lona 416- 14/08/2008

8
Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008 | Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008 | Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008 | Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008 | Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008 | Ano IX | nº 416 | [email protected]| Ano IX | nº 416 | [email protected]| Ano IX | nº 416 | [email protected]| Ano IX | nº 416 | [email protected]| Ano IX | nº 416 | [email protected]| Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo DIÁRIO d o B R A S I L Conheça os detalhes da cidade no ensaio fotográfico do LONA - pág. 8 Renata Penka/LONA Temporais trazem prejuízos a municípios da capital e do interior do Paraná Nova Trento: segunda maior estância religiosa do país Página 3 Página 3 Luciano Sarote/LONA Página 3 A sustentabilidade ganha es- paço nos debates sobre meio am- biente. Cada vez mais levantam- se questões essenciais para a manutenção do planeta. Muito mais próximo do que se pensa, a poluição pode estar onde não se vê. É o que revela o trabalho re- cém-concluído do professor Jorge Mattar Neto. Página 7 Estudo aponta poluição no reservatório Passaúna Permacultura busca equilíbrio produtivo O planejamento em Perma- cultura é desenvolvido através da cuidadosa observação dos pa- drões naturais e das caracterís- ticas particulares de cada lugar. O principal propósito da feira é mostrar aos participantes todos os cursos e atividades oferecidos pela instituição e orientar a futura es- colha profissional dos estudantes. Começa a feira de profissões da UFPR A previsão é de que a chuva pare na sexta-feira, porém, a cal- maria ainda não chegou para muitos que perderam suas casas. Os que mais sofreram com as tempestades foram os moradores da região metropolitana. En- quanto as prefeituras somam os prejuízos, os relatórios e toda a burocracia torna-se o fator prin- cipal no filme que a cada ano se repete: agricultores que perdem ferramentas de trabalho e pesso- as que vêem o trabalho de uma vida literalmente indo por água abaixo.

Upload: lona-2008

Post on 28-Mar-2016

225 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

JORNAL- LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

TRANSCRIPT

Page 1: LONA 416- 14/08/2008

Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008 | Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008 | Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008 | Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008 | Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008 | Ano IX | nº 416 | [email protected]|Ano IX | nº 416 | [email protected]|Ano IX | nº 416 | [email protected]|Ano IX | nº 416 | [email protected]|Ano IX | nº 416 | [email protected]|Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade PositivoJornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade PositivoJornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade PositivoJornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade PositivoJornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo

DIÁRIO

do

BRASIL

Conheça os detalhes da cidade no ensaio fotográfico do LONA - pág. 8

Renata Penka/LONA

Temporais trazem prejuízos a municípiosda capital e do interior do ParanáNova Trento: segunda maior estância religiosa do país

Página 3

Página 3

Luciano Sarote/LONA

Página 3

A sustentabilidade ganha es-paço nos debates sobre meio am-biente. Cada vez mais levantam-se questões essenciais para amanutenção do planeta. Muitomais próximo do que se pensa, apoluição pode estar onde não sevê. É o que revela o trabalho re-cém-concluído do professor JorgeMattar Neto.

Página 7

Estudo aponta poluição no reservatório Passaúna

Permacultura buscaequilíbrio produtivo

O planejamento em Perma-cultura é desenvolvido atravésda cuidadosa observação dos pa-drões naturais e das caracterís-ticas particulares de cada lugar.

O principal propósito da feira émostrar aos participantes todos oscursos e atividades oferecidos pelainstituição e orientar a futura es-colha profissional dos estudantes.

Começa a feira deprofissões da UFPR

A previsão é de que a chuvapare na sexta-feira, porém, a cal-maria ainda não chegou paramuitos que perderam suas casas.Os que mais sofreram com astempestades foram os moradoresda região metropolitana. En-quanto as prefeituras somam os

prejuízos, os relatórios e toda aburocracia torna-se o fator prin-cipal no filme que a cada ano serepete: agricultores que perdemferramentas de trabalho e pesso-as que vêem o trabalho de umavida literalmente indo por águaabaixo.

Page 2: LONA 416- 14/08/2008

Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 200822222

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo daUniversidade Positivo – UP

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-330. Fone (41) 3317-3000

“Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos ge-rais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo eempreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade so-cial que contribuam com seu trabalho para o enriquecimentocultural, social, político e econômico da sociedade”.

Missão do curso de Jornalismo

ExpedienteReitor:Reitor:Reitor:Reitor:Reitor: Oriovisto Guima-rães. VVVVVice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor: JoséPio Martins. Pró-ReitorPró-ReitorPró-ReitorPró-ReitorPró-ReitorAdministrat ivo :Administrat ivo :Administrat ivo :Administrat ivo :Administrat ivo : ArnoAntônio Gnoatto; Pró-Pró-Pró-Pró-Pró-Reitor de Graduação:Reitor de Graduação:Reitor de Graduação:Reitor de Graduação:Reitor de Graduação:Renato Casagrande; Pró-; Pró-; Pró-; Pró-; Pró-Reitora de Extensão:Reitora de Extensão:Reitora de Extensão:Reitora de Extensão:Reitora de Extensão:Fani Schiffer Durães; Pró-Pró-Pró-Pró-Pró-Reitor de Pós-Gradua-Reitor de Pós-Gradua-Reitor de Pós-Gradua-Reitor de Pós-Gradua-Reitor de Pós-Gradua-ção e Pesquisa:ção e Pesquisa:ção e Pesquisa:ção e Pesquisa:ção e Pesquisa: Luiz Ha-milton Berton; Pró-Rei-Pró-Rei-Pró-Rei-Pró-Rei-Pró-Rei-

tor de Planejamento etor de Planejamento etor de Planejamento etor de Planejamento etor de Planejamento eAAAAAval iação Inst i tucio-val iação Inst i tucio-val iação Inst i tucio-val iação Inst i tucio-val iação Inst i tucio-nal:nal:nal:nal:nal: Renato Casagrande;Coordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do Cursode Jornal ismo: de Jornal ismo: de Jornal ismo: de Jornal ismo: de Jornal ismo: CarlosAlexandre Gruber de Cas-tro; Professores-orienta-Professores-orienta-Professores-orienta-Professores-orienta-Professores-orienta-dores:dores:dores:dores:dores: Ana Paula Mira,Elza Aparecida e MarceloLima; Editores-chefes :Editores-chefes :Editores-chefes :Editores-chefes :Editores-chefes :Antonio Carlos Senkovskie Karollyna Krambeck.

Danielly Ortiz

O mundo pára. Os olharese pensamentos se voltam paraapenas um lugar. Os coraçõespatriotas batem ansiosos embusca de algo que os deixemmais perto dos heróis que de-fendem seus países.

Uma alternativa encon-trada é associar seus produ-tos ao grande evento mundi-al, como forma de alavancarsuas vendas.

O instituto Brasileiro deMarketing Esportivo, o IBME,diz que os Jogos Olímpicos for-talecem as marcas e incenti-vam milhares de pessoas a con-sumir aquilo que está relacio-nado a eles. Estima-se que omarketing esportivo acabe mo-vimentando cerca de R$ 31 bi-lhões por ano, o que equivale a3,3% do PIB do país.

Associar seu nome a umevento de tamanha grandezae apelo emocional faz com queas pessoas comprem não ape-nas o produto, mas, também,o sentimento de união e naci-onalidade que são, imediata-mente, ligados às marcas.

A rede Mc Donald’s é umadas marcas que apostam nosJogos Olímpicos para au-mentar a quantidade de pro-dutos vendidos. Investindocerca de R$ 30 milhões, arede de fast food lançou re-

centemente o China Menu,que nada mais é do que no-vas opções no cardápio inspi-radas nas iguarias chinesas.

O gerente nacional de marke-ting da rede no Brasil, RobertoGnypek, diz que a expectativa éque a venda aumente em 25%,ou seja, no período de dois me-ses devem ser vendidos mais dedois milhões de unidades do novosanduíche, só aqui no Brasil.

A Visa é o cartão exclusivo daVila Olímpica e um dos patroci-nadores mundiais do evento.Aproveitando a divulgação cons-tante de sua marca, a empresacriou um concurso cultural quelevará os clientes que mais usa-rem o cartão para uma viagemà China. Preciso dizer que a es-tratégia aumentou, e muito, ouso do cartão?

Hipocrisia ou não, a ver-dade é que os brasileiros es-colhem a melhor época para“ser brasileiro”. Em dias eanos não tão importantes, opaís volta a ser aquele poçode erros, criticado todos osdias nas ruas, os políticos vol-tam a ser corruptos e o téc-nico da seleção continua sen-do “burro”.

O amor à pátria, o coraçãoverde-amarelo e o hino canta-do todos os dias não passam deuma desculpa para consumire explorar aqueles que, de al-guma forma, pensam estarajudando o país.

A marca das Olimpíadas Campanha eleitoral? Já começou?Gabriel Hamilko

Quais são os candidatos àPrefeitura de Curitiba? Essaé a pergunta da populaçãoneste início de campanha. Emjulho, numa exibição até en-tão morna, já houve váriosacontecimentos. Denúncias,multas, debates e pesquisas.Aliás, pesquisa que provouque o eleitorado curitibanoconhece o prefeito e nadamais. Não tem nenhum ou-tro grande nome que seja ca-paz de roubar votos de BetoRicha e equilibrar a disputa.

Em campanhas passadas,o petista Ângelo Vanhoni erao peso da balança. Sua subs-tituta nesse ano, Gleisi Hoff-mann, é um nome desconhe-cido da população mais peri-férica. Moreira tenta associarseu nome ao do governadorRequião, mas o índice requia-nista não anda “bem das per-nas” na capital. O “intruso”nessa disputa, que surpreen-de em meio à monotonia, éFábio Camargo, que tem umagrande ligação com os bairros

e se torna mais uma ameaçapara Gleisi do que para Richa.De resto, sobram os partidos na-nicos que sempre agem comocoadjuvantes.

Sem a campanha na mídia,a sensação é de que ainda nãocomeçou. O corpo a corpo atin-ge apenas uma minoria da po-pulação, e os mais despercebi-dos confundem alguns candida-tos com vereadores. O horárioeleitoral na televisão e rádioentra em cena no próximo dia19, mas as perspectivas demudanças param por aí. É sóolhar para o tempo de exposi-ção dos políticos e seus respec-tivos partidos. Richa conta comaproximadamente o dobro detempo de seus adversários.Equação proporcional à sua po-pularidade. No alto de seus 72%da última pesquisa, o tucanoobserva a soma de todos os ou-tros candidatos chegarem aosmíseros 18%.

Mas uma coisa é certa. Esseé o teto do atual “manda-chuva”.A tendência é que, com a cam-panha em si, comece a aparecero desgaste e seu índice despen-que. Quanto pode despencar? Só

esperando para ver.Atacar ou não atacar? Eis

a questão dos adversários.Existe uma lenda de que o fatode atacar a administraçãoatual pode soar mal aos ouvi-dos do habitante da capital pa-ranaense, pois isso poderia le-var as críticas à própria cida-de, não associando somente aogestor dela.

Se os marqueteiros pensa-ram nisso, estão observandoque essa tática pode levar alugar nenhum e ser precisoadotar uma postura de ata-ques e suposições. Até o pri-meiro debate realizado porum canal de televisão, tudoera paz. Porém, na semanapassada, surgiram notas quea campanha petista soltou,relatando que estaria aconte-cendo uma “intimidação”, in-cluindo assaltos aos escritó-rios e ao apartamento de Glei-si. O “adversário” não foi ci-tado diretamente. Enfim, issoé campanha. Se alguém qui-ser realmente disputar umsegundo turno, precisa arre-gaçar as mangas e sujar umpouco as mãos.

Marisa Rodrigues

Uma letra de música nãomuito conhecida ressalta que“o esforço para lembrar é a von-tade de esquecer”. Bem menospoético, mas muito mais impac-tante, o surto de “amnésia polí-tica” que nós, eleitores, sofre-mos parece, muitas vezes, sermais por pura vontade de es-quecer, do que falta de conheci-mento ou despolitização. Somosbombardeados diariamentecom notícias sobre licitaçõesfraudulentas, desvio de verbas,obras superfaturadas.

Manchetes que mostramnão só a corrupção, mas o pas-sado político de candidatosque, na maioria das vezes,pretendem uma reeleição. Ob-viamente, alguns veículos seaproveitam do poder de influ-ência da mídia para incidirsobre aquele ou outro candi-dato, conforme seus interes-ses particulares ou ideológicos,mas nem assim a informaçãoperde sua validade.

Em Londrina, por exemplo,o Ministério Público pediu aimpugnação de quatro candida-tos ao cargo de prefeito e de dozecandidatos a vereador porqueeles respondem a ações na Jus-tiça. Infelizmente, algumas bre-chas na legislação permitiramque esses políticos continuassemna disputa eleitoral. O MP, pro-vavelmente, vai assistir de mãosatadas à eleição de muito candi-dato com extensa ficha criminale suspeito de corrupção.

A revolta popular contra re-presentante corrupto é uma coi-sa bem comum. O povo reclama,esbraveja, grita, sai pelas ruasexigindo que o corrupto seja pu-nido, que o dinheiro roubado sejadevolvido para os cofres públicos.

“Lalaus” e “Renans” estãopresentes não só no cenário,mas no imaginário político dopovo brasileiro. Mas quem ele-ge esse tipo de político? A inefi-ciência punitiva dos órgãos pú-blicos ou nosso voto?

Recentemente assisti a umapropaganda sobre as eleiçõesdeste ano. Ela dizia que o eleitor

demorava apenas um minutodentro da cabine de votaçãopara eleger um representanteque tem um mandato de qua-tro anos. Fiquei curiosa parasaber quanto tempo leva parao eleitor escolher o dono desseseu voto de um minuto.

Já presenciei gente esco-lhendo seu candidato no dia davotação, em frente ao local noqual estava instalada a urna,sorteando ao acaso uma figuraentre as inúmeras no mar desantinhos espalhados pelo chão.Já escutei eleitor assumindoque votou no candidato maisbonito. Pessoas assim perdema razão de protestar e ajudama sustentar as maracutaias quejá viraram hábito.

Nosso voto tem passado, ros-to e história que não podemosesquecer nunca. Pesquisar oque nosso candidato fez, se eleesteve ou não envolvido em al-gum caso de corrupção ou quan-tas vezes trocou de partido du-rante sua vida política é umexcelente remédio para nossafalta de memória política.

Amnésia política

Page 3: LONA 416- 14/08/2008

33333Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Marisa Rodrigues

A Universidade Federal doParaná promove, a partir deamanhã, a sexta edição doCursos e Profissões. Com o slo-gan “Uma Feira de Idéias parao seu Futuro”, os organizado-res esperam receber cerca de40 mil visitantes nos três diasde evento, que será realizadono campus Jardim Botânico,das 8h às 18 horas.

O principal propósito dafeira é mostrar aos partici-pantes todos os cursos e ati-vidades oferecidos pela insti-tuição e orientar, de formamais sensata, a escolha pro-fissional dos estudantes.

Para avaliar a influênciado evento entre os vestibulan-dos, a UFPR realizou uma pes-quisa com os visitantes do anopassado. Desses entrevistados,27% declararam ter mudadoa opção do curso depois da vi-sita. Os organizadores acredi-tam que o número é reflexo dadúvida e da pressão que mui-tos jovens sofrem em relaçãoao futuro profissional.

A feira vai manter estandescom todos os cursos ofertadospela universidade. Professores,coordenadores e acadêmicos irãomostrar o que é oferecido duran-te o período da graduação, a si-tuação do mercado de trabalho,as vantagens e as dificuldadessentidas pelos alunos nas pro-fissões. Projetos feitos por alu-nos da UFPR, experiências e la-boratórios também ficarão ex-postos para ajudar na ilustra-ção do que os estudantes encon-trarão ao ingressar na UFPR.

Além disso, os participan-tes que tiverem interesse emconhecer os campi da UFPRem Curitiba contarão com oTour Guiado - projeto desen-

volvido em parceria com ocurso de Turismo, para le-var os visitantes a 16 rotei-ros diferentes.

Os passeios serão feitoscom os ônibus da UFPR,com saídas sempre às 9h eàs 14h, nos três dias de fei-ra. Os interessados no TourGuiado devem fazer a inscri-ção no estande de Informa-ções e a viagem não terá ne-nhum custo.

Outro projeto em parce-ria será a Orientação Profis-sional. As atividades serãorealizadas por acadêmicos docurso de Psicologia, com iní-cio sempre às 15h30min ecom um número limitado de40 vagas para cada um dostrês dias.

Os participantes tambémpoderão contar com praça dealimentação e 120 palestras

Começa amanhã a 6ª Feira UFPR Cursos e Profissões

Geral Temporais de ontem atingiram cidades da Região Metropolitana de Curitiba

SerSerSerSerSer viçoviçoviçoviçoviçoUFPR Cursos e Profissões – Uma feira de Idéias para o

seu FuturoDias 15, 16 e 17 de agosto, das 8h às 18 h.Campus Jardim Botânico. Av. Prefeito Lothário Meiss-

ner, 632.Informações www.ufpr.br/cursoseprofissoes

ministradas por professores eprofissionais convidados.

Thamiris dos Anjos, estu-dante do terceiro ano do ensi-no médio, deseja prestar ovestibular para o curso de Di-reito. Ela freqüentou a feirano ano passado e, além dasvisitas aos estandes, recebeua orientação vocacional ofere-cida pela UFPR.

A estudante acredita que asatividades foram fundamen-tais em sua decisão. Este ano,Thamiris pretende assistir àpalestra sobre a profissão queescolheu seguir. “Mesmo comcerteza do que quero cursar,acredito que, quanto mais in-formação eu tiver sobre o cur-so, maior será a minha segu-rança”. Todas as palestras daprogramação voltadas aos par-ticipantes podem ser conferi-das no site da UFPR.

Previsão aponta melhora no tempo;municípios contabilizam prejuízos

Marisa Rodrigues/LONA

Eli Antonelli

Depois da destruição cau-sada pelas insistentes chuvasno Paraná, finalmente háprevisão de melhora no tem-po para sexta-feira.

Os moradores da RegiãoMetropolitana de Curitiba(RMC) foram os mais afeta-dos. O tenente da Defesa Ci-vil Eduardo Gomes Pinheiroafirmou, no final da tarde deontem, que a situação já es-tava normalizada e todos osatendimentos já haviam sidorealizados. “As prefeiturasagora são responsáveis porelaborar os documentos neces-sários para verificação preci-sa dos danos.”

O principal documento é aAvaliação de Danos, que deve-rá ser feito pela coordenaçãocivil municipal e o corpo debombeiros de cada município.

Segundo a moradora deFazenda Rio Grande EdiliaCorreia Amaral, nos 33 anosque residiu na cidade, nuncahavia presenciado uma chu-va tão forte: “O vento forte ea chuva com o granizo atin-giu as casas, destelhou mui-tas delas, a ventania avançouarrancando árvores e machu-cou muita gente que estavana rua”.

De acordo com a assesso-ria de imprensa da Copel, nofinal do dia de ontem as equi-pes ainda se revezavam paraos atendimentos. Em Curiti-ba houve oito bairros comtranstornos: Bom Retiro,Mercês, Santa Amélia, SãoFrancisco, Tarumã, CidadeIndustrial, Fazendinha eBairro Alto com 16.400 domi-cílios afetados.

A Copel, mesmo trabalhan-do mais, irá demorar um pou-co mais para resolver a situ-ação devido a gravidade daocorrência. É previsto que asfamílias ainda permaneçampor mais um dia sem luz.

No interior do Paraná

Há menos de uma semana acidade de Laranjeiras do Sul foivítima de um forte temporal quedestruiu grande parte da cidade.Segundo o corpo de bombeiros,mais de 800 residências tiveramprejuízos. O Tenente Pinheiro, daDefesa Civil, esteve pessoalmen-te na cidade para verificar a situ-ação. Segundo ele, a prefeituraainda avalia os estragos, podendoconcluir a gravidade da situação.

Um caso excepcional ocorri-do em Laranjeiras do Sul foi re-latado pela vizinha de um pro-dutor rural Veronica Tanioso.Devido à tempestade houve a per-da do rebanho de um produtorrural. Foram 13 vacas, que de-vido a uma queda de um fio elé-trico, morreram eletrocutadas.Segundo a assessoria de impren-sa da Copel, a família pode en-trar com solicitação de perdas edanos devido ao acidente. A Co-pel irá analisar. Se o resultadofor negativa, a família ainda podeentrar com recurso na AgênciaNacional de Energia Elétrica.

Em Cascavel houve umprincípio de alarde devido à se-quência de chuvas no Estado. Se-gundo o empregado público Odi-lon da Costa, na noite de 12 deagosto houve um boato de que vol-taria a ocorrer uma tempestadena cidade, semelhante às queocorreram havia quatro dias. Asfaculdades, escolas e igrejas dis-pensaram alunos e fiéis maiscedo. “Na semana passada cho-veu bastante uns dois três diascom duas chuva de granizo nointervalo de mais ou menos umahora.”

Em Foz do Iguaçu o tempo-ral provocou alagamento. A chu-va forte provocou danos comoqueda de árvores e interdiçõesde ruas. Há depoimento de ummorador, Gimar Gladen, que viuo investimento em reforma daresidência da filha e da neta, deapenas sete dias, ser danificadodevido a queda de uma árvoresobre o prédio.

Page 4: LONA 416- 14/08/2008

Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 200844444

Especial “A permacultura mudou tudo na minha vida”, afirma Jopa, que há quatro anos é permacultor

Casa em construção misturando todas as técnicas da permacultura

Viver diferente: viver bem!Márcio Brüggemann

Patrick Belem

Já pensou em morar nocampo, num sítio ou numa chá-cara e tendo tudo o que precisapor perto? Não! Não são lancho-netes, shoppings ou de produ-tos de alta tecnologia que esta-mos falando, mas sim da per-macultura.

Permacultura é um concei-to prático que pode ser aplica-do tanto na cidade como nocampo e em áreas de vida sil-vestre. Seus princípios estimu-lam a criação de ambientesequilibradamente produtivos,ricos em alimentos, energia,abrigos e outras necessidadesmateriais e não materiais, oque inclui infra-estrutura so-cial e econômica.

O termo Permacultura ori-ginou-se da fusão de dois con-ceitos “agricultura e perma-nente”. Inicialmente foi dedica-da a esforços no planejamentode ecossistemas agrícolas pro-dutivos no sentido de permitirestabilidade, diversidade e fle-xibilidade, à semelhança dosecossistemas naturais.

Pouco a pouco o conceito foi

sendo ampliado e aplicado a to-dos os ramos da atividade hu-mana, bem como à construçãode uma sociedade planetária al-ternativa.

O planejamento em Perma-cultura é desenvolvido atravésda cuidadosa observação dospadrões naturais e das carac-terísticas de cada lugar em par-ticular, o que permite uma gra-dual implementação de méto-dos para integrar instalaçõeshumanas com os sistemas na-turais de produção de energiacomo florestas, plantas comes-tíveis, aqüicultura (criação pei-xes, moluscos, crustáceos, rãse algas), animais silvestres edomésticos, entre outros.

A Permacultura promove oaproveitamento de todos os re-cursos relacionados à energiautilizando a maior quantidadepossível de funções em cadauma dos elementos de uma dadapaisagem, com seus múltiplosusos no tempo e no espaço. Oexcesso ou descarte produzidopor plantas, animais e ativida-des humanas são utilizados parabeneficiarem outros elementosdo sistema.

As plantações (roçado, jar-dim, pomar, floresta) são culti-vadas de modo que haja um per-

feito aproveitamento da água edo sol. São utilizadas associa-ções particulares de árvores,perenes e não-perenes, arbus-tos e ervas rasteiras que se nu-trem e se protegem mutuamen-te. São construídas pequenaslagoas e outros elementos paramelhor aproveitamento dagrande diversidade de ativida-de biológica em interação nosecossistemas.

O desenvolvimento do pla-nejamento requer flexibilidadee uma seqüência apropriadapara que possam introduzirmudanças à medida que a ex-periência e a observação o indi-carem. Criar um ambienteapropriado à permacultura éum processo longo e gradual,mas também podem ser utili-zadas técnicas de aceleração. APermacultura adota técnicas eprincípios da ecologia, tecnolo-gias apropriadas, agriculturasustentável associadas à sabe-doria de pessoas mais velhas,indígenas e populações tradici-onais, mas está baseada prin-cipalmente na observação dire-ta da natureza do lugar.

O permacultorComo a permacultura é

bem diferente do estilo de vidaque as pessoas levam nas ci-

dades, o permacultor e estu-dante de arquitetura João Pau-lo Santana, 27 anos, tambémconhecido com Jopa, leva avida das duas formas, reunin-do os conhecimentos de socie-dades tradicionais com técni-cas esquecidas. Os repórteresdo LONA entrevistaram o per-macultor:

LONA — Por que essasLONA — Por que essasLONA — Por que essasLONA — Por que essasLONA — Por que essastécnicas são esquecidas?técnicas são esquecidas?técnicas são esquecidas?técnicas são esquecidas?técnicas são esquecidas?

João Paulo - João Paulo - João Paulo - João Paulo - João Paulo - Elas são téc-nicas que na verdade não foramesquecidas, elas saíram do focodos veículos de mídia e de co-municação, da comercializaçãoem si, justamente porque o pla-neta hoje está sendo direciona-do para uma globalização, paraum mercado global. E o merca-do tem um objetivo, que é o lu-cro. Então a gente vivendonuma sociedade com acúmulode capital, essas técnicas anti-gas, que hoje são chamadas deinovadoras, elas são baseadasem baixo custo, em materiaiscatados do lixo, em coisas reti-radas do próprio local, que sãode fácil acesso e as pessoas es-tão descartando hoje de suasvidas sem perceber. Então pornão ter nenhuma pessoa tiran-do lucro sobre isso, essas técni-cas acabaram sendo colocadas

à parte e com o passar das ge-rações o mercado acabou voltan-do para outras coisas, com aprodução de tijolo, de concreto,ao comercio predador, que é cha-mado, e não a economia solidá-ria, como é trabalhada na per-macultura. Enfim, são essesmotivos, na minha opinião, quesão técnicas consideradas es-quecidas, mas que na verdadeestão sendo resgatadas hoje poruma necessidade de que a gen-te consiga manter o equilíbriono planeta. E quando eu falo devida, não é só vida humana, é avida como um todo, que faz par-te de uma equação matemáti-ca, na qual estamos inseridos.

E para você como per-E para você como per-E para você como per-E para você como per-E para você como per-macultormacultormacultormacultormacultor, o que é a perma-, o que é a perma-, o que é a perma-, o que é a perma-, o que é a perma-cultura na sua vida?cultura na sua vida?cultura na sua vida?cultura na sua vida?cultura na sua vida?

A permacultura mudou tudona minha vida. Eu descobri apermacultura há pouco tempo,aproximadamente há quatroanos. Eu sou estudante de ar-quitetura, e foi pesquisando so-bre arquitetura alternativa queeu cheguei nessa coisa maravi-lhosa que é a permacultura,bioconstrução, economia solidá-ria etc. Então eu acabei me vol-tando totalmente para isso háquatro anos atrás, e hoje, issoacabou caindo na moda, pois as

É “seco” porque não utili-za ou desperdiça água. É“compostável”, pois se auxiliade um processo bioquímicoque, por meio da ação de bac-térias e microorganismos, con-verte os dejetos em composto

orgânico fértil e isento de pa-togênicos. E, principalmente,é “ecológico” por se aproveitardos ciclos biológicos naturaisnão tendo como produto o es-goto e, portanto, não contami-nando a água.

Banheiro-secoDivulgação/ LONA

Patrick Belém/ LONA

Page 5: LONA 416- 14/08/2008

55555Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Capta água da chuva. Éuma medida para conter oproblema da falta de água. Asplantas e a terra do telhadoverde funcionam como um fil-tro natural da água, que podeser armazenada ainda maislimpa, para depois ser usada

pessoas viram a necessidade dagente tomar atitudes no nossodia-a-dia que minimize o impac-to sobre a vida no planeta.

VVVVVocê tem uma casa noocê tem uma casa noocê tem uma casa noocê tem uma casa noocê tem uma casa nocampo e na cidade, qual écampo e na cidade, qual écampo e na cidade, qual écampo e na cidade, qual écampo e na cidade, qual éa diferença de vida?a diferença de vida?a diferença de vida?a diferença de vida?a diferença de vida?

A diferença é 100%. Essacasa que eu tenho no campo éum sitio da minha família quenós temos há bastante tempo.Só que agora que eu comecei aganhar idade, me tornar maisresponsável, e foi aí que eu co-mecei a ver a permacultura,arquitetura, a bioconstrução, aeconomia solidária, e resolvertransformar o meu sitio em umsuperlaboratório. Então eu aca-bo passando alguns finais desemana lá. Eu passo a semanana cidade porque eu estou fa-zendo arquitetura, mas quan-do eu vou para lá, parece queeu estou em outro mundo. Euesqueço o que acontece na cida-de, só penso no meu laboratórioe pôr em prática as técnicas evou levando outro estilo de vida.

Existem vários projetosExistem vários projetosExistem vários projetosExistem vários projetosExistem vários projetosna permacultura, quaisna permacultura, quaisna permacultura, quaisna permacultura, quaisna permacultura, quaisvocê já fez no seu sítio?você já fez no seu sítio?você já fez no seu sítio?você já fez no seu sítio?você já fez no seu sítio?

A permacultura trabalhaem qualquer tipo de área. Vocêpode trabalhar em um prédio,uma fazenda, uma cidade, umavila, um bairro e, no caso, te-nho disponível um sítio. A per-macultura engloba tanto agri-cultura, quanto arquitetura,como produção de alimentos,

produção de energia, moradia,abrigo, conforto e interação so-cial. Mas o que eu já fiz lá? Aprimeira coisa que eu fiz foifalar com os dois caseiros quetrabalham e moram em parce-ria no meu sítio e tentar mos-trar as vantagens da agricul-tura orgânica, tanto para asaúde, economia familiar delese para a benfeitoria que issotraz para o meio ambiente,para a terra e para o meio soci-al, que incentiva a agricultu-ra familiar e não incentiva oêxodo rural. Essa foi uma dasprimeiras coisas, que foi tratarcom o material humano que eutenho lá disponível. Segundacoisa a gente fez plantio. Nósentramos em contato com o Ins-tituto Ambiental do Paraná(IAP) e começamos a partici-par de um programa, que é ode recuperação de mata auxi-liar. Eles nos enviaram sete milmudas nativas e a gente fezesse plantio, só que foi em for-ma de consórcio com outrasplantas. É o que a gente cha-ma de agrofloresta, porquevocê produz alimentos, recupe-ra a mata nativa que foi devas-tada, pois quando a gente ad-quiriu essa área ela estava to-talmente destruída. A gentetem desde tratamento de esgo-to com raiz de planta, telhado-verde, forninho pra fazer pizzafeita com barro retirado do rioe com material de demolição,enfim, são várias coisas que agente vai colocando em práti-

ca com mutirões e cursos.

E para passar essasE para passar essasE para passar essasE para passar essasE para passar essasidéias para as pessoas,idéias para as pessoas,idéias para as pessoas,idéias para as pessoas,idéias para as pessoas,como é uma maneira fácilcomo é uma maneira fácilcomo é uma maneira fácilcomo é uma maneira fácilcomo é uma maneira fácildelas aceitarem essa ino-delas aceitarem essa ino-delas aceitarem essa ino-delas aceitarem essa ino-delas aceitarem essa ino-vação?vação?vação?vação?vação?

É na prática. Em minha opi-nião, a pessoa tem que vivenci-ar, fazer uma vivência nessastécnicas, na permacultura, bio-construção, na agricultura soli-dária. Não adianta querer che-gar a uma pessoa que vive nacidade e que cresceu usando umbanheiro que usa descarga, quevocê desperdiça oito litros deágua para mandar as fezes parao esgoto ou para uma estação detratamento para que depois sejadevolvido para a água. Não adi-anta e falar: “Olha, isso aqui éum banheiro seco - que é umaoutra técnica alternativa da per-macultura - e ela não usa des-carga, não usa água, o materialdas fezes vai ser compostado comserragem ou com palha”. Entãoé difícil você falar para alguémque isso funciona, pois ele vaifalar que vem mau cheiro, queaquilo é feio. Mas você pode mos-trar numa vivencia que é possí-vel ter um conforto e é igual, sóque você não tem a descarga, nãotem água. Você usa energia dosol, usa o processo chamado com-postagem para renovar essasfezes e depois poder usar na suahorta, você pode usar ela numaplantação, você pode usar paravárias coisas e não acabar jogan-do no rio que, em minha opinião,

Eco-Vila de Finger Lakes-EUA.

é uma das piores idéias que fo-ram criadas, que foi misturar asfezes com água.

O que você acha queO que você acha queO que você acha queO que você acha queO que você acha queestá acontecendo com oestá acontecendo com oestá acontecendo com oestá acontecendo com oestá acontecendo com omundo?mundo?mundo?mundo?mundo?

O mundo está está vivendouma crise existencial. Ele nãosabe se vira totalmente preda-dor tecnológico ou se começa aresgatar essas técnicas antigas.Porque a gente está perceben-do e as pessoas estão se pergun-tando: “O que vai acontecer?”.Percebemos então que os ver-dadeiros valores não são o di-

Divulgação/ LONA

na irrigação do jardim, nasbacias sanitárias, no chuvei-ro e em regiões mais áridas,até para cozinhar e beber.Sem falar que um telhado emforma de jardim deixa a casamais bonita, convidativa egostosa de ver.

Telhado verdeDivulgação/ LONA

Uma alternativa bastantecrescente em todo o mundo,que ainda não é muito reper-cutida nos grandes meios ur-banos do país, e que definiti-vamente fará parte do futuro,são as Ecovilas.

Formadas por habitaçõesauto-sustentáveis, em que oalimento consumido é produ-zido, a energia consumida émínima e tudo utilizado é re-ciclado, desde a água até osdejetos. As Ecovilas têm opropósito tanto de refloresta-mento como de reserva am-biental.

São comunidades que apli-cam a permacultura de formaíntegra, vivendo a favor domeio ambiente. Condomíniosonde o impacto ambiental ge-

nheiro, o trabalho, a concorrên-cia, e sim a ajuda mútua. Nós,quando percebendo pessoas queestão necessitando de ajuda, avida em si, tanto para alimen-to, os animais, isso tudo estápedindo uma urgência, um so-corro... Só que o planeta vai so-breviver, o que a gente nãosabe se vai sobreviver é a vidahumana sobre a Terra. A gentefala: “Temos que salvar o pla-neta!”, mas não, a gente não falaisso! A gente fala que tem quesalvar a vida humana sobre aTerra, porque o planeta vaiagüentar o tempo que for.

Por um futuro reciclávelrado é o menor possível, vi-sando oferecer conforto, saú-de e educação de formas al-ternativas. Tudo é construí-do coletivamente, aproveitan-do ao máximo as culturas lo-cais. As casas geralmente debarro, pau-a-pique ou adobeque adaptam-se perfeitamen-te com o meio, acabam por fa-zer uma grande mandala emmeio ao terreno.

As vilas necessitam deampla organização dos parti-cipantes, onde torna-se cruci-al a comunicação e os traba-lhos coletivos. A evolução daEco-vila é constante, postoque sempre haverão cultivosa fazer, convivências a melho-rar e técnicas novas a seremadotadas.

Page 6: LONA 416- 14/08/2008

Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 200866666

Perfil

“ Minha Guerra Fria”Esperança: a luta contra as dificuldades e a escolha pela vida

Denise sentada na poltrona apelidada de “10 minutos”

Danielly Ortiz

O carro nem estacionou eela já está parada na porta nosesperando. Isso acontece porqueo porteiro já avisou que, maisuma vez, chegará visita em suacasa movimentada. Não sabeser diferente. Apesar de certaslimitações que o tempo lhe im-pôs, a filha de gaúchos, nasci-da no “Rio Grande amado”, gos-ta de ter pessoas em volta. Pre-cisa delas.

Talvez seja pela sua infân-cia, que nunca foi fácil. Nasci-da em Erexim, filha de uma fa-mília que não teve privilégiosnem regalias, por mais clichêque isso possa parecer, elaaprendeu. Aprendeu que as coi-sas mais im-portantes davida estão nosdetalhes e naspessoas, e nãonos bens mate-riais que pos-sam conse-guir. A relaçãocom os paisnão foi total-mente alegre eamigável, tevep r o b l e m a scom a mãe esofreu porisso. O que hoje influencia mui-to no modo como cria os seusfilhos. “Pelos problemas que eutive com a minha família, re-solvi seguir o meu instinto, ouseja, totalmente ao contrário daminha mãe”.

Quando pergunto quais sãoos problemas, o olhar vai lon-ge, acredito que perto da suacasa em Erexim, onde ela pas-sou pelos melhores e piores mo-mentos de sua vida. “Não queela tenha sido uma péssimamãe, ou não tenha me dadoatenção. Eu sempre quis sairdali, eu queria voar, e ela mesegurava. Acho que por issoquando encontrei o Paulo nosidentificamos, nos juntamos efomos embora”.

É uma relação adorável. Ocarinho que existe entre esses“não casados” mostra que aunião faz a força por ali. Loiro,

“Descobri que amorte me respeitatanto quanto eu arespeito”

“Não custa nadaser recebido comum sorriso oumenos grosseria.Puxa!, quem temcâncer sou eu equem reclama davida são asenfermeiras”

Danielly Ortiz/ LONAalto, gaúcho do mesmo lugar,Paulo é um sonhador. Enquan-to ele sonha, Denise é a realis-ta. Completam-se, “ou melhor,se somam”. Desligado, ele nun-ca volta do mercado com as com-pras certas. “Pai, você trouxegeléia de damasco!” Ele olhapara mim sorrindo amistosa-mente e fala baixo: “Vi o dese-nho da embalagem e achei queera pêssego”. E todos na mesacaem na risada. A cumplicida-de é tamanha que mesmoquando se trata de sua falta deatenção a mulher releva. Deni-se confidencia: ela queria re-queijão, ele trouxe light, “nãovou comentar, ele vai ficar cha-teado”.

A casa é bonita, tem semprearrumando um pouco ali, aqui,

para torná-lamais agradá-vel. Isso por-que a bagunçae a desorgani-zação estãopresentes. Éroupa que Pau-lo vende jogadapara todos oslados. E vempedido de des-culpa todas asvezes que al-guém entrapela porta:

“Não repare a bagunça...”Horário de lanche são os

momentos em que, todos jun-tos, conversam sobre as fofocasdo condomínio onde moram, asrelações amorosas do filho maisvelho, a pré-adolescência damais nova, as trapalhadas dasemana e a doença. Nada é tãosério que não possa ser comen-tado ou discutido. Sempre comuma maneira diferente de acon-selhar, ela não mede palavrasnem se preocupa com o impac-to que o comentário pode cau-sar. Depois de tudo que passouteve que fazer escolhas: escolheuviver.

Cabelos curtos e loiros, olhosazuis, é pequena. E por ser bai-xinha o ditado não nega: é enfe-zada. Descobriu há oito anos umcâncer de mama. Como não po-deria ser diferente, a notíciaabalou a família, mas eles lu-

taram, passaram juntos pelasdores, ansiedades, médicos, qui-mioterapias, pelo medo. “A gen-te sempre acha que está imunedessas coisas terríveis que es-tão soltas pelo mundo. Eu des-cobri que não é bem assim”.Passou. Depois de uma visitaao médico, Denise descobriuque o câncer de mama estavasuperado. Mais uma vitória emsuas vidas. Infelizmente, essenão seria o maior obstáculo peloqual passariam.

“As dores voltavam, mas eradiferente, sabe? Eu sabia que algonão estava bem, mas tinha medode encontrar as repostas para asminhas dúvidas”, diz ela.

Câncer nos ossos. Esse foi oprognóstico dado pelo oncologis-ta. De novo o medo, desespero,desilusão. Depois de tanto tem-po lutando aquilo tudo voltariae de forma mais intensa.

Foi combinado, entre amigose família, que o nome dessa do-ença não seria pronunciado na-quela casa. Tudo de ruim e sen-timentos pessimistas deveriamser deixados do lado de fora, fei-to isso, todos seriam, como sem-pre, convidados a entrar. Come-çou naquele momento uma lon-ga jornada contra todas as in-certezas e inseguranças queessa doença pode trazer.

Viagens para Barretos, nomelhor hospital de câncer dopaís, viraram rotina. E lá se vaio cabelo, e lá se vão as veias. Otratamento é intenso, o ambi-ente desagradável. “Eu não su-porto aquele lugar. É depressi-vo. Uma reunião de pessoas como mesmo problema, ou até pio-res, querendo atenção, queren-do a cura, que não existe”. De-nise reclama do atendimento edas falhas do hospital. “Nãocusta nada ser recebido com umsorriso ou menos grosseria,puxa, quem tem câncer sou eue quem reclama da vida são asenfermeiras”.

Já está em tratamento hátanto tempo que não tem maisveias para receber o remédio.Pega minha mão e leva de en-contro ao seu peito. “Sente isso?É o cateter que eles colocaramaqui dentro para injetar os re-médios. Incomoda um pouco,

mas é necessário, não é?” Elasenta na poltrona apelidada de“dez minutos”. Pergunto o mo-tivo e seu filho mais velho, emmeio a risos, responde: “Porqueé dez minutos sentada ali e elajá dorme”. Enfim, descansa.

Ama os filhos incondicional-mente, apesar das brigas ebroncas. Fazo tipo durona:“Nem vemcom seus bei-jos e abraços.Ai, que meni-no carente”,reclama elado excesso decarinhos e beijos que o primo-gênito dá. Mas aos poucos vaicedendo, a realidade é triste e“a gente nunca sabe o dia deamanhã”.

Visitou várias religiões e seapegou ao mais importante:Deus. Freqüenta centros espí-ritas e reuniões da chamada“constelação”, uma vertente es-pírita onde encontrou respostase ajuda. “É preciso acreditar emalgo. Eu preciso de respostas ”.Passou por experiências incrí-

veis e garante que, se contasse,ninguém acreditaria. “É umaquestão de fé, isso me ajuda,vou continuar fazendo”.

Não se entregou diante dasinúmeras dificuldades que avida lhe impôs. Garante não termedo. Tem o apoio da família edos amigos e espera, angustia-

damente, odesfecho dessahistória.

Em umareunião da“constelação”aconteceu algoinusitado, quemudou sua vi-

são sobre a doença. No dia emque Denise foi escolhida, o espí-rita que comandava o encontroindicou uma única pessoa e co-locou-a em sua frente. “Vocêsabe quem é essa pessoa? Eladisse que te respeita e tem medode você.” Denise perguntou seera sua mãe e diante da negati-va do espírita perguntou curio-sa quem era. “É a morte”.

Ela conclui: “Descobri que amorte me respeita tanto quan-to eu a respeito”.

Page 7: LONA 416- 14/08/2008

77777Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Geral

Amanda Ribas

O crescimento desordenadodas grandes cidades tem afe-tado de forma intensa o meio-ambiente. Não é à toa que asustentabilidade é um dosprincipais temas dos debatesatuais. Segundo ambientalis-tas, o equilíbrio entre o desen-volvimento econômico e a pre-servação ambiental é a chavepara que o progresso possaacontecer de forma viável e oecossistema não seja vítima docrescimento.

Por meio do Mestrado emGestão Ambiental, a Universi-dade Positivo tem contribuídopara potencializar esses estu-dos. Uma das dissertações maisrecentes e de grande importân-cia para a análise do ecossiste-ma de Curitiba foi concluída anopassado pelo professor JorgeMattar Neto. Ele fez um estu-do sobre a produção de novosindicadores ambientais, tendocomo foco o reservatório do RioPassaúna.

Indicadores ambientais sãomecanismos usados para men-surar o potencial poluidor deuma área. A partir deles, sãoformulados índices, que mate-maticamente revelam o grau decomprometimento da região es-tudada.

Em seu estudo, Mattar for-mulou uma nova metodologiaque simplifica o cálculo dessesíndices ambientais, tornando-osmais palpáveis. “Existem vári-as metodologias que envolvemo cálculo de indicadores e deíndices ambientais, porémeram muito complicadas. Porisso, pensei em uma formamais simples que fosse de com-preensão de todos”, explica.

O reservatório Passaúnafoi o tema da dissertação pornão ser o foco principal quan-do se trata de poluição. Ape-sar de não apresentar focospoluidores visíveis, o localapresenta fatores de risco,como foi comprovado por Mat-

Preservação do rio Passaúnana pauta dos pesquisadores

tar. Por estar localizada naregião de Almirante Tamanda-ré, Araucária, Campo Largo eCampo Magro, a bacia do Pas-saúna é de importância vitalpara Curitiba e Região Metro-politana (RMC), pois é fonte deabastecimento para esses mu-nicípios, além de fornecerágua potável para, aproxima-damente, ¼ da população dacapital.

Desde 1991, o Passaúna fazparte de uma Área de Preser-vação Ambiental (APA), porémnem todos sabem disso. A faltade conhecimento leva a açõesnegativas da população sobrea área. Os problemas têm evo-luído aos poucos, com o aumen-to de resíduos sólidos, como em-balagens plásticas, restos de co-mida e papéis e o escoamentode agrotóxicos na água. A de-composição da matéria orgâni-ca presente no lixo jogado nosrios e dos resíduos da agricul-tura geram contaminação, nãosó da água, mas também dosmananciais, do solo e dos len-çóis freáticos, matando faunae flora da região, além de serprejudicial à saúde das pesso-as que moram nas regiões ri-beirinhas.

Os indicadores finais do tra-balho de Mattar concluíram queo rio tem fortes índices de com-prometimento ambiental, devi-do, principalmente, à presençahumana no local. Por isso, asolução para que o rio não sofracom a poluição é a conscienti-zação da população.

“A dissertação do Jorge con-tribui como um grande diagnós-tico sobre os problemas ambi-entais do Rio Passaúna. Ele con-seguiu reunir vários dados esintetizá-los na pesquisa. Po-rém, devemos encarar o resul-tado como preliminar, já que osdados foram colhidos em dife-rentes datas. Por isso o traba-lho necessita de uma continui-dade, para que o resultado nãoseja apenas indicativo”, salien-ta o coordenador do Mestrado,Maurício Dziezic.

Pesquisa desenvolvida na UP aponta potencial poluidor em um dos rios que abastece Curitiba

Luciano Sarote/ LONA

O lago formado pelo rio Passaúna fornece 25% da água consumida na Capital

Dayane Machado

No último sábado, teveinício a Campanha Nacionalde Vacinação contra a Rubéo-la, que vai se estender até odia 13 de setembro e é desti-nada às pessoas de 20 a 39anos. Segundo o Ministério daSaúde, até ontem, foramimunizadas 10,2 milhões depessoas, o que representa14,56% da população alvo.

Em Campo Largo, oobjetivo é vacinar 95% das38.414 pessoas enquadradas

Começa campanha de vacinação contra rubéolana faixa etária da campanha.

A vacinação contra arubéola pode ser realizadamesmo que a pessoa já tenhasido vacinada anteriormenteou contraído a doença. Aeficácia da vacina DuplaViral, contra sarampo erubéola, é de 95%.

A rubéola é uma doençatransmitida por um vírus, e acontaminação ocorre de pessoaa pessoa por via respiratória.A doença é mais perigosa emgrávidas, pois o bebê podenascer prematuro, ter baixopeso ou pode até causar o

aborto.Junto ao início da

Campanha de Vacinaçãocontra a Rubéola começa asegunda fase da Campanhade Vacinação contra aPoliomielite em crianças de0 a 5 anos de idade.

De acordo com a Secreta-ria Municipal de Saúde deCampo Largo, as criançasvacinadas na primeira fasedevem tomar a segundadose e as que não receberama vacina na fase anteriortambém precisam serimunizadas.

Page 8: LONA 416- 14/08/2008

Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 2008Curitiba, quinta-feira, 14 de agosto de 200888888

Considerada a segunda mai-or estância turística religiosado Brasil, Nova Trento possuidois santuários: o Santa Pauli-na, que foi a inspiração para asfotos deste ensaio, e o Santuá-rio Nossa Senhora do Bom So-corro. A cidade foi fundada em8 de agosto de 1892 e o dia daSanta Paulina é 9 de julho.

A principal atividade econô-mica de Nova Trento é a agri-cultura, com o cultivo de fumo,milho, feijão e uva. A fabrica-ção e comercialização do vinhocolonial é o que leva muitosturistas para a cidade. A popu-lação é de aproximadamentedez mil habitantes.

Foi a canonização de SantaPaulina que tornou a cidade

mundialmente conhecida, poisfoi a primeira Santa do Brasil ea primeira de sua cidade de ori-gem, Vígolo Vattaro, na Itália.

Todos os meses, mais de trin-ta mil visitantes dirigem-se aNova Trento. O que os turistasprocuram conhecer é a réplicada casa onde Santa Paulinamorou, o museu da colonização,e, principalmente, o Santuáriode Nossa Senhora do Bom So-corro, antigamente cuidado pelaSanta. Além disso, a cidade con-ta com mais de 40 oratórios decapelinhas.

Outras informações podemser encontradas nos telefones daPrefeitura Municipal: (48)3267-0193. E na Secretaria deTurismo: (48) 3267-1209.

Texto e fotos: Renata Penka

Os apelos da féOs apelos da fé