lopes paulo savio. teoria do melhoramento animal. editora fepmvz 2000

107
Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Agrárias Departamento de Zootecnia TEORIA DO MELHORAMENTO ANIMAL Paulo Sávio Lopes Professor Adjunto da UFV Robledo de Almeida Torres Professo Adjunto da UFV Aldrin Vieira Pires Estudante de Doutorado da UFV Viçosa - MG 2000 SUMÁRIO

Upload: jussara-leal-palma

Post on 25-Nov-2015

521 views

Category:

Documents


46 download

TRANSCRIPT

  • Universidade Federal de Viosa Centro de Cincias Agrrias Departamento de Zootecnia

    TEORIA DO MELHORAMENTO ANIMAL

    Paulo Svio Lopes

    Professor Adjunto da UFV

    Robledo de Almeida Torres Professo Adjunto da UFV

    Aldrin Vieira Pires Estudante de Doutorado da UFV

    Viosa - MG

    2000

    SUMRIO

  • Pag.

    I - GENTICA DE POPULAES

    1. Introduo ..

    2. Constituio gentica da populao .

    2.1. Freqncias genticas e genotpicas ...

    2.2. Equilbrio de Hardy-Weinberg

    2.2.1. Constncia da freqncia gnica ..

    2.2.2. Constncia da freqncia gonotpica ...

    2.2.3. Aleleos mtiplos e o equilbrio de Hardy-Weinberg ..

    2.2.4. Genes ligados ao sexo e o equilbrio de Hardy-Weinberg ...

    2.2.5. Mais de um loco e o equilbrio de Hardy-Weinberg ...

    3. Mudanas nas freqncias genotpicas ...

    3.1. Migrao

    3.2. Mutao .

    3.2.1. Mutao no-recorrente ..

    3.2.2. Mutao recorrente ..

    3.3. Seleo ..

    3.4. Balano entre seleo e mutao .

    II - GENTICA QUANTITATIVA

    1. Introduo ..

    2. Valor fenotpico, genotpico e gentico

    3. Variao gentica para um par de locos ..

    3.1. Mdia genotpica da populao .

    3.2. Efeito mdio de um gene

    3.3. Valor gentico de um indivduo .

  • 4. Herdabilidade ou Heritabilidade

    4.1. Herdabilidade efetiva ou real .

    4.2. Herdabilidade baseada na semelhana entre parentes

    5. Correlao gentica, fenotpica e ambiental ...

    5.1. Anlise de covarincia de observaes de meio-irmos ..

    6. Repetibilidade ...

    III - SELEO

    1. Introduo ..

    2. Diferencial de seleo .

    3. Ganho gentico esperado ( G ) 4. Intervalo de gerao

    5. Resposta correlacionada seleo ..

    5.1. Resposta direta .

    5.2. Resposta correlacionada

    5.3. Comparao entre resposta correlacionada e resposta direta

    6. Seleo pela produo parcial ..

    6.1. Efecincia da seleo com base na produo parcial comparada total ..

    7. Tipos de seleo ..

    7.1. Seleo individual ou massal .

    7.1.1. Diferencial de seleo .

    7.1.2. Ganho gentico esperado ( G ) 7.1.3. Intervalo de gerao

    7.1.4. Valor gentico de um animal ..

    7.2. Seleo entre famlias .

    7.3. Seleo dentro de famlias .

  • 7.4. Seleo combinada .

    7.5. Seleo pelo pedigree .

    7.5.1. Ganho gentico esperado ( G ) 7.5.2. Eficincia da seleo pelo pedigree em relao seleo

    individual ...

    7.5.3. Valor gentico estimado (VG)

    7.6. Seleo pela prognie .

    7.6.1. Ganho gentico esperado ( G ) 7.6.2. Eficincia da seleo pela prognie em relao seleo

    individual ...

    7.6.2.1. Eficincia da seleo pela prognie em relao seleo individual por unidade de tempo ..

    7.6.3. Valor gentico estimado .

    7.7. Seleo pela informao de irmos ..

    7.7.1. Ganho gentico esperado ( G ) .... 7.7.2. Eficincia da seleo pela informao de irmos em relao

    seleo individual .

    7.7.3. Valor gentico esperado (VG)

    IV - CONSANGINIDADE E CRUZAMENTO

    1. Introduo ..

    1.1. Coeficiente de cansanginidade ...

    1.2. Nmero efetivo ou tamanho efetivo e taxa de consanginidade .

    2. Cruzamento ...

    2.1. Tipos de heterose .

    2.2. Causas do vigor hbrido ou heterose

    2.3. Clculo da heterose .

    2.4. Efeito materno ...

  • 2.5. Tipos de cruzamentos .

    2.5.1. Cruzamento simples ou industrial .

    2.5.2. Cruzamento contnuo ou absorvente

    2.5.3. Cruzamento rotativo ou alternado .

    2.5.4. Cruzamento triplo ou "tricross" ..

    2.5.5. Cruzamento duplo entre quatro raas ..

    V - MTODOS DE SELEO

    1. Introduo ..

    2. Mtodo de Tandem ..

    2.1. Ganho gentico esperado ( G ) . 3. Mtodo dos Nveis Independentes de Eliminao .

    3.1. Ganho gentico esperado ( G ) . 4. Mtodo do ndice de Seleo .

    4.1. ndice de seleo usando ganhos genticos desejados

    5. Mtodo BLUP - Melhor Predio Linear No-viesada ...

    5.1. BLUP usando o modelo animal (AM) .

  • 1

    I - GENTICA DE POPULAES

    1. INTRODUO

    Entende-se por populao um conjunto de indivduos que se acasalam

    e apresentam determinadas caractersticas em comum. A estrutura da

    populao determinada pela soma dos fatores que afetam os gametas, que

    se unem para formar a prxima gerao.

    O estudo das propriedades genticas das populaes designado por

    Gentica de Populaes.

    As propriedades genticas das populaes so descritas, referindo-se

    a genes que causam diferenas facilmente identificveis, ou seja, diferenas

    qualitativas, que so diferenas causadas por um ou por poucos pares de

    genes. Exemplos de caractersticas qualitativas so: colorao de penas em

    aves (branca ou colorida), chifres em bovinos (mocho ou chifrudo), cor de plos

    em bovinos (vermelho, rosilho e branco) e nanismo (ano ou normal).

    2. CONSTITUIO GENTICA DA POPULAO

    2.1. Freqncias genticas e genotpicas

    Para descrever a constituio gentica de um grupo de indivduos,

    seria necessrio especificar seus gentipos e saber em que freqncia

    estariam representados. A constituio gentica de um grupo de indivduos

    seria descrita pela proporo ou pela percentagem de indivduos que

    pertencem a cada gentipo.

    Essas propores ou freqncias so chamadas freqncias

    genotpicas. A proporo de um gentipo particular a proporo ou

    percentagem desse gentipo entre os indivduos.

    EXEMPLO: Considerando uma populao de 1000 indivduos diplides, sendo 300 homozigotos dominantes AA, 500 heterozigotos Aa e 200 homozigotos

  • 2

    recessivos aa, as freqncias genotpicas seriam dadas de acordo com a

    Tabela 1.1.

    Tabela 1.1 - Freqncias genotpicas considerando uma populao de 1000 indivduos diplides, sendo 300 homozigotos dominantes AA, 500 heterozigotos Aa e 200 homozigotos recessivos aa

    Gentipo Nmero de

    Gentipos Freqncia Genotpica

    AA n1 = 300 nN

    1300

    10000 30 30% ,

    Aa n2 = 500 nN

    2500

    10000 50 50% ,

    aa n3 = 200 nN

    3200

    10000 20 20% ,

    Total N = 1000 NN

    10001000

    1 00 100%,

    As freqncias gnicas so obtidas pelo nmero ou pela proporo de

    diferentes alelos que ocorrem em cada loco.

    A freqncia gnica pode ser obtida pelo conhecimento das

    freqncias genotpicas, como dado na Tabela 1.2.

    Tabela 1.2 - Freqncias gnicas obtidas a partir das freqncias genotpicas

    Gentipo Nmero

    de Gentipos

    Freqncia Genotpica

    Nmero de Genes

    A

    Nmero de Genes

    a

    Total

    AA n1 = 300 nN

    1300

    1000 600 0 600

    Aa n2 = 500 nN

    2500

    1000 500 500 1000

    aa n3 = 200 nN

    3200

    1000 0 400 400

    Total N = 1000 NN

    10001000

    1100 900 2000

  • 3

    Freqncia de A (p) = 600 500

    200011002000

    0 55 55% ,

    Freqncia de a (q) = 500 400

    2000900

    20000 45 45% , .

    Uma forma mais geral de representar as freqncias gnicas e

    genotpicas de uma populao pode ser encontrada na Tabela 1.3.

    Tabela 1.3 - Represento das freqncias gnicas e genotpicas

    Gentipo Nmero de

    Indivduos Proporo de Indivduos (Freqncia Genotpica)

    AA n1 nN D

    1 Aa n2 n

    N H2

    aa n3 nN R

    3 Total N(n1+n2+n3) 1,0 (D+H+R)

    Freqncia de A (p) =2

    222 2

    1 2 1 2 12

    n nN

    nN

    nN

    D H ;

    Freqncia de a (q) =2

    222 2

    3 2 3 2 12

    n nN

    nN

    nN

    R H

    Sendo p+q = 1,0 e D+H+R = 1,0 .

    2.2. Equilbrio de Hardy-Weinberg

  • 4

    Numa populao grande, sob acasalamento ao acaso, na ausncia de

    mutao, migrao e seleo, tanto as freqncias gnicas quanto as

    genotpicas permanecem constantes, de gerao em gerao.

    2.2.1. Constncia da freqncia gnica Na derivao da Lei de Hardy-Weinberg, trs etapas so consideradas:

    1a Etapa: A gerao paterna e a formao dos gametas.

    Considerando dois alelos A e a, com freqncias p e q, os gentipos da

    gerao paterna e suas respectivas freqncias so: AA = D, Aa = H e aa = R.

    Esses gentipos produzem dois tipos de gametas, A e a, com as seguintes

    freqncias: A = p = D+ 12 H; e

    a = q = R+ 12 H.

    2a Etapa: A unio dos gametas e as freqncias dos gentipos nos zigotos produzidos.

    O acasalamento ao acaso dos indivduos equivalente unio ao acaso

    dos gametas que eles produzem. Portanto, as freqncias genotpicas nos

    zigotos formados so obtidas pelo produto das freqncias dos gametas que

    se unem para formar os zigotos, ou seja,

    vulos e suas freqncias

    A a

    p q

    Espermtozides e suas

    A p p2 AA pq Aa

    freqncias a q pq Aa q2 aa

    As freqncias genotpicas nos zigotos so:

    Gentipos AA Aa aa

    Freqncias p2 2pq q2

    3a Etapa: Os gentipos dos zigotos e a freqncia gnica na prognie.

    Pelas freqncias genotpicas dos zigotos, as freqncias gnicas nos

    descendentes podem ser obtidas por:

  • 5

    Freqncia de A = p2 + 2pq = p2 + pq = p(p + q) = p

    Freqncia de a = q2 + 2pq = q2 + pq = q(p + q) = q

    2.2.2. Constncia da freqncia genotpica

    Considerando um loco com dois alelos, com as freqncias:

    Genes Gentipos

    A a AA Aa aa

    Freqncias p q D H R

    os acasalamentos possveis entre os gentipos da gerao paterna e suas

    freqncias so:

    Gentipos e freqncias dos machos

    Gentipos e freqncias das fmeas AA Aa aa

    D H R

    AA D D2 DH DR Aa H DH H2 HR aa R DR HR R2

    que podem ser representados da seguinte forma:

    Tipo de Acasalamento

    Freqncias Gentipos dos descendentes e suas freqncias

    AA Aa aa

    AA x AA D2 D2 --

    AA x Aa 2DH DH DH

    AA x aa 2DR -- 2DR

    Aa x Aa H2 H2 H2 H2

    Aa x aa 2HR -- HR HR

    aa x aa R2 -- -- R2

    Total (D2+DH+H2) (DH + 2DR + + H2+HR)

    (H2+HR+R2)

    (D + H)2 2(D + H) (R + H)2

  • 6

    (R + H)

    p2 2pq q2

    Portanto, as propriedades de uma populao, com respeito a um loco

    apenas, expressas na Lei de Hardy-Weinberg, so:

    1) as freqncias genotpicas nos descendentes, sob acasalamento ao acaso, dependem somente das freqncias gnicas na gerao dos

    pais e no da freqncia genotpica;

    2) independente das freqncias genotpicas da gerao paterna, o equilbrio atingido em uma gerao; e

    3) mantidas as condies especificadas para o equilbrio, as freqncias gnicas e genotpicas permanecem constantes, gerao aps

    gerao.

    EXEMPLO: Se a freqncia de albinismo for 1 para 10.000, numa populao humana, qual dever ser a freqncia genotpica para o gene em questo,

    sendo o albinismo recessivo?

    Soluo :

    q2 110000

    0 0001 ,

    q q 2 0 0001 0 01, , p q 1 0 99,

    Freqncia gnica:

    p = 0,99 e q = 0,01

    Freqncia genotpica:

    AA = p2 = 0,992 = 0,9801 = 98,01%

    Aa = 2pq = 2x0,99x0,01 = 0,0198 = 1,98%

    aa = q2 = 0,012 = 0,0001 = 0,01% .

    2.2.3. Alelos mltiplos e o equilbrio Hardy-Weinberg

  • 7

    Quando mais de dois alelos so considerados em um loco, o equilbrio

    tambm estabelecido depois de uma gerao de acasalamento ao acaso.

    Considerando trs alelos com as seguintes freqncias A1 = p, A2 = q e

    A3 = r; as freqncias dos gentipos so obtidas pela expanso do seguinte

    trinmio:

    (p + q +r)2 = p2A1A1 + 2pq A1A2 + 2pr A1A3 + 2qr A2A3 + q2 A2A2 + r2 A3A3

    As freqncias gnicas so obtidas por:

    Freqncia de A1 = p2 + pq +pr

    = p(p + q + r)

    = p;

    Freqncia de A2 = q2 + pq +qr

    = q(p + q + r)

    = q;

    Freqncia de A3 = r2 + pr +qr

    = r(p + q + r)

    = r.

    2.2.4. Genes ligados ao sexo e o equilbrio Hardy-Weinberg

    Os mamiferos tm um sistema de determinao de sexo tal que as

    fmeas possuem dois cromossomos X (homogamtico = XX) e os machos, um

    cromossomo X e outro Y (heterogamtico = XY). Assim, a relao entre a

    freqncia gnica e a genotpica, no sexo homogamtico, igual quela

    encontrada para genes autossmicos; mas, no sexo heterogamtico, existem

    apenas dois gentipos (A ou a), e cada indivduo carrega um s gene (A ou a),

    em vez de dois. Por essa razo 2 3 dos genes ligados ao sexo so

    transportados pelo sexo homogamtco, e 13 pelo heterogamtico.

  • 8

    Considerando-se uma populao com os seguintes gentipos e suas

    freqncias como dados na Tabela 1.4, as freqncias dos genes A e a, nos

    machos e nas fmeas so dadas por:

    Machos Freqncia de A = pm = P

    Freqncia de a = qm = 1-pm = S

    Fmeas Freqncia de A = pf = D + H

    Freqncia de a = qf = 1-pf = R + H .

    A freqncia de A na populao total :

    p= 2/3 pf + 1/3 pm

    Tabela 1.4 - Gentipos e suas respectivas freqncias em uma populao

    Fmeas Machos

    Gentipos AA Aa Aa A a

    Freqncias D H R P S

    Se as freqncias entre machos e fmeas forem diferentes, a

    populao no est em equilbrio. A freqncia gnica, na populao como um

    todo, no muda, mas sua distribuio entre os dois sexos oscila, medida que

    se aproxima do equilbrio.

    Os filhos machos recebem todos os seus genes ligados ao sexo

    somente de suas mes, portanto, pm igual a pf da gerao anterior; as

    fmeas, por sua vez, recebem seus genes ligados ao sexo igualmente de

    ambos os pais, portanto pf igual metade da soma entre pm e pf da gerao

    anterior.

    Usando-se um apstrofo para identificar a gerao anterior, tm-se:

    pm = pf

  • 9

    pf = (pm + pf)

    A diferena entre as freqncias nos dois sexos :

    = pf - pm = - (pf - pm).

    isto , a metade da diferena na gerao anterior, mas em sentido contrrio.

    Portanto, a distribuio de genes entre os dois sexos oscila, mas a diferena

    reduzida metade, em geraes sucessivas, e a populao aproxima-se,

    rapidamente, de um equilbrio no qual as freqncias, nos dois sexos, so

    iguais (ver FALCONER, 1981, pg. 16).

    EXEMPLO: Seja uma populao inicial composta de Fmeas: 0,5 AA; 0,4 Aa e 0,1 aa

    Machos: 0,4 A e 0,6 a.

    As freqncias gnicas e genotpicas nos machos e nas fmeas, aps uma

    gerao de acasalamento ao acaso, sero:

    Gerao 0 (G0)

    Fmeas Machos

    Gentipos AA Aa aa A a

    Freqncias D H R P S

    0,5 0,4 0,1 0,4 0,6

    Machos Freqncia de A = pm = P = 0,40

    Freqncia de a = qm = 1-pm = 0,60

    Fmeas Freqncia de A = pf = D + H = 0,50 + (0,4) = 0,7

    Freqncia de a = qf = 1- pf = 0,30.

    Prxima Gerao (G1)

  • 10

    Freqncia Gnica :

    Machos Freqncia de A = pm = pf = 0,70

    Freqncia de a = qm = 1-pm = 0,30

    Fmeas Freqncia de A = pf = (pm + pf) = (0,40 + 0,70) = 0,55

    Freqncia de a = qf = 1-pf = 0,45 .

    Freqncia Genotpica: Machos: 0,70 A e 0,30 a

    Fmeas: aa60,030,0 ;Aa40,030,060,070,0 ;AA40,070,0 0 280, ;AA 0 540, Aa e 0 180, aa .

    2.2.5. Mais um loco e o equilbrio Hardy-Weinberg:

    Considerando dois locos, cada um com dois alelos (A e a) e (B e b),

    respectivamente no primeiro e no segundo loco, sendo p e q as freqncias de

    A e a, e r e s as freqncias de B e b, as freqncias para os quatro tipos de

    gametas formados na populao inicial sero iguais a:

    Tipos de Gametas AB Ab aB ab

    Freqncia dos Gametas pr ps qr qs

    A freqncia genotpica dada por:

    pr AB ps Ab qr aB qs ab

    pr AB p2r2 AABB p2rs AABb pqr2 AaBB pqrs AaBb

    ps Ab p2rs AABb p 2s2 AAbb pqrs AaBb pqs2 Aabb

    qr aB pqr2 AaBB p qrs AaBb q2r2 aaBB q2rs aaBb

  • 11

    qs ab pqrs AaBb p qs2 Aabb q2rs aaBb q2s2 aabb

    No presente caso, as freqncias dos gentipos, no equilbrio,

    dependem das freqncias dos gametas: AB = pr, Ab = ps, aB = qr, ab = qs.

    Quando a populao inicial constituda somente de indivduos

    heterozigotos AaBb (p = q = r = s = 0,50), os gametas so produzidos na

    proporo equilibrada de 0,25:0,25:0,25:0,25 (ou 1:1:1:1). Nesse caso

    especfico, o equilbrio alcanado na primeira gerao de acasalamento ao

    acaso.

    No ponto de equilbrio, tem-se:

    pr AB qs ab ps Ab qr aB ,

    ou seja, o produto das freqncias dos gametas em aproximao (AB e ab)

    igual ao dos gametas em repulso (Ab e aB).

    O desequilbrio dado por:

    d pr AB qs ab ps Ab qr aB ,

    que a medida do afastamento do equilbrio. Essa diferena reduzida ao

    meio a cada gerao, at serem atingidas as freqncias de equilbrio.

    Conhecidas as freqncias dos gametas na gerao inicial, podem-se

    estimar as freqncias no equilbrio, porque os gametas em excesso sofrero

    decrscimo na freqncia igual a d e os gametas de menor freqncia sofrero

    acrscimo igual a d.

    EXEMPLO: Numa populao de indivduos AABB e aabb, tm-se: Gametas G0: AB e ab

    Gentipos G1: AABB; AaBb e aabb

    Gametas G1: AABB = AB

    AaBb = 1/8 AB, 1/8 Ab, 1/8 aB e 1/8 ab

    aabb = ab

    ou seja,

  • 12

    aB ;Ab ;AB 818183 e .ab83

    Nesse exemplo, o desequilbrio dado por:

    G0: ,aBAbabABd 412121 00 G1: ,aBAbabABd 8181818383

    As freqncias dos gametas no equilbrio sero:

    AB e ab: Equilbrio = - d = - = ,

    Ab e aB: Equilbrio = 0 + d = 0 + = .

    3. MUDANAS NAS FREQNCIAS GNICAS

    Numa populao sob acasalamento ao acaso, as freqncias gnicas e

    genotpicas permanecem constantes, gerao aps gerao. Entretanto,

    existem vrios processos capazes de modificar a constituio gentica da

    populao, por influrem no processo de transmisso dos genes de uma

    gerao para outra.

    Esses processos so agrupados em duas classes: os sistemticos, que

    englobam a migrao, a mutao e a seleo, e o dispersivo, que surge em

    pequenas populaes pelos efeitos de amostragem. O interesse no presente

    captulo est apenas nos processos sistemticos. O processo dispersivo

    poder ser visto em FALCONER (1981).

    3.1. Migrao

    Supe-se que uma populao consiste numa proporo m de novos

    imigrantes em cada gerao e o restante, 1-m, de nativos. Seja a freqncia de

    certo gene entre os imigrantes igual a qm, e entre os nativos igual a qo; ento, a

    freqncia desse gene, na populao constituda de imigrantes e nativos, ser:

  • 13

    q1 = mqm + (1-m) qo

    = mqm + qo - mqo

    =m(qm - qo) + qo.

    A mudana na freqncia gnica, q, trazida por uma gerao de imigrantes, a diferena entre a freqncia anterior e posterior imigrao.

    Portanto,

    q = q1 - qo = [ m ( qm - qo) + qo - qo = m ( qm - qo).

    Assim, a taxa de mudana na freqncia gnica de uma populao em

    virtude da migrao depende da taxa de migrao (m) e da diferena na

    freqncia gnica que existir entre os imigrantes e os nativos.

    3.2. Mutao

    3.2.1. Mutao no-recorrente

    Esse tipo de mutao d origem a apenas um representante do gene

    mutante na populao, ou seja,

    AA AA AA

    AA AA AA AA AA AA

    AA AA AA

    Aa AA AA AA AA AA

    uma populao constituda apenas de indivduos AA, um gene A muta para a,

    havendo apenas um indivduo Aa. A freqncia do gene mutante a , portanto,

    extremamente baixa.

  • 14

    Assim, esse tipo de mutao de pouca importncia, como causadora

    de mudanas na freqncia gnica, porque o produto de uma nica mutao

    tem uma probabilidade muito pequena de sobreviver.

    3.2.2. Mutao recorrente

    Nesse caso, o evento ocorre regularmente e com determinada

    freqncia.

    Suponha que um gene A mute para a, numa taxa igual a u, por

    gerao, e que o alelo a mute para A, numa taxa igual a v, sendo as

    freqncias iniciais de A e a iguais a po e qo, como segue:

    Taxa de mutao A

    A

    u

    v

    a

    a

    Freqncia inicial po q

    o

    ento, aps uma gerao, a freqncia de a ser:

    q1 = qo + upo - vqo .

    A mudana na freqncia gnica ser:

    q = q1 - qo = (qo + upo - vqo) - qo

    = upo - vqo .

    O equilbrio ser dado quando q = 0, ou seja,

    q = up - vq = 0 ou , up = vq ,

  • 15

    portanto, no equilbrio, as freqncias de p e q sero:

    q =u

    u v e p = v

    u v .

    Medidas de taxas de mutao indicam valores entre 10-4 e 10-8, por

    gerao. Assim, com a taxa normal de mutao, esta pode por si s produzir

    apenas mudanas muito lentas na freqncia gnica.

    3.3. Seleo

    Os pais podem contribuir com diferentes nmeros de descendentes

    para a gerao seguinte, em razo de diferenas como fertilidade e viabilidade.

    A contribuio proporcional de descendentes para a prxima gerao

    chamada de valor adaptativo ou adaptabilidade do indivduo. Se as diferenas

    em adaptao estiverem, de algum modo, associada presena ou ausncia

    de um gene particular, no gentipo do indivduo, a seleo opera sobre este

    gene.

    Numa populao constituda dos gentipos AA, Aa e aa, a mudana na

    freqncia gnica, quando se procede seleo, pode ser realizada

    favorecendo qualquer dos trs gentipos.

    Considerando a seleo parcial contra o gentipo recessivo, a

    mudana na freqncia gnica pode ser obtida da seguinte forma:

    Gentipos

    AA Aa aa Total

    Freqncia genotpica na

    populao inicial

    p2 2pq q2 1

    Valor adaptativo 1 1 1-s

    Freqncia genotpica

    aps a seleo

    p2 2pq q2(1-s) 1-sq2

    s = coeficiente de seleo

  • 16

    A freqncia do gene a aps uma gerao de seleo ser:

    q1 = pq q s

    sq

    2

    2

    11

    = 1 1

    1

    2

    2

    q q q ssq

    = q q q sq

    sq

    2 2 2

    21

    = q sq

    sq

    2

    21

    = q sq

    sq

    1

    1 2 .

    A mudana na freqncia gnica ser:

    q = q1 - q

    = q sq

    sqq

    11 2

    = q sq q sq

    sq1 1

    1

    2

    2

    = q sq q sq

    sq

    2 3

    21

    =

    2

    2

    11sq

    qsq

    .

    As mudanas nas freqncias gnicas, para as diversas condies de

    dominncia, so dadas na tabela da pgina seguinte.

    3.4. Balano entre seleo e mutao

    A mutao mais efetiva em aumentar a freqncia de determinado

    gene, quando este raro, porque existem mais genes para serem mutados;

    enquanto a seleo menos efetiva quando o gene raro.

  • 17

    Tabela 1.5 - Mudanas nas freqncias gnicas para as diversas condies de dominncia (FALCONER, 1981)

    Condies de dominncia e

    seleo

    Freqncia inicial e adaptao dos gentipos

    Mudana na freqncia gnica -

    q AA Aa aa

    p2 2pq q2

    1* 1 1 - s 1-s 12

    11

    sq qsq

    2* 1 1 1-s

    sq qsq

    2

    2

    11

    3* 1 - s 1 - s 1

    sq q

    s q

    2

    2

    11 1

    4* 1 - s1 1 1-s2 pq s p s q

    s p s q1 2

    12

    221

    *1 = Sem dominncia, Seleo contra a; 2 = Dominncia completa, Seleo contra aa; 3 = Dominncia completa, Seleo contra A-; 4 = Sobredominncia, Seleo contra AA e contra aa.

    Se ambos os processos aparecem por longo tempo, um tentando

    aumentar a freqncia (mutao) e outro diminuindo-a (seleo), alcaar-se-

    um equilbrio denominado balano entre seleo e mutao.

    EXEMPLO: Considerando que a seleo opere parcialmente contra e a mutao a favor do gene recessivo, tm-se:

    q (seleo) = sq q

    sq

    2

    2

    11

    e

    q (mutao) = up - vq .

  • 18

    No equilbrio entre seleo e mutao, tem-se:

    q (mutao) = q (seleo);

    up - vq =

    sq qsq

    2

    2

    11

    ;

    como q pequeno,

    up - vq up e 1-sq2 1, ento,

    up = sq2(1-q)

    u(1-q) = sq2(1-q)

    u = sq2

    q2 =us

    q = us

    .

    Portanto, nesse caso, a freqncia no equilbrio aproximadamente

    igual raiz quadrada da taxa de mutao (A a), dividida pela taxa de seleo.

    Como a taxa da mutao normalmente muito baixa, pode-se concluir

    que apenas um coeficiente de seleo muito ameno contra o mutante

    suficiente para mant-lo numa freqncia de equilbrio muito baixa.

    Assim, a seleo e no a mutao que determina se o gene

    espalhar na populao ou se permanecer raro.

  • 19

    II - GENTICA QUANTITATIVA

    1. INTRODUO

    A gentica quantitativa lida com caractersticas determinadas por

    muitos pares de genes e influenciadas, em parte, pelo ambiente.

    As caractersticas quantitativas so aquelas que apresentam variaes

    contnuas ou descontnuas e so, parcialmente, de origem no-gentica.

    Assim, o ganho de peso, o consumo alimentar e a produo de leite variam

    continuamente e so exemplos tpicos de caractersticas quantitativas.

    As bases tericas da gentica quantitativa foram estabelecidas por

    volta de 1920, nos trabalhos de Fisher, Wright e Haldane, e Lush foi o pioneiro

    nas aplicaes desses princpios no melhoramento animal (dcada de 30).

    Discusso mais detalhada desse histrico pode ser verificada em FALCONER

    (1981) e SILVA (1982).

    2. VALOR FENOTPICO, GENOTPICO E GENTICO

    O valor observado, quando dada caracterstica medida no indivduo,

    denominado valor fenotpico. Esse valor pode ser dividido em dois

    componentes: um atribudo influncia do gentipo e outro influncia do

    ambiente, ou seja,

    P = G + E,

    em que P o valor fenotpico; G, o valor genotpico; e E, o desvio causado pelo

    ambiente.

    O gentipo pode ser entendido como um agrupamento gnico que

    influencia a caracterstica, e o ambiente so os fatores no-genticos que

    influenciam a caracterstica.

    Os valores genotpicos (G) podem ser decompostos em

    G = A + D,

    em que A o valor gentico aditivo e D, o desvio da dominncia.

  • 20

    O valor gentico aditivo de um indivduo definido como a soma dos

    efeitos mdios dos genes que ele carrega. O desvio da dominncia resulta da

    propriedade de dominncia entre alelos de um loco. Na ausncia de

    dominncia, os valores genticos e genotpicos coincidem.

    Quando so considerados mais de um loco, existe tambm a epistasia,

    que a combinao de genes em diferentes locos, influenciando a mesma

    caracterstica. Assim,

    P = A + D +I + E,

    em que

    P = valor fenotpico;

    A = valor gentico aditivo;

    D = efeito da dominncia;

    I = efeito da epistasia;

    E = efeito ambiental.

    3. VARIAO GENTICA PARA UM PAR DE LOCOS

    Para fins de ilustrao sero atribudos valores arbitrrios para

    determinados gentipos, considerando um simples loco com dois alelos, B e b.

    O valor genotpico para o homozigoto BB, para o heterozigoto Bb e para o

    homozigoto bb sero admitidos como:

    Gentipos bb Bb BB

    Valor Genotpico -a d a

    O valor d, que representa o valor genotpico do heterozigoto,

    depende do grau de dominncia. Com isso, existem as seguintes

    possibilidades:

    a) se d = 0, ento no h dominncia e o valor genotpico do heterozigoto igual metade do caminho dos valores genotpicos

    dos homozigotos;

  • 21

    b) se d = a, a dominncia completa e o valor genotpico do heterozigoto igual ao do homozigoto dominante;

    c) se d a, existe sobredominncia, indicando que o valor genotpico do heterozigoto maior que cada um dos homozigotos.

    3.1. Mdia genotpica da populao

    Considerando as freqncias dos gentipos BB, Bb, e bb como p2, 2pq

    e q2, respectivamente, ou seja,

    Gentipos Freqncias Valor Genotpico

    BB p2 a

    Bb 2pq d

    bb q2 -a

    a mdia genotpica da populao obtida pela soma dos produtos dos valores

    genotpicos pelas suas respectivas freqncias. Portanto,

    M = p2(a) + 2pq(d) + q2(-a)

    M = (p2 - q2)(a) + 2pq(d)

    M = ( p + q)(p - q)(a) + 2pq(d).

    Como (p + q) = 1, ento

    M = (p - q)a + 2pqd.

    Assim, a mdia genotpica da populao composta de duas partes, uma

    atribuda aos homozigotos (p - q)a e a outra aos heterozigotos 2pqd . Se

    no h dominncia (d = 0), a mdia genotpica ser

    M = (p - q)a,

    que funo apenas da frequncia gnica. Para dois ou mais locos que

    combinam seus efeitos aditivamente, a mdia da populao ser a soma dos

  • 22

    efeitos de cada loco separadamente. Contudo, se houver epistasia, outros

    termos participaro da mdia genotpica.

    3.2. Efeito mdio de um gene

    Na deduo das propriedades da populao deve-se levar em conta

    que na estrutura familiar no h transmisso de valores genotpicos de uma

    gerao para outra, ou seja, os pais transmitem seus genes para a gerao

    seguinte e no os seus gentipos . Os pais passam a seus descendentes

    amostra de seus genes e os gentipos so novamente formados em cada

    gerao.

    Assim, deve ser introduzido o conceito de efeito mdio de um gene.

    A Tabela 2.1 mostra como o efeito mdio est relacionado com os

    valores genotpicos, a e d, conforme a mdia da populao.

    Tabela 2.1 - Relacionamento entre efeito mdio de um gene e valores fenotpicos

    Tipos de Gametas

    Valores e freqncias dos gentipos

    Valor mdio dos gentipos

    produzidos BB a

    Bb d

    bb -a

    B p q pa+qd

    b p q -qa+pd

    Primeiramente, ser tomado o efeito mdio do gene B, para o qual ser

    usado o smbolo 1. Se gametas, que carregam B se unem, ao acaso, com gametas da populao, as freqncias dos gentipos produzidos sero p de

    BB e q de Bb. O valor genotpico de BB + a; e o de Bb d; e a mdia

    deles , considerando as propores em que ocorrem,

    pa + qd.

    A diferena entre o valor mdio dos gentipos produzidos e a mdia da

    populao o efeito mdio do gene B. Assim,

  • 23

    1 = (pa + qd) - M 1 = (pa + qd) - [(p - q)a +2pqd]

    = qd + qa - 2pqd

    = qd + qa - (1 - q)qd - pqd

    = qa + q2d - pqd

    = q(a+ qd - pd)

    = q[a + d(q - p)].

    Ento o efeito mdio do gene B :

    1 = q[a + d(q - p)].

    De maneira similar, o efeito mdio do gene b :

    2 = -p[a + d(q - p)].

    Portanto, 1 e 2 so os efeitos mdios dos genes B e b, respectivamente. O efeito mdio de um gene pode ser tambm definido como o

    desvio mdio da mdia genotpica da populao de indivduos que receberam

    aquele gene de um pai, sendo o outro gene recebido do outro pai, que veio ao

    acaso da populao.

    O efeito mdio de um gene especfico de uma populao particular,

    uma vez que depende de p, q, a e d.

    O conceito de efeito mdio de um gene pode ser mais facilmente

    entendido sob a forma de efeito mdio de uma substituio gnica. Se fosse

    possvel trocar genes B para b ao acaso na populao, e se pudesse, ento,

    notar a alterao de valor, este seria o efeito mdio da substituio gnica.

    Dessa maneira, o efeito mdio da substituio de um gene por outro na

    populao, que a diferena entre os efeitos mdios dos genes, pode ser

    definido como = 1 - 2. Portanto, o efeito mdio da substituio de b por B :

    = 1 - 2 = q[a + d(q - p)] - {-p[a + d(q - p)]}

    = qa + q2d - pqd + pa + pqd - p2d

  • 24

    = qa + pa + q2d - p2d

    = (p + q)a + (q + p) (q - p)d

    = a + d(q - p).

    Pode-se, ainda, expressar o efeito mdio de um gene em funo do

    efeito mdio de uma substituio gnica, ou seja,

    - efeito mdio do gene B:

    1 = q[a + d(q - p)] = q;

    - efeito mdio do gene b:

    2 = -p[a + d(q - p)]. = -p.

    3.3. Valor gentico de um indivduo

    O valor gentico de um indivduo pode ser definido de duas maneiras :

    a) se um indivduo for acasalado com grande nmero de fmeas, tomadas ao

    acaso da populao, ento seu valor gentico ser duas vezes a diferena

    mdia de sua prognie em relao mdia da populao. A diferena tem

    de ser multiplicada por dois, porque o pai fornece s a metade dos genes

    prognie, e a outra metade vem, ao acaso, das fmeas da populao.

    b) definido em termos de efeitos mdios dos genes, o valor gentico de um

    indivduo igual soma dos efeitos mdios dos genes que ele possui,

    sendo a soma feita para o par de alelos de cada loco e para todos os locos.

    Dessa forma, para um loco particular com dois alelos, os valores genticos

    dos possveis gentipos so:

    Gentipos Valor Gentico

    BB 1 + 1 = 21 = 2q Bb 1 + 2 = q - p = (q - p)

  • 25

    Bb 2 + 2 = -2p

    Outro importante conceito a ser introduzido o dos desvios da

    dominncia. Quando se considera apenas um loco, a diferena entre o valor

    genotpico e o valor gentico de um indivduo o desvio da dominncia.

    Os valores dos desvios da dominncia podem tambm ser expressos

    em termos de a, d e -a, subtraindo dos valores genotpicos os valores

    genticos.

    O valor genotpico dos gentipos BB, expresso como desvio da mdia

    da populao, ser:

    a - M = a - [(p - q)a + 2pqd]

    = a - pa + qa - 2pqd

    = a - (1 - q)a + qa - 2pqd

    = 2qa - 2pqd

    = 2q(a - pd).

    Como = a + d(q - p), ento

    a = - d(q - p) = - qd + pd . Assim,

    a - M = 2q[( - qd + pd) - pd] = 2q( - qd) =2q - 2q2d,

    em que 2q o valor gentico e -2q2d o desvio da dominncia. Utilizando o mesmo raciocnio, o desvio da dominncia dos gentipos

    Bb ser 2pqd e dos gentipos bb ser - 2p2d.

    A Tabela 2.2 apresenta os gentipos, suas freqncias, os valores

    genotpicos e os desvios da dominncia para um par de alelos.

    Tabela 2.2 - Gentipos, suas freqncias, valores genotpicos e desvios da dominncia para um par de alelos

  • 26

    Gentipos BB Bb Bb Freqncias p2 2pq Q2

    Valor genotpico (atribudo)

    a d -a

    Valor genotpico: como desvio da mdia

    Em funo de 2q(-qd) (q-p) + 2pqd -2p(+pd)

    Em funo de a 2q(a-pd) a(q-p)+d(1-2pq) -2p(a+qd)

    Valor gentico 2q (q-p) -2p Desvios da dominncia

    -2q2d 2pqd -2p2d

    Uma vez que os valores genticos representam os desvios da mdia

    da populao, a varincia gentica aditiva de uma populao pode ser obtida

    da tabela anterior, a partir das freqncias dos gentipos e seus respectivos

    valores genticos. Assim:

    VA = 2A = p2(2q)2+2pq[(q-p)]2+q2(-2p)2 =4p2q22+2pq(q-p)22+4p2q22 =4p2q22+2pq(q2-2pq+p2)2+4p2q22 =4p2q22+2pq32+2p3q2 =2pq2(2pq+q2+p2) =2pq2.

    Como = a + d(q - p), ento

    2A = 2pq [a + d(q - p)]2.

    Da mesma forma, a varincia dos desvios da dominncia pode ser

    obtida da tabela:

    VD = 2D = p2(-2q2d)2 + 2pq(2pqd)2 + q2(-2p2d)2 =4p2q4d2+8p3q3d2+4q2 p4d2

  • 27

    =4p2q2d2(q2+2pq+p2)

    =(2pqd)2.

    Portanto, a varincia genotpica, para um loco, a soma das varincias

    gentica e de dominncia, ou seja,

    VG = 2G = 22 DA =2pq2 + (2pqd)2.

    A varincia fenotpica pode ser decomposta em:

    VP = 2P = 22 EG

    =222EDA ,

    em que 2P = varincia fenotpica; 2A = varincia gentica aditiva; 2D = varincia de dominncia; 2E = varincia de ambiente.

    Quando mais de um loco estiver em considerao, existe tambm a

    varincia de epistasia resultante de interaes no-allicas. Assim,

    22222EIDAP ,

    em que 2I = varincia de epistasia.

    4. HERDABILIDADE OU HERITABILIDADE

  • 28

    A seleo e o melhoramento deveriam ser feitos pela escolha dos

    animais com maiores valores genticos. Como no se pode medir o valor

    gentico diretamente, e sim o valor fenotpico, necessrio saber a preciso

    por meio da qual o valor fenotpico representa o valor gentico do indivduo.

    Esse indicador de preciso chamado herdabilidade ou heritabilidade.

    Em termos estatsticos, a herdabilidade representa a poro da

    varincia fenotpica causada pela variao dos valores genticos aditivos.

    Assim,

    2

    22

    P

    Ah

    em que 2h = herdabilidade da caracterstica; 2A = varincia gentica aditiva da caracterstica; 2P = varincia fenotpica da caracterstica.

    A herdabilidade pode ser tambm definida como a regresso dos

    valores genticos (A) em funo dos valores fenotpicos (P) :

    APbh 2 . Sendo

    PV

    PACovbAP,

    EACovDACovAACovEDAACovPACov ,,,,, ; 2, AAACov ; 0, DACov ; 0, EACov .

    Ento,

    2, APACov e 22

    P

    AAP PV

    AVb .

  • 29

    Uma predio do valor gentico dos indivduos pode ser obtida pela

    multiplicao do valor fenotpico pela herdabilidade,

    PhA 2 .

    Existem basicamente dois mtodos para se estimar a herdabilidade:

    1) mtodo direto que baseado na relao entre o ganho gentico observado e

    o diferencial de seleo, essa herdabilidade chamada efetiva ou real;

    2) mtodo baseado na semelhana entre parentes.

    4.1. Herdabilidade efetiva ou real

    A herdabilidade efetiva ou real obtida por

    ,2SGh

    em que

    G = ganho gentico ou superioridade da prognie em relao gerao dos pais;

    S = diferencial de seleo = diferena entre a mdia dos indivduos selecionados para serem pais e a mdia da populao da qual

    eles foram selecionados.

    4.2. Herdabilidade baseada na semelhana entre parentes

    Os valores genticos dos indivduos so responsveis por parte da

    semelhana fenotpica existente entre parentes.

    As covarincias observadas entre parentes, para determinada

    caracterstica, podem ser usadas para se descrever as propriedades genticas

    da populao, ou seja, as medidas de uma mesma caracterstica em indivduos

    parentes fornecem estimativa da varincia gentica aditiva.

  • 30

    Ao se estimar a herdabilidade, o que interessa a poro da varincia

    fenotpica total 2P atribuda varincia gentica aditiva 2A , o que fornecido pelas covarincias entre parentes. Por exemplo, a covarincia entre

    meio-irmos dada por

    241

    AirmosmeioCov . Assim,

    irmosmeioCovA 42 .

    Os tipos de dados para estimao da herdabilidade dependem da

    informao disponvel e da prpria espcie animal. Dados referentes a irmos-

    completos (animais que possuem o mesmo pai e mesma me) e meio-irmos

    paternos (animais que possuem mesmo pai, porm mes diferentes) so mais

    freqentes na prtica. Os dados mais freqentes so de famlias de meio-

    irmos paternos em gado de corte e leite, e de famlias de irmos-completos

    em sunos e aves.

    Exemplo: Anlise de varincia de observaes de meio-irmos

    Considerando informaes de meio-irmos, a anlise de varincia

    (Tabela 2.3) permite o clculo da herdabilidade com base na informao de

    parentes.

    Tabela 2.3 - Anlise de varincia

    FV GL QM E(QM)

    Reprodutores 1r rQM 22 re k Resduo rN eQM 2e

    As esperanas de quadrados mdios E(QM) indicam que

  • 31

    a) 2eeQM ; b) 22 rer kQM ;

    Assim, 22err QMk

    err QMQMk 2

    kQMQM er

    r2 ,

    em que 2r = componente de varincia de reprodutores; 2e = componente de varincia residual;

    k = nmero de filhos por reprodutor.

    O componente de varincia do reprodutor igual covarincia entre

    meio-irmos paternos,

    MICovr 2 , que igual a um quarto da varincia gentica aditiva,

    241

    AMICov ,

    sendo 41 o coeficiente de parentesco entre meio-irmos ijR . Com isso, a

    varincia gentica aditiva pode ser calculada,

    22 44 rA MICov .

    A varincia fenotpica obtida por 222erP .

    Agora, pode-se obter tambm a herdabilidade,

    22

    2

    22

    2

    2

    22 4

    er

    r

    er

    A

    P

    Ah

    .

  • 32

    A expresso 222

    er

    r

    denominada correlao intraclasse (t).

    Nesse caso, a herdabilidade pode ser obtida por meio da correlao

    entre meio-irmos paternos,

    th 42 .

    A herdabilidade pode variar de 0,0 a 1,00 ou de 0 a 100%. Quando a

    herdabilidade for de 0,0 a 0,20, considerada baixa; de 0,20 a 0,40, mdia; e

    acima de 0,40, alta. Valores baixos significam que grande parte da variao da

    caracterstica devida s diferenas ambientais entre os indivduos, e valores

    altos significam que diferenas genticas entre indivduos so responsveis

    pela variao da caracterstica avaliada. Quando alta, significa tambm que

    alta a correlao entre o valor gentico e o valor fenotpico do animal, e,

    portanto, o valor fenotpico constitui boa indicao do valor gentico do animal.

    A estimativa de herdabilidade vlida apenas para a populao usada

    no clculo. Extrapolao para outras populaes depende de como se

    assemelham as estruturas genticas originais, preciso da medida, condies

    de meio, dentre outros fatores.

    Como a estimativa de herdabilidade uma frao, ela muda com

    mudana no numerador ou no denominador. Quando a seleo for bem

    sucedida, por exemplo, haver mudanas nas freqncias gnicas, o que

    resultar em mudana na varincia gentica aditiva e, conseqentemente, na

    herdabilidade. Grandes variaes de meio, por exemplo, resultam em

    decrscimos nas estimativas de herdabilidade, visto que aumentam a varincia

    fenotpica (denominador).

    5. CORRELAO GENTICA, FENOTPICA E AMBIENTAL

    Uma vez que no melhoramento o valor econmico de um animal

    influenciado por vrias caractersticas, devem-se considerar, nos programas de

    seleo, tanto as mudanas nas caractersticas sob seleo quanto as

  • 33

    mudanas correlacionadas que podem tambm ocorrer nas outras

    caractersticas.

    A magnitude e a direo das respostas correlacionadas dependem da

    correlao gentica entre as caractersticas, a qual definida como a que

    existe entre os efeitos genticos aditivos dos genes que influem em ambas as

    caractersticas.

    A principal causa de correlao gentica o pleiotropismo, embora

    ligaes gnicas sejam causa transitria de correlao. Pleiotropismo a

    propriedade pela qual um gene influi em duas ou mais caractersticas. O grau

    de correlao originado pelo pleiotropismo expressa a quantidade pela qual

    duas caractersticas so influenciadas pelos mesmos genes. A correlao

    resultante do pleiotropismo expressa o efeito total de todos os genes em

    segregao que afetam ambas as caractersticas. Alguns genes podem

    aumentar ambas as caractersticas, enquanto outros aumentam uma e

    reduzem outra, visto que os primeiros tendem a causar correlao positiva, e

    os ltimos, negativa. Assim, o pleiotropismo no causa, necessariamente,

    correlao que possa ser detectada.

    A correlao fenotpica a associao que pode ser observada

    diretamente. Ela tem dois componentes, um gentico e outro de ambiente.

    A correlao de ambiente entre duas caractersticas consequncia do

    fato de que animais compartilham ambiente comum. A correlao resultante de

    causas de ambiente o efeito total de todos os fatores variveis de ambiente,

    em que alguns tendem a causar correlao positiva, outros negativa.

    As correlaes genticas (rG), fenotpica (rP) e de ambiente (rE), podem

    ser descritas como

    Y.X

    Y,XCovrAA

    AG ;

    Y.X

    Y,XCovrPP

    PP ;

    Y.X

    Y,XCovrEE

    EE ;

    em que

    YXCovA , = covarincia gentica aditiva entre as caractersticas X e Y ;

    XA = desvio padro gentico aditivo da caracterstica X ; YA = desvio padro gentico aditivo da caracterstica Y .

  • 34

    Os demais termos so igualmente definidos, sendo P = fenotpico e E =

    ambiental.

    A correlao fenotpica pode ser desdobrada em

    Y.X

    Y,XCovY.X

    Y,XCovY.X

    Y,XCovY,XCovrPP

    E

    PP

    A

    PP

    EAP

    .

    Multiplicando e dividindo as expresses do segundo membro da igualdade por

    Y.X AA e Y.X EE tem-se

    Y.X.Y.X

    Y.X.Y,XCovY.X.Y.X

    Y.X.Y,XCovrEEPP

    EEE

    AAPP

    AAAP

    Y.X.Y.X

    Y.X.Y,XCovY.X.Y.X

    Y.X.Y,XCovrPPEE

    EEE

    PPAA

    AAAP

    Ye.Xe.rYh.Xh.rr EGP ,

    em que

    Xh 2 = herdabilidade da caracterstica X ; Yh 2 = herdabilidade da caracterstica Y ; Xe2 = Xh21 ; Ye2 = Yh21 .

    Isso mostra como as causas de correlao gentica e de ambiente se

    combinam para dar a correlao fenotpica. Se ambas caractersticas (X e Y)

    tm baixas herdabilidades, ento a correlao fenotpica determinada,

    principalmente, pela correlao de ambiente. Se elas tm altas herdabilidades,

    ento a correlao gentica mais importante.

    As correlaes genticas e de ambiente so, freqentemente, muito

    diferentes em magnitude e, em algumas vezes, diferentes em sinal. Uma

    diferena de sinal entre as duas correlaes mostra que as causas de variao

  • 35

    gentica e de ambiente influem nas caractersticas por diferentes mecanismos

    fisiolgicos.

    Da mesma forma que a herdabilidade, a correlao gentica pode ser

    estimada pela semelhana entre parentes.

    5.1. Anlise de covarincia de observaes de meio-irmos

    Considerando informaes de meio-irmos paternos, a Tabela 2.3, de

    anlise de varincia dada no item anterior (4.2) e a anlise de covarincia dada

    a seguir (Tabela 2.4), pode-se calcular a correlao gentica.

    Tabela 2.4 - Anlise de covarincia

    FV GL PCM E(PCM)

    Reprodutores 1r rPCM YXkCovYXCov re ,, Resduo rN ePCM YXCove ,

    As esperanas de produtos cruzados mdios E(PCM) indicam que

    a) YXCovPCM ee , ; b) YXkCovYXCovPCM rer ,, ;

    assim,

    YXCovPCMYXkCov err ,, err PCMPCMYXkCov ,

    kPCMPCM

    YXCov err, ,

    em que

    rPCM = componente de covarincia de reprodutores;

    ePCM = componente de covarincia residual.

  • 36

    Do componente de covarincia de reprodutor pode-se, da mesma

    forma que na anlise de varincia, obter a covarincia gentica aditiva,

    YXCovCov rA ,4 .

    A covarincia fenotpica obtida por

    YXCovYXCovYXCov erP ,,, .

    A covarincia ambiental obtida por

    YXCovYXCovYXCov APE ,,, YXCovYXCovYXCov rer ,4,, YXCovYXCovYXCov rer ,4,, YXCovYXCov re ,3,

    Obteno da correlao gentica:

    2122 44

    4/

    rr

    r

    AA

    AG

    Y.XY,XCov

    Y.XY,XCovr

    Obteno da correlao fenotpica:

    21222122 /er/er

    er

    PP

    PP

    YY.XXY,XCovY,XCov

    Y.XY,XCovr

    .

    Obteno da correlao ambiental:

    21222122 33

    3/

    re/

    re

    re

    EE

    EE

    YY.XXY,XCovY,XCov

    Y.XY,XCovr

    .

  • 37

    6. REPETIBILIDADE

    A repetibilidade mede a correlao existente entre as medidas de uma

    caracterstica em um mesmo animal.

    Ao se escolher um animal superior em sua primeira produo, espera-

    se que ele continue sendo o melhor nas prximas produes. importante,

    ento, saber at que ponto a produo do animal se repetir durante sua vida

    produtiva. Essa medida denominada repetibilidade.

    A repetibilidade definida como:

    VEtVEpVGVEpVG

    VPVEpVGr

    em que

    r = repetibilidade da caracterstica;

    VG = varincia genotpica;

    VEp = varincia devido aos efeitos permanentes de meio;

    VEt = varincia devido aos efeitos temporrios de meio;

    VP = varincia fenotpica.

    Ento, a repetibilidade mede a proporo das diferenas de produo

    entre os animais, que atribuda a causas permanentes.

    Quando mais de uma medida da caracterstica for feita no indivduo, a

    repetibilidade pode ser calculada com base na Tabela 2.5 de anlise de

    varincia dada a seguir.

    Tabela 2.5 - Anlise de varincia

    FV GL QM E(QM)

    Indivduos 1n bQM 22 be m Resduo nN eQM 2e

  • 38

    As esperanas de quadrados mdios E(QM) indicam que

    a) 2eeQM ; b) 22 beb kQM

    assim, 22ebb QMm

    ebb QMQMm 2

    mQMQM eb

    b2 ,

    em que 2b = componente de varincia entre indivduos; 2e = componente de varincia residual;

    n = nmero de indivduos;

    m= nmero de medidas feitas em determinada caracterstica em cada

    indivduo;

    N = nmero total de observaes (n x m).

    A varincia fenotpica obtida por

    222ebPVP ,

    em que 2b = representa as diferenas permanentes de herana 2G e meio

    2Ep existente entre os indivduos; 2e = representa as diferenas temporrias de meio 2Et .

    A repetibilidade dada por

    22

    2

    2

    2

    eb

    b

    P

    br

    .

  • 39

    O valor da repetibilidade pode ser usado para predio do desempenho

    futuro do animal, com base na produo anterior. tambm til para

    classificao do animal, de acordo com sua capacidade provvel de produo

    (CPP).

    Quanto mais alta a repetibilidade da caracterstica, maior a

    possibilidade de um nica medida no animal representar sua capacidade real

    de produo. Assim, quando a repetibilidade alta, os melhores animais, na

    primeira produo, continuam sendo os melhores nas prximas produes.

  • 40

    III - SELEO

    1. INTRODUO

    Em melhoramento animal, a seleo consiste na escolha de indivduos

    que sero usados como reprodutores (pais). O efeito primrio da seleo

    aumentar a freqncia gnica favorvel, e o resultado da seleo a mudana

    na mdia da populao.

    Admitindo que a maioria das caractersticas medidas em uma

    populao segue distribuio normal, a seleo de indivduos de fentipos

    superiores para dada caracterstica pode ser representada conforme o grfico

    da curva normal dado nas Figuras 3.1 e 3.2.

    2. DIFERENCIAL DE SELEO

    A diferena entre a mdia dos animais selecionados e a mdia da

    populao o diferencial de seleo, ou seja,

    Ps XXS . O diferencial de seleo torna-se comparvel entre populaes

    diferentes ou entre caractersticas diferentes, quando ele padronizado, ou

    seja,

    bZS

    p

    ,

    em que p o desvio-padro fenotpico da caracterstica na populao; e a

    razo bZ representa a intensidade de seleo, ou seja,

    bZi .

    A intensidade de seleo depende apenas da proporo de indivduos

    selecionados (b). Ela representa o nmero de desvios-padro que a mdia dos

    indivduos selecionados exceder a mdia da populao, antes da seleo.

  • 41

    O diferencial de seleo padronizado dado por piS . O desvio-padro, que mede a variabilidade da caracterstica, uma

    propriedade da populao. A intensidade de seleo pode ser determinada por

    meio da distribuio normal padronizada.

    O valor t representa o ponto de truncamento em desvio-padro, ou

    seja, os indivduos que sero selecionados para reproduo devero estar t

    desvios-padro acima da mdia.

    Com relao s unidades originais, o ponto de truncamento pode ser

    obtido por

    ppt tXX , e a mdia dos indivduos selecionados,

    ppS iXX .

    em que

    pX = mdia da populao;

    tX = Valor mnimo da caracterstica nos animais selecionados, ou seja,

    o ponto de truncamento;

    sX = mdia dos animais selecionados;

    b = proporo dos indivduos selecionados para a reproduo;

    A = proporo dos indivduos eliminados;

    Z = altura da ordenada no ponto de truncamento.

    A

    z

    Xt

    b

    SX pX

  • 42

    Figura 3.1 - Curva normal

    -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

    Figura 3.2 - Curva normal padronizada ( 0XP e 1P )

    A Tabela 3.1 contm os valores de t, A, b, Z e i, da distribuio normal

    padronizada.

    Tabela 3.1 Distribuio normal padronizada-reduzida

    t A b Z i t A b Z i

    0,00 0,0000 0,5000 0,3989 0,80 1,25 0,3944 0,1056 0,1827 1,73

    0,05 0,0199 0,4801 0,3984 0,83 1,30 0,4032 0,0968 0,1714 1,77

    0,10 0,0398 0,4602 0,3970 0,86 1,35 0,4115 0,0885 0,1604 1,81

    0,15 0,0596 0,4404 0,3945 0,90 1,40 0,4192 0,0808 0,1497 1,85

    0,20 0,0793 0,4207 0,3910 0,93 1,45 0,4265 0,0735 0,1394 1,90

    0,25 0,0987 0,4013 0,3867 0,96 1,50 0,4332 0,0668 0,1295 1,94

    0,30 0,1179 0,3821 0,3814 1,00 1,55 0,4394 0,0606 0,1200 1,98

    0,35 0,1368 0,3632 0,3752 1,03 1,60 0,4452 0,0548 0,1109 2,02

    bz

    A

    t

  • 43

    0,40 0,1554 0,3446 0,3683 1,07 1,65 0,4505 0,0495 0,1023 2,06

    0,45 0,1736 0,3264 0,3605 1,10 1,70 0,4554 0,0446 0,0941 2,11

    0,50 0,1915 0,3085 0,3521 1,14 1,75 0,4599 0,0401 0,0863 2,15

    0,55 0,2088 0,2912 0,3429 1,18 1,80 0,4641 0,0359 0,0790 2,20

    0,60 0,2258 0,2742 0,3332 1,22 1,85 0,4678 0,0322 0,0721 2,24

    0,65 0,2422 0,2578 0,3230 1,25 1,90 0,4713 0,0287 0,0656 2,29

    0,70 0,2580 0,2420 0,3123 1,29 1,95 0,4744 0,0256 0,0596 2,33

    0,75 0,2734 0,2266 0,3011 1,33 2,00 0,4773 0,0227 0,0540 2,38

    0,80 0,2881 0,2119 0,2897 1,37 2,10 0,4821 0,0179 0,0440 2,46

    0,85 0,3023 0,1977 0,2780 1,40 2,20 0,4861 0,0139 0,0355 2,52

    0,90 0,3159 0,1841 0,2661 1,45 2,40 0,4918 0,0082 0,0224 2,73

    0,95 0,3289 0,1711 0,2541 1,49 2,60 0,4953 0,0047 0,0135 2,89

    1,00 0,3413 0,1587 0,2420 1,52 2,80 0,4974 0,0026 0,0079 3,04

    1,05 0,3531 0,1469 0,2299 1,57 3,00 0,4987 0,0013 0,0044 3,38

    1,10 0,3643 0,1357 0,2179 1,61 3,50 0,4998 0,0002 0,0009

    1,15 0,3749 0,1251 0,2059 1,65 4,00 0,5000 0,00001 0,0001

    1,20 0,3849 0,1151 0,1942 1,69 (SILVA, 1980) t = ponto de truncamento em desvios-padro;

    b = proporo de indivduos selecionados para a reproduo;

    A = proporo de indivduos eliminados;

    Z = altura da ordenada no ponto de truncamento;

    i = intensidade de seleo.

    Na Tabela 3.2 so apresentados os valores de intensidade de seleo

    para a curva normal padronizada em funo da proporo de animais

    selecionados para reproduo.

    Tabela 3.2 - Valores de intensidade de seleo (i) em funo da proporo de Animais selecionados para reproduo (b)

    % Indivduos selecionados

    (b) Intensidade de seleo

    (i)

    1,0 2,67

    2,0 2,42

    3,0 2,27

  • 44

    4,0 2,15

    5,0 2,06

    10,0 1,76

    15,0 1,56

    20,0 1,40

    30,0 1,16

    40,0 0,97

    50,0 0,80

    60,0 0,64

    70,0 0,50

    80,0 0,35

    90,0 0,20

    3. GANHO GENTICO ESPERADO ( G )

    A resposta seleo medida por meio do ganho gentico, que

    dado por:

    ShG 2 . Essa frmula denominada equao fundamental do melhoramento

    gentico por meio da seleo. a mais simples e importante aplicao da

    gentica quantitativa ao melhoramento animal.

    a equao que prediz a eficincia de seleo, ou seja, prediz o

    quanto os descendentes sero geneticamente superiores em relao mdia

    da gerao dos pais.

    Quando se considera o diferencial de seleo padronizado ( piS ), ento

    p2 ihG .

    Portanto, o ganho gentico ou a resposta seleo depende da

    herdabilidade, da intensidade de seleo e da variabilidade da caracterstica na

    populao.

  • 45

    4. INTERVALO DE GERAO

    Na prtica, o progresso gentico, por unidade de tempo, usualmente

    mais importante do que o progresso por gerao, de modo que o intervalo de

    geraes fator importante no clculo da resposta seleo.

    O intervalo de gerao o intervalo de tempo entre os estdios

    correspondentes do ciclo de vida em geraes sucessivas. Pode ser calculado

    como a mdia de idade dos pais, quando nascem os descendentes que so

    destinados a se tornarem os pais na prxima gerao.

    O ganho gentico esperado por unidade de tempo dado por:

    tih

    G p2 ,

    em que t o intervalo de gerao.

    O criador ou melhorista pode melhorar a resposta seleo quando

    aumenta a intensidade de seleo ou diminui o intervalo de gerao. Para se

    aumentar a intensidade de seleo deve-se selecionar uma menor proporo

    de indivduos para reproduo (b), o que aumentar o intervalo de gerao.

    Existe, portanto, um conflito de interesse entre a intensidade de seleo e o

    intervalo de gerao, sendo necessrio encontrar o melhor ajustamento entre

    os dois.

    5. RESPOSTA CORRELACIONADA SELEO

    Quando se pratica seleo numa caracterstica, a resposta na prognie

    para essa caracterstica o que se chama resposta direta, ao passo que a

    resposta obtida em outras caracterstica o que se chama resposta

    correlacionada. Assim, resposta correlacionada seleo definida como o

    aumento mdio no mrito gentico de uma caracterstica (Y), quando a seleo

    praticada em outra caracterstica (X).

    Enquanto a resposta direta depende apenas da herdabilidade da

    caraterstica e do potencial de seleo, a resposta correlacionada depende

    tambm da correlao gentica entre as caractersticas.

  • 46

    5.1. Resposta direta

    Conforme dado anteriormente, quando se seleciona animais para uma

    caracterstica, a resposta seleo para essa caracterstica na prognie :

    AXPX

    X

    PX

    AX

    X2PX

    2AX

    X2XX

    S

    S

    ShG

    como XPX

    XX

    PX

    AX iSeh

    , ento

    AXXXX ihG .

    5.2. Resposta correlacionada

    A resposta correlacionada pode ser obtida pelo produto da resposta

    direta pela regresso do mrito gentico de uma caracterstica (Ay) em funo

    do mrito gentico da caracterstica que est sendo selecionada (Ax), ou seja,

    XAYXYX GbG .

    Como AXXXX ihG e AX

    AYGYXAYX rb

    , ento,

    .ihr

    ihrG

    XXAYGYX

    AXXXAX

    AYGYXYX

    Multiplicando-se a expresso direita por PY

    PY

    , tem-se:

    ,ihhr

    ihrG

    PYXXYGYX

    PY

    PYXXAYGYXYX

  • 47

    em que

    Xi = intensidade de seleo na caracterstica X; 2Xh = herdabilidade da caracterstica X; 2Yh = herdabilidade da caracterstica Y;

    GYXr = correlao gentica entre as caractersticas Y e X;

    PY = desvio-padro fenotpico da caracterstica Y. YXG = ganho gentico esperado na caractersitca Y, quando a

    seleo praticada na caracterstica X.

    5.3. Comparao entre a resposta correlacionada e resposta direta

    A comparao pode ser feita pela razo Y

    YX

    GG , ou seja,

    AYYY

    PYXXYGYX

    Y

    YX

    ihihhr

    GG

    .

    Como YAY

    PY

    h1

    , ento,

    GYXY

    X

    Y

    X

    Y

    YX rhh

    ii

    GG

    ,

    Caso a mesma intensidade de seleo possa ser praticada em X e Y ( YX ii ), ento,

    GYXY

    X

    Y

    YX rhh

    GG

    .

    Se essa razo for maior que 1,0, a resposta correlacionada em Y,

    obtida pela seleo em X, ser maior que o ganho gentico obtido

    selecionando-se diretamente em Y.

    Existem situaes em que a resposta correlacionada seria mais

    vantajosa que a seleo na prpria caracterstica, que so:

  • 48

    a) quando a caracterstica de interesse (Y) apresenta baixa herdabilidade em

    razo de erros de medio;

    b) quando pode ser exercida maior intensidade de seleo na outra

    caracterstica (X), que na caracterstica de interesse (Y);

    c) quando as duas caractersticas so altamente correlacionadas

    geneticamente e a herdabilidade da outra (X) maior que daquela de

    interesse (Y);

    d) mais fcil e mais econmico medir a outra caracterstica (X) do que a de

    interesse (Y);

    e) a outra caracterstica (X) pode ser medida mais cedo na vida do animal.

    6. SELEO PELA PRODUO PARCIAL

    a seleo baseada em informaes obtidas somente num perodo de

    produo do indivduo. A seleo pela produo parcial usada para diminuir o

    intervalo de gerao. Como exemplo, podem-se citar a produo parcial de

    leite em testes de prognie em gado de leite, produo parcial de ovos em

    aves de postura e menores perodos de testes em sunos.

    Como a meta desejada o ganho na produo total e, considerando

    que as caractersticas de produes parciais no so as mesmas

    caractersticas que as totais, as anlises so feitas por meio de respostas

    correlacionadas.

    Para anlise da resposta esperada pela seleo parcial, trs variveis

    devem ser consideradas:

    1) produo parcial usada para seleo;

    2) produo complementar;

    3) produo total a ser melhorada.

    O ganho gentico na produo total, obtido pela seleo baseada na

    produo parcial, : 1P1P3A11,3 biG , em que

    1i = intensidade de seleo praticada na produo parcial (1);

  • 49

    1P3Ab = coeficiente de regresso gentica da produo total (3) em funo da

    produo parcial (1);

    1P = desvio-padro fenotpico da produo parcial (1).

    Sendo

    ,

    )1P(V)1P,2A1Acov(

    )1P(V)1P,3Acov(b

    21P

    2A1A2

    1A

    1P3A

    ento,

    .hi

    iG

    1P

    2A1A1P

    211

    1P21P

    2A1A2

    1A11,3

    Fazendo ,r 2A1A2,1G2A1A

    2A1A2A1A2A1A

    ento,

    ,hhrhirhi

    rhiG

    2P212,1G1P211

    2P

    2P

    1P

    2A1A2,1G1P

    211

    1P

    2A1A2,1G1P

    2111,3

    em que 21h = herdabilidade da caracterstica no perodo parcial de produo; 22h = herdabilidade da caracterstica no perodo complementar de produo;

    2,1Gr = correlao gentica do perodo parcial com o perodo complementar;

    2P = desvio-padro fenotpico da caracterstica no perodo complementar.

  • 50

    6.1. Eficincia da seleo com base na produo parcial comparada

    total

    A comparao pode ser feita pela razo 3,3

    1,3

    GG

    , ou seja,

    3P33

    2P212,1G1P211

    3,3

    1,3

    hihhrhi

    GG

    .

    Alguns autores tm verificado que a seleo baseada na produo

    parcial resulta em aumento da produo parcial e total, durante poucas

    geraes. Depois, a seleo pra de ter efeito sobre a produo total, por

    causa do declnio na produo complementar. Isto se d pela criao de

    correlao gentica negativa entre produo parcial e complementar.

    7. TIPOS DE SELEO

    Na escolha de animais para a reproduo pode-se usar a informao

    do prprio indivduo ou de seus parentes. O valor do prprio indivduo

    escolhido pode estar ou no includo na mdia da famlia.

    Quando a seleo dos animais feita com base na informao de

    famlias, o animal mantido ou eliminado em funo do desempenho da

    famlia.

    Os dados da famlia podem ser usados como nica fonte de

    informao para seleo do indivduo ou podem ser empregados em adio ao

    desempenho individual.

    Os principais tipos de seleo existentes so: individual, entre famlias

    e dentro de famlias. Exemplo das diferenas entre esses trs tipos de seleo

    dado a seguir (FALCONER, 1981).

  • 51

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    .......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    .......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    ......

    .

    (Individual) (Entre Famlias) (Dentro de Famlias)

    Indivduo selecionado; Indivduo eliminado; Mdia da famlia

    Figura 3.3 - Seleo individual, entre famlias e dentro de famlias.

    7.1. Seleo individual

    Os indivduos so selecionados apenas de acordo com seus valores

    fenotpicos prprios. Este mtodo , usualmente, o mais simples para operar e,

    em muitas circunstncias, produz a mais rpida resposta. mais eficiente em

    caractersticas de mdia alta herdabilidade.

    Pode-se dizer que o que foi visto nos itens 2, 3 e 4 deste captulo se

    refere seleo individual.

    7.1.1. Ganho gentico esperado (G)

    Conforme apresentado no item 3, a resposta seleo medida por

    meio do ganho gentico, que dado por:

    P22 ihShG .

    7.1.2. Valor gentico de um animal

  • 52

    Ao invs de se prever somente o ganho gentico esperado pela

    seleo de vrios animais, importante tambm obter uma estimativa ou

    predio do valor gentico do indivduo escolhido para reproduo.

    Conhecendo-se o valor fenotpico de determinada caracterstica no

    animal, a mdia da caracterstica na populao a que ele pertence e a

    regresso do valor gentico em relao ao valor fenotpico, pode-se predizer o

    valor gentico do animal, ou seja,

    )PP(bPVG iAP , em que

    P a mdia fenotpica de todos os indivduos medidos na mesma poca do indivduo i;

    bAP a regresso do valor gentico do indivduo em relao ao seu

    valor fenotpico, que igual a herdabilidade; e

    Pi o valor fenotpico do indivduo i.

    O valor gentico do indivduo representa a superioridade gentica

    estimada do indivduo em relao mdia do grupo de onde ele foi

    selecionado.

    Exemplo: Se a mdia de produo de leite de um grupo de vacas de

    3000 kg/vaca/ano, o valor gentico predito de uma vaca que produz 4000

    kg/ano, sendo a herdabilidade igual a 0,30, :

    VG = 3000 + 0,30 (4000 3000) = 3300 kg/ano.

    7.2. Seleo entre famlias

    Nesse tipo de seleo, famlias inteiras so selecionadas ou

    descartadas, de acordo com o valor fenotpico mdio da famlia.

    As condies em que a seleo de famlia recomendada so:

    - caractersticas de baixa herdabilidade;

    - pequenas variaes de ambiente comum aos membros da famlia;

  • 53

    - grande nmero de indivduos na famlia ou famlia de grande

    tamanho.

    Os indivduos so considerados apenas porque contribuem para a

    mdia da famlia. Independentemente dos valores dos indivduos, todos so

    usados na reproduo.

    Ganho gentico esperado

    nt)1n(1

    R)1n(1ihG ijp

    2

    ,

    em que

    i = intensidade de seleo;

    h2 = herdabilidade da caracterstica;

    p = desvio-padro fenotpico da caracterstica; n = nmero de indivduos na famlia;

    Rij = coeficiente de parentesco entre os membros da mesma famlia; e

    t =correlao intraclasse.

    A correlao intraclasse a correlao existente entre os membros de

    uma mesma famlia, e dada por 22

    ij chRt , em que

    c2 = correlao de meio existente entre os membros de uma mesma

    famlia.

    O ganho pela seleo entre famlias aumenta medida que aumenta o

    parentesco entre os indivduos (Rij) e maior quando a correlao intraclasse

    (t) pequena. Quando h consanginidade, a seleo entre famlias pode ser

    ainda mais efetiva, visto que a consanginidade faz com que indivduos de

    mesma famlia tornem-se mais semelhantes.

    Teste de irmos

  • 54

    Em algumas circunstncias, as caractersticas no podem ser medidas

    nos indivduos que sero usados como pais, e a seleo pode apenas ser

    baseada nos valores dos parentes (por exemplo, seleo de machos para

    produo de ovos em aves de postura). Nesses casos, o indivduo a ser

    selecionado no faz parte do grupo, portanto, no est includo na mdia da

    famlia.

    O ganho gentico baseado no teste de irmos (indivduo no faz parte

    da mdia) :

    nt)1n(1Rnih

    G ijp2

    .

    7.3. Seleo dentro de famlias

    O critrio de seleo o desvio de cada indivduo do valor mdio da

    famlia a qual pertence.

    Considerando o valor fenotpico do indivduo como desvio da mdia

    fenotpica da populao, ou seja,

    PPPPPP ii , em que

    PPi = desvio do valor fenotpico do indivduo em relao mdia fenotpica da famlia;

    PP = desvio da mdia fenotpica da famlia do indivduo em relao mdia fenotpica da populao.

    Com isso, verifica-se que na seleo individual, em que so

    considerados apenas os valores fenotpicos dos indivduos, do-se iguais

    pesos aos dois desvios. Na seleo entre famlias, d-se peso total ao desvio

    da mdia da famlia e nenhum peso ao desvio dos indivduos em relao

    mdia da famlia; portanto, todos os indivduos da famlia sero usados na

    reproduo, ou seja, todos os membros da famlia so considerados a unidade

    de seleo.

  • 55

    A seleo dentro de famlias apresenta vantagens sobre os demais

    mtodos, quando existe grande componente de ambiente comum aos

    membros da famlia. Exemplo dessa caracterstica seria o crescimento de

    sunos durante a fase de aleitamento.

    Ganho gentico esperado

    t1n 1nR1hiG ijp2

    7.4. Seleo combinada

    Na prtica, podem-se associar as informaes de famlia ao

    desempenho individual, formando um ndice de famlia. O princpio utilizado

    seria o seguinte: depois de selecionadas as melhores famlias, os piores

    indivduos dentro de cada famlia seriam eliminados.

    Assim, na seleo combinada determinam-se pesos apropriados para

    os desvios da mdia da famlia em relao mdia da populao e para os

    desvios dos indivduos em relao s mdias das famlias.

    Ganho gentico esperado

    t1n1t1

    1ntR1hiG

    2ij

    p2

    .

    7.5. Seleo pelo pedigree

    a seleo do animal baseada na informao de seus ascendentes.

    mais importante na avaliao de animais jovens ou de animais em cujo sexo a

    caracterstica no se manifesta.

    A anlise de pedigree til tambm como acessrio seleo

    individual, no caso da informao do indivduo ser conhecida. Deve-se,

    entretanto, balancear a nfase a ser dada ao pedigree, de forma a no

  • 56

    prejudicar a seleo individual. Em caractersticas de baixa herdabilidade, o

    pedigree pode receber maior nfase, principalmente se os mritos dos pais e

    dos avs so muito mais bem conhecidos do que os do prprio indivduo.

    Em virtude das limitaes do pedigree, como auxlio seleo, os

    pedigrees devem ser compostos de informaes precisas.

    Para fornecer maiores informaes na avaliao do animal, o

    melhorista ou criador no deve se limitar a colocar somente nomes e nmeros

    dos ascendentes nos pedigrees. Assim, todas as informaes disponveis

    sobre os ascendentes devem aparecer. Por exemplo, sobre o pai de

    determinado touro leiteiro importante que sejam informados o nmero de

    filhas em produo e a mdia de produo delas. O ideal seria que as

    produes fossem dadas em termos de desvios da mdia das companheiras. O

    mesmo vlido em relao me, sendo, nesse caso, importante a produo

    dela prpria.

    Ao se avaliar determinado animal pelo seu pedigree, necessrio estar

    atento ao fato de que muitas informaes so mais para fins comerciais do que

    de esclarecimento.

    7.5.1. Ganho gentico esperado (G)

    a) Seleo baseada em uma nica observao no ascendente

    PAiPjibG , em que

    i a intensidade de seleo;

    p o desvio-padro fenotpico da caracterstica; e AiPjb a regresso do valor gentico do indivduo (Ai) em relao ao

    valor fenotpico do ascendente (Pj);

    sendo 2

    ijAiPj hRb , em que

    Rij o coeficiente de parentesco entre o indivduo e o ascendente.

  • 57

    Sendo o ascendente:

    Pai ou me, Rij = = 0,50 e

    Av ou av, Rij = = 0,25.

    Portanto,

    P2

    ij hiRG .

    b) Seleo baseada na mdia de n observaes no ascendente

    PjPAiibG , em que

    P o desvio-padro fenotpico da mdia de n observaes na caracterstica; e

    jPAib a regresso do valor gentico do indivduo ( iA ) em relao ao

    valor fenotpico mdio do ascendente ( jP ).

    Sendo

    r)1n(1hRn

    b2

    ijjPAi e

    PP nr)1n(1 ,

    ento,

    r)1n(1nhiRG P

    2ij ,

    em que

    n o nmero de observaes no ascendente; e

    r a repetibilidade da caracterstica.

  • 58

    7.5.2. Eficincia da seleo pelo pedigree em relao seleo individual

    A eficincia medida pela comparao dos ganhos genticos

    correspondentes aos dois tipos de seleo, ou seja,

    )Individual(G)Pedigree(GE

    a) Seleo baseada em uma nica observao no ascendente

    ijP

    2P

    2ij Rhi

    hRiE

    .

    Como pode ser observado, a eficincia, nesse caso, depende apenas

    do grau de parentesco entre o indivduo e o ascendente.

    Portanto, quando se escolhe uma novilha ou um tourinho baseando-se

    apenas na informao da me, a eficincia dessa seleo apenas de 50% (Rij

    = ) em relao individual, caso existisse a informao do prprio indivduo.

    b) Seleo baseada na mdia de n observaes no ascendente

    r)1n(1nRE ij .

    Nesse caso, a eficincia depende do grau de parentesco, do nmero

    de observaes no ascendente e da repetibilidade da caracterstica.

    Por exemplo, tomando-se a informao da me de uma novilha ou de

    um tourinho, que tem seis observaes de lactao, e considerando que a

    repetibilidade da produo de leite seja igual a 0,40, a eficincia dessa seleo

    em relao informao no prprio indivduo :

    %7171,040,0)16(1

    621E .

    7.5.3. Valor gentico estimado (VG)

  • 59

    a) Seleo baseada em uma nica observao no ascendente

    )PP(bPVG jAiPj , em que

    P a mdia da populao a que pertence o ascendente;

    Pi o valor fenotpico da caracterstica no ascendente; e

    AiPjb a regresso do valor gentico do indivduo (Ai) em relao ao

    valor fenotpico do ascendente (Pj);

    sendo 2

    ijAiPj hRb .

    b) Seleo baseada na mdia de n observaes no ascendente

    )PP(bPVG jjPAi

    em que

    jP a mdia de n observaes da caracterstica no ascendente; e

    jPAib a regresso do valor gentico do indivduo (Ai) em relao ao

    valor fenotpico mdio do ascendente ( jP );

    sendo

    r)1n(1hRn

    b2

    ijjPAi .

    7.6. Seleo pela prognie

    a seleo do animal baseada na informao de seus descendentes.

    O mtodo consiste na comparao dos filhos ou filhas de um reprodutor com

    os de outros reprodutores.

  • 60

    O valor fenotpico de um nico animal para avaliao do pai tem muito

    pouco valor. Entretanto, quando a mdia de muitos filhos usada, influncias

    de meio so menores. Ento, quanto maior o nmero de filhos, mais precisa

    a avaliao do reprodutor.

    Como os filhos recebem a metade de seus genes do pai, o

    desempenho destes estima apenas a metade do valor gentico do pai. A outra

    metade da herana dos filhos proveniente da me, e, por esse motivo, as

    mes devem pertencer a um grupo no selecionado, de mrito mdio dentro da

    raa.

    O teste de prognie vlido quando um nmero de filhos de um

    reprodutor comparado com um nmero adequado de filhos de outros

    reprodutores, nas mesmas condies de manejo e criao. Assim, o teste de

    prognie vlido nas seguintes circunstncias:

    a) a caracterstica de baixa herdabilidade;

    b) h condies de se avaliar um nmero expressivo de filhos do reprodutor;

    c) o animal selecionado pela prognie vai ser usado intensamente;

    d) a caracterstica no se manifesta no prprio animal, como, por exemplo,

    seleo de touros para produo de leite;

    e) a caracterstica a ser avaliada s pode ser medida com o abate do animal; e

    f) quando o teste de prognie envolve vrios rebanhos com uso de

    inseminao artificial, ele permite avaliao ao nvel de raa.

    A avaliao do valor gentico de um reprodutor de maior preciso se

    os seguintes aspectos so observados:

    a) as fmeas a serem acasaladas com os reprodutores so tomadas ao acaso;

    b) as raes e prticas de alimentao so padronizadas;

    c) todos os filhos do mesmo reprodutor no so alimentados em uma mesma

    baia;

    d) as comparaes so feitas entre os grupos de prognies criadas em

    ambientes similares;

    e) as comparaes so feitas entre os grupos de prognies nascidos no

    mesmo ano, e, se possvel, na mesma estao do ano;

    f) todos os filhos sadios do reprodutor so includos no teste, sem fazer

    seleo;

  • 61

    g) um nmero de filhos suficientemente grande usado para reduzir os erros

    de meio e segregao mendeliana, e, ao mesmo tempo, o nmero de

    reprodutores testados no muito limitado; e

    h) so usados procedimentos estatsticos para ajustamento de diferenas no-

    genticas, sistemticas, entre os reprodutores, resultantes das diferenas

    de alimentao, manejo, estao de parto, idade ao parto, etc.

    O teste de prognie traz algumas limitaes e dificuldades para a sua

    realizao, tais como:

    a) so necessrias propriedades que adotam a inseminao artificial e o

    controle leiteiro;

    b) h problema para criao e manuteno de grande nmero de filhos dos

    reprodutores em teste, alm da manuteno dos prprios reprodutores,

    enquanto se esperam os resultados dos testes; e

    c) necessrio longo tempo para a concluso do teste, e o ganho gentico

    que se espera alcanar lento.

    7.6.1. Ganho gentico esperado ( G )

    FFAibiG , em que

    F o desvio-padro fenotpico da mdia dos filhos; e FAib a regresso do valor gentico do indivduo (Ai) em relao

    mdia dos filhos ( F );

    sendo

    t)1n(12hnb

    2

    FAi

    PF nt)1n(1 ;

    em que

    n o nmero de filhos do indivduo; e

  • 62

    t a correlao intraclasse.

    Sendo 222

    ij chRt ,

    em que

    Rij o coeficiente de parentesco entre os filhos do indivduo; meio-

    irmos, Rij = = 0,25;

    h2 a herdabilidade da caracterstica; e

    c2 a correlao de meio entre os filhos do indivduo;

    ento

    t)1n(14nhiG P

    2

    .

    7.6.2. Eficincia da seleo pela prognie em relao seleo individual

    )Individual(G)ognie(PrGE

    P

    2

    P2

    hit)1n(14

    nhiE

    t)1n(14 nE

    7.6.2.1. Eficincia da seleo pela prognie em relao seleo individual por

    unidade de tempo

  • 63

    Considerando-se que o tempo gasto para se obter a informao da

    prognie (Tp) diferente do tempo gasto para obteno dos dados individuais

    (TI), a eficincia dada por:

    I

    P

    T/)Individual(GT/)ognie(PrGE

    )Individual(G)ognie(PrGx

    TTE

    P

    I

    .

    Ento, a eficincia da seleo pela prognie pode ser comprometida,

    se o tempo necessrio para se obterem as informaes na prognie for muito

    grande.

    Na Tabela 3.3 so apresentados os valores de eficincia do teste de

    prognie em relao seleo individual. As diferenas de tempo no foram

    consideradas no clculo das eficincias.

    Tabela 3.3

    -

    Valores de eficincia da seleo baseada no teste de prognie em relao seleo individual (E)

    t = h2/4 t = h2/4 + 0,10

    h2 h2

    n 0,10 0,30 0,50 0,10 0,30 0,50

    01 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50

    05 1,07 0,98 0,91 0,91 0,86 0,81

    10 1,43 1,22 1,08 1,08 0,98 0,91

    30 2,08 1,54 1,27 1,27 1,11 1,00

    50 2,37 1,64 1,32 1,32 1,14 1,02

    Pelos valores da Tabela 3.3, pode-se observar que:

    a) para a mesma herdabilidade, a eficincia do teste de prognie aumenta

    medida que aumenta o nmero de filhos do reprodutor;

  • 64

    b) para um mesmo nmero de filhos, a eficincia do teste de prognie

    aumenta medida que diminui a herdabilidade da caracterstica; portanto, o

    teste de prognie s recomendado para caractersticas de baixa ou mdia

    herdabilidade; e

    c) a presena da correlao de meio entre os filhos de um mesmo reprodutor

    reduz a eficincia do teste de prognie.

    7.6.3. Valor gentico predito (VG)

    )PP(bPVG CoFFAiCo ,

    em que

    CoP a mdia de todos os contemporneos dos filhos do indivduo;

    FP a mdia dos filhos do indivduo; e

    FAib conforme definido anteriormente.

    7.7. Seleo pela informao de irmos

    a seleo do animal baseada na informao de seus irmos. Podem-

    se usar informaes de irmos e irms paternos e maternos e de meio-irmos

    ou de irmos completos.

    Esse tipo de seleo de grande utilidade quando a caracterstica sob

    seleo s se expressa em um dos sexos ou quando h necessidade de abater

    os animais para a medio de caractersticas de carcaa.

    A seleo baseada na informao de irmos pode ser usada em duas

    circunstncias: a primeira quando so testados grupos de irmos, e o

    indivduo a ser selecionado est includo na mdia (por exemplo, avaliao de

    consumo de alimento e eficincia alimentar em um grupo de irmos); a

    segunda quando o indivduo a ser selecionado no faz parte do grupo (por

    exemplo, seleo de novilhas e tourinhos baseada nas informaes de

  • 65

    produo de leite das irms ou seleo de galos baseada na produo de ovos

    das irms).

    7.7.1. Ganho gentico esperado ( G )

    a) O indivduo selecionado includo na mdia

    IIAibiG

    nIIIII ni21

    em que

    I o desvio-padro fenotpico da mdia do grupo de irmos; e IAib a regresso do valor gentico do indivduo (Ai) em relao

    mdia do grupo de irmos ( I );

    sendo

    t)1n(1hR)1n(1

    b2

    ijIAi

    e

    PI .nt)1n(1 ;

    em que

    n o nmero de irmos no grupo;

    Rij o coeficiente de parentesco entre os irmos:

    meio-irmos, Rij = = 0,25; irmos completos, Rij = = 0,50; e

    t a correlao intraclasse dos membros do grupo.

  • 66

    Sendo 22

    ij chRt

    em que

    h2 a herdabilidade da caracterstica; e

    c2 a correlao de meio entre os irmos;

    ento,

    nt)1n(1

    R)1n(1hiG ijP

    2

    .

    b) O indivduo selecionado no includo na mdia

    IIAibiG

    )ItemNo(n

    IIII in21 ,

    em que

    I o desvio-padro fenotpico da mdia dos irmos do indivduo; e IAib a regresso do valor gentico do indivduo (Ai) em relao

    mdia de seus irmos ( I ).

    Sendo

    t)1n(1hRn

    b2

    ijIAi ; e

    PI nt)1n(1 ;

  • 67

    em que

    n o nmero de irmos do indivduo;

    Rij o coeficiente de parentesco entre o indivduo e seus irmos;

    sendo

    nt)1n(1hRni

    G P2

    ij

    .

    7.7.2. Eficincia da seleo pela informao de irmos em relao seleo

    individual

    a) O indivduo selecionado includo na mdia

    )Individual(G)Irmos(GE

    P2

    ijP2

    hint)1n(1

    R)1n(1hi

    E

    nt)1n(1R)1n(1

    E ij

    Portanto, a eficincia da seleo pela informao de irmos em relao

    seleo individual depende do nmero de irmos, do parentesco entre os

    irmos e da correlao intraclasse.

    b) O indivduo selecionado no includo na mdia

  • 68

    t)1n(1nRE ij

    Nesse caso, a eficincia depende do nmero de irmos do indivduo,

    do parentesco entre o indivduo e seus irmos e da correlao intraclasse.

    Como a correlao intraclasse dada por 22

    ij chRt ,

    ento, a eficincia depende tambm da herdabilidade da caracterstica e da

    correlao de meio entre os irmos (c2).

    Na Tabela 3.4 so apresentados os valores de eficincia da seleo

    baseada na informao de meio-irmos (meio-irms) em relao seleo

    individual.

    Tabela 3.4 - Valores de eficincia da seleo baseada na informao de meio-irmos em relao seleo individual (E)

    Indivduo includo

    na mdia

    Indivduo no includo na mdia

    t = h2/4 t = h2/4 t = h2/4 + 0,10

    h2 h2 h2

    n 0,10 0,30 0,50 0,10 0,30 0,50 0,10 0,30 0,50

    01 -- -- -- 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25

    02 0,87 0,85 0,83 0,35 0,34 0,34 0,33 0,33 0,32

    05 0,85 0,78 0,73 0,53 0,49 0,46 0,46 0,43 0,40

    10 0,93 0,79 0,71 0,71 0,61 0,54 0,54 0,49 0,45

    30 1,15 0,84 0,70 1,04 0,77 0,64 0,64 0,55 0,50

    50 1,26 0,87 0,70 1,19 0,82 0,66 0,66 0,57 0,51

    Pelos valores de eficincia relativa na Tabela 3.4, nota-se que h

    necessidade de grande nmero de meio-irmos ou de meio-irms, para se

  • 69

    obter um ganho gentico prximo ao que se obtm por seleo individual. A

    correlao de meio (c2 = 0,10) faz com que a eficincia seja menor ao mesmo

    nvel de herdabilidade e nmero idntico de irmos. Para caractersticas de

    herdabilidade mdia (0,30) e alta (0,50), torna-se praticamente impossvel

    obter igual preciso de seleo, usando-se mdias de meio-irmos ou de meio-

    irms.

    7.7.3. Valor gentico predito (VG)

    )PP(bPVG CoIIAiCo ,

    em que

    CoP a mdia de todos os contemporneos dos irmos;

    P a mdia do grupo de irmos; e

    IAib conforme definido anteriormente.

  • 70

    IV CONSANGINIDADE E CRUZAMENTO

    1. INTRODUO

    A consanginidade ou endogamia pode ser definida como o

    acasalamento de indivduos mais aparentados entre si, do que a parentesco

    mdio esperado, se eles fossem escolhidos, ao acaso, na popu