logÍstica reversa: um diferencial sustentável e ... · a logística reversa (lr) equivale ao...
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Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.14, jan-jun de 2016 Edição Especial 199
LOGÍSTICA REVERSA: Um diferencial sustentável e competitivo REVERSE LOGISTICS: A sustainable and competitive differential
Ana Beatriz da Silva Paulo – [email protected]
Juliana Lima de Carvalho Cunha – [email protected] Moacir Faustino Filho – [email protected]
Vitor Hugo Barbosa – [email protected] Graduando em Administração – Unisalesiano Lins
Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni – Unisalesiano Lins – [email protected]
RESUMO
Com o ascendente consumo brasileiro e o perigo de contaminação de
resíduos advindos das lâmpadas na população, foi promulgado o Acordo Setorial que impõe a Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes, que, por conseguinte, as empresas contribuem para a preservação do meio ambiente adotando práticas de sustentabilidade, cumpre leis ambientais e traz maior vantagem competitiva no mercado, recuperando matéria-prima através da reciclagem. Devido aos cuidados de descarte correto, ao implantar esse sistema, observou-se a necessidade de estudar acerca do tema, a fim de que as empresas, bem como os cidadãos consumidores sejam beneficiados. Através de pesquisa bibliográfica, estudaram-se todas as frentes da logística reversa, principalmente no retorno de resíduos para reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos de produção. Conclui-se que, em conformidade do cenário mercadológico competitivo e pelas normas governamentais com as fabricantes de lâmpadas, a logística reversa, quer como obrigatoriedade ou como vantagem competitiva relacionada ao bom marketing institucional, torna-se ferramenta eficiente para com meio ambiente e para proposição de valor. Palavras-chave: Lâmpadas fluorescentes. Logística reversa. Sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
As empresas que obtêm sucesso e atingem o crescimento contínuo, possuem
a necessidade de distribuição de espaço físico, administrando o fluxo de
mercadorias entre a organização e o consumidor, logo, é preciso uma logística
eficiente.
Segundo Caxito (2011):
(...) o objetivo estratégico econômico, ou de agregação de valor monetário, é o mais evidente na implementação da logística reversa nas empresas e varia entre os setores empresariais e em seus diversos segmentos de negócios, tendo sempre como fator dominante a competitividade e o ecológico. (p. 176)
A logística reversa (LR) equivale ao fluxo inverso do produto, isto é, é o
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sistema de retorno do produto à indústria, seja por motivo de troca do mesmo, bem
como, ocasião do descarte correto do material, devido à sua periculosidade.
(MOURÃO; SEO, 2012)
A LR das lâmpadas fluorescentes é imprescindível, visto que, as mesmas
liberam resíduos de metais pesados como o mercúrio, totalmente prejudiciais aos
seres humanos e ao meio ambiente.
Com o ascendente consumo da população, ocasionando maior quantidade de
lixo por habitante, aliado ao agravante da limitação de aterros sanitários,
necessitando de alternativas viáveis para o lixo domiciliar. A falta de conhecimento
de como se relacionar corretamente com o perigo das substâncias existentes nas
lâmpadas, e o estímulo governamental na utilização de lâmpadas fluorescentes, no
intuito de diminuir o consumo de energia elétrica, agrava este quadro. (MOURÃO;
SEO, 2012)
Visando maior benefício aos cidadãos, foi promulgado o Acordo Setorial
através da Política Nacional de Resíduos Sólidos que impõe a LR às empresas e
indústrias. Estas são responsáveis pelo descarte correto das lâmpadas, bem como
seu manuseio, armazenamento, movimentação e transporte após consumo. Com
isso, há a oportunidade de reciclar os materiais, trazendo lucratividade ao reutilizar
matéria-prima em valor econômico para reaproveitamento em seu próprio ciclo ou
em outros ciclos produtivos. (BRASIL, 2014)
Objetivando alavancar sua imagem perante a sociedade e cumprindo as leis
ambientais, as empresas utilizam dessa atitude sustentável como medida
mercadológica, promovendo ações e projetos que envolvem excelentes condutas
pela preservação ambiental.
A adoção de práticas sustentáveis perante o governo e à sociedade,
conquista para a organização, uma proposição de valor competitivo no mercado.
A pesquisa tem como o principal objetivo enxergar e verificar o quão são
importantes os processos logísticos inversos, suas vantagens e desvantagens ao
meio organizacional. Observar o cenário mercadológico atual referente às empresas
fabricantes de lâmpadas fluorescentes e suas políticas de reciclagem, visto que
possuem elementos nocivos ao meio ambiente. Além disto, demonstrar as soluções
inteligentes utilizadas das matérias que podem retornar à linha produtiva, desde o
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início da cadeia, desde o consumidor até o fornecedor e a viabilidade da realização
da ferramenta, como item estratégico e a criação da vantagem competitiva,
relacionado ao marketing institucional e sua proposição de valor. Logo, demonstrar
toda a cadeia logística como aliada a estratégia comercial e empresarial.
Aplicou-se o processo metodológico para obtenção de informações,
pesquisas bibliográficas, acesso à internet e informações de domínio público das
fabricantes de lâmpadas fluorescentes e empresas terceirizadas responsáveis pela
reciclagem da mesma, além de consultas a artigos relacionados à logística reversa e
desenvolvimento sustentável, no período de 2008 a 2012. Contudo, houve
necessidade de detalhamento específico partido do Ministério do Meio Ambiente e
leis de acordos setoriais envolvendo o processo logístico das lâmpadas e toda sua
cadeia responsável. Logo, a pesquisa de caráter não conclusiva, refere-se por
processos detalhados do planejamento logístico e relação de custos. Porém, em
modo exploratório, aplicam-se teoricamente as empresas que utilizam a logística
reversa pós-consumo como proposição de valor e competitividade.
1 LOGÍSTICA
A logística é uma ferramenta da administração desenvolvida através das
forças armadas nos períodos das grandes guerras e conquistas de territórios,
porém, sua filosofia inicia antes do acontecimento, na parte estratégica do processo.
Sendo, entretanto, o ramo responsável por armazenar, transportar, distribuir,
recolher e realizar o processo de continuidade empresarial, visando os menores
custos e viabilidade para o negócio. (CRUZ; SANTANA; SANDES, 2013)
A suma importância do planejamento para uma gestão eficaz da cadeia
logística, pode-se comparar a lubrificantes de maquinários. Se faltar ou falhar, todo o
processo produtivo irá sofrer as consequências. Por isso, a projeção de uma gestão
apta para suprir as demandas e adiantar todo sistema torna-se uma vantagem
competitiva.
A logística representa o elo entre todas as expectativas geradas pelos demais departamentos, sejam eles Vendas, Marketing, Finanças, Custos, Pesquisa e Desenvolvimento, Produção ou todos os setores que, somados, visam a um mesmo objetivo, o sucesso de suas metas, e através da expertise nos conhecimentos logísticos a
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integração de todos permite o crescimento organizado e sustentável. (CAXITO, 2011, p, 2).
Qualquer ser humano utiliza a logística e seus processos diversas vezes
durante um único dia, por exemplo, tomar café. Neste processo, deve-se verificar
disponibilidade da matéria prima (pó de café), que foi transportado diversas vezes
partindo do fornecedor para os supermercados e posteriormente para a local onde
será feito o café, nomeado ponto de armazenagem, e em seguida, a transformação
do pó de café e demais recursos em produto acabado (café) que por sua vez é
distribuído em xícaras, sendo o ponto de consumo.
Para uma execução logística que gerem bons resultados, a gestão deve
integrar-se ao setor durante o planejamento estratégico, utilizando dados relativos à
prospecção e demanda de vendas, também com gastos da logística e frota. Assim,
relacionar, com marketing institucional e colocar metas para reconhecimento
ambiental e atingir novos mercados. (CAXITO, 2011)
1.1 Logística reversa
A logística reversa ou inversa é uma extensão da logística convencional,
porém trata-se dos retornos, ou seja, embalagens e materiais que voltam para o
ciclo de negócios das organizações.
Devido ao aumento de custo da produção, as empresas buscam alternativas a fim de otimizar custos e aperfeiçoar os processos na área produtiva, por meio do reaproveitamento e da reciclagem de seus produtos. Em todos os casos, a oportunidade de reutilização deu origem a um novo fluxo de materiais, partindo do consumidor e chegando ao fornecedor. (CAXITO, 2011, p 251).
Este processo deve ser sustentável, tratando-se de situações além de simples
devoluções, na qual existem produtos com possibilidade de serem reciclados,
recondicionados e revendidos e outros que necessitam de atenção especial, como
descarte de substâncias químicas.
Devido à globalização e a ampla concorrência, as empresas que antes tinham
um vínculo isolado com o mercado e com seus consumidores perceberam a
necessidade de demonstrar seus diferenciais.
Segundo Donato (2008, p. 4), “as empresas estão cada vez mais
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preocupadas com as questões ambientais e com o Ciclo de Vida de seus Produtos”.
O gerenciamento deste modo logístico requer uma atenção especial durante o
planejamento estratégico, visto que há uma geração de custos e retrabalhos para
organização. Se não forem bem gerenciadas, as desvantagens podem ser
superiores as suas vantagens, defasando todo o seu sistema financeiro. Contudo, se
elaborada uma política eficaz, os resultados podem ser superados em vendas,
sendo uma consequência de um marketing corporativo bem trabalhado,
apresentando a empresa como preocupada e defensora das causas sociais e
ambientais. (DONATO, 2008)
Em uma linha de produção, por exemplo, a utilização da logística reversa tem
sua variabilidade conforme seus produtos defeituosos, que retornam aos processos,
podendo partir desde a disposição das matérias-primas ou diretamente no decurso,
classificados com pequenos erros para reparos.
Na prática, a fabricante de lâmpadas fluorescentes possui o cuidado de
realizar a logística reversa de seus produtos, condicionando para o descarte correto,
tratando-se de material com composição química nociva para o meio ambiente.
1.1.1 Logística reversa de pós-consumo
A logística reversa pós-consumo corresponde aos produtos descartados pela
sociedade devido ao fim da vida útil, como exemplo: os aparelhos e seus resíduos
que poderão ser utilizados no meio industrial. Estes bens poderão ser duráveis ou
descartáveis, destinados ao canal correto, de reciclagem e reuso até seus
consumidores finais. (CAXITO, 2011)
Na logística reversa de bens duráveis ou semiduráveis, os produtos
geralmente apresentam interesse para manufatura e que voltam ao mercado
consumidor em outros formatos e outros bens, onde se aplicava novamente a cadeia
da logística reversa.
As lâmpadas fluorescentes necessitam de descarte adequado e deste modo
aplica-se a logística reversa pós-consumo, considerando que os produtos já foram
utilizados, na qual sua grande parte é reciclável, assim, gera benefícios para as
empresas que realizam suas atividades socioambiental, na coleta dos materiais e
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que utilizam os meios para divulgar, proporcionando uma crescente melhoria para
proposição de valor, além disto, potencializa a visualização da marca, servindo como
vantagem decisória para o cliente.
2 LOGÍSTICA REVERSA E AS LÂMPADAS FLUORESCENTES
Atualmente, cerca de 200 milhões de lâmpadas fluorescentes de diversos
modelos são fabricadas anualmente, um grande ponto forte é a que sua utilização,
comparado as incandescentes gastam uma porcentagem menor de energia. Porém,
apenas 6% de toda produção das lâmpadas, segundo o Ministério do Meio Ambiente
(MMA) são descartadas de forma correta. (BRASIL, 2010).
Este número se da comparado aos benefícios que os consumidores visam,
tendo uma eficiência energética de 50 a 70 (lm/W), comparadas as incandescentes
que não ultrapassam 16 (lm/W). Além disto, a vida útil pode chegar até 10 mil horas
de uso, comparada a mil horas das incandescentes. (PALADINO BR, 2011).
O processo de fabricação das lâmpadas fluorescentes tem como base: o
ferro; o antimônio; o níquel; o vidro, dentre outros, mas destaca-se o mercúrio, um
metal muito perigoso à saúde, a integridade física e ao meio ambiente.
Para o descarte correto, apenas separar dos demais lixos não é o suficiente
e, contudo, ainda colocam em risco as pessoas que realizam o manejo destes
materiais. Sendo assim, as empresas fabricantes se remetem ao cuidado em sua
logística reversa, seguindo o Plano Nacional de Meio Ambiente, lei nº 12.305/10, o
qual trata de um acordo com as empresas referentes aos resíduos sólidos e seus
processos para descartes.
Em 2014, um acordo setorial para Logística reversa de lâmpadas
fluorescentes, um complemento da Lei nº 12.305/10, regulariza que além dos
fabricantes, todos que influenciam no processo até a chegada do produto ao
consumidor são responsáveis pelos processos logísticos inversos, ou seja,
fornecedores e revendas passaram a ter responsabilidade subsidiária nas
transações. (MOURÃO; SEO, 2014)
2.1 Do processo: logística reversa
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É bastante limitado o número de empresas e cooperativas que se dedicam
exclusivamente para a logística reversa das lâmpadas fluorescentes e também sua
reciclagem, isto se dá por ser um procedimento pouco divulgado e não muito
realizável.
Contudo, empresas como a Bulbless (2015), tendo como atividade principal a
reciclagem, servem como terceirizadas para vários fabricantes para que destine
suas lâmpadas fluorescentes inutilizáveis para transformação de recursos limpos e
em diversos outros produtos. Sendo assim, os procedimentos desde o manuseio até
a possibilidade de uma certificação ISO tem como base os processos abaixo:
a) Os consumidores finais devem levar suas lâmpadas fluorescentes inutilizadas
aos seus postos de vendas, considerados também pontos de coletas,
tratando-se de logística reversa dos clientes.
Com isto, empresas podem agregar valor tratando de clientes contribuintes
para a preservação ambiental, ou seja, possibilidade de bonificar ou ceder
desconto em uma próxima compra.
b) As revendas devem consultar seus representantes para que seja feita a
separação por fabricante e problemas encontrados. Após, deve-se entrar em
contato com a empresa fabricante para que solicite o recolhimento dos
materiais ou informação da destinação correta dos produtos.
Conforme as quantias destinadas para reciclagem, os fabricantes e
fornecedores bonificam as empresas com descontos para as próximas
compras.
c) Sendo assim, o material é encaminhado pelo fornecedor um meio de
transporte adaptado (furgões acolchoados) até o local da revenda no qual foi
solicitada a retirada e em alguns casos, a revenda deve enviar via serviços
logísticos próprios ou de terceiros.
d) As lâmpadas são transportadas de volta a fabrica para que sejam todas
conferidas e enviadas até a empresa terceirizada pela fabricante responsável
pela separação adequada das lâmpadas.
e) A empresa terceirizada, responsável por fazer a toda reciclagem, realiza a
sucção das lâmpadas através de um processo inovador e inteligente,
separando-as parte por parte devido aos seus materiais serem diferentes e
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cada um ser separado para exercer uma função. Deste modo, destina os
materiais para seus respectivos processos, sendo que, o metal, retorna ao
processo produtivo para fabricante. Com isto, reduz os custos, agrega valor e
diferencial competitivo para marca.
f) Todo o processo é realizado com sistema a vácuo, a fim de impedir que os
gases nocivos se espalhem, resultando em um ar limpo.
g) As lâmpadas fluorescentes, uma por vez é introduzida na máquina onde são
separadas por suas pequenas estruturas (vidro, metal, gases nocivos como
mercúrio, e outros.) que serão divididas como:
Vidro e metal: reutilizáveis.
Gases nocivos: transformados em limpo.
O processo consolidado verifica-se pela seguinte cadeia de movimentações
logísticas:
Figura 1: Cadeia de movimentação logística
Fonte: PaladinoBR, 2011
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Durante todo procedimento, visto na figura acima, é sempre o consumidor
final que iniciará a logística reversa. Neste caso detalhado demonstra os processos
de formas mais técnica, na qual direciona todo material, separado em partes
recicláveis para tratamentos específicos, como a sucata e o vidro descontaminado.
3 VANTAGEM COMPETITIVA SUSTENTÁVEL.
Sustentabilidade, segundo Cabrera (2009, p. 35) “trata-se de um conceito
sistêmico, ou seja, ele correlaciona e integra de forma organizada os aspectos
econômicos, sociais, culturais e ambientais para sociedade”. Benéfica para o
presente e para as futuras gerações é uma forma de racionalizar o agora para
possuir no futuro.
Qualquer produto disponível no mercado tem como fonte exclusiva de sua
matéria prima: a natureza, por isso, ressalva a importância de cuidar e zelar por ela.
Logo, as empresas que às utilizam, criam condições e práticas sustentáveis para
amenizar os impactos para o meio ambiente.
As fabricantes de lâmpadas fluorescentes, primordialmente devem se auto
gerir, visto que utilizam recursos naturais e que parte do seu produto pode ser
oriunda de reciclagem, logo o vidro e o metal. Contudo, é responsável pelo descarte
de seus produtos conforme disponibilizados ao mercado consumidor.
Gerindo boas práticas socioambientais, é possível, atrelado a um bom
marketing corporativo e uma estratégia comercial diferenciada adentrar com suas
vantagens competitivas elevadas comparadas aos concorrentes.
Consequentemente, empresas reconhecidas por qualidade nos produtos ou serviços
com diferencial em suas políticas ambientais têm oportunidades de preferência e
fidelização dos consumidores, sendo assim, agrega-se valor a marca e aos
produtos. (CAXITO, 2011)
Contudo, torna-se necessário que as empresas que utilizam esse modelo
logístico reverso, tenham um bom planejamento estratégico e gestão de custos, se
não, poderá tornar-se uma desvantagem relacionada aos gastos excessivos para o
negócio, visto não ser de segmento nem atividade econômica principal da
organização. Mas, é possível que as empresas fabricantes utilizem parcerias com
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outras que realizam apenas o tipo de serviço, ou seja, terá os custos com os
processos, mas fica isento da mão de obra própria. (DONATO, 2008)
CONCLUSÃO
Através da pesquisa bibliográfica sobre do tema, observou-se a importância
da logística reversa para o segmento de lâmpadas fluorescentes, devido à
periculosidade do contato dos resíduos com os seres humanos e todo meio
ambiente. Ao adotar a LR, a organização responsável não apenas contribui para a
conservação ambiental, de forma sustentável, mas também cumpre as leis, trazendo
benefícios sociais e financeiros, pois ao demonstrar ações ambientais, posiciona-se
melhor no mercado, conquistando maior número de clientes, gerando mais receitas.
Existe uma grande falta de conhecimento populacional acerca da logística
reversa e suas características, especificamente no caso das lâmpadas fluorescentes
e contaminação de seus resíduos. Também a divulgação escassa dos projetos de
coleta, bem como, ações socioambientais de empresas e órgãos governamentais.
A pesquisa nos mostra a problemática que há no mercado nacional sobre a
logística reversa, especificamente no descaso das lâmpadas fluorescentes. Há uma
grande demanda de lâmpadas desta categoria e, por conseguinte, o problema tem
sido a realização do descarte inadequado e inapropriado, resultando em malefícios
no aspecto socioambiental.
Existe uma tecnologia ampla e disponível geradora de uma grande
expectativa para a sociedade em curto prazo, visto que essas lâmpadas possuem
uma grande quantidade de resíduos tóxicos e gases nocivos altamente prejudiciais.
Estudos comprovam que a ponte de ligação para solucionar esse problema
atual é a logística reversa, pois traz vários benefícios desde que seja bem planejada,
estruturada e executada. Com isso, a sociedade opta por empresas e organizações
que se preocupam com essa questão ambiental; e a LR em contrapartida, auxiliar na
conscientização das instituições acerca do uso adequado do produto/serviço antes,
durante e após o consumo, principalmente na reciclagem de resíduos sólidos. Vale
ressaltar que existem normativas de segurança ambiental em cada estado brasileiro,
proporcionando assim uma conduta adequada para a reciclagem, competindo
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responsabilidade aos pontos de venda, torna-se referência no ramo, criando uma
vantagem competitiva diante dos concorrentes.
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