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06/11/2018 1 Cap. 6: O objetivo econômico na logística reversa de pós consumo A logística reversa pós-consumo oferece diversas possibilidades de ganho financeiro e econômico nas diversas etapas de coleta, processamento, remanufatura e reinserção mercadológica: Matérias-primas secundárias são mais baratas Reduz demanda por energia e água Encurtamento do tempo de produção Criação de diferenciais de produção Posicionamento de mercado Indústria da reciclagem nos EUA em 2017 VALORES Atividade econômica R$ 432,9 bi Impostos R$ 48,84 bi Exportações de matérias-primas R$ 66,6 bi Empregos gerados (diretos) 156.000 postos Percentual de reciclagem 30% O fluxo reverso de pós-consumo 1. Coleta de pós- consumo 2. Separação e processamento 3. Consolidação 4. Reciclagem ou remanufatura 5. Reintegração ao ciclo produtivo 6. Comercialização

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Cap. 6: O objetivo econômico na logística reversa de pós consumo

■ A logística reversa pós-consumo oferece diversas possibilidades de ganho financeiro e econômico nas diversas etapas de coleta, processamento, remanufatura e reinserção mercadológica:

– Matérias-primas secundárias são mais baratas

– Reduz demanda por energia e água

– Encurtamento do tempo de produção

– Criação de diferenciais de produção

– Posicionamento de mercado

Indústria da reciclagem nos EUA em 2017

VALORES

Atividade econômica R$ 432,9 bi

Impostos R$ 48,84 bi

Exportações de matérias-primas R$ 66,6 bi

Empregos gerados (diretos) 156.000 postos

Percentual de reciclagem 30%

O fluxo reverso de pós-consumo

1. Coleta de pós-consumo

2. Separação e processamento

3. Consolidação

4. Reciclagem ou remanufatura

5. Reintegração ao ciclo

produtivo

6. Comercialização

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Objetivo econômico nos canais reversos de reciclagem

■ O principal objetivo de um canal reverso é reintegrar os bens de

pós-consumo substituindo matérias-primas primárias

■ Etapa do coletor:

– Custo do Coletor (CC) = custo da posse (Cp) + Custo do beneficiamento inicial (Cb)

– Preço de venda = CC + Lucro do coletor (Lc)

■ Etapa do sucateiro:

– Custo para o sucateiro = CC + Lc + Custo próprio (Cs)

– Preço de venda do sucateiro = CC + Lc + Cs + Lucro do sucateiro (Ls)

■ Etapa da reciclagem:

– Custo do reciclador = CC + Lc + Cs + Ls + Custo próprio (Cr)

– Preço de venda do reciclador = CC + Lc + Cs + Ls + Cr + Lucro do reciclador (Lr)

Objetivo econômico nos canais reversos de reciclagem

■ Para ser economicamente viável:

– R$ final matéria-prima 2ária (R$) < R$ MP 1ária

■ A cada etapa da cadeia, acrescente-se uma camada de custos operacionais e tributários

■ Os impostos que incidem são: IPI, PIS, COFINS (fed.) e do ICMS (est.)

– A maioria dos Estados não cobra ICMS nestes itens

■ Baixar os impostos estimula a logística reversa, mas:

– aumenta o consumo (Paradoxo de Jevons);

– concentra o lucro nos elos mais fortes (injustiça social)

– Reduz a capacidade de ação do Estado na gestão ambiental (monitoramento, fiscalização e controle)

Objetivo econômico nos canais reversos de reciclagem

■ ALTERNATIVAS:

– alíquotas diferenciadas (produtos supérfluos, taxas pigouveanas etc.)

– Estabelecer cotas limites de produção para estimular a produção em ciclo fechado (*)

– taxar mais a renda que o consumo

■ Vale lembrar que sucatas são commodities de preços inelásticos

– Pesquisas indicam que a variação no preço da matéria-prima secundária acompanha o preço das commodities primárias

– Ou seja, não basta reduzir preços dos fatores de custo da sucata (como os impostos, p. ex.)

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Cap. 8: O objetivo legal na logística reversa de pós-consumo

■ Vimos que vários fatores determinam a

performance da logística reversa:

– Questões ambientais: necessidade

de redução da pegada ecológica

– Questões econômicas: vantagens

financeiras e economia de recursos

– Questões tecnológicas: viabilidade

da reciclagem

– Questões logísticas: escala, nível de

integração da cadeia

O objetivo legal na logística reversa de pós-consumo

■ Em alguns casos, no entanto, a soma dos custos superam as vantagens econômicas

– Ex: vidro e isopor tem custo alto de reciclagem

■ Nestas situações a imposição de regras legais é a forma de estimular a logística reversa

■ Diversas formas de intervir:

– Desoneração fiscal

– Imposição de taxas

– Restrições ou proibições de circular

O objetivo legal na logística reversa de pós-consumo

■ O nível de intervenção governamental sempre será discutível

■ No entanto, via de regra, o próprio governo é o maior indutor de atividades econômicas

■ Além disso, empresas que antecipam-se à regulação estatal adquirem mais vantagens competitivas e mais rapidamente em relação àquelas que não o fazem

■ O planejamento e operacionalização da logística reversa atua neste cenário dinâmico da chamada Produção e Consumo Sustentáveis (PCS)

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Natureza e tendências das regulamentações ambientais

■ Década de 1970:

– tendência de responsabilizar os governos pela poluição ambiental

■ A partir da década de 1990:

– 1ª. Fase: tendência de responsabilizar as empresas por seu impacto (“responsabilidade estendida”)

– 2ª. Fase: responsabilidade compartilhada entre governo, indústria e cidadãos, porém diferenciada

■ Tendência atual e futura:

– Responsabilidade global compartilhada

– Diplomacia ambiental internacional

Legislações: tendências

■ Relativas à Coleta e Disposição Final:

– Proibição de aterros e incineradores, regulamentação de aterros

– Obrigatoriedade da coleta seletiva e da reciclagem

– Responsabilizar o fabricante pelo logística reversa

■ Relativas ao Marketing:

– Incentivos à substituição parcial ou total da MP 1ária pela MP 2ária

– Restringir a venda e uso de certos produtos

– Restrições sobre a obsolescência

– Restrição de embalagens descartáveis (*)

– Regras para rotulagem ambiental

– Incentivos fiscais

– Redução na fonte (substituir recursos não-renováveis por renováveis)

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Dúvidas?

O impacto do fator tecnológico na organização da cadeia de abastecimento pós-consumo

■ A tecnologia é fator essencial na definição da

viabilidade econômica de se estruturar uma cadeia

de logística reversa

■ São fatores tecnológicos:

– Sistemas de coleta e compactação

– Desmontagem de produtos duráveis nos

canais de desmanche

– Tecnologias de remanufatura e reuso de

componentes

– Extração de constituintes de interesse

– Tecnologia de reutilização de matérias-primas

secundárias

Processos de revalorização tecnológica

■ Três tipos de processos industriais de revalorização:

– Desmanche industrial: desmontagem de produtos duráveis e semiduráveis

– Remanufatura industrial: extração de componentes usados ou de desmanche

– Reciclagem industrial: utiliza produtos descartáveis e gera resíduos industriais

■ Importância do desenvolvimento de produtos “pensados” para serem revalorizados, melhorando sua reciclabilidade técnica (“Design for Recycling - DfR”)

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Características de um projeto de DfR

■ Fatores que melhoram a reciclabilidade de um produto desde a sua concepção:

– Redução do número de pontos de fixação com soldas ou colas, substituindo sempre que possível por sistemas de encaixe ou poka-yoke

– Redução do uso de ligas ou mesclas de materiais

– Redução no número de cores

– Redução do número de tipos de plásticos diferentes

– Redução de constituintes contaminantes ou perigosos

Etapas do desmanche industrial

ETAPAS:

1. Recebimento

2. Sangria

3. Retirada de

acessórios

4. Desmantela-

mento

5. Remoção de

partes não

metálicas

6. Compactação

Etapas da reciclagem industrial

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O que define o nível de reciclabilidade

1. Facilidade de transporte no pós-consumo

2. Facilidade de desmontagem do produto durável

3. Aptidão para remanufatura

4. Facilidade de separação do produto de pós-

consumo

5. Facilidade de extração do material constituinte

6. Conservação das propriedades originais

7. Número de reutilizações possíveis

8. Percentual de substituição de matérias-primas

primárias

O problema da identificação dos materiais constituintes

■ Existem dezenas de categorias de papéis,

centenas de tipos de metais e plásticos, e

milhares de ligas

■ Técnicas de separação e classificação:

– Inspeção visual

– Rotulagem

– Espectrografia

– Raio-x

– Varredura laser

– Demanda por outros métodos mais eficientes

Dúvidas?