logística aplicada a layout de canteiro de obra

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra. Guilherme Pereira Coelho 2015

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Page 1: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra.

Guilherme Pereira Coelho

2015

Page 2: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra.

Guilherme Pereira Coelho

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador:

Assed Naked Haddad

Rio de Janeiro

Março de 2015

Page 3: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

LOGÍSTICA APLICADA A LAYOUT DE CANTEIRO DE OBRA.

Guilherme Pereira Coelho

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

__________________________________________________

Prof. Assed Naked Haddad, D. Sc. (UFRJ)

__________________________________________________

Prof. Eduardo Qualharini, D.Sc. (UFRJ)

__________________________________________________

Prof. Orlando Longo, D.Sc. (UFF)

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO DE 2015

Page 4: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

Coelho, Guilherme Pereira

Estudo de logística aplicada a canteiro de

obras / Guilherme Pereira Coelho - Rio de Janeiro:

UFRJ/ESCOLA POLITÉCNICA, 2015.

Orientador: Assed Naked Haddad

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola

Politécnica/ Curso de Engenharia Civil, 2015.

Referências Bibliográficas: p. 86-88

1. Logística. 3. Cadeia de Suprimentos. 3.

Arranjo Físico. 4. Canteiro de Obra. 5.

Armazenagem. 6. Controle de estoque.

Page 5: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

AGRADECIMENTOS

Gostaria de primeiramente agradecer a Deus por sempre dar forças para perseguirmos

nossos sonhos a ponto de conquistá-los.

Agradeço também a minha família por todo suporte e apoio sempre. Sem ela nada seria

possível.

Ao meu professor orientador Assed Haddad pela atenção, boa vontade, pela grande

paciência em me orientar neste projeto e disponibilidade.

À minha namorada Letícia por ter permanecido ao meu lado me dando apoio e amparo

nos momentos de tensão e estresse.

Aos meus amigos por sempre serem boa companhia para descontração ou estudo.

E a todos os demais professores e pessoas que contribuíram de alguma forma para a

minha formação acadêmica.

Page 6: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

LOGÍSTICA APLICADA A LAYOUT DE CANTEIRO DE OBRAS.

Guilherme Pereira Coelho

Março / 2015

Orientador: Assed Naked Haddad

Curso: Engenharia Civil

Este trabalho lida com os assuntos ligados aos benefícios adquiridos ao aplicar-se a

logística no arranjo físico de um canteiro de obra. Benefícios tais como ganhos em

produtividade, cumprimento do cronograma de obra, gastos de acordo ou inferiores aos

orçados, redução das perdas de materiais e melhor aproveitamento da equipe de

colaboradores envolvida no empreendimento.

A falta de organização e planejamento em um canteiro pode torná-lo um ambiente

inóspito e inadequado para as melhores condições de trabalho. Com esse pensamento,

torna-se necessário fazer um projeto inicial do canteiro com sua distribuição estrutural e

organizacional. Visando não somente a logística, mas também o cumprimento das

normas NR-18 e NBR-12284 para que o canteiro seja não só otimizado mas também

limpo, agradável e principalmente seguro.

Portanto, cabe ao gerente da obra trabalhar com esses princípios e dimensionar o espaço

físico da obra de forma a contemplar a logística, segurança e qualidade em todas as

etapas construtivas do empreendimento de forma eficiente.

Uma importante ferramenta da logística abordada também neste trabalho é a

armazenagem e todo controle a ela atribuído. O estoque supre o empreendimento não

somente em sua operação mas também na construção do mesmo. O gerenciamento

otimizado desde a arrumação ao quantitativo do material impacta diretamente no

orçamento e cronograma da obra. Ao fim deste trabalho haverá um estudo com uma

planilha como exemplo de um controle de estoque da construção de uma rede de postos

de gasolina.

Page 7: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

APLICATION OF LOGISTICS ON CONSTRUCTION’S SITE LAYOUT .

Guilherme Pereira Coelho

March/2015

Advisor: Assed Naked Haddad

Course: Civil Engineering

This work deals with the issues related to the benefits acquired by applying logistics to

the physical arrangement of a construction site. Benefits such as gains in productivity,

compliance with the work schedule, costs according to budget or lower than budget,

reduction in loss of materials and better use of the team of collaborators involved in the

project.

Lack of organization and planning at a construction site can turn it into an inhospitable

and inappropriate environment for the best of working conditions. With that in mind, it

becomes necessary to make an initial project of the structural and organizational

distribution of the construction site. Considering not only the logistics, but also in

complying with NR-18 and NBR-12284 standards the site must be not only finished

satisfactorily but also must be clean, pleasant and principally safe.

Therefore, it is the responsibility of the construction manager to work within these

principles and to calculate the physical space of the construction in order to comply

efficiently with the logistics, safety and quality at all stages of the construction project.

An important logistics tool also addressed in this work is the storage and control of

everything assigned to it. The stock supplies the enterprise not only in its operation but

also in its construction. Maximum control from storage to quantities of material directly

impacts the budget and the work schedule. When this work is completed there will be

presented a study with a spreadsheet using as an example an inventory control of the

construction of a network of gas stations.

Page 8: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – A cadeia de suprimentos imediata da empresa - Fonte: Ballou, 2004.. ........ 16

Figura 2 – Atividades logísticas na cadeia de suprimentos imediata da empresa – fonte: Ballou, 2004. .................................................................................................................. 17

Figura 3 – Exemplo de girica transporte – Fonte: www.metalmaxi.ind.br ................... 28

Figura 4 – Exemplo de carrinho hidráulico – Fonte: www.brasutil.com. ...................... 29

Figura 5 – Exemplo de empilhadeira – Fonte: www.lojavegas.com... ........................... 29

Figura 6- Indicadores para avaliar a capacidade de um sistema de transporte – Fonte: Boletim Técnico EPUS ................................................................................................... 30

Figura 7- Grua em operação – Fonte: www.alibaba.com.. ............................................. 32

Figura 8 – Elementos da grua – Fonte: www.metalica.com.br.. .................................... 33

Figura 9 - Considerações geométricas quanto ao posicionamento da grua – Fonte: Souza, 2000. ................................................................................................................... 34

Figura 10 - Considerações quanto à localização da grua – Fonte: Souza, 2000. ........... 35

Figura 11 - Elevador em operação – Fonte: www.ageuelevadores.webnode.com.br ... 38

Figura 12- Recomendações quanto à localização do elevador de carga– Fonte: Souza, 2000. ............................................................................................................................... 39

Figura 13 – Manifestações, causas e origens das perdas – Fonte: Aquino, 2007.. ......... 42

Figura 14 – Posturas quanto à concepção do canteiro – Fonte: Souza, 2000. ................ 46

Figura 15 - Fluxograma de atividades – Fonte: Souza, 2000. ........................................ 47

Figura 16 - Cronograma semanal de material e mão-de-bra – Fonte: Souza, 2000. ...... 54

Figura 17 – Gráfico dente de serrado consumo anual – Fonte: Rambaux, 1973.. .......... 59

Figura 18 – Gráfico dente de serra para estoque médio anual – Fonte: Rambaux, 1973. ........................................................................................................................................ 60

Figura 19 – Gráfico dente de serra para consumo médio semestral – Fonte: Rambaux, 1973. ............................................................................................................................... 60

Figura 20 – Gráfico dente de serra periódico representando reposições com nível de proteção – Fonte: Rambaux, 1973 .................................................................................. 60

Figura 21 – Distribuição de itens em ordem decrescente – Fonte: Lima, 1980. ............ 63

Figura 22 – Curva ABC – Fonte: Lima, 1980.. .............................................................. 64

Figura 23 – Variação de um estoque – Fonte: Lima, 1980............................................. 67

Figura 24 – Armazém com atuação de recebimento/armazenagem e gestão independentes – Fonte: Lima, 1980. ............................................................................... 72

Figura 25 – Gráfico dente de serra do item “porta”. ...................................................... 82

Page 9: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

Figura 26 – Curva de variação de estoque do item “porta”. .......................................... 82

Figura 27 – Gráfico dente de serra do item “tijolo”. ...................................................... 83

Figura 28 – Curva de variação de estoque do item “tijolo”.. ......................................... 83

Page 10: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO DO TRABALHO .................................................................... 11

1.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11

1.2 OBJETIVO ...................................................................................................... 13

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 13

1.4 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ............................................... 13

2. LOGÍSTICA ............................................................................................................ 14

2.1 DEFINIÇÃO .................................................................................................... 14

2.2 LOGÍSTICA APLICADA – CADEIA DE SUPRIMENTOS ......................... 15

2.3 INDICADORES .............................................................................................. 18

3. CANTEIRO DE OBRAS ........................................................................................ 22

4. A LOGÍSTICA NO CANTEIRO DE OBRAS ....................................................... 26

4.1 DEFINIÇÃO .................................................................................................... 26

4.2 TRANSPORTE ................................................................................................ 26

4.2.1 EXTERNO ............................................................................................... 27

4.2.2 INTERNO ................................................................................................. 28

4.3 CONSTRUÇÃO ENXUTA ............................................................................. 41

4.4 O MÉTODO 5S ............................................................................................... 43

4.5 ARRANJO FÍSICO ......................................................................................... 45

4.5.1 DEFINIÇÕES PRELIMINARES ............................................................. 46

4.5.2 DEFINIÇÕES DO LAYOUT ................................................................... 48

4.6 ARMAZENAGEM .......................................................................................... 49

4.6.1 ACESSÓRIOS DE ARMAZENAGEM ................................................... 52

4.7 ALOCAÇÃO DE RECURSOS E PESSOAL ................................................. 53

5. EXEMPLO PRÁTICO ............................................................................................ 55

5.1 PLANTAS DO PROJETO ............................................................................... 56

5.2 O CONTROLE DE ESTOQUE ....................................................................... 59

5.2.1 CURVA ABC ........................................................................................... 62

5.2.2 MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ......................... 65

5.3 CRONOGRAMA DA OBRA .......................................................................... 69

5.4 POSICIONAMENTO DEPÓSITO-OBRAS ................................................... 71

5.5 PRAZO DE REPOSIÇÃO ............................................................................... 73

Page 11: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

5.6 DISTRIBUIÇÃO DOS MATERIAIS ............................................................. 73

5.7 SUPRIMENTO E ALOCAÇÃO DOS MATERIAIS ..................................... 74

5.8 CURVA DENTE DE SERRA ......................................................................... 81

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 85

7. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 86

Page 12: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

11

1. APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

1.1 INTRODUÇÃO

A realidade de um canteiro de obras no Brasil é bem variável de acordo com a

organização e visão da construtora responsável pelo empreendimento. Porém, de forma

geral, os canteiros são apertados e mal organizados. A falta de espaço e a pressa são os

grandes vilões que dificultam o bom funcionamento logístico desses canteiro de obras.

Desta forma, é pertinente levar-se em conta a importância de aplicar a logística no

arranjo físico do canteiro. A fim de otimizar a produtividade, o layout deve ser

projetado para que os serviços e local de estocagem dos materiais correspondentes aos

mesmos estejam na rota ideal para transporte dos recursos e maquinário.

Devido ao aumento da competição no mercado e o crescente nível de exigência por

parte dos usuários, grandes transformações na construção civil vêm ocorrendo, tanto no

Brasil quanto no exterior. A discussão da qualidade e produtividade tornou-se uma

obrigação entre os profissionais e as empresas do setor. (SOUZA, 2000)

Muitas vezes a competitividade entre empresas construtoras traz benefícios no setor da

construção civil através da tentativa em superar na qualidade e cronograma de obra. Isso

gera o investimento na logística aplicada ao layout de obra no intuito de otimizar as

fases construtivas e operacionais de um empreendimento.

Um criterioso estudo do layout e da logística do canteiro deve ser uma das primeiras

ações a serem tomadas para que sejam bem aproveitados todos os recursos em seu

entorno, materiais e humanos empregados na obra, independentemente do seu porte.

(SANTOS, 1995)

De acordo com HEINECK (1994), dentre os problemas que podem ser encontrados em

um canteiro de obras destaca-se o referente à movimentação de materiais. Para conter

esse problema, SANTOS (1995) descreve técnicas para diagnóstico simplificado do

sistema de movimentação e armazenagem de materiais com o objetivo de eliminar os

gargalos através de apoio oferecido pela administração e gerenciamento do estoque pelo

setor responsável pela logística.

Page 13: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

12

Melhorias nas atividades de conversão, espera, armazenagem, movimentação e inspeção

de matérias resultam em um ganho de competitividade segundo SILVA E

CARDOSO(1999). Para SALES(2004) empresas construtoras também ganham

produtividade e competitividade na gestão dos fluxos nos canteiros de obras nos

aspectos de logística de entrega, armazenamento e distribuição de mão de obra,

equipamentos e materiais.

Desta forma, fica evidente a importância e necessidade de se ter um planejamento

logístico em uma obra, visando a sincronia entre os setores operacionais e a alocação de

recursos, equipamentos e pessoal em todas as etapas construtivas. O estoque tem parte

fundamental nesse processo, por isso será evidenciado entre as ferramentas logísticas de

um empreendimento.

Page 14: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

13

1.2 OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo ressaltar a importância da logística aplicada no layout

do canteiro de obra, resultando na boa estruturação do mesmo e por sua vez no ganho de

eficiência e qualidade na produção.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Este estudo terá como foco principal de análise

- Entender os fundamentos básicos da logística;

- Estudo sobre planejamento, implantação e layout de canteiro de obras;

- Correlacionar os itens anteriores, salientando a produtividade adquirida nesta

união;

- Estudo do impacto de um bom gerenciamento da armazenagem de uma obra.

1.4 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA

A construção civil esteve sempre presente na civilização. É essencial para existência do

homem, sendo através da mesma que se estrutura fisicamente a base da sociedade

humana. Apesar de ser muito antiga no cotidiano do homem, não tem evoluído tão

rapidamente como deveria. Ainda presenciamos em algumas obras no Brasil métodos

arcaicos que já deveriam ter sido abandonados, assim como a despreocupação com a

produtividade e as ferramentas para aprimorá-la. Entretanto, empresas em nosso país já

vêm reconhecendo a importância e necessidade de investir não só na tecnologia de

ferramentas executivas da obra mas também nos recursos que objetivam eficiência nos

fatores tempo e material.

Tendo esse pensamento em vista, a ferramenta ideal a se utilizar no arranjo físico da

obra é a logística e os seus conceitos a fim de otimizar a estocagem, produção e a

ligação entre os mesmos.

Em suma, esse trabalho tem a intenção de mostrar a importância que a aplicação da

logística apresenta na organização e planejamento de um canteiro de obras de forma a

resultar em ganhos ou evitar perdas que afetam diretamente no orçamento e cronograma

da obra e por sua vez da empreendedora.

Page 15: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

14

2. LOGÍSTICA

2.1 DEFINIÇÃO

De acordo com Ronald H. Ballou, a logística é a essência do comércio e contribui

decisivamente na melhoria do padrão econômico de vida, agregando valor a produtos e

serviços de forma a satisfazer o consumidor e aumentar as vendas. Sendo assim, é vital

na gerência de um empreendimento onde faz ligação entre a produção e o mercado.

Segundo a visão do Council of Supply Chain Management Professionals, é através dela

que se controla o fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e informações desde a

origem ao consumo a fim de melhor atender aos clientes.

Para GOMES (2004), se trata de gerenciar estrategicamente a aquisição, fluxo e

estocagem de produtos acabados por uma organização e canais de marketing no intuito

de maximizar os lucros presentes e futuros. Por meio de planejamento e controle efetivo

das movimentações e armazenagem provê melhor rentabilidade na oferta dos serviços

de distribuição ao cliente ou consumidor.

O conceito de logística ganhou notoriedade nas forças militares, onde a organização era

feita através de uma cadeia de suprimentos na missão de transporte de armamentos e

recursos em grandes distâncias onde a velocidade era fundamental na estratégia. Desde

então, a gestão dos recursos e o transporte dos mesmos vem sendo aprimorada e

aplicada em diversos empreendimentos no intuito de potencializar ao máximo a ponte

entre estocagem e produção.

Com estas definições constata-se que logística se trata de maximizar os lucros através

do equilíbrio de diversas atividades que interferem diretamente no tempo (produção e

transporte) e qualidade (valor agregado ao produto).

“Nota-se assim que a logística não se atem aos aspectos físicos do sistema (veículos,

armazéns, rede de transportes, etc). Os aspectos ligados à informação e gerenciamento,

envolvendo processamento de dados, teleinformática, processos de controle gerenciais,

fazem parte integrante da análise logística”. (NOVAES, ANTONIO GALVÃO)

GOMES (2004) entende que a logística é a integração da administração do estoque com

a distribuição física com as seguintes finalidades:

Page 16: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

15

• Ter insumos corretos, na quantidade correta, com qualidade, no lugar correto, no

tempo adequado, com método, preço justo e com impressão;

• Ajudar a aumentar o grau de satisfação do cliente.

2.2 LOGÍSTICA APLICADA – CADEIA DE SUPRIMENTOS

Cadeia de suprimentos é um conjunto de atividades funcionais, sejam elas de transporte

ou estocagem, que se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-

primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega valor ao

consumidor. (BALLOU, 2004).

“Há alguns anos, prevalecia na logística o conceito individualizado do estudo do

transporte, estoque e armazenagem, mas atualmente é o conceito de logística integrada

que predomina. Esse sistema (integrado) é o relacionamento entre fornecedor,

suprimentos, produção, distribuição e cliente, havendo um fluxo de materiais e outro de

informações.” (GOMES, 2004)

Vinculada à logística empresarial, que expandiu o escopo e alcance da tecnologia

logística, faz a ligação entre empresa/cliente/fornecedor. Coordena e integra os agentes

e atividades como transporte e armazenagem, tendo um papel fundamental na estratégia

empresarial (VIEIRA, 2006).

Constituída em geral por três fases que são responsáveis pela integração empresarial que

são:

1) Suprimento.

Fase que inicia o ciclo logístico, partindo do contato e aquisição do produto com o

fornecedor. Corresponde aos eventos relativos à movimentação da matéria-prima

obtida, desde o transporte ao recebimento e estocagem da mesma.

2) Manufatura.

Responsável pela movimentação de material nas dependências próprias do

empreendimento. Fase em que ocorre a produção em si, com foco no alinhamento

que deve ocorrer entre produção e demanda.

Page 17: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

16

3) Distribuição.

Transporte do produto da linha de produção ao cliente.

Como pôde se observar nas fases básicas, uma cadeia de suprimentos é composta por

diversos agentes que nelas contribuem. Dentre eles estão os fabricantes, transportadoras,

fornecedores, empreendedores e os consumidores. Podemos ter uma representação

gráfica dos agentes na figura 1 bem como as atividades associadas aos mesmos na

figura 2 a seguir.

Figura 1 - A cadeia de suprimentos imediata da empresa – Fonte: Ballou,2004 .

Page 18: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

17

Figura 2 - Atividades logísticas na cadeia de suprimentos imediata da empresa – Fonte: Ballou,

2004.

Para CHRISTOPHER (2007), o gerenciamento logístico é “planejar e coordenar todas

as atividades necessárias para atingir os níveis desejados de qualidade e de serviços

prestados ao menor custo possível”, é o meio pelo qual as necessidades dos clientes são

satisfeitas mediante a coordenação dos fluxos de materiais e de informações que se

estendem do mercado, passando pela empresa e suas operações até os fornecedores.

Segundo CARVALHO (2002), a logística é parte do gerenciamento da cadeia de

abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e

econômico de matérias-primas, produtos semi-acabados e produtos acabados, assim

como suas informações desde origem até o consumo, a fim de atender às exigências do

consumidor.

PRYKE (2009) define o gerenciamento da cadeia de suprimentos e projetos como uma

evolução de diversos estágios de desenvolvimento, cada qual com sua contribuição de

entendimento para a estrutura de conhecimento. Dentre esses estágios, estão:

• Tradicional

• Funcional

Page 19: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

18

• Processamento de informação

• Relacional

O relacional pode ser desmembrado em três contextos:

• Business-to-business

• Organização – Indivíduo

• Indivíduo – Indivíduo

A qualidade do relacionamento é ponto chave para o sucesso do projeto, partindo do

pressuposto de que a mesma é produto da dinâmica adquirida entre os envolvidos.

De acordo com COX, IRELAND e TOWNSEND (2006), é clara a possibilidade de

compradores e fornecedores desenvolverem uma relação de colaboração tal que, se

direcionada a uma constante inovação em funcionalidade e custo, então a cadeia de

suprimentos será a proposta mais vantajosa para um comprador. GOMES (2004)

enfatiza a importância de um enfoque sistêmico para que se identifique com clareza as

relações de causa e efeito entre os elementos que formam o sistema, sendo assim

necessário que se conheça as variáveis influentes.

2.3 INDICADORES

Para medir, avaliar e quantificar um sistema logístico GOMES (2004) explana

indicadores de desempenho expressos em padrões qualitativos, de eficiência e eficácia

de um processo gerador de produto e/ou serviço. São divididos em dois grupos:

• Indicadores operacionais

• Indicadores financeiros

Os mesmos devem apresentar as seguintes características:

• Medir a eficiência de todo o sistema (medindo-o como um todo e, quando

possível, mensurando os subsistemas);

Page 20: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

19

• Ser quantificáveis – expressos por escalas.

Os atributos presentes no conjunto de indicadores são exemplificados a seguir:

1) Medida: Valor numérico de uma propriedade ou característica de uma entidade

(produto, serviço, processo etc.) obtida durante determinado período;

2) Parâmetros: São certas medidas ou coeficientes que descrevem alguma

característica de uma população como o desvio-padrão, a média e o coeficiente

de regressão;

3) Índice: É uma medida idealizada para mostrar as variações de rendimento de um

subsistema operacional durante determinado período;

4) Eficácia: É a capacidade de a organização satisfazer às necessidades do cliente

(o pressuposto é que o sistema tenha sido corretamente construído com

propósito ao atendimento das necessidades do cliente);

5) Eficiência: É a capacidade de a organização manter-se eficaz, otimizando seus

recursos;

6) Produtividade: É a quantidade de serviço realizado com qualidade, durante um

período.

Segue agora a lista dos indicadores a serem medidos em um sistema logístico:

1) Custos logísticos

• Análise do custo total e comparação do real x orçado;

• Análise de tendência e lucratividade por linha de produto (e mercado);

• Custo

� Unitário;

� Como percentual das vendas;

� De transporte – suprimento;

� De transporte – entrega;

Page 21: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

20

� De armazenagem;

� Administrativo;

� De processamento de pedidos;

� De pessoal direto.

2) Ativos

• Giro de estoque;

• Custo de manutenção de estoque;

• Nível de estoque (dias);

• Retorno dos ativos;

• Retorno dos investimentos.

3) Qualidade

• Frequência de avarias;

• Valor das avarias;

• Número de crédito pleiteado;

• Número de devoluções por produto;

• Custo das devoluções por produto.

4) Produtividade

• Unidades carregadas por funcionário;

• Programas de metas;

• Custo de mão de obra por unidade;

• Pedidos por atendente;

• Índice de produtividade;

• Pedidos por representante de vendas;

• Análise comparativa com padrões históricos.

5) Benchmarking

Page 22: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

21

• Custos logísticos;

• Desempenho dos ativos;

• Serviço ao cliente;

• Produtividade;

• Qualidade;

• Estratégia logística;

• Adoção de tecnologia;

• Operações

� De transporte;

� De armazenagem;

� De processamento de pedidos.

6) Serviço ao cliente

• Porcentagem da quantidade entregue do total de pedidos;

• Faltas de produtos;

• Erros nas entregas de pedidos;

• Pedidos entregues no prazo;

• Pesquisas sobre o consumidor;

• Pedidos pendentes;

• Tempo do ciclo dos pedidos;

• Feedback do cliente.

Page 23: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

22

3. CANTEIRO DE OBRAS

3.1 DEFINIÇÃO

De acordo com a norma NR18 (1996), canteiro de obras é uma área fixa e temporária

para trabalho e desenvolvimento dos procedimentos tanto operacionais quanto

executivos de uma obra. A NBR 12284/1991 define como conjunto de áreas destinadas

à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção que se divide em áreas

operacionais e áreas de vivência.

Já Souza, define o canteiro como uma fábrica, cujo produto final é o edifício e deve ser

analisado sob a ótica da produção e das pessoas envolvidas. Para AZEREDO (1997),

deve ser preparado visando às necessidades e distribuição dos espaços de acordo com o

desenvolvimento da obra. Para LIMMER (1997), a definição das dimensões dependerá

da localização e do projeto que se bem executados, impactarão positivamente no

cronograma e orçamento da obra.

O canteiro deve ter um arranjo de forma que se tenha acesso e visão de tudo que ocorre

em seu entorno. Sabe-se que o canteiro ideal não existe, porém deve-se planejar um que

seja o mais próximo do ideal de acordo com as condições do local.

3.2 TIPOLOGIA

De acordo com ILLINGWORTH (1993), há três tipos de canteiro:

1) Restritos: Mais frequente nas cidades onde há elevado preço de construção. A

construção ocupará o terreno por completo.

2) Amplos: Comum em grandes obras, tem a característica de possuir espaço para

estocagem e fluxo de materiais devido à edificação ocupar uma pequena fração

do terreno.

3) Longos e estreitos: Impossibilita o fluxo ideal de recursos e trabalhadores

justamente por serem estreitos e possuírem poucas vias de acesso.

Page 24: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

23

3.3 ESTUDOS

Antes de iniciar a execução propriamente dita do canteiro, devem ser feitos alguns

estudos e análises prévias para não haver futuros problemas tanto nas instalações

temporárias quanto na estrutura da obra. Dentre esses estudos encontramos:

1) Estudo dos acessos: Portas, guaritas, acessos de carga e descarga são as vias de

acesso do canteiro, tanto de pessoal quanto de maquinário e material. É

extremamente necessário fazer esse estudo para não ocorrer problemas logísticos

no decorrer da obra.

2) Reconhecimento Geomecânico: Estudar o terreno através de sondagens e

escavações é importante para que se conheça o tipo do solo, sua resistência e

características. Obviamente sondagens são feitas para se dimensionar a fundação

do empreendimento, porém a área de canteiro deve ser também estudada para

que se tomem as devidas providências, a fim de que maquinário pesado, tais

como gruas, não sejam causa de acidentes na obra.

3) Verificação da real medida do lote: Para que não ocorram problemas com os

terrenos vizinhos, é prudente que se tenha a área bem conhecida. Assim como

estudar e vistoriar as estruturas vizinhas para que se tenha uma defesa contra

futuras reclamações.

3.4 INSTALAÇÕES PRELIMINARES

As principais instalações de um canteiro são:

- Área de vivência (alojamento, refeitório, banheiros, vestiários)

- Engenharia (escritório)

- Almoxarifado (ferramentas)

- Depósitos (armação, areia, brita, madeira, cimento)

- Transporte vertical (elevadores e grua)

Page 25: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

24

3.5 ELEMENTOS DO CANTEIRO – PRODUÇÃO

- Central de montagem das armaduras

- Central de montagem das fôrmas e carpintaria (geralmente em lado oposto à de

armaduras)

- Central de controle tecnológico do concreto

- Central de fabricação de pré-moldados

3.6 A NR-18

Regulada da antiga norma vigente desde 1978, a Norma Regulamentadora 18 faz parte

de um conjunto de normas regulamentadoras relativas à segurança e medicina no

trabalho. Seu cumprimento é obrigatório tanto para empresas privadas quanto públicas

que possuam empregados regidos pela CLT. Em 1994 começou um processo de

alteração e em 1995 recebeu o título de “Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Indústria da Construção”(NR-18, 1995).

Passou a ter novas exigências, dentre elas o PCMAT – Programa de Condições e Meio

Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – bem como o treinamento

admissional. O PCMAT visa garantir o surgimento de programas consistentes de

prevenção com perfeita integração entre dirigentes, empregados (Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes - CIPA) e profissionais da área, evitando assim a aquisição de

pacotes pré-fabricados cuja motivação única seja atender a norma para evitar multas

(CRUZ, 1998).

Araujo e Meira (1996) constataram que as empresas não cumprem de maneira

satisfatória a nova NR-18, devido à falta de conhecimento e também à falta de

prioridade no fator segurança.

TISAKA (2006) afirma que o custo médio mensal por operário somente no caso de

aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) fica em torno de R$30,00.

Mesmo esse valor parecendo irrisório em comparação aos custos totais da obra, somente

isso já impacta cerca de 5% do orçamento total da obra.

Page 26: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

25

Muitas empresas apresentam certa resistência em aceitar e cumprir com os

regulamentos estipulados. Todavia, constatam que todas estão sujeitas às mesmas regras

e que as perdas relacionadas a acidentes continuam ocorrendo e por isso tendem a

aplicar os regulamentos. (MENEZES, 1998).

O reconhecimento que as falhas ligadas à segurança têm sua origem na má

administração é um bom começo para uma abordagem mais realista do problema.

(CRUZ e OLIVEIRA, 1997).

Page 27: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

26

4. A LOGÍSTICA NO CANTEIRO DE OBRAS

4.1 DEFINIÇÃO

O conceito de logística aplicada na obra pode ser visto sob dois aspectos, interno e

externo. Neste trabalho não será detalhado o aspecto externo, que se refere à interface

comercial da obra (construtora) com seus fornecedores. Já o interno, que será abordado

e discutido neste documento, refere-se a todo tipo de manuseio de material no decorrer

da obra, seja no transporte ou armazenamento do mesmo.

A logística articula estratégias que se convertem em vantagens para a obra, como o

acesso facilitado aos materiais, redução dos transportes e deslocamentos dentro do

canteiro, aumento de produtividade, diminuição de desperdícios e gastos

desnecessários. (JORNAL EDIFICAR NOTÍCIAS, 2008).

Para Tommelein (1992), qualquer que seja o porte da obra deve ser considerado um

estudo de planejamento criterioso do layout e logística do canteiro para aproveitamento

eficiente dos recursos materiais e humanos e desta forma alcançar vantagens

operacionais e econômicas.

“Não há sentido em se falar em qualidade na obra ou produtividade no processo

produtivo quando não se tem planejado o local onde os serviços de construção

acontecem”. (SOUZA, 2000).

4.2 TRANSPORTE

Realizado de forma externa e interna. As operações de transporte são responsáveis pelo

suprimento de recursos na obra bem como o deslocamento dos mesmos em seu canteiro.

Devem ser muito bem planejadas para não gerarem acidentes e principalmente não

comprometerem o cronograma e orçamento.

Page 28: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

27

4.2.1 EXTERNO

Referente ao transbordo do material, seja ele qual for, do fornecedor até o recebimento

do mesmo no interior da obra. Para que funcione de forma ideal, deve haver um bom

acompanhamento do cronograma de suprimentos da obra, dos equipamentos mecânicos

que podem ser necessários para auxiliar na retirada do material e do local de

armazenamento preparado para o recebimento.

Para se obter um sistema de transporte eficiente e organizado deve se ter uma visão

sistêmica segundo ALVARENGA e NOVAES(2000) onde haja um planejamento dos

fluxos, nível de serviço, parâmetros da carga e tipo dos equipamentos transportados.

GOMES(2004) estabelece como parâmetros de carga os seguintes elementos:

• Peso: Elemento mais importante, pois dependendo da ordem de grandeza pode

demandar equipamentos para carga e descarga além da necessidade da

distribuição da carga por eixos do veículo.

• Volume: Relacionado ao peso e densidade da carga. Em casos de baixa

densidade é preciso ter cuidado com o aproveitamento do espaço físico da

carroceria do veículo para que não ultrapasse o limite de altura.

• Dimensão da carga: A flexibilidade de arranjo da mercadoria varia de acordo

com o tamanho da unidade transportada. Em circunstâncias de diferentes

mercadorias e dimensões, pode haver dificuldade no arranjo devido à assimetria

gerada.

• Grau de fragilidade da mercadoria: No caso de mercadoria frágil, deve haver

cuidado em todo o processo além do uso de embalagens especiais.

• Ciclo de vida do produto: A mercadoria pode ser perecível ou se tornar obsoleta

com o passar do tempo. Temos como exemplo o transporte de concreto.

• Compatibilidade: Certas mercadorias não apresentam compatibilidade de serem

transportadas juntas.

O planejamento do transporte está diretamente ligado à localização do depósito de

armazenagem ou fornecedor. Desta forma, em caso de depósito para fornecimento se

Page 29: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

28

faz necessário um estudo de localização com melhores rotas de acesso, potencial de

expansão e disponibilidade.

4.2.2 INTERNO

Os transportes verticais e horizontais podem ser considerados como pontos chaves em

qualquer canteiro de obras, pois chegam a representar até 80% das atividades de uma

construção. Este fato evidencia a necessidade de uma maior racionalização desta

atividade, e o planejamento prévio da obra é de fundamental importância para isso.

(GEHBAUER, 2002)

4.2.2.1 HORIZONTAL

Característico por equipamentos que atuam ao longo do mesmo plano de forma

horizontal. Os principais utilizados na construção são os seguintes:

1) Girica: Um carrinho de mão aprimorado para suportar maiores cargas. Projetado

para maior mobilidade no canteiro.

Figura 3 – Exemplo de girica transporte – Fonte: www.metalmaxi.ind.br

2) Carrinho hidráulico ou transpalete: Idealizado para movimentação de cargas

paletizadas. Seus garfos são projetados para encaixe nos paletes e realização do

transporte dos mesmos. Constituído por macaco hidráulico e chapas de aço.

Page 30: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

29

Figura 4 – Exemplo de carrinho hidráulico – Fonte: www.brasutil.com

3) Empilhadeira: Máquina com a função de carregar e descarregar paletes. Mais

utilizada em galpões onde há predominância de paletes.

Figura 5 – Exemplo de empilhadeira – Fonte: www.lojavegas.com

4.2.2.2 VERTICAL

Realizado principalmente por gruas e elevadores do tipo cremalheira. Consiste no

transbordo de material e pessoas para diferentes níveis e pavimentos da edificação. É de

extrema importância para um melhor aproveitamento operacional, influenciando

diretamente na eficiência na execução de tarefas das empreiteiras envolvidas no

processo construtivo. A locação e utilização do mesmo deve estar de acordo com o

Page 31: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

30

cronograma da obra, bem como entrada e saída de material, para que não haja

ociosidade dos equipamentos acarretando em gastos desnecessários.

Primeiramente é importante escolher qual será o sistema utilizado. Para tal, há uma

tabela com informações de produtividade de cada tipo de sistema durante um ciclo de

utilização. A partir dessas informações, da magnitude da obra e das condições de

gerenciamento logístico é feita a decisão.

Figura 6- Indicadores para avaliar a capacidade de um sistema de transporte – Fonte: Boletim

Técnico EPUSP.

Page 32: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

31

A NR18.14 é referente à movimentação e transporte de materiais e pessoas e tem as

seguintes condições como principais no quesito vertical:

1) Os equipamentos de transporte de materiais e pessoas devem ser dimensionados

por profissionais;

2) A manutenção deve ser executada por trabalhador qualificado, sob supervisão de

profissional legalmente habilitado;

3) Todos os equipamentos de movimentação e transporte de materiais e pessoas só

devem ser operados por trabalhador qualificado, o qual terá sua função anotada

em Carteira de Trabalho;

4) No transporte vertical e horizontal de concreto, argamassas ou outros materiais,

é proibida a circulação ou permanência de pessoas sob a área de movimentação

da carga, sendo a mesma isolada e sinalizada;

5) No transporte e descarga dos perfis, vigas e elementos estruturais, devem ser

adotadas medidas preventivas quanto à sinalização e isolamento da área;

6) Os acessos da obra devem ser desimpedidos, possibilitando a movimentação dos

equipamentos de guindar e transportar;

7) Antes do início dos serviços, os equipamentos de guindar e transportar devem

ser vistoriados por trabalhador qualificado, com relação a capacidade de carga,

altura de elevação e estado geral do equipamento;

8) Estruturas ou perfis de grande superfície somente devem ser içados com total

precaução contra rajadas de vento;

9) Todas as manobras de movimentação devem ser executadas por trabalhador

qualificado e por meio de código de sinais convencionados;

10) Devem ser tomadas precauções especiais quando da movimentação de máquinas

e equipamentos próximos a redes elétricas;

11) O guincho do elevador deve ser dotado de chave de partida e bloqueio que

impeça o seu acionamento por pessoa não autorizada;

12) Em qualquer posição da cabina do elevador, o cabo de tração deve dispor, no

mínimo, de seis voltas enroladas no tambor;

Page 33: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

32

13) Os elevadores de caçamba devem ser utilizados apenas para o transporte de

material a granel;

14) Os equipamentos de transportes de materiais devem possuir dispositivos que

impeçam a descarga acidental do material transportado.

4.2.2.2.1 GRUA

Define-se grua como equipamento idealizado para elevação de grandes cargas

verticalmente por meio de cabos e ganchos. Possui uma lança com grande raio para que

uma vez atingida a altura desejada, desloque-se a carga à coordenada desejada. Se torna

muito importante em uma construção por transportar elevadas cargas desde o ponto de

carregamento ao ponto de aplicação em um curto espaço de tempo e sem demandar

muita mão de obra. Seguem as figuras 7 e 8, que ilustram a grua e seus elementos.

Figura 7 - Grua em operação – Fonte: www.alibaba.com.

Page 34: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

33

Figura 8- Elementos da grua – Fonte: www.metalica.com.br.

Um fator determinante no desempenho logístico é a localização a ser escolhida para que

o equipamento seja instalado. A região possível, demarcada na figura, é encontrada

como interseção das áreas que satisfazem os seguintes requisitos:

• Estar suficientemente afastada de edifícios vizinhos para que a lança não se

aproxime muito dos mesmos;

• Situar-se o mais próximo possível do ponto de recebimento dos insumos a serem

transportados;

• Situar-se o mais próximo possível do ponto mais distante do carregamento da

grua a ser servido.

Seguem as figuras 9 e 10, que ilustram as considerações expostas por SOUZA (2000)

para posicionamento e localização da grua.

Page 35: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

34

Figura 9 - Considerações geométricas quanto ao posicionamento da grua – Fonte: Souza,

2000.

Page 36: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

35

Figura 10 - Considerações quanto à localização da grua – Fonte: Souza, 2000.

No mercado existe uma série de modelos de grua; abaixo serão citados três tipos mais

usuais:

a) Grua fixa: caracteriza-se por ter a base da torre chumbada dentro de um bloco de

concreto. Sua ascensão e ancoragem são feitas de acordo com a necessidade da

obra, sendo que a fixação da ancoragem e a altura livre serão limitadas de

acordo com cada fabricante, e a capacidade de cada equipamento;

b) Grua ascensional: fixada entre lajes,m normalmente instalada dentro do poço do

elevador por meio de gravatas metálicas;

c) Grua móvel: montada sobre base metálica com lastro e trucks de translação que

por sua vez se move sobre trilhos, permitindo que todo conjunto se desloque

horizontalmente.

A NR-18.14 estipula condições para a operação de gruas no canteiro de obras, dentre as

quais se destacam como principais as seguintes:

Page 37: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

36

1) A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação devem ficar no mínimo a 3,00

metros de qualquer obstáculo e ter afastamento da rede elétrica que atenda

orientação da concessionária local;

2) O primeiro estaiamento da torre fixa ao solo deve se dar necessariamente no

oitavo elemento e a partir daí de cinco em cinco elementos;

3) Quando o equipamento de guindar não estiver em operação, a lança deve ser

colocada em posição de descanso;

4) A operação da grua deve ser de conformidade com as recomendações do

fabricante;

5) É proibido qualquer trabalho sob intempéries ou outras condições desfavoráveis

que exponham a risco os trabalhadores da área;

6) A grua deve estar devidamente aterrada e, quando necessário, dispor de para-

raios situados a dois metros acima da ponta mais elevada da torre;

7) É obrigatório existir trava de segurança no gancho do moitão;

8) É proibida a utilização da grua para arrastar peças;

9) É obrigatória a instalação de dispositivos de segurança ou fins de curso

automáticos como limitadores de cargas ou movimentos, ao longo da lança;

10) As áreas de carga/descarga devem ser delimitadas, permitindo o acesso às

mesmas somente por pessoal envolvido na operação;

11) A grua deve possuir alarme sonoro que será acionado pelo operador sempre que

houver movimentação de carga;

12) A implantação, instalação, manutenção e retirada de gruas deve ser

supervisionada por engenheiro legalmente habilitado com vinculo à respectiva

empresa e, para tais serviços, deve ser emitida ART – Anotação de

responsabilidade técnica;

13) Todo dispositivo auxiliar de içamento (caixas, garfos, dispositivos mecânicos e

outros), independentemente da forma de contratação ou de fornecimento, deve

atender aos seguintes requisitos:

a) Dispor de maneira clara, quanto aos dados do fabricante e do responsável,

quando aplicável;

b) Ser inspecionado pelo sinaleiro ou amarrador de cargas, antes de entrar em

uso;

Page 38: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

37

c) Dispor de projeto elaborado por profissional legalmente habilitado, mediante

emissão de ART, com especificação do dispositivo e descrição das

características mecânicas básicas do equipamento.

4.2.2.2.2 ELEVADOR DE CREMALHEIRA

Constituído por uma cabine que se movimenta por uma torre metálica por meio de um

pinhão e cremalheira, possui a função de transportar verticalmente pessoas e materiais.

“Comparado ao elevador convencional, o cremalheira é mais seguro e reduz risco de

acidentes, defendem especialistas.” (REIS, 2009)

De acordo com diretor de elevadores da Associação Brasileira de Empresas Locadoras

de Bens Móveis para a Construção Civil (Alec), Maurício Dias Batista de Melo, os

tamanhos mais utilizados têm comprimento entre 2 m e 3 m e largura entre 1,10 m e

1,50 m. (PINI WEB, 2013)

Primeiramente verifica-se o espaço disponível para a instalação. Em Seguida, é preciso

saber a carga máxima a ser transportada. De acordo com Melo, as cabines mais

utilizadas têm capacidade para 1.000 kg, entretanto existem modelos capazes de

transportar até mais que o dobro disso. (PINI WEB, 2013)

Geralmente a empresa que fornece o elevador é a responsável pela montagem. Cabendo

ao contratante apenas a responsabilidade de viabilizar fundação e instalação elétrica. As

áreas de armazenamento e descarga de matérias são as mais indicadas como localização

para a instalação do elevador. (PINI WEB, 2013)

Page 39: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

38

Figura 11 - Elevador em operação – Fonte: www.ageuelevadores.webnode.com.br.

SOUZA (2000) lista na figura 12 algumas recomendações a serem seguidas para o

posicionamento do elevador de cargas no canteiro de obras.

Page 40: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

39

Figura 12- Recomendações quanto à localização do elevador de carga– Fonte: Souza, 2000.

A NR-18.14.21 estipula condições para a operação de elevadores no canteiro de obras,

dentre as quais se destacam como principais as seguintes:

1) As torres de elevadores devem ser dimensionadas em função das cargas a que

estarão sujeitas;

2) É proibido o uso de elevadores com torre de elevador e/ou cabine de madeira;

3) As torres dos elevadores devem ser montadas e desmontadas por trabalhadores

qualificados;

4) As torres dos elevadores devem estar afastadas das redes elétricas ou estar

isoladas conforme normas específicas da concessionária local;

5) As torres dos elevadores devem ser montadas de maneira que a distância entre a

face da cabina e a face da edificação seja de, no máximo, sessenta centímetros;

Page 41: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

40

6) A base onde estão instalados o guincho, o suporte da roldana livre e a torre dos

elevadores tracionados a cabo, deve ser de concreto, nivelada, rígida e

dimensionada por profissional legalmente habilitado, de modo a suportar as

cargas a que estará sujeita;

7) Os elementos estruturais componentes da torre do elevador devem estar em

condições de utilização, sem apresentar estado de corrosão ou deformação que

possam comprometer sua estabilidade.

8) As torres para elevadores de caçamba devem ser dotadas de dispositivos que

mantenham a caçamba em equilíbrio;

9) Para elevadores tracionados a cabo ou do tipo cremalheira a quantidade e tipo de

amarração deve ser especificada pelo fabricante ou pelo profissional legalmente

habilitado responsável pelo equipamento;

10) A altura livre para trabalho após amarração na última laje concretada deve ser:

a) Nos elevadores tracionados a cabo, com a cabina nivelada no último

pavimento concretado, a distância entre a viga superior da torre do elevador

deve estar compreendida entre quatro e seis metros, sendo que para os

elevadores com caçamba automática, esta distância deve ser aumentada em

dois metros;

b) Nos elevadores do tipo cremalheira, a altura da torre após o último

pavimento concretado será determinada pelo fabricante, em função do tipo

de torre;

11) O trecho da torre do elevador acima da última laje deve ser mantido estaiado

observando-se o seguinte:

a) Nos elevadores tracionados a cabo, pelos montantes posteriores, de modo a

evitar o tombamento da torre no sentido contrário à edificação;

b) Nos elevadores do tipo cremalheira, conforme especificações do fabricante;

12) Nos elevadores do tipo cremalheira o último elemento da torre do elevador deve

ser montado com a régua de cremalheira invertida, de modo a evitar o

tracionamento da cabina;

13) A torre e o guincho do elevador devem ser aterrados eletricamente;

14) Em todos os acessos de entrada à torre do elevador deve ser instalada uma

barreira que tenha, no mínimo, um metro e oitenta centímetros de altura,

Page 42: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

41

impedindo que pessoas exponham alguma parte de seu corpo no interior da

mesma;

15) A torre do elevador deve ser dotada de proteção e sinalização, de forma a proibir

a circulação de trabalhadores através da mesma.

4.3 CONSTRUÇÃO ENXUTA

Termo conhecido internacionalmente como Lean Construction, se refere a um modelo

de gerenciamento de obra que evita perdas. AQUINO (2007) pontua as principais metas

do conceito como:

• Menor desperdício;

• Maior qualidade;

• Produtividade;

• Alocação de recursos na hora certa;

• Atendimento ao cliente.

A ineficiência é mais facilmente observada em uma obra através das perdas na

produção, refletidas no uso de equipamentos, materiais, mão de obra e capital acima do

planejado para a construção. A produção enxuta tem como objetivo mitigar essas perdas

ao máximo e como ferramenta de ajuda, AQUINO (2007) disponibiliza na figura 13

uma tabela expondo as perdas mais ocorrentes junto das suas causas e origens nas

diferentes fases de uma obra.

Page 43: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

42

Figura 13 – Manifestações, causas e origens das perdas – Fonte: Aquino, 2007.

Page 44: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

43

Em uma construção enxuta, preocupa-se na otimização dos processos do início ao fim,

de maneira que o projeto deve ser idealizado detalhadamente e visando a maneira mais

propícia a atingir qualidade com menos gastos, tanto de material quanto de mão de obra

e tempo. No decorrer da obra, a atenção é grande no desempenho da produção no intuito

de se atingir a melhor produtividade possível. A definição de produtividade usada por

AQUINO (2007) é como a quantidade de trabalho realizado por uma unidade de tempo,

ou seja, produto gerado por homem-hora. Quanto maior forem os resultados atingidos e

menores forem os recursos gastos no processo, melhor será a produtividade da equipe.

Sendo assim, lista os fatores que interferem diretamente na mesma como:

• Capacitação e treinamento da mão de obra;

• Metodologia de trabalho empregada;

• Layout do canteiro de obra;

• Práticas gerenciais de controle;

• Processos de produção;

• Utilização de insumos;

• Estrutura organizacional da empresa.

O planejamento, gerenciamento e forma de execução destes fatores é determinante para

que toda a operação esteja no prazo e custo estipulados, com segurança e qualidade. O

enfoque na construção enxuta e produtividade estão diretamente interligados com a

logística aplicada em todo o processo.

4.4 O MÉTODO 5S

O chamado método 5S surgiu no Japão no setor da indústria. Dito por SILVA (1996)

como o principal motivo de sua implantação o melhoramento das condições de trabalho

visando um ambiente de qualidade e ideal para transformar o potencial humano em

realização. Ainda define sua essência como permitir que o ambiente possua o mínimo

Page 45: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

44

de senso de qualidade e dignidade, onde os trabalhadores se sintam bem consigo

mesmos e com os que os rodeiam.

VIEIRA (2006) afirma que o método pode ser considerado como importante ferramenta

para o ganho de qualidade no canteiro de obras. Ainda salienta que limpeza e

organização são vitais para qualidade, afetando diretamente na segurança e

produtividade dos trabalhadores e mitigando os desperdícios.

Segundo MASAO (1997), o 5s representa as iniciais de cinco palavras japonesas que

são: SEIRI, SEITON, SEISO, SEIKETSU, SHITSUKE.

No Brasil convencionou-se chamá-los de cinco sensos com as seguintes denominações:

1) Primeiro S – SENSO DE UTILIZAÇÃO (SEIRI): “Tenha só o necessário na

quantidade certa.” Resulta na liberação de áreas, ganhos em espaço e

organização nos deslocamentos internos;

2) Segundo S – SENSO DE ORDENAÇÃO (SEITON): “Um lugar para cada

coisa, cada coisa em seu lugar.” Conceito de ordenação dos espaços no intuito

de se obter um layout otimizado. Cada material terá seu local próprio já próximo

à sua utilização, gerando ganhos em tempo, movimentação, no controle de

estoque e produtividade;

3) Terceiro S – SENSO DE LIMPEZA (SEISO): “Um ambiente limpo motiva ao

trabalho.” Pouco comum na construção civil, a limpeza contribui não só com a

higiene do ambiente mas também em evitar acidentes que afetam diretamente na

produtividade. Um ambiente limpo motiva o trabalhador a mantê-lo limpo além

de motivá-lo a desempenhar melhora a sua função;

4) Quarto S – SENSO DE SAÚDE (SEIKETSU): “Qualidade de vida no trabalho é

motivacional.” Tem como foco o fator humano. Qualidade de vida no ambiente

de trabalho resulta positivamente na produtividade;

5) Quinto S – SENSO DE AUTODISCIPLINA (SHITSUKE): “Ordem, rotina e

constante aperfeiçoamento.” Diz respeito ao treinamento e disciplina adquiridos

na instrução e repetição.

Page 46: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

45

4.5 ARRANJO FÍSICO

No tocante a planejamento e gestão de obras, GEHBAUER(2002) salienta que o

planejamento do canteiro de obra é fundamental para minimizar os percursos dos

transportes mais volumosos e frequentes dentro do canteiro. Desta forma deve-se pensar

em um layout em que não haja empecilho ao livre fluxo de veículos e pedestres na

construção.

Souza compara a implantação de um canteiro à montagem de um mosaico, de forma que

os gestores da obra devem compor o layout do local de acordo com as atividades

recebidas e relativas à produção da obra.

“O verdadeiro sucesso quanto ao canteiro de obras é conseguido a partir de um trabalho

onde, embora a criatividade do gestor seja fundamental, existem inúmeros passos

técnicos a serem cumpridos para garantir a eficiência do processo como um todo. Há

que se abandonar a postura tradicional de pouca valorização da concepção do canteiro e

seguir em direção a uma postura mais técnica, onde se tem definidos diretrizes e

critérios para discutir-se o problema.”(SOUZA, 2000)

No quadro abaixo, seguem diferentes posturas a se seguir quanto à concepção do

canteiro.

Page 47: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

46

Figura 14 – Posturas quanto à concepção do canteiro – Fonte: Souza, 2000.

4.5.1 DEFINIÇÕES PRELIMINARES

Para o sucesso logístico do arranjo físico, é importante que sejam feitas algumas

considerações antes da implantação do canteiro. Souza enumera tais considerações

através de um fluxograma na imagem a seguir, que será detalhado no tocante às

definições preliminares.

Page 48: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

47

Figura 15 - Fluxograma de atividades – Fonte: Souza, 2000.

Através do fluxograma da figura 15, Souza (2000) sugere um plano de definições

preliminares exemplificado da seguinte forma:

1) Tempo disponível para execução da obra: Tem influência direta no processo

de concepção do canteiro na implicação de diferentes demandas ao longo do

tempo, devido à alterações na duração de execução de determinado serviço.

Page 49: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

48

2) Projeto do produto: A qualidade da informação disponível para balizamento

do canteiro depende do quão detalhado forem os projetos. É ideal que se

tenha à disposição plantas de topografia, subsolos, térreo, sempre com a

delimitação do terreno.

3) Plano de ataque: Definir a relação de precedência entre aas atividades

principais da construção.

4) Cronograma físico: Por meio do projeto e serviços a serem executados na

obra, elabora-se um cronograma físico. O mesmo detalhará o serviço a ser

executado, especificando a quantidade, prazo e relação de precedência com

os demais serviços. Pode ser detalhado semanalmente, para atividades que

demandem insumos de maior relevância no planejamento de transporte e

estocagem (aço, concreto, alvenaria e revestimentos de argamassa). Para

serviços em que se faz uma previsão dos insumos para as áreas necessárias

sem que se quantifiquem os consumos semanais (instalações prediais,

azulejos e pisos cerâmicos), apenas indica-se início e fim do serviço.

5) Localização do terreno: Como regra geral, o canteiro localiza-se no próprio

terreno em que se executará a obra. Porém há casos em que se pode adotar

diferentes posturas.

4.5.2 DEFINIÇÕES DO LAYOUT

Roteiro por Souza (2000) para posicionamento dos elementos do canteiro:

• Posicionamento do estande de vendas;

• Escolha do local dos acessos;

• Posicionamento da guarita;

• Escolha do posicionamento dos equipamentos de transporte vertical;

• Localização da área de alojamento/sanitários;

• Localização, em ordem decrescente de importância, dos principais

processamentos intermediários (central de argamassa, corte/dobra/pré-montagem

de armadura), associados a seus respectivos estoques;

Page 50: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

49

• Localização do escritório técnico.

4.6 ARMAZENAGEM

O conceito de armazenagem define-se basicamente no acúmulo de produtos ou insumos

para sua utilidade em uma necessidade futura. Um estoque bem dimensionado e gerido

contribui em muito para a otimização dos serviços e operações da obra.

Os principais objetivos operacionais de um estoque como:

• Cobrir mudanças previstas no suprimento e na demanda;

• Proteger a produção contra incertezas;

• Permitir produção ou compras econômicas;

• Melhorar o nível de serviço;

• Incentivar a economia de produção.

A proteção contra incertezas refere-se à defesa que o gestor deve ter em seu

planejamento de estocagem: uma sobra para garantir a continuidade da produção no

período entre fornecimento e demanda. Na construção os insumos para execução dos

serviços chegam de acordo com a necessidade. No intuito de se contrapor ao fato de

limitação de volume por veículo transportador e preços flutuantes, quantidades maiores

do que as necessárias no momento são requisitadas. (SZAJUBOK, ALENCAR e

ALMEIDA, 2006).

Para Ferreira (1994), “armazenar é o ato de guardar ou recolher a um armazém, em

determinada localização, um certo item, por um período de tempo, garantindo a

manutenção de suas características essenciais, de forma que, por ocasião de seu efetivo

uso, o mesmo tenha confirmadas suas expectativas de desempenho”. Descreve a

armazenagem como sendo constituída pelas seguintes fases:

Page 51: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

50

1) Recebimento: Fase em que ocorre a conferência do material quanto à quantidade

mediante acompanhamento com nota fiscal.

2) Perícia: Exame técnico detalhado do material, de forma a certificar se o mesmo

está de acordo com os requisitos técnicos.

3) Estocagem: Arrumação organizada de itens em uma certa área definida para que

haja maior aproveitamento possível do espaço disponível, garantindo-se

segurança e rápida movimentação.

4) Guarda: Manter o material salvaguardado de danos físicos, extravios ou furtos.

5) Conservação: Garantir que em todas as fases entre produção e consumo do item,

suas características básicas e essenciais de desempenho sejam mantidas.

Segundo Lima aceitam-se as seguintes alternativas para armazenamento:

• Centralizado;

• Descentralizado;

• Em depósitos próprios;

• Em depósitos de terceiros.

Afirma que a função de armazenamento deve ser desempenhada por uma equipe de

armazenagem, aptas para as seguintes atividades:

1) Estabelecer, implantar e manter critérios e normas de armazenagem que

garantam fácil localização e segurança dos materiais segundo layouts adequados.

2) Definir os recursos de movimentação de cargas, observando os respectivos

custos operacionais, taxas de utilização e padronização dos equipamentos.

3) Estabelecer as necessidades de equipamentos auxiliares e instrumentos de

controle como balanças e trenas.

4) Atender às requisições de materiais e enviando-as à administração.

5) Auxílio nos inventários físicos.

Page 52: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

51

AMARAL (2014), afirma que armazenagem é uma das principais funções do sistema

logístico pois para isto se faz necessário adotar um sistema racional de suprimentos.

Por exigir rapidez de operação e flexibilidade em atendimento, se torna muito complexo

em termos logísticos na geração de estoques de produtos em processo e na distribuição

dos produtos acabados.

“Há algum tempo, o conceito de ocupação física se concentrava mais na área do que na

altura. Em geral, o espaço destinado à armazenagem era sempre relegado ao local

menos adequado. Com o passar do tempo, o mau aproveitamento do espaço tornou-se

um comportamento antieconômico.”(AMARAL, 2014)

A armazenagem na logística leva a soluções de problemas de estocagem que possibilita

integração entre suprimento, produção e distribuição. Para que ocorra de forma ideal,

deve ser executado de acordo com fatores:

1) Estratégico: Através de estudos de localização;

2) Técnico: Através de estudos de gerenciamento;

3) Operacional: Através de estudos de equipamentos de movimentação,

armazenagem e layout.

GOMES (2004) lista os custos dos estoques:

• Custo de seguros;

• Custos de armazenagem, transporte e entrega, carga e descarga;

• Custos de deterioração, obsolescência, dano e furto;

• Custo de confecção de embalagem;

• Custos no processo de aquisição (processamento e envio de pedidos);

• Custo de falta, que é o somatório das perdas por vendas perdidas e custos por

atrasos;

• Custo de vendas perdidas, ocasionado por cancelamento de pedidos de clientes

devido à falta do produto e/ou insatisfação.

Page 53: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

52

O custo de armazenagem é afetado em particular por:

• Redução do tempo entre o cliente fazer o pedido e receber a mercadoria;

• Redução do tempo de planejamento da produção.

4.6.1 ACESSÓRIOS DE ARMAZENAGEM

Ferreira (1994) define acessórios que utilizados de forma racional e organizada,

permitem a arrumação do material na área de armazenagem, gerando um melhor

aproveitamento espacial assim como uma movimentação racional e em grandes

quantidades.

� Estantes: Móveis de madeira ou metal, constituídos de prateleiras de altura

regulável, reguláveis e destinados à estocagem de material com peso e tamanho

limitados de acordo com a sua capacidade. Recomenda-se que suas dimensões

não ultrapassem cinquenta centímetros de profundidade e dois metros de altura.

� Estrados ou Paletes: Plataformas horizontais cuja configuração é compatível

com empilhadeiras para carregamento. Trabalha a partir do princípio de carga

unitizada, em que é possível formar um arranjo ou grupamento de materiais que

possibilita o manuseio e transporte com uma única carga.

Seguem a seguir dezesseis vantagens na utilização de paletes apontadas por Sobral com

base na NWPMA “National Wooden Pallet & Container Assossiation”:

1) Melhor utilização dos espaços verticais.

2) Redução de acidentes pessoais.

3) Economia de 40% a 45% no custo de movimentação.

4) Economia de homem-hora devido à redução do tempo de movimentação.

Page 54: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

53

5) Melhor ventilação entre as mercadorias nos depósitos.

6) Simplificação no controle de inventário.

7) Eliminação quase total de danos nos produtos.

8) Redução do tempo de rotulagem e respectivas despesas.

9) Redução de furtos devido ao uso de cintas e filmes.

10) Uniformização do local de estocagem , resultando em um aproveitamento

racional.

11) Paletes são a forma natural de sub-pisos para o qual cintas de aço podem ser

usadas facilmente na ancoragem segura das mercadorias.

12) Elimina frequentes custeios do sistema de transporte e permite entregas, cargas e

descargas dentro de qualquer ponto acessível por equipamentos de

movimentação.

13) Eliminam interrupções e gargalos na linha de produção, proporcionando maior

produtividade.

14) Não há necessidade de apoio de operários na movimentação dos materiais.

15) Corta pela metade o tempo de carga e descarga de caminhões.

16) Tempo de carga e descarga reduzido, ajudando na rapidez de retorno do

caminhão e redução de custos.

4.7 ALOCAÇÃO DE RECURSOS E PESSOAL

Etapa que consiste na alocação de material e pessoal de acordo com os serviços no

cronograma físico e o quantitativo no planejamento dos insumos a serem utilizados. A

forma ideal de fazer o acompanhamento é através de uma previsão de serviços, material

e operários necessários a cada fase da obra com o auxílio do cronograma e de um

andamento físico que será apresentado semanalmente.

Na figura 16 segue tabela feita por SOUZA(2000) como exemplificação de um

cronograma que associa andamento físico com demanda por materiais e demanda por

mão de obra.

Page 55: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

54

Figura 16 - Cronograma semanal de material e mão-de-bra – Fonte: Souza, 2000.

Este acompanhamento é fundamental para que não haja atrasos no cronograma devido a

problemas logísticos de espera de material para iniciar o serviço ou de que uma equipe

termine uma etapa para abrir frente para o serviço posterior. Atrasos no cronograma

acarretam gastos maiores no orçamento devido ao aumento do tempo de locação dos

equipamentos, pagamento das equipes e colaboradores e principalmente do

empreendimento que poderia estar em operação e rendendo lucros.

Page 56: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

55

5. EXEMPLO PRÁTICO

O exemplo será baseado na elaboração de um cronograma de obra, cronograma de

alocação de recursos ao longo dos serviços executados e uma planilha de controle de

estoque para o armazenamento do material a ser utilizado na construção de uma rede de

cinco postos de gasolina. O armazenamento será feito em um depósito central que irá

suprir cada obra.

Foi escolhido um depósito central para simular uma empresa que já possui um galpão

de estoque, porém existe a opção de viabilizar um estoque nas proximidades de cada

obra de forma a facilitar o transporte, controle e suprimento. Cada obra foi definida com

uma distância do depósito de forma meramente ilustrativa e exemplificada.

Os materiais selecionados a serem estocados foram escolhidos de maneira a contemplar

os mais comuns e corriqueiros ao longo de uma obra também de forma simplificada.

Em sua maioria serão de duas etapas, em que primeiramente o depósito central é

abastecido e em seguida é feito o transporte para a obra, porém também haverá exemplo

de materiais como o aço em que o abastecimento é feito em apenas uma etapa, ou seja,

não haverá utilização do depósito central como intermediário no processo.

O cronograma de obra irá demonstrar de forma simplificada os serviços realizados na

construção padrão de um posto de gasolina, de forma que os outros quatro seguirão o

mesmo pensamento. Já o de alocação de materiais fará a relação da ordem, prazo e

quantitativo dos recursos a serem utilizados nas cinco obras. Nele deve haver enfoque

logístico para que não ocorra falhas no saldo, entrega e saída dos materiais do estoque

central.

A planilha irá gerenciar entradas e saídas de forma detalhada com datas, localização do

material, nota fiscal e assim por diante. Por meio de equações obtidas nos livros de

LIMA e RAMBAUX foram obtidas as equações para os cálculos.

O projeto do posto foi escolhido por se tratar de uma construção simples e de rápida

execução, de forma a ser um ótimo exemplo para salientar o projeto logístico envolvido

em um grupo de obras.

Page 57: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

5.1 PLANTAS DO PROJET

• Planta baixa.

PLANTAS DO PROJETO

56

Page 58: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

• Corte AA, Corte BB e Fachada

Corte AA, Corte BB e Fachada

57

Page 59: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

• Situação e Cobertura

Situação e Cobertura

58

Page 60: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

59

5.2 O CONTROLE DE ESTOQUE

De acordo com RAMBAUX (1973), se investe em estoque para suprimir os riscos da

falta de materiais ou produtos seja por diminuição de vendas, interrupção da produção

ou por descontinuidade dos serviços. O gerenciamento do estoque compensa as

diferenças entre o fluxo de produção e o fluxo de consumo de modo a constituir um

reservatório intermediário entre os dois processos.

Sendo assim, se torna obrigatório:

• Armazenar: Dispor os produtos em ordem;

• Contabilizar: Ter o controle do saldo dos produtos;

• Gerir: Aspecto mais importante e responsável pelo sucesso logístico de um

estoque.

A gestão do estoque deve impedir a ocorrência da ruptura (saldo chegar à zero) e para

isto deve seguir um método para que o reabastecimento seja periódico e de acordo com

a necessidade.

Figura 17 - Gráfico dente de serra do consumo anual – Fonte: Rambaux,1973.

Page 61: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

60

Figura 18 - Gráfico dente de serra para estoque médio anual – Fonte: Rambaux, 1973.

Figura 19 - Gráfico dente de serra para consumo médio semestral – Fonte: Rambaux, 1973.

Figura 20 - Gráfico dente de serra periódico representando reposições com nível de proteção –

Fonte: Rambaux, 1973.

Page 62: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

61

A curva em dentes de serra representa o quantitativo consumido em um período de

tempo, possibilitando a compreensão da necessidade de reposição e com isto o cálculo

do “stock” médio como visto nas figuras 18, 19 e 20. Para DIAS (1993) o estudo do

estoque deve ser pautado em uma previsão do consumo do material e desta forma

estimar as saídas por comercialização do produto. Para ele, as decisões para tal

estimativa podem ser colocadas em dois tipos de grupo:

1) Quantitativo:

• Baseado nas vendas (consumo) passadas

• Variáveis diretamente ligadas às vendas

• Variáveis de fácil previsão, relativamente ligada à venda como por

exemplo renda

2) Qualitativo:

• Opinião da gerência

• Opinião dos vendedores

• Opinião dos compradores

• Pesquisa de mercado

Para LIMA (1980) a previsão de consumo pode ser:

• Programada: Quantitativos previamente conhecidos através de programas de

vendas ou de utilização;

• Estatística: Feita através de dados passados que permitem uma extrapolação para

o futuro, baseando-se em cálculos probabilísticos;

Page 63: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

62

• Estimada: Própria de artigos em que as variáveis que determinam o seu consumo

são de natureza aleatória, ou ainda não existem dados estatísticos consistentes

para um cálculo estatístico.

Com vista em ambos os autores, é possível chegar à conclusão de que é necessário ter

um tempo de experiência e conhecimento no ramo para se obter um plano de dados

estatísticos ou embasamento para estimar o consumo.

5.2.1 CURVA ABC

Através da curva ABC é possível determinar o grau de importância dos produtos no

estoque e assim estipular o nível de controle dos mesmos. Para DIAS (1993), é

importante instrumento administrador que ajuda na identificação dos itens que

demandam maior atenção e tratamento mais adequado. LIMA (1980) define como uma

ordenação dos itens de um estoque de acordo com os valores decrescentes do consumo

anual. Estipula que as etapas de classificação consistem em:

• Calcular os consumos anuais de cada item, multiplicando o preço unitário pelo

número de unidades consumidas;

• Classificar todos os itens, em ordem decrescente, segundo seu valor de consumo

anual;

• Calcular em colunas o consumo em porcentagem de cada item em função do

número total de itens e do valor total do estoque;

• Representar graficamente a curva ABC.

Segue na figura 21 uma tabela exemplificando o processo e na figura 22 o gráfico

gerado.

Page 64: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

Figura 21 - Distribuição de itens em ordem decrescente

Distribuição de itens em ordem decrescente – Fonte: Lima

63

Lima, 1980.

Page 65: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

Figura

A partir deste processo, chega

situação de estoque:

• O item que ocupa o primeiro lugar da relação totaliza 3% das despesas anuais;

• A porcentagem de 5% da parte

gastos anuais;

• A porcentagem de 30% dos itens da relação agrupa 95% dos gastos;

• Os 5% dos itens da parte superior representam, portanto, 65% das despesas;

• Os 70% dos itens que ocupam a parte inferior da relaç

das despesas.

Figura 22 - Curva ABC – Fonte: Lima, 1980.

artir deste processo, chega-se à seguinte análise que estará presente em qualquer

O item que ocupa o primeiro lugar da relação totaliza 3% das despesas anuais;

A porcentagem de 5% da parte superior da relação de itens importa em 65% dos

A porcentagem de 30% dos itens da relação agrupa 95% dos gastos;

Os 5% dos itens da parte superior representam, portanto, 65% das despesas;

Os 70% dos itens que ocupam a parte inferior da relação representam apenas 5%

64

seguinte análise que estará presente em qualquer

O item que ocupa o primeiro lugar da relação totaliza 3% das despesas anuais;

superior da relação de itens importa em 65% dos

A porcentagem de 30% dos itens da relação agrupa 95% dos gastos;

Os 5% dos itens da parte superior representam, portanto, 65% das despesas;

ão representam apenas 5%

Page 66: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

65

É possível concluir a categorização de Pareto em que um número muito reduzido de

itens é o responsável pela maioria das despesas. Desta forma denomina-se:

� Classe A: Os poucos itens com alto valor de consumo. Submetido a um rígido

controle por ser de movimentação rápida;

� Classe B: Itens com médio valor. Requer um controle médio e rotineiro;

� Classe C: Itens de baixo valor. Sistema de controle mais simples que requer

menos atenção.

5.2.2 MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Segundo LIMA (19080), destacam-se os seguintes modelos de gerência:

• Modelo de reposição a nível fixo: Utilizado para itens com um regime de

consumo irregular e não programado. Desta forma, os níveis de estoque são

estabelecidos de forma manual.

• Modelo de reposição a nível móvel: Aplicado a itens que apresentam um regime

de consumo regular. Os níveis de estoque são estabelecidos e ajustados

automaticamente em função de parâmetros;

• Modelo de reposição programada: Controla os itens independente do regime de

consumo dos mesmos. Desta forma é feita uma programação de demanda que

permite estabelecer o nível de estoque em tempo determinado.

Estes três modelos podem ser utilizados separadamente ou combinados. Em sua

aplicação, destacam-se os seguintes parâmetros:

1) Nível de segurança (NS): Quantidade do material em estoque determinada como

segurança para que não se chegue à ruptura durante o período de espera da

Page 67: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

66

encomenda. A reposição deve ser feita de forma imediata ao se atingir o nível de

segurança;

2) Estoque real (ER): É o saldo atual do material em estoque;

3) Estoque virtual (EV): É o estoque real acrescido das encomendas em

andamento;

4) Nível de reposição (NR): Quantidade que ao ser atingida pelo estoque virtual

determina o momento em que se deve providenciar a reposição do material;

5) Nível máximo (NM): Nível máximo que um estoque pode suportar;

6) Prazo médio de reposição (PM): Período entre a requisição do produto e o

recebimento do mesmo. Composto de tempos internos da empresa (emissão,

coleta, julgamento, colocação, inspeção, recebimento e regularização) e externos

(prazo do fornecedor e transporte);

7) Ponto de ruptura: Momento em que o estoque se torna nulo;

8) Intervalo de cobertura (IC): Tempo em meses em que se pretende cobrir o

consumo sem que seja necessário emitir um novo pedido;

9) Quantidade de reposição de compra: Quantidade otimizada do artigo a ser

adquirido;

10) Consumo médio mensal (CM): Valor médio dos consumos por unidade de

tempo. Para um item novo é definido por previsão;

11) K: Fator do prazo médio. Estabelecido em função do índice de falta e do índice

de valor do item. Determina o nível de segurança.

A figura a seguir representa graficamente de forma simplificada a variação de um

estoque e seus níveis.

Page 68: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

67

Figura 23 - Variação de um estoque – Fonte: Lima, 1980.

Para os parâmetros, há uma formulação matemática correspondente. Seguem as quatro

mais importantes no processo de determinação da quantidade de material a ser

comprada:

a) Prazo médio de reposição:

�� =�� + �� + ��

3+ 2

Onde:

P1, P2 e P3 são os prazos de cada uma das três solicitações de compras anteriores.

= desvio padrão, funcionando como fator de correção no caso de discrepância entre os

valores.

Page 69: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

68

b) Nível de segurança:

�� = . ��. ��

Onde:

. �� = � , logo �� = �. ��

c) Nível de reposição:

�� = ��(� + ��) ou �� = �� + ��. ��

Condição para emitir pedido de compra: EV ≤ NR

d) Quantidade a comprar:

�� = (� + �� + ��)�� − �� ou

�� = �� + ��(�� + ��) − �� ou

�� = �� + ��. �� − ��

Page 70: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

69

5.3 CRONOGRAMA DA OBRA

Para o exemplo, foi criado um cronograma de obra simplificado com atividades padrão

para uma construção. O objetivo não será explanar o cronograma e os seus

procedimentos, mas salientar qual será a demanda por material na obra. O cronograma a

seguir é referente a apenas uma obra, de forma que as demais obras terão o mesmo

planejamento. Ao finalizar o serviço de uma obra, será inicializado na próxima com um

atraso de duas semanas. Sendo assim, o depósito central irá suprir uma obra em seguida

da outra em todos os materiais referentes a cada um dos serviços.

Page 71: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

70

Page 72: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

71

5.4 POSICIONAMENTO DEPÓSITO-OBRAS

LIMA (1980) define que o esquema de armazenagem definido depende dos seguintes

pontos:

• Situação geográfica das instalações;

• Natureza da sua produção;

• Tamanho;

• Natureza dos estoques e seu valor.

Neste exemplo, será abordado o caso de um depósito central D1 que abastecerá as

obras. D2, D3 e Dn representam as obras que serão supridas. Materiais de

armazenamento parcial serão transportados do fornecedor diretamente para D1 onde

serão devidamente recebidos, conferidos e estocados. Materiais de entrega direta serão

transportados do fornecedor diretamente para a obra. Segue a figura 24 que exemplifica

a situação.

Page 73: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

72

Figura 24- Armazém com atuação de recebimento/armazenagem e gestão independentes –

Fonte: Lima, 1980.

As distâncias de cada obra para o depósito central foram definidas como:

1) Obra 1: 2 km;

2) Obra 2: 5 km;

3) Obra 3: 10 km;

4) Obra 4: 15 km;

5) Obra 5: 20 km.

Page 74: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

73

5.5 PRAZO DE REPOSIÇÃO

Para iniciar o cálculo, foi estimado um prazo de entrega de material de uma semana. Em

seguida, a partir das fórmulas fornecidas anteriormente, foram calculados de forma

simplificada os parâmetros prazo médio, nível de segurança, nível de reposição e

quantidade a ser comprada para o item porta. Não foram considerados k e desvio padrão

por ser um caso simulado e não haver divergências em valores.

�� =�� + �� + ��

3+ 2 =

1 + 1 + 1

3= 1 ���� �

�� = . ��. �� = 1 .8 = 8 " #$�$��

Onde: CM = 8 portas por semana.

�� = �� + ��. �� = 8 + 8 .1 = 16 " #$�$��

�� = �� + ��. �� − �� = 16 + 2 .8 − 16 = 16 " #$�$��

Os outros itens seguirão o mesmo desenvolvimento, de maneira que o prazo médio de

reposição será uma semana, o nível de segurança será o mesmo valor do consumo

semanal, enquanto o nível de segurança e quantidade a ser comprada serão o dobro do

consumo. Cabe ressaltar que para a primeira compra deve ser considerado o triplo do

consumo semanal, já que o estoque estará zerado.

5.6 DISTRIBUIÇÃO DOS MATERIAIS

A distribuição será feita de duas formas. A primeira será em duas etapas onde haverá

um armazenamento parcial. O material será entregue pelo fornecedor no depósito para

que lá seja armazenado e distribuído para as obras. A segunda forma de distribuição

será de forma direta, ou seja, o fornecedor irá entregar o material diretamente na obra.

Page 75: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

74

Os materiais a serem supridos desta forma serão apenas o concreto e o aço, por serem

obtidos em grande escala e, especificamente no caso do concreto, por ter sido escolhida

a opção de comprá-lo pronto diretamente da concreteira.

O aço será fornecido já pronto para utilização na obra, ou seja, cortado, dobrado e

armado de acordo com projetos previamente enviados e comentados com o fornecedor.

5.7 SUPRIMENTO E ALOCAÇÃO DOS MATERIAIS

Para alocar os materiais será seguido o planejamento de materiais MRP- Material

requirements planning, utilizado na programação de compra de materiais. Os pedidos

serão feitos de acordo com os níveis de reposição e estoque mínimo. Já que o caso é um

período isolado, ou seja, não há histórico de pedidos nem saldo em estoque o primeiro

pedido será maior, de modo que suprirá não só a necessidade, mas também irá garantir o

nível de segurança. Da mesma forma, a última entrega levará o saldo de estoque à

ruptura de forma intencional devido ao fim das obras.

Para o controle das necessidades foi feita uma planilha baseada no sistema MRP em que

baseado nas necessidades semanais foram calculadas as quantidades para abastecimento

do estoque. A planilha conta com a quantidade de entrada no estoque, quantidade de

saída para obra e o saldo em estoque. Como os serviços têm um atraso de duas semanas

de uma obra para a outra, os pedidos são feitos na semana intermediária. O nível de

reposição garante que ao utilizar os recursos ao longo da semana haverá na data de

recebimento do material em estoque quantidade suficiente para garantir o abastecimento

de outra obra no caso de contratempos no recebimento, ou seja, um nível de segurança.

Segue a lista de materiais a ser trabalhada no exemplo:

Page 76: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

75

Quantidade Total

Materiais 1 obra 5 obras

Concreto 50 m³ 250 m³

Aço 2522 kg 12610 kg

Tijolo 3900 19500

Azulejo 46,3 231,5

Cerâmica 33,8 169

Telha 64 320

Esquadrias 8 40

Portas 8 40

Louças 20 100

Metais 30 150

Para cada material foi feito um levantamento e estimativa da quantidade a ser utilizada

para uma e para cinco obras. Não foram feitos cálculos para dimensionamento do aço e

concreto a serem utilizados, apenas uma estimativa da quantidade de sapatas, colunas e

da laje. Segue um breve demonstrativo desta estimativa.

Quantidade Elemento Tipo Volume (m³)

16 Sapata 1,0 x 1,0 5,84

8 Coluna 0,20 x 0,20 x 2,60 0,83

8 Coluna 0,20 x 0,20 x 3,11 1,00

1 Laje 1 169,7 m² 25,46

1 Laje 2 105,7m² 15,86

Total 48,99

Page 77: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

76

Quantidade Descrição Bitola (mm) Peso (kg)

16 Sapata 1,00 x 1,00 10,0 142,16

8 Coluna 0,20 x 0,20 x 2,60 12,5 80,12

8 Coluna 0,20 x 0,20 x 3,11 12,5 95,84

248 Estribo 0,20 x 0,20 5,0 35,00

275,4 m² Malha 6,00 x 2,45 8,0 2194,93

Total 2548,05

Em seguida foi realizado um cronograma simplificado para visualização deste processo,

em que as datas de entrada e saída do material são grifadas respectivamente nas cores

amarela e verde com suas quantidades. Como o prazo de entrega foi determinado como

uma semana, logo em seguida da semana em que foi feito o pedido vem a semana em

que o material é utilizado. O “delay” entre as obras é de duas semanas como

determinado anteriormente, por isso ocorre a marcação verde semana alternadamente.

Podemos observar que nos casos de concreto e aço há diferença nesse processo pelo fato

de serem de entrega direta pelo fornecedor na obra sem passagem pelo depósito. Por

isso, foram grifados na cor azul. É registrada apenas a chegada dos mesmos na obra, de

forma que há um contato constante com os fornecedores para realização dos pedidos de

entrega.

Page 78: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

77

Page 79: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

78

A partir deste cronograma, foi possível alimentar uma planilha de controle de entrada e

saída do estoque central. Esta planilha é alimentada com a quantidade de entrada e saída

de cada material em relação à semana. O saldo nunca deve estar abaixo do valor do

nível de segurança, apenas no final do processo para zerar intencionalmente o estoque

devido ao fim das obras.

Azulejo

Semana Entrada Saída Saldo

1 2

3 4

5 6

7 138,9 138,9

8 46,3 92,6 9 92,6 185,2

10 46,3 138,9 11 138,9

12 46,3 92,6

13 92,6 14 46,3 46,3

15 46,3 16 46,3 0

Cerâmica Semana Entrada Saída Saldo

1 2 3 4 5 6 7 101,4 101,4 8 33,8 67,6 9 67,6 135,2 10 33,8 101,4 11 101,4 12 33,8 67,6 13 67,6 14 33,8 33,8 15 33,8 16 33,8 0

Page 80: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

79

Esquadria

Semana Entrada Saída Saldo

1 2

3

4 5

6 24 24 7 8 16

8 16 32 9 8 24

10 24

11 8 16 12 16

13 8 8 14 8

15 8 0

16

Louça

Semana Entrada Saída Saldo

1

2

3 4

5 6

7 60 60

8 20 40 9 40 80

10 20 60 11 60

12 20 40 13 40

14 20 20

15 20 16 20 0

Page 81: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

80

Metais

Semana Entrada Saída Saldo

1 2 3 4 5 6 7 90 90 8 30 60 9 60 120 10 30 90 11 90 12 30 60 13 60 14 30 30 15 30 16 30 0

Porta

Semana Entrada Saída Saldo

1

2

3

4

5

6 24 24

7 8 16

8 16 32

9 8 24

10 24

11 8 16

12 16

13 8 8

14 8

15 8 0

16

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Tijolo

Semana Entrada Saída Saldo

1 2 3 4 11700 11700

5 3900 7800 6 7800 15600 7 3900 11700 8 11700 9 3900 7800

10 7800

11 3900 3900 12 3900 13 3900 0 14 15 16

5.8 CURVA DENTE DE SERRA

A partir dos dados obtidos, foi possível gerar o gráfico dente de serra e a curva de

variação do estoque. Como o prazo médio estipulado para chegada do produto vindo do

fornecedor foi o mesmo para todos os produtos, todos os gráficos terão a mesma

inclinação. Os gráficos a seguir são referentes aos itens “porta” e “tijolo”. Foram

gerados a partir do controle feito nas planilhas anteriores para cada item junto aos

parâmetros “Nível de Reposição”, “Nível de Segurança” e “Quantidade a ser

Comprada” calculados anteriormente.

Page 83: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

82

Figura 25 - Gráfico dente de serra do item “porta”.

Figura 26 – Curva de variação de estoque do item “porta”.

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83

Figura 27 - Gráfico dente de serra do item “tijolo”.

Figura 28 – Curva de variação de estoque do item “tijolo”.

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No gráfico dente de serra é possível observar o momento da entrada do produto no

depósito chegando ao seu nível máximo. Ao alcançar o nível de reposição o pedido é

feito ao fornecedor, de maneira que a reposição chegue no máximo até o nível de

segurança, aonde ocorre o aumento do saldo do produto no estoque. O saldo atinge o

nível máximo novamente e possibilita o suprimento por completo das obras até zerar.

Na curva de variação é possível obervar detalhadamente a inclinação da curva e o

espaço temporal entre cada nível. Quanto mais inclinada a curva for, menor o ângulo,

mais curto será o prazo de reposição. No exemplo, todos os produtos receberam o

mesmo prazo de entrega. Com isto, todos os níveis de reposição e seus prazos

permaneceram os mesmos. Desta forma, todas as curvas seguirão o modelo das já

exemplificadas, variando apenas nos quantitativos.

Um gerente de estoque deve atentar para os prazos e o momento em que a curva atinge

o nível de reposição para efetuar o pedido de compra. Este procedimento deve ser

realizado para que o estoque esteja sempre com o saldo acima do nível de segurança e

desta forma garantir que o andamento da obra não seja interrompido pela falta de

material.

Page 86: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

85

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A logística aplicada em um canteiro de obras não é um tema complexo, parte apenas do

bom senso, lógica e boa vontade de gerenciar da forma correta seguindo passo a passo

os métodos já existentes como ferramenta para tal.

O objetivo em si está diretamente ligado à qualidade, custo e prazo. Toda a logística

gira em torno da produtividade, organização, mitigação dos desperdícios e a otimização

de armazenamento e de transporte.

Um canteiro bem dimensionado, limpo e planejado proporcionará eficiência nos

serviços e operação dos equipamentos e mão de obra que bem alocados no espaço e

tempo produzirão em seu potencial máximo.

O suprimento de material, se bem gerenciado não causará atraso nos serviços nem

desperdícios nos custos. Um estoque controlado, que se preocupa com as curvas de

variação de estoque e com os níveis de reposição não terá problemas com interrupção de

um serviço por conta de um atraso de entrega. Para tal, o gestor deve estar sempre

atento ao ponto de reposição para fazer o pedido de compra e garantir que o saldo do

produto nunca vá abaixo do nível de segurança. Com isso sempre haverá material em

estoque e os serviços não atrasarão devido à sua falta.

O gerente de obras deve contar com os contratempos ao invés de esperá-los acontecer

para então entrar com uma medida de solução. Embora sejam muito mais trabalhosos,

os esforços preventivos são muito menores e demandam muito menos tempo e

disposição de recursos do que os de solução.

Em suma, aplicando-se a logística no canteiro de obras, haverá ganhos na

produtividade, na qualidade, no cumprimento de prazos, no aproveitamento do estoque

e custos de orçamento.

Page 87: Logística Aplicada a Layout de Canteiro de Obra

86

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