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Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008 | Ano IX | nº 458| [email protected]| Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo | DIÁRIO d o B R A S I L Anúncio de pacote econômico anima investidores nas bolsas de valores Denis de Oliveira/LONA Paranaguá mistura o ar de cidade antiga com a alta tecnologia que passa com os navios pelo Porto - Pág 8 Ensaio fotográfico Há alguns dias, as bolsas de valores de todo o mundo vi- nham sofrendo efeito da crise internacional. A Bovespa, por exemplo, somou quedas que to- talizaram 20%. Com o anúncio de um grande pacote para sal- var a economia pelos Estados Unidos e por vários países da Europa, as bolsas de todo o mundo deram sinal de recupe- ração na segunda-feira. Já na terça-feira, os negócios, na mai- oria dos pregões, mantiveram a tendência de alta, mas com uma margem bem menor do que no começo da semana. Os economistas dizem que a medi- da foi anunciada em um mo- mento vital, e que se não fosse feito nada, a situação atingiria uma condição perigosa. Página 3 Produtos transgênicos Produtos transgênicos ainda não são rotulados Página 7 Cientistas ainda não chega- ram à conclusão de que os orga- nismos geneticamente modifica- dos fazem mal à saúde. Jovens adotam ações voluntárias As pessoas que são voluntári- as dizem que uma das coisas mais gratificantes é ver a ação se transformando em alegria. Páginas 4 e 5

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JORNAL- LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Page 1: LONA 458- 16/10/2008

Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008 | Ano IX | nº 458| [email protected]|Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo |

DIÁRIO

do

BRASIL

Anúncio de pacote econômico animainvestidores nas bolsas de valores

Denis de Oliveira/LONA

Paranaguá mistura o ar de cidade antiga com a alta tecnologia que passa com os navios pelo Porto - Pág 8

Ensaio fotográfico Há alguns dias, as bolsas devalores de todo o mundo vi-nham sofrendo efeito da criseinternacional. A Bovespa, porexemplo, somou quedas que to-talizaram 20%. Com o anúnciode um grande pacote para sal-var a economia pelos EstadosUnidos e por vários países daEuropa, as bolsas de todo omundo deram sinal de recupe-ração na segunda-feira. Já naterça-feira, os negócios, na mai-oria dos pregões, mantiveram atendência de alta, mas comuma margem bem menor doque no começo da semana. Oseconomistas dizem que a medi-da foi anunciada em um mo-mento vital, e que se não fossefeito nada, a situação atingiriauma condição perigosa.

Página 3

Produtos transgênicosProdutos transgênicos ainda não são rotulados

Página 7

Cientistas ainda não chega-ram à conclusão de que os orga-nismos geneticamente modifica-dos fazem mal à saúde.

Jovens adotam ações voluntáriasAs pessoas que são voluntári-

as dizem que uma das coisasmais gratificantes é ver a açãose transformando em alegria.

Páginas 4 e 5

Page 2: LONA 458- 16/10/2008

Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 200822222

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo daUniversidade Positivo – UP

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-330. Fone (41) 3317-3000

“Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos ge-rais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo eempreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade so-cial que contribuam com seu trabalho para o enriquecimentocultural, social, político e econômico da sociedade”.

Missão do curso de Jornalismo

ExpedienteReitor:Reitor:Reitor:Reitor:Reitor: Oriovisto Guimarães.VVVVVice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor: José Pio Mar-tins. Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Adminis-Adminis-Adminis-Adminis-Adminis-trativo:trativo:trativo:trativo:trativo: Arno Antônio Gnoat-to; Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-ção:ção:ção:ção:ção: Renato Casagrande;;;;;Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Fani Schiffer Durães; Pró-Pró-Pró-Pró-Pró-Reitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-Graduaçãoe Pesquisa:e Pesquisa:e Pesquisa:e Pesquisa:e Pesquisa: Luiz Hamilton

Berton; Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-nejamento e nejamento e nejamento e nejamento e nejamento e AAAAAvaliação Ins-valiação Ins-valiação Ins-valiação Ins-valiação Ins-titucional:titucional:titucional:titucional:titucional: Renato Casagran-de; Coordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do Cursode Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: Carlos Ale-xandre Gruber de Castro; Pro-Pro-Pro-Pro-Pro-fessores-orientadores:fessores-orientadores:fessores-orientadores:fessores-orientadores:fessores-orientadores: ElzaOliveira e Marcelo Lima; Edi-Edi-Edi-Edi-Edi-tortortortortor-chefe:-chefe:-chefe:-chefe:-chefe: Antonio CarlosSenkovski.

Vanessa Ramos

Um dos motivos que fazemaumentar a concorrência nas fa-culdades de jornalismo é que,quando jovens, temos a vonta-de de fazer alguma coisa paramelhorar a sociedade. Já quan-do estamos na universidade, ve-mos o poder que o jornalistatem de influenciar e a capaci-dade de mobilizar a sociedade.

Normalmente se leva anose anos para conseguir um espa-ço nos veículos de comunicaçãopara dar opinião. Mas nem mes-mo os mais renomados jorna-listas podem falar tudo quequerem. A coisa fica um poucomais limitada quando lemostextos de alguns dos nomes bemconhecidos e vemos que essaspessoas não passaram por umafaculdade de jornalismo. Mui-tos são economistas, advoga-dos, arquitetos, médicos. Maspara ser um formador de opi-nião é preciso ser muito maisdo que formado em uma profis-são e sim ser especialista naárea que se pretende trabalhar.A dúvida é saber se é mais fácilum economista se tornar jorna-lista, ou um jornalista apren-der a linguagem do economistapara escrever num jornal.

Não achamos uma besteiraum médico passar por uma fa-culdade. Por que vamos entre-gar nossa vida, para que ele nosdê um diagnóstico? Nós, estu-dantes e futuros jornalistas,enfrentamos todas as dificulda-des para ter um diploma, e derepente ele passa a não ter tan-

Profissionaisto valor. Dependendo do resul-tado do julgamento que o Su-premo Tribunal Federal fará embreve, podendo anular a exigên-cia do diploma para a práticado jornalismo, a gente terá quecompetir com advogados, médi-cos, arquitetos.

Todo jornalista é, sem dúvi-da, um crítico, um fanático porsua profissão, leva uma vidaagitada. Independentemente daárea em que vá atuar, para terum futuro e ser um bom profis-sional tem que ter na mente quejornalismo está no sangue e ja-mais em seu nome.

Mas na prática as coisasnem sempre são tão fáceis as-sim. Imprevistos acontecem atodos os momentos e o jornalis-ta tem que ter “o jogo de cintu-ra” para saber lidar com asmais inesperadas circunstânci-as. É por isso que um profissio-nal de comunicação tem quepassar por uma faculdade. Poissó praticando que os futuros jor-nalistas podem saber como fun-ciona o dia-a-dia, como lidarcom as situações que possamsurgir ao decorrer de uma en-trevista, por exemplo. Sendoassim, não há lugar melhor parase fazer isso: a faculdade nospermite errar e acertar antes desair para o mercado de traba-lho. É onde damos nossos pri-meiros passos, podendo cair eter alguém que nos corrigir e en-sinar o caminho certo.

A faculdade não vai fazer umjornalista, mas vai com certezadiminuir os maus profissionaisque transformam a informaçãoem simples mercadoria.

Nathalie Sarah Jaime

É dia de comemorações eagradecimentos. O dia do profes-sor passa às vezes despercebidopor muitos. Isso se torna umaregra quando cai em dia de se-mana e alguns comemoram porficar em casa, sem nem ao me-nos saber o porquê.

Os louros de se preparar ededicar a vida a ensinar outraspessoas não são para qualquerum. Quando voltamos no tem-po, vemos que a maioria já pen-sou, ao menos uma vez na vida,em ser professor. Brincar de es-colinha sempre fez parte do ima-ginário das crianças.

Para quem não sabe, a datapara homenagear o professornão foi escolhida ao acaso. Nes-te mesmo dia, em 1827, DomPedro I baixou um decreto im-

Karollyna Krambeck

“Não dê o peixe. Ensine apescar.” Esse é o lema do empre-endedorismo de nossa época: ge-ração de renda.

Os programas de assistênciasocial, tanto do governo federalquanto dos municipais e estadu-ais, são freqüentemente ataca-dos por “dar dinheiro aos po-bres”. Um exemplo é o BolsaFamília, mas quem fala issonunca deve ter parado para pen-sar se estes programas realmen-te não valem a pena.

O Bolsa Família é um pro-grama federal, em parceria comos municípios, que concede umabolsa auxílio para inclusão soci-al de famílias pobres (com ren-da de até R$120 mensal per ca-pita) e famílias em extrema po-breza (até R$60 per capita). Oprograma tem como objetivocombater a fome e promoveracesso a serviços públicos, dosquais estas famílias geralmen-te são excluídas.

O valor do benefício repassa-do é de até R$60 para famíliaspobres e de até R$120 para fa-mílias em extrema pobreza, umvalor irrisório comparado aosmuitos salários que os políticosrecebem, por exemplo.

A maior queixa contra este

Muito além do assistencialismo“benefício” seria que as pesso-as que o recebem não fazembom uso (comprar comida éartigo de luxo e alguém queestá em situação de risco nãoprecisa disso), e que as pesso-as deixam de trabalhar parareceber o benefício (já queR$120 dá para alimentar umafamília de quatro pessoas emanter uma casa tranquila-mente, sem precisar se preo-cupar com trabalho).

Não significa que o gover-no esteja 100% certo em rela-ção ao assistencialismo presta-do a estas pessoas, muito pelocontrário, é pela falta de inves-timento em inserção produti-va (ou geração de trabalho erenda), que estas famílias vi-vem na miséria e precisam deum auxílio para manter o seubem mais precioso: suas vidas.

A Fundação de Ação Social(FAS), de Curitiba, possui umprojeto que se chama ValeVovó, que concede cestas bási-cas a idosos que não têm ren-da alguma - não possuem apo-sentadoria e não trabalham. Éuma forma paliativa de tentardar um pouco de dignidade aestas pessoas que estão à mar-gem de nossa sociedade, e quenão conseguem emprego, nãopor que não querem, mas porfalta de oportunidade.

Quem se habilitaria a em-pregar em sua empresa um se-nhor de idade, com pouco estu-do e com as marcas do sofrimen-to no rosto? Quantas pessoasdão oportunidade a um catadorde papel, por exemplo, de se tor-nar um vendedor de uma lojano shopping? (primeiro que osseguranças não deixam nem opobre coitado entrar no estabe-lecimento, quanto mais procu-rar uma vaga de emprego)

É muito fácil para quem temcasa, comida, emprego e opor-tunidades, falar de quem rece-be um pequeno auxílio para tor-nar suas vidas um pouco maisdignas. É muito fácil você cha-mar alguém de vagabundo, semsaber as raízes de sua infância,sem saber se realmente ele seencontra nessa situação porquequer ou porque não conseguerevertê-la.

Mas são poucos os que se ha-bilitam a estender a mão, a aju-dar o próximo, a doar um poucodo seu tempo em favor das cau-sas sociais. Nós só teremos umpaís mais justo e mais igualitá-rio quando nos preocuparmosmenos com os R$120 que estãosendo “perdidos” com estas pes-soas e passarmos a dar atençãoao que realmente faria a diferen-ça: o que NÓS estamos fazendopara reverter este quadro?

Comemorações merecidasperial que criou o Ensino Ele-mentar no Brasil. Mas foi em1963 que a data foi lembrada,e decretou-se o Dia do Profes-sor.

Hoje a atuação de um pro-fessor se dá em diversos níveis:desde o ensino fundamental(onde o professor necessita ape-nas de uma formação de ma-gistério) até nível superior (noqual ele precisa de uma forma-ção de graduação, mestrado edoutorado). A profissão não émuito reconhecida ainda, emalguns casos, se gasta dinhei-ro para sair de casa para tra-balhar. Os salários de escolaspúblicas não aumentaram nosúltimos tempos, isso prejudicatanto o aluno como o professor.Sem uma remuneração quecondiga com a sua função, al-guns professores ficam desmo-tivados para realizar um bom

trabalho.O trabalho principal do pro-

fessor na vida de uma pessoa éo de ajudar a formar. Formartanto o caráter, como estimu-lar as habilidades individuais decada um. Muitos professoresdizem que vivem apenas poramor à profissão, porque a re-muneração é baixa. Há um anofoi lançada uma lei que exigeque todos os professores tenhamformação superior para dar au-las. Em um país onde muitasvezes é a boa vontade de pesso-as que toca uma pequena esco-la, onde podemos encaixar tallei?

Como diria um apresentadorda TV brasileira: tiro o chapéu.Em tais situações é o que sepode fazer para homenagearpessoas que dedicam suas vidasa ensinar e abrir novos conhe-cimentos para outras pessoas.

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Geral

Recuperação na economia traz altanas bolsas de valores e queda no dólar

Thiago Noronha

Gustavo Ribeiro

Pela segunda vez na his-tória, o Brasil é sede do Cam-peonato Mundial de Futsal.A competição começou a serdisputada em 1982, tambémem terras brasileiras. Naocasião, a Federação Inter-nacional de Futebol de Sa-lão (Fifusa) controlava o tor-neio, assim como nos anosde 1985, na Espanha, e1988, na Austrália. A partirde 1989, a FIFA assumiu aadministração dos mundi-ais. Desde então foram dis-putadas mais cinco edições:na Holanda-89, em HongKong-92, na Espanha-96, naGuatemala-2000 e emTaiwan-2004.

A seleção brasileira é bi-cho papão nas conquistas dofutebol de salão, com cincotítulos mundiais ganhos.Porém, essa hegemonia é

Mundial de Futsal no Brasil chega à semifinal

ameaçada pela atual bicampeãEspanha, que em 2000 apron-tou uma grande surpresa e ven-ceu na final a favorita seleçãocanarinho por 4 a 3. O cresci-mento dos espanhóis é compro-vado com a segunda conquistaem 2004, ano no qual os brasi-leiros ficaram apenas na ter-ceira posição. As cidades querecebem os jogos são Brasília,no Ginásio Nilson Nelson comcapacidade para 11 mil pesso-as, e Rio de Janeiro, no Mara-canãzinho, que comporta até11.800 espectadores. A dispu-ta está na fase semifinal, queserá realizada hoje em doishorários: às 10h30, o invictoBrasil, que conta com Falcão,o melhor jogador do mundo ecom uma campanha de apenasquatro gols sofridos e 58 mar-cados, encara a surpreenden-te Rússia; e às 12h30 Espanhae Itália repetem a final doMundial de 2004. O favoritis-mo é da forte seleção espanho-la, mas os italianos contamcom o reforço de seis atletasbrasileiros naturalizados.

A final será disputada nes-te domingo, dia 19, no Giná-sio do Maracanãzinho, no Riode Janeiro. A partida estámarcada para as 10h30, comtransmissão ao vivo em ca-nais abertos. O estudante ejogador de futebol de salãonas horas vagas, Maurício Re-finsk, está entusiasmado como campeonato disputado emterritório nacional e afirmaque deseja ver o Brasil con-quistar o hexacampeonatoneste final de semana. “Éuma oportunidade única deacompanhar uma disputadeste nível. Acompanhei todasas partidas e acredito que oBrasil chega à final. Querouma revanche contra a Espa-nha, aquela derrota em 2000ainda está engasgada” afirmaMaurício.

Com o sucesso e o cresci-mento da modalidade, espe-ra-se que, em breve, o futsalpossa ser reconhecido comoesporte olímpico e que dispu-tas como esta sejam mais fre-qüentes.

Gustavo Ribeiro

Thiago Noronha

Após uma semana de gran-des baixas nas bolsas de valo-res de todo o mundo, o mercadofinanceiro caminha para a es-tabilidade. A Bovespa (Bolsa deValores de São Paulo), porexemplo, havia somado quedasque alcançaram 20%. Os Esta-dos Unidos e os países europeusque utilizam oeuro como moe-da anunciarammedidas (prin-cipalmente a re-capitalizaçãodos bancos) parasocorrer, nãoapenas a criseinterna, mastambém exter-na. A Françaanunciou quevai injetar US$483 bilhões paragarantir a viabi-lidade dos ban-cos e segurado-ras do país. Opacote de ajudaproposto por Ale-manha, Rússia e Inglaterra jun-tas gira em torno de US$ 918bilhões. De acordo com o econo-mista Gerson Araújo Guima-rães, “essas medidas trazemum socorro para todo o merca-do mundial, o que é extrema-mente positivo, pois a situaçãoestava atingindo níveis perigo-sos e que não observávamos hátempos”.

A economia nacional sentiuos efeitos da recuperação e nes-ta segunda-feira, a Bovespa fe-chou com alta de 10,14% che-

gando aos 39.206 pontos. Naúltima terça-feira, dia 14, ocrescimento continuou, porémcom menos intensidade, altaperto dos 3% e 42.064 pontos.As ações mais negociadas foramPetrobras PN, com alta de2,97% e Vale PNA, com 3,71%.Nas bolsas de Nova York, o ín-dice Dow Jones avançou cercade 1% e a Nasdaq recuou quase1%.

O governo americano anun-ciou que vai injetar US$ 250 bi-

lhões em com-pra de ações debancos. Os re-cursos são pro-venientes do pa-cote de socorrofinanceiro deUS$ 700 bilhõesaprovado recen-temente peloCongresso dosEUA.

O mercadode câmbio tam-bém foi influen-ciado pelo pro-grama de libera-ção de recursosaplicado na eco-nomia mundial.O dólar comerci-al, que chegou a

atingir o valor de R$ 2,32, é ne-gociado a R$ 2,14, baixa de7,76%. Na Bolsa de Mercadori-as & Futuros (BM&F), o dólarà vista estava sendo cotado a R$2,09, em baixa de 2,34%.

O economista Gerson AraújoGuimarães afirma que “o dólaré um dos termômetros da eco-nomia. Se há variações, tantopara cima quanto para baixo,isso quer dizer que houve mu-danças no cenário econômicomundial”.

Divulgação: http://www.ligafutsal.com.br

As medidas trazemum socorro paratodo o mercadomundial, o que éextremamente po-sitivo, pois a situa-ção estava atingin-do níveis perigosose que não observa-mos há temposGERSON ARAÚJO GUIMARÃESECONOMISTA

Oscilação das principais Bolsas do MundoIbovespa (Brasil)Daw Jones (USA)Nasdaq (USA)FTSE (Inglaterra)DAX (Alemanha)

+1,81-0,82-3,54

+3,23+2,70

Oscilação das principais Bolsas do Mundo

*Dados obtidos em 14/10 às 18h30

O pacote de ajuda proposto por países da Europa soma US$ 918 bilhões

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Para temperar os sonhos e curar as febresDanielly Ortiz

Fernanda Kuzma

Acordar, escovar os dentes,tomar café, encontrar-se com osamigos. Esta é uma rotina co-mum dos finais de semana dosjovens, atualmente. E quandoestão junto eles... Pintam osrostos?

Pois é, a adolescente AnaCaroline Mayrhafer, 17 anos, éa presidente do Projeto SocialVagalumes. Com oobjetivo de encon-trar pessoas dispos-tas a “fazer o bem,plantar alegria ecolher sorrisos”, osvoluntários do pro-jeto realmente "me-tem" a cara e ves-tem a camisa, geral-mente muito colori-da.

Manhã de sábado chuvoso,os adolescentes deixam a pre-guiça de lado, saem do cursi-nho e vão, muitas vezes de ôni-bus, até o local das reuniões,que nem sempre é perto de suascasas. O frio não atrapalha.Chegam com um sorriso no ros-to, violão embaixo do braço, ma-quiagem e roupas engraçadasna mochila, e ali está tudo oque eles, e outras pessoas pre-cisam.

A sessão de maquiagem co-meça depois que todos estão pre-sentes. O “arsenal” é retirado

Projeto voluntário reúne jovens que buscam levar a alegria para crianças e idosos

das mochilas, e nada é indivi-dual. Compartilham os pincéis,os batons, as tintas, tudo. De-senhando no rosto um do outro,criam uma outra identidade.“Acredite, é mais fácil fazer cer-tas coisas quando estamos pin-tados”, diz Ana.

Aos poucos eles vão se trans-formando em pessoas totalmen-te diferentes. A gravata roxacom bolinhas verdes, o chapéurosa e amarelo, o nariz do pa-lhaço, a saia de retalhos, a meiapor fora da calça, tudo faz par-

te de um per-sonagem quefoi criado espe-c i a l m e n t epara transmi-tir alegria. Aatenção é re-dobrada nomomento depreparação. Oviolão ali pre-sente torna

mais alegre e divertido a brin-cadeira que eles fazem com ta-manha seriedade.

Na casa de Cássio, um dosvoluntários, estão seus pais, amadrinha, o irmão e o primoalmoçando. As pessoas vão che-gando e são recebidas com umsorriso no rosto. “Eu acho mui-to gratificante saber que essageração de hoje está fazendoesse tipo e trabalho. Na minhaépoca era muito difícil o pesso-al dessa idade se envolver comqualquer coisa voltada pro ladoda caridade”, diz Simone Apa-

recida Donatti, madrinha deCássio.

A importância está, também,no exemplo que esses jovens dãoaos mais novos. Alguns irmãose parentes dos integrantes dogrupo se interessam e, no come-ço por curiosidade, começam afreqüentar as reuniões e visitas,e sempre voltam.Kalil Halil, 11anos seguiu o exemplo do irmãoBreno, de 22 anos, quis “pintara cara” e se entregar ao traba-lho voluntário. Com o rosto todobranco, pintado com pontos deinterrogação, Kalil foi breve emseu comentário: “Faço porquegosto de ajudar as crianças e aspessoas”.

Breno, irmão mais velho,diz que, a principio, não querialevá-lo junto, pois acreditavaser uma responsabilidade mui-to grande, mas com o tempo en-tendeu que seria bom despertaro voluntariado no irmãozinho.“O legal de levar a criança é queela acaba brincando junto. Eunão coloco nenhuma responsa-bilidade em cima dele. Vai jun-to, como um palhaço, mas ficamais se divertindo do que pres-

tando atenção na responsabili-dade daquilo que fazemos. Ébom despertar isso porque acriança se diverte e já está emum meio que é legal para o fu-turo”.

Os malabares passam demão em mão. Muitas vezes vocêtem que se manter abaixado,pois o risco de levar uma boli-nha na cabeça é alto. As habili-dades, que nasceram com o gru-po, demonstram que a força devontade pode, literalmente, co-lorir a realidade.

“O sorriso pode mudar a vidadas pessoas”. Este é um concei-to e uma frase em que todosacreditam e buscam tornarreal. Para eles não há horas desono perdido. Não acreditamque poderiam estar fazendo algomelhor, todos estão ali porque,de alguma maneira, ajudam osoutros, e principalmente, a simesmo.

Para eles o final de semanaé mais bem aproveitado destamaneira. “A parte mais gratifi-cante é quando uma senhorapega e fala assim: ́ Nossa a gen-te estava tão triste aqui, daí

vocês chegaram e a gente come-çou a se animar. Ou então numorfanato quando as crianças dãorisada”, diz o jovem de 17 anosWillian Schineider Rabelo. Háconsciência de que a realidadedeles é diferente da de muitosbrasileiros: “Muitas dessas pes-soas já tiveram um passadotriste e pesado. E quando a gentechega, leva alegria. Pelo menosleva um pouco do que a gentetem para eles”.

Ana, a coordenador, comple-ta: “Falam que nós fazemos bempara eles. Não! A gente sai me-lhor do que as crianças, porquea resposta é sem tamanho. Vocêchegar e ver o rostinho das cri-anças, sorrindo por tua causa.Às vezes você não precisa fazernada, é só chegar e falar oi”.

A ação acontece em orfana-tos, hospitais, asilos e outras einstituições que necessitam deajuda voluntária. Como a mai-oria dos voluntários trabalha eestuda durante a semana, res-tam os sábados e domingos parao projeto ajudar as instituições.

Além das visitas, o pessoalainda programa encontros espe-

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“Façoporque gostode ajudar ascrianças e aspessoas”

Meninos pintando rosto de um voluntário em uma das visitas

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Por que ser voluntário?

A grande maioria dos voluntários no Brasil quer:

1. Ajudar a resolver parte dos problemas sociais doBrasil.

2. Sentir-se útil e valorizado.

3. Fazer algo diferente no dia a dia.54% dos jovens no Brasil querem ser voluntários, masnao sabem como começar.(Fonte: www.voluntarios.com.br)

Para ser voluntário é necessário, acima de tudo, ter avontade de doar um pouco de si para os outros!

www.projetovagalumes.com.br

Especial

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55555Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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Música do grupo O Teatro Mágico feita especialmentepara os voluntários do projeto Vagalumes.

V V V V VagalumesagalumesagalumesagalumesagalumesFernando Fernando Fernando Fernando Fernando Antinelli.Antinelli.Antinelli.Antinelli.Antinelli.

Brincando de correr entre vagalumessem querer pegamos uma estrela baixaroubamos todas as flores pra esconder perfumesestrelas, vagalumes dentro de uma caixa

E foi até estranho, a gente nem deu contatalvez na outra ponta, alguém pudesse pensarmenino vagulume, flor, menino estrela, a brisa mais forte veio te buscar.

Pra temperar os sonhos e curar as febresinserir nas preces do nosso sorrisobrincando entre os campos das nossas idéiassomos vagalumes a voar perdidos...a voar perdidos...

E quando a gente apaga, tudo fica escuroMas o medo não vence, pois lutamos sóPor de cima do muro, a gente enxerga o mundo,a fábrica de Deus fazendo gente do pó

Deixa pra lá, o que não interessa, a gente nãotem pressa de viver assimFeito platéia da nossa própria peça, histórias, prosas,rimas, sem começo e fim

Pra temperar os sonhos e curar as febresinserir nas preces do nosso sorrisobrincando entre os campos das nossas idéias somos vagalu

mes a voar perdidos...

ciais nas datas comemorativas,rifas e arrecadação de doações.

Nas atividades programa-das pelos membros do projeto,criatividade é o que não falta, oque nem sempre agrada os res-ponsáveis pela instituição."Uma mulher expulsou a gen-te de um asilo uma vez, só por-que resolvemos fazer uma caçaao tesouro!", conta Ana em meioa risos.

Mesmo sendo um trabalhoformado por brincadeiras e pia-dinhas o projeto busca tambémmostrar como é fácil ser um vo-luntário, e qual é a importân-cia deste papel na vida das pes-soas que recebem este tipo deajuda. "Muita gente quer aju-dar, mas não sabe como”, fala apresidente.

HistóricoO projeto surgiu em São

Paulo, em julho de 2007 compropósito de encontrar pessoasdispostas a fazer o bem, plan-tar alegria e colher o sorriso daspessoas. Hoje existem gruposdo projeto social Vagalumesem diversas regiões do país(São Paulo,Tocantins, Ceará,Paraná) . O grupo recebe oapoio da Trupe O Teatro Mági-co (uma banda com estilo al-ternativo com letras de enfoquesocial), que autoriza a divul-gação do trabalho durante seusshows, e também é a trilha so-nora predileta nos encontrosdos "palhaços".

“A vontade de ter um grupo

voluntário era grande e o Tea-tro Mágico só juntou todo mun-do. Independente deles, o inte-resse em fazer um trabalhocomo esse já existia”, completaAna. Para ser voluntário do gru-po Vagalumes não existe buro-cracia. A única coisa que os in-tegrantes pedem é a boa vonta-de e o sorriso no rosto.

“Eu acho que o riso faz mui-ta diferença na vida das pesso-as. Quando a gente vai a umacasa lar, são crianças que foramretiradas dos pais, ou que so-freram um índice de violênciaalta. Ás vezes a pessoa pensa:‘o que um palhaço vai fazer emum asilo?’ Mas tem muita coi-sa. O idoso é mais receptivo quea criança”.

VisitasAs visitas são agendadas

com antecedência e quem tiverinteresse conhecer pode acom-panhar o grupo nas visitas, semnecessariamente, colocar o na-riz de palhaço. Ana diz que, umapesquisa feita pelo projeto, mos-trou que Curitiba é uma das ca-pitais que mais tem trabalhovoluntário. Mas, segundo ela,é tudo muito escondido, dificil-mente divulgado. Uma provadisso, é que no show do TeatroMágico, eles conheceram osTrapalhaços, um grupo quetem o mesmo objetivo e utilizaos mesmos meios que eles paralevar a alegria àqueles que pre-cisam. “O projeto começou comuma reunião de seis amigos e

Ana Caroline: mesmo com a vida agitada os finais de semana são reservados para as visitas

Momento “boneca em ação”: voluntárias dizem que pintar orosto faz com que a timidez vá embora

hoje a gente tem mais de 140pessoas na comunidade doorkut. A gente está começandoa colher alguns frutos. Estamosna estrada faz uns sete meses,e com o tempo nós temos algu-mas respostas e reconheccimen-to do trabalho que estamos fa-zendo, e que tem crescido bas-tante”, completa Ana.

Hoje, quando há oportunida-des, eles reúnem os grupos e vãojuntos fazer as visitas, mos-trando que não há rivalidades,e no trabalho voluntário, quan-to mais, melhor. Um exemplodisso, foi a visita feita ao asiloVovó Joana, que contou com apresença dos dois grupos: Tra-palhaços e Vagalumes.

Dona Francisca, uma dasmoradoras, diz emocionada:“Quando eles vêm, a gente sealegra. Senão, a gente fica pen-sando na vida... no que já pas-sou”. E quando os “palhaços”chegam, o rosto daqueles que es-peram, se enche de felicidade eesperança. Esperança de queseus familiares sigam o exem-plo dos voluntários, e acabemcom a solidão.

No momento em que elesdeixam o asilo, o ambiente jánão era o mesmo. Todos os mo-radores da casa estavam juntos,no quintal, brincando e desfru-tando da companhia dos visitan-tes. No final, o objetivo dos pa-lhaços é atingido: levar alegriae colocar um sorriso no rostodaqueles que, por algum moti-vo, esqueceram de sonhar.

www.projetovagalumes.com.br

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Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 200866666

Seresta guarda memória da boa músicaCultura

Aline Rakko

Heloisa Garrett

O grupo Seresta Urbanaexiste há seis anos, e é o únicode Curitiba que trabalha comfigurino típico dos anos vinte(auge das serestas), e tambémcom repertório específico paracada homenagem.

A idealizadora, coordenado-ra e integrante do grupo, Mai-ve Duarte Arndte, conta: “Aidéia foi formada na época emque éramos um pequeno grupode seis integrantes. Nós já fazí-amos serenatas pelo fato de fa-zermos parte de uma escola dearte e música: Espaço Musicalhá treze anos no mercado. Masfoi depois de sete anos que estu-damos a fundo a história da se-resta e o resultado disso foi quenos tornamos um grupo oficialespecializado nesse tipo de apre-sentação musical.”

O grupo é solicitado paradiferentes ocasiões, utilizammúsicas das décadas de 20 até60 dentro do estilo MPB. Mes-mo fazendo uma seleção especí-fica possui um público muitovariado, pois trabalham desdeem festas infantis, confraterni-zações, jantares até homena-gens para pessoas de mais ida-de.

“Quando uma pessoa noschama para um trabalho, nun-ca sabemos com o que a gentevai se deparar, mas sempreexiste uma grande troca deemoções.”

Para Maive, há um diferen-cial quando as apresentaçõessão direcionadas para pessoasda terceira idade. “A gente per-cebe uma diferença pelo fato deexistir uma identificação cultu-ral, de figurino e do próprio re-pertório. Não que esse seja onosso público mais forte, maspara eles o impacto da chegadado grupo é maior.” A coordena-dora se emociona ao contar deuma experiência marcante: “Háalgum tempo fizemos uma ho-menagem para uma senhora de80 anos que tinha mal deAlzheimer. Os filhos estavamaté preocupados se ela ia gos-tar ou não. Nós incentivamos

Grupo busca recuperar o sucesso das serenatas da década de 1920

comentando que pela própriadoença a nossa música fariacom que tivesse a alegria derelembrar o passado. Ela esta-va na cadeira de rodas e quan-do sua música preferida foi can-tada (Fascinação), ela pediu praque alguém dançasse com ela.Então a gente teve que cantare assistir a uma cena de umneto pegando a sua avó no colo,dançando a valsa. E ela com osolhos fechados. Em momentoscomo esse é que percebemos quea gente está proporcionando ale-gria e boas recordações, e aspessoas acabam nos dando esseretorno.”

EstruturaAs apresentações duram em

torno de 20 minutos. São no to-tal 16 músicos que se dividemem diferentes tarefas. Traba-lhando com o violão, percussão,acordeom, flauta transversal ouvoz. A presença ou ausência des-ses instrumentos dependem doformato que o contratante soli-cita. Existe a opção mínima detrês músicos com o valor de 220reais e o completo, sexteto, 320reais. “O grupo chega nummomento de surpresa. Ounuma festa ou numa serenatade janela e faz um poupurrieque são várias músicas emen-dadas uma na outra, sem in-terrupção. Portanto não sãomúsicas inteiras, são pedaçosde algumas canções.” E é umamúsica especial preparada deacordo com o destinatário.

A atividade do Grupo Seres-ta também envolve ação social.A procura pelos serviços é cons-tante, mas o comprometimen-to dos integrantes também de-pende da disponibilidade. “Algu-mas pessoas nos telefonam parafazer alguma ação beneficente,e aceitamos quando podemos.Já participamos de algumasapresentações voluntárias noHospital Evangélico, HospitalErasto Gaertner (ala da mater-nidade) e em asilos.” Além deresponder aos pedidos, eles tam-bém têm iniciativa própria.“Outras vezes nós mesmos pro-curamos presentear algumaspessoas.”

Chegar às casas dos home-nageados representa muito

Grupo na casa de um dos aniversariantes

Heloisa Garrett/ LONA

mais do que cumprir um cro-nograma de tarefas, para Mai-ve é manter uma tradição demuito valor: “É um resgate cul-tural e até mesmo um resgatede valores mesmo. Essas músi-cas e a serenata podem estartrazendo pra dentro das casasa valorização da boa música.”Após o cumprimento de cadaseresta o grupo reflete sobre osresultados que na maioria dasvezes são positivos. “A gente vêque hoje em dia as pessoas sãocarentes dessa forma de de-monstração de amor. Sempredizemos que a serenata é umpresente que não se pega comas mãos. Ela é um presentepara guardar na mente e nocoração. De registro de históriae de memória”.

LembrançasAqueles que viveram nas

décadas de 50 e 60 ainda se lem-bram das serenatas na soleiradas janelas que despertavam asdonzelas e emocionavam commúsicas que tocavam o coração.O ritmo e a melodia podiamnem ser tão ensaiados, mas o

que realmente contava era aemoção de ser surpreendido ànoite com música.

Carmem Gabardo aindalembra quando os sobrinhos e ofilho a despertavam cantandono quintal. “Era tão bonito,uma emoção muito grande.Acho que as serenatas deviamser resgatadas, hoje os jovensnem sabem o que é isso,umapena”.

No seu último aniversário,Carmem recebeu uma serestado Grupo Amigos e conta comoé gostoso ser lembrada commúsica. “Além da emoção, elesmostram o carinho com as pes-soas que precisam ser confor-tadas”, explica.

No mês de setembro o gru-po completou seis anos. RoseliAntoniassi, uma das integran-tes, sede a sua casa para as reu-niões de todas as segundas-fei-ras. São 17 pessoas, entre apo-sentados e profissionais autôno-mos que vêem na música umhobby e uma forma de ajudaros outros.As serestas são gra-tuitas. “Aonde nos chamam nósvamos”, explica o músico Gil-

mar Andrade que coordena ostrabalhos.

O grupo faz serenatas emasilos, hospitais, casas de recu-peração, algumas apresentaçõesem praça pública e também ale-gra enfermos e aniversariantesque são despertados com músi-ca no começo da noite.

Em uma única noite che-gam a fazer mais de três apre-sentações. Uma pequena car-reata percorre as ruas de Cam-po Largo e com um violão e lin-das vozes acordam aqueles quequerem presentear com suamúsica.

Em uma dessas noites, aaposentada Benedita FreitasCosta que ficou viúva recente-mente, comemorou 77 anos e foipresenteada com a serenata.“Estou muito emocionada, asmúsicas são lindas e isso é umacoisa tão bonita”, fala emocio-nada. Nesta mesma noiteEmerson Baduí que estava reu-nido com sua família comemo-rando mais um aniversáriotambém foi surpreendido coma serenata. “E um carinho mui-to especial”, destaca ele.

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Transgênicos podem alterar o ambiente, a economia e a saúde brasileiraGeral

Rafael Kirchner

Taise Verdério

Muita gente pode não saber,mas a liberação ou não da práti-ca dos transgênicos pode acar-retar conseqüências graves à po-pulação mundial em diversasáreas.

Na economia, pequenos gru-pos que patenteiam as semen-tes modificadas formariam umoligopólio e pequenos produtoresficariam reféns do controle in-dustrial. Por outro lado, os pre-ços dos alimentos cairiam como aumento da produção comcusto menor. Na saúde, poucose sabe sobre os efeitos, aliás,em todo o mundo, não há umestudo que comprove que os ali-mentos transgênicos são saudá-veis. O ambiente, diante de tan-tos impactos, mudanças climá-ticas, efeito estufa, pode nãoagüentar as conseqüências pro-duzidas pela transgenia em so-los brasileiros. Por vários mo-tivos, o embate da liberação ounão dos transgênicos está lon-ge de findar.

Alimentos transgênicos sãoaqueles com genes “estranhos”,que contêm alterações em seus

O que você tem a ver com transgênicos?

códigos genéticos através daengenharia genética. Uma se-mente recebe um ou mais ge-nes responsáveis por uma ca-racterística singular incorpora-da ao DNA de origem.

Para o biólogo Tiago TuleskiLorencetti, o transgênico é umproduto que possui genes deoutro organismo em seu códigogenético, como uma variedadede soja que seja resistente à fer-rugem, uma doença que atacalavouras. “Essa resistência éproduzida por um gene existen-te em um tipo de inseto. Destemodo, esse gene é isolado e in-serido no DNA da soja, tornan-do-a resistente à doença”, defi-ne Tiago.

Os defensores desta práticaacreditam que este é o caminhopara reduzir o custo da planta-ção, aumentar a produtividadee fazer a redução dos preços dosprodutos finais. É o caso do pro-fessor de economia, José Gui-lherme Silva Vieira. “A tecnolo-gia de produção de alimentoscom melhoramento genéticopode permitir aumentos de pro-dutividade na agricultura. Esseaumento pode se tornar inclu-sive a solução para a diminui-ção do desmatamento de áreasameaçadas à medida que, nummesmo espaço cultivado, pode-se obter um maior número desacas de grãos.”

Já os contrários aos trans-gênicos afirmam que não sepode deixar livre o comércio des-tes produtos, pois ainda não seconhecem os efeitos na saúde doindivíduo.

A cozinheira de 39 anos, Vil-ma de Assis, considera que o ali-mento transgênico é artificial,já que o crescimento no plantioé acelerado para a venda. “Maso que podemos fazer? Temos quecomprar mesmo sem saber oque é de fato, pois muitos já são,mas não utilizam o nome trans-gênico”, reforça Vilma.

Fotos: Taise Verdério/LONA

“Temos quecomprar mesmosem saber o queé de fato, poismuitos já são, masnão utilizam onome transgênico”VILMA DE ASSIS, COZINHEIRA

“Eu sou a favor”José Guilherme Vieira (*)

A crescente alta de preçosdos alimentos, uma das causasdo repique inflacionário quevem gerando preocupação pelomundo, é apenas um alerta so-bre algo que estava por aconte-cer e que sempre foi desprezadopelos ambientalistas: que acrescente população mundial,por muito tempo excluída doconsumo, vem exercendo fortepressão na demanda por recur-sos e sobretudo por alimentos.

O simples fato de que os chi-neses comecem a comer carnepode desabastecer o mundo decereais. Isso porque, para cadaquilo de carne produzido, são ne-cessários sete quilos de grãospara ração. Não há grão quechegue!

Se somarmos a essa deman-da as novas tecnologias paraprodução de combustíveis a par-tir de grãos, a coisa fica aindamais séria. Talvez se coloque aculpa no consumismo que esta-ria indo longe demais, mas essenão é o caso dos chineses. Lá oproblema é questão de números(imensos números).

Os ataques contra a produ-ção de alimentos transgênicossão, aliás, inconsistentes. Argu-mentam que eles fazem mal eque não há pesquisas que com-provem a sua segurança. Bom,se não há pesquisas, como é queos ambientalistas sabem de an-temão que eles fazem mal?

Além disso, há muitas coi-sas que, comprovadamente, fa-zem mal para a saúde, e são pro-duzidas e vendidas sem maioresrestrições. É o caso do álcool, do

fumo e de uma série de venenose produtos químicos que com-põem os estabilizantes, conser-vantes e corantes alimentícios.

A tecnologia de produção dealimentos com melhoramentogenético pode permitir aumentosde produtividade na agricultura.Esse aumento de produtividadepode se tornar inclusive a solu-ção para a diminuição do desma-tamento de áreas ameaçadas à

medida que num mesmo espaçocultivado, pode-se obter um mai-or número de sacas de grãos.

Essa contestação apaixonadaque movimentos ambientalistasfazem em torno da pequena pro-priedade agrícola voltada para aprodução orgânica não tem o me-nor cabimento. A maioria da po-pulação vive hoje em grandesmetrópoles urbanas onde, em hi-pótese alguma, poderiam se sus-tentar sem recorrer à produçãoagrícola em escala comercial. Éufanista a idéia de um mundo re-partido em vilarejos agrícolasauto-sustentáveis.

Isso me faz lembrar de umafamosa frase da carta de respos-ta de Voltaire (um admirador doavanço científico e tecnológico)à Rosseau (admirador do modode vida primitivo) quando rece-beu deste último um exemplardo famoso livro Discurso sobreas ciências e as artes, de Ros-

seau, que se colocava contra oprogresso científico:

Recebi, senhor, vosso novolivro contra o gênero humano, evos agradeço por isso... Ninguémpoderia pintar um quadro comcores mais fortes dos horrores dasociedade humana, para osquais nossa ignorância e debili-dade tem tanta esperança deconsolo. Ninguém jamais empre-gou tanta vivacidade em nos tor-nar novamente animais: pode-se querer andar com quatro pa-tas, quando lemos vossa obra.Entretanto, como já faz mais desessenta anos que perdi este cos-tume, percebo, infelizmente, queé impossível recomeçar, e deixoessa maneira natural àquelesque são mais dignos que vós eeu. (CARTA A ROUSSEAU da-tada em 30 de Agosto de 1755)

A tecnologiade produção dealimentos commelhoramentogenético podepermitir maiorprodutividadena agricultura

O aposentado Rafael de Lucca diz que consome produ-tos transgênicos mesmo sem saber dos riscos

(*) José Guilherme V(*) José Guilherme V(*) José Guilherme V(*) José Guilherme V(*) José Guilherme Vi-i-i-i-i-eira é doutor em economiaeira é doutor em economiaeira é doutor em economiaeira é doutor em economiaeira é doutor em economiae professor da UPe professor da UPe professor da UPe professor da UPe professor da UP.....

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Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 2008Curitiba, quinta-feira, 16 de outubro de 200888888

Texto e fotos: Dennis de Oliveira

Nada como acordar bem cedo, ir ao Mercado Munici-pal, quase à beira-mar e roubar o hábito dos parnangua-ras de tomar um café da manhã com pastel tradicional dacidade, que acredito não existir igual em lugar nenhum.

Desfrutar de uma paisagem única, onde se misturam ocheiro de maresia com o colorido dos antigos casarões.

Paranaguá é um tesouro do Estado do Paraná, pois alémde todas essas riquezas naturais, a economia ferve no Por-to da cidade, escoando toda a safra do Estado para o restodo mundo.

É impressionante ver o contraste do Rio Itiberê comseus barquinhos embelezando a cidade, e a visão de navi-os enormes, ao largo, já em alto mar, se abrindo para ooceano, movimentando a economia do nosso Estado.

Essa Paranaguá, denominada pelo índios Carijós de “per-nagua” – que significa grande mar redondo, que evoluiupara Paranaguá, também acolhe todo tipo de gente, comoíndios, caboclos, os nativos pescadores, os que vivem doartesanato, que não deixam de lado a simpatia, permitin-do o deleite de ouvir suas histórias.

Berço do Estado