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Logística Reversa Projeto de coleta de latas de alumínio e garrafas PET, desenvolvido e implementado pela multinacional, tem como principais bases de sustentação para o sucesso do negócio a automação e uma eficiente operação de logística reversa

Tomra Latasa: A logística da reciclagem

No início do segundo semestre de 2001, com o objetivo de ampliar a coleta de latas de alumínio e entrar no segmento de garrafas plásticas PET, a Tomra Latasa Reciclagem colocou em operação, na cidade do Rio de Janeiro, um projeto-piloto de logística reversa pioneiro. Batizado Replaneta, o projeto consiste numa rede de coleta formada por oito postos, instalados no estacionamento das lojas dos supermercados Extra, equipados com duas máquinas Reverse Vending Machines (RVM), desenvolvidas pela Tomra, as primeiras em operação no Brasil. A Tomra Latasa Reciclagem foi criada em março de 2001, quando a norueguesa Tomra Systems ASA, líder mundial em soluções para reciclagem, comprou a brasileira Latasa, maior fabricante de latas de alumínio do paísOs postos – localizados na Tijuca, Barra da Tijuca, Boulevard, Niterói, Ilha do Governador, Alcântara, Nova Iguaçu e Maracanã – está equipado com duas RVMs. Nessas máquinas, com capacidade para receber uma embalagem por segundo, o próprio consumidor introduz a embalagem, que tanto pode ser a lata de alumínio quanto a garrafa PET. Em seguida, o equipamento emite automaticamente um cupom que indica a quantidade de embalagens inseridas e o valor em dinheiro daquela operação de coleta. "Pagamos R$ 0,01 por garrafa PET e R$ 0,02 por lata de alumínio", diz Niaze Almeida Gerude Filho, coordenador da área de Logística da Tomra Latasa, informando que o cupom é utilizado na compra de qualquer produto dentro do supermercado.No momento em que a embalagem é colocada na máquina, um leitor ótico faz a identificação do tipo de material, separando o alumínio e o plástico. "No caso do PET, há ainda uma segunda operação de triagem que utiliza a cor como parâmetro. Ou seja, separa as garrafas pelas cores verde, âmbar e cristal, para facilitar o acondicionamento das embalagens na área de armazenamento", detalha Gerude Filho.Cada posto de coleta do Replaneta, que funciona 24 horas ininterruptamente, ocupa uma área de 45 m2 (o equivalente a quatro vagas de estacionamento), onde ficam as duas máquinas e uma balança para pesagem do material coletado. Outros 30 m2 são destinados à área de armazenagem, que abriga dois contêineres fixos de 20 pés, um para as latas e outro para o PET.Salto qualitativoSegundo Gerude Filho, a escolha da capital fluminense como base para o lançamento do projeto-piloto foi conseqüência natural de um trabalho que a

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Tomra Latasa já vinha desenvolvendo na região. "Instalamos no Rio de Janeiro porque foi lá que começamos o projeto de troca de latas e PET por cupons. Alguns dos pontos em que o projeto está em operação atualmente já comportavam postos de troca manual, formados por um contêiner e um atendente que pesava o material. Portanto, havia uma fidelização dos clientes, e avaliamos que – implementando um avanço tecnológico naqueles locais – corríamos menos riscos de não-aceitação do Replaneta por parte da população, uma vez que já havia sido criado o hábito de descartar as embalagens", explica o coordenador de Logística, acrescentando que o projeto começou a ser implantado nesses pontos, avançando em seguida para outras regiões da cidade.Segundo Gerude Filho, a automação do processo representou um salto qualitativo na logística da empresa. "Primeiro, porque o Replaneta viabilizou a coleta do PET, o que antes não fazíamos. Segundo, pelo fato de a máquina fazer a separação das latas de alumínio e do PET, e deste por cor, ganhamos muito na hora de acondicionar esse material. Os fardos saem dos pontos de coleta enfardados por cor, eliminando assim esta operação no nosso Centro de Coleta", diz o coordenador, acrescentando que a separação por cor traz, ainda, ganhos na venda do produto. "Existe diferença de preço se o PET estiver misturado. Por exemplo, se eu vender o PET verde juntamente com o cristal tenho um preço, se ele estiver separado por cor, há outro", destaca, acrescentando que o parceiro da empresa no projeto, o Extra, também está colhendo benefícios. "Percebemos que o projeto gerou um grande impacto junto à população em relação à imagem do supermercado. Outra coisa que notamos é que o cupom de troca, emitido na coleta, aumenta o ticket padrão de compras em torno de 20% a 30%. O cliente vai à loja com um cupom do Replaneta de R$ 1,00, mas consome sempre de R$ 1,20 a R$ 1,30."Ainda sobre os resultados, o coordenador destaca a ampliação efetiva na coleta de material. "O volume aumentou substancialmente, atingindo em torno de 35% a mais em relação aos postos de troca antigos", diz Gerude Filho, lembrando a sazonalidade típica da indústria de reciclagem. "No verão, em função do aumento no consumo de bebidas envasadas neste tipo de embalagem, coletamos muito mais que no inverno. Estamos, ainda, sujeitos a alguns eventos que acontecem fora da operação e que causam um impacto direto na quantidade coletada. Por exemplo, em novembro do ano passado, o rompimento de uma tubulação de esgoto da Cedae (Companhia de Águas e Esgotos), do Rio, contaminou a água potável, o que elevou muito o consumo de água mineral, aumentando, conseqüentemente, o volume da coleta em todos os nossos postos. Só para se ter uma idéia, no Replaneta da Tijuca subiu de 63 mil, em outubro, para 107 mil, em novembro", exemplifica. ComplexidadeSe por um lado esses eventos promovem o crescimento do volume coletado, que é a meta essencial do projeto, por outro acarretam problemas que aumentam a complexidade do processo logístico. "Essa é uma das grandes dificuldades da logística reversa, porque não temos a previsibilidade da demanda, não sabemos como o consumidor vai se comportar. A questão é que há uma área limitada para fazer o estoque do material e, de repente, o volume explode, motivado por um evento externo, interferindo nos processos de armazenagem e distribuição, obrigando-nos a realizar alterações imediatas na operação. Por isso, é necessário

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monitorar diariamente o comportamento da coleta", observa o coordenador. Com o Replaneta instalado e operando, foi possível redesenhar alguns pontos do projeto original, promovendo mudanças no sentido de corrigir alguns problemas, dar maior agilidade às operações e reduzir custos. "Mudamos, primeiro, o modal de transporte. Na operação manual, precisávamos de caminhões de três tamanhos diferentes. Agora, estamos operando apenas com um veículo, que tem chassi alongado de 10 metros, o que deu maior capacidade de transporte por volume e não peso. Além disso, mudamos a maneira de acondicionar as embalagens, porque percebemos que estávamos tendo um aproveitamento pequeno na área de armazenamento. Então, eliminamos os sacos e passamos a usar big bags para acondicionar os PETs, o que permitiu um aproveitamento de praticamente 100% da área de armazenamento vertical. Com isso, ganhamos tempo no manuseio e consolidação da carga, reduzindo ainda os custos com os sacos", explica Gerude Filho, informando que a Tomra Latasa promoveu, também, um estudo sobre o tempo para carregar o caminhão e do trajeto entre um ponto e outro, melhorando sua eficiência. "Com as mudanças do modal, na maneira de acondicionar as embalagens e melhoria no tempo de manuseio e transporte da carga, atingimos uma redução de 43,75% no número de diárias por mês do caminhão, cujo serviço é terceirizado", destaca o coordenador de logística.Segundo ele, com essas mudanças, mesmo numa situação de aumento imprevisto da demanda, a empresa está constantemente preparada para dar uma solução bastante ágil aos problemas última hora. "Para não nos deparamos mais com explosões de volume, passamos a fazer uma coleta pró-ativa. Ou seja, quando a capacidade de armazenamento nos Replanetas atinge algo em torno de 70%, coletamos o material", diz Gerude Filho, explicando que a coleta pode não esvaziar o estoque do ponto. "A idéia é otimizar o frete, fazendo com que o caminhão recolha o material em pelo menos três Replanetas por dia. Para que esta meta seja atingida, precisamos limitar a retirada do material por ponto, de tal forma que o estoque dos três Replanetas caiba no caminhão."O material armazenado nos contêineres dos Replanetas é retirado pela empresa transportadora e segue para o Centro de Coleta da Tomra Latasa, localizado em São Cristóvão. Lá, as latas de alumínio passam por processos de compactação e enfardamento, enquanto os PETs seguem para uma empresa terceirizada, onde é feito seu enfardamento. Desse ponto, dirige-se a um terceiro Replaneta e depois de carregar o caminhão repete o roteiro de descarga anterior.Redução de custosDo Centro de Coleta do Rio de Janeiro – a empresa conta com sete centros em todo o país –, depois de consolidada, a carga formada pelas latas de alumínio segue para a cidade de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, onde está instalada a refusora da Tomra Latasa, que recicla o alumínio em lingotes ou cadinhos. Já as garrafas de PET são encaminhadas para uma indústria de reciclagem, parceira da Tomra Latasa, localizada na cidade de São Paulo, onde serão transformadas em flake ou pellet.No caso da lata, a empresa realiza o ciclo completo da reciclagem, da coleta até a transformação em matéria-prima. Já o PET, até o momento, os processos de compactação e enfardamento até a reciclagem para torná-lo novamente matéria-prima são terceirizados."Nossa intenção é

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evoluir para colocar no mesmo espaço do Centro de Coleta, a compactação e enfardamento da lata e do PET, num prazo de aproximadamente seis meses. Dessa forma, vamos eliminar dois pontos no roteiro, que são as duas descargas, num mesmo dia, do PET na empresa terceirizada, e consolidaremos a carga destinada à reciclagem num só local", explica Gerude Filho, acrescentando que a multinacional também está finalizando um projeto de compactação do material no próprio Replaneta. "A idéia é compactar a embalagem, seja PET ou lata, no próprio ponto de coleta, o que irá proporcionar uma redução de 60% a 70% no volume estocado", comenta o coordenador de Logística. E acrescenta: "A grande dificuldade é conseguir ter processo eficiente para viabilizar a coleta do PET, porque o valor agregado dele é muito mais baixo do que o da lata. Por isso, precisamos de mais volume e maior eficiência. E a sua compactação no Replaneta é uma das maneiras de obter essa eficiência, uma vez que, ao compactar o material, no lugar de transportar volume vamos transportar peso, muito mais quantidade e, conseqüentemente, otimizar o frete. Com isso, estimamos uma redução no custo do frete em torno de 60%".A empresa também não descarta a possibilidade de completar o ciclo de reciclagem do PET, assim como faz hoje com as latas de alumínio. "A idéia é formar uma rede de coleta consistente, que possa viabilizar, no futuro, a montagem de uma planta para reciclar o PET. Porque, ao contrário da logística normal, cuja filosofia é consolidar os centros de distribuição, nós temos de ampliar nossa rede de coleta, ter capilaridade, porque essa é a essência da logística reversa", acentua o coordenador de Logística da Tomra Latasa, que já está desenvolvendo estudos de viabilidade para o PET. "Não adianta ter uma planta, com processos bem desenvolvidos, mas sem uma rede consistente de coleta. Hoje, muitas recicladoras coletam o PET em lixões, demandando um grande investimento financeiro só para limpar e descontaminar a embalagem. No caso do Replaneta, como o material sai do consumidor direto para a rede de coleta, a embalagem é muito mais limpa. E esse é um diferencial competitivo", afirma Gerude Filho. Quanto à possibilidade de expandir a área de atuação do Replaneta, Gerude Filho declara que a empresa tem intenção de, além de aumentar o número de postos no Rio, levar o projeto para São Paulo ainda este ano. "Vamos focar principalmente nas grandes capitais", finaliza. Cláudia Malinverni Tomra Latasa:

BOX 1 - Empresas têm a missão de ampliar a coletaHá mais de uma década, a Latasa foi pioneira no Brasil na criação de um Programa Permanente de Reciclagem. De lá para cá, desenvolveu uma série de projetos e promoções para estimular a formação de uma indústria recicladora, tais como o Projeto Escola, por meio do qual as instituições de ensino trocam latas de alumínio por equipamentos didáticos e paradidáticos; Projeto Praia Limpa; Sede de Saber; Vá Catar Lata; entre outros. Todos esses programas de incentivo à reciclagem contribuíram para a disseminação do reaproveitamento de materiais, sobretudo da lata de alumínio, que hoje coloca o país na liderança mundial de reciclagem desse material – em 2001 foi de 85% em relação à

(21) 3860-5440

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produção.Com o ingresso da Tomra Systems ASA no negócio, no ano passado, nasceu a Tomra Latasa Reciclagem, que começa a voltar-se também para a reciclagem das garrafas PET. O objetivo da empresa, agora, é aumentar a coleta dessas embalagens, cuja reciclagem, atualmente no Brasil é de 24%. A Tomra, com sede na Noruega, está presente em 36 países e é responsável pelo funcionamento de 45 mil máquinas do tipo Reverse Vending Machines espalhadas pelo mundo.

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