A evo admitir %ue eu tamb0m me senti um pouco ciumento. eve ter ca'do nas graças de

+na&. /or certo, o tipo morreu, pobre omem...

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7ap'tulo 18

)uinta@feira, Z de abril

;upert viu seus primeiros crocodilos altura de ?inis, onde uma meia d &ia tomava sol em um

banco de areia.< n'vel das águas tin a descido e os bancos de areia formavam um labirinto de obstáculosatrav0s do %ual devia ter passado o 6sis. 4omentos antes tin a visto um bando de pelicanos e depatos selvagens sobrevoar sua posição. Embora devesse admitir %ue embora seus ol osol assem nessa direção, tin a tido a mente em outra parte.

Nela.Em desembarcar e procurar um lugar privado. 7ada ora %ue passava os apro*imava mais de

?ebas. Estava se acabando o tempo. Lma ve& %ue encontrassem seu irmão, nada seria comoantes.

isse@se %ue deveria estar plane$ando o modo de libertar seu irmão das garras dos vilãos.everia estar plane$ando como proteger s mul eres e as crianças.

Em troca, sua mente não dei*ava de ma%uinar e descartar planos para saciar sua lu* ria nomagn'fico corpo de afne /embroke.

6nclusive nesse momento, en%uanto contemplava os crocodilos, não dei*ava de perguntar@secomo poderiam a$udá@lo a despi@la.

#eu c0rebro s- era capa& de encontrar desculpas para v @la. +bandonou o conv0s e se dirigiuao interior, onde ela estava acostumada passar as oras mais calorosas do dia de um tempo aessa parte.

Não a encontrou no camarote de proa, e sim no seu. + porta estava aberta para %ue corresse oar.

Estendido sobre o divã se encontrava um con ecido documento no %ue se distinguiam tr stipos de escritura. Era uma c-pia da /edra da ;osetta. No colo tin a um caderno.

;upert deu umas batidas na porta aberta e ela levantou o ol ar. < rubor se estendeu por seupálido rosto.ese$ava bei$ar essa pele rubori&ada. E as partes mais pálidas. E depois começar uma lentadescida.

A7rocodilos, disse ;upert.A e verdadeJ A ei*ou o caderno a um lado. A <ndeJ;upert agarrou uma sombrin a e a condu&iu at0 o conv0s. #ustentou a sombrin a sobre sua

cabeça en%uanto afne observava com encantamento as estran as criaturas. /assou um bommomento antes %ue a mul er falasse.

Não precisava di&er nada. Bastava@l e estar perto dela, observando como o assombro e opra&er %ue ela sentia transformavam tudo o %ue ele estava ol ando. <s crocodilos l e pareciam des bito mais e*-ticos e surpreendentes. + seu lado tin a a impressão de contemplar sempre novas

maravil as.

A4al posso acreditar %ue se$am de verdade, disse ela por fim. A <l e, á um %ue está semetendo na água. R como um son o.

;upert escutou um par de vo&es $uvenis não muito longe e, a $ulgar pelo tom, estavamdiscutindo. 4andou@os calar com o ol ar.

?om se apro*imou correndo.A#en or, por favor, ten o %ue falar com voc .Embora não podia fa& @lo diante da sen ora, e*plicou o $ovem. Era uma conversação de

omem a omem. epois de dar de ombros e esboçar um sorriso, afne retornou ao interior,longe do sol abrasador.

A#erá mel or %ue se trate de algo importante, disse ;upert ao menino.A7laro %ue sim, sen or. Kusuf está muito doente.;upert e*aminou ao outro $ovem, %ue tin a ficado atrás com aspecto envergon ado. Mevava o

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turbante inclinado e as roupas enrugadas.

A+s enfermidades são assunto da sen ora, disse ;upert. A Eu não sou o m0dico a%ui.AEstá doente de amor, sen or, e*plicou ?om. A /or essa ra&ão não l e importa o aspecto de

suas roupas.

A+morJA#im, sen or. Está apai*onado por Nafisa. E sofre muito. Eu l e disse %ue agora voc 0 nossopai e %ue se encarregará de %ue se$a feli&, mas não %uer me acreditar.

;upert ol ou de novo a Kusuf, cu$a e*pressão tin a ad%uirido uma tintura pateticamenteesperançosa. 7oncentrou@se de novo em ?om.

A esde %uando sou seu paiJ?om e*plicou. +s enfermidades tin am acabado com a maior parte de sua fam'lia. #eu tio

+ mad tin a desaparecido. Kusuf tampouco tin a fam'lia. <s soldados de 4o amed +l' tin amredu&ido seu povo a cin&as fa&ia dois anos e tin am assassinado a todos os abitantes.

A+gora l e pertencemos, concluiu o $ovem. A R nosso amo e nosso pai.Nesse preciso instante, o beb começou a c orar.;upert ol ou a seu redor. Lm beb . 4ul eres. Lm par de adolescentes.E ele era o pai.

afne manteve o ol ar fi*o nos rolos com obstinação, mas resultou in til. Não podiaconcentrar@se. Não podia recordar no %ue tin a estado pensando antes de escutar o golpe naporta e ver o sen or 7arsington na entrada.

;ecordava como a tin a aprisionado contra essa mesma porta a noite posterior a sua visita a4enfis.

< bei$o, esse bei$o mágico. + ternura e a alegria do bei$o e o estran o descobrimento %uesupCs, como se ningu0m a tivesse bei$ado $amais.

E nesse momento as lembranças %ue tin a tentado e*pulsar retornaram com todas suas forçase despertaram um avassalador dese$o.?eria podido agIentar mel or o dese$o se ele fosse o caipira %ue fingia ser. 4as nen um caipiral e averia devolvido a confiança em si mesma como ele, nem tampouco teria conseguido %ue sesentisse completamente normal 2inclusive atraente3 pela primeira ve& desde sua adolesc ncia. Lmcaipira não teria ficado a seu lado segurando uma sombrin a para proteg @la do sol. Lm caipiranão brincaria com a menina nem se sentaria as noites para contar contos aos $ovens nempermitiria %ue uma mangusto o utili&asse como pátio de recreio. Lm caipira não seria capa& deobter %ue o amassem todas as pessoas %ue se encontravam a seu redor.

6ncluindo eu, pensou. Est pida de mim.A afne.Mevantou o ol ar sem esperar ver ningu0m, por%ue s- tin a ouvido o %ue %ueria ouvir e essa

profunda vo& provin a de sua imaginação.4as não, ele se encontrava de novo na porta, com a cabeça inclinada por%ue o vão era algunscent'metros mais bai*o %ue ele. < vento do norte l e tin a emaran ado o escuro e abundantecabelo. Em seus ol os bril ava o bom umor. ;ecordou como tin a assobiado na escuridão damasmorra, rindo do perigo como se este s- e*istisse para l e servir de entretenimento.

Nesse momento se deu conta de %ue a tin a estado afastando de sua pr-pria escuridão diaap-s dia. E dia ap-s dia, ela tin a ido mudando. :raças a ele se converteu em mais do %ue tin asido at0 então... ou possivelmente tin a conseguido ser ela mesma. :raças a ele tin a aprendidoa aceitar@se e a voltar a confiar em si mesma. :raças a ele o dese$o se converteu em pra&er e nãoem motivo de vergon a.

?e amo, pensou.Ele a contemplou durante um bom momento e a seguir sua boca esboçou um lento sorriso.A+ , disse, isso está mel or.A< %ue 0 o %ue está mel orJ< sen or 7arsington entrou no camarote e fec ou a porta.

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AHá sabe.ANão deveria fec ar a porta, disse ela en%uanto seu coração, perverso como era, desbocava@

se pela espera.A<l aste@me como di&endo "taTala ena(, assegurou ele.ANão 0 certo, mentiu ela. + pai*ão fa&ia pulsar seu coração e l e bulia nas veias. ?aTala ena.

> em a%ui.A/or %ue es%ueci então o motivo de min a visitaJ A)uis saber ele. ei*ou@se cair no divã a

seu lado. A Era de suma importFncia. 4as a e*pressão de seu rosto conseguiu %ue es%uecessetudo. A;ecol eu do c ão o caderno %ue l e tin a ca'do ao v @lo. A /ossivelmente o recordemais tarde. < %ue te tem tão ocupada o$eJ <u deveria di&er %uemJ /or%ue a%ui á um pardesses malditos rolos.

ANão são um par, replicou ela com firme&a. < espaço era muito redu&ido. Estavam muitoso&in os. No e*terior a tripulação começou a entoar uma canção de amor. A /rov m de lugaresdistintos.

6gual a eles dois, recordou@se. e mundos diferentes. Ela tin a %ue ficar no seu, manter asdistFncias. E sabia muito bem.

4esmo assim, apro*imou@se um pouco e assinalou a página en%uanto falava, embora não eranecessário. Ele via bastante bem e o assunto não era complicado.

A< de cima 0 de /tolomeo, da /edra da ;osetta. < de abai*o 0 de 7le-patra, do obelisco dosen or Bankes. AEstava muito perto dele. #ua fragrFncia l e saturava o sentido do olfato e l ec egava at0 o c0rebro, confundindo@o.

< sen or 7arsington levantou a vista do caderno para cravá@lo em seu rosto. afne teria %ueter afastado o ol arG teria %ue aver@se concentrado para evitar %ue ele lesse em seu rosto o %uedese$ava, cada um de seus imprudentes e amalucados pensamentos. 4as não podia fa& @lo.)ueria l e percorrer o %uei*o com a ponta dos dedos. )ueria apoiar a face contra a sua.

A?em escrito letras sobre os s'mbolos, disse ele.AR uma adivin ação, e*plicou. A 7ontar letras e as comparar depois. /ara manter a mente

ocupada.AE funcionaJ A)uis saber o omem./ensa em 4iles, disse@se. /ensa em tudo o %ue fe& por voc . )uer %ue ele pague as

conse%I ncias de sua debilidade e sua estupide&J iga! "#im, funciona(.ANão, admitiu. A Não funciona.ANão me funciona nada, assegurou ele. A Ooi uma estupide& da min a parte vir a%ui e fec ar

a porta. ?udo o %ue á a%ui 0 teu. < aroma a ol'bano de deusa. < perfume de sua pele. < aromados livros, do pergamin o e da tinta. A esli&ou os dedos sobre os escassos cent'metros de divã%ue os separavam. A +%ui 0 onde dorme. Eu durmo do outro lado do mundo. Essa 0 a impressão%ue me dá. #into sua falta.

afne ficou de $oel os e o fe& calar com os dedos. Não devia permitir %ue seguisse falandocom semel ante doçura. 7omeçaria a acreditar em coisas %ue não podiam fa&er@se realidade. Edepois sofreria muito mais. <s omens eram capa&es de di&er algo, de fa&er algo. 6nclusive >irgiltin a mudado de atitude %uando ficava meloso.

No e*terior, os marin eiros cantavam uma canção de amor. Lma das vo&es se impCs sdemais com um canto de saudade.

< amor angustia meu coração.< son o não fec ará meus ol os.Esta agonia rasga min as v'scerasE c oro rios de lágrimas.+ #e estiv0ssemos $untos,ei*aria de suspirar e dei*aria de c orar.< sen or 7arsington acariciou os dedos %ue l e cobriam os lábios at0 c egar ao dorso de sua

mão. +ferrou@l e o pulso. afne dei*ou cair a mão e dei*ou %ue ele a estreitasse. #eus dedos seentrelaçaram. < omem levou as mãos unidas ao peito e as pressionou contra seu coração.

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A#into sua falta, disse. Ooi um sussurro %uase inaud'vel, apenas um murm rio.Ela tamb0m sentia falta dele. #entia falta da liberdade %ue tin am compartil ado na tumba de

+siutG a liberdade de tocar, de bei$ar, de dar e receber pra&er, de abraçar um ao outro. e ir alionde foram %uando estavam um nos braços do outro.

6nclinou@se para ele para l e roçar os lábios com a boca. Ele respondeu com tanta ternura %uea comoveu. afne escapou de sua mão para poder capturar esse c armoso rosto e contemplaresses ol os escuros e rison os.

6nclusive nesse momento esse esp'rito desavergon ado seguia aliG um bril o de malicia %ueresplandecia em meio da escuridão criada pela pai*ão e o dese$o. 6sso a fe& sorrir e afne %uis l eentregar esse sorriso com um bei$o.

A#into sua falta, sussurrou. A 4uit'ssimo.everia afastar@se, mas era muito tarde. ?in a inalado a fragrFncia de sua pele, tin a

saboreado seu sabor e avia sentido a calide& e a força de suas mãos. 7apturou seus lábios comforça uma ve& mais e todos os dese$os %ue tin a tentado reprimir se derramaram no bei$o %ue nãodeveria l e aver dado. esli&ou as mãos at0 seus ombros e se aferrou a ele %uando sabia %uedeveria soltá@lo. epois resultaria mais dif'cil.

4as o depois parecia muito, muito long'n%uo. Nesse momento todo seu mundo se redu&ia aesse omem e a esse bei$o comprido e tenro %ue não demorou a converter@se em um bei$oselvagem. ;odeou@l e a cintura com um braço e a estreitou contra seu duro torso. Ela seacomodou sobre seu colo, levantou@se as saias e l e rodeou os %uadris com as pernas. Não tin ao menor reparo. 7om ele não precisava. /odia fa&er o %ue l e viesse vontade. Não avia regras.?ão s- dar pra&er e receb @lo. +ferrou@se a sua camisa e a pu*ou para cima en%uanto pun a fimao bei$o o tempo $usto para tirar@l e pela cabeça. /assou@l e as mãos pelos ombros, as costas, opeito. Era tão suave e duro como o mármore, mas %uente e c eio de vida. Hamais tin a con ecidooutra pessoa tão vital como ele. No e*terior, os omens cantavam!

4eu coração está envolto em c amas.)uem arde como euJ+caso não á rem0dioJEle a segurou pela nuca e l e enredou esses longos dedos no cabelo. +fastou@a um pouco

para poder contemplá@la. Não ouve palavras. #- a pai*ão em seus ol os, esse bril o perverso eo ind'cio de um sorriso. +to seguido suas mãos desceram para l e desabotoar o corpete semdei*ar de ol á@la no rosto. afne recordou a primeira ve& %ue tin a tentado despi@la, apoiadacontra a porta.

" < %ue está fa&endoJ(, avia dito então como uma idiota."M e tirando a roupa(, tin a respondido ele, claramente estupefato pela estupide& da pergunta.Nesse instante, afne riu em sil ncio ao recordá@lo. Ele sorriu e assim soube %ue tamb0m o

tin a recordado.

< corpete caiu e sentiu o to%ue dessas mãos sobre a pele. #eu c0rebro começou a funcionarmais devagar, com mais dificuldade.+pertou@se a boca com o pun o para reprimir %ual%uer som. ?in a dese$ado suas car'ciasG %ue

essas mãos fortes e direitas riscassem as curvas de seus seios, de sua cintura, de seu ventre e deseus %uadris. Não tin a compreendido a magnitude do desespero %ue causava o dese$o at0 esseinstante, %uando se formava redemoin os em seu interior como uma tormenta de areia e arrasavatudo salvo a intensa necessidade %ue a invadia.

Mevantou@l e um pouco mais as saias e desatou o cordão das calças. afne começou a tremer%uando os ob$etos desapareceram e ficaram pele contra pele. ;odeou@l e os ombros com osbraços e, colou a boca ao pescoço para não gritar %uando suas mãos começaram a l e percorreras co*as. +bsorveu seu aroma, intenso, masculino e inconfund'vel. + primeira car'cia 'ntima l e fe&abrir a boca, mas não emitiu som algum. #e pudesse fa& @lo, teria gritado aos %uatro ventos opra&er e a ang stia %ue sentiaG as e*ig ncias contradit-rias e imposs'veis %ue a embargavam.4ais. Não. /ara. Não pare. +'. Não, a' não. +i, não. #im, sim, por favor.

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+ risada borbul ava em seu interior $unto com um desassossego %uase insuportável.Moucura.Lma maravil osa loucura.7ravou@l e os dentes no ombro e as un as nas costas en%uanto essas incr'veis e perigosas

mãos encontravam todos os pontos de pra&er e desencadeavam uma deliciosa e devastadoracorrente de sensaç es %ue a percorreu de cima abai*o.

< timbal dos marin eiros era como um eco distante e sua ofegante canção refletiam perfeição o anseio %ue a consumia por dentro. ese$ava esse omem. )ueria ser dele. #enti@lodentro. #er um.

4oveu a mão sobre seu ventre para apan ar seu membro e guiá@lo a seu interior. Ele emitiuum som abafado e l e afastou a mão. ?rocou@a de posição sobre seu colo e, antes %ue pudessel e di&er %ue não podia esperar mais, afundou@se nela e apan ou seus lábios antes %ue l eescapasse um grito. #im, sim... +ssim. /or fim.

No e*terior, os marin eiros cantavam.

;eina em meu coração.7onceda@me por fim seus favores.#erei seu escravo para sempre.>oc será min a proprietária e sen ora.No e*terior se escutavam os sons lastimosos das flautas e o repi%ue dos timbales.No interior vibrava a imperiosa necessidade de converter@se em um s- ser para sempre.afne o acol eu em seu interior e o rodeou com seu corpo, acariciando@o com as mãos para

abranger tanto %uanto pudesse dele, apesar de %ue nunca seria suficiente.4oveu@se com ele em sil ncio, ao ritmo de uma m sica %ue s- eles escutavam. Engoliu@os um

mundo de sensaç es, desenfreadas e ingovernáveis, s %uais se entregou gostosa. 7om ele iria a%ual%uer parte. 7om ele não temia nada. 7om ele se sentia viva de uma ve& por todas.

+ferrou@se a ele tal e como o tin a feito durante a tormenta de areia. ei*ou %ue o pra&er aenvolvesse e os consumisse at0 fa& @los estalar. 7om o pra&er c egou o al'vio e uma calmaparecida com a pa&.

A< %ue estão cantandoJ A/erguntou ;upert mais tarde, %uando pCde respirar e pensar denovo.

ei*aram@se cair sobre as almofadas e ali levavam um bom momento sem mover@se.+braçava@a para t @la perto e ela fa&ia o mesmo.

everia a$udá@la a voltar a vestir@se. Não era muito trabal o! fec ar@l e o corpeteG acomodar@l e as saias. Nada mais. Nem espartil o. Nem anáguas. Nem roupa 'ntima. ;upert esboçou umsorriso.

A7anç es de amor, respondeu ela. A < %ue 0 %ue l e fa& tanta graçaJA>oc , respondeu. A Não levava nada debai*o. +ssim supon o %ue estava me esperando.

AOa& dias %ue não uso roupa 'ntima, replicou afne. A Oa& muito calor. ?emos %ue nos vestir.Está se fa&endo tarde. Mogo nos deteremos para passar a noite.A7anç es de amor, repetiu ;upert. E nesse momento recordou. + ra&ão pela %ual tin a ido ao

camarote. + desculpa. A Kusuf está doente de amor por Nafisa.A6sso e*plicaria por %ue escol eram essa canção, disse ela. A ?udo isso de v'sceras

rasgadas, o sofrimento e tanto lamento... A7omeçou a afastar@se dele.

>oltou a abraçá@la.A?emos %ue ser sensatos, disse ela. A Eu ten o %ue me comportar com sensate&.A#- um pouco mais, pediu.A#en or 7arsington...A;upert, a interrompeu.A/reciso guardar distFncia, ob$etou ela.AR um pouco tarde para isso, replicou.A#ei %ue soa ip-crita, disse afne, mas preciso manter as apar ncias, o decoro. /elo bem

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de 4iles.;upert l e deu um bei$o na testa.A+credita %ue se nos descobre %uererá me arrancar o f'gado para assá@loJ 6nsistirá em %ue

nos encontremos a vinte passos de pistola em mãosJEla se afastou e se sentou.A#anto eus Lm dueloJ /or mimJ 4esmo %ue meu irmão c egasse a considerar algo tão

desatinado... Não, não seria tão imbecil. A>oltou a colocar o corpete e l e deu as costas. A

+botoe isso por favor ,pediu.A Não posso c amar Meena.;upert se sentou com manifesta relutFncia. E tamb0m com manifesta relutFncia l e abotoou oob$eto.

AOalou com NafisaJ A/erguntou afne.A/odemos falar de Nafisa depoisJ A/erguntou ele a sua ve&. A +inda não falamos de n-s.

afne se deu a volta para ol á@lo.ANão, por favor, suplicou. A Não podemos continuar com isto. Não me arrependo do %ue

ocorreu, mas o resto do mundo $amais compreenderia e será o resto do mundo com %uem 4ilesterá %ue enfrentar@se. Não %uero envergon á@lo. Não poderia viver comigo mesma se o fi&esse.Não pode nem imaginar tudo o %ue tem feito por mim. #em ele, teria me tornado louca.

A7uidou@te, disse ;upert.AE*cedeu com muito o %ue a maioria dos irmãos fariam por suas irmãs.ANesse caso não me ocorria l e fa&er dano sob nen uma circunstFncia, afirmou ;upert antes

de vestir a camisa.ese$ou %ue a sabedoria fosse como um ob$eto e pudesse ad%uirir@se com tanta facilidade.

?in a sido muito feli& durante um tempo. Nesse momento se sentia desventurado, um sentimento%ue se acrescentava a cada minuto. ?in a %ue partir. ?eria %ue dormir so&in o essa noite.

Não era nen um monstro. /odia controlar@se. Não dese$ava desonrá@la. Não dese$avaenvergon ar o irmão %ue amava, o irmão %ue a tin a protegido contra eus sabia o %ue.

Não deveria ser tão dif'cil partir. Não deveria ser tão dif'cil assimilar %ue encontrariam seuirmão nos pr-*imos dias. ;esgatariam@no ou morreriam no intento. E se morressem, tudoacabaria. E se tivessem *ito, tudo acabaria entre afne /embroke e ;upert 7arsington.

Hamais tin a esperado %ue as coisas acabassem de outra forma e $amais tin a tido problemaalgum com os finais.?in a estado com outras mul eres.

)uando c egava ora, partia sem mais.?anto se era decisão dele ou 2em rar'ssimas ocasi es3 da mul er em %uestão, despedia@se

sempre com elegFncia e amabilidade. 7om gratidão, talve&. Hamais com arrependimento.isse@se %ue esse dia l e tin a brindado mais do %ue tin a esperado. ?in a ido ao camarote

por assuntos familiares.?in a ido ao camarote a favor desse $ovem doente de amor %ue o tin a ol ado de forma

pat0tica com a esperança pintada no rosto.A#erá mel or %ue arrume o assunto a %ue vim arrumar, comentou. A e outro modo, todos

saberão o %ue estivemos fa&endo a%ui com a porta fec ada.

A/arece %ue Kusuf %uer casar@se com Nafisa, disse afne, %ue ficou de $oel os e voltou acolocar as saias em seu lugar.A#im, mas 0 muito $ovem. )uator&e anos, acredito.

A+ maioria dos adolescentes eg'pcios dessa idade $á t m esposa, e*plicou ela. A +credito%ue seus compatriotas se regem pelo princ'pio de %ue 0 mel or casar@se %ue arder. <s paiscostumam encontrar esposas para seus fil os durante a puberdade.

;upert fran&iu o cen o. Hamais tin a pensado no matrimCnio dessa forma. Bom, nunca tin aprecisado, não 0J <s ingleses não mantin am ocultas as suas fil as atrás de um v0u nem asencerravam em ar0ns.

AR algo bastante simples, se ela estiver de acordo, disse afne. A < matrimCnio de umavirgem 0 um assunto tão elaborado como a fam'lia possa permitir@se. /ara as vi vas e asmul eres divorciadas, a coisa 0 muito mais simples. Estive tomando notas a respeito. ?en o aintenção de escrever um artigo sobre distintos aspectos da cultura eg'pcia moderna.

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evolveu as almofadas sobre as %uais se apoiaram a seu lugar, contra a parede do camarote.Engatin ou sobre o divã e começou a procurar em um armário locali&ado em um canto docamarote. En%uanto ela procurava, ;upert contemplou seu formoso e redondo traseiro. ;eprimiuum suspiro.

afne tirou um caderno como o %ue tin a utili&ado para desen ar os rolos. /assou com rapide&as páginas.

A+%ui está. 4uito fácil. + mul er di& ao omem! "Entrego a ti(. /elo geral se fa& em presença

de testemun as, mas não são necessários. < dote 0 bastante inferior a de uma virgem. R claro, eume encarregarei de l e dar um dote generoso, assim não á problema. AMevantou a vista docaderno. A + nica coisa %ue fa& falta 0 %ue Nafisa d seu consentimento.

A6sso 0 tudoJ A/erguntou ele. A Entrego a tiJ Nada de consel osJ Nada de licençasJ Nadade párocosJ

A/oder'amos organi&ar uma festa em sua onra, disse afne. A R uma boa desculpa parauma celebração.

;upert ficou em p0.A#im, bom, nesse caso será mel or %ue descubra o %ue opina Nafisa do poss'vel noivo.AM e diga %ue ven a para ver@me, disse ela.ANão, não, utili&arei ?om como int0rprete, assegurou. A )uerem %ue eu o faça. Eu sou o pai.A< paiJ;upert assentiu com a cabeça de forma distra'da e partiu.

;etornou cinco minutos depois.afne não tin a tido tempo de pCr seus sentimentos em ordem. 4al tin a tido tempo de lavar@

se. /assou a toal a pelo rosto apressada para %ue o omem não se desse conta de %ue aumidade se devia s lágrimas.

Oa&er amor com ele outra ve& s- tin a conseguido piorar as coisas. #abia %ue teria %ue ser altima ve&, mas ainda não tin a terminado com ele. Não estava preparada para %ue tudo

acabasse.Estava se comportando como uma colegial muito sens'vel e romFntica. 7omo se os de& anos

transcorridos desde seu primeiro amor $amais tivessem passado.4as isso não era certo e tin a %ue recordar o %ue tin a ocorrido, cada miserável detal e, todasas conse%I ncias %ue suportava o fato de confiar em seus sentimentos.

6sso era o %ue se di&ia, mas %uando o sen or 7arsington estava perto resultava muito dif'cilcomportar@se de forma l-gica e sensata.

Ele estava $unto porta, com a cabeça inclinada para um lado.A/oder'amos nos casar, disse.afne afastou a toal a do rosto e a apertou contra seu ventre. Não disse nada. Era imposs'vel

%ue tivesse escutado bem.A/oder'amos nos casar, repetiu ele. A ?al e como disse. >oc 0 vi va.< coração de afne se assemel ava a um enorme martelo no interior de seu peito %ue não

dei*ava de dar golpes. +lgo se romperia, algum -rgão vital.

ANos casarJ A/erguntou. A +caso bateu a cabeça ao sairJEle sorriu.A> J Essa 0 uma das coisas %ue eu gosto voc . #eu senso de umor.ANão ten o senso de umor, afirmou.A/ode ser %ue não se d conta por%ue tem a mente ocupada com seus estudos, afirmou o

omem.ANão, o problema 0 %ue voc não con ece a verdadeira afne, disse.

A +credita %ue sou interessante e viva&, mas não 0 certo. +s circunstFncias me obrigaram ame comportar de forma diferente. 4as as coisas não demorarão para voltar para a realidade eserei uma ve& mais a pessoa aborrecida e insociável %ue realmente sou.

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A;ecorda %ue tamb0m acreditava %ue era pouco feminina, acrescentou ele.A Não pode se medir segundo a tabuada de um vel o suscet'vel.ANão entende A:ritou. A Não ten o passatempos. Não ten o outros interesses. 7omo,

bebo e respiro l'nguas antigas. 4in a id0ia sobre como passar um momento divertido consiste emcontar os s'mbolos ierogl'ficos da /edra da ;osetta. 1Y19. < te*to e%uivalente em grego temY8Z. :ostaria de saber a %ue conclusão c eguei com respeito a essas cifrasJ

AR claro, respondeu ele. A Eu adoro te escutar falar.

A4esmo %ue não entenda nada do %ue digo.AR necessárioJ A6n%uiriu o sen or 7arsington. A >oc entende de cr'%ueteJ + sutile&a dobo*eJ

AR claro %ue não, respondeu.A4in a mãe está acostumada a di&er %ue fre%Ientemente 0 mel or %ue os cCn$uges não se

entendam muito bem, e*plicou. A Lm pouco de mist0rio fa& %ue o matrimCnio siga sendointeressante.

AEntre voc e eu averia algo mais %ue um pouco de mist0rio, replicou afne. ANão temosnada em comum. AEssas escuras sobrancel as se ar%uearam. A + lu* ria não conta ,assinalouela.A Não 0 uma base ade%uada para uma união %ue deve durar toda a vida. Não somoseg'pcios. Não podemos nos divorciar pronunciando algumas palavras sem cair em desgraça. Nãoposso, não.

Ele pareceu meditar de novo e a seguir disse!AEstá@me di&endo %ue a resposta 0 não, com outras palavras.AR o mel or, assegurou afne. ?entou desesperadamente recordar o %ue se deveria di&er em

semel antes circunstFncias. #eguro %ue o tin a lido em algum lugar. A ?emo %ue nãoencai*ar'amos... a longo pra&o. 4as l e agradeço muito a oferta. Ooi... amável.

A+mável, repetiu ele. E partiu com uma breve gargal ada.+o anoitecer, afne $á se repCs. e %ual%uer modo, não ficava outro rem0dio. <s preparativos

das bodas não demoraram a manter ocupado a todo mundo.Não muito depois de %ue o sen or 7arsington partisse, Meena e Nafisa c egaram correndo

com as boas novas. Nafisa tin a aceitado Kusuf. Estava muito agradada. )ueria ter mais fil os.Kusuf era forte e $ovem e l e daria muita descend ncia. ?amb0m era c armoso e amável. Bei$ou amão de afne em repetidas ocasi es para l e agradecer.AE eu o %ue ten o %ue ver com istoJ A/erguntou afne. A Ooi voc %uem roubou seucoração.

A#e me tivesse dei*ado no povoado, disse a moça, min a #aba estaria morta e eu seria a%uarta esposa de um omem de mau caráter.

7omo >irgil, pensou afne. ?in a um aspecto piedoso e sereno, mas não era mais %ue umamáscaraG uma máscara %ue tin a conseguido enganá@la. Em seu momento acreditou %ue eraculpada sem dar@se conta de %ue estava merc de um omem capric oso e insatisfeito.7laro %ue na%uela 0poca era muito $ovemG mais vel a %ue Nafisa em idade, mas não eme*peri ncia. escon ecia o mundo real. +s moças, inclusive as muito inteligentes, não iam aescolas p blicas. ?ampouco foram universidade. Ela tin a estudado em casa, com seu pai. ?in a

levado uma e*ist ncia solitária e reclusa.+caso não poderia voltar a confiar em seus sentimentos por%ue estes a tivessem enganadotanto tempo atrásJ

?in a arruinado para sempre sua opinião sobre os omens ou simplesmente tin a cometido umengano de $uventudeJ

Não estava segura e nesse dia não tin a tempo para resolver adivin aç es. Embora as bodasfosse ser um acontecimento simples, tin a %ue ser uma ocasião festiva. 4anteve@se ocupada comos preparativos.

)uando o navio atracou para passar a noite, $á se estava preparando a comida e a noivaestava vestida com um dos con$untos ao estilo árabe de afne.

+ futura noiva estava pintando os ol os ao beb com o l %uando a mangusto entrou as145

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carreiras no aposento, movendo@se com nervosismo.A)ue está acontecendo a%...J A afne se deteve %uando escutou umas vo&es descon ecidas

no e*terior.Meena deu uma ol ada atrav0s das vene&ianas.AOuncionários, da cidade, resmungou. A Nos roubarão toda a comida e dirão %ue 0 a ta*a por

atracar.4argarida saiu tal e como tin a c egado. afne afastou um pouco Meena da $anela para poder

ol ar. + mangusto saiu correndo ao conv0s e imediatamente se elevou sobre as patas traseiras el e arrepiou o pelo como se tivesse visto uma cobra.afne se apro*imou do ba onde guardava as pistolas, tirou@as e as carregou com mãos

tr mulas.+s vo&es de fora pareciam calmas, mas ela não confiava nessa calma. #e tivesse pelagem,

tamb0m l e teria arrepiado. Não sabia o %ue estava acontecendo, mas tin a a absoluta certe&a de%ue algo andava mal.

A/rocurem facas, %ual%uer tipo de arma, sussurrou s mul eres. A #e algu0m tentar entrara%ui, ata%uem primeiro e perguntem depois.

/ela primeira ve& e sem %ue servisse de precedente, Meena reprimiu sua abitual en*urrada deprofecias calamitosas. Mimitou@se a assentir.

afne enrolou com rapide& um *ale cintura e guardou ali uma das pistolas. + outra a levavana mão. #aiu ao corredor. eteve@se para escutar $unto porta %ue dava ao conv0s.

?ratava@se de um assunto muito simples, di&ia um dos estran os. < ingl s estava convidado aacompan á@los casa do *ei%ue local.

;upert respondeu %ue se sentia adulado pelo convite, mas %ue tin a outros planos para anoite.

< omem disse %ue temia %ue o *ei%ue se sentisse terrivelmente ofendido. Em cu$o caso todosos membros da tripulação teriam %ue ser açoitados para compensar sua aflição.

A evo convidá@los a partirem, disse ;upert. A Entendam %ue vamos celebrar umas bodas.+cabamos de limpar o navio e não %uererão por tudo su$o de sangue, não 0J

< omem murmurou algo a outro %ue se ac ava perto, Este segurou um membro da tripulaçãomais pr-*imo e começou a golpeá@lo com um pau.

Nesse momento aconteceram várias coisas de uma ve&.+ mangusto saltou para o l'der e l e cravou os afiados dentes na perna. < omem gritou.isparou@se um rifle. ;upert agarrou um remo e o esgrimiu contra os dois omens %ue se

lançaram para ele. Lm omem caiu pela amurada. Lma lanterna se espatifou contra o conv0s.afne engatil ou a pistola, abriu um pouco mais a porta, apontou e disparou em um dos atacantesde ;upert. < vilão gritou e caiu ao c ão agarrando a perna.

+ partir desse instante foi dif'cil discernir o %ue ocorria. + tripulação tin a pegado os remos, asferramentas e os utens'lios de co&in a e os estava utili&ando para lutar. afne $á tin a tirado asegunda pistola e estava engatil ando@a %uando uma mão se fec ou sobre seu pulso e a obrigoua soltar a arma. < assaltante a afastou a rastros da porta. Ela fec ou a mão e depois atirou contraele. #ua bota impactou contra uma e*tremidade. < omem dei*ou escapar um $uramento, mas

não a soltou. Estava@a levando para a parte traseira do navio, longe da refrega %ue tin a lugar naproa. 7onseguiu brandir a primeira pistola em direção cabeça do rufião. < omem a separou deum golpe, su$eitou@l e ambas as mãos e as colocou s costas.

A;upert A:ritou. A ?om Kusuf )ue algu0m me a$ude

+creditou escutar %ue l e respondia. afne girou a cabeça para o som de sua vo&. /rodu&iu@seuma c ama %ue iluminou o rosto de ;upert um instante antes %ue levasse a mão ao peito,cambaleasse para trás e... ca'sse pela amurada.

A;upert A:ritou.

A#e vier comigo, sua gente viverá ,disse o omem %ue a segurava. A #e lutar, morrerão.?odos.

/artiu com ele.

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7ap'tulo 19

#ábado, 8 de abril

4onsieur uval se encontrava em +bidos, a mais de noventa %uilCmetros rio abai*o deendera. < lugar estava bastante afastado do Nilo, no deserto da M'bia, a margem de uma cadeiamontan osa. 7om ele se encontravam vários de seus compatriotas e aliados locais, %ue tin amabandonado endera com rapide& %uando se inteiraram de %ue o 4emnon se dirigia para ali./osto %ue não tin am muitos efetivos e a opinião de lorde No*leD sobre o teto astral era de sobracon ecida, decidiram ocultar@se at0 %ue pusesse rumo ao ?ebas.

)uando c egou o omem c amado Habbar, uval estava no interior de um imenso edif'cio %ueEstrab-n e /l'nio tin am c amado "4emnonium(. En%uanto seus compan eiros aproveitavam aomá*imo o tempo tratando de desenterrar o edif'cio dos s0culos de areia e sei*os acumulados,uval passava o seu contemplando a parede de um %uarto interior. :ravadas na parede avia tr slongas fileiras de cartuc os, uma lista de reis.

7ada fila teria %ue ter contado com vinte e seis oval-ides, mas o muro estava pre$udicado e seperderam alguns nomes. Nen um dos %ue ficava parecia com o %ue recordava do papiro, o maissimples dos dois cartuc os %ue contin a.

Nesse momento o papiro estava nas mãos de No*leD.6nteirou@se bem entrada a noite anterior de %ue Oaru% estava morto. No*leD tin a o papiro e a

+rc dale em seu poder, e estavam em ?ebas, fora de seu alcance graças ao reinado de terror doemCnio ourado.

4esmo assim, nem tudo estava perdido, disse@se uval.?in a enviado um grande n mero de omens rio abai*o para interceptar o 6sis e capturar a irmã

de +rc dale. /lane$ava trocá@la pelo papiro e a c ave do ingl s para decifrar os ier-glifos.Então Hean@7laude uval poderia conseguir o triunfo com o %ual tin a son ado! descobriria

uma tumba real selada, c eia de tesouros. < descobrimento o faria famoso, mais famoso %ueBel&oni. + maior parte do tesouro iria parar o Mouvre, e não ao 4useu BritFnico. ;enderiam@l eonras. =averia medal as gravadas com seu nome. E por fim a Orança seria vingada pelo rouboda /edra da ;osetta.

Esse era seu son o, seu ideal. #abia %ue talve& as coisas não sa'ssem dessa forma. < papiropoderia condu&i@lo at0 uma tumba real tão carente de tesouros como as %ue se descobriu at0 omomento. #abia %ue poderia demorar muitos anos em encontrar a tumba. #abia %ue era poss'vel%ue não a encontrasse $amais.

4esmo assim, inclusive no pior dos casos, teria o papiro, %ue iria parar no Mouvre. E ele 2e portanto a Orança3 teriam a c ave para decifrar os ier-glifos, o %ue era muito mais valioso, $á %ue se

tratava de uma c ave %ue desentran aria os segredos dos antigos.Não, nem tudo estava perdido... ou isso tin a acreditado at0 esse momento.7om o coração apertado, ol ou o gasto rosto de Habbar e perguntou!A< %ue ocorreuJALma carnificina, respondeu Habbar. A <s omens do emCnio ourado estavam nos

esperando. + maior parte de nossos omens morreram. +lguns fugiram para as colinas. : a&i tem mul er.

A< %ue J ?ornamos a perd @laJ A/erguntou /rimeiro uval e os omens de +siut dei*am%ue l es escorra de entre os dedos %uando estava desprotegida e praticamente s- e agora isto.

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arregalados e a boca totalmente aberta. Oicaram assim, como estátuas, durante o breve e letalsil ncio %ue se produ&iu a seguir.

Então : a&i pCs@se a rir.A#eu árabe 0 bastante bom, disse. A 7on ece todas as maldiç es. 4eus omens, sei muito

bem, %uereriam l e ensinar palavras de amor. ?amb0m eu gostaria muito de l e ensinar algumasmaneiras. 4as teremos %ue dei*ar as liç es para o sen or. Ele não demorará muito em domesticá@la.

A#e seu sen or uval for bastante est pido para tentar domesticar uma v'bora, %ue o tente,afirmou ela.A uvalJ A/erguntou o omem com uma gargal ada. A >á, não 0 de estran ar %ue voc se

mostre tão fera, v'bora. 7onfundiu@nos. uval não 0 nosso sen or. Não v aonde nos dirigimos,serpente furiosaJ /ara o sul, para ?ebas, onde está seu irmão e onde reina o emCnio ourado.e modo %ue, como pode ver, está a salvo e não tem nada %ue temer.

afne sabia muito bem %ue não se encontrava a salvo. 4as $á não tin a nada %ue perder e,portanto, nada %ue temer.

+ dama c egou ao Mu*or noite do domingo, depois de ter reali&ado o ltimo lance da viagemem navio. Morde No*leD se encontrava no embarcadouro para receb @la. Embora a lua não tivesseaparecido ainda e as toc as mal iluminavam os arredores, deu@se conta de %ue as coisas distavammuito de ir bem. + sen ora /embroke parecia tensa e formal. Não detectou pra&er em sua vo&,nem se%uer alivio, %uando l e devolveu a saudação. E tin a re$eitado seu braço.

A4eu irmão, disse ao mesmo tempo em %ue se separava dele. A Estes brutos %ue trabal ampara voc me disseram %ue 4iles está a%ui.

"Brutos %ue trabal am para voc .( Lm mau sinal. +lgo tin a sa'do mal. +lgu0m tin aestragado tudo.

Morde No*leD ocultou seu descontentamento. #eu rosto s- mostrou perple*idade. +pesar detudo, a%ueles %ue o con eciam bem se deram conta das nuvens de tormenta %ue estavam seformando, com tanta claridade como se ainda fosse dia e ouvesse uma verdadeira tormenta noori&onte.

A+rc dale se encontra a salvo, disse. A Lm tanto indisposto neste momento, de outra formaestaria a%ui.AEstá doenteJ A/erguntou ela.ANão, não. Eu gostaria %ue não se preocupasse. >en a, adiaremos nossa conversa at0 %ue

ten a descansado. eve estar esgotada e %uererá...A< %ue 0 o %ue l e aconteceuJ A6nterrompeu a dama.ABebeu um pouco mais da conta, e*plicou. B bado como um gambá seria uma descrição

mais acertada. A Não a esperava at0 man ã. Ele se alegra...ALm de seus omens matou ;upert 7arsington, disse ela. +s nuvens de tormenta se tornaram

mais ameaçadoras.ANão pode ser certo, disse lorde No*leD. A Não posso conceber como...

AEu vi, assegurou a sen ora /embroke. A +ssim %ue l e rogo não me diga %ue imaginei isso.Não %uero %ue me tratem fora do normal nem %ue me prote$am. Não sou uma menina.ANão, certamente %ue não.A6nsisto na necessidade de reali&ar um relat-rio completo s autoridades, disse ela. A Eu

gostaria de fa&er uma declaração. +man ã, logo %ue se$a poss'vel. En%uanto isso %uero ver meuirmão, tanto se estiver indisposto como se não. epois %uero %ue me preparem um ban o. E umacama.

A#im, sim, 0 claro. ?alve&...AE %uero %ue me dei*em so&in a. Em pa&.ANaturalmente. Lma comoção terr'vel. #into muito.E se encarregaria de %ue algu0m mais tamb0m sentisse muito, muit'ssimo.ei*ou sen ora /embroke aos cuidados de uma criada, %ue a condu&iu at0 o inconsciente

+rc dale e depois a a$udou a ban ar@se e a deitar@se.

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En%uanto sua futura noiva se rendia a um e*austo sono sobre o divã, #ua E*cel ncia escutavao relat-rio de : a&i.

+ essas alturas as nuvens $á eram negras. #upun a@se %ue a dama devia transbordar gratidãopor seu er-i e resgatador, +s eton No*leD. Em troca se mostrava fria e furiosa.

#upun a@se %ue devia amá@lo. Embora mais parecia odiá@lo. ?eria %ue passar dias 2inclusivesemanas3 tentando recuperar sua confiança.

#entia@se muito descontente, coisa %ue não pressagiava nada bom para uma pessoa, ou talve&para algumas.A isse %ue %ueria %ue 7arsington desaparecesse, esclareceu. A Não particulari&ei %ue o

m0todo mais simples era fa&er %ue o prendessem e o levassem a prisão mais pr-*ima parainterrogá@loJ

Lma ve& %ue 7arsington tivesse estado sob cust-dia teria sido muito mais fácil arrumar ascoisas para %ue desaparecesse ou morresse por "causas naturais(. Era muito normal morrer, pore*emplo, por causa de um travesseiro sobre o rosto, um veneno na comida ou uma v'bora nacama.

Em troca, um omem 2%ue a sen ora /embroke sabia %ue trabal ava para ele3 tin a matado7arsington. iante de seu nari&.

A4al posso acreditar no %ue ouço, disse en%uanto sacudia a cabeça. A #e sup e %ue sãoomens com e*peri ncia. 4as basta com %ue um mangusto te morda na perna para %ue suadisciplina se faça pedacin os. #abia %ue era necessário ter muito cuidado com ele. #abia %ue teria%ue levar este assunto com a mais absoluta discrição. +gora, graças a sua neglig ncia, ve$o@meenvolto no assassinato do fil o de um nobre ingl s.

< nobre em %uestão não era um omem com o %ue #ua E*cel ncia dese$asse [email protected] de acordo, milord, admitiu : a&i. A Ooi uma coisa da mais tola. 4as se me permite,

vou e*plicar l e um problema para o %ual não estávamos preparados.ANão esperava o ata%ue do mangusto, aventurou lorde No*leD. A evia te c egar altura

dos $oel os %uando se levantasse sobre as patas traseiras. + 4as resulta %ue seus dentes sãomuito afiados e %uando agarram algo, $á não o soltam. Lns monstros orripilantes, sem d vida.

ANão sei como ocorreu, disse : a&i, impass'vel, mas acredito %ue os eg'pcios se armaram decoragem ao ver o mangusto. Mutaram contra n-s. Eg'pcios normais e comuns... revoltaram@se elutaram contra n-s.

Morde No*leD o ol ou com o cen o fran&ido. Ningu0m poderia ter previsto algo assim. <seg'pcios 2os eg'pcios normais e comuns, claroG não os membros do e*0rcito3 acovardavam@se,escondiam@se ou fugiam. Nunca lutavam.

A#e não tivessem lutado, poder'amos ter tirado o ingl s do meio sem dificuldades, afirmou: a&i. A ?eria bastado dar uma pe%uena surra a outros e ele teria se dobrado em seguida. R umomem grande, mas tem o coração brando, como a maioria de sua gente. ;econ eço %ue não ádesculpa para o assassinato. Ooi algo desnecessário e est pido.

Morde No*leD refletiu sobre o assunto. epois de um momento, disse!A< assassino terá %ue ser levado ante a $ustiça.

: a&i assentiu sem pensar duas ve&es.A#erá mel or %ue o entregue aos soldados turcos, disse.=avia %uarenta soldados turcos destacados em Mu*or, posto %ue era uma cidade de certa

importFncia. ivertiria@l es torturar o assassino, e manter os soldados entretidos era uma forma deassegurar sua lealdade. /agar@l es, algo %ue os ra$ás es%ueciam com fre%I ncia era outra. 4asisso não supun a nen um problema.

Lma ve& %ue se casasse com a enri%uecida vi va de >irgil /embroke, lorde No*leD poderiapermitir@se ser muito generoso, sem d vida.

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#egunda@feira, VX de abril

A/or todos os diabos AE*clamou 4iles. A #e supun a %ue estava a salvo no 7airo.Não era a saudação mais afetuosa %ue podia brindar a uma irmã %ue levava um m s sem ver,

mas não se sentia muito afetuoso nesse momento. /alpitava@l e a cabeça, ardiam@l e os ol os e a

boca tin a sabor de fClego de camelo.?in a son ado com ela a noite passada, ou acreditou %ue tin a sido um son o. afne disse%ue tin a ido l e ver para assegurar@se de %ue era certo %ue estava ali.

Nesse momento era ela %ue estava ali de verdade, em seu %uarto, sentada na borda do divã, enão avia modo de imaginar %ue era um son o.

ANão sabia %ue vin aJ A/erguntou afne. A #eu amigo não disse %ue tin a enviadoomens para me buscarJ

A+credito %ue gosta das surpresas, respondeu 4iles. E cabeças metidas em cestas. #entou@se na cama e passou a mão pelo cabelo.

A/arece preocupado, assinalou afne.AE voc tamb0m, replicou ele. E não se tratava de %ue estivesse vestida como um eg'pcio,

salvo pelo turbante. ?in a o rosto pálido como a cera e umas profundas ol eiras.Ela deu uma ol ada a suas roupas.ANão tive tempo de fa&er a bagagem.ANão me refiro a suas roupas, assegurou 4iles. A < %ue aconteceuJA4ataram ;upert 7arsington, disse ela.A7omo disseJafne repetiu a frase e a seguir contou o %ue tin a estado fa&endo durante o ltimo m s.4iles voltou a recostar@se e apertou a cabeça com as mãos en%uanto tentava assimilar. #ua

estudiosa e solitária irmã tin a empreendido uma viagem 2com ;upert 7arsington < briguentofil o de lorde =argate 3 para procurá@lo. 4al foi capa& de seguir o resto de suas aventuras, $á %uesua mente ficou emperrada no fato inicial.

+ tran%Iila e estudiosa afne. Navegando pelo Nilo. 7om ;upert 7arsingtonANão deveria ter bebido tanto, estava di&endo. A Hamais tin a te visto em um estadosemel ante. Está ad%uirindo uns ábitos muito maus. Espero %ue não se trate da influ ncia de

No*leD.4iles voltou a [email protected] esse maldito papiro, disse. A Ele tira todas as noites e insiste em falar sobre ele. +c o %ue

acredita %ue sei algo %ue não sabeABom, voc não sabe nada, disse ela.A)uero di&er %ue acredito %ue ele ac a o mesmo %ue o franc s lunático.A)ue 0 capa& de l @lo, aventurou afne.AHá l e disse %ue ningu0m pode l @lo. isse@l e %ue fui a :i&a para e*aminar a entrada da

pirFmide de efr0n e tentar discernir as pistas %ue Bel&oni tin a visto, as %ue l e disseram onde

estava a entrada. Ooi um pouco relacionado com a forma em %ue estavam espal ados osescombros. /ensei %ue se pudesse ver o mesmo %ue Bel&oni, talve& pudesse aplicar essecon ecimento em ?ebas, tal e como fe& ele, e encontrar uma tumba real. isse@l e %ue o papiroconseguiu %ue ardesse em dese$os de descobrir outra. 4as No*leD segue incitando@me, como seacreditasse %ue escondo segredos.

AE assim 0. afirmou ela.A 4eu segredo.A+credita %ue 0 a c ave para decifrar os ier-glifos. Bebo por%ue seu sutil interrogat-rio está

me dei*ando louco.ABom, nesse caso teremos %ue esclarecer alguns assuntos, disse afne.A /ediu@nos %ue nos reunamos com ele no %aTa. )uer %ue eu vá primeiro ou %ue l e espereJAEspera, respondeu. A /refiro não te dei*ar so&in a com ele.afne soltou uma breve gargal ada.A< %ue 0 o %ue te resulta tão graciosoJANão seria a primeira ve& %ue ol asse uma v'bora nos ol os, respondeu ela.

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4iles não compreendeu. #ua irmã se comportava de um modo estran o. Essa não era a afne%ue ele con ecia. evia ser a comoção, pensou. ?in a visto como assassinaram um omem etin a atravessado o deserto com : a&i e sua banda de alegres assassinos. /or não mencionar atravessia pelo rio. 7om ;upert 7arsington

afne ficou em p0.AEsperarei em meu %uarto, disse. A =á uma bonita vista.

?ão s- depois de %ue partiu, 4iles distinguiu um som long'n%uo. Lma esp0cie de grito ouc iado. +lgum tipo de pássaro, possivelmente.

/arecia tão inocente..., pensou afne. 7ac os loiros e ol os claros. Estava vestido ao estiloárabe, salvo %ue não levava turbante nem barba e suas roupas eram de cor branca em lugar dascores bril antes %ue preferiam os nativos.

?odo de branco, como um an$o.#orridente, a viva imagem da alegria, como se não passasse nada no mundo.Ela tamb0m sorriu, $á %ue não tin a nen uma intenção de l e pCr as coisas fáceis. #entou@se

no divã e disse %ue sim, %ue tin a dormido bem, muito obrigado. E não, a comida nativa não l esupun a um inconvenienteG e sim, o caf0 seria perfeito... muito forte, por favor, $á %ue 4ilesnecessitava um estimulante.

4iles tomou assento a seu lado em atitude protetora, embora se encontrasse tão mal e tãofraco %ue mal podia sentar@se direito. Nunca tin a tido cabeça para a bebida.

No*leD l e pediu desculpas pela escasse& de vestuário %ue sofria.ANão entendo por %ue meus omens não recol eram seus pertences, disse.A/or%ue estavam muito ocupados matando gente, replicou ela.A af... A4urmurou 4iles en%uanto l e dava uma cotovelada. Ela fe& caso omisso de sua

advert ncia.AOalando do assunto...A af, podemos adiar os temas desagradáveis at0 %ue ten a tomado um pouco de caf0J A

perguntou 4ilesA. /or eus, o %ue 0 esse ru'do tão espantosoJ AMevou@se as mãos cabeça.6nclusive sem dor de cabeça, afne tamb0m o encontrava perturbador. ?in a@o escutado antes,mas de longe. ?in a@o tomado por algum pássaro ou animal e*-tico. /ossivelmente um pavão.A;efere@se aos c iadosJ A6n%uiriu No*leD.A#ão umanosJ A)uis saber 4iles.A#im, certamente, assegurou No*leD. A /arece %ue os soldados turcos estão interrogando o

omem %ue matou o sen or 7arsington. A/arou seu inocente ol ar de novo em afne. A R claro,logo %ue voc me informou, interroguei a meus omens e ordenei %ue entregassem o culpado

$ustiça.A/arece %ue estiveram torturando@o, disse afne.A+ id0ia turca da $ustiça dista muito da nossa, comentou #ua E*cel ncia.A #e o ru'do a perturbar, ordenarei %ue o levem onde não possamos ouvi@lo. e %ual%uer

forma, não durará muito mais. ? m %ue o levar de volta ao 7airo. 4o amed +l' %uer %ue o cCnsulgeral ingl s presencie sua e*ecução.#em d vida enviarão a cabeça do assassino a lorde =argate.A#anto eus, outra cabeça... A4urmurou 4iles. A Em uma cesta, sem d vida.Nesse momento entrou um criado sem fa&er o menor ru'do, levando uma gigantesca bande$a.

7olocou@a sobre um tamborete profusamente esculpido %ue avia $unto ao divã e voltou a partir.

A>oc dese$ava %ue o assunto se solucionasse com rapide&, disse lorde No*leD. A E eudese$ava l e economi&ar o trauma de reviver a e*peri ncia.

7omo se alguma ve& pudesse dei*ar de reviv @la.< omem ol ou as pr-prias mãos um instante e a seguir voltou a ol á@la com uma e*pressão

inocente em seus ol os claros.ANão encontro palavras %ue e*pressem %uanto o sinto, disse. A 4eus omens se viram na

necessidade de agir com rapide&, $á %ue se tin am informado de %ue os omens de uval iamatrás de voc . < problema reside em %ue o pensar não 0 seu forte. Em seu afinco por defend @la

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demonstraram impaci ncia, incompet ncia e estupide&. Não estão acostumados %ue as pessoascomuns os encarem.

+ssombrou@l es tanto %ue anularam suas, por desgraça, limitadas mentes.A7ompreendo, disse ela. A /erguntava@me por %ue me tiraram a força de meu navio. ?eria

%ue aver me ocorrido %ue uma escolta armada teria bastado como amparo. 4as seus omens

não pensavam com claridade... ou não pensavam absolutamente.< omem inclinou de novo a cabeça e beliscou a ponte do nari&.AEntendo@a. ;esulta muito dif'cil e*plicar como funcionam as coisas a%ui.A/resumo %ue não 0, replicou afne. A /resumo %ue admite abertamente %ue 0 voc o

emCnio ourado, o terror do +lto Egito, e %ue nos %uer a%ui por uma ra&ão muito concreta e nãoprecisamente altru'sta.

Escutou %ue 4iles aspirava entre dentes.No*leD deu um suspiro e fec ou os ol os.A af... A+dvertiu@l e 4iles en%uanto l e pun a uma mão no braço. Escapou dele.A o %ue se trata milordJ A6nsistiu. A o papiroJ ?em um efeito do mais estran o sobre os

omens. Envenena seu bom senso. Oa&@l es ver coisas %ue não á. ?umbas reais c eias detesouros. :ente %ue pode ler escritura ierogl'fica. 4eu papiro poderia ser o relato de uma batal aou uma proclamação... e não ter mais relação com o tesouro %ue a /edra da ;osetta. Entretanto,os omens v em esse par de cartuc os e sua imaginação se descontrola. #ão voc s umascriaturas tão romFnticas...

Morde No*leD levantou a cabeça.A#eu papiro, repetiu. A >oc disse...AR meu, interveio ela. A 4iles o comprou para mim. /or%ue 0 a mim %uem procuram. Ele 0 o

famoso erudito 4iles +rc dale, mas eu sou seu c0rebro.

+o entardecer, afne se encontrava $unto $anela de seu %uarto, contemplando o rio.7omo Mondres, ?ebas estava constru'da em ambos os lados do rio. E ali terminava a

semel ança. Nessa realidade era outro mundo. +li, sobre as f0rteis plan'cies da margem oriental,elevavam@se os imensos templos, os obeliscos e os reservat-rios de água de Mu*or e arnak.#obre a plan'cie da margem ocidental se encontravam os 7olossos do 4emnon sentados sobreseus tronos. +trás deles se avistava a vasta necr-pole, com seus templos e suas tumbas. +sltimas, escavadas nas saias das colinas l'bias, davam@l e um aspecto de favo de abel as ainclinação oriental 7ontemplou as montan as %ue encerravam o Biban al@4uluk e suas tumbasreais.

A?amb0m voc tem a mente envenenadaJ +caso perdeste o $u'&o por completoJafne se virou para a porta, onde se encontrava seu irmão.A#erá %ue o sol te co&eu o miolo, afJ A#eguiu perguntando. Entrou no %uarto e fec ou a

porta com força. A Não podemos ficar a%ui ,disse.A Esse omem está... está... AOe& um

movimento circular $unto t mpora com o dedo indicador.ANão me importa como este$a, disse afne en%uanto se virava de novo para a $anela. A Nãoá ra&ão alguma %ue apresse nossa volta ao 7airo, como bem assinalou. Está mais %ue dispostoa nos agradar. /rometeu enviar algu0m ao 7airo em busca de meus livros e min as notas.

?alve& custe um pouco substituir meus dicionários de copto 2estão a bordo do 6sis3, masprometeu %ue faria certas averiguaç es nos monast0rios coptos.

A af, a esta altura $á deve ter ouvido como seus cupinc as fa&em essas "averiguaç es(,disse 4iles. A :olpeiam as solas dos p0s com um bastão. urante oras. E esse 0 o tipo deinterrogat-rio mais suave.

A/edirei@l e %ue não maltratem os monges, disse ela. A )uer me ver contente.AR claro %ue %uer te ver contente, replicou 4iles. A R as%uerosamente rica. 7om seu

respaldo poderia escavar o vale inteiro. /oderia converter@se no rei do ?ebas. R como a galin ados ovos de ouro! uma fonte inesgotável de din eiro.

< din eiro com o %ual >irgil tin a pretendido sossegar sua consci ncia, pensou afne. /ara ele153

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tin a sido mais fácil dei*ar@l e depois de sua morte %ue tratá@la com respeito e amabilidadeen%uanto vivia.

A/oderemos e*plorar toda ?ebas sem problemas, disse ela. A ?odas as tumbas reais,inclu'da a %ue descobriu Bel&oni. ?erei centenas e centenas de amostras de escritura ierogl'fica.R uma grande oportunidade. E não terei %ue fingir ser algu0m %ue não sou.

AE ele poderá nos obrigar a fa&er o %ue l e d vontade dei*ando cair uma mera ameaça para

o outro, apontou 4iles.ANesse caso será muito mel or não fa&er nada %ue possa incitar semel antes ameaça,replicou ela.

AEstá empen ado em casar@se contigo, disse seu irmão. A Não se dá contaJ ?em %uepossuir tudo! voc e seu din eiro. E, louco ou não, emCnio ourado ou não, ol a voc da mesmaforma %ue o resto dos omens.

afne recordou a forma em %ue a ol ava ;upert, com esse bril o alegre nos ol os. ;ecordou altima tarde no 6sis.

"/oder'amos nos casar.(7omeçou@l e a formar um n- na garganta. 6nclinou a cabeça em um intento por reprimir a dor.

#e se desse por vencida, afundaria@se e $amais voltaria a sair tona. Estaria perdida. Não podiapermitir o lu*o de sentir dor. ?in a %ue ser forte e adotar uma atitude est-ica se %uisessemsobreviver a tudo a%uilo e encontrar uma forma de escapar.

ALtili&a o c0rebro, disse a 4iles com aspere&a. A #eu amigo não nos dei*ará partir. ?emos%ue tirar o maior proveito poss'vel da situação.

A a mesma forma %ue fe& com /embrokeJ A/erguntou seu irmão. A +c a %ue %uero v @lasofrer de novoJ

afne se obrigou a ol á@lo. #orriu com ironia.A#e pude sobreviver a >irgil, poderei sobreviver a %ual%uer um, assegurou.A #airemos desta de algum modo. 4as levará um pouco de tempo, refle*ão e cuidado... E tem

%ue aprender a confiar mais em mim.

Na terça@feira e na %uarta@feira percorreram Mu*or %ue, tal e como ela tin a suspeitado,resultava mais espetacular %uando se via de longe, do outro lado do rio, ou %uando a descreviamos autores da escrição de lTRgDpte. >ista de perto, a realidade a deprimiuG embora talve& sedevesse a seu estado de Fnimo.

< lugar pareceu abater@se sobre ela at0 curvá@la! os barrac es %ue se apertavam por todos oscantos e gretasG a su$eiraG as pombasG a imund'cieG os montes de areia e de escombros %ueabafavam os obeliscos, os reservat-rios de água e as colunas.

4esmo assim, obrigou@se a contemplar o lugar com os ol os de um erudito. Na %uarta@feirapediu um caderno a lorde No*leD e começou a copiar inscriç es.

Na %uinta@feira foram a arnak. Não se encontrava muito longe, a pouco mais de tr s%uilCmetros. /ercorreram em burro a avenida das esfinges, ou o pouco %ue ficava dela. + essa

altura a maioria das esfinges tin am sido destru'das e a parte meridional da avenida estavacoberta de terra e escombros,e %ual%uer forma, a destruição não conseguia empanar o encanto do lugar. + grandiosidade

dos monumentos tampouco ficava empanada pelo fato de estar meio enterrados. <s grandesreservat-rios de água, os gigantescos bos%ues de colunas, os obeliscos, os colossos, asesfinges... era tudo tal e como a escrição de MTRgDpte tin a ilustrado at0 o m'nimo detal e.

Não obstante, a realidade e*cedia de longe algo %ue tivesse podido imaginar.En%uanto avançavam ao longo da avenida principal da sala ip-stila, elevou a vista por volta

das do&e gigantescas colunas 2as maiores de %ual%uer edif'cio eg'pcio, conforme avia ditoNo*leD3 e se perguntou o %ue averia dito ;upert a respeito.

Em sua mente o viu elevar a vista por volta de um desses capit0is com forma de l-tus tal ecomo o fi&esse ao contemplar a pirFmide do efr0n! com os pun os nos %uadris e a brisaembaraçando seu cabelo negro. )uase pCde escutar sua vo& grave di&endo! grande(.

#orriu, mas l e tremeram os lábios, l e fe& um n- na garganta e as lágrimas l e turvaram avisão.

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Oec ou os ol os e se obrigou a reprimir as lágrimas. evia continuar com seu trabal o, utili&arseu intelecto em lugar de suas emoç es. < trabal o l e tin a dado forças antes e voltaria a fa& @lonesse instante. #ua mente era o nico aliado no %ual podia confiar. 7 egado o momento,

encontraria a sa'da graças a ela.

Essa noite afne son ou com a tumba de um fara-.escia de&esseis degraus at0 a entrada de um passadiço. +o final avia uma cFmara lotada de

ob$etos! cai*as, cestas, $arros e m-veis com formas de animais. #eu ol ar se desviou sem perdãopara a direita, onde duas figuras vigiavam uma porta. ei*ou atrás as duas figuras e atravessou aporta para internar@se em um aposento escuro.

Lma t nue lu& l e mostrou um par de portas. +briu@as. entro avia um imenso sarc-fagodourado. Em cada um dos cantos avia uma deusa com as asas estendidas para proteger o %ueavia em seu interior.

#ubiu um lance de escadas e ol ou o interior do sarc-fago.+li se encontrava ;upert 7arsington, %ue parecia dormindo e esboçava um misterioso e doce

sorriso, como a da estátua de ;ams0s o :rande do 4enfis.Mevava uma aba de mal a dourada e $a&ia com os braços cru&ados sobre o peito nu. #ob a

t nue lu&, os contornos de seus m sculos resplandeciam com um bril o dourado mais escuro.Estendeu uma mão para l e acariciar ao rosto.A#into sua falta, sussurrou.+s lágrimas desli&aram sobre suas faces e ca'ram sobre as dele.< omem disse!A afne, acorda.Não. Não %ueria abandonar o son o. Não voltaria a v @lo $amais, salvo nos son os.A afne, acorda.?entou di&er %ue não, mas não pCde pronunciar palavra.+briu os ol os e se encontrou imersa na escuridão. Lma mão l e cobriu a boca. Não era sua

mão. Era uma mão grande e con ecida.E tamb0m estava essa fragrFncia. Esse aroma de omem. < seu.Lma vo& grave grun iu!ANada de gritos. Nada de lágrimas. Nada de desmaios. afne pronunciou as %uatro palavras

de forma entrecortada pelos soluços ao mesmo tempo %ue $ogava os braços ao pescoço!AEu... nunca... desmaio.

7ap'tulo X

#ob a fina manta, o corpo de afne resultava muito brando e maravil osamente voluptuoso... e%uase nu. En%uanto a estreitava contra ele, ;upert descobriu %ue apenas se interpun a em seucamin o! um pedaço de leve mal a, sua camisa, %ue l e tin a subido at0 a cintura. < resto eratudo pele suave e sedosa... e estran a.

Oaltava algo.155

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A#ei, mas não se encontra em um lugar conveniente, disse ;upert. A Não posso c egar asua $anela e não posso me mover pela casa. Não pod'amos drogar todo mundo e á um monte degente por a%ui. =á uma criada dormindo do outro lado de sua porta. E outros criados por a%ui epor lá, onde menos se espera isso. E tamb0m estão os guardas %ue patrul am pelos corredores.

A7omo sabe...JAMeena esteve espiando para n-s, e*plicou.

A #e fe& amiga de uma criada muito conversadora. Não poder'amos dei*ar os detal es paradepoisJ Não podemos perder tempo.

ANão posso dei*ar 4iles, repetiu. A #e desaparecer, ele pagará as conse%I ncias.ANão. R muito valioso para %ue l e façam mal. <correrá@nos um plano ardiloso para tirá@lo.

+man ã. /rometo@l e isso. AMevantou@se do divã. A <nde está sua t nicaJafne ficou de p0 muito devagar.ANão 0 valioso, ob$etou.A>oc sabe e eu tamb0m, disse ;upert, mas...ANo*leD con ece meu segredo, declarou ela.

/rodu&iu@se uma breve e tensa pausa. epois!A#im, certamente, disse. A everia ter suposto %ue seria mais complicado.AEu o disse, seguiu ela. A ?in a %ue fa& @lo. 4iles teria sido incapa& de continuar com a farsa

muito mais tempo ao viver sob o mesmo teto todos os dias. 7omeçou a beber para evitar asperguntas dif'ceis, mas não tem cabeça para o álcool.

A7ompreendo, comentou ele. A #upon o %ue era inevitável. Encarregaremo@nos desseproblema. En%uanto isso...

A4iles acredita %ue No*leD está louco, seguiu afne. A Eu não estou tão segura. 4as simestou convencida de %ue não fará mal a meu irmão. No*leD gosta de fa&er acreditar %ue 0 nobre eamável. A<utro farsante como >irgil. A ?em outros %ue fa&em o trabal o su$o! tortura, mutilaç es,assassinatos...A afne...

A#il ncio. A7obriu@l e os lábios com os dedos. ;u'do. /assos. >o&es. +o outro lado da porta.;upert ol ou nessa direção. ?amb0m tin a ouvido. Empurrou@o para a $anela.

A>á.ANão sem voc .afne tampouco %ueria %ue fosse sem ela, mas não tin am alternativa. Nem tampouco tempo

para discutir. +pertou o pun o e l e bateu no peito.AEstá vivo, disse. A #egue assim ou nunca conseguirei tirar 4iles desta confusão. >á.<s ru'dos soavam mais perto.afne se apressou a retornar ao divã. >á, re&ou em sil ncio. /or favor, vá.

#entiu mais %ue ouviu %uando partia.+lgu0m bateu na porta com impaci ncia. + vo& de um criado perguntou em um sussurro se asen ora se encontrava bem.

afne se recostou e se cobriu com a fina manta. + porta se abriu de par em par.Ela se sentou depressa e ol ou a seu redor como o faria algu0m a %uem acabassem de

despertar de forma abrupta.Lma criada estava na porta com uma lamparina na mão. +trás dela avia uma figura alta e

fornida.A< guarda escutou algo, disse a criada en%uanto levantava a lamparina.A >o&es, di&.A#eriamenteJ A/erguntou afne. A evo ter falado em son os. ?en o son os muito

estran os.

#e*ta@feira, Y de maio

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afne retornou a arnak na se*ta@feira acompan ada de 4iles e No*leD. Era incr'vel %uãoma$estoso parecia o lugar %uando esse enorme peso $á não l e oprimia o coração. Não demorou apreenc er seu caderno e lorde No*leD enviou um criado a Mu*or por outro. /assou a ltima partedo dia em uma pe%uena estadia c amada "7Fmara ;eal(. #ob as figuras dos distintos fara-sestavam os cartuc os com seus nomes %ue procedeu a copiar.

A evo supor %ue não se aborrecerá se retornarmos aman ãJA/erguntou@l e lorde No*leD %uando iniciaram sua volta a Mu*or ao entardecer.A+credito %ue poderia passar um m s inteiro a%ui e não me aborrecer, respondeu. A 4as me

bastará com outro dia em caso de %ue ten a outros planos.A#empre podemos voltar, ofereceu No*leD. A Embora talve& se fi&er um percurso geral por

?ebas possa escol er os lugares %ue mais conven am a seus trabal os. +credito %ue talve&devamos fa&er uma e*cursão margem ocidental a semana %ue vem. #uspeito %ue encontraráessa área ainda mais fascinante, sen ora /embroke. Não s- se devem estudar os templos epalácios, mas tamb0m as pr-prias tumbas. E o %ue 0 igual de importante! as tumbas dos nobresl e proporcionarão muitos papiros.

7ontinuou l e falando a respeito dos abitantes da ?ebas ocidental, os %urnan, %ue destru'ramas tumbas, fi&eram pedaços s m mias e utili&aram os sarc-fagos artisticamente decorados comolen a.

AOoram seus ancestrais os %ue roubaram as tumbas dos reis em Biban al@4uluk, pode estarsegura, disse o visconde. A Essa avara tribo de ladr es deveriam ser e*terminada á muitotempo, mas as autoridades turcas se negam a intervir. < problema 0 %ue ningu0m considera %ueroubar tumbas se$a um delito grave. <s turcos s- são diligentes na ora de arrecadar impostos esubornos, e de aterrori&ar os camponeses. #ão bárbaros %ue nem compreendem nem sepreocupam com as civili&aç es perdidas. esmantelam antigos templos para construir fábricas.

AN-s não somos tão diferentes, declarou afne. A +s supostas naç es instru'das tamb0mdestru'mos e roubamos. Não pode estar bem violar o descanso dos mortos ou redu&ir as m miasa pedaços para procurar $-ias e papiros. 4as sem os papiros, como entender'amos os eruditos dopassadoJ Está bem dei*ar os monumentos a%ui, onde correm o perigo de ser destru'dosJ <u o%ue está bem 0 levar isso a nossos palácios, museus e mans es no estrangeiroJ Não con eço aresposta. #- sei %ue meu papiro procede de uma dessas tumbas... cortesia dos %urnan.

No*leD sacudiu a cabeça.A< seu não procede de uma tumba %ual%uer de ?ebas, replicou o omem.A /rov0m da tumba de um rei, de Biban [email protected] 0 o %ue +na& proclamava, interveio 4iles.A+gora %ue tive a oportunidade de estudá@lo com atenção e de compará@lo com outros,

inclino@me a acreditar %ue estava certo, declarou No*leD. A <s cartuc os, por e*emplo. >i muitosnas tumbas reais, nos templos e outros monumentos, mas nunca em um papiro. Embora a maioriados papiros, como muito bem sabe, estão escritos em dem-tico, não com os ier-glifos, assimpode ser %ue ten a visto os nomes dos reis sem me dar conta.

afne não tin a visto suficientes papiros para c egar semel ante generali&ação.A)uantos papiros estudouJ A/erguntou.AHamais teria a presunção de afirmar %ue os estudei, não como voc , respondeu.A #ou um

e*plorador, não um erudito. 4as vi uma grande %uantidade... e neste momento ten o ao menosuns %uarenta.

A6sso 0 um grande n mero, replicou ela. 4ais do dobro dos %ue ela possu'a.A#erá um pra&er para mim %ue os utili&e, ofereceu. A #ei %ue sua visita a ?ebas não

começou com bom p0, mas estou decidido a emendar esse engano. ei*e@me começar do &ero aofalar sem disfarces e com total sinceridade, tal e como 0 evidente %ue voc prefere. Nada meagradaria mais %ue descobrir a tumba de um fara-. E voc , sei, dese$aria desvelar os segredosdos ier-glifos. #e trabal armos $untos, como aliados 2não me atreveria a falar de algo mais nestemomento3... como aliados, repito, como uma e%uipe, 0 muito mais provável %ue alcancemosnossas metas, não l e pareceJ

AE 4ilesJ A6n%uiriu afne. A )ue papel desempen aJNo*leD sorriu com benevol ncia em direção a seu irmão.A+rc dale, enganou@me da pior maneira. Em princ'pio me enfureci ao pensar no est pido %ue

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me fe& parecer. 4as o fe& pensando no bem@estar da dama. E por isso o perdCo. Estou seguro de%ue prefere muito mais descobrir a tumba de um fara- a passar o tempo aprendendo copto eresolvendo adivin aç es de palavras.

?em alguma id0ia, ou isso acredito, a respeito de como locali&ar as entradas das tumbas.?alve& possamos unir nossas cabeças, nãoJ

A#em d vida, conveio 4iles. A R muito mais agradável a %ue me cortem isso.

Morde No*leD pCs@se a rir como se fosse uma brincadeira e continuou falando a respeito datumba de Bel&oni e da probabilidade de %ue ouvesse outras inclusive mais impressionantes.+ conversação decaiu %uando alcançaram Mu*or e se viram obrigados a passar por suas

estreitas ruelas. /ouco antes %ue c egassem a casa, uma anciã se apro*imou de afne e seofereceu para ler a sorte.

No*leD l e deu uma moeda e disse %ue em outra ocasião, %ue a dama estava cansada essedia. + vel a agarrou a moeda e se ofereceu a dar dama um amuleto para atrair a boa sorte.No*leD deu de ombros.

+ adivin a agarrou a mão de afne e murmurou muito bai*o, de modo %ue s- ela pudesseescutá@la!

A< fogo o acompan a. Este$a preparada.

Embora se tratasse de sua irmã, 4iles sempre tin a compreendido o motivo pelo %ual osomens se convertiam em est pidos babosos ao ver a figura de afne.

Era normal.< %ue não entendia era por %ue a%ueles %ue as engen avam para apro*imar@se dela estavam

mal da cabeça.< c armoso /embroke com seu alo romFntico e sua forma de ser afável e tenra, tin a

resultado ser um tirano ip-crita e religioso. Era possessivo e avia sido ciumento at0 a beira daloucura do resto dos omens, embora os ci mes %ue despertava nele o intelecto superior de afnetin am sido muito piores.

No*leD era outro com um bonito envolt-rio e maneiras encantadores e um coração negro. Em'nima falta de vergon a ao falar do modo em %ue o tin a enganado, tendo em conta como otin a tra'do.

6gual a /embroke, No*leD era possessivo ao e*tremo.epois de tudo, era um omem %ue acreditava %ue ?ebas l e pertencia. ?amb0m era um

torturador e um assassino %ue delegava a outros. E %uando algu0m l e apresentava a cabeça deoutro em uma cesta, l e acendia o rosto como se fosse um menino ao %ual tivessem presenteadoum cavalin o de madeira ou uns soldadin os de c umbo.

< mais semel ante a uma %ualidade redentora %ue possu'a era %ue não inve$ava o c0rebro deafne. 7laro %ue acreditava %ue esse c0rebro acabaria por condu&i@lo a uma grande descoberta,ou inclusive a um grande tesouro. < visconde dese$ava fama e poder, mas tampouco fa&ia ascos possibilidade de incrementar sua fortuna.

Não obstante, afne avia dito %ue tin am %ue seguir o $ogo e tin a ra&ão. Eram prisioneirosem ?ebas. + vigilFncia era constante. Não podiam escapar sem a$uda e todas as pessoas do lugarestavam muito corrompidas ou muito aterradas para arriscar@se.

Nesse momento %ual%uer um pensaria %ue No*leD era o tipo mais amável e doce do mundo.epois de $antar, tal e como estava acostumado a fa&er %uando s- estava com 4iles, o

visconde tirou o papiro. Essa noite em troca levou outros consigo e os estendeu no tapete para%ue ela desse uma ol ada.

afne se a$oel ou $unto a ele, concentrada por completo nos documentos. + atenção de No*leDrecaiu totalmente nela, sobre tudo em seu busto, %uando se lançou de cabeça a uma de suasincrivelmente aborrecidas dissertaç es sobre o trabal o do doutor Koung e dos pontos nos %uaisconcordava ou discordava de suas conclus es, assim como os motivos.

?alve& por%ue sua mente estava em outra parte, o bate@papo não deu sono a No*leD como teriasido de esperar. Embora passado o tempo sim %ue adotou a e*pressão va&ia e ofuscada a %ual4iles estava tão acostumado. +%ueles %ue conseguiam permanecer acordados sempre lu&iamessa e*pressão depois de escutar um momento a afne.

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+borrecida e estudiosa afne. #e não tin a o nari& metido em um livro, tin a@o manc ado detinta en%uanto desen ava seus pe%uenos es%uemas e suas filas e colunas de alfabetos, s'mbolose palavras. + t'mida, solitária e l-gica afne.

+ mesma mul er %ue tin a posto em marc a 2com ;upert 7arsington < briguento fil o de

=argate 3 um desen%uadrado plano para resgatar a seu irmão.Essa não era a irmã %ue 4iles acreditava con ecer. Embora essa afne estava sem lugar ad vidas tagarelando sobre copto e outros segredos imposs'veis de compreender.

A< s'mbolo do sol, por e*emplo, estava di&endo en%uanto assinalava um cartuc o. A +%uiestá so&in o e estou bastante segura de %ue 0 ra ou r0, a palavra copta para "sol(, en%uanto %ueo doutor Koung o combina com o s'mbolo de uma coluna e atribui ao deus o nome do / re...

Lm grito orripilante a interrompeu. #eguido de outro e de mais gritos.Morde No*leD ficou em p0 de um salto.< ru'do se intensificou. e não muito longe c egou o som de uns p0s descalços as carreiras.

Lm criado c iou e outros pediram a eus gritando %ue os protegesse.4iles conseguiu entender a palavra "fogo(. ?amb0m se apressou a ficar de p0. afne se

levantou mais devagar.No*leD saiu correndo da abitação. 4iles fe& gesto de segui@lo, mas afne o agarrou pelo

braço.AEspera, disse em vo& bai*a.;euniu um monte de papiros e ol ou a seu redor com impaci ncia.Lma figura encapu&ada apareceu na porta.A/roblemas fora, disse com forte acento ingl s. A /or a%ui. >amos.A)uem 0J A/erguntou 4iles. A )ue tipo de problemasJ ei*e@me ver seu rosto.afne o empurrou com força para a porta.ANão faça perguntas, disse.A4as poderia ser um dos omens do uval...ANão 0 A;esmungou. A ei*a de falar. 7omeça a correr.

+ssim %ue os tirou da estadia principal e os condu&iu a um corredor menos iluminado, ;upertteve %ue tirar o capu& para ver.

Escutou %ue +rc dale sussurrava!A)uem 0JA;upert 7arsington, respondeu ;upert.A4as está morto.

ANão mais, replicou ele. ?in am c egado escada. eteve@se, tirou duas pistolas da fai*a e

as estendeu. < irmão de afne disse!A#erá mel or %ue l e d uma faca. afne não...AEstá carregadaJ A/erguntou ela.A#im. ?ome cuidado.A4as afne não...A#im sabe, interrompeu ;upert. esatou a corda da fai*a. A #eu %uarto , disse a afne.A

?en o gente esperando sob sua $anela. AEnviou +rc dale atrás dela e depois os seguiu, atento a%ual%uer sinal de perseguição.

<s criados tin am iniciado o fogo na porta principal, lugar onde poderia causar maior caos econfusão. 4as at0 no caso de %ue no Egito tivesse abundado a len a, s- teriam podido transportaralguns troncos. + pal a e a bosta alimentavam o fogo e logo descobririam a arg cia.

;upert contava com poucos minutos.

Morde No*leD tin a agido por instinto! estavam atacando 2 uval, sem d vida3 e devia organi&arsuas forças.

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?in a pegado um rifle e estava %uase na porta dianteira, depois de ter se visto obrigado a abrirpassagem atrav0s dos criados aterrados, %uando percebeu seu engano. Lm ata%ue direto não erao estilo de uval.

Era uma distração.

< visconde se apressou a voltar para %aTa.Ooram@se, e a maioria de seus papiros com eles.#aiu como um tornado da sala, c amando : a&i aos gritos, e depois subiu a escada para o

enorme dormit-rio %ue tin a pensado transformar em su'te nupcial em pouco tempo.Ela não estava ali.4as ele sim.)uando entrou, a alta figura estava na $anela. >[email protected].< omem morto.>ivin o e abanando o rabo.Morde No*leD engatil ou o rifle, apontou e apertou o gatil o.

;upert se atirou ao c ão, rodou e agarrou No*leD pelas pernas, fa&endo@o cair. + arma sedescarregou e a bala ricoc eteou contra a parede.

;upert agarrou o pulso de No*leD e a golpeou contra o c ão de pedra. < omem soltou o rifle...antes de l e cravar o cotovelo no estCmago, liberar@se e ficar de p0. 7orreu para a $anela, mas elenão demorou a segui@lo e alcançá@lo. +garrou@o e o estampou contra a parede. No*leD ricoc eteoue se revolveu contra ele com o pun o em alto. eu@l e um golpe na mand'bula com uma forçasurpreendente.

;upert l e cravou o pun o no estCmago.Era um estCmago mais duro do %ue tin a imaginado e o omem se limitou a grun ir em lugar

de dobrar@se pela metade como estavam acostumados a fa&er os omens aos %uais golpeava.No*leD voltou a golpeá@lo com a velocidade do raio e ele correspondeu ao gesto não com muitaamabilidade.

4as o visconde continuou, devolvendo golpe por golpe preso da f ria, embora logo começassea debilitar@se.

A ei*e@o $á, ofegou ;upert. A R bom, mas eu sou mais resistente.AEla 0 min a, disse No*leD. 4oveu a mão e algo bril ou nela.;upert compreendeu %ue era uma faca um instante antes de %ue se afundasse em seu corpo.afne era consciente de %ue seu irmão estava em bai*o e a estava c amando, mas seguiu

subindo de volta ao %uarto. ?in a escutado o disparo da arma e tin a esperado, contendo arespiração, %ue ;upert sa'sse.

Não o tin a feito.

Embora a coisa não tivesse terminado, compreendeu um momento depois. Escutou golpes epancadas e o ru'do da porcelana ao romper@se. #eguiam brigando.Não avia muitos omens. ?r s no má*imo. ?alve& s- dois.?in a %ue a$udar ;upert antes %ue c egassem mais e o superassem em n mero.Encontrou um espaço onde colocar o p0 e estava procurando o seguinte para subir $anela

%uando algo passou por cima de sua cabeça. ;iscou um pe%ueno arco e depois, en%uanto elaol ava orrori&ada, caiu sobre as pedras da rua. Lm corpo. Era umano.

A;upert A:ritou.AHá vou, disse uma vo& impossivelmente grave de cima. Ela levantou a vista. ;upert estava

saindo pela $anela.ANão perca tempo, disse ele. A Não temos toda a noite.

)uase tin am c egado ao embarcadouro %uando escutaram os gritos. afne ol ou para trás.+parentemente os omens sa'am de toda parte. +lguns levavam toc as, a cu$a lu& viu as armasbril ar. >iu um par de figuras deterem@se $unto ao corpo antes %ue ;upert a agarrasse pelo braço e

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a obrigasse a [email protected] A<rdenou@l e. A +rc dale, leve@a embarcação.ANão A afne tirou sua pistola. A Não vai enfrentar eles so&in o.Escutou@se um disparo. <s omens corriam para eles. afne apontou com a arma e disparou.

epois disso c egou o caos. :ritos, o clamor das espadas e o ocasional disparo de uma arma.

<utro grupo de omens começou a correr para eles do outro lado, do rio. afne pareceurecon ecer as vo&es. + tripulação do 6sis se uniu refrega.>iu %ue dois omens se lançavam sobre 4iles e o atiravam ao c ão. 7orreu para eles e

começou a golpeá@los com a culatra da arma.Mevou@l e um tempo dar@se conta de %ue o ru'do estava remetendo.Lma vo& familiar a c amou.A ei*e@o $á, sen ora, ou o grande inglisi morre, de verdade desta ve&.>oltou@se e viu %ue todos ol avam para o mesmo lugar. ;upert apertava o flanco. Lma manc a

escura se estendia por sua roupa do lugar %ue se segurava. : a&i tin a uma pistola contra suacabeça.

+ luta se deteve por completo.A#ua E*cel ncia está morto, declarou : a&i. A +gora eu sou o c efe.afne pensou com rapide&.;ecordou o %ue No*leD l e avia dito a respeito de seus omens! pensar não era o %ue mel or

l es dava.A4uito bem, disse em árabe. A Oelicidades. )ue aproveite ser o c efe. Estou segura de %ue

será um c efe estupendo. 4as o %ue tem %ue ver conoscoJ Era o emCnio ourado %uem me%ueria... como noiva. Era o emCnio ourado %uem %ueria meu irmão... para %ue o a$udasse a lera escritura antiga, #em d vida pode encontrar suas pr-prias noivas. Não tem por %ue as roubar. AEsperava com ardor %ue No*leD não ouvesse dito a ningu0m o %ue sua futura esposa valia emlibras, *elins e p ni. A e verdade %uer dedicar toda sua vida a escavar na areia para encontrarburacos com paredes pintadasJ )uer ser o l'der de um grupo de escavadores e carniceiros ou ol'der de... mmm... dos assassinos mais temidos de todo o 6mp0rio ?urcoJ

En%uanto falava, a e*pressão do : a&i se tornou angustiada e confusa. <l ou a seu redor.#eus omens tamb0m pareciam angustiados. ;ecuperou a compostura imediatamente.AR uma conversa est pida, disse. A < grande inglisi matou o emCnio ourado. >oc

disparou em um de meus omens. E não foi a primeira ve&. Não irão sem mais.AOe& um gesto a seus omens com a mão livre. A +garrem. E tamb0m o outro omem.;upert cambaleou.A=uD AE*clamou. A #into muito.obrou@se e caiu ao c ão.ANão A:ritou afne. 7orreu para ele, afastou um surpreso : a&i e caiu de $oel os ao lado

de ;upert. A Não representa um perigo para voc , grande caipira, gritou. A Não se dá conta de%ue está feridoJ

AMivrarei@o de seu sofrimento. A: a&i apontou ;upert com a pistola. afne o cobriu com seucorpo. A 7omo goste, disse o omem.A4atarei os dois de uma ve&.

A ispara essa pistola, gritou 4iles, e o tesouro do fara- se esfumará no ar.urante essa momentFnea distração tin a arrebatado a toc a de algu0m. #ustentou um papiro

perto da c ama.A6sto 0 o %ue o emCnio ourado %ueria, prosseguiu. A 6sto 0 o %ue uval %uer. >ale o

resgate de um rei. )ue todo mundo se comporte ou o redu&irei a cin&as.+lguns dos omens murmuraram " < %ue está di&endoJ(, por%ue 4iles tin a feito a

declaração em ingl s. Entretanto : a&i não teve nen um problema para compreend @lo./ensar não era o %ue mel or l e dava. 4as isso era bastante simples para %ue o entendesse.

#abia %ue o papiro era valioso. #abia %ue uval o %ueria. E sabia %ue essas vel as e frágeisintikDana se prendiam com muita facilidade.

e todos os modos, assim %ue tivesse o papiro em seu poder, não averia ra&ão para %ue osdei*asse partir, pensou afne.

A ei*a %ue se vão, gritou algu0m de entre a multidão. A <s soldados turcos se apro*imam.162

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;ecorda o %ue fi&eram ao %ue acreditaram %ue tin a matado o grande ingl sJ: a&i bai*ou a arma e avançou por volta de 4iles. 4iles ol ou afne.A @l e, disse.

4iles deu o papiro a : a&i. Este o desenrolou um pouco, deu@l e uma ol ada e se apressou ameter@l e no cinturão. +to seguido se afastou, levantou sua pistola...

E seguiu andando, afastando@se deles.

#eus omens deram meia volta e o seguiram.?odos menos um, %ue l e tin a advertido da c egada dos soldados turcos.+pro*[email protected] dei*e a$udá@la, sen ora, disse. Em ingl s.afne avia se voltado para atender ;upert, %ue conforme parecia começava a recuperar os

sentidos. 4as as palavras em ingl s e algo na vo& do omem a fi&eram levantar a vista.7ontemplou um rosto familiar, um %ue não tin a visto em mais de um m s.A+ madJ A/erguntou.AEste omem me salvou a vida, declarou o eg'pcio. A Eu a$udarei a salvar a sua.

7ap'tulo 1

Essa noite a bordo do 6sis,+lguns %uilCmetros rio acimaafne fe& um admirável trabal o na ora de remendá@lo e l e deu uma boa reprimenda

en%uanto retirava pedaços de tecido da ferida. Estava vivo graças a todas essas capas de roupa2a fai*a de estilo árabe repleto de ob$etos letais3 %ue levava.

+ ferida era algo mais %ue um simples "arran ão(, como ele a tin a denominado, e resultoubastante mais incCmoda do %ue tin a esperado. Não obstante, afne parecia pensar %ue viveria.#eu principal temor, conforme afirmou, era a infecção. Não acreditava %ue dei*ar pedaços detecido na ferida a$udasse sua recuperação.

;upert $a&ia no divã de seu camarote e elevava a cabeça de %uando em %uando para ver o %ueela estava fa&endo, embora na realidade o %ue observava era seu rosto lu& da lanterna. Hamaisse cansaria de ol ar esse maravil oso rosto. E l e alegrava sobremaneira de estar vivo para poderfa& @lo.

Em princ'pio acreditou de verdade %ue a ferida não era mais %ue um arran ão. Não l e tin ado'do o m'nimo. Embora fosse provável %ue tivesse estado muito furioso para sentir algo.

+ luta tin a sido a murro limpo e bastante legal, contou@l e. +t0 %ue No*leD se deu conta de%ue estava perdendo e decidiu fa&er armadil as.

ANão o imagino tão aturdido para acreditar %ue No*leD $ogaria limpo, disse afne %uando ele

insistiu nesse ponto e concluiu com indignação %ue se comportou "da forma mais anti desportiva(.A4as assim não se fa&em as coisas, seguiu. A/ergunte a seu irmão. /ergunte a %ual%uerum. Eu não tirei min a pistola. Não tirei a faca. Nunca matei ningu0m e esperava %ue não fossenecessário fa& @lo.

Estava bastante mais afetado do %ue dei*ava ver. Não tin a tido a menor intenção de $ogarNo*leD pela $anela. <u ao menos isso esperava. Embora em momentos assim um omem fosseincapa& de pensar. ?udo se redu&ia a uma %uestão de instinto. No*leD o tin a apun alado. Eletin a tirado a faca e a tin a arro$ado a um lado... e o seguinte %ue recordava era %ue No*leD sa'avoando pela $anela.

epois de limpar a ferida o mel or %ue pCde, afne a costurou com rapide& e efici ncia antesde enfai*á@la.

A?ente não se angustiar pensando em No*leD , disse, como se tivesse estado l e lendo amente durante os ltimos minutos. A Ele teria te matado sem pensar duas ve&es e sem nen umtipo de reparo. 7arecia de consci ncia. ?in a um va&io moral. evia ter o %ue dese$ava e todoa%uele %ue cru&ava em seu camin o tin a %ue ser ani%uilado.

>irou@se em direção ao esto$o de primeiro socorros %ue tin a dei*ado no c ão. ;upert não via163

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o %ue estava fa&endo. )uando se virou, sustentava um vasin o na mão.ANão me tin a dado conta de %ue me dese$ava at0 %ue seus omens comentaram algo a

respeito, confessou.

AM e disse isso, replicou ele. A Era -bvio por sua forma de te ol ar. /ode ser %ue estivesseobcecado pelo poder e a fama, mas não estava cego.

A< poder e a fama podem ser muito caros, disse afne. A Não s- me dese$ava, dese$avamin a fortuna na mesma medida.;upert levou um instante a compreender o %ue estava di&endo e o esforço mental deve ter

refletido em seu rosto, por%ue l e disse com o cen o fran&ido!A#abia %ue >irgil me dei*ou montes e montes de din eiro, não 0J +creditava %ue todo mundo

sabia.A4ontes e montesJ A;epetiu. A Bom, era o m'nimo %ue podia fa&er esse porco mentiroso.

/ara falar a verdade, supun a %ue não era pobre, posto %ue não l e resultasse estran o %ue seuirmão gastasse mil ares de libras em um desses troços enrolados.

A/apiros, corrigiu ela sucintamente, de modo muito parecido como fe& a%uele primeiro dia namasmorra. 4as ;upert alcançou escutar o tom $ocoso.

A#ei, afirmou. A #abia. +%uele dia s- estava tentando te provocar. #abia %ue tin atemperamento. /ercebi@o... a cinco metros de distFncia. Era como ver apro*imar um furacão.4uito... estimulante.

A e momento $á teve suficiente estimulação, replicou ela. apro*imou@se um pouco para l eelevar a cabeça e sustentá@la contra seu delicioso busto antes de levar o copo aos lábios. A ?oma,beba isto.

?in a tido o desagradável pressentimento de %ue o copo era para ele, mas a conversa o tin adistra'do. + calide& das femininas curvas sobre as %ue se recostava o distra'a ainda mais.

A< %ue 0JALm pouco de láudano misturado com vin o.;upert virou a cabeça com precaução para se afastar do copo, mas sem fa&er perigar a

maravil osa posição da %ual desfrutava sobre esses atributos tão benditos.ANão %uero.A>ai beber isso, ordenou ou direi a + mad %ue re na os omens mais fortes da tripulação

para %ue l e segurem en%uanto o obrigo a engolir. 7ederá de boa vontade ou prefere acabar emdesgraça diante dos $ovensJ

ANão necessito láudano, murmurou, embora se apro*imasse de novo do copo e bebeu todo oconte do.

)uando acabou, afne soltou o copo e, com delicade&a, mas de modo ine*orável, afastou@l ea cabeça de seu peito para colocá@la sobre o travesseiro.

A+ ferida doerá muito mais %uando os efeitos do trauma desaparecerem, e*plicou. A este

modo conseguirá descansar um pouco.A<*alá pudesse descansar a%ui comigo, disse ele en%uanto dei*ava %ue sua mão bai*asseat0 uma co*a.

6a vestida como um árabe, mas nen um omem com ol os na cara a confundiria $amais comum membro de seu se*o.

A6sso não seria descansar, ob$etou ela. A E fa& o favor de recordar %ue meu irmão seencontra a bordo.

;upert suspirou. < irmão. #im, 0 obvio. 4as o irmão não era + mad, com %uem o tin aameaçado pouco antes. )uem era + madJ + , sim < tipo %ue tin a falado $usto %uando as coisascomeçavam a ficar verdadeiramente interessantes.

< %ue avia ditoJ /rimeiro tin a falado em ingl s, mas depois tin a mudado para árabe.A< %ue foi %ue disseJ A)uis saber. A < tal + mad, refiro@me. 7 amou@te "sen ora(.AEsse era + mad, respondeu ela sem l e dar mais informação.A+ ele %ue me refiro, insistiu ele com paci ncia. /ara falar a verdade, avia ocasi es nas

%uais se perguntava se no imenso c0rebro %ue tin a essa mul er não averia um par deabitaç es va&ias. A isse algo, $usto antes %ue... mmm... me desse um sonin o.

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A esmaiou, corrigiu. A >árias ve&es.A?in a um pouco de sono, disse ;upert. A Não tin a dormido desde %ue l e se%Iestraram.

Estava... cansado. Não desmaiei.< delicado bufo de afne dei*ou muito claro sua opinião a respeito.

A<*alá não tivesse esse empen o em trocar de assunto, disse. A )uem 0 + mad e o %ueestava di&endoJA isse %ue l e salvou a vida. ;upert o sopesou um momento.A eve me aver confundido com outra pessoa, dedu&iu ao final.ANa ponte nos sub rbios do 7airo, e*plicou. A ?in am l e dado uma surra de morte. Lm

soldado turco tentou rematar a tarefa, mas voc interveio.epois de um instante de refle*ão, %ue l e custou inclusive mais %ue de costume, ;upert

compreendeu de %uem estava falando! do esfarrapado alei$ado da ponte.A+ , a%uele tipoAEsse foi o motivo de %ue acabasse na masmorra, e*plicou afne. A +rriscou sua vida por

um nativo miserável a %uem não con ecia de nada.ANão era uma briga $usta, replicou.Ela o observou durante um bom momento. epois l e acariciou a face com muita delicade&a.ANão, não o era, murmurou. A 4as s- voc teria se importado. AE a modo de e*plicação

acrescentou! + mad 0 o criado %ue acompan ou meu irmão a :i&a. < %ue viu foi o resultado dasurra %ue l e deram os supostos policiais, os %ue se%Iestraram 4iles. + mad 0 o criado %ue fugiu%uando os omens entraram em min a casa e roubaram o papiro.

A< criado %ue não retornou, concluiu ;upert. A < tio do ?om. < tipo da ponte. + mesmapessoa. E apareceu a%uiJ E*traordinário

ANão muito, a verdade, contradisse. A + mad sabia %ue não era seguro ficar no 7airo e %uese o fa&ia, poria em perigo não s- a sua fam'lia, mas tamb0m a mim. +ssim %ue partiu a Bula%com a intenção de arrolar@se em um navio. +li escutou %ue lorde No*leD ia &arpar em busca de4iles. + mad não teve problemas para %ue o contratassem. Oala ingl s e um pouco de franc s,al0m de ser inteligente e trabal ador. +creditou %ue lorde No*leD era um bom tipo. E não l ee*puseram d vidas a respeito at0 %ue o bom omem decidiu alimentar os crocodilos com dois deseus se%ua&es... muito possivelmente os mesmos %ue vimos em ?inis.

A4as + mad não fugiu entãoJ A+ lu& da lanterna começava a apagar@se, ou eramimaginaç es deleJ ?in a a impressão de %ue o arrastava a corrente de um rio... Não, mel orainda, de %ue flutuava em uma nuvem.

AOicou por%ue estava decidido a encontrar a 4iles, e*plicou ela. A epois, %uando osomens do No*leD encontraram meu irmão, + mad ficou para cuidá@lo e proteg @lo na medida doposs'vel sem mostrar@se. ei*ou crescer a barba, por isso 4iles não o recon eceu. + mad decidiunão l e di&er %ue estava ali at0 %ue tivesse descoberto o modo de escapar. Nesse momento euapareci e tudo se complicou.

E assim seguiu, mas ;upert perdeu o fio da narração. + vo& se converteu em uma melodialong'n%ua, doce e familiar. /ouco a pouco o som tamb0m se foi apagando e adormeceu.

#ábado, [ de maio

7arsington não despertou at0 o meio da tarde. < sol entrava em torrentes pela $anela docamarote e 4iles, %ue estava sentado aos p0s do divã, tin a estado tentando matar o tempo lendoum livro.

+bandonou os intentos %uando 7arsington se levantou e se sentou.ANão estou seguro de %ue se$a permitido se sentar, disse.Lns ol os negros como o carvão o ol aram sem pestane$ar debai*o de um par de

sobrancel as ar%ueadas.4iles recordou %ue tampouco podia incomodar o paciente.

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AEmbora, acrescentou, tampouco estou seguro de poder det @lo. ?alve& afne pudesse fa& @lo, mas por fim consegui %ue descansasse um pouco. /assou toda a noite $unto a sua cama. i&ia%ue l e preocupava a possibilidade de %ue l e desse febre.

A6mposs'vel, replicou 7arsington. A /oderia@me e*plicar voc como poderia voltar a ol á@losnos ol os se me desse febre, padecesse uma infecção e todo o resto por um corte&in o de nadaJ4orreriam de risada, todos eles.

A?odos, %uemJ A)uis saber 4iles.A+ fam'lia, respondeu o omem. A 4eus irmãos. +listair esteve em Uaterloo, $á sabe.A#im, certo.?odo mundo sabia. +listair 7arsington era um famoso er-i de Uaterloo. /or %ue não podia ser

ele o 7arsington %ue estava no EgitoJ <u %ual%uer dos outros. /or %ue tin a %ue ser o %ue tin aem frenteJ

A4ontou tr s cavalos diferentes e os tr s foram mortos, feriram@no a facadas e l e cravaramvárias lanças, e*plicou 7arsington. A >ários membros da cavalaria l e passaram por cima e doissoldados morreram sobre ele. +caso sofreu de infecção e de febreJ

ANão o fe&J A/erguntou 4iles a sua ve&.ABom, não muito, respondeu. A Está vivo, não 0 certoJ E se conseguiu sobreviver a algo

assim, eu não deveria ter problemas por um arran ão na barriga.A6sso espero, replicou 4iles. A +credito %ue afne ficaria muito mal se tivesse %ue enterrá@lo.Não %ueria nem imaginar o %ue tin a padecido sua irmã %uando acreditou %ue o sen or

7arsington tin a morrido. #entia@se como um imbecil por não ter ca'do na conta de %ue tin a seenvolvido com esse omem. Embora tivesse escondido muito bem.

+l0m disso, afne nunca prestava atenção aos omensG ou se o fa&ia, era para contemplá@loscom desconfiança. /or %ue deveria ser diferente no caso do 7arsingtonJ e entre todos osomens do mundo, por %ue tin a %ue ser esse o tipo pelo %ual sua irmã tin a arriscado a vidaJ+inda l e custava acreditar %ue sua estudiosa irmã tivesse posto em perigo sua vida para salvar aele mesmo, e isso %ue era seu irmão.

;ecordou, muito tarde, as instruç es e as e*plicaç es %ue l e tin a dado antes de sair docamarote.A?en o %ue l e oferecer um copo de água, disse ao omem. A afne me disse %ue l e deuum pouco de láudano e %ue talve& estivesse sedento ao despertar.

A?en o a impressão de %ue algu0m me colocou o deserto da +rábia na boca en%uantodormia, afirmou ele. A Hunto com os camelos. /ermite@me ao menos me assear, me barbear elavar os dentesJ Na realidade dá igual o %ue ela permita ou não. Está dormindo. <l os %ue nãov em, coração %ue não sente.

A#im, mas 0 certo %ue deve mover@se o menos poss'vel, disse 4iles, para evitar %ual%uerpressão sobre a ferida. Não %uererá %ue todos os esforços de min a irmã ten am sido em vão,não 0J

7arsington ficou %uieto imediatamente.

ANão, 0 obvio %ue não. +credito recordar %ue passou oras me tirando pedaços de tecido, at0os fios mais min sculos. #eria uma besta insens'vel se $ogasse por terra todos seus esforços.4iles piscou uma ve&, duas, tr s. Não sabia muito bem o %ue tin a esperado. #abia %ue

7arsington era um omem ingovernável. ?odo mundo sabia. +t0 seu formidável progenitor pareciaav @lo dei*ado por imposs'vel.

Não era estran o %ue #ua E*cel ncia tivesse enviado seu %uarto fil o ao Egito. < %ue seperguntava era por %ue não o teria mandado a 7 ina, ?erra do Oogo ou s +nt'podas...

AOarei s ve&es de seu valete, se ofereceu. +pro*imou a bacia, o $arro e uma toal a. ;euniu aescova de dente de 7arsington e o necessário para o barbeado, e colocou tudo ao alcance damão.

En%uanto brincava de criado, a mangusto entrou correndo no camarote. Ergueu@se sobre aspatas traseiras e observou todo o procedimento. )uando 4il es retornou a seu lugar, o animalsubiu a seu regaço e se acomodou.

A<uvi %ue se c ama 4argarida, disse.AEstá apai*onada por sua camisa, informou 7arsington.4iles $á tin a ouvido a ist-ria e não demorou a ligar os pontos. En%uanto 7arsington se

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embebedado de novo sem dar@se conta, por%ue era imposs'vel %ue fosse de afne de %uem esseomem estava falando com tanto entusiasmo. E admiração. 7omo se... como se...

AEstá apai*onado por ela AE*clamou. E depois acrescentou! 4mm... A#ua intenção nãotin a sido di& @lo em vo& alta. 7ravou o ol ar na mangusto. M e lambeu a mão.

A+pai*onadoJ A;epetiu 7arsington. A +pai*onado J

A4mm... Não, sinto muito. Não sabia o %ue estava di&endo. < calor. + impressão. Não podiaacreditar %ue estivesse falando de min a irmã. >alente e arrebatadora e... e todo o resto.< semblante do omem se escureceu.ANão 0 %ue estran e %ue se$a capa& de estar altura das circunstFncias, se apressou a

acrescentar 4iles. Não era %ue 7arsington l e desse medo, embora devesse admitir %ue esseol ar furioso resultava um tanto aterrador. e %ual%uer forma não era bom para sua recuperação%ue se super e*citasse. +ssim avia dito afne. A 4in a irmã 0 uma criatura valente, 0 claroGcontinuou com seu trabal o apesar de %ue todo mundo a desanimava e demais...

AEntendeu@o tudo ao reverso, replicou o omem. A Não foi sua irmã %ue esteve altura dascircunstFncias. Ooram as circunstFncias as %ue estiveram a sua altura. Egito e este assunto comvoc e o papiro l e deram por fim a oportunidade de mostrar@se tal e como 0 na realidade.

(R... 0 uma deusa. 4as umana. Lma deusa de verdade, não fingida. R linda, valente e pronta.E fascinante. E perigosa. ?al e como são as deusas, como voc $á sabe, em todas as ist-rias. "

A)ue me crucifi%uem, disse 4iles, se voc não esta apai*onado por ela at0 o tutano.Esses ol os escuros o observaram com intensidade. Embora se separaram dele

imediatamente para ol ar o teto. E depois a $anela. E por fim o ol aram de novo.A#abe uma coisaJ A/erguntou@l e. A ?in a@me estado perguntando o %ue era o %ue sentia.

afne c egou ao anoitecer, acompan ada da Nafisa. < 6sis seguia navegando rio acima e não $ogariam a Fncora at0 %ue a escuridão fi&esse a marc a muito perigosa. < n'vel do Nilo era muitobai*o. +t0 a plena lu& do dia, a navegação re%ueria toda a atenção do timoneiro.

+rc dale estava seguro de %ue poderiam c egar a 6sna antes %ue ca'sse a noite.+ ;upert dava igual onde estivessem ou onde amarrassem. /ercebeu %ue Nafisa levava doisserviços na bande$a.afne tin a intenção de $antar com ele. + s-s./erfeito.Nafisa dei*ou a bande$a em um tamborete antes de partir. 4argarida entrou correndo, ficou em

p0 para fare$ar a bande$a e partiu tal e como tin a c egado.afne se dispCs a acomodar as almofadas em %ue estava apoiado, fa&endo caso omisso das

travessuras da mangusto e de seus pouco convincentes protestos. #- tomou assento %uando;upert esteve situado a sua inteira satisfação.

Não l e importou. 6a vestida com um con$unto de estilo árabe particularmente favorecedor %ueconsistia em umas calças largas, mas de uma maravil osa e fina mal a, uma leve camisa de

crepe, um fai*a de seda %ue levava provocativamente atada em torno dos %uadris uma esp0cie det nica muito ampla. +t0 ele flutuou um t nue aroma a incenso.?udo a%uilo resultava muito prometedor.AR uma tentação orrorosa para um omem %ue tem proibido reali&ar movimentos en0rgicos,

disse.A#0rioJ A/erguntou ela. A Não estran o %ue 4iles não o aprovasse. <l ou@me soltando

fa'scas pelos ol os.A?alve& a e*pressão l e ten a ficado congelada no rosto, sugeriu ;upert.A 4e ol ou do mesmo modo fa& umas oras. +c a %ue suspeita algoJA+credito %ue sabe, respondeu afne.A4e alegro de não ter uma irmã, afirmou. A e outro modo teria %ue superar min a aversão a

matar gente. afne desviou sua atenção para a bande$a.

A#e lembro bem min as leituras de tratados m0dicos, precisamos fortalecer seu sangue.168

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+ssim deve tomar guisado de cordeiro. >in o tinto, 0 obvio. +rro& co&ido com caldo de frango ecebola. Lm pouco de pão e %uei$o. Oruta. E um pouco de...

ANão posso comer ainda, replicou ele. A Estou muito... muito... AOran&iu o cen o. A 4uito o%ue se$a. #entimentos.

<s ol os verdes de afne se cravaram nos seus.A#entimentos, repetiu.A?in a pensado esperar, admitiu ;upert. A +t0 estar mel or. /or%ue não %uero %ue a

compai*ão a influa.A+ compai*ão...A/or min a ferida, e*plicou.ANão se$a absurdo, resmungou ela. A Não deveria me compadecer de voc por um simples

arran ão na barriga.A e %ual%uer forma, não posso esperar, afirmou. A E será mel or %ue a advirta %ue vou me

mostrar implacável. #e tiver %ue me pCr de $oel os e isso me fi&er sangrar de novo...ANão entendo por %ue teria %ue te pCr de $oel os, replicou afne com tom s0rio.A6sso 0 por%ue não está pensando com claridade, disse. A +ssim 0 como costumam fa&er@se

estas coisas.AEstas coisas, voltou a repetir, com um tom um pouco menos s0rio.A everia t @lo feito assim a primeira ve&, mas mal sabia o %ue estava fa&endo, e*plicou. A

Então me disse %ue era mel or casar@se %ue arder e aparentemente eu estava em um estado deconflagração constante... mas não se tratava disso absolutamente.

Ela se levantou at0 ficar de $oel os.A?alve& devesse beber um pouco de vin o, disse.

A?en o força suficiente para isto, assegurou. A #- espero ter tamb0m o c0rebro necessário.)uero e*plicar tudo antes. /or%ue não estou disposto a te dei*ar acreditar %ue a causa de tudo 0 alu* ria. + lu* ria 0 uma parte, sim. Lma parte muito importante.

Ela se sentou sobre os calcan ares e ol ou as mãos.A4as eu gostei de voc desde a primeira ve& %ue escutei sua vo&, seguiu ele, %uando nãotin a nem id0ia de sua apar ncia. +c ei delicioso seu modo de regatear por mim, como se fosse

um tapete vel o. E depois eu adorei seu modo de me ol ar e sua forma de me dar ordens.7ativou@me sua paci ncia e tamb0m sua impaci ncia na ora de me e*plicar as coisas. +doro osom de sua vo& e sua forma de se mover. +doro sua valentia, sua doçura, sua generosidade, suaobstinação e sua pai*ão.

AOe& uma pausa. A >oc 0 o g nio a%ui. < %ue ac a %ue significa tudo istoJafne o ol ou de soslaio.A+credito %ue está louco, respondeu. A <u %ue talve& desenvolvesse uma infecção %ue

afetou diretamente o c0rebro.ANão estou louco, ob$etou ele. A Lma mul er de seu acostumado intelecto deveria ser capa&

de perceber %ue estou apai*onado. /or voc . <*alá me ouvesse dito isso. Ooi muito umil ante%ue seu irmão tivesse %ue me di&er isso.<s ol os verdes e bril antes de afne se abriram de par em par e o ol aram sem perda de

tempo.A4ilesJ A/erguntou. A +caso foi s nuvens defendendo min a onra e insistiu...JANão se$a rid'cula, interrompeu. A #eu irmão não viveu como um monge, como 0 seu caso.

/ode estar segura de %ue sabe tudo sobre mim. Não ten o a menor d vida de %ue sou o ltimoomem sobre a face da ?erra %ue gostaria de ver perto de sua irmã. Bom, talve& o segundocontando pela fila. iante de No*leD. 4as o %ue pensam os outros não 0 importante. 6sto 0 entren-s, afne. ?e amo com todo meu coração. Oaria@me o favor de se casar comigoJ

A#im, respondeu. A #im, 0 claro %ue sim. Não deveria ter dito %ue não a primeira ve&.+rrependi@me amargamente de meu engano, me acredite. /oderia seguir adiante sem ti, mas issos- seria respirar, não viver.

;upert estendeu os braços e ela engatin ou at0 situar@se entre eles.

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A#enti saudades, confessou. A #enti muitas saudades. A+poiou a cabeça sobre seu ombro.A /odemos nos casar em seguidaJ <deio dormir em meu camarote.

A/odemos nos casar agora, respondeu ele en%uanto enterrava o nari& em seu cabelo. A Nãose lembraJ

A#im. 4as voc necessita um dote. AEstendeu o braço e desatou a fai*a de seda, isto terá%ue bastar.

;upert a agarrou. /esava bastante, at0 para ser uma peça de seda bastante grande.A< %ue colocaste a%uiJ A/erguntou. A /edrasJA7inco piastras de prata, respondeu afne. A Lmas trinta e cinco libras.A>ieste preparada.AR claro, replicou. A )uando %uero algo não me deten o diante de nada. Não viu o %ue estou

usandoJA?amb0m gosto do %ue não está usando, foi a resposta de ;upert.A#ou tão desavergon ada %ue inclusive me aproveito de voc estando d0bil e ferido.ANão estou tão fraco, assegurou. ei*ou cair a fai*a sobre o divã e empregou as mãos para

outro fim mais proveitoso... como o de percorrer esse voluptuoso corpo. A #erá mel or %ue noscasemos agora mesmo ,sugeriu.

A#im, respondeu afne, cu$as mãos tampouco estavam ociosas.Entretanto, sua boca, essa boca tão suave, pareceu a ;upert muito mais perigosa en%uanto

desli&ava sobre seu pescoço e sua clav'cula. Elevou@l e a cabeça e a apro*imou de seus lábios.

#eu sabor era fresco e doce, como o do sorvete turco. Essa mul er tin a sabor de pai*ão e apecado, como o brandD es%uentado sobre uma c ama. ?in a sabor de mist0rio, como uma deusa,e o poder %ue e*ercia sobre ele teria assustado a %ual%uer outro com menos caráter.

4as ele tin a caráter de sobra e uma mul er forte era $usto o %ue dese$ava. Lma mul er forte emaravil osamente voluptuosa %ue encai*ava a perfeição entre seus braços. Bai*ou a cabeça epercorreu com a l'ngua a abertura de sua camisa at0 o fragrante camin o %ue avia entre seusseios. afne suspirou e l e enterrou os dedos no cabelo.

/assou uma mão pela formosa curva das nádegas e ela se moveu sob suas car'cias,apro*imando@se mais. Nesse momento, aferrou esse maravil oso traseiro e pu*ou ela at0 %ue seuse*o ficou $usto sobre seu membro. E se viu obrigado a sufocar um gemido.

A>ai te fa&er mal, murmurou afne sobre seus lábios.A6sso não foi um gemido de dor, assegurou.Era muito consciente da ferida. 7ada movimento l e causava uma pontada. 4as não se

importava. ?in a uma mul er rendida entre os braços, contra os lábios, no nari&... e estava 0briode seu sabor e de seu aroma. +l0m disso, tin a@l e confessado %ue sem ele não poderia viver.=avia dito %ue sim.

ANão devemos rasgar os pontos, disse.ANesse caso, será mel or %ue não nos movamos muito.

A6sso 0 poss'velJ A)uis saber ela.A#im.;upert l e acariciou o abdCmen por cima da leve mal a. esatou o cordão %ue fec ava a

cintura das calças e os bai*ou. /assou a mão sobre esses cac os suaves e sobre sua carne,ainda mais suave, tão cálida e mida, tão preparada e ofegante. Ela suspirou e se moveu contrasua mão antes de l e elevar a camisa at0 a cintura. #eu membro apareceu de repente para l e daruma alegre boas@vinda... como de costume. 7om uma suave gargal ada, afne tomou e oacariciou de cima abai*o. +to seguido mudou de posição e l e passou uma perna por cima dasco*as antes de guiá@lo at0 seu interior. + descarga de pra&er %ue provocou a união o dei*ou semfClego.

+penas se moveram, o %ue fe& %ue a sensibilidade se intensificasse. ;upert era consciente decada um dos movimentos dos m sculos %ue o rodeavam e %ue se esticavam e rela*avam a seuredorG do impercept'vel balanço de seus %uadris, %ue o ban ava em onda de pra&erG de suasmãos, %ue desli&avam sobre ele dei*ando sobre a pele longas esteiras de fa'scas.

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+briu os ol os, ol ou@a e ambos esboçaram um sorriso malicioso %ue não necessitavapalavras, $á %ue a fantasia de diabo %ue morava nele recon ecia o %ue morava nela. E assim

$a&eram, ol ando um ao outro, fa&endo amor em segredo en%uanto do e*terior l es c egavam oscon ecidos sons das pegadas sobre o conv0s e o estrondo das vo&es %ue preparavam a c egadaao porto.

Nesse momento o percorreu uma onda de palpitante pra&er, como as ondeantes águas do Nilo%ue se agitava sob eles, e ;upert ficou preso na corrente. Ela o aferrou com força e começou a

mover@se ao mesmo tempo em %ue impedia %ue ele o fi&esse. < mundo se transformou em umlugar misterioso e selvagem, e ;upert se afundou nele, nela, at0 %ue o alagou um sentimento %uetranscendia as palavrasG a felicidade mais enorme e desatinada. Husto então escutou o %ue afnel e di&ia ao ouvido! A 4e entrego a ti. 4e entrego a ti. 4e entrego a ti. +o final, dei*ou@se cairsobre ele e ;upert a envolveu com seus braços en%uanto saboreava a maravil osa pa& %ue oembargava. +t0 %ue um errante e gracioso pensamento abriu passo em sua mente! estamoscasados. E soltou uma estrondosa gargal ada.

Ep'logo

No fim de $ul o, depois de um longa e acidentada viagem do Egito, dois representantes de4o amed +l' c egaram a =argate =ouse para levar a #ua E*cel ncia as not'cias do prematurofalecimento de seu %uarto fil o, $unto com um formoso cofre %ue contin a a cabeça de seuassassino.

/osto %ue o resto da fam'lia se encontrava, no campo nesse momento, lorde =argate se viuobrigado a suportar as not'cias com uma silenciosa e em e*trema solitária dignidade./osto %ue não dese$asse %ue todo mundo se inteirasse antes %ue sua esposa, #ua E*cel ncia

não mencionou a ningu0m. Mimitou@se a partir poucas oras depois para erbDs ire para dar asnot'cias pessoalmente.

eteve@se o $usto para permitir a mudança de cavalos. Não dormiu. Mevava o cofre com acabeça consigo. Não sabia por %ue. Era uma dessas estran as ocasi es na vida do conde nas%uais se encontrava perdido, muito perdido.

7 egou a casa no preciso instante em %ue Benedict partia. < primog nito deu uma ol ada aorosto de seu pai e deu a volta para entrar de novo na casa com ele.

Morde =argate condu&iu sua esposa at0 o $ardim e ali contou com vo& entrecortada.

Ela s- disse! "Não( e se apertou a cintura com força antes de dar a volta e cravar seus ol osna distFncia sem derramar uma lágrima.Benedict %uis ver a carta. #eu pai a estendeu antes de rodear com um braço os ombros de sua

esposa.Benedict os dei*ou so&in os e voltou para a casa para ler missiva. ?udo estava

estran amente em sil ncio, como se os criados, %ue ainda não tin am sido informados,percebessem a catástrofe.

6sso l e recordou o opressivo sil ncio de seu pr-prio lar %uando morrera sua esposa, dois anosatrás. Na%uele tempo tamb0m avia se sentido intumescido.

+o escutar uma carruagem e os cascos de uns cavalos 2%ue viam ao galope, a $ulgar peloru'do3, Benedict se apro*imou da $anela. ?ratava@se de uma bonita carruagem fec ada.

epois de despac ar os criados com um gesto da mão, saiu para interceptá@la. #eus pais nãose encontravam com Fnimo para receber visitas. 4esmo assim, talve& re%ueressem a lorde=argate para algum assunto de estado urgente... e de %ual%uer forma ele precisava fa&er algo.

7 egou entrada um momento depois %ue a carruagem se detivera.+ntes de poder apro*imar@se, a porta se abriu de repente e um omem saltou do carro... com

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um sorriso.#eu irmão.#eu irmão morto.;upert.

Benedict piscou uma ve&. :esto %ue, nele, era uma amostra de emoção entristecedora.ANão está morto, disse en%uanto seu irmão se apro*imava dele.A7ertamente %ue não, assegurou ;upert antes de l e dar um de seus entusiastas abraços

fraternais.Benedict, ainda paralisado pelo torvelin o de emoç es, deu@l e uns tapin as no ombro.A e onde tiraste a id0ia de %ue estava mortoJ A/erguntou ;upert assim %ue conclu'ram as

saudaç es iniciais.Benedict l e falou sobre os dois emissários de 4o amed +l' e sobre a carta de condol ncias

%ue tin a enviado o cCnsul geral $unto com o cofre %ue contin a a cabeça.;upert l e subtraiu importFncia.

A?omam tudo com uma calma incr'vel. +treveria@me a di&er %ue os emissários c egaram aMondres depois de visitar todos os bord0is entre a +le*andria e /ortsmout . Enviei uma carta apapai %ue certamente c egará via /atagCnia. 4as não importa. #ua E*cel ncia se alegrará muito%uando vir o %ue l e trou*e.

AEspero %ue não se$a um animal e*-tico, disse Benedict. A irá %ue sua fam'lia $á se parecebastante a um &ool-gico.

ANão 0 um animal e*-tico.ANen uma m mia, disse Benedict. A + mãe desagrada o aroma.AE a mim tamb0m, assegurou ;upert. A Não 0 uma m mia.ANego@me a brincar de adivin aç es, disse Benedict. A/ode me di&er ou não, o %ue prefira.En%uanto isso será mel or %ue me adiante e prepare nossos pais para sua ressurreição. A eu@se

a volta.AR uma esposa, disse seu irmão. Benedict se virou para ol á@lo.A+ esposa de %uemJ A /erguntou@l e.+t0 onde podia recordar, ;upert $amais tin a roubado a esposa de ningu0m, mas não avia

forma de saber o %ue seu irmão era capa&, sobre tudo em um pa's estrangeiro onde "esposa( seutili&ava em plural mais %ue singular. /ossivelmente ;upert acreditasse %ue tal *ei%ue ou %ual beDY

poderia prescindir de alguma delas.A4in a, esclareceu. E em vo& mais bai*a acrescentou! + ten o na carruagem.

Benedict tin a es%uecido todo o resto depois do estupor %ue l e tin a provocado ver seusupostamente defunto irmão. Nesse momento voltou a ol ar a carruagem e descobriu %ue tin aoutro ocupante. Lma mul er inclinada sobre um livro.

>irou@se de novo para seu irmão.AEstá lendo, disse Benedict. A Lm livro.A#im, l montes deles, assegurou ;upert. A E a maior parte nem se%uer está em ingl s. R

uma bril ante erudita.ALma... o %u JA?em um c0rebro descomunal, e*plicou ;upert. A Embora a papai não interessará sua

intelig ncia.A#alvo pelo assombro %ue l e provocará saber %ue %ual%uer mul er com um m'nimo de miolo

se casou contigo, particulari&ou Benedict.A#im, resulta surpreendente, conveio seu irmão. A 4as isso não 0 o mais gracioso. A

7onverteu sua vo& em um sussurro. A R uma erdeira.Lma ve& mais, Benedict piscou. #abia muito bem %ue seu pai avia dito a +listair, o terceiro de

Y BeD! governador do imp0rio ?urco.172

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8/13/2019 Loretta Chase _ Irmãos Carsington 02 - Impossivel

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seus fil os, e a arius, o %uinto, %ue buscassem erdeiras por%ue se negava a mant @los parasempre. 4as ;upert, %ue era o %uarto, estava desculpado, $á %ue nen uma pessoa em seu bomsenso dei*aria uma fortuna em suas mãos.

ALma erdeira... A;epetiu Benedict. A Bom, me alegro muito por voc .A+ verdade 0 %ue não me importa o m'nimo, disse ;upert. A #abe %ue não me interessa o

din eiro. 4as não posso esperar para ver a cara de papai %uando disser.

+lgumas oras mais tarde, depois de %ue os noivos se retiraram aos aposentos %ue l estin am atribu'do, o primog nito se reuniu uma ve& mais com lorde e ladD =argate no $ardim.

A>á, vá... A isse o conde. A 7onforme parece cortaram em vão a cabeça de algumdesafortunado assassino.

AE o fil o pr-digo retornou vitorioso, acrescentou Benedict. A 7asado. 7om a bril ante,bonita e $ovem vi va amiga da prima ?rifena. AEsboçou um leve sorriso. Nunca l e tin a dado tãobem sorrir como a ;upert e muito menos durante os ltimos dois anos.

A?rifena estará encantada, afirmou sua mãe.

AEstive me perguntando por %ue, de entre todos os lugares poss'veis, enviou@o ao Egito, disseBenedict. #eu pai se limitou a ar%uear uma sobrancel a.

ABom, me alegro muito por ele, assegurou Benedict. A Oa&em um bonito casal e certamenteo fim $ustifica os meios. + %uestão 0 %ue por fim sentou a cabeça. +gora poderá se concentrar emarius.

E dito isto partiu com sua abitual frie&a.#eus pais o seguiram com o ol ar.ANão acredito %ue se$a em arius, disse ladD =argate.ANão, concordou seu marido. A Eu tampouco...

+p ndice

Em agosto, Hean@7laude uval embarcou rumo Orança. Mevou consigo setenta e cinco ba srepletos de antiguidades %ue tin a ido recol endo ao longo de %uin&e anos. /osto %ue omitisse oproblemático papiro 2e outros ob$etos, 0 claro3 na lista %ue entregou aos funcionários de alfFndega

da +le*andria, ningu0m pCde assegurar se na realidade c egou a fa&er@se com ele. < nico %uese soube foi %ue o papiro não acabou no Mouvre e %ue o navio %ue levava ele e a sua coleção seperdeu em uma tormenta perto da costa de 4alta...

;E#EN=+ B6BM6<:;`O67+

Moretta 7 ase.

R um dos nomes de refer ncia do g nero romFntico ist-rico e, em concreto da 0poca da;eg ncia. R elogiada por escritoras da tal a da 4arD Ho /utneD e #tep anie Maurens, foi premiadapela +ssociação de +utores de Novela ;omFntica e, sobre tudo, go&a do favor das leitoras. Lm deseus livros, +bandonada a suas car'cias, 0 um clássico do g nero e segue reeditando@se mais deuma d0cada depois de sua publicação nos Estados Lnidos.

epois de um iato de cinco anos sem escrever, Moretta 7 ase voltou a surpreender eentusiasmar as suas numerosas seguidoras com sua saga dos 7arsington, %ue se iniciou com6rresist'vel e continua agora com 6mposs'vel, uma deliciosa ist-ria de amor ambientada no Egito a

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princ'pios do s0culo 565.6mposs'vel.;upert 7arsington sempre saiu dos piores atoleiros graças a sua irresist'vel atração e encanto

pessoal... at0 agora. +cabou no pior cárcere do 7airo e sua nica possibilidade de libertação estánas mãos de uma inteligente, bela e s0ria vi va, a sen ora /embroke, se conseguir convenc @lade %ue 0 o omem %ue se adv0m a seus dese$os. 7laro %ue tudo depende de %ue o dese$e...

afne /embroke s- necessita a algu0m %ue a prote$a en%uanto tenta descobrir o paradeiro de

seu irmão, %ue foi se%Iestrado. E embora albergue s0rias d vidas a respeito deste $ovial eindisciplinado aristocrata %ue l e recomendaram no consulado britFnico, o sen or 7arsingtonaceitou imediatamente suas condiç es! nesta arriscada missão de resgate, %ue l es levará portodo o Egito, ela será o c0rebro e ele unicamente porá os m sculos.

Entretanto o maior perigo ao %ue ambos deverão enfrentar@se será a incombust'vel atração %uesurge entre dois dos seres mais d'spares %ue ten am podido encontrar@se.

+mbientada no Egito a princ'pios do s0culo 565, esta deliciosa e elogiada ist-ria de amor foifinalista ao pr mio a "mel or novela romFntica ist-rica de XXZ( %ue concede a +ssociação de+utores de Novela ;omFntica dos Estados Lnidos. Lm t'tulo indispensável de uma das mel oresescritoras do g nero da ;eg ncia.

* * *

?'tulo original! 4r. 6mpossibleEditor original! /la&a Hanes.+n 6mprint of =arper 7ollins /ublis ers, Nova 6or%ue